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DISCURSIVA PARA AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO – CESPE Júnia Andrade e Décio Terror Prof. Júnia Andrade e Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 02 Olá! Sou o professor Décio Terror e é com grande prazer que nos encontramos neste curso!!! Sejam muito bem-vindos! Agradecemos a confiança em nosso trabalho e saibam que vamos caminhar juntos rumo à sua aprovação! Muita gente já havia feito o curso conosco (eu e Júnia), e nossa preparação visava à banca ESAF. Uma boa notícia é que a cobrança com o CESPE se alinha bastante com a ESAF e muita coisa que vínhamos comentando nos cursos anteriores tem relação com este curso. Nossa intenção aqui é ajudar na sua aprovação. As aulas iniciais são muito importantes para evitar que vocês desperdicem a oportunidade da correção. Por que digo isso? Nas correções, percebemos que muitos alunos ignoram a leitura atenta das aulas, querendo logo partir para o desenvolvimento dos temas, entregar a redação e pronto. Isso é um pecado capital. É muito chato perceber que há aluno que escreve a redação simplesmente para cumprir prazo estipulado pelo professor. Isso não pode acontecer com vocês! Bom, sabemos que os aspectos gramaticais têm um peso menor na banca CESPE, a ESAF valorizava mais a gramaticalidade, chegando até à metade da pontuação final da discursiva. Já o CESPE trabalha com os descontos por falha, o que deixa pequeno o peso gramatical. Mas não se iludam, por dois motivos: a) naturalmente isso força a sua nota de conteúdo ser alta, pois a gramaticalidade conta pouco e você está concorrendo com pessoas que estão estudando bastante o conteúdo específico; b) a gramaticalidade passa a fazer diferença com base no argumento acima, pois, havendo paridade no conhecimento específico, na macroestrutura, o que fará a diferença, como ocorreu no último concurso do MPU, será a gramaticalidade. Assim, a gramaticalidade não deve ser descuidada. Por isso, peço a vocês: façam uma releitura do texto antes de enviar para a plataforma de

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Aula 02

Olá!

Sou o professor Décio Terror e é com grande prazer que nos

encontramos neste curso!!! Sejam muito bem-vindos! Agradecemos a

confiança em nosso trabalho e saibam que vamos caminhar juntos rumo à sua

aprovação!

Muita gente já havia feito o curso conosco (eu e Júnia), e nossa

preparação visava à banca ESAF. Uma boa notícia é que a cobrança com o

CESPE se alinha bastante com a ESAF e muita coisa que vínhamos comentando

nos cursos anteriores tem relação com este curso.

Nossa intenção aqui é ajudar na sua aprovação. As aulas iniciais são

muito importantes para evitar que vocês desperdicem a oportunidade da

correção. Por que digo isso?

Nas correções, percebemos que muitos alunos ignoram a leitura atenta

das aulas, querendo logo partir para o desenvolvimento dos temas, entregar a

redação e pronto. Isso é um pecado capital. É muito chato perceber que há

aluno que escreve a redação simplesmente para cumprir prazo estipulado pelo

professor. Isso não pode acontecer com vocês!

Bom, sabemos que os aspectos gramaticais têm um peso menor na

banca CESPE, a ESAF valorizava mais a gramaticalidade, chegando até à

metade da pontuação final da discursiva. Já o CESPE trabalha com os

descontos por falha, o que deixa pequeno o peso gramatical.

Mas não se iludam, por dois motivos:

a) naturalmente isso força a sua nota de conteúdo ser alta, pois a

gramaticalidade conta pouco e você está concorrendo com pessoas que estão

estudando bastante o conteúdo específico;

b) a gramaticalidade passa a fazer diferença com base no argumento

acima, pois, havendo paridade no conhecimento específico, na macroestrutura,

o que fará a diferença, como ocorreu no último concurso do MPU, será a

gramaticalidade.

Assim, a gramaticalidade não deve ser descuidada. Por isso, peço a

vocês: façam uma releitura do texto antes de enviar para a plataforma de

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redação. Com isso, certamente, vocês evitar vícios básicos que podem

comprometer sua nota.

Veja este fragmento da prova de um candidato:

É claro que o candidato foi penalizado por causa da pressa! O artigo

singular “o” não pode determinar um substantivo plural. O contrário ocorreu

com o artigo plural “as”, determinando o substantivo singular “necessidade”.

Uma releitura do texto faria com que o candidato ajustasse a expressão

corretamente para:

... o atendimento às necessidades...

Então, estou aqui para “puxar sua orelha”, cientificá-los do nosso

compromisso em comum. Queremos aprová-los e precisamos de toda atenção

possível. Cada aspecto notado em sua redação será comentado. Cada erro terá

a penalização e o comentário correspondente. É um trabalho muito sério e

peço a vocês que não deixem de atentar a isso, por ser aquilo que a banca

pode penalizar e tirar você do grupo aprovado. (“Xô reprovação!” Vocês estão

no grupo forte que vai passar! Tenha certeza!)

Outro detalhe muito importante: enquanto eu e a professora Júnia

estamos corrigindo as discursivas, não entramos no fórum, pois isso nos tira o

foco da correção. Vocês podem inserir suas dúvidas para que respondamos ao

longo do curso. Assim, pedimos sua compreensão se suas respostas não

ocorrerem de imediato ou no mesmo dia.

Bom, entrando no aspecto puramente técnico agora, esta aula é uma

sequência da anterior, pois trabalha os aspectos linguísticos que embasam sua

argumentação.

Para termos uma ideia da correção da banca CESPE, pensem no

seguinte: quanto “mais limpo” estiver seu texto (boa caligrafia, sem erros de

grafia, sem rasuras, sem vícios gramaticais), menos obstáculos a banca terá

para entender seu texto. Assim, se seu texto transmite uma fluidez na leitura,

a banca terá mais possibilidade de avaliar bem o conteúdo.

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Por isso, pedimos sempre que vocês pensem em quem está avaliando

seu texto após realizar sua discursiva. Façamos um teste nos temas que

iremos corrigir neste curso. Após realizar seu texto, releia-o com calma,

observando cada argumento e o tópico que ele alcançou, além dos aspectos

gramaticais utilizados na sua linha argumentativa.

Às vezes o candidato sabe muito mesmo, mas acaba por explicar demais,

inserindo muitos termos enumerados e intercalando-os. O que ocorre? Muitas

vezes, ele perde a referência do tronco principal da oração (sujeito-verbo-

complemento). Assim, muitas vezes percebemos o truncamento sintático:

oração com sujeito, mas sem predicado; com predicado, mas sem sujeito;

além daqueles grosseiros erros de concordância pelo distanciamento do verbo

em relação ao sujeito.

“Cá pra nós”, um examinador, ao observar erros primários numa

discursiva, naturalmente vai ter boa vontade com os aspectos

macroestruturais??? Dificilmente!!!!!

Então, façamos o dever de casa!!!!! Você tem o compromisso de deixar

seu texto “limpo”, sem truncamentos, sem erros gramaticais.

Depois, é partir “para o abraço”!!!!!!

CONTEÚDO DA AULA

Serão matérias deste trabalho:

a. Conhecer o código avaliativo da análise quanto ao uso da

linguagem.

O CÓDIGO DE CORREÇÃO

Os pontos que serão aferidos na discursiva deste curso estão previstos no Edital nº 01, MTE, de 28 de junho de 2013:

A prova discursiva P3 valerá 100,00 pontos e consistirá de:

a) três questões a serem respondidas em até 20 linhas cada, acerca de Direitos Humanos e (ou) Economia do Trabalho e (ou) Direito Constitucional e (ou) Direito Administrativo; (cada questão valerá 20 pontos)

b) uma dissertação a ser elaborada em até 30 linhas acerca de Direitos Humanos e (ou) Economia do Trabalho e (ou) Direito Constitucional e(ou) Direito Administrativo. (a dissertação valerá 40 pontos)

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A prova discursiva P4 valerá 100,00 pontos e consistirá de:

a) três questões contendo situações problema a serem resolvidas, em até 20 linhas cada, acerca de Gestão de Projetos e(ou) Direito do Trabalho e(ou) Segurança e Saúde no Trabalho; (cada questão valerá 20 pontos)

b) um parecer técnico, a ser elaborado em até 60 linhas, acerca de Segurança e Saúde no Trabalho. (o parecer técnico valerá 40 pontos)

Os textos definitivos das provas discursivas deverão ser manuscritos, em letra legível, com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente.

Na correção da prova discursiva serão aceitas como corretas, até 31 de dezembro de 2015, ambas as ortografias, em atendimento ao que está estabelecido no Decreto n.7.875/2012. Assim, podemos escrever de acordo com a antiga ou com a nova ortografia.

A linguagem será avaliada em quatro pontos:

Apresentação, ortografia, morfossintaxe e propriedade vocabular.

Vamos verificar cada ponto, para que não percamos o foco.

1. Apresentação

Este tópico cobra a forma.

1.1. Margem direita:

Nele são cobrados aqueles deslizes “bobos” e há muita ocorrência disso, pois o candidato está focado no tema, na macroestrutura, mas, de repente, por medo de uma divisão silábica, por exemplo, deixa um espaço muito grande no final da linha ou espreme a palavra no final da linha. Isso gera erro na apresentação. Veja o espaço na linha 22:

Agora, veja a expressão “juízo de mérito” espremida no final da linha 15:

O candidato espremeu a expressão “juízo de mérito” para evitar perder linha para iniciar o novo parágrafo. Isso é abonado na banca ESAF e FCC, mas vemos muitas penalizações na banca CESPE. Então, cuidado!

1.2. Legibilidade:

Ainda no aspecto apresentação, lembre-se de que sua letra deve ser legível. Veja a palavra que precede o substantivo “confronto” abaixo:

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Esse artigo deve ser “o”, mas não parece, concorda? Então, faça a volta da letra “o”, puxe a perninha da vogal “a”. Uma releitura atenta do texto nos faz perceber isso.

Se sua letra é de fôrma, diferencie as maiúsculas das minúsculas. O examinador não vai fazer cerimônia em cortar ponto quando tiver dificuldade em distinguir a maiúscula da minúscula.

Outra dúvida que sempre há é quanto à rasura. Bom, se você errou e percebeu a tempo o erro, apenas dê um risco sobre a palavra incorreta e escreva a forma correta a seguir.

1.3. Uso de numeral:

As dúvidas de alunos basicamente se referem a numeral que transmite a contagem de elementos: “10 países” ou “dez países”? Quando queremos transmitir a contagem de elementos e o numeral cardinal pode ser expresso por uma só palavra, devemos priorizar o uso por extenso: “sessenta dias”, “três países”, “trezentas pessoas”. Se couberem duas ou mais palavras, use os algarismos: “201 pessoas”, “21 países” etc.

Naturalmente, se você quiser contabilizar porcentagem, use apenas os algarismos: “1%”, “10%”, “31%” etc.

1.4. Artigos, parágrafos de leis:

Na designação de artigos e parágrafos de leis, os numerais ORDINAIS são empregados até nove e os numerais CARDINAIS de dez em diante. Ambos os numerais devem ser grafados com algarismos. Além disso, pode haver a abreviatura da palavra “artigo”: Art.

Exemplo: Art. 5º, Art. 10, artigo 5°, artigo 10.

Quanto aos parágrafos de leis, pode haver o símbolo § seguido do numeral em algarismos: § 2º.

Mas cuidado! Como ocorre nas leis, o parágrafo único não admite este símbolo, deve ser todo ele por extenso.

1.5. Palavras estrangeiras:

Palavras ou expressões estrangeiras devem ficar entre aspas: “dumping”, “antidumping”, “status”, “habeas data”, “habeas corpus”.

2. Ortografia

2.1. Reforma Ortográfica:

Quanto à grafia alterada pela Reforma Ortográfica, o aluno poderá redigir, por exemplo, ideia ou idéia. Até mesmo poderá misturar as duas formas num único texto. Essa permissão deve-se ao decretado período de tolerância em

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que podemos empregar as duas regras. Esse período vigora até o final de 2015.

2.2. Detalhes:

Insira o “pingo” no “i”! Veja a palavra abaixo:

A intenção do candidato foi escrever “discricionariedade”. Porém, o

candidato colocou o pingo em apenas um dos is. O que aconteceu? Foi penalizado porque o examinador pôde interpretar que foi escrito “descricionariedade”, grafia errada.

Veja este outro caso abaixo:

O candidato foi penalizado na grafia dessa palavra. Sabemos que ele tentou escreveu “intervenções”, mas note que isso não ficou claro para o examinador, pois faltou a letra “e”, em “ões”. Ela é sugerida pelo til bem apagado. Como falamos, a legibilidade é muito importante, e o examinador não fará nenhuma força para adivinhar letras subentendidas, mesmo que seja fácil a dedução.

Cuidado também com o acento principalmente nas palavras “indústria”, “consequência”, “órgão”, “competência”. Essas palavras são recordistas de penalizações.

2.3. Letras maiúsculas:

Não use letra maiúscula após dois pontos ou após ponto e vírgula, ressalvados os casos em que o nome for próprio.

Cargos e órgãos especificados são grafados com maiúsculas: Presidente Fulano de Tal, Ministro José Ferreira; Ministério das Minas e Energia, Controladoria Geral da União, Polícia Federal, Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário, Presidência da República, Conselho Nacional de Justiça, Supremo Tribunal Federal etc.

Observação: Muitas vezes há expressões técnicas que o material didático apresenta ora com letras iniciais minúsculas, ora com letras iniciais maiúsculas, como “poder público/Poder Público”, “administração pública/Administração Pública”, “relatório anual/Relatório Anual”, “norma regulamentadora/ Norma Regulamentadora” etc. Da mesma forma, a banca CESPE admite as duas grafias.

2.4. Uso de Siglas:

Siglas são grafadas com todas as letras maiúsculas e sem pontinhos entre elas: PMDB, EUA, ONU etc.

Acrônimos (siglas que viraram palavras) são grafados apenas com inicial maiúscula: Petrobras, Ibama, Cemig etc.

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Evite usar siglas sem, num primeiro uso, acompanhá-las do nome extensivo: Controladoria Geral da União (CGU).

Esse erro é recorrente e muito penalizado pela banca CESPE. Devemos evitá-lo. Não importa se o texto motivador já apresentou o nome por extenso e a sigla. O seu texto é outro!!!!! Assim, deve inserir o nome por extenso e a sigla.

Depois desse acompanhamento, use normalmente a sigla, ao longo do texto.

2.5. Letras maiúsculas em leis:

Quando as palavras “lei” ou “decreto” forem seguidas de seus números especificadores, devem ser iniciadas por letra maiúscula: “Decreto 1.751/95”. Logicamente, a Lei Maior do Brasil deve ser grafada com iniciais maiúsculas: “Constituição Federal”, “Constituição”.

2.6. Crase:

A banca CESPE penaliza a crase na ortografia, por entender que o uso da

crase é marcado pelo uso do acento grave (`). Então, vamos ao que é importante:

A estrutura-padrão da crase

preposição artigo

verbo a a substantivo feminino ou + aquele, aquela, aquilo

nome a a (=aquela) a qual (pronome relativo)

Quando um verbo ou um nome exigir a preposição “a” e o substantivo posterior admitir artigo “a”, haverá crase. Além disso, se houver a preposição “a” seguida dos pronomes “aquele”, “aquela”, “aquilo”, “a” (=aquela) e “a qual”; ocorrerá crase. Veja as frases abaixo e procure entendê-las com base no nosso esquema.

1. Obedeço à lei. 2. Obedeço ao código. 3. Tenho aversão à atividade manual. 4. Tenho aversão ao trabalho manual. 5. Refiro-me àquela casa. 6. Refiro-me àquele livro. 7. Refiro-me àquilo. 8. Esta é a casa à qual me referi. 9. Não me refiro àquela casa da esquerda, mas à da direita.

Na frase 1, o verbo “Obedeço” é transitivo indireto e exige preposição “a”, e o substantivo “lei” é feminino e admite artigo “a”, por isso há crase.

Na frase 2, o mesmo verbo exige a preposição, porém o substantivo posterior é masculino, por isso não há crase.

Na frase 3, a crase ocorre porque o substantivo “aversão” exigiu a preposição “a” e o substantivo “atividade” admitiu o artigo feminino “a”.

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Na frase 4, “aversão” exige preposição “a”, mas “trabalho” é substantivo masculino, por isso não há crase.

Nas frases 5, 6 e 7, “Refiro-me” exige preposição “a”, e os pronomes demonstrativos “aquela”, “aquele” e “aquilo” possuem vogal “a” inicial (não é artigo), por isso há crase.

Na frase 8, “me referi” exige preposição “a”, e o pronome relativo “a qual” é iniciado por artigo “a”, por isso há crase.

Na frase 9, “me refiro” exige preposição “a”, “aquela” possui vogal “a” inicial (não é artigo) e “a” tem valor de “aquela”, por isso há duas ocorrências de crase. Muitas vezes o substantivo feminino está sendo tomado de valor geral, estando no singular ou plural, e por isso não admite artigo “a”. Outras vezes esse substantivo recebe palavra que não admite artigo antecipando-a, por isso não haverá crase. Veja os exemplos a seguir em que o verbo transitivo indireto exige o objeto indireto:

Obedeço a leis.

Obedeço a lei e a regulamento.

Obedeço a uma lei. Obedeço a qualquer lei. Obedeço a toda lei. Obedeço a cada lei. Obedeço a tal lei. Obedeço a esta lei.

Por incrível que pareça, o erro mais comum é a crase antes de substantivo masculino ou antes de verbo...

3. Morfossintaxe

A morfossintaxe engloba os vícios gramaticais, como pontuação, concordância, regência, uso de pronomes etc.

3.1. Pronomes:

O vício que mais temos visto quanto a este aspecto é o uso dos pronomes anafóricos, isto é, a retomada de uma palavra escrita no texto.

Tal processo se dá de diversas formas e o comumente usado é o pronome demonstrativo “este, isto, esta”; “esse, essa, isso”; “aquele, aquilo, aquela”.

Os substantivos “leis”, “lei” estão em sentido geral, por isso não recebem artigo “as”, “a” e não há crase. Na segunda frase, o que ratificou o sentido geral foi o substantivo masculino “regulamento” não ser antecedido do artigo “o”.

O artigo “uma” é indefinido, os pronomes “qualquer, toda, cada” são indefinidos. Como eles indefinem, não admitem artigo definido “a”. Os pronomes “tal” e “esta” são demonstrativos. Por eles já especificarem o substantivo “lei”, não admitem o artigo “a”. Por isso não há crase.

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Não temos aqui a intenção de ministrar uma aula sobre esse tema, mas apontar os erros comuns e uma forma de correção.

Procure adotar o seguinte procedimento:

Em uma citação oral ou escrita, usa-se “este, esta, isto” para o que ainda vai ser dito ou escrito (recurso catafórico), e “esse, essa, isso” (recurso anafórico) para o que já foi dito ou escrito.

A verdade é esta: o Brasil será campeão.

O Brasil será campeão. A verdade é essa.

Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se “este, esta, isto” em relação ao que foi mencionado por último e “aquele, aquela, aquilo”, em relação ao que foi nomeado em primeiro lugar.

(A, B. Este, aquele)

Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele. Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.

Ao compreender isso, você não deve grafar expressões como “desta forma”, “por isto”. O correto é “dessa forma”, “por isso”, pois os pronomes demonstrativos forçosamente retomam orações ou períodos anteriores.

3.2. Colocação pronominal: Neste tópico, vemos pouca ocorrência de problemas, mas seguem

algumas dicas:

a. Quando antes do verbo houver outro pronome, advérbio ou conjunção subordinativa, antecipe o pronome oblíquo átono para que ele possa estar em posição de próclise. Exemplos:

• Estes se dividem em dois grupos. • Não se deixou abater pelas denúncias. • Certamente se comprometeria... • Embora se opusesse ao grupo,...

b. Não use pronome oblíquo átono após qualquer futuro ou no início de enunciados. Exemplos:

• Conquistaria-se o poder...(errado) • Assim, se manifestando....(errado)

Correto: conquistar-se-ia o poder... / Assim, manifestando-se...

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3.3. Os pronomes “onde” e “mesmo”:

O pronome “onde” só pode ser usado para retomar lugar. Então, na hora de escrever o texto, você pode ficar em dúvida quanto a esse valor. Portanto, sejamos práticos, em vez de empregar o pronome ONDE, prefira EM QUE, NO QUAL, ou NA QUAL, pois eles podem retomar lugar ou coisa. Isso evitará erro comum quanto à referência do pronome ONDE.

Um exemplo clássico é o seguinte:

Vivemos um momento crítico, onde as mobilizações por reforma política tomaram as ruas.

O pronome relativo “onde” só pode retomar um lugar. Como “momento” não é um lugar, devemos substituir “onde” por “em que” ou “no qual”. Veja:

Vivemos um momento crítico, em que as mobilizações por reforma política tomaram as ruas.

Vivemos um momento crítico, no qual as mobilizações por reforma política tomaram as ruas.

Não use “o mesmo”, “a mesma”. Apesar do uso comum, é erro usar este pronome apenas para substituir substantivos. Sua função é outra: acompanhar o substantivo. Portanto, são incorretas construções do tipo.

Uso incorreto:

“O gerente foi deselegante quanto à falta de atenção ao cliente, e nada foi feito com relação ao mesmo”. (Deve-se corrigir “o mesmo” por “ao fato”.)

Veja agora o caso dos usos corretos. Note que o pronome “mesmo” não substitui o substantivo, ele o acompanha:

As mesmas pessoas que fizeram parte de movimentos de lutas políticas no passado hoje amargam a insatisfação da população clamando por reforma política.

Os mesmos ideais políticos do passado não são aceitos nos dias de hoje.

3.4. Contração:

A contração de preposição e artigo ou preposição e pronome, que se encontram em um sujeito, deve ser evitada, pois sabemos que o sujeito não deve ser preposicionado. Veja:

“A lei das licitações foi um avanço inestimável para o cidadão e importante instrumento para uma maior transparência dos gastos públicos, apesar dessa legislação necessitar de uma atualização profunda.”

O verbo “necessitar” tem como sujeito o termo “essa legislação”. Assim, veja que não pode haver a contração, porque o sujeito não pode ser preposicionado. A preposição “de” foi uma exigência da locução prepositiva “apesar de”. Para enfatizar que tal preposição não faz parte do sujeito, devemos separar a preposição do pronome:

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“A lei das licitações foi um avanço inestimável para o cidadão e importante instrumento para uma maior transparência dos gastos públicos, apesar de essa legislação necessitar de uma atualização profunda.”

3.5. Regência:

Alguns casos de regência verbal praticamente se fazem presentes nas redações da maioria dos candidatos. De todos os casos, os verbos visar, assistir, acarretar, implicar e obedecer são os mais presentes e também são os que mais são empregados incorretamente. Assim, aparecem construções errôneas dos seguintes tipos:

a. A população assiste atos de violência cada vez mais comuns. b. O papel do legislador visa o estabelecimento da democracia. c. A retirada do amparo social implica na perda de votos. d. Pouco investimento acarreta no pouco desenvolvimento econômico. e. O servidor deve obedecer o regulamento.

Correção:

a. A população assiste aos atos de violência (VTI = ver, presenciar)

b. O papel do legislador visa ao estabelecimento... (VTI = almejar)

c. A retirada do amparo social implica a perda de votos. (VTD = resultar, acarretar).

d. Pouco investimento acarreta o pouco desenvolvimento econômico. (VTD= resultar).

e. O servidor deve obedecer ao regulamento.

Também faz parte deste tópico a crase: 3.6. Pontuação (PO):

Este é um dos temas que mais tiram pontos dos candidatos. Para trabalharmos a pontuação, vamos ser práticos. Note a estrutura abaixo: SVO. Ela representa o sujeito, o verbo e os complementos, os quais não podem ser separados por vírgula.

S V O (sem vírgula entre sujeito, verbo e complemento)

Teus amigos confiam em tua vitória. (sujeito - VTI - objeto indireto)

3.6.1. Esquema da pontuação com termos substantivos

Podemos inserir um verbo num termo substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo, aposto) e teremos uma oração subordinada substantiva. Com isso, vamos ver que também não haverá vírgula entre ela e a oração principal.

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Veja:

S V O (sem vírgula entre sujeito, verbo e complemento)

Teus amigos confiam em tua vitória. (sujeito - VTI - objeto indireto)

Teus amigos confiam em que tu vencerás. Oração principal + oração subordinada

substantiva objetiva indireta Teus amigos confiam em venceres. Oração principal + oração subordinada substantiva

objetiva indireta reduzida de infinitivo 3.6.2. Esquema da pontuação com termos adjetivos

Agora, vamos ver a estrutura adjetiva. Note abaixo que o objeto direto “gente mentirosa” possui o núcleo “gente” e o adjunto adnominal “mentirosa”. O termo adjetivo que não é separado por vírgula é o adjunto adnominal, o qual possui valor restritivo (“mentirosa”). Se ele recebe verbo, passa a ser uma oração subordinada adjetiva restritiva. Se o termo estiver separado por vírgula, é porque tem valor explicativo (aposto explicativo). Assim, ao inserir verbo, a oração também ficará separada por vírgula.

Veja:

S V O (sem vírgula entre sujeito, verbo e complemento)

Eu detesto gente mentirosa.

(sujeito - VTD – objeto direto) Eu detesto gente que mente. oração principal + oração subordinada

adjetiva restritiva

O país, grande exportador de matérias-primas, enfrenta uma crise econômica interminável. O país, que é grande exportador de matérias-primas, enfrenta uma crise econômica interminável.

Aposto explicativo

Oração subordinada adjetiva explicativa

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O país, grande exportador de matérias-primas, enfrenta uma crise econômica interminável.

O país, grande exportador de matérias-primas, enfrenta uma crise econômica que não termina.

3.6.3. Esquema da pontuação com termos adverbiais

3.6.3.1. Pontuação com adjunto adverbial “solto”

É marcante nos adjuntos adverbiais a sua mobilidade posicional, pois este termo pode movimentar-se para o início, para o meio ou para o fim da oração. Essa mobilidade é percebida nos termos soltos, os quais não são exigidos pelo verbo, mas apenas ampliam o contexto com a circunstância. Isso é notado principalmente nos advérbios de lugar, tempo e modo; nos advérbios que modificam toda a oração (e não somente um termo); e nas locuções adverbiais:

O custo de vida é bem alto em Brasília.

Em Brasília, o custo de vida é bem alto.

O custo de vida, em Brasília, é bem alto.

O custo de vida é bem alto, em Brasília.

Prefeitos de várias cidades foram a Brasília.

A Brasília prefeitos de várias cidades foram.

Prefeitos de várias cidades a Brasília foram.

Naturalmente, você já percebeu o problema.

Sim, eu sei.

Quando a locução adverbial solta for de grande extensão e estiver antecipada da oração ou no meio dela, a vírgula será obrigatória. Se estiver no final, a vírgula será facultativa.

Antes da última rodada, o time já se dizia campeão.

O time, antes da última rodada, já se dizia campeão.

O time já se dizia, antes da última rodada, campeão.

O time já se dizia campeão, antes da última rodada.

O time já se dizia campeão antes da última rodada.

Esta locução adverbial de lugar não é exigida pelo verbo, por isso se considera um termo solto, o qual pode receber vírgula. Compare com a seguinte.

Esta locução adverbial de lugar é exigida pelo verbo, por isso não se considera termo solto, ela pode se mover na oração, mas não recebe vírgula.

Os advérbios referem-se a toda a oração. Assim, podem receber vírgula.

Oração subordinada adjetiva restritiva

Adjunto adnominal

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Neste trecho, o candidato foi penalizado, porque o adjunto adverbial está antecipado e deve ser separado por vírgula. Assim, o correto é:

“Para a mensuração dos objetivos de qualidade na administração pública, são utilizadas diversas ferramentas...”

Outro detalhe, tenha cuidado com a antecipação ou intercalação de estrutura adverbial, porque o CESPE tem penalizado a falta de vírgula até em adjuntos adverbiais de apenas três palavras, o que normalmente na prova objetiva a banca considera como pequena extensão.

Então, se você percebeu a antecipação ou intercalação de termo adverbial, insira a vírgula!!!!!!

O examinador penalizou a falta da dupla vírgula intercalando o adjunto adverbial “no âmbito da PPA”.

3.6.3.2. Período composto por subordinação adverbial

Vimos que o adjunto adverbial solto pode receber vírgula quando se encontra após a estrutura principal (sujeito→verbo→objeto: S V O). Quando antecipado ou intercalado, recebe vírgula(s) obrigatoriamente.

Veja a oração absoluta abaixo:

O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo. VTI objeto indireto adjunto adverbial de causa

sujeito predicado verbal período simples

A oração acima possui a estrutura básica S V O: “O candidato passou no concurso”. A estrutura “devido ao seu esforço no estudo” é o adjunto adverbial de causa. Esse adjunto adverbial é chamado por nós de solto, porque não houve exigência do verbo. Por isso, podemos inserir a vírgula facultativamente. Esta estrutura não foi obrigatória, ela foi inserida para que haja mais clareza e situe melhor o leitor sobre a circunstância que levou o candidato à aprovação. Mas veja que esta expressão é dependente da estrutura básica da oração. Se disséssemos somente:

“Devido ao seu esforço no estudo”

vírgula facultativa

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Logicamente, ninguém entenderia, concorda?

