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CURSO ON-LINE – AFO P/ ANALISTA TRIBUTÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Aula 7 de AFO para ATRFB Olá Futuros (as) Analistas, Iniciamos nesta aula a nossa participação na preparação de vocês para a prova de Analista Tributário de Receita Federal do Brasil – ATRFB. Nosso objetivo neste curso está em trabalhar os pontos do conteúdo programático de Administração Financeira Orçamentária – AFO referentes à Lei de Responsabilidade Fiscal. Os itens cobrados no edital não são exaustivos da própria Lei, de tal modo que procuramos focar a abordagem naqueles pontos que são mais importantes e que é grande a possibilidade de cobrança nas provas, especialmente nas elaboradas pela ESAF. Gostaria apenas de destacar que optei em transferir o ponto relativo à Receita Corrente Líquida – RCL, inicialmente disposto nesta aula 7, para a aula 8, devido a associação deste conceito com todos os demais que serão narrados na nossa última aula. Então é isso. Bons estudos a vocês! Um abraço, Francisco

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Aula 7 de AFO para ATRFB

Olá Futuros (as) Analistas,

Iniciamos nesta aula a nossa participação na preparação de vocês para a

prova de Analista Tributário de Receita Federal do Brasil – ATRFB. Nosso objetivo

neste curso está em trabalhar os pontos do conteúdo programático de Administração

Financeira Orçamentária – AFO referentes à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Os itens cobrados no edital não são exaustivos da própria Lei, de tal modo

que procuramos focar a abordagem naqueles pontos que são mais importantes e

que é grande a possibilidade de cobrança nas provas, especialmente nas

elaboradas pela ESAF.

Gostaria apenas de destacar que optei em transferir o ponto relativo à Receita

Corrente Líquida – RCL, inicialmente disposto nesta aula 7, para a aula 8, devido a

associação deste conceito com todos os demais que serão narrados na nossa última

aula.

Então é isso. Bons estudos a vocês!

Um abraço,

Francisco

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Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF

Aos governos, divididos entre os três entes da Federação, União, Estados

(assim como o Distrito Federal) e Municípios, cabe zelar pela manutenção do

equilíbrio das suas contas. Esta preocupação, que se caracteriza na

responsabilidade do poder público pelo controle das contas públicas, já era exarada

a 2064 anos (55 a. c.), nas palavras do Imperador Marcus Tullius de Roma:

“O orçamento deve ser equilibrado. As Dívidas Públicas devem ser reduzidas,

a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a

governos devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência. As pessoas

devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública.”

Passados mais de 1944 anos, o ilustre Rui Barbosa, quando da Proclamação

da República no Brasil, disse:

“O lema do novo regime, deve ser, pois, fugir dos empréstimos e organizar a

amortização, não contrair novas dívidas e reservar, ainda que com sacrifício nos

seus orçamentos, quinhão sério ao resgate (...), o desequilíbrio entre a receita e a

despesa é a enfermidade crônica da nossa existência nacional".

Nos países e, em especial no Brasil, o controle da despesa pública tomou

grande dimensão na última década, capitaneada pela crescente pressão popular

diante do regime democrático de direito e pela preocupação dos novos agentes

políticos com o excesso de gastos públicos. Com o fim do processo inflacionário,

em que os próprios governos nacionais e subnacionais auferiam receitas

provenientes do chamado imposto inflacionário, cresceu a necessidade de controle

efetivo sobre os gastos públicos, uma vez que a própria geração de receita advinda

do poder de império do Estado, e que antes funcionava como principal tampão para

os consecutivos déficits das contas públicas, passou a ser alvo de críticas e

manifestações populares de uma sociedade livre e participativa.

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Em nosso país o controle dos gastos públicos tomou grande vulto com a

publicação da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, que estabeleceu

rígido regramento para a gestão e o controle das contas públicas de todos os entes

da Federação. O controle das contas passa pela adequada estimação das receitas e

da fixação dos gastos, especialmente os relacionados às despesas de caráter

continuado (despesas de pessoal) e as relacionadas com a dívida pública

Histórico, propósitos e pressupostos da LRF

A LRF foi estruturada tendo como base uma série de normas internacionais

vinculadas às melhoras práticas de gestão fiscal. A chamada Fiscal Transparency,

editada pelo Fundo Monetário Internacional – FMI, foi uma destas normas. No seu

corpo foram estabelecidas as seguintes orientações:

a) As funções de política e gestão devem ser bem definidas, informando ao

público as atividades ocorridas, em ocorrência e a ocorrer;

b) O orçamento deve especificar objetivos da política fiscal, estrutura

macroeconômica, políticas orçamentárias e o risco fiscal;

c) As informações orçamentárias devem ser de fácil análise, sendo

apresentadas regularmente ao legislativo e ao público em geral.

Nos itens “a”, “b” e “c” temos subjacente a própria noção do que definimos

como o planejamento da administração pública, a partir da elaboração, discussão,

votação e publicação dos instrumentos que norteiam as contas públicas, estes

capitaneados pelo Planu PluriAnual, que caracteriza-se como o Planejamento

Estratégico dos entes da Federação, a Lei de Diretrizes orçamentárias – LDO,

responsável por orientar e subsidiar a elaboração do instrumento de planejamento

operacional, qual seja a Lei Orçamentária Anual - LOA, que é o terceiro instrumento

de planejamento da Administração Pública.

Quando se fala em objetivos da política fiscal, deve ficar claro para a

sociedade que o governo deve buscar objetivos específicos com os gastos que este

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realiza, de forma a minimizar as distorções existentes no país (distribuição da renda,

pobreza, etc). Os riscos fiscais devem ser tratados de forma pormenorizada,

conforme preconiza a própria LDO, evitando “surpresas” na condução e

administração do orçamento.

Finalmente, se formos específicos em relação à letra “c” acima destacada,

que afirma que as informações orçamentárias devem ser de fácil análise, com

apresentação regular ao legislativo e ao público em geral, nos voltaremos à etapa

final do chamado ciclo orçamentário, referente ao controle e avaliação dos

resultados da execução orçamentária ano a ano. Aliás, ao se destacar a

apresentação do resultado da efetivação do orçamento, não poderemos deixar de

chamar atenção para a mais nova “possível” cobrança de questão de prova a

respeito da LRF. Trata-se da Lei Complementar 137, de 27 de maio de 2009. Esta

assim dispõe:

“Acrescenta dispositivos à Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000,

que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na

gestão fiscal e dá outras providências, a fim de determinar a disponibilização, em

tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e

financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” (negrito

nosso).

As alterações referem-se à inclusão dos artigos 48-A, 73-A, 73-B e 73-C.

