23

Africa Subsaariana

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Africa Subsaariana
Page 2: Africa Subsaariana

2

Apresentação

Este dossiê abordará sobre a África Subsaariana, que é historicamente

marcada pelos seus frequentes conflitos e pelos fatores que evidenciam esse

território como um dos principais a enfrentar a tão temida miséria e pelas marcantes

características climáticas, políticas e econômicas que até hoje são motivo de grande

preocupação por todo o mundo.

Page 3: Africa Subsaariana

3

Justificativa

Este dossiê foi realizado com o intuito de abordar e especificar as

características da África Subsaariana, visando principalmente em seu local

geográfico, os problemas e as dificuldades as quais este continente vem refletindo

em todo o mundo, os constantes conflitos internos, os transtornos políticos e

econômicos e principalmente, a miséria da população que é fortemente influenciada

pelas condições de vida da sociedade, que a priori, é marcada na história da África

Subsaariana.

Page 4: Africa Subsaariana

4

África Subsaariana

Mapa com os países que compões a África Subsaariana

Fonte: www1.folha.uol.com.br

Page 5: Africa Subsaariana

5

África – Informações Gerais

Percentual de Massa Terrestre do Planeta: 20%

População: 900 milhões (500 milhões na África Subsaariana), 14

% do total mundial

Crescimento anual da população urbana: 3,5%

Cidade mais populosa: Lagos (Nigéria), de 16,9 milhões de

habitantes

País mais populoso: Nigéria, com 131 milhões de habitantes

Línguas: mais de 2 mil

Islamitas: 358 milhões

Cristãos: 410 milhões

Governos democráticos: 19 (entre 53 nações)

Renda média: metade de todos os africanos sobrevive com

menos de 1 dólar por dia

País mais rico: Maurício, com PIB per capita de 12,8 mil dólares

Países mais pobres: Burundi, Malauí, Serra Leoa e Somália,

todos com PIB per capita em torno de 600 dólares

Países pobres muito endividados: 32 dos 38 países em todo o

mundo assim classificados pelo FMI - Banco Mundial

Percentual da população com acesso à água potável: África

subsaariana – 82% nas cidades, 45% no campo; África do Norte – 96% nas

cidades, 84% no campo

Quantidades de armas de fogo na África Subsaariana: 30

milhões

Taxas de mortalidade infantil (até 1 ano de idade): 102 em cada

mil na África Subsaariana; 33 em cada mil na África Setentrional

Expectativa média de vida: 46 anos na África Subsaariana; 67

anos na África Setentrional

Causa principal de óbitos: AIDS

Alfabetização (acima de 15 anos): 60%

País mais alfabetizado: Seychelles, com 92% da população

Page 6: Africa Subsaariana

6

País menos alfabetizado: Burkina Fasso, com 12,8% da

população

Fonte: National Geographic – Setembro 2005

África Subsaariana

África subsaariana tida como o berço da humanidade, encontra-se ao sul

do deserto do Saara, também era conhecida como áfrica negra, pois demorou a ser

descoberta e colonizada, diferentemente de outras partes da áfrica que foram

colonizados antes pelos europeus.

Ao norte da áfrica subsaariana encontra-se o deserto do Saara que é

cortado pelo rio Nilo (uma das maiores fontes de vida da região), tem o clima

extremamente diverso e tropical e uma grande diversidade ecológica.

Esta região da áfrica é considerada a mais pobre do mundo onde os

países ainda sofrem com as marcas deixadas pelo colonialismo e também com o

neocolonialismo, com conflitos étnicos a e instabilidade política mais presente ao

leste e oeste. Já as condições de vida são ainda piores onde a expectativa de vida

não ultrapassa os 47 anos e o índice de alfabetização de adultos é de somente 63%.

O crescimento da população nos anos 90 aumentou o numero de pessoas

vivendo na extrema pobreza, vivendo com menos de um dólar por dia e privados de

recursos básicos como água, alimentação, moradias dignas, e também a educação

A áfrica subsaariana é a região mais afetada pelo vírus da AIDS. Nos dias

atuais existem mais de 35 milhões de órfãos devido o vírus

A situação precária nos países da áfrica Subsaariana gerou a emigração

para seus países de origem colonizadora, a emigração tendo inicio após a

descolonização dos países que os detinham, pois após a descolonização a situação

não se apresentava boa.

Durante e após a descolonização havia resistência local em alguns países,

e em alguns a resistência permanecia por tentativa de outras potencias dominarem

as antigas colônias.

Page 7: Africa Subsaariana

7

Com a descolonização não se romperam os laços entre os antigos países

colonizadores não se romperam pelo fato de que os países africanos necessitarem

de apoio econômico e também militar.

Mesmo livres de seus colonizadores os países africanos deparavam-se

com conseqüências o confronto dos blocos leste e oeste, e a implantação de

regimes políticos ditatoriais ou autoritária por interesses econômicos e também

existem regimes políticos que estão ligados aos tais blocos leste e oeste que visão

por melhorias na condição de vida da população.

Os estados africanos são obrigados a respeitar a antiga fronteira imposta

por seus antigos colonizadores, esse limite de território gerou inconformidade de

alguns povos, e que acaba gerando ainda mais conflitos.

Relevo:

Os principais aspectos do relevo são:

na região do Maghreb, a cadeia do

Atlas, cujo pico é o monte Tubkhal (4.165m);

o grande planalto desértico do Saara,

no sul, com as depressões de Qattara (Egito)

e Bodelê (Tchad), a bacia do Níger e as

cadeias vulcânicas de Ahaggar (Argélia) e de

Tibesti (Tchad);

abaixo do planalto do Sudão, destacam-se a bacia do Congo, o

monte Cristal e o planalto dos grandes lagos, com os pontos culminantes do

continente: os montes Kilimanjaro (5.895m), Quênia (5.199m), Ruwenzori

(5.119m) e Elgon (4.321m);

no nordeste do vale de Rift, o maciço da Abissínia.

Hidrografia:

A maior bacia fluvial da África é a do rio Congo. O rio Nilo, com 6.690km, é

o segundo mais longo do mundo. O Zambeze e o Limpopo correm para o Índico. O

Orange, o Níger, o Gâmbia e o Senegal desembocam no Atlântico.

Page 8: Africa Subsaariana

8

Os principais lagos africanos são:

o Vitória, segundo do mundo em superfície, com 69.485km²;

o Tanganica;

o Rodolfo;

o Alberto;

o Eduardo;

o Niassa.

Clima:

O clima quente predomina na maior parte

da África, tanto na zona tropical -- úmida no verão e

seca no inverno -- quanto na zona equatorial, com

temperaturas elevadas e chuvas abundantes.

Nos grandes desertos, como o Saara e o

Kalahari, as temperaturas são altas de dia e baixas à

noite. No norte e no sul predomina o clima seco de

tipo mediterrâneo.

Vegetação:

Ao norte e ao sul da selva equatorial, estendem-se as savanas, com sua

vegetação herbácea e árvores de grande porte, como o baobá. Nos desertos, a

cobertura vegetal é escassa, exceto nos oásis, onde crescem palmeiras. Nas zonas

temperadas há bosques baixos de pinheiros e carvalhos e vegetação de arbustos

(maquis).

A fauna é uma das mais ricas do mundo. Na floresta equatorial há muitas

aves, símios (chimpanzés e gorilas), répteis e anfíbios. Na savana, rinocerontes,

girafas, elefantes, hipopótamos, leões, leopardos e hienas. No deserto, chacais,

insetos e répteis. Na zona mediterrânea, lebres, cabras, raposas e aves de rapina.

Page 9: Africa Subsaariana

9

População:

A África é, sem dúvida, o continente que

apresenta os piores indicadores sociais do mundo.

As regiões que apresentam maiores

densidades demográficas são aquelas que possuem

solos férteis, como o vale fluvial e o delta dos rios

Nilo e Níger, além da costa litorânea, lugar com boa

incidência de chuvas.

As regiões da África que apresentam baixa densidade demográfica

compreendem as áreas desérticas, como o deserto do Saara (África Islâmica),

deserto da Namíbia e do Calahari e nas florestas do Congo (África Subsaariana).

O continente africano tem passado por um intenso processo de

urbanização, mesmo assim ainda são restritos os centros urbanos, como Cairo e

Alexandria (Egito), e Lagos (Nigéria), alguns dos mais populosos.

Taxas de Mortalidade e Natalidade, Fome e Doenças:

Os países africanos possuem

as piores taxas de mortalidade

(13,5%), além de apresentar elevada

taxa de natalidade (35,2%), mostrando

que a qualidade de vida da população

é decadente. A fome, a AIDS e a

Malária são problemas que atingem a

África quase que na totalidade.

“Cerca de 150 milhões de africanos não ingerem a quantidade mínima de

calorias diárias, e mais 23 milhões correm o risco de morrer de fome”

Fonte: Organização das Nações Unidas - ONU

Page 10: Africa Subsaariana

10

Todos os problemas sociais identificados na África (miséria, fome,

desemprego, guerras, dentre muitas outras) podem ser agravados, com estimativa

de que em 2015 a população africana será de 1 bilhão de habitantes, fato que irá

desencadear um aumento pela procura de alimentos, aumentando a fome.

AIDS, Malária e Doença do Sono:

AIDS

Fonte:

WWW.heavenoftheclass.blogspot.com

Fonte: WWW. bomdiaafrica.blogspot.com

A AIDS é vista atualmente como uma ameaça ao continente africano, é

uma tragédia sem previsões, praticamente incontrolável e diminui suas taxas de

natalidade. A AIDS é uma doença contagiosa que pode ser adquirida através de

relações sexuais sem uso de preservativos, transfusão de sangue, drogas injetáveis

com agulhas usadas. Ainda sem cura, atinge milhões de pessoas na África

Subsaariana, o problema é tão grave que de cada cinco mortos um é de decorrência

da AIDS.

“Nos países Zâmbia e África do Sul, cerca de 20% de toda população

adulta e jovem encontra-se contaminada com a doença; em Botsuana, cerca de 39%

da população entre 15 e 49 anos estão com a doença e em Lesoto e Zimbábue, o

percentual é de 20%.” - OMS (Organização Mundial de Saúde).

Page 11: Africa Subsaariana

11

O governo do Quênia, diante do flagelo provocado pela doença, sugeriu de forma

ingênua que a população deixasse de fazer sexo por um período de dois anos.

Segundo o governo, esse tempo serviria para diminuir a expansão do vírus, já que

entre a população de 30 milhões de habitantes, 3 milhões estão infectados.

O índice de pessoas contaminadas está crescendo, em 2001, aproximadamente

5,3 milhões pessoas contraíram a doença dos quais, segundo a OMS, menos de 1%

realizaram o tratamento, o restante provavelmente morre sem saber sequer que

tinha a doença.

Malária

“90% das mortes causadas pela malária ocorrem na África Subsaariana,

onde a doença é a principal causa de morte em crianças menores de 5 anos de

idade (muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais

graves e tem dificuldade de aprendizagem).”

OMS (Organização Mundial de Saúde)

A malária é uma das piores doenças assassinas do mundo, porém de fácil

prevenção.

40% da população mundial (principalmente as mais pobres) estão em risco

de contrair a malária. A doença é mais predominante nas zonas tropicais e

subtropicais, mas 90% das mortes relacionadas com a malária ocorrem na África

Subsaariana.

Infelizmente, as pessoas em maior risco de contrair a malária são as

crianças e as mulheres, que perdem a sua imunidade adquirida durante a gravidez,

e as pessoas que não dispõem de qualquer imunidade contra a doença, como

refugiados e trabalhadores migrantes vindos de zonas com uma baixa incidência de

malária. Pode causar também danos neurológicos, dando origem a casos não fatais.

Estima-se que a malária custe e África mais de USD 12 milhares de

milhões por ano em PNB perdido. É tanto uma doença da pobreza como uma causa

da pobreza, desequilibrando a baixa economia que os países apresentam.

Page 12: Africa Subsaariana

12

Em zonas com um alto índice de transmissão da malária, a malária é

responsável por 40% das despesas da saúde pública: 50% com internamento e mais

50% com consultas de doentes em ambulatórios.

Doença do Sono

Doença do Sono Na África

A doença do sono ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36 países

da África subsaariana. Estima-se que 70 mil estejam infectadas. Menos de quatro

milhões destas pessoas têm acesso a um centro de saúde.

Na República dos Camarões, nos anos 20, um médico chamado Jamot

implementou uma estratégia de controle eficaz, enviando equipes móveis às aldeias

para diagnosticar e tratar o máximo de pacientes possível. O programa do Dr. Jamot

obteve sucesso no bloqueio da transmissão da doença do sono, esvaziando a

reserva humana de tripanossomas. Mas, recentemente, as guerras civis

desestruturaram sistemas de saúde e forçaram pessoas a migrar, permitindo que

tais reservas fossem reconstruidas.

Doença Do Sono e a MSF (Médicos sem Fronteiras) - MSF atendeu

mais de 1,7 mil pacientes com tripanossomíase africana em 2007.

O mal é causado por infecção pelos parasitas Trypanosoma brucei

gambiense ou rhodesiense. É transmitido pela picada de moscas tsé-tsé infectadas.

No primeiro estágio da doença o diagnóstico é difícil, porém o tratamento é

relativamente simples. O segundo estágio é caracterizado por diversos sintomas

neurológicos que, sem tratamento adequado, levam inevitavelmente ao coma e à

morte.

O maior obstáculo na luta contra a doença é a falta de novos e melhores

medicamentos e métodos de diagnóstico. O remédio mais usado foi desenvolvido

em 1949 e é altamente tóxico. A droga falha na cura de cerca de 30% dos

pacientes,e mata 5% dos que a recebem.

Page 13: Africa Subsaariana

13

A Eflornitina, uma alternativa mais segura de tratamento utilizada por

MSF, requer uma bolsa infusora e um cronograma de tratamento complexo, que

exige a monitoração constante do paciente - algo difícil de ser feito na África

Subsaariana. A organização tem assegurado produção e estoque de Eflornitina, e

acompanha testes de terapias combinadas com outros medicamentos.

A MSF continua alertando aos pesquisadores e à comunidade

internacional sobre a necessidade de novos medicamentos e métodos para um

diagnóstico correto.

A organização trata pacientes com doença do sono há mais de 20 anos,

desde a abertura do primeiro projeto de contenção da enfermidade no norte de

Uganda, em 1986. Em 2006, MSF recebeu mais de 1,3 mil pacientes para

tratamento contra doença do sono. Esforços de prevenção, como controle dos

vetores de transmissão, são essenciais para o seu controle.

MSF promove programas permanentes contra a doença na República

Democrática do Congo, República Centro-Africana e Sudão

Page 14: Africa Subsaariana

14

Dificuldades de Sobrevivência na África Subsaariana

Nos últimos anos a emigração na África subsaariana tem aumentado

consideravelmente, os principais destinos dos emigrantes são os países que

colonizaram os países da África alguns anos atrás. Esta situação agravou-se com a

descolonização dos primeiros decênios do século XX, que se verificou na maioria

destes países por parte das potências europeias que os detinham.

Gana foi o primeiro país a ser descolonizado (pelo Reino Unido) na zona

subsaariana, na sequência de lutas empreendidas pela resistência local já desde o

início da colonização e, em determinados locais, esta luta prolongou-se contra as

tentativas contínuas de domínio por parte de outras potências que pretendiam

exercer o seu poder e explorar o território. Num processo que se desenrolou até

1980, a progressiva descolonização não isentou os países africanos de laços que os

ligavam às antigas potências colonizadoras, uma vez que necessitavam de apoio

militar e muitas vezes econômico. Assim, criadas estas relações de dependência, os

territórios africanos viram-se obrigados a ser palco e sofrer as diretas consequências

dos confrontos entre os dois grandes blocos de Leste e de Oeste. Resultaram assim

regimes políticos locais de característica ditatorial ou autoritária que zelam por

interesses econômicos e políticos das classes dirigentes, articulados com a política

dos ditos blocos Leste-Oeste, em detrimento da melhoria de condições da

população. Por outro lado, a aplicação de modelos políticos de desenvolvimento de

países mais desenvolvidos a estes africanos causou um autêntico descalabro

socioeconômico.

A Organização de Estados Africanos obriga a que cada país respeite as

fronteiras dispostas nas épocas de colonização (com o intuito de não se

despoletarem um sem número de conflitos nacionalistas e/ou étnicos), o que

contudo suscitou inconformidade em muitos dos territórios. Contudo, verificaram-se

graves situações de tensão étnica na África central e subsaariana, como são os

conhecidos casos do Ruanda, Burundi, Nigéria, Congo, Libéria e entre o Mali e o

Burkina Faso, situações em que se verifica uma forte tendência para a consolidação

de uma identidade cultural e o despoletar de conflitos internos brutais que levam

Page 15: Africa Subsaariana

15

muitas vezes a extremos como o genocídio. Como agravante existia ainda a lei do

apartheid na África do Sul (entre 1948 e 1991), em que a segregação racial originou

inúmeros problemas sociais e de subdesenvolvimento.

De fato, a esperança média de vida em África dificilmente ultrapassa os 70

anos, existindo em contrapartida um crescimento demográfico extremamente

elevado. O fenômeno da SIDA é nestes territórios extremamente preocupante,

calculando-se que uma em cada cinco pessoas está infetada. Generalizou-se o

pânico e as crenças surgidas da falta de informação adequada levam a violações de

crianças e adolescentes, muitas vezes em grupo, uma vez que existe a crença de

que a manutenção de relações sexuais com uma virgem imuniza contra o vírus.

A pobreza extrema e falta de médicos impede que se trave o alastrar da

doença, incentivada por uma proliferação de sociedades com elevados graus de

prostituição e com rituais de extração de parte dos genitais femininos sem condições

higiênicas, sendo além disso patriarcais e polígamas. A mulher submete-se deste

modo e em absoluto ao homem, o que origina um número superior de mulheres

afetadas em relação aos homens. A difusão desta praga acabou por afetar

gravemente as estruturas econômicas e sociais, impedindo o desenvolvimento pela

falta de mão de obra, prejuízo no setor da saúde e aumento exponencial do nível de

órfãos (e da subsequente criminalidade e falta de profissionais no futuro). As

Organizações Não Governamentais, e outras ajudas internacionais, são as que mais

contribuem para regredi-lo destas condições calamitosas que se exacerbam ao

acarretar o investimento de capitais estrangeiros em nações menos problemáticas.

Estas difíceis condições de vida provocaram autênticos êxodos, como a proliferação

de campos de refugiados em diversos países africanos e uma onda incontrolável de

emigração sobretudo para a Europa e América.

Page 16: Africa Subsaariana

16

Conflitos Africanos:

A África sempre foi um “continente alvo” com muita propensão para conflitos,

principalmente a região da África Subsaariana.

Os primeiros conflitos começaram na colonização. A divisão territorial do

continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores europeus,

desprezando as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas

comunidades, muitas vezes rivais, que historicamente viviam em conflito, foram

colocadas em um mesmo território, enquanto grupos de uma mesma etnia foram

separados. Foi após a Segunda Guerra Mundial que os povos africanos começaram

a lutar por sua independência dos países europeus.

O financiamento de armas durante a Guerra Fria e a implantação dos

governos ditatoriais só pioraram a situação. As pessoas são obrigadas a detestar

etnias rivais a suas, e crianças obrigadas a usar armamento pesado e a lutar em

defesa de seu território.

São vários os conflitos no continente africano; o que é pior, muitos deles

estão longe de um processo de pacificação. A maioria é motivada por diferenças

étnicas, é o que acontece em Ruanda, Mali, Senegal, Burundi, Libéria, Congo e

Somália, por exemplo. Outros por disputas territoriais como Serra Leoa, Somália e

Etiópia; questões religiosas também geram conflitos, é o que acontece no Sudão.

Fonte:

16WW.slideshare.

net

Page 17: Africa Subsaariana

17

Diamante de Sangue (Warner Bros Pictures – 2006):

Tendo como o pano de fundo o caos e a guerra civil que dominou a Serra

Leoa na década de 1990, Diamante de Sangue conta a história de Danny Archer

(LEONARDO DICAPRIO), um ex- mercenário do Zimbábue, e Solomon Vandy

(DJIMON HOUNSOU), um pescados da etnia Mende. Ambos são africanos, mas

suas histórias e circunstâncias de vida são totalmente diferentes até que o destino

os reúne numa busca para recuperar um raro diamante rosa, o tipo de pedra que

pode transformar uma vida... ou acabar com ela.

Solomon, que foi arrancado de sua família e forçado a trabalhar nos campos

de diamante, encontra a pedra extraordinária e se arrisca a escondê-la ciente de

que, se for descoberto, será morto imediatamente. Mas ele também sabe que o

diamante poderia não apenas fornecer os meios para salvar a esposa e as filhas de

uma vida de refugiadas, como também ajudar a resgatar seu filho, Dia, de um

destino muito pior como soldado infantil.

Então surge Maddy Bowen (JENNIFER CONNELLY), uma jornalista

americana idealista que está em Serra Leoa para desvendar a verdade por trás dos

diamantes de sangue, expondo a cumplicidade dos chefes da indústria das pedras,

que optaram pelo lucro no lugar dos princípios. Maddy vai atrás de Archer como

fonte para seu artigo, porém logo descobre que é ele quem precisa muito mais dela.

Com a ajuda de Maddy, Archer e Solomon se embrenham por uma perigosa

trilha dentro do território rebelde. Archer precisa de Solomon para encontrar e

recuperar o valioso diamante rosa, porém

Solomon anseia por algo muito mais precioso...

seu filho.

Fonte:

http://wwws.br.warnerbros.com/blooddiamond/

Page 18: Africa Subsaariana

18

Educação na África nos últimos Anos

“Entre 2000 e 2008, o número de matriculados no ensino primário aumentou

de 87 para 129 milhões ; países da região investem 5% do PIB na educação.”

(Marina Estarque, da Rádio ONU em Nova Iorque).

O número de crianças que frequentam as escolas da África Subsaariana

nunca foi tão alto, aponta um relatório da Organização das Nações Unidas para

Educação, Ciência e Cultura, Unesco.

O relatório "Financiando a Educação na África Subsaariana: Enfrentando os

desafios da Expansão, Equidade e Qualidade" analisou 45 países. As nações

aumentaram os gastos reais na educação na ordem dos 6% anuais, durante a última

década.

Mais Gastos

Apesar dos avanços, vários países continuam longe de oferecer ensino

primário de qualidade aos alunos, aponta o documento. Entre 2000 e 2008, o acesso

ao ensino primário aumentou em 48%, de 87 para 129 milhões de estudantes. No

mesmo período, o número de matrículas nos níveis pré-primário, secundário e

universitário subiu mais de 60%.

Os governos dos países subsaarianos dedicam, em média, 18% dos gastos

públicos à educação. Da mesma forma, 5% do Produto Interno Bruto é investido no

setor. A porcentagem coloca a região apenas atrás da Europa e América do Norte,

com 5,3%.

Desafios

Acreditava-se que o investimento havia sido usado para permitir o fim das

taxas cobradas no ensino primário, o que aumentou drasticamente o número de

alunos inscritos, mas também superlotou as salas de aula. No entanto, o relatório

Page 19: Africa Subsaariana

19

provou que os governos foram além, aumentando não somente o acesso, mas a

qualidade do ensino.

Apesar dos avanços, a Unesco aponta desafios importantes na região. Em

um terço dos países, metade dos menores não completam a educação primária e 32

milhões, em idade escolar, não frequentam o ensino secundário.

Problemas

Segundo o relatório, há problemas também de equidade. Para a Unesco, os

governos deveriam considerar transferir recursos alocados no ensino superior para o

primário.

Na região, quase 80% dos gastos com o ensino universitário são subsidiados

pelo Estado. No entanto, ainda há muitas crianças fora das escolas.

Financiadores

O maior financiador privado na região são as próprias famílias dos

estudantes, que cobrem 30% dos custos do ensino primário. Outra importante fonte

de recursos é a comunidade internacional, que investiu US$ 2,6 milhões, na

educação em 2008.

Fonte: www.vision2015.biz.ly

Page 20: Africa Subsaariana

20

Fonte: www.ensinandoartesvisuais.blogspot.com

Esperança...

“A solução está perto de casa

Bruxelas, Bélgica, 5/7/2011 – Muitos países africanos, os mais pobres do

mundo, melhoraram sua situação econômica graças à demanda global por

hidrocarboneto e metais preciosos, bem como por acordos comerciais com

doadores. No entanto, especialistas acreditam que a chave para o desenvolvimento

é a integração e o consequente comércio regional. [...]

O comércio regional é quase uma ideia de último momento, embora seja um

mercado crescente de um bilhão de pessoas, 856 milhões das quais vivem na África

subsaariana. Os intercâmbios comerciais entre países africanos foram de 8,5% do

total entre 2000 e 2007, segundo a Comissão Econômica para a África (Cepa), da

Organização das Nações Unidas. O desequilíbrio realça o que numerosos analistas

afirmam ser uma tendência para o mercado externo à custa da integração africana.

“A África foi construída de tal maneira que todos os caminhos levam para fora

da África”, disse Dawda Jobarteh, diretor do África Progress Panel, organização que

supervisiona o desenvolvimento do continente. “Criar conexões dentro da África

beneficiaria o crescimento econômico e comercial e, com sorte, também seria

igualitário”, destacou.

Os governos africanos continuam competindo por acordos de investimentos e

comércio exterior, mas sua visão externa começou a mudar, talvez pela mão de

algumas histórias positivas. Uma delas é a revolução das telecomunicações móveis,

que promoveu o surgimento de indústrias vinculadas e de empresários não

tradicionais como uma maior participação de mulheres e jovens.

Também obteve êxitos importantes no transporte por meio de autoestradas

regionais, portos e um importante crescimento da indústria aeronáutica. A

organização de Jobarteh informou que os voos dentro do continente aumentaram

49% entre janeiro de 2005 e janeiro deste ano, ajudando a unir um vasto território

que até há poucos anos tinha um serviço aéreo muito reduzido e pouco confiável.

Page 21: Africa Subsaariana

21

As exportações africanas aumentaram na década passada e ressurgem após

uma queda de 32,4% em 2009. O comércio de mercadorias também cresceu 24%

em 2010 e representou 3,2% do comércio mundial, aumento superior a 2,1% em

relação a 2000, quando um impulso produtivo acabou com três décadas de

depressão econômica, diz um estudo da Cepa e da Organização para a Cooperação

e o Desenvolvimento (OCDE).

A União Europeia é o maior sócio comercial da África e representou 35% das

importações e exportações no ano passado. China e Estados Unidos competem

pelo segundo lugar. Os principais produtos de exportação são petróleo e metais

preciosos, enquanto o continente importa tecnologia e equipamentos que nutrem

suas economias, incluindo telefones celulares.

Os governantes dos 53 países que integram a União Africana (UA) aprovaram

um “plano de ação” para promover o comércio regional e oferecer um clima de

produção mais atraente. A iniciativa da UA propõe o livre movimento de pessoas e

bens, bem como a cooperação multinacional para atender a lamentável situação da

infraestrutura.[...] Porém, os desafios continuam sendo enormes. O crescimento

econômico e comercial segue abaixo dos níveis anteriores à crise. Quando as

estatísticas descrevem um panorama positivo, a maioria dos africanos não se

beneficia dele.[...]

A África necessita de maior equilíbrio, “não pode continuar vivendo do auge

da matéria-prima nem prever que esta vai durar para sempre”, disse Rob Davies,

ministro de Comércio da África do Sul. “Temos que desenvolver mais atividades com

valor agregado”, afirmou à IPS. Impulsionada pelo auge dos preços das matérias-

primas e da má governança, a corrupção atenta contra o desenvolvimento.[...]

A África pode se tornar mais forte no mundo se primeiro se fortalecer no

âmbito local, disse Stpehen N. Karingi, um dos autores do informe da Cepa e da UA.

O desenvolvimento do comércio continental e as melhorias nos serviços e

infraestrutura regional prepararão a África para competir no mercado internacional,

ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade de vida. “Essas são as coisas que

farão com que a África possa implementar estratégias de industrialização”, disse

Karingi à IPS por telefone.

Page 22: Africa Subsaariana

22

As nações africanas com abundantes reservas de hidrocarbonetos e minerais

se beneficiarão das exportações. Porém, os ganhos de longo prazo estão mais

perto, tanto na cooperação para o desenvolvimento quanto para fomentar o

comércio. Se assim for, os africanos poderão algum dia fabricar telefone celular e

outros produtos que agora devem importar da Europa, Ásia e de outros mercados.

Envolverde/IPS”

Fonte: http://envolverde.com.br/noticias/a-solucao-esta-perto-de-casa/

A África ainda apresenta esperanças de se reerguer. Um país rico de

matérias primas, como o hidrocarboneto, mas sem autonomia para realizar a suas

próprias transações comerciais. Se talvez um dia, for “governada” por

pessoas/países que estejam dispostos a realmente ajudar a África a sair do estado

calamitoso em que a maioria do continente se encontra, a África poderá parar de ser

considerada um “peso morto” no planeta, e pode fazer parte do corpo terrestre,

começando pelo pé, mas com a esperança de chegar pelo menos aos braços desse

corpo.

Page 23: Africa Subsaariana

23

Bibliografia

www.unmultimedia.org

http://www.slideshare.net

http://www.brasilescola.com

http://www.tiosam.org

http://www.infoescola.com

www.infopedia.pt

http://www.msf.org.br