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Curso on-line AFRFB 2009 Contabilidade Decifrada Aula 01 Exercícios sobre Conceito de Contabilidade Histórico Patrimônio - Princípios 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2 2 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...................................................................................... 3 2.1 DEFINIÇÃO, OBJETO E FUNÇÃO DA CONTABILIDADE ........................................................... 3 2.2 PATRIMÔNIO ........................................................................................................ 5 2.3 PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS ........................................................................ 9 3 GABARITO ........................................................................................................... 23 4 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (QUESTÕES DE CONCURSO RESOLVIDAS E COMENTADAS) ............................................................................................................ 24 4.1 DEFINIÇÃO, OBJETO E FUNÇÃO DA CONTABILIDADE ......................................................... 24 4.1.1 TTN (atual Analista da Receita Federaldo Brasil) 1992 ..................................... 24 4.1.2 TTN (atual Analista da Receita Federaldo Brasil) 1994 ..................................... 25 4.1.3 TFC (Técnico de Finanças e Controles) 1996 ................................................... 27 4.1.4 Técnico da Receita Federal ........................................................................... 28 4.1.5 Técnico da Receita Federal ........................................................................... 30 4.1.6 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003....................... 32 4.1.7 Agente fiscal de tributos Teresina CESPE 2008 .......................................... 34 4.2 PATRIMÔNIO ...................................................................................................... 36 4.2.1 AFTN (atual Auditor Fiscal da Receita Federaldo Brasil) 1998. ........................... 36 4.2.2 AFTN 1998 ................................................................................................. 39 4.2.3 AFRF 2002 1 a prova (março) ...................................................................... 41 4.2.4 Agente Fiscal de Tributos Municipais Pref. Teresina 2001 (ESAF) .................. 43 4.2.5 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo ISS 2007 (FCC) ............................ 46 4.2.6 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003....................... 48 4.2.7 AFC/CGU 2008 Equação fundamental do patrimônio (cabe recurso) ............. 49 4.3 PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................... 53 4.3.1 AFRF 2002 1 a prova (março) ...................................................................... 53 4.3.2 Prova Técnico da Receita Federal 2003 ........................................................ 56 4.3.3 Auditor Municipal do Recife 2003 (ESAF) ..................................................... 60 4.3.4 Auditor Municipal do Recife 2003 (ESAF) ..................................................... 65 4.3.5 CVM Comissão de Valores Mobiliários 2000 (ESAF) ..................................... 70 4.3.6 ICMS Paraíba 2006 (FCC)........................................................................ 72 4.3.7 Analista do Banco Central do Brasil (Área 4) jan/2006 FCC ......................... 75 4.3.8 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo ISS 2007 (FCC) ............................ 79 4.3.9 ICMS RS 2006 (FAURGS) ........................................................................ 81 4.3.10 ICMS RS 2006 (FAURGS) .................................................................... 81 4.3.11 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC)81 4.3.12 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC)81 4.3.13 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003 (FCC) .......... 81 4.3.14 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003 (FCC) .......... 81 4.3.15 TRE Espírito Santo - Analista Judiciário –Contabilidade 2005 (FCC) ............. 81 Luiz Eduardo Santos www.pontodosconcursos.com.br Página 1 de 138

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Curso on-line – AFRFB 2009 – Contabilidade Decifrada – Aula 01 Exercícios sobre – Conceito de Contabilidade – Histórico – Patrimônio - Princípios

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2

2 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ...................................................................................... 3

2.1 DEFINIÇÃO, OBJETO E FUNÇÃO DA CONTABILIDADE ........................................................... 3

2.2 PATRIMÔNIO ........................................................................................................ 5

2.3 PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS ........................................................................ 9

3 GABARITO ........................................................................................................... 23

4 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (QUESTÕES DE CONCURSO – RESOLVIDAS E COMENTADAS) ............................................................................................................ 24

4.1 DEFINIÇÃO, OBJETO E FUNÇÃO DA CONTABILIDADE ......................................................... 24

4.1.1 TTN (atual Analista da Receita Federaldo Brasil) 1992 ..................................... 24

4.1.2 TTN (atual Analista da Receita Federaldo Brasil) 1994 ..................................... 25

4.1.3 TFC (Técnico de Finanças e Controles) 1996 ................................................... 27

4.1.4 Técnico da Receita Federal ........................................................................... 28

4.1.5 Técnico da Receita Federal ........................................................................... 30

4.1.6 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003....................... 32

4.1.7 Agente fiscal de tributos Teresina – CESPE – 2008 .......................................... 34

4.2 PATRIMÔNIO ...................................................................................................... 36

4.2.1 AFTN (atual Auditor Fiscal da Receita Federaldo Brasil) 1998. ........................... 36

4.2.2 AFTN 1998 ................................................................................................. 39

4.2.3 AFRF 2002 – 1a prova (março) ...................................................................... 41

4.2.4 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF).................. 43

4.2.5 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC)............................ 46

4.2.6 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003....................... 48

4.2.7 AFC/CGU – 2008 – Equação fundamental do patrimônio (cabe recurso) ............. 49

4.3 PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................... 53

4.3.1 AFRF 2002 – 1a prova (março) ...................................................................... 53

4.3.2 Prova Técnico da Receita Federal – 2003 ........................................................ 56

4.3.3 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) ..................................................... 60

4.3.4 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) ..................................................... 65

4.3.5 CVM – Comissão de Valores Mobiliários – 2000 (ESAF)..................................... 70

4.3.6 ICMS – Paraíba – 2006 (FCC)........................................................................ 72

4.3.7 Analista do Banco Central do Brasil (Área 4) – jan/2006 – FCC ......................... 75

4.3.8 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC)............................ 79

4.3.9 ICMS – RS – 2006 (FAURGS) ........................................................................ 81

4.3.10 ICMS – RS – 2006 (FAURGS) .................................................................... 81

4.3.11 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC)81

4.3.12 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC)81

4.3.13 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003 (FCC) .......... 81

4.3.14 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003 (FCC) .......... 81

4.3.15 TRE Espírito Santo - Analista Judiciário –Contabilidade – 2005 (FCC) ............. 81

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4.3.16 TRF 4 REGIÃO - Analista Judiciário - Contadoria – 2004 (FCC)................... ... 81

4.3.17 TRF 4 REGIÃO - Analista Judiciário - Contadoria – 2004 (FCC)........... ........... 81

4.3.18 TRE RIO GRANDE DO NORTE-Analista Judiciário-Contabilidade – 2005 (FCC) .. 81

4.3.19 TRE – RJ – 2001 (FCC) ............................................................................. 81

4.3.20 AFC/CGU – 2008 – Princípios Fundamentais de Contabilidade........................ 81

4.3.21 Agente fiscal de tributos Teresina – CESPE – 2008 ...................................... 81

4.3.22 Analista Judiciário STF – 2008 – CESPE - Princípios Contábeis ....................... 81

4.3.23 Analista Judiciário STF – 2008 (CESPE) ...................................................... 81

4.3.24 BACEN UNB/CESPE – Princípio da Prudência................................................ 81

4.3.25 INSS UNB/CESPE – Princípio da Competência .............................................. 81

4.3.26 TCU – UNB/CESPE – Princípios Contábeis.................................................... 81

4.3.27 Analista de Comércio Exterior / UNB-CESPE ................................................ 81

4.3.28 CGE/PB - 2008 (CESPE)............................................................................ 81

4.3.29 TCU – 2008 (CESPE) – Pronunciamento Conceitual Básico ............................ 81

1 Introdução

Caro estudante, nesta aula, serão propostas várias questões de concursos, tratando sobre os assuntos até aqui estudados do ponto de vista teórico.

De início, será apresentado apenas o enunciado de cada questão (referenciando o respectivo concurso). Em seguida, consta o gabarito oficial de cada questão. Ao final, é apresentada a resolução comentada de cada questão.

Quanto aos comentários à resolução das questões, acima referidos, há que se fazer um esclarecimento. Constam os comentários e a resolução de acordo com o gabarito oficial da questão (em linha com a legislação vigente à época do concurso) e, em seguida, é apresentada uma NOTA DE ATUALIZAÇÃO, referenciando a alteração normativa ocorrida após a data do concurso e a resolução à luz da legislação atualmente vigente, referindo – inclusive – se a alteração legislativa implicaria alteração da resposta oficial.

Para sedimentar o conhecimento e preparar o candidato definitivamente para o concurso, é fortemente recomendado que o estudante somente inicie o estudo desse ponto (prático) após a leitura da respectiva teoria (antes apresentada) e que:

(a) de início, realize a resolução de cada questão por si;

(b) em seguida, verifique o gabarito das questões; e

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(c) finalmente, compare sua resolução com a os comentários à resolução aqui propostos, de modo a identificar seus eventuais erros e a necessidade de reforço no estudo de algum assunto teórico em especial.

2 Exercícios de Fixação

2.1 Definição, Objeto e Função da Contabilidade

2.1.1 TTN (Técnico do Tesouro Nacional, antiga denominação do atual

cargo de TRF – Técnico da Receita Federal) 1992

Enunciado

O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924, formulou um conceito oficial de CONTABILIDADE. Assinale a opção que indica esse conceito oficial.

a) Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e específico e as variações por ele sofridas.

b) Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas a Administração Econômica.

c) Contabilidade é a metodologia especial concebida para captar, registrar, reunir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente.

d) Contabilidade é a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários, e de informar os reflexos dessas transações na situação econômico- financeira dessa companhia.

e) Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante registro, demonstração expositiva, confirmação, análise e interpretação dos fatos nele ocorridos.

2.1.2 TTN (Técnico do Tesouro Nacional) 1994

Enunciado

“... o patrimônio, que a Contabilidade estuda e controla, registrando todas as ocorrências nele verificadas.”

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“... estudar e controlar o patrimônio, para fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.”

As proposições indicam, respectivamente:

a) o objeto e a finalidade da Contabilidade;

b) a finalidade e o conceito da Contabilidade;

c) o campo de aplicação e o objeto da Contabilidade;

d) o campo de aplicação e o conceito de Contabilidade;

e) a finalidade e as técnicas contábeis de Contabilidade.

2.1.3 TFC (Técnico de Finanças e Controles) 1996

Enunciado

Decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos do estado patrimonial e do resultado econômico de uma entidade é:

a) função econômica da Contabilidade;

b) objeto da Contabilidade;

c) técnica contábil chamada Análise de Balanços;

d) finalidade da Contabilidade;

e) função administrativa da Contabilidade.

2.1.4 Técnico da Receita Federal

Enunciado

A palavra Azienda é comumente usada em Contabilidade como sinônimo de fazenda, na acepção de:

a) conjunto de bens e direitos;

b) mercadorias

c) finanças públicas;

d) grande propriedade rural;

e) patrimônio, considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade.

2.1.5 Técnico da Receita Federal

Enunciado

É função econômica da Contabilidade:

a) apurar lucro ou prejuízo;

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b) controlar o patrimônio;

c) evitar erros ou fraudes;

d) efetuar o registro dos fatos contábeis;

e) verificar a autenticidade das operações.

2.1.6 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21a REGIÃO - Concurso Público para Provimento de Cargos de Analista Judiciário Área Administrativa - Especialidade Contabilidade - Setembro/2003 ENUNCIADO

31. O objeto da Contabilidade é

(A) a conta.

(B) o lançamento (registro).

(C) o balanço patrimonial.

(D) a demonstração do resultado do exercício.

(E) o patrimônio.

2.1.7 Agente fiscal de tributos Teresina – CESPE – 2008

Com relação à contabilidade e à legislação aplicável, julgue os itens de 128 a 136.

ENUNCIADO

128. A despeito das mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas modalidades de informação que estes têm procurado, a função fundamental da contabilidade continua atrelada à finalidade de prover esses usuários das demonstrações contábeis com informações que os ajudem a tomar decisões de natureza econômico-financeira.

2.2 Patrimônio

2.2.1 AFTN (Auditor Fiscal do Tesouro Nacional, antiga denominação

do cargo de AFRF – Auditor Fiscal da Receita Federal) 19981.

Enunciado

03- A Cia. Eira & Eira foi constituída com capital de R$ 750.000,00, por três sócios, que integralizaram suas ações como segue:

1 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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- Adão Macieira R$ 300.000,00

- Bené Pereira R$ 150.000,00

- Carlos Parreira R$ 300.000,00

Após determinado período, a empresa verificou que nas suas operações normais lograra obter lucros de R$ 600.000,00, dos quais R$ 150.000,00 foram distribuídos e pagos aos sócios. Os restantes R$ 450.000,00 foram reinvestidos na empresa na conta Reserva para Aumento de Capital, nada mais havendo em seu Patrimônio Líquido.

Sabendo-se que esta empresa não tem resultados de exercícios futuros e que suas dívidas representam 20% dos recursos aplicados atualmente no patrimônio, podemos afirmar que o valor total de seus ativos é de

a) R$ 1.200.000,00

b) R$ 750.000,00

c) R$ 600.000,00

d) R$ 1.350.000,00

e) R$ 1.500.000,00

Resolução e Comentários

2.2.2 AFTN 19982

Enunciado

04- No mês de julho, a firma Papoulas Ltda. foi registrada e captou recursos totais de R$ 7.540,00, sendo R$ 7.000,00 dos sócios, como capital registrado e R$ 540,00 de terceiros, sendo 2/3 como empréstimos obtidos e 1/3 como receitas ganhas. Os referidos recursos foram todos aplicados no mesmo mês, sendo R$ 540,00 em mercadorias; R$ 216,00 em poupança bancária; R$ 288,00 na concessão de empréstimos; e o restante em despesas normais.

Após realizados esses atos de gestão, pode-se afirmar que a empresa ainda tem um patrimônio bruto e um patrimônio líquido, respectivamente, de

a) R$ 1.044,00 e R$ 864,00

b) R$ 1.044,00 e R$ 684,00

c) R$ 1.044,00 e R$ 504,00

d) R$ 1.584,00 e R$ 1.044,00

2 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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e) R$ 7.540,00 e R$ 7.000,00

2.2.3 AFRF 2002 – 1a prova (março)3

Enunciado

03- Da leitura atenta dos balanços gerais da Cia. Emile, levantados em 31.12.01 para publicação, e dos relatórios que os acompanham, podemos observar informações corretas que indicam a existência de:

Capital de Giro no valor de R$ 2.000,00

Capital Social no valor de R$ 5.000,00

Capital Fixo no valor de R$ 6.000,00

Capital Alheio no valor de R$ 5.000,00

Capital Autorizado no valor de R$ 5.500,00

Capital a Realizar no valor de R$ 1.500,00

Capital Investido no valor de R$ 8.000,00

Capital Integralizado no valor de R$ 3.500,00

Lucros Acumulados no valor de R$ 500,00

Prejuízo Líquido do Exercício no valor de R$ 1.000,00

A partir das observações acima, podemos dizer que o valor do Capital Próprio da Cia. Emile é de

a) R$ 5.500,00

b) R$ 5.000,00

c) R$ 4.000,00

d) R$ 3.500,00

e) R$ 3.000,00

2.2.4 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF) ENUNCIADO

48- Assinale a opção que contém a afirmativa correta.

a) Conceitua-se Contabilidade como a metodologia que permite às entidades econômicas o desenvolvimento de suas atividades e a consecução dos fins que lhes são propostos.

3 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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b) O ativo indica a aplicação dos capitais na atividade empresarial, por isso, aí se encontra o chamado capital próprio.

c) Denomina-se empresa o organismo resultante de elementos materiais e humanos reunidos com o objetivo de obter, transformar, movimentar e consumir bens.

d) Conceitua-se Contabilidade como a ciência que estuda e pratica as funções de escrituração, demonstração financeira, auditoria e análise de balanços.

e) Um patrimônio bem determinado, uma pessoa que o possui e o administra, praticando sobre ele atos e fatos de natureza econômica, tudo isso pressupõe a existência de um ser distinto de seu dono, conhecido como entidade ou azienda.

2.2.5 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC)

ENUNCIADO

2. A Cia. Beta possui bens e direitos no valor total de R$ 1.750.000,00, em 31.12.2005. Sabendo-se que, nessa mesma data, inexistem Resultados de Exercícios Futuros e que o Passivo Exigível da companhia representa 2/5 (dois quintos) do valor do Patrimônio Líquido, este último corresponde a, em R$:

(A) 1.373.000,00

(B) 1.250.000,00

(C) 1.050.000,00

(D) 750.000,00

(E) 500.000,00

2.2.6 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21a REGIÃO - Concurso Público para Provimento de Cargos de Analista Judiciário Área Administrativa - Especialidade Contabilidade - Setembro/2003 ENUNCIADO

33. O patrimônio, em Contabilidade, é definido como um conjunto de

(A) direitos.

(B) bens, direitos e obrigações.

(C) direitos e obrigações.

(D) bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido.

(E) recursos.

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2.2.7 AFC/CGU – 2008 – Equação fundamental do patrimônio (cabe recurso) ENUNCIADO

14- Em relação ao patrimônio de uma empresa e às diversas situações patrimoniais que pode assumir de acordo com a equação fundamental do patrimônio, indique a opção incorreta.

a) A empresa tem passivo a descoberto quando o Ativo é igual ao Passivo menos a Situação Líquida.

b) A Situação Líquida negativa acontece quando o total do Ativo é menor que o passivo exigível.

c) Na constituição da empresa, o Ativo menos o Passivo Exigível é igual a zero.

d) A situação em que o Passivo mais o Ativo menos a Situação Líquida é igual a zero é impossível de acontecer.

e) A Situação Líquida é positiva quando o Ativo é maior que o Passivo Exigível.

2.3 Princípios e Convenções Contábeis

2.3.1 AFRF 2002 – 1a prova (março)4

Enunciado

01- Abaixo estão cinco assertivas relacionadas com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Assinale a opção que expressa uma afirmação verdadeira.

a) A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão, mas não constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.

b) O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, exceto no caso de sociedade ou instituição, cujo patrimônio pode confundir-se com o dos sócios ou proprietários.

c) Da observância do Princípio da Oportunidade resulta que o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade, em um período de tempo determinado.

4 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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d) A apropriação antecipada das prováveis perdas futuras, antes conhecida como Convenção do Conservadorismo, hoje é determinada pelo Princípio da Competência.

e) A observância do Princípio da Continuidade não influencia a aplicação do Princípio da Competência, pois o valor econômico dos ativos e dos passivos já contabilizados não se altera em função do tempo.

2.3.2 Prova Técnico da Receita Federal – 20035

Enunciado

01- Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta.

a) O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior, para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.

b) O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor Patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

c) O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

e) O Princípio da PRUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que originaram o registro.

2.3.3 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF)

ENUNCIADO

26- Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta.

5 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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a) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes.

b) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que, uma vez integrados no patrimônio, os bens, direitos ou obrigações não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão- somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais.

c) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste.

d) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

e) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que é inadequada a utilização de qualquer tipo de CORREÇÃO ou ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA.

2.3.4 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF)

ENUNCIADO

27- Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta.

a) O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes.

b) O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL preconiza que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

c) O Princípio da CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

d) O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas

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mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

e) O Princípio da PRUDÊNCIA indica que as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

2.3.5 CVM – Comissão de Valores Mobiliários – 2000 (ESAF)

ENUNCIADO

01- O procedimento de segregar o patrimônio da empresa avaliada do patrimônio de seus sócios está fundamentado no conceito da

a) entidade

b) identidade

c) prudência

d) materialidade

e) relatividade

2.3.6 ICMS – Paraíba – 2006 (FCC) ENUNCIADO

1. O princípio contábil que impõe a escolha de hipótese que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais da Contabilidade, é o Princípio da

(A) Oportunidade.

(B) Competência.

(C) Entidade.

(D) Continuidade.

(E) Prudência.

2.3.7 Analista do Banco Central do Brasil (Área 4) – jan/2006 – FCC

ENUNCIADO

9. A circular 3068 do BACEN permitiu que os títulos mantidos para negociação ou disponíveis para venda sejam ajustados a valor do mercado, computando-se tanto a valorização como a desvalorização. Sobre os princípios contábeis, é correto afirmar:

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(A) Esse procedimento está de acordo com o conservadorismo, pois nesse caso a empresa estará sempre efetuando uma provisão para ajuste ao valor de mercado.

(B) Esse procedimento fere o princípio de conservadorismo quando o valor do mercado é inferior ao custo e deve-se reduzir o valor do título para o valor de mercado, pois o ativo deve ser avaliado pelo maior valor de realização.

(C) Esse procedimento está de acordo com o princípio do conservadorismo, pois sempre reduzirá o resultado da empresa no período da atualização.

(D) Esse procedimento não tem relação com o princípio de conservadorismo, pois esse princípio se refere à avaliação dos passivos pelo maior valor de exigibilidade.