Apenas para fins de elucidação, pois voltaremos a tratar deste assunto quando da

abordagem dos instrumentos de transparência na última aula, destacamos o

conteúdo do artigo 48-A:

“Art 48-A: Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os

entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a

informações referentes a:

I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer

da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização

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mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem

fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do

pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades

gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.”

Como se pode ver, tem se adotado, ao menos em tese, as orientações que

visam facilitar o controle por parte da sociedade dos atos praticados pelos

governantes, de forma a tornar efetiva a aplicação dos recursos escassos de nossa

sociedade.

Em complemento a esta abordagem inicial, destacamos algumas outras

normas e diretrizes de gestão fiscal que conduziram a elaboração da LRF, em

especial o chamado Tratado de Maastricht, no âmbito da antiga Comunidade

Econômica Européia, hoje União Européia, e a Fiscal Responsability Act, da Nova

Zelândia, que propugnaram em seu teor a redução da dívida fiscal em nível

sustentado pelo crescimento econômico dos respectivos países envolvidos.

Definições, princípios, objetivos e o planejamento a partir da LRF

A responsabilidade preconiza a adoção por parte dos governos e dos seus

executores, os governantes, o fiel cumprimento de suas funções administrativas. A

chamada Responsabilidade Fiscal associa-se a este contexto ao relacionar a função

do gestor público à efetiva administração recursos públicos arrecadados. A LRF

insere-se nesse contexto ao definir-se como um marco legal que define regras claras

e objetivas que devem ser seguidas por todos os gestores dos recursos públicos.

O planejamento é a base de toda a elaboração da LRF. Um planejamento

adequado da melhores condições de cumprir os demais dispositivos definidos na lei.

A LRF estabelece regras, limites e diversos mecanismos de correção de desvios,

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com trajetórias, prazos, formas de adequação e, por último, sanções institucionais,

em caso de descumprimento da lei.

A Lei Complementar 101/2000 estabeleceu limites máximos, por Poder, para

as despesas de pessoal, em percentual da Receita Corrente Líquida (RCL). No que

tange ao endividamento, determina a relação máxima que os estados e os

municípios podem apresentar da Dívida Consolidada Líquida (DCL) sobre a RCL.

Não menos importante, destaca-se que a LRF proibiu o financiamento dos

municípios e dos estados junto ao Banco Central, e os empréstimos da União e dos

estados aos municípios. Os governos também ficam impedidos de levantar recursos

por intermédio das entidades por eles controladas e de antecipar receitas em relação

a fato gerador não ocorrido.

A LRF ainda estabeleceu a necessidade de transparência na gestão fiscal,

devendo ser apresentada ao beneficiário final das ações públicas, a sociedade, os

resultados das políticas adotadas e executadas por meio dos orçamentos dos entes

da federação.

A elaboração da LRF foi baseada e fundamentada no art. 163 da CF, que

assim dispõe:

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e

demais entidades controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

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VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União,

resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao

desenvolvimento regional.

Não pretendemos adentrar as nuanças deste dispositivo constitucional, dando

apenas fundamentação para trabalharmos os princípios implícitos na LRF.

Transparência

Trata-se da principal novidade da LRF e que deveria sempre ter sido a

principal preocupação dos governantes. A Lei destaca no seu corpo uma série de

pontos que estão diretamente associados à transparência, dentre os quais

destacamos:

• A elaboração dos orçamentos de forma clara e condizente com os

instrumentos utilizados para tal (PPA, LDO e LOA);

• Relatórios de execução dos orçamentos aprovados ano a ano, com o objetivo

de verificação e efetividade do que foi planejado;

• Relatório de Gestão Fiscal, em que são categorizados as metas fiscais

(gastos e receitas) e os riscos provenientes dos orçamentos e da dívida

pública; e

• Prestação de Contas ao poder legislativo a e própria sociedade, conforme

destacamos no início da aula (Art. 48 da LRF).

Equilíbrio

A noção trazida pela LRF é aquela referente ao equilíbrio das contas públicas,

e não somente o relativo ao equilíbrio orçamentário. Trata-se do equilíbrio das

chamadas “contas primárias”, traduzida em um resultado primário positivo. Significa,

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em outras palavras, que o equilíbrio a ser buscado é o equilíbrio auto-sustentável, ou

seja, aquele que prescinde da constituição de dívidas por meio de operações de

crédito para fechamento das contas públicas.

Responsabilidade

A responsabilidade está diretamente associada à noção de obediência, uma

vez que a LRF determina o cumprimento de metas de resultado das contas públicas,

a obediência a uma série de limites, dentre os quais destacamos:

• Realização de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita

orçamentária – ARO;

• Limites de dívida consolidada, inclusive de dívida mobiliária;

• Limites de despesa de pessoal e cumprimento para geração de despesa de

pessoal, além das despesas de seguridade social;

• Cumprimento de condições para renúncia de receitas;

Em nossa última aula teceremos comentários específicos sobre cada um dos

pontos que compõem o princípio da responsabilidade na administração das contas

públicas.

Objetivos da LRF

São diversos os objetivos da LRF, conforme podemos depreender da

pequena análise feita até agora. De todo modo, se formos pontuar o seu principal objetivo, nos voltaremos ao caput do art. 1o da norma que assim consiste em:

“estabelecer normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na

gestão fiscal”.

Já o parágrafo 1 o estabelece a noção de responsabilidade na gestão fiscal:

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“ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e

transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o

equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados

entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a

renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e

outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por

antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.”

Conforme verificamos, a responsabilidade é a própria noção dos objetivos da

LRF. Assim, pode-se afirmar que diversos pontos da LRF enfatizam a ação

planejada e transparente na administração pública. A ação planejada nada é aquela

baseada em planos previamente traçados que, no serviço público, são

representados pelos instrumentos de planejamento (PPA, LDO e a LOA), estes

sujeitos à apreciação e aprovação legislativa, o que garante o controle efetivo e a

aprovação por parte da própria população, ao menos em tese, pela votação do

poder legislativo.

Vejamos uma questão de 2007 elaborada pela Esaf referente à interpretação

literal da LRF:

(Analista Contábil/Sefaz-CE – ESAF/2007) Segundo a Lei Complementar no

101/2000, a responsabilidade na gestão fiscal não pressupõe

a) ação planejada e transparente;

b) prevenção de riscos e correção de desvios;

c) cumprimento de metas de resultado entre despesas e receitas;

d) obediência ás condições para inscrição em restos a pagar;

e) observância aos limites para a despesa com serviços de terceiros.

