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CURSO ONLINE – AFO PARA CONSULTOR DE ORÇAMENTOS PROF. GRACIANO ROCHA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 121 AULA 04 Saudações, caro aluno! Hoje trataremos de um dos principais conteúdos relativos a orçamento público, a despesa. Nesse tema, trataremos das classificações a ela aplicáveis , entre as quais se destaca a classificação pela natureza da despesa, e da execução orçamentária. Ao final, estudaremos tópicos complementares ao assunto “despesa pública”, e que são presença marcante em provas de concursos: restos a pagar, despesas de exercícios anteriores e suprimento de fundos. Porém, inicialmente, veremos alguns conceitos preliminares, que servirão de subsídio para questionamentos mais básicos e para o próprio entendimento progressivo do conteúdo. Então, vamos em frente. Boa aula! GRACIANO ROCHA

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AULA 04

Saudações, caro aluno!

Hoje trataremos de um dos principais conteúdos relativos a orçamento público, a despesa.

Nesse tema, trataremos das classificações a ela aplicáveis , entre as quais se destaca a classificação pela natureza da despesa, e da execução orçamentária.

Ao final, estudaremos tópicos complementares ao assunto “despesa pública”, e que são presença marcante em provas de concursos: restos a pagar, despesas de exercícios anteriores e suprimento de fundos.

Porém, inicialmente, veremos alguns conceitos preliminares, que servirão de subsídio para questionamentos mais básicos e para o próprio entendimento progressivo do conteúdo.

Então, vamos em frente. Boa aula!

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DESPESA PÚBLICA

Despesa orçamentária e extraorçamentária

Como princípio, a despesa pública deve ser aplicada numa finalidade pública. Isso pode envolver tanto atendimento direto a necessidades de segmentos da população quanto a necessidades de estruturas do próprio governo.

Também é necessário que a execução da despesa se dê por ordem de pessoal responsável, com legitimidade estabelecida por atos normativos para manejo dos recursos públicos.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) traz dois conceitos complementares a respeito da despesa, com os quais iniciaremos nosso estudo:

“[despesas orçamentárias] dependem de autorização legislativa para sua efetivação. As despesas de caráter orçamentário necessitam de recurso público para sua realização e constituem instrumento para alcançar os fins dos programas governamentais”.

“despesa orçamentária é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial”.

Esses conceitos nos permitem separar, inicialmente, as despesas orçamentárias das despesas extraorçamentárias.

Como os trechos do MCASP acima permitem antever, a despesa orçamentária depende de autorização legislativa para sua execução. Essa autorização ocorre ora por meio dos créditos iniciais, veiculados na LOA, ora por meio dos créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários).

As despesas autorizadas na LOA ou nos créditos adicionais refletem a aplicação de recursos pretendida pelo governo, nos programas escolhidos no âmbito de seu planejamento e de suas prioridades.

Como resta evidente, para a execução da despesa orçamentária, é necessária a existência de recursos públicos para suportá-la. Portanto, para realizar a despesa, é preciso que haja tanto o crédito orçamentário (que representa a permissão para o gasto) quanto o respaldo financeiro correspondente.

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Crédito X recurso

Vale a pena deixar bem diferenciadas essas palavras, que têm uma

relação muito próxima.

A palavra “crédito”, na contabilidade pública, tem a ver com a

autorização orçamentária para o gasto, e a palavra “recurso”

corresponde ao aspecto financeiro do orçamento, ou seja, ao dinheiro

cuja utilização foi autorizada mediante o crédito.

Assim, no estudo da matéria orçamentária, verificamos fatos ligados ao

orçamento que envolvem reflexos financeiros e outros que implicam

apenas lançamentos contábeis (fatos estritamente orçamentários).

No caso da execução da despesa, inicialmente ocorrem fatos

orçamentários, no nascimento e na confirmação da obrigação a pagar, e

o impacto financeiro é registrado ao final, com a quitação junto ao

credor.

Por outro lado, tal qual ocorre com a receita, também existem as despesas extraorçamentárias. Essas despesas representam a devolução de recursos que estavam em poder do ente público, mas que não pertenciam realmente ao erário, e que, portanto, não podem ser executados em favor de ações governamentais.

Para essa devolução de recursos que caracteriza as despesas extraorçamentárias, não é necessária qualquer autorização legislativa. Basta a liberação financeira ao favorecido.

As despesas extraorçamentárias, segundo o MCASP, decorrem de saídas compensatórias no ativo e no passivo financeiro, tais como:

• devolução dos valores de terceiros, anteriormente depositados;

• recolhimento de consignações/retenções;

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• pagamento das operações de crédito por antecipação de receita (ARO).

Desse modo, as despesas extraorçamentárias serão, muitas vezes, a contrapartida de receitas extraorçamentárias, cuja devolução é exigida.

Por sua própria natureza, o foco de nosso estudo repousará sobre as

despesas orçamentárias, que caracterizam a aplicação de recursos nos

programas instituídos pelo governo.

Como isso cai na prova?

1. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Em sua acepção financeira, despesa pública é a aplicação de recursos pecuniários em forma de gastos ou em forma de mutação patrimonial, com o fim de realizar as finalidades do Estado.

2. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Uma despesa extraorçamentária caracteriza-se por

(A) provocar uma redução efetiva na situação líquida patrimonial.

(B) modificar, simultaneamente, contas do ativo financeiro e do passivo permanente.

(C) modificar, simultaneamente, contas do ativo financeiro e do ativo permanente.

(D) provocar uma redução do superávit financeiro.

(E) não precisar de autorização legislativa para a sua ocorrência.

3. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) É uma despesa extraorçamentária o pagamento de

(A) juros da dívida.

(B) pessoal.

(C) contribuição patronal ao RPPS.

(D) devolução de caução.

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(E) serviços de terceiros.

4. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Enquanto a execução orçamentária se refere à utilização dos recursos consignados no orçamento ou na LOA, a execução financeira representa a utilização de créditos financeiros. Na técnica orçamentária, reserva-se o termo recurso para designar o lado orçamentário e crédito para o lado financeiro.

A questão 1 está CERTA. Sendo efetiva ou não, a despesa pública necessariamente está ligada à concretização dos objetivos programados pelo governo.

Na questão 2, devemos observar que despesa extraorçamentárias, por serem operações compensatórias (devoluções de recursos de terceiros), não implicam redução patrimonial, já que o Estado não chega a se apoderar desses recursos, e representam fatos apenas financeiros. Das alternativas, a afirmação correta é a de que não é necessária autorização legislativa para a realização da despesa extraorçamentária. Gabarito: E.

Das opções da questão 3, a que representa recursos de terceiros e, portanto, exemplo de despesa extraorçamentária, é a devolução de caução. Gabarito: D.

No caso da questão 4, inverteram-se os conceitos: “crédito” é orçamentário e “recurso” é financeiro. Questão ERRADA.

CLASSIFICAÇÃO PELA NATUREZA DA DESPESA

A classificação por natureza da despesa, ou classificação econômica da despesa, é correspondente à classificação por natureza da receita, que já estudamos.

Também agora, todos os entes federados são obrigados a adotar os padrões indicados pela Lei 4.320/64. E isso permite que se conheça a dimensão e o perfil do gasto público, agregado nacionalmente.

A receita, quanto a essa classificação econômica, era desmembrada em categoria econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e subalínea, confere?

No âmbito da despesa, originalmente, a Lei 4.320/64 trouxe a classificação por natureza em categorias econômicas, subcategorias econômicas e elementos de despesa.

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Detalhe: esse último nível, o elemento de despesa, devia constar obrigatoriamente da LOA, tornando a despesa muito “amarrada” (tratamos disso ao falar do princípio da discriminação). Conforme a Lei, elemento de despesa é o

“desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins”.

Entretanto, por meio de uma portaria (Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001), foi alterada a classificação da despesa da Lei 4.320/64. Nessa Portaria 163/2001, o elemento de despesa deixou de ser obrigatório na LOA, podendo ser discriminado apenas no momento da execução orçamentária, e acrescentou-se mais um “nível” de classificação (a Portaria chamou esse nível apenas de “informação gerencial”): a modalidade de aplicação.

Portanto, atualmente, a classificação pela natureza da despesa é composta por:

• categoria econômica;

• grupo de natureza da despesa;

• modalidade de aplicação (indicada como “informação gerencial”);

• elemento de despesa;

• desdobramento do elemento (facultativo).

Na codificação dessa classificação para fins de execução orçamentária, tais níveis são caracterizados pela sequência C.G.MM.EE.DD, com as letras sendo substituídas pelos algarismos aplicáveis.

Em seguida, vamos conversar mais detalhadamente sobre esses níveis de classificação.

Categoria econômica. Assim como afirmamos ao estudar a receita, a categoria econômica da despesa indica o efeito que ela terá sobre a economia (transferências de recursos, montante de gastos com custeio – consumo do governo, nível de investimentos etc.). Temos, assim como na receita, as categorias despesas correntes e despesas de capital.

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As despesas correntes (código classificatório “3”) representam gastos de manutenção da máquina estatal. Portanto, as atividades normais, cotidianas, que garantem a prestação dos serviços e o funcionamento dos órgãos/entidades são custeadas por essa categoria de despesa.

Segundo o MCASP, as despesas correntes são aquelas que “não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital”.

As despesas de capital (código classificatório “4”) relacionam-se com a aquisição/modificação do patrimônio público. Trata-se da aplicação de recursos em bens/serviços que resultarão na expansão, ou, ao menos, na transformação do patrimônio estatal.

Novamente conforme o MCASP, despesas de capital são as que “contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital”.

Como isso cai na prova?

5. (FCC/ANALISTA/TRT-04/2006) A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de

(A) categoria econômica, grupo de natureza de despesa e elemento de despesa.

(B) categoria econômica, função e elemento de despesa.

(C) função, programa e subprograma.

(D) órgão orçamentário, função e categoria econômica.

(E) órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

6. (CESPE/ANALISTA/ANCINE/2006) A classificação pela natureza da despesa se dá em diversos níveis de agregação: categoria econômica, grupos de despesas, modalidade de aplicação e elemento de despesa.

7. (FGV/AUDITOR/TCM-RJ/2008) Despesas de capital são voltadas para a manutenção de serviços já criados ou para a realização de obras de conservação de bens imóveis.

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Na questão 5, a sequência correta de níveis da classificação econômica da despesa é categoria – grupo – elemento (podendo-se acrescentar a modalidade de aplicação, como informação adicional). Gabarito: A.

A questão 6 espelha os níveis de classificação pertencentes à natureza da despesa. Questão CERTA.

A questão 7 inverte os conceitos: os gastos de manutenção das atividades estatais e de conservação dos bens representam despesas correntes. Questão ERRADA.

Grupo de natureza da despesa. Originalmente, na Lei 4.320/64, o nível de classificação abaixo das categorias econômicas não recebeu denominação específica, mas a doutrina instituiu a figura das “subcategorias econômicas”. A partir da Portaria 163/2001, substituiu-se a subcategoria econômica pelo grupo de natureza da despesa.

Os grupos de natureza da despesa constituem, conforme a Portaria 163, “a agregação de elementos de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto de gasto”. Nessa classificação econômica, temos os seguintes grupos, acompanhados dos códigos respectivos:

“Dentro” de cada grupo relacionado acima, encontram-se os correspondentes elementos de despesa, que trarão a dimensão concreta da despesa no momento de sua execução.

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Os grupos de 1 a 3 acima têm maior afiliação à categoria das despesas

correntes, e os de 4 a 6, às despesas de capital.

Vejamos os conceitos trazidos pelo MCASP sobre os grupos de natureza da despesa:

Pessoal e encargos sociais: despesas orçamentárias de natureza remuneratória, decorrentes de:

• efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público;

• pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões;

• obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários;

• contribuição a entidades fechadas de previdência;

• outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa;

• outras parcelas de cunho remuneratório.

Juros e encargos da dívida: despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária (pagamento relativo ao resgate de títulos públicos).

Outras despesas correntes: Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

Investimentos: despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

Inversões financeiras: despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando

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a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas.

Amortização da dívida: despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

Vale assinalar que essa classificação é uma atualização da disciplina original da Lei 4.320/64. Conforme essa lei, as categorias econômicas da despesa tinham as seguintes subdivisões:

DESPESAS CORRENTES

• Despesas de Custeio

• Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

• Investimentos

• Inversões Financeiras

• Transferências de Capital

Os conceitos trazidos pela Lei 4.320/64 para esses agrupamentos, ainda compatíveis com os de hoje, eram:

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.

(...)

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e

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constituição ou aumento do capital de emprêsas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Assim, as chamadas despesas de custeio correspondiam aos atuais grupos 1, 2 e 3; e a amortização da dívida estava contida em “transferências de capital”.

A diferença das classificações reside principalmente na existência das transferências (correntes e de capital). Atualmente, para caracterizar uma transferência, não se utiliza mais uma classificação correspondente ao grupo de natureza da despesa; isso se faz mediante a modalidade de aplicação, como veremos em seguida.

Quanto aos “investimentos” e “inversões financeiras”, a forma mais

simples de tentar diferenciar esses grupos de despesas de capital é a

seguinte: investimentos significam injeção de recursos em bens de

capital novos, ou criação de bens de capital, que aumentam o produto

interno bruto; inversões financeiras implicam a aquisição de bens de

capital já existentes, sem alteração do PIB.

Se você não lembra imediatamente, bens de capital são “bens

produtivos”, por meio dos quais são obtidos novos bens e serviços. Ou

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seja, são bens dos quais decorrem novas atividades econômicas e, por

isso mesmo, aumento da riqueza. Eles se opõem aos bens de consumo,

que atendem diretamente as necessidades e desejos dos consumidores.

Como isso cai na prova?

8. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) O agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, denomina-se:

(A) Grupo de Elementos da Despesa.

(B) Categoria Econômica.

(C) Categoria Programática.

(D) Grupo Modalidade Econômica.

(E) Grupo de Natureza da Despesa.

9. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Geralmente, a despesa efetiva coincide com a despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que não é efetiva, como, por exemplo, as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial.

10. (FGV/ANALISTA/FIOCRUZ/2010) Há uma rigidez do plano de contas da Lei n. 4.320/64 que torna inseparável a despesa de pessoal do quadro da instituição, classificada no grupo de despesa pessoal e encargos sociais, vinculando-a apenas às despesas correntes. Por exemplo, em caso de obra ser executada por equipe própria, os elementos efetivos da despesa, sob o título obras e instalações, não refletem o objeto imediato da despesa.

11. (FGV/AUDITOR/TCM-RJ/2008) As despesas correntes abrangem as despesas de custeio e as transferências correntes.

12. (FGV/AUDITOR/TCM-PA/2008) Despesas correntes são aquelas feitas objetivando assegurar o funcionamento dos serviços públicos, como, por exemplo, as obras de conservação, aquisição de imóveis e amortização da dívida pública.

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13. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPAJM-ES/2010) As inversões financeiras são uma espécie de despesa de capital em que ocorre acréscimo no capital do governo.

Na questão 8, conforme estabelecido na Portaria 163/2011, o conceito trazido pelo enunciado corresponde ao grupo de natureza da despesa. Gabarito: E.

A questão 9 está ERRADA. As transferências de capital são despesas efetivas, justamente por gerarem o “decréscimo patrimonial” referido na questão.

Na questão 10, temos o seguinte: para a classificação econômica da despesa, não faz diferença se o pessoal é empregado em atividades de manutenção ou diretamente na execução de uma obra (que é uma despesa de capital). Em qualquer caso, a mão de obra é classificada como despesa corrente, gerando imprecisões na classificação em casos como o segundo citado. Mesmo com as atualizações da Lei 4.320/64, esse aspecto perdura. Questão CERTA.

A questão 11 está CERTA: conforme a Lei 4.320/64 as despesas de custeio (pessoal, contratações de serviços etc.) e transferências correntes fazem parte das despesas correntes.

Na questão 12, nem todos os exemplos estão corretos: aquisição de imóveis e amortização da dívida são despesas de capital. Questão ERRADA.

A questão 13 está ERRADA: as inversões financeiras, como seu próprio nome indica, envolvem a aquisição de bens ou direitos “em uso”, não se gerando, portanto, aumento patrimonial, mas uma mutação patrimonial.

Modalidade de aplicação. A modalidade de aplicação indica a forma como a despesa será executada: ou diretamente pelos órgãos e entidades do ente público responsável pela despesa, ou mediante transferências. A despesa pode ser executada por meio de transferências a Municípios, a Estados/DF, a entidades privadas, à União etc.

A ideia, ao se adotar a modalidade de aplicação, foi eliminar a dupla contagem de recursos e despesas nos casos de transferência ou descentralização.

Como assim “dupla contagem”?

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Por exemplo, caso o Ministério da Educação comprasse livros editados por uma universidade federal, teríamos o registro de uma despesa, por parte do MEC, e de uma receita, por parte da universidade federal.

Entretanto, para a União como um todo, não teria havido nem receita nem despesa, pelo simples fato de não ter havido entrada ou saída de recursos do Tesouro Nacional.

Se o registro de receitas e despesas, nesse tipo de operação, fosse feito do modo “tradicional”, seria criado um volume irreal de entradas e saídas financeiras, prejudicando a exatidão das informações sobre a execução do orçamento.

Diante disso, para evitar esse risco de “desinformação”, utilizam-se as receitas intraorçamentárias e, em contrapartida, as “despesas intraorçamentárias”, que representam uma modalidade de aplicação específica (modalidade 91: “Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social”).

Com isso, os órgãos e entidades que participam de operações financeiras recíprocas (aquisições de bens/serviços, pagamento de tributos etc.) registram suas respectivas receitas e despesas, mas a União, ao agregar as informações, não considerará tais movimentações de recursos para fechar seus balanços.

Como isso cai na prova?

14. (FCC/TÉCNICO SUPERIOR/PGE-RJ/2009) Para a classificação da despesa quanto à sua natureza deve ser analisada a categoria econômica, o grupo ao qual pertence, a modalidade de aplicação e o objeto de gasto. Quanto à modalidade de aplicação, pode ser classificada como despesa

(A) direta ou por transferência.

(B) corrente ou de capital.

(C) com pessoal, encargos sociais ou da dívida.

(D) com investimentos, inversões financeiras ou amortização de dívida.

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(E) de custeio, transferências correntes, investimentos ou transferências de capital.

15. (FGV/ANALISTA/MIN. CULTURA/2006) Uma determinada Unidade Orçamentária realizou no exercício financeiro vigente uma despesa e, ao registrar o seu pagamento, utilizou o seguinte código: 3.3.90.35. De acordo com a classificação da despesa utilizada atualmente no Orçamento Público, o primeiro dígito representado pelo algarismo "3", o terceiro e o quarto dígitos formando o número "90" indicam, respectivamente:

(A) a categoria econômica e o grupo da despesa.

(B) o grupo da despesa e o elemento da despesa.

(C) a modalidade de aplicação e o grupo da despesa.

(D) o elemento da despesa e a modalidade de aplicação.

(E) a categoria econômica e a modalidade de aplicação.

16. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) A modalidade de aplicação objetiva possibilita a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

17. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) A natureza da despesa será complementada pela modalidade de aplicação, que indicará se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades da mesma esfera de governo ou por outro ente da Federação.

Na questão 14, considerando que a modalidade de aplicação indica se a execução da despesa se dará pelo próprio ente público ou por agente que receba transferência, o gabarito é A.

Na questão 15, os números indicados pelo enunciado correspondem, respectivamente, à categoria econômica (despesas correntes, no caso) e à modalidade de aplicação (no caso, aplicação direta). Gabarito: E.

A questão 16 repete a noção utilizada no MCASP, destacando a função principal da modalidade de aplicação. Questão CERTA.

A questão 17 está CERTA também, mais uma vez utilizando os conceitos do MCASP.

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Elemento de despesa e desdobramento facultativo: relembrando a lição vista acima, atualmente, na lei orçamentária, a despesa, quanto à classificação pela natureza, é classificada no mínimo em categoria econômica, grupo de natureza da despesa e modalidade de aplicação (codificação em 4 dígitos: C.G.MM). O elemento de despesa pode surgir também na LOA, mas não obrigatoriamente (codificação em seis dígitos: C.G.MM.EE).

Além disso, se for necessário, o ente público poderá desdobrar, facultativamente, o elemento de despesa, para tornar a classificação ainda mais fiel ao gasto a ser realizado. Nessa hipótese, a codificação da despesa terá 8 dígitos, com o acréscimo do desdobramento facultativo(C.G.MM.EE.DD).