(E) Esse procedimento fere o princípio de conservadorismo quando o valor do mercado supera o custo e deve-se aumentar o valor de um título para valor de mercado, pois o ativo deve ser avaliado pelo menor valor entre o custo e o valor de mercado.

2.3.8 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC)

ENUNCIADO

1. Em relação ao princípio contábil da Competência, é correto afirmar que

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto.

(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um ativo, sem o concomitante desaparecimento de um passivo.

(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força maior não devem ser computadas na apuração do resultado do exercício, porque não estão correlacionadas com a realização de receitas.

(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento.

(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realização de receita.

2.3.9 ICMS – RS – 2006 (FAURGS)

ENUNCIADO

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14. O Princípio Contábil que preceitua que a contabilidade é mantida para as empresas e que o patrimônio dos sócios não se confunde com o da empresa é o Princípio

(A) do Custo como Base de Valor.

(B) da Oportunidade.

(C) da Prudência.

(D) da Entidade.

(E) do Custo.

2.3.10 ICMS – RS – 2006 (FAURGS) ENUNCIADO

15. “Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.” Este é o enunciado do Princípio Contábil .

(A) do Custo Contábil.

(B) do Registro pelo Valor Original.

(C) da Atualização Monetária.

(D) do Registro pelo Valor Original Corrigido.

(E) da Atualização Monetária e Contábil.

2.3.11 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC) ENUNCIADO

32. É registro que caracteriza regime de competência, o relativo ao

(A) da compra de mercadorias à vista.

(B) do pagamento de duplicata pela compra de veículo a prazo.

(C) da venda de mercadoria à vista.

(D) do pagamento de uma despesa.

(E) de uma despesa a pagar.

2.3.12 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC)

ENUNCIADO

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37. O capital subscrito e realizado pelo titular, sócio ou acionista é considerado capital próprio em virtude do princípio ou convenção

(A) do conservadorismo.

(B) da continuidade.

(C) da entidade.

(D) da realização das receitas.

(E) da objetividade.

2.3.13 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário Área Administrativa - Especialidade Contabilidade - Setembro/2003 (FCC) ENUNCIADO

34. A integração das receitas ganhas com as despesas que com elas se correlacionam constitui o princípio fundamental da

(A) entidade.

(B) oportunidade.

(C) competência.

(D) prudência.

(E) continuidade.

2.3.14 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário Área Administrativa - Especialidade Contabilidade - Setembro/2003 (FCC) ENUNCIADO

35. O postulado, princípio ou convenção contábil, que tem por objetivo evitar a descapitalização de uma empresa, denomina-se

(A))conservadorismo.

(B) uniformidade ou consistência.

(C) materialidade.

(D) objetividade.

(E) entidade.

2.3.15 TRE Espírito Santo - Analista Judiciário – Área Administrativa – Especialidade Contabilidade – 2005 (FCC) ENUNCIADO

37. Dentre os princípios fundamentais da contabilidade, contidos na Resolução 750 do Conselho Federal de Contabilidade, tem-se um do

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qual consta: refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Assinale, dentre as alternativas abaixo, a que se refere ao acima descrito:

a) continuidade.

b) competência.

c) oportunidade.

d) prudência.

2.3.16 TRF 4 REGIÃO - Analista Judiciário - Apoio Especializado – Contadoria – 2004 (FCC) ENUNCIADO

61. Dentre os princípios fundamentais da contabilidade, o da competência diz que as receitas e despesas de uma empresa devem ser respectivamente incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando

(A) recebidas e pagas.

(B) ganhas e ocorridas.

(C) se correlacionarem.

(D) ocorridas.

(E) obtidas e consumidas.

2.3.17 TRF 4 REGIÃO - Analista Judiciário - Apoio Especializado – Contadoria – 2004 (FCC) ENUNCIADO

70. O princípio fundamental da oportunidade, ao estabelecer que o registro do patrimônio e das mutações de uma entidade privada seja feito “de imediato”, diz respeito a sua efetivação quando

(A) ocorrido o ato ou o fato.

(B) devam ser evidenciados o patrimônio e os resultados.

(C) ocorridos os recebimentos ou pagamentos.

(D) ocorridos os ganhos e perdas de recursos.

(E) ocorridas as mutações e variações.

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2.3.18 TRE RIO GRANDE DO NORTE - Analista Judiciário - Área Administrativa - Especialidade Contabilidade – 2005 (FCC) ENUNCIADO

38. A norma/princípio ou convenção contábil que trata distintamente o patrimônio dos sócios do da empresa é denominada

(A) Entidade.

(B) Conservadorismo.

(C) Competência.

(D) Objetividade.

(E) Tempestividade.

2.3.19 TRE – RJ – 2001 (FCC) ENUNCIADO

11 - Uma empresa utilizou 3 (três) critérios de custos diferentes para efetuar a valoração de seus estoques nas últimas 3 (três) demonstrações financeiras, não apresentando notas explicativas que elucidassem o porquê das alterações de seus critérios contábeis. Portanto, a empresa não observou a seguinte convenção contábil:

a) consistência;

b) conservadorismo;

c) custo como base de valor;

d) materialidade;

e) objetividade.

2.3.20 AFC/CGU - 2008 – Princípios Fundamentais de Contabilidade ENUNCIADO

8 - Sobre os enunciados dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, estabelecidos na Resolução n. 750/1993, são apresentadas as seguintes assertivas:

I. desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito, de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram, mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência.

II. após sua integração ao patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-

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somente, sua reavaliação e atualização monetária e a decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos do patrimônio líquido.

III. consideram-se realizadas as receitas sempre que houver a extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

IV. quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas, devem ser consideradas a continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, pois influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.

V. quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade, deve-se escolher a hipótese de que resulte menor patrimônio líquido.

Considerando que a seqüência das assertivas apresentadas não guarda necessariamente correlação com a seqüência das opções apresentadas, das assertivas apresentadas, a única incorreta é aquela que se refere ao Princípio da (do):

a) Continuidade.

b) Prudência.

c) Competência.

d) Registro pelo Valor Original.

e) Oportunidade.

2.3.21 Agente fiscal de tributos Teresina – CESPE – 2008 – Princípio da Competência x Provisões ENUNCIADO

134. O princípio da competência está associado às variações patrimoniais e à sua natureza. Na aplicação desse princípio às despesas, há situações em que, mesmo sem ter havido pagamento ou sem ter sido constituída uma obrigação efetiva, devem ser efetuadas provisões, com base em estimativas, como no caso da prestação de garantias assumidas pela venda de mercadorias.

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2.3.22 Analista Judiciário STF – 2008 – CESPE - Princípios Contábeis

Acerca dos princípios fundamentais de contabilidade e divulgação das demonstrações contábeis, julgue os seguintes itens.

ENUNCIADO

95. Ocorrendo o registro dos ajustes a valor de mercado dos ativos advindos de operações de longo prazo, o princípio do registro pelo valor original não será obedecido.

2.3.23 Analista Judiciário STF – 2008 (CESPE) – Princípio

da prudência x ajustes de avaliação patrimonial ENUNCIADO

96. O princípio da prudência preconiza que o valor do ativo deve ser registrado pelo menor valor entre custo e valor de mercado. Com relação ao registro do passivo, o mesmo princípio determina que deve ocorrer o oposto. Desse modo, aumentos ou diminuições de valores nos saldos de contas de ativo ou passivo decorrentes de avaliações a preço de mercado serão registradas na conta de ajustes de avaliação patrimonial na demonstração do resultado do exercício.

2.3.24 BACEN UNB/CESPE – Princípio da Prudência

ENUNCIADO

O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo, e de maior para os do passivo, sempre que se apresentem opções igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Com base nesta afirmação, julgue os itens abaixo:

(1) A contabilidade deve manter um comportamento prudente e reconhecer as despesas mesmo antes que surja o fato gerador, sempre eu se puder prever um acréscimo do passivo.

(2) O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese da qual resulte em menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais princípios fundamentais de contabilidade.

(3) O princípio da prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo ordenamento indispensável à correta aplicação do princípio da competência.

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(4) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para a definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

(5) O princípio da prudência é perfeitamente coerente com o registro no ativo de depósitos judiciais relativos a processos cuja probabilidade de sucesso é remota, sem que haja lançamento de provisão para contingência correspondente no passivo.

2.3.25 INSS UNB/CESPE – Princípio da Competência

ENUNCIADO

De acordo com o princípio da competência, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento e pagamento. Em conformidade com esse conceito, as receitas devem ser reconhecidas:

(1) nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, que pela investidora da propriedade de bens anteriores pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

(2) quando da extinção, parcial ou total, de um ativo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um passivo de valor igual ou menor;

(3) pela geração natural de novos passivos, independentemente da intervenção de terceiros;

(4) pelo recebimento efetivo de doações destinadas à cobertura de despesas administrativas;

(5) pelo recebimento antecipado de clientes, por conta de entrega futura de bens e/ou serviços.

2.3.26 TCU – UNB/CESPE – Princípios Contábeis

ENUNCIADO

Os princípios fundamentais de contabilidade representam a essência das doutrinas e das teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional brasileiros. Concernem, pois, à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objetivo é o patrimônio das entidades. Relativamente a esse assunto, julgue os itens a seguir:

(1) De acordo com o princípio da competência, considera-se realizada uma despesa, quando da extinção, parcial ou total, de um passivo,

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qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

(2) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

(3) Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

(4) A receita de serviços deve sempre ser reconhecida de forma proporcional ao recebimento das parcelas contratuais.

(5) A suspensão das atividades de uma entidade pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor.

2.3.27 Analista de Comércio Exterior / UNB-CESPE

ENUNCIADO

Julgue os itens abaixo, relativos a princípios fundamentais de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade:

(1) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

(2) A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes.

(3) As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado não necessariamente simultaneamente quando se correlacionarem.

(4) O registro das variações patrimoniais compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários.

(5) A continuidade não influencia o valor econômico dos ativos e passivos.

2.3.28 CGE/PB - 2008 (CESPE)

Enunciado

47. Os princípios fundamentais de contabilidade (PFC) representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência contábil, consoante o

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entendimento predominante nos universos científico e profissional do Brasil. Com base nos PFC e na legislação vigente, assinale a opção correta.

A) De acordo com o princípio da prudência, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da oportunidade, será transportado ao resultado do exercício.

B) De acordo com o princípio do registro pelo valor original, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da continuidade, será transportado ao resultado do exercício.

C) De acordo com o princípio da entidade, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao emitir o documento fiscal de venda o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da oportunidade, será transportado ao resultado do exercício.

D) De acordo com o princípio da continuidade, a receita antecipada será registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência. Somente ao emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da prudência, será transportado ao resultado do exercício.

E) De acordo com o princípio da oportunidade, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e, somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da competência, será transportado ao resultado do exercício.

2.3.29 TCU – 2008 (CESPE) – Pronunciamento Conceitual Básico

Enunciado

209 A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a formação de reservas ocultas ou provisões excessivas.

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Assunto / Concurso-Questão Gab 1 DEFINIÇÃO, OBJETO E FUNÇÃO DA CONTABILIDADE -

1.1 TTN (Técnico do Tesouro Nacional, atual Analista da Receita Federal) 1992 B 1.2 TTN (Técnico do Tesouro Nacional, atual – Analista da Receita Federal) 1994 A 1.3 TFC (Técnico de Finanças e Controles) 1996 C 1.4 Técnico da Receita Federal E 1.5 Técnico da Receita Federal A 1.6 TRT 21a R. - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003 E 1.7 Agente fiscal de tributos Teresina – CESPE – 2008 C

2 PATRIMÔNIO - 2.1 AFTN (Atual - Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil) 1998. E 2.2 AFTN 1998 B 2.3 AFRF 2002 – 1a prova (março) E 2.4 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF) E 2.5 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) B 2.6 TRT 21a R. -Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003 B 2.7 AFC/CGU - 2008 C

3 PRINCÍPIOS E CONVENÇÕES CONTÁBEIS - 3.1 AFRF 2002 – 1a prova (março) C 3.2 Prova Técnico da Receita Federal – 2003 E 3.3 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) E 3.4 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) E 3.5 CVM – Comissão de Valores Mobiliários – 2000 (ESAF) A 3.6 ICMS – Paraíba – 2006 (FCC) A 3.7 Analista do Banco Central do Brasil (Área 4) – jan/2006 – FCC E 3.8 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) E 3.9 ICMS – RS – 2006 (FAURGS) D 3.10 ICMS – RS – 2006 (FAURGS) B 3.11 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC) E 3.12 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC) C 3.13 TRT 21a R. - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003 (FCC) C 3.14 TRT 21a R. - Analista Judiciário - Contabilidade - Set/2003 (FCC) A 3.15 TRE Espírito Santo - Analista Judiciário – Contabilidade – 2005 (FCC) C 3.16 TRF 4 REGIÃO - Analista Judiciário - Apoio Especializado – Contadoria – 2004 (FCC) C 3.17 TRF 4 REGIÃO - Analista Judiciário - Apoio Especializado – Contadoria – 2004 (FCC) B 3.18 TRE RIO GRANDE DO NORTE - Analista Judiciário - Contabilidade – 2005 (FCC) A 3.19 TRE – RJ – 2001 (FCC) A 3.20 AFC/CGU - 2008 D 3.21 Agente fiscal de tributos Teresina – CESPE – 2008 – Competência x Provisões C 3.22 Analista Judiciário STF – 2008 – CESPE - Princípios Contábeis C 3.23 Analista Judiciário STF – 2008 (CESPE) – prudência x ajustes avaliação patrimonial E 3.24 BACEN UNB/CESPE – Princípio da Prudência ECCCE3.25 INSS UNB/CESPE – Princípio da Competência CEECE3.26 TCU – UNB/CESPE – Princípios Contábeis ECCEC3.27 Analista de Comércio Exterior / UNB-CESPE CCECE3.28 CGE/PB - 2008 (CESPE) E 3.29 TCU – 2008 (CESPE) – Pronunciamento Conceitual Básico C * - questão posteriormente anulada

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3 Gabarito

*

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4 Exercícios de Fixação (Questões de concurso – resolvidas e comentadas)

4.1 Definição, Objeto e Função da Contabilidade

4.1.1 TTN (Técnico do Tesouro Nacional, antiga denominação do atual

cargo de TRF – Técnico da Receita Federal) 1992

Enunciado

O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924, formulou um conceito oficial de CONTABILIDADE. Assinale a opção que indica esse conceito oficial.

a) Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e específico e as variações por ele sofridas.

b) Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas a Administração Econômica.

c) Contabilidade é a metodologia especial concebida para captar, registrar, reunir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente.

d) Contabilidade é a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários, e de informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia.

e) Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante registro, demonstração expositiva, confirmação, análise e interpretação dos fatos nele ocorridos.

Resolução e comentários

Trata-se de uma questão teórica, cuja resolução não demandou muito raciocínio do aluno – ao contrário, pela lógica, várias das alternativas se enquadrariam em um conceito razoável de Contabilidade. Entretanto, o que foi pedido foi o conceito oficialmente resultante do Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924. Assim, abaixo, transcrevemos o conceito já apresentado na aula teórica sobre o assunto:

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“A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativos à administração econômica”.

Assim, percebe-se que a alternativa correta é a de letra B, que traz EXATAMENTE essas palavras.

Comentários de atualização.

Trata-se de uma questão histórica e, portanto, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

B

4.1.2 TTN (Técnico do Tesouro Nacional, antiga denominação do atual cargo de TRF – Técnico da Receita Federal) 1994

Enunciado

“... o patrimônio, que a Contabilidade estuda e controla, registrando todas as ocorrências nele verificadas.”

“... estudar e controlar o patrimônio, para fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.”

As proposições indicam, respectivamente:

a) o objeto e a finalidade da Contabilidade;

b) a finalidade e o conceito da Contabilidade;

c) o campo de aplicação e o objeto da Contabilidade;

d) o campo de aplicação e o conceito de Contabilidade;

e) a finalidade e as técnicas contábeis de Contabilidade.

Resolução e comentários

Vamos iniciar a resolução pela interpretação das duas proposições:

I - “... o patrimônio, que a Contabilidade estuda e controla, registrando todas as ocorrências nele verificadas.”. Repare que a palavra chave da proposição é PATRIMÔNIO. Ora, o patrimônio é o objeto da Contabilidade, conforme visto na parte teórica deste tópico e definido pela Resolução n° 774, de 1994, do Conselho Federal de Contabilidade, a seguir transcrita em parte:

1.2 – O Patrimônio objeto da Contabilidade

O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais

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fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro.

“... estudar e controlar o patrimônio, para fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.”. Repare que a expressão chave da proposição é a expressão PARA FORNECER INFORMAÇÕES SOBRE. Ora, fornecer informações é a finalidade da Contabilidade, conforme visto na parte teórica deste tópico explicitamente referenciado no Pronunciamento do Ibracon (Instituto Brasileiro de Contadores), aprovado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) através da Deliberação n° 29, de 1986, a seguir reproduzida, em parte:

Anexo à Deliberação nº 29 de 05 de Fevereiro de 1986.

ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE - OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.

Com essa análise, conclui-se que a resposta certa é a assertiva de letra A. Apenas para fins de esclarecimento, a seguir, analisaremos cada uma das assertivas da questão:

a) o objeto e a finalidade da Contabilidade;

Certo, o objeto da Contabilidade é o Patrimônio e sua finalidade é prover o usuário de informações.

b) a finalidade e o conceito da Contabilidade;

A finalidade da Contabilidade é prover o usuário de informações e o conceito da Contabilidade é a Ciência que estuda o Patrimônio.

c) o campo de aplicação e o objeto da Contabilidade;

O campo de aplicação da Contabilidade é a Azienda e o objeto da Contabilidade é o Patrimônio.

d) o campo de aplicação e o conceito de Contabilidade;

O campo de aplicação da Contabilidade é a Azienda e o conceito da Contabilidade é a Ciência que estuda o Patrimônio.

e) a finalidade e as técnicas contábeis de Contabilidade.

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A finalidade da Contabilidade é prover o usuário de informações e as técnicas contábeis são o registro, a elaboração de demonstrações, a análise e a auditoria.

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Nesse pronunciamento – que está em consonância com a legislação até aqui comentada – não é claramente apresentado o campo nem o objeto da Contabilidade, entretanto, é expressamente apresentada a finalidade da contabilidade, qual seja, prover o usuário de informações, conforme a seguir:

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica.

Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

A

4.1.3 TFC (Técnico de Finanças e Controles) 1996

Enunciado

Decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos do estado patrimonial e do resultado econômico de uma entidade é:

a) função econômica da Contabilidade;

b) objeto da Contabilidade;

c) técnica contábil chamada Análise de Balanços;

d) finalidade da Contabilidade;

e) função administrativa da Contabilidade.

Resolução e comentários

Para resolver esta questão, é necessário conhecer o conceito de Análise de Demonstrações Financeiras, conforme apresentado na parte teórica desse tópico da matéria:

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Demonstrações Contábeis (Análise) – também conhecida como Análise de Balanços, a Análise das Demonstrações Financeiras tem por objetivo o estudo e avaliação do patrimônio, através da decomposição e interpretação dos demonstrativos, com vistas à comparação (tanto do patrimônio quanto do resultado) com os de outras entidades, e de outros períodos e, assim, permitindo uma tomada de decisões mais abalizada.

Com esse conceito, conclui-se que a assertiva correta é a de letra C. Apenas com finalidades didáticas, passaremos a analisar cada uma das assertivas apresentadas no enunciado da questão.

a) função econômica da Contabilidade;

A função econômica da Contabilidade é apurar o resultado.

b) objeto da Contabilidade;

O objeto da Contabilidade é o patrimônio.

c) técnica contábil chamada Análise de Balanços;

A técnica contábil de Análise de Balanços consiste em decompor, interpretar e comparar o patrimônio e o resultado de entidades.

d) finalidade da Contabilidade;

A finalidade da Contabilidade é prover o usuário de informações.

e) função administrativa da Contabilidade.

A função administrativa da Contabilidade é controlar o patrimônio.

Comentários de atualização.

A presente questão trata de conceitos doutrinários, que não foram expressamente alterados pela legislação superveniente ao concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

C

4.1.4 Técnico da Receita Federal

Enunciado

A palavra Azienda é comumente usada em Contabilidade como sinônimo de fazenda, na acepção de:

a) conjunto de bens e direitos;

b) mercadorias

c) finanças públicas;

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d) grande propriedade rural;

e) patrimônio, considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade.

