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INSTITUTO de ESTUDOS SUPERIORES de Fafe, ldaEscola Superior de Tecnologias de Fafe
Activos Fixos Tangíveis e Activos
Intangíveis
(Auditoria)
Docente: Maria de Fátima P. Santos Gonçalves
Licenciatura em Gestão, 3.º Ano:
Amaia Ferreira de Oliveira, n.º 26182
Alzira Cristiana Fernandes Sousa Marques, n.º 24048
Cristina Costa da Silva, n.º 23075
Filipa Adriana Fernandes de Oliveira, n.º 24070
Helena Cláudia Teixeira Gonçalves, n.º 24029
- Fafe, Dezembro de 2010 –
Índice
Introdução……………………………………………………………………………………….5
- Fafe, Dezembro de 2010 –
“AUDITORIA E AUDITOR. Auditoria é o exame das
contas feitas pelos funcionários financeiros de um
estado, companhias e departamentos públicos ou
pessoas físicas, e a certificação de sua exactidão. Nas
Ilhas Britânicas as contas públicas eram examinadas
desde há muito tempo, embora, até o reinado da
Rainha Elizabeth, de maneira não muito sistemática.
Anteriormente a 1559 esse serviço era executado às
vezes, por auditores especialmente designados, e
outras por auditores da receita pública, ou pelo auditor
do tesouro, cargo criado por volta de 1314. Mas em
1559 um esforço foi feito para sistematizar a auditoria
das contas públicas, pela indicação de dois auditores
para examinar os pagamentos a servidores públicos.”
1. Breve abordagem à Auditoria……………………………………………………………...7
1.1 Origem do termo Auditor………………………………………..………………………7
1.2 Evolução Historia da Auditoria………………………………..………………………..7
1.3 Conceito de Auditoria………………………………………….………………………..9
1.4 Tipos de Auditoria……………………………………………….………………………9
2. Alguns Aspectos de Natureza Contabilística…………………...………………………11
I – Activos Fixos Tangíveis (NCRF 7)….………………………..…………………………11
2.1 Definições………………………………………………………………………….……11
2.2 Reconhecimento…………………………………………………………….…………11
2.2.1 Dispêndios subsequentes………………………………………………………11
2.3 Mensuração……………………………………………………………………….……12
2.3.1 Mensuração Inicial………………………………………………………………12
2.3.1.1 Activo construído pela própria entidade…………………...…………12
2.3.1.2 Outras componentes do custo………………………………...………12
2.3.1.3 Troca de activos………………………………………………...………12
2.3.2 Mensuração após reconhecimento……………………………………………13
2.3.3 Depreciação…………………………………………………………………...…14
2.3.3.1 Quantia depreciável e períodos de depreciação…………….………14
2.3.3.2 Métodos de depreciação ………………………………………………15
2.3.4 Desreconhecimento……………………………………………..………………15
II – Activos Intangíveis (NCRF 7)…………………………………...………………………15
2.1 Definições………………………………………………………………………….……15
2.2 Reconhecimento Inicial……………………………………………………………..…16
2.2.1 Capitalização ou reconhecimento como um gasto do período…………..…16
2.3 Mensuração Inicial dos Activos Intangíveis…………………………………………19
2.3.1 Mensuração subsequente ao reconhecimento inicial……………….………20
2.3.1.1 Método do custo………………………………………………...………20
2.3.1.2 Método de revalorização……………………………………….………20
2.3.1.3 Amortização………………………………………………………..……21
2.3.1.4 Activos intangíveis com vida finita……………………….……………21
2.3.1.5 Revisão do período de amortização e do método de amortização..21
2.3.1.6 Imparidade…………………………………………………………….…21
2.3.2 Activos intangíveis com vida útil indefinida…………………………...………22
2.3.2.1 Amortização………………………………………..……………………22
2.3.2.2 Revisão da vida útil……………………………………………..………22
2.3.2.3 Imparidade…………………………………………………………….…22
2.3.3 Goodwill…………………………………………………………………..………22
- Fafe, Dezembro de 2010 –
2.3.3.1 Goodwill gerado internamente………………...………………………22
3. Objectivos de Auditoria……………………………………………………………………24
3.1 Finalidade da Auditoria assente nos e Activos Intangíveis………………..………24
3.1.1 Norma Contabilística e de Relato Financeiro 6 – Activos Intangíveis…..…24
3.1.2 Norma Contabilística e de Relato Financeiro 7 – Activos Fixos Tangíveis.25
4. Medidas de Controlo Interno…………………………………………..…………………27
4.1 Controlo Interno……………………………………………………………...…………27
4.1.1 Principais objectivos do Controlo Interno…………………………..…………27
4.1.2 Importância do Controlo Interno…………………………….…………………27
4.2 Tipos de Controlo Interno…………………………………..…………………………27
4.3 Medidas de Controlo Interno dos Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis.28
4.4 Politica de Capitalização………………………………………………………………28
4.5 Ficheiro de Activos Fixos………………………………………………...……………29
4.6 Método de Depreciação…………………………………………………….…………29
5. Procedimentos de Auditoria………………………………………………………………31
5.1 O Processo da Auditoria………………………………………………………………31
5.2 Papel de Trabalho de Movimentação de Contas…………………………...………32
5.3 Conferência dos Saldos Iniciais e Finais…………………………………….………32
5.4 Verificação da Existência Física………………………………………………...……32
5.5 Testes das Aquisições…………………………………………………………………33
5.6 Testes das Despesas de Manutenção e Reparos……………………….…………33
5.7 Teste das Depreciações………………………………………………………………34
5.8 Teste das Baixas……………………………………………………….………………34
5.9 Verificação da Conta de Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis em
Andamento……………………………………………………………………………..……34
5.10 Verificação de Propriedade e Obrigação sobre Imóveis e Veículos……………35
5.11 Teste de Reavaliação……………………………………………………..…………35
5.12 Orientações…………………………………………………………………………...36
6. Principais Erros…………………………………………………………………………….37
7. Documentos a serem solicitados………………………………………………………...38
8. Questionário………………………………………………………………………………..39
Conclusão………………………………………………………………………………....…..41
Bibliografia…………………………………………………………………………….……….42
Introdução
- Fafe, Dezembro de 2010 –
No âmbito da disciplina de Auditoria, foi-nos solicitada a apresentação de uma
breve revisão bibliográfica relacionada com o desenvolvimento da Auditoria, baseada
nos Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis.
A Auditoria constitui um conjunto de procedimentos técnicos que tem por
objectivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controlos internos e das
informações físicas, contabilísticas, financeiras e operacionais da Entidade.
O objectivo deste trabalho consiste em tratar um determinado
conteúdo trabalhado inicialmente na disciplina de Auditoria, que através da utilização
de ferramentas como instrumentos de leitura e visualização de ilustrações, sendo eles
elementos de potencial recurso, têm a função de ampliar o conhecimento sobre o
assunto que se pretende desenvolver, Auditoria, baseada nos Activos Fixos Tangíveis
e Activos Intangíveis.
No primeiro capitulo, é feita uma breve abordagem relativamente ao conceito
de Auditoria, à sua origem e respectiva evolução histórica, bem como aos diferentes
tipos de Auditoria existentes.
No segundo capítulo, é dada uma pequena noção, quanto a alguns dos
aspectos de natureza contabilística, em termos da Auditoria nos Activos Fixos
Tangíveis e Activos Intangíveis.
Relativamente ao seguinte capítulo, o terceiro, são anunciados os principais
objectivos da Auditoria, assim como as finalidades na forma pela qual os Activos Fixos
Tangíveis e Activos Intangíveis em Auditoria se exigem que sejam obtidos.
Quanto ao quarto capítulo, são abordadas as Medidas de Controlo Interno,
relativamente ao tema ostentado, onde são apresentados os principais objectivos do
controlo interno, assim como a sua importância, os diferentes tipos e modalidades
existentes no controlo interno, são ainda enunciados outros pontos como, a política de
capitalização e ficheiro de activos fixos, e ainda é feita uma breve apresentação
relativamente aos métodos de depreciação.
Segue-se o quinto capítulo, onde são prenunciados os seguintes
procedimentos, pelo qual um auditor se segue para realizar o seu trabalho.
São ainda expostos, no sexto capítulo, os principais erros mais susceptíveis de
se cometer em Auditoria nos Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis. Assim
como, no sétimo capítulo, é exposta uma breve sugestão de possíveis documentos de
serem solicitados pelo auditor, para que o seu parecer seja praticável de ser realizado.
