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N o m e 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 O conteúdo deste curso é de uso exclusivo de Nome99999999999, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal. CURSO DE SOCIOLOGIA DO TRABALHO TEORIA E EXERCÍCIOS PROF. LUIZ CAMPOS Prof. Luiz Campos www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá a todos! Sejam bem vindos à aula de apresentação do curso de Sociologia do trabalho. Esta aula inicial vai ser estruturada da seguinte forma: primeiro vou falar um pouco do concurso para Auditor Fiscal do Trabalho – AFT e da importância da disciplina Sociologia do Trabalho nesse concurso. Como espero que vocês já estejam por dentro do assunto, inclusive pelo fato de demonstrarem interesse nesta aula, não vou me delongar muito no tópico. Em seguida, falarei sobre mim, minha capacitação profissional e acadêmica. Claro, o importante do assunto não é exatamente o professor, mas uma concepção de ensino e uma estratégia das aulas, que serão discutidas em detalhes. Na terceira parte da aula, abordo o cronograma da disciplina, explicando o conteúdo das seis aulas futuras e expondo, em nível geral, os principais conceitos e, principalmente, as interligações entre os tópicos das diferentes aulas. Ou seja, procurarei mostrar a coesão da ementa da disciplina, destacando como ela reflete certa evolução nas questões enfatizadas pela Sociologia do Trabalho. Essa evolução, por sua vez, está bastante ligada ao momento histórico e às mudanças tecnológicas, organizacionais e sociais. Na quarta e última parte da aula apresenta-se uma Lista de Exercícios e os Exercícios Resolvidos. As questões de sociologia do trabalho em concursos não são frequentes, concentrando-se no concurso de AFT. Assim, trabalharemos bastante com questões das provas passadas. No entanto, serão também utilizadas muitas questões de outras provas e concursos que envolvam Sociologia, principalmente quando os temas se aproximem mais dos nossos ou quando sirvam para esboçar uma noção geral de Sociologia e de seus conceitos básicos. Note que os exercícios são apresentados antes de sua resolução. É muito importante que se tente fazer os exercícios antes de consultar sua resolução. A resolução dos exercícios procura examinar todas as alternativas, indicando por que são corretas ou incorretas, ou mais apropriadas ou indevidas. Nesta aula inicial, procurarei focar em questões mais gerais, que transmitam uma visão panorâmica da Sociologia e da Sociologia do Trabalho. Vamos começar então!

AFT 13 Sociologia Trab Luiz Aula 00

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Olá a todos! Sejam bem vindos à aula de apresentação do curso de Sociologia do trabalho.

Esta aula inicial vai ser estruturada da seguinte forma: primeiro vou falar um pouco do concurso para Auditor Fiscal do Trabalho – AFT e da importância da disciplina Sociologia do Trabalho nesse concurso. Como espero que vocês já estejam por dentro do assunto, inclusive pelo fato de demonstrarem interesse nesta aula, não vou me delongar muito no tópico.

Em seguida, falarei sobre mim, minha capacitação profissional e acadêmica. Claro, o importante do assunto não é exatamente o professor, mas uma concepção de ensino e uma estratégia das aulas, que serão discutidas em detalhes.

Na terceira parte da aula, abordo o cronograma da disciplina, explicando o conteúdo das seis aulas futuras e expondo, em nível geral, os principais conceitos e, principalmente, as interligações entre os tópicos das diferentes aulas. Ou seja, procurarei mostrar a coesão da ementa da disciplina, destacando como ela reflete certa evolução nas questões enfatizadas pela Sociologia do Trabalho. Essa evolução, por sua vez, está bastante ligada ao momento histórico e às mudanças tecnológicas, organizacionais e sociais.

Na quarta e última parte da aula apresenta-se uma Lista de Exercícios e os Exercícios Resolvidos. As questões de sociologia do trabalho em concursos não são frequentes, concentrando-se no concurso de AFT. Assim, trabalharemos bastante com questões das provas passadas. No entanto, serão também utilizadas muitas questões de outras provas e concursos que envolvam Sociologia, principalmente quando os temas se aproximem mais dos nossos ou quando sirvam para esboçar uma noção geral de Sociologia e de seus conceitos básicos.

Note que os exercícios são apresentados antes de sua resolução. É muito importante que se tente fazer os exercícios antes de consultar sua resolução. A resolução dos exercícios procura examinar todas as alternativas, indicando por que são corretas ou incorretas, ou mais apropriadas ou indevidas. Nesta aula inicial, procurarei focar em questões mais gerais, que transmitam uma visão panorâmica da Sociologia e da Sociologia do Trabalho.

Vamos começar então!

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Sobre o concurso

Os concursos mais recentes para Auditor Fiscal do Trabalho – AFT ocorreram nos anos de 1998, 2003, 2006 e 2010.

Usualmente as questões da disciplina Sociologia do Trabalho aparecem misturadas com questões de outras disciplinas em uma mesma prova.

Em 1998, isso não ocorreu. Houve uma prova com 10 questões de Sociologia do Trabalho. Para aprovação, foi exigido um mínimo de 30% de aproveitamento na disciplina.

Em 2003, houve 60 questões distribuídas em Direito do Trabalho (40 questões), Economia do Trabalho (10 questões) e Sociologia do Trabalho (10 questões). Para aprovação, foi exigido um mínimo de 50% de acertos na prova.

Em 2006, as 60 questões foram distribuídas entre Segurança e Saúde do Trabalho (50 questões), Economia do Trabalho (5 questões) e Sociologia do Trabalho (5 questões). Para aprovação, foi exigido um mínimo de 50% de acertos na prova.

Por fim, em 2010, a prova compreendeu Economia do Trabalho (5 questões) e Sociologia do Trabalho (5 questões), totalizando 10 questões. Para aprovação, foi exigido um mínimo de 40% de acertos na prova.

Embora as questões de Sociologia do Trabalho não sejam muitas, elas influenciam mais do que seu número no resultado do concurso porque são multiplicadas por um peso. Em 2003 e 2010, esse peso foi 2. Em 2006, o peso foi 3.

Outro ponto a se considerar é que normalmente os candidatos investem muito em matérias com mais influência e consideradas mais “nobres”, como legislação. Nesse caso, a disciplina Sociologia do Trabalho pode constituir um diferencial em um concurso altamente competitivo.

A ESAF - Escola de Administração Fazendária tem formulado e aplicado a prova para o concurso de Auditor Fiscal do Trabalho – AFT e certamente deve continuar a fazê-lo em 2013. As questões da ESAF costumam ser longas e exigir atenção e esforço do candidato. Muitas vezes, a questão inicia com uma citação extraída de algum livro ou autor famoso, e pede que se avalie o trecho nas alternativas.

Finalmente, comento um último ponto. A disputa por cargos públicos, como vocês sabem, é acirrada. Estudar com antecedência é vital,

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porque facilita a memorização, familiariza o candidato com a disciplina, habitua-o a resolver o tipo de questões que serão demandadas e cria certa “intuição”, bastante útil para responder questões das quais se tem um conhecimento factual mais limitado. Mas falarei mais disso na próxima seção, depois de discorrer sobre as expectativas referentes ao concurso que deve ocorrer em 2013.

Sobre o próximo concurso

A imprensa e os sites de concursos tem reiteradamente previsto o próximo concurso para Auditor Fiscal do Trabalho – AFT em 2013. Há dois pedidos de autorização para concursos no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a serem analisados pelo Ministério do Planejamento, que controla o orçamento: 629 vagas para AFT e 1.858 vagas para carreiras de apoio.

O Ministério do Trabalho e Emprego manifestou-se na imprensa afirmando que o próximo concurso para auditor deve ocorrer em 2013. Para o cargo, o MTE exige diploma superior de qualquer curso (o que é uma vantagem significativa do concurso).

A faixa salarial gira em torno de R$13 mil, passíveis de acréscimos por produtividade e tempo de serviço ao longo da carreira.

Para quem quer conhecer melhor a profissão, saiba que o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho – Sinait – desenvolveu um panfleto sobre o cargo, que pode ser consultado em < http://www.sinait.org.br/hotsite/folder.pdf>.

Basicamente, as funções que o AFT deve desempenhar estão discriminadas no artigo 11º da Lei 10.593.

Sobre o professor

Quando eu terminei a graduação, o Brasil vivia uma época muito diferente da atual. Fui procurar um concurso público porque a iniciativa privada não oferecia vagas suficientes nem perspectivas promissoras.

Tornei-me, assim, “concurseiro”. Essa época definiu minha vida, porque me possibilitou um bom emprego.

Hoje, a situação no país está diferente. A iniciativa privada está aquecida e há muitas vagas oferecidas. No entanto, as vagas realmente boas, aquelas com bons rendimentos e possibilidade de crescimento profissional, continuam raras.

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O fato é que concursos públicos costumam ofertar muitas dessas boas vagas. Cargos públicos oferecem estabilidade no emprego (pelo menos, ainda por algum tempo). O salário alto costuma ser outro atrativo. Normalmente, há um plano de carreiras que permite ascensão por tempo e merecimento.

Em contrapartida (tudo na vida tem dois lados), os concursos estão cada vez mais competitivos. Sabemos que a competição ocorre entre um número restrito de candidatos bem preparados. Isso não diminui a realidade da competição acirrada, mas sim acentua a necessidade de um bom preparo, de modo a fazer parte do núcleo de candidatos bem formados e ter uma chance de passar no concurso.

Meu objetivo é ajudar você a entrar, em relativamente pouco tempo, no círculo dos candidatos com probabilidade de sucesso.

Antes de pegar no pesado e começar a aula, vou falar um pouco mais de mim, por duas razões. Uma é mostrar minha qualificação. A outra é demonstrar como minha experiência determina minha abordagem, minha “filosofia” de aulas.

Sempre trabalhei em projetos que criavam sistemas que lidavam com tipos específicos de informação e públicos diversos. Com isso, senti a dificuldade de lidar e comunicar com públicos diferentes e de fazer uma informação mais técnica ser entendida por esse público sem muito esforço ou “choques”, considerando a inserção social ou profissional do público-alvo.

Isso me incentivou a realizar uma especialização em Gestão Estratégica da Informação na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Continuei estudando e obtive o mestrado em Ciência da Informação na mesma universidade, cada vez mais deslocando o meu tema de estudo em direção à Sociologia. Atualmente, continuo lá, agora cursando o Doutorado, onde estudo redes sociais na Web. Pesquiso assuntos como redes sociais, audiência na Web, processos sócio-interacionais em redes, entre outros.

Parte do meu trabalho é divulgar os sistemas que ajudei a criar. Assim, ministro frequentemente palestras e cursos a diversas audiências com formação mais ou menos técnica, há um tempo bem longo. Além disso, já dei aulas em muitas faculdades aqui em Minas Gerais, né?

Bom, voltando um pouco para minha época de concurseiro. Aprendi muita coisa e fui bem sucedido, creio. Por exemplo, passei em 3° lugar

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no concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal e 1° lugar no concurso para o Banco do Brasil aqui em Minas.

Já deu para ver que eu atirava para todo lado, fiz concursos para cargos bem diferentes. Um pouco contraproducente, talvez, mas tem suas vantagens. Aprendi a lidar com matérias de diferentes áreas, ciências exatas ou sociais, e perceber as semelhanças e diferenças. Aprendi a estudar rápido e sobre pressão. Aprendi que a maioria dos concursos pressupõe uma mesma forma rigorosa, estruturada de pensar, baseada em algumas regras e pontos centrais, não obstante as disciplinas de naturezas diversas.

Agora pretendo aproveitar um pouco dessa e outras experiências. Ao contrário das ciências exatas, as ciências sociais, que incluem a Sociologia, apresentam pontos de vista que são constantemente colocados em debates. Na verdade, isso acontece com todas as ciências, mas em “nível” diferente.

Por exemplo, a física de Newton continua válida, em determinadas condições, mesmo depois da teoria da relatividade de Einstein. Há pouca discussão a respeito. Essa física é ensinada nas universidades. Mas vá estudar processos sociais em uma empresa e você vai presenciar antigas e novas teorias da área colocadas em constante diálogo, disputa e revisão.

No entanto, há certo “espírito da época”. Hoje, por exemplo, nas Ciências Sociais quase ninguém valoriza, explicitamente pelo menos, o positivismo. E isso é perceptível, visível mesmo, nas questões de concursos, está entranhado lá.

Desse modo, pretendo adotar a estratégia de orientar as aulas com base em alguns pressupostos:

1. As aulas devem servir para quem é “iniciado” em Sociologia e para quem não é. Assim, elas começaram “do começo”, mas, espero, chegarão a um nível que vai contribuir para quem já tem conhecimentos mais avançados em Sociologia do Trabalho.

2. Os pontos-chave devem ser valorizados. Esses pontos são “ideias gerais” que norteiam a apresentação da matéria. Eles podem ser contestados ou mesmo revertidos, mas continuam lá como pontos de referência.

Assim, por exemplo, ao apresentar os diversos temas da Sociologia do Trabalho, vou enumerar alguns poucos pontos-

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chave. Para cada tema, vou dizer como o ponto é retomado, reforçado ou destruído.

3. O “bom senso” vai ser utilizado extensamente. Minha tese é que uma boa parte das questões de Sociologia do Trabalho não exige conhecimento específico ou, quando exige, é conhecimento dos poucos pontos-chave descritos no item anterior. Ou seja, certa lógica, certo modo de pensar e entender as tendências dos estudos sociais é o bastante para resolver muitas questões.

Pretendo mostrar como resolver as questões com base nesse “bom senso”, esse “sentimento” da disciplina, através do máximo de exemplos possíveis, todos extraídos de concursos já ocorridos.

É claro que isso não é uma receita infalível, não funciona em 100% dos casos. Assim, não se dispensa a apresentação exaustiva e detalhada de todos os pontos do programa. Mostrarei muitas questões e direi “para resolver esta questão você deveria saber este ponto específico...”. No entanto, acredito que essas questões não são a maioria em boa parte dos concursos que envolvem Sociologia.

4. Praticidade. Já deu para notar que o curso é prático. Há muitas e muitas questões de concurso, quanto mais, melhor. Todas as questões comentadas durante a aula aparecem na última seção, Exercícios Resolvidos. Como disse antes, é altamente recomendável que você tente resolvê-las antes de ler a aula e conferir as respostas no gabarito.

5. Estudar uma disciplina é também se habituar à linguagem empregada. É claro que o objetivo é tornar a aula agradável e de leitura fluente, mas a linguagem mais formal, eventualmente utilizada em textos acadêmicos, será utilizada em momentos oportunos.

É isso. O resto é esforço e dedicação, que você já sabe que é o principal. Vamos começar... Na próxima seção, apresenta-se a estrutura da disciplina, suas aulas, os principais pontos e suas inter-relações.

A disciplina Sociologia do Trabalho

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Seguiremos a seguinte estrutura na disciplina Sociologia do Trabalho para o concurso de AFT:

Aula 1. Sociologia. Definição. Conceitos básicos. Sociologia do Trabalho. Escopo. A inserção da Sociologia do Trabalho na Sociologia. Conceito de trabalho. Trabalho: ação, necessidade e coerção. Apanhado de uma história do trabalho: Trabalho artesanal, manufatura e grande indústria.

Aula 2. O trabalho no pensamento clássico – Durkheim, Marx e Weber. A divisão social do trabalho. Exploração e alienação.

Aula 3. População e Emprego. População, população ativa e população ocupada. Divisão do trabalho e distribuição de tarefas. Processo de trabalho e organização de trabalho. Trabalho parcial e integral.

Aula 4. Trabalho e Progresso Técnico. A crise da sociedade do trabalho. O determinismo tecnológico.

Aula 5. Trabalho e empresa. Poder e decisão na empresa. Estrutura e organização da empresa. A classe dirigente.

Aula 6. Valores e atitudes. Os valores do Trabalho. Trabalho e remuneração. O sistema de assalariamento. A ação sindical e sua tipologia. Greves e conflitos trabalhistas.

A seguir comenta-se cada uma dessas aulas.

Princípios básicos de Sociologia e Sociologia do Trabalho (Aula 1)

A palavra sociologia foi criada em 1839 pelo francês Augusto Comte. Resulta de um hibridismo, que combina radicais de línguas diversas: o latim “socio” que corresponde ao conceito de social e o grego “logos”, termo que remonta à Antiguidade e significa a “palavra”, no sentido de pensamento articulado, estudo sistemático. Ou seja, literalmente Sociologia é o estudo do social ou estudo da sociedade.

É claro que esse simples exame da etimologia do termo não basta para definir a disciplina. O que é o social ou a sociedade, o objeto de estudo da Sociologia?

Um sociólogo francês Bourdieu, trabalhava, em pesquisas sobre o funcionamento do sistema de ensino e das universidades, com o conceito de campo para entender uma disciplina.

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O campo estabelece uma dimensão social ao que aparentemente tem um sentido estável e intrínseco. Assim, para Bourdieu, a definição de uma disciplina compreende a necessidade de inserção social dos pesquisadores, seus conflitos internos, os costumes, o vocabulário rotineiramente empregado e os temas habitualmente enfatizados. A terminologia e as questões de pesquisa são, claro, variáveis no tempo, o que caracterizaria uma “evolução” da disciplina. Diz-se, especialmente em ciência sociais, que um campo de estudos constrói, pelo menos em parte, seu objeto de estudo.