Resolução e comentários

A azienda foi apresentada, na parte teórica deste tópico do curso, como o campo de interesse de estudo da Contabilidade, nos seguintes termos:

A Contabilidade, portanto, tem como campo a azienda. Por azienda, entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e obrigações). O termo azienda tem do mesmo radical que “fazenda”, no sentido de tesouro e não no sentido de propriedade rural – veja que o Ministério da Fazenda é responsável pela administração do Tesouro Nacional (mas não possui bois nem vacas). Repare que a utilização do conceito de azienda permite que a Contabilidade se preocupe com organizações que não apenas as empresas formalmente constituídas (pessoas jurídicas com fins lucrativos), alcançando também as empresas informais, as entidades sem fins lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc6.

Assim, já se pode concluir que a alternativa correta é a assertiva de letra E. Apenas para fins didáticos, analisaremos cada uma das alternativas do enunciado da questão, a seguir:

a) conjunto de bens e direitos;

O conjunto de bens e direitos consiste no Ativo.

b) mercadorias

Mercadorias são bens e, portanto, um dos elementos componentes do Ativo.

c) finanças públicas;

Finanças públicas são o objeto de interesse de outras disciplinas (Direito Financeiro e Contabilidade Pública) – cujo estudo está fora do escopo deste curso.

d) grande propriedade rural;

6 Por Pessoa Física, entende-se qualquer ser humano que, tendo personalidade jurídica (sendo sujeito de direitos e obrigações) pode ser titular de um patrimônio. Por Pessoa Jurídica, entende-se toda entidade resultante da organização humana de recursos (humanos e materiais) que, também pode ser titular de um patrimônio. Pessoas jurídicas podem ser classificadas em Pessoas Jurídicas de fato (que não estão regularmente constituídas – conforme o Direito) ou de Direito (que estão devidamente formalizadas pelo registro de seus atos constitutivos – Estatuto, no caso de uma Sociedade Anônima ou Contrato Social, no caso de uma Limitada – registrados no órgão próprio).

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Uma grande propriedade rural seria uma fazenda, porém não com o sentido dado à azienda pela Contabilidade.

e) patrimônio, considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade.

Certo, este é o sentido de azienda dado pela Contabilidade.

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

A presente questão trata de conceitos doutrinários, que não foram expressamente alterados pela legislação superveniente ao concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

E

4.1.5 Técnico da Receita Federal

Enunciado

É função econômica da Contabilidade:

a) apurar lucro ou prejuízo;

b) controlar o patrimônio;

c) evitar erros ou fraudes;

d) efetuar o registro dos fatos contábeis;

e) verificar a autenticidade das operações.

Resolução e comentários

As funções administrativa e econômica da Contabilidade foram objeto de explanação na parte teórica deste tópico, conforme a seguir:

Finalmente, cabe questionar o tipo de decisão a que a informação contábil se destina. São, basicamente, dois tipos de decisão: acerca da composição do patrimônio e acerca de sua modificação (crescimento ou decréscimo). Isso é importante e já foi questão de prova em concurso! Assim, as informações geradas pelo sistema contábil devem desempenhar duas funções: (1) a função administrativa, de controlar o patrimônio; e (2) a função econômica, de apurar o resultado (rédito).

A partir deste conceito, verifica-se que a resposta certa corresponde à assertiva de letra A, pois apurar o resultado corresponde a apurar lucro ou prejuízo (conforme o caso).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

As funções, administrativa e econômica, da Contabilidade são apresentadas no “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura

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Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”, nos itens em que trata – de forma segregada – a função das informações patrimoniais e de resultado, respectivamente, nos seguintes termos:

A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos econômicos que ela controla, sua estrutura financeira, sua liquidez e solvência, e sua capacidade de adaptação às mudanças no ambiente em que opera. As informações sobre os recursos econômicos controlados pela entidade e a sua capacidade, no passado, de modificar esses recursos são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa no futuro. Informações sobre a estrutura financeira são úteis para prever as futuras necessidades de financiamento e como os lucros futuros e os fluxos de caixa serão distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade; são também úteis para ajudar a avaliar a probabilidade de que a entidade seja bem- sucedida no levantamento de financiamentos adicionais. As informações sobre liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos vencimentos. Liquidez se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo, após considerar os compromissos financeiros do respectivo período. Solvência se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para cumprir os compromissos financeiros nos respectivos vencimentos.

As informações referentes ao resultado da entidade, especialmente a sua rentabilidade, são requeridas com a finalidade de avaliar possíveis mudanças necessárias na composição dos recursos econômicos controlados pela entidade. As informações sobre as variações nos resultados são importantes nesse sentido. As informações sobre os resultados são úteis para prever a capacidade que a entidade tenha de gerar caixa e equivalentes de caixa a partir dos recursos atualmente controlados por ela. Também é útil para a avaliação da eficácia com que a entidade poderia usar recursos adicionais.

Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

A

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4.1.6 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21a REGIÃO - Concurso Público para Provimento de Cargos de Analista Judiciário Área Administrativa - Especialidade Contabilidade - Setembro/2003 ENUNCIADO

31. O objeto da Contabilidade é

(A) a conta.

(B) o lançamento (registro).

(C) o balanço patrimonial.

(D) a demonstração do resultado do exercício.

(E) o patrimônio. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

A Resolução CFC nº 774, de 1991, em seu item 1.2 define o patrimônio como objeto da contabilidade, conforme a seguir:

O Patrimônio objeto da Contabilidade

O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes, o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limite estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da racionalidade econômica e administrativa.

O Patrimônio também é objeto de outras ciências sociais – por exemplo, da Economia, da Administração e do Direito – que, entretanto, o estudam sob ângulos diversos daquele da Contabilidade, que o estuda nos seus aspectos quantitativos e qualitativos. A Contabilidade busca, primordialmente, apreender, no sentido mais amplo possível, e entender as mutações sofridas pelo Patrimônio, tendo em mira, muitas vezes, uma visão prospectiva de possíveis variações. As mutações tanto podem decorrer da ação do homem, quanto, embora quase sempre secundariamente, dos efeitos da natureza sobre o patrimônio.

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Por aspecto qualitativo do patrimônio entende-se a natureza dos elementos que o compõem como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias, etc. A delimitação qualitativa desce, em verdade, até o grau de particularização que permita a perfeita compreensão do componente patrimonial. Assim, quando falamos em “máquinas”, ainda estamos a empregar um substantivo coletivo, cuja expressão poderá ser de muita utilidade, em determinadas análises. Mas a Contabilidade, quando aplicada a um patrimônio particular, não se limitará às “máquinas” como categoria, mas, dependendo das necessidades de controle poderá descer a cada máquina em particular e, mais ainda, aos seus pormenores de forma que sua caracterização evite a confusão com quaisquer outras máquinas, mesmo de tipo idêntico.

O atributo quantitativo refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja “Valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados.

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Nesse pronunciamento, não há referência expressa ao patrimônio, como objeto da Contabilidade, entretanto, de forma indireta, esse conceito é colocado, quando da apresentação dos elementos das demonstrações contábeis, conforme a seguir:

Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e as despesas.

Repare que os elementos da informação contábil retratam a posição patrimonial e financeira, bem como o resultado. Ora, isso é exatamente o comportamento do patrimônio no tempo (sua configuração em dado momento e sua evolução dentro de determinado período). Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

E

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4.1.7 Agente fiscal de tributos Teresina – CESPE – 2008

Com relação à contabilidade e à legislação aplicável, julgue os itens de 128 a 136.

ENUNCIADO

128. A despeito das mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas modalidades de informação que estes têm procurado, a função fundamental da contabilidade continua atrelada à finalidade de prover esses usuários das demonstrações contábeis com informações que os ajudem a tomar decisões de natureza econômico-financeira.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Em nosso curso, foi visto que a Contabilidade é considerada – do ponto de vista de sua finalidade – como um sistema de informação. Para entender essa assertiva, é necessário elucidar os conceitos de (1) sistema e de (2) informação.

Vimos, ainda, que o usuário externo tem interesse na informação contábil por vários motivos:

a) o investidor, que precisa ter uma visão clara do patrimônio de uma empresa para decidir se deve utilizar suas economias para adquirir direitos (ações ou cotas de capital) sobre o patrimônio e, conseqüentemente, sobre o lucro de uma empresa – ou, ainda, se, ao contrário, deve desfazer-se dessas ações/cotas;

b) o credor que precisa verificar a capacidade de pagamento da empresa para, calculando o risco de inadimplência, poder estipular a taxa de juros;7

c) os fornecedores que – da mesma forma que os credores em geral – precisam verificar a capacidade da empresa de pagar pelos bens adquiridos;

d) os clientes que precisam verificar – a partir do patrimônio de uma empresa – sua capacidade de honrar a entrega dos bens adquiridos;

e) o Estado que, a partir dos dados contábeis das empresas, consegue:

a. avaliar a necessidade de fomento de uma ou outra atividade;

7 Ao contrário do que pode se pensar, hoje ninguém vai para a cadeia por não pagar uma dívida. Assim, o que garante o pagamento da dívida é a existência de patrimônio (por parte do devedor) para saldar a obrigação. Ora, na inexistência de patrimônio, o credor fica prejudicado.

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b. consegue identificar os aumentos patrimoniais, que ensejam fatos geradores de tributos.

Finalmente, cabe referência ao pronunciamento técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis que, em linha com os padrões internacionais de contabilidade (IASB), determina a estrutura básica para elaboração das demonstrações contábeis e confirma que o objetivo básico da Contabilidade é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade aos usuários. O Pronunciamento Conceitual Básico define os usuários da Contabilidade e seu interesse na informação contábil, conforme a seguir:

Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagar dividendos.

Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Também se interessam por informações que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego.

Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que lhes permitam determinar se os seus empréstimos e os correspondentes juros serão pagos no vencimento.

Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estarão interessados em uma entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a não ser que dependam da continuidade da entidade como um cliente importante.

Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo-prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.

Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base

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para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes; e

Público. As entidades exercem influência sobre o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes.

Pelos motivos acima referidos, verifica-se que a assertiva está correta. GABARITO

128 C

4.2 Patrimônio

4.2.1 AFTN (Auditor Fiscal do Tesouro Nacional, antiga denominação

do cargo de AFRF – Auditor Fiscal da Receita Federal) 19988.

Enunciado

03- A Cia. Eira & Eira foi constituída com capital de R$ 750.000,00, por três sócios, que integralizaram suas ações como segue:

- Adão Macieira R$ 300.000,00

- Bené Pereira R$ 150.000,00

- Carlos Parreira R$ 300.000,00

Após determinado período, a empresa verificou que nas suas operações normais lograra obter lucros de R$ 600.000,00, dos quais R$ 150.000,00 foram distribuídos e pagos aos sócios. Os restantes R$ 450.000,00 foram reinvestidos na empresa na conta Reserva para Aumento de Capital, nada mais havendo em seu Patrimônio Líquido.

Sabendo-se que esta empresa não tem resultados de exercícios futuros e que suas dívidas representam 20% dos recursos aplicados atualmente no patrimônio, podemos afirmar que o valor total de seus ativos é de

a) R$ 1.200.000,00

b) R$ 750.000,00

c) R$ 600.000,00

d) R$ 1.350.000,00

8 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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e) R$ 1.500.000,00

Resolução e Comentários

Essa é uma questão que demanda muito pouco conhecimento de conceitos contábeis, porém uma boa capacidade de interpretação e alguma capacidade de realização de cálculos.

Os conceitos contábeis necessários à resolução da questão são quatro, a saber:

- o patrimônio líquido é a diferença entre o ativo e o passivo;

- o total de dívidas corresponde ao passivo

- o total de recursos aplicados no patrimônio corresponde ao ativo;

- o valor do capital inicialmente integralizado pelos sócios, somado aos lucros auferidos pela empresa, nos vários períodos de sua existência, e reduzido dos respectivos dividendos pagos, também corresponde ao valor do Patrimônio líquido.

Vistos os conceitos, vamos aplicá-los à resolução da questão:

1) valor do PL da empresa = capital inicial (+) lucros (-) dividendos

750.000+600.000-150.000=1.200.000

2) valor do passivo (=) 20% dos recursos aplicados no patrimônio

P = 0,2 * A

3) PL (=) ativo (-) passivo

PL = A – 0,2 * A

4) ocorre que o PL já foi calculado 1.200.000,00, logo, o ativo pode ser calculado por substituição desse valor na equação expressa no item anterior

1.200.000 = A – 0,2 * A

0,8 * A = 1.200.000

A = 1.200.000/0,8 A = 1.500.000,00

Repare que o valor acima apurado corresponde à alternativa de letra E.

Observação: Conceitos de lucro, dividendos, dividendos a pagar e dividendos pagos.

A questão versa sobre o conceito de dividendos, portanto, cabem algumas considerações sobre o tema – apenas com o fito de esclarecimento.

Antes de falar de dividendos, vamos lembrar o conceito de lucro: o lucro é o aumento líquido do patrimônio - ao final de um determinado

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intervalo de tempo. Portanto, o lucro corresponde a um aumento no valor de bens/direitos(-)obrigações, o que implica aumento do PL. Em outras palavras, o lucro corresponde a aumento de PL.

Por dividendos, entende-se "o valor do lucro por ação". A própria palavra dividendos já indica o conceito, trata-se de uma divisão do valor do lucro pelo número de ações da companhia.

Exemplificando, caso o lucro seja de 600.000,00 e haja 1.000 ações, temos:

( ) 600.000,00

(/) 1.000

(=) 600,00

Assim, R$ 600,00 é o valor dos dividendos por ação.

Visto o conceito de dividendos, vamos avançar para o conceito de dividendos a pagar (e, consequentemente, para o conceito de dividendos pagos). Considerando que nem todo o lucro deve ser distribuído aos acionistas, temos a possibilidade da empresa destinar aos sócios apenas uma parte do lucro. Essa parte destinada aos sócios é denominada "dividendos a pagar".

Exemplificando, caso o lucro seja de R$ 600.000,00 e apenas a quarta parte desse valor seja destinado aos sócios (remanescendo os outros 3/4 no próprio patrimônio da empresa), temos que:

( ) 600.000,00

(*) 1/4

(=) 150.000,00

Assim, o valor de R$ 150.000,00 corresponderá aos dividendos a distribuir.

Cabe dizer que os dividendos a distribuir correspondem ao surgimento de uma obrigação (de entregar aos acionistas um determinado valor) e que, em um momento seguinte, esse valor é pago, ou seja, a empresa abre mão de seu dinheiro (em caixa) e honra a obrigação de entregar o valor dos dividendos aos acionistas.

No caso exemplificativo, tivemos: (a) lucro de R$ 600.000,00 e (b) distribuímos R$ 150.000,00.

Repare que o lucro logrou aumentar o patrimônio (PL) em R$ 600.000,00 e que a distribuição de dividendos logrou reduzir o patrimônio (PL) em R$ 150.000,00.

Os conceitos acima serão aprofundados quando do estudo dos seguintes itens da matéria (a) PL e (b) DLPA, adiante neste curso.

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COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Nesse pronunciamento, são tratados os conceitos de ativo, passivo e patrimônio líquido (necessários à resolução da presente questão), nos seguintes termos:

Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:

a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

Repare que não houve alteração substancial nos conceitos acima, portanto, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

E

4.2.2 AFTN 19989

Enunciado

04- No mês de julho, a firma Papoulas Ltda. foi registrada e captou recursos totais de R$ 7.540,00, sendo R$ 7.000,00 dos sócios, como capital registrado e R$ 540,00 de terceiros, sendo 2/3 como empréstimos obtidos e 1/3 como receitas ganhas. Os referidos recursos foram todos aplicados no mesmo mês, sendo R$ 540,00 em mercadorias; R$ 216,00 em poupança bancária; R$ 288,00 na concessão de empréstimos; e o restante em despesas normais.

Após realizados esses atos de gestão, pode-se afirmar que a empresa ainda tem um patrimônio bruto e um patrimônio líquido, respectivamente, de

9 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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a) R$ 1.044,00 e R$ 864,00

b) R$ 1.044,00 e R$ 684,00

c) R$ 1.044,00 e R$ 504,00

d) R$ 1.584,00 e R$ 1.044,00

e) R$ 7.540,00 e R$ 7.000,00

Resolução e Comentários

1) Para resolver essa questão, temos que conhecer três conceitos básicos da Contabilidade:

- patrimônio bruto = ativo (bens e direitos)

- patrimônio líquido = ativo – passivo

- capital de terceiros = passivo (obrigações – no caso, empréstimos obtidos).

2) De acordo com os dados da questão:

Ativo ( bens e direitos ) = mercadorias + poupança bancária + empréstimos concedidos.

Ativo = 540,00 + 216,00 + 288,00 = 1.044,00

Passivo = empréstimos obtidos

Passivo = 540,00 (*) 2/3 = 360,00

Patrimônio Líquido = Ativo (-) Passivo

Patrimônio Líquido = 1.044,00 – 360,00 = 684,00

Observação:

Essa questão ilustra um ponto crucial do processo de resolução de provas de contabilidade em concursos como os da ESAF, qual seja: a interpretação do enunciado.

No caso, a questão fala em: (1) recursos dos sócios e (2) recursos de terceiros - 2.a empréstimos e 2.b receitas ganhas.

Quando se fala em recursos de terceiros, podemos entender:

- recursos pertencentes a terceiros - recebidos de credores, ou;

- recursos recebidos de quaisquer pessoas estranhas à sociedade (a qualquer título).

Neste contexto, os "terceiros" não podem ser encarados como os credores do passivo - apesar de, em outro contexto, essa interpretação ser válida. Com efeito, nesse caso terceiros são (1) credores e (2) clientes - terceiros em relação à sociedade que forma a empresa.

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Ora, clientes, apesar de terceiros, nos entregam valores que formam RECEITAS. Caso tais valores fossem considerados passivos, eu teria de devolver o valor das vendas já realizadas - o que não faz sentido.

Assim, a melhor INTERPRETAÇÃO para o texto, foi aquela utilizada pelo examinador e, entendo, que a questão não seja passível de recurso.

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Nesse pronunciamento, são tratados os conceitos de ativo, passivo e patrimônio líquido (necessários à resolução da presente questão), nos seguintes termos:

Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:

a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

Repare que, mesmo que na norma não tenha sido utilizada expressamente a nomenclatura adotada no enunciado, não houve alteração substancial nos conceitos acima, portanto, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

B

4.2.3 AFRF 2002 – 1a prova (março)10

Enunciado

03- Da leitura atenta dos balanços gerais da Cia. Emile, levantados em 31.12.01 para publicação, e dos relatórios que os acompanham, podemos observar informações corretas que indicam a existência de:

10 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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Capital de Giro no valor de R$ 2.000,00

Capital Social no valor de R$ 5.000,00

Capital Fixo no valor de R$ 6.000,00

Capital Alheio no valor de R$ 5.000,00

Capital Autorizado no valor de R$ 5.500,00

Capital a Realizar no valor de R$ 1.500,00

Capital Investido no valor de R$ 8.000,00

Capital Integralizado no valor de R$ 3.500,00

Lucros Acumulados no valor de R$ 500,00

Prejuízo Líquido do Exercício no valor de R$ 1.000,00

A partir das observações acima, podemos dizer que o valor do Capital Próprio da Cia. Emile é de

a) R$ 5.500,00

b) R$ 5.000,00

c) R$ 4.000,00

d) R$ 3.500,00

e) R$ 3.000,00

Resolução e Comentários

O que se pede para calcular, nessa questão, é o valor do capital próprio. Por capital próprio entende-se o patrimônio líquido (diferença entre ativo e passivo PL = A – P). O enunciado, por sua vez, apresenta valores de saldos de vários grupos patrimoniais, identificados por nomes diferentes daqueles usualmente utilizados. Assim, para a resolução da questão, faz-se necessário o auxílio de um pequeno glossário.

Expressão significadoCapital de Giro ativo circulanteCapital Social capital socialCapital Fixo ativo permanenteCapital Alheio passivo exigível Capital Autorizado

valor máximo do capital social por decisão da diretoria (sem a necessidade de assembléia geral que autorize o aumento).

Capital a Realizar capital a realizarCapital Investido ativo Capital Integralizado capital integralizadoLucros Acumulados lucro acumuladosPrejuízo Líquido do Exercício lucro líquido (quando negativo)

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Repare que, após a leitura do glossário acima, conclui-se que são desnecessários, para a resolução da questão, todos os dados apresentados, exceto os seguintes:

- o Capital Investido (Investimento) Ativo = 8.000,00; e

- o Capital Alheio (Capital de Terceiros) Passivo = 5.000,00.