E por último, no oitavo capítulo, é ainda exposto um curto exemplo de um
Questionário relativo ao procedimento contabilístico e medidas de controlo interno em
Auditoria, baseado na aplicação de Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis.
- Fafe, Dezembro de 2010 –
1. Breve abordagem à Auditoria
1.1 Origem do termo Auditor
- Fafe, Dezembro de 2010 –
A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente
representado pela origem latina (aquele que ouve, ouvinte), na realidade provém do
verbo inglês “to audit” (examinar, ajustar, corrigir, certificar). Segundo se tem notícias,
a actividade de auditoria é originária da Inglaterra que, como dominadora dos mares e
do comércio em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de investimentos em
diversos locais e países e, por consequência, o exame dos investimentos mantidos
naqueles locais.
1.2 Evolução Histórica da Auditoria
Em essência, a causa da evolução da auditoria, que é decorrente da evolução
da contabilidade, foi a do desenvolvimento económico dos países, síntese do
crescimento das empresas e da expansão das actividades produtoras, gerando
crescente complexidade na administração dos negócios e de práticas financeiras
como uma força motriz para o desenvolvimento da economia de mercado.
A veracidade das informações, o correcto cumprimento das metas, a aplicação
do capital investido de forma lícita e o retorno do investimento foram algumas das
preocupações que exigiram a opinião de alguém não ligado aos negócios e que
confirmasse, de forma independente, a qualidade e precisão das informações
prestadas, dando, dessa forma, o ensejo ao aparecimento do auditor.
Embora cronologicamente haja indícios da existência da profissão de auditor
desde o século XIV, esta é, em verdade, uma função nova que vem a experimentar
um excepcional desenvolvimento com diferentes graus de especialização.
Ano Acontecimentos
? É desconhecida a data do início da actividade de Auditoria.
1314 Criação do cargo de auditor do Tesouro da Inglaterra.
1559 Sistematização e estabelecimento da auditoria dos pagamentos a servidores públicos pela Rainha Elizabeth I.
1756 A Revolução Industrial na Inglaterra e a expansão do capitalismo proporcionaram grande impulso para a profissão devido ao aparecimento das primeiras fábricas com uso intensivo de capital (…).
1880 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados (Institute of Chartered Accountants in England and Wales), na Inglaterra
1886 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados (AICPA), nos Estados Unidos.
1894 Criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos.
Início do
século XX
Surgimento das grandes corporações americanas e rápida expansão do mercado de capitais.
- Fafe, Dezembro de 2010 –
1916 Surgimento do IPA (Institute of Public Accountants), que sucede a Associação supra citada em 1887.
1917 Redenominação do IPA para AIA (American Institute of Accountants).
1929 Crash da Bolsa de Valores.
Início dos
Anos 30
O AIA propõe ao Congresso Norte-Americano a regulamentação de normas e padrões contabilísticos por profissionais altamente capacitados.
1934
Criação da SEC (Security and Exchange Comission), nos EUA, aumentando a importância da profissão do auditor como guardião da transparência das informações contabilísticas das organizações e sua divulgação para o mercado de capitais (...).
1947 Declaração de Responsabilidade do auditor interno.
1957 Redenominação do AIA para AICPA (American Institute of Certified Public Accountants), instituto que teve importância decisiva para o desenvolvimento das práticas contabilísticas e de auditoria.
1971 Criação do IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores) (…).
1973 Surgimento do FASB (Financial Accounting Standards Board), nos EUA, com o objectivo de determinar e aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e normas contabilísticas.
1976 Com a Lei nº. 6404 - Lei das Sociedades por Acções - foram normatizados as práticas e relatórios contabilísticos.
1976 Com a Lei nº. 6385, é criada a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que tem a responsabilidade de normatizar as normas contabilísticas e os trabalhos de auditoria das empresas de capital aberto, além de fiscalizar.
1977
Surgimento do IFAC (International Federation of Accountants), que substituiu o International Coordination Committee for Accountancy Profession, com a missão de emitir padrões profissionais e guias de recomendação, além de buscar a convergência internacional desse padrões.
2001
Surgimento do IASB (International Accounting Standards Board), com sede na Grã-Bretanha, que assume a responsabilidade de estudo de padrões contabilísticos, antes dirigidos pelo IASC (International Accounting Standards Comitte), com o objectivo de harmonizá-las internacionalmente.
Quadro 1 – Cronologia da Evolução Histórica da Auditoria.
Foi a partir da criação do SEC, em 1934, nos Estados Unidos, que a profissão
de auditor assume maior importância e cria um novo estímulo, uma vez que as
empresas que transaccionavam acções na Bolsa de Valores foram obrigadas a
recorrer aos serviços de auditoria para dar maior credibilidade às suas demonstrações
financeiras.
1.3 Conceito de Auditoria
Para se compreender o conceito de Auditoria, é necessário, primeiro entender
a função das demonstrações financeiras.
- Fafe, Dezembro de 2010 –
As demonstrações financeiras são informações, preparadas por escrito,
destinadas a apresentar a terceiros, alheios à empresa, a situação patrimonial desta e
a evolução desse património. Para que as suas funções sejam cumpridas, é
necessário que as mesmas observem dois requisitos:
a) Informar aos usuários que critérios foram adoptados na sua elaboração;
b) Apresentar parecer de terceiros, alheios à empresa, sobre a fidedignidade
com que tais demonstrações reflectem a situação do património e a sua evolução
durante o período a que se referem.
Para se perceber o primeiro requisito, adoptou-se um conjunto de convenções
conhecidas como princípios e normas de contabilidade geralmente aceites, para a
elaboração das demonstrações financeiras, que se referem basicamente à avaliação
do património e à maneira de apresentar a informação nelas contidas.
O segundo requisito é preenchido recorrendo-se a um profissional
independente, ou seja, alheio à empresa – o auditor.
Com base nisto, poderíamos definir a auditoria das demonstrações financeiras
como o exame das mesmas, por um profissional independente, com a finalidade de
emitir um parecer técnico sobre sua fidedignidade.
1.4 Tipos de Auditoria
A auditoria classifica-se da seguinte forma:
a) Auditoria das demonstrações financeiras e auditoria operacional.
Auditoria das demonstrações financeiras: Como já foi dito, é o exame das
demonstrações financeiras, feito por um profissional independente, com a finalidade
de emitir um parecer técnico sobre sua fidedignidade.
Auditoria operacional: É o exame da gestão da entidade, com a finalidade de
avaliar a eficiência dos seus resultados, no que respeita a metas fixadas, recursos
empregados, organização, utilização e coordenação dos referidos recursos e os
controlos estabelecidos sobre a sua gestão.
b) Auditoria externa e auditoria interna.
Auditoria externa: É a auditoria das demonstrações financeiras. É feita por um
profissional alheio à empresa.
Auditoria interna: É realizada pelo pessoal da própria empresa, e não consiste
no exame das demonstrações financeiras, mas no de todo tipo de operação da
empresa.
Actualmente, os horizontes da auditoria foram ampliados para outras
verificações que não aquelas essencialmente ligadas à sua origem contabilística, tais
como, auditoria de sistemas, auditoria da qualidade, auditoria ambiental, etc.
- Fafe, Dezembro de 2010 –
- Fafe, Dezembro de 2010 –
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
2. Alguns Aspectos de Natureza Contabilística
I – Activos Fixos Tangíveis (NCRF 7)
2.1 Definições
São activos não monetários identificáveis sem substância física.
Consideram-se Activos Fixos, os elementos que:
Sejam detidos para uso na produção ou nos fornecimentos de bens e
serviços, para arrendamento a outros, ou para fins administrativos; e
Se espera que sejam utilizados durante mais de um período.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não
exista relacionamento entre elas.
2.2 Reconhecimento
Um bem deve ser reconhecido com activo fixo tangível caso cumpra as
definições de activo fixo tangível previstas na estrutura conceptual, ou seja, se e
apenas se, for provável que futuros benefícios económicos associados a este fluam
para a entidade, e o seu custo for mensurado fivelmente.
O valor de custo a escriturar é a quantia paga ou o justo valor de outra
retribuição dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção.
Podem ser considerados no activo por uma só quantidade e quantia fixa os
itens imobilizados que, no seu conjunto, satisfação em simultâneo as seguintes
condições:
Sejam renovados frequentemente;
Representem, bem a bem, uma quantia imaterial para a entidade;
Tenham uma vida útil não superior a três anos.
2.2.1 Dispêndios subsequentes
Os valores dispendidos posteriormente relacionados com um activo fixo
tangível, que tenha já sido reconhecido, devem ser incrementados à quantia
escriturada do activo quando for previsível que benefícios económicos futuros
excedam o desempenho original previsto do activo existente, e estes revertam para a
entidade.
- 11 -
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Exemplo: a modificação de um bem para prolongar a sua vida útil e a sua
capacidade, a actualização de um bem visando uma melhoria da produção ou a
adopção de processos produtivos que reduzam os custos operacionais anteriores.
2.3 Mensuração
2.3.1 Mensuração Inicial
Um activo fixo tangível deve ser mensurado pelo seu custo, no seu
reconhecimento inicial.
O custo de tais itens não difere do até aqui utilizado no nosso normativo e
compreende além do preço, todos os valores associados à respectiva compra em que
a entidade tenha incorrido, valores associados à colocação do activo em condições de
operar e estimativa de desmantelamento e remoção do bem, caso aplicável.
Como custos directamente atribuíveis podemos ter custos com pessoal
inerentes à construção do bem, com a preparação do local, de montagem do bem,
custos de testes de funcionamento e honorários. Os custos de inspecções importantes
e imprescindíveis também devem ser atribuíveis ao bem.
Não são custos a incorporar num activo fixo tangível, por exemplo os de
abertura de instalações, publicidade e promoção de novos produtos, formação de
pessoal e custos de administração.
Os custos incorridos na utilização ou reinstalação de um bem não são incluídos
na sua quantia escriturada.
2.3.1.1 Activo construído pela própria entidade
No caso de activos construídos pela própria entidade, determina-se o seu valor
usando os mesmos princípios quanto a um activo adquirido, pelo que lucros internos
ou o custo de quantias anormais de materiais ou de outros recursos usados em
desperdício não são de incluir no custo do activo.
2.3.1.2 Outras componentes do custo
Quando o pagamento de um activo fixo tangível seja diferido para além das
condições normais de crédito, o seu custo é equivalente ao preço do dinheiro, a não
ser que esse juro seja reconhecido na quantia escriturada de acordo com o tratamento
alternativo permitido na NCRF 10 – Custos de Empréstimos obtidos.
2.3.1.3 Troca de activos
Os bens do activo fixo tangível podem ser adquiridos em troca de um activo ou
activos não monetários.
O activo recebido deve ser mensurado pelo justo valor, mais ou menos
qualquer quantia em dinheiro ou equivalente transferida. Caso o justo valor não seja
- 12 -
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
possível apurar, o seu custo é mensurado pela quantia escriturada do activo cedido.
2.3.2 Mensuração após reconhecimento
Após o reconhecimento e a mensuração inicial, podemos fazer a mensuração
subsequente das classes dos activos fixos tangíveis através de dois modelos:
Modelo do custo;
Modelo de revalorização.
Modelo do custo – prevê que o activo seja registado pelo seu custo menos
qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.
Modelo de revalorização – após o primeiro registo do activo ao custo, caso
exista a possibilidade de determinar com fiabilidade o justo valor do activo fixo
tangível, este deve ser escriturado por uma quantia revalorizada. Esta quantia
revalorizada deve ser entendida pelo justo valor à data, menos qualquer depreciação
acumulada subsequentemente e perdas por imparidade acumuladas subsequentes.
A periodicidade das revalorizações deve ser assegurada para que a quantia
expressa no balanço não distorça a sua leitura. Assim, em determinadas situações
pode ser aconselhável que estas valorizações e suas evidências sejam anualmente
efectuadas. Tal dependerá da volatilidade do justo valor dos respectivos bens.
Para o caso de terrenos e edifícios, justo valor deve ser determinado por
avaliadores profissionalmente qualificados e independentes, tendo por base o
mercado existente. Para instalações e equipamentos é determinado por avaliação.
Na revalorização de um bem, a depreciação acumulada à data pode ser tratada
de duas formas:
1. Ajustando proporcionalmente a quantia bruta e as depreciações, para que o
valor líquido espelhe o novo valor revalorizado do activo (expressão de
depreciação acumulada), ou
2. Eliminando o valor da depreciação, para que o valor a expressar no balanço
seja o valor revalorizado do activo.
Se um activo fixo tangível for revalorizado, toda a classe à qual pertença deve
ser revalorizada, com referência à mesma data ou datas próximas para que não se
distorçam os valores dos bens da mesma classe. Se a quantia escriturada de um
activo for aumentada como resultado de uma revalorização, o aumento deve ser
creditado directamente no capital próprio na conta excedente de revalorização.
Se a quantia escriturada de um activo for diminuída como resultado de uma
revalorização, até ao ponto de qualquer saldo de crédito existente no excedente de
- 13 -
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
revalorização com respeito a esse activo, a diminuição deve ser debitada directamente
ao capital próprio, sendo a restante reconhecida em resultados.
O excedente de revalorização incluído no capital próprio com respeito a um
activo fixo tangível pode ser transferida quando o activo for desreconhecido na
totalidade), ou pelo seu uso (na parte proporcional), directamente para resultados
transitados, sem afectar resultados, tal como já previsto no nosso normativo actual.
2.3.3 Depreciação
A depreciação de cada activo fixo tangível deve ser por partes, sempre que o
seu custo seja significativo face ao todo.
Exemplo: temos a depreciação de partes de uma aeronave que tenham vidas
úteis e valores substancialmente diferentes, faz sentido depreciar em tempos e
métodos eventualmente diferentes. Pelo inverso pode-se exemplificar uma viatura
ligeira de passageiros, separando os pneus do restante veículo. Os pneus pelo seu
valor, não justificam a sua segregação do restante.
A agregação de partes que tenham método de depreciação e vida útil
semelhante é possível, facilitando o tratamento contabilístico.
O gasto de depreciação em cada período deve ser reconhecido nos resultados
a menos que seja incluído na quantidade escriturada de um outro activo.
Nota:
Por exemplo: a depreciação de instalações e equipamento de fabrico é incluída
nos custos de conversão de inventários ou a depreciação de activos fixos tangíveis
usados para actividades de desenvolvimento, pode ser incluída no custo de um activo
intangível.
2.3.3.1 Quantia depreciável e períodos de depreciação
A quantia depreciável de um activo deve ser imputada numa base sistemática
durante a sua vida útil, expurgando o seu valor residual (valor que se espera realizar
na alienação do bem após final da sua vida útil e após a utilização do mesmo).
Este valor residual, o qual não é depreciado, pode por vezes ser perfeitamente
imaterial e insignificante no cálculo do valor a depreciar.
As alterações decorrentes da análise efectuada anualmente à vida útil e ao
valor residual de cada bem, devem ser contabilizadas de acordo com a NCRF 4 –
Politicas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.
A depreciação de um bem reflecte o desgaste do mesmo pela sua utilização,
pelo que esta é sempre efectuada, independentemente do valor do bem, como forma
- 14 -
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
de ajustamento pelo seu uso.
O início da depreciação de um bem activo começa quando estiver disponível
para uso e nas condições apropriadas para o seu uso e deve cessar quando for
desreconhecido ou quando o activo for classificado como detido para venda na data
que ocorrer mais cedo.
Mesmo que um bem seja retirado de uso a depreciação é de efectuar, tendo
em conta os métodos utilizados. Na determinação da vida útil de um bem deve ser tido
em conta o uso esperado e o desgaste esperado mesmo, a possível obsolência,
limites legais do seu uso e eventuais alterações na procura.
A vida útil de uma activo pode ser mais curta que a vida económica, atendendo
à estimativa efectuada em função da experiência da entidade com a utilização de
activos semelhantes.
2.3.3.2 Método de depreciação
O método de depreciação a usar deve estar directamente ligado ao
reconhecimento dos benefícios económicos futuros que estejam associados ao activo
a depreciar, devendo ser aplicado consistentemente.
Existem três métodos de depreciação:
1. Método da linha recta;
2. Método do saldo decrescente;
3. Método das unidades de produção.
2.3.4 Desreconhecimento
A quantia escriturada de um activo fixo tangível deve ser desreconhecida no
momento da alienação ou quando não se esperta futuros benefícios económicos do
seu uso ou alienação. O ganho (e não crédito) ou perda (e não gasto) é reconhecido
em resultados, excepção feita à venda seguida de locação que segue o previsto na
NCRF 9.
II – Activos Fixos Intangíveis (NCRF 6)
2.1 Definições
Activos fixos intangíveis são activos não monetários, identificáveis sem
substância física. Por identificáveis entendem-se activos que são, capazes de serem
separados ou divididos da entidade, transaccionados, seja individualmente ou em
conjunto com um contrato, activo ou passivo relacionado, ou resultantes de direitos
contratuais ou de outros direitos legais.
- 15 -
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
2.2 Reconhecimento inicial
Deve ser reconhecido apenas se, for provável que benefícios económicos
associados ao elemento venham a fluir para a entidade, e se o custo do elemento
possa ser mensurado com fiabilidade.
2.2.1 Capitalização ou reconhecimento como um gasto do período
A) Critérios para reconhecimento como activo fixo intangível:
Para ser um activo intangível, o dispêndio deverá, entre outros requisitos,
originar benefícios económicos futuros para a entidade, e o custo do activo deve poder
ser quantificado com fiabilidade.
As entidades possuem vários recursos intangíveis como conhecimentos
técnicos, propriedade intelectual, conhecimento do mercado, implementação de novos
processos ou sistemas, marcas, entre outros. Tais recursos compreendem patentes,
listas de clientes, programas de computador, lealdade dos clientes, quotas de
mercado, etc. Mas nem todos eles cumprem os critérios de definição de activos
intangíveis tal como contemplado na NCRF 6, que são a identificabilidade, o controlo
de um recurso e a existência de benefícios económicos futuros.
i) Identificabilidade
Um activo satisfaz o critério de identificabilidade se o activo é separável (pode
ser vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado), quer individualmente quer em
conjunto, ou se o activo é proveniente de direitos contratuais ou outros direitos legais,
independentemente de esses direitos.
ii) Controlo
O controlo de um activo é descrito pela NCRF 6 como o poder que uma
entidade tem de obter benefícios económicos futuros do recurso e puder também
restringir o acesso de terceiros a esses benefícios.
A NCRF 6 refere ainda que, normalmente, esse poder é dado por direitos
legais. Na ausência destes, será mais difícil demonstrar-se a existência de controlo.
O pessoal especializado e a lista de clientes ou a quota de mercado são
exemplos apontados pela NCRF 6 como situações de recursos intangíveis mas que
não são controlados, os empregados são livres para saírem da entidade e os clientes
poderão também trocar de fornecedor.
iii) Benefícios económicos futuros
Segundo a NCRF 6, os benefícios económicas futuros que fluem de um activo
intangível podem incluir réditos da venda de produtos ou serviços, economias de
custos, ou outros benefícios resultantes do uso do activo pela entidade.
No esquema seguinte evidencia-se o processo de decisão de capitalização ou
- 16 -
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
não, partindo de um recurso intangível até se chegar a um activo intangível:
O reconhecimento de um activo intangível poderá decorrer das seguintes situações:
aquisição separada;
aquisição como parte de uma concentração de actividades empresariais;
troca de activos;
aquisição por meio de um subsídio do Governo;
activos intangíveis gerados internamente.
B) Aquisição Separada
Numa aquisição separada, os critérios de reconhecimento são, normalmente,
cumpridos. No entanto, os dispêndios subsequentes à aquisição poderão não cumprir
os critérios de reconhecimento. Por exemplo, se a"entidade adquirir os trabalhos de
pesquisa realizados por outra entidade, irá reconhecer como activo intangível esses
trabalhos adquiridos. No entanto, se prosseguir a pesquisa internamente, os gastos
subsequentes, na fase de pesquisa, terão de ser reconhecidos como gastos do
período.
C) Aquisição como parte de uma concentração de actividades
empresariais
Numa concentração de actividades empresariais, o adquirente reconhece um
activo intangível se o justo valor do activo puder ser fiavelmente mensurado,
independentemente de o activo ter sido ou não reconhecido pela adquirida antes da
concentração de actividades empresariais. Por exemplo, uma marca não reconhecida
pela adquirida por não ter resultado de aquisição.
D) Troca de activos
Na troca de activos, o activo intangível recebido é também reconhecido, uma
vez que os critérios de reconhecimento são, normalmente, cumpridos.
E) Aquisição por meio de um subsídio do governo
- 17 -
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Neste caso, normalmente, não existirão dúvidas quanto ao reconhecimento do
activo intangível.
F) Activos intangíveis gerados internamente
i) Despesas com pesquisa
A pesquisa é a investigação original e planeada levada a efeito com a
perspectiva de obter novos componentes científicos ou técnicos. Na fase de
investigação, não existe qualquer descoberta, nem sabemos se algum dia irá existir
(por exemplo, a pesquisa da vacina contra a sida). Assim, todas as despesas de
investigação deverão ser levadas directamente a gastos do período, por não se
encontrarem assegurados os benefícios económicos futuros.
ii) Despesas com desenvolvimento
Desenvolvimento, é a aplicação das descobertas derivadas da pesquisa ou de
outros conhecimentos a um plano ou concepção para a produção de materiais,
mecanismos, aparelhos, processos sistemas ou serviços novos ou substancialmente
melhorados, antes do início da produção comercial ou uso.
Na fase de desenvolvimento, a empresa superou já a fase de pesquisa,
encontrando-se em curso o desenvolvimento, o qual inclui: a concepção,
construção e teste de protótipos e modelos, ferramentas, moldes, fábrica-piloto,
etc.;
a realização de estudos de mercado;
o estudo da viabilidade económico-financeira do projecto;
a obtenção de recursos financeiros;
iii) Reconhecimento imediato como gasto
O goodwill gerado internamente, as marcas geradas internamente, cabeçalhos,
títulos de publicações, listas de clientes e elementos substancialmente semelhantes
não devem ser reconhecidos como activos intangíveis. Despesas com constituição de
empresas ou aumentos de capital não devem integrar os activos intangíveis. No
entanto, as despesas relacionadas com operações de capital próprio devem ser
contabilizadas directamente nos capitais próprios.
Alguns exemplos de dispêndios que devem ser levados directamente ao
resultado líquido do período:
despesas de arranque;
formação;
publicidade e actividades promocionais; e
dispêndios com a mudança de local ou reorganização de parte ou da totalidade
de uma entidade.
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Os dispêndios com formação e com publicidade geram, normalmente,
benefícios económicos futuros. No entanto, a entidade não possui controlo sobre o
pessoal ou os clientes (ou potenciais clientes), pelo que não pode capitalizar os
referidos dispêndios.
2.3 Mensuração Inicial Dos Activos Intangíveis
1) Activos intangíveis adquiridos separadamente
O custo de um activo intangível adquirido separadamente inclui o preço de
compra mais os custos directamente atribuíveis de preparação do activo para o seu
uso pretendido.
Alguns exemplos de custos directamente atribuíveis:
custos de benefícios de empregados e honorários directamente resultantes de
levar o activo à sua condição de funcionamento;
custos de testes para concluir se o activo funciona correctamente.
Caso o pagamento do preço de compra seja diferido, para além do prazo
normal de crédito, o seu custo é o equivalente ao preço a dinheiro. O excedente (juros)
é contabilizado na conta 281 - Gastos a reconhecer, sendo reconhecido como gasto
de juros durante o período do crédito, a não ser que seja capitalizado de acordo com o
tratamento de capitalização permitido na NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos.
2) Activo intangível adquirido no âmbito de uma concentração de
actividades empresariais
Caso o activo intangível seja adquirido numa concentração de actividades
empresariais, o seu custo corresponderá ao justo valor na data da concentração
empresarial.
3) Troca de activos
Na troca de activos não monetários, o custo do activo intangível será o seu
justo valor, a menos que a transacção careça de substância comercial ou nem o justo
valor do activo recebido nem o justo valor do activo cedido sejam fiavelmente
mensuráveis. Nesse caso, o custo do activo recebido será o valor contabilístico do
activo cedido.
4) Aquisição por meio de um subsídio do governo
Quando um activo intangível é adquirido por meio de um subsídio do Governo
livre de encargos, ou por uma retribuição nominal, de acordo com a NCRF 22, a
entidade pode optar entre a mensuração inicial pelo justo valor, quer do activo
intangível quer do subsídio ou pela mensuração inicial pelo valor nominal.
5) Activos intangíveis gerados internamente
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
O custo de um activo intangível gerado internamente corresponde à soma dos
dispêndios desde a data em que se cumprem os critérios de reconhecimento, uma vez
que é proibida a reposição - dispêndios anteriormente reconhecidos como gastos.
2.3.1 Mensuração subsequente ao reconhecimento inicial
A mensuração subsequente ao reconhecimento inicial poderá ser efectuada ao
custo ou por valores reavaliados. No entanto, o modelo de revalorização implica a
existência de um mercado activo.
Um merc\ado activo é um mercado no qual se verifiquem todas as condições
seguintes:
a) os itens negociados no mercado sejam homogéneos;
b) compradores e vendedores dispostos a negociar podem ser encontrados
a qualquer momento; e
c) os preços estão disponíveis ao público.
2.3.1.1 Método do custo
Após o reconhecimento inicial, o activo intangível é registado pelo seu custo,
menos amortizações acumuladas (apenas para activos intangíveis com vida finita) e
perdas acumuladas por imparidade, se existirem.
2.3.1.2 Método de revalorização
Após o reconhecimento inicial, o activo intangível é registado por um valor
reavaliado que é o seu justo valor à data da reavaliação, menos amortizações
acumuladas subsequentes (apenas para activos intangíveis com vida finita) e perdas
por imparidade acumuladas subsequentes, se existirem. As reavaliações devem ser
feitas com regularidade suficiente, de forma a que a quantia registada não difira
materialmente da que seria determinada pelo uso do justo valor à data do balanço.
De notar que a mensuração subsequente pelo justo valor deverá ser aplicada a
todos os activos da mesma classe, a menos que não exista um mercado activo para
esses activos. O aumento do activo pela reavaliação deve ser levado aos capitais
próprios.
No entanto, caso tenham sido reconhecidas perdas em anos anteriores, o
ganho é considerado rendimento do período até ao montante dessas perdas, sendo o
excedente levado ao capital próprio.
Em caso de diminuição, o montante da redução é levado em primeiro lugar a
excedente de revalorização, caso exista. O remanescente (ou em caso de inexistência
de excedente de revalorização), será levado directamente aos gastos do período.
2.3.1.3 Amortização
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Os activos intangíveis devem ser classificados em dois tipos:
activos intangíveis com vida útil finita; e
activos intangíveis com vida indefinida.
No primeiro caso, é estimado um horizonte temporal de consumo de benefícios
económicos do activo, pelo que o activo deve ser amortizado por esse período (vida
útil finita). No segundo caso, não é determinada uma data-limite para consumo de
benefícios económicos futuros, por exemplo, uma marca de prestígio de um produto
estável. Em consequência, não se procede à amortização do activo, embora se tenha
de realizar teste anual de imparidade.
2.3.1.4 Activos intangíveis com vida finita
A amortização de um Activo Intangível com vida útil finita deve ser efectuada de
acordo com o modelo de consumo dos benefícios económicos. No entanto, a NCRF 6
refere que deve ser usado o método da linha recta quando o modelo de consumo de
benefícios não puder ser determinado.
Nas amortizações, devemos ter em conta a adequada correlação dos gastos
com os rendimentos no que se refere à escolha do método a adoptar e o período
esperado de benefícios para a entidade, no que se refere ao período de amortização a
seguir.
2.3.1.5 Revisão do período de amortização e do método de amortização
O período de amortização e o método de amortização devem ser revistos, pelo
menos, no final de cada ano financeiro. Se a vida útil esperada do activo for
significativamente diferente das estimativas anteriores, o período de amortização deve
ser alterado. Se tiver havido uma alteração significativa no modelo esperado de
benefícios económicas do activo, o método de amortização deve ser alterado para
reflectir o modelo alterado. Tais alterações devem ser tratadas como alterações de
estimativas contabilísticas, segundo a NCRF 4, pelo que apenas afectam as
amortizações do período corrente e dos períodos futuros (aplicação prospectiva).
2.3.1.6 Imparidade
Relativamente aos activos intangíveis com vida útil finita, apenas se efectua
teste de imparidade quando existirem indicações de imparidade.
Normalmente, no exercício em que ocorre o dispêndio e se procede à
capitalização, é apreciado o potencial futuro do dispêndio originar benefícios
económicos futuros. No entanto, subsequentemente, nada se faz, procedendo-se, de
forma automática, à amortização do activo pelo período previamente determinado.
Consideremos um projecto de desenvolvimento de um produto que, por cumprir
os requisitos da NCRF 6, foi capitalizado para amortização em três anos. No entanto,
durante o segundo ano, a Administração decidiu que já não iria proceder ao
- 21 -
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
lançamento do produto. Verifica-se aqui a imparidade total do activo, uma vez que ele
já não trará benefícios económicos futuros para a entidade, logo, já não qualifica como
activo. Assim, o valor do custo ainda não amortizado (neste caso, um terço) deverá ser
objecto de uma perda por imparidade, sendo assim o montante do activo reduzido a
zero.
Sempre que, ao reavaliarmos a vida útil de um activo intangível, concluirmos
que o mesmo passa a ter vida finita em vez de indefinida, esta alteração constitui um
indicador de imparidade, pelo que terá de ser determinado o seu valor recuperável.
2.3.2 Activos intangíveis com vida útil indefinida
2.3.2.1 Amortização
Um activo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado.
2.3.2.2 Revisão da vida útil
A vida útil de um activo intangível com vida útil indefinida deve ser revista no
final de cada período. Caso se conclua que o activo intangível passou a ter vida útil
finita, a alteração deve ser contabilizada como alteração numa estimativa
contabilística, de acordo com a NCRF 4, pelo que, a partir dessa data, o activo
passara a ser objecto de amortização.
2.3.2.3 Imparidade
A NCRF 12 – Imparidade de Activos exige que se efectue o teste de imparidade
de activos intangíveis com vida útil indefinida anualmente e sempre que haja uma
indicação de que o activo intangível pode estar em imparidade.
Compreende-se esta obrigatoriedade imposta pela NCRF 12. Uma vez que
deixamos de amortizar o activo intangível com vida útil indefinida, como contrapartida,
teremos de concluir que não existe imparidade do activo
2.3.3 Goodwill
Diz respeito a benefícios económicos futuros resultantes de activos que não
são capazes de ser individualmente identificados e separadamente reconhecidos.
2.3.3.1 Goodwill gerado internamente
Corresponde a dispêndios incorridos para gerar benéficos económicos futuros
que não são capazes de ser individualmente identificados e separadamente
reconhecidos e que não cumprem os critérios de reconhecimento dos activos
intangíveis
o seu custo não pode ser mensurado com fiabilidade
O goodwill gerado internamente não deve ser reconhecido, pois este
confunde-se com o valor da própria empresa, não sendo possível atribuir-lhe um valor
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
específico. O valor de mercado de uma empresa é muitas vezes superior à quantia
líquida dos seus activos e esta diferença não pode ser reconhecida (excepção feita às
aquisições de entidades empresariais, tratadas pela NCRF 14).
Esta norma também se aplica, entre outras coisas, a:
dispêndios com publicidade;
formação, arranque e actividades de pesquisa e desenvolvimento.
O seu reconhecimento está directamente associado ao cumprimento da
definição de activo prevista na estrutura conceptual.
A probabilidade de benefícios económicos futuros esperados deve ser avaliada
tendo por base pressupostos razoáveis e sustentáveis que representem a melhor
estimativa do conjunto de condições económicas que existirão durante a sua vida útil,
efectuando um juízo de valor com base na evidência disponível à data, privilegiando a
obtida externamente.
3. Objectivos de Auditoria
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
A auditoria é a técnica contabilística, por meio da qual um especialista em
contabilidade, o auditor, examina actividades desempenhadas por profissionais das
diversas áreas de uma organização empresarial, de acordo com a finalidade
estabelecida no contrato de prestação de serviços de auditoria. O auditor pode ser
contratado por uma sociedade, sem vínculo empregatício, com diversas finalidades.
São exemplos:
1 - Dar um parecer sobre as demonstrações financeiras exigidas por lei;
2 - Realizar auditoria operacional com vistas à avaliação do desempenho da
administração;
3 - Verificar irregularidades nas contas a pagar ou a receber;
4 - Identificar possíveis fraudes;
5 - Avaliar determinado componente patrimonial.
Na prática, o que tem levado as entidades a contratar auditores é a exigência
legal. Nos casos em que é exigida por lei, a auditoria tem como finalidade a emissão
de um parecer sobre as demonstrações financeiras. Nada impede, porém, que uma
entidade, mesmo não estando obrigada por lei, contrate auditores para executarem
auditoria em áreas contabilísticas ou operacionais.
3.1 Finalidade da Auditoria assente nos Activos Fixos Tangíveis e
Activos Intangíveis
A auditoria tem por finalidade a emissão de um parecer (uma opinião), pelo
auditor independente, no sentido de as demonstrações financeiras traduzirem ou não,
em todos os seus aspectos relevantes, a situação do património da entidade numa
determinada data, o resultado das suas operações, as mutações do seu património
líquido (ou os lucros ou prejuízos acumulados) e as origens e aplicações dos seus
recursos no período auditado, de acordo com os Princípios Fundamentais de
Contabilidade, aplicados com uniformidade em relação ao exercício anterior.
3.1.1 Norma Contabilística e de Relato Financeiro 6 – Activos
Intangíveis
Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma
Internacional de Contabilidade IAS 38 – Activos Intangíveis, adoptada pelo texto
original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.
Sempre que na presente norma existam remissões para as normas
internacionais de contabilidade pela União Europeia, nos termo do Regulamento (CE)
n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Junho e, em
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
conformidade com o texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão,
de 3 de Novembro.
O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de
prescrever o tratamento de activos intangíveis que não sejam especificamente
tratados noutras Normas. Esta Norma exige que uma entidade reconheça um activo
intangível se, apenas se, critérios especificados forem satisfeitos. A Norma também
especifica como mensurar a quantia escriturada de activos intangíveis e exige
divulgações específicas acerca de activos intangíveis.
3.1.2 Norma Contabilística e de Relato Financeiro 7 – Activos Fixos
Tangíveis
Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma
Internacional de Contabilidade IAS 16 – Activos Fixos Tangíveis, adoptada pelo texto
original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.
Sempre que na presente norma existam remissões para as normas
internacionais de contabilidade, que estas se referem às adoptadas pela União
Europeia, nos termo do Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do
Conselho de 19 de Junho e, em conformidade com o texto original do Regulamento
(CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro.
O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de
prescrever o tratamento contabilístico para activos fixos tangíveis, para que os utentes
das demonstrações financeiras possam discernir a informação acerca do investimento
de uma entidade nos seus activos fixos tangíveis, bem como as alterações nesse
investimento. Os principais aspectos a considerar na contabilização dos activos fixos
tangíveis são o reconhecimento e mensuração.
De forma mais amplificada, a finalidade da Auditoria assente nos Activos Fixos
Tangíveis e Activos Intangíveis permite:
Determinar sua existência física e a permanência em uso;
Determinar se pertence à companhia;
Determinar se foram observados os princípios de contabilidade
geralmente aceites, em bases uniformes;
Determinar se os activos fixos tangíveis e activos intangíveis não
contém despesas capitalizadas, e, por outro lado, as despesas não contêm itens
capitalizáveis;
Determinar se os bens dos activos fixos tangíveis e activos intangíveis
formam adequadamente depreciados em bases aceitáveis;
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Determinar a existência dos activos fixos tangíveis e activos intangíveis
penhorados, são dados em garantia ou com restrição de uso; e
Determinar se os activos fixos tangíveis e activos intangíveis estão
correctamente classificados nas demonstrações financeiras.
Após ter terminado o trabalho de auditoria na área de Activos Fixos Tangíveis e
Activos Intangíveis, o auditor deverá estar em condições de concluir se:
As bases segundo as quais as contas de investimentos estão
apresentadas nas demonstrações financeiras e se estão de acordo com os princípios
contabilísticos geralmente aceites e têm vindo a ser consistentemente seguidas;
As adições efectuadas no período sob verificação representam
efectivamente valores a capitalizar;
Os gastos e as amortizações relativos a bens ou direitos que tenham
sido abatidos estão completamente retirados das respectivas contas;
As amortizações efectuadas no exercício são adequadas e foram
calculadas em bases aceitáveis e consistentes com as utilizadas em exercícios
anteriores;
O saldo da conta investimentos em curso diz efectivamente respeito a
obras em curso ainda não concluídas à data do Balanço e destinadas aos Activos
Fixos Tangíveis ou Activos Intangíveis e/ou adiantamentos efectuados a terceiros por
conta de investimentos;
Estão adequadamente divulgadas no anexo todas as informações
pertinentes.
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
4. Medidas de Controlo Interno
4.1 Controlo Interno
Pode-se dizer que, o Sistema de Controlo Interno é um conjunto de
procedimentos e métodos adoptados pela empresa para defender o património e a
fidelidade dos dados contabilísticos.
4.1.1 Principais objectivos do Controlo Interno
A empresa utiliza o controlo interno para atingir determinados objectivos, tais
como:
Eficácia e eficiência das operações;
Fiabilidade do relato financeiro;
Utilização económica e eficiente dos recursos;
Salvaguarda dos activos;
Conformidade com as leis e regulamentos.
4.1.2 Importância do Controlo Interno
O controlo interno é importante numa organização para a protecção contra
possíveis erros, fraudes, irregularidades, faltas e outros riscos ligados à actividade
empresarial.
4.2 Tipos de Controlo Interno
Controlo Interno Administrativo:
Inclui o plano de organização e procedimentos, é um conjunto de medidas que
visam salvaguardar os activos da empresa, é utilizado como ponto de partida para o
controlo interno contabilístico e necessita de pessoal qualificado e experiente.
Controlo Interno Contabilístico:
Faz parte deste controlo o plano de organização e os registos e procedimentos
relacionados com a salvaguarda dos activos da empresa, bem como a confiança que
os registos contabilísticos inspiram. De modo a propiciarem a certeza de que as
operações são executadas de acordo e com aprovação da Administração.
É através do plano de organização e procedimentos e pelo conjunto de
registos, que se pode avaliar:
Se a transacções foram efectuadas com base em autorizações gerais ou
específicas da Administração;
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Se o acesso aos activos está reservado de acordo as instruções da
administração;
Se efectuam comparações periódicas entre o património contabilístico e o
património real;
Se são tomadas medidas apropriadas sempre que se encontrem quaisquer
discrepâncias.
4.3 Medidas de Controlo Interno dos Activos Fixos Tangíveis e
Activos Intangíveis
A aquisição de activos envolve algumas responsabilidades, caberá à
Administração tratar da política desses activos.
Do ponto de vista contabilístico, os activos deverão ter um manual, que deverá
conter alguns aspectos, tais como:
Definição da politica de capitalização;
Procedimentos contabilísticos a efectuar relativamente a activos constituídos
pela própria empresa;
Classificação contabilística das facturas dos fornecedores;
Arquivo específico das cópias ou fotocópias das facturas dos fornecedores de
activos fixos;
Definição da politica de amortização a ser seguida;
Procedimentos a seguir relativamente aos activos totalmente amortizados, mas
ainda em funcionamento;
Procedimentos contabilísticos a efectuar aquando do abate de bens;
Codificação de bens;
Existência de um ficheiro de activos fixos;
Procedimentos contabilísticos relacionados com os activos em sistema de
locação financeira (leasing);
Cobertura de seguros.
4.4 Politica de capitalização
Quando se adquire um bem com o objectivo de fazer parte da empresa há que
decidir se deve ser capitalizado.
Geralmente tem-se em consideração a durabilidade e a materialidade. Ou seja,
se a empresa adquirisse um automóvel, este teria uma boa durabilidade e o seu preço
determina a materialidade, deverá então ser capitalizado. Ao contrário, se a empresa
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
adquirisse uma régua, a durabilidade é muita mas o seu preço não tem grande
relevância para que possa ser capitalizado.
4.5 Ficheiro de Activos Fixos
Cada bem deverá ser objecto de controlo, utilizando uma ficha de activos fixos
estes poderão ser bem controlados. Cada ficha deverá conter as seguintes
informações:
Número de código, descrição e localização do bem;
Data de aquisição, nome do fornecedor, número e data da factura do
fornecedor;
Data de entrada em funcionamento;
Vida útil estimada, início da amortização e taxa anual de amortização;
Custo de aquisição do bem;
Valor do IVA suportado;
Classificação contabilística, referência e a data de lançamento;
Amortizações anuais e acumuladas;
Reavaliações efectuadas;
Seguro;
Contratos de assistência;
Conservação e reparações efectuadas;
Controlo do património.
