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Teresópolis

AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

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Teresópolis Karla Monteiro Matos (2007 a junho de 2010) Geraldo Abreu (a partir de julho de 2010) Secretaria de Estado do Ambiente (RJ) Grupo Gestor: Equipe: Carlos Frederico Castelo Branco 4 Comunidade 2º setor 3º setor 1º setor 5 6

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Teresópolis

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AGENDA 21 COMPERJ

Grupo Gestor:

Petrobras Gilberto Maldonado Puig

Ministério do Meio Ambiente

Karla Monteiro Matos (2007 a junho de 2010) Geraldo Abreu (a partir de julho de 2010)

Secretaria de Estado do Ambiente (RJ)

Carlos Frederico Castelo Branco

Equipe:

Coordenação Geral: Ricardo Frosini de Barros Ferraz

Coordenação Técnica: Patricia Kranz

Redação: Arilda TeixeiraJanete AbrahãoKátia Valéria Pereira GonzagaPatricia KranzThiago Ferreira de Albuquerque

Pesquisa: Mônica Deluqui e Ruth Saldanha

Revisão de conteúdo: Ruth Saldanha

Revisão: Bruno Piotto e Fani Knoploch

Leitura crítica: Cláudia Pfeiffer

Edição de texto: Vania Mezzonato / Via Texto

Colaboração: Ana Paula CostaBruno PiottoHebert LimaLiane Raposo de Almeida ReisLuiz NascimentoNathália Araújo e Silva

Fomento dos Fóruns: Ana Paula Costa

Colaboração: Leandro QuintãoPaulo BrahimRoberto Rocco

Projeto Gráfi co: Grevy Conti Designers

Revisão Gráfi ca: Maria Clara de Moraes

Fotos: Ana Paula Costa, Darius Burdun, Flavio Colker, Fran Gambín, Jeinny Solis, Jorge Rosas, Lena Trindade, Lotus Head, Marcio Kleber, Monica Deluqui, Roberto Rocco e Weliton Slima / Banco de Imagens Petrobras: Beto Paes Leme, Cris Isidoro, Geraldo Falcão e Ismar Ingber

Impressão Gráfica Minister

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MEMBROS DO FÓRUM DA AGENDA 21 DE TERESÓPOLIS

1º setorAlex Siqueira Wey - Secretaria Municipal de Educação

Arlete Soares Maia Nunes - Secretaria Municipal de Saúde

Jefté Apolo Laet – Secretaria Municipal de Segurança Pública

Kleber Cozzolino – Secretaria Municipal de Agricultura

Leandro Coutinho da Graça – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil

Lucas Guimarães Homem – Secretaria Municipal de De-senvolvimento Econômico Sustentável

Marcus Machado Gomes – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Newton Novo - Emater

Silvia Pimentel – Secretaria Municipal de Governo

Wagner de Oliveira Fernandes – Câmara Municipal

2º setorAdriano Sampaio - Sesc

Antônio Merendaz - Centro Universitário Serra dos Ór-gãos (Unifeso)

Cristina Lydia – Parque do Lago

Élcio Féo - CDL

Helio José Monteiro Neves - Firjan

Igor Edelstein - Sincomercio

Jaqueline Baptista - Sebrae

Luiz Cláudio Ribeiro – Caixa Econômica Federal

Marcelo dos Santos Selva

Pedro José Ferreira Alves - Associação Comercial, In-dustrial e Agrícola de Teresópolis

3º setorAlair Veiga de Almeida – Sindicato dos Trabalhadores Administradores

Armando de Oliveira Abrantes – Sindicato dos Bancários

David Miller – ONG Nascente

Isabel Maria Kwiatkowski - Associação dos Usuários da Rodovia BR-116 (Assurb)

Luis Penna Franca - RPPNs

Maria Luiza Santana Luz – Grupo de Apoio à Criança do Caleme

Rita Telles – Movimento Nossa Teresópolis

Rosangela Dupont – Feira Agroecológica

Rosayni Batalha – Rádio Brasil Rural

Zé Waitz – Conselho Consultivo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos

ComunidadeAna Cláudia Andrade Ribeiro - Projeto Fazendo a Dife-rença

Armindo Gonçalves Coelho - Associação de Moradores e Amigos Granja Guarani

Carlos Antônio Anacleto Raymundo - Associação de Moradores do Castelo

Manoel Pereira

Maria Elena Lomeu - Centro Social São José

Mônica Deluqui – Associação de Moradores do Vale Feliz

Nadim Kantara – Conselho Comunitário de Segurança

Nancy Ramaldes

Paulo Rafael de Oliveira - Associação de Moradores da Várzea

Sérgio Tendler - Associação de Moradores Libert Green

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Um dos principais empreendimentos da história da Petrobras, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) deverá entrar em operação em 2013. Situado em Itaboraí, vai transformar o perfil socioeconômico de sua região de inf luência.

Ciente da necessidade de estabelecer um relacionamento positivo com as comunidades sob inf luência direta de suas operações, a Petrobras, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, a Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e organizações da sociedade civil, desenvolveu uma metodologia para implementar a Agenda 21 Local nos municípios localizados no entorno do Comperj.

Em todo o mundo, já foram desenvolvidas mais de 5 mil Agendas 21 Locais, e diversas empresas utilizaram ou utilizam a Agenda 21 em seus processos de planejamento e alinhamento com a sustentabilidade. No entanto, não se conhece experiência anterior que tenha fomentado um processo em escala semelhante, nem que empregue a Agenda 21 como base de política de relacionamento e de comunicação, o que torna esta expe-riência uma estratégia empresarial inédita.

A implementação de Agendas 21 Locais colabora para estruturar modelos sustentáveis de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que esclarece o papel de cada setor social nesse processo. Além disso, neste caso, contribui para que os municípios se preparem mais adequadamente para os impactos e oportunidades advindos do desenvolvimento impulsionado pelo Comperj e por outras empresas que se instalarão na região.

A Agenda 21 Comperj expressa o compromisso da Petrobras, do Ministério do Meio Ambiente, da Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e de todos os demais envolvidos, de promover, no entorno da região em que o Comperj se insere, um desen-volvimento pautado na sustentabilidade.

Esse esforço só foi possível devido à ampla participação de toda a sociedade. Assim, agradecemos a todas as instituições, empresas, associações e cidadãos que, voluntaria-mente, dedicaram seu tempo e esforços ao fortalecimento da cidadania em seus municí-pios em busca de um modelo de desenvolvimento que leve qualidade de vida para todos.

Estendemos nosso agradecimento também a todas as prefeituras e câmaras de vereado-res, ao Poder Judiciário e a outros representantes do Primeiro Setor por sua participação ativa nesse processo.

Esperamos que a Agenda 21, fruto de trabalho intenso e amplo compromisso, contribua para a construção de um futuro de paz e prosperidade para esta e as próximas gerações. Transformá-la em realidade é uma tarefa de todos.

Grupo Gestor da Agenda 21 Comperj

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Prezados Teresopolitanos,

Como representante maior do poder público em Teresópolis, tenho a oportu-nidade e a satisfação de apresentar à sociedade teresopolitana o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, a nossa Agenda 21 Local.

Visando à construção deste projeto de valor imensurável no que diz respei-to a ações norteadoras de um futuro mais sustentável para Teresópolis, a Agenda 21 agrega a participação de diversos e distintos movimentos sociais – representantes do poder público, de entidades com e sem fins lucrativos, de entidades de base comunitária e da comunidade em geral – que, reunidos, produziram em Fórum Local um documento capaz de levantar e dimensionar tanto os problemas quanto as potencialidades existentes em nossa cidade, propondo ações.

O cuidado e a dedicação desta equipe, que não mediu esforços para ela-borar o presente documento, encontrarão maior sentido ao contar com a participação direta ou indireta da população teresopolitana na implantação da Agenda Local. As novas e atuais políticas públicas almejam a sua com-preensão e o seu comprometimento como a melhor forma de construirmos um futuro sustentável.

Jorge Mário Sedlacek

Prefeito de Teresópolis

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Coordenar um grupo de pessoas que se reuniram para pensar a melhor forma de forjar um futuro sustentável para a cidade foi uma experiência curiosa, marcante, de um cunho ético que muitos de nós ainda não haví-amos experimentado.

A Agenda 21 é um Plano de Ação Local que promove iniciativas que equa-cionem justiça social, eficiência econômica e conservação ambiental. O real significado da Agenda 21 é o uso social e político feito pela sociedade.

A construção do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, a Agenda 21, foi um verdadeiro exercício de cidadania. A partir de fatos, dados e ex-periências surgiam ideias que se somavam a ideais, sempre cerceados pela realidade, o que exigia do grupo uma constante ref lexão com a finalidade de que o presente documento encontrasse respostas de toda a comunidade através de posturas e ações objetivas e eficazes. Realizamos um processo de planejamento integrado e participativo de políticas públicas.

O que ficou dessa experiência está além deste documento, porque diz respeito ao empreendedorismo pessoal e incansável de cada pessoa que contribuiu com o seu desejo de transformar a Teresópolis de hoje na cidade do amanhã.

Hoje, nossa cidade tem o Fórum da Agenda 21 legalmente instituído que acompanhará a implantação, monitorando e avaliando este documento.

Leandro Coutinho da Graça

Coordenador do Fórum da Agenda 21

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SumárioDESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A AGENDA 21 13 A Agenda 21 Local 14 A Agenda 21 no Brasil 14

A AGENDA 21 NA ÁREA DO COMPERJ 16 Agendas 21 Locais na região 16 Premissas 17 Organização da sociedade 18 Metodologia 18 Lições Aprendidas 22

O MUNICÍPIO 25 Um pouco da história de Teresópolis 26 Processo de construção da Agenda 21 Local 27

AGENDA 21 DE TERESÓPOLIS 31 Para ler a Agenda 31 Vetores qualitativos e os 40 capítulos 32 Vocação e visão 35

ORDEM AMBIENTAL 39 Recursos Naturais 40 Recursos Hídricos 44 Biodiversidade 48 Mudanças Climáticas 52

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ORDEM FÍSICA 55 Habitação 56 Saneamento 60 Mobilidade e Transporte 66 Segurança 69

ORDEM SOCIAL 73 Educação 74 Educação Ambiental 79 Cultura 81 Saúde 84 Grupos Principais 88 Padrões de Consumo 93 Esporte e Lazer 95

ORDEM ECONÔMICA 99 Geração de Trabalho, Renda e Inclusão Social 100 Agricultura 108 Indústria e Comércio 114 Turismo 117 Geração de Resíduos 120

MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO 125 Ciência e Tecnologia 126 Recursos Financeiros 129 Mobilização e Comunicação 134 Gestão Ambiental 136

AÇÕES DA PETROBRAS NA REGIÃO 140 Planos e programas de caráter ambiental 140 Planos e programas de caráter social 141

GLOSSÁRIO (SIGLAS) 144PARTICIPANTES 147

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A AGENDA 21

A sustentabilidade não tem a ver apenas com a biologia,a economia e a ecologia, tem a ver com a relação quemantemos com nós mesmos, com os outros e com a natureza.(Moacir Gadotti)

A vida depende essencialmente do que a Terra oferece – água, ar, terra, mi-nerais, plantas e animais. Mas, há algumas décadas, esses recursos naturais vêm dando sinais de esgotamento ou de degradação, principalmente em função do consumo dos seres humanos, que estão se apropriando de cerca de 20% da produção mundial de matéria orgânica. Como um planeta, cujos recursos são em grande parte finitos, pode abrigar e prover a crescente população de seres humanos e as demais espécies que nele vivem?

As evidências científicas sobre os crescentes problemas ambientais levaram a Organização das Nações Unidas (ONU) a reunir 113 países, em 1972, no primeiro grande evento internacional sobre o meio ambiente – a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e Meio Ambiente Humano, co-nhecida como Conferência de Estocolmo. Uma das conclusões do encontro foi que o próprio conceito de desenvolvimento precisava ser revisto. Para tanto, foi criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, que, em 1987, publicou o relatório “Nosso Futuro Comum”, no qual foi consagrado o conceito de desenvolvimento sustentável.

A Comissão declarou que a economia global, para atender às necessidades e interesses legítimos das pessoas, deve crescer de acordo com os limites naturais do planeta, e lançou o conceito de sustentabilidade. “A humanidade tem a capacidade de tornar o desenvolvimento sustentável – de assegurar que ele atenda às necessidades do presente sem comprometer a habilidade das futuras gerações de satisfazer suas próprias necessidades.”

Em busca desse novo modelo de desenvolvimento, em 1992 a ONU convocou a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, que ficou conhecida como Rio-92. Tratou-se, na época, do maior evento voltado para o meio ambiente até então realizado pela ONU, contando com a representação de 179 nações e seus principais dirigentes.

Um dos principais resultados da Rio-92 foi o documento do Programa Agenda 21, que aponta o desenvolvimento sustentável como o caminho para reverter tanto a pobreza quanto a destruição do meio ambiente. O documento lista ações necessárias para deter, ou pelo menos reduzir, a degradação da terra, do ar e da água, conservar as f lorestas e a diversidade das espécies de vida. Trata da pobreza e do consumo excessivo, ataca as desigualdades e alerta para

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a necessidade de políticas de integração entre questões ambientais, sociais e econômicas. E apresenta um papel que cabe a governos, empresários, sindi-catos, cientistas, professores, povos indígenas, mulheres, jovens e crianças.

Em seus 40 capítulos, o documento detalha as ações esperadas dos países que aprovaram a adoção dessas propostas para construir um novo modelo de desenvolvimento para o mundo no século 21.

A Agenda 21 localMais de dois terços das declarações da Agenda 21 que foram adotadas pelos governos nacionais não podem ser cumpridos sem a cooperação e o compro-misso dos governos locais. Em todo o documento, há uma forte ênfase na “ação local” e na administração descentralizada.

A ideia da elaboração das Agendas 21 Locais vem do capítulo 28 da Agenda 21, que afirma que é no nível local que as ações ocorrem concretamente e que são as comunidades que usam os recursos naturais para sua sobrevivência que podem ser mais eficientemente mobilizadas para protegê-los.

A Agenda 21 Local é um processo de desenvolvimento de políticas para o desenvolvimento sustentável e de construção de parcerias entre autoridades locais e outros setores para implementá-las. Assim, pode ajudar governos locais e comunidades a desenvolverem meios apropriados para alcançarem o futuro desejado. Um de seus objetivos é criar metodologias de implemen-tação de políticas públicas que produzam planos de ação local visando ao desenvolvimento sustentável.

É um processo contínuo – e não um único acontecimento, documento ou atividade. Não existe uma “lista” de tarefas a serem feitas, mas uma meto-dologia que envolve uma série de atividades, ferramentas e abordagens que podem ser escolhidas de acordo com as circunstâncias e prioridades locais.

A Agenda 21 no BrasilO processo de elaboração da Agenda 21 Brasileira se deu entre 1996 e 2002 e foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS). Durante esse período, cerca de 40 mil pessoas em todo o País foram ouvidas com o intuito de aprimorar a cidadania ativa e fortalecer a democracia participativa. No ano seguinte ao seu término, o documento entrou na fase de implementação e foi alocado como parte integrante do Plano Plurianual (PPA) do governo federal – o que lhe garante maior força política e institucional.

“A Agenda 21 Comperj agregou

diversos segmentos da sociedade e elencou os fatores fundamentais do

desenvolvimento sustentável em sua discussão.”

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A Agenda 21 Brasileira cita quatro dimensões básicas na dinâmica do processo de construção do desenvolvimento sustentável:

Ética – demanda que se reconheça que o que está em jogo é a vida no planeta e a própria espécie humana;

Temporal – determina a necessidade de planejamento a longo prazo, rompendo com a lógica imediatista;

Social – expressa o consenso de que o desenvolvimento sustentável só poderá ser alcançado por uma sociedade democrática e mais igualitária;

Prática – reconhece que a sustentabilidade só será conquistada através da mudança de hábitos de consumo e de comportamentos.

Assim como nos demais países, a Agenda 21 Brasileira não pode ser cumprida sem a cooperação e o compromisso dos governos locais.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Agenda 21 Local é o pro-cesso de planejamento participativo de um determinado território que envolve a implantação, ali, de um Fórum de Agenda 21. Composto por governo e so-ciedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável (PLDS), que estrutura as prioridades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazos. No Fórum são também definidas as responsabilidades do governo e dos demais setores da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações.

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A AGENDA 21 NA ÁREA DO COMPERJO Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), um dos principais empreendimentos da Petrobras no setor petroquímico, está sendo construído no município de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro.

Quando entrar em operação, o complexo agregará valor ao petróleo nacional e reduzirá a necessidade de importação de derivados e produtos petroquímicos. Além disso, atrairá novos investimentos e estimulará a criação de empregos diretos, indiretos e por efeito renda, modifi cando o perfi l socioeconômico da região do leste fl uminense.

Para mais informações sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, acesse o site www.comperj.com.br

Mapa 1: Área de atuação da Agenda 21 Comperj

Agendas 21 locais na regiãoO fomento aos processos de Agenda 21 na região é uma iniciativa de respon-sabilidade socioambiental da Petrobras em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, que formam o Grupo Gestor do projeto. É parte do Programa de Relacionamento que a empresa está promovendo na região do Comperj, que engloba os municípios de Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Maricá, Niterói, Nova Friburgo, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Saquarema, Silva Jardim, Tanguá e Teresópolis.

Consciente da importância de um diálogo permanente para estimular o de-senvolvimento sustentável dos municípios da área de inf luência do Comperj,

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a Petrobras deseja contribuir para que a atual e as futuras gerações da região tenham uma vida digna em um meio ambiente saudável e equilibrado.

O modelo empresarial clássico de relacionamento com as partes interessadas, baseado no convencimento, está superado. Em seu lugar busca-se o diálogo para um engajamento de todos os setores sociais no planejamento local. A Petrobras vem progressivamente desenvolvendo e estabelecendo compromis-sos com o desenvolvimento sustentável em todas as suas operações.

O fomento aos processos de Agenda 21 locais tem a intenção de promover um mapeamento inicial dos problemas, preocupações e potencialidades locais para criar, de forma consensual, um plano local de desenvolvimento sustentável com ampla participação, cujos resultados sirvam a toda a sociedade.

Resultado da reunião dos diversos setores da sociedade, foram criados os Fóruns Locais de Agenda 21, espaços de diálogo permanente entre os setores, para discutir o desenvolvimento sustentável dos municípios e trabalhar a viabilização dos Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável.

Com isso, espera-se criar condições para que todos os atores sociais locais preparem-se adequadamente para o desenvolvimento sustentável da região, levando também em consideração os impactos da implantação do Comperj.

PremissasPara desenvolver este projeto, o Grupo Gestor criou uma metodologia espe-cífica para o desenvolvimento de processos de Agenda 21 Local na região, adotando as premissas a seguir, preconizadas pelo MMA.

Abordagem multissetorial e sistêmica envolvendo as dimensões econômica, social e ambiental;

Sustentabilidade progressiva e ampliada, ou seja, construção de consensos e parcerias, a partir da realidade atual, para o futuro desejado;

Planejamento estratégico participativo: a Agenda 21 não pode ser um documento de governo, e sim um projeto de toda a sociedade;

Envolvimento constante dos atores no estabelecimento de parcerias, aberto à participação e ao envolvimento das pessoas, instituições e or-ganizações da sociedade;

Processo tão importante quanto o produto;

Consensos para superação de entraves do atual processo de desenvolvimento.

Para a execução dos trabalhos até a Fase de Formalização dos Fóruns, foram contratadas, por meio de licitação, quatro Organizações Não-Governamentais – Instituto Ipanema, Iser, Rodaviva e ASA. Em seguida, foram contratados consultores especializados.

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Organização da sociedadeO projeto substituiu a divisão paritária da malha social entre governo e sociedade civil, comumente adotada, pela divisão em três setores – público, privado e sociedade civil organizada – e a comunidade, no intuito de identi-ficar mais detalhadamente as demandas locais, fortalecendo a representação dos diversos segmentos.

SETORES REPRESENTAÇÃO ONGs EXECUTORAS

Primeiro Prefeituras, Poderes Legislativo e Judiciário, órgãos e empresas públicas

Instituto Ipanema

Segundo Empresas de capital privado, associações e federações do setor produtivo

Iser

Terceiro ONGs, sindicatos, associações de classe, clubes, fundações

Roda Viva

Comunidade Associações de moradores e de pescadores

ASA

MetodologiaA metodologia utilizada é constituída de cinco etapas, cuja descrição completa pode ser encontrada no site www.agenda21comperj.com.br.

Como resultado deste processo, as diferentes demandas da sociedade foram identificadas e sistematizadas em um mapeamento detalhado do cenário local, contemplando os anseios, propostas e visões dos quatro setores.

Com a sociedade local representada nos Fóruns de maneira paritária e com um objetivo comum, foi possível construir os Planos Locais de Desenvolvi-mento Sustentável.

Os compromissos que o trabalho em grupo estabelece entre seus membros e a maior integração entre o poder público e os demais setores facilitam a viabilização de ações de diferentes naturezas, estimulam o compartilhamento das responsabilidades e promovem a efetivação de parcerias público-privadas.

As 14 Agendas 21 compõem um mosaico do contexto regional e oferecem uma visão privilegiada do cenário no qual o Complexo Petroquímico será insta-lado, indicando as potencialidades que podem ser aproveitadas em benefício de todos, fortalecendo a cidadania e a organização social.

“A Agenda 21 propicia o fortalecimento

da democracia porque permite o diálogo entre a sociedade e os

poderes instituídos. Parte da revisão de valores socioambientais e

propõe a construção de uma sociedade igualitária

e segura”

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ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES

Mobilização da SociedadeMarço de 2007 a Janeiro de 2008

Caravana Comperj para:

• Apresentar o Comperj, o projeto de Agenda 21 e as demais ações planejadas para a região

• Identificar lideranças e atores estratégicos locais

• Sensibilizar e mobilizar os setores

• Envolver a comunidade no processo

• Divulgar o calendário de eventos relacionados à Agenda 21

Na região:

• 15 Caravanas Comperj realizadas

• 1.589 representantes do poder público, 900 da iniciativa privada, 850 do 3º setor e 5.038 munícipes em geral, movimentos populares e associações de moradores mobilizados para a fase seguinte do processo

• Criação do Fórum Regional da Agenda 21 Comperj para mobilização e monitoramento do processo (em reunião com 2.700 pessoas)

• Cenários políticos e estruturas locais identificados

Petrobras Coordenação e execução

Construção ColetivaJaneiro a Setembro de 2008

Seis reuniões por setor, em cada município, para:

• Fortalecer os setores, identificar seus interesses e promover o alinhamento da visão de cada um sobre o município

• Realizar o Levantamento das Percepções Setoriais (LPS), identificando preocupações e potencialidades

• Elaborar Planos de Ação Setoriais

• Eleger sete representantes de cada setor para compor o Pré-Fórum

Na região:

• 369 reuniões ordinárias e 197 reuniões extraordinárias

• Eleição de 292 representantes entre os quatro setores de cada município, para participação nas atividades da fase seguinte

Em cada município:

• Estágios de desenvolvimento do município em relação aos 40 capítulos da Agenda 21 Global (Vetores Qualitativos1) identificados

• Levantamento das Percepções Setoriais, com as preocupações e potencialidades de cada setor

• Elaboração dos Planos Setoriais, com as ações propostas de cada setor

• Setores sociais locais fortalecidos e integrados

MMA/SEA/Petrobras (Grupo Gestor)

Fundação José Pelúcio (UFRJ)

ONGs Ipanema, Iser, Roda Viva, ASA

Fórum Regional Agenda 21 Comperj

Coordenação Estratégica

Coordenação Executiva

Responsabili-dade Opera-cional

Monitora-mento

1 Os vetores qualitativos foram elaborados a partir da metodologia do Instituto Ethos para a construção do desenvolvimento sustentável em empresas. Esta ferramenta defi niu uma escala que possibilitou a identifi cação do estágio no qual o município se encontrava em relação a cada um dos 40 capítulos da Agenda 21, ajudando os participantes a relacioná-los com a realidade local e planejar aonde gostariam de chegar.

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ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES

Consolidação MunicipalNovembro de 2008 a Junho de 2009

Duas ofi cinas com os representantes dos quatro setores de cada município para:

• Integrar os setores orientando-os para um objetivo comum: o desenvolvimento sustentável do município

• Consensar os estágios dos vetores estabelecidos pelos quatro setores

• Consensar as preocupações e potencialidades elencadas pelos quatro setores

• Identificar a vocação e construir uma visão de futuro para o município com base na realidade local, além das oportunidades e demandas decorrentes da implantação do Comperj

• Elaborar um plano de ação com base nos temas estruturantes de planejamento

• Elaborar o detalhamento preliminar de propostas para viabilização do plano de ação

Na região:

30 oficinas em 67 dias de trabalho

Em cada município:

• Preocupações e potencialidades municipais e estágio dos vetores consensados

• Planos de ação elaborados com propostas e ações

• Primeira versão de Vocação e Visão de Futuro do município

• Propostas de ação detalhadas com a identificação de possíveis parceiros, fontes de financiamento, especialistas e colaboradores, primeiros passos e prioridade das propostas

• Setores integrados em um Pré-Fórum da Agenda 21

MMA/SEA/Petrobras (Grupo Gestor)

Ipanema, Iser, Roda Viva, ASA

ILTC

Coordenação Estratégica e Executiva

Responsabili-dade Ope-racional e Metodológica

Consultoria

“A humanidade deve escolher o seu

futuro, praticar o espírito da solidariedade e

conscientização do parentesco com a vida, em busca de um

novo começo, da verdade e da sabedoria.”

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ETAPAS ATIVIDADES RESULTADOS/PRODUTOS RESPONSABILIDADES

Formalização dos Fóruns LocaisJulho a Dezembro de 2009

Duas ofi cinas em cada município para:

• Orientar os Pré-Fóruns na organização e estruturação de um Fórum Local de Agenda 21 e na sua formalização através de projeto de lei ou decreto

• Desenvolver o Regimento Interno do Fórum

• Organizar a composição do Fórum

• Trabalhar o refinamento da vocação e da visão municipal

• Realizar uma análise técnica e a posterior validação das propostas de ação

Na região:

• 28 oficinas e diversas visitas técnicas, além de contato permanente com os grupos

Em cada município:

• Decreto ou projeto de lei criando o Fórum da Agenda 21 Local

• Regimento interno do Fórum

• Fórum organizado com estruturas de coordenação, secretaria executiva e grupos de trabalho

• Primeira versão do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável

• Segunda versão da vocação e da visão de futuro municipal

• Propostas de ação analisadas tecnicamente

• Criação do portal na web de relacionamento e divulgação do projeto

MMA/SEA/Petrobras (Grupo Gestor)

Ipanema, Iser, Roda Viva, ASA

ILTC

Coordenação Estratégica e Executiva

Responsabili-dade Ope-racional e Metodológica

Consultoria

Finalização das AgendasJaneiro a Dezembro de 2010

Consultoria e serviços para:

• Realizar análise técnica dos consensos municipais

• Redigir textos de diagnóstico

• Diagramar, revisar e imprimir as Agendas

Diversas ofi cinas em cada município, para:

• Validar os textos de diagnósticos

• Avaliar e validar as recomendações técnicas nas propostas de ação

Dois encontros de coordenação dos Fóruns de Agenda 21 Locais

Encontros, reuniões locais e contato permanente para:

• Fortalecer a integração do Fórum com poder público local

• Desenvolvimento e fomento do Fórum Local

Na região:• 20 oficinas e diversos encontros e reuniões locais, além de encontros regionais e contato permanente para orientação aos Fóruns Locais em cada município

• Fórum Regional da Agenda 21 Comperj reestruturado para planejar e facilitar ações regionais ou intermunicipais

Em cada município:• Fórum de Agenda 21 Local formalizado, organizado e estruturado

• Agenda 21 Local publicada e lançada

• Website do Fórum Local em funcionamento

• Vídeo do projeto produzido

MMA/SEA/Petrobras (Grupo Gestor)

Consultores contratados

Coordenação Estratégica e Executiva

Responsabili-dade Opera-cional

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LIÇÕES APRENDIDASOs processos participativos são sempre um desafio. Neste projeto foram re-alizados 15 deles de forma simultânea e, a partir da etapa de Consolidação do Processo, dada a complexidade do município do Rio de Janeiro, as etapas de Formalização e Finalização das Agendas foram realizadas nos demais 14 municípios. Os resultados do Rio de Janeiro, até a etapa de Consolidação Mu-nicipal, assim como os de todos os outros municípios, podem ser encontrados no site www.agenda21comperj.com.br.

Outro desafio foi o fato de tratar-se de um projeto iniciado pela Petrobras – uma grande empresa – tendo como elemento definidor do território de atuação os municípios afetados pela implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Os processos de Agenda 21 Local, via de regra, são iniciados pelo poder público municipal ou por organizações da sociedade civil, pois costuma ser difícil mo-bilizar e envolver empresas. No caso, esta dificuldade transformou-se em uma facilidade. Por outro lado, empresas do porte da Petrobras também despertam resistências em alguns setores, que foram minimizadas pela transparência e comprometimento de todos com o processo, que foi mais bem-sucedido a partir do momento em que a companhia designou um funcionário para coordenar o projeto e acompanhar os grupos de perto.

A inovação metodológica de iniciar o trabalho dividindo os segmentos sociais foi bem-sucedida, propiciando que os interesses ficassem bem definidos e alinhados internamente nos setores e, depois, igualmente representados. A utilização de um sistema simplificado de indicadores – os vetores qualitativos – precisa ser aperfeiçoada, mas deixou clara sua utilidade para que todos os participantes pudessem se apropriar do conteúdo da Agenda 21. No entanto, a complexidade de alguns temas e a falta de correspondência de outros com a realidade local confundiram algumas pessoas.

Como sempre em processos participativos, o tempo foi uma limitação para uma melhor identificação de lideranças representativas, para que pessoas novas se incorporassem ao processo e para a capacitação dos participantes em tantos e tão variados temas.

Outra questão foi o equilíbrio delicado entre manter a mesma metodologia para todos os municípios e fazer as adaptações necessárias às diferentes realidades encontradas. Quanto mais o processo evoluía, mais as diferenças se acentuavam. Mesmo assim foi possível alcançar um resultado que ref lete as peculiaridades de cada município e o grau de maturidade de cada grupo, mantendo uma estrutura semelhante e apoiando a todos da mesma forma.

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A construção do consenso em torno das preocupações, potencialidades e ações identificadas foi bem-sucedida em função da concordância em torno de objetivos comuns, do estabelecimento de regras claras e pela ação de facilitadores experientes. A consolidação dos Fóruns requer uma boa com-preensão do que é representatividade e tempo para que esta se desenvolva. O debate sobre o Regimento Interno foi um momento rico e determinante para a sustentabilidade dos Fóruns. Assim, foi encaminhado sem pressa, com foco nos valores que cada grupo desejava adotar e através do desenvolvimento de critérios para a tomada de decisão.

A criação de um portal com um site para cada município, com notícias atuali-zadas, divulgação de oportunidades, editais e boas práticas, biblioteca, vídeos e ferramentas de interatividade, como o chat, traz inúmeras possibilidades de comunicação, funcionando como uma vitrine do projeto e uma janela dos Fóruns para o mundo.

Além de democratizar e dar transparência às atividades de cada Fórum Local, o portal proporciona a troca de experiências entre os Fóruns, criando uma sinergia para seu desenvolvimento. As limitações de acesso à internet na região são uma barreira que esperamos seja superada em breve.

Finalmente, a integração entre os saberes técnico e popular é um dos as-pectos mais gratificantes do processo e foi conduzida cuidadosamente com a construção dos textos das Agendas a partir do contato constante com os Fóruns. As preocupações e potencialidades indicadas por consenso nas reuniões foram suplementadas por informações técnicas obtidas de diversas fontes, como institutos de pesquisa, prefeituras, agências governamentais diversas, entre outras.

O processo de consulta continuou durante a etapa de finalização da Agenda. Sempre que as informações coletadas divergiam da percepção dos partici-pantes e quando incongruências ou questões técnicas eram identificadas, os consultores se empenharam em dirimir as dúvidas, por telefone, e-mail ou em reuniões presenciais. Os Fóruns também se empenharam em qualificar o trabalho realizado, que foi sendo progressivamente modificado e melhorado. A evolução deste processo pode ser verificada nos documentos postados no site de cada município na internet.

Ao longo do processo foram necessárias diversas adaptações, naturais em processos participativos, já que estes, por sua própria natureza, não ocorrem exatamente de acordo com o planejado. Todos os envolvidos aprenderam a f lexibilizar suas expectativas e atitudes em prol do bem comum.

O resultado que apresentamos agora é a síntese deste percurso de três anos, durante os quais foram construídas novas relações e aprofundado o entendi-mento de todos os envolvidos sobre o modelo de desenvolvimento almejado para a região. A diversidade é uma premissa da sustentabilidade e, assim

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como a participação, demanda transparência e responsabilidade individual e coletiva pelos resultados alcançados.

Um processo participativo será sempre a construção do consenso possível entre interesses diversos, com o objetivo comum de promover a qualidade de vida e a justiça social, sem perder de vista os limites impostos pelo planeta e tendo um futuro sustentável como horizonte comum.

A Agenda 21 publicada é o início da jornada rumo a este futuro.

Membros e facilitadores do Fórum da Agenda 21 de Teresópolis

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O MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS

Área total: 770.507 km²

População estimada: 160.205 habitantes (IBGE – 2010)

Economia: turismo, indústria e agricultura

PIB: R$ 1.403.068 (IBGE 2006)

Participação no PIB estadual: 0,58% (Cederj 2007)

Teresópolis está localizada no topo da Serra dos Órgãos, na porção central do Estado do Rio de Janeiro, em uma região caracterizada por seu relevo acentuado, com serras revestidas por Floresta Atlântica e grande riqueza de espécies com altos níveis de endemismo. A cidade abriga a sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e grande parte do Parque Estadual dos Três Picos, o maior parque estadual do Rio de Janeiro.

Mapa 2: Localização do Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Fonte: http://www.clubedosaventureiros.com/guia-de-trilhas/59-parque-nacional-serra-dos-orgaos-rj/687-parque-nacional-da-serra-dos-orgaos

PIB –PIB – Produto Interno Bruto é um indicador que mede a produção de um território, levando em conta três grupos pr incipais: agropecuár ia (agricultura, extrativa vegetal e pe-cuária); indústria (extrativa mineral, transformação, serviços industriais de utilidade pública e construção ci-vil); e serviços (comércio, transporte, comunicação, serviços da adminis-tração pública e outros).

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O município faz parte da Bacia do Rio Piabanha, que inclui a sub-bacia hi-drográfica do Rio Paquequer, uma das principais de Teresópolis.

Com um PIB de R$ 1.111.813.000 e uma renda per capita de R$ 7.564, Tere-sópolis é voltada principalmente para o turismo e produção agrícola. Possui comércio diversif icado e setor hoteleiro desenvolvido – além de abrigar uma das maiores feiras de artesanato a céu aberto do Brasil, a Feirinha de Teresópolis ou Feirinha do Alto, com diversos produtos de moda feminina e infantil – além de móveis, uniformes, potes, bijuterias e muito mais. As principais indústrias são as de confecções e de bebidas.

O município faz parte do cinturão verde do Rio de Janeiro, região responsável pela produção da maior parte (93%) dos hortigranjeiros consumidos no Estado. Apesar de estar voltada principalmente para a agricultura, Teresópolis vem se desenvolvendo rapidamente no setor de bebidas, contando com uma das maiores indústrias de cerveja do Estado do Rio de Janeiro, a Lokal.

As feiras estão se tornando cada vez mais populares na cidade. Entre os eventos que passaram a fazer parte da economia teresopolitana, estão a Feira da Promoção (Fepro), a Feira de Tecnologia em Horticultura (Tecnohort) e a Festa do Produtor Rural.

Um pouco da história de Teresópolis2

Em 1818, quando D. João VI já estava no Brasil havia dez anos, Teresópolis era uma grande área de terras abandonadas, ao lado de uma variante do Caminho Novo de Minas Gerais. Foi nessa época que o inglês George March adquiriu a Fazenda do Paquequer, de quatro léguas quadradas, transformando a região, onde surgiria o município, num dos lugares mais cobiçados pela Corte.

Da Fazenda de Sant’Ana do Paquequer, partiam os mantimentos consumidos no Rio de Janeiro e, nos seus recantos luxuriantes, o desbravador March construiu chalés para receber seus amigos com mais conforto. No local onde ficava a fazenda, surgiria, mais de 40 anos depois, a cidade de Teresa, cha-mada Teresópolis.

Repartidas as terras de George March, a partir de 1855, a Freguesia de Santo Antonio do Paquequer acabou emancipada em 6 de julho de 1891 – um ano antes, foi transformada em Capital do Estado, para onde mudaria a sede do governo não fosse a Revolta da Armada de 1893.

Teresópolis teria prédios modernos, avenidas largas e uma linha de trem para Niterói. Mas, no período do encilhamento, a empresa que adquirira suas terras e construiria ali uma cidade-modelo faliu. Os sucessores do investimento,

2 Baseada em texto de Wanderley Peres, jornalista e Secretário Municipal de Cultura.

Parque Estadual dos Três Picos – Com 46.350 hectares, o Parque Estadual dos Três Picos é o maior do Estado do Rio de Janeiro (representa 75% de toda a área verde protegida) e está localizado entre os municí-pios de Teresópolis, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e Silva Jardim. Seu nome é uma relação direta com os Três Picos, acidente geográfi co localizado na região, parte de um imponente con-junto de montanhas graníticas, com cerca de 2.350 metros de altitude, ponto culminante de toda a Serra do Mar. O parque preserva o cin-turão central de Mata Atlântica do Estado. Em suas densas matas foram detectados os mais elevados índices de biodiversidade de todo o Estado.

Estátua da Imperatriz Tereza Cristina na entrada da cidade

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anos depois, retalharam ainda mais as terras e, com o dinheiro da venda dos lotes, construíram a estrada de ferro, dando início ao progresso da região.

O trem chegou ao local quase 40 anos depois, em 19 de setembro de 1908 – e parou de circular em 9 de março de 1957. Dois anos mais tarde, em 1º de agosto de 1959, foi aberta a estrada Rio-Teresópolis.

O clima em Teresópolis ainda se assemelha com aquele que atraía os viajantes e veranistas de dois séculos atrás, quando George March difundiu por aqui o hábito inglês de veranear nas estações calmosas – ou, no caso do Brasil, para fugir do calor e das doenças de verão na cidade do Rio de Janeiro.

A natureza abundante e a tranquilidade da cidade pequena, somadas ao cava-lheirismo de seu povo, ainda encantam de forma extraordinária os turistas, que alimentam o desejo de voltar às suas terras.

Fonte: Acervo Biblioteca Nacional

O processo da Agenda 21 local em Teresópolis

De março a julho de 2007, a Petrobras realizou a Caravana Comperj, que visitou o município de Teresópolis no dia 30 de maio para divulgar o empre-endimento e as ações de relacionamento propostas para a região, convidando lideranças a participar do processo de construção da Agenda 21 Local.

Em 25 de setembro de 2007, em reunião em Itaboraí, com a presença 2.700 pessoas dos 14 municípios do entorno do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, foi escolhido um representante de cada segmento social (governo, empresariado, ONGs e comunidade), por município, para formar o Fórum Regional da Agenda 21 Comperj.

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Assim, cada município tinha quatro representantes neste Fórum, que ficou responsável pelo monitoramento dos encontros e pelo andamento das Agendas 21 municipais. O Fórum Regional tinha caráter consultivo ao Grupo Gestor e a tarefa de facilitar a integração de ações de caráter regional ou de grupos de municípios.

Em dezembro de 2007, quatro ONGs (ASA, Instituto Ipanema, Instituto Roda Viva e Iser) iniciaram o trabalho de mobilização, utilizando as estratégias mais adequadas a cada segmento.

No início do processo da Agenda 21 Comperj, Teresópolis já estava envolvida com um processo participativo, o Movimento Nossa Teresópolis, iniciado em 2007 – quando algumas instituições lideradas pela Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso) e Sebrae-RJ orga-nizaram o movimento para promover a participação dos atores sociais no desenvolvimento local.

Durante os primeiros meses, o processo de mobilização popular foi muito conturbado, devido aos conf litos existentes entre as diferentes associações e o Comperj e à dificuldade de estabelecer diálogo com as lideranças comu-nitárias locais. Mas, aos poucos, cada ONG conseguiu aproximar-se de seu respectivo segmento social com o apoio do Movimento Nossa Teresópolis. A partir desta etapa, as eventuais desavenças e receios em relação ao processo da Agenda 21 foram se desfazendo, resultando na atração de representantes engajados em trabalhar para desenvolver soluções estratégicas para o bem-estar dos moradores de Teresópolis.

O final das reuniões desta etapa do projeto foi marcado pela atração de re-presentantes engajados.

Em janeiro de 2008, iniciou-se uma rodada de três reuniões para o levan-tamento das percepções de cada segmento, utilizando vetores qualitativos elaborados a partir da metodologia do Instituto Ethos para a construção do desenvolvimento sustentável em empresas. Esta ferramenta definiu uma escala que possibilitou a identificação do estágio no qual o município se encontrava em relação a cada um dos 40 capítulos da Agenda 21, ajudando os participantes a planejar aonde gostariam de chegar.

Na primeira reunião, após a leitura do título dos capítulos e da descrição de cada estágio, era solicitado aos participantes que escolhessem aquele que melhor retratasse seu município. Nas duas reuniões seguintes, os resultados orientaram a produção de um painel de preocupações e potencialidades locais.

Foram realizados mais três encontros por segmento, nos quais os participan-tes identificaram as ações necessárias para prevenir ou mitigar as questões

Ofi cina de consolidação do diagnóstico

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identificadas como preocupações e para aproveitar, da melhor forma possível, as potencialidades levantadas.

Na última dessas reuniões, cada segmento indicou cinco representantes e dois suplentes para compor o Fórum da Agenda 21 do município, com 28 repre-sentantes. Em Teresópolis, à medida que as reuniões foram sendo realizadas, a convivência entre os participantes e a intervenção dos técnicos das ONGs fortaleceram o espírito coletivo. O final das oficinas desta etapa do projeto foi marcado pela atração de representantes engajados.

A Fase de Consolidação do Processo, a partir de novembro de 2008, foi o momento de reunir os quatro segmentos para coletivamente consolidar as potencialidades e preocupações levantadas por cada um deles. Em 24 de no-vembro de 2008, representantes de todos os setores da sociedade de Teresópolis viajaram até Rio Bonito para trabalhar na primeira oficina de consolidação. O grupo de Teresópolis mostrou-se bem informado, com uma boa compreen-são do processo de construção de uma Agenda 21 Local e com maturidade para buscar soluções para os problemas do município. A partir de então, os resultados setoriais foram estruturados e os membros do Fórum, escolhidos.

Nos dias 22, 23 e 24 de março de 2009, foi realizada a oficina para iniciar o processo de construção de vocação e visão de futuro, consolidar as ações em propostas e iniciar o seu detalhamento. Este trabalho foi realizado com uma nova estrutura, agrupando os 40 capítulos da Agenda 21 Global, conforme suas afinidades em Eixos Estruturantes: Ordem Física, Ordem Ambiental, Or-dem Social, Ordem Econômica e Meios de Implementação, divididos em temas.

Posse dos membros do Fórum da Agenda 21 de Teresópolis, da esquerda para a direita: Deputado estadual Nilton Salomão; Flávio Castro, secretário de Meio Ambiente de Teresópolis; Ricardo Frosini Ferraz, da Petrobras; Jorge Mário, prefeito do município; Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente; Ernesto de Castro, chefe do Parnaso; e Leandro Coutinho, coordenador do Fórum

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Em abril foi realizada uma oficina em Teresópolis para atualizar os trabalhos e fortalecer o Fórum. Entre junho e novembro foi desenvolvido um portal na internet, voltado para a comunicação dos Fóruns e a divulgação do projeto e de seus resultados – www.agenda21comperj.com.br – com um site para cada município, que são atualizados frequentemente e dispõem de uma área interna com “sala de bate-papo”, que permite o contato entre os membros dos Fóruns.

Em novembro de 2009 foram contratados quatro consultores para desenvol-ver e implementar uma metodologia de fortalecimento dos Fóruns e redigir as Agendas.

Após uma análise dos resultados alcançados iniciou-se uma nova rodada de oficinas para fazer as modificações consideradas necessárias. Em Teresópolis, foram realizadas três reuniões para revisão do trabalho, apresentação do site e um acompanhamento mais constante, com o objetivo de ajudar na formação de parcerias e apoiar a elaboração de ações de comunicação.

Em 19 de março e 1o de outubro foram realizadas reuniões com todos os coordenadores para promover a troca de experiências e fomentar ações regio-nais estratégicas. Durante todo o período, o Fórum do município manteve-se mobilizado e sem conf litos.

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AGENDA 21 DE TERESÓPOLIS

Para ler a AgendaEste trabalho é resultado do empenho e esforço voluntários de moradores de Teresópolis, que atuaram em conjunto com técnicos e consultores nas diversas fases do projeto Agenda 21 Comperj.

O trabalho foi dividido em cinco EIXOS ESTRUTURANTES e 23 TEMAS, referentes aos 40 capítulos da Agenda 21. Cada tema apresenta a situação do município de acordo com os dados e informações mais recentes.

EIXOS ESTRUTURANTES

TEMAS CAPÍTULOS DA AGENDA 21 GLOBAL

ORDEM AMBIENTAL

Recursos Naturais 10, 11, 12, 13, 16

Recursos Hídricos 17 e 18

Biodiversidade 15

Mudanças Climáticas 9, 15 e 18

ORDEM FÍSICA Habitação 7

Saneamento 18 e 21

Mobilidade e Transporte 5

Segurança 3, 23, 23, 25, 26, 27

ORDEM SOCIAL Educação, Educação Ambiental e Cultura

36

Grupos Principais 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29

Saúde 6

Esporte e Lazer 23, 24, 25, 26, 27, 36

Padrões de Consumo 4

ORDEM ECONÔMICA

Geração de Renda e Inclusão Social

3

Agricultura 3, 14, 32

Indústria e Comércio 3, 30

Turismo 3, 36

Geração de Resíduos 19, 20, 22

MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO

Ciência e Tecnologia 31, 35

Recursos Financeiros 2, 33, 34, 37

Comunicação e Mobilização 8, 40

Gestão Ambiental 1, 8, 28, 38, 39 40

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Logo após um breve diagnóstico da situação em que se encontra o municí-pio, estão listadas as propostas e seus respectivos níveis de prioridade (alta - •, média - • ou baixa - •). As propostas reúnem um conjunto de ações, elaboradas para solucionar as preocupações elencadas, e de estratégias que promovam o melhor aproveitamento das potencialidades identificadas.

As ações estão subdivididas em LINHAS DE ATUAÇÃO. Dessa forma, é possí-vel identificar todas as ações de uma agenda, segundo a atividade demandada para sua execução, independentemente do tema.

Ao final de cada ORDEM encontram-se reunidos os possíveis parceiros e as possíveis fontes de financiamento elencadas para as propostas de seus temas.

No site www.agenda21teresopolis.com.br está disponível a Ficha de Detalha-mento de cada proposta, com a lista dos possíveis parceiros para sua execução, os especialistas da cidade que podem colaborar com o projeto, as fontes de fi nanciamento identifi cadas e os primeiros passos para sua implementação, além das PERCEPÇÕES, dos PLANOS SETORIAIS e demais resultados. No CD encartado nesta publicação encontram-se todos os resultados do processo e uma versão digital da Agenda 21 de Teresópolis.

Os vetores qualitativos e os 40 capítulos da Agenda 21 de Teresópolis

A tabela da página seguinte apresenta o resultado da consolidação das percepções de todos os que participaram da Fase de Construção Coletiva da Agenda 21 de Teresópolis, avaliando a situação do município em relação a cada um dos capítulos da Agenda 21 Global.

Estágios da tabela:

1 – Quase nada foi feito

2 – Já existem ações encaminhadas

3 – Já há alguns resultados

4 – Estamos satisfeitos

Estão elencadas também, e evidenciadas por fontes em itálico, as preocupações dos moradores e as potencialidades do município, conforme percebidas e apontadas por consenso pelos participantes do processo.

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Capítulos da Agenda 21Estágio

1 2 3 4

1. Preâmbulo

2. Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento e nas políticas internas

3. Combater a pobreza

4. Mudar os padrões de consumo

5. Dinâmica demográfica e sustentabilidade

6. Proteger e promover a saúde humana

7. Promover assentamentos humanos sustentáveis

8. Integrar o meio ambiente e o desenvolvimento nas tomadas de decisão

9. Proteger a atmosfera

10. Integrar o planejamento e o gerenciamento dos recursos do solo

11. Combater o desflorestamento

12. Gerenciar ecossistemas frágeis: combater a seca e a desertificação

13. Gerenciar ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável das montanhas

14. Promover o desenvolvimento rural e a agricultura sustentáveis

15. Conservar a diversidade biológica

16. Gerenciamento ambientalmente responsável da biotecnologia

17. Proteção dos oceanos, todos os mares, inclusive internos, e áreas costeiras, e a proteção, uso racional e desenvolvimento de seus recursos para a vida

18. Proteger a qualidade e suprimento dos recursos de água limpa: aplicação de abordagens integradas ao desenvolvimento, gerenciamento e uso dos recursos hídricos

19. Gerenciar de forma ambientalmente responsável os produtos químicos tóxicos, incluindo a prevenção do tráfico ilegal internacional de resíduos e produtos perigosos

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Capítulos da Agenda 21Estágio

1 2 3 4

20. Gerenciar de forma ambientalmente sustentável os resíduos perigosos, incluindo a prevenção do tráfico ilegal internacional de resíduos perigosos

21. Gerenciar de forma ambientalmente responsável os resíduos sólidos e os relacionados ao esgotamento sanitário

22. Gerenciar de forma segura e ambientalmente responsável os resíduos radioativos

23. Fortalecer o papel dos principais grupos sociais

24. Ação global para as mulheres pelo desenvolvimento sustentável e equitativo

25. Crianças e jovens e o desenvolvimento sustentável

26. Reconhecer e fortalecer o papel dos povos indígenas e suas comunidades

27. Fortalecer o papel das Organizações Não-Governamentais: parceiras para o desenvolvimento sustentável

28. Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21

29. Fortalecer o papel dos trabalhadores e sindicatos

30. Fortalecer o papel da indústria e dos negócios

31. Comunidade científica e tecnológica

32. Fortalecer o papel dos fazendeiros

33. Recursos e mecanismos financeiros

34. Tecnologia ambientalmente responsável: transferência, cooperação e capacitação

35. Ciência para o desenvolvimento sustentável

36. Promover a educação, consciência pública e treinamento

37. Mecanismos nacionais e internacionais de cooperação para a capacitação em países em desenvolvimento

38. Arranjos institucionais internacionais

39. Instrumentos e mecanismos legais internacionais

40. Informação para a tomada de decisões

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Vocação e visão“Uma visão sem ação não passa de um sonho.Ação sem visão é só um passatempo.Mas uma visão com ação pode mudar o mundo.”(Joel Baker - vídeo A Visão do Futuro)

A vocação é o conjunto de competências, recursos e produtividade local de um município (em todos os sentidos: econômico, ambiental, artístico-cultural, turístico, educacional).

A visão de futuro define o que se espera do município no futuro e deve re-presentar de forma clara e abrangente o que se deseja alcançar. Agrega as pessoas e as inspira e motiva a fazer as melhores escolhas nos momentos de decisão e a enfrentar com perseverança a espera pelos resultados.

Durante o processo, os participantes f izeram uma série de reuniões para construir sua vocação e visão de futuro. O resultado foi revisto na Oficina Local e este é ainda um trabalho em progresso que o município deverá refinar até chegar à versão definitiva.

Vocação Histórico agrícola (maior polo de olericultura do Estado), 85% da produção

agrícola é de agricultura familiar.

Histórico turístico, capital da prática de montanhismo.

Boa infraestrutura hoteleira para atender os turistas.

Boa estrutura para crianças e idosos.

Existência de significativa produção científica.

Tradição na produção e comercialização de artesanato.

Histórico de ser referência nacional em grande produção de móveis. Atu-almente, o segmento encontra-se desorganizado e sem apoio.

Histórico de produção industrial de bijuterias, sendo o segundo fornecedor do país. Atualmente encontra-se sem apoio.

Existência de grande riqueza na biodiversidade (precisa de maior incentivo para a preservação da paisagem natural, fauna, f lora e recursos hídricos).

População mobilizada e ativa nas tomadas de decisões.

Visão de futuro Ser centro de referência na área da saúde, com ampliação e melhoria na

infraestrutura da rede de atenção básica da saúde (cobertura de 100% do Programa de Saúde da Família (PSF) no município) nas áreas urbana e rural.

“Queremos que Teresópolis tenha

infraestrutura adequada para tornar-se polo de

desenvolvimento econômico e social do estado do

Rio de Janeiro.”

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Ter um sistema agrícola sustentável, com maior apoio à agricultura fami-liar nas várias etapas da produção agrícola, inclusive na acessibilidade a tecnologia, cultura, lazer e serviços públicos.

Incentivar a instalação de indústrias de tecnologia de ponta, com tec-nologias não poluentes, e polo industrial no segundo distrito (em áreas devidamente planejadas, segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável, e realização de estudos de impacto ambiental).

Tornar a cidade referência ambiental através de projetos de ref loresta-mento, com espécies nativas da Mata Atlântica (sequestro de carbono), aliados à criação de Unidades de Conservação.

Ter uma política habitacional sustentável, que atenda às necessidades do município e estimule a vinda de futuros moradores, com a implantação do Comperj e de outros empreendimentos.

Ter um planejamento habitacional para que não ocorra ocupação urbana desordenada.

Ter uma política municipal de saneamento ambiental efetiva, tornando-se referência na prestação de serviços para outros municípios.

Cachoeira dos Frades no Parque Estadual dos Três Picos

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Contar com um Sistema de Saneamento Básico com estações de tratamento em toda a cidade, protegendo os mananciais existentes e promovendo a revitalização das bacias hidrográficas da região.

Desenvolver a qualificação da mão de obra para atender às demandas (na área agrícola, construção civil, indústria de tecnologia e bijuterias, entre outras).

Tornar a Feirinha de Teresópolis uma referência nacional em produção e venda da potencialidade local (artesanato, confecção e gastronomia).

Inserir Teresópolis entre os 15 municípios classificados no Índice de Qua-lidade do Município (IQM) estadual e melhorar a posição do município em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Ter uma infraestrutura adequada para o município tornar-se polo da Re-gião Centro-Serrana no que diz respeito ao desenvolvimento econômico e social do Estado do Rio de Janeiro.

Ter melhores mecanismos de comunicação com a população, visando sua maior participação nas tomadas de decisões.

A Feirinha do Alto é tradicional na cidade e reúne cerca de 700 barracas

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Ordem Ambiental1

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RECURSOS NATURAISChamamos de recursos naturais tudo o que obtemos da natureza com o ob-jetivo do desenvolvimento, sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Os recursos naturais são classificados como renováveis quando, depois de explorados por algum tempo em determinado lugar, podem continuar sendo explorados. E como não renováveis, aqueles que inevitavelmente se esgotarão.

A vida humana depende dos recursos naturais – terra, água, f lorestas, bio-diversidade e recursos marinhos e costeiros – e de suas múltiplas funções. Tanto os seres humanos quanto os demais seres vivos, agora e no futuro, têm direito a um meio ambiente saudável, que forneça os recursos necessários a uma vida digna. Para isto, os ecossistemas, a biodiversidade e as funções ecológicas precisam ser mantidos na quantidade e qualidade apropriadas.

Vale a pena ref letir que não é possível pensar em um futuro para a humani-dade sem a construção de uma relação adequada entre o homem e a natureza que o cerca. Essa magnífica constelação de formas de vida não pode ser vista apenas como “recursos naturais” sem a devida apreciação dos inúmeros be-nefícios intangíveis que nos traz.

Teresópolis está localizada na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, que abrange desde áreas com predomínio de morros a localidades que apresentam relevos bastante acidentados. Uma das características mais significativas da região é a existência de áreas com possibilidade de prote-ção ambiental, especialmente se considerados a grande riqueza de espécies e os altos níveis de endemismos de suas montanhas. Além disso, também é possível notar a presença de importantes fragmentos f lorestais nas áreas de colinas, cercadas por extensas áreas cobertas por pastagens.

O município possui um trecho de Mata Atlântica com enorme potencial turístico para pesquisa da biodiversidade e uma reserva de sementes para refl orestamento. Segundo os dados da Fundação SOS Mata Atlântica, Teresó-polis apresenta 32% de seu território cobertos por remanescentes f lorestais, onde são encontradas diversas áreas preservadas. Em relação às Unidades de Conservação de Proteção Integral, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o Parque Estadual dos Três Picos e o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis compreendem 19,1% do município.

No caso das Unidades de Conservação de Uso Sustentável, as Áreas de Pro-teção Ambiental da Bacia dos Frades e Jacarandá, as Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN) Maria Francisca Guimarães e Fazenda Suspiro abrangem cerca de 9% do território de Teresópolis, com vegetação em razoá-vel estado de conservação. No entanto, os participantes preocupam-se com a falta de um Plano de Manejo para as Unidades de Conservação Municipais e

Parque Nacional da Serra dos Ór-Parque Nacional da Serra dos Ór-gãos –gãos – O Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) abrange os municípios de Teresópolis, Petrópo-lis, Magé e Guapimirim, com uma área de cerca de 20 mil hectares. É o terceiro mais antigo parque na-cional brasileiro – criado em 1939, através de um decreto do então pre-sidente Getúlio Vargas. O Parnaso abriga uma rica fauna e fl ora típicas da encosta at lântica brasi leira e oferece muitas possibilidades de lazer e várias atrações, como trilhas para trekking, cachoeiras, áreas de escalada, uma piscina natural, além de dezenas de belíssimos recantos.

Mata Atlântica –Mata Atlântica – Com árvores que atingem de 20 a 30 metros de altu-ra, a Mata Atlântica originalmente ocupava quase todo o litoral brasi-leiro, com 15% do território do País. Devido ao intenso desmatamento, iniciado logo após a chegada dos europeus, hoje em dia restam apenas 7% de sua área original – é consi-derada uma das fl orestas tropicais mais ameaçadas do planeta. Com rica biodiversidade, estima-se que 8 mil espécies de sua fl ora sejam endê-micas, a Mata Atlântica tem outras peculiaridades: 39% dos mamíferos, inclusive mais de 15% dos primatas, como o mico-leão-dourado, 160 espécies de aves e 183 de anfíbios, também só são encontrados ali.

Mata Atlântica –Mata Atlântica – Com árvores que atingem de 20 a 30 metros de altu-ra, a Mata Atlântica originalmente ocupava quase todo o litoral brasi-leiro, com 15% do território do País. Devido ao intenso desmatamento, iniciado logo após a chegada dos europeus, hoje em dia restam apenas 7% de sua área original – é consi-derada uma das fl orestas tropicais mais ameaçadas do planeta. Com rica biodiversidade – estima-se que 8 mil espécies de sua f lora sejam endêmicas –, a Mata Atlântica tem outras pecul iar idades: 39% dos mamíferos, inclusive mais de 15% dos primatas, como o mico-leão-dourado, 160 espécies de aves e 183 de anfíbios também só são encon-trados ali.

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Unidades de Conservação (UC) –Unidades de Conservação (UC) – São áreas naturais (incluindo seus recursos ambientais e as águas ju-risdicionais) legalmente instituídas pelo Poder Público, com limites de-fi nidos e características relevantes, com objetivos de conservação e sob regime especial de administração, às quais se aplicam garantias ade-quadas de proteção.

Áreas de Proteção Ambiental (APA) Áreas de Proteção Ambiental (APA) – Unidades de conservação des-tinadas a proteger e conservar a qualidade ambiental e os sistemas naturais nelas existentes. Área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atribu-tos especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Tem como ob-jetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabi-lidade do uso dos recursos naturais.

Reservas Particulares de Patri-Reservas Particulares de Patri-mônio Natura l (RPPN) –mônio Natura l (RPPN) – Áreas particulares cujas características naturais justifi cam sua preservação. Destinadas por seus proprietários, em caráter perpétuo, a serem prote-gidas. Devem ser reconhecidas pelo Ibama e seus proprietários passam a gozar de alguns benefícios, como a isenção do Imposto Territorial Rural.

Plano de manejo –Plano de manejo – Plano de uso racional do meio ambiente visando à preservação do ecossistema, em associação com sua utilização para outros fi ns. É o instrumento básico de planejamento de uma unidade de conservação.

Estaduais. Essas localidades estão inseridas no Mosaico Central Fluminense e são prioritárias para a preservação da Mata Atlântica. O grupo apontou a existência de RPPNs que poderiam ter seu número aumentado através de incentivos fi scais municipais (considerando também as áreas urbanas).

Além do desmatamento que isola trechos da Mata Atlântica e reduz o nú-mero de matas ecologicamente mais viáveis, outro aspecto importante para a conservação de remanescentes f lorestais está associado ao fato de terem sido registrados desmatamentos no interior e em zonas de amortecimento das Unidades de Conservação.

Outras preocupações indicadas estão relacionadas a mineração inadequada, impermeabilização do solo pelo asfaltamento das vias periféricas, queimadas, incêndios e desmatamentos irregulares, que causam sérios danos ao meio ambiente. Um dos fatos que contribui para a degradação dos morros e serras é o manejo inadequado do solo, resultado do desconhecimento da existência de um levantamento dos recursos naturais do município.

A exploração inadequada das saibreiras para a recuperação das estradas vicinais é mais um dos problemas que demandam elaboração de políticas públicas voltadas à preservação dos ecossistemas.

A falta de programas de preservação das encostas fl orestadas e de recuperação de áreas degradadas favorece os problemas ambientais. Da mesma forma, o uso das encostas e topos de morros para o plantio de eucaliptos e/ou áreas de produção nesta região preocupa a população de Teresópolis. Este fato é reforçado pela ausência de controle e rigor dos órgãos ambientais compe-tentes e pela falta de infraestrutura para promover o treinamento dos fi scais ambientais – em caso de desmatamento.

Vista do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, o maior parque urbano no estado

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Piscina natural no Parque Nacional Serra dos Órgãos

A entrada principal do Parque fi ca na área urbana de Teresópolis

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• Promoção da sustentabilidade dos recursos naturais Estudos técnicos

1. Mapear os recursos naturais do município.1. Mapear os recursos naturais do município.

Infraestrutura2. Instalar uma unidade do Batalhão Florestal, aumentando 2. Instalar uma unidade do Batalhão Florestal, aumentando

sua atuação na proteção dos recursos naturais.sua atuação na proteção dos recursos naturais.

Planejamento3. Prevenir incêndios f lorestais com a abertura de corredo-3. Prevenir incêndios f lorestais com a abertura de corredo-

res (aceiros) para proteger áreas de proteção ambiental.res (aceiros) para proteger áreas de proteção ambiental.

4. Criar áreas permeáveis ao longo das vias públicas.4. Criar áreas permeáveis ao longo das vias públicas.

5. Solicitar apoio técnico do Instituto Chico Mendes de Con-5. Solicitar apoio técnico do Instituto Chico Mendes de Con-servação da Biodiversidade – ICMBio, Prevfogo (Parnaso) servação da Biodiversidade – ICMBio, Prevfogo (Parnaso) para formar brigadas de incêndio comunitárias.para formar brigadas de incêndio comunitárias.

Elaboração de programas e projetos6. Elaborar e implementar planos de manejo nas Áreas de 6. Elaborar e implementar planos de manejo nas Áreas de

Proteção Ambiental e Unidades de Conservação (Públicas Proteção Ambiental e Unidades de Conservação (Públicas e RPPNs).e RPPNs).

7. Elaborar projetos de Educação Ambiental.7. Elaborar projetos de Educação Ambiental.

8. Realizar Programas de Recuperação de Áreas Degradadas 8. Realizar Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (Prads) com espécies nativas da Mata Atlântica.(Prads) com espécies nativas da Mata Atlântica.

9. Desenvolver programas de ref lorestamento voltados para 9. Desenvolver programas de ref lorestamento voltados para a obtenção de créditos de carbono.a obtenção de créditos de carbono.

10. Implantar programa de arborização urbana. 10. Implantar programa de arborização urbana.

11. Elaborar programas voltados ao manejo sustentável do 11. Elaborar programas voltados ao manejo sustentável do solo.solo.

Comunicação12. Ampliar os programas de Educação Ambiental, que 12. Ampliar os programas de Educação Ambiental, que

comuniquem a população sobre a importância da pre-comuniquem a população sobre a importância da pre-servação dos recursos naturais.servação dos recursos naturais.

Gestão pública13. Elaborar políticas públicas que incentivem a criação de 13. Elaborar políticas públicas que incentivem a criação de

RPPNs e Unidades de Conservação.RPPNs e Unidades de Conservação.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

14. Definir condicionantes ambientais para a cultura do 14. Definir condicionantes ambientais para a cultura do eucalipto.eucalipto.

15. Instituir o Plano de Prevenção e Correção para áreas 15. Instituir o Plano de Prevenção e Correção para áreas de erosão.de erosão.

16. Implantar Planos de Prevenção de Combate a Incêndio.16. Implantar Planos de Prevenção de Combate a Incêndio.

17. Criar brigadas mirins ecológicas.17. Criar brigadas mirins ecológicas.

18. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de 18. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente por meio de concurso público.Meio Ambiente por meio de concurso público.

19. Fornecer apoio ao programa de extração controlada e ar-19. Fornecer apoio ao programa de extração controlada e ar-tesanal de areia em trechos dos rios, com aproveitamento tesanal de areia em trechos dos rios, com aproveitamento para a construção civil ou pública, substituindo a draga-para a construção civil ou pública, substituindo a draga-gem dos rios pelo Instituto Estadual do Ambiente – Inea.gem dos rios pelo Instituto Estadual do Ambiente – Inea.

Capacitação20. Capacitar os agentes de saúde para atuar em campanhas 20. Capacitar os agentes de saúde para atuar em campanhas

de Educação Ambiental.de Educação Ambiental.

21. Orientar o agricultor quanto à importância de manter 21. Orientar o agricultor quanto à importância de manter áreas de mata nativa em suas plantações.áreas de mata nativa em suas plantações.

Fiscalização22. Controlar adequadamente as áreas de preservação.22. Controlar adequadamente as áreas de preservação.

23. Controlar a retirada de saibro.23. Controlar a retirada de saibro.

Possíveis parceirosConservação Internacional do Brasil . Empresas associadas ao Comperj . Escolas .Firjan . Fundação O Boticário de Proteção a Natureza . Ibama . Instituições governamentais estrangeiras . Lions Club . MP . OAB . ONGs . Pacto para a Conservação da Mata Atlântica . Rottary Club . SEA . Secretaria Municipal de Meio Ambiente . Sindicatos . Universidades . Voluntários.

Possíveis fontes de financiamentoEmpresas associadas ao Comperj . CNPq . Comissão Européia . Faperj . Fauna e Flora Internacional . Finep . Funbio . FNMA . LDO . LOA . Pibic . Unesco . WWF Brasil.

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RECURSOS HÍDRICOSA água é essencial à vida no planeta. Apesar de ser um recurso renovável, o seu consumo excessivo, aliado ao desperdício e à poluição, vem causando um déficit global, em grande parte, invisível. Cada ser humano consome direta ou indiretamente quatro litros de água por dia, enquanto o volume de água necessário para produzir nosso alimento diário é de pelo menos 2 mil litros. Isso explica por que 70% da água consumida vão para a irrigação (outros 20% são usados na indústria e 10%, nas residências).

Cerca de um terço da população mundial vai sofrer os efeitos da escassez da água nos próximos anos. A análise do ciclo completo de uso e reúso da água aponta para o desaparecimento de mananciais, como poços, lagos e rios, e destaca a pouca atenção que é dada à diminuição da água subterrânea.

No Brasil, apesar da disponibilidade de águas superficiais e subterrâneas na maioria das regiões – o que levou à disseminação de uma cultura de des-preocupação e desperdício –, há problemas gravíssimos, como poluição por esgotos, poluição industrial e agrícola, assoreamento e mesmo desapareci-mento de cursos d’água e a falta de proteção para os principais mananciais.

O uso sustentável dos recursos hídricos depende do conhecimento da co-munidade sobre as águas de sua região e da sua participação efetiva no seu gerenciamento.

Teresópolis apresenta grande riqueza de mananciais, principalmente no Parque Nacional da Serra dos Órgãos e no Parque Estadual dos Três Picos, devido à sua localização geográfica privilegiada. O município é cortado por diversos rios, como os das Canoas, Formiga, Bengalas e Frades, além do Rio Preto, que tem por af luentes os Rios Córrego Sujo, Vargem Grande e Paque-quer. O conjunto de nascentes, lagos, rios e tributários constitui as sub-bacias hidrográficas dos rios Paquequer e Preto, inseridas na Bacia do Rio Piabanha.

A Bacia do Rio Piabanha possui uma área de drenagem de 2.065 km², abran-gendo 100% do município de Teresópolis e parte dos municípios de Areal, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Paty de Alferes, Paraíba do Sul e Três Rios. A sub-bacia hidrográfica do Rio Paquequer, uma das principais do município, compreende uma área de aproximadamente 269,08 km², entre os distritos de Teresópolis (primeiro distrito) e Vale do Paquequer (segundo distrito). O Paquequer é um dos principais rios desta bacia hidrográfica, com cerca de 35 km de extensão. Atualmente, existem programas de controle de qualidade de água nas nascentes dos rios já identifi cados.

Apesar da beleza da paisagem, é possível perceber a área degradada na Bacia do Rio Piabanha e sub-bacias dos rios Paquequer e Preto – principalmente

Bacia hidrográfi ca –Bacia hidrográfi ca – Área drenada por um rio principal e seus afl uentes, incluindo nascentes, subafl uentes etc. É a unidade territorial de plane-jamento e gerenciamento das águas.

A Cascata do Imbuí, no Rio Paquequer, citado por José de Alencar no livro “O Guarani”

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por causa do assoreamento, da exploração para a irrigação e da contamina-ção dos lençóis freáticos pela implantação de condomínios. Outra importante questão é o desmatamento das matas ciliares e formações vegetais próximas às nascentes.

Este conjunto de usos e seus impactos interferem diretamente na disponibi-lidade de água para o abastecimento, uma vez que no período de estiagem já ocorre falta de água. Além disso, o descumprimento das normas estabelecidas no Plano Diretor no tocante aos recursos hídricos e a falta de um trabalho quantitativo e qualitativo de mapeamento das nascentes dificultam a im-plementação de projetos pelo Comitê de Bacias Hidrográficas no município.

Um dos maiores desafios de Teresópolis é o desenvolvimento de um modelo de gestão dos recursos hídricos. A participação do município no Comitê da Bacia Hidrográfi ca do Piabanha e das Sub-Bacias dos rios Paquequer e Preto, bem como a existência de contatos iniciais com redes internacionais para o gerenciamento de bacias hidrográfi cas (Rebob e Relob) viabilizariam a adoção de ações estratégicas.

Mapa 3: Localização geográfi ca da bacia hidrográfi ca do Rio Piabanha do Sul.

Fonte: Ceivap (2009)

Entretanto, a pouca atuação do Comitê de Bacias que abrange Teresópolis re-sulta na falta de implementação de projetos que contribuam para a sua gestão integrada. Este tipo de gestão – associada à revitalização do Rio Paquequer, à melhoria do aproveitamento dos recursos hídricos, à recuperação de nascentes e de matas ciliares, bem como ao manejo controlado da extração de areia nos leitos dos rios – promoveria a conservação das águas do município.

Lençol freático –Lençol freático – Depósito de água natura l no subsolo, águas sub-terrâneas que alimentam os r ios perenes, garantindo a presença de água durante todo o ano. A profun-didade do lençol freático depende de vários fatores.

Plano Diretor –Plano Diretor – Lei municipal que estabelece diretrizes para a adequa-da ocupação do município, determi-nando o que pode e o que não pode ser feito em cada parte do mesmo. É o instrumento básico da política de desenvolvimento municipal. Sua principal fi nalidade é orientar a atu-ação do poder público e da iniciativa privada na construção dos espaços urbano e rural e na oferta dos ser-viços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida à população.

Comitê de Bacias Hidrográficas –Comitê de Bacias Hidrográficas – São colegiados instituídos por Lei, no âmbito do Sistema Nacional de Recursos Hídricos e dos Sistemas Estaduais. Considerados a base da gestão participativa e integrada da água, têm papel deliberativo e são compostos por representantes do poder público, da sociedade civil e de usuários de água, e podem ser ofi cialmente instalados em águas de domínio da União e dos estados. Existem comitês federais e comitês de bacias de rios estaduais, defi ni-dos por sistemas e leis específi cos.

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Discutir a gestão da bacia hidrográfica significa, sobretudo, abordar as variá-veis socioeconômicas desta localidade, estabelecendo um conjunto de normas e propostas para o uso sustentável dos recursos hídricos previstos no Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que deve estar integrado ao Plano de Bacia do Comitê do Piabanha.

Poluição –Poluição – Alteração das proprie-dades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente pelo lançamento de quaisquer substâncias sólidas, líquidas ou gasosas que se tornem efetiva ou potencialmente nocivas à saúde, à segurança e ao bem-estar da população, ou causem danos ou prejuízos à fl ora e à fauna.

Mata ciliar –Mata ciliar – Vegetação na margem dos rios, lagos, nascentes, represas e açudes. Consideradas áreas de preservação permanente, as matas ciliares protegem as margens contra a erosão, evitando o assoreamento, permitem a conservação da fl ora e da fauna, regulam os fl uxos de água e são a proteção mais efi ciente dos solos onde se encontram.

Extração de areia –Extração de areia – Para extração de areia é preciso consultar e obter a licença do Ibama e do Inea e seguir a autorização do Departamento Nacio-nal de Produção Mineral. A falta de licença ou o exercício da atividade em desacordo com a licença conce-dida implicam pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa.

O município apresenta diversos mananciais nas sub-bacias hidrográfi cas dos rios Paquequer e Preto

Os mananciais de Teresópolis fazem parte da Bacia do Rio Piabanha

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• Sustentabilidade dos recursos hídricos Estudos técnicos

1. Mapear as áreas de nascentes e mananciais na região, 1. Mapear as áreas de nascentes e mananciais na região, indicando a presença ou ausência de mata ciliar.indicando a presença ou ausência de mata ciliar.

Elaboração de programas e projetos2. Elaborar programas de revitalização das matas ciliares 2. Elaborar programas de revitalização das matas ciliares

(como o projeto “Nosso Paquequer”).(como o projeto “Nosso Paquequer”).

3. Elaborar projetos e apoiar a implantação das atividades 3. Elaborar projetos e apoiar a implantação das atividades do Comitê de Bacias Piabanha, Paquequer e Rio Preto.do Comitê de Bacias Piabanha, Paquequer e Rio Preto.

4. Elaborar um projeto-piloto de produção de mudas de 4. Elaborar um projeto-piloto de produção de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, com a utilização da espécies nativas da Mata Atlântica, com a utilização da mão de obra de trabalhadores rurais.mão de obra de trabalhadores rurais.

5. Desenvolver programas sustentáveis de extração artesanal 5. Desenvolver programas sustentáveis de extração artesanal de areia em trechos controlados dos rios.de areia em trechos controlados dos rios.

Comunicação6. Orientar a população sobre o uso sustentável dos recursos 6. Orientar a população sobre o uso sustentável dos recursos

hídricos. hídricos.

7. Divulgar a existência e as atividades do Comitê de Bacias.7. Divulgar a existência e as atividades do Comitê de Bacias.

Fiscalização8. Controlar e f iscalizar o despejo de resíduos nos rios, 8. Controlar e f iscalizar o despejo de resíduos nos rios,

solicitando maior cumprimento das multas previstas.solicitando maior cumprimento das multas previstas.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

9. Coibir as ocupações irregulares na FMP (Faixa Marginal 9. Coibir as ocupações irregulares na FMP (Faixa Marginal de Proteção).de Proteção).

10. Intensificar a fiscalização nas áreas de mananciais.10. Intensificar a fiscalização nas áreas de mananciais.

Gestão pública11. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de 11. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de

Meio Ambiente, por meio de concurso público.Meio Ambiente, por meio de concurso público.

12. Integrar as atividades dos técnicos municipais com ou-12. Integrar as atividades dos técnicos municipais com ou-tros órgãos ambientais.tros órgãos ambientais.

13. Refazer o Plano Diretor de Saneamento.13. Refazer o Plano Diretor de Saneamento.

Possíveis parceirosConservação Internacional do Brasil . Empresas privadas . Es-colas . Firjan . Fundação O Boticário de Proteção a Natureza . Ibama . Instituições governamentais estrangeiras . Lions Club . MP. OAB . ONGs . Pacto para a Conservação da Mata Atlântica . Rottary Club . SEA . Secretaria Municipal de Meio Ambiente . Sindicatos . Universidades.

Possíveis fontes de financiamentoCNPq . Comissão Europeia . Empresas associadas ao Comperj . Faperj . Fauna e Flora Internacional . Finep . FunBio . Fundo Nacional de Direitos Difusos . FNMA . MMA . Pibic . SEA . Unesco . WWF Brasil.

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BIODIVERSIDADEA biodiversidade é a base do equilíbrio ecológico do planeta. Sua conser-vação deve se concentrar na manutenção das espécies em seus ecossistemas naturais, através do aumento e da implantação efetiva das áreas protegidas, que asseguram a manutenção da diversidade biológica e a sobrevivência das espécies ameaçadas de extinção e das funções ecológicas dos ecossistemas.

A biodiversidade interfere na estabilização do clima, na purificação do ar e da água, na manutenção da fertilidade do solo e do ciclo de nutrientes, além de representar benefícios culturais, paisagísticos e estéticos.

Entre as principais formas de destruição da diversidade biológica destacam-se a urbanização descontrolada, a ocupação irregular do solo, a exploração mineral, os desmatamentos e a fragmentação de ecossistemas, as queimadas, a superexploração de recursos naturais, a utilização de tecnologias inadequadas na produção f lorestal, pesqueira, agropecuária e industrial, a indefinição de políticas públicas e as obras de infraestrutura implantadas sem os devidos cuidados. Acrescentam-se a isso a introdução de espécies exóticas da f lora e da fauna e a comercialização ilegal de espécies silvestres.

O Brasil possui 25% da biodiversidade mundial, reunindo uma riqueza difícil de ser mensurada, pois há espécies que sequer foram identificadas. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima o valor do patrimônio genéti-co brasileiro em US$ 2 trilhões (quatro vezes o PIB nacional). As cifras em jogo são altas. Produtos da biotecnologia (biodiversidade explorada), como cosméticos, remédios e cultivares, constituem um mercado global que chega a US$ 800 bilhões por ano, cifra semelhante às do setor petroquímico.Teresópolis é famosa por suas orquídeas

e orquidários

O macaco bugio é uma das espécies ameaçadas de extinção na Mata Atlântica

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Teresópolis abriga uma grande variedade de ecossistemas. O Parque Na-cional da Serra dos Órgãos, o Parque Estadual dos Três Picos, o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, as Áreas de Proteção Ambiental da Bacia dos Frades e Jacarandá, as Reservas Particulares de Patrimônio Ambiental Maria Francisca Guimarães e a Fazenda Suspiro, além de fragmentos isolados de Mata Atlântica, são habitats para várias espécies da fauna e da fl ora.

Mapa 4: Áreas prioritárias para a preservação da biodiversidade no município de Teresópolis e arredores

Fontes: IBGE, MMA, Petrobras

A extinção de espécies locais e a consequente degradação da biodiversidade vêm preocupando os moradores do município por causa da falta de recursos para a implementação de instrumentos de conservação e monitoramento da diversidade biológica e para a melhoria da fi scalização.

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Em Teresópolis existe potencial para o aproveitamento da biodiversidade nos processos biotecnológicos, de forma a contribuir para a tomada de decisão a partir do conhecimento local. Entretanto, faltam estudos sobre este tema, o que difi culta a ação das autoridades competentes.

Um dos maiores problemas são as citadas áreas fragmentadas da Mata Atlân-tica, que, ao ficarem isoladas umas das outras, reduzem as possibilidades de manutenção dos processos ambientais, contribuindo para a perda da biodi-versidade regional.

Apreensão de pássaros durante ação de combate ao tráfi co de animais silvestres

Biotecnologia –Biotecnologia – Aplicação tecno-lógica que usa organismos vivos ou seus derivados para fabricar ou modif icar produtos ou processos. Especialmente utilizada na agri-cultura, nas ciências dos alimentos e na medicina.

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• Proteção da biodiversidade Articulação

1. Realizar parcerias e convênios para a captação de recursos 1. Realizar parcerias e convênios para a captação de recursos e elaboração de projetos voltados para a conservação da e elaboração de projetos voltados para a conservação da diversidade biológica. diversidade biológica.

2. Estabelecer convênios com universidades para a realização 2. Estabelecer convênios com universidades para a realização de cursos de especialização em gestão da biodiversidade de cursos de especialização em gestão da biodiversidade no município. no município.

Planejamento3. Elaborar projetos de manejo, monitoramento e conserva-3. Elaborar projetos de manejo, monitoramento e conserva-

ção da f lora e da fauna. ção da f lora e da fauna.

Capacitação4. Realizar a capacitação de agentes multiplicadores em 4. Realizar a capacitação de agentes multiplicadores em

Educação Ambiental.Educação Ambiental.

Comunicação5. Divulgar os resultados das pesquisas sobre a biodiversi-5. Divulgar os resultados das pesquisas sobre a biodiversi-

dade em veículos de comunicação comunitários, escolas, dade em veículos de comunicação comunitários, escolas, universidades, associações e sindicatos. universidades, associações e sindicatos.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

6. Promover campanhas de conscientização sobre as questões 6. Promover campanhas de conscientização sobre as questões relativas à preservação da biodiversidade local. relativas à preservação da biodiversidade local.

Possíveis parceirosConservação Internacional do Brasil . Empresas associadas ao Comperj . Escolas . Firjan . Fundação O Boticário de Proteção a Natureza . Ibama . ICMBio . Instituições governamentais estrangeiras . Lions Club . MP. Nações Unidas . OAB . ONGs . Pacto para a Conservação da Mata Atlântica . Rottary Club . SEA . Secretaria Municipal de Meio Ambiente . Sindicatos . Universidades . Voluntários.

Possíveis fontes de financiamentoComissão Européia . Empresas associadas ao Comperj . Fauna e Flora Internacional . Finep . FNMA .Funbio . MMA . SEA . Unesco . WWF Brasil.

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MUDANÇAS CLIMÁTICASO aumento da concentração dos gases de efeito estufa (GEE3) na atmosfera contribui para a retenção de calor na Terra, provoca a elevação da tempera-tura média do planeta e é a principal causa das mudanças climáticas. Isso se deve, principalmente, à queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral), ao desmatamento, às queimadas e aos incêndios f lorestais. O aquecimento global tem impactos ambientais intensos, como o derretimento das geleiras e calotas polares, e em processos biológicos, como os períodos de f loração.

As principais consequências do aumento do efeito estufa são: temperaturas globais médias mais elevadas, resultando em uma ruptura dos sistemas natu-rais; mudanças nos regimes de chuva e nos níveis de precipitação em muitas regiões, com impactos na oferta de água e na produção de alimentos; aumento da incidência e da intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, tempestades, enchentes, incêndios e secas; aumento do nível do mar, com impactos nas áreas costeiras e em regiões de baixada; e alterações de ecossistemas, como a decorrente do aumento de vetores transmissores de doenças e sua distribuição espacial.

No Brasil, a temperatura média aumentou aproximadamente 0,75º C no século 20, o que tem motivado a ocorrência de fenômenos climáticos ex-tremos no País. Um dos acontecimentos que comprovou essa tendência foi o furacão Catarina, que atingiu os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina em março de 2004.

Teresópolis apresenta boa qualidade do ar. As preocupações dos parti-cipantes do município com relação às mudanças climáticas são o excesso de carros de passeio e veículos pesados que circulam na região e a emissão de gás metano proveniente do aterro sanitário.

Neste aspecto, os programas de ref lorestamento, além de importantes para a qualidade ambiental do município, também representam a possibilidade de ganhos com os créditos de carbono.

Os participantes do Fórum demonstraram preocupação com a possibilidade da chegada de indústrias poluidoras, a partir da instalação do Comperj, uma vez que a fi scalização dos órgãos ambientais é insufi ciente e que não há mo-nitoramento da qualidade do ar.

3 Principais GEEs: dióxido de carbono, metano, óxidos de nitrogênio e enxofre.

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• Combate às mudanças climáticas Infraestrutura

1. Implantar um conjunto de estações de monitoramento da 1. Implantar um conjunto de estações de monitoramento da qualidade do ar antes da implantação do Comperj. qualidade do ar antes da implantação do Comperj.

2. Implantar ciclovias, ciclofaixas e bicicletários no mu-2. Implantar ciclovias, ciclofaixas e bicicletários no mu-nicípio.nicípio.

3. Promover a melhoria do transporte público, reduzindo o 3. Promover a melhoria do transporte público, reduzindo o f luxo dos veículos particulares nas vias.f luxo dos veículos particulares nas vias.

Planejamento4. Ampliar os programas de educação ambiental, visando 4. Ampliar os programas de educação ambiental, visando

combater as causas do aquecimento global.combater as causas do aquecimento global.

Elaboração de projetos5. Realizar projetos sustentáveis no município com o apoio 5. Realizar projetos sustentáveis no município com o apoio

das indústrias já instaladas e daquelas que virão durante das indústrias já instaladas e daquelas que virão durante a construção e operação do Comperj.a construção e operação do Comperj.

6. Elaborar projetos de ref lorestamento para o sequestro 6. Elaborar projetos de ref lorestamento para o sequestro de carbono.de carbono.

Comunicação7. Realizar seminários sobre créditos de carbono e políticas 7. Realizar seminários sobre créditos de carbono e políticas

ambientais internacionais.ambientais internacionais.

8. Divulgar os resultados do monitoramento da qualidade 8. Divulgar os resultados do monitoramento da qualidade do ar por meio de campanhas educativas.do ar por meio de campanhas educativas.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Gestão pública9. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de Meio 9. Ampliar o quadro técnico da Secretaria Municipal de Meio

Ambiente, através de concurso público.Ambiente, através de concurso público.

10. Elaborar legislação própria para proibir circulação de 10. Elaborar legislação própria para proibir circulação de veículos pesados na cidade em determinados horários.veículos pesados na cidade em determinados horários.

11. Integrar os técnicos municipais com outros órgãos am-11. Integrar os técnicos municipais com outros órgãos am-bientais.bientais.

12. Fornecer incentivos f iscais específ icos para instalar 12. Fornecer incentivos f iscais específ icos para instalar indústrias de baixo potencial poluidor.indústrias de baixo potencial poluidor.

Fiscalização13. Assegurar fiscalização rigorosa e a adequação das fá-13. Assegurar fiscalização rigorosa e a adequação das fá-

bricas poluentes às normas vigentes.bricas poluentes às normas vigentes.

Possíveis parceirosConservação Internacional do Brasil . Empresas associadas ao Coimperj . Escolas . Firjan . Fundação O Boticário de Proteção a Natureza . Ibama . Instituições governamentais estrangeiras . Lions Club . MP . OAB . ONGs . Pacto para a Conservação da Mata Atlântica . Rottary Club . SEA . Secretaria Municipal de Meio Ambiente . Sindicatos . Universidades . Voluntários.

Possíveis fontes de financiamentoCNPq . Comissão Européia . Empresas associadas ao Comperj . Faperj . Fauna e Flora Internacional . Finep . FNMA . Funbio . Fundo Nacional de Direitos Difusos . MMA . Pibic . SEA . Unesco . WWF Brasil.

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Ordem Física2

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HABITAÇÃOA Agenda 21, em seu capítulo 7, afirma que o acesso à habitação segura e saudável é essencial para o bem-estar físico, psicológico, social e econômico das pessoas e que o objetivo dos assentamentos humanos é melhorar as con-dições de vida e de trabalho de todos, especialmente dos pobres, em áreas urbanas e rurais.

Essa menção especial aos mais pobres se deve ao fato de que estes tendem a estar nas áreas ecologicamente mais frágeis ou nas periferias das grandes cidades. Nos assentamentos precários, os moradores estão sujeitos a um enorme conjunto de problemas, como falta de saneamento e de serviços públicos adequados e vulnerabilidade a desastres naturais, como inunda-ções e deslizamentos.

Num país com um déficit habitacional de 5,8 milhões de domicílios, no qual os projetos de habitação popular se guiam pelo menor preço, é importante considerar os novos parâmetros propostos pela construção sustentável ao se planejarem os investimentos necessários para atender a essa imensa demanda.

Além de evitar o desperdício de água e de energia, novas tecnologias garan-tem conforto e segurança e facilitam a utilização de materiais que causam menos impactos ambientais. As habitações sustentáveis também se mostram mais econômicas e eficientes, no médio prazo.

Em Teresópolis, os participantes preocupam-se com a migração de pessoas para o município, apesar de reconhecerem que faltam informação e conhecimentos sobre dinâmica demográfi ca e sustentabilidade.

Eles também demonstraram preocupação com a ocupação desordenada e indevida de morros, encostas e áreas de proteção, com a existência de moradias localizadas em área de risco e em Unidades de Conservação (UCs4 – APPs e FMPs) e com o grande número de moradores das encostas e favelas. Os participantes do Fórum atribuíram o problema à falta de políticas habitacionais efi cientes, aliada à falta de sensibilização da população, o que está causando a degradação ambiental das áreas protegidas. No entanto, reconheceram que há alguns avanços, como o controle inicial de limites entre favelas e as UCs, por parte da Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente e Defesa Civil (inclusive com demolição de imóveis).

No tocante à habitação, Teresópolis apresenta um índice preocupante: 26% de sua população vivem em favelas. Quando comparado ao índice de 19%, obser-vado na capital do estado, pode-se ter um parâmetro da extensão do problema.

4 As Unidades de Conservação (UCs) podem ser do tipo Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Preservação Permanente (APP) e Faixa Marginal de Proteção (FMP).

Déficit habitacional –Déficit habitacional – Número de domicílios improvisados ou rústi-cos, inadequados para se viver e/ou onde existe coabitação familiar e/ou onde famílias pobres pagam um aluguel que excede 30% da sua renda familiar.

Vista da cidade, com a Serra dos Órgãos ao fundo

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Mapa 5: Localização das áreas de habitação não convencionais

Fonte: Embraero Aerofotometria LTDA/Prefeitura Municipal de Teresópolis

Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável5, a ocupação de encostas em Teresópolis é intensa, com edificações em terrenos de declividade acentuada, e cresce de forma aleatória e desordenada.

5 PMT/FGV, Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável – Documento Técnico, 2006, p. 109-110.

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Uma ação para coibir a ocupação de áreas irregulares, que contou com a aprovação do grupo, foi a cooperação entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, a Ampla e a Companhia Estadual de Águas e Esgo-tos (Cedae), para que sejam feitas instalações de fornecimento de água e luz somente em áreas permitidas.

A necessidade de providenciar habitação popular digna é apontada como uma providência necessária para resolver questões como a existência de uma comunidade ao redor do aterro sanitário e a presença de moradores de rua.

A topografia do município torna o crescimento desordenado uma fonte de preocupação, já que há grandes áreas de risco sem políticas públicas e, ape-sar da existência de plano municipal de redução de risco – com implantação prevista para 20 anos (Plano de Vigência) –, falta implementá-lo no que diz respeito à questão de assentamentos humanos.

Além disso, respaldados pela memória das tragédias ocorridas no município, os participantes apontaram a falta de um sistema de evacuação de emergência das encostas no caso de catástrofes.

A adoção da Lei Municipal sobre uso e ocupação do solo, em processo de revisão pelo Conselho da Cidade, é vista como potencialidade. No entanto, os participantes do processo mencionaram a falta de política e de estudos adequados para o uso do solo (uso econômico, parcelamento de solo, entre ou-tros), tendo em vista a escassez de áreas planas para assentamentos humanos no município (estimada em apenas 10% da área total).

Apesar da preocupação com a falta de política de moradia popular e infraes-trutura habitacional, os membros do Fórum reconhecem que o Conselho da Cidade está funcionando e que está em curso pela Câmara Técnica do Conselho Municipal da Cidade a elaboração de um Plano e de um Fundo de Habitação de interesse social. Este conselho – de caráter consultivo, deliberativo e fis-calizador – tem reuniões regulares e representação da sociedade civil.

Entre os investimentos previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o Estado do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2010, Teresópolis está contemplada com R$ 71.700 para a elaboração de seu Plano Municipal de Habitação e com R$ 11.617.700 para novas habitações, em Fonte Santa e na sede do município, e para a urbanização da Quinta do Lebrão.

Os participantes informaram que a Caixa Econômica Federal (CEF) liberou recursos do programa federal “Minha Casa, Minha Vida” para a construção de 2 mil casas. Na Fonte Santa, em parceria com o estado, foram entregues 45 casas em 2009, e serão entregues mais 27 em 2010; no mesmo local, o próprio município entregará 25 casas em 2010. Na Quinta Lebrão, o municí-pio já entregou quatro blocos de apartamentos, entregará em breve mais 90 casas e, em parceria com o estado, serão entregues outras 90 casas em 2011.

Casas populares foram construídas no bairro de Fonte Santa, benefi ciando moradores removidos de áreas de risco

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• Plano de crescimento ordenado Gestão pública

1. Elaborar políticas públicas para conter a ocupação humana 1. Elaborar políticas públicas para conter a ocupação humana nas áreas de risco e de ocupação irregular.nas áreas de risco e de ocupação irregular.

2. Implementar o Plano Municipal de Redução de Riscos ( já 2. Implementar o Plano Municipal de Redução de Riscos ( já em andamento).em andamento).

3. Integrar os órgãos da prefeitura (Secretaria Municipal 3. Integrar os órgãos da prefeitura (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Fiscalização, Planejamento Urbano).de Meio Ambiente, Fiscalização, Planejamento Urbano).

4. Atualizar a Lei de Uso e Parcelamento do Solo.4. Atualizar a Lei de Uso e Parcelamento do Solo.

5. Retirar e demolir os imóveis construídos em Áreas de Pre-5. Retirar e demolir os imóveis construídos em Áreas de Pre-servação Permanente e em áreas de risco, com a realização servação Permanente e em áreas de risco, com a realização de Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (Prads).de Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (Prads).

6. Considerar no Plano de Crescimento Ordenado as informações 6. Considerar no Plano de Crescimento Ordenado as informações relativas aos impactos provenientes da instalação do Comperj.relativas aos impactos provenientes da instalação do Comperj.

7. Verificar necessidades de infraestrutura para atender ao 7. Verificar necessidades de infraestrutura para atender ao crescimento demográfico (transporte, escolas, áreas de crescimento demográfico (transporte, escolas, áreas de lazer, entre outros).lazer, entre outros).

Estudo técnico8. Realizar o mapeamento das áreas de risco existentes no 8. Realizar o mapeamento das áreas de risco existentes no

município.município.

Elaboração de programas9. Desenvolver programas integrados de controle da ocu-9. Desenvolver programas integrados de controle da ocu-

pação urbana para evitar novas ocupações em Áreas de pação urbana para evitar novas ocupações em Áreas de Preservação Ambiental e de risco.Preservação Ambiental e de risco.

10. Criar um programa de adequação e regularização de proprie-10. Criar um programa de adequação e regularização de proprie-dades em zonas de amortecimento de Unidades de Conserva-dades em zonas de amortecimento de Unidades de Conserva-ção, promovendo a titularidade adequada de cada situação.ção, promovendo a titularidade adequada de cada situação.

Comunicação11. Realizar campanhas de sensibilização sobre as questões 11. Realizar campanhas de sensibilização sobre as questões

ambientais relacionadas à habitação (mídias, cursos, ambientais relacionadas à habitação (mídias, cursos, eventos, entre outros).eventos, entre outros).

12. Informar a população sobre a importância da preservação 12. Informar a população sobre a importância da preservação das Unidades de Conservação, incentivando que cada cidadão das Unidades de Conservação, incentivando que cada cidadão denuncie irregularidades através de serviço de denúncia.denuncie irregularidades através de serviço de denúncia.

• Integração dos moradores de rua Elaboração de programas e projetos

1. Elaborar um programa que vise recolher moradores de 1. Elaborar um programa que vise recolher moradores de rua e enviá-los às cidades de origem.rua e enviá-los às cidades de origem.

2. Desenvolver projetos de reintegração social dos moradores 2. Desenvolver projetos de reintegração social dos moradores de rua por meio de capacitação e absorção da mão de obra.de rua por meio de capacitação e absorção da mão de obra.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

• Implementação da Lei de Uso e Parcelamento do Solo Comunicação

1. Divulgar a Lei de Uso e Parcelamento do Solo.1. Divulgar a Lei de Uso e Parcelamento do Solo.

Gestão pública2. Elaborar políticas conservacionistas e preservacionistas 2. Elaborar políticas conservacionistas e preservacionistas

em relação ao uso e parcelamento do solo.em relação ao uso e parcelamento do solo.

• Plano de habitação popular Estudos técnicos

1. Mapear as áreas adequadas e disponíveis para os assen-1. Mapear as áreas adequadas e disponíveis para os assen-tamentos urbanos populares.tamentos urbanos populares.

Gestão pública2. Executar o Plano Local de Habitação de Interesse Social, 2. Executar o Plano Local de Habitação de Interesse Social,

criando a infraestrutura necessária nos novos assentamentos.criando a infraestrutura necessária nos novos assentamentos.

3. Elaborar um plano de adequação e regular ização de 3. Elaborar um plano de adequação e regular ização de propriedades em áreas de UC e de risco, estabelecendo propriedades em áreas de UC e de risco, estabelecendo critérios para as que permanecem ou não.critérios para as que permanecem ou não.

4. Promover a regularização da titularidade de terra nos 4. Promover a regularização da titularidade de terra nos assentamentos recém-ocupados.assentamentos recém-ocupados.

5. Assegurar o remanejamento das famílias moradoras do lixão 5. Assegurar o remanejamento das famílias moradoras do lixão de Teresópolis e a formação de cooperativa de catadores.de Teresópolis e a formação de cooperativa de catadores.

6. Evitar a especulação imobiliária, estabelecendo critérios 6. Evitar a especulação imobiliária, estabelecendo critérios para os candidatos aos assentamentos populares.para os candidatos aos assentamentos populares.

Possíveis parceirosAssociação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (ACIAT) . Associações . Cedae . Concessionária Rio-Teresópolis (CRT) . Coo-perativas . Corpo de Bombeiros . Crea . Defensoria Pública . DNIT . Emater . Empresas associadas ao Comperj . ICMBio . Inea . MDA . Movimento Nossa Teresópolis . MP . ONGs . Parque Estadual dos Três Picos . Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) . PMERJ . SEA . Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil . Secretarias Municipais (Desenvolvimento Social, Saúde, Obras e Serviços Pú-blicos, Segurança Pública, Planejamento, Meio Ambiente, Educação, Agricultura) . Sindicatos . Universidades . Veículos de comunicação .

Possíveis fontes de financiamentoBanco do Brasil . Bird . BNDES . Caixa Econômica Federal . Fundo Nacional de Transporte . Ministérios (Cidades, Ciência e Tecnologia).

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SANEAMENTOSaneamento ambiental é o conjunto de práticas voltadas para a conservação e a melhoria das condições do meio ambiente em benefício da saúde. Envolve abastecimento de água, esgoto sanitário e coleta de resíduos sólidos, além de promover a disciplina sanitária de uso do solo, a drenagem urbana e o controle de doenças transmissíveis. Trata-se de um dos pontos mais críticos da crise urbana no Brasil e demanda medidas urgentes por parte da maioria dos municípios brasileiros.

Uma das consequências da rápida urbanização do País é a carência na infra-estrutura de saneamento para a maior parte da população. A média nacional de fornecimento de água potável é de 87% dos domicílios, a coleta de esgoto só chega a 43,5% dos brasileiros e menos de 10% desse esgoto recebe trata-mento adequado antes de seu lançamento nos cursos d’água.

O quadro não é melhor para o lixo doméstico urbano. Embora haja cole-ta em mais de 90% dos domicílios, menos de um terço do lixo coletado é tratado adequadamente, através de aterros e usinas de compostagem, reciclagem ou incineração.

Além do comprometimento ambiental resultante da ausência de saneamento adequado, são consideráveis as perdas econômicas e sociais causadas pela morbidade e mortalidade que atingem principalmente as crianças. O Ministério da Saúde estima que cada R$ 1 investido em saneamento retorna em R$ 5 de custos evitados no sistema de saúde pública.

Teresópolis conta com 100% de cobertura na sua coleta de lixo

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Em Teresópolis, estudos técnicos revelam que o sistema de abasteci-mento de água no município utiliza dez mananciais para captação, com 300 km de rede de distribuição e 18.573 ligações totais, sendo 15.564 (83,8%) com hidrômetro. Fazem parte do sistema duas Estações de Tratamento de Água (ETA) e 34 reservatórios, com capacidade total de 12.996 m3 e 32 elevatórias.

Nas áreas rurais da Bacia do Rio Paquequer, constatou-se que aproximada-mente 65% dos domicílios destinam o esgoto para sumidouro; 18,75%, direto para o corpo receptor mais próximo; 12,50% para fossa séptica; e apenas 3,12% para valas.

A porcentagem de moradias em Teresópolis sem água, luz, coleta de lixo ou instalações sanitárias adequadas é de 37%, à frente apenas do município de Rio das Ostras, com 42%.

O Plano Municipal de Saneamento deverá ficar pronto no segundo semestre de 2010, após coleta de dados e análise técnica na Câmara Técnica de Sa-neamento do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema).

Esgoto Sanitário

Sob o aspecto sanitário, Teresópolis utiliza-se da rede pluvial para as liga-ções de esgoto, além de fossas sépticas, fossas rudimentares, valas, sarjetas e galerias. Isto ocorre quando há disponibilidade desses meios de ligação – em caso contrário, é utilizada a superfície do solo ou rios e riachos.

No município não há sistema público de coleta e tratamento de esgoto, mas a lei municipal 2.199/2002 determina sua implantação: “As edifi cações já exis-tentes, desprovidas de adequadas instalações de tratamento, deverão adaptar-se ao que dispõe esta Lei, no prazo de 12 (doze) meses, a partir da intimação de que trata o § 1º do artigo 8º.”Os participantes do processo demonstraram preocupação com a falta de saneamento básico e tratamento de efl uentes, despejados diretamente nos rios serranos que integram a Bacia do Paraíba do Sul. Observam que a população está aumentando, mas não há captação e tratamento adequado do esgoto, e informam que a situação se agrava com a incerteza na defi nição de responsabilidade sobre o tema (prefeitura x Cedae). Enquanto isso, em muitos casos, os efl uentes vão direto para os rios in natura, levando à contaminação dos lençóis freáticos e dos rios.

Como pontos positivos, foram mencionadas a existência de Câmara Técnica de Saneamento no Conselho de Meio Ambiente (que está propondo um projeto-piloto de tratamento de esgoto) e a lei municipal que exige a construção de fossa e fi ltro para as novas casas.

Existem propostas aprovadas de construção de pequenas estações de trata-mento de esgoto no Orçamento Participativo de 2010.

O Aterro Sanitário Municipal dá destinação ecologicamente correta aos resíduos sólidos produzidos em Teresópolis, Carmo, São José do Vale do Rio Preto e Sumidouro.

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Abastecimento de Água

O abastecimento de água está sob a responsabilidade da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), porém, como o contrato da empresa está vencido, em 2010 haverá licitação para a prestação dos serviços.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a Cedae atendia, no ano de 2006, 95,55% dos domicílios do município, com cobertura total na área urbana – informações estas questionadas pelo Fó-rum. Mas, mesmo onde há acesso ao abastecimento, há reclamação quanto ao fornecimento de água irregular e sazonal (ex.: além dos bairros mais altos, Albuquerque, entre outros).

A necessidade de se promover o uso sustentável da água aparece na menção à falta de consciência da população, do poder público e de empresas sobre o bom uso dos recursos hídricos (conservação, acompanhamento popular da qualidade das águas, desperdício na lavagem de calçadas e automóveis etc.). Os participantes têm consciência de que a falta de preservação dos recursos ambientais (desmatamento, falta de saneamento básico, entre outros) é uma ameaça ao abastecimento futuro.

Além disso, há preocupação com a qualidade da água, uma vez que faltam análises mais completas para classifi car, quantifi car e divulgar a contaminação existente (ex.: se há resíduos de agrotóxicos ou poluição por lançamento de esgotos) que possibilitem futuras intervenções adequadas. A Cedae informa que atende rigorosamente aos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria 518/04 do Ministério da Saúde, realizando o monitoramento da água na rede de distribuição e apenas nos mananciais utilizados pelas Estações e Unidades de Tratamento. A companhia informa que também disponibiliza os resultados das análises da água tratada na conta de água enviada para seus clientes.

Foram identificadas como potencialidades as ações em curso propostas pelo Ministério Público para incentivar parcerias para a despoluição do Rio Paque-quer e seus afl uentes ( junto aos bairros de Granja Guarani e Quebra Frasco) e gestão da Bacia do Rio Meudon, voltadas para a preservação dos recursos hídricos do município. Outra potencialidade informada foi a existência de uma lei sobre o aproveitamento da água da chuva (Código de Obras), o que pode indicar o início da formação de política pública voltada para a susten-tabilidade dos recursos hídricos.

Estação de Tratamento de Esgotos Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) –(ETE) – Infraestrutura que trata as águas residuais de origem doméstica e/ou industrial, comumente chama-das de esgotos sanitários ou despe-jos industriais. Após o tratamento, são escoadas para o mar ou rio com um nível de poluição aceitável (ou, então, são “reutilizadas” para usos domésticos), através de um emissá-rio, conforme a legislação vigente para o meio ambiente receptor.

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Mapa 6: Descrição do sistema de abastecimento de água

Fonte: Embraero Aerofotometria LTDA/Prefeitura Municipal de Teresópolis

Drenagem Pluvial

A área urbana conta com uma rede de rios canalizados e/ou enterrados, bueiros, galerias e manilhas que conduzem as águas pluviais até os córregos, para finalmente desaguar no Rio Paquequer. Mas, na época de chuvas mais fortes, Teresópolis sofre com enchentes e deslizamentos que causam problemas de erosão, inundação e até mortes. A área rural tem problemas similares, agravados pela deficiência de infraestrutura.

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Devido ao mau dimensionamento de alguns condutores, lixo nos bueiros, impermeabilização das superfícies urbanizadas e assoreamento dos rios, a condução de grandes quantidades de água é inadequada. Além das águas da chuva, a rede de drenagem pluvial também recebe esgotos, o que, entre outros problemas, aumenta o risco de doenças durante enchentes. A Câmara Técnica de Saneamento do Comdema (Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente) já está analisando possíveis ações corretivas no Córrego Meudon, baseadas num projeto da antiga Serla.

Resíduos Sólidos

Teresópolis já conta com um Plano Diretor de Resíduos Sólidos em implan-tação e a cobertura da coleta é de 100%. O município dispõe de um aterro sanitário e consórcio intermunicipal para destinação de resíduos, possibili-tando o aumento do repasse do ICMS-Verde. O projeto de aterro sanitário já foi licenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Outra importante iniciativa local é o recolhimento de óleo usado, de baterias e de garrafas PET.

Durante a etapa de levantamento de percepções, foi informado que falta co-leta seletiva de lixo e reciclagem. Posteriormente, no entanto, foi informado que em 2010 está em implantação o serviço de coleta seletiva “Teresópolis Recicla”, que atenderá a 20% das residências. Há preocupação com o depó-sito indevido de resíduos, apesar de já haver um programa-piloto (“Fazendo a Diferença”) a partir de educação ambiental em cinco escolas do município e alguns projetos de compostagem em curso, que podem se articular com as iniciativas de agricultura orgânica.

Os participantes lamentaram a inadequação dos depósitos de lixo (locais construídos pela prefeitura e caixas coletoras particulares), permitindo que o lixo seja indevidamente remexido e o transporte dos detritos seja feito em caminhões abertos, sem a devida proteção tanto para o material transporta-do quanto para os funcionários (o trabalho não segue as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa).

Outro problema a ser solucionado é a precariedade da coleta na área rural (destinação ilegal nos rios e queima de resíduos).

A Prefeitura coleta o material reciclável e entrega à Associação Serrana de Catadores

Aterros –Aterros – Existem três formas de disposição de resíduos em aterros: os aterros sanitários, para onde são destinados os resíduos de origem urbana (domésticos, comerciais, públicos, RSSS etc.), industr iais (somente resíduos de origem indus-trial, considerados perigosos Classe I – NBR 10004) e os aterros contro-lados para lixo residencial urbano, onde os resíduos são depositados, recebendo depois uma camada de terra por cima. Na impossibilida-de de se proceder à reciclagem do lixo, pela compostagem acelerada ou pela compostagem a céu aberto, as normas sanitárias e ambientais recomendam a adoção de ater ro sanitário e não controlado.

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• Gestão das águas Comunicação

1. Informar a população quanto ao uso dos recursos hídricos.1. Informar a população quanto ao uso dos recursos hídricos.

2. Realizar campanha de orientação sobre doenças decor-2. Realizar campanha de orientação sobre doenças decor-rentes de veiculação hídrica.rentes de veiculação hídrica.

3. Criar programa de redução de desperdício de água na 3. Criar programa de redução de desperdício de água na irrigação, inclusive com campanhas de sensibilização irrigação, inclusive com campanhas de sensibilização da comunidade, empresas e indústrias.da comunidade, empresas e indústrias.

Fiscalização4. Cobrar maior controle e fiscalização dos resíduos jogados 4. Cobrar maior controle e fiscalização dos resíduos jogados

nos rios, solicitando a aplicação das multas previstas.nos rios, solicitando a aplicação das multas previstas.

Elaboração de programas5. Elaborar programas de revitalização das matas ciliares 5. Elaborar programas de revitalização das matas ciliares

para a proteção das nascentes e mananciais.para a proteção das nascentes e mananciais.

6. Desenvolver programas de recomposição das matas ci-6. Desenvolver programas de recomposição das matas ci-liares através do plantio de espécies frutíferas de apro-liares através do plantio de espécies frutíferas de apro-veitamento econômico, por meio de incentivos fiscais.veitamento econômico, por meio de incentivos fiscais.

7. Elaborar programas de despoluição dos rios das bacias 7. Elaborar programas de despoluição dos rios das bacias hidrográficas do município (Paquequer e Preto).hidrográficas do município (Paquequer e Preto).

8. Realizar um programa de captação das águas pluviais 8. Realizar um programa de captação das águas pluviais e aproveitamento do recurso (Lei do Código de Obras).e aproveitamento do recurso (Lei do Código de Obras).

Gestão pública9. Assegurar que as águas do município continuem públicas, 9. Assegurar que as águas do município continuem públicas,

com contrato de metas e acompanhamento por meio de com contrato de metas e acompanhamento por meio de mecanismos de controle social.mecanismos de controle social.

• Plano de tratamento de esgotos Articulação

1. Realizar arranjos regionais, mediante parcerias com os 1. Realizar arranjos regionais, mediante parcerias com os governos federal, estadual e municipal, implantando governos federal, estadual e municipal, implantando programas e projetos de tratamento de esgotos, recupe-programas e projetos de tratamento de esgotos, recupe-ração de áreas de matas ciliares degradadas, diminuição ração de áreas de matas ciliares degradadas, diminuição e controle do uso de agrotóxicos.e controle do uso de agrotóxicos.

Gestão pública2. Realizar um projeto-piloto de despoluição do trecho inicial do 2. Realizar um projeto-piloto de despoluição do trecho inicial do

Rio Paquequer, a ser replicado nas demais bacias hidrográfi cas.Rio Paquequer, a ser replicado nas demais bacias hidrográfi cas.

3. Elaborar um projeto-piloto de biodigestor como forma 3. Elaborar um projeto-piloto de biodigestor como forma de dar um destino ao esgoto, a ser replicado em outras de dar um destino ao esgoto, a ser replicado em outras localidades do município.localidades do município.

4. Cumprir a lei municipal que exige a construção de fossa 4. Cumprir a lei municipal que exige a construção de fossa e filtro para as novas casas.e filtro para as novas casas.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

5.5. Implementar soluções negociadas que permitam o cumprimen-Implementar soluções negociadas que permitam o cumprimen-to da legislação municipal sobre fossas e fi ltros, solicitando to da legislação municipal sobre fossas e fi ltros, solicitando a adequação de infraestrutura às construções já existentes.a adequação de infraestrutura às construções já existentes.

• Plano de gestão de resíduos sólidos Planejamento

1. Ampliar a coleta seletiva de resíduos sólidos (inclusive pi-1. Ampliar a coleta seletiva de resíduos sólidos (inclusive pi-lhas, baterias e óleos) para todos os bairros do município.lhas, baterias e óleos) para todos os bairros do município.

2. Replicar o projeto de coleta seletiva “Fazendo a Diferença” 2. Replicar o projeto de coleta seletiva “Fazendo a Diferença” em todas as escolas do município.em todas as escolas do município.

3. Aplicar tecnologias alternativas para a destinação dos 3. Aplicar tecnologias alternativas para a destinação dos resíduos sólidos.resíduos sólidos.

Comunicação4. Informar a população sobre a importância da composta-4. Informar a população sobre a importância da composta-

gem, capacitando-a para a instalação de canteiros.gem, capacitando-a para a instalação de canteiros.

Infraestrutura5. Construir ecopontos de coleta planejados em locais estra-5. Construir ecopontos de coleta planejados em locais estra-

tégicos e adequados à coleta seletiva.tégicos e adequados à coleta seletiva.

6. Criar uma central de aproveitamento de resíduos da 6. Criar uma central de aproveitamento de resíduos da construção civil e afins.construção civil e afins.

Articulação7. Realizar parcerias para aproveitamento do gás metano, 7. Realizar parcerias para aproveitamento do gás metano,

proveniente do aterro sanitário (biogás).proveniente do aterro sanitário (biogás).

Gestão pública8. Realizar a gestão do aterro controlado.8. Realizar a gestão do aterro controlado.

9. Revisar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos.9. Revisar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos.

10. Assegurar a universalização da coleta de lixo, realizada 10. Assegurar a universalização da coleta de lixo, realizada com maior frequência.com maior frequência.

11. Adequar a frota às normas de proteção da Anvisa.11. Adequar a frota às normas de proteção da Anvisa.

Possíveis parceirosAnvisa . Associações . Cedae . Comitê de Bacia Hidrográficas dos Rios Paquequer e Preto . Cooperativas . Crea . Emater . Inea . Lions Club . ONGs . Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) . Parque Estadual dos Três Picos . Rottary Club . SEA . Sebrae . Secretarias Municipais (Saúde, Obras e Serviços Pú-blicos, Planejamento, Educação, Agricultura e Meio Ambiente) . Senai . Sesc . Sesi . Sindicatos . Universidades.

Possíveis fontes de financiamentoBNDES . CNPq . Comissão Europeia . Faperj . Finep . Pibic.

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MOBILIDADE E TRANSPORTEPraticamente todos os aspectos da vida moderna estão ligados a sistemas de transporte que permitem o deslocamento de pessoas, matérias-primas e mercadorias. Nosso ambiente, economia e bem-estar social dependem de transportes limpos, eficientes e acessíveis a todos. No entanto, os meios de transportes dos quais dispomos são insustentáveis, ameaçam a qualidade de vida e a saúde da população e do planeta.

Nos últimos 30 anos, os investimentos públicos no Brasil privilegiaram a infraestrutura voltada para a circulação dos automóveis. Além da poluição atmosférica e sonora, este modelo de transportes gera um trânsito caótico e violento, que causa acidentes com milhares de mortes todos os anos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o setor de transportes já é responsável por um quarto das emissões de dióxido de carbono em todo o mundo. A tendência é que entre 2005 e 2030 essas emissões aumentem 57%, sendo 80% deste crescimento nos países em desenvolvimento e, em sua grande maioria, provenientes dos carros particulares e caminhões.

Transportes locais sustentáveis demandam planejamento e investimentos voltados para uma boa distribuição de serviços nos bairros, reduzindo a necessidade de deslocamentos, com transporte público de qualidade e mais ciclovias e espaços para pedestres.

Em Teresópolis, a falta de um Conselho Municipal de Transporte é uma questão levantada pelos participantes, que também reclamaram da falta de serviço de atendimento ao usuário e da péssima pavimentação das ruas.

Há muitas reclamações quanto ao transporte coletivo, que é considerado caro (o valor da passagem não é proporcional ao trajeto) e com atendimento inadequado, sendo que as maiores reclamações recaem sobre os horários e o tempo de espera, além da falta de integração. A razão apontada para esta situação é que o serviço é monopolizado.

Todos os bairros da área urbana são servidos por ônibus, porém há distritos com localidades sem atendimento de transporte público. O município tem uma cooperativa de vans para serviço intramunicipal e intermunicipal.

Teresópolis é servida por duas estradas federais: a BR-116, que acessa Gua-pimirim ao sul e São José do Vale do Rio Preto ao norte; e a BR-495, estrada serrana que alcança Petrópolis, a oeste. A rodovia estadual RJ-130 acessa Nova Friburgo, a leste.

O acesso principal a Teresópolis é realizado pela BR-116. Há tempos existe um debate sobre a necessidade de construção de uma nova estrada, porém há

Todos os bairros urbanos são atendidos pelo transporte público

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sérios questionamentos sobre os impactos que a obra poderá causar – entre eles, danos ambientais ao Parque Estadual dos Três Picos. Recentemente, foi aprovado, com início para 2010, o projeto de construção da terceira faixa de rolamento na BR-116, no trecho da Serra dos Órgãos.

Entre os investimentos recentes no setor estão a aquisição de 18 abrigos de passageiros para paradas de ônibus urbanos e ações diversas de segurança no trânsito. Há planos e estudos para construção de ciclovias e ciclofaixas.

Mapa 7: Localização das principais estradas

Fonte: DER-RJ (2006)

A cidade possui terminal rodoviário e está conectada a Carmo, Magé, Guapi-mirim, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, Rio das Ostras, Rio de Janeiro, Sapucaia, São Paulo e Juiz de Fora.

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• Plano de adequação do transporte Gestão pública

1. Cobrar da Secretaria Municipal de Obras o cumprimento 1. Cobrar da Secretaria Municipal de Obras o cumprimento da pavimentação permeável, permitindo a recarga dos da pavimentação permeável, permitindo a recarga dos aquíferos.aquíferos.

2. Criar uma Câmara Técnica de Transporte e Mobilidade no 2. Criar uma Câmara Técnica de Transporte e Mobilidade no Conselho Municipal da Cidade.Conselho Municipal da Cidade.

3. Elaborar um serviço de atendimento ao usuário nesta 3. Elaborar um serviço de atendimento ao usuário nesta mesma Câmara.mesma Câmara.

4. Reativar o Conselho Municipal de Transporte, visando à 4. Reativar o Conselho Municipal de Transporte, visando à elaboração do Plano Diretor de Transporte Público.elaboração do Plano Diretor de Transporte Público.

5. Cobrar o cumprimento da regulamentação do transporte 5. Cobrar o cumprimento da regulamentação do transporte de carga na cidade, examinando o Plano Diretor.de carga na cidade, examinando o Plano Diretor.

6. Remover o pedágio dos Três Córregos para o limite do 6. Remover o pedágio dos Três Córregos para o limite do município (km 14).município (km 14).

7. Permitir o controle social dos custos do transporte público.7. Permitir o controle social dos custos do transporte público.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Planejamento8. Integrar os horários do transporte coletivo de acordo com 8. Integrar os horários do transporte coletivo de acordo com

as necessidades da população.as necessidades da população.

9. Acompanhar a licitação do serviço de transporte, propi-9. Acompanhar a licitação do serviço de transporte, propi-ciando a entrada de novas empresas, em uma concor-ciando a entrada de novas empresas, em uma concor-rência sadia.rência sadia.

10. Melhorar o transporte coletivo, com novas concessões, 10. Melhorar o transporte coletivo, com novas concessões, visando ao fim do monopólio.visando ao fim do monopólio.

Possiveis parceirosAssociações . Cooperativas de transporte alternativo . DER . DNER . Empresas Associadas ao Comperj . IBGE . ONGs . Uni-versidades.

Possiveis fontes de financiamentoBanco do Brasil . Bird . BNDES . Caixa Econômica Federal . CT- Transporte.

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SEGURANÇA“Justiça e paz são aspirações humanas legítimas. Sua falta representa uma perda para a qualidade de vida”6. Segurança é um tema que transcende as ações policiais e judiciais de repressão e contenção da violência armada e prevenção de mortes.

Relaciona-se diretamente à redução da evasão escolar, distribuição de renda, inclusão social, atenção básica à saúde, reforma urbana e rural e solução das questões habitacionais. Ao tratar do tema também é preciso ter uma atenção especial para as questões que envolvem violência doméstica, de gênero, ra-cismo e todo tipo de intolerância.

Dados de entidades respeitadas como o Ipea indicam que só a criminalidade violenta custa cerca de R$ 140 bilhões por ano ao País. Os custos totais da criminalidade são estimados em 10% do PIB brasileiro. Portanto, segurança pública é também desenvolvimento econômico.

No Rio de Janeiro, com indicadores no mesmo patamar dos países em guerra, o desafio da construção de um Estado seguro e acolhedor para seus cidadãos é a questão de fundo por trás de todos os objetivos. Conquistar a redução e o controle da violência armada implica compromissos e processos de longo prazo, com financiamento continuado e envolvimento de amplos setores da sociedade, aliados a políticas públicas eficazes.

6 Ribeiro, Maurício Andres. Ecologizar. Pensando o Ambiente Humano. RONA Editora, 1998.

Batedores da Guarda Municipal

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Em Teresópolis, como nos demais municípios do estado, a Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) é o órgão responsável pela segurança pública estadual. A partir de 1999, para estruturar o setor, foram criadas as Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisp), reunindo um batalhão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (Pmerj) e uma ou mais Delegacias de Polícia Civil (Pcerj).

Cada AISP criou um Conselho Comunitário de Segurança para avaliar a área e a qualidade do serviço prestado pela polícia com a gestão participativa da socie-dade, contribuindo com a adoção de soluções integradas e o acompanhamento dos resultados das medidas adotadas. Até o fi nal de 2010, a Seseg concluirá o Projeto de Pesquisa de Análise Preliminar do Impacto do Comperj na área da Se-gurança Pública, com o objetivo de dimensionar seu sistema e traçar estratégias.

As preocupações mencionadas pelo grupo com a segurança em Teresópolis estavam muito voltadas para a ocorrência de violência contra a mulher e a necessidade de um setor de atendimento à mulher na delegacia. Nesse senti-do, foi informado que a Guarda Municipal está capacitada para atender às mulheres em situação de risco, mas falta capacitação para a Polícia Militar no atendimento ao público feminino.

A Guarda Municipal tem um contingente de 144 profissionais treinados no município, com um escopo de atuação voltado para o trânsito e a proteção do patrimônio.

Os participantes consideraram alta a incidência de violência contra o menor nas famílias e manifestaram preocupação também com os maus-tratos aos idosos.

Além disso, mencionaram a alta incidência de tráfi co de drogas e o aumento dos casos de roubos e furtos. Em 2009, a Polícia Civil registrou 5.577 ocor-rências criminais na 110ª DP, que atende a cidade. Chama a atenção o total de lesões corporais e ameaças físicas.

Guardas municipais fazem a ronda de bicicleta

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• Plano de segurança pública Infraestrutura

1. Instalar uma Delegacia da Mulher no município.1. Instalar uma Delegacia da Mulher no município.

2. Construir um centro de acolhimento aos idosos.2. Construir um centro de acolhimento aos idosos.

Capacitação3. Realizar capacitação em gestão de orçamento doméstico 3. Realizar capacitação em gestão de orçamento doméstico

e geração de renda, prioritariamente nas áreas de maior e geração de renda, prioritariamente nas áreas de maior carência e com problemas de segurança.carência e com problemas de segurança.

4. Promover a capacitação da Guarda Municipal, bem como 4. Promover a capacitação da Guarda Municipal, bem como das Polícias Militar e Civil, para o pronto atendimento às das Polícias Militar e Civil, para o pronto atendimento às mulheres que se encontram em situação de risco social.mulheres que se encontram em situação de risco social.

5. Realizar cursos profissionalizantes.5. Realizar cursos profissionalizantes.

Gestão pública 6. Adotar a edu cação em tempo integral.6. Adotar a edu cação em tempo integral.

7. Fornecer infraestrutura para esporte e lazer em comuni-7. Fornecer infraestrutura para esporte e lazer em comuni-dades de risco social.dades de risco social.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Comunicação8. Divulgar as leis previstas para os maus-tratos aos idosos, 8. Divulgar as leis previstas para os maus-tratos aos idosos,

aplicando as suas punições.aplicando as suas punições.

9. Disponibilizar informações de serviços públicos para toda 9. Disponibilizar informações de serviços públicos para toda a população (Conselho Tutelar, Juizado da Infância e da a população (Conselho Tutelar, Juizado da Infância e da Adolescência, Conselho do Meio Ambiente, Linha Verde, Adolescência, Conselho do Meio Ambiente, Linha Verde, 199, Defesa Civil e outros).199, Defesa Civil e outros).

10. Promover a conscientização das mulheres quanto à Lei 10. Promover a conscientização das mulheres quanto à Lei Maria da Penha.Maria da Penha.

Possíveis parceirosAssociações . Conselho Tutelar . Cooperativas . ONGs . PMERJ . Secretarias Municipais (Mulher, Desenvolvimento e Ação Social, Educação, Cultura, Esporte e Lazer) . SESC . Sindicatos . Vara da Infância, Juventude e do Idoso . Veículos de comu-nicação.

Possíveis fontes de financiamentoBNDES . Comissão Europeia . Finep . Ministério da Justiça . Pronasc

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Ordem Social3

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EDUCAÇÃODe acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a educação, em todas as suas formas, molda o mundo de amanhã, instrumentalizando indivíduos com as habilidades, perspectivas, conhecimento e valores necessários para se viver e trabalhar.

O capítulo 36 da Agenda 21 Global afi rma que a educação e a consciência pública ajudam as sociedades a desenvolverem plenamente suas potencia-lidades e que tanto o ensino formal quanto o informal são indispensáveis para modifi car a atitude das pessoas, de forma a capacitá-las para avaliar e abordar os problemas do desenvolvimento sustentável. O ensino também é fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos que favoreçam a participação pública efetiva nos processos decisórios.

Segundo o Relatório de Acompanhamento de Indicadores do Milênio na Região do Conleste (2009), o acesso ao Ensino Fundamental é praticamente universalizado nas grandes cidades brasileiras, onde 98% das crianças em idade escolar entram na escola – em geral, elas chegam à primeira série do Ensino Fundamental na idade adequada.

Todavia, o índice de reprovação ainda é elevado, inviabilizando que muitos concluam esse nível de ensino. Apesar da adoção de políticas que visam su-perar essa situação, continuam sendo observadas altas taxas de reprovação, exigindo-se que se aprofundem as políticas de correção do f luxo escolar. Isso requer urgência na atenção às condições materiais de trabalho na escola, ao aumento do tempo de permanência dos alunos em suas dependências e à formação dos profissionais que nela trabalham, sejam eles docentes, espe-cialistas, gestores ou funcionários técnico-administrativos.

Em Teresópolis, de acordo com o Estudo Socioeconômico 2009, do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o número total de matrículas nos ensinos Infantil, Fundamental e Médio de Teresópolis, em 2007, era de 37.579 alunos. No ano seguinte (2008), passou para 38.309, um aumento de 1,9% no número de estudantes.

A nota de Teresópolis no Ideb foi superior à média do estado do Rio de Janeiro

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Gráfi co 1: Número de matrículas efetuadas

Fonte: Confederação Nacional dos Municípios (2010)

O município dispõe de sistema próprio de ensino, instituído em parceria com o Conselho Municipal de Educação, que direciona, fiscaliza e implementa as políticas públicas educacionais de acordo com as determinações dos governos federal e municipal, atendendo também às particularidades locais.

Na área da Educação Infantil ainda precisa avançar, mas a rede municipal responde por 75% das matrículas em creches e 74% na pré-escola. O atendi-mento cresceu muito depois que a gestão deste nível de ensino deixou de ser competência da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e passou a ser da Secretaria de Educação. Entretanto, ainda é preciso aumentar a oferta de vagas para acompanhar a taxa de natalidade acumulada dos últimos 20 anos, a fim de alcançar a universalização desta etapa educacional.

No Ensino Fundamental a universalização já foi alcançada. O número de ma-trículas cresce a cada ano, assim como os investimentos em infraestrutura. Recentemente, a nota alcançada pelo município no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi superior à média nacional, da Região Sudeste e do Estado do Rio de Janeiro. A taxa de promoção demonstra que a eficácia da escola vem crescendo, uma vez que a taxa de aprovação é superior às de retenção e evasão.

Tabela 1: IDEBs observados em 2005, 2007 e metas para Rede Municipal

IDEB Observado Metas Projetadas

Município 2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos iniciais 3.9 4.2 5.4 4.0 4.3 4.7 5.0 5.3 5.5 5.8 6.1

Anos finais 3.7 3.6 4.4 3.7 3.9 4.1 4.5 4.9 5.2 5.4 5.7

Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar  

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000Total Privado Total EstadualTotal Municipal

25.564

9.761

5.805

2009200820072006200520042003200220012000

2.012122.581 22.977 23.540 23.810 24.817 25.063 25.261 25.405

15.73511.993 12.162 11.633 10.999 10.867 10.854 10.466 10.171

5.170 4.802 5.217 5.090 4.949 5.059 4.426 4.717 5.633

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Os dados do censo escolar de 2006 corroboram a percepção dos membros do Fórum de que há uma alta evasão escolar ainda no Ensino Médio Regular. Também foi mencionada preocupação com a ausência de rede de serviços e programas de inclusão social para a infância, adolescência e juventude.

Na Educação de Jovens e Adultos (EJA) há avanços. Com a universalização da educação básica, o número de pessoas sem a escolaridade mínima dimi-nuiu – o que pode ser verificado pela relação oferta/demanda de turmas nas escolas municipais e estaduais. Atualmente, existem cinco polos municipais com essa modalidade de ensino na zona urbana, proporcionando uma oferta quase universal da EJA.

Nas comunidades do interior, devido às questões culturais, sociais e até mes-mo de locomoção, ainda há idosos e adultos analfabetos. Para atender a esta demanda, o município instituiu o programa “Brasil Alfabetizado”, cujo obje-tivo principal é alfabetizar esses cidadãos para, posteriormente, inseri-los na Educação de Jovens e Adultos, possibilitando a continuidade de seus estudos.

Com relação ao ensino profissionalizante, segundo os participantes do Fórum, há necessidade de ampliação da educação técnica. De acordo com o censo de 2006, um número muito pequeno de jovens teve acesso a essa formação, confirmando a necessidade de ampliação de atendimento, principalmente diante do novo cenário econômico na região, com a instalação do Comperj. Atualmente, a Secretaria de Desenvolvimento Social desenvolve o projeto “Pique Jovem”, que busca a inclusão social de jovens e adolescentes.

Na Educação Superior, o município oferece cursos superiores na área de saúde e afi ns, contando com uma universidade presencial e outra de ensino à dis-tância. Está prevista a implantação de um curso de graduação em Turismo, pela Uerj, segundo os participantes do Fórum da Agenda 21 local.

Campus da Unifeso – Fundação Educacional Serra dos Órgãos

IDEB –IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Foi cr iado em 2007 para medir a qualidade da educação, estabelecendo uma escala que vai de zero a dez. É calculado com base na taxa de rendimento escolar (aprovação e evasão) e no desempenho dos alunos no Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e na Prova Brasil. Ou seja, quanto maior for a nota da instituição no teste e quanto menos repetências e desistências ela regis-trar, melhor será a sua classifi cação. A partir deste instrumento, o Minis-tério da Educação traçou metas de desempenho bianuais para cada es-cola e cada rede até 2022. Em 2008, todos os 5.563 municípios brasileiros aderiram ao compromisso.

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• Criação de mecanismos para melhoria da escolaridade da população Estudos técnicos

1. Mapear os motivos da evasão escolar no município.1. Mapear os motivos da evasão escolar no município.

Planejamento2. Promover ações estratégicas para minimizar os índices 2. Promover ações estratégicas para minimizar os índices

de evasão escolar, com base nos resultados obtidos pelos de evasão escolar, com base nos resultados obtidos pelos estudos técnicos.estudos técnicos.

3. Implementar a transversalidade da Educação Ambiental 3. Implementar a transversalidade da Educação Ambiental em cursos técnicos e em todos os níveis da educação em cursos técnicos e em todos os níveis da educação escolar.escolar.

4. Desenvolver um conjunto de at ividades esport ivas e 4. Desenvolver um conjunto de at ividades esport ivas e culturais em contraturno escolar, evitando a ociosidade culturais em contraturno escolar, evitando a ociosidade dos jovens.dos jovens.

5. Promover o esporte na escola, como mecanismo de inte-5. Promover o esporte na escola, como mecanismo de inte-ração entre a comunidade escolar da região.ração entre a comunidade escolar da região.

6. Utilizar a estrutura do Centro Poliesportivo Pedro Jahara 6. Utilizar a estrutura do Centro Poliesportivo Pedro Jahara como estímulo à prática de esportes, promovidos pelas como estímulo à prática de esportes, promovidos pelas instituições de ensino.instituições de ensino.

Comunicação7. Comunicar aos pais e alunos a importância da formação 7. Comunicar aos pais e alunos a importância da formação

técnica, principalmente em agricultura.técnica, principalmente em agricultura.

Gestão pública8. Assegurar o acompanhamento psicológico e social das 8. Assegurar o acompanhamento psicológico e social das

crianças, jovens e adolescentes em idade escolar.crianças, jovens e adolescentes em idade escolar.

9. Atrair recursos financeiros por meio da oferta de bolsas 9. Atrair recursos financeiros por meio da oferta de bolsas de estudo aos alunos que permanecerem na escola ao de estudo aos alunos que permanecerem na escola ao longo dos Ensinos Fundamental e Médio.longo dos Ensinos Fundamental e Médio.

Articulação10. Realizar parcerias com universidades públicas para 10. Realizar parcerias com universidades públicas para

promover a instalação de um promover a instalação de um campuscampus universitário no universitário no município.município.

• Criação de rede de centros profissionalizantes Articulação

1. Articular a criação da rede de centros profissionalizantes 1. Articular a criação da rede de centros profissionalizantes e suas competências.e suas competências.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

2. Articular os diferentes setores para desenvolver progra-2. Articular os diferentes setores para desenvolver progra-mas e projetos na área de educação, tornando o município mas e projetos na área de educação, tornando o município um polo regional de desenvolvimento econômico e social um polo regional de desenvolvimento econômico e social da Região Centro-Serrana.da Região Centro-Serrana.

Planejamento3. Reaproveitar os prédios existentes para a implantação da 3. Reaproveitar os prédios existentes para a implantação da

rede de centros profissionalizantes.rede de centros profissionalizantes.

4. Atrair um núcleo do Senai para a região serrana, com 4. Atrair um núcleo do Senai para a região serrana, com o objetivo de atender as demandas da cadeia produtiva o objetivo de atender as demandas da cadeia produtiva do Comperj nas áreas de turismo e indústria naval, do Comperj nas áreas de turismo e indústria naval, entre outras.entre outras.

5. Ampliar o número de vagas dos cursos já existentes, 5. Ampliar o número de vagas dos cursos já existentes, trazendo mais instrutores para a Faetec e para o centro trazendo mais instrutores para a Faetec e para o centro profissionalizante do município.profissionalizante do município.

6. Diversificar as áreas de atuação dos cursos propostos, de 6. Diversificar as áreas de atuação dos cursos propostos, de acordo com a vocação de cada centro profissionalizante. acordo com a vocação de cada centro profissionalizante.

Comunicação7. Divulgar a existência de cursos técnicos e incentivos aos 7. Divulgar a existência de cursos técnicos e incentivos aos

estudantes, aumentando a inserção dos jovens no mercado.estudantes, aumentando a inserção dos jovens no mercado.

• Responsabilidade social das instituições de ensino superior Gestão pública

1. Elaborar políticas públicas para acompanhar o desempe-1. Elaborar políticas públicas para acompanhar o desempe-nho das instituições no município.nho das instituições no município.

Planejamento2. Criar mecanismos para a obtenção e distribuição de apoio 2. Criar mecanismos para a obtenção e distribuição de apoio

(bolsas de estudo, alojamentos, material didático, trans-(bolsas de estudo, alojamentos, material didático, trans-porte, entre outros) aos estudantes de nível superior, porte, entre outros) aos estudantes de nível superior, conforme suas necessidades.conforme suas necessidades.

3. Criar mecanismos de contrapartida social por parte das 3. Criar mecanismos de contrapartida social por parte das instituições de nível superior, para melhorar a realidade instituições de nível superior, para melhorar a realidade do município em suas áreas de atuação.do município em suas áreas de atuação.

4. Atrair instituições públicas e privadas de ensino superior, 4. Atrair instituições públicas e privadas de ensino superior, bem como cursos técnicos, em caráter de Programas de bem como cursos técnicos, em caráter de Programas de Pesquisa e Extensão, relacionados à saúde, meio ambiente Pesquisa e Extensão, relacionados à saúde, meio ambiente e desenvolvimento social.e desenvolvimento social.

Possíveis parceirosAssociações . Câmara Municipal . Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) . Conselho Municipais (Educação, Crian-ça e Adolescente, Tutelar) . Cooperativas . Embrapa . Escolas

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. Faetec . Federação de Associações de Moradores e Entidades Associativas de Teresópolis (Fameat) . Fiocruz . Fórum Regional Comperj . Ministérios (Educação, Cidades) . ONGs . Procon . Sebrae . Seeduc . Secretarias Municipais (Educação, Desenvol-vimento Social, Indústria e Comércio) . Senac . Senai . Sesc . Sesi . Sindicatos . Universidades . Veículos de comunicação.

Possíveis fontes de financiamentoBanco JP Morgan . Basf S/A . Capes . Capes . CNPq . Coca-Cola Company . Dupont Corporate Contributions Program . Empresas associadas ao Comperj . Faperj . Finep . Fundação Ford . GE Fund . Instituto C&A de Desenvolvimento Social . MEC . Open Society Institute . Pibic . Promimp . Unesco.

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EDUCAÇÃO AMBIENTALA Educação Ambiental é um processo de aprendizagem permanente, base-ado no respeito a todas as formas de vida. A Política Nacional de Educação Ambiental (lei nº. 9795/99 e decreto nº. 4281/02) estabelece que os temas ambientais devem estar presentes durante todo o processo de escolarização, até o Ensino Superior, de forma transversal, em todos os níveis e disciplinas.

Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indi-víduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltados para a conservação do meio ambiente e dos bens de uso comum, essenciais à qualidade de vida e sua sustentabilidade. A Educação Ambiental deve educar e conscientizar as populações para a importância da preservação do meio ambiente, oferecendo-lhes, ao mesmo tempo, opções de subsistência e oportunidades para melhorar sua qualidade de vida, mostrando que as comunidades locais são as principais beneficiárias das atividades de conservação.

A Agenda 21 foi formulada para implementar o desenvolvimento sustentável e prevê que as autoridades iniciem um diálogo com a sociedade para a criação de estratégias com este objetivo. Para que este processo seja bem-sucedido, é necessário um amplo entendimento dos propósitos e do conteúdo da Agenda 21. Assim, a educação tem uma importância central neste processo, pois é pré-condição para que se promova a capacidade de compreensão das questões ambientais e do desenvolvimento, que levará à participação no processo e à mudança de valores necessários para a construção de um mundo sustentável.

Em Teresópolis, os participantes do processo da Agenda 21 apontaram a existência de Unidades de Conservação como uma potencialidade para a formação de uma rede de educadores ambientais (formais e não formais) nas escolas do entorno do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), mas o município não conta com um trabalho sistemático de Educação Ambiental e Sustentável.

A lei que cria a Política Municipal de Educação Ambiental já foi aprovada no Conselho de Meio Ambiente e encaminhada pelo prefeito à Câmara Municipal no primeiro semestre de 2010.

Um dos 80 ecopontos previstos no programa “Teresópolis Recicla”

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• Utilização do Parnaso como polo de ações de educação ambiental Planejamento

1. Ampliar o projeto “Cenário Verde” para além dos limites 1. Ampliar o projeto “Cenário Verde” para além dos limites da Unidade de Conservação.da Unidade de Conservação.

2. Buscar maiores investimentos para o projeto “Cenário 2. Buscar maiores investimentos para o projeto “Cenário Verde” nas escolas, visando a sua ampliação para todos Verde” nas escolas, visando a sua ampliação para todos os níveis.os níveis.

3. Estimular a participação da população nos programas de 3. Estimular a participação da população nos programas de Educação Ambiental.Educação Ambiental.

4. Captar recursos para a execução dos programas e projetos 4. Captar recursos para a execução dos programas e projetos de Educação Ambiental a serem desenvolvidos na região.de Educação Ambiental a serem desenvolvidos na região.

Infraestrutura5. Criar espaços que ofereçam acesso gratuito à internet em 5. Criar espaços que ofereçam acesso gratuito à internet em

todo o município.todo o município.

Capacitação6. Promover a capacitação de pessoas para realizarem pes-6. Promover a capacitação de pessoas para realizarem pes-

quisas na internet.quisas na internet.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Comunicação7. 7. Divulgar as ações de Educação Ambiental realizadas no

município, nas escolas e na mídia local.

Possiveis parceirosAssociações . Câmara Municipal . Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) . Cooperativas . Escolas . Federação de Associações de Moradores e Entidades Associativas de Teresó-polis (Fameat) . ONGs . Secretarias Municipais (Educação, Meio Ambiente) . Sindicatos . Universidades.

Possiveis fontes de financiamentoBanco JP Morgan . Coca-Cola Company . Comissão Européia . Finep . Fundação Educar Depaschoal de Benemerência e Preservação da Cultura e do Meio Ambiente . Fundação Ford . Fundação Telefônica . GE Fund . General Motors Corporate Giv-ing Program . IBM Corporate Community Relations . Instituto C&A de Desenvolvimento Social . Instituto Credicard . MEC . Volkswagem do Brasil Ltda.

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CULTURASegundo a Unesco, a diversidade cultural, produto de milhares de anos de histó-ria e fruto da contribuição coletiva de todos os povos, é o principal patrimônio da humanidade. As civilizações e suas culturas também são fruto da localiza-ção geográfi ca e das condições de vida que cada uma oferece, o que se traduz na riqueza e diversidade de formas de viver e sobreviver da espécie humana.

A cultura representa as formas de organização de um povo, seus costumes e tradições, que são transmitidos de geração para geração, como uma memória coletiva, formando sua identidade e mantendo-a muitas vezes intacta, apesar das mudanças pelas quais passa o mundo.

A identidade cultural é uma das mais importantes riquezas de um povo, pois representa um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos, historicamente compartilhados, que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma sociedade. A identidade cultural é um con-ceito de tamanha complexidade, que pode ser manifestada de várias formas e envolver situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos.

A diversidade cultural é um dos pilares da identidade brasileira e fator de sustentabilidade do desenvolvimento no País, cujo maior desafio nesta área é enfrentar a pressão que o desenvolvimento exerce sobre suas estruturas tradicionais – sejam físicas, como sítios arqueológicos ou patrimônios his-tóricos, sejam imateriais, como os conhecimentos e práticas das populações.

Apresentação da Cia. de Dança Deborah Colker no programa “Teresópolis Cidade dos Festivais”

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Em Teresópolis falta resgate da memória histórica e preservação da arquitetura, da paisagem e da cultura local – muito importantes para a cons-trução de uma identidade cultural própria e consciente.

O município possui duas bibliotecas públicas, um cinema com duas salas, dois teatros públicos e dois particulares e dois equipamentos multiculturais.

No entanto, algumas ONGs e outros atores sociais têm buscado parcerias com a iniciativa privada e instituições públicas para desenvolver projetos nessa área – entre elas, os governos estadual e federal, que atuam por meio de programas como os “Pontos de Cultura” no Estado do Rio de Janeiro.

Teresópolis possui Conselho de Cultura e Fórum Municipal de Cultura, que foi reativado em 2009 e organizado em Grupos de Trabalho Setoriais (GTSs) das diferentes modalidades artísticas: Artes Cênicas, Literatura, Dança, Artes Visuais, Audiovisual, Música, Folclore e Cultura Popular, Patrimônio e Ar-tesanato. O Fórum, segundo seus gestores, “focaliza, de maneira especial, a relação da cultura com o desenvolvimento da sociedade e prioriza o debate e a proposição de políticas públicas culturais aos gestores do município”. Está em desenvolvimento um projeto de levantamento para a elaboração do Mapa Cultural do município.

O antigo Hotel Cassino Higino, atualmente um condomínio, é um marco na paisagem urbana de Teresópolis

D e s i g u a l d a d e s n o a c e s s o à D e s i g u a l d a d e s n o a c e s s o à produção cultural:produção cultural:

Entretenimento –Entretenimento – Apenas 13% dos brasileiros frequentam cinema al-guma vez no ano; 92% dos brasilei-ros nunca visitaram museus; 93,4% dos brasileiros jamais conheceram alguma exposição de arte; 78% dos brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança, embora 28,8% saiam para dançar. Mais de 90% dos municípios não possuem salas de cinema, teatro, museus e espaços culturais multiuso.

Livros e bibliotecas –Livros e bibliotecas – O brasileiro lê em média 1,8 livro per capita/ano (contra 2,4 na Colômbia e 7 na Fran-ça, por exemplo); 73% dos livros es-tão concentrados nas mãos de apenas 16% da população. O preço médio do livro de leitura corrente é de R$ 25, elevadíssimo quando se compara com a renda do brasileiro nas classes C/D/E. Dos cerca de 600 municípios brasileiros que nunca receberam uma biblioteca, 405 fi cam no Nordeste, e apenas dois no Sudeste.

Acesso à internet –Acesso à internet – 82% dos brasi-leiros não possuem computador em casa; destes, 70% não têm qualquer acesso à internet (nem no trabalho, nem na escola).

Profissionais da cultura –Profissionais da cultura – 56,7% da população ocupada na área de cultura não têm carteira assinada ou trabalham por conta própria.

Fonte: http://www.unesco.org/pt/brasilia/culture/access-to-culture/

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• Mobilização cultural Gestão pública

1. Reestruturar o Conselho Municipal de Cultura. 1. Reestruturar o Conselho Municipal de Cultura.

2. Elaborar Plano Municipal de Cultura, para promover a 2. Elaborar Plano Municipal de Cultura, para promover a produção cultural e o patrimônio histórico local.produção cultural e o patrimônio histórico local.

Estudos técnicos3. Mapear o patrimônio cultural, arquitetônico, artístico e 3. Mapear o patrimônio cultural, arquitetônico, artístico e

paisagístico do município.paisagístico do município.

Planejamento4. Elaborar um calendário dinâmico, com eventos festivos 4. Elaborar um calendário dinâmico, com eventos festivos

e culturais no município.e culturais no município.

5. Promover os artistas locais por meio de festivais, reci-5. Promover os artistas locais por meio de festivais, reci-tais, concertos, encontros, exposições e ciclo de leituras, tais, concertos, encontros, exposições e ciclo de leituras, entre outros.entre outros.

Infraestrutura6. Criar um Centro de Referência de Resgate da Memória 6. Criar um Centro de Referência de Resgate da Memória

Cultural e Histórica Local.Cultural e Histórica Local.

Comunicação7. Divulgar os estudos históricos, arquitetônicos e culturais 7. Divulgar os estudos históricos, arquitetônicos e culturais

já realizados sobre o município. já realizados sobre o município.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

8. Divulgar o Centro de Referência entre a comunidade para 8. Divulgar o Centro de Referência entre a comunidade para que sejam prospectados documentos, objetos e imagens, que sejam prospectados documentos, objetos e imagens, entre outros, acerca da história do município.entre outros, acerca da história do município.

9. Difundir as tradições da cultura popular e da identidade 9. Difundir as tradições da cultura popular e da identidade local.local.

Articulação10. Promover o intercâmbio artístico e cultural com outros 10. Promover o intercâmbio artístico e cultural com outros

municípios.municípios.

Possíveis parceirosCrea . IAB . Inepac . Iphan . Minc . ONGs . Prefeitura Municipal . Sebrae . Secretaria Estadual de Cultura . Secretaria Municipal de Cultura . Sesc . Universidades.

Possíveis fontes de financiamentoBasf S/A . Dupont Corporate Contributions Program . Funda-ção Ford . Fundação Vale do Rio Doce de Habitação e Desen-volvimento Social . Instituto Itaú Cultural . MinC . Rockwell Automation do Brasil.

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SAÚDESegundo a Agenda 21, a saúde e o desenvolvimento estão intimamente re-lacionados. O documento informa que tanto a pobreza quanto o excesso de consumo acarretam problemas para a saúde humana relacionados ao meio ambiente. Além disso, alerta para os vínculos existentes entre a saúde e as melhorias ambientais e socioeconômicas. Lembra, ainda, que para assegurar o desenvolvimento sustentável são necessários esforços intersetoriais para a capacitação de pessoas em suas comunidades.

Em seu capítulo 6, a Agenda 21 afirma a necessidade de priorizar os seguin-tes temas: (i) satisfação das necessidades de atendimento primário da saúde, especialmente nas zonas rurais; (ii) controle das moléstias contagiosas; (iii) proteção dos grupos vulneráveis; (iv) desafio da saúde urbana; (v) redução dos riscos para a saúde decorrentes da poluição e dos perigos ambientais.

Para tanto, preconiza o desenvolvimento de sistemas nacionais de saúde pública; a difusão da saúde pública e da educação sanitária; a cooperação e coordenação intersetorial; o controle dos fatores ambientais que exercem infl uência sobre a disseminação das doenças contagiosas; o desenvolvimento de sistema de atendimento primário de saúde; o apoio à pesquisa e ao desenvolvimento de metodologias; e, fi nalmente, o desenvolvimento e a disseminação de tecnologias.

Em Teresópolis, a política da Secretaria Municipal de Saúde está ali-nhada à política estadual e federal de saúde pública. O município detém uma cobertura de 32,35%7 do Programa de Saúde da Família (PSF/PACs), com meta superior a 40%. Existem 13 postos de saúde e 14 equipes médicas, porém, segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), o município não tem hospitais públicos, apenas parceria com três hospitais privados8. A prefeitura mantém convênios com a Fundação Educacional Serra dos Órgãos (Feso), instituição de ensino superior local, atuante na área da saúde.

Na avaliação dos participantes, há descompasso entre a procura pelo atendi-mento ao serviço de saúde e a garantia do bom atendimento, com sobrecarga na rede pela procura do público da Baixada Fluminense, já que Teresópolis tem um sistema de saúde que é referência na região. Como consequência, o atendimento na rede do SUS é precário, assim como as suas instalações. O grupo citou como exemplo a falta de uma UTI neonatal em funcionamento e devidamente equipada para o atendimento.

A falta de um hospital municipal já está sendo resolvida com algumas ini-ciativas, como a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em dezembro de 2009, a abertura de novos leitos para internação pelo Sistema

7 Coordenação do Gabinete do Ministério da Saúde - fevereiro de 2010.8 Fonte: Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). www.ms.gov.br, 2007.

Estratégia Saúde da Família –Estratégia Saúde da Família – O PSF/PACs (Programa de Saúde da Família) foi criado em 1994 para ampliar a atenção básica em saúde no Brasil e, entre seus objetivos, está a prevenção da gravidez na adoles-cência. Atualmente, é defi nido como Estratégia Saúde da Família (ESF), ao invés de programa, visto que o termo programa aponta para uma atividade com início, desenvolvi-mento e fi nalização. O PSF é uma estratégia de reorganização da aten-ção primária e não prevê um prazo para fi nalizar esta reorganização.

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Único de Saúde (SUS) no Hospital São José e a construção de novos postos de saúde. Em novembro de 2008, foram apontados problemas na parceria com o Hospital das Clínicas, administrado pela Unifeso, que atende pacientes do SUS.

As jovens que enfrentam o problema da gravidez precoce no município contam com apoio do Projeto da ONG Compartilhar-te, na comunidade de Canoas. Vale ressaltar que, segundo o Ministério da Saúde, o número de partos de adolescentes caiu 34,6% entre 2000 e 2009, em nível nacional, e 36,3% na Região Sudeste. Dados mais recentes, referentes ao período de 2005 a 2009, mostram que a quantidade desses procedimentos em adolescentes de 10 a 19 anos caiu 22,4%.

Uma das preocupações com a saúde da população local, ressaltada pelos parti-cipantes, é o uso inadequado de agrotóxicos, já que não há obrigatoriedade no município de registro para doenças causadas pelo uso de substâncias químicas na agricultura. Mas existem ocorrências de casos de má-formação congênita em bebês, segundo os participantes, devido tanto à manipulação inadequada quanto à contaminação das águas, na ingestão e no próprio alimento.

Teresópolis possui o Conselho Municipal de Saúde, constituído e formalizado através de decreto municipal em 25/08/1998. Trata-se de um órgão permanente e deliberativo com representantes do governo, dos prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, que atuam na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econô-micos e financeiros do município.

O município organiza conferências para tratar das questões atuais e dos problemas locais na área da saúde e capacitar pessoas para atendimento no SUS. Estes eventos reúnem profissionais da área, representantes do governo e da população. No entanto, segundo os membros do Fórum da Agenda 21, falta implementar as soluções já propostas nas conferências municipais de saúde e seguir a Agenda Municipal de Saúde.

O sistema de saúde de Teresópolis é referência na região

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• Estratégia de combate à gravidez na adolescência Gestão pública

1. Elaborar políticas preventivas de saúde nas escolas e 1. Elaborar políticas preventivas de saúde nas escolas e construir postos de saúde.construir postos de saúde.

2. Contribuir com o desenvolvimento das ações da Pastoral 2. Contribuir com o desenvolvimento das ações da Pastoral da Família.da Família.

Capacitação3. Capacitar a comunidade escolar para lidar com o assunto.3. Capacitar a comunidade escolar para lidar com o assunto.

Comunicação4. Informar as gestantes, por meio de palestras e cartilhas 4. Informar as gestantes, por meio de palestras e cartilhas

nos postos de saúde na área rural, sobre as consequências nos postos de saúde na área rural, sobre as consequências do uso inadequado de agrotóxicos durante a gestação. do uso inadequado de agrotóxicos durante a gestação.

5. Realizar campanhas informativas sobre métodos contra-5. Realizar campanhas informativas sobre métodos contra-ceptivos e de planejamento familiar.ceptivos e de planejamento familiar.

6. Elaborar material didático, destacando as dif iculdades 6. Elaborar material didático, destacando as dif iculdades da gestação precoce.da gestação precoce.

Planejamento7. Promover, nas escolas, maior entrosamento com as famí-7. Promover, nas escolas, maior entrosamento com as famí-

lias de adolescentes grávidas.lias de adolescentes grávidas.

• Melhoria da infraestrutura de saúde no município Planejamento

1. Humanizar o atendimento médico na rede de saúde (me-1. Humanizar o atendimento médico na rede de saúde (me-lhor triagem).lhor triagem).

2. Criar uma Câmara Técnica no Fórum da Agenda 21 Local 2. Criar uma Câmara Técnica no Fórum da Agenda 21 Local para avaliar a concessão de licenças médicas no serviço para avaliar a concessão de licenças médicas no serviço público.público.

Comunicação3. Informar as gestantes sobre a importância de realizar os 3. Informar as gestantes sobre a importância de realizar os

exames pré-natais.exames pré-natais.

Infraestrutura4. Ampliar a cobertura dos postos de saúde (PSF e postos de 4. Ampliar a cobertura dos postos de saúde (PSF e postos de

emergência) nos bairros da cidade, especialmente na zona emergência) nos bairros da cidade, especialmente na zona rural, para desafogar o Hospital Central de Teresópolis.rural, para desafogar o Hospital Central de Teresópolis.

5. Melhorar as instalações municipais de saúde, viabilizan-5. Melhorar as instalações municipais de saúde, viabilizan-do o atendimento básico/primário nos postos de saúde. do o atendimento básico/primário nos postos de saúde.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Articulação6. Articular junto ao Conselho Municipal de Saúde a criação 6. Articular junto ao Conselho Municipal de Saúde a criação

de mecanismos de controle da qualificação dos profissio-de mecanismos de controle da qualificação dos profissio-nais da área, aproveitando as Conferências Municipais nais da área, aproveitando as Conferências Municipais de Saúde como espaços de participação social.de Saúde como espaços de participação social.

Capacitação7. Qualificar os profissionais da saúde por meio de cursos 7. Qualificar os profissionais da saúde por meio de cursos

de capacitação continuados.de capacitação continuados.

Gestão pública8. Atrair novos investimentos para ampliar a cobertura dos 8. Atrair novos investimentos para ampliar a cobertura dos

postos de saúde.postos de saúde.

9. Garantir maiores investimentos na Saúde Pública, asse-9. Garantir maiores investimentos na Saúde Pública, asse-gurando que os recursos repassados sejam efetivamente gurando que os recursos repassados sejam efetivamente aplicados na área.aplicados na área.

10. Ampliar os programas de prevenção na região.10. Ampliar os programas de prevenção na região.

11. Realizar concursos públicos, a fim de recrutar profissio-11. Realizar concursos públicos, a fim de recrutar profissio-nais qualificados para melhor atendimento à população.nais qualificados para melhor atendimento à população.

• Garantia da segurança alimentar Gestão pública

1. Elaborar políticas públicas voltadas para o reaproveita-1. Elaborar políticas públicas voltadas para o reaproveita-mento de alimentos, em todos os segmentos da sociedade, mento de alimentos, em todos os segmentos da sociedade, seguindo o pressuposto de segurança alimentar.seguindo o pressuposto de segurança alimentar.

2. Reativar o Conselho Municipal de Segurança Alimentar.2. Reativar o Conselho Municipal de Segurança Alimentar.

3. Integrar e informatizar o Sistema Municipal de Saúde.3. Integrar e informatizar o Sistema Municipal de Saúde.

Elaboração de programas e projetos4. Desenvolver programas de Educação Sanitária que pro-4. Desenvolver programas de Educação Sanitária que pro-

movam melhorias nas condições de higiene e saúde da movam melhorias nas condições de higiene e saúde da população.população.

5. Elaborar campanhas de educação sobre a conservação e 5. Elaborar campanhas de educação sobre a conservação e a utilização de produtos manufaturados e embalados.a utilização de produtos manufaturados e embalados.

6. Desenvolver campanhas voltadas para evitar o desper-6. Desenvolver campanhas voltadas para evitar o desper-dício de alimentos em cozinhas industriais, escolares e dício de alimentos em cozinhas industriais, escolares e domésticas. domésticas.

Capacitação7. Realizar a capacitação de funcionários da rede pública e 7. Realizar a capacitação de funcionários da rede pública e

privada em segurança alimentar. privada em segurança alimentar.

Fiscalização8. Fiscalizar, através da Vigilância Sanitária, as práticas 8. Fiscalizar, através da Vigilância Sanitária, as práticas

de manipulação de produtos beneficiados e ambulantes.de manipulação de produtos beneficiados e ambulantes.

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Planejamento9. Realizar um indicativo junto ao Conselho Municipal de 9. Realizar um indicativo junto ao Conselho Municipal de

Saúde para que toda a suspeita de contaminação por Saúde para que toda a suspeita de contaminação por agrotóxico seja investigada.agrotóxico seja investigada.

10. Acompanhar o registro administrativo sobre o número 10. Acompanhar o registro administrativo sobre o número de casos de contaminação por agrotóxicos.de casos de contaminação por agrotóxicos.

Possíveis parceirosCâmara Municipal . Conselhos Municipais (Educação, Saúde, Tutelar) . CRE . CRM . Ministério da Saúde . MP . ONGs . Pastoral da Família . Prefeitura Municipal . Secretarias Estaduais (Saúde e Defesa Civil, Educação) . Secretarias Municipais (Saúde, Edu-cação, Agricultura) . SUS . Universidades . Vara da Infância, Juventude e do Idoso.

Possíveis fontes de financiamentoAshoka . CNPq . Comissão Européia . CT- Saúde . Dupont Cor-porate Contributions Program . Embaixada do Reino Unido . Exxon Corporate Giving Program . Faperj . Finep . General Mo-tors Corporate Giving Program . Johnson &Johnson Corporate Giving Program . Ministério da Saúde . Pibic . Unesco . Unicef.

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GRUPOS PRINCIPAISA Agenda 21 inclui entre os grupos principais: as mulheres, as crianças e os jovens, os povos indígenas, as ONGs, as autoridades locais, os trabalhadores e seus sindicatos, os comerciantes e industriários, a comunidade científica e tecnológica e os agricultores e empresários.

Além destes, é importante considerar os afrodescendentes, ciganos, ido-sos, pessoas com deficiência, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e outros (LGBTOs). É destes grupos sociais que o documento solicita compromisso e participação para a implementação dos objetivos, políticas e mecanismos de ação previstos em seu texto.

A Agenda 21 afirma que a ampla participação pública nos processos decisórios é fundamental para o desenvolvimento sustentável, e que indivíduos, grupos e organizações devem ter acesso às informações e conhecer e participar das decisões que possam afetar as comunidades nas quais vivem e trabalham.

O documento prevê o fortalecimento do papel dos principais grupos sociais e defende a adoção das ações necessárias para promover a sua participação nos processos decisórios mais relevantes.

Em Teresópolis, como nas demais cidades brasileiras, os Conselhos Municipais são as instâncias públicas onde a participação social tem lugar garantido. Participando destes Conselhos, o cidadão pode monitorar, atualizar e fortalecer as políticas públicas relativas aos grupos principais. Em Teresópo-lis existem os Conselhos de Desenvolvimento Rural, Cultura, Meio Ambiente, Defesa dos Direitos da Mulher, Portador de Necessidades Especiais, Contra Dro-gas, Transporte, Cidade e Desenvolvimento Sustentável, Saúde, entre outros.

Porém, falta integração entre os Conselhos e movimentos municipais já existentes e falta também informar a população sobre seus direitos e participação nas deci-sões. Os participantes afi rmaram que há pouca circulação de informações entre os grupos principais e a sociedade, e falta apoio do poder público aos Conselhos.

Teresópolis conta com o Conselho Tutelar de Infância e Juventude, o Juizado da Infância e Adolescência e indicativo para a criação da Secretaria Municipal da Infância e Juventude. Existem trabalhos de apoio às crianças, adolescen-tes e à juventude. No entanto, foi destacada a ausência de rede de serviços e programas de inclusão social para este grupo e a falta de participação do mesmo na tomada de decisões, já que não existem canais de interlocução que promovam a participação dos jovens e adolescentes nos processos decisórios.

Os participantes destacaram o fato de Teresópolis contar com uma Secretaria da De-fesa dos Direitos da Mulher, criada no fi nal do ano passado, um projeto considerado pioneiro no Estado do Rio de Janeiro. E também o Conselho Municipal de Defesa dos

Teresópolis oferece diversas opções de lazer para a terceira idade

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Direitos da Mulher de Teresópolis (ConMulher), criado em 1991, e o Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher (Niam), ambos vinculados à Secretaria da Mulher.

Não há juizado específi co relativo aos direitos da mulher, mas a juíza local acumula as funções de juizado de violência doméstica (um dia por semana na delegacia comum). A participação da mulher na política do município é pequena. Na última eleição de 2008 para prefeito e vereadores, nenhuma mulher foi eleita.

No município há programas de atendimento aos idosos e a Universidade da Terceira Idade (Univerti).

No que diz respeito às ONGs, falta entrosamento e interação entre elas e as comunidades, e falta também apoio do poder público – o grupo reivindica, por exemplo, a criação de um cadastro de informações sobre essas organizações no município e afi rma ainda que é preciso divulgar, cadastrar e fortalecer a rede de ONGs promovida pelo Sesc e sua participação em redes nacionais e internacionais.

No geral, há necessidade de capacitação de recursos humanos para o Terceiro Setor com vistas à elaboração, captação de recursos e fontes de fi nanciamento para projetos. Apesar dos investimentos pontuais e limitados, existem várias instituições de assistência social que têm algum nível de parceria ou convênio com a prefeitura.

Teresópolis precisa de pesquisa e divulgação de informação sobre sua popula-ção tradicional, inclusive sobre a presença de possíveis grupos de quilombolas no município.

O município conta com várias categorias sindicalizadas, porém com baixa participação dos trabalhadores nos sindicatos. Por outro lado, também é pe-quena a atuação dos sindicatos nos processos e nas decisões participativas, inclusive na ocupação de cadeiras a que têm direito nos Conselhos.

Teresópolis conta com ônibus adaptados para pessoas com necessidades especiais

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• Fortalecimento de políticas para mulheres Gestão pública

1. Elaborar políticas públicas para capacitação das mulheres 1. Elaborar políticas públicas para capacitação das mulheres (campo, cidade, periferia), visando à geração de emprego (campo, cidade, periferia), visando à geração de emprego e renda.e renda.

Capacitação2. Realizar oficinas de capacitação para mulheres, prepa-2. Realizar oficinas de capacitação para mulheres, prepa-

rando-as para a vida política e para lutarem por seus rando-as para a vida política e para lutarem por seus direitos.direitos.

3. Capacitar mulheres em empreendedorismo e outras ini-3. Capacitar mulheres em empreendedorismo e outras ini-ciativas, como artesanato e costura, entre outras.ciativas, como artesanato e costura, entre outras.

Comunicação4. Divulgar as ações da Secretaria Municipal dos Direitos 4. Divulgar as ações da Secretaria Municipal dos Direitos

da Mulher para a população.da Mulher para a população.

5. Criar campanhas para divulgar os direitos da mulher 5. Criar campanhas para divulgar os direitos da mulher através da mídia local.através da mídia local.

6. Informar a comunidade feminina sobre a importância 6. Informar a comunidade feminina sobre a importância na participação de ações promovidas pela Secretaria na participação de ações promovidas pela Secretaria Municipal e Conselhos.Municipal e Conselhos.

Planejamento7. Melhorar as condições das mulheres no mercado de tra-7. Melhorar as condições das mulheres no mercado de tra-

balho.balho.

8. Criar cooperativas de mulheres.8. Criar cooperativas de mulheres.

9. Reativar o Núcleo de Integração e Assistência à Mulher 9. Reativar o Núcleo de Integração e Assistência à Mulher (Niam) na Delegacia.(Niam) na Delegacia.

• Fortalecimento das lideranças jovens Articulação

1. Articular com igrejas e outras entidades não governamen-1. Articular com igrejas e outras entidades não governamen-tais (escolas, clubes e outras agremiações) o incentivo tais (escolas, clubes e outras agremiações) o incentivo à participação de jovens na formulação de políticas de à participação de jovens na formulação de políticas de desenvolvimento sustentável. desenvolvimento sustentável.

Planejamento2. Formar associações estudantis.2. Formar associações estudantis.

3. Criar um canal de interlocução para participação dos 3. Criar um canal de interlocução para participação dos jovens nos processos decisórios, com o apoio do Fórum jovens nos processos decisórios, com o apoio do Fórum da Agenda 21 Local.da Agenda 21 Local.

4. Promover a construção de Agendas 21 escolares.4. Promover a construção de Agendas 21 escolares.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Comunicação5. Informar as lideranças juvenis sobre a importância de 5. Informar as lideranças juvenis sobre a importância de

ocupar vagas em Conselhos e outras instâncias políticas.ocupar vagas em Conselhos e outras instâncias políticas.

6. Divulgar nos jornais escolares e do município o Fórum 6. Divulgar nos jornais escolares e do município o Fórum da Agenda 21 Local.da Agenda 21 Local.

• Criação de programas de inclusão social para a juventude Gestão pública

1. Elaborar políticas públicas voltadas para a inclusão social. 1. Elaborar políticas públicas voltadas para a inclusão social.

2. Repensar o Programa Criam, para torná-lo mais eficiente.2. Repensar o Programa Criam, para torná-lo mais eficiente.

Planejamento3. Promover a participação da sociedade civil nas questões 3. Promover a participação da sociedade civil nas questões

relacionadas à infância e juventude.relacionadas à infância e juventude.

4. Desenvolver um serviço de orientação vocacional para 4. Desenvolver um serviço de orientação vocacional para ajudar os jovens a identificarem suas potencialidades.ajudar os jovens a identificarem suas potencialidades.

Elaboração de projetos5. Elaborar programas para facilitar a inserção dos jovens 5. Elaborar programas para facilitar a inserção dos jovens

no mercado de trabalho, por meio do primeiro emprego.no mercado de trabalho, por meio do primeiro emprego.

Articulação6. Estabelecer parcerias com instituições de ensino superior 6. Estabelecer parcerias com instituições de ensino superior

por meio de empresas juniores.por meio de empresas juniores.

7. Estabelecer parcerias com ONGs, empresas e poder público 7. Estabelecer parcerias com ONGs, empresas e poder público para criação de programas socioeducativos, envolvendo para criação de programas socioeducativos, envolvendo esportes, cultura e profissionalização.esportes, cultura e profissionalização.

• Fortalecimento do papel dos grupos principais (idosos) Elaboração de programas e projetos

1. Desenvolver programas e atividades relacionadas a cami-1. Desenvolver programas e atividades relacionadas a cami-nhadas, passeios, ginástica e cursos em todos os bairros.nhadas, passeios, ginástica e cursos em todos os bairros.

Comunicação2. Divulgar as tradições, a cultura popular e a identidade 2. Divulgar as tradições, a cultura popular e a identidade

local.local.

Planejamento3. Elaborar um calendário dinâmico, com eventos festivos 3. Elaborar um calendário dinâmico, com eventos festivos

e culturais no município.e culturais no município.

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4. Promover os artistas locais por meio de serestas, festi-4. Promover os artistas locais por meio de serestas, festi-vais, recitais, concertos, encontros, exposições e ciclo de vais, recitais, concertos, encontros, exposições e ciclo de leituras, entre outros.leituras, entre outros.

Articulação5. Promover o intercâmbio artístico e cultural com outros 5. Promover o intercâmbio artístico e cultural com outros

municípios.municípios.

6. Articular com o Sesc a divulgação de suas atividades e o 6. Articular com o Sesc a divulgação de suas atividades e o atendimento às demandas destes grupos.atendimento às demandas destes grupos.

• Melhorando a infraestrutura das populações tradicionais Estudos técnicos

1. Realizar levantamento histórico sobre a existência de 1. Realizar levantamento histórico sobre a existência de grupos tradicionais, visando à elaboração de políticas grupos tradicionais, visando à elaboração de políticas públicas voltadas a este tema.públicas voltadas a este tema.

Articulação2. Estabelecer parcerias com Faculdades de Turismo para 2. Estabelecer parcerias com Faculdades de Turismo para

promover o resgate histórico da ocupação do território.promover o resgate histórico da ocupação do território.

Comunicação3. Divulgar a cultura das comunidades tradicionais, por 3. Divulgar a cultura das comunidades tradicionais, por

meio de festivais e encontros técnicos.meio de festivais e encontros técnicos.

• Articulação inter-conselhos Infraestrutura

1. Utilizar o Espaço Cidadão como local de referência para 1. Utilizar o Espaço Cidadão como local de referência para as atividades dos Conselhos Municipais.as atividades dos Conselhos Municipais.

Comunicação2. Promover ações que divulguem a existência dos Conse-2. Promover ações que divulguem a existência dos Conse-

lhos, suas atribuições, seus quadros, funcionamento e lhos, suas atribuições, seus quadros, funcionamento e realizações, entre outros.realizações, entre outros.

Articulação3. Realizar parcerias entre Conselhos para promover um 3. Realizar parcerias entre Conselhos para promover um

veículo de comunicação único para todos os Conselhos veículo de comunicação único para todos os Conselhos (seja impresso e/ou (seja impresso e/ou on-lineon-line).).

Capacitação4. Realizar a capacitação dos grupos sociais envolvidos (mu-4. Realizar a capacitação dos grupos sociais envolvidos (mu-

lheres, idosos e portadores de deficiência, entre outros).lheres, idosos e portadores de deficiência, entre outros).

5. Realizar cursos de capacitação, específicos e permanentes, 5. Realizar cursos de capacitação, específicos e permanentes, abertos aos grupos interessados (demandados de forma abertos aos grupos interessados (demandados de forma participativa).participativa).

• Articulação e formação de rede das ONGs Planejamento

1. Desenvolver um sistema de cadastro de ONGs, com as in-1. Desenvolver um sistema de cadastro de ONGs, com as in-formações obtidas por intermédio do Conselho Municipal formações obtidas por intermédio do Conselho Municipal de Assistência Social.de Assistência Social.

2. Utilizar a rede de articulação oferecida pelo Sesc como 2. Utilizar a rede de articulação oferecida pelo Sesc como primeiro canal de articulação para ONGs do município.primeiro canal de articulação para ONGs do município.

3. Realizar um seminário anual com atividades de planeja-3. Realizar um seminário anual com atividades de planeja-mento, ref lexão e articulação entre as ONGs e a sociedade mento, ref lexão e articulação entre as ONGs e a sociedade civil organizada.civil organizada.

Capacitação4. Realizar cursos de capacitação específicos sobre formu-4. Realizar cursos de capacitação específicos sobre formu-

lação e captação de recursos para projetos para gestores lação e captação de recursos para projetos para gestores das ONGs.das ONGs.

• Fortalecimento das entidades sindicais Capacitação

1. Realizar a capacitação de suas categorias, para atualizá-1. Realizar a capacitação de suas categorias, para atualizá-las diante das novas demandas de mercado.las diante das novas demandas de mercado.

Comunicação2. Informar a população sobre as questões da legislação 2. Informar a população sobre as questões da legislação

vigente em cada setor, mediante a realização de cursos vigente em cada setor, mediante a realização de cursos de capacitação.de capacitação.

3. Divulgar as realizações dos sindicatos para a sociedade 3. Divulgar as realizações dos sindicatos para a sociedade em geral.em geral.

Planejamento4. Promover a participação de diferentes lideranças de cada 4. Promover a participação de diferentes lideranças de cada

sindicato nos Conselhos Municipais.sindicato nos Conselhos Municipais.

5. Convidar os sindicatos a desenvolver ações de promoção 5. Convidar os sindicatos a desenvolver ações de promoção do bem-estar e da saúde do trabalhador, de acordo com do bem-estar e da saúde do trabalhador, de acordo com as Normas Regulamentadoras do Trabalho.as Normas Regulamentadoras do Trabalho.

6. Realizar um encontro entre os representantes de entidades 6. Realizar um encontro entre os representantes de entidades sindicais para debater sobre os desafios e oportunidades sindicais para debater sobre os desafios e oportunidades de fortalecimento de suas categorias.de fortalecimento de suas categorias.

7. Promover ações que possam fortalecer os laços solidários 7. Promover ações que possam fortalecer os laços solidários entre trabalhadores de uma categoria e suas famílias.entre trabalhadores de uma categoria e suas famílias.

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Possíveis parceirosAssociações . Banco do Brasil . BNDES . Câmara Municipal . Coletivo Jovem . Conselhos Municipais (Assistência Social, Educação) . Cooperativas . Defensoria Pública . Elo Sudeste 21 . Empresas associadas ao Comperj . Fameat . Fundação Roberto Marinho . Instituições Religiosas . Iphan . Ministérios (Cultu-ra, Justiça, Meio Ambiente, Turismo) . MP . ONGs . Prefeitura Municipal . Promimp . Rebal . Rits . Sebrae . Secretarias Es-taduais (Ambiente, Cultura, Segurança, Turismo) . Secretarias Municipais (Comunicação, Cultura, Turismo, Direitos da Mulher, Desenvolvimento Social, Segurança, Educação, Meio Ambiente, Educação, Trabalho e Emprego, Saúde) . Sesc . Sindicatos . Uni-versidades . Vara da Infância, Juventude e do Idoso . Veículos de Comunicação.

Possíveis fontes de financiamentoAmerican Express Foundation . Ashoka . AT&T Foundation . Banco do Brasil . Banco JP Morgan . Basf S/A . BNDES . Coca-Cola Company . Embaixada da Alemanha . Embaixada do Reino Unido . Fecam . Finep . FNMA . Fundação Abrinq . Fundação Educar Depaschoal de Benemerência e Preservação da Cultura e do Meio Ambiente . Fundação Ford . Fundação Interamerica-na . Fundação Telefônica . Fundação Vale do Rio Doce . Fundo Cristão para Crianças . GE Fund . General Motors Corporate Giving Program . Instituto C&A de Desenvolvimento Social . Instituto Credicard . Instituto Itaú Cultural . Levi Strauss do Brasil . Ministérios (Educação, Cultura, Saúde, Trabalho e Em-prego) . Open Society Institute . Prêmio Itaú Unicef Educação e Participação . Shell Brasil S/A . The Trust Funding Support of Actions to Eliminate Violence Against . Unesco . Unicef . Volkswagem do Brasil Ltda.

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PADRÕES DE CONSUMOA pobreza e a degradação do meio ambiente estão estreitamente relacionadas. Enquanto a primeira tem como resultado determinados tipos de pressão am-biental, as principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões insustentáveis de consumo e produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios.

É muito comum confundir ‘consumir’ com ‘fazer compras’. Mas consumir é um ato muito mais presente em nossas vidas. Todos os dias consumimos água, alimentos, combustíveis etc. E como cada um desses elementos se origina do planeta e nele permanece depois de usado, o consumo interage diretamente com a sustentabilidade e pode ser um poderoso instrumento para alcançá-la.

Tomar consciência dos hábitos de consumo, pensar sobre todos os materiais presentes em cada objeto, sua origem e destinação final requer uma revi-são de hábitos, costumes e valores. Para atingir a escala necessária para fazer a diferença, todas as esferas sociais precisam estar envolvidas nesta transformação: governos, empresas, ONGs e cidadãos. As mudanças neces-sárias são profundas, mas o movimento do consumo consciente afirma que o poder de promovê-las está ao alcance de cada um, em sua própria vida, em seus atos cotidianos.

Em Teresópolis, segundo os membros do Fórum da Agenda 21, faltam à população condições para exercer um consumo consciente e responsável, já que não há informações disponíveis sobre os padrões de produção e consumo, nem preocupação com a economia de energia. Outra importante questão é o desperdício da produção agrícola.

O Procon de Teresópolis é defi ciente, pois é fi lial de Petrópolis.

Consumo responsável –Consumo responsável – Signi-fi ca adquirir produtos eticamente corretos, ou seja, cuja elaboração não envolva a exploração de seres humanos e animais, e não provoque danos ao meio ambiente.

O desperdício ocorre em todas as fases de produção de alimentos e precisa ser combatido

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• Consumo consciente Gestão pública

1. Elaborar políticas estratégicas para estimular mudanças 1. Elaborar políticas estratégicas para estimular mudanças no padrão de consumo da população.no padrão de consumo da população.

Infraestrutura2. Instalar um escritório do Procon local para desburocra-2. Instalar um escritório do Procon local para desburocra-

tizar o setor.tizar o setor.

Planejamento3. Criar uma Câmara Técnica para acompanhar o andamento 3. Criar uma Câmara Técnica para acompanhar o andamento

dos processos.dos processos.

4. Promover o consumo responsável, evitando o uso de 4. Promover o consumo responsável, evitando o uso de descartáveis.descartáveis.

5. Inibir práticas não sustentáveis em seus processos de 5. Inibir práticas não sustentáveis em seus processos de produção, vendas e serviços.produção, vendas e serviços.

6. Promover práticas cotidianas de consumo responsável.6. Promover práticas cotidianas de consumo responsável.

7. Promover o uso de energias renováveis.7. Promover o uso de energias renováveis.

8. Desenvolver mecanismos para tratamento e reaproveita-8. Desenvolver mecanismos para tratamento e reaproveita-mento da água de chuvas.mento da água de chuvas.

Elaboração de programas9. Desenvolver um programa para mudanças nos padrões de 9. Desenvolver um programa para mudanças nos padrões de

consumo com a realização de ações periódicas e contínuas consumo com a realização de ações periódicas e contínuas envolvendo toda a população.envolvendo toda a população.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Articulação10. Articular com as empresas locais a substituição de sa-10. Articular com as empresas locais a substituição de sa-

colas plásticas por sacolas personalizadas de material colas plásticas por sacolas personalizadas de material não poluente.não poluente.

Comunicação11. Divulgar o novo Código de Obras para estimular novas 11. Divulgar o novo Código de Obras para estimular novas

práticas de construção civil.práticas de construção civil.

Possíveis parceirosAssociação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat) . Associação de Artesãos . Associações de Moradores . Associação de Produtores Orgânicos . Associação de Produtores Rurais . Escolas . Fameat . Idec . Instituições religiosas . MMA. MP . Secretarias Estaduais (Educação, Ambiente) . Secretarias Municipais (Obras, Meio Ambiente, Educação) . Veículos de comunicação.

Possíveis fontes de financiamentoAshoka . Coca-Cola Company . CT-Agro . Embaixada do Reino Unido . Embrapa . Fecam . Finep . FNMA . Fundação Vale do Rio Doce de Habitação e Desenvolvimento Social . Proger . Prodetab.

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ESPORTE E LAZERO conceito de qualidade de vida é bastante subjetivo, mas, independentemen-te da nação, cultura ou época, relaciona-se ao bem-estar psicológico, boas condições físicas, integração social e funcionalidade. O lazer e o esporte já foram reconhecidos como fatores de desenvolvimento local pela oportunidade que oferecem de desenvolvimento individual e convivência.

O aumento do tempo livre, o conhecimento do corpo, o desenvolvimento da indústria cultural e as possibilidades de entretenimento estão entre os muitos motivos que justificam a ampla abordagem do tema lazer. O desenvolvimento do seu conceito, a compreensão da sua necessidade social, a preocupação em implementar políticas públicas são marcos conceituais básicos que sustentam a transformação do esporte de alto rendimento em esporte de lazer.

O lazer associa-se ao bem-estar social e à qualidade de vida, conceitos amplamente difundidos no mundo contemporâneo. A necessidade de espaços que promovam o lazer levou a população a exigir, além de estádios de futebol ou quadras para jogos de times profi ssionais, equipamentos multifuncionais e espaços livres onde as pessoas possam também praticar e não fi car apenas como espectadoras passivas.

A importância do esporte e do lazer fez com que o setor privado investisse em outros ambientes, como os parques temáticos. A exigência social alertou o setor público, principalmente as secretarias de Esporte e Lazer, para a ne-cessidade de ampliação, construção e animação dos parques, ruas de lazer e clubes públicos.

A Cascata dos Amores é um dos pontos preferidos de recreação para moradores e turistas

Teresópolis oferece excelentes condições para a prática do hipismo

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Teresópolis é sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A Granja Comary, onde treina a Seleção Brasileira, é um dos mais modernos centros de treinamento do mundo e transformou-se em atração turística da cidade.

Recentemente, outros eventos esportivos vêm sendo disputados no ginásio poliesportivo Pedro Jahara, mais conhecido como Pedrão, e na praça de es-portes radicais.

A cidade é conhecida como capital nacional do alpinismo e tem o Dedo de Deus como símbolo. A equitação é outro esporte muito praticado por mora-dores e turistas, devido às condições propícias à sua prática.

Apesar da percepção do grupo sobre a falta de lazer/esportes/arte e cultura, exis-tem iniciativas como, por exemplo, a Olimpíada dos Bairros, uma competição que envolve representantes de cerca de 90 comunidades locais, urbanas e rurais. O evento é organizado pela prefeitura, através da Secretaria de Esportes, com apoio da Federação das Associações de Moradores e Entidades Associativas do Município de Teresópolis (Fameat) e da Liga Teresopolitana de Desportos (LTD).

Também existem escolinhas de esporte para crianças e adolescentes e os Jogos da Pessoa Idosa Sênior e de Idosos (Jopisi), dedicados a promover a integração e a interação entre as pessoas da terceira idade de todos os bairros – além de proporcionar melhor qualidade de vida por meio do incentivo à prática de atividades físicas. Outro evento importante são os Jogos das Pessoas Especiais de Teresópolis (Jopete), que promovem a inclusão da pessoa com deficiên-cia por meio do esporte adaptado e servem de preparação dos para-atletas de Teresópolis para a Olimpíada da Pessoa Deficiente (Olimpede), realizada anualmente em Volta Redonda (RJ) e considerada uma das mais importantes do esporte adaptado do País.

O centro de treinamento da Seleção Brasileira de Futebol pode ser visitado na temporada de férias e nos fi ns de semana, mediante autorização

Teresópolis faz parte do circuito do Campeonato Estadual de MotoCross

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• Promovendo o lazer em Teresópolis Articulação

1. Estabelecer parcerias com as escolas para compartilhar 1. Estabelecer parcerias com as escolas para compartilhar o uso das quadras e ginásios com a população durante o uso das quadras e ginásios com a população durante os fins de semana e feriados.os fins de semana e feriados.

Infraestrutura2. Construir uma ciclovia na cidade.2. Construir uma ciclovia na cidade.

3. Ampliar o número de praças nos bairros mais periféricos, 3. Ampliar o número de praças nos bairros mais periféricos, com equipamentos de esporte, recreação e lazer.com equipamentos de esporte, recreação e lazer.

4. Criar um polo gastronômico, gerando um espaço de con-4. Criar um polo gastronômico, gerando um espaço de con-vivência social para as famílias, jovens, terceira idade vivência social para as famílias, jovens, terceira idade e crianças.e crianças.

Planejamento5. Realizar passeios ciclísticos regularmente em parceria 5. Realizar passeios ciclísticos regularmente em parceria

com a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e enti-com a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer e enti-dades da sociedade civil.dades da sociedade civil.

6. Formar grupos de trilhas ecológicas, nos bairros e nas 6. Formar grupos de trilhas ecológicas, nos bairros e nas áreas rurais.áreas rurais.

7. Reativar o programa “Música na Praça”.7. Reativar o programa “Música na Praça”.

8. Elaborar um calendário para passeios guiados em trilhas 8. Elaborar um calendário para passeios guiados em trilhas da região.da região.

Elaboração de programas9. Elaborar um programa de “Cinema na Praça”.9. Elaborar um programa de “Cinema na Praça”.

• Incentivo ao desenvolvimento de práticas esportivas Articulação

1. Articular com a Confederação Brasileira de Futebol par-1. Articular com a Confederação Brasileira de Futebol par-cerias e contrapartidas sociais para desenvolver o setor cerias e contrapartidas sociais para desenvolver o setor esportivo no município.esportivo no município.

2. Promover o intercâmbio com outros municípios para 2. Promover o intercâmbio com outros municípios para estimular a prática esportiva na região.estimular a prática esportiva na região.

Planejamento3. Identif icar e apoiar os atletas locais, divulgando suas 3. Identif icar e apoiar os atletas locais, divulgando suas

histórias para a população. histórias para a população.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

4. Buscar patrocínio ao esporte e aos atletas locais por meio 4. Buscar patrocínio ao esporte e aos atletas locais por meio de incentivos fiscais às empresas. de incentivos fiscais às empresas.

5. Desenvolver um calendário de eventos esportivos no 5. Desenvolver um calendário de eventos esportivos no município.município.

6. Ampliar o número de projetos e programas que utilizem 6. Ampliar o número de projetos e programas que utilizem o equipamento esportivo do município (vila olímpica, o equipamento esportivo do município (vila olímpica, ginásios e pistas, entre outros).ginásios e pistas, entre outros).

7. Promover atividades e práticas esportivas, artísticas e 7. Promover atividades e práticas esportivas, artísticas e educacionais que cultivem valores éticos e cidadãos entre educacionais que cultivem valores éticos e cidadãos entre a população infantil e adolescente.a população infantil e adolescente.

Infraestrutura8. Melhorar a infraestrutura existente para práticas es-8. Melhorar a infraestrutura existente para práticas es-

portivas ao ar livre (montanhismo, voo livre, ciclismo, portivas ao ar livre (montanhismo, voo livre, ciclismo, skate, trackingskate, tracking, corrida rústica), t irando partido das , corrida rústica), t irando partido das características locais.características locais.

9. Construir uma vila olímpica que contemple o maior nú-9. Construir uma vila olímpica que contemple o maior nú-mero possível de atividades, em parceria com empresas mero possível de atividades, em parceria com empresas privadas.privadas.

Elaboração de projetos10. Elaborar projetos culturais e centros esportivos, com 10. Elaborar projetos culturais e centros esportivos, com

atividades permanentes.atividades permanentes.

Possíveis parceirosAssociação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat) . Associações de Moradores . Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) . COB . CBB . CBDA . CBF . CBV . