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As imagens deste slide são associadas a qual continente?

África: estereótipos e preconceitos

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Slides da aula nº 1 sobre História da África para o 1º ano do Ensino Médio da Escola Tenente Rêgo Barros.

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As imagens deste slide são associadas a qual continente?

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E agora, a qual continente estão associadas as imagens desses slides?

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História da África – parte I: uma pequena história dos

estereótipos e preconceitosProfª Msc. Heloisa Maria Paes de Souza

ETRB – 1º ano – Ensino Médio2015

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• Estamos acostumados a ver a África através de imagens que privilegiam os animais, a fome, a miséria, os costumes exóticos, as vestimentas, os imensos espaços, a selva. • Embora essas imagens também façam parte da realidade do

continente, a África possui uma diversidade étnica, cultural, social e política muito grande em seus mais de 30 milhões de quilômetros quadrados.

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• Principais objetivos de nossos estudos sobre a África: demolir estereótipos e preconceitos que temos em relação ao continente africano. • Um deles é tratar a África no singular, quando, na verdade, existem

diferentes Áfricas: milhares de línguas, centenas de povos, diversos sistemas político-sociais, religiões, sistemas econômicos.

ESTEREÓTIPO:

ESTEREÓTIPO: ideia, conceito ou modelo que se estabelece como padrão. Ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial. = PRECONCEITO. Coisa que não é original e se limita a seguir modelos conhecidos. = LUGAR-COMUM.

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A imagem estereotipada e preconceituosa que temos da África tem uma história. Retornemos no tempo para entendê-la...

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África nas representações da

cristandade medieval - a maldição de Cam

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• Europa, Antiguidade: o conhecimento sobre a África limitava-se ao norte do continente (presença de colônias gregas e romanas). Continente dividido: Berbéria e Terrae Incognitae.• Europa, Idade Média, século XIII: África associada às ideias greco-romanas e

à história de Noé e seus filhos Sem, Cam e Jafé.

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• Como castigo Cam e seus filhos deveriam se tornar escravos dos descendentes de seus irmãos e habitariam os territórios do Egito, Etiópia e parte da Arábia. • Cush (filho mais velho de Cam) seria o ancestral dos etíopes, Mesraim

dos egípcios, Phut dos trogloditas e Canaã dos demais africanos.

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• A cosmologia cristã, somada à cartografia da Antiguidade, acabaram por dar acabamento a uma determinada visão na qual o continente africano e seus habitantes estariam relegados às regiões mais inóspitas da Terra por maldição divina, habitada por estranhos seres.

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• Outro elemento associou-se às formulações anteriores sobre os africanos: a relação entre a cor negra e o mal. • Em alguns tratados, a descrição da

África limitava-se ao calor excessivo e a possível localização do Inferno, o qual se imaginava estar situado em ilhas próximas ao continente africano.• As populações etíopes, em geral,

eram descritas com traços monstruosos e a Etiópia como o lugar das bestas selvagens, infestada de vermes. O demônio era representado como um etíope com cabelo carapinha.

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“Etiópia recebe este nome pela cor de seus habitantes, na qual

a proximidade do sol lhes queima a face. A cor de suas gentes evidencia a força do sol, posto que existe ali um verão contínuo devido a todo o território estar situado a meio-dia. Sua parte ocidental é montanhosa, a central é arenosa e a parte oriental é desértica. Seus confins se estendem, a oeste, do Monte Atlas até as fronteiras do Egito a leste. Ao sul é limitado pelo oceano e a norte o Nilo. Habitam numerosos povos, horrendos pela variedade de seus rostos e pelo aspecto monstruoso. Há grande quantidade de tais como rinocerontes, girafas, basiliscos e enormes dragões de cujos cérebros se extraem pedras preciosas. Também abundam jacintos (...); e também produzem canela. Há duas Etiópias: uma, próxima à saída do sol; e outra no poente na parte da Mauritânia. Além das três partes conhecidas da orbe (globo terrestre) existe uma quarta situada no outro lado do oceano, ao sul, que é desconhecida por causa da inclemência do sol. Diz-se que em seus confins habitam os legendários antípodas. A terra mais próxima da Espanha é a Mauritânia; logo a seguir está a Numidia; depois a região Cartaginesa; depois a Getúlia, depois Etiópia e, a partir daí, os territórios assolados pelo sol. (...).”Fonte: SEVILHA, Isidoro de. Etimologias. In: CLARO, Regina. Olhar a África: fontes visuais para a sala de aula. São Paulo: Hedra Educação, 2012

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A invenção da África pelos navegadores e viajantes europeus

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• Monstros, terras inóspitas, seres humanos deformados, imoralidades, regiões e hábitos demoníacos continuariam a figurar nas descrições de viajantes, aventureiros e missionários nos séculos XV e XVI. • Entretanto, a representação europeia da África e o discurso elaborado

acerca de seus povos sofreriam algumas mudanças, sobretudo, a partir do século XV, quando dados obtidos entrariam em confronto com as representações imaginárias.

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Com o desenvolvimento das atividades mercantis, os europeus conheceram outros povos africanos e partes da África desconhecidas ...• Contatos passaram a ocorrer ao sul do Equador, na região da África

subsaariana, banhada pelos oceanos Atlântico e Índico. Os africanos de pele negra, antes chamados de etíopes, passariam a ser denominados homens da Guiné.• Ao longo dos séculos XV e XVI, com as navegações portuguesas, foi utilizado o

termo guinéus (homens de cor negra) para referir-se aos africanos negros da costa da África Ocidental e Guiné para denominar a área como um todo. • Também aparece a expressão Nigritia para denominar a África, da palavra

latina niger (nigra, nigrum) que designa negro, escuro, sombrio, em contraponto a albus (alba, álbum), branco, sereno, propício. Os muçulmanos denominavam a região de Bilad es-Sudam ou o ‘País dos Negros’.

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O desenvolvimento cartográfico e as ideias sobre o continente africano• As novas cartas visavam basicamente servir de

orientação às rotas de comércio. • Os cartógrafos europeus passaram a mostrar os

caminhos percorridos por caravanas oriundas da África do Norte incorporando os conhecimentos divulgados pelos geógrafos árabes.• Aos poucos, o modo de pensar e representar a

África e os africanos foi se modificando. Os desenhos do relevo passaram a ser acompanhados por ilustrações da fauna, flora e características dos povos e reinos identificados.

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• Da Idade Moderna, até o século XVIII, as representações sobre a África continuaram associando o continente à barbárie e à devassidão ao contrário das sociedades europeias. • Tais representações serviram para que os europeus legitimassem a

conquista do continente e definiram a atitude dos europeus com respeito aos povos africanos, uma atitude de superioridade.

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Fim