4.6 Métodos de Depreciação
O Método de depreciação deve reflectir o modelo por que se espera que os
benefícios económicos do activo sejam consumidos pela entidade. Existem vários
métodos para o cálculo da depreciação de um activo em função do seu custo, vida útil
e valor residual, que são:
1. Método da linha recta – (a depreciação é constante durante a vida útil do
bem, se não houver alteração do valor no Activo Fixo Tangível)
2. Método do Saldo Decrescente – (tem um maior impacto das depreciações no
inicio da vida útil do bem, o que faz com o valor das depreciações desçam na medida
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
em que os anos passam).
3. Método das unidades de produção – (tem por base as unidades de produção
estimadas para a vida útil do item. Este método obriga a que sejam feitas mais vezes
revisões nas unidades de produção, uma vez que há a necessidade de estimar o
numero de anos de vida útil.)
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
5. Procedimentos de Auditoria
5.1 O Processo da Auditoria
Esquema 1 – Processo da Auditoria.
(Fonte: Almeida, 2003, p. 47).
É norma geral, que para efeito de controlo, por ocasião do inventário anual, as
verificações incluam os bens do activo fixo tangível e activo intangível para testar a
sua existência, localização, utilização e estado de conservação (Franco, 1.985). Para
alcançar os seus objectivos, a auditoria segue procedimentos, os quais listamos a
seguir:
Exame físico: inspecção física dos bens do imobilizado e das obras em
andamento;
Confirmação: nos cartórios para verificação das escrituras e também dos
fornecedores quanto a bens adquiridos a prazo.
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PROGRAMA O TRABALHO
AVALIA O CONTROLO INTERNO
EXECUTA OS PROCEDIMENTOS DE
AUDITORIA
EMITE O SEU PARECER
AUDITOR
RECOLHE EVIDÊNCIAS
AVALIAS AS EVIDÊNCIAS
EFECTUA A REVISÃO ANALÍTICA
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Confirmação: junto a escritórios de advocacia quanto a processos em
andamento.
Verificação: das notas fiscais das compras e vendas realizadas.
Exame: das actas das assembleias, dos contratos de empréstimos, dos
certificados de propriedade de veículos e escrituras de bens imóveis.
Cálculos: da depreciação, da amortização e da exaustão e, investigações;
inquéritos; correlações e;
Observações que sejam necessárias.
5.2 Papel de Trabalho de Movimentação de Contas
Obter ou preparar um papel de trabalho dando os seguintes detalhes em reais
e por categoria de bens do activo fixo tangíveis e activos intangíveis:
Custo corrigido:
o Saldo no início do período
o Aquisições
o Baixas
o Transferências
o Correcção monetária
o Saldo no fim do período
Depreciação acumulada corrigida:
o Saldo no início do período
o Depreciações
o Baixas
o Correcção monetária
o Saldo no fim do período
5.3 Conferência dos Saldos Iniciais e Finais
- Conferem-se com os papéis de trabalho do ano anterior. Se a auditoria do
ano anterior foi feita por outro auditor independente, conferem-se os saldos iniciais
com os papéis de trabalho desse outro auditor.
- Conferem-se os saldos finais como razão geral.
5.4 Verificação da Existência Física
- Obter uma listagem individual dos bens do activo fixo tangíveis e activo
intangíveis, com data-base do fim do período, e conferir a soma dessa listagem;
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
- Verificar se o total dessa listagem concorda com o saldo do custo corrigido no
fim do período, apresentado no papel de trabalho de movimentação de contas;
- Seleccionar bens para serem identificados fisicamente;
- Seleccionar, aleatoriamente, bens fisicamente e identificá-los na listagem.
Durante a inspecção física, verificar se não existem bens do activo fixo tangíveis e
activo intangíveis obsoletos ou deteriorados (as evidências podem ser: bens que não
estejam a ser utilizados, enferrujados, guardados em local diferente do sector
produtivo, etc). Caso existam bens nesse estado, toma-se nota para posterior
discussão com a administração da empresa (possibilidade de vendê-los,
transferências para outros grupos de contas do activo, constituição de uma provisão
para perda na realização ou aceleração da taxa de depreciação).
5.5 Testes das Aquisições
- Seleccionar os itens para serem testados. Observar se o total do universo de
itens sujeitos à selecção concorda com o total da coluna “aquisição” do papel de
trabalho de movimentação de contas;
- Para os itens seleccionados devem-se executar os seguintes procedimentos
de auditoria:
Confirmar o valor seleccionado com a documentação de compra
(observar se está em nome da empresa);
Inspeccionar a documentação de compra (nota fiscal, pedido de compra
e/ou contrato, mapa de licitação, cotação de preços e requisição de
materiais/serviço) e verificar a sua autenticidade;
Conferir a aprovação da compra segundo os limites de competência
estabelecidos nas normas internas da empresa.
- No caso de construção própria, verificar, se foram debitados no activo fixo
tangíveis e activos intangíveis, todos os custos referentes à matéria-prima, mão-de-
obra directa e gastos gerais de construção.
5.6 Testes das Despesas de Manutenção e Reparos
- Seleccionar itens para serem testados. Observar se os gastos com
manutenção (para manter os bens em bom estado operacional) e os gastos com
reparos (para voltar os bens ao bom estado operacional) não aumentam a vida útil do
bem e, portanto, devem ser tratados como despesa do ano;
- Inspeccionar a documentação comprobatória dos itens seleccionados.
5.7 Teste das Depreciações
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
- Verificar se a vida útil, estabelecida para cada classe de bens, é adequada e
está consistente com o ano anterior;
- Verificar se as benfeitorias em imóveis de terceiros estão a ser amortizadas
de acordo com o prazo do contrato de aluguer;
- Verificar se o método de depreciação está de acordo com os princípios
contabilísticos e é consistente com o ano anterior;
- Verificar a razoabilidade da classificação da depreciação e identificá-la
(partindo do valor mencionado no papel de trabalho de movimentação de contas) nas
contas do razão de custo de produção e despesa do período.
5.8 Teste das Baixas
- Seleccionar por meio dos registos contabilísticos (verificar se o total concorda
com o papel de trabalho de movimentação de contas), itens a serem testados e
executar os seguintes procedimentos de auditoria:
Inspeccionar registos individuais e conferir os cálculos do custo
corrigido e da depreciação acumulada corrigida;
Inspeccionar autorização para baixa, segundo definido no manual
interno da empresa;
No caso de venda, inspeccionar a documentação comprobatória,
identificar o valor da venda na conta de “receita na venda de bens do
activo fixo tangíveis e activo intangíveis” (receitas não operacionais) e
verificar se o valor da venda é razoável em relação ao bem vendido.
- Seleccionar alguns bens vendidos, partindo da conta de receita na venda de
bens de activo fixo tangíveis e activo intangíveis, e verificar se o valor contabilístico
dos vendidos foi retirado do activo fixo tangível e activo intangível;
- Verificar se o valor das baixas, segundo o papel de trabalho de movimentação
de contas (custo corrigido deduzido da depreciação acumulada corrigida), concorda
com o saldo de conta de “valor contabilístico de bens dos activos fixos tangíveis e
activos intangíveis retirados” (despesas não operacionais).
5.9 Verificação da Conta de Activos Fixos Tangíveis e Activos
Intangíveis em Andamento
- Verificar a regularidade da aplicação de custos, ou seja, se a contas
especificas de projecto recebem custos normalmente. A ausência de débitos recentes
de custos poderá ser em função do projecto ter sido abandonado, que não é mais
viável, ou até mesmo por ele já ter sido concluído;
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
- Inspeccionar o plano do projecto, contrato de construção e orçamento de
custos, comparar com a situação existente (custos acumulados, desenvolvimento
físico, etc.), conversar com o pessoal técnico responsável e, sempre que possível
visitar o local, a fim de certificar que não existe qualquer anomalia;
- Para os projectos encerrados durante o período, verificar se todos os custos
foram transferidos para as contas definitivas do activo fixo tangíveis e activos
intangíveis e confirmar a data da transferência com a documentação comprobatória
(certificado da engenharia etc.).
5.10 Verificação de Propriedade e Obrigação sobre Imóveis e
Veículos
- Para os imóveis será necessário verificar as respectivas escrituras de compra
e as certidões do Registo de Imóveis. Devem-se obter, certidões actualizadas do
Registo de Imóveis, para verificar a continuação da legitimidade da propriedade e a
existência, ou não, de obrigação (hipoteca, penhora, etc.) sobre os imóveis. Além
dessas certidões, convém obter certidões negativas de débitos fiscais;
- Na hipótese do imóvel ter sido dado em garantia de um financiamento,
certificar-se de que o financiamento foi registado no passivo da empresa e que essa
informação foi divulgada em nota explicativa das demonstrações financeiras.
