AF Cartilha MPE Licitacao Publica Sem Marca Corte

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Cartilha para orientar os órgãos e o licitantes sobre as leis de licitação.

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  • As Micro e Pequenas Empresas e a Nova Leide Licitaes PblicasLei Complementar 147

  • Ficha Tcnica

    2014 Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE

    2015 Adaptado. Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais SEBRAE

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS permitida a reproduo total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, desde que divulgada a fonte.

    INFORMAES E CONTATOS

    Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais SEBRAE Unidade de Polticas Pblicas e Articulao Institucional Av. Baro Homem de Melo, 329, Nova Granada CEP 30.341-285 - Belo Horizonte - MG.

    Telefone: 0800 570 0800

    Home: www.sebraemg.com.br

    SEBRAE

    Presidente do Conselho Deliberativo I ROBERTO SIMES

    Diretor Presidente I LUIZ EDUARDO PEREIRA BARRETTO FILHO

    Diretor Tcnico I CARLOS ALBERTO SANTOS

    Diretor de Administrao e Finanas I JOS CLUDIO DOS SANTOS

    Gerente da Unidade de Polticas Pblicas I BRUNO QUICK

    Coordenadora Nacional do Programa de Compras Governa-mentais| DENISE DONATI

    SEBRAE MINAS

    Presidente do Conselho Deliberativo I OLAVO MACHADO JNIOR

    Diretor Superintendente I AFONSO MARIA ROCHA

    Diretor de Operaes I ANDERSON COSTA CABIDO

    Diretor Tcnico I FBIO VERAS DE SOUZA

    UNIDADE DE POLTICAS PBLICAS E ARTICULAO INSTITUCIONAL SEBRAE MINAS

    Gerente| JEFFERSON NEY AMARAL

    Equipe Tcnica| NAIR APARECIDA ANDRADE

    AUTORIA

    LUS MAURCIO JUNQUEIRA ZANIN Autor da verso original

    NILSON PEREIRA BORGES Autor da verso adaptada

    B732c Borges, Nilson Pereira.

    Cartilha do comprador: os novos paradigmas da administrao pblica. / Nilson

    Pereira Borges. - Belo Horizonte: SEBRAE Minas, 2015.

    37p.:il.

    Nota de contedo: adaptado pelo SEBRAE Minas

    1. Licitao. 2. Compras governamentais. I. Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais. II. Ttulo.

    CDU: 658.715:35

  • Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais

    Presidente

    Conselheiro Sebastio Helvecio Ramos de Castro

    Vice-Presidente

    Conselheiro Cludio Couto Terro

    Corregedor

    Conselheiro Mauri Jos Torres Duarte

    Conselheiros

    Jos Alves Viana (Ouvidor)

    Wanderley Geraldo de vila

    Adriene Barbosa de Faria Andrade

    Gilberto Pinto Monteiro Diniz

    Conselheiros Substitutos

    Licurgo Joseph Mouro de Oliveira

    Hamilton Antnio Coelho

    Ministrio Pblico junto ao Tribunal de Contas

    Procurador-Geral

    Daniel de Carvalho Guimares

    Subprocurador-Geral

    Elke Andrade Soares de Moura Silva

    Procuradores

    Maria Ceclia Mendes Borges

    Glaydson Santo Soprani Massaria

    Sara Meinberg Schmidt Andrade Duarte

    Marclio Barenco Corra de Mello

    Cristina Andrade Melo

    Expediente

    Diretoria Geral

    Raquel Miranda de Oliveira Simes

    Diretoria de Comunicao

    Lcio Braga Guimares

    Realizao | Coordenadoria de Publicidade e Marketing

    Brbara Couto | Coordenadora

    Andr Zocrato

    Bruna Pellegrino

    Blenda Pinheiro

    Vivian de Paula

    Produo Editorial

    Andr Oliveira

    Fotos

    Arquivo TCEMG

    Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais

    Av. Raja Gabaglia, 1.315 - Luxemburgo

    CEP: 30.380-435 - Belo Horizonte - MG

    Tel: (31) 3348-2111

    www.tce.mg.gov.br

  • O poder de compra dos rgos pblicos j se revelou um instrumento altamente capaz de provocar fortes mudanas nas economias locais. Especialmente, no que se refere criao de novos empregos, distribuio de renda e consequente melhoria da qualidade de vida dos cidados. A valorizao das micro e pequenas empresas locais e regionais, por meio dos instrumentos legais disponveis, aquece as economias e estimula o desenvolvimento.Estima-se que, com a adeso das prefeituras e estados, a receita das micro e pequenas empresas com vendas pblicas possa atingir, no pas, o patamar de R$ 100 bilhes por ano. Segundo estudos do Ministrio do Planejamento, alm do impacto direto na economia, esse incremento pode gerar a criao de mais de 800 mil novos postos de trabalho nos municpios brasileiros.Nos ltimos anos, o Sebrae Minas fortaleceu suas frentes de atuao para ampliar a participao das micro e pequenas empresas nas compras pblicas. As parcerias e acordos de cooperao tcnica com instituies como o Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) so exemplos de aes decisivas na difuso dos benefcios dessa iniciativa. Com informaes atualizadas e relevantes, esta cartilha fruto da parceria do Sebrae Minas com o TCE-MG mostra aos gestores pblicos a importncia de incluir os pequenos negcios nas compras governamentais e como isso pode contribuir para o desenvolvimento econmico local.

    Olavo Machado JuniorPresidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas

    Palavra do Sebrae-mg

  • Os impactos da Lei Complementar n. 147, de 08 de agosto de 2014, que modifica a LC n. 123/2006, acerca da ampliao de benefcios legais para as Micro e Pequenas Empresas, um dos temas que interessam diretamente sociedade e que esto na agenda do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, que pretende incrementar o dilogo do controle externo com os cidados. O estmulo aos pequenos negcios como forma de promover o desenvolvimento local e sustentvel j foi adotado com sucesso em outros pases. A prpria lei determina que os municpios e os demais entes da Federao, nos limites de suas respectivas competncias, editem as leis e demais atos necessrios para assegurar o pronto e imediato tratamento jurdico diferenciado, simplificado e favorecido s microempresas (ME) e s empresas de pequeno porte (EPP), alm de determinar a adequao daquelas em vigor nos entes federados. Acreditando que a sociedade a destinatria das aes dos Tribunais de Contas e tambm a sinalizadora de sua atuao, inaugura-se esta relevante parceria com o Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas Sebrae.

    Sebastio HelvecioPresidente do TCEMG

    Palavra do tcemg

  • Apresentao......................................................................................................................................................9Licitaes..........................................................................................................................................................11Embasamento legal..........................................................................................................................................15Conceito de MPE................................................................................................................................................19Regulamentao...............................................................................................................................................21Benefcios para os pequenos negcios...............................................................................................................23Processo decisrio nas licitaes........................................................................................................................31Modalidades de licitao - Para aquisio.........................................................................................................33Passo a passo da licitao eficiente...................................................................................................................35Marco legal do Combate corrupo.................................................................................................................41

    Sumrio

  • 9Essa cartilha tem por objetivo auxiliar o gestor pblico na tomada de deciso quanto aos benefcios concedidos legalmente aos pequenos negcios por meio das polticas pblicas de Compras Governamentais. Espera-se auxiliar o gestor pblico a realizar licitaes voltadas ao desenvolvimento econmico e social, ancoradas nos preceitos estabelecidos em diversas legislaes sobre a temtica das aquisies governamentais. Nessa cartilha sero apresentadas noes sobre:

    Licitaes;

    Benefcios legais aos pequenos negcios;

    Regulamentao pertinente ao tema e voltada para a microempresa e empresa de pequeno porte (MPE);

    Indicao de fluxo simplificado de deciso;

    Modalidades de licitao;

    Passo a passo para uma licitao eficiente;

    Lei de Combate Corrupo.

    Boa leitura!

    Apresentao

    Nota: com o intuito de padronizar a forma de escrita e entendimento, a sigla MPE ser utilizada como sinnimo das expresses microempresa e empresas de pequeno porte e pequenos negcios.

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    licitaes

    Define-se o termo Licitao como sendo o procedimento administrativo prvio necessrio para viabilizar os contratos da Administrao Pblica. As licitaes so regidas pela Lei Federal n 8.666, de 21 de Junho de 1993, que traz em seu artigo 1 o seu intuito:

    Dessa maneira, a Administrao Pblica tem que realizar processos licitatrios para efetuar suas compras.

    Art. 1. Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.

    Pargrafo nico. Subordinam-se ao regime desta Lei, alm dos rgos da administrao direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundaes pblicas, as empresas pblicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.

    Licitao: um procedimento formal, em que ficam registrados, de forma objetiva e clara, quais so as caractersticas do que est sendo comprado (objeto da licitao), alm dos critrios e dos processos para a apresentao de propostas1.

    Dessa maneira, a Administrao Pblica tem que realizar processos licitatrios para efetuar suas compras.

    1Extrado do Manual Compras Governamentais Oportunidade de negcios para voc e sua empresa disponvel no site www.compras.mg.gov.br.

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    IMPORTNCIA DAS LICITAES PARA O DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL

    As contrataes Pblicas so importantes para o desenvolvimento econmico e social do pas. O planejamento adequado das compras governamentais um fator relevante em favor do desenvolvimento local e regional, pois pode privilegiar os pequenos negcios sediados no municpio e regio.

    O Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar n 123, de 14 de Dezembro de 2006) tem o intuito, entre outros, de promover o desenvolvimento e ampliar a atuao dos pequenos negcios nas compras governamentais. Dessa forma, essa Lei (que foi modificada pela Lei Complementar n 147, de 07 de Agosto de 2014) preconiza, no artigo 47, que toda a Administrao Pblica (Direta e Indireta) deve realizar licitaes com benefcios s microempresas e empresas de pequeno porte.

    Art. 47. Nas contrataes pblicas da administrao direta e indireta, autrquica e fundacional, federal, estadual e municipal, dever ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte objetivando a promoo do desenvolvimento econmico e social no mbito municipal e regional, a ampliao da eficincia das polticas pblicas e o incentivo inovao tecnolgica.

    Os benefcios que so concedidos s MPE esto descritos nos artigos 42 a 49 da Lei Complementar n 123/2006.

    AQUISIES GOVERNAMENTAIS COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL

    De acordo com o artigo 3 da Lei Federal n 8.666/1993:

    A licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia, a seleo da proposta mais vantajosa para a administrao e a promoo do desenvolvimento nacional sustentvel e ser processada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos.

  • 13

    Alm disso h ainda um respaldo na legislao que rege as compras sustentveis as quais podem ser definidas como:

    contrataes pblicas sustentveis so as que consideram critrios ambientais, econmicos e sociais em todos os estgios do processo de contratao, transformando o poder de compra governamental em instrumento de proteo ao meio ambiente e desenvolvimento econmico e social. *

    Nas compras pblicas, deve-se considerar tambm os requisitos de sustentabilidade previstos em lei.