Como isso cai na prova?

18. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Tratando-se de despesa pública, na Lei de Orçamento a discriminação da despesa orçamentária será feita, no mínimo, por elementos. Entende-se por elementos:

(A) a despesa paga à margem da Lei Orçamentária, independente de autorização legislativa.

(B) ao desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para a consecução dos seus fins .

(C) o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.

(D) a despesa cuja realização depende de autorização legislativa mas pode ser realizada sem crédito orçamentário.

(E) a despesa cuja realização não depende de autorização legislativa e pode ser realizada sem crédito orçamentário.

19. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) Tendo em vista o Princípio da Transparência Pública, existe a obrigatoriedade do desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das

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necessidades da escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

20. (FGV/ANALISTA/SEFAZ-RJ/2011) Uma determinada despesa realizada durante o exercício financeiro de 2010 foi classificada por ocasião do seu pagamento com a seguinte codificação numérica: 4.4.90.52. Na estrutura da natureza da despesa utilizada atualmente em cumprimento às normas legais, o 5° e o 6° dígitos, formando o número 52, indica

(A) a categoria econômica.

(B) o elemento de despesa.

(C) a modalidade de aplicação.

(D) o subelemento de despesa.

(E) o grupo de natureza da despesa.

21. (CESPE/ANALISTA/ANA/2006) Mesmo que a lei de orçamento discrimine a despesa de capital em nível de elemento, poderá a administração pública, para sua execução, utilizar desdobramento que melhor atenda suas necessidades.

O conceito de elemento de despesa, como disposto na Lei 4.320/64, é o “desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins”. Gabarito: B.

Não há obrigatoriedade de desdobrar os elementos de despesa em níveis inferiores de classificação econômica. Essa é uma faculdade posta à disposição das unidades executoras do orçamento. A questão 19 está ERRADA.

Na questão 20, o número 52 representa o nível correspondente ao elemento de despesa. Gabarito: B.

A questão 21 está CERTA. Como vimos, é possível desdobrar, se necessário, o elemento de despesa, para enquadrar ainda melhor o gasto a ser realizado.

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL DA DESPESA

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A classificação institucional identifica quem são as estruturas responsáveis(ou, na linguagem do edital, os agentes responsáveis) pela execução da despesa. Nessa classificação, apontam-se o órgão orçamentário e a unidade orçamentária, subordinada àquele.

Apesar da sugestão do nome, “órgão orçamentário” não corresponde sempre a “órgão” no sentido dado pelo Direito Administrativo.

Tanto órgãos, significando “estruturas da administração direta”, quanto entidades da administração indireta submetem-se a essa categorização.

Na verdade, “órgão orçamentário” é um agrupamento ainda mais aberto. Segundo o Manual Técnico de Orçamento (MTO), editado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF/MPOG),

Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os “órgãos” “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.

Nesse sentido, às vezes o órgão orçamentário não corresponderá a um “agente” ou estrutura responsável pela execução de despesas, mas a agrupamentos de despesas. Assim, geralmente, a classificação institucional aponta “quem realiza” a despesa.

Atenção: já houve questões que tentaram misturar a classificação

institucional com a “classificação por esfera orçamentária”. A

classificação por esfera, pouco cobrada em provas, indica qual dos três

orçamentos instituídos pela CF/88 (fiscal, da seguridade e de

investimento das estatais) abrange a despesa a se classificar.

As unidades orçamentárias são aquelas indicadas na LOA como “titulares” das dotações. Assim, no momento de executar a despesa, os procedimentos pertinentes à execução se darão por agentes dessa unidade orçamentária.

Antes de prosseguir nesse assunto, vamos tratar de diferenciar os tipos de unidades que integram os órgãos e entidades da Administração, conforme os conceitos da STN:

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Unidade Orçamentária: unidade à qual o orçamento da União consigna dotações especificas para a realização de seus programas de trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição.

Unidade Administrativa: unidade à qual a lei orçamentária anual não consigna recursos e que depende de destaques ou provisões para executar seus programas de trabalho.

Unidade Gestora: Unidade orçamentária ou administrativa investida do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização.

Portanto, para diferenciar esses tipos de unidades, vamos repisar que a unidade orçamentária é aquela que surge na LOA como titular da dotação.

As unidades administrativas não são beneficiárias diretas de dotações da LOA. Por isso, para executarem suas atribuições, precisam de transferências orçamentárias e financeiras, com o que poderão efetuar os pagamentos das despesas.

Por fim, as unidades gestoras podem ser tanto orçamentárias (titulares das dotações na LOA) quanto administrativas. Seu diferencial é o poder de gerir (transferir, receber, controlar e executar) dotações orçamentárias e recursos financeiros, ultrapassando a simples execução dos estágios da despesa.

Assim, como a execução do orçamento também fica a cargo de unidades administrativas e gestoras sem presença na LOA, é frequente a transferência, por parte das unidades orçamentárias, de dotações e seus recursos correspondentes para essas unidades administrativas e gestoras. Assim, elas são favorecidas indiretamente pela autorização de gastos da LOA.

Como isso cai na prova?

22. (FGV/ECONOMISTA/MIN. CULTURA/2006) A respeito da classificação institucional das despesas públicas, é incorreto afirmar que:

(A) permite identificar o agente responsável pelas dotações autorizadas pelo Legislativo, para dado programa.

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(B) serve como ponto de partida para o estabelecimento de um programa de contabilização de custos dos vários serviços ou unidade administrativa.

(C) permite, quando combinado com a classificação funcional, focalizar num único ponto a responsabilidade pela execução de determinado programa.

(D) em termos de dotações recebidas, propicia comparar imediatamente os vários órgãos.

(E) propicia informações relativas ao volume das despesas num nível de agregação bastante alto.

23. (FCC/CONTADOR/ARCE-CE/2006) Na classificação funcional-programática, a despesa pública desdobra-se em órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

24. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) A classificação institucional da receita representa a estrutura orgânica e administrativa governamental, correspondendo a dois níveis hierárquicos: o órgão e a unidade orçamentária.

25. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Toda unidade orçamentária tem uma estrutura administrativa correspondente, o que pode ser exemplificado por alguns fundos especiais e pela unidade orçamentária denominada transferências a estados, Distrito Federal e municípios.

Na questão 22, a única informação não aplicável à classificação institucional da despesa diz respeito à possibilidade de agregar as informações sobre volume das despesas em nível “bastante alto”. Ao contrário, com a classificação institucional, as despesas são vistas de forma bastante pulverizada entre os diferentes órgãos e unidades. Gabarito: E.

A questão 23 tem dois problemas: a classificação funcional-programática, já abandonada há alguns anos no Brasil, era uma mescla entre as classificações funcional e a estrutura programática. Além disso, não existe o nível de classificação “unidade de despesa”. Questão ERRADA.

A questão 24 espelha corretamente os dois níveis da classificação da despesa sob o critério institucional. Questão CERTA.

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A questão 25 contraria uma das observações que fizemos sobre a classificação institucional: nem sempre uma unidade orçamentária (ou órgão orçamentário) corresponde a uma estrutura administrativa. Questão ERRADA.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

A classificação funcional da despesa, aplicável a todos os entes federados, é composta de dois níveis: funções e subfunções.

Nos dizeres da Portaria MOG 42/99, que estabeleceu a atual classificação funcional, entende-se por função

“o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. A função quase sempre se relaciona com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que, na União, guarda relação com os respectivos Ministérios”.

Assim, funções correspondem aos maiores setores de atuação do governo: educação, transporte, saúde, segurança pública etc.

As subfunções são o detalhamento das funções. Segundo a mesma Portaria, a subfunção trata-se de “uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público”. Por exemplo, compreendidas na função Energia, temos as subfunções Conservação de Energia; Energia Elétrica; Petróleo; e Álcool.

Um detalhe interessante, e importante para concursos, é que as

subfunções podem ser cruzadas com funções diferentes da sua “matriz”.

Por exemplo, a subfunção Desenvolvimento Científico, da função Ciência

e Tecnologia, pode se relacionar com a função Educação, para

discriminar uma despesa referente ao apoio concedido a universidades

federais, para publicação de pesquisas.

Em sentido contrário a essa possibilidade de cruzamentos, as subfunções

pertencentes à função “Encargos Especiais” só podem ser combinadas

com esta última. É que, diferentemente das outras, a função Encargos

Especiais e suas subfunções dizem respeito a uma atuação genérica do

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governo, ou, como disse a questão, englobam despesas às quais não se

podem associar bens ou serviços.

A finalidade da classificação funcional, segundo o professor James Giacomoni, é “fornecer as bases para a apresentação de dados e estatísticas sobre os gastos públicos nos principais segmentos em que atuam as organizações do Estado”.

Como isso cai na prova?

26. (FCC/TÉCNICO SUPERIOR/PGE-RJ/2009) Se os cidadãos estiverem interessados em conhecer os dados e estatísticas sobre os gastos públicos nos principais segmentos em que atuam as organizações do Estado, ou seja, no maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público deverão consultar a classificação da despesa

(A) por elementos de despesa.

(B) funcional.

(C) por programas.

(D) institucional.

(E) por categorias econômicas.

27. (FCC/ANALISTA/TRF-03/2007) Entende-se como o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público:

(A) projeto.

(B) categoria econômica da despesa.

(C) natureza da despesa.

(D) programa.

(E) função.

28. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) A classificação funcional busca responder, basicamente, à indagação em que área de ação governamental a despesa será realizada, sendo que a função encargos especiais engloba as

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despesas às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente.

29. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A classificação funcional é composta por um rol de funções e subfunções prefixadas e padronizadas para a União, os estados, o DF e os municípios, as quais servirão de agregador dos gastos públicos por área de ação governamental.

30. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) Na classificação funcional, a despesa pública obedece à seguinte hierarquia:

(A) função, subfunção, programa, projeto, atividade e operação especial.

(B) função, subprograma, programa, projeto e atividade.

(C) programa, categoria econômica, natureza de despesa e elemento.

(D) órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

(E) categoria, natureza de despesa, modalidade de aplicação e elemento.

31. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A classificação funcional da despesa tem subfunções que não podem ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

O enunciado da questão 26, ao tratar das “áreas que competem ao setor público”, refere-se à classificação funcional da despesa. Gabarito: B.

Na questão 27, o conceito do maior nível de agregação das áreas de despesa é justamente o de função. Gabarito: E.

A questão 28 resume apropriadamente o objetivo da classificação funcional da despesa, e destaca bem o caráter neutro da função “Encargos Especiais”. Questão CERTA.

A questão 29 indica os dois níveis da classificação funcional e a obrigação de todos os entes federados adotarem tal classificação. Questão CERTA.

A questão 30 traz um “costume” estranho da FCC: algumas vezes, ela considera que a classificação funcional abrange também a estrutura programática (que é composta de programas e ações – estas últimas se subdividindo em projetos, atividades e operações especiais, como indicado adiante). Não é correto fazer essa associação, mas, como isso já ocorreu mais de uma vez, é bom abrir o olho para a insistência da banca. Gabarito: A.

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A questão 31 contraria a possibilidade que estudamos de subfunções poderem ser combinadas com funções diferentes daquela de sua vinculação (exceto quanto às subfunções da função Encargos Especiais). Questão ERRADA.

CLASSIFICAÇÃO POR PROGRAMAS

Segundo o MCASP, programa é

“o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou ao atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade”.

A estrutura programática do orçamento reflete a vinculação entre as atividades de planejamento e de orçamentação.

Do lado da estratégia, o Plano Plurianual é o instrumento em que se concretiza o planejamento do governo, tendo, como resultado, uma lista de programas, com a visão de médio prazo para a atuação governamental.

Do lado operacional, o programa é o ponto de partida para a execução da Lei Orçamentária; as classificações de despesa e de receita que estamos estudando são, na verdade, complementares à organização programática.

Os programas, na forma como está estruturada atualmente a classificação programática, são compostos por ações. As ações orçamentárias se dividem em três tipos, conforme estabelecido pela Portaria MOG 42/99:

Projeto: um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo;

Atividade: um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo;

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Operações Especiais: as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Perceba, inicialmente, a grande semelhança entre as definições de projeto e de atividade. Vamos distinguir esses conceitos.

A primeira diferença reside nos termos “expansão e aperfeiçoamento” da ação de governo, no tocante aos projetos, e na “manutenção” da ação do governo, relativa às atividades.

A partir disso, entende-se que os projetos envolvem uma atuação mais intensiva do poder público, aumentando o nível de esforços empreendidos no alcance dos objetivos de governo.

Já as atividades, como se conclui da redação da Portaria, dizem respeito à continuidade dos serviços e das atribuições normais do Estado, também em direção ao alcance dos objetivos governamentais.

A outra diferença entre projetos e atividades está na duração. Os projetos são “limitados no tempo”; as atividades se realizam “de modo contínuo e permanente”. Assim, projetos são esporádicos: aumentam ou aperfeiçoam a ação governamental e se extinguem. Por outro lado, as atividades mantêm a atuação governamental no nível e na qualidade executados.

A partir desses comentários, podemos seguir o entendimento de que, normalmente, projetos estão ligados a despesas de capital, sobretudo investimentos, e que atividades estão ligadas a despesas correntes (custeio).

As operações especiais foram conceituadas pela Portaria MOG 42/99 com uma série de negações. Não contribuem para manutenção das ações de governo, não resultam num produto e não geram contraprestação. Normalmente, operações especiais são transferências e pagamentos diversos, sem retorno direto (contraprestação) para o governo, como indenizações, aposentadorias, benefícios, precatórios, juros etc.

Por fim, na codificação da classificação programática, há mais um nível a se destacar. Além dos programas e das ações que os compõem, existe o subtítulo, ou localizador do gasto.

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A definição do subtítulo depende da localização geográfica dos beneficiados pela ação programática. Assim, quanto mais restrito o público beneficiário de uma ação, mais o subtítulo refletirá essa regionalização.

Nesse sentido, pode haver ações de alcance nacional (subtítulo 0001) até ações restritas a municípios (cada município tem seu código de subtítulo).

Conforme o Manual de Elaboração do PPA 2008-2011,

“a adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação governamental”.

Como isso cai na prova?

32. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) O projeto é um instrumento de organização da ação governamental que articula um conjunto de ações e concorre para um objetivo comum preestabelecido, visando a solucionar um problema ou a atender uma necessidade ou demanda da sociedade.

33. (FGV/ANALISTA/MIN. CULTURA/2006) Com base na estrutura programática utilizada atualmente nos orçamentos públicos, analise as seguintes afirmativas:

I. Atividade é o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação do Governo.

II. Projeto é o instrumento para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para expansão ou aperfeiçoamento da ação do Governo.

III. Operações Especiais são as despesas realizadas que contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de Governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta em bens ou serviços.

Assinale:

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(A) se somente a afirmativa II estiver correta.

(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

34. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) No orçamento público, vários critérios são considerados na classificação das despesas. As categorias “Projeto” e “Operações Especiais” fazem parte da classificação

(A) funcional.

(B) por programas.

(C) por categorias econômicas.

(D) por modalidade de aplicação de recursos.

(E) por elementos.

35. (CESPE/AUDITOR/UNIPAMPA/2009) No âmbito do PPA, o programa pode ser entendido como um conjunto de operações limitadas no tempo, ou seja, que serão executadas ao longo dos orçamentos que integram o plano. Essas operações resultam em atividade ou projeto, que corroboram para a expansão e o aperfeiçoamento da ação do governo.

36. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) São classificadas como Operações Especiais as despesas que

(A) geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

(B) resultam em um produto.

(C) contribuem para manutenção das ações de governo.

(D) não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

(E) concorrem para expansão da ação de governo.

A questão 32 está ERRADA: o enunciado tratou do conceito de programa, e não de projeto.

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Na questão 33, conforme os conceitos apresentados, há correção apenas nos itens I e II. As operações especiais não contribuem para as ações de governo. Gabarito: B.

Na questão 34, projetos e operações especiais são ações orçamentárias, que compõem, portanto, a classificação por programas. Gabarito: B.

A questão 35 traz o conceito de “projeto”, que é uma ação formadora dos programas. Questão ERRADA.

Por fim, sobre a questão 36, que exige o reconhecimento de características das operações especiais, devemos lembrar da “série de negativas” que se aplicam a esse conceito. Gabarito: D.

ETAPAS DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

A partir de agora, vamos tratar da execução da despesa orçamentária.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público indica a existência de três

etapas referentes à despesa orçamentária: o planejamento, a execução em si

mesma e o controle/avaliação.

Planejamento

A principal fase do planejamento da despesa é a fixação. No Manual, a fixação

é discriminada nos seguintes termos:

A fixação da despesa refere-se aos limites de gastos, incluídos nas leis orçamentárias com base nas receitas previstas, a serem efetuados pelas entidades públicas. A fixação da despesa orçamentária insere-se no processo de planejamento e compreende a adoção de medidas em direção a uma situação idealizada, tendo em vista os recursos disponíveis e observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo.

A fixação da despesa ganha corpo nas dotações da LOA e dos créditos

adicionais, e representa o teto máximo que pode ser atingido pelos gastos

públicos durante o exercício.

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As provas tratam a fixação como um dos “estágios” percorridos pela despesa

orçamentária. Assim, sendo chamada de fase, ou de estágio, considere a

fixação como parte do processamento da despesa, ligada ainda à etapa de

planejamento.

O MCASP informa que a fixação é finalizada com a autorização dada pelo

Legislativo ao aprovar o projeto de lei orçamentária ou de créditos adicionais.

A etapa de planejamento da despesa compreende ainda os seguintes passos:

• descentralização de créditos: nem sempre a despesa será executada

diretamente pela unidade beneficiada pelo crédito orçamentário

(detalharemos isso mais adiante, nesta aula). Antes da execução da

despesa, pode haver movimentações de créditos entre unidades do

mesmo órgão/entidade ou de órgãos/entidades diferentes, por

razões quaisquer. Isso não altera a finalidade ou o objeto do gasto; como

diz o MCASP, “a única diferença é que a execução da despesa

orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade”;

• programação orçamentária e financeira: consiste na compatibilização

do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando ao ajuste

da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação;

• processo de licitação e contratação: como regra, os entes públicos

deverão realizar procedimentos licitatórios para a aquisição de bens e

serviços, por ordem constitucional (art. 37, inc. XXI). Assim, a partir de

uma licitação, ou de um processo de dispensa/inexigibilidade de licitação,

define-se o profissional ou empresa a se contratar, junto a quem serão

obtidos os bens/serviços de necessidade do ente público. Entretanto,

deve-se considerar que nem toda despesa será executada a partir de

um procedimento licitatório: nesse ponto, pode-se citar, por exemplo,

o pagamento de pessoal e de encargos sociais, ou a amortização da

dívida.

Como isso cai na prova?

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37. (FCC/ANALISTA/TRE-SE/2007) A fixação da despesa é caracterizada pela Lei do Orçamento.

38. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) As descentralizações, a exemplo das transferências e transposições, modificam o valor da programação ou de suas dotações orçamentárias.

A questão 37 está CERTA. Como visto, a fixação da despesa é um processo

plural, realizado a partir de diretrizes e prioridades fixadas pelo governo, e que

se finaliza com a autorização do Legislativo, com a aprovação do projeto de

LOA.

A questão 38 também está ERRADA. Como visto, as descentralizações de

créditos alteram apenas a unidade responsável pela execução orçamentária.

Execução da despesa

Desde a Lei 4.320/64, a execução da despesa é subdividida em três estágios,

que são “fregueses frequentes” em provas de concursos: o empenho, a

liquidação e o pagamento. Vamos estudá-los com calma.

Primeiro estágio: empenho. Como já falamos, a despesa deve ser

executada a partir das deliberações de um agente legitimado para tanto. A

legislação dá a esse agente a denominação de “ordenador de despesas”.

O empenho foi conceituado pela lei como uma obrigação pendente para o

Estado. As pendências que transformarão o empenho numa despesa efetiva

serão resolvidas no próximo estágio, a liquidação.

Vejamos o que a Lei 4.320/64 fala sobre o estágio do empenho:

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.

(...)

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Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho.

§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

O “limite dos créditos concedidos”, citado no art. 59, significa o total

autorizado para o tipo de despesas executado. Se a autorização destinada a

um órgão, para compra de material de expediente, por exemplo, foi de R$ 10

milhões, os empenhos não poderão ultrapassar esse valor.