Tratando-se de veículos, deverão ser examinados os “certificados de Propriedade”
emitidos pelo Departamento Oficial de trânsito. Esse documento contém todos os
dados necessários, mesmo os que se referem a restrições de propriedade (Alienação
Fiduciária em Garantia).
5.11 Teste de Reavaliação
Caso a empresa tenha reavaliado bens do activo fixo tangíveis e activo
intangíveis durante o exercício social, inspeccionar pelos peritos ou da empresa
avaliadora e confirmar com as informações registadas no razão geral (data, valor,
classificação por conta etc.). Essa conferência é importante, já que, se a reavaliação
de um terreno for debitada na conta de edifícios, tem influência directa na depreciação,
e, consequentemente, no lucro líquido do exercício. O auditor deve examinar também
a acta da assembleia de accionistas que aprovou a reavaliação.
5.12 OrientaçõesO exame de auditoria efectuado na área activos fixos tangíveis e activos
intangíveis tem por finalidade atingir os objectivos previamente determinados.
Consequentemente, o programa de auditoria deve ser elaborado com o intuito de
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
evitar trabalhos desnecessários ou que não atendam aos objectivos definidos. Uma
vez definido o programa de auditoria, durante a execução do trabalho o auditor deve
estar alerta para evitar possíveis trabalhos desnecessários ou deixar de realizar
trabalhos não programados, porém importantes. Caso isto ocorra, o programa original
deverá ser modificado para atender eventuais trabalhos não programados. (Attie,1998)
Os activos fixos tangíveis e activo intangíveis, em muitas companhias, compreendem
grande parte do total do activo e pode consistir numa gama imensa de tipos de bens.
O exame de auditoria deve ser cuidadoso, pois as operações realizadas e
contabilizadas inadequadamente podem influenciar nos saldos das contas do activo
fixo tangíveis e activos intangíveis devido às diferenças de taxas de depreciação
aplicáveis aos grupos de bens.
Os principais procedimentos em trabalho de auditoria, devem ser
rigorosamente documentados em Papéis de trabalho, que são o conjunto de
documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor,
preparados de forma manual, por meios informáticos ou por outros meios, que
constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. (Manual
das Sociedades Por Acções, 2000).
6. Principais Erros
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
O papel da auditoria não é a detecção da fraude, mas sim o de emitir uma
opinião quanto à veracidade das demonstrações financeiras; no entanto, na execução
do trabalho poderão ser detectados erros ou fraudes, que cabem ao auditor o dever de
comunicar à administração da empresa, bem como os seus reflexos nas
demonstrações financeiras, incluindo também sugestões de correcções.
Os erros mais susceptíveis de se cometer em Auditoria nos Activos Fixos
Tangíveis e Activos Intangíveis, são os seguintes:
Não existir relatório do activo fixo tangíveis e activo intangíveis;
Relatório não bater com a contabilidade;
Despesas contabilizadas no activo fixo tangíveis e activo intangíveis para
melhorar o resultado;
Contabilização no activo fixo tangíveis e activo intangíveis sem
documentação hábil;
Bem constar no balanço, porém estar obsoleto, não estar na posse da
empresa;
Taxas de depreciação incorrectas (a menor ou a maior);
Bens totalmente depreciados continuarem a ser indevidamente
depreciados;
Bens vendidos não ser retirada a depreciação e o valor original.
7. Documentos a serem Solicitados
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
O auditor deve preparar ao longo do trabalho de auditoria, de forma oportuna,
documentação de auditoria (papéis de trabalho) que evidencie que a prova de
auditoria foi obtida relativamente a cada uma das asserções financeiras e as
conclusões atingidas. Essa documentação que serve de base ao relatório de auditoria,
(i) deve ser suficiente e apropriada e
(ii) evidenciar que a auditoria foi efectuada de acordo com as normas de
Revisão/Auditoria, legislação legal e regulamentos aplicáveis.
Os documentos e dados solicitados podem apresentar-se sob qualquer meio
(por exemplo, em formato papel ou em formato electrónico).
Na Auditoria, apoiada nos Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis,
existem vários documentos susceptíveis de serem requeridos pelo auditor, tendo em
conta a entidade a que se refere e a que o auditor dá o seu parecer, e de acordo com
o que o auditor ache mais conveniente para proceder à sua avaliação. Entre eles
podem-se enunciar alguns exemplos de possíveis documentos a serem solicitados
pelo auditor, para que o seu parecer seja realizável:
Razão contabilística de todas as contas do activo fixo tangíveis e activo
intangíveis, e a partir da razão seleccionar as principais aquisições e
solicitar a referida documentação para análise
Relatório dos activos fixos tangíveis e activos intangíveis para verificar se
os saldos batem com a contabilidade;
Documentos para conferência;
Se for o caso, fazer inspecção dos activos fixos tangíveis e activos
intangíveis.
8. Questionário
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Um questionário padronizado é uma lista de controlo organizada sobre os
procedimentos contabilísticos e medidas de controlo interno que se esperam cobertos
numa empresa minimamente organizada.
Nessa lista de controlo (checklist) regista-se, de uma forma numerada, a
descrição do procedimento contabilístico e/ou a medida de controlo interno e verifica-
se a existência do procedimento ou medida descrita, marcando, conforme o caso, a
coluna “Sim” ou “Não” ou “Não aplicável” (N/A). Por fim, o auditor pode ainda fazer as
observações em cada procedimento que entenda necessárias anotar.
Questionário Sobre Procedimentos Contabilísticos E Medidas De Controlo
Interno
Empresa: …………
Área coberta: ……
Elaborado por …… Data …… Revisto por …… Data …… Página
1/1
Descrição do procedimento contabilístico e/ou da medida de controlo interno
Sim Não N/A Obs.
1. Todos os componentes do Activos Fixos Tangíveis e Activos
Intangíveis foram contabilizados?
2. Qual das seguintes formas foi usada para a valorização dos
Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangível?
Custo Real?
Custo Estimado?
Outro tipo de Valorização?
3.É usado o fundo para amortização?
4. Os novos débitos dos Activos Fixos Tangíveis e Activos
Intangíveis são devidamente autorizados?
5. O Sistema Contabilístico usado enquadra-se na legislação em
vigor no manual de Contabilidade?
6. Existe uniformidade nas amortizações anuais?
7. A amortização está convenientemente fundamentada de forma
a ser aceite pelos impostos de renda?
Quadro 2 – Exemplo de um Questionário relativo ao procedimento contabilístico em Auditoria,
baseado na aplicação de Activos Fixos Tangíveis e Activos Fixos Intangíveis.
(Fonte: UHL e FERNANDES, 1973).
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Este tipo de questionários são apenas importantes para permitir ao auditor
aferir se a empresa esta minimamente organizada, já que a forma de registo é a
menos vantajosa pela falta de uma visão rápida e global.
Conclusão
Com este estudo, foi-nos possível abordar determinados conceitos, relativos à
construção de uma Auditoria baseado nos Activos Fixos Tangíveis e Activos
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Activos Fixos Tangíveis e Activos Intangíveis
Intangíveis.
Após a realização deste trabalho, e após verificar várias fontes necessárias
para a sua construção, a primeira conclusão que foi possível observar, foi a seguinte:
“Diferentes auditores, a trabalhar de forma independente, chegam às mesmas
conclusões, em circunstâncias semelhantes”.
A contabilidade e a Auditoria surgem actualmente como um instrumento
metodológico indispensável à garantia da conformidade de interpretações dos registos
financeiros, bem como à fiabilidade dos respectivos conteúdos, desempenhando uma
função imprescindível na globalização dos negócios e na segurança das aplicações de
capital por parte dos investidores. Assim sendo, regista-se actualmente uma forte
procura no mercado empresarial público e privado por profissionais com estas
competências.
A realização do trabalho de auditoria consistiu numa eficiente ferramenta para
demonstrar mais segurança aos usuários das demonstrações financeiras, além de se
assegurar que todos os activos pertencentes à empresa estão contabilizados
correctamente, e que não há erro nos cálculos da depreciação, pois um erro nesta
conta altera directamente o resultado do exercício da empresa.
Consideramos que neste estudo, foi possível compreender e assimilar de forma
notória os conceitos teóricos adquiridos na aula, que após terem sido colocados em
prática se tornaram fragmentos unificados.
Bibliografia
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