A partir dos dados acima, calcula-se o valor do Capital Próprio = Patrimônio Líquido Ativo – Passivo = 8.000,00 – 5.000,00 = 3.000,00 (conforme alternativa E).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Nesse pronunciamento, são tratados os conceitos de ativo, passivo e patrimônio líquido (necessários à resolução da presente questão), nos seguintes termos:

Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:

a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

Repare que não houve alteração substancial nos conceitos acima, portanto, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

E

4.2.4 Agente Fiscal de Tributos Municipais – Pref. Teresina – 2001 (ESAF) ENUNCIADO

48- Assinale a opção que contém a afirmativa correta.

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a) Conceitua-se Contabilidade como a metodologia que permite às entidades econômicas o desenvolvimento de suas atividades e a consecução dos fins que lhes são propostos.

b) O ativo indica a aplicação dos capitais na atividade empresarial, por isso, aí se encontra o chamado capital próprio.

c) Denomina-se empresa o organismo resultante de elementos materiais e humanos reunidos com o objetivo de obter, transformar, movimentar e consumir bens.

d) Conceitua-se Contabilidade como a ciência que estuda e pratica as funções de escrituração, demonstração financeira, auditoria e análise de balanços.

e) Um patrimônio bem determinado, uma pessoa que o possui e o administra, praticando sobre ele atos e fatos de natureza econômica, tudo isso pressupõe a existência de um ser distinto de seu dono, conhecido como entidade ou azienda.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica cuja resolução demanda o conhecimento de vários conceitos introdutórios da matéria. Portanto, a seguir, realizaremos sua resolução através da análise – em separado – de cada uma das assertivas do enunciado.

a) Conceitua-se Contabilidade como a metodologia que permite às entidades econômicas o desenvolvimento de suas atividades e a consecução dos fins que lhes são propostos.

Errado. A Contabilidade é definida como a ciência que estuda o patrimônio e

que apresenta: (a) a azienda como seu campo, (b) o patrimônio como seu objeto e (c) as

partidas dobradas como o método por ela eleito.

Nesse sentido, a Resolução n° 774, de 1994, do Conselho Federal de

Contabilidade dispõe, conforme a seguir:

1 – A CONTABILIDADE COMO CONHECIMENTO

1.2– A Contabilidade como ciência social

A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – e consiste em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhante às demais ciências sociais. A Resolução alicerça-se na premissa de que a Contabilidade é uma Ciência Social com plena fundamentação epistemológica. Por conseqüência, todas as demais classificações – método, conjunto de procedimentos, técnica, sistema,

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arte, para citarmos as mais correntes – referem-se a simples facetas ou aspectos da Contabilidade, usualmente concernentes à sua aplicação prática, na solução de questões concretas.

No mesmo sentido, o Primeiro Congresso de Contabilistas – ocorrido no Rio de

Janeiro, em 1924 – definiu que “a Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as

funções de orientação, de controle e de registro relativos à administração econômica”.

b) O ativo indica a aplicação dos capitais na atividade empresarial, por isso, aí se encontra o chamado capital próprio.

Errado. O capital próprio é o patrimônio líquido da empresa. Ao contrário, o

valor das aplicações de capitais na atividade empresarial é conhecido como o ativo da

empresa.

c) Denomina-se empresa o organismo resultante de elementos materiais e humanos reunidos com o objetivo de obter, transformar, movimentar e consumir bens.

Errado. Empresa não é um conjunto de elementos materiais e humanos

reunidos. Empresa é a atividade (etimologicamente, a palavra empresa é definida como

“aventura”). Adicionalmente, cabe colocar que a empresa não é destinada a consumir

bens (isso é tarefa dos indivíduos e das famílias em nossa sociedade), o objetivo da

empresa seria o de produzir e vender bens.

d) Conceitua-se Contabilidade como a ciência que estuda e pratica as funções de escrituração, demonstração financeira, auditoria e análise de balanços.

Errado. A contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio. Escrituração,

demonstração, auditoria e análise são técnicas desenvolvidas no âmbito dessa ciência.

e) Um patrimônio bem determinado, uma pessoa que o possui e o administra, praticando sobre ele atos e fatos de natureza econômica, tudo isso pressupõe a existência de um ser distinto de seu dono, conhecido como entidade ou azienda.

Certo. A Contabilidade, portanto, tem como campo a azienda. Por azienda,

entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e

obrigações). O termo azienda tem o mesmo radical que “fazenda”, no sentido de tesouro e

não no sentido de propriedade rural – veja que o Ministério da Fazenda é responsável pela

administração do Tesouro Nacional (mas não possui bois nem vacas). Repare que a

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utilização do conceito de azienda permite que a Contabilidade se preocupe com

organizações que não apenas as empresas formalmente constituídas (pessoas jurídicas

com fins lucrativos), alcançando também as empresas informais, as entidades sem fins

lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc11. Dessa forma, enquadram-se,

exemplificativamente, no conceito de azienda as indústrias, as empresas comerciais, as

empresas prestadoras de serviços, os clubes, os templos religiosos, os partidos políticos, as

pessoas físicas e etc.

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

A presente questão trata de conceitos doutrinários, que não foram expressamente alterados pela legislação superveniente ao concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

48 - E

4.2.5 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) ENUNCIADO

2. A Cia. Beta possui bens e direitos no valor total de R$ 1.750.000,00, em 31.12.2005. Sabendo-se que, nessa mesma data, inexistem Resultados de Exercícios Futuros e que o Passivo Exigível da companhia representa 2/5 (dois quintos) do valor do Patrimônio Líquido, este último corresponde a, em R$:

(A) 1.373.000,00

(B) 1.250.000,00

(C) 1.050.000,00

(D) 750.000,00

(E) 500.000,00

11 Por Pessoa Física, entende-se qualquer ser humano que, tendo personalidade jurídica (sendo sujeito de direitos e obrigações) pode ser titular de um patrimônio. Por Pessoa Jurídica, entende-se toda entidade resultante da organização humana de recursos (humanos e materiais) que, também pode ser titular de um patrimônio. Pessoas jurídicas podem ser classificadas em Pessoas Jurídicas de fato (que não estão regularmente constituídas – conforme o Direito) ou de Direito (que estão devidamente formalizadas pelo registro de seus atos constitutivos – Estatuto, no caso de uma Sociedade Anônima ou Contrato Social, no caso de uma Limitada – registrados no órgão próprio).

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RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão extremamente simples. Para sua resolução faz-se necessário – tão somente – o conhecimento da equação fundamental do patrimônio, segundo a qual: Ativo (-) Passivo (=) PL. É necessário identificar, também, que o ativo está referido na questão como o conjunto de bens e direitos da empresa (conceito tradicional de ativo – atualmente é utilizado o termo genérico “recursos”, para identificar o ativo).

No enunciado da questão foi dado o valor do ativo (referido como o total de bens e direitos). Foi, ainda, dito que o passivo é composto apenas pelo passivo exigível (ou seja, inexistem resultados de exercícios futuros) e que o passivo exigível corresponde a 2/5 (dois quintos do valor do PL).

A partir dessas informações, é possível apurar o valor do PL, conforme memória de cálculo a seguir: Ativo 1.750.000,00(-) Passivo exigível 2/5 * X (-) Patrimônio Líquido X

1.750.000,00 - [ 2/5 * X] = X 1.750.000,00 = X + [2/5 * X] 1.750.000,00 = 7/5 * X 7/5 * X = 1.750.000,00 X = 1.750.000,00 * 5/7

X = 1.250.000,00

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Nesse pronunciamento, são tratados os conceitos de ativo, passivo e patrimônio líquido (necessários à resolução da presente questão), nos seguintes termos:

Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são definidos como segue:

a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.

b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte

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em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

Repare que não houve alteração substancial nos conceitos acima, portanto, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

002 - B

4.2.6 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21a REGIÃO - Concurso Público para Provimento de Cargos de Analista Judiciário Área Administrativa - Especialidade Contabilidade - Setembro/2003 ENUNCIADO

33. O patrimônio, em Contabilidade, é definido como um conjunto de

(A) direitos.

(B) bens, direitos e obrigações.

(C) direitos e obrigações.

(D) bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido.

(E) recursos. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Voltamos à Resolução CFC nº 771 de 1994, no mesmo item que fala do Objeto da Contabilidade também cita a composição do Patrimônio, como um conjunto de bens direitos e obrigações, conforme a seguir:

O Patrimônio objeto da Contabilidade

O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência, tanto nas ciências formais quanto nas factuais, das quais fazem parte as ciências sociais. Na Contabilidade, o objeto é sempre o PATRIMÔNIO de uma Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e de obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas, como ocorre nas sociedades informais, ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir o lucro. O essencial é que o patrimônio disponha de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes, o que significa que a Entidade dele pode dispor livremente, claro que nos limite estabelecidos pela ordem jurídica e, sob certo aspecto, da racionalidade econômica e administrativa.

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COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Nesse pronunciamento, não há referência expressa ao conceito de patrimônio. Entretanto, os termos do referido pronunciamento estão de acordo com o conceito de patrimônio definido na legislação anterior. Assim, conclui- se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

B

4.2.7 AFC/CGU – 2008 – Equação fundamental do patrimônio (cabe recurso) ENUNCIADO

14- Em relação ao patrimônio de uma empresa e às diversas situações patrimoniais que pode assumir de acordo com a equação fundamental do patrimônio, indique a opção incorreta.

a) A empresa tem passivo a descoberto quando o Ativo é igual ao Passivo menos a Situação Líquida.

b) A Situação Líquida negativa acontece quando o total do Ativo é menor que o passivo exigível.

c) Na constituição da empresa, o Ativo menos o Passivo Exigível é igual a zero.

d) A situação em que o Passivo mais o Ativo menos a Situação Líquida é igual a zero é impossível de acontecer.

e) A Situação Líquida é positiva quando o Ativo é maior que o Passivo Exigível.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Para resolução da questão, é necessário saber que, nos termos da equação fundamental do patrimônio, o PL é igual à diferença entre o Ativo e o Passivo:

Ativo (-) Passivo (=) PL

Adicionalmente, é importante saber que, quando o passivo for superior ao ativo, a diferença (situação líquida, também conhecida como “patrimônio líquido”) é negativa, denominada “passivo a descoberto”.

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Com base nessas premissas, analisaremos cada uma das assertivas da questão.

a) A empresa tem passivo a descoberto quando o Ativo é igual ao Passivo menos a Situação Líquida.

Correto, desde que considerados ativo, passivo e PL em valores absolutos:

(1) considerando valores absolutos para ativo, passivo e situação líquida; e

(2) sendo o ativo igual ao Passivo menos a situação líquida;

conclui-se que

negativa.

(3) o ativo é menor do que o passivo e, assim, a diferença entre os dois é

Assim, como o PL (diferença entre ativo e passivo), quando negativo, é

denominado passivo a descoberto, a alternativa pode ser considerada correta.

afirmação:

Para fins de esclarecimento, vamos colocar valores exemplificativos na

ATIVO (=) PASSIVO (-) SL (deficitária)

Considere os seguintes valores para ativo e passivo (sempre em valores

absolutos):

Ativo (=) 1 Valores absolutos

Passivo (=)

2

Valores absolutos

Pela equação fundamental do patrimônio, a SL deve ser negativa = (-1),

conforme abaixo:

Ativo 1 Valores absolutos

(-) Passivo -(2) Valores absolutos

(=) SL

-1

Resultado (calculado)

Agora, vamos aplicar esses valores na expressão matemática proposta na

assertiva: "ATIVO (=) PASSIVO (-) SL (deficitária)":

Passivo 2 Valores absolutos

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(-) SL (deficitária) -(1) Valores absolutos

(=) Ativo 1 Resultado (calculado)

correta.

A expressão acima é verdadeira. Assim, verifica-se que a assertiva está

b) A Situação Líquida negativa acontece quando o total do Ativo é menor que o passivo exigível.

Correto. Se o ativo é menor do que o passivo, a situação líquida (que é definida

como a diferença entre esses elementos) somente poderá ser negativa.

c) Na constituição da empresa, o Ativo menos o Passivo Exigível é igual a zero.

Errado. A constituição da empresa pode ser realizada com ou sem

integralização imediata de capital. Ocorrendo integralização imediata de capital, o sócio

entrega bens ou direitos para formar o patrimônio da empresa, isso implica que o ativo

(constituído pelos bens e direitos da contribuição dos sócios para a formação do

patrimônio da empresa) resta superior ao passivo, visto que a entidade ainda não iniciou

suas atividades e, portanto, não teve oportunidade de contrair obrigações. Assim, não

podemos afirmar que o PL (ativo – passivo exigível) seja zero nesse instante.

Isso poderia ocorrer, mas apenas no caso de constituição da empresa sem

integralização do capital subscrito, o que nem sempre ocorre.

d) A situação em que o Passivo mais o Ativo menos a Situação Líquida é igual a zero é impossível de acontecer.

Errado!

Considerando que a situação líquida é igual a (A – P), podemos

matematicamente representar a assertiva na forma da seguinte equação:

P + A – (A – P) = 0

Ora, essa equação é equivalente a:

P + A – A + P = 0

Simplificando, encontramos:

2 P = 0 P = 0

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Ora, sempre que passivo for igual a zero, o Passivo mais o ativo, menos a

situação líquida será igual a zero.

10;

Exemplificando, considerando Ativo = 10, passivo = 0 e, por conseguinte, PL =

Temos que o ativo mais o passivo menos a situação líquida será:

0 + 10 – 10 = 0

O exemplo acima proposto prova que a situação em que o Passivo mais o Ativo

Menos a Situação Líquida é igual a zero, pode ocorrer (ou seja, não é impossível). Assim,

conclui-se que a assertiva está incorreta.

e) A Situação Líquida é positiva quando o Ativo é maior que o Passivo Exigível.

Correto, se o ativo é maior do que o passivo exigível, sua diferença é positiva.

Considerando que a diferença entre ativo e passivo exigível é igual à situação líquida,

concluímos que a situação líquida será positiva sempre que o ativo for maior que o passivo

exigível.

Pelo que foi acima exposto, verifica-se que há mais de uma assertiva incorreta (as assertivas “C” e “D”). Assim, salvo melhor juízo, entendíamos (à época da prova) que a questão devia ser anulada. Felizmente, a questão foi – posteriormente – anulada pela banca examinadora.

Em que pese a questão ter sido anulada, optamos por mantê-la em nosso curso por motivos didáticos (é uma boa oportunidade de trabalhar os conceitos teóricos e de indicar o tipo de argumentação a ser colocado em um recurso, com o objetivo de anulação de questão com erro).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

O concurso em tela é posterior à alteração da legislação e, portanto, os comentários da resolução da questão já estão atualizados.

GABARITO

14 – c – questão anulada.

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4.3 Princípios e Convenções Contábeis

4.3.1 AFRF 2002 – 1a prova (março)12

Enunciado

01- Abaixo estão cinco assertivas relacionadas com os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Assinale a opção que expressa uma afirmação verdadeira.

a) A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão, mas não constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.

b) O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, exceto no caso de sociedade ou instituição, cujo patrimônio pode confundir-se com o dos sócios ou proprietários.

c) Da observância do Princípio da Oportunidade resulta que o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade, em um período de tempo determinado.

d) A apropriação antecipada das prováveis perdas futuras, antes conhecida como Convenção do Conservadorismo, hoje é determinada pelo Princípio da Competência.

e) A observância do Princípio da Continuidade não influencia a aplicação do Princípio da Competência, pois o valor econômico dos ativos e dos passivos já contabilizados não se altera em função do tempo.

Resolução e Comentários

Analisando cada uma das alternativas apresentadas no enunciado, temos:

a) A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão, mas não constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.

A observância dos princípios é condição de legitimidade das Normas

Brasileiras de Contabilidade, visto que eles são de aplicação obrigatória,

de acordo com o que dispõe a Resolução CFC n° 750, de 1993, que

estabelece os princípios de Contabilidade:

12 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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“Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (P.F.C.) os enunciados por esta Resolução.

§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).”

b) O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, exceto no caso de sociedade ou instituição, cujo patrimônio pode confundir-se com o dos sócios ou proprietários.

Não existe exceção sociedade cujo patrimônio possa confundir-se com o

dos sócios, conforme Resolução CFC n° 750, de 1993:

“Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico- contábil.”

c) Da observância do Princípio da Oportunidade resulta que o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade, em um período de tempo determinado.

CORRETO.

De uma forma simplista, poderia responder que está correto porque é

LITERALMENTE o disposto no inciso III do art. 6o da Resolução CFC 750,

de 1993 - que dispõe sobre princípios fundamentais de contabilidade:

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:

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...

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

Repito, isso já seria motivo suficiente para considerar correta a

assertiva. Entretanto, do ponto de vista didático, é interessante

entender o significado do texto.

Pelo princípio da oportunidade, sabemos que devemos (a) registrar tudo

o que acontece, no momento em que acontece - tempestividade e (b)

registrar por inteiro aquilo que aconteceu - integridade. Repare que o

registro UNIVERSAL DAS VARIAÇÕES OCORRIDAS NO PATRIMÔNIO DA

ENTIDADE, em um determinado período de tempo diz respeito à

integridade. É essa a razão pela qual entendo que a assertiva esteja

correta.

d) A apropriação antecipada das prováveis perdas futuras, antes conhecida como Convenção do Conservadorismo, hoje é determinada pelo Princípio da Competência.

A razão pela qual a assertiva está equivocada reside no fato de que o

princípio da competência não tem qualquer relação com a antiga

convenção do conservadorismo. Na realidade, a antiga convenção do

conservadorismo é - atualmente - conhecida como princípio da

prudência, conforme Resolução CFC n° 750, de 1993:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

...

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

e) A observância do Princípio da Continuidade não influencia a aplicação do Princípio da Competência, pois o valor econômico dos ativos e dos passivos já contabilizados não se altera em função do tempo.

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A observação do princípio da continuidade pode alterar valores de ativos

e passivos em função do tempo, conforme Resolução CFC n° 750, de

1993:

Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Nesse pronunciamento – que está em consonância com a legislação até aqui comentada – são tratados conceitos antes apresentados (pela Resolução CFC n° 750, de 1993) com “Princípios Fundamentais de Contabilidade”. Saliente-se que esses conceitos não são alterados no referido pronunciamento, apenas contextualizados, nos padrões internacionais de contabilidade. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

C

4.3.2 Prova Técnico da Receita Federal – 200313

Enunciado

01- Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta.

a) O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior, para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.

b) O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor Patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções

13 Questão tratada no livro “Contabilidade: Resoluções e comentários de Questões da ESAF”, do mesmo autor.

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igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

c) O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

e) O Princípio da PRUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que originaram o registro.

Resolução e Comentários

Os princípios de Contabilidade são: entidade, continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência e prudência.

Para a resolução da questão, somente é necessário conhecer os princípios da prudência e da oportunidade.

Pelo princípio da oportunidade, os acontecimentos relevantes para o patrimônio devem ser registrados por completo e no momento em que ocorrem.

O princípio da Oportunidade refere-se, simultaneamente, à integridade e à tempestividade dos registros das mutações patrimoniais:

- a integridade diz respeito à necessidade das variações serem reconhecidas em sua totalidade, sem qualquer falta ou excesso;

- a tempestividade obriga a que as variações sejam registradas no momento de sua ocorrência, mesmo na hipótese de alguma incerteza. Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:

I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;

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II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários;

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os componentes do Passivo, sempre que se apresentem duas alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações do patrimônio.

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

A partir dos conceitos acima, analisaremos cada uma das assertivas constantes do enunciado:

a) O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior, para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.

Correto.

b) O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor Patrimônio Líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Correto.

c) O Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

Correto, este é o conceito de provisão e, encontra-se de acordo com o

parágrafo 2o da resolução CFC 750/93:

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

d) A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

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Correto.

e) O Princípio da PRUDÊNCIA refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que originaram o registro.

Errada. Inequívoca a confusão, constante na letra E, acerca dos

princípios da prudência e da oportunidade, conforme Resolução CFC

750/93.

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

O referido pronunciamento trata dos conceitos de prudência e de oportunidade (entendido como integridade e tempestividade), nos seguintes termos:

(1) prudência – requisito da confiabilidade, característica qualitativa da informação contábil

Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de certa dose de cautela no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício

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da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.

(2) oportunidade – integridade e tempestividade

(2.1) integridade - requisito da confiabilidade, característica qualitativa da informação contábil

Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não-confiável e deficiente em termos de sua relevância.

(2.2) tempestividade – fator de limitação entre a Relevância e a Confiabilidade das Informações

Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo decisório econômico dos usuários.

Repare que os conceitos acima são equivalentes, tanto nos termos da Resolução CFC n° 750, de 1993, quanto do Pronunciamento Conceitual Básico.

Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

Gabarito

E

4.3.3 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) ENUNCIADO

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26- Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta.

a) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes.

b) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que, uma vez integrados no patrimônio, os bens, direitos ou obrigações não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão- somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais.

c) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste.

d) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

e) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que é inadequada a utilização de qualquer tipo de CORREÇÃO ou ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica acerca do princípio fundamental de Contabilidade do Registro pelo Valor Original. Para sua resolução, após algumas considerações sobre o princípio, serão analisadas – em separado – cada uma das assertivas da questão.

O Princípio do Registro Pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio sejam registrados pelos valores originais das transações havidas com o mundo exterior à entidade, expressos a valor presente, na moeda do país, conforme expressamente disposto no art. 7o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:

I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;

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II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;

III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;

IV – Os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;

V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

Não se trata de mera convenção, mas isso tem uma razão de ser, qual seja, com a aplicação do princípio do Registro pelo Valor Original, a informação gerada pela Contabilidade permite determinar a relação do custo dos elementos adquiridos pela empresa e o lucro gerado na sua

utilização. Conforme já visto, tudo aquilo que se adquire (e passa a fazer parte do patrimônio) vale o quanto foi pago; isso porque esse

valor (que corresponde ao sacrifício patrimonial para o empreendimento da “aventura”) deve ser comparado com aquele auferido quando da venda

de bens para terceiros (possibilitada, justamente, pela aquisição anterior de bens) e, com isso, possa ser apurado o eventual lucro ou

prejuízo.

Vistos os conceitos necessários, passaremos à análise de cada assertiva.

a) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes.

Correto, apenas alertando que o valor de consenso com os agentes externos é

aquele acordado para a transação de aquisição do bem ou direito, ou – ainda – para

contrair a obrigação; conforme textualmente determinado pelo inciso I do art. 7o da

Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo.

I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;

b) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que, uma vez integrados no patrimônio, os bens, direitos ou obrigações não

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poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão- somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais.

Correto, conforme textualmente determinado pelo inciso II do art. 7o da

Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;

c) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste.

Correto, o valor original do elemento patrimonial permanece enquanto o

elemento permanecer no patrimônio e, quando de sua saída, ele passará a figurar como

custo do referido elemento; conforme textualmente determinado pelo inciso III do art. 7o

da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo.

III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;

d) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

Correto, conforme textualmente determinado pelo inciso V do art. 7o da

Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

e) Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta que é inadequada a utilização de qualquer tipo de CORREÇÃO ou ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA.

Errado. Ao contrário, o inciso IV do art. 7o da Resolução CFC n° 750, de

1993, dispõe que a atualização monetária é perfeitamente compatível com o princípio do

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registro pelo valor original, pois tende apenas a preservá-lo dos efeitos da inflação,

conforme abaixo:

IV – Os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;

Nesse ponto, o aluno poderia ficar em dúvida – o que revela a importância do

conhecimento do assunto correção monetária: “Se a correção monetária foi abolida, como

pode estar ser compatível com o princípio do Registro Pelo Valor Original?”.

É bem verdade que o art. 4o da Lei 9.249, de 1995 proibiu para fins societários

e fiscais a correção monetária de balanço. Por outro lado, temos a Resolução CFC 900,

de 2001 determina que aplicação de atualização monetária quando a inflação acumulaa

no triênio ultrapassar 100%. Saliente-se que essa aplicação deverá se limitar a nota

explicativa (sem efeitos societários ou fiscais).

Assim, voltaremos ao texto da questão:

"do princípio do registro pelo valor original resulta que é inadequada a

utilização de qualquer tipo de correção ou atualização monetária".

Daqui já podemos concluir. A proibição de correção monetária não decorre da

aplicação do princípio do registro pelo valor original, mas sim de proibição específica da

Lei 9.532, de 1995 (e, ainda assim, ela somente é proibida para fins societários e fiscais).

PORTANTO, CONCLUI-SE QUE O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO

VALOR ORIGINAL NÃO É – TEORICAMENTE – INCOMPATÍVEL COM O

PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Ora, durante anos eles foram

concomitantemente aplicados e, portanto, não podem ser incompatíveis. Saliente-se, a

correção monetária foi abolida por norma legal específica, não por ser incompatível com o

princípio do registro pelo valor original.

Visto que fora requisitada a identificação da assertiva incorreta, temos que a resposta para a questão é letra (E).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o

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“Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

Nesse pronunciamento, é tratado o conceito de registro pelo valor original, referenciado pelo termo custo histórico, conforme a seguir:

As demonstrações contábeis são mais comumente preparadas segundo modelo contábil baseado no custo histórico recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal.

No item “Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis”, são apresentados critérios aceitáveis de mensuração e, entre eles, o primeiro (e mais importante critério) que é o do custo histórico – correspondente ao conceito de valor original, conforme abaixo:

Diversas bases de mensuração são empregadas em diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases incluem o seguinte:

a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações.

...

Embora não seja feita qualquer referência direta à possibilidade de atualização monetária, não é feito qualquer comentário no sentido de sua proibição. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

26 - E

4.3.4 Auditor Municipal do Recife – 2003 (ESAF) ENUNCIADO

27- Com relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, assinale a opção incorreta.

a) O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da

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diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes.

b) O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL preconiza que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

c) O Princípio da CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

d) O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

e) O Princípio da PRUDÊNCIA indica que as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de mais uma questão teórica, acerca dos princípios fundamentais de contabilidade. Para sua resolução, são necessários alguns comentários acerca dos referidos princípios e, em seguida, a análise de cada assertiva, em separado.

Os princípios fundamentais de Contabilidade, apresentados como o entendimento predominante acerca da essência da teoria da Contabilidade, são enumerados conforme art. 3o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

CAPÍTULO II

DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

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o da ENTIDADE;

o da CONTINUIDADE;

o da OPORTUNIDADE;

o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;

o da COMPETÊNCIA e

o da PRUDÊNCIA.

Vistos os conceitos teóricos necessários, passaremos – a seguir – à análise das assertivas.

a) O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes.

Correto, conforme art. 4o da Resolução CFC n° 750, de 1993:

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico- contábil.

b) O Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL preconiza que os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

Correto, conforme caput do art. 7o da Resolução CFC n° 750, de 1993:

Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações

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patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

c) O Princípio da CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

Correto, conforme § 1o do art. 5o da Resolução CFC n° 750, de 1993:

Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

d) O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Correto, conforme caput do art. 6o da Resolução CFC n° 750, de 1993:

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

e) O Princípio da PRUDÊNCIA indica que as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

Errado, esta é a característica básica do princípio da competência –

apresentado no art. 9o da Resolução CFC n° 750, de 1993. Princípio da prudência

determina que – em caso de dúvida – os bens e direitos devem ser avaliados pelo menor

valor aceitável e as obrigações, pelo maior; conforme art. 10 da Resolução CFC n° 750,

de 1993. A seguir, para fins de clareza, encontram-se transcritos (em parte) ambos os

citados artigos.

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O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

O princípio da prudência, tratado no art. 10 da mesma Resolução, não tem

nada haver com o que foi proposto na assertiva, conforme depreende-se da leitura do

referido artigo, a seguir reproduzido:

O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Visto que fora requisitada a identificação da assertiva incorreta, temos que a resposta para a questão é letra (E).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento, é tratado o conceito de competência, nos seguintes termos:

Regime de Competência

A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que são mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas.

Repare que o conceito de competência tratado no pronunciamento está de acordo com o conceito tratado na legislação vigente à época do

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concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

27 - E

4.3.5 CVM – Comissão de Valores Mobiliários – 2000 (ESAF) ENUNCIADO

01- O procedimento de segregar o patrimônio da empresa avaliada do patrimônio de seus sócios está fundamentado no conceito da

a) entidade

b) identidade

c) prudência

d) materialidade

e) relatividade RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

O enunciado desta questão merece uma leve crítica: quando o examinador utiliza o termo “conceito”, está – na verdade – referindo-se a um “Princípio Fundamental de Contabilidade”.

Digo que se trata de uma leve crítica porque a questão não estaria sujeita a anulação por conta desta impropriedade terminológica. Afinal de contas, “Princípios Fundamentais de Contabilidade” são, no fundo, conceitos – tipos especiais de conceitos.

Superada a dificuldade inicial – de identificação da matéria cujo conhecimento é necessário à resolução da questão, passaremos à resolução propriamente dita.

Os princípios fundamentais de Contabilidade, apresentados como o entendimento predominante acerca da essência da teoria da Contabilidade, são enumerados conforme art. 3o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

CAPÍTULO II

DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento

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predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

o da ENTIDADE;

o da CONTINUIDADE;

o da OPORTUNIDADE;

o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;

o da COMPETÊNCIA e

o da PRUDÊNCIA.

De acordo com o texto acima, podemos descartar algumas das opções: identidade, materialidade e relatividade não são sequer princípios. Restam, portanto, apenas duas opções, entidade ou prudência.

Pelo princípio da entidade, o patrimônio dos sócios não se confunde com o patrimônio da empresa. O Princípio da Entidade é determinado pelo art. 4o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

“Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico- contábil.”

Por outro lado, o princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os componentes do Passivo, sempre que se apresentem duas alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações do patrimônio. O Princípio da Prudência está definido no art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem

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alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

Pelos conceitos acima apresentados, depreende-se que o procedimento de segregar o patrimônio da empresa avaliada do patrimônio de seus sócios está fundamentado no conceito da entidade (tecnicamente no princípio da entidade), conforme alternativa (A).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento, não é tratado diretamente o conceito de entidade, continuando aplicável, portanto, o conceito até então considerado pela legislação vigente à época do concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

01 - A

4.3.6 ICMS – Paraíba – 2006 (FCC) ENUNCIADO

1. O princípio contábil que impõe a escolha de hipótese que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais da Contabilidade, é o Princípio da

(A) Oportunidade.

(B) Competência.

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(C) Entidade.

(D) Continuidade.

(E) Prudência. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica, cuja resolução demanda o conhecimento de quais são os princípios contábeis e suas respectivas definições.

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade, de observação obrigatória, estão previstos na Resolução CFC n° 753, de 1993, conforme art. 1o, abaixo:

RESOLUÇÃO CFC N.º 750/93

Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (P.F.C.)

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que a evolução da última década na área da Ciência Contábil reclama a atualização substantiva e adjetiva dos Princípios Fundamentais de Contabilidade a que se refere a Resolução CFC 530/81.

RESOLVE:

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA

Art. 1º Constituem PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE (P.F.C.) os enunciados por esta Resolução.

§ 1º A observância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). (grifos na transcrição).

Os princípios fundamentais de Contabilidade, portanto, apresentados como o entendimento predominante acerca da essência da teoria da Contabilidade, são enumerados conforme art. 3o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

o da ENTIDADE;

o da CONTINUIDADE;

o da OPORTUNIDADE;

o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;

o da COMPETÊNCIA e

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o da PRUDÊNCIA.

O enunciado da questão se refere ao princípio da prudência, tratado no art. 10 da referida Resolução. O art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, especificamente quanto ao princípio da prudência, determina que:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

...

Dessa forma, já é possível reconhecer a alternativa (E) como correta. Apenas para fins de esclarecimento, analisaremos cada uma das assertivas e apresentaremos um breve comentário acerca delas.

(A) Oportunidade. Os acontecimentos que influenciam o patrimônio devem ser registrados: (1)

quando acontecem – nem antes nem depois e (2) por completo – não podendo ser

registrado apenas em parte.

(B) Competência. Receitas devem ser registradas quando AUFERIDAS, independentemente de

recebimento e despesas devem ser registradas quando INCORRIDAS, independentemente

de pagamento.

(C) Entidade. O patrimônio dos sócios não se confunde com o patrimônio da empresa.

(D) Continuidade. O patrimônio deve ser registrado com a presunção de que a empresa vá existir

indefinidamente. Ao contrário, quando houver clara indicação de final da existência da

empresa (quebra da continuidade), o valor e os prazos de realização dos bens e direitos,

bem como os prazos das obrigações, devem ser ajustados.

(E) Prudência. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os

componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem

alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que

alterem o patrimônio líquido.

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Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

O referido pronunciamento trata do conceito de prudência – característica qualitativa das demonstrações contábeis, nos seguintes termos:

Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de certa dose de cautela no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.

Repare que não houve alteração substancial no conceito. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

E

4.3.7 Analista do Banco Central do Brasil (Área 4) – jan/2006 – FCC

ENUNCIADO

9. A circular 3.068 do BACEN permitiu que os títulos mantidos para negociação ou disponíveis para venda sejam ajustados a valor do mercado, computando-se tanto a valorização como a desvalorização. Sobre os princípios contábeis, é correto afirmar:

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(A) Esse procedimento está de acordo com o conservadorismo, pois nesse caso a empresa estará sempre efetuando uma provisão para ajuste ao valor de mercado.

(B) Esse procedimento fere o princípio de conservadorismo quando o valor do mercado é inferior ao custo e deve-se reduzir o valor do título para o valor de mercado, pois o ativo deve ser avaliado pelo maior valor de realização.

(C) Esse procedimento está de acordo com o princípio do conservadorismo, pois sempre reduzirá o resultado da empresa no período da atualização.

(D) Esse procedimento não tem relação com o princípio de conservadorismo, pois esse princípio se refere à avaliação dos passivos pelo maior valor de exigibilidade.

(E) Esse procedimento fere o princípio de conservadorismo quando o valor do mercado supera o custo e deve-se aumentar o valor de um título para valor de mercado, pois o ativo deve ser avaliado pelo menor valor entre o custo e o valor de mercado.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica, de análise de texto normativo infra- legal (Circular Bacen 3068/2001), que trata de avaliação específica de títulos mantidos em carteira por instituições financeiras, frente a outro texto normativo (Resolução CFC 750, de 1993) que dispõe sobre o princípios fundamentais de contabilidade. A seguir, para fins de esclarecimento, encontram-se – parcialmente – reproduzidos ambos os textos citados:

Resolução CFC 750, de 1993 – art. 10

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Circular Bacen 3068, de 2001

Art. 1º Estabelecer que os títulos e valores mobiliários adquiridos por instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, exceto cooperativas de crédito, agências de fomento e sociedades de crédito ao microempreendedor, devem ser registrados pelo valor efetivamente pago, inclusive corretagens e emolumentos, e classificados as seguintes categorias:

I - títulos para negociação;

II - títulos disponíveis para venda;

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III - títulos mantidos até o vencimento.

... Art. 2º Os títulos e valores mobiliários classificados

nas categorias referidas no artigo anterior, incisos I e II, devem ser ajustados pelo valor de mercado, no mínimo por ocasião dos balancetes e balanços, computando-se a valorização ou a desvalorização em contrapartida:

I - à adequada conta de receita ou despesa, no resultado do período, quando relativa a títulos e valores mobiliários classificados na categoria títulos para negociação;

Repare que, pelos princípios fundamentais de contabilidade, a didática regra de avaliação de ativos em geral é: “custo ou mercado, dos dois o menor”. Cumpre referir que essa regra já foi objeto de várias questões de concurso e que comporta exceções específicas (como a antiga reavaliação espontânea de bens, os atuais “ajustes de avaliação patrimonial” e a equivalência patrimonial). Ocorre que a circular em questão inovou, criando uma nova exceção, para títulos mantidos por instituições financeiras em sua carteira – determinando sua avaliação pelo valor de mercado (sendo ele maior ou menor do que o valor do custo).

Assim, no caso de um título de custo R$ 1.000,00 e valor de mercado R$ 1.200,00:

- para empresas comerciais, a avaliação do título seria R$ 1.000,00;

- para instituições financeiras, a avaliação do título seria R$ 1.200,00.

Conforme visto acima, o procedimento efetuado pelas instituições financeiras (determinado pela Circular Bacen 3068, de 2001) fere o princípio da PRUDÊNCIA quando o valor de mercado supera o custo, pois: (a) a circular permite a majoração do valor do título, com o respectivo registro de receitas e (b) o princípio determina que o título fosse avaliado pelo menor valor entre o custo e o valor de mercado.

Uma única crítica à questão, o termo utilizado “princípio do conservadorismo” não está previsto normativamente – sendo correto o uso do termo “princípio da prudência”. Com efeito, antes do advento da Resolução CFC 750, de 1993, havia um conceito similar ao “princípio da prudência” denominado “convenção do conservadorismo”. Entretanto, pela interpretação do texto do enunciado, pode-se perceber que o examinador quis referir-se ao princípio da prudência, quando utilizou a expressão (sinônima) “princípio do consercadorismo”.

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Assim, resta correta a alternativa (E).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento são tratadas as diferentes bases possíveis de avaliação de recursos e obrigações, entre elas a avaliação a mercado (denominada valor realizável), conforme a seguir:

Diversas bases de mensuração são empregadas em diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases incluem o seguinte:

a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações.

...

c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda do ativo em condições normais. Os passivos são mantidos pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera sejam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade.

Trata-se de uma possível exceção à regra geral, que é a avaliação pelo custo histórico (valor original).

Cumpre referir que, posteriormente ao concurso, essa regra (de avaliação de títulos e aplicações financeiras a mercado, foi estendida a todas as companhias, nos termos da nova redação dada ao art. 183, I da Lei das S/A, pela Lei nº 11.638, de 2007, a seguir apresentado (na redação anterior riscada, seguida da redação modificada):

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

I - os direitos e títulos de crédito, e quaisquer valores mobiliários não classificados como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as provisões adequadas para ajustá-lo ao valor provável de

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realização, e será admitido o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor do mercado, para registro de correção monetária, variação cambial ou juros acrescidos;

I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)

b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº 11.638,de 2007)

Saliente-se, ainda, que a Medida Provisória nº 449, de 2008, operou mais uma (desta vez, sutil) alteração no texto da Lei das S/A: no inciso I, a, a expressão “valor de mercado ou valor equivalente” foi substituída pelo termo “valor justo” (o que não logra alterar o significado do dispositivo). Assim, a redação do dispositivo passou a ser a seguinte:

a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e

Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

E

4.3.8 Auditor-Fiscal do Município de São Paulo – ISS – 2007 (FCC) ENUNCIADO

1. Em relação ao princípio contábil da Competência, é correto afirmar que

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto.

(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um ativo, sem o concomitante desaparecimento de um passivo.

(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força maior não devem ser computadas na apuração do resultado do

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exercício, porque não estão correlacionadas com a realização de receitas.

(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento.

(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realização de receita.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica, cuja resolução demanda – tão somente – o conhecimento do princípio fundamental de contabilidade da competência.

O Princípio da Competência é de máxima importância. Esse princípio determina que as receitas e despesas devam ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente do recebimento ou do pagamento.

É de fundamental importância compreender a diferença entre o regime de competência e o regime de caixa.

No regime de caixa, as receitas e despesas são reconhecidas no momento de seu recebimento ou pagamento. Este regime é intuitivo freqüentemente utilizado por nós no controle pessoal dos gastos.

No regime de competência, as receitas e despesas devem ser reconhecidas na apuração do resultado do período a que pertencerem e, de forma simultânea, quando se correlacionam. As despesas devem ser reconhecidas independentemente de seu pagamento e as receitas somente quando de sua realização. Em outras palavras, no regime de competência:

- uma despesa com o salário de um empregado é considerada a partir do momento que este empregado efetua o serviço (ou, em outras palavras, quando ele coloca à disposição do patrão sua força de trabalho por um mês inteiro – que é a prestação que ele prometeu cumprir), independentemente do pagamento desta despesa somente ocorrer no mês seguinte;

- uma receita de venda de mercadorias é considerada a partir do momento em que ocorre a venda independentemente do pagamento acontecer em várias prestações.

O Princípio da Competência está determinado pelo art. 9o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

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Curso on-line – AFRFB 2009 – Contabilidade Decifrada – Aula 01 Exercícios sobre – Conceito de Contabilidade – Histórico – Patrimônio - Princípios

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Visto o princípio em questão, passaremos à análise de cada assertiva do enunciado.

(A) o reconhecimento de despesas deve ser efetuado quando houver o efetivo desembolso financeiro por parte da pessoa jurídica que efetuou o gasto.

Errado. As receitas devem ser incluídas na apuração do resultado do período

em que ocorrerem, independentemente de recebimento.

(B) uma despesa é considerada incorrida quando há um surgimento de um ativo, sem o concomitante desaparecimento de um passivo.

Errado. Ao contrário, a despesa é considerada incorrida quando há o

surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

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(C) as perdas involuntárias de ativos por razões fortuitas ou por força maior não devem ser computadas na apuração do resultado do exercício, porque não estão correlacionadas com a realização de receitas.

Errado. Consideram-se incorridas as despesas pela diminuição ou extinção do

valor econômico de um ativo, independentemente de sua razão (perda voluntária ou

involuntária).

(D) as receitas são consideradas realizadas, nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento.