Assim, muda-se a pergunta do que é o social e a sociedade para o que a Sociologia tem estudado no curso de sua história. Várias respostas são possíveis. Uma delas é que a Sociologia estuda o homem em interdependência. A dependência mútua implica uma expectativa do agente em relação a outro agente e uma reciprocidade. Esse conceito está na base de outro tema estudado pela disciplina: a ação social. Na concepção de Weber (um dos sociólogos clássicos que compõem a famosa trinca: Durkheim-Marx-Weber, como veremos na aula 2), a ação social é uma conduta subjetiva dotada de sentido pelo agente e orientada pelas ações passadas, presentes e futuras de outros agentes – ação interdependente, portanto.

Outro ponto chave para a Sociologia é a mudança social e o conflito. Como é possível que certa ordem social se altere (já que tal mudança praticamente nunca depende de apenas um indivíduo ou grupo em particular)? Ou, colocado de outra forma, como certa ordem social se estabiliza? Esse tema é tão antigo como a sociologia e permanece em discussão. Pode-se enfatizar o caráter estável da sociedade, o conjunto de regras e limitações que se impõem ao indivíduo. Nesse sentido, para Durkheim, o fato social é externo ao indivíduo, coercivo e tem existência independente de cada indivíduo em particular. No outro polo, pode-se ressaltar a individualidade, o entendimento das razões e motivações que impelem o indivíduo à ação – o que caracteriza o sentido de compreensão para Weber.

Outros temas abordados pela sociologia, mais ou menos ligados aos anteriores, são as instituições, as representações, a organização da sociedade (sistemas sociais), as classes, estratificações sociais e estamentos, e os processos pelos quais um indivíduo assimila os valores e regras sociais: a institucionalização e socialização.

Como acontece com os campos científicos, a Sociologia especializou-se. Há a Sociologia do Crime (que foca em desvios, outro tema central da

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Sociologia), a Sociologia Jurídica, a Sociologia Econômica, a Sociologia Rural, e outras.

A Sociologia do Trabalho foca nos processos de trabalho. A sociologia nasce com a industrialização da sociedade. Cada um a seu modo, os autores clássicos instituíram o trabalho como um dos princípios básicos da Sociologia. A sociedade poderia ser entendida a partir das relações originadas do trabalho.

Há uma dimensão descritiva da Sociologia do Trabalho. Isso significa que a disciplina está interessada em identificar e descrever os processos e interações que ocorrem em ambientes de trabalho, e as influências recíprocas em processos e estruturas sociais.

Mas há também uma dimensão utilitária, isto é, a aplicação de seus princípios e descobertas à atividade trabalhista, tornando-a mais eficiente, e mesmo influenciando a legislação.

Sob esse prisma pode-se notar por que a Sociologia do Trabalho é importante para a atuação do AFT. Uma boa assimilação da disciplina ajuda o auditor a compreender a dimensão histórica e social da legislação (imagine o quanto a legislação sobre a greve mudou desde a Revolução Industrial), as alterações do trabalho e seus reflexos na sociedade em geral, e também a necessidade de mudança e as dificuldades implicadas. Isso extrapola o caráter meramente fiscalizatório, podendo possibilitar ao auditor atuar como um agente de educação e mudança social.

Mas em que consiste o objeto próprio da Sociologia do Trabalho, o trabalho? Em termos gerais pode-se conceituar o trabalho como a atividade humana que age sobre a natureza, transformando-a a partir de uma matéria dada e com certo objetivo. Nesse sentido, só há trabalho humano. O trabalho compreende um processo, a atividade sendo executada, a orientação para uma finalidade, a matéria sobre a qual se atua, os meios empregados (ferramentas, máquinas, o próprio corpo, e outros), e o resultado ou produto da atividade do trabalho.

Em sua concepção mais nobre, o trabalho é ação, escolhida por prazer, na qual o homem assume uma orientação ativa e autônoma. Mas o trabalho também é necessidade (na ligação com o conceito de labor de Hanna Arendt), pois produz valores de uso e troca para a sobrevivência humana. A necessidade extrapola o caráter iminentemente fisiológico, podendo envolver o sentimento de segurança, de gratificação, de autoestima ou de reconhecimento social.

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Por fim, o trabalho é também coerção, um termo amplo que pode oscilar desde a coerção física (escravidão, por exemplo) até uma coerção interna (um ideal de servir à sociedade, por exemplo), passando por coerções econômicas e legais.

Esses aspectos do trabalho não são excludentes, podem conviver. Normalmente há uma coerção econômica para o trabalho, já que necessidades materiais devem ser satisfeitas, mas esse trabalho pode ser caracterizar como ação, se há autonomia, liberdade de escolha e a sensação de se realizar algo por prazer. Mas isso nem sempre ocorre, obviamente. O trabalho nem sempre é ação, pois é obrigação advinda da necessidade de sobrevivência, e nem sempre se tem os meios de produção para um trabalho autônomo e prazeroso – e aqui começamos a nos aproximar do conceito de alienação de Marx.

Outro ponto a se ressaltar é, obviamente, que o trabalho se alterou na história. De formas escravistas na Antiguidade ou no período moderno, passou por formas feudais de produção, convivendo com o artesanato e eventualmente desembocando na produção em domicílios e na concentração e mecanização dos meios de produção nas fábricas. Isso, por seu turno, resultou em concentração urbana e desestabilização de formas comunais – caracterizando uma oposição teórica básica em Sociologia: comunidades versus sociedades.

Esse movimento de urbanização e industrialização foi o que, em última instância, gerou a Sociologia. Um dos objetivos principais dessa aula é exatamente mostrar como esses movimentos históricos coadunam-se com o aparecimento da Sociologia que foi, dada a ênfase atribuída ao trabalho pelos sociólogos clássicos, em boa parte uma Sociologia do Trabalho.

O trabalho no pensamento clássico (Aula 2)

Entende-se geralmente que a sociologia começou com Comte. A visão desse estudioso era de uma “ciência física”, que explicasse as “leis da sociedade”. Logo depois organicistas, como Spencer, procuravam traçar analogias entre o funcionamento da natureza ou do corpo ao funcionamento das sociedades que se estruturavam no momento histórico particular da industrialização. Em parte por aplicar métodos das ciências físicas ao estudo da sociedade, incluindo leis e a esperança de determinar condições de funcionamento regulares e previsíveis, essas abordagens foram denominadas positivistas.

Um passo decisivo para a superação dessas concepções foram as teorias marxistas relativas ao trabalho. Partindo de um raciocínio histórico, diz-

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se que Karl Marx trouxe a filosofia idealista alemão das nuvens para a terra ao privilegiar as condições materiais de existência como um forte condicionante das estruturas sociais e da própria subjetividade humana. Como terminamos comentando na seção anterior, foi exatamente a expropriação dos meios de produção aos trabalhadores (que, mal ou bem, os detinham em maior proporção no regime feudal, artesanal ou domiciliar) que causou a alienação, a desvinculação entre o trabalho e o resultado desse trabalho. E, como o trabalho é tipicamente humano, constituidor da individualidade do ser humano no mundo, a alienação econômica é também uma alienação subjetiva, uma degradação do homem.

As teorias liberais do século XVIII, como as de Adam Smith, apregoavam a vantagem econômica da divisão do trabalho. Imagine que um trabalhador produza alfinetes desde o processo inicial, corte do metal, até o acabamento final. Teremos trabalhadores completos, hábeis e autônomos. Mas o processo seria naturalmente mais eficiente (com menor custo e tempo de produção) se cada trabalhador se especializasse em uma parte do trabalho. Um tipo de trabalhador só cortaria o metal. Outro o limaria. O terceiro trabalhador produziria a cabeça do alfinete, e por aí vai. Claramente, trata-se de um ponto de vista econômico.

Adotando um raciocínio típico da sociologia, um passo importante que Durkheim efetuou foi de certa forma ampliar esse conceito. Essa especialização do trabalho não ocorre em um vácuo. Ela está ligada a uma divisão social do trabalho. Quando o trabalho se desintegra dessa forma, não é mais cabível a estrutura segmentar e rígida das antigas comunidades, com os papéis tradicionalmente instituídos, mas sim a estrutura mais dinâmica das sociedades industriais em formação, em que classes se formam em torno de posições no processo de trabalho, em torno de suas funções especializadas. Passa-se de uma solidariedade mecânica das antigas comunidades (a tribo, a vila) para a solidariedade orgânica das modernas cidades, orientadas em termos funcionais.

Mas há uma contrapartida para esse processo. Com o enfraquecimento das tradições e costumes estabelecidos há tempos nas comunidades, tendo em vista a flexibilidade e a dinâmica das sociedades das cidades em industrialização, poderia ocorrer certa perda das referências, uma ausência de regras e leis, o que Durkheim denominou anomia.

Em certa medida reagindo à prevalência dos fatores tecnológicos e econômicos na teoria marxista, Weber, em uma obra fundamental, A

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Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, destaca a importância das mentalidades para o tipo de trabalho capitalista que se delineava. No caso, como um fator entre muitos, Weber enfatizou a doutrina religiosa calvinista da predestinação e a importância da vocação para a racionalidade, disciplina, esforço e obstinação que as empreitadas capitalistas demandavam, estendendo esse raciocínio para o trabalho capitalista em geral em muitos pontos de sua obra.