Resposta: Conforme a análise da letra da Lei, no parágrafo primeiro do artigo

primeiro, a LRF pressupõe todos os pontos descritos nas assertivas acima, a

exceção da letra “e”, pois a observância dos limites refere-se obediência a limites e

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condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal,

da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de

crédito, inclusive por antecipação de receita.

Abrangência da LRF

A LRF tem abrangência sobre a União, Estados, Distrito Federal e

Municípios, conforme dispõe o parágrafo 2o do artigo 1o, uma vez que as suas

disposições são orientadas na melhoria e na eficiência da gestão fiscal de todos os

entes da federação.

“§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios.

§ 3o Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão

compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de

Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e

empresas estatais dependentes;

II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União,

Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios

e Tribunal de Contas do Município.”

Destacamos uma questão a respeito da cobrança deste ponto:

(Analista Contábil/Sefaz – CE – ESAF/2006) Os dispositivos da Lei de

Responsabilidade Fiscal não obrigam:

a) a administração direta municipal.

b) as autarquias e fundações estaduais.

c) os tribunais de contas municipais.

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d) as empresas controladas não dependentes estaduais.

e) as empresas estatais federais que recebem recursos para pagamento de

despesas com pessoal, custeio ou capital.

Resposta:

Pela leitura do parágrafo 2o do artigo 1o da LRF, verifica-se que a única

alternativa incorreta é a letra “d”, uma vez que as empresas controladas não

dependentes estaduais, ou mesmo federais ou municipais, não estão abrangidas

pelas regras da impostas pela LRF.

As empresas controladas são a sociedade cuja maioria do capital social

com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação. (Ex:

INFRAERO). Já uma empresa estatal dependente é aquela que, além de ser controlada, recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento de

despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último

caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. (Ex: EMBRAPA,

RADIOBRÁS).

Após a leitura da definição, surge a necessidade de atentar que este tipo de

questão tenta na verdade confundir o concursando, uma vez que mistura o conceito

de empresa controlada com estatal dependente. A PETROBRAS é uma empresa

controlada pela União, mas não dependente, uma vez o pagamento de suas

despesas com pessoal ou de custeio em geral não estão dispostas no orçamento

fiscal.

Efeitos no planejamento e (novo) processo orçamentário

A LRF teve importante papel modificativo no processo orçamentário dos entes

da federação. Os três Poderes, o Ministério Público e os Tribunais de Contas

passaram a publicar, com periodicidade quadrimestral e anual, demonstrativos

fiscais indicando o volume de gastos com pessoal (em cada Poder ou órgão), além

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das despesas inscritas em restos a pagar. Essas informações eram desconhecidas

das finanças públicas nacionais até então.

A Constituição Federal de 1988 promoveu o aumento da participação do

poder legislativo no processo orçamentário, através da inclusão do Plano PluriAnual

– PPA e da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO. A LRF veio melhorar a noção

trazida pela CF, uma vez que passou a conferir aos três instrumentos - PPA, LDO e

Orçamento - LOA – um caráter integrado nos três níveis de governo. Nesse sentido,

foi institucionalizado o regime de metas fiscais, fazendo com que o orçamento seja

elaborado para cumprir as metas físicas do PPA e as metas fiscais da LDO.

O PPA e a LRF

Relembrando alguns conceitos já estudados no curso, sabemos que o PPA é

o instrumento de ação pública que deve orientar a política orçamentária por um

período de quatro anos. O PPA estabelecerá, de forma regionalizada, diretrizes,

objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital e outras dela decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

Grande parte dos autores afirma que a LRF praticamente silenciou-se em

relação ao PPA, fazendo apenas a ressalva que o orçamento anual, a chamada

LOA, deve ser elaborada de forma compatível com o PPA, com a LDO e com a

própria LRF.

Não obstante, entendemos que a LRF de fato deu menor importância ao PPA

do que a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, conforme veremos adiante. De todo

modo, na subseção I, art 17, ao tratar da despesa obrigatória de caráter continuado,

a LRF criou a efetiva relação desta com o PPA. Diz o artigo que a despesa de

caráter continuado é aquela despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou

ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua

execução por um período superior a dois exercícios.

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Conforme se pode entender, uma despesa de caráter continuado encontra-se

dentro do período de vigência PPA, motivo pelo qual devem ser seguidas regras

rígidas impostas na LRF a respeito do tema. Na próxima aula detalharemos as

despesas de caráter continuado, de forma a entendermos quais são os requisitos

impostos na responsabilidade fiscal para geração de despesas que durem acima de

dois anos.

A LRF e a LDO

A Lei de Diretrizes Orçamentárias coube uma série de funções imputadas

pela Lei Responsabilidade Fiscal. O seu art. 4o estabelece que a lei de diretrizes

orçamentárias atenderá o disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas

hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do §

1o do art. 31;

c) (VETADO)

d) (VETADO)

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados

dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a

entidades públicas e privadas;

A noção de equilíbrio entre receitas e despesas presente na LDO segue a

mesma definição da debatida dentro da análise dos princípios da LRF, qual seja a

de que se trata do equilíbrio das chamadas “contas primárias”, traduzida em um

resultado primário positivo. Significa, em outras palavras, que o equilíbrio a ser

buscado é o equilíbrio auto-sustentável, ou seja, aquele que prescinde da

constituição de dívidas por meio de operações de crédito para fechamento das

contas públicas.

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Os critérios de limitação de empenho, sendo este último uma das fases da

despesa pública, decorre da necessidade em que a receita seja inferior ao esperado,

de modo a não comprometer as metas de resultado primário e nominal previstas

para o exercício. Segundo a art. 9o da LRF, o qual trata de execução do orçamento,

se verificado que, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não

comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas

no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato

próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de

empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de

diretrizes orçamentárias.

O controle de custos de administração pública está intimamente relacionado

ao equilíbrio das contas públicas, uma vez que os resultados primário e nominal são

diretamente dependentes da geração de despesas. Quanto às normas relativas à

avaliação dos programas financiados pelo orçamento, é importante destacar que se

tratam de normas que possibilitem à administração pública aferir os resultados tanto

dos programas que resultem em bens e serviços ofertados à sociedade diretamente

(Programa de Aceleração do Crescimento – PAC), que, a princípio, são de mais fácil

mensuração, já que possuem uma limitação no tempo, como também os programas

que resultem em serviços típicos de Estado, aí incluídos o planejamento, à

formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação ou ao controle dos

programas que gerem bens e serviços a mesma sociedade.

A possibilidade explícita de serem desvirtuados os fins da transferência de

recursos às entidades públicas e privadas, fez com que a LRF estabelecesse regras

rígidas a serem seguidas nestas situações, conforme previsto nos artigos 25 e 26 da

própria Lei de Responsabilidade Fiscal.

Vejamos assim mais uma questão cobrada em prova referente à LRF,

fazendo está menção direta ao que acabamos de debater e que procura

simplesmente fazer uma pegadinha com o candidato:

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(Analista Contábil/Sefaz-CE – ESAF/2006) Nos termos da Lei de Responsabilidade

Fiscal, a lei de diretrizes orçamentárias não disporá sobre o(a)

a) promoção do equilíbrio entre receitas e despesas;

b) estabelecimento de normas e critérios para a limitação de empenho pelos entes

constantes do orçamento;

c) definição das demais condições e exigências para transferência de recursos

constitucionais e legais de recursos;

d) definição de normas relativas ao controle de custos da administração pública;

e) fixação de normas para a avaliação de resultados dos programas previstos no

orçamento.

Resposta:

Numa análise rápida e objetivo das assertivas da questão, entendemos que todas

estão corretas, pois de fato estão representadas diretamente pelo disposto no art. 4o

da LRF. De todo modo, importa ressaltar que o termo “entes” previsto na assertiva

“b” da questão, extrapola a noção dos critérios de limitação de empenho narrados

no próprio artigo 9o da LRF. Diz o mesmo artigo:

“...se verificado que, ao final de um bimestre, que a realização da receita

poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal

estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público

promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias

subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os

critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”

Perceba que se trata da limitação de empenho por parte dos poderes e do

Ministério Público de um único ente, qual seja o da União, e não da limitação de

empenho pelos demais entes da federação (Estados, DF e Municípios).

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A LRF e o Anexo de Metas Fiscais da LDO

Conforme já destacado, a LRF promoveu o fortalecimento da LDO. Segundo

a Lei que trata da responsabilidade fiscal, em seu parágrafo 1o do artigo 4o, deve

integrar a própria LDO enviada ao Congresso Nacional, o chamado anexo de metas fiscais.

“§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias, Anexo de Metas

Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e

constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante

da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.”

Por meio de uma leitura rápida, verifica-se que no Anexo de Metas Fiscais -

AMF serão estabelecidas metas anuais em valores correntes (referentes ao mesmo

ano) e constantes (desconsiderando a variação do índice inflacionário) para um

período de três anos. Essas metas correspondem às previsões para receitas e

despesas, resultado nominal e resultado primário, além do montante da dívida

pública, também para os três anos subsequentes, isto é, o exercício a que se referir

a LDO e os dois seguintes. Verifica-se assim que a LDO tem um caráter muito maior

do que meramente ser norteadora da elaboração do orçamento anual para o ano

vindouro, uma vez que procura dimensionar o resultado das contas públicas para um

período superior ao exercício financeiro seguinte, de tal forma que o administrador

das contas públicas terá como responsabilidade o cumprimento das metas ali

estipuladas, utilizando-se para tal, inclusive, os atributos e recomendações exarados

no art. 9o da LRF, qual seja o relacionado à limitação de empenho das despesas.

O AMF conterá ainda, conforme dispõe o parágrafo 2o do artigo 4o, o

seguinte:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de

cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas

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nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as

premissas e os objetivos da política econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios,

destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores

públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da

margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

A avaliação do cumprimento das metas de exercícios anteriores, ou seja, que

se referem aos resultados pretéritos, deverão influenciar a elaboração das novas

metas a serem alcançadas, ainda segundo a Lei, “evidenciando a consistência delas

com as premissas e os objetivos da política econômica nacional”. Entenda-se neste

caso como objetivos atuais da política econômica nacional, o equilíbrio fiscal e o

controle do endividamento em todos os níveis de Governo, que pode, inclusive, ser

alterado, desde que cumpridos todos os requisitos impostos pela própria LRF.

O AMF deve apresentar a evolução do patrimônio líquido dos entes públicos,

com especial cuidado quanto à destinação dos recursos originários das privatizações

e alienações de ativos, uma vez que estes não devem integrar a chamada Receita

Corrente líquida, objeto de abordagem posterior, dado que estas receitas são

receitas de capital e como tal não integram também o resultado primário das contas

públicas.

O Anexo de Metas Fiscais incluirá, ainda, a avaliação da situação dos fundos

de caráter previdenciário, utilizados em geral na complementação de

aposentadorias, ou simplesmente no pagamento de pensões e serviços médicos

utilizados pelos servidores e seus dependentes. No passado, recursos desses

fundos eram utilizados com freqüência para finalidades diversas daquelas previstas

em seus estatutos. Busca a LRF, desta forma, proteger os regimes próprios de

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previdência, assegurando a utilização dos seus recursos na finalidade específica e

garantindo a sua viabilidade econômico-financeira.

Finalmente, mas não menos importante, destaca-se que o AMF deverá

apresentar as estimativas dos efeitos de incentivos fiscais ou qualquer tipo de

renúncia que importe na perda de receitas próprias da União, dos Estados ou dos

Municípios. A apresentação da margem de expansão das despesas de caráter

continuado, definidas nos artigos 16 e 17, torna transparente os objetivos de longo

prazo do administrador público, além da herança que uma administração poderá

deixar para a sucessora. Certamente que a renúncia fiscal e as despesas de caráter

continuado trarão impacto sobre a Receita Corrente Líquida e sobre o Resultado

Primário. Na próxima aula, ao abordarmos o artigo 14 da LRF, referente à Renúncia

de Receita, destacaremos os critérios que devem ser seguidos pelos

administradores públicos.

Vamos a análise de mais um exercício para fixarmos o conteúdo desenvolvido:

(APO/MPOG – ESAF/2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuiu novas e

importantes funções ao orçamento e à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Nos termos

da LRF, a Lei de Diretrizes Orçamentárias recebeu novas e importantes funções

entre as quais não se inclui:

a) mostrar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual e

respectivas receitas, sendo o financiamento da dívida demonstrado de forma

separada nas leis de créditos adicionais.

b) estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de

arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as metas de

resultado primário e nominal previstas para o exercício.

c) quantificar o resultado primário obtido com vistas à redução do montante da dívida

e despesas com juros.

d) dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas

financiados pelo orçamento.

e) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas.

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Resposta:

Conforme já comentado, a LRF atribui uma série de responsabilidades à LDO,

em que além do disposto no art. 165 da CF, esta deve dispor sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas

hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do §

1o do art. 31;

c) (VETADO)

d) (VETADO)

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados

dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências de recursos a

entidades públicas e privadas;

O parágrafo 1o do próprio artigo 4o estabelece que:

§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas

Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois

seguintes.

Perceba que o parágrafo não é explicito, no moldes das demais assertivas,

quanto à redução do montante da dívida e despesas com juros. Não obstante,

importa mencionar que este é a própria intenção do parágrafo, uma vez que a

ocorrência de conseqüentes resultados primários positivos (superávits), tende a

gerar caixa extra ao governo com fins de realizar o pagamento dos juros da dívida

pública além de, com sua sobra, caso exista, abater montante da dívida. Essa

política, sistematizada por meio da LRF surgiu do espectro de mudanças realizadas

pelo país no controle do déficit primário, seguindo recomendação do Fundo

Monetária Internacional quando da crise ocorrido no fim dos anos de 1990. Como se

sabe, um dos principais motivos causadores da crise ocorrida foi a desconfiança por

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parte dos investidores internacionais, credores da dívida brasileira, quanto à

capacidade de pagamento pelo país de sua dívida externa. Mudanças

institucionalizadas em lei, nos moldes da realizada pela LRF, tende a melhorar a

imagem do país no exterior, tornando a própria obtenção de recursos mais barata

em termos da taxa de juros pagas pelos empréstimos tomados, haja vista o próprio

risco associado ao não pagamento por conta da incapacidade do país de geração de

caixa.

Diante da leitura da letra fria da Lei bem como da análise referente à assertiva

“b”, fica clara que a opção incorreta é a letra “a”, uma vez que a LRF não atribui à

LDO a função de demonstrar a discriminação das despesas relativas à dívida

pública, mobiliária ou contratual, função esta atribuída pela LRF à LOA.

Como lembrança, vale lembrar que o Anexo de Metas Fiscais – AMF

estabelece metas fiscais.

A LRF e o Anexo de Riscos Fiscais da LDO

O anexo de riscos fiscais, presente no § 3º do art. 4º da LRF, estabelece o

dimensionamento dos riscos que venham a impactar as contas do governo, sejam as

referentes ao próprio orçamento, sejam aqueles relativos às dívidas.

“§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde

serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as

contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se

concretizem.”

Verifica-se que os riscos fiscais estão associados a todos os compromissos

assumidos pela administração pública que podem ter o seu valor alterado em função

durante o período de vigência do próprio orçamento.

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O Anexo de Riscos Fiscais, presente na LDO, apresenta uma subdivisão

entre o tipo de risco fiscal existente. Trata-se da subdivisão tratada pela Portaria

STN número 470, de 31 de agosto de 2004. Segundo a mesma Portaria, os Riscos

Fiscais são subdivididos em Riscos Orçamentários e Riscos da Dívida.

Os Riscos Orçamentários são derivados da possibilidade de frustração de

receita pública ou mesmo de geração de despesa se confirmar em montante

superior ao estimado. No parágrafo 4o do artigo 4o da LRF consta a necessidade da

União apresentar em anexo específico da LDO os objetivos das políticas monetária,

creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais

agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

“4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo

específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os

parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as

metas de inflação, para o exercício subseqüente.”

Verifica-se assim que em anexo específico da LDO é previsto, por exemplo, o

crescimento do PIB para o ano vindouro. Esse crescimento traz a si associado uma

previsão de arrecadação de receita tributária. Caso esse próprio crescimento não se

configure, é grande a possibilidade de frustração de receita. Entende-se então que

essa possibilidade de receita a menor deverá estar contida no Anexo de Riscos

Fiscais – ARF por representar um risco orçamentário.

Os Riscos da Dívida são os riscos derivados da Dívida Pública da União.

Praticamente toda a dívida pública é associada ao pagamento de juros sobre a

própria dívida constituída. Dessa maneira, em situações em que é grande a

probabilidade de no ano vindouro ocorrerem alterações positivas nas taxas de juros,

conforme previsão do próprio parágrafo 4o do artigo 4o da LRF destacado acima,

este aumento de despesa deverá estar previsto no Anexo de Riscos Fiscais – ARF.

Apenas para fins de complementação relativa aos Riscos Fiscais, destaca-se

que nestes também devem estar incluídos os riscos relativos à concretização de

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nova dívida derivada do julgamento de processos judiciais em curso, nos moldes dos

planos econômicos ocorridos no Brasil ao longo dos anos de 1980. De todo modo,

as ações transitadas em julgado não devem estar representadas no ARF, uma vez

que já se tratam de despesas a serem previstas na LOA para o ano seguinte na qual

a LDO orienta.

A Lei Orçamentária Anual - LOA e a LRF

A LOA é o chamado instrumento de planejamento operacional da

administração pública. Esta recebeu importantes alteraçoes promovidas pela Lei de

Responsabilidade Fiscal. Esta deverá ser elaborada em compatibilidade com o PPA,

com a LDO e com a própria LRF, contendo ainda o seguinte:

a) anexo com o demonstrativo da compatibilidade da programação do

orçamento com as metas da LDO previstas no respectivo Anexo de Metas

Fiscais;

Pegadinha!

Muito importante destacar que a LOA conterá anexo com demonstrativo da compatibilidade do orçamento com as metas da LDO previstas no AMF. Não se

trata assim do mesmo Anexo de Metas Fiscais que deverá compor a própria LDO.

Esse ponto pode ser sujeito à cobrança em prova, com o objetivo principal de

confundir o concursando!

b) demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,

decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de

natureza financeira, tributária e creditícia;

Verifica-se assim que a LOA deverá conter demonstrativo de renúncia de

receita e as medidas de compensação destas. Ao abordarmos ponto específico da

LRF sobre este tema, tecermos maiores comentários a respeito.

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c) previsão da reserva de contingência, em percentual da Receita Corrente

Líquida, destinada ao pagamento de restos a pagar e passivos contingentes,

além de outros imprevistos fiscais;

Os passivos contingentes constituem, entre outros pontos, ao pagamento de

despesas relativas às sentenças judiciais transitadas em julgado. Refere-se pois aos

passivos não destacados no anexo de riscos fiscais da LDO, em que neste são

previstos os resultados derivados de ações em trânsito de julgamento.

d) A LOA deverá apresentar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou

contratual e respectivas receitas, sendo o refinanciamento da dívida (e suas

receitas) demonstrado de forma separada, tanto na LOA como nas leis de

créditos adicionais;

Para que não haja dúvidas, este ponto já foi abordado em questão anterior, a

qual dispunha sobre as atribuições e os componentes da LDO. Para fins de

consolidação de entendimento, reapresentamos a mesma questão, cobrada no

concurso de APO do MPOG de 2008:

(APO/MPOG – ESAF/2008) A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuiu novas e

importantes funções ao orçamento e à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Nos termos

da LRF, a Lei de Diretrizes Orçamentárias recebeu novas e importantes funções

entre as quais não se inclui:

a) mostrar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual e

respectivas receitas, sendo o financiamento da dívida demonstrado de forma

separada nas leis de créditos adicionais.

b) estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de

arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as metas de

resultado primário e nominal previstas para o exercício.

c) quantificar o resultado primário obtido com vistas à redução do montante da dívida

e despesas com juros.

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d) dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas

financiados pelo orçamento.

e) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas.

Resposta:

Conforme disposto, a assertiva “a” está relacionada à LOA.

e) É vedada a consignação na LOA de crédito com finalidade imprecisa ou

mesmo com dotação ilimitada. Essa exigência reforça o previsto na própria

Constituição Federal de 1988.

Esse regramento visa coibir a manipulação orçamentária, desvirtuando a

própria noção de elaboração do orçamento baseado em programas, definido e

estruturado segundo orientação estratégica do PPA e parametrizado pela LDO.

f) Ainda segundo a LRF, em referência à LOA, não poderá existir nesta, dotação

de investimento com duração superior a um exercício financeiro que não

esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão,

conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição.

O PPA é um instrumento de planejamento estratégico e como tal deve

orientar a alocação das despesas que visam ampliar a capacidade de oferecimento

de bens e serviços pelo governo. A restrição imposta pela LRF à LOA é relativa, e

devido ao seguinte: O próprio PPA não é uma peça rígida, sendo sujeito a revisões

anuais, nos moldes do que é definido pela literatura de PPA rolante ou flexível.

Sendo assim, ao longo de sua vigência, podem ser consignados a este novos

investimentos, com prazo superior a um exercício financeiro, sendo assim

necessário a sua operacionalização por meio da sua inclusão na LOA do ano

vindouro. Um outro ponto é que estando em vigência a LOA, poderá ser incluído

nesta dotação específica, por meio de lei de crédito adicional, crédito especial, uma

vez se tratam de recursos sem rubrica específica já criada no orçamento.

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Diante desta explanação, nota-se que objetivo da LRF com o parágrafo 5o foi

o de evitar a desestruturação e possível desvinculação dos instrumentos de

planejamento da administração pública, amarrando a geração de despesas que

possam se estender por um período superior a um exercício financeiro.

Finalmente, mas não menos importante, destacamos que a LRF atribui à LOA

importante papel de monitoramento das atividades financeiras do Banco Central.

Dispõe a LRF a respeito:

“§ 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária,

as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio

administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos servidores, e a

investimentos.”

Após à edição da Lei 9.650 de 1998, os servidores do BACEN tornaram-se

estatutários, de tal forma que as despesas com pessoal, encargos sociais e os

investimentos no âmbito da Autarquia de caráter especial, passaram a ser custeadas

pela União e previstas no orçamento anual.

Em adição à regulação efetiva das atividades financeiras realizadas pelo

Bacen, o artigo 7o da LRF dispôs sobre parte da sua relação com o Tesouro

Nacional:

“Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a constituição

ou reversão de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até

o décimo dia útil subseqüente à aprovação dos balanços semestrais.

§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o

Banco Central do Brasil e será consignado em dotação específica no orçamento.

§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central

do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de

diretrizes orçamentárias da União.

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§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil conterão notas

explicativas sobre os custos da remuneração das disponibilidades do Tesouro

Nacional e da manutenção das reservas cambiais e a rentabilidade de sua carteira

de títulos, destacando os de emissão da União.”

O Banco Central faz parte da estrutura administrativa da União, tendo a

responsabilidade de zelar pelo poder de compra da moeda e a supervisão do

sistema financeiro. Devido a estas atribuições, no âmbito de suas atividades, o

BACEN necessita captar fundos junto ao Tesouro Nacional no sentido de dar curso

as suas operações de política monetária. O resultado das negociações feitas entre a

autoridade monetária e o mercado financeiro pode ser deficitária ou superavitária,

tendo o Tesouro (a União) o dever de cobrir os déficits porventura existentes nas

operações do próprio Bacen, e o direito de receber o resultado positivo decorrente

destas mesmas atividades.

Importa mencionar que conforme dispõe o artigo 34 da LRF o BACEN não

pode desde 2002 realizar a emissão de títulos públicos, cabendo a este somente o

direito de utilizar os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. Adiciona-se que,

conforme dispõe exaustivamente o artigo 39 da mesma norma, o BACEN não pode

refinanciar o Tesouro, a exceção da dívida mobiliária federal vincenda em sua

carteira.

Em conclusão à análise, destaca-se que o custo fiscal das operações do

Bacen devem ser demonstradas trimestralmente, em acordo com o que dispor a

LDO. Estes balanços conterão notas explicativas sobre os custos da remuneração

das disponibilidades do Tesouro, uma vez que a conta única deste está no Bacen, e

da manutenção das reservas internacionais e da rentabilidade da carteira de títulos

que este possui, destacando de forma especial os referentes ao que a União faz

contrapartida passiva.

(Analista Contábil/SEFAZ -CE – ESAF/2006) Haja vista a Lei de Responsabilidade

Fiscal, o projeto de lei orçamentária, além da compatibilidade com o plano plurianual

e a lei de diretrizes orçamentárias, deverá obedecer a diversas diretrizes, entre as

quais não se inclui

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a) demonstração da compatibilidade da programação orçamentária com o anexo das

metas fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.

b) vedação à inclusão de dotações para investimento com duração superior a um

exercício financeiro previsto no plano plurianual.

c) inclusão de reserva destinada ao atendimento de passivos contingentes.

d) apresentação de medidas de compensação às renúncias de receita previstas no

demonstrativo de benefícios tributários, financeiros e creditícios.

e) inclusão das despesas com a manutenção do Banco Central.

Resposta: Conforme verificamos, a inclusão de dotações para investimento com

duração superior a um exercício financeiro na LOA podem ser realizadas desde que

haja previsão no PPA ou em lei que autorize a sua inclusão.

Gabarito: letra “b”.

Regra de Ouro

O artigo 12 da LRF está disposto do capítulo III, referente à receita pública, o

qual trata da previsão e da arrecadação da receita. Neste mesmo artigo, no seu

parágrafo 2o consta o seguinte destaque:

“§ 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não

poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei

orçamentária.”

Este parágrafo trata do que denominamos de Regra de Ouro das Finanças Públicas, a qual afirma nas suas entrelinhas que o governo não deve utilizar

recursos captados na forma de constituição de dívida para pagamento de despesas

correntes, ou seja, despesas que não gerem contrapartida positiva no ativo do ente

público.

A Regra de Ouro ratifica em parte justamente o entendimento do Equilíbrio Auto-Sustentável debatido no início desta aula, no qual as receitas primárias (ou

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não financeiras) devem ser suficientes para fazer frente inicialmente às despesas

primárias e, no melhor dos mundos, ao total de despesas previstas na LOA.

Não obstante, destaca-se que a Constituição Federal já abordava tal tema,

destacado no seu artigo 167, inciso III:

“É vedada a realização de operações de crédito que excedam as despesas de

capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou

especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta." (negrito nosso)

Destaca-se que o cumprimento do limite a que se refere o inciso III, do artigo

167 da Constituição, deve ser feito por meio da apuração das operações de crédito e

das despesas de capital, conforme definição dada pelo artigo 32, parágrafo 3º, da

própria LRF:

“§ 3º Para fins do disposto no inciso V do § 1º, considerar-se-á, em cada

exercício financeiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingressados e

o das despesas de capital executadas, observado o seguinte:

I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma

de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo

fiscal, tendo por base tributo de competência do ente da Federação, se resultar a

diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;

II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido

por instituição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação

será deduzido das despesas de capital”;

Com fins de verificação do cumprimento para o que determina o artigo 167,

inciso III da CF, e mediante determinação da LRF, artigo 32, inciso III, a Resolução

43 de 2001 do Senado Federal, republicada nos termos da Resolução no 3 de 2002,

dispõe que as receitas de operações de crédito e as despesas de capital serão

computadas:

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I - no exercício anterior, as receitas de operações de crédito nele realizadas e

as despesas de capital nele executadas; e

II - no exercício corrente, as receitas de operações de crédito e as despesas

de capital constantes da lei orçamentária.

Não serão computadas como despesas de capital para esta finalidade:

I - o montante referente às despesas realizadas, ou constantes da lei

orçamentária, conforme o caso, em cumprimento da devolução a que se refere o

artigo 33 da Lei Complementar n° 101, de 2000, transcrito a seguir:

“Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente

da Federação, exceto quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir

comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos.

§ 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar

será considerada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução

do principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros.

§ 2º Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos,

será consignada reserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

§ 3º Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a

reserva, aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3º do art. 23.

§ 4º Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso, se

não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as

disposições do § 3º do art. 32”.

II - as despesas realizadas e as previstas que representem empréstimo ou

financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por

base tributo de competência do ente da Federação, se resultar na diminuição, direta

ou indireta, do ônus deste; e

III - as despesas realizadas e as previstas que representem inversões

financeiras na forma de participação acionária em empresas que não sejam

controladas, direta ou indiretamente pela União ou pelos demais entes da

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Federação, excetuando-se aquelas decorrentes da participação em organismos

financeiros internacionais.

Importante destacar, com fins de esclarecimento, que as receitas das

operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da dívida pública mobiliária

federal somente serão consideradas no exercício financeiro em que for realizada a

respectiva despesa. As operações de antecipação de receitas orçamentárias não

serão computadas para os fins de cumprimento da regra de ouro, desde que

liquidadas no mesmo exercício em que forem contratadas.

A Regra de Ouro - Constituição Federal X Lei de Responsabilidade Fiscal

Em medida acauteladora o STF suspendeu a eficácia do § 2º do art. 12 da

LRF. Isto se deveu a falta de ressalva prevista em norma de maior hierarquia, a qual

diz que as operações de crédito poderão exceder os montantes de despesas de

capital, desde que autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais, com finalidade específica, e autorizadas por maioria absoluta, o que por si só já

é uma restrição, dado o tratamento de maioria relativa para as leis de créditos

adicionais “normais”.

De todo modo, e com fins de consolidação de entendimento para as questões

de concurso, ainda persiste a necessidade de atendimento da Regra de Ouro,

conforme disposto no mesmo artigo 167, inciso III da Constituição Federal.

Adicionando comentário final, destacamos que as empresas estatais não

dependentes, ou seja, aquelas empresas controladas que não receba do ente

controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de

custeio em geral ou de capital, não estão sujeitas às regras impostas pela

Constituição Federal.

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E com estes comentários, damos por encerrada a primeira aula pertinente aos

pontos referentes a LRF destacados no conteúdo programático de AFO para o

concurso de Analista.

Passemos agora à realização de alguns exercícios.

Um abraço,

Francisco

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Exercícios

1 - (Analista Contábil/SEFAZ -CE – ESAF/2006) Considerando os dispositivos da Lei

Complementar n. 101/2000, o anexo de metas fiscais conterá a (o)

a) demonstrativo da margem de expansão das despesas discricionárias de caráter

continuado.

b) demonstração das metas anuais fixadas para os três exercícios seguintes.

c) evolução do patrimônio líquido do ente nos três últimos exercícios destacando a

aplicação dos recursos oriundos das operações de crédito.

d) avaliação financeira e atuarial dos fundos de previdência das empresas estatais.

e) avaliação do cumprimento pelo ente das metas fiscais do ano corrente e dos dois

últimos anteriores.

2 - (AFC/STN – ESAF/2000) A Lei Complementar de 04/05/2000 estabeleceu

normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.

Identifique a opção que aponta a abrangência do Setor Público definida nessa Lei.

a) As Administrações Diretas da União, dos Estados e Distrito Federal e dos

Municípios.

b) Os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Tribunais de Contas da União e

dos Municípios; e as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias e

empresas.

c) A Administração Indireta da União.

d) A Administração Direta da União e seus fundos, fundações, autarquias e

empresas estatais dependentes.

e) Os poderes Executivo, Legislativo (inclusive os Tribunais de Contas), Judiciário,

Ministério Público, as respectivas Administrações Diretas, fundos, autarquias,

fundações e empresas estatais dependentes, da União, Estados e Distrito Federal, e

Municípios.

3 - (Procurador Ministério Público Especial – TCE/SC – 2005) A publicação da Lei

Complementar nº 101/00, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),

contribuiu para maior controle, organização e transparência do orçamento. Com a

LRF, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tornou-se o instrumento mais

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importante para a obtenção do equilíbrio permanente nas contas públicas.

Identifique a opção incorreta no tocante às exigências que a LRF trouxe em relação

à LDO.

a) Estabelecer limitações à redução de despesas obrigatórias de caráter continuado.

b) Dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas

financiados pelo orçamento.

c) Disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas.

d) Estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de

arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a não comprometer as metas

de resultado primário e nominal, previstas para o exercício.

e) Quantificar o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do montante da

dívida e das despesas com juros.

4 - (AFC/STN – ESAF/2005) Assinale, a seguir, a opção correta em relação aos

Riscos Fiscais, segundo disposição do Manual de Elaboração do Anexo de Riscos

Fiscais e do Relatório de Gestão Fiscal de que trata a Portaria STN nº 470, de

31.08.04.

a) Os Riscos Fiscais são todas as ocorrências que impactam as contas públicas.

b) Os precatórios são um tipo de Riscos Fiscais.

c) A reserva de contingência é a única forma de cobertura dos Riscos Fiscais.

d) Os Riscos Fiscais são classificados em Riscos Orçamentários e Riscos da Dívida.

e) A restituição de receitas tributárias em valores superiores aos previstos no

orçamento não constitui Riscos Fiscais por se tratar de recursos dos contribuintes.

5 - (APO/MPOG- ESAF/2002) No tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal,

identifique a chamada “Regra de Ouro”.

a) A transparência na gestão fiscal é o principal instrumento para o controle social.

b) As penalidades alcançam todos os responsáveis dos Três Poderes da União,

Estados, Distrito Federal e Municípios, e todo cidadão será parte legítima para

denunciar.

c) A Lei de Responsabilidade Fiscal é importante para o país, porque representa um

enorme avanço na forma de administrar os recursos públicos.

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d) A contratação de operações de crédito em cada exercício fica limitada ao

montante da despesa de capital.

e) Nenhum ato que provoque aumento da despesa de pessoal, nos Poderes

Legislativo e Executivo, poderá ser editado nos 180 dias anteriores ao final da

legislatura ou mandato dos chefes do Poder Executivo.

6 - (AFC/CGU – ESAF/2008) Com a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal, a

Lei de Diretrizes Orçamentárias assumiu novas prerrogativas, entre as quais a de

apresentar o Anexo de Metas Fiscais (AMF) e o Anexo de Riscos Fiscais (ARF). Em

relação ao AMF e ao ARF não se pode afirmar:

a) no ARF, serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de

afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se

concretizem;

b) considerando os riscos de déficits atuariais dos sistemas de previdência, a LRF

determina que integre o ARF a avaliação da situação financeira e atuarial do regime

próprio dos servidores públicos;

c) De acordo com as últimas Leis de Diretrizes Orçamentárias da União, os riscos

fiscais podem ser classificados em duas grandes categorias: Riscos orçamentários e

Riscos de dívida;

d) O AMF estabelece as metas de Receita, Despesa, Resultado Primário e Nominal

e o montante da dívida pública a serem observadas no exercício financeiro a que se

refere além de indicar as metas fiscais para os dois exercícios seguintes;

e) faz parte do AMF o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de

receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

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Gabarito Comentado:

1 – (Analista Contábil/Sefaz-CE – ESAF/2006) Considerando os dispositivos da Lei

Complementar n. 101/2000, o anexo de metas fiscais conterá a (o)

Letra: letra “a”

O AMF deve conter, conforme dispõe o parágrafo 2o do artigo 4o, o seguinte:

(... V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e

da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.).

Verifica-se que o AMF dispõe sobre as despesas obrigatórias de caráter

continuado, uma vez que estas não podem ser cessadas, gerando por conseqüência

maior peso sobre as contas públicas.

2 - A Lei Complementar de 04/05/2000 estabeleceu normas de finanças públicas

voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Identifique a opção que aponta a

abrangência do Setor Público definida nessa Lei.

Letra “e”

Segundo parágrafo 2o do artigo 1o da LRF, as disposições da Lei

Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nas

seguintes referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão

compreendidos: a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de

Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e

empresas estatais dependentes; II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

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III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União,

Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios

e Tribunal de Contas do Município.

3 – (Procurador Ministério Público Especial – TCE/SC – 2005) A publicação da Lei

Complementar nº 101/00, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),

contribuiu para maior controle, organização e transparência do orçamento. Com a

LRF, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) tornou-se o instrumento mais

importante para a obtenção do equilíbrio permanente nas contas públicas.

Identifique a opção incorreta no tocante às exigências que a LRF trouxe em relação

à LDO.

Letra “a”

A LRF não estabeleceu que a LDO deve limitar a redução de despesas obrigatórias

de caráter continuado. Existiu previsão no projeto de lei da LRF de que a LDO

deveria estabelecer limitações à expansão de despesas obrigatórias de caráter

continuado, sendo no entanto vetado pelo presidente da república, dado a própria

função exercida pela despesa de caráter continuado, muitas vezes relacionada ao

oferecimento de bens e serviços à sociedade.

4 - (AFC/STN – ESAF/2005) Assinale, a seguir, a opção correta em relação aos

Riscos Fiscais, segundo disposição do Manual de Elaboração do Anexo de Riscos

Fiscais e do Relatório de Gestão Fiscal de que trata a Portaria STN nº 470, de

31.08.04.

Letra “d”

Segundo a Portaria STN nº 470, os riscos fiscais se subdividem em riscos

orçamentários e riscos da dívida.

Os Riscos Orçamentários são derivados da possibilidade de frustração de receita

pública ou mesmo de geração de despesa se confirmar em montante superior ao

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estimado. No parágrafo 4o do artigo 4o da LRF consta a necessidade da União

apresentar em anexo específico da LDO os objetivos das políticas monetária,

creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais

agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente.

Os Riscos da Dívida são os riscos derivados da Dívida Pública da União.

Praticamente toda a dívida pública é associada ao pagamento de juros sobre a

própria dívida constituída. Dessa maneira, em situações em que é grande a

probabilidade de no ano vindouro ocorrerem alterações positivas nas taxas de juros,

conforme previsão do próprio parágrafo 4o do artigo 4o da LRF destacado acima,

este aumento de despesa deverá estar previsto no Anexo de Riscos Fiscais – ARF.

5 - (APO/MPOG- ESAF/2002) No tocante à Lei de Responsabilidade Fiscal,

identifique a chamada “Regra de Ouro”.

Letra “d”

Debatemos bastante este ponto. De todo modo, para que fique fixado os

conceitos referentes à Regra de Ouro, entende-se por esta que as receitas de

operações de crédito não podem ser superiores as despesas de capital. Não

obstante, existe possibilidade de isto ocorrer, desde que sejam autorizadas mediante

créditos suplementares ou especiais com finalidade específica, aprovados por

maioria absoluta do legislativo.

6 - (AFC/CGU – ESAF/2008) Com a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal, a

Lei de Diretrizes Orçamentárias assumiu novas prerrogativas, entre as quais a de

apresentar o Anexo de Metas Fiscais (AMF) e o Anexo de Riscos Fiscais (ARF). Em

relação ao AMF e ao ARF não se pode afirmar:

Letra “b” Considerando o risco de déficits atuariais dos sistemas de previdência deve integrar

o AMF a avaliação da situação financeira e atuarial do regime próprio dos servidores

públicos.