Errado. As receitas já podem ser consideradas realizadas, nas transações com

terceiros, quando estes assumirem compromisso firme de efetivar o pagamento, quer pela

investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela

fruição de serviços por esta prestados.

(E) a extinção, mesmo que parcial, de um passivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo, de valor igual ou maior, é considerada realização de receita.

Correto, conforme art. 9o da Resolução, § 3o, II, da CFC n° 750, de 1993,

abaixo:

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

...

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento, é tratado o conceito de competência, conforme a seguir:

A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As

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demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que são mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas.

Repare que o conceito de competência não foi alterado – em sua essência – pela legislação superveniente ao concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

001 - E

4.3.9 ICMS – RS – 2006 (FAURGS) ENUNCIADO

14. O Princípio Contábil que preceitua que a contabilidade é mantida para as empresas e que o patrimônio dos sócios não se confunde com o da empresa é o Princípio

(A) do Custo como Base de Valor.

(B) da Oportunidade.

(C) da Prudência.

(D) da Entidade.

(E) do Custo. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica cuja resolução demanda tão somente o conhecimento da definição do princípio fundamental de contabilidade da entidade.

Os princípios fundamentais de Contabilidade, apresentados como o entendimento predominante acerca da essência da teoria da Contabilidade, são enumerados conforme art. 3o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

CAPÍTULO II

DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

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Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

o da ENTIDADE;

o da CONTINUIDADE;

o da OPORTUNIDADE;

o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;

o da COMPETÊNCIA e

o da PRUDÊNCIA.

Conforme art. 4o da Resolução CFC n° 750, de 1993, o princípio da entidade:

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico- contábil.

Pelo que foi acima exposto, verifica-se que o Princípio Contábil que preceitua que a contabilidade é mantida para as empresas e que o patrimônio dos sócios não se confunde com o da empresa é o Princípio da Entidade – conforme alternativa (D).

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

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No referido pronunciamento, não é tratado diretamente o conceito de entidade, continuando aplicável, portanto, o conceito até então considerado pela legislação vigente à época do concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

14. D

4.3.10 ICMS – RS – 2006 (FAURGS) ENUNCIADO

15. “Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.” Este é o enunciado do Princípio Contábil .

(A) do Custo Contábil.

(B) do Registro pelo Valor Original.

(C) da Atualização Monetária.

(D) do Registro pelo Valor Original Corrigido.

(E) da Atualização Monetária e Contábil. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica cuja resolução demanda tão somente o conhecimento da definição do princípio fundamental de contabilidade do registro pelo valor original.

Os princípios fundamentais de Contabilidade, apresentados como o entendimento predominante acerca da essência da teoria da Contabilidade, são enumerados conforme art. 3o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

CAPÍTULO II

DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO

Art. 2º Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

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Art. 3º São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

o da ENTIDADE;

o da CONTINUIDADE;

o da OPORTUNIDADE;

o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;

o da COMPETÊNCIA e

o da PRUDÊNCIA.

Conforme caput do art. 7o da Resolução CFC n° 750, de 1993:

Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

Pelo que foi acima exposto, verifica-se que o Princípio Contábil que “Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.” é o Princípio do Registro pelo Valor Original – conforme alternativa (B).

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

Nesse pronunciamento, é tratado o conceito de registro pelo valor original, referenciado pelo termo custo histórico, nos seguintes termos:

As demonstrações contábeis são mais comumente preparadas segundo modelo contábil baseado no custo histórico recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal.

No item “Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis”, são apresentados critérios aceitáveis de mensuração e, entre eles, o primeiro (e mais importante critério) que é o do custo histórico – correspondente ao conceito de valor original, conforme abaixo:

Diversas bases de mensuração são empregadas em diferentes graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases incluem o seguinte:

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a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações.

...

Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

15. B

4.3.11 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC) ENUNCIADO

32. É registro que caracteriza regime de competência, o relativo ao

(A) da compra de mercadorias à vista.

(B) do pagamento de duplicata pela compra de veículo a prazo.

(C) da venda de mercadoria à vista.

(D) do pagamento de uma despesa.

(E) de uma despesa a pagar. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

A questão trata da escrituração contábil com observância ao Princípio de Competência.

O Princípio da Competência determina que as despesas devem ser consideradas quando incorridas, independente de pagamento, e as receitas devem ser consideradas quando auferidas, independente de recebimento, conforme está determinado pelo art. 9o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes

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para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

No presente caso, as alternativas de (A) a (D) tratam de operações em que há efetiva entrada ou saída de dinheiro (pagamento ou recebimento), portanto, a única alternativa que pode ser visualizada ao estudarmos o Princípio da Competência é a alternativa E, por tratar do registro de uma despesa a pagar. As demais transações – repita-se – refletem a saída de numerário para o pagamento de despesas incorridas ou a aquisição de insumos ou mercadorias e, portanto, não se prestam à visualização do princípio da competência.

Cumpre referir que as questões de princípios contábeis trazem um problema intrínseco: como todos os princípios contábeis são obrigatórios, todos eles são aplicáveis ao mesmo tempo a todas as situações (de alguma forma, sob um determinado prisma). Ocorre que esta premissa impediria que se aprofundasse a discussão acerca do tema.

Assim, o examinador tenta buscar aquilo que há de ESSENCIAL no princípio e coloca em uma das assertivas.

No caso, o princípio é o da competência. Pelo princípio da competência a receita é registrada independentemente de recebimento e a despesa, independentemente de pagamento.

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Partindo-se desse ponto, verificamos que em todas as alternativas temos pagamentos ou recebimentos e assim, ainda que fosse pelo regime de caixa, teríamos respectivamente despesa ou receita.

Somente na alternativa E temos uma despesa (por competência) que não corresponde a desembolso (e que, portanto, no regime de caixa, não seria uma despesa).

Para fins de esclarecimento, analisaremos – a seguir – todas as alternativas da questão.

(a) da compra de uma mercadoria à vista Compra não enseja nem receita nem despesa, portanto, apenas com este

fato, não sabemos o regime a ser considerado

(b) do pagamento de duplicata pela compra de veículo a prazo O pagamento de compra a prazo não enseja nem receita nem despesa, portanto,

apenas com este fato, não sabemos o regime a ser considerado

(c) da venda de mercadoria à vista. Na venda, há receita, porém - como a venda foi à vista - há receita tanto pelo

regime de competência quanto pelo regime de caixa. Assim, esse fato não é suficiente para

elucidar se o regime é de competência ou de caixa.

(d) do pagamento de uma despesa. A palavra despesa indica que houve despesa naquele momento, porém como

está sendo feito um pagamento no mesmo momento, haveria despesa tanto no regime de

caixa quanto no regime de competência. Assim, não podemos saber se o regime foi de

caixa ou de competência.

(e) de uma despesa a pagar. A palavra despesa indica que naquele momento ocorreu uma despesa.

Adicionalmente, como a despesa é "a pagar", verifica-se que não houve pagamento. Ora,

quando há despesa, mas não há pagamento, o regime somente pode ser o de competência.

Dessa forma, verifica-se a alternativa (E) como correta.

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o

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“Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento, é tratado o conceito de competência, nos seguintes termos:

Regime de Competência

A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que são mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas.

Repare que o conceito de competência tratado no pronunciamento está de acordo com o conceito tratado na legislação vigente à época do concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

E

4.3.12 TRF 4a região - Analista Judiciário - Especialidade Contadoria - jan/2001 (FCC)

ENUNCIADO

37. O capital subscrito e realizado pelo titular, sócio ou acionista é considerado capital próprio em virtude do princípio ou convenção

(A) do conservadorismo.

(B) da continuidade.

(C) da entidade.

(D) da realização das receitas.

(E) da objetividade. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

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Para a solução desta questão precisamos: (1) entender os conceitos de capital subscrito e de capital integralizado (ou realizado) e (2) analisar o conteúdo do Princípio da Entidade. Após esses passos, será possível estabelecer a resposta correta.

Partindo da idéia de que o capital corresponde à contribuição dos sócios para formação do patrimônio da empresa, temos que:

- o capital subscrito corresponde ao valor que os sócios se comprometem a entregar à empresa; e

- o capital integralizado (também conhecido como capital realizado) corresponde ao valor que é – efetivamente – entregue à empresa.

Portanto, o capital subscrito e integralizado corresponde ao valor que os sócios se comprometeram a entregar e que efetivamente entregaram à empresa, para formação de seu patrimônio.

O patrimônio, definido como o conjunto de recursos (bens e direitos) e obrigações, encontra-se apresentado na Resolução CFC n° 774, de 1994, a seguir:

1.2 - …

Do Patrimônio deriva o conceito de Patrimônio Líquido, mediante a equação considerada como básica na Contabilidade:

(Bens + Direitos) – (Obrigações) = Patrimônio Líquido

Quando o resultado da equação é negativo, convenciona- se denominá-lo de “Passivo a Descoberto”.

O Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com seus sócios ou acionistas, pois estes não emprestam recursos para que ela possa ter vida própria, mas, sim, os entregam, para que com eles forme o Patrimônio da Entidade, assim como disposto no item 2.1 da cita Resolução, no qual transcreve as disposições sobre o Princípio da Entidade:

“Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico- contábil”.

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Por esses motivos, conclui-se que o princípio em comento é o princípio da entidade, conforme alternativa (C).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento, não é tratado diretamente o conceito de entidade, continuando aplicável, portanto, o conceito até então considerado pela legislação vigente à época do concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

C

4.3.13 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário Área Administrativa - Especialidade Contabilidade - Setembro/2003 (FCC) ENUNCIADO

34. A integração das receitas ganhas com as despesas que com elas se correlacionam constitui o princípio fundamental da

(A) entidade.

(B) oportunidade.

(C) competência.

(D) prudência.

(E) continuidade. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Para a solução desta questão torna-se necessário o conhecimento do conteúdo da Resolução CFC nº 750 de 1993, a qual dispõe em seu art 9o o conceito de competência, condicionando-o à relação simultânea entre as receitas e despesas que se relacionarem, conforme a seguir:

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes

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para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Verifica-se, portanto, que a questão se refere ao princípio da competência, conforme alternativa (C).

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento, é tratado o conceito de competência, nos seguintes termos:

Regime de Competência

A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e

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recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que são mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas.

Repare que o conceito de competência tratado no pronunciamento está de acordo com o conceito tratado na legislação vigente à época do concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

C

4.3.14 TRT 21a REGIÃO - Analista Judiciário Área Administrativa - Especialidade Contabilidade - Setembro/2003 (FCC) ENUNCIADO

35. O postulado, princípio ou convenção contábil, que tem por objetivo evitar a descapitalização de uma empresa, denomina-se

(A) conservadorismo.

(B) uniformidade ou consistência.

(C) materialidade.

(D) objetividade.

(E) entidade. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Esta questão apresenta, como alternativas válidas de resposta, incluindo aquela considerada como correta (de acordo com o Gabarito) as Convenções, assim como foram introduzidas em 1986, quando a Deliberação CVM nº 29, de 05/fevereiro/1986, aprovou o Pronunciamento do IBRACON (atual Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), que por sua vez já o havia referendado, por ter sido elaborado originalmente pelo IPECAFI (Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), da qual o IBRACON é associado. Posteriormente, em 1993, foram editados os Princípios Fundamentais de Contabilidade (Resolução CFC nº. 750 de 1993), que foram aprovados por ato específico da CVM e do Banco Central, tornando desatualizado o texto de 1986 – situação conhecida pelo termo “derrogação” (revogação parcial de uma norma, em virtude de outra –

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posterior – tratar o mesmo assunto de forma diferente, ou mediante utilização de nova nomenclatura). De acordo com o disposto na Resolução CFC nº 750, de 1993, a resposta correta seria o “Princípio da Prudência” (que, frise-se, não se encontra entre as cinco alternativas da questão). Entretanto naquelas disposições aprovadas pela CVM em 1986, utilizava-se a expressão “Convenção do Conservadorismo” para referir o mesmo conceito posteriormente tratado pelo termo “Princípio da Prudência”. Demonstramos a seguir, ambas as orientações.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

Aprovados pela Resol. CFC nº 750, de 1.993

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

CONVENÇÃO DO CONSERVADORISMO

Aprovada pela Delib. CVM nº 29 de 1986

Enunciado: “Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente válidos, segundo os Princípios Fundamentais, a Contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações...”

O conservadorismo,* em Contabilidade, pode ser entendido sob dois aspectos principais: o primeiro, vocacional e histórico da profissão, pelo qual, entre as várias disciplinas que avaliam, pelo menos em parte, o valor da entidade, a Contabilidade é a que tenderia, em igualdade de condições, a apresentar o menor valor para a entidade como um todo.

O segundo, mais operacional, de que, conforme o enunciado, a Contabilidade tende, dentro dos amplos graus de julgamento que a utilização dos Princípios nos permite empregar, a escolher a menor das avaliações igualmente relevantes para o ativo e a maior para as obrigações.

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Esse entendimento não deve ser confundido nem desvirtuado com os efeitos da manipulação de resultados contábeis, mas encarado à luz da vocação de resguardo, cuidado e neutralidade que a Contabilidade precisa ter, mormente perante os excessos de entusiasmo e de valorizações por parte da administração e dos proprietários da entidade. Não nos esqueçamos de que, principalmente no caso das companhias abertas, sua principal obrigação é perante o mercado e os investidores.

Entendemos que, pelo fato da questão estar baseada em dispositivo normativo já derrogado, ela deveria ter sido anulada, o que – entretanto – não ocorreu.

Feita a crítica, e superada a questão inicial, cabe adentrar ao mérito da questão. Assim, resta uma dúvida a ser esclarecida: “Por que a convenção do conservadorismo (ou princípio da prudência) evitam a descapitalização de uma empresa?”

Essa é uma dúvida interessante, afinal, um princípio contábil é apenas um critério de como registrar o patrimônio de uma empresa (e suas mutações). Por outro lado, o fato da empresa ficar "capitalizada" ou "descapitalizada" é um fato econômico, que deveria independer do critério de avaliação e registro de seu patrimônio.

Assim, para entender o enunciado dessa questão, em consonância com o gabarito oficial, é necessário perquirir o significado do termo "descapitalização da empresa", na questão utilizado.

Para isso, quando - no enunciado - é dito "evitar a descapitalização de uma empresa" nós devemos entender que o examinador está se referindo a uma "descapitalização oculta da empresa".

Exemplificando, se o princípio da prudência não for utilizado, um bem ou direito que apresente valor efetivo de apenas 10,00, pode estar sendo apresentado na contabilidade por um valor maior, de R$ 30,00. Nesse caso, sem que o usuário externo perceba, a empresa fica "descapitalizada" (no sentido de "com patrimônio efetivo menor").

Exemplificando, ainda, de uma outra forma, o significado dado à palavra "descapitalização", que é fundamental para a resolução da questão, salientando-se que ela está utilizada em seu sentido mais corriqueiro e coloquial, qual seja: a perda de patrimônio, e que – nesse sentido - o princípio da prudência (anteriormente denominado de "convenção do conservadorismo") evitaria a descapitalização (no sentido de "perda do patrimônio") por um único e simples motivo: essa perda ficaria MUITO VISÍVEL IMEDIATAMENTE, vamos analisar o seguinte caso:

Seja uma empresa que tenha um estoque de mercadorias no valor (original) de R$ 1.000,00 e dinheiro em caixa no valor de R$ 1.000,00 também. Considere que essa empresa não tenha obrigações e que seus

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recursos tenham sido adquiridos com a contribuição dos sócios. Nessa situação, a representação patrimonial seria a seguinte:

(1) Ativo

- caixa 1.000,00

- estoque 1.000,00

(2) Passivo

- 0,00

(3) PL

- capital 2.000,00

Agora, imagine que esse estoque tenha sofrido uma perda (por obsolescência, ou por avaria, ou - simplesmente - porque o mercado não mais o quer). Considere que essa perda seja de 200,00. Nesse caso, aplicando-se o princípio da prudência a essa mutação posterior ocorrida, o patrimônio deve ficar representado conforme a seguir:

(1) Ativo

- caixa 1.000,00

- estoque 1.000,00

(-) perda (200,00)

(=) estoque líquido 800,00

(2) Passivo

- 0,00

(3) PL

- capital 2.000,00

(-) perdas acumuladas (200) ==> PL líquido (=) 1.800,00

Repare que, apresentando essa situação patrimonial (em detrimento da primeira - onde a perda não estava reconhecida), a administração da empresa vai ser muito mais cuidadosa em gastar os 1.000,00 que estão em caixa. Assim, indiretamente, o princípio da prudência (antiga convenção do conservadorismo) evita a descapitalização, porque dificulta que a administração da empresa seja perdulária.

Entendo que essa deva ter sido a interpretação dada pelo examinador ao enunciado: o princípio da prudência (antiga convenção do conservadorismo) evita que uma empresa fique "descapitalizada" (com patrimônio reduzido) sem que isso seja claramente demonstrado.

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o

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“Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

O referido pronunciamento trata do conceito de prudência – característica qualitativa das demonstrações contábeis, nos seguintes termos:

Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de certa dose de cautela no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.

Repare que não houve alteração substancial no conceito. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

A

4.3.15 TRE Espírito Santo - Analista Judiciário – Área Administrativa – Especialidade Contabilidade – 2005 (FCC) ENUNCIADO

37. Dentre os princípios fundamentais da contabilidade, contidos na Resolução 750 do Conselho Federal de Contabilidade, tem-se um do qual consta: refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Assinale, dentre as alternativas abaixo, a que se refere ao acima descrito:

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a) continuidade.

b) competência.

c) oportunidade.

d) prudência. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Para resolvermos esta questão precisamos conhecer os Princípios Fundamentais de Contabilidade a fim de estabelecer os objetivos de cada Princípio e, desta forma, assinalar a resposta correta.

O Princípio Fundamental de Contabilidade relativo à Continuidade (alternativa A), tem por objetivo estabelecer que a continuidade ou não de uma entidade deve ser avaliada para fins de classificação e avaliação das mutações patrimoniais, tanto as quantitativas, quanto as qualitativas.

O Princípio Fundamental de Contabilidade relativo à competência (alternativa B), ordena que as receitas e despesas deve sem incluídas na apuração do resultado do exercício em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

O Princípio Fundamental de Contabilidade relativo à Oportunidade (alternativa C), refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. O enunciado do Princípio está no enunciado da questão, mostrando ser esta a alternativa correta.

Já o Princípio Fundamental de Contabilidade da Prudência (alternativa D) determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

COMENTÁRIOS DE ATUALIZAÇÃO.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

O referido pronunciamento trata do conceito de oportunidade (entendido como integridade e tempestividade), nos seguintes termos:

(1) integridade – Requisito da confiabilidade - característica qualitativa da informação contábil

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Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não-confiável e deficiente em termos de sua relevância.

(2) tempestividade – fator de Limitação entre a Relevância e a Confiabilidade das Informações

Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo decisório econômico dos usuários.

Repare que os conceitos acima são equivalentes, tanto nos termos da Resolução CFC n° 750, de 1993, quanto do Pronunciamento Conceitual Básico. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

C

4.3.16 TRF 4 REGIÃO - Analista Judiciário - Apoio Especializado – Contadoria – 2004 (FCC) ENUNCIADO

61. Dentre os princípios fundamentais da contabilidade, o da competência diz que as receitas e despesas de uma empresa devem ser respectivamente incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando

(A) recebidas e pagas.

(B) ganhas e ocorridas.

(C) se correlacionarem.

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(D) ocorridas.

(E) obtidas e consumidas. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Entre as alternativas dispostas aquela que completa o ditame do Princípio da Competência, aprovado pela Resolução CFC nº 750 de 1993, é a alternativa C, pela redação da norma, como transcrevemos a seguir, o art. 9º da citada Resolução.

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento, é tratado o conceito de competência, conforme a seguir:

A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos que são mais úteis aos usuários na tomada de decisões econômicas.

Repare que o conceito de competência não foi alterado – em sua essência – pela legislação superveniente ao concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

C

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4.3.17 TRF 4 REGIÃO - Analista Judiciário - Apoio Especializado – Contadoria – 2004 (FCC) ENUNCIADO

70. O princípio fundamental da oportunidade, ao estabelecer que o registro do patrimônio e das mutações de uma entidade privada seja feito “de imediato”, diz respeito a sua efetivação quando

(A) ocorrido o ato ou o fato.

(B) devam ser evidenciados o patrimônio e os resultados.

(C) ocorridos os recebimentos ou pagamentos.

(D) ocorridos os ganhos e perdas de recursos.