    So diretrizes de sustentabilidade, entre outras: I menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e gua; II preferncia para materiais, tecnologias e matrias primas de origem local; III maior eficincia na utilizao de recursos naturais como gua e energia; IV maior gerao de empregos, preferencialmente com mo de obra local; V maior vida til e menor custo de manuteno do bem e da obra; VI uso de inovaes que reduzam a presso sobre recursos naturais; e VII origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos bens, servios e obras 2.

    OBJETIVOS DAS COMPRAS PBLICAS

    Os compradores pblicos devem buscar sempre a opo mais vantajosa para a Administrao Pblica. A compra governamental busca encontrar a melhor relao entre custos e benefcios para atender a necessidade para a qual a compra se destina. Para isso, entre as modalidades de licitao disponveis, como o convite, a tomada de preos, a concorrncia, o prego e o regime diferenciado de contrataes que so utilizadas para a aquisio de bens, servios ou para a construo de obras, podem ser escolhidos diferentes tipos de licitao como critrio de julgamento das propostas: menor preo, melhor tcnica, tcnica e preo, maior lance ou oferta. Cada processo possui trmites e caractersticas especificas.

    A licitao do Tipo Menor Preo busca obter o menor preo nas aquisies pblicas, garantindo que produtos ofertados pelos vencedores da licitao estejam de acordo com as especificaes descritas no edital, tudo isso, por meio de um processo competitivo claro e transparente que garanta a isonomia e que siga todas as regras de licitao.2 Artigo 4 do Decreto Federal n 7.746, de 05 de Junho de 2012.* Disponvel em HTTP://cpsustentaveis.planejamento.gov.br

  • 14

    Temos de atender ao interesse pblico com a contratao pblica. No adianta fazermos aquisies inteis, ou que no atendam as necessidades apresentadas por cada requisitante.

    O objetivo da compra governamental atender uma necessidade, e, para isso, precisa encontrar a opo mais vantajosa para a Administrao Pblica. A licitao o instrumento formal para definir o que vantajoso ou no.

  • 15

    RELAO BSICA DE LEIS E DECRETOS

    LC n 123/2006

    Lei Estadual n 20.826/2013

    Decreto Estadual n 44.786/2008

    Decreto Federal n 3.555/2000

    Decreto Federal n 6.204/2007

    Constituio Federal de 1988

    LC n 147/2014

    Decreto Federal n 5.450/2005

    Lei Federal n 10.520/2002

    Resoluo SEPLAG-MG n

    058/2007

    Lei Federal n 12.846/2013

    Lei Federal n 8.666/1993

    Decreto Estadual n 46.552/2014

    Decreto Estadual n 45.749/2011

    Resoluo SEPLAG-MG n

    40/2014

    Decreto Estadual n 46.665/2014

    Embasamento Legal

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    RELAO BSICA DETALHADA DE LEIS E DECRETOS

    LEGISLAO DEFINIO BSICA

    Lei Complementar n 123, de 14 de Dezembro de 2006.

    Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte no mbito Federal.

    Lei Complementar n 147, de 07 de Agosto de 2014.

    Lei Complementar que altera a LC 123/2006 e Lei 8.666/1993, dentre outras. A LC 147/2014 amplia os benefcios concedidos legalmente aos pequenos negcios.

    Lei n 8.666 de 21 de junho de 1993.

    Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal, institui normas para licitaes e contratos da Administrao Pblica e d outras providncias.

    Lei 20.826, de 31 de Julho de 2013. Institui o Estatuto Mineiro da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

    Decreto Estadual n 46.552 de 30 de Junho de 2014 Regulamenta o funcionamento do Centro de Servios Compartilhados CSC.

    Decreto Federal n 5.450, de 31 de Maio de 2005.

    Regulamenta o prego, na forma eletrnica, para aquisio de bens e servios comuns, e d outras providncias.

    Resoluo SEPLAG n 40, de 28 de Maio de 2014.

    Dispe sobre procedimentos de compras e a utilizao dos mdulos do Sistema Integrado de Administrao de Materiais e Servios SIAD, disponibilizados no Portal de Compras do Estado de Minas Gerais.

    Resoluo SEPLAG n 058, de 30 de Novembro de 2007.

    Define procedimentos complementares para aplicao do tratamento diferenciado e simplificado dispensado s Pequenas Empresas nas aquisies pblicas e d outras providncias.

  • 17

    Decreto Estadual n 44.786, de 18 de Abril de 2008.

    Contm o Regulamento da modalidade de licitao denominada prego, nas formas presencial e eletrnica, para aquisio de bens e servios comuns, no mbito do Estado de Minas Gerais, e d outras providncias.

    Lei 10.520, de 17 de Julho de 2002.

    Institui, no mbito da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal, modalidade de licitao denominada prego, para aquisio de bens e servios comuns, e d outras providncias.

    Decreto Estadual n 45.749, de 05 de Outubro de 2011.

    Altera o Decreto n 44.630, de 3 de outubro de 2007, que dispe sobre o tratamento diferenciado e simplificado dispensado s microempresas e empresas de pequeno porte nas aquisies pblicas do Estado de Minas Gerais, nos termos da Lei Complementar Federal n 123, de 14 de dezembro de 2006.

    Decreto Federal n 3.555, de 08 de Agosto de 2000.