Atualmente, com a utilização do SIAFI, há suficiente controle

contábil/eletrônico sobre o total autorizado para os diferentes tipos de

despesa, de forma que essa preocupação da lei, expedida em 1964,

encontra‐se suprida.

A nota de empenho é o documento que comprova a emissão do empenho, e

que atesta a reserva de dotação para atender a despesa. É um comprovante

de “fundos orçamentários”. Entretanto, há situações em que, por permissão

legal, a nota pode não ser emitida (por exemplo, pagamento da

remuneração de servidores públicos).

A nota de empenho, além de garantia de crédito disponível para executar a

despesa, pode ser utilizada como documento substituto de termos de

contratos da Administração com particulares. Essa é uma possibilidade

prevista no art. 62 da Lei 8.666/93:

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros

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instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

ATENÇÃO! Já é uma questão manjada em provas misturar a

possibilidade de “não emissão da nota de empenho” com a “não emissão

do empenho”. Não há despesa sem prévio empenho, sem exceções. Não

perca esse ponto fácil.

Vamos tecer também alguns comentários sobre os tipos de empenho:

ordinário, global e por estimativa.

Empenho ordinário. O empenho ordinário, como faz pensar seu nome, é

entendido como o empenho “normal”, “comum”. Mas, nesse âmbito, o que é

normal ou comum?

Vamos pensar em despesas as mais simples: há uma contratação, cujo valor já

está determinado, e sua quitação se dará por meio de um só pagamento. A

Administração contrata o fornecedor, este entrega o bem ou serviço e recebe

por ele. Pá-pum.

Assim, empenhos ordinários se referem a despesas de valor determinado,

para pronto pagamento.

Empenho por estimativa. Por sua vez, os empenhos por estimativa são

empregados para processamento de despesas sem valor conhecido

previamente. Os exemplos mais comuns são de despesas recorrentes, de

prestação variável, como contas de telefone, água e luz. Nesses casos, o

empenho por estimativa é registrado e vai sendo executado aos poucos,

para cobrir as faturas que vão chegando.

Pelo fato de conter apenas uma estimativa de gasto, o empenho por estimativa

implica ajustes à sua execução. Se, ao final, para cobrir a despesa, for

necessário um montante maior que o saldo do empenho por estimativa,

será necessário reforçar o empenho; se, após a finalização da despesa,

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restar um saldo do empenho por estimativa, procede-se à anulação desse

saldo.

Empenho global. No empenho global, temos acumuladas características dos

dois outros, já vistos: o pagamento é feito em parcelas, assim como ocorre

com o empenho por estimativa, mas o valor da despesa é determinado, tal

qual na hipótese de empenho ordinário.

O empenho global é utilizado para execução de despesas contratuais e outras,

sujeitas a parcelamento, como prestação de serviços contínuos ou

realização de obras, que tiveram a fixação de seu valor no instrumento

contratual assinado entre a Administração e o fornecedor.

Como isso cai na prova?

39. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) A nota de empenho indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

40. (FGV/ASSESSOR/DETRAN-RN/2010) Segundo a Lei nº. 4320/64, o empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. São modalidades de empenho:

A) Empenho ordinário, empenho por estimativa e empenho global.

B) Empenho por estimativa e empenho prévio.

C) Empenho global, empenho por estimativa e empenho extraordinário.

D) Empenho ordinário, empenho por estimativa e empenho suplementar.

E) Empenho suplementar, especial e extraordinário.

41. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) O empenho da despesa poderá exceder o limite dos créditos concedidos à unidade orçamentária, desde que autorizado pelo Poder Legislativo.

42. (FCC/AUDITOR/TCE-SP/2008) Não é permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

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43. (FCC/PROCURADOR/TCE-AL/2008) Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

A questão 39 reproduziu o teor do art. 61 da Lei 4.320/64. Questão CERTA.

Na questão 40, as modalidades de empenho, como visto, são o ordinário, por

estimativa e global. Gabarito: A.

A questão 41 toca em outra vedação da Lei 4.320/64: os empenhos não

podem ultrapassar o limite concedido pelas dotações orçamentárias. Questão

ERRADA.

O empenho global é destinado justamente a atender despesas contratuais e

outras, sujeitas a parcelamento. A questão 42 também está ERRADA.

A questão 43 indicou a previsão correta para a utilização do empenho por

estimativa. Questão CERTA.

Segundo estágio: liquidação. Vejamos os dispositivos legais aplicáveis à

liquidação:

Lei 4.320/64, Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

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II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Como visto nas disposições acima, na liquidação, faz-se uma conferência

documental para atestar que a despesa empenhada foi realizada, ou seja,

confirmar a ocorrência do fato gerador da despesa: um serviço foi prestado,

um produto foi entregue, uma obra foi construída etc.

É necessário, para tanto, que sejam verificados pela unidade responsável os

documentos fiscais, atestados de recebimento, comprovantes de prestação de

serviço, nota de empenho etc., conforme o caso.

Como isso cai na prova?

44. (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) A liquidação de despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Com relação a essa verificação é INCORRETO afirmar que tem por fim apurar

(A) a origem e o objeto do que se deve pagar.

(B) os comprovantes da entrega do material ou da prestação do serviço.

(C) a importância exata a pagar.

(D) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

(E) a origem e o objeto do que se deve pagar e a importância exata a

pagar.

45. (CESPE/ANATEL/ANALISTA/2006) O pagamento de despesas poderá existir sem a apresentação de documentos processados pela contabilidade. Nesse caso, a autoridade competente apresentará, ao ordenador de despesas, posteriormente, sua justificativa e autorização da unidade gestora para tal atitude.

Das opções da questão 44, o único item não apurado no estágio da liquidação

diz respeito aos “comprovantes da entrega do material ou da prestação do

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serviço”. Esses comprovantes servem justamente para legitimar as

informações que se verificam na liquidação. Gabarito: B.

A questão 45 peca ao assumir a possibilidade de pagamento de despesas sem

certificação documental (feita na liquidação). Questão ERRADA.

Terceiro estágio: pagamento. Novamente, vamos começar pela legislação:

Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.

Nesse estágio, novamente, temos a autoridade competente (o ordenador de

despesas) determinando a execução dos atos relativos à despesa

orçamentária.

No caso da efetivação do pagamento, a redação do art. 65 da Lei está meio

“atrasada”; tesourarias e pagadorias funcionando junto aos órgãos públicos

não correspondem mais à realidade. Hoje em dia, maciçamente, os

pagamentos se dão por via bancária.

Como isso cai na prova?

46. (FCC/PROCURADOR/TCE-MG/2007) O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

47. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) As despesas não liquidadas poderão ser pagas no próprio exercício se houver disponibilidade financeira suficiente.

A questão 46 reproduz corretamente o espírito da lei, que não permite

sequência diferente na execução da despesa. Questão CERTA.

A questão 47 está ERRADA: “pulou-se” o estágio da liquidação para se realizar

o pagamento, o que é vedado pela legislação.

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DESCENTRALIZAÇÃO DE CRÉDITO E LIBERAÇÃO FINANCEIRA

Em estudos iniciais de AFO, é possível misturamos os conceitos de “crédito” e

“recurso”. Vale a pena distinguir inicialmente essas palavras, que têm uma

relação muito próxima.

A palavra “crédito”, na contabilidade pública, tem a ver com a autorização

orçamentária para o gasto, e a palavra “recurso” corresponde ao aspecto

financeiro do orçamento, ou seja, ao dinheiro cuja utilização foi autorizada

mediante a edição do crédito.

Na administração financeira/orçamentária, verificam-se fatos ligados ao

orçamento que envolvem reflexos financeiros e outros que implicam apenas

lançamentos contábeis (fatos estritamente orçamentários).

No caso da execução da despesa, inicialmente ocorrem fatos

orçamentários, no nascimento e na confirmação da obrigação a pagar, e o

impacto financeiro é registrado ao final, com a quitação junto ao credor.

Pois bem, antes de se chegar à execução da despesa em termos de

estágios, ou seja, antes do empenho, pode haver algumas transações entre

órgãos e entidades, com o emprego dos créditos autorizados e os recursos

correspondentes.

Como vimos anteriormente, na etapa de planejamento da despesa está

compreendida a fase de “descentralização de créditos”. Isso significa que

certo órgão ou entidade, por alguma razão, decide não executar

diretamente a despesa, mas transferir esse encargo a outro órgão/entidade.

Nesse sentido, é importante ressaltar uma informação que vimos nos

estudos sobre as etapas da despesa pública. A descentralização de

créditos de uma unidade para outra não altera nada na classificação da

despesa. Apenas o responsável pela execução é que muda.

A ideia é que a autorização dada pelo Legislativo, ao aprovar o projeto

de LOA, continue sendo respeitada, embora a unidade responsável pela

aplicação dos recursos não seja mais a indicada inicialmente.

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Como isso cai na prova?

48. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Enquanto a execução orçamentária se refere à utilização dos recursos consignados no orçamento ou na LOA, a execução financeira representa a utilização de créditos financeiros. Na técnica orçamentária, reserva-se o termo recurso para designar o lado orçamentário e crédito para o lado financeiro.

49. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) A descentralização de créditos orçamentários transfere a programação para outra unidade orçamentária.

A questão 48 inverteu os conceitos: “recurso” diz respeito ao lado financeiro, e

“crédito”, ao lado orçamentário. Questão ERRADA.

Como já visto, a descentralização de créditos não muda nada na classificação

da despesa, nem mesmo a unidade orçamentária responsável. Apenas a

execução prática é transferida. A questão 49 está ERRADA.

Instrumentos de descentralização

Bom, agora que temos o alicerce pronto, vamos ao miolo.

A “primeira descentralização de créditos”, digamos assim, ocorre logo que a

LOA é aprovada. A partir desse momento, com a certeza de quantas e quais

dotações serão atribuídas às unidades orçamentárias, a Secretaria de

Orçamento Federal transfere os dados relativos ao orçamento para o SIAFI,

sistema em que se dará a execução orçamentária.

Assim, as unidades titulares dos créditos orçamentários recebem dotações,

espécie que estou chamando de “primeira descentralização de créditos”. Como

já está assentado, isso representa a autorização para a realização de

despesas.

A partir daí, antes de realizar a despesa, as descentralizações de créditos

orçamentários podem se dar entre órgãos/entidades de estruturas

diferentes (descentralização externa) ou entre unidades de um mesmo

órgão/entidade (descentralização interna).

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A descentralização externa, entre estruturas diferentes, é chamada de

destaque. A descentralização interna denomina-se provisão.

Portanto, em termos orçamentários, temos, inicialmente, a dotação, liberada

pela SOF para as unidades titulares dos créditos; e depois temos o destaque

e a provisão, referindo-se respectivamente a descentralizações externas e

internas.

Como isso cai na prova?

50. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) No SIAFI, a movimentação de créditos que consiste na transferência, de uma unidade gestora para outra, do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham sido consignados na Lei Orçamentária Anual é um instrumento de

(A) unificação das dotações orçamentárias.

(B) descentralização da previsão de despesas orçamentárias.

(C) centralização da arrecadação de receitas orçamentárias.

(D) descentralização da execução de receitas orçamentárias.

(E) descentralização da execução de despesas orçamentárias.

51. (FCC/ANALISTA/TRE-AL/2010) A descentralização externa de créditos orçamentários realizada em nível de órgão setorial entre unidades gestoras de Órgãos/Ministérios denomina-se:

(A) Provisão.

(B) Destaque.

(C) Dotação.

(D) Repasse.

(E) Sub-repasse.

Quanto à questão 50, a movimentação de créditos que vimos estudando diz

respeito à descentralização da execução das despesas. Gabarito: E.

Na questão 51, a descrição do enunciado se refere ao conceito de destaque.

Gabarito: B.

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Movimentação financeira

Muito bem, já que falamos do lado orçamentário, vamos ao financeiro.

Traçando um paralelo com o esquema orçamentário que vimos acima, também

há uma centralização inicial dos recursos para utilização pelas unidades

gestoras e administrativas. Isso ocorre no âmbito da Secretaria do Tesouro

Nacional.

Ao contrário da SOF, que libera as dotações orçamentárias de uma vez só para

as unidades, durante o exercício financeiro a STN vai liberando os

correspondentes recursos para as unidades aos poucos, proporcionalmente

ao ritmo de execução orçamentária. Essas liberações financeiras da STN

para as unidades chamam-se cotas.

Assim, da mesma forma que existem descentralizações orçamentárias externas

e internas, também existem movimentações financeiras externas e

internas.

As movimentações financeiras entre órgãos/entidades de estruturas

diferentes são chamadas de repasses (movimentações externas), e as

movimentações entre unidades de uma mesma estrutura denominam-se

sub-repasses (movimentações internas).

Como isso cai na prova?

52. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) Sub-repasse é a

(A) liberação de recursos do órgão central para o órgão setorial de

programação financeira.

(B) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira

para entidades da administração indireta e entre estas e ainda de um

ministério para o outro.

(C) movimentação de créditos entre unidades gestoras de órgãos ou

entidades de estrutura diferente.

(D) movimentação de créditos entre unidades gestoras de um mesmo

órgão ou entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

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(E) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira

para as unidades gestoras de sua jurisdição e entre as unidades gestoras de

um mesmo ministério, órgão ou entidade.

Sub-repasse é uma movimentação financeira entre unidades que pertencem ao

mesmo contexto organizacional. Essa noção está disposta na alternativa E.

Creio que já tenha ficado evidente: o processo que ocorre no lado financeiro,

com as movimentações de recursos, é um espelho do que ocorre com as

descentralizações de créditos orçamentários.

E não é para ser diferente; o recurso deve acompanhar o crédito, dando-lhe

suporte financeiro, ou, como dizemos no dia a dia, dando “fundos” ao

crédito.

Portanto, podemos traçar um paralelo entre as figuras que acabamos de

conhecer:

• as dotações orçamentárias transferidas pela SOF serão suportadas

financeiramente pelas cotas financeiras liberadas pela STN;

• os destaques orçamentários de um órgão/entidade para uma unidade

de estrutura diferente (externa) corresponderão, posteriormente, à

liberação de repasses financeiros às mesmas unidades beneficiárias;

• as provisões orçamentárias entre unidades de uma mesma estrutura

(internas) corresponderão, posteriormente, à liberação de sub-repasses

financeiros.

No site da STN, existe um diagrama interessante sobre o assunto:

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Acima, vemos os universos orçamentário e financeiro espelhados: a SOF

liberando dotações (apesar de não ter surgido o nome), e a STN, cotas; o

Ministério A descentralizando créditos para o Ministério B (destaque); a

unidade central do Ministério B descentralizando provisão para uma

unidade do mesmo órgão, e por aí afora, exatamente como descrevemos

nos comentários acima.

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Como isso cai na prova?

53. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) É correto afirmar que dotação orçamentária está para cota financeira e destaque orçamentário está para repasse financeiro, assim como provisão orçamentária está para sub-repasse financeiro.

54. (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Na execução orçamentária e financeira, os termos destaque e repasse estão relacionados, respectivamente, com

(A) obtenção de autorização para créditos extraordinários e créditos

especiais.

(B) fixação da reserva de contingências e liberação financeira de créditos

adicionais.

(C) autorização de despesa orçamentária e previsão de receita

extraorçamentária.

(D) autorização orçamentária e transferência de recursos financeiros.

(E) autorização de despesa extraorçamentária e arrecadação de receita

orçamentária.

A questão 53 faz uma correlação acertada entre as figuras da descentralização orçamentária e da movimentação financeira. Questão CERTA.

Quanto à questão 54, fixando o entendimento, destaque é uma descentralização orçamentária externa, e repasse é uma movimentação financeira externa, correspondente àquela primeira. Gabarito: D.

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RESTOS A PAGAR E DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Restos a pagar (RP) e despesas de exercícios anteriores (DEA) são modalidades de execução da despesa pública. Assim, para compreender bem as informações iniciais sobre esses tópicos, vamos fazer um breve apanhado de nosso estudo sobre despesa pública.

Como vimos antes, um dos princípios contábeis mais importantes é o da competência; tal princípio reza que a ocorrência da despesa dá-se no momento do seu fato gerador, e não no momento da saída dos recursos a título de pagamento (isso se houver saída financeira, que nem é necessária).

Dessa forma, a despesa já deve ser contabilizada no momento em que se certifica a aquisição de bens, o recebimento de serviços etc. Não importa que o eventual reflexo financeiro dessas operações só venha a acontecer tempos depois.

Essa é a realidade do setor privado.

Por outro lado, no âmbito do setor público, a Lei 4.320/64 dispõe que a despesa “nasce” com seu primeiro estágio, o empenho. Isso significa, mal comparando, a “reserva de fundos” para a despesa.

Os próximos passos para finalização da despesa são sua certificação documental (estágio da liquidação) e o próprio estágio do pagamento. Porém, o fato gerador, que confirma a existência da despesa pública, normalmente ocorre após o empenho.

Assim, o princípio da competência, na prática, não é seguido totalmente à risca no setor público.

Muito bem, revistos esses pontos, vamos avançar um pouco.

Na contabilidade pública, os orçamentos anuais são considerados “mundos separados” (lembra-se do princípio orçamentário da anualidade?). A autorização do Poder Legislativo para execução das despesas, por meio da Lei Orçamentária Anual, vale para o ano de vigência dessa lei. Para o próximo ano, uma nova lei orçamentária é editada, e, em termos absolutamente teóricos, as despesas pertencentes ao exercício anterior já estariam finalizadas quando do início do outro.

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Entretanto, na prática atual, o que se verifica é a transferência maciça de despesas não totalmente executadas para os exercícios futuros, bem como a correção, no exercício corrente, de erros de processamento ou omissões administrativas relativas a anos passados.

Assim, considerando esses “mundos separados”, cada exercício financeiro tem suas despesas próprias, as quais não perdem essa vinculação com seu orçamento de origem. Basta que um empenho seja emitido em 2009 para que a despesa decorrente pertença eternamente a 2009. Isso está assentado no art. 35, inc. II, da Lei 4.320/64 (“Pertencem ao exercício financeiro as despesas nele legalmente empenhadas”).

Essa divisão rígida entre exercícios e seus respectivos orçamentos, assim como a adoção do regime de competência para a despesa pública, são o fundamento para o estudo de RP e DEA, como veremos em seguida.

Como isso cai na prova?

55. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) A classificação de despesas em restos a pagar decorre da aplicação do regime de competência das despesas.

56. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2008) O reconhecimento dos eventos contábeis no momento de identificação do seu fato gerador está ligado ao

(A) princípio da entidade.

(B) conceito de essência sob a forma.

(C) princípio do custo como base de valor.

(D) critério da confiabilidade.

(E) regime de competência.

57. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Restos a Pagar

(A) provêm do regime de caixa da despesa, integrando a dívida flutuante.

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(B) advêm do regime de competência da despesa, compondo a dívida fundada.

(C) subdividem-se em liquidados e processados.

(D) decorrem do regime de competência da despesa, compondo a dívida flutuante.

(E) são despesas liquidadas e pagas no mesmo exercício de competência.

A questão 55 é simples e direta, e toca o cerne desses nossos primeiros comentários. A existência dos restos a pagar deve-se ao pertencimento das despesas ao exercício do empenho, o que caracteriza o regime de competência (diferenciado, é verdade) da despesa pública. Questão CERTA.

Na questão 56, o item que corresponde ao reconhecimento dos eventos contábeis simultaneamente aos respectivos fatos geradores é o regime de competência. Gabarito: E.

A questão 57 traz outros assuntos, mas vamos nos prender ao que vimos até agora: os restos a pagar se relacionam ao regime de competência da despesa. Isso nos deixaria entre duas opções: B e D. Para adiantar rapidamente um tema abordado na próxima aula, os restos a pagar compõem a dívida flutuante, que é a dívida de curto prazo do governo. Gabarito: D.

RESTOS A PAGAR

Comecemos com a abordagem do assunto feita pela legislação:

Lei 4.320/64, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.

Decreto 93.872/86, Art. 67. Considerem-se Restos a Pagar as despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas.

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§ 1º Entendem-se por processadas e não processadas, respectivamente, as despesas liquidadas e as não liquidadas, na forma prevista neste decreto.

§ 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por credor.

Vamos a alguns apontamentos. Perceba a data trazida pelos trechos: 31 de dezembro, fim do exercício financeiro. Peço que você resgate a informação de que os orçamentos anuais são mundos separados.

A situação é a seguinte: uma despesa é registrada, por exemplo, em 2011. Quer dizer que ela passou pelo primeiro estágio, o empenho, tendo, portanto, uma garantia de que há “fundos orçamentários” para pagamento futuro. Entretanto, chega o final de 2011, e o pagamento, por razões quaisquer, não se realizou.

O exercício de 2012 vai se iniciando, e o orçamento de 2011 está “falecido”. Mas os empenhos de 2011 que necessitam ainda de pagamento não poderão se misturar aos empenhos normais do ano corrente. Afinal, são orçamentos diferentes, com autorizações legislativas diferentes.

Assim, em 2012, teremos tipos distintos de empenhos para continuar a execução de despesas orçamentárias: os atuais, referentes a gastos autorizados para este ano, e os “esqueletos” de exercícios encerrados – os empenhos que se tornaram restos a pagar.

Assim, para uma definição simples, restos a pagar são empenhos que transitaram de exercício.

Como isso cai na prova?

58. (FGV/ANALISTA/SEFAZ-RJ/2011) Os restos a pagar são dívidas que serão pagas fora do exercício financeiro em que ocorreram. Uma vez que o fato gerador da despesa é o empenho, ocorrido este estágio, deverá a despesa ser regularmente liquidada e paga, ou, caso isso não aconteça, cancelada. Acontece que nem sempre é possível haver o pagamento no exercício do empenho, em virtude de fatores, como não adimplemento da obrigação por parte dos fornecedores, atrasando a liquidação (estágio prévio e condição obrigatória para pagamento), atraso nos repasses, excesso de

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processos em tramitação no Departamento de Contabilidade etc. Assim, a dívida será transferida para o próximo ano.

A questão 58 faz um excelente resumo, inclusive exemplificado, a respeito do conceito de restos a pagar. Questão CERTA.

Restos a pagar processados e não processados

Nos trecho que reproduzimos há pouco, a Lei 4.320/64 e o Decreto 93.872/86 apontam mais um detalhe importante. Devemos diferenciar as despesas processadas (ou liquidadas) das não processadas (ou não liquidadas), fazendo-se o registro por exercício e por credor. Aqui, o detalhe está na passagem, ou não, dos empenhos pelo estágio da liquidação.

Portanto, restos a pagar processados (RPP) são despesas líquidas e certas, que já recebeu roupagem documental, atestados de recebimento, etc.

Por outro lado, restos a pagar não processados (RPNP) são ainda uma “intenção de despesa”, pendente de confirmação, ou, como diz a lei, pendente de implemento de condição. Assim, nada impede que ocorra um evento qualquer – uma rescisão contratual sem execução do objeto, por exemplo – e o empenho seja anulado, sem que isso traga efeitos reais sobre o patrimônio público.

Tendo isso em vista, em 31 de dezembro de um ano qualquer, pode haver empenhos liquidados e empenhos não liquidados “migrando” para o próximo exercício, respectivamente como restos a pagar processados e restos a pagar não processados.

Vale a pena destacar um importante aspecto decorrente dessa diferença entre os RPP e os RPNP, referente à confirmação da despesa.

Há uma polêmica doutrinária sobre o registro dos restos a pagar não processados: considerando que ainda não existe despesa real nesse caso, eles deveriam ou não ser contabilizados sob o aspecto financeiro? Quer dizer, eles deveriam ser registrados como obrigações certas, afetando negativamente o patrimônio, ou apenas como fatos contábeis de controle?

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Não vamos entrar nessa discussão. Para resolução de provas, aceite que os RPNP são tratados também como despesa, embora não ocorrida segundo os parâmetros da ciência contábil, para a qual o registro de uma despesa corresponde a uma redução efetiva do patrimônio.

Em 31 de dezembro, se os empenhos não foram processados, eles passam pelo que se denominou liquidação forçada. Nesse caso, não há comprovação da despesa por via documental, verificação de entrega de bens adquiridos ou serviços prestados etc. etc. É apenas um artifício contábil, uma forma de manter vivas, no próximo exercício, essas “intenções de despesa”, enquanto seu processamento não se completa.

Tendo em conta que os RPNP também devem ser tratados como obrigações, foram estabelecidas algumas condições para que o registro deles não se fizesse de forma abusiva. Caso contrário, seria criado um volume de “despesas” que, muitas vezes, não se confirmariam futuramente, deixando a realidade contábil distorcida por longos períodos. Para evitar esse quadro, os RPNP deveriam apresentar algum indicativo de execução futura.

Assim, como regra, considerou-se que, se o empenho não for liquidado até 31 de dezembro, ele deverá ser anulado, a não ser que estejam presentes condições especiais. O Decreto nº 93.872/86 firma essas condições:

Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior.

Isto posto, os empenhos não liquidados devem sofrer uma “depuração” ao final do exercício. Se eles estiverem relacionados às situações descritas, que trazem um pouco mais de certeza sobre a continuidade da execução da

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despesa, passarão pela liquidação forçada, tornando-se restos a pagar não processados.

Esse regramento teve uma alteração, como se verá no tópico seguinte.

Como isso cai na prova?

59. (FGV/ANALISTA/SENADO/2008) O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício, por credor e por destinação de acordo com a modalidade de aplicação.

60. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2006) Nos termos do art. 35, da Lei nº 4.320/64, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas. Assim, se houver despesa com material de consumo empenhada, liquidada e pronta para pagamento, mas não paga até 31 de dezembro, estar-se-á diante de

(A) restos a pagar não processados, devendo ser paga a despesa imediatamente após a conclusão do processamento da despesa.

(B) despesa de exercício encerrado, para o qual o orçamento consignava crédito próprio, com saldo suficiente, devendo se pagar por crédito adicional excepcional.

(C) restos a pagar processados, inscritos em Restos a Pagar Processados, devendo ser paga a despesa como provisão financeira para compromissos a pagar.

(D) despesa obrigatória de caráter continuado, passível de anulação, considerando-se receita do ano em que se efetivar, com pagamento através de nova dotação orçamentária.

(E) restos a pagar de exercício encerrado, que será novamente empenhado, desde que a despesa tenha sido inserida no plano plurianual.

61. (FGV/ANALISTA/SENADO/2008) Os restos a pagar de despesas processadas e não processadas compreendem respectivamente as despesas não liquidadas e as despesas liquidadas.

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62. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) A inscrição de despesa em restos a pagar não processados é procedida após a depuração das despesas pela anulação de empenhos, no exercício financeiro seguinte à sua emissão, ou seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar, anulam-se as demais e inscrevem-se os restos a pagar não processados do exercício anterior.

63. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Os empenhos correspondentes a compromissos assumidos no exterior e não liquidados até o dia 31 de dezembro do exercício de sua emissão devem ser anulados para que não sejam inscritos em restos a pagar.

64. (FCC/ANALISTA/TRT-11/2005) Os restos a pagar não processados devem ser classificados como despesa

(A) liquidada e não paga.

(B) empenhada em execução e não paga.

(C) executada, com comprovação dos serviços realizados e não paga.

(D) realizada com despacho de “pague-se”.

(E) cujo direito do credor já foi verificado e não paga.

A questão 59 está ERRADA. Conforme a Lei 4.320/64, o registro dos restos a pagar se faz por exercício e por credor, distinguindo-se os processados dos não processados. Questão ERRADA.

Na questão 60, como a despesa já foi liquidada, os restos a pagar serão registrados como processados. Isso já nos traz imediatamente a resposta da questão. Gabarito: C.

A questão 61 está CERTA. Foi feita corretamente a correspondência entre restos a pagar e despesas liquidadas/a liquidar.

A questão 62 tem um peguinha: a inscrição dos restos a pagar, qualquer que seja a espécie, se dá no exercício financeiro da emissão do respectivo empenho, em 31 de dezembro, e não no exercício posterior ao do empenho. Questão ERRADA.

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Na questão 63, é mencionada uma das hipóteses do Decreto 93.872/86 que autorizam a liquidação forçada dos empenhos não liquidados, tornando-se RP não processados. Assim, eles não devem ser anulados. Questão ERRADA.

Para julgar as alternativas da questão 64, devemos lembrar que os RP não processados correspondem a uma despesa sem liquidação e sem pagamento. Portanto, não há ainda comprovação dos serviços realizados, nem despesa “realizada com despacho de pague-se”, opções que tratam de despesas liquidadas. Assim, surge como gabarito inequívoco a letra B.

Vigência dos restos a pagar

Agora veremos uma atualização recente da legislação, no tocante aos restos a pagar. Faremos a leitura da redação original do art. 68 e do art. 70, ambos do Decreto nº 93.872/86, como segue:

Art. 68. A inscrição de despesas como Restos a Pagar será automática, no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho, desde que satisfaça às condições estabelecidas neste Decreto, e terá validade até 31 de dezembro do ano subseqüente.

Art. 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar.

Perceba que, pelo art. 68, quaisquer restos a pagar teriam validade de um ano, a partir de sua inscrição. Depois desse prazo, poderia ocorrer seu cancelamento.

Porém, sobreveio uma discussão a respeito da questão dos restos a pagar processados, que já constituem dívidas líquidas e certas para o ente público, e que, em razão disso, têm sua exigibilidade regida pelas disposições do Direito Civil.

Segundo o art. 1º do Decreto nº 20.910/32,

“As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem”.

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Aplicando-se essa disposição ao nosso tema, em conjunto com o art. 70 acima, conclui-se que o credor pode exigir judicialmente o pagamento de seu direito por cinco anos, a partir da inscrição dos restos a pagar processados. Depois, não poderá mais fazer essa exigência em juízo, e a Administração devedora não estará mais obrigada a fazer o pagamento.

Constata-se que o cancelamento de RP processados, antes da prescrição, resultaria em enriquecimento sem causa por parte do poder público. Isso já foi, inclusive, defendido pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (Parecer PGFN 401/2000). Apenas depois de ocorrida a prescrição, pode-se proceder ao cancelamento de RPP.

As redações dos artigos acima transpareciam certa contradição. O art. 68 fazia entender que os restos a pagar deveriam ser cancelados, decorrido um ano de seu registro. Mas o art. 70 garantia a prescrição quinquenal (em cinco anos) dos restos a pagar processados, já convertidos em dívida passiva.

Esse aparente conflito foi resolvido recentemente. O Decreto 7.654/2011 modificou bastante a redação do art. 68 do Decreto nº 93.872/86, acrescentando vários pontos, da seguinte forma:

Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa.

§ 1º A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica condicionada à indicação pelo ordenador de despesas.

§ 2º Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados posteriormente terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição, ressalvado o disposto no § 3º.

§ 3º Permanecem válidos, após a data estabelecida no § 2º, os restos a pagar não processados que:

I - refiram-se às despesas executadas diretamente pelos órgãos e entidades da União ou mediante transferência ou descentralização aos Estados, Distrito Federal e Municípios, com execução iniciada até a data prevista no § 2º; ou

II - sejam relativos às despesas:

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a) do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC;

b) do Ministério da Saúde; ou

c) do Ministério da Educação financiadas com recursos da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino.

§ 4º Considera-se como execução iniciada para efeito do inciso I do § 3º:

I - nos casos de aquisição de bens, a despesa verificada pela quantidade parcial entregue, atestada e aferida; e

II - nos casos de realização de serviços e obras, a despesa verificada pela realização parcial com a medição correspondente atestada e aferida.

§ 5º Para fins de cumprimento do disposto no § 2º, a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda efetuará, na data prevista no referido parágrafo, o bloqueio dos saldos dos restos a pagar não processados e não liquidados, em conta contábil específica no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.

§ 6º As unidades gestoras executoras responsáveis pelos empenhos bloqueados providenciarão os referidos desbloqueios que atendam ao disposto nos §§ 3º, inciso I, e 4o para serem utilizados, devendo a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda providenciar o posterior cancelamento no SIAFI dos saldos que permanecerem bloqueados.

§ 7º Os Ministros de Estado, os titulares de órgãos da Presidência da República, os dirigentes de órgãos setoriais dos Sistemas Federais de Planejamento, de Orçamento e de Administração Financeira e os ordenadores de despesas são responsáveis, no que lhes couber, pelo cumprimento do disposto neste artigo.

§ 8º A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, no âmbito de suas competências, poderá expedir normas complementares para o cumprimento do disposto neste artigo.

A redação do art. 70 continuou qual está. Dessa maneira, esclareceu-se que são os restos a pagar não processados que têm validade de um ano, após o que, sem liquidação, deverão ser cancelados. Os restos a pagar processados continuam com a prescrição quinquenal.

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Já os restos a pagar não processados, como visto, ganharam um “fôlego a mais”: agora, podem ter até 18 meses de sobrevida (conforme o § 2º), até ter efetivada sua liquidação, no mínimo. Além disso, no final do prazo de sua vigência, haverá uma verificação relativa ao início da execução real da despesa correspondente: tendo o fornecedor iniciado a entrega de bens ou prestação de serviços, mesmo assim os RPNP continuarão válidos.

Outro detalhe a se mencionar, sobre esse assunto, refere‐se à

revalidação de RP não processados. Apesar da regra firmada pelo

Decreto nº 93.872/86, de que os RPNP devem ser cancelados até 31 de

dezembro do exercício posterior a seu registro, caso não ocorra sua

liquidação, o Poder Executivo não raramente têm editado outros

decretos, “esticando” a validade dos RPNP de alguns órgãos.

Assim, despesas sem realização assegurada acabam sendo postergadaspara dois, três anos posteriores à sua origem, intensificando os efeitosnegativos dos restos a pagar sobre a execução financeira do exercício,como veremos a seguir.

Como isso cai na prova?

65. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Uma vez inscritos em um exercício, os restos a pagar não processados somente podem ser cancelados no final do exercício subsequente.

66. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) A despesa orçamentária que percorre os estágios de empenho e liquidação pode ser inscrita como restos a pagar, que não podem, nesse caso, ser cancelados.

67. (CESPE/TEFC/TCU/2009) De acordo com a legislação federal, a inscrição de despesas em restos a pagar é válida até o encerramento do exercício financeiro seguinte, mas, nos termos da legislação civil, os direitos dos respectivos credores só prescrevem cinco anos depois.

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A questão 65 está ERRADA. Como acabamos de ver, os RPNP podem ser cancelados a qualquer momento. Basta constatar-se o não prosseguimento da execução da despesa iniciada.

A questão 66 traz o tratamento correto quanto às despesas inscritas em RP processados. Como já se apurou o direito do credor e a obrigação a pagar, não há que se falar em cancelamento. Questão CERTA.

Na questão 67, para que se firmasse o entendimento perfeito, faltou acrescentar que os restos a pagar válidos até o fim do exercício subsequente são os RP não processados. O gabarito oficial foi CERTO, embora seja questionável por este detalhe, e, atualmente, com a mudança no Decreto 93.872/86, o correto seria dizer “válida até 30 de junho do segundo ano subsequente ao da inscrição”.

Impactos financeiros dos restos a pagar

A cada ano, os Poderes e o Ministério Público, obedecendo a ordens da LRF e da Lei de Diretrizes Orçamentárias, devem “fatiar” a execução de seu respectivo orçamento pelos meses do exercício, proporcionalmente ao ritmo previsto de arrecadação da receita – é o que baseia a “programação financeira”.

Isso representa a divisão do orçamento anual em parcelas mensais, com vistas a manter-se o controle de curto prazo sobre a execução das despesas, equilibrando-as com o ingresso das receitas.

Caso a arrecadação prevista seja ameaçada de frustração em certo período, afetando as metas de resultado, deverá ocorrer o contingenciamento(suspensão ou redução da execução) das despesas, resguardando o equilíbrio.

E os restos a pagar, o que têm a ver com isso?

Têm a ver porque eles também fazem parte da programação financeira. Assim como as despesas normais do exercício corrente, também os RP têm seu ritmo de pagamento distribuído pelos meses do ano, evitando que o caixa sofra uma “baixa” diante de saídas financeiras muito concentradas num período curto de tempo.

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Num quadro em que não houvesse restos a pagar, o ritmo de execução das despesas do exercício corrente seria bem mais folgado, já que as receitas disponíveis poderiam ser totalmente destinadas às dotações próprias. Entretanto, o que se verifica, com o aumento do volume de RP, é um efeito bola de neve: o pagamento dos RP comprime e posterga a execução das despesas do exercício, que, ao final do ano, são transferidas em grande volume para o próximo exercício – na forma de novos restos a pagar.

Nesse caso, com a insuficiência de receita para cobrir tanto os restos a pagar quanto as despesas do orçamento atual, o volume excessivo de RP pode comprometer a programação financeira.

Como isso cai na prova?

68. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na fixação da programação financeira, devem ser considerados os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias, em especial os restos a pagar.

69. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar constituirão item específico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar-se dentro do limite de saques fixado.

70. (CESPE/ACE/TCU/2008) O volume expressivo de restos a pagar não processados inscritos ou revalidados em determinado exercício financeiro compromete a programação financeira e o planejamento governamental nos exercícios seguintes.

A questão 68 está CERTA. Repisando a informação, os RP integram a programação financeira do exercício.

Como os RP disputam por recursos financeiros com as despesas do exercício corrente, é necessário harmonizar o ritmo de pagamento desses conjuntos de obrigações, submetendo-os aos procedimentos da programação financeira. A questão 69 está CERTA.

A questão 70 também está CERTA, pelas mesmas razões estudadas nesse tópico.

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Impactos patrimoniais dos restos a pagar

Já comentamos antes que os restos a pagar processados provêm de empenhos liquidados. Vale dizer, são dívida assumida e documentada pelo poder público, restando apenas o pagamento para sua extinção.

Por outro lado, os restos a pagar não processados constituem meras “intenções de despesa”.

Quanto aos efeitos dos restos a pagar sobre o patrimônio, seu registro se dá na conta contábil “Passivo Financeiro”, integrando o que a Lei 4.320/64 chamou de “Dívida Flutuante”.

A Dívida Flutuante é constituída de obrigações de curto prazo, que não necessitam de autorização orçamentária para sua quitação.

Relembrando conceitos da contabilidade, a situação patrimonial líquida, ou Patrimônio Líquido, é igual à diferença entre o Ativo (bens, direitos) e o Passivo (obrigações). Portanto, fazendo parte do Passivo Financeiro, os restos a pagar diminuem a situação patrimonial líquida.

Havendo, por hipótese, o cancelamento de restos a pagar, isso significaria a diminuição de uma obrigação no Passivo Financeiro – seria o equivalente, para nós, pessoas físicas, ao cancelamento de uma conta. Como resultado, a situação líquida sofreria um aumento correspondente ao valor do RP cancelado.

Lembre que a ocorrência de cancelamento de RP processado é excepcional. Já pontuamos que os RP processados não podem, como regra, ser cancelados antes da prescrição, por representarem dívidas líquidas, certas e documentadas.

Já tratamos anteriormente dessa hipótese de cancelamento de RP. Vamos relembrar?

A Lei 4.320/64 diz que, se a anulação do empenho ocorrer no mesmo

exercício de sua emissão, faz‐se apenas uma reversão à dotação original.

Ou seja, a despesa autorizada pela LOA volta a contar com a

disponibilidade orçamentária correspondente ao empenho anulado.

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Por outro lado, se a anulação ocorrer em exercício diverso daquele daemissão do empenho, já se tratará de uma anulação de restos a pagar(empenhos que transitaram de exercício).

Isso gera certa polêmica, porque, em obediência ao princípio daanualidade, não há como restaurar um orçamento já encerrado. Dessemodo, a anulação de restos a pagar deve lançar seus efeitos sobre onovo exercício.

Aí temos uma disputa de entendimentos. Segundo o art. 38 da Lei4.320/64, a anulação de restos a pagar corresponde a uma receitaorçamentária do ano em que ocorrer essa anulação.

A Secretaria do Tesouro Nacional, assim como a doutrina, dizem que nãohá que se falar em receita nessa hipótese, pelo simples fato de nãoocorrer ingresso de recursos. O que há, assumindo esse segundoraciocínio, é uma desincorporação de passivo, ou seja, o sumiço de umaobrigação.

Assim, é necessário ir para a prova com cuidado. Ultimamente as provas têm optado mais frequentemente pela visão da STN.

Como isso cai na prova?

71. (CESPE/AUDITOR/FUB/2009) O cancelamento da prestação de um serviço, cujo empenho foi inscrito na unidade gestora como restos a pagar não processado, é classificada como uma variação ativa independente da execução orçamentária.

72. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) O cancelamento de restos a pagar corresponde ao recebimento de recursos provenientes de despesas pagas em exercícios anteriores, os quais devem ser reconhecidos como receita orçamentária.

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73. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) O pagamento de restos a pagar processados afeta o patrimônio líquido do órgão público somente no exercício do efetivo desembolso financeiro.

74. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) Em 28/12/X8, a Secretaria de Obras empenhou despesa em dotação orçamentária própria para a aquisição de material elétrico. No dia 30/12/X8, o fornecedor informou à administração pública que não teria condições de atender ao pedido e o ordenador de despesa solicitou o cancelamento do empenho. Neste caso, a importância relativa ao cancelamento será considerada receita do exercício corrente.

Inicialmente, na questão 71, registre-se que o cancelamento se refere a RP não processado, o que é possível. Além disso, como tem sempre acontecido, a banca acolheu o entendimento da Secretaria do Tesouro Nacional quanto aos efeitos patrimoniais desse fato. Questão CERTA.

A questão 72 está ERRADA. No cancelamento de RPNP, não existe recebimento de recursos, apenas uma variação ativa patrimonial.

A questão 73 despreza o regime de competência aplicável à despesa. Ao ser liquidado o empenho, confirma-se a obrigação, e registra-se a baixa patrimonial. O pagamento posterior apenas substitui a obrigação contraída, ou seja, ocorre uma mutação patrimonial. Questão ERRADA.

Na questão 74, como o cancelamento do empenho se concretiza no próprio exercício de sua emissão, ocorre apenas a reversão do respectivo valor à dotação orçamentária da qual se originou o empenho. Questão ERRADA.

Restos a pagar de despesas plurianuais

Uma observação interessante sobre os restos a pagar consta do art. 36, parágrafo único, da Lei 4.320/64:

Art. 36, Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal que não tenham sido liquidados só serão computados como Restos a Pagar no último ano de vigência do crédito.

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Para entender esse dispositivo, devemos pensar nos créditos especiais e extraordinários que se transferem de exercício, por terem sido abertos nos últimos quatro meses do ano (como estudamos na aula sobre créditos adicionais).

Assim, os empenhos não liquidados referentes a esses créditos plurianuais só serão contabilizados como restos a pagar ao final do seu último ano de vigência.

Como isso cai na prova?

75. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os empenhos que correm por conta de créditos com vigência plurianual que não tenham sido liquidados somente serão computados como restos a pagar no último ano de vigência do crédito.

76. (FCC/ANALISTA/TCE-MA/2005) Os empenhos decorrentes de contratos com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, serão computados pelo valor total como restos a pagar ao final do primeiro exercício financeiro.

Nesse ponto, as bancas não ultrapassam muito o que a legislação já estabeleceu, como foi o caso. A questão 75 está CERTA.

A questão 76 está ERRADA, já que o prazo para considerar os empenhos decorrentes de créditos de vigência plurianual como restos a pagar é verificado no último ano de vigência do crédito, e não no primeiro exercício financeiro.

Restos a pagar e a LRF

A Lei de Responsabilidade Fiscal refletiu uma preocupação de índole financeira referente às despesas assumidas durante a transição de mandatos dos chefes dos Poderes e do Ministério Público.

Vejamos o dispositivo aplicável:

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Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

O art. 42 da LRF procura evitar as chamadas “heranças malditas”: gastos assumidos por gestores que só vão explodir já no mandato do sucessor, sob a forma de uma avalanche de restos a pagar, sem lastro para custeá-los.

Assim, o gestor em final de mandato poderia “ficar bem na fita”, executando despesas de diferentes naturezas, com uma imagem de bom administrador, mas sem arcar com os custos financeiros dessas realizações, e transferindo os correspondentes encargos ao sucessor.

Por causa disso, simplificando o trecho acima, estão estabelecidas as seguintes normas:

• nos últimos dois quadrimestres de seu mandato, o titular de Poder ou do MP não poderá contrair obrigação de despesa que não possa ser honrada dentro do exercício;

• caso restem parcelas a serem pagas no exercício seguinte, já pertencente ao mandato do sucessor, o gestor em fim de mandato deverá deixar suficientes recursos disponíveis em caixa, para custear essas parcelas inscritas em restos a pagar.

Adicionalmente, para apurar a disponibilidade de caixa, deve-se fazer a quantificação dos compromissos a vencer até o final do exercício.

Como isso cai na prova?

77. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) Ao titular de poder ou órgão público é vedado contrair, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, obrigação de despesa que não possa ser cumprida

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integralmente nesse período, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para esse efeito.

78. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na disponibilidade de caixa, que permite ao governante a inscrição em restos a pagar de despesa contraída no último ano de seu mandato, são considerados os encargos e as despesas que devam ser pagos até o final do exercício.

79. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) Em relação aos Restos a Pagar e de acordo com a Lei nº 101/2000, é vedado ao titular do Poder Executivo, contrair obrigação de despesas que não possa ser cumprida integralmente ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito

(A) nos últimos dois meses de cada exercício.

(B) nos últimos dois trimestres do seu mandato.

(C) nos últimos dois bimestres do seu mandato.

(D) nos últimos dois quadrimestres do seu mandato.

(E) no último quadrimestre do seu mandato.

A questão 77 praticamente copiou os dispositivos da LRF sobre o presente tópico. Questão CERTA.

A questão 78 tem uma informação sutil, que cria problemas: a despesa que pode ser inscrita em restos a pagar não pode ser assumida durante o último ano do mandato, mas apenas nos últimos dois quadrimestres desse último ano. Questão ERRADA.

Na questão 79, novamente devemos lembrar que o prazo de observância relativo à vedação aos restos a pagar, conforme o critério da LRF, se refere aos dois últimos quadrimestres do mandato. Gabarito: D.

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

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As despesas de exercícios anteriores (DEA) são outra modalidade de execução da despesa pública, cujo conceito sempre é utilizado pelas bancas para “misturar” com o de restos a pagar.

Para iniciarmos a abordagem sobre as DEA, diferenciando-as dos restos a pagar, vamos pensar assim:

• como já vimos, os restos a pagar são empenhos (liquidados ou não) que transitaram de exercício;

• as DEA atendem a obrigações de anos passados, para as quais não existe empenho ou RP emitido.

Vamos ver uma historinha para ilustrar uma hipótese em que se poderia utilizar DEA.

Digamos que um órgão público tenha contratado uma empresa para trocar toda a aparelhagem de ar-condicionado em sua sede, em dezembro de 2009. O empenho foi emitido, mas, sem execução dos serviços nesse fim de ano, registraram-se restos a pagar não processados, para suportar a continuidade do contrato no exercício seguinte.

Por conta de alguns atrasos processuais, os serviços tiveram início apenas em março de 2010, e os RP não processados foram utilizados aos poucos para cobrir gradualmente faturas da empresa, conforme o trabalho ia se realizando.

Ao final dos trabalhos, em dezembro de 2010, o servidor responsável recebeu o serviço e atestou o cumprimento total do objeto. Porém, esqueceu-se de encaminhar a documentação à contabilidade, para que a despesa correspondente à última fatura fosse processada.

No fim do ano, a parte dos RP não processados que serviria de lastro para essa última fatura foi cancelada pelo setor de contabilidade, em razão da não apresentação de documentos que justificassem sua liquidação (pela falha humana referida). Obedeceu-se ao disposto no Decreto nº 93.872/86, segundo o qual os RP não processados devem ser cancelados, se não forem liquidados até 31 de dezembro do exercício seguinte ao registro.

Ao saber da ocorrência, em janeiro de 2011, a empresa vai até o órgão esclarecer a situação, e o servidor responsável pelo aceite dos serviços

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percebe sua falha, encaminhando então a documentação à contabilidade para que a empresa tenha seu pagamento.

E agora, como a contabilidade vai executar essa despesa? Sem dúvida, existe o direito da empresa credora e uma obrigação do poder público. Mas o empenho de 2009, que se tornou RP, e que vinha sendo utilizado para executar a despesa com o ar-condicionado, não existe mais.

Vamos relembrar que, para executar uma despesa, necessariamente deve-se emitir um empenho, logo de início (Lei 4.320/64, art. 60: É vedada a realização de despesa sem prévio empenho). Portanto, na ausência de empenhos ou RP que pudessem atender às obrigações de exercícios encerrados, emite-se um empenho à conta do orçamento corrente.

Portanto, para situações em que algum lapso ou falha administrativa, ou motivo de força maior, leva à inexistência de empenho/RP para fazer frente ao direito de um credor, emprega-se essa figura de DEA.

Como isso cai na prova?

80. (CESPE/TEFC/TCU/2007) Os valores registrados como despesas de exercícios anteriores terão validade até o encerramento do ano subseqüente e, após essa data, os saldos remanescentes serão automaticamente cancelados, permanecendo em vigor, no entanto, o direito do credor por cinco anos.

81. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) Quando o empenho não for pago dentro do exercício financeiro em que for emitido, dará origem a um processo de despesas de exercícios anteriores.

82. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Tendo em vista o agrupamento de diversos itens registrados como despesas de exercícios anteriores, não é possível manter, nesse caso, os registros de cada despesa segundo a categoria econômica original.

83. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) É característica das Despesas de Exercícios Anteriores

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(A) desembolsada em exercícios anteriores, mas gerada no exercício corrente.

(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no exercício em que forem geradas.

(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido quando do empenho da despesa.

(D) serem despesas orçamentárias.

(E) serem despesas cuja inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada, por não mais viger o direito do credor.

A questão 80 tenta “colar” uma mistura entre os conceitos de RP e de DEA. Questão ERRADA.

Como vimos, um pré-requisito para a existência de DEA é a inexistência de empenho para executar a despesa anterior. Por isso, a questão 81 está ERRADA.

A questão 82 está ERRADA: o processamento da despesa com o “elemento 92”, referente a DEA, não altera os demais níveis da classificação da despesa quanto à natureza.

Na questão 83, a característica pertencente às despesas de exercícios anteriores é o fato de constituírem despesas orçamentárias. Os motivos que invalidam as demais alternativas são os seguintes: são geradas em exercícios passados; havia crédito autorizado com saldo suficiente para atender a despesa no exercício de origem; e o credor tem um direito a receber nessas situações. Gabarito: D.

Hipóteses de DEA

Como sempre, vamos partir das previsões legais sobre o assunto:

Lei 4.320/64, Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para

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atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Decreto 93.872/86, Art. 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria.

§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à autoridade competente para empenhar a despesa.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:

a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;

b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;

c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do exercício correspondente.

Art. 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores.

Existem quatro hipóteses de utilização da figura “despesas de exercícios anteriores”. Os trechos da legislação acima reproduzidos tratam explicitamente de três dessas hipóteses. Vamos detalhá-las.

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a) Despesas que não se tenham processado na época própria. Essa previsão refere-se a empenhos que não foram liquidados em razão de algum problema no processamento da despesa (falhas documentais, falhas de comunicação entre setores do órgão, não emissão de documentos fiscais pelo credor etc.), sendo, por isso, cancelados. Depois disso, constata-se que um serviço foi prestado, um bem foi entregue, uma obra foi realizada. Mas não existe resquício do orçamento original para ser utilizado.

Assim, o orçamento atual é “sacrificado”, concedendo dotações para cobertura de despesas que pertencem, na verdade, a outros exercícios. Aquela história que ressaltamos, de que orçamentos anuais são mundos separados, é relativamente superada aqui (e em todos os casos de DEA): o orçamento atual “se solidariza”, pagando a conta relativa a outros, já encerrados.

b) Restos a pagar com prestação interrompida. Aplicam-se a essa hipótese às mesmas observações acima, com a diferença de que, em vez de falarmos num empenho cancelado, pensamos num RPNP cancelado, cuja ausência é suprida por DEA.

c) Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício. Nesses casos, a Administração reconhece um direito a pagar criado por lei, mas exigido em exercício posterior ao início da vigência desse direito.

Para ilustrar esse caso, pense numa decisão judicial favorável a um grupo de servidores públicos, concluindo que o pagamento de certa gratificação estava sendo calculado erroneamente há 3 anos, e obrigando a Administração a corrigir a falha (inclusive recompondo os atrasados).

No momento de efetuar os pagamentos referentes aos anos anteriores, a contabilidade do órgão responsável não encontrará qualquer empenho relativo à diferença de remuneração, pelo simples fato de que essa diferença não era reconhecida à época.

Esses pagamentos deverão então ser realizados à conta de despesas de exercícios anteriores. Diferentemente dos outros dois casos já vistos, em que um empenho tinha sido emitido e cancelado (ou convertido em RP e posteriormente cancelado), aqui sequer houve empenho no exercício de origem.

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d) “Reforço” de restos a pagar não processados. Como já estudamos nos estágios da despesa, o empenho pode ser emitido por estimativa, quando não se tem definido o valor a ser pago. Assim, a despesa vai sendo executada gradualmente, e, conforme o caso, ao final, anula-se a parte excedente (empenho maior que a despesa real) ou reforça-se o empenho estimativo(empenho menor que a despesa real).

Porém, esses procedimentos ocorrem apenas no mesmo exercício de emissão do empenho. Caso um empenho por estimativa transite de exercício, para execução posterior, tornando-se restos a pagar não processados, temos as seguintes possibilidades, depois de confirmado o valor da despesa:

• restos a pagar superiores à despesa real: aqui, deve-se anular a parcela excedente dos RPNP, o que produzirá, como vimos, variação patrimonial ativa para o ente público (ou “receita orçamentária”, segundo a Lei 4.320/64);

• restos a pagar inferiores à despesa real: agora, não se pode “reforçar” literalmente o RPNP. A parcela faltante da despesa, não coberta pelo RPNP, deverá ser atendida por DEA.

Como isso cai na prova?

84. (FGV/ANALISTA/SEFAZ-RJ/2011) As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que (1) não se tenham processado na época própria, bem como (2) os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os (3) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

85. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, não estando mais vigente o direito do credor, poderá ser paga à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores.

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86. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. DA SAÚDE/2008) Se a administração pública reconhecer dívida correspondente a vários anos de diferenças em gratificações de servidores públicos em atividade, a despesa decorrente da decisão poderá ser paga na folha de pagamentos regular dos meses seguintes e não poderá ser classificada como despesa de exercícios anteriores.

87. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Quando determinada unidade gestora recebe nota fiscal de despesa inscrita em restos a pagar não processados, com valor superior ao inscrito, deve providenciar o cancelamento de sua inscrição por divergência no valor.

88. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Na questão 84, mostram-se as hipóteses da Lei 4.320/64 relativamente à execução de DEA. Questão CERTA.

A questão 85 está ERRADA. Há nela uma informação sutil e muito importante: não está mais vigente o direito do credor. Dessa forma, não há obrigação a pagar.

A questão 86 tem quase tudo certo, exceto a conclusão: essa dívida poderia ser atendida mediante a execução de DEA. Questão ERRADA.

A questão 87 está ERRADA. Nesse caso, o valor excedente ao RPNP seria atendido por DEA.

A questão 88 trouxe uma reprodução quase literal de parte do caput do art. 37 da Lei 4.320/64, indicando duas das hipóteses de utilização de DEA. Questão CERTA.

SUPRIMENTO DE FUNDOS

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O suprimento de fundos, ou regime de adiantamento, constitui uma

modalidade excepcional de execução da despesa pública. Nesse caso,

recursos financeiros são confiados a um servidor público (agente suprido),

que será o responsável pelas contratações/aquisições dos bens ou serviços de

interesse da Administração.

Mais uma vez, vamos beber diretamente da fonte:

Lei 4.320/64, Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

As despesas executadas sob regime de adiantamento são reconhecidas

legalmente como de processamento diferenciado, em virtude,

normalmente, da urgência ou do sigilo que devem envolver as operações

nesses casos, ou pela pequena dimensão do gasto.

Por se tratar de uma modalidade excepcional, não é permitida sua utilização repetida, o que caracterizaria fuga ao regime normal de execução da despesa (incluindo a realização de procedimento licitatório).

Como isso cai na prova?

89. (CESPE/TÉCNICO/PGE-PA/2006) A administração pública realiza suprimento de fundos quando se utiliza de modalidade simplificada de execução de despesa, que consiste na entrega de numerário a servidor para a realização de uma despesa precedida de empenho na dotação própria que, por sua natureza ou urgência, não possa subordinar-se ao processo normal da execução orçamentária e financeira.

A questão 89 está CERTA. O enunciado trouxe algumas modificações em relação ao conceito de suprimento de fundos, mas fiel ao sentido original.

Hipóteses de utilização

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O Decreto 93.872/86 delimitou as hipóteses de utilização do suprimento de

fundos:

Art. 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do empenho na dotação própria às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação, nos seguintes casos:

I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento;

II - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento; e

III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

Assim, podemos ter situações sem condições de execução normal da

despesa, que exigem pronto pagamento, como ocorre em viagens de

servidores a interesse do órgão/entidade respectivo.

Por exemplo, para compra de combustível para o carro utilizado na viagem

dos servidores, provavelmente não haverá unidade administrativa-contábil

próxima para emitir empenho, efetuar a liquidação e liberar o pagamento

correspondente. Assim, o agente suprido levará certa quantia consigo (na

verdade, receberá limite bancário, como veremos) para pagamento de

combustível e outras despesas necessárias no decorrer da viagem.

As outras hipóteses de utilização do regime de adiantamento dão-se ante

despesas sigilosas, assim caracterizadas na legislação, e para atendimento

de despesas de pequeno vulto, cujos critérios também devem ser

normatizados.

Inclusive, sobre esse último ponto, existe uma exceção ao formalismo dos

contratos com a Administração. Para contratos de valor reduzido (pequeno

vulto), é possível o “contrato verbal” com a Administração, mediante o regime

de adiantamento, conforme estabelecido pela Lei 8.666/93:

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Art. 60, Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

Ou seja, para despesas de pequeno vulto, a aquisição de bens e serviços se dá

de forma bastante simplificada, dispensando a existência de termo contratual.

A definição do que seja “despesa de pequeno vulto” fica a cargo de

normatização ministerial:

Decreto 93.872/86, Art. 45, § 4º Os valores limites para concessão de suprimento de fundos, bem como o limite máximo para despesas de pequeno vulto de que trata este artigo, serão fixados em portaria do Ministro de Estado da Fazenda.

Como isso cai na prova?

90. (CESPE/CONTADOR/PREF. RIO BRANCO/2007) O regime de adiantamento de numerário é aplicável aos casos em que não se podem determinar previamente o valor a ser despendido e a finalidade específica do gasto.

91. (FCC/ESPECIALISTA/SAEB-BA/2004) Segundo o Decreto nº 93.872, excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade poderá ser concedido suprimento para despesa que deva ser feita

(A) com urgência.

(B) para atender despesa de pequeno vulto definido pelo seu ordenador.

(C) em caráter sigiloso.

(D) para compra de material de consumo.

(E) para prestação de serviços de reparos.

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A questão 90 está ERRADA: o enunciado não aborda nenhuma das previsões legais para esse regime. No suprimento de fundos, o valor a ser despendido e a finalidade do gasto são conhecidos previamente.

Das alternativas da questão 91, a que se refere a uma das hipóteses legais para utilização do suprimento de fundos é a de despesas de caráter sigiloso. Gabarito: C.

Registro contábil do suprimento de fundos

Relativamente à questão da execução da despesa mediante suprimento de

fundos, há mudanças nos procedimentos.

Para ser bem simples, no ato de concessão do suprimento de fundos, já se

considera a despesa como inteiramente realizada. Ou seja, quando o

suprimento é concedido, registram-se, simultaneamente, o empenho, a

liquidação e o pagamento da despesa, sem importar que o suprido ainda

não tenha aplicado os recursos. Assim, nessa modalidade, a aquisição dos

bens ou serviços é posterior a todos os estágios da despesa (por isso a

denominação “regime de adiantamento”).

Apesar dessa “execução completa” da despesa, claro, não houve qualquer

afetação patrimonial do ente público. Enquanto não são aplicados os

recursos, a Administração permanece com um “direito a receber”, referente ao

dever do agente suprido de comprovar as despesas. Conclui-se, portanto, que

a concessão de suprimento de fundos constitui despesa não efetiva.

Como isso cai na prova?

92. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. COMUNICAÇÕES/2008) No caso de adiantamento de numerário a servidor, é dispensado o empenho. Os adiantamentos serão utilizados na realização de despesas que exigem rapidez e não possam ser submetidas ao processo normal de aplicação.

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A questão 92 está ERRADA. Como visto antes, não há despesa sem prévio empenho, e, no caso do suprimento de fundos, a despesa é considerada executada no ato da concessão do limite ao suprido.

Controle e responsabilização

O Decreto 93.872/86 traz as seguintes disposições sobre o suprimento de

fundos, no tocante ao controle dos registros:

Art. 45, § 1º O suprimento de fundos será contabilizado e incluído nas contas do ordenador como despesa realizada; as restituições, por falta de aplicação, parcial ou total, ou aplicação indevida, constituirão anulação de despesa, ou receita orçamentária, se recolhidas após o encerramento do exercício.

§ 2º O servidor que receber suprimento de fundos, na forma deste artigo, é obrigado a prestar contas de sua aplicação, procedendo-se, automaticamente, à tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado pelo ordenador da despesa, sem prejuízo das providências administrativas para a apuração das responsabilidades e imposição, das penalidades cabíveis.

Art. 46. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer indicação precisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização e reinscrição da respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data posterior, observados os prazos assinalados pelo ordenador da despesa

Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte.

Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que lhe foi confiada, o

suprido deverá prestar contas dos gastos. Para tanto, será necessário

apresentar documentos fiscais, comprovantes de compras, recibos etc. Ou

seja, os procedimentos que normalmente constituiriam o estágio da

liquidação são realizados na posterior prestação de contas.

Embora o executor seja o agente suprido, o limite de recursos concedido fica

sob responsabilidade do ordenador de despesas, que foi o responsável

pela transferência dos recursos à guarda do servidor.

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Cabe ao ordenador de despesa responsável, portanto, tomar as contas do

agente suprido após a execução do adiantamento, verificando a documentação

comprobatória dos gastos e procedendo à baixa da responsabilidade do

servidor. Ou, detectando irregularidades na aplicação do adiantamento, deve

instaurar processo de tomada de contas especial para apurar o dano e as

responsabilidades.

Por ocasião da execução do suprimento de fundos, pode haver a devolução de

recursos confiados, ora na hipótese de restar saldo sem aplicação, ora na

hipótese de impugnação de despesas. Assim, tanto pela “sobra” de recursos

quanto pela não aprovação da prestação de contas do suprido, este deverá

recolher a quantia devida aos cofres públicos.

Destaco aqui um detalhe curioso, ao final do § 1º do art. 45 do Decreto

93.872/86, referente ao momento da devolução de recursos do

suprimento de fundos. Se a devolução ocorrer no mesmo exercício da

concessão do limite de gasto, procede‐se à anulação da despesa, no

montante devolvido. Se a devolução se der em exercício posterior ao da

concessão, registra‐se uma receita orçamentária pertencente a esse

novo exercício.

Ao assumir a responsabilidade pelos recursos sob regime de adiantamento, o

agente suprido também é informado, pelo ordenador de despesas, sobre o

prazo limite para execução da despesa e para apresentação da prestação de

contas. No final do ano, a execução do suprimento de fundos realizada até

31/12 deve ter seus comprovantes apresentados até 15/01.

Vale ressaltar que a não apresentação da prestação de contas enseja a

rejeição das contas do agente suprido, impedindo-o de receber novos

suprimentos de fundos.

Na transição de um exercício para outro, é necessário que os agentes supridos

informem à Administração os saldos sob sua guarda em 31/12, para

reinscrição da responsabilidade.

O prazo para prestação de contas de suprimento de fundos não expira no fim

do exercício financeiro. Isso deve ser regulamentado no âmbito dos órgãos ou

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Poderes. Na esfera federal, o prazo mais adotado é de 90 dias para aplicação

dos recursos e mais 30 dias para comprovação dos gastos.

Como isso cai na prova?

93. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) O servidor que receber suprimento de fundos deverá prestar contas da aplicação dos recursos até o encerramento do exercício financeiro. O saldo não aplicado será recolhido como uma nova receita.

A questão 93 está ERRADA: o prazo para prestação de contas do suprimento de fundos, na esfera federal, é de 30 dias após o prazo para aplicação dos recursos.

Vedações ao uso de suprimento de fundos

Há situações que impedem um servidor de figurar como suprido no regime de

adiantamento. Isso está regido pelo Decreto 93.872/86, como segue:

Art. 45, § 3º Não se concederá suprimento de fundos:

a) a responsável por dois suprimentos;

b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;

c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e

d) a servidor declarado em alcance.

Vejamos cada uma dessas previsões.

a) Dois suprimentos em conta de responsabilidade. Nesse caso, busca-se

evitar a sobrecarga de um servidor na função de suprido. A legislação

permite que o mesmo servidor seja responsável, simultaneamente, apenas por

dois adiantamentos.

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Essa regra não tem exceções. Assim, não importa que sejam trabalhos

diferentes, ordenadores de despesas diferentes, etc.; o suprido poderá ter

consigo a guarda de dois suprimentos de fundos, somente.

b) Responsabilidade pela guarda ou utilização dos bens a adquirir. Um

dos princípios mais importantes da atividade de controle diz respeito à

“segregação de funções”. A ideia é evitar o acúmulo de funções pelos

mesmos agentes, de modo que não sejam criadas condições para a prática de

erros e fraudes nos procedimentos administrativos.

Assim, também não pode ser responsável por suprimento de fundos servidor

responsável pela guarda ou pela utilização do material a ser adquirido

por meio do suprimento, a não ser que não exista, na repartição, outro

servidor.

Situações que impliquem a desobediência ao princípio da segregação de

funções poderão também ser enquadradas neste dispositivo.

c) Não apresentação das contas de suprimentos anteriores. Como visto,

ao ser designado como agente suprido, o servidor público é informado dos

prazos para execução da despesa e para apresentação da prestação de contas

referente aos gastos contraídos.

A omissão quanto à apresentação da prestação de contas é falta grave, que

enseja, além do impedimento à concessão de novo suprimento de fundos, a

instauração de processo de tomada de contas especial, para apuração do

dano e das responsabilidades, bem como da aplicação das penalidades

cabíveis.

d) Declaração de “alcance”. Depois de executadas as despesas e

apresentada a respectiva comprovação, pode ocorrer de o ordenador de

despesas encontrar falhas que não permitam a aprovação das contas do

agente suprido.

A impugnação de despesas realizadas pelo suprido o submete à declaração

da situação “em alcance”. O servidor em alcance está impedido de receber

novos suprimentos, sem prejuízo da instauração de tomada de contas especial.

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Como isso cai na prova?

94. (FCC/AGENTE/ALESP/2010) O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. De acordo com a Lei nº 4.320/64, não se fará adiantamento a servidor responsável por

(A) um adiantamento.

(B) dois adiantamentos.

(C) três adiantamentos.

(D) quatro adiantamentos.

(E) cinco adiantamentos.

95. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) É vedado ao servidor público receber três suprimentos de fundos simultaneamente, mesmo que desenvolva missões distintas.

A questão 94 é de decoreba: basta lembrar qual o número máximo possível de adiantamentos pelos quais um mesmo suprido pode ser responsável de forma simultânea – dois. Gabarito: B.

A questão 95 está CERTA. Por mais especiais que possam ser as circunstâncias, a legislação só permite a responsabilidade simultânea por dois suprimentos.

Cartão de Pagamento do Governo Federal

O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), ou cartão corporativo,

como é mais conhecido, é utilizado atualmente para movimentação dos

recursos confiados aos agentes supridos nos suprimentos de fundos,

principalmente no âmbito do Poder Executivo.

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O CPGF funciona tal qual um cartão de crédito. Assim, a compensação do

pagamento das despesas junto aos fornecedores se dá pela quitação da

fatura do cartão.

Excepcionalmente, pode ser utilizada a modalidade de saque, para

pagamentos em espécie. Mas isso só vale para algumas unidades (Presidência

e Vice-Presidência da República, Ministério da Fazenda, Ministério das Relações

Exteriores etc.) ou sob condições excepcionais, atestadas pela maior

autoridade do órgão (Ministro de Estado, por exemplo). No caso de saque

mediante o CPGF, o débito dá-se diretamente na Conta Única do Tesouro.

O CPGF é emitido em nome da unidade gestora, com identificação

pessoal do agente portador, que é o usuário exclusivo do cartão.

O ordenador de despesas é responsável pela definição e controle do valor

máximo que poderá ser realizado por meio do CPGF no âmbito da unidade.

Além disso, também cabe ao ordenador a concessão do limite de crédito para

cada cartão, distribuído aos agentes supridos.

O CPGF nasceu como instrumento típico para operacionalização de

suprimentos de fundos, mas ato de autoridade competente (normalmente,

Ministros de Estado) pode indicar outros tipos de despesa que podem ser

executados por meio desse cartão.

As disposições do Decreto 93.872/86 sobre o CPGF são as seguintes:

Art. 45, § 5º As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal - CPGF.

§ 6º É vedada a utilização do CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante às despesas:

I - de que trata o art. 47 [Regime Especial de Execução, autorizado por Ministros de Estado e outras autoridades, para atender a peculiaridades dos órgãos]; e

II - decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do autorizado em portaria pelo Ministro de Estado competente e nunca superior a trinta por cento do total da despesa anual do órgão ou entidade efetuada com suprimento de fundos.

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III - decorrentes de situações específicas da Agência Reguladora, nos termos do autorizado em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a trinta por cento do total da despesa anual da Agência efetuada com suprimento de fundos.

Art. 45-A. É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação de suprimentos de fundos.

Neste último artigo, ao mesmo tempo em que institui o CPGF como meio de

pagamento ideal para a execução de despesa mediante suprimento de

fundos, proíbe-se a abertura de contas bancárias para tal finalidade.

Apesar de o CPGF ser a regra atualmente para o regime de adiantamento no

Poder Executivo, é permitida a utilização de contas bancárias específicas

(contas “tipo B”) por parte pelos Comandos Militares para esse fim.

Isso se aplica também aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do

Ministério Público da União, que não estão obrigados a utilizar o CPGF.

Como isso cai na prova?

96. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) Um exemplo de instrumento utilizado para pagamento de suprimento de fundos na administração pública é o cartão de pagamento do governo federal, que, por ter características de cartão corporativo, é emitido em nome da unidade gestora, sendo vedado o seu uso para pagamento de despesa de caráter sigiloso.

A questão 96 contém um problema: como o CPGF se constitui um meio de utilização da sistemática do suprimento de fundos, as hipóteses legais relativas a este são aplicáveis. Assim, podem-se executar despesas de caráter sigiloso com o uso do CPGF. Questão ERRADA.

Muito bem, caro aluno, chegamos ao fim desta aula. Muita informação importante foi vista hoje!

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Espero você na semana que vem. Um abraço, bons estudos!

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RESUMO DA AULA

1. Na contabilidade geral, a despesa representa uma baixa no patrimônio, que pode envolver ou não a saída de recursos do caixa. No setor público, ao se falar de despesa, consideraremos fluxos de recursos saindo do caixa (embora o registro da despesa seja anterior à saída financeira).

2. No caso da despesa orçamentária, diferentemente da receita, o regime contábil é de competência, sempre.

3. A palavra “crédito”, na contabilidade pública, tem a ver com a autorização orçamentária para o gasto, e a palavra “recurso” corresponde ao aspecto financeiro do orçamento.

4. A categoria econômica da despesa indica o efeito que ela terá sobre a economia. Assim, existem as categorias “despesa corrente” e “despesa de capital”.

5. Os grupos de natureza da despesa constituem, conforme a Portaria 163, “a agregação de elementos de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto de gasto”.

6. A modalidade de aplicação indica a forma como a despesa será executada: ou diretamente pelos órgãos e entidades do ente público responsável pela despesa, ou mediante transferências.

7. Atualmente, na lei orçamentária, a despesa, quanto à classificação econômica, é classificada no mínimo em categoria econômica, grupo de natureza da despesa e modalidade de aplicação. O elemento de despesa pode surgir também na LOA, mas não obrigatoriamente. Além disso, se for necessário, a unidade executora da despesa poderá desdobrar, facultativamente, o elemento de despesa, para tornar a classificação ainda mais fiel ao gasto realizado.

8. As despesas correntes representam gastos de manutenção da máquina estatal. Já as despesas de capital envolvem a aplicação de recursos em bens/serviços que resultarão na expansão, ou, ao menos, na transformação do patrimônio estatal.

9. As despesas correntes são, via de regra, efetivas; despesas de custeio normalmente resultam em baixas patrimoniais. Por outro lado, despesas de capital envolvem permutação de elementos patrimoniais, como regra.

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10. Simplificadamente, investimentos significam injeção de recursos em bens de capital novos, ou criação de bens de capital, que aumentam o produto interno bruto; inversões financeiras implicam a aquisição de bens de capital já existentes, sem alteração do PIB.

11. A classificação por esfera indica qual dos três orçamentos instituídos pela CF/88 (fiscal, da seguridade e de investimento das estatais) abrange a despesa a se classificar.

12. A classificação institucional identifica quem são as estruturas responsáveis pela execução da despesa. Nessa classificação, apontam-se o órgão orçamentário e a unidade orçamentária, subordinada àquele. Entretanto, “órgão orçamentário” não corresponde sempre a “órgão” no sentido dado pelo Direito Administrativo.

13. A classificação funcional, obrigatória para todos os entes, é composta de dois níveis: funções e subfunções.

14. Entende-se por função “o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público”. A subfunção é “uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público”.

15. Subfunções podem ser cruzadas com funções diferentes da sua função “matriz”. A exceção ocorre quanto às subfunções pertencentes à função Encargos Especiais, que só podem ser combinadas com esta última.

16. Os programas, na forma como está estruturada atualmente a classificação programática, são compostos por ações. As ações orçamentárias se dividem em três tipos: projetos, atividades e operações especiais.

17. Projetos, que constituem ações limitadas no tempo, envolvem uma atuação mais intensiva do poder público, aumentando o nível de esforços empreendidos no alcance dos objetivos de governo.

18. Atividades, que se realizam de modo contínuo e permanente, dizem respeito à continuidade dos serviços e das atribuições normais do Estado, também em direção ao alcance dos objetivos governamentais.

19. Normalmente, operações especiais são transferências e pagamentos diversos, sem retorno (contraprestação) ao governo, como indenizações, aposentadorias, benefícios, precatórios, juros etc.

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20. Na codificação da classificação programática, além dos programas e das ações que os compõem, existe o subtítulo, ou localizador do gasto. A definição do subtítulo depende da localização geográfica dos beneficiados pela ação programática.

21. A Lei 4.320/64 estabelece três estágios percorridos pela receita orçamentária em sua execução, mas a doutrina e as provas entendem existir mais um, que antecede todos eles: a previsão, que se caracteriza como um estágio de planejamento.

22. Segundo o art. 53 da Lei 4.320/64, “O lançamento da receita é o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”. Nem todas as receitas percorrem o estágio do lançamento.

23. A arrecadação envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes aos agentes arrecadadores ou às instituições financeiras autorizadas pelo ente recebedor, ainda sem chegada à conta do Tesouro. Segundo a Lei 4.320/64, a arrecadação é o estágio em que se registra o pertencimento da receita ao exercício financeiro.

24. O estágio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes arrecadadores e pela rede bancária autorizada, do produto da arrecadação ao caixa do Tesouro, correspondendo à efetiva disponibilização de recursos ao ente público.

25. Os estágios da despesa relacionados na Lei 4.320/64 são o empenho, a liquidação e o pagamento, mas é pacífica a existência do estágio da fixação, anterior a todos eles.

26. A fixação da despesa, com a publicação da lei orçamentária, representa a definição das ações para serem executadas durante o exercício, com a quantificação dos recursos necessários para atender às realizações programadas.

27. O empenho das despesas é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

28. Não há despesa sem prévio empenho, mas, em casos especiais, previstos na legislação específica, será dispensada a emissão da nota de empenho.

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29. O empenho ordinário se destina a despesas de valor determinado, para pronto pagamento.

30. O empenho por estimativa é empregado para processamento de despesas sem valor conhecido previamente. Os exemplos mais comuns são de despesas recorrentes, de prestação variável, como contas de telefone, água e luz.

31. O empenho global tem características dos dois outros: o pagamento é feito em parcelas, assim como ocorre com o empenho por estimativa, mas o valor da despesa é determinado, tal qual na hipótese de empenho ordinário.

32. No estágio da liquidação, faz-se uma conferência documental para atestar que a despesa empenhada foi realizada, ou seja, confirmar a ocorrência do fato gerador da despesa.

33. A ordem de pagamento é o documento exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

34. A palavra “crédito”, na contabilidade pública, tem a ver com a autorização orçamentária para o gasto, e a palavra “recurso” corresponde ao aspecto financeiro do orçamento.

35. A descentralização de créditos de uma unidade para outra não altera a classificação da despesa, exceto o responsável pela execução.

36. A primeira descentralização de créditos ocorre logo que a LOA é aprovada, com a liberação de dotações, pela SOF, às unidades titulares desses créditos.

37. A descentralização externa de créditos orçamentários é chamada de destaque. A descentralização interna denomina-se provisão.

38. As dotações orçamentárias transferidas pela SOF serão suportadas financeiramente pelas cotas financeiras liberadas pela STN; os destaques orçamentários corresponderão à liberação de repasses financeiros; as provisões orçamentárias corresponderão, posteriormente, à liberação de sub-repasses financeiros.

39. As modalidades de execução da despesa orçamentária denominadas “restos a pagar” e “despesas de exercícios anteriores” estão ligadas à adoção do regime de competência da contabilidade pública.

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40. As despesas permanecem sempre vinculadas ao exercício no qual se emitiu o empenho.

41. A classificação dos restos a pagar em processados e não processados depende da efetivação do estágio da liquidação da despesa, separando despesas já reconhecidas e documentadas de simples “intenções de despesas”.

42. Restos a pagar não processados passam pela “liquidação forçada” ao final do exercício, desde que tenham indicativos de execução futura.

43. Restos a pagar não processados têm validade até 31 de dezembro posteriormente a sua inscrição, após o que, se não liquidados, deverão ser cancelados.

44. A dívida correspondente aos restos a pagar processados prescreve em cinco anos.

45. Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, nos últimos dois quadrimestres do mandato, os chefes dos Poderes e do Ministério Público não podem contrair despesa que não possa ser honrada dentro do exercício, ou, restando parcelas para o próximo mandato, devem resguardar disponibilidade financeira para cobertura delas.

46. Restos a pagar afetam a programação financeira dos exercícios seguintes, competindo pelos recursos com as despesas do orçamento atual, caso não resguardada a disponibilidade financeira para sua cobertura.

47. Despesas de exercícios anteriores são uma forma de custear, a partir do orçamento atual, gastos que pertenceram originalmente a orçamentos passados, dos quais não há resquício (RP) que possa ser executado.

48. As quatro hipóteses de emprego das despesas de exercícios anteriores são: pagamento de obrigação cujo empenho foi cancelado; pagamento de obrigação cujos restos a pagar foram cancelados; pagamento de compromissos ou direitos de credores referentes a exercícios anteriores, mas reconhecidos após seu término; complementação, em outro exercício, de restos a pagar cujos empenhos estimativos foram insuficientes para cobrir o montante devido.

49. O suprimento de fundos consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar

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despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

50. As hipóteses de utilização do suprimento de fundos são: para atender despesas eventuais que exijam pronto pagamento; quando a despesa seja revestida de caráter sigiloso, conforme disposto em regulamento; e para atender despesas de pequeno vulto, também conforme regulamentado em normativo próprio.

51. Na modalidade de suprimento de fundos, registram-se, antecipadamente, o empenho, a liquidação e o pagamento da despesa, sem importar que o suprido ainda não tenha empregado os recursos.

52. Depois de ter utilizado os recursos para a finalidade que lhe foi confiada, o suprido deverá prestar contas dos gastos. Além disso, pode haver a devolução de recursos confiados, ora na hipótese de restar saldo sem aplicação, ora na hipótese de impugnação de despesas.

53. As hipóteses de impedimento à concessão de suprimento de fundos são: existência de dois suprimentos de fundos confiados ao servidor; não apresentação, ou não aprovação, da prestação de contas de suprimento antes concedido; o fato de o servidor ser responsável pela guarda ou pela utilização do material a ser adquirido por meio do suprimento, a não ser que não exista, na repartição, outro servidor.

54. O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), ou cartão corporativo, é utilizado atualmente para movimentação dos recursos confiados aos agentes supridos nos suprimentos de fundos, principalmente no âmbito do Poder Executivo.

55. O CPGF é um cartão de crédito, mas, excepcionalmente, pode ser utilizada a modalidade de saque, para pagamentos em espécie.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Em sua acepção financeira, despesa pública é a aplicação de recursos pecuniários em forma de gastos ou em forma de mutação patrimonial, com o fim de realizar as finalidades do Estado.

2. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Uma despesa extraorçamentária caracteriza-se por

(A) provocar uma redução efetiva na situação líquida patrimonial.

(B) modificar, simultaneamente, contas do ativo financeiro e do passivo permanente.

(C) modificar, simultaneamente, contas do ativo financeiro e do ativo permanente.

(D) provocar uma redução do superávit financeiro.

(E) não precisar de autorização legislativa para a sua ocorrência.

3. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) É uma despesa extraorçamentária o pagamento de

(A) juros da dívida.

(B) pessoal.

(C) contribuição patronal ao RPPS.

(D) devolução de caução.

(E) serviços de terceiros.

4. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Enquanto a execução orçamentária se refere à utilização dos recursos consignados no orçamento ou na LOA, a execução financeira representa a utilização de créditos financeiros. Na técnica orçamentária, reserva-se o termo recurso para designar o lado orçamentário e crédito para o lado financeiro.

5. (FCC/ANALISTA/TRT-04/2006) A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de

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(A) categoria econômica, grupo de natureza de despesa e elemento de despesa.

(B) categoria econômica, função e elemento de despesa.

(C) função, programa e subprograma.

(D) órgão orçamentário, função e categoria econômica.

(E) órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

6. (CESPE/ANALISTA/ANCINE/2006) A classificação pela natureza da despesa se dá em diversos níveis de agregação: categoria econômica, grupos de despesas, modalidade de aplicação e elemento de despesa.

7. (FGV/AUDITOR/TCM-RJ/2008) Despesas de capital são voltadas para a manutenção de serviços já criados ou para a realização de obras de conservação de bens imóveis.

8. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) O agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, denomina-se:

(A) Grupo de Elementos da Despesa.

(B) Categoria Econômica.

(C) Categoria Programática.

(D) Grupo Modalidade Econômica.

(E) Grupo de Natureza da Despesa.

9. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Geralmente, a despesa efetiva coincide com a despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que não é efetiva, como, por exemplo, as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial.

10. (FGV/ANALISTA/FIOCRUZ/2010) Há uma rigidez do plano de contas da Lei n. 4.320/64 que torna inseparável a despesa de pessoal do quadro da instituição, classificada no grupo de despesa pessoal e encargos sociais, vinculando-a apenas às despesas correntes. Por exemplo, em caso de obra ser executada por equipe própria, os elementos efetivos da despesa, sob o título obras e instalações, não refletem o objeto imediato da despesa.

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11. (FGV/AUDITOR/TCM-RJ/2008) As despesas correntes abrangem as despesas de custeio e as transferências correntes.

12. (FGV/AUDITOR/TCM-PA/2008) Despesas correntes são aquelas feitas objetivando assegurar o funcionamento dos serviços públicos, como, por exemplo, as obras de conservação, aquisição de imóveis e amortização da dívida pública.

13. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPAJM-ES/2010) As inversões financeiras são uma espécie de despesa de capital em que ocorre acréscimo no capital do governo.

14. (FCC/TÉCNICO SUPERIOR/PGE-RJ/2009) Para a classificação da despesa quanto à sua natureza deve ser analisada a categoria econômica, o grupo ao qual pertence, a modalidade de aplicação e o objeto de gasto. Quanto à modalidade de aplicação, pode ser classificada como despesa

(A) direta ou por transferência.

(B) corrente ou de capital.

(C) com pessoal, encargos sociais ou da dívida.

(D) com investimentos, inversões financeiras ou amortização de dívida.

(E) de custeio, transferências correntes, investimentos ou transferências de capital.

15. (FGV/ANALISTA/MIN. CULTURA/2006) Uma determinada Unidade Orçamentária realizou no exercício financeiro vigente uma despesa e, ao registrar o seu pagamento, utilizou o seguinte código: 3.3.90.35. De acordo com a classificação da despesa utilizada atualmente no Orçamento Público, o primeiro dígito representado pelo algarismo "3", o terceiro e o quarto dígitos formando o número "90" indicam, respectivamente:

(A) a categoria econômica e o grupo da despesa.

(B) o grupo da despesa e o elemento da despesa.

(C) a modalidade de aplicação e o grupo da despesa.

(D) o elemento da despesa e a modalidade de aplicação.

(E) a categoria econômica e a modalidade de aplicação.

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16. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) A modalidade de aplicação objetiva possibilita a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

17. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) A natureza da despesa será complementada pela modalidade de aplicação, que indicará se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades da mesma esfera de governo ou por outro ente da Federação.

18. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Tratando-se de despesa pública, na Lei de Orçamento a discriminação da despesa orçamentária será feita, no mínimo, por elementos. Entende-se por elementos:

(A) a despesa paga à margem da Lei Orçamentária, independente de autorização legislativa.

(B) ao desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para a consecução dos seus fins .

(C) o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.

(D) a despesa cuja realização depende de autorização legislativa mas pode ser realizada sem crédito orçamentário.

(E) a despesa cuja realização não depende de autorização legislativa e pode ser realizada sem crédito orçamentário.

19. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) Tendo em vista o Princípio da Transparência Pública, existe a obrigatoriedade do desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades da escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

20. (FGV/ANALISTA/SEFAZ-RJ/2011) Uma determinada despesa realizada durante o exercício financeiro de 2010 foi classificada por ocasião do seu pagamento com a seguinte codificação numérica: 4.4.90.52. Na estrutura da natureza da despesa utilizada atualmente em cumprimento às normas legais, o 5° e o 6° dígitos, formando o número 52, indica

(A) a categoria econômica.

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(B) o elemento de despesa.

(C) a modalidade de aplicação.

(D) o subelemento de despesa.

(E) o grupo de natureza da despesa.

21. (CESPE/ANALISTA/ANA/2006) Mesmo que a lei de orçamento discrimine a despesa de capital em nível de elemento, poderá a administração pública, para sua execução, utilizar desdobramento que melhor atenda suas necessidades.

22. (FGV/ECONOMISTA/MIN. CULTURA/2006) A respeito da classificação institucional das despesas públicas, é incorreto afirmar que:

(A) permite identificar o agente responsável pelas dotações autorizadas pelo Legislativo, para dado programa.

(B) serve como ponto de partida para o estabelecimento de um programa de contabilização de custos dos vários serviços ou unidade administrativa.

(C) permite, quando combinado com a classificação funcional, focalizar num único ponto a responsabilidade pela execução de determinado programa.

(D) em termos de dotações recebidas, propicia comparar imediatamente os vários órgãos.

(E) propicia informações relativas ao volume das despesas num nível de agregação bastante alto.

23. (FCC/CONTADOR/ARCE-CE/2006) Na classificação funcional-programática, a despesa pública desdobra-se em órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

24. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) A classificação institucional da receita representa a estrutura orgânica e administrativa governamental, correspondendo a dois níveis hierárquicos: o órgão e a unidade orçamentária.

25. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Toda unidade orçamentária tem uma estrutura administrativa correspondente, o que pode ser exemplificado

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por alguns fundos especiais e pela unidade orçamentária denominada transferências a estados, Distrito Federal e municípios.

26. (FCC/TÉCNICO SUPERIOR/PGE-RJ/2009) Se os cidadãos estiverem interessados em conhecer os dados e estatísticas sobre os gastos públicos nos principais segmentos em que atuam as organizações do Estado, ou seja, no maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público deverão consultar a classificação da despesa

(A) por elementos de despesa.

(B) funcional.

(C) por programas.

(D) institucional.

(E) por categorias econômicas.

27. (FCC/ANALISTA/TRF-03/2007) Entende-se como o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público:

(A) projeto.

(B) categoria econômica da despesa.

(C) natureza da despesa.

(D) programa.

(E) função.

28. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) A classificação funcional busca responder, basicamente, à indagação em que área de ação governamental a despesa será realizada, sendo que a função encargos especiais engloba as despesas às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente.

29. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A classificação funcional é composta por um rol de funções e subfunções prefixadas e padronizadas para a União, os estados, o DF e os municípios, as quais servirão de agregador dos gastos públicos por área de ação governamental.

30. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) Na classificação funcional, a despesa pública obedece à seguinte hierarquia:

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(A) função, subfunção, programa, projeto, atividade e operação especial.

(B) função, subprograma, programa, projeto e atividade.

(C) programa, categoria econômica, natureza de despesa e elemento.

(D) órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

(E) categoria, natureza de despesa, modalidade de aplicação e elemento.

31. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A classificação funcional da despesa tem subfunções que não podem ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

32. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) O projeto é um instrumento de organização da ação governamental que articula um conjunto de ações e concorre para um objetivo comum preestabelecido, visando a solucionar um problema ou a atender uma necessidade ou demanda da sociedade.

33. (FGV/ANALISTA/MIN. CULTURA/2006) Com base na estrutura programática utilizada atualmente nos orçamentos públicos, analise as seguintes afirmativas:

I. Atividade é o instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação do Governo.

II. Projeto é o instrumento para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para expansão ou aperfeiçoamento da ação do Governo.

III. Operações Especiais são as despesas realizadas que contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de Governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta em bens ou serviços.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa II estiver correta.

(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

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(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

34. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) No orçamento público, vários critérios são considerados na classificação das despesas. As categorias “Projeto” e “Operações Especiais” fazem parte da classificação

(A) funcional.

(B) por programas.

(C) por categorias econômicas.

(D) por modalidade de aplicação de recursos.

(E) por elementos.

35. (CESPE/AUDITOR/UNIPAMPA/2009) No âmbito do PPA, o programa pode ser entendido como um conjunto de operações limitadas no tempo, ou seja, que serão executadas ao longo dos orçamentos que integram o plano. Essas operações resultam em atividade ou projeto, que corroboram para a expansão e o aperfeiçoamento da ação do governo.

36. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) São classificadas como Operações Especiais as despesas que

(A) geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

(B) resultam em um produto.

(C) contribuem para manutenção das ações de governo.

(D) não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

(E) concorrem para expansão da ação de governo.

37. (FCC/ANALISTA/TRE-SE/2007) A fixação da despesa é caracterizada pela Lei do Orçamento.

38. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) As descentralizações, a exemplo das transferências e transposições, modificam o valor da programação ou de suas dotações orçamentárias.

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39. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) A nota de empenho indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

40. (FGV/ASSESSOR/DETRAN-RN/2010) Segundo a Lei nº. 4320/64, o empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. São modalidades de empenho:

A) Empenho ordinário, empenho por estimativa e empenho global.

B) Empenho por estimativa e empenho prévio.

C) Empenho global, empenho por estimativa e empenho extraordinário.

D) Empenho ordinário, empenho por estimativa e empenho suplementar.

E) Empenho suplementar, especial e extraordinário.

41. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) O empenho da despesa poderá exceder o limite dos créditos concedidos à unidade orçamentária, desde que autorizado pelo Poder Legislativo.

42. (FCC/AUDITOR/TCE-SP/2008) Não é permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

43. (FCC/PROCURADOR/TCE-AL/2008) Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

44. (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) A liquidação de despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Com relação a essa verificação é INCORRETO afirmar que tem por fim apurar

(A) a origem e o objeto do que se deve pagar.

(B) os comprovantes da entrega do material ou da prestação do serviço.

(C) a importância exata a pagar.

(D) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

(E) a origem e o objeto do que se deve pagar e a importância exata a pagar.

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45. (CESPE/ANATEL/ANALISTA/2006) O pagamento de despesas poderá existir sem a apresentação de documentos processados pela contabilidade. Nesse caso, a autoridade competente apresentará, ao ordenador de despesas, posteriormente, sua justificativa e autorização da unidade gestora para tal atitude.

46. (FCC/PROCURADOR/TCE-MG/2007) O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

47. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) As despesas não liquidadas poderão ser pagas no próprio exercício se houver disponibilidade financeira suficiente.

48. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Enquanto a execução orçamentária se refere à utilização dos recursos consignados no orçamento ou na LOA, a execução financeira representa a utilização de créditos financeiros. Na técnica orçamentária, reserva-se o termo recurso para designar o lado orçamentário e crédito para o lado financeiro.

49. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) A descentralização de créditos orçamentários transfere a programação para outra unidade orçamentária.

50. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) No SIAFI, a movimentação de créditos que consiste na transferência, de uma unidade gestora para outra, do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham sido consignados na Lei Orçamentária Anual é um instrumento de

(A) unificação das dotações orçamentárias.

(B) descentralização da previsão de despesas orçamentárias.

(C) centralização da arrecadação de receitas orçamentárias.

(D) descentralização da execução de receitas orçamentárias.

(E) descentralização da execução de despesas orçamentárias.

51. (FCC/ANALISTA/TRE-AL/2010) A descentralização externa de créditos orçamentários realizada em nível de órgão setorial entre unidades gestoras de Órgãos/Ministérios denomina-se:

(A) Provisão.

(B) Destaque.

(C) Dotação.

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(D) Repasse.

(E) Sub-repasse.

52. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) Sub-repasse é a

(A) liberação de recursos do órgão central para o órgão setorial de programação financeira.

(B) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para entidades da administração indireta e entre estas e ainda de um ministério para o outro.

(C) movimentação de créditos entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente.

(D) movimentação de créditos entre unidades gestoras de um mesmo órgão ou entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

(E) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para as unidades gestoras de sua jurisdição e entre as unidades gestoras de um mesmo ministério, órgão ou entidade.

53. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) É correto afirmar que dotação orçamentária está para cota financeira e destaque orçamentário está para repasse financeiro, assim como provisão orçamentária está para sub-repasse financeiro.

54. (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Na execução orçamentária e financeira, os termos destaque e repasse estão relacionados, respectivamente, com

(A) obtenção de autorização para créditos extraordinários e créditos especiais.

(B) fixação da reserva de contingências e liberação financeira de créditos adicionais.

(C) autorização de despesa orçamentária e previsão de receita extraorçamentária.

(D) autorização orçamentária e transferência de recursos financeiros.

(E) autorização de despesa extraorçamentária e arrecadação de receita orçamentária.

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55. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) A classificação de despesas em restos a pagar decorre da aplicação do regime de competência das despesas.

56. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2008) O reconhecimento dos eventos contábeis no momento de identificação do seu fato gerador está ligado ao

(A) princípio da entidade.

(B) conceito de essência sob a forma.

(C) princípio do custo como base de valor.

(D) critério da confiabilidade.

(E) regime de competência.

57. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Restos a Pagar

(A) provêm do regime de caixa da despesa, integrando a dívida flutuante.

(B) advêm do regime de competência da despesa, compondo a dívida fundada.

(C) subdividem-se em liquidados e processados.

(D) decorrem do regime de competência da despesa, compondo a dívida flutuante.

(E) são despesas liquidadas e pagas no mesmo exercício de competência.

58. (FGV/ANALISTA/SEFAZ-RJ/2011) Os restos a pagar são dívidas que serão pagas fora do exercício financeiro em que ocorreram. Uma vez que o fato gerador da despesa é o empenho, ocorrido este estágio, deverá a despesa ser regularmente liquidada e paga, ou, caso isso não aconteça, cancelada. Acontece que nem sempre é possível haver o pagamento no exercício do empenho, em virtude de fatores, como não adimplemento da obrigação por parte dos fornecedores, atrasando a liquidação (estágio prévio e condição obrigatória para pagamento), atraso nos repasses, excesso de processos em tramitação no Departamento de Contabilidade etc. Assim, a dívida será transferida para o próximo ano.

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59. (FGV/ANALISTA/SENADO/2008) O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício, por credor e por destinação de acordo com a modalidade de aplicação.

60. (FCC/AUDITOR/TCE-CE/2006) Nos termos do art. 35, da Lei nº 4.320/64, pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmente empenhadas. Assim, se houver despesa com material de consumo empenhada, liquidada e pronta para pagamento, mas não paga até 31 de dezembro, estar-se-á diante de

(A) restos a pagar não processados, devendo ser paga a despesa imediatamente após a conclusão do processamento da despesa.

(B) despesa de exercício encerrado, para o qual o orçamento consignava crédito próprio, com saldo suficiente, devendo se pagar por crédito adicional excepcional.

(C) restos a pagar processados, inscritos em Restos a Pagar Processados, devendo ser paga a despesa como provisão financeira para compromissos a pagar.

(D) despesa obrigatória de caráter continuado, passível de anulação, considerando-se receita do ano em que se efetivar, com pagamento através de nova dotação orçamentária.

(E) restos a pagar de exercício encerrado, que será novamente empenhado, desde que a despesa tenha sido inserida no plano plurianual.

61. (FGV/ANALISTA/SENADO/2008) Os restos a pagar de despesas processadas e não processadas compreendem respectivamente as despesas não liquidadas e as despesas liquidadas.

62. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) A inscrição de despesa em restos a pagar não processados é procedida após a depuração das despesas pela anulação de empenhos, no exercício financeiro seguinte à sua emissão, ou seja, verificam-se quais despesas devem ser inscritas em restos a pagar, anulam-se as demais e inscrevem-se os restos a pagar não processados do exercício anterior.

63. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Os empenhos correspondentes a compromissos assumidos no exterior e não liquidados até o dia 31 de

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dezembro do exercício de sua emissão devem ser anulados para que não sejam inscritos em restos a pagar.

64. (FCC/ANALISTA/TRT-11/2005) Os restos a pagar não processados devem ser classificados como despesa

(A) liquidada e não paga.

(B) empenhada em execução e não paga.

(C) executada, com comprovação dos serviços realizados e não paga.

(D) realizada com despacho de “pague-se”.

(E) cujo direito do credor já foi verificado e não paga.

65. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) Uma vez inscritos em um exercício, os restos a pagar não processados somente podem ser cancelados no final do exercício subsequente.

66. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) A despesa orçamentária que percorre os estágios de empenho e liquidação pode ser inscrita como restos a pagar, que não podem, nesse caso, ser cancelados.

67. (CESPE/TEFC/TCU/2009) De acordo com a legislação federal, a inscrição de despesas em restos a pagar é válida até o encerramento do exercício financeiro seguinte, mas, nos termos da legislação civil, os direitos dos respectivos credores só prescrevem cinco anos depois.

68. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na fixação da programação financeira, devem ser considerados os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias, em especial os restos a pagar.

69. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar constituirão item específico da programação financeira, devendo o seu pagamento efetuar-se dentro do limite de saques fixado.

70. (CESPE/ACE/TCU/2008) O volume expressivo de restos a pagar não processados inscritos ou revalidados em determinado exercício financeiro compromete a programação financeira e o planejamento governamental nos exercícios seguintes.

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71. (CESPE/AUDITOR/FUB/2009) O cancelamento da prestação de um serviço, cujo empenho foi inscrito na unidade gestora como restos a pagar não processado, é classificada como uma variação ativa independente da execução orçamentária.

72. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) O cancelamento de restos a pagar corresponde ao recebimento de recursos provenientes de despesas pagas em exercícios anteriores, os quais devem ser reconhecidos como receita orçamentária.

73. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) O pagamento de restos a pagar processados afeta o patrimônio líquido do órgão público somente no exercício do efetivo desembolso financeiro.

74. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) Em 28/12/X8, a Secretaria de Obras empenhou despesa em dotação orçamentária própria para a aquisição de material elétrico. No dia 30/12/X8, o fornecedor informou à administração pública que não teria condições de atender ao pedido e o ordenador de despesa solicitou o cancelamento do empenho. Neste caso, a importância relativa ao cancelamento será considerada receita do exercício corrente.

75. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os empenhos que correm por conta de créditos com vigência plurianual que não tenham sido liquidados somente serão computados como restos a pagar no último ano de vigência do crédito.

76. (FCC/ANALISTA/TCE-MA/2005) Os empenhos decorrentes de contratos com vigência plurienal, que não tenham sido liquidados, serão computados pelo valor total como restos a pagar ao final do primeiro exercício financeiro.

77. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) Ao titular de poder ou órgão público é vedado contrair, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente nesse período, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para esse efeito.

78. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Na disponibilidade de caixa, que permite ao governante a inscrição em restos a pagar de despesa contraída

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no último ano de seu mandato, são considerados os encargos e as despesas que devam ser pagos até o final do exercício.

79. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) Em relação aos Restos a Pagar e de acordo com a Lei nº 101/2000, é vedado ao titular do Poder Executivo, contrair obrigação de despesas que não possa ser cumprida integralmente ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito

(A) nos últimos dois meses de cada exercício.

(B) nos últimos dois trimestres do seu mandato.

(C) nos últimos dois bimestres do seu mandato.