Entre muitas outras ideias e conceitos fundamentais para a Sociologia, Weber se destacou por, contra Durkheim, opor-se a aplicações de conceitos das ciências físicas nos estudos sociais, sugerindo uma metodologia própria, balanceada entra a capacidade de explicação (previsão, leis probabilísticas) e compreensão (da subjetividade que move o ator social em sua ação – relembre o conceito de ação social weberiano na seção anterior).

Essa breve exposição apenas referenciou alguns pontos mais relacionados ao trabalho nas teorias dos sociólogos clássicos. O objetivo desta aula é detalhar as concepções básicas desses estudiosos, destacando as bases que se formavam para uma Sociologia do Trabalho e os momentos de transformação econômica e social pelos quais passavam esses teóricos.

População e Emprego. População, população ativa e população ocupada. Divisão do trabalho e distribuição de tarefas. Processo de trabalho e organização de trabalho. Trabalho parcial e integral (Aula 3).

Esta aula tem, de certa forma, um perfil mais “técnico” no que se refere a certas definições.

Definiremos e detalharemos, por exemplo, o que é uma relação de emprego, que se caracteriza como relação jurídica entre o empregado e uma pessoa física ou jurídica, denominada empregador, que ocorre de forma constante, pessoal, onerosa e subordinada. É importante lembrar, que emprego não é simplesmente uma necessidade, meio de vida, mas fator de gratificação e inserção social (trabalho como ação, vocês se lembram?).

Há alguns conceitos sociológico-econômicos conectados à população. População para Sociologia tem um sentido próprio, relativo a uma circunscrição no espaço e tempo. Essa noção difere da ideia da população para outras disciplinas, como Ecologia ou Estatística.

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A População em Idade Ativa (PIA) corresponde ao conjunto de todas as pessoas capazes de exercer, em tese, uma atividade econômica. É um critério etário. No Brasil, corresponde às pessoas com mais de dez anos. A PIA subdivide-se em População Economicamente Ativa e População Não Economicamente Ativa.

A População Economicamente Ativa (PEA) é a população com a qual o setor produtivo pode efetivamente contar. Pode estar ocupada ou desocupada. Se estiver desocupada, deve estar disposta a trabalhar e tomar atitudes para que isso ocorra (procurar emprego). Empregadores e autônomos, juntos com os empregados, compõem a população ativa.

A População Não Economicamente Ativa (PNEA) é incapacitada para o trabalho, não quer trabalhar ou desistiu de procurar emprego (os chamados “desalentados”).

A População em Idade Economicamente Não Ativa (PINA) são, no Brasil, as pessoas com menos de 10 anos.

O trabalho parcial e integral pode ser considerado em relação à legislação que define trabalho em regime de tempo parcial como aquele em que o trabalhador trabalha menos que certo número horas mensais e, por isso, tem certas diferenças legais em relação ao trabalhador em regime integral. Esses são aspectos da legislação que serão explanados. No entanto, trabalho parcial e integral também pode remeter à divisão do trabalho e modos de produção, o que nos conduz à segunda parte desta aula.

Na primeira aula, realizaremos um apanhado da história do trabalho, compreendendo o trabalho artesanal, manufatura e grande indústria. Mostraremos como essa transição foi fundamental para a emergência do pensamento dos sociólogos clássicos e dos fundamentos da Sociologia do Trabalho.

Nesta terceira aula, continuaremos a história evidenciando como outros processos e organizações do trabalho se constituíram, especialmente o Taylorismo e o Fordismo, e apontando suas características principais.

O taylorismo é um modo de organização do trabalho que privilegia a separação entre concepção e execução do trabalho, a extrema especialização e fragmentação das tarefas, o controle preciso de tempos e movimentos do empregado e a remuneração por desempenho, por exemplo, pelo número de peças produzidas, e não por cargo ou função.

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Houve uma reorientação desse processo de trabalho (não uma negação), denominada Fordismo. A preocupação passa a ser a produção em massa. Ford notabilizou-se por gabar que seus empregados podiam comprar os carros que produziam. Isso implica um barateamento da produção e extrema mecanização (grandes e poderosas firmas, portanto).

Também implica um parcelamento de tarefas levado ao extremo. O mínimo de habilidade necessária aos movimentos precisos controlados pelo Taylorismo passa a ser substituído por resistência física e psíquica a movimentos repetidos e mecânicos.

Essas características culminaram no que se caracteriza como o caráter tipificador da abordagem fordista: a linha de montagem (lembre-se a sátira de Charles Chaplin em Tempos modernos ou a entrada dos trabalhadores marchando cabisbaixos em formação geométrica nos elevadores que os conduziriam à cidade baixa, seu local de trabalho, no filme Metropolis).

Um dos objetivos desta aula é diferenciar em detalhes Taylorismo e Fordismo, e começar a delinear os problemas advindos dessas formas de organização do trabalho para a Sociologia do Trabalho e os sindicatos.

Trabalho e Progresso Técnico. A crise da sociedade do trabalho. O determinismo tecnológico (Aula 4).

Pode-se dizer que a aula 4 tem dois objetivos básicos.

O primeiro se relaciona à continuação da exposição histórica que é básica para a compreensão da Sociologia do Trabalho. Recapitulemos novamente.

Em um primeiro momento (aula 1) estudaremos a passagem de sistemas feudais de produção para artesanais, produção domiciliar, até culminar na industrialização maciça e no movimento denominado Revolução Industrial.

Na aula 3 exploraremos um segundo passo, a manutenção da revolução industrial em diferente formas, conduzindo a processos organizacionais como o Taylorismo e Fordismo em um contexto que já anuncia a mundialização da produção e a globalização.

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Nesta aula 4, analisaremos um terceiro movimento, o de crise e explosão dessas paradigmas ainda bastante ligados à primeira Revolução Industrial.

Vários fatores contribuíram para essa alteração nos parâmetros fordistas e tayloristas. Alguns deles são: os movimentos de liberdades civis, o movimento estudantil de 68, o feminismo e o combate ao racismo. Do ponto de vista econômico, a bonança que caracterizou o pós-Segunda Guerra Mundial até mais ou menos o fim da década de 60 e começo dos anos 70, com a primeira grande crise do petróleo, encerra-se.

O Estado de Bem-Estar Social com seus fundamentos keynesianos, que adquiriu força na crise dos anos 30, tem os alicerces abalados. Está aberto o caminho para o neoliberalismo dos anos 80, paradigmaticamente representado por Ronald Reagan, nos EUA, Margaret Thatcher, no Reino Unido, e no Brasil, um pouco atrasado, Collor.

As palavras de ordem, esgotados os mercados para os produtos massificados produzidos pelo Fordismo, passam a ser flexibilidade, dinâmica, customização, e interação eficiente.

A forma de organização dos processos de trabalho que se destaca é o Toyotismo, originário da fábrica japonesa Toyota. Admite-se um método de trabalho muito menos hierarquizado, que em tese apreenda o conhecimento do trabalhador, compartilhe-o e utilize-o para renovar os processos de produção. O foco passa a ser na qualidade, na customização e na mudança rápida dos produtos e dos processos de fabricação.

Termos que predominam agora são os Certificados de Qualidade, os controles de estoques just-in-time (no tempo exato, evitando a formação excessiva e onerosa de estoques), o kan-ban (placas visuais de informação utilizadas para o controle just-in-time), e a especialização flexível, que possibilitaria a reconversão do mix de produtos da empresa com um custo mínimo, já que o trabalhador estaria bem preparado para as mudanças, ao contrário do empregado na esteira rolante do paradigma fordista.

Teorias de administração e sociais referem-se nesses tempos à “gestão de conhecimento” nas empresas e à “sociedade de informação”, que teria deslocado os valores materiais para os informacionais e relativos ao conhecimento em estruturas globalizadas articuladas em redes (para o que a Internet tem sido um elemento chave).

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A menção à Internet nos conduz ao segundo objetivo principal da aula: discutir com as questões relativas à tecnologia podem ser encaradas de forma mais ou menos deterministas.

O determinismo tecnológico pressupõe que a tecnologia institui formas de organização social, corporativas e de trabalho. Essa versão é considerada o determinismo “forte”.

Uma concepção mais branda pode procurar estabelecer uma inter-relação entres fatores tecnológicos e sociais. Essa é uma maneira de reconhecer que o mundo não decorre de tecnologias que existem a priori. Essas tecnologias são produzidas no mundo e, no fundo, o constituem, gerando maneiras de viver e ver o mundo.

Um dos pontos fundamentais da aula é mostrar como o conceito de qualificação foi substituído pelo de competência na Sociologia do Trabalho.

Trabalho e empresa. Poder e decisão na empresa. Estrutura e organização da empresa. A classe dirigente (Aula 5).

O foco da aula 5 é o trabalho na empresa e a organização da empresa.

Estudaremos teorias administrativas, de relações humanas e sociais.

Em termos estruturais, concebe-se a empresa como instituição burocrática e racionalizante (na linha de Weber). A intensificação das relações entre empresas exige uma atenção para formas mais convencionais – monopólios, oligopólios, cartéis, holdings, dumpings, trustes – assim como para formas mais flexíveis que envolvem interação mais efetiva entre fornecedores e clientes, ou mesmo entre empresas competidoras, como os arranjos produtivos e as estruturas em redes.

De um ponto de vista mais administrativo, contrapõe-se a Teoria Clássica da Administração (bastante calcada nos parâmetros fordistas e tayloristas) com a Teoria das Relações Humanas, derivada em parte da Experiência de Hawthorne, realizada por cientistas sociais.

A Teoria das Relações Humanas destacou vários aspectos pouco considerados pelas teorias clássicas, como a importância da integração do trabalhador em grupos, a existência de expectativas condicionadas pelo grupo, a necessidade de motivação em termos de reconhecimento, efetiva participação e aprovação social, a relevância dos grupos sociais informais e a dependência da moral do trabalhador em relação ao tipo do trabalho.

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Por fim, abordaremos, bastante ajudados por Weber, a questão do poder e decisão nas empresas, a atuação da classe dirigente e o conceito de liderança efetiva – leadership – e seus condicionantes, procurando caracterizar e diferenciar classe dirigente e elite.

Valores e atitudes. Os valores do Trabalho. Trabalho e remuneração. O sistema de assalariamento. A ação sindical e sua tipologia. Greves e conflitos trabalhistas (Aula 6).

A aula 6 iniciará analisando os sistemas de remuneração do trabalho, definindo salário e estabelecendo a diferença entre salário e remuneração, o que remete a salário indireto e outras formas de gratificações.

Um ponto básico é que o trabalho pode não corresponder a emprego. O conceito de trabalho é abrangente, podendo abarcar atividades não formalizadas. Outro aspecto importante é que a remuneração pode não envolver recompensas monetárias (como a experiência de Hawthorne demonstrou). Ainda, a organização flexível do trabalho valorizou novas formas de remuneração, como terceirização, pagamento por empreitada, subcontratação, muitas vezes ocasionando uma nova forma de proletarização.

Nos tópicos anteriores, apontamos a divisão social do trabalho, enfatizando o ponto de vista funcional e social. No entanto, devemos ter mente que valores e atitudes podem contribuir para a divisão do trabalho. Uma divisão enfatizada pela Teoria Clássica é entre trabalho intelectual, ou de coordenação e administração, e trabalho manual, uma distinção que, como veremos, remonta à Grécia antiga.

Pode haver outros tipos de divisões, muitas delas refletindo preconceitos e injustiças sociais intragrupos, como a distinção entre trabalho masculino e feminino, ou trabalho realizado por pessoas brancas e negras, quase sempre havendo prejuízo material das minorias, inclusive em políticas de treinamento e valorização de aptidões e talentos.

Por fim, abordaremos uma tipologia de sindicatos, que passa, pelo menos em parte, por uma rememoração histórica das formas de protesto trabalhista – ludismo, cartismo, as Internacionais trabalhistas. Ênfase especial é empregada para uma análise do caso brasileiro. Serão destacadas as formas de conflito e seus modos de resolução.

Reitera-se novamente a importância do argumento histórico. Em uma época de capitalismo flexível, os sindicatos passam a enfrentar novos desafios. Por exemplo, se as empresas são internacionais, como

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coordenar a atuação de um sindicato operando entre países? Ou, dada a volatilidade da força de trabalho, um sindicato composto por empregados sujeitos a trocas constantes de empregador não seria prejudicada por essa instabilidade? Apesar dessas novas dificuldades, permanecem as antigas situações críticas, notadamente a opção sindical por uma postura mais utilitária, visando ganhos para as classes trabalhistas representadas, ou a alternativa de uma visão mais ampla e socialmente consciente, que se justificaria pelos altos índices de desemprego e, atualmente, a individualização das competências exigidas no trabalho flexível.

LISTA DE EXERCÍCIOS

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

1. Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história da humanidade, aquelas que aconteceram no século XVIII — e que se estenderam no século XIX — só foram superadas pelas grandes transformações do final do século XX. As mudanças provocadas pela revolução científico-tecnológica, que denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a organização social, alterando-a por completo, criando novas formas de organização e causando modificações culturais duradouras, que perduram até os dias atuais. (DIAS, 2004, p. 15).

Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na modernidade, é correto afirmar:

a) A intensificação da economia agrária em larga escala nas metrópoles gerou o êxodo para o campo.

b) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvimento levou ao crescimento das cidades rurais.

c) O aumento do trabalho humano nas fábricas ocasionou a diminuição da divisão do trabalho.

d) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudo que fez surgir as ciências sociais.

e) A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os novos problemas sociais.

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

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2. Um dos temas mais comuns da Sociologia, discutido na vida do trabalho, refere-se ao acúmulo desigual do capital e à luta existentes entre as diferentes classes sociais. Um dos autores clássicos da Sociologia acompanhou as mudanças causadas pela produção industrial, as desigualdades que dela resultaram e escreveu sobre o desenvolvimento do capitalismo. Trata-se, nesse caso, de

a) Karl Marx.

b) Max Weber.

c) Émile Durkheim.

d) Augusto Comte.

e) Herbert Spencer.

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

3. Do ponto de vista do agente, o motivo é o fundamento da ação; para o sociólogo, cuja tarefa é compreender essa ação, a reconstrução do motivo é fundamental, porque, da sua perspectiva, ele figura como a causa da ação. Numerosas distinções podem ser estabelecidas e Weber realmente o faz. No entanto, apenas interessa assinalar que, quando se fala de sentido na sua acepção mais importante para a análise, não se está cogitando da gênese da ação, mas sim daquilo para o que ela aponta, para o objetivo visado nela; para o seu fim, em suma. (COHN, 1979, p. 27).

A categoria weberiana que melhor explica o texto em evidência está explicitada em

a) A ação social possui um sentido que orienta a conduta dos atores sociais.

b) A luta de classes tem sentido porque é o que move a história dos homens.

c) Os fatos sociais não são coisas, e sim acontecimentos que precisam ser analisados.

d) O tipo ideal é uma construção teórica abstrata que permite a análise de casos particulares.

e) O sociólogo deve investigar o sentido das ações que não são orientadas pelas ações de outros.

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Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

4. De acordo com as análises de Karl Marx, a divisão social do trabalho revela duas classes que se contrapõem.

Na produção capitalista, as duas classes antagônicas são as indicadas em

a) senhor e escravo

b) clero e burguesia.

c) servos e senhores.

d) nobreza e burguesia.

e) burguesia e proletariado.

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

5. Harriet Martineau (1802-1876) nasceu na Inglaterra, foi autora de mais de 50 livros e tem sido chamada a “primeira socióloga mulher”. Entre tantos feitos, foi original ao dirigir um olhar social à vida cotidiana e ao introduzir a Sociologia na Grã-Bretanha, com a tradução do livro fundador da disciplina, a “Filosofia Positiva”, de Augusto Comte. No entanto, quando se fala sobre os fundadores da Sociologia, não é comum se ouvir falar em Harriet.

Com base nessas informações, sobre as relações de gênero e o mundo do trabalho, é correto afirmar:

a) A exclusão da mulher no campo do trabalho é explicada apenas por conjunturas econômicas.

b) A história de Martineau se explica por uma alta divisão social do trabalho porque antecede a Revolução Industrial.

c) O caso de Harriet exemplifica como a existência de gênero pode alcançar a discriminação sexual no trabalho.

d) A relação de gênero é norteada pelas diferenças biológicas e justifica as desigualdades e a exclusão social da mulher.

e) A dificuldade encontrada pelas mulheres no mundo do trabalho reflete a sua inferioridade nesse campo social, diferente da esfera doméstica.

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Prova: UNICENTRO - 2012 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

6. A relação indivíduo e sociedade é um dos eixos dos estudos sociológicos. Sobre esse assunto, um dos autores clássicos da Sociologia observa a primazia da sociedade e dos grupos sociais, que exercem determinado tipo de coerção sobre os indivíduos, fazendo-os assumir papéis sociais específicos em relação a determinados fenômenos particulares. Trata-se, nesse caso, de

a) Karl Marx.

b) Max Weber.

c) Augusto Comte

d) Émile Durkheim.

e) Herbert Spencer.

Prova: UNICENTRO - 2012 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

(Adaptada)

7. Sobre o trabalho, Karl Marx (1989) observa que o homem “atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica a sua própria natureza”. A partir de uma reflexão sobre essa declaração e a respeito dos estudos referentes a trabalho, assinale V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas.

( ) O trabalho caracteriza-se por ser uma atividade realizada por seres humanos, que modificam a natureza visando satisfazer às suas necessidades.

( ) A formação da “classe operária” foi, na sua essência, um fato apenas econômico resultante do sistema fabril e das novas condições de trabalho.

( ) O surgimento da “classe operária” decorreu do crescimento da consciência de identidade de interesses entre todos os diversos grupos de trabalhadores que se manifestavam contra os interesses da burguesia.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

a) V F V

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b) F V F

c) V V F

d) F F V

e) V V V

Prova: FGV - 2010 - CAERN - Sociólogo

8. O conceito usado por Emile Durkheim para explicar a coesão social na sociedade moderna, caracterizada pelo individualismo é o de

a) sistema orgânico.

b) solidariedade orgânica.

c) solidariedade mecânica.

d) norma social.

e) cooperação social.

Prova: FGV - 2010 - CAERN - Sociólogo

9. De acordo com Émile Durkheim, o fato social NÃO se caracteriza por

a) ser considerado um fenômeno inerente às representações (ideias) individuais.

b) ser uma totalidade das relações das quais o indivíduo é apenas um dos elementos.

c) condicionar a personalidade individual.

d) exercer um poder coercitivo sobre os indivíduos.

e) ser considerado como coisas exteriores, desligadas dos indivíduos conscientes.

Prova: CESPE - 2010 - DPU - Sociólogo

10. Com relação à flexibilidade nas organizações produtivas, assinale a opção correta.

a) O objetivo da flexibilidade é o de contribuir para aumentar o nível de emprego.

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b) A noção de flexibilidade se refere, especificamente, às mudanças ocorridas nos contratos de trabalho.

c) A flexibilidade é um termo neutro ou mesmo positivo, que se refere à adaptação e à organização do tempo de trabalho.

d) A ruptura do espaço de trabalho com o trabalho em domicílio, o teletrabalho, entre outros, concorre para o desenvolvimento da produção flexível.

e) O modelo de especialização flexível, estudado por Michael Piore e Charles Sabel, se funda no máximo de rigidez das organizações, empregos e trabalhos.

Prova: AFT/ESAF 2006

11. A categoria trabalho, segundo Anthony Giddens (Sociologia, Porto Alegre: Artmed, 2005) significa “a execução de tarefas que requerem o emprego de esforço mental e físico, cujo objetivo é a produção de mercadorias e serviços que satisfaçam as necessidades humanas” (p.306). Baseado nessa concepção de trabalho, assinale a opção correta.

a) Pensar a categoria trabalho como se ela equivalesse ao emprego remunerado é uma visão muito simplificada.

b) A categoria trabalho diz respeito especificamente ao trabalho remunerado.

c) A interpretação da categoria trabalho envolvendo o trabalho remunerado e o não-remunerado é muito ampla e errônea.

d) O trabalho doméstico e o trabalho voluntário não se enquadram na categoria trabalho.

e) Os vários trabalhos que não se ajustam às categorias ortodoxas do emprego formal não se enquadram na categoria trabalho.

Prova: AFT/ESAF 2003

12. Assinale a única opção falsa que pode decorrer da reflexão abaixo:

O mundo do trabalho viveu, como resultado das transformações e metamorfoses em curso nas últimas décadas, uma múltipla processualidade: de um lado, verificou-se uma desproletarização do trabalho industrial, fabril, nos países de capitalismo avançado. Houve

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uma diminuição da classe operária industrial tradicional. Paralelamente, efetivou-se uma significativa subproletarização do trabalho, decorrência das formas diversas de trabalho parcial, precário, terceirizado, subcontratado, vinculado à economia informal, ao setor de serviços etc.

(Antunes,1997)

a) Sob o capitalismo avançado, acontece a supressão ou eliminação da classe trabalhadora. Trata-se de um verdadeiro "adeus ao proletariado".

b) A substituição do trabalho vivo pelo trabalho morto oferece, como tendência, a possibilidade de conversão do trabalhador em supervisor e regulador do processo de produção.

c) Pode-se constatar, de um lado, um efetivo processo de intelectualização do trabalho manual. De outro, uma subproletarização, expressa no trabalho precário, informal, temporário etc.

d) A década do 80 presenciou, nos países de capitalismo avançado, profundas transformações no mundo do trabalho, nas suas formas de inserção, na estrutura produtiva, nas formas de representação sindical e política.

e) A metamorfose no universo do trabalho configura um processo contraditório, que qualifica em alguns ramos e desqualifica em outros.

GABARITO

1. E

2. A

3. A

4. E

5. C

6. D

7. A

8. B

9. A

10. D

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11. A

12. A

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

1. Considerando-se as grandes mudanças que ocorreram na história da humanidade, aquelas que aconteceram no século XVIII — e que se estenderam no século XIX — só foram superadas pelas grandes transformações do final do século XX. As mudanças provocadas pela revolução científico-tecnológica, que denominamos Revolução Industrial, marcaram profundamente a organização social, alterando-a por completo, criando novas formas de organização e causando modificações culturais duradouras, que perduram até os dias atuais. (DIAS, 2004, p. 15).

Sobre o surgimento da Sociologia e as mudanças ocorridas na modernidade, é correto afirmar:

a) A intensificação da economia agrária em larga escala nas metrópoles gerou o êxodo para o campo.

b) O aparecimento das fábricas e o seu desenvolvimento levou ao crescimento das cidades rurais.

c) O aumento do trabalho humano nas fábricas ocasionou a diminuição da divisão do trabalho.

d) A agricultura familiar desse período foi o objeto de estudo que fez surgir as ciências sociais.

e) A antiga forma de ver o mundo não podia mais solucionar os novos problemas sociais.

Resolução:

Note que a questão, em seu enunciado, menciona dois momentos históricos que foram destacados na aula. Primeiro, a Revolução Industrial na modernidade, paralela ao surgimento da Sociologia. Segundo, as mudanças no final do século XX, caracterizadas pela flexibilização do capitalismo e perda de força das formas mais convencionais de organização do trabalho, como o taylorismo e o fordismo. A questão refere-se especificamente à Revolução Industrial e

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pede a alternativa CORRETA. Exige-se um conhecimento específico, mas básico.

A Revolução Industrial foi um processo que esteve relacionado ao êxodo rural e urbanização (criação de cidades). Como destacamos, ligou-se à intensificação da divisão social do trabalho e da especialização. Na concepção marxista, os trabalhadores foram privados dos meios de produção que detinham e obrigados a vender sua força de trabalho no único lugar possível, as fábricas que se concentravam nas cidades em formação.

Assim, a alternativa A é incorreta. O êxodo aconteceu para os centros urbanos, a partir das regiões agrárias, não para o campo.

O aparecimento das fábricas levou ao crescimento das cidades nos centros urbanos, não nas áreas rurais, claro. A alternativa B é incorreta.

Houve justamente o aumento da divisão do trabalho com o aumento do trabalho humano nas fábricas. A alternativa C é incorreta.

O que fez surgir as ciências sociais foi a industrialização, não a agricultura familiar. A alternativa D é incorreta.

A sociologia nasceu justamente porque uma nova forma de apreender o mundo em transformação era necessária. A alternativa E é correta. Essa é a resposta.

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

2. Um dos temas mais comuns da Sociologia, discutido na vida do trabalho, refere-se ao acúmulo desigual do capital e à luta existentes entre as diferentes classes sociais. Um dos autores clássicos da Sociologia acompanhou as mudanças causadas pela produção industrial, as desigualdades que dela resultaram e escreveu sobre o desenvolvimento do capitalismo. Trata-se, nesse caso, de

a) Karl Marx.

b) Max Weber.

c) Émile Durkheim.

d) Augusto Comte.

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e) Herbert Spencer.

Resolução:

Alguns princípios básicos: usualmente, quase sempre mesmo, ao se falar de alienação, conflito de classes, acúmulo desigual de capital ou expropriação dos meios de produção está-se referindo a Marx.

Weber relaciona-se a conceitos como explicação versus compreensão, formas de dominação, ação social, burocratização, desencantamento do mundo, tipo ideal, etc.

A Durkheim associam-se fatos sociais, anomia, solidariedade mecânica versus orgânica, instituições, fatos patológicos, etc.

Comte lembra a “filosofia positiva”, a física social, os estágios de evolução das sociedades (religioso, metafísico, científico), etc.

Spencer remete à comparação da Sociologia com a biologia, a concepção de organismo social, etc.

Alguns desses conceitos vimos nesta aula inicial. Abordaremos os demais em detalhes na segunda aula.

Assim, as alternativas B, C, D e E são incorretas. A alternativa A é correta, a resposta da questão, Marx.

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

3. Do ponto de vista do agente, o motivo é o fundamento da ação; para o sociólogo, cuja tarefa é compreender essa ação, a reconstrução do motivo é fundamental, porque, da sua perspectiva, ele figura como a causa da ação. Numerosas distinções podem ser estabelecidas e Weber realmente o faz. No entanto, apenas interessa assinalar que, quando se fala de sentido na sua acepção mais importante para a análise, não se está cogitando da gênese da ação, mas sim daquilo para o que ela aponta, para o objetivo visado nela; para o seu fim, em suma. (COHN, 1979, p. 27).