    Aprova o Regulamento para a modalidade de licitao denominada prego, para aquisio de bens e servios comuns.

    Constituio Federal de 1988.

    Preconiza o artigo 170, inciso IX Tratamento favorecido MPEPreconiza o artigo 179 Tratamento jurdico diferenciado MPE.

    Lei Federal n 12.846, de 1 de Agosto de 2013.

    Lei de Combate Corrupo Dispe sobre a responsabilizao administrativa e civil de pessoas jurdicas pela prtica de atos contra a Administrao Pblica, nacional ou estrangeira, e d outras providncias.

    Decreto Federal n 6.204, de 05 de Setembro de 2007.

    Regulamenta o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte nas contrataes pblicas de bens, servios e obras, no mbito da administrao pblica federal.

    Decreto Estadual n 46.665, de 12 de Dezembro de 2014

    Altera o Decreto n 44.630, de 3 de outubro de 2007, que dispe sobre o tratamento diferenciado e simplificado dispensado s microempresas e empresas de pequeno porte nas aquisies pblicas do Estado de Minas Gerais, nos termos da Lei Complementar Federal n 123, de 14 de dezembro de 2006.

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    MPE MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE

    A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (Lei Complementar 123/2006) trouxe a definio dos termos microempresa e empresa de pequeno porte, que so utilizados legalmente como:

    Art. 3 Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresria, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresrio a que se refere o art. 966 da Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Cdigo Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurdicas, conforme o caso.

    Sendo assim, de acordo com a LC 123/2006, consideram-se os seguintes critrios para MPE:

    MICROEMPRESA: aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);

    EMPRESA DE PEQUENO PORTE: aufira, em cada ano-calendrio, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais).

    conceito de mpe

  • 21

    Tratamento diferenciado, preferencial e simplificado para os pequenos negcios Lei n 8.666/1993

    A Lei Geral de Licitaes e Contratos (Lei n 8.666/1993), que ainda no trazia em seu texto o tratamento diferenciado e favorecido aos pequenos negcios, foi modificada pela Lei Complementar 147, de 07 de Agosto de 2014. Desta maneira, houve incluso do artigos 3 (pargrafos 14 e 15) e 5-A na referida lei, respaldando ainda mais a Administrao Pblica para beneficiar os pequenos negcios. Essa incluso foi uma grande vitria para os pequenos negcios. Veja o que diz a lei modificada:

    Art. 3 - A licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia, a seleo da proposta mais vantajosa para a administrao e a promoo do desenvolvimento nacional sustentvel e ser processada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos.

    14. As preferncias definidas neste artigo e nas demais normas de licitao e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido s microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei.

    15. As preferncias dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais preferncias previstas na legislao quando estas forem aplicadas sobre produtos ou servios estrangeiros.

    regulamentao

  • 22

    Art. 5-A As normas de licitaes e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido s microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei.

    A regulamentao local da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas

    Os benefcios concedidos pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (LC 123/2006 e suas modificaes) devem ser regulamentados pelos Municpios e Estados. O regulamento local deve ser bastante criterioso e abordar todos os procedimentos operacionais que precisaro ser executados durante o processo licitatrio e, ainda, devem definir a aplicao prtica de cada benefcio.

    A regulamentao da Lei Geral das MPE faz com que os benefcios sejam mais facilmente aplicados.

    Em face da regulamentao local, os compradores pblicos tero um passo a passo a ser seguido em todas as situaes, desde o planejamento da contratao at os itens que devero estar descritos nos editais. Destaca-se que a regulamentao local deve estar em sintonia com a regulamentao do prego presencial e eletrnico para que atuem de modo sinrgico.

    A lei local pode determinar os vrios procedimentos para que a licitao venha beneficiar as MPE e tambm a economia do municpio. Cada municpio pode determinar a sua lei local, porm deve respeitar os princpios da Lei Complementar n 123/2006 e suas modificaes.

    Regulamente localmente todos os benefcios legais dos pequenos negcios!

  • 23

    CAPTULO DE ACESSO A MERCADOS NA LEI GERAL DAS MPE DE MINAS GERAIS

    A Lei Estadual n 20.826, de 31 de Julho de 2013, no captulo sobre Acesso a Mercados indica:

    Art. 13. Ser conferido, nos termos deste Captulo, tratamento diferenciado, simplificado e favorecido s microempresas e empresas de pequeno porte nas compras realizadas pelo Estado, com os seguintes objetivos: I a promoo do desenvolvimento econmico e social para incrementar o investimento e o valor agregado da produo no Estado;

    II a ampliao da eficincia das polticas pblicas, a compreendidas aes de melhoria do ambiente de negcios;

    III o incentivo inovao e capacitao tecnolgica;

    IV o fomento ao desenvolvimento regional no Estado.

    Aplicao

    (artigo 13 pargrafo nico)

    Administrao Pblica estadual direta e indireta de todos os Poderes, ao Ministrio Pblico e ao Tribunal de Contas.

    benefcios para os pequenos negcios

  • 24

    Importante 3:

    Para ampliar a participao das MPE nas licitaes, os rgos ou entidades devero:

    estabelecer e divulgar o planejamento anual das aquisies pblicas a serem realizadas;

    padronizar e divulgar as especificaes dos bens e servios contratados, de modo a orientar as MPE para adequarem seus processos produtivos.

    A Lei Complementar n 123/2006), modificada pela Lei Complementar n 147/2014 apresenta os benefcios4 que so concedidos aos pequenos negcios nas licitaes pblicas:

    1. Regularizao fiscal tardia.

    2. Lance de desempate (em caso de empate ficto).

    3. Licitao exclusiva.

    4. Subcontratao.

    5. Reserva de Cotas Exclusiva para MPE.

    6. Compras Locais e Regionais.

    De maneira simplificada, veja a seguir quais so os benefcios que devem ser concedidos aos pequenos negcios nas licitaes pblicas. Esses benefcios buscam aumentar a competitividade dos pequenos negcios e alavancar o desenvolvimento econmico e social nos municpios.

    O primeiro benefcio a possibilidade de comprovar tardiamente a regularidade fiscal. Entretanto, mesmo que a empresa tenha restries fiscais, deve apresentar toda a documentao para o certame, inclusive aquela que estiver com restrio.

    3 Artigo 14 da Lei Estadual n 20.826/2013.4 Artigos 42 a 49 da LC 123/2006.

  • 25

    1. Regularizao fiscal tardia

    Havendo alguma restrio na comprovao da regularidade fiscal da MPE, ser assegurado o prazo de 5 (cinco) dias teis, cujo termo inicial corresponder ao momento em que o proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogvel por igual perodo, a critrio da administrao pblica, para a regularizao da documentao, pagamento ou parcelamento do dbito e emisso de eventuais certides negativas ou positivas com efeito de certido negativa.5

    O segundo benefcio diz respeito ao lance de desempate, em caso de empate ficto. Nesse caso, a MPE tem o direito de efetuar mais um lance para cobrir a oferta de outras empresas que no sejam pequenos negcios.

    2. Lance de desempate (em caso de empate ficto)6

    Nas licitaes ser assegurada, como critrio de desempate, preferncia de contratao para as microempresas e empresas de pequeno porte. Entende-se por empate aquelas situaes em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou at 10% (dez por cento) superiores proposta mais bem classificada. Obs.: na modalidade de prego, ser considerado o intervalo de at 5% (cinco por cento) superior ao melhor preo.

    Lance de desempate (em caso de empate ficto)

    Detalhes Operacionais do Empate Ficto

    Ocorrendo o empate, proceder-se- da seguinte forma:

    A MPE mais bem classificada poder apresentar proposta de preo inferior quela considerada vencedora do certame, situao em que ser adjudicado em seu favor o objeto licitado;

    No ocorrendo a contratao da MPE, na forma anterior, sero convocadas as remanescentes que porventura se enquadrem na mesma hiptese de empate, na ordem classificatria, para o exerccio do mesmo direito;

    5 Artigo 43, pargrafo 1, da LC 123/2006.6 Artigos 44 e 45 da LC 123/2006.

  • 26

    No caso de equivalncia dos valores apresentados pelas MPE que se encontrem nos intervalos estabelecidos, ser realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro poder apresentar melhor oferta.

    As licitaes exclusivas para os pequenos negcios tm sido apresentadas como vantagens excelentes, pois permitem que somente MPE participem do processo de compras pblicas que est sendo efetuado.

    3. Licitao exclusiva7

    A administrao pblica dever realizar processo licitatrio destinado exclusivamente participao de MPE nos itens de contratao cujo valor seja de at R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).

    Esse benefcio tambm obrigatrio para as dispensas tratadas nos incisos I e II do art. 24 da Lei n 8.666/1993 (Lei de Licitaes e Contratos).

    A Subcontratao um benefcio que depende de algumas atitudes do gestor pblico, pois esse deve indicar a obrigatoriedade no Edital (instrumento convocatrio). O Gestor Pblico no obrigado a promover as subcontrataes, entretanto, visando o desenvolvimento dos pequenos negcios, a entidade pode exigir esse procedimento em seus Editais.

    4. Subcontratao8

    Com a aprovao da Lei Complementar 147/2014 a subcontratao ficou restrita apenas a obras e servios. A Subcontratao poder ser regulamentada localmente com processos simplificados de operao para facilitar a sua implementao. Tambm poder ser definido o valor das obras e servios a partir dos quais ela se tornar obrigatria. Preveja no instrumento convocatrio a apresentao de um plano de subcontratao por quem for declarado vencedor para que aps a formalizao do contrato principal seja possvel indicar o rol de empresas a serem subcontratadas e suas responsabilidades.

    Nota: antes da LC n 147/2014, era comum considerar o valor global da licitao para fins de exclusividade. Entretanto, com as modificaes da nova Lei, a exclusividade se d por itens.7 Artigo 48, inciso I, da LC 123/2006.8 Artigo 48, inciso II, da LC 123/2006.

  • 27

    A aplicao do benefcio de cotas exclusiva para a MPE ocorre de duas formas (por lote exclusivo ou por itens exclusivos para MPE em at 25% do valor do edital de licitao).

    fundamental que o produto ou servio seja de natureza divisvel.

    5. Reserva de Cota Exclusiva para MPE9

    A administrao pblica dever estabelecer, em certames para aquisio de bens de natureza divisvel, cota de at 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratao de microempresas e empresas de pequeno porte.

    Exemplo:

    Aquisio de 100 cadeiras para escritrio. Considere a criao de 2 lotes (um com 75 e o outro com 25 cadeiras). O lote de 25 cadeiras dever ser exclusivo para MPE.

    O uso do poder de compra pelo municpio poder permitir que:

    os fluxos de negcios e a gerao de renda se distribuam num contexto de mercado local ou regional;

    os incentivos produo local ampliem a renda das famlias; e

    essa viso poltica propicie um ciclo virtuoso de desenvolvimento local, gerando aumento de receitas pblicas que podero reverter na melhoria dos servios pblicos e em programas de aes sociais.

    Ou seja, criam-se as condies para um processo de desenvolvimento sustentvel, pois a mesma comunidade que produz e vende para o mercado local ou regional tambm poder consumir insumos e outros produtos do mesmo mercado local ou regional. 10

    6. Compras Locais e Regionais

    CONSULTA N 887.734 DO TCE-MG Definio da expresso regionalmente do art. 49, II, da LC 123/06. Entendeu o TCE-MG que o prprio gestor dever delimitar e justificar, nos autos de cada procedimento licitatrio, seu sentido e alcance. E quanto delimitao e definio, que o Administrador dever demonstrar, motivadamente,

    9 Artigo 48, inciso III, da LC 123/2006.10 Extrado da pgina 24, do livro O Municpio Contratando com a Micro e Pequena Empresa, do autor Jorge Ulisses Jacoby Fernandes.

  • 28

    que foi levado em considerao as particularidades do objeto licitado, bem como o princpio da razoabilidade e os objetivos do tratamento diferenciado dispensado s MEs e EPPs, previstos no art. 47 da LC 123/06.

    NO SE APLICAM11 OS BENEFCIOS REFERENTES AOS ARTIGOS 47 E 48, DA LC 123/2006, QUANDO:

    1. No houver um mnimo de 3 (trs) fornecedores competitivos enquadrados como MPE sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir as exigncias estabelecidas no instrumento convocatrio.

    2. O tratamento diferenciado e simplificado para as MPE no for vantajoso para a Administrao Pblica ou representar prejuzo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado.

    3. A licitao for dispensvel ou inexigvel, nos termos dos arts. 24 e 25 da Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993, excetuando-se as dispensas tratadas pelos incisos I e II do art. 24 da mesma Lei, nas quais a compra dever ser feita preferencialmente de MPE, aplicando-se o disposto no inciso I do art. 48.

    11 Artigo 49, incisos II, III e IV, da LC 123/2006.

  • Verificar o VALOR da licitao (valor estimado

    da contratao).

    Promover a indicao dos benefcios:1. Subcontratao. Obs.: no aplicvel para bens.

    2. Licitao Exclusiva, por lote, de at R$80.000,00;3. Adiamento da Regularidade Fiscal;

    4. Lance de Desempate (5% ou 10%, conforme o caso);5. Preferncia para empresa local com valor superior.

    Promover a indicao dos benefcios:1. Licitao Exclusiva, por lote, de at R$80.000,00;

    2. Adiamento da Regularidade Fiscal;3. Lance de Desempate (5% ou 10%, conforme o caso);

    4. Preferncia para empresa local com valor superior.

    Valor da licitao superior a

    R$80.000,00?

    A licitao para execuo de Obras

    ou Servios?

    sim

    sim

    sim

    no

    no

    no

    A Licitao para aquisio de bens de

    natureza divisvel?

    Promover a indicao dos benefcios:1. Licitao Exclusiva (por lote);

    2. Adiamento da Regularidade Fiscal;3. Lance de Desempate (5% ou 10%, conforme o caso);

    4. Preferncia para empresa local com valor superior.

    Verificar se a licitao para aquisio de BENS

    DE NATUREZA DIVISVEL.

    Verificar se a licitao feita por ITEM ou

    VALOR GLOBAL.

    Verificar se a Licitao para execuo de OBRAS

    OU SERVIOS.

    Ponto de Partida

    30

  • A utilizao desse fluxo simplificado ir auxiliar a tomada de deciso quanto aplicao dos benefcios aos pequenos negcios.

    Processo decisrio nas licitaes

    Promover a indicao dos benefcios:1. Reserva de Cotas por Itens at 25%;

    2. Licitao Exclusiva, por lote, de at R$80.000,00;3. Adiamento da Regularidade Fiscal;

    4. Lance de Desempate (5% ou 10%, conforme o caso);5. Preferncia para empresa local com valor superior.

    Promover a indicao dos benefcios:1. Reserva de Cotas por Percentual at 25%;

    2. Adiamento da Regularidade Fiscal;3. Lance de Desempate (5% ou 10%, conforme o caso);

    4. Preferncia para empresa local com valor superior.

    Indica a possibilidade de utilizao de todos os benefcios simultaneamente.

    Benefcios Obrigatrios:1. Reserva de Cotas at 25%;2. Licitao Exclusiva de at R$80.000,00 (global ou por lote);3. Adiamento da Regularidade Fiscal;4. Lance de Desempate (5% ou 10%, conforme o caso).

    A licitao feita por ITEM ou VALOR GLOBAL?

    por ITEM

    por VALOR GLOBAL

    31

  • 32

  • 33

    Identificar a melhor modalidade de licitao fundamental para o sucesso da aquisio pblica. Para facilitar esse processo, pode-se utilizar o quadro resumo abaixo.

    PREGO CARTA CONVITETOMADA DE

    PREOS CONCORRNCIA

    Valor Mximo12

    Obras e Servios de Engenharia Pode ser utilizado para

    qualquer valor, desde que atenda ao objeto.

    at R$ 150.000,00

    at R$ 1.500.000,00

    Acima de R$ 1.500.000,00

    Demais compras at R$ 80.000,00

    at R$ 650.000,00

    Acima de R$ 650.000,00

    Prazo mnimo entre a publicao e o recebimento das propostas

    Menor preo 8 dias teis5 dias teis

    30 dias 45 dias

    Tcnica e Preo ou Melhor Tcnica No se aplica. 15 dias 30 dias

    Sequncia de Fases

    1 - Disputa de preos (Propostas + Lances)2 - Habilitao3 - Negociao com vencedor

    1 - Habilitao2 - Propostas (Lance nico)3 - Negociao com vencedor

    modalidades de licitao - para aquisio

    12 Esses valores podem ser dobrados pela pactuao de resultados que enquadrem o Contratante como agncia executiva ( 1 do Art. 24). Nos casos em que couber convite, a Administrao poder utilizar a tomada de preos e, em qualquer caso, a concorrncia. No caso de consrcios pblicos, aplicar-se- o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por at 3 (trs) entes da Federao, e o triplo, quando formado por maior nmero.

  • 34

    PREGO CARTA CONVITETOMADA DE

    PREOS CONCORRNCIA

    Tipos de Licitao Aplicveis Menor Preo ou Maior Desconto.

    Menor Preo; Melhor Tcnica; Tcnica e Preo; Maior Lance; Maior Desconto.

    Em caso de desclassificao de Vencedor

    Chama-se o 2 colocado ao preo de sua proposta

    Chama-se o 2 colocado se igualar o preo da primeira proposta.

  • 35

    A licitao pblica deve especificar todas as caractersticas necessrias e suficientes para se descrever o item que se quer adquirir, sendo vedado direcionar12 a compra para uma marca ou um modelo quando esta escolha excluir da competio outras marcas e modelos que possam atender a sua demanda.

    Para um completo detalhamento do objeto e de outros elementos necessrios descrio do que se quer comprar, sugere-se que seja feito um Termo de Referncia pela rea demandante ou por uma rea que detenha conhecimento e domnio tcnico sobre o que se deseja comprar.

    Uma licitao eficiente passa por vrios estgios de desenvolvimento, principalmente:

    1.Planejamento de compras

    2.Definio do Objeto

    3.Formalidades nos editais

    4.Fases da licitao

    Passo a passo da licitao eficiente

    12 Caso haja embasamento tcnico, pode-se justificar o direcionamento da compra para uma marca especfica, como, por exemplo, quando se precisa de uma pea para consertar um equipamento especfico. Ento a necessidade de compatibilidade dessa pea com o equipamento justifica o direcionamento da aquisio. Porm, salienta-se que a regra que a especificao no pode direcionar o objeto para uma nica marca ou modelo.

  • 36

    1. Planejamento de compras

    O Planejamento das Compras Pblicas de fundamental importncia para a realizao eficiente da licitao. Nesse procedimento, que pode ser anual ou semestral, o ente pblico definir quais so as rubricas que sero alvo de processos licitatrios.

    A Lei n 20.826/2013, que institui o Estatuto Mineiro da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, em seu artigo 14 , inciso I, prev a realizao desse Planejamento:

    I estabelecer e divulgar o planejamento anual das aquisies pblicas a serem realizadas, com a estimativa de quantitativo e poca das contrataes.

    Realizar o Planejamento das Compras e divulg-lo para que os fornecedores se preparem muito importante para o sucesso das licitaes.

    Estabelea e divulgue o Planejamento das Compras Pblicas.

    2. Definio do Objeto

    Para preparar uma licitao, o primeiro passo definir o que se deseja comprar, quais suas quantidades, unidades de aquisio (ex.: litro, caixa, metro, etc).

    Na sequncia, fundamental fazer uma definio precisa deste objeto (ou servio) que se deseja adquirir. Esta definio detalhada chama-se especificao e o detalhamento exaustivo de todos os aspectos necessrios para a caracterizao do que se deseja comprar.

    Defina adequadamente o objeto da licitao!Crie o Termo de Referncia!

  • 37

    3. Formalidades nos editais

    Alm do detalhamento do objeto, deve-se observar algumas formalidades que precisam ser especificadas no Edital, a saber:

    1. Legislao aplicvel, que pode incluir o embasamento legal utilizado;

    2. Dados sobre o pregoeiro (ou comisso de licitao);

    3. Local, data e horrio da Licitao;

    4. Condies de participao na Licitao;

    5. Etapas para realizar o credenciamento;

    6. Critrios para envio da proposta comercial;

    7. Critrios para conduo da licitao (de acordo com a modalidade de licitao escolhida);

    8. Critrios de julgamento da proposta (Menor Preo, Maior Tcnica, Tcnica e Preo) e de elaborao das propostas (por item, lote, global, empreitada, maior desconto, menor tarifa, etc);

    9. Fases e prazos da licitao e dos recursos, de acordo com a modalidade escolhida;

    10. Documentos de habilitao que devem ser apresentados, podendo dividi-los nas seguintes caractersticas, com seus principais tipos listados (lista no exaustiva):

    Habilitao jurdica;

    Regularidade Fiscal/Trabalhista;

    Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas CNPJ;

    Qualificao Econmico Financeira;

  • 38

    Outras habilitaes para qualificao tcnica (quando necessria a atinente ao objeto da licitao);

    Na indicao das Etapas de Realizao de Credenciamento (item 5 anterior), deve-se observar:

    Para licitaes do Governo de Minas Gerais, caso a empresa ainda no seja inscrita no CAGEF, deve-se indicar o acesso ao sistema eletrnico no site www.compras.mg.gov.br, opo Cadastro de fornecedores.

    Inclui-se a indicao de prazo mnimo antes da data de sesso de licitao, conforme detalhado no Decreto estadual n 45.902/2012

    Ao se tratar dos critrios de Envio da Proposta Comercial (item 6 anterior), deve-se atentar para alguns detalhes, tais como:

    A Proposta Comercial deve conter prazo de validade no inferior a 60 dias. Lembrando que nas propostas comerciais devero especificar a marca do produto ofertado.

    Observao: no caso de licitaes via internet do Governo de Minas Gerais, procede-se o envio por meio do stio www.compras.mg.gov.br, opo Fornecedor, aps preenchimento do formulrio eletrnico.

    Em outros Estados ou no Governo Federal, deve-se observar os stios indicados por estes;

    4. Fases do Prego

    FASE PREPARATRIA:

    ELABORAO DO EDITAL13

    FASE EXTERNA:

    PUBLICAO DO EDITAL

    ENTREGA DOS ENVELOPES

    13 Atentar-se para o elementos de formalidades do Edital.

  • 39

    CREDENCIAMENTO

    PROPOSTAS COMERCIAIS

    SESSO DO PREGO

    HABILITAO

    RECURSOS

    ADJUDICAO E HOMOLOGAO

    CONTRATO

    A fase interna da licitao onde a Administrao Pblica atua de forma planejada.

    Ao realizar a publicao do Edital, o gestor pblico d incio fase Externa da licitao. Nessa fase, os licitantes tm a oportunidade de identificar as condies e especificaes do objeto a ser adquirido pela Administrao Pblica, bem como a participao efetiva na licitao. Destaca-se que realizar adequadamente a Gesto do Contrato muito importante para o sucesso da licitao.

    A Lei n 10.520/2002, tambm chamada de Lei do Prego, preconiza os elementos que devem constar em cada uma das fases dessa modalidade de licitao.

  • 41

    O combate a Corrupo sempre foi uma temtica importante, e a Lei Federal n 12.846/2013 trouxe excelentes novidades para os compradores pblicos e para as empresas que vendem seus produtos e servios para a Administrao Pblica. A Lei estabelece a responsabilizao objetiva, administrativa e cvel de pessoas jurdicas pela prtica de atos contra a Administrao Pblica, nacional ou estrangeira.

    Isso significa que no s as pessoas que cometerem atos ilcitos sero penalizadas. As empresas que no tiverem muito cuidado e ateno ao que seus funcionrios, representantes ou parceiros fazem em seu nome podero sofrer srias consequncias.

    A partir de agora podem ser punidos os seguintes atos, no tocante a licitao e contratos:

    a) realizao de ajuste, combinao ou qualquer outro meio para frustrar ou fraudar o carter competitivo de procedimento licitatrio pblico;

    b) impedimento, perturbao ou fraude de qualquer ato de procedimento licitatrio pblico;

    c) afastamento, ou tentativa de afastamento, de licitante, por meio de fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo;

    d) fraude a licitao pblica ou contrato dela decorrente;

    e) criao de pessoa jurdica para participar de licitao pblica ou celebrar contrato administrativo, de modo fraudulento ou irregular;

    Marco legal do Combate corrupo

  • 42

    f ) obteno de vantagem ou benefcio indevido, de modo fraudulento, de modificaes ou prorrogaes de contratos celebrados com a administrao pblica, sem autorizao em lei, no ato convocatrio da licitao pblica ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou

    g) manipulao ou fraude do equilbrio econmico-financeiro dos contratos celebrados com a administrao pblica.

    Outros atos que tambm podero levar a punio:

    promessa, oferta ou concesso de vantagem indevida a agente pblico (direta ou indireta) ou a terceira pessoa a ele relacionada;

    financiamento, custeio, patrocnio ou qualquer modo de subveno para a prtica dos atos ilcitos previstos na Lei, desde que comprovados;

    utilizao de intermedirio para ocultar ou dissimular reais interesses ou a identidade dos beneficirios dos atos praticados;

    criao de dificuldades a atividade de investigao ou fiscalizao de rgos, entidades ou agentes pblicos, ou interveno em sua atuao, inclusive no mbito das agncias reguladoras e dos rgos de fiscalizao do sistema financeiro nacional.

    O QUE FAZER?

    O Gestor Pblico: precisa regulamentar localmente a aplicao dessa legislao e cuidar para que a aplicao da Lei seja efetiva.

    Donos de Empresas: precisam primar pela tica na conduo do seu negcio. importante ser correto, ntegro e, principalmente, quem dono, scio das empresas, ou est no seu comando, deve estimular e praticar uma cultura de fazer sempre a coisa certa, da maneira certa, seguindo as normas, os procedimentos estabelecidos e adotando comportamentos que evidenciem isso de maneira clara para todos. preciso afirmar e demonstrar que a corrupo algo errado, que prejudica toda sociedade e a prpria empresa.

    Nota: Confira o Decreto n 55.107/2014, do Estado de So Paulo, que regulamenta a Lei Federal indicada.

  • 43

    As multas podem variar de 0,1% a 20% do faturamento bruto da empresa no ltimo exerccio anterior a abertura do processo administrativo. Se no for possvel apurar o faturamento bruto, a multa poder variar de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhes de reais), de acordo com a gravidade da infrao apurada, entre outros critrios, e nunca ser menor do que a vantagem obtida com a realizao do ato.

    A boa notcia que a existncia de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo a denncia de irregularidades e a aplicao efetiva de cdigos de tica e de conduta no mbito da empresa ter um efeito positivo na anlise de processos dessa natureza.

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