(E) ocorridas as mutações e variações. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Para a solução desta questão devemos procurar o enunciado do Princípio Fundamental de Contabilidade relativo à Oportunidade, o qual está contido no art. 6º, da Resolução CFC nº 750, de 1993, como a seguir:

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:

I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;

II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários;

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

Importante notar que a alternativa (A) está incorreta por referir-se a atos (que não demandam sequer registro, muito menos registro imediato14). Da mesma forma, a alternativa (C) está incorreta por incompleta (referindo-se somente a pagamentos e recebimentos,

14 Atos são eventos ocorridos, mas que não afetam o patrimônio, ao contrário de fatos, que são eventos ocorridos que afetam o patrimônio (e – portanto – demandam registro), conforme será visto em detalhes adiante em nosso curso.

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quando sabemos que há outros fatos contábeis que também demandam registro tempestivo. A alternativa (D) também está incompleta, há fatos que demandam registro mas que não consistem em ganhos nem perdas.

Finalmente, a alternativa (E), em comparação com a alternativa (B) – gabarito – pode ensejar dúvidas, vejamos.

- Pela alternativa (B), “... oportunidade ... registro ... efetivação quando devam ser evidenciados o patrimônio e os resultados”;

- Pela alternativa (E) “... oportunidade ... registro ... efetivação quando ocorridas as mutações e variações”

Dependendo da interpretação dada aos referidos enunciados poder-se-ia considerar ambas as respostas corretas. Em nossa opinião, essa questão poderia ter sido anulada – o que, entretanto, não ocorreu.

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

A crítica feita à questão permanece com o advento da legislação superveniente. Com efeito, o conceito de tempestividade é definido como “Fator de Limitação na Relevância e na Confiabilidade das Informações”, nos seguintes termos:

Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo decisório econômico dos usuários.

Ora, a definição dada pelo referido pronunciamento está – também – compatível com as alternativas (E) e (B). Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão nem invalidar as críticas antes apresentadas.

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GABARITO

B

4.3.18 TRE RIO GRANDE DO NORTE - Analista Judiciário - Área Administrativa - Especialidade Contabilidade – 2005 (FCC) ENUNCIADO

38. A norma/princípio ou convenção contábil que trata distintamente o patrimônio dos sócios do da empresa é denominada

(A) Entidade.

(B) Conservadorismo.

(C) Competência.

(D) Objetividade.

(E) Tempestividade. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Para a solução desta questão precisamos compreender as disposições da Resolução CFC nº 750 de 1993, a qual dispõe que, de acordo com o princípio da entidade, o patrimônio da empresa não se confunde com o patrimônio dos sócios, nos termos de seu art. 4º, a seguir:

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico- contábil.

Pela leitura da norma acima apresentada, verifica-se “A norma/princípio ou convenção contábil que trata distintamente o patrimônio dos sócios do da empresa é denominada” Entidade – conforme alternativa (A).

Comentários de atualização.

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Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

No referido pronunciamento, não é tratado diretamente o conceito de entidade, continuando aplicável, portanto, o conceito até então considerado pela legislação vigente à época do concurso. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

A

4.3.19 TRE – RJ – 2001 (FCC) ENUNCIADO

11 - Uma empresa utilizou 3 (três) critérios de custos diferentes para efetuar a valoração de seus estoques nas últimas 3 (três) demonstrações financeiras, não apresentando notas explicativas que elucidassem o porquê das alterações de seus critérios contábeis. Portanto, a empresa não observou a seguinte convenção contábil:

a) consistência;

b) conservadorismo;

c) custo como base de valor;

d) materialidade;

e) objetividade. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Esta questão trata de situação relativa às Convenções, assim como foram introduzidas em 1986, quando a Deliberação CVM nº 29, de 05/fevereiro/1986, aprovou o Pronunciamento do IBRACON (atual Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), que por sua vez já o havia referendado, por ter sido elaborado originalmente pelo IPECAFI (Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), da qual o IBRACON é associado. Cumpre referir que, posteriormente, em 1993, foram editados os Princípios Fundamentais de Contabilidade (Resolução CFC nº. 750 de 1993), que foram aprovados por ato específico da CVM e do Banco Central. Citamos, a seguir a Convenção da Consistência:

4. A Convenção da Consistência

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Enunciado: "A Contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal que os usuários das demonstrações contábeis tenham possibilidade de delinear a tendência da mesma com o menor grau de dificuldade possível..."

Esta convenção*, de grande importância na Contabilidade, deve também ser entendida à luz das restrições de entendimento por parte dos usuários da informação contábil.

Por um lado, deve ser entendido que os contadores deverão refletir bastante, antes de adotar determinado procedimento de avaliação, a fim de haver a maior seqüência possível de exercícios com a utilização dos mesmos procedimentos de avaliação. Isso não significa, contudo, que, mesmo ocorrendo mudanças nos cenários ou uma reflexão sobre a melhor utilização de outro critério, a Contabilidade deva, apenas para não alterar a seqüência, deixar de introduzir essa melhoria. Qualquer mudança de procedimento que seja material deverá ser claramente evidenciada em notas explicativas e os efeitos dela decorrentes, tanto sobre o balanço quanto sobre o resultado, devem ser mensurados e bem enunciados. Como complemento à possibilidade de avaliação de tendência, é fundamental que haja consistência, também, nos períodos abrangidos pelas demonstrações.

Por parte do usuário, deve ser entendido que a Contabilidade é uma linguagem especial e que nem todos podem, livremente, falar e escrever sem o auxílio de um intérprete (um técnico). Por mais que se procure preservar a clareza e a consistência de procedimentos. de um exercício para outro, para maior facilidade de acompanhamento por parte do usuário, não deve isto servir de pretexto para a estagnação na melhoria dos procedimentos, à luz das circunstâncias.

Nessa situação, verifica-se que a convenção em tela é a convenção da consistência.

Comentários de atualização.

Posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, foi elaborado o “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”.

Com efeito, a Deliberação CVM nº 29 de 1986 (que apresenta trata o conceito) foi revogada a partir de 01 de janeiro de 2009. Ocorre que os conceitos nela contidos não foram expurgados da técnica contábil, apenas foram absorvidos pelos outros textos normativos – nesta aula estudados. Assim, cabe analisar esse assunto mediante um cotejo entre os conceitos anteriormente introduzidos pela revogada Deliberação CVM

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nº 29, de 1986, e os textos normativos em vigor, onde eles se encontram.

O conceito de uniformidade (ou consistência) não foi diretamente tratado na Resolução CFC nº 750, de 1993, que introduziu os Princípios Fundamentais de Contabilidade, porém, esse conceito é claramente tratado no “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. No referido pronunciamento não há referência expressa à convenção da uniformidade (ou consistência), entretanto o conceito à ela relativo é tratado na forma de uma “característica qualitativa da informação”, qual seja, a COMPARABILIDADE. Ora, a consistência (ou uniformidade) de critérios na apresentação da informação patrimonial é o que empresta a essa informação a característica qualitativa de se prestar para COMPARAR a informação de um período com outro.

A seguir, apresentamos o texto do pronunciamento que trata do tema:

Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências na sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem também ser capazes de comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades a fim de avaliar, em termos relativos, a sua posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira. Conseqüentemente, a mensuração e apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo dos diversos períodos, e de modo consistente por entidades diferentes.

Pelo que foi acima apresentado, verifica-se que não há qualquer colocação com incompatível com a anteriormente referida Convenção da Consistência, sendo possível a interpretação de que o conceito da legislação anteriormente vigente continua sendo aplicável. Assim, conclui-se que a alteração normativa ocorrida posteriormente à elaboração do concurso não logra afetar o gabarito da questão.

GABARITO

A

4.3.20 AFC/CGU – 2008 – Princípios Fundamentais de Contabilidade ENUNCIADO

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8 - Sobre os enunciados dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, estabelecidos na Resolução n. 750/1993, são apresentadas as seguintes assertivas:

I. desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito, de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram, mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência.

II. após sua integração ao patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão- somente, sua reavaliação e atualização monetária e a decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos do patrimônio líquido.

III. consideram-se realizadas as receitas sempre que houver a extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

IV. quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas, devem ser consideradas a continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, pois influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.

V. quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade, deve-se escolher a hipótese de que resulte menor patrimônio líquido.

Considerando que a seqüência das assertivas apresentadas não guarda necessariamente correlação com a seqüência das opções apresentadas, das assertivas apresentadas, a única incorreta é aquela que se refere ao Princípio da (do):

a) Continuidade.

b) Prudência.

c) Competência.

d) Registro pelo Valor Original.

e) Oportunidade. RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão teórica, cuja resolução demanda – tão somente – o conhecimento do conteúdo da Resolução CFC n° 750, de 1993, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Aqui, por razões didáticas, analisaremos cada assertiva em separado,

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identificando a que princípio ela se refere e verificando se a afirmação está de acordo com o referido princípio, ou não.

I. desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito, de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram, mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência.

A afirmação acima se refere ao Princípio da Oportunidade. Segundo

esse princípio, os acontecimentos relevantes para o patrimônio devem

ser registrados por completo e no momento em que ocorrem, conforme

previsto no art. 6o da Resolução CFC n° 750, de 1993, a seguir

reproduzido:

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:

I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;

II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários;

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

Ora, a afirmação em tela é praticamente idêntica ao inciso I do art.

acima referido. Assim, conclui-se que essa afirmação se refere ao

princípio da Oportunidade e está correta.

II. após sua integração ao patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão- somente, sua reavaliação e atualização monetária e a decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos do patrimônio líquido.

A afirmação acima se refere ao Princípio do Registro pelo Valor Original.

Segundo esse princípio, os acontecimentos relevantes para o patrimônio

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devem ser registrados por completo e no momento em que ocorrem.

Esse princípio está previsto no art. 7o da Resolução CFC n° 750, de

1993, abaixo:

Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:

I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;

II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;

III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;

IV – Os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;

V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

Repare que a afirmação em questão é similar àquela do inciso II do

artigo acima. Porém, no artigo não se faz referência à Reavaliação.

Saliente-se que a Reavaliação espontânea (bem como as Reservas de

Reavaliação) deixaram de estar previstas na Lei das S/A – com o

advento da Lei n° 11.638, de 2007. Assim, conclui-se que essa

afirmação se refere ao princípio do Registro pelo Valor Original e está

incorreta.

III. consideram-se realizadas as receitas sempre que houver a extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

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A afirmação acima se refere ao Princípio da Competência. O princípio da

Competência define o momento em que se deve considerar auferida

uma receita (entendida como um fato que, sem consistir na contribuição

dos sócios, logra aumentar o patrimônio da entidade) e em que se deve

considerar incorrida uma despesa (entendida como um fato que, sem

consistir na distribuição de patrimônio aos sócios, logra reduzir o

patrimônio da entidade). Esse princípio está previsto no art. 9o da

Resolução CFC n° 750, de 1993, a seguir:

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

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A afirmação em tela é praticamente idêntica àquela do inciso II do § 3o

do artigo acima. Assim, conclui-se que essa afirmação se refere ao

princípio da Competência e está correta.

IV. quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas, devem ser consideradas a continuidade ou não da entidade, bem como sua vida definida ou provável, pois influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.

A afirmação acima se refere ao princípio da continuidade. Segundo esse

princípio, na Contabilidade, deve ser considerada a continuidade ou não

da entidade, bem como sua vida definida ou provável quando da

classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e

qualitativas. Uma vez iniciada a vida da empresa, espera-se que ela

continue indefinidamente, todavia, a continuidade influencia o valor

econômico dos bens e direitos e, em muitos casos, o valor ou o

vencimento das obrigações, especialmente quando a extinção da

Entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível. O princípio da

Continuidade está previsto no art. 5o da Resolução CFC n° 750, de

1993, a seguir:

“Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.”

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A afirmação acima é compatível com o CAPUT do referido artigo,

combinado com seu § 1o. Assim, conclui-se que essa afirmação se

refere ao princípio da Continuidade e está correta.

V. quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade, deve-se escolher a hipótese de que resulte menor patrimônio líquido.

A afirmação acima se refere ao princípio da Prudência. Segundo o

Princípio da Prudência, deve ser adotado o menor valor para os

componentes do Ativo e o maior para os componentes do Passivo,

sempre que se apresentem duas alternativas igualmente válidas para a

quantificação das mutações do patrimônio. O referido princípio está

previsto no art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993, a seguir:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

Ora, a afirmação em questão é compatível com o § 1o acima

reproduzido. Portanto, conclui-se que essa afirmação se refere ao

princípio da Prudência e está correta.

Pelo que foi acima colocado, verifica-se que a única assertiva que não está de acordo com o respectivo princípio contábil é a assertiva que comenta o princípio do Registro pelo Valor Original – conforme alternativa (D).

Comentários de atualização.

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O concurso em tela é posterior à alteração da lei das S/A pela Lei nº 11.638, de 2007, saliente-se – adicionalmente – que a Medida Provisória nº 449, de 2008, não tratou do assunto em específico e, portanto, verifica-se que os comentários da resolução da questão já estão atualizados.

GABARITO

8 - d

4.3.21 Agente fiscal de tributos Teresina – CESPE – 2008 – Princípio da Competência x Provisões ENUNCIADO

134. O princípio da competência está associado às variações patrimoniais e à sua natureza. Na aplicação desse princípio às despesas, há situações em que, mesmo sem ter havido pagamento ou sem ter sido constituída uma obrigação efetiva, devem ser efetuadas provisões, com base em estimativas, como no caso da prestação de garantias assumidas pela venda de mercadorias.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

A resolução dessa questão demanda o conhecimento do conceito de provisão, que será didaticamente tratado em nosso curso como uma “perda na penumbra”. A questão se torna de fácil resolução porque, no pronunciamento técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis que, em linha com os padrões internacionais de contabilidade (IASB), determina a estrutura básica para elaboração das demonstrações contábeis, está textualmente prevista a provisão de acordo com o que é referido no enunciado, conforme a seguir:

Alguns passivos somente podem ser mensurados com o emprego de um elevado grau de estimativa. No Brasil esses passivos são descritos como provisões. A definição de passivo, constante do parágrafo 49, tem um enfoque amplo e assim, se a provisão envolve uma obrigação presente e satisfaz os demais critérios da definição, ela é um passivo, ainda que seu valor tenha que ser estimado. Exemplos incluem obrigações por pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos com garantias em vigor e provisões para fazer face a obrigações de aposentadoria.

Portanto, conclui-se que a assertiva está correta.

NOTA DE ATUALIZAÇÃO

A questão é posterior à alteração da Lei das S/A pela Lei nº 11.638, de 2007, e à introdução do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura

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Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Em que pese a Medida Provisória nº 449, de 2008, ser posterior ao concurso, ela não tratou do assunto objeto da questão. Assim, conclui-se que o gabarito, bem como os comentários, continuam válidos.

GABARITO

134 C

4.3.22 Analista Judiciário STF – 2008 – CESPE - Princípios Contábeis

Acerca dos princípios fundamentais de contabilidade e divulgação das demonstrações contábeis, julgue os seguintes itens.

ENUNCIADO

95. Ocorrendo o registro dos ajustes a valor de mercado dos ativos advindos de operações de longo prazo, o princípio do registro pelo valor original não será obedecido.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

A questão merece crítica: não se trata de ajuste a valor de mercado, mas sim de AJUSTE A VALOR PRESENTE. Ocorre que, pelo gabarito da questão, o examinador confundiu os conceitos. Assim, vamos resolver a questão considerando que a expressão “valor de mercado”, constante do enunciado, tenha o significado “valor presente”.

Vimos, em nosso curso que os princípios fundamentais de contabilidade devem ser obedecidos nos casos em geral, a menos que haja exceção explícita e específica na legislação determinando procedimento diverso. Ora, esse é justamente o caso, pois – conforme será visto adiante em nosso curso com detalhes – os arts. 183 e 184 determinam exceção de AJUSTE A VALOR PRESENTE para ativos advindos de operação de longo prazo.

Trata-se de uma inovação na Lei das S/A, introduzida pela Lei n° 11.638, de 2007: o ajuste a valor presente de ativos decorrentes de operações de longo prazo. Saliente-se que, com a nova redação do art. 183, tais ajustes são obrigatórios para ativos decorrentes de operações de longo prazo, mas que são – também – permitidos ajustes a valor presente de outros ativos (que não os decorrentes de operações de longo prazo), quando esse ajuste for relevante para o patrimônio. Para fins didáticos, repetimos a redação do referido inciso:

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:

...

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VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

Cumpre referir, ainda, que houve uma modificação nos conceitos de avaliação do passivo, tratados no art. 184 da Lei das S/A. Tal alteração foi semelhante àquela dada à avaliação do Ativo: as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo passaram a ser necessariamente ajustados ao seu valor presente, sendo os demais passivos ajustados quando isso implicar efeito relevante no patrimônio. A seguir, para fins didáticos, apresentamos as redações (antiga e atual) do dispositivo em questão:

Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:

I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;

II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;

III - as obrigações sujeitas à correção monetária serão atualizadas até a data do balanço.

III – as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

Assim, considerando que os ativos e passivos de longo prazo deverão ser ajustados a valor presente e que esse ajuste é uma exceção ao registro pelo valor original, podemos concluir que a assertiva esteja correta.

NOTA DE ATUALIZAÇÃO

A questão é posterior à alteração da Lei das S/A pela Lei nº 11.638, de 2007, e à introdução do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. Em que pese a Medida Provisória nº 449, de 2008, ser posterior ao concurso, ela não tratou do assunto objeto da questão. Assim, conclui-se que o gabarito, bem como os comentários, continuam válidos.

GABARITO

95 C

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4.3.23 Analista Judiciário STF – 2008 (CESPE) – Princípio da prudência x ajustes de avaliação patrimonial ENUNCIADO

96. O princípio da prudência preconiza que o valor do ativo deve ser registrado pelo menor valor entre custo e valor de mercado. Com relação ao registro do passivo, o mesmo princípio determina que deve ocorrer o oposto. Desse modo, aumentos ou diminuições de valores nos saldos de contas de ativo ou passivo decorrentes de avaliações a preço de mercado serão registradas na conta de ajustes de avaliação patrimonial na demonstração do resultado do exercício.

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Errado, os ajustes de avaliação patrimonial não são decorrência da aplicação do princípio da prudência, mas sim uma exceção explícita ao princípio do registro pelo valor original. Adicionalmente, cabe referir que os ajustes de avaliação patrimonial nem sempre serão registrados em conta de resultado, mas – na maioria dos casos – em conta específica de Patrimônio Líquido, denominada “ajustes de avaliação patrimonial”.

Para analisar a questão em profundidade, faremos breves colocações sobre o princípio da prudência e, em seguida, falaremos sobre os ajustes de avaliação patrimonial.

I – Princípio da prudência

Em que pese as afirmações do enunciado sobre o princípio da prudência não terem relação com o conceito de “ajustes de avaliação patrimonial”, nele tratado, essas afirmações estão corretas, conforme abaixo colocado.

O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os componentes do Passivo, sempre que se apresentem duas alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações do patrimônio.

Em outras palavras, pelo princípio da prudência, o patrimônio não pode ser apresentado mais bonito do que ele é, para não causar uma surpresa desagradável para terceiros. De forma bem humorada, podemos dizer que a informação contábil deve ser exatamente o contrário do que se diz pela INTERNET. Na INTERNET, as pessoas podem se descrever mais bonitas do que são. Ao contrário, pelo princípio da prudência, na dúvida, a Contabilidade deve descrever o patrimônio da forma mais feia possível.

O Princípio da Prudência está definido no art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

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Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

II – Ajustes de avaliação patrimonial

Uma importante alteração da Lei das S/A – decorrente da edição da Lei n° 11.638, de 2007, foi a supressão do grupo Reservas de Reavaliação, anteriormente previsto no art. 182, § 3º, com a conseqüente introdução (através da nova redação dada ao referido parágrafo) do grupo “Ajustes de Avaliação Patrimonial”. Cumpre referir que não se tratou apenas de uma alteração de nome, mas sim de uma profunda alteração da filosofia da avaliação do patrimônio, conforme será em seguida analisado.

Conforme dito, o § 3o do art. 182, na redação anterior da Lei das S/A, tratava das reservas de reavaliação. Esse parágrafo teve sua redação alterada e a reavaliação espontânea, que se aplicava a bens tangíveis do permanente – nos termos da Deliberação CVM 183, de 1995 – e que podia, ou não, ser realizada, conforme a vontade dos acionistas, e que implicava apenas aumentos no valor desses bens, deixou de ser permitida.

Com a Lei 11.638, de 2007, foram introduzidos, entretanto, os Ajustes de Avaliação Patrimonial, que compreendem contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído estritamente a: (1) elementos do ativo referidos (a) no § 5o do art. 177, (b) no inciso I do caput do art. 183 e (c) § 3o do art. 226 e (2) elementos do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado.

Os ajustes de avaliação patrimonial – portanto – substituíram (totalmente) a antiga reavaliação espontânea, com a novidade de que podem ocorrer tanto para aumentar o valor original do elemento patrimonial quanto para reduzi-lo.

A seguir, encontra-se reproduzido, mais uma vez, para fins de clareza o dispositivo introduzido:

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§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado.

Para entender o mecanismo de constituição de Ajustes de Avaliação Patrimonial a elementos do ativo, é necessário referir de uma maneira simples e didática, que o conceito dos Ajustes de avaliação patrimonial corresponde a “atualizações provisórias do valor original de elementos do patrimônio”.

III – Conclusão

Pelo que foi acima exposto, os ajustes de avaliação patrimonial podem ser registrados diretamente no PL e, assim, conclui-se que a assertiva está errada.

NOTA DE ATUALIZAÇÃO

A questão é posterior à alteração da Lei das S/A pela Lei nº 11.638, de 2007, e à introdução do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. A Medida Provisória nº 449, de 2008, é posterior ao concurso e tratou do assunto objeto da questão, alterando referido art. 182 da Lei das S/A, nos seguintes termos:

§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Repare, entretanto, que não foi alterada a idéia de manutenção de ajustes de avaliação patrimonial diretamente no PL (sem trânsito pelo resultado). Assim, conclui-se que o gabarito, bem como os comentários, continuam válidos.

GABARITO

96 E

4.3.24 BACEN UNB/CESPE – Princípio da Prudência

ENUNCIADO

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O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo, e de maior para os do passivo, sempre que se apresentem opções igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Com base nesta afirmação, julgue os itens abaixo:

(1) A contabilidade deve manter um comportamento prudente e reconhecer as despesas mesmo antes que surja o fato gerador, sempre eu se puder prever um acréscimo do passivo.

(2) O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese da qual resulte em menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais princípios fundamentais de contabilidade.

(3) O princípio da prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo ordenamento indispensável à correta aplicação do princípio da competência.

(4) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para a definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

(5) O princípio da prudência é perfeitamente coerente com o registro no ativo de depósitos judiciais relativos a processos cuja probabilidade de sucesso é remota, sem que haja lançamento de provisão para contingência correspondente no passivo.

Resolução e Comentários

Trata-se de uma questão teórica sobre o princípio da prudência (referido na Resolução CFC n. 750, de 1993) e confirmado no pronunciamento CPC referente à Estrutura Básica das Demonstrações Contábeis.

Antes de analisar cada uma das assertivas, cabe referir os dispositivos dos textos normativos acima referidos, cujo conhecimento é necessário para resolução da questão:

O Princípio da Prudência está definido no art. 10 da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores,

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constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA – de forma a obter-se o menor Patrimônio Líquido, dentre aqueles possíveis diante de procedimentos alternativos de avaliação – está restrita às variações patrimoniais posteriores às transações originais com o mundo exterior, uma vez que estas deverão decorrer de consenso com os agentes econômicos externos ou da imposição destes. Esta é a razão pela qual a aplicação do Princípio da Prudência ocorrerá concomitantemente com a do Princípio da COMPETÊNCIA, conforme assinalado no parágrafo 2º, quando resultará, sempre, variação patrimonial quantitativa negativa, isto é, redutora do Patrimônio Líquido.

O pronunciamento CPC sobre a Estrutura Conceitual Básica das Demonstrações financeiras dispõe no mesmo sentido. Considerando a primazia da essência sobre a forma, a informação contábil deve ser apresentada de acordo com a sua essência ou substância e a sua realidade econômica, e não meramente sua forma legal.

Para preservar a neutralidade, a informação contábil deve ser apresentada de forma imparcial – sem que um objetivo esteja previamente determinado. Por prudência, no caso de incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias15, a informação deve ser elaborada de forma que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Saliente-se, entretanto, que uma prudência exagerada pode gerar falta de confiabilidade da informação.

Vista a teoria necessária, passaremos a analisar cada assertiva do enunciado.

(1) A contabilidade deve manter um comportamento prudente e reconhecer as despesas mesmo antes que surja o fato gerador, sempre eu se puder prever um acréscimo do passivo.

Errado.

15 Ex.: a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer.

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A perda somente deve ser registrada após a ocorrência do fato gerador. Ela

sempre é decorrente de evento passado, mesmo que seu efeito seja apenas futuro. Nesse

sentido, cabe referência ao Pronunciamento CPC, conforme a seguir:

Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, por exemplo, a aquisição de mercadorias e o uso de serviços resultam em contas a pagar (a não ser que pagos adiantadamente ou na entrega) e o recebimento de um empréstimo resulta na obrigação de liquidá-lo. Uma entidade pode também reconhecer como passivo futuros abatimentos baseados no volume das compras anuais dos clientes; nesse caso, a venda das mercadorias no passado é a transação da qual deriva o passivo.

Alguns passivos somente podem ser mensurados com o emprego de um elevado grau de estimativa. No Brasil esses passivos são descritos como provisões. A definição de passivo, constante do parágrafo 49, tem um enfoque amplo e assim, se a provisão envolve uma obrigação presente e satisfaz os demais critérios da definição, ela é um passivo, ainda que seu valor tenha que ser estimado. Exemplos incluem obrigações por pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos com garantias em vigor e provisões para fazer face a obrigações de aposentadoria.

(2) O princípio da prudência impõe a escolha da hipótese da qual resulte em menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais princípios fundamentais de contabilidade.

Certo. Nos termos da Resolução CFC n° 750, de 1993, a seguir:

§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

(3) O princípio da prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo ordenamento indispensável à correta aplicação do princípio da competência.

Certo. Nos termos da Resolução CFC n° 750, de 1993, a seguir:

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

(4) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para a definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

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Certo. Nos termos da Resolução CFC n° 750, de 1993, a seguir:

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

(5) O princípio da prudência é perfeitamente coerente com o registro no ativo de depósitos judiciais relativos a processos cuja probabilidade de sucesso é remota, sem que haja lançamento de provisão para contingência correspondente no passivo.

Errado.

O depósito judicial é uma possibilidade no âmbito de uma ação judicial. O

sujeito passivo dessa ação (aquele que está sendo cobrado de alguma coisa) pode, antes do

julgamento da lide, deixar o dinheiro com o juiz. Caso a ação judicial seja julgada em

favor do sujeito passivo, ele pode "levantar o depósito", ou seja, pegar de volta seu

dinheiro. Caso a ação seja julgada contra o sujeito passivo, o depósito é convertido em

renda, ou seja, o valor deixado com o juiz é entregue à outra parte.

Vamos analisar a situação do ponto de vista patrimonial:

(a) se há uma ação contra nossa empresa, deve-se constituir um passivo

(provisão para riscos judiciais);

(b) se há depósito judicial, deve-se reconhecer um ativo (saiu dinheiro do caixa

e surgiu o ativo "depósitos judiciais").

Ora, a assertiva afirma que pode ser reconhecido o ativo, sem que haja

reconhecimento da obrigação (provisão para riscos judiciais). Isso é contrário ao

princípio da prudência: reconhecer um ativo destinado a pagamento de um passivo e não

registrar o passivo.

Frente a uma situação em que um ganho pode ou não ocorrer, não é prudente

reconhecer – de pronto – esse ganho.

Nota de atualização.

Em que pese, posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, ter ocorrido, entre outros eventos, (1) a alteração da Lei das S/A (pela Lei n° 11.638, de 2007, e pela Medida Provisória nº 449, de 2008) e (2) a

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elaboração do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”, ressalvados os comentários já realizados na análise de cada uma das assertivas da questão, as conclusões apresentadas nos comentários acima continuam válidas.

Gabarito

ECCCE

4.3.25 INSS UNB/CESPE – Princípio da Competência

ENUNCIADO

De acordo com o princípio da competência, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento e pagamento. Em conformidade com esse conceito, as receitas devem ser reconhecidas:

(1) nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, que pela investidora da propriedade de bens anteriores pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

(2) quando da extinção, parcial ou total, de um ativo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um passivo de valor igual ou menor;

(3) pela geração natural de novos passivos, independentemente da intervenção de terceiros;

(4) pelo recebimento efetivo de doações destinadas à cobertura de despesas administrativas;

(5) pelo recebimento antecipado de clientes, por conta de entrega futura de bens e/ou serviços.

Resolução e Comentários

Mais uma vez enfrentamos o importante princípio da competência, desta vez, no que diz respeito ao critério de reconhecimento de receitas. Esse critério está colocado na Resolução CFC n° 750, de 1993.

O Princípio da Competência está determinado pelo art. 9o da Resolução CFC n° 750, de 1993, abaixo:

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou

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diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Com base nos conceitos acima, podemos analisar cada uma das assertivas da questão.

(1) nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, que pela investidora da propriedade de bens anteriores pertencentes à entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

Certo.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

Isso quer dizer que a receita somente ocorre quando nós cumprimos a

prestação de entregar (mercadoria) ou de fazer (prestar serviço).

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(2) quando da extinção, parcial ou total, de um ativo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um passivo de valor igual ou menor;

Errado. Ao contrário, teríamos receita na extinção de PASSIVO sem

desaparecimento concomitante de ATIVO.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

...

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

(3) pela geração natural de novos passivos, independentemente da intervenção de terceiros;

Errado. Ao contrário, teríamos receita pela geração natural de novos ATIVOS.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

...

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

(4) pelo recebimento efetivo de doações destinadas à cobertura de despesas administrativas;

Certo.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

...

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções. Cabe referir que a redação anterior da Lei das S/A tratava como RESERVA DE

CAPITAL (e não como receita) o recebimento de doações e subvenções PARA

INVESTIMENTO, conforme art. 182, § 1º:

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

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b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações e as subvenções para

investimento.

Nota de atualização. A Lei n° 11.638, de 2007, revogou o dispositivo acima (alínes “d” do § 1º do

art. 182 da Lei das S/A). Assim, a doação/subvenção passou a ser considerada receita,

independentemente de ser destinada a investimento ou a custeio.

(5) pelo recebimento antecipado de clientes, por conta de entrega futura de bens e/ou serviços.

Errado. Enquanto não for entregue a mercadoria, não há falar em receita, mas

apenas em obrigação de entrega. Em outras palavras, receitas recebidas antecipadamente

devem ser creditadas ao passivo.

Nota de atualização.

Em que pese, posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, ter ocorrido, entre outros eventos, (1) a alteração da Lei das S/A (pela Lei n° 11.638, de 2007, e pela Medida Provisória nº 449, de 2008) e (2) a elaboração do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”, ressalvados os comentários já realizados, as conclusões apresentadas nos comentários acima continuam válidas.

Gabarito

CEECE

4.3.26 TCU – UNB/CESPE – Princípios Contábeis

ENUNCIADO

Os princípios fundamentais de contabilidade representam a essência das doutrinas e das teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional brasileiros. Concernem, pois, à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objetivo é o patrimônio das entidades. Relativamente a esse assunto, julgue os itens a seguir:

(1) De acordo com o princípio da competência, considera-se realizada uma despesa, quando da extinção, parcial ou total, de um passivo,

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qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

(2) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

(3) Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

(4) A receita de serviços deve sempre ser reconhecida de forma proporcional ao recebimento das parcelas contratuais.

(5) A suspensão das atividades de uma entidade pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor.

Resolução e Comentários

Trata-se de mais uma questão sobre os princípios fundamentais de contabilidade, tratados na Resolução CFC n° 750, de 1993. Para resolução, analisaremos – em separado – cada uma das assertivas do enunciado.

(1) De acordo com o princípio da competência, considera-se realizada uma despesa, quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior.

Errado. A extinção de um passivo sem desaparecimento concomitante de ativo

enseja RECEITA, e não despesa, nos termos a seguir:

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

...

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

(2) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

Certo. Isso está expressamente previsto no texto da Resolução, conforme a

seguir:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem

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alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

...

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

(3) Como resultado da observância do princípio da oportunidade, o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

Certo, conforme texto da Resolução CFC n° 750, de 1993, a seguir:

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:

...

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

(4) A receita de serviços deve sempre ser reconhecida de forma proporcional ao recebimento das parcelas contratuais.

Errado. A receita de serviços deve ser reconhecida PROPORCIONALMENTE

À PRESTAÇÃO DO SERVIÇO REALIZADA, nos termos a seguir:

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

...

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

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(5) A suspensão das atividades de uma entidade pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor.

Certo. Trata-se da quebra de continuidade. Nesse sentido, está prevista a

alteração de valores de ativos, conforme a seguir:

“Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

Nota de atualização.

Em que pese, posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, ter ocorrido, entre outros eventos, (1) a alteração da Lei das S/A (pela Lei n° 11.638, de 2007, e pela Medida Provisória nº 449, de 2008) e (2) a elaboração do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”, as conclusões apresentadas nos comentários acima continuam válidas.

Gabarito

ECCEC

4.3.27 Analista de Comércio Exterior / UNB-CESPE

ENUNCIADO

Julgue os itens abaixo, relativos a princípios fundamentais de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade:

(1) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

(2) A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes.

(3) As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado não necessariamente simultaneamente quando se correlacionarem.

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(4) O registro das variações patrimoniais compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários.

(5) A continuidade não influencia o valor econômico dos ativos e passivos.

Resolução e Comentários

Trata-se de questão cuja resolução demanda conhecimento dos princípios fundamentais de contabilidade. A seguir, analisaremos cada uma das assertivas do enunciado.

(1) A aplicação do princípio da prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devam ser feitas estimativas que envolvam incertezas de grau variável.

Certo, conforme resolução CFC 750, de 1993:

Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.

§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.

§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

(2) A avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes.

Certo, conforme resolução CFC 750, de 1993:

Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE.

Parágrafo único – Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:

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I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;

II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;

III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;

IV – Os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;

V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

(3) As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado não necessariamente simultaneamente quando se correlacionarem.

Errado, conforme princípio da competência, de acordo com a resolução CFC

750, de 1993:

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3º As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá- lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

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III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

(4) O registro das variações patrimoniais compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários.

Certo, conforme princípio da oportunidade, de acordo com a resolução CFC

750, de 1993:

Art. 6º O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único – Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:

I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;

II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários;

III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

(5) A continuidade não influencia o valor econômico dos ativos e passivos.

Errado, conforme princípio da continuidade, de acordo com a resolução CFC

750, de 1993:

“Art. 5º A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

§ 1º A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos

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passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível.

§ 2º A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.”

Nota de atualização.

Em que pese, posteriormente ao concurso, no processo de convergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, ter ocorrido, entre outros eventos, (1) a alteração da Lei das S/A (pela Lei n° 11.638, de 2007, e pela Medida Provisória nº 449, de 2008) e (2) a elaboração do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”, os conceitos teóricos necessários à resolução da presente questão não foram alterados. Depreende-se, assim, que as conclusões apresentadas nos comentários acima continuam válidas.

Gabarito

CCECE

4.3.28 CGE/PB - 2008 (CESPE) Enunciado

47. Os princípios fundamentais de contabilidade (PFC) representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência contábil, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional do Brasil. Com base nos PFC e na legislação vigente, assinale a opção correta.

A) De acordo com o princípio da prudência, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da oportunidade, será transportado ao resultado do exercício.

B) De acordo com o princípio do registro pelo valor original, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da continuidade, será transportado ao resultado do exercício.

C) De acordo com o princípio da entidade, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao emitir o documento fiscal de venda o saldo da receita

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antecipada, segundo o princípio da oportunidade, será transportado ao resultado do exercício.

D) De acordo com o princípio da continuidade, a receita antecipada será registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência. Somente ao emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da prudência, será transportado ao resultado do exercício.

E) De acordo com o princípio da oportunidade, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e, somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da competência, será transportado ao resultado do exercício.

Resolução e comentários

Trata-se de questão teórica acerca dos princípios contábeis. Para sua resolução, analisaremos – em separado – cada assertiva.

A) De acordo com o princípio da prudência, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da oportunidade, será transportado ao resultado do exercício.

Errado. Isso está de acordo com os princípios da oportunidade e da

competência. O princípio da prudência diz respeito à avaliação de ativos e passivos, na

existência de duas possibilidades – dispondo que deve ser utilizada a possibilidade que

resulte no menor patrimônio.

B) De acordo com o princípio do registro pelo valor original, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da continuidade, será transportado ao resultado do exercício.

Errado. Isso está de acordo com os princípios da oportunidade e da

competência. O princípio do Registro pelo Valor Original diz respeito ao valor pelo qual

os bens, direitos e obrigações devem ingressar no patrimônio – pelo valor transacionado

com terceiros.

C) De acordo com o princípio da entidade, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e somente ao emitir o documento fiscal de venda o saldo da receita

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antecipada, segundo o princípio da oportunidade, será transportado ao resultado do exercício.

Errado. Isso está de acordo com os princípios da oportunidade e da

competência. O princípio da entidade determina a separação dos patrimônios da empresa

e do sócio.

D) De acordo com o princípio da continuidade, a receita antecipada será registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência. Somente ao emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da prudência, será transportado ao resultado do exercício.

Errado. Isso está de acordo com os princípios da oportunidade e da

competência. O princípio da continuidade dispõe sobre a possibilidade de alteração na

avaliação do patrimônio quando há conhecimento da extinção da empresa em futuro

próximo.

E) De acordo com o princípio da oportunidade, a receita antecipada deve ser registrada em conta patrimonial no momento de sua ocorrência; e, somente ao se emitir o documento fiscal de venda, o saldo da receita antecipada, segundo o princípio da competência, será transportado ao resultado do exercício.

Correto. O recebimento antecipado de receita implica: (a) entrada de dinheiro

em caixa e (b) obrigação de entregar mercadoria ou devolver o dinheiro. Repare que se

trata de fato PERMUTATIVO, que, pelo princípio da oportunidade deve ser registrado na

contabilidade NO MOMENTO DO RECEBIMENTO DO DINHEIRO, porém sem que seja

reconhecida qualquer receita.

Adicionalmente, cabe colocar que – de acordo com o princípio da competência

– é que devemos registrar receitas. Ora, a receita ocorre quando a empresa entrega bem

de sua propriedade ou presta serviço (art. 9º da Resolução CFC 750, de 1993). Saliente-se

que a empresa é obrigada a emitir a nota fiscal EXATAMENTE no momento da entrega do

bem (mercadoria) ou da prestação do serviço. Assim, conclui-se que o momento da

emissão da NF é o mesmo momento em que a receita deve ser reconhecida no resultado –

pelo regime de competência.

NOTA DE ATUALIZAÇÃO

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A questão é posterior à alteração da Lei das S/A pela Lei nº 11.638, de 2007, e à introdução do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. A Medida Provisória nº 449, de 2008, é posterior ao concurso, mas não tratou do assunto objeto da questão. Assim, conclui- se que o gabarito, bem como os comentários, continuam válidos.

Gabarito

47-E

4.3.29 TCU – 2008 (CESPE) – Pronunciamento Conceitual Básico Enunciado

209 A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a formação de reservas ocultas ou provisões excessivas.

Resolução e Comentários

Em nosso curso, foi colocado que, de acordo com a estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, a confiabilidade da informação depende da prudência, da neutralidade e da imparcialidade, conforme a seguir:

O problema da confiabilidade – aqui tratado – não se resume e erros ou má-fé na apresentação da informação contábil; diz, principalmente, respeito à incerteza acerca dos efeitos patrimoniais futuros de fatos ocorridos. Em face dessa situação, para que se garanta a confiabilidade, busca-se: (1) representação com propriedade, (2) primazia da essência sobre a forma, (3) neutralidade, (4) prudência e (5) integridade.

Especificamente quanto à prudência, foi colocado que ela não pode ser exagerada, nos termos a seguir:

Por prudência, no caso de incertezas que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias16, a informação deve ser elaborada de forma que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não

16 Ex.: a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas por garantias que possam ocorrer.

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sejam subestimados. Saliente-se, entretanto, que uma prudência exagerada pode gerar falta de confiabilidade da informação.

As colocações feitas até aqui já são suficientes para considerar a assertiva correta. Apenas para fins de ilustração, cabe reproduzir o texto da estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, que dispõe no mesmo sentido:

Prudência consiste no emprego de um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.

Pelo que foi acima colocado, conclui-se que a assertiva está correta.

NOTA DE ATUALIZAÇÃO

A questão é posterior à alteração da Lei das S/A pela Lei nº 11.638, de 2007, e pela Medida Provisória nº 449, de 2008, e à introdução do “Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis”. A Medida Provisória nº 449, de 2008, é posterior ao concurso, mas não tratou do assunto objeto da questão. Assim, conclui-se que o gabarito, bem como os comentários, continuam válidos.

Gabarito

209 C

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