A categoria weberiana que melhor explica o texto em evidência está explicitada em

a) A ação social possui um sentido que orienta a conduta dos atores sociais.

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b) A luta de classes tem sentido porque é o que move a história dos homens.

c) Os fatos sociais não são coisas, e sim acontecimentos que precisam ser analisados.

d) O tipo ideal é uma construção teórica abstrata que permite a análise de casos particulares.

e) O sociólogo deve investigar o sentido das ações que não são orientadas pelas ações de outros.

Resolução:

A alternativa B é incorreta porque remete a Marx (luta de classes), não configurando uma categoria weberiana. Da mesma forma, alternativa C é incorreta, pois se refere a Durkheim (fatos sociais).

Até aqui está fácil. Agora, devemos lembrar a conceituação de ação social para Weber, conforme vimos nesta aula: “a ação social é uma conduta subjetiva dotada de sentido pelo agente e orientada pelas ações passadas, presentes e futuras de outros agentes – ação interdependente, portanto.”.

Assim, a ação social é, para Weber, subjetiva e orientada em relação à expectativa de ação de outros agentes. Isso contradiz a alternativa E, que é incorreta. Já a alternativa A é correta, porque a ação weberiana liga-se ao sentido subjetivo do agente. Essa é a resposta da questão.

Note que a alternativa D é incorreta, embora defina um conceito weberiano com precisão. Para Weber, tipo ideal é uma formulação abstrata, uma descrição de características mais marcantes de algum tipo concreto, que facilita a compreensão deste, embora nunca haja uma coincidência exata. Trata-se de uma proposição epistemológica, não ontológica, isto é, refere-se a um método da ciência sociológica, não a uma realidade concreta (mais detalhes na próxima aula). No entanto, tipo ideal não tem qualquer ligação com o enunciado da questão.

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

4. De acordo com as análises de Karl Marx, a divisão social do trabalho revela duas classes que se contrapõem.

Na produção capitalista, as duas classes antagônicas são as indicadas em

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a) senhor e escravo

b) clero e burguesia.

c) servos e senhores.

d) nobreza e burguesia.

e) burguesia e proletariado.

Resolução:

A questão é direta e envolve conhecimento básico. Para Marx as duas classes antagônicas são o proletariado, expropriado dos meios de produção, e a burguesia, que explora o trabalha do proletariado. A alternativa A é incorreta – senhor e escravo remete à dialética do filósofo Hegel. A alternativa B é incorreta – clero e burguesia muitas vezes tiveram interesses convergentes e não cabem quando se fala de produção capitalista. A alternativa C é incorreta – servos e senhores relacionam-se com o feudalismo; não há que se falar ainda em divisão social do trabalho na concepção marxista de explicação do capitalismo. A alternativa D é incorreta – vale a mesma argumentação da alternativa B. Assim, a alternativa E é correta e é a resposta da questão.

Prova: UNICENTRO - 2011 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

5. Harriet Martineau (1802-1876) nasceu na Inglaterra, foi autora de mais de 50 livros e tem sido chamada a “primeira socióloga mulher”. Entre tantos feitos, foi original ao dirigir um olhar social à vida cotidiana e ao introduzir a Sociologia na Grã-Bretanha, com a tradução do livro fundador da disciplina, a “Filosofia Positiva”, de Augusto Comte. No entanto, quando se fala sobre os fundadores da Sociologia, não é comum se ouvir falar em Harriet.

Com base nessas informações, sobre as relações de gênero e o mundo do trabalho, é correto afirmar:

a) A exclusão da mulher no campo do trabalho é explicada apenas por conjunturas econômicas.

b) A história de Martineau se explica por uma alta divisão social do trabalho porque antecede a Revolução Industrial.

c) O caso de Harriet exemplifica como a existência de gênero pode alcançar a discriminação sexual no trabalho.

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d) A relação de gênero é norteada pelas diferenças biológicas e justifica as desigualdades e a exclusão social da mulher.

e) A dificuldade encontrada pelas mulheres no mundo do trabalho reflete a sua inferioridade nesse campo social, diferente da esfera doméstica.

Resolução:

A questão menciona um exemplo muito interessante para se compreender valores e discriminações no trabalho.

A alternativa A é incorreta. Desconfie sempre de afirmações do tipo “apenas por conjunturas econômicas.”. É um princípio do pensamento corrente em sociologia questionar as essencialidades, econômicas ou de gênero, por exemplo. A maioria das diferenças tem constituição social, mesmo que tenha origem em fatos biológicos ou econômicos – esses fatores nunca aparecem “puros”.

A alternativa B é incorreta. É incongruente porque fala de “alta divisão social do trabalho” antes da Revolução Industrial. Foi justamente na Revolução Industrial que se caracterizou a exacerbação da divisão do trabalho.

A alternativa C é correta. É a resposta da questão, pois o caso de Martineau mostra como o gênero, um conceito social, pode gerar discriminação no trabalho, em qualquer tipo de trabalho, mesmo o intelectual.

A alternativa D é incorreta. A relação de gênero é social. O sexo é biológico. Gênero pode até explicar parcialmente relações sociais desiguais, mas não justificá-las.

A alternativa E é incorreta. Dá a entender que a mulher é naturalmente inferior no campo social e superior no doméstico. Esse tipo de inatismo é inaceitável em Sociologia. A condição de inferioridade feminina tem sido socialmente determinada (tanto que tem mudado historicamente). Mesmo do ponto de vista sociológico, não há por que se aceitar uma “superioridade” feminina na esfera doméstica – onde podem perdurar as velhas formas de dominação e opressão da mulher.

Prova: UNICENTRO - 2012 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

6. A relação indivíduo e sociedade é um dos eixos dos estudos sociológicos. Sobre esse assunto, um dos autores clássicos da Sociologia observa a primazia da sociedade e dos grupos sociais, que exercem

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determinado tipo de coerção sobre os indivíduos, fazendo-os assumir papéis sociais específicos em relação a determinados fenômenos particulares. Trata-se, nesse caso, de

a) Karl Marx.

b) Max Weber.

c) Augusto Comte

d) Émile Durkheim.

e) Herbert Spencer.

Resolução:

Lembrar os princípios básicos. Primazia do externo, do social é predominante no conceito de fato social de Durkheim. A resposta correta da questão é a alternativa D. A concepção de compreensão do sentido subjetivo do agente que age socialmente preceituada por Weber é quase diametralmente oposta à ideia de Durkheim – no caso de Weber fala-se em “individualismo metodológico”. Para Marx, o que prepondera não é o sentido subjetivo nem o fato social externo, mas as relações de produção.

Prova: UNICENTRO - 2012 - UNICENTRO - Vestibular - Sociologia

(Adaptada)

7. Sobre o trabalho, Karl Marx (1989) observa que o homem “atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica a sua própria natureza”. A partir de uma reflexão sobre essa declaração e a respeito dos estudos referentes a trabalho, assinale V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmativas.

( ) O trabalho caracteriza-se por ser uma atividade realizada por seres humanos, que modificam a natureza visando satisfazer às suas necessidades.

( ) A formação da “classe operária” foi, na sua essência, um fato apenas econômico resultante do sistema fabril e das novas condições de trabalho.

( ) O surgimento da “classe operária” decorreu do crescimento da consciência de identidade de interesses entre todos os diversos grupos

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de trabalhadores que se manifestavam contra os interesses da burguesia.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a

a) V F V

b) F V F

c) V V F

d) F F V

e) V V V

Resolução:

A questão lida com a definição de trabalho marxista. A primeira afirmativa coaduna-se com a ideia marxista de trabalho, que pressupõe uma ação sobre a natureza tendo em vista alguma finalidade. É verdadeira.

A segunda afirmativa cita uma causa “apenas econômica” para a formação do proletariado. Causas isoladas não existem em Sociologia – veja a discussão da questão 5. A afirmativa é falsa.

A terceira afirmativa conecta o surgimento da “classe operária” com certa consciência de convergência de interesses em contraposição aos interesses da burguesia – conflito de classes. A afirmativa é verdadeira. (Repare que o termo “classe operária” aparece entre aspas, provavelmente porque o autor da questão não admita uma generalização das diversidades empíricas que se encontra ao descrever o operariado; o termo “classe operária” pode envolver efetivamente várias classes, dependendo de como se defina classe social).

Assim, a resposta correta da questão é a alternativa A – V F V.

Prova: FGV - 2010 - CAERN - Sociólogo

8. O conceito usado por Emile Durkheim para explicar a coesão social na sociedade moderna, caracterizada pelo individualismo é o de

a) sistema orgânico.

b) solidariedade orgânica.

c) solidariedade mecânica.

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d) norma social.

e) cooperação social.