Por isso, dizemos que esta estrutura é dependente da estrutura S V O, isto é: ela é subordinada à principal:

O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo.

Quando esse adjunto adverbial recebe um verbo, observamos que

passaremos a ter duas orações: a principal e a subordinada adverbial causal.

O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo.

sujeito VTI objeto indireto VTI + objeto indireto

predicado verbal predicado verbal oração principal oração subordinada adverbial causal

período composto

Antecipando a estrutura adverbial...

Devido ao seu esforço no estudo, o candidato passou no concurso adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal período simples

Porque se esforçou no estudo, o candidato passou no concurso VTI + objeto indireto VTI objeto indireto

predicado verbal sujeito predicado verbal oração subordinada adverbial causal oração principal

período composto

Agora, intercalando...

O candidato, devido ao seu esforço no estudo, passou no concurso. adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal período simples

O candidato, porque se esforçou no estudo, passou no concurso VTI + objeto indireto VTI objeto indireto

sujeito predicado verbal predicado verbal oração subordinada adverbial causal

oração principal período composto

vírgula facultativa

Estrutura básica (principal) Estrutura adverbial (subordinada)

vírgula obrigatória

vírgula obrigatória

vírgulas obrigatórias

vírgulas obrigatórias

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As orações subordinadas podem ser divididas também em dois tipos:

desenvolvidas (aquelas que possuem conjunção e verbos conjugados em modos e tempos verbais);

O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo.

reduzidas (aquelas que perdem a conjunção e por isso os verbos passam a uma das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio).

O candidato passou no concurso, por se esforçar no estudo.

Essas orações basicamente se dividem em 9. 1. Causais: com as conjunções: porque, pois, que, como (quando a

oração adverbial estiver antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida em que, que, etc:

2. Consecutivas: I - conjunção que precedida de tal, tão, tanto, tamanho. II – locuções conjuntivas de maneira que, de jeito que, de ordem que, de sorte que, de modo que, etc:

3. Condicionais: Além das conjunções condicionais se e caso, há também as locuções conjuntivas contanto que, desde que, salvo se, sem que (=se não), a não ser que, a menos que, dado que.

4. Concessivas: As conjunções são: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (=embora não).

5. Comparativas: representam o segundo termo de uma comparação e se expressam de três formas, com as conjunções como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o mesmo que (=como):

6. Conformativas: Suas conjunções são: como, conforme, segundo, consoante.

7. Proporcionais: Suas locuções conjuntivas são: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais ... tanto mais, quanto mais ... tanto menos, quanto menos ... tanto menos, quanto menos ... tanto mais, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, tanto ... quanto (como).

8. Finais: indicam finalidade, objetivo, com as locuções conjuntivas: para que, a fim de que, que (= para que),: 9. Temporais: Suas conjunções: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.

oração principal oração subordinada adverbial causal (reduzida de infinitivo)

oração principal oração subordinada adverbial causal (desenvolvida)

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3.6.4. Esquema do período composto por coordenação e sua pontuação

______________________ e ____________________. (aditiva)

______________________, mas _________________. (adversativa)

______________________ ou ___________________. (alternativa)

______________________, portanto ______________. (conclusiva)

______________________, pois _________________. (explicativa) oração inicial oração coordenada sindética

Este esquema nos ajuda sempre que falarmos de orações coordenadas. Os elementos coordenados estão basicamente unidos pelas conjunções “e”, “mas”, “ou”, “portanto”, “pois”. Note as vírgulas nas estruturas coordenadas. Ocorre vírgula antecipando as conjunções coordenativas adversativas, conclusivas e explicativas. As principais conjunções são: 1) Aditivas: e, nem, tampouco, não só...mas também, não só...como também, senão também, tanto...como, tanto...quanto, bem como. 2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto. 3) Alternativas: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer. 4) Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), por isso, então, assim, em vista disso. 5) Explicativas: porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que.

As conjunções de valor adversativo (exceto “mas”) ou conclusivo têm a capacidade de mobilidade, podendo se posicionar no meio ou no final da oração, com vírgula(s) obrigatória(s). Veja as diversas possibilidades:

a) adversativas: Há muito serviço, porém ninguém trabalhava. Há muito serviço, ninguém, porém, trabalhava. Há muito serviço, ninguém trabalhava, porém. Há muito serviço; ninguém, porém, trabalhava. Há muito serviço; ninguém trabalhava, porém. Há muito serviço; porém ninguém trabalhava. Há muito serviço; porém, ninguém trabalhava.

b) conclusivas: Há muito serviço, portanto trabalharemos até tarde. Há muito serviço, trabalharemos, portanto, até tarde. Há muito serviço, trabalharemos até tarde, portanto. Há muito serviço; trabalharemos, portanto, até tarde. Há muito serviço; trabalharemos até tarde, portanto. Há muito serviço; portanto trabalharemos até tarde. Há muito serviço; portanto, trabalharemos até tarde.

Período composto por coordenação

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3.6.5. Vírgula diante de termos exemplificativos e explicativos:

Insira vírgula para separar termos exemplificativos ou explicativos, como “por exemplo”, “isto é”, “ou seja”, “como exemplo”.

Quando a expressão “por exemplo” for precedida do vocábulo “como”, deve haver uma vírgula antes.

Todas as autoridades necessárias ao evento estão aqui, como, por exemplo, o Governador, os Delegados de Polícia do estado, O Superintendente da Polícia Federal etc.

3.6.6. Quando usaremos ponto e vírgula?

Podemos usar ponto e vírgula para enumerarmos elementos ou orações ou podemos fazer desse sinal um organizador do discurso. Suponhamos que numa enumeração tenhamos que explicar algum dos elementos enumerados. Nesse caso, devemos diferenciar as pontuações para que se estabeleça a clareza discursiva para o leitor. Assim, empregaremos o ponto e vírgula para enumerar e a vírgula para explicar. Teremos, então, uma composição com sinais gráficos diferentes para funções diferentes.

Exemplo:

A extinção do crédito ocorre pelo pagamento do montante apurado pela autoridade fiscal; pela prescrição, quando o que se finda é prazo de cobrança fiscal; pela compensação, quando o contribuinte possuir créditos suficientes para com o fisco e o solicitar; pela transação, que é um acordo entre o contribuinte e o órgão fiscal.

Vejam que, quando se vai ampliar a informação de algum dos elementos enumerados, a vírgula entra em ação, deixando o ponto e vírgula exercer outro ofício, o de enumerar, no caso.

Cabe aqui mais uma observação: Não há vírgula antes do “e” quando há apenas dois elementos enumerados que não possuam divisão interna, isto é, não apresentam vírgula ou conjunção coordenativa internamente:

Errado:

“Muitos fatores contribuem para o sucesso da industrialização: os investimentos governamentais em pesquisa, e o investimento em educação.”

Certo:

“Muitos fatores contribuem para o sucesso da industrialização: os investimentos governamentais em pesquisa e o investimento em educação.” Agora, com divisão interna em um dos termos pode ocorrer a vírgula antes do “e”:

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Certo: “Muitos fatores contribuem para o sucesso da industrialização: os investimentos governamentais em pesquisa e desenvolvimento, e o investimento em educação.”

Observação importante: Se for empregar dois-pontos para enumerar, use antes um vocábulo de valor catafórico – o seguinte, este, esta.

Ex.: As funções do TCU são as seguintes: auxiliar o Senado,...

3.7. A estrutura sintática do período composto:

Recomendamos também muita atenção na leitura desse conjunto de aspectos. Um erro aqui pode comprometer a macroestrutura da redação também. Assim, temos elementos que implicam a perda de pontos por má organização frasal.

Veja um grave problema:

“Sempre que o Judiciário perceber que a Administração Pública está utilizando a reserva do possível de forma claramente irrazoável, omitindo-se da realização de expectativas depositadas nela pela coletividade, pode intervir exigindo a reparação dessa inércia. Principalmente quando essa ineficácia atinge o núcleo consubstanciador dos direitos fundamentais, ofendendo as condições mínimas necessárias a uma existência digna para os indivíduos.”

Note que o vocábulo “Principalmente” e as orações “quando essa ineficácia atinge o núcleo consubstanciador dos direitos fundamentais” e “ofendendo as condições mínimas necessárias a uma existência digna para os indivíduos” são termos subordinados adverbiais e necessitam sintática e semanticamente da oração anterior. Por isso, não podem estar em período isolado. Assim, poderíamos unir em apenas um período:

“Sempre que o Judiciário perceber que a Administração Pública está utilizando a reserva do possível de forma claramente irrazoável, omitindo-se da realização de expectativas depositadas nela pela coletividade, pode intervir exigindo a reparação dessa inércia, principalmente quando essa ineficácia atinge o núcleo consubstanciador dos direitos fundamentais, ofendendo as condições mínimas necessárias a uma existência digna para os indivíduos.”

Mas isso implicaria outro problema: a frase ficou muito longa!

Assim, o correto é iniciar novo período inserindo uma oração principal para as orações sublinhadas. Veja:

“Sempre que o Judiciário perceber que a Administração Pública está utilizando a reserva do possível de forma claramente irrazoável, omitindo-se da realização de expectativas depositadas nela pela coletividade, pode intervir exigindo a reparação dessa inércia. Isso ocorre principalmente quando essa ineficácia atinge o núcleo consubstanciador dos direitos fundamentais, ofendendo as condições mínimas necessárias a uma existência digna para os indivíduos.”

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3.8. Concordância Verbal:

Vejamos alguns casos recorrentes nas discursivas:

Caso 01 – sujeito distante do verbo

Trata-se do caso mais comum que resulta em erros de concordância. Ele ocorre quando o candidato estende demais a frase – o que é um erro também – e, com isso, perde a noção do sujeito que ficou linhas atrás. Exemplos:

a) A competência das polícias civil e militar, em função das diferenças de atuação e de legislação, são caracterizadas, respectivamente, por...

b) Assim, o conjunto de normas, que regulamentam a vida social, devem simbolizar o progresso tecnológico, sem ferir os costumes inerentes à sociedade.

c) Num concurso, por exemplo, a elaboração do edital e das provas devem ser claros, em observância à publicidade dos atos.

Correção:

a) A competência das polícias civil e militar,..., é caracterizada...

b) ...o conjunto de normas,..., deve simbolizar...

c) ...a elaboração do edital e das provas deve ser clara...

Tais falhas ocorrem, porque o candidato se esquece do núcleo do sujeito (“competência”, “conjunto” e “elaboração”), termo com que o verbo realmente deveria concordar, e estabelece a concordância com termos acompanhantes dele (os adjuntos adnominais).

A possibilidade de plural nesses casos só se manifesta nestas duas formas:

� em caso de sujeito composto, deverá haver, pelo menos, o artigo antes do segundo adjunto adnominal.

Exemplo: a competência da polícia civil e a da militar,..., são caracterizadas... (fica implícito realmente, por causa do artigo, que temos duas competências diferentes, portanto dois núcleos do sujeito).

� Em caso de sujeito simples – formado por núcleo partitivo (ideia de parcela de um conjunto).

Exemplo: a maioria (a minoria, metade etc.) das normas,..., deve simbolizar ou devem simbolizar...

Quando o núcleo traz ideia de parcela de um conjunto, é possível concordar com o núcleo mais próximo.

• Na dúvida, opte pelo singular. Há menos chances de errar um verbo, com esse tipo de flexão!

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Caso 2 – verbos impessoais

Perceba que verbo impessoal é aquele que, por motivos de significado, não aceita sujeito ou o indefine, indetermina. Sendo assim, os verbos impessoais, em geral, não se flexionam no plural, já que normalmente não dispõem de sujeito para ordená-los a isso. Assim, o verbo HAVER, quando indica tempo decorrido ou possui sentido de “existir”, deve ser empregado no singular. Isso acontecerá também se ele for o verbo principal de uma locução (o último verbo); inclusive, ele manterá toda a locução no singular.

Exemplos:

a) Haviam fatores que impediam a fiscalização eficiente das fronteiras...

b) Têm havido propostas nesse sentido...

Correção:

a) Havia fatores...

b) Tem havido propostas...

Os termos que seguem estes verbos não são sujeitos deles; são meros complementos verbais (objetos) com os quais estes verbos naturalmente não concordam.

• Se forem usar o verbo HAVER para indicar tempo decorrido, dispensem o uso do advérbio “atrás”. Isso evita redundâncias, tais como “ Há alguns meses atrás, a polícia invadiu...”

• Resumindo...ficam no singular as formas: havia, houve, pode haver, deve haver, deve fazer, pode fazer, faz (todas indicando tempo decorrido).

Caso 3 – verbos seguidos de partícula SE

Caso importantíssimo!

É ideal trabalhar a redação em terceira pessoa, como forma de tornar o discurso impessoal. De posse disso, os candidatos certamente empregarão formatos verbais do tipo VERBO + SE.

O problema é que, por descuido ou desconhecimento da regra, surgem falhas de concordância. Assim, vamos a dois casos importantes:

VTD ou VTDI + SE (pronome apassivador) + sujeito (neste caso, o verbo concorda com o sujeito)

Sendo um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto, o pronome “se” é chamado de apassivador e ajudará a formar a voz passiva sintética, do tipo:

Constroem-se casas. Enviaram-se ofícios ao profissional responsável.

Dessa forma, os termos sublinhados não são antecipados de preposição, pois são os sujeitos. Como estão flexionados no plural, forçam os verbos ao plural.

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Para termos certeza disso, basta transformarmos em voz passiva analítica:

Casas são construídas. Ofícios foram enviados ao profissional responsável.

Dessa forma analítica, é mais prático enxergarmos o sujeito e a concordância fica mais fácil.

VI, VL ou VTI + se (índice de indeterminação do sujeito) (neste caso, o verbo fica no singular)

Os verbos intransitivo, de ligação ou transitivo indireto, quando recebem o índice de indeterminação do sujeito “se”, são forçados à flexão no singular. É-se feliz naquelas regiões. Vive-se bem naquelas regiões. Trata-se de assuntos sigilosos. Nesses casos, não há de se falar em voz passiva, estão todos os verbos na voz ativa e o sujeito está indeterminado. Assim, obrigatoriamente o verbo se flexiona no singular.

Agora, é sua vez. Nas frases abaixo, qual dos verbos deve se flexionar no plural?

a. Acrescenta-se a esse fator os ilícitos...

b. Necessita-se de melhorias na saúde e na educação.

O verbo “Acrescenta” é transitivo direto e indireto, o termo preposicionado “a esse fator” é o objeto indireto, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente “os ilícitos” força o verbo a se flexionar no plural (Acrescentam-se). Note que o sujeito é o único termo sem preposição.

Para termos certeza, basta transpor esta voz passiva sintética em voz passiva analítica. Veja:

Acrescentam-se a esse fator os ilícitos... São acrescentados a esse fator os ilícitos...

Já o verbo da letra b (“Necessita-se”) permanecerá no singular, porque é transitivo indireto, o pronome “se” é o índice de indeterminação do sujeito e o termo preposicionado “de melhorias” é o objeto indireto.

Um caso que sempre encontramos nas redações é o do verbo “tratar”, com índice de indeterminação do sujeito “se” e sujeito determinado. Ora, isso é incoerente. Se há um pronome que indetermina o sujeito, esse sujeito não pode aparecer na frase, concorda?!!!

Veja o exemplo:

“O caso trata-se de ilícito penal...” (errado)

Se há índice de indeterminação do sujeito “se”, não cabe o sujeito determinado “O caso”. Então, você escolhe um ou outro. Veja:

“O caso trata de ilícito penal...” (certo) “Trata-se de ilícito penal...” (certo)

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3.9. Concordância nominal:

Raramente num texto, os candidatos precisam estabelecer concordância nominal. Pelo menos, na maioria das vezes, os casos não apresentam dificuldades.

No entanto, destacamos os seguintes, visto que são mais empregados:

Caso 1 – é bom, é necessário, é proibido, etc.

Tais expressões estabelecerão concordância, se o substantivo vier precedido de artigo. Do contrário, permanecerão invariáveis.

Exemplos:

a. É necessário leis que punam tais infratores.

b. São necessárias as leis que punham tais infratores.

Vejam que no primeiro caso, a ausência de artigo antes de “leis” deixou a expressão invariável. Já no segundo, a concordância foi obrigatória em função do artigo ante de “leis”.

Caso 2 – alerta

Alerta é advérbio; por isso, deverá ser empregado sempre no singular.

Exemplo: os pais devem estar alerta para o comportamento dos filhos.

Caso 3 – milhar

Milhar e milhão são expressões masculinas. Assim dizemos “alguns milhares de mulheres protestaram”.

4. Propriedade vocabular:

A propriedade vocabular leva em conta a adequação de um vocábulo em relação ao seu contexto. Neste caso, devemos tomar muito cuidado com o uso de expressões como “ao encontro de” e “de encontro a”; “iminente” e “eminente”; “descrição” e “discrição” etc.

Veja alguns exemplos:

Seu discurso foi muito bom, pois foi ao encontro das expectativas da empresa. (ao encontro de = de acordo com, em consonância com)

A política econômica brasileira necessita receber ajustes, pois está indo de encontro aos anseios da classe trabalhadora. (de encontro a = em choque, contra)

O eminente diplomata disse que o risco de uma guerra no Oriente é iminente.

(eminente = sublime, renomado; iminente = que ameaça acontecer em breve)

Ele fez uma descrição detalhada dos resultados na empresa, mas houve muita discrição na sua divulgação.

(descrição = enumeração; discrição = prudência, discernimento)

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Bom, com isso vimos os aspectos principais da microestrutura. Nosso trabalho agora é aplicar tudo nas redações. Havendo necessidade de mais alguma recomendação, nós a faremos por meio de aula-extra, ok!!!

Um grande abraço a todos!!!!

Décio Terror e Júnia Andrade