(D) nos últimos dois quadrimestres do seu mandato.

(E) no último quadrimestre do seu mandato.

80. (CESPE/TEFC/TCU/2007) Os valores registrados como despesas de exercícios anteriores terão validade até o encerramento do ano subseqüente e, após essa data, os saldos remanescentes serão automaticamente cancelados, permanecendo em vigor, no entanto, o direito do credor por cinco anos.

81. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) Quando o empenho não for pago dentro do exercício financeiro em que for emitido, dará origem a um processo de despesas de exercícios anteriores.

82. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) Tendo em vista o agrupamento de diversos itens registrados como despesas de exercícios anteriores, não é possível manter, nesse caso, os registros de cada despesa segundo a categoria econômica original.

83. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) É característica das Despesas de Exercícios Anteriores

(A) desembolsada em exercícios anteriores, mas gerada no exercício corrente.

(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no exercício em que forem geradas.

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(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido quando do empenho da despesa.

(D) serem despesas orçamentárias.

(E) serem despesas cuja inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada, por não mais viger o direito do credor.

84. (FGV/ANALISTA/SEFAZ-RJ/2011) As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que (1) não se tenham processado na época própria, bem como (2) os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os (3) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

85. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, não estando mais vigente o direito do credor, poderá ser paga à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores.

86. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. DA SAÚDE/2008) Se a administração pública reconhecer dívida correspondente a vários anos de diferenças em gratificações de servidores públicos em atividade, a despesa decorrente da decisão poderá ser paga na folha de pagamentos regular dos meses seguintes e não poderá ser classificada como despesa de exercícios anteriores.

87. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) Quando determinada unidade gestora recebe nota fiscal de despesa inscrita em restos a pagar não processados, com valor superior ao inscrito, deve providenciar o cancelamento de sua inscrição por divergência no valor.

88. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) Os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

89. (CESPE/TÉCNICO/PGE-PA/2006) A administração pública realiza suprimento de fundos quando se utiliza de modalidade simplificada de

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execução de despesa, que consiste na entrega de numerário a servidor para a realização de uma despesa precedida de empenho na dotação própria que, por sua natureza ou urgência, não possa subordinar-se ao processo normal da execução orçamentária e financeira.

90. (CESPE/CONTADOR/PREF. RIO BRANCO/2007) O regime de adiantamento de numerário é aplicável aos casos em que não se podem determinar previamente o valor a ser despendido e a finalidade específica do gasto.

91. (FCC/ESPECIALISTA/SAEB-BA/2004) Segundo o Decreto nº 93.872, excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira responsabilidade poderá ser concedido suprimento para despesa que deva ser feita

(A) com urgência.

(B) para atender despesa de pequeno vulto definido pelo seu ordenador.

(C) em caráter sigiloso.

(D) para compra de material de consumo.

(E) para prestação de serviços de reparos.

92. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. COMUNICAÇÕES/2008) No caso de adiantamento de numerário a servidor, é dispensado o empenho. Os adiantamentos serão utilizados na realização de despesas que exigem rapidez e não possam ser submetidas ao processo normal de aplicação.

93. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) O servidor que receber suprimento de fundos deverá prestar contas da aplicação dos recursos até o encerramento do exercício financeiro. O saldo não aplicado será recolhido como uma nova receita.

94. (FCC/AGENTE/ALESP/2010) O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação. De acordo com a Lei nº 4.320/64, não se fará adiantamento a servidor responsável por

(A) um adiantamento.

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(B) dois adiantamentos.

(C) três adiantamentos.

(D) quatro adiantamentos.

(E) cinco adiantamentos.

95. (CESPE/AGENTE/DPF/2009) É vedado ao servidor público receber três suprimentos de fundos simultaneamente, mesmo que desenvolva missões distintas.

96. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) Um exemplo de instrumento utilizado para pagamento de suprimento de fundos na administração pública é o cartão de pagamento do governo federal, que, por ter características de cartão corporativo, é emitido em nome da unidade gestora, sendo vedado o seu uso para pagamento de despesa de caráter sigiloso.

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QUESTÕES ADICIONAIS

97. (CESPE/ANALISTA/ANCINE/2006) A despesa pública deverá conter pelo menos três elementos essenciais: consistir no emprego de numerário, correr à conta de um patrimônio público movimentado por autoridade competente e destinar-se à satisfação de uma necessidade pública ou de um fim a cargo do governo.

98. (CESPE/ANALISTA/ANA/2006) É correto definir execução orçamentária como a utilização dos créditos consignados no orçamento; já a execução financeira representa a utilização dos recursos financeiros, visando atender à realização das ações orçamentárias atribuídas a cada unidade.

99. (FCC/ANALISTA/TJ-PI/2009) É uma despesa extraorçamentária:

(A) amortização da dívida pública.

(B) subvenção social de interesse público.

(C) resgate de empréstimos por antecipação de receita.

(D) concessão de empréstimos a outro ente público.

(E) construção de obras públicas.

100. (FCC/ANALISTA/TRE-RN/2005) A despesa extraorçamentária

(A) é paga à margem da lei orçamentária e, portanto, dependente de autorização judiciária.

(B) está prevista à margem da lei orçamentária, de acordo com o princípio da competência.

(C) deve ser paga fora da determinação da lei orçamentária e depende de autorização legislativa.

(D) é aquela a ser paga, de acordo com o princípio da competência, fora da determinação da lei orçamentária e, depende de autorização legislativa.

(E) é paga à margem da lei orçamentária e, independente de autorização legislativa.

101. (FCC/ANALISTA/TRF-05/2008) Quanto às operações de crédito por antecipação da receita orçamentária é correto afirmar que a amortização

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do principal é uma despesa extraorçamentária e os encargos financeiros representam uma despesa orçamentária.

102. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) As categorias econômicas, em número de três, vinculam-se aos grupos de natureza da despesa.

103. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Segundo sua natureza, a despesa pública classifica-se em:

(A) órgão de orçamento, função, categoria econômica.

(B) função, subfunção, programa, atividade ou projeto.

(C) órgão de orçamento, unidade de orçamento, unidade de despesa.

(D) função, subfunção, categoria econômica.

(E) categoria econômica, grupo de natureza, elemento de despesa.

104. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) A classificação da despesa por categorias econômicas tem por finalidade indicar os efeitos que o gasto público tem sobre a economia. Como exemplo de despesa de capital, tem-se

(A) os salários dos professores da rede pública.

(B) o pagamento de juros e encargos da dívida pública.

(C) os dispêndios relacionados com a conservação de praças.

(D) a aquisição de ações de empresas em funcionamento.

(E) a aquisição de material de consumo.

105. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) De acordo com a Lei nº 4.320/64, as despesas classificam-se nas categorias econômicas Despesas Correntes e Despesas de Capital. As Despesas de Capital compreendem as despesas com concessão de empréstimos,

(A) obras públicas, aquisição de equipamentos e instalações e aquisição de material permanente.

(B) obras públicas, aquisição de equipamentos e instalações e serviço da dívida pública.

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(C) obras públicas, serviços da dívida pública e reforma e manutenção de prédios públicos.

(D) aquisição de equipamentos e instalações, aquisição de material permanente e serviços da dívida pública.

(E) aquisição de equipamentos e instalações, aquisição de material permanente e reforma e manutenção de prédios públicos.

106. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) A classificação da despesa, nos termos da Portaria Interministerial nº 163, de 04 de maio de 2001, segundo a sua natureza, é composta unicamente pela categoria econômica e elemento econômico.

107. (CESPE/TEFC/TCU/2009) A Lei 4.320/64 distinguiu as aplicações em imóveis ora como investimentos ora como inversões financeiras. Daí a diferença entre a construção e a simples aquisição para uso de imóveis já concluídos e em utilização. No primeiro caso, gera-se um incremento no PIB; no segundo, mera transferência da propriedade de bens já produzidos.

108. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) As despesas públicas são classificadas por categorias econômicas em despesas correntes e despesas de capital. Uma das finalidades desta classificação é indicar os efeitos que o gasto público tem sobre a economia de um país. São classificados como despesas correntes os dispêndios relacionados à

(A) conservação de praças.

(B) construção de rodovias.

(C) amortização de dívidas.

(D) aquisição de material de uso permanente.

(E) construção de prédios públicos.

109. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Pertencem à categoria das despesas correntes, as despesas de custeio, as inversões financeiras e as transferências correntes.

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110. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) Com fundamento na Lei Federal nº 4.320/64, a despesa orçamentária na Lei do Orçamento deverá ser discriminada, segundo a sua natureza, até a categoria econômica.

111. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/ 2009) As transferências de capital efetuadas pela União aos demais entes, ainda que destinadas à realização de investimentos e inversões financeiras pelos beneficiários, constituem despesas orçamentárias efetivas.

112. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Embora a despesa orçamentária corrente geralmente coincida com a despesa orçamentária efetiva, há despesa orçamentária corrente não efetiva, como a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesa com adiantamentos. Essas são despesas correntes e, entretanto, representam um fato permutativo.

113. (CESPE/ANALISTA/IBRAM-DF/2009) De acordo com a classificação da despesa orçamentária segundo a sua natureza, os elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto do gasto serão agregados no nível grupo de despesa.

114. (CESPE/ANALISTA/IBRAM-DF/2009) As possíveis despesas previstas para a manutenção e o funcionamento de serviços públicos são classificadas como despesas de capital.

115. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2010) Na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, será feita, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

116. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Não é permitido o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

117. (CESPE/AUDITOR/UNIPAMPA/2009) As operações de créditos, que constituem ingressos nos cofres públicos como receitas correntes, visam atender emergencialmente os desequilíbrios orçamentários e ensejam a formação da dívida pública. Não são permitidas operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital.

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118. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) A classificação institucional, se for usada predominantemente, permite uma visão global das finalidades dos gastos do governo no sentido de se saber para que está sendo realizada a despesa.

119. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) A classificação por esfera aponta em qual orçamento será alocada a despesa, ao passo que a classificação institucional aponta em que área da despesa a ação governamental será realizada.

120. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Como função de governo, deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público.

121. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) Em relação à estrutura da Despesa Orçamentária, a área de ação governamental onde a despesa será realizada, está identificada na:

(A) Classificação Institucional.

(B) Modalidade de Aplicação da Despesa.

(C) Classificação Funcional.

(D) Natureza Econômica da Despesa.

(E) Classificação Programática.

122. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A classificação funcional da despesa serve como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de governo.

123. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) No que se refere à classificação funcional da despesa, as subfunções devem associar-se somente às funções típicas de governo.

124. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) As categorias de programação orçamentária, de acordo com a sua natureza, se dividem em projeto, atividades e encargos especiais.

125. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2006) Um programa de governo é implementado para solucionar problemas existentes ou que podem surgir

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ao longo do tempo. Assim, o programa será implementado por meio da execução das ações que o compõem.

126. (FCC/TÉCNICO/PGE-RJ/2009) A reestimativa da receita poderá ser feita pelo Poder Legislativo se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

127. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) Os estágios da receita pública são, em ordem cronológica,

(A) lançamento, previsão, recolhimento e arrecadação.

(B) lançamento, previsão, arrecadação e recolhimento.

(C) previsão, lançamento, recolhimento e arrecadação.

(D) previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.

(E) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.

128. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Os estágios da receita orçamentária são previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. Entretanto, o lançamento, que tem origem fiscal, não se aplica a todas as receitas orçamentárias, mas basicamente às receitas tributárias, conforme dispõe o Código Tributário Nacional.

129. (FCC/TÉCNICO/CÂMARA/2007) O ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição, é

(A) a fixação da despesa no orçamento público.

(B) o empenho da despesa.

(C) a liquidação da despesa.

(D) o desembolso feito na conta única do Tesouro.

(E) a inscrição na dívida pública.

130. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) O empenho da despesa poderá exceder o limite dos créditos concedidos à unidade orçamentária, desde que autorizado pelo Poder Legislativo.

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131. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) A nota de empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

132. (FCC/AUDITOR/TCE-SP/2008) É permitida a realização de despesa sem prévio empenho e, em casos especiais, justificados pela autoridade competente, será dispensada a emissão da nota de empenho.

133. (FCC/ANALISTA/TJ-PI/2009) O empenho da despesa cujo montante não se possa determinar é denominado empenho global.

134. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) A liquidação é o estágio da despesa pública em que

(A) ocorre um ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento.

(B) o credor é pago pelo ente público.

(C) é escolhido o fornecedor que apresenta proposta mais vantajosa para contratação de obras.

(D) há verificação do direito líquido e certo do credor do ente público em função dos serviços prestados.

(E) é estabelecido um cronograma de dispêndio para os créditos orçamentários.

135. (FCC/ANALISTA/TRT-23/2007) O pagamento da despesa somente poderá ser efetuado após sua regular liquidação.

136. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) A liquidação consiste no despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

137. (CESPE/ANALISTA/ANA/2006) É correto definir execução orçamentária como a utilização dos créditos consignados no orçamento; já a execução financeira representa a utilização dos recursos financeiros, visando atender à realização das ações orçamentárias atribuídas a cada unidade.

138. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Na execução financeira, a liberação de recursos às unidades gestoras é realizada por intermédio de cota, repasse e sub-repasse.

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139. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) A descentralização de créditos denominada destaque é a

(A) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para entidades da administração indireta.

(B) movimentação de créditos entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estruturas diferentes, respeitada a classificação funcional.

(C) liberação de recursos do órgão central para o órgão setorial de programação financeira.

(D) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para as unidades gestoras de sua jurisdição.

(E) movimentação de créditos entre unidades gestoras de um mesmo órgão ou entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

140. (FCC/AUDITOR/TCE-RO/2010) A descentralização financeira de execução por meio de cotas, repasses ou sub-repasses é vedada às unidades setoriais orçamentárias de cada órgão com dotação orçamentária.

141. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) Será inscrito como restos a pagar a diferença entre despesa

(A) empenhada e despesa paga.

(B) prevista e despesa empenhada.

(C) empenhada e despesa liquidada.

(D) fixada e despesa empenhada.

(E) fixada e despesa paga.

142. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) A apropriação da despesa por ocasião da inscrição dos restos a pagar não processados está de acordo com o princípio contábil da competência.

143. (FGV/ANALISTA/SEFAZ-RJ/2011) A Lei 4.320/1964 elencou dois tipos de Restos a Pagar: os chamados processados e os não processados. Os primeiros compreendem as despesas que, além de empenhadas, já foram

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liquidadas, restando, portanto, apenas o pagamento. Já os Restos a Pagar não processados evidenciariam as despesas pendentes de liquidação.

144. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os restos a pagar de despesas processadas são os decorrentes de contratos em execução, cujas despesas ainda não foram liquidadas e para as quais não existe o direito líquido e certo do credor.

145. (FCC/ANALISTA/TRT-3/2005) No encerramento do exercício, despesas empenhadas, ainda pendentes de prestação de serviço ou entrega de material, devem ser consideradas

(A) Receitas do exercício.

(B) Restos a pagar processados.

(C) Empenhos cancelados.

(D) Empenhos anulados.

(E) Restos a pagar não processados.

146. (CESPE/ASSESSOR/TCE-RN/2009) O cancelamento de despesas inscritas em restos a pagar deve ser reconhecido como receita orçamentária do exercício financeiro em que ocorrer.

147. (FGV/ANALISTA/SENADO/2008) O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por devedor e será automático, no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho.

148. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) Restos a pagar

(A) decorrem da adoção do princípio da competência para as despesas públicas.

(B) liquidados são aqueles cujo empenho obedeceu todas as normas legais pertinentes, faltando apenas verificar o direito líquido e certo do credor.

(C) significam a mesma coisa que resíduos ativos da execução orçamentária.

(D) podem ser reinscritos no exercício subsequente ao de sua constituição.

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(E) são despesas previstas no orçamento, mas que não foram empenhadas no exercício.

149. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) No caso de restos a pagar referentes a despesas empenhadas por estimativa, se o valor real a ser pago for superior ao valor inscrito, a diferença deverá ser empenhada à conta de despesas de exercícios anteriores.

150. (FCC/ANALISTA/TRT-23/2007) As despesas de exercícios anteriores

(A) devem estar inscritas em restos a pagar.

(B) podem corresponder a compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente.

(C) foram incorridas em exercício no qual o orçamento não consignava crédito próprio para atendê-las.

(D) são despesas nas quais o credor não cumpriu sua obrigação.

(E) são despesas extra-orçamentárias.

151. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) Restos a pagar com prescrição interrompida devem ser classificados como despesas de exercícios anteriores.

152. (FGV/ANALISTA/SENADO/2008) Após o cancelamento da inscrição das despesas como restos a pagar, o pagamento que vier a ser reclamando poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores.

153. (CESPE/ANALISTA/PREF. VITÓRIA/2008) Não podem ser pagos à conta de exercícios anteriores os restos a pagar com prescrição interrompida, assim considerada a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vija o direito do credor. Nesse caso, inicia-se novamente o processo de execução orçamentária e financeira da despesa.

154. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) Suponha que, na execução de um contrato, firmado nos últimos quatro meses do exercício, tenha havido divergência na aplicação de suas cláusulas entre a administração e a empresa contratada. O empenho correspondente foi cancelado, revertendo-se o crédito à respectiva dotação, cujo saldo foi baixado ao final do exercício. Nesse caso, esclarecida a situação, no exercício

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seguinte, e reconhecido o direito do credor, a administração deverá quitar a obrigação à conta de despesas de exercícios anteriores.

155. (FGV/CONTADOR/SENADO/2008) Analise as afirmativas a respeito da concessão de suprimento de fundos:

I. Aplica-se para despesa que deva ser feita em caráter sigiloso conforme se classificar em regulamento.

II. Atende despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento.

III. Aplica-se para despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite de R$ 10.000,00.

IV. Será concedido a servidor responsável por dois suprimentos, desde que não esteja em alcance.

V. As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio de cartão de pagamento do Governo Federal.

Assinale:

(A) se as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.

(B) se as afirmativas II, III e V estiverem corretas.

(C) se as afirmativas III, IV e V estiverem corretas.

(D) se as afirmativas I, II e V estiverem corretas.

(E) se as afirmativas II, IV e V estiverem corretas.

156. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2009) É característica das Despesas de Exercícios Anteriores

(A) desembolsada em exercícios anteriores, mas gerada no exercício corrente.

(B) não possuírem crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las no exercício em que forem geradas.

(C) o credor não cumpriu sua obrigação no prazo para ele estabelecido quando do empenho da despesa.

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(D) serem despesas orçamentárias.

(E) serem despesas cuja inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada, por não mais viger o direito do credor.

157. (FCC/ANALISTA/TRE-AP/2006) Considere as assertivas:

I. A entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria, para o fim de realizar despesas que possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

II. As despesas assumidas pela Administração Pública por empenhos efetuados durante o exercício financeiro e não liquidado até o último dia do ano (31 de dezembro).

Tais situações dizem respeito, respectivamente,

(A) às operações de crédito e à dívida mobiliária.

(B) ao regime de adiantamento e aos restos a pagar.

(C) aos créditos extraordinários e à dívida consolidada.

(D) à aplicação reservada de valores e à despesa sem prévio empenho.

(E) aos restos a pagar e às inversões financeiras.

158. (FCC/ANALISTA/TJ-PI/2009) O adiantamento ou suprimento de fundos

(A) pode ser concedido mesmo que não haja urgência na realização da despesa.

(B) deve ser precedido do empenho da despesa a realizar.

(C) dispensa a prestação de contas posterior, por se tratar de despesas de pequeno valor.

(D) pode ser concedido a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a ser adquirido.

(E) não pode ser concedido para despesas que devam ser feitas em caráter sigiloso.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

C E D E A C E E E C

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

C E E A E C C B E B

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

C E E C E B E C C A

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

E E B B E D C E C A

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

E E C B E C E E E E

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

B E C D C E D C E C

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

C E E B E C C C C C

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

C E E E C E C E D E

81 82 83 84 85 86 87 88 89 90

E E D C E E E C C E

91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

C E E B C E C C C E

101 102 103 104 105 106 107 108 109 110

C E E D A E C A E E

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111 112 113 114 115 116 117 118 119 120

C C C E C E E E E C

121 122 123 124 125 126 127 128 129 130

E C E E C C D C B E

131 132 133 134 135 136 137 138 139 140

E E E D C E C C B E

141 142 143 144 145 146 147 148 149 150

A E C E E E E A C B

151 152 153 154 155 156 157 158

C C E C D D B B