Resolução:

Comentou-se anteriormente como Durkheim liga a solidariedade mecânica (alternativa C) às comunidades – o mecânico refere-se ao enrijecimento dos papéis e funções sociais. A solidariedade orgânica está relacionada às sociedades industriais, nas quais se estabelecem ligações orgânicas dadas as diferenciações e especializações sociais, a maior flexibilidade em relação às estruturas mais tradicionais. Desse modo, a resposta correta da questão é a alternativa B. Sistema orgânico (alternativa A) é a própria sociedade industrial, não a causa de sua coesão social. Norma social e cooperação social (alternativas D e E) poderiam ser até empregadas para justificar a coesão social, mas esta não é a ênfase que Durkheim imprimiu à sua teoria de estabilidade social.

Prova: FGV - 2010 - CAERN - Sociólogo

9. De acordo com Émile Durkheim, o fato social NÃO se caracteriza por

a) ser considerado um fenômeno inerente às representações (ideias) individuais.

b) ser uma totalidade das relações das quais o indivíduo é apenas um dos elementos.

c) condicionar a personalidade individual.

d) exercer um poder coercitivo sobre os indivíduos.

e) ser considerado como coisas exteriores, desligadas dos indivíduos conscientes.

Resolução:

Como vimos, o fato social durkheimiano é externo ao indivíduo, coercivo e não depende de existências singulares. Assim o fato social pode ser caracterizado como uma totalidade da qual o indivíduo faz parte (alternativa B) – o indivíduo compõe a sociedade. O fato social também exerce uma pressão sobre os indivíduos (alternativas C e D). Por fim, o fato social é externo (alternativa E). O que o fato social NÃO pode ser considerado é como ideia ou representação do indivíduo – ele existe

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além do indivíduo e exerce uma força sobre ele. Assim a alternativa A é a resposta correta da questão.

Prova: CESPE - 2010 - DPU - Sociólogo

10. Com relação à flexibilidade nas organizações produtivas, assinale a opção correta.

a) O objetivo da flexibilidade é o de contribuir para aumentar o nível de emprego.

b) A noção de flexibilidade se refere, especificamente, às mudanças ocorridas nos contratos de trabalho.

c) A flexibilidade é um termo neutro ou mesmo positivo, que se refere à adaptação e à organização do tempo de trabalho.

d) A ruptura do espaço de trabalho com o trabalho em domicílio, o teletrabalho, entre outros, concorre para o desenvolvimento da produção flexível.

e) O modelo de especialização flexível, estudado por Michael Piore e Charles Sabel, se funda no máximo de rigidez das organizações, empregos e trabalhos.

Resolução:

O contexto da questão é nossa “terceira fase” histórica, representada pela transcendência do Taylorismo e do Fordismo e pela flexibilização do capitalismo. Procura-se a alternativa correta.

A alternativa A é incorreta. Empresas não estão usualmente interessadas em aumentar o nível de emprego – o que se procura maximizar é o lucro.

A alternativa B é incorreta. É muito restritiva. A flexibilidade também está muito relacionada às mudanças nos processos e organização do trabalho (just-in-time, qualidade, etc).

A alternativa C é incorreta. A flexibilidade não é necessariamente neutra ou positiva. Ao desmanchar a fronteira nítida que existia entre o tempo no trabalho e o tempo de descanso em casa com o uso de novas tecnologias, como celulares e computadores, pode ser negativa para o trabalhador.

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A alternativa D é correta, constituindo a resposta da questão. A produção flexível rompe com as noções convencionais de espaço e tempo, estendendo os limites do trabalho.

A alternativa E é incorreta. Mesmo sem conhecer o modelo de Piore e Sabel, a afirmativa soa contraditória ao equiparar especialização flexível com rigidez das organizações, empregos e trabalhos.

Prova: AFT/ESAF 2006

11. A categoria trabalho, segundo Anthony Giddens (Sociologia, Porto Alegre: Artmed, 2005) significa “a execução de tarefas que requerem o emprego de esforço mental e físico, cujo objetivo é a produção de mercadorias e serviços que satisfaçam as necessidades humanas” (p.306). Baseado nessa concepção de trabalho, assinale a opção correta.

a) Pensar a categoria trabalho como se ela equivalesse ao emprego remunerado é uma visão muito simplificada.

b) A categoria trabalho diz respeito especificamente ao trabalho remunerado.

c) A interpretação da categoria trabalho envolvendo o trabalho remunerado e o não-remunerado é muito ampla e errônea.

d) O trabalho doméstico e o trabalho voluntário não se enquadram na categoria trabalho.

e) Os vários trabalhos que não se ajustam às categorias ortodoxas do emprego formal não se enquadram na categoria trabalho.

Resolução:

Esse é um exemplo de questão do concurso de AFT que é essencialmente interpretativa, não se exigindo nenhum conhecimento específico da disciplina.

O enunciado expõe a definição de trabalho de Giddens segundo a qual trabalho implica tarefas que demandam algum tipo de esforço com fins a produzir mercadorias e serviços para satisfazer necessidades humanas.

Nada se fala a respeito de remuneração. É uma definição não restritiva.

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Assim, a alternativa B, por conectar trabalho e remuneração, é incorreta.

A alternativa C é incorreta. Pediu-se para escolher uma alternativa com base na definição apresentada, não julgá-la como ampla ou errônea.

A alternativa D é incorreta. É claro que o trabalho doméstico ou voluntário se enquadram na definição, pois pressupõem esforço para a produção de algo, mercadoria ou serviço, que satisfaça necessidades humanas.

A alternativa E é incorreta. A definição apresentada não condiciona trabalho a “categorias ortodoxas do emprego formal”.

A alternativa A é a resposta da questão. Está correta, pois segundo a definição apresentada, é muito limitado associar trabalho a emprego remunerado. Tanto que é uma definição mais global, que se centra em esforço, produto do trabalho e necessidades humanas.

Prova: AFT/ESAF 2003

12. Assinale a única opção falsa que pode decorrer da reflexão abaixo:

O mundo do trabalho viveu, como resultado das transformações e metamorfoses em curso nas últimas décadas, uma múltipla processualidade: de um lado, verificou-se uma desproletarização do trabalho industrial, fabril, nos países de capitalismo avançado. Houve uma diminuição da classe operária industrial tradicional. Paralelamente, efetivou-se uma significativa subproletarização do trabalho, decorrência das formas diversas de trabalho parcial, precário, terceirizado, subcontratado, vinculado à economia informal, ao setor de serviços etc.

(Antunes,1997)

a) Sob o capitalismo avançado, acontece a supressão ou eliminação da classe trabalhadora. Trata-se de um verdadeiro "adeus ao proletariado".

b) A substituição do trabalho vivo pelo trabalho morto oferece, como tendência, a possibilidade de conversão do trabalhador em supervisor e regulador do processo de produção.

c) Pode-se constatar, de um lado, um efetivo processo de intelectualização do trabalho manual. De outro, uma subproletarização, expressa no trabalho precário, informal, temporário etc.

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d) A década do 80 presenciou, nos países de capitalismo avançado, profundas transformações no mundo do trabalho, nas suas formas de inserção, na estrutura produtiva, nas formas de representação sindical e política.

e) A metamorfose no universo do trabalho configura um processo contraditório, que qualifica em alguns ramos e desqualifica em outros.

Resolução:

A citação do enunciado da questão retrata um processo ambíguo, qualificando em certos setores e desqualificando em outros. A alternativa E é correta.

A alternativa D descreve basicamente o processo de flexibilização do capitalismo que examinamos. Está correta.

A alternativa C faz uma paráfrase da citação, expondo a mesma ideia com outras palavras. Está correta. O avanço tecnológico gera uma intelectualização da classe operária, mas também a extinção de postos de trabalho, o que acarreta subproletarização na forma de trabalho informal, precário, temporário, e outros.

A alternativa B afirma que a conversão de trabalho vivo (pessoas) em trabalho morto (formas fixas de capital), isto é, a automatização do trabalho, possibilita que o trabalhador seja liberado para funções de regulação ou supervisão. Isto é correto (pode ser que o número de cargos diminua e aumente o desemprego, mas isso não vem ao caso no momento).

A alternativa A fala em supressão ou eliminação da classe proletária. Está visivelmente incorreta e é a resposta da questão. O contraste com a citação, que menciona “uma diminuição da classe operária industrial tradicional”, é flagrante. Novamente, uma simples interpretação conduziria ao acerto, não se exigindo conhecimentos específicos. Talvez o que causasse certa confusão fosse a alternativa B, que demandaria para sua compreensão a definição de trabalho morto.

Bom, espero que a aula tenha sido proveitosa. Insistiu-se nos conceitos básicos e suas ligações. Acredito que uma leitura atenta do texto fornece um panorama do que pode ser cobrado na disciplina de Sociologia do Trabalho no concurso de AFT e facilitará bastante a assimilação das próximas aulas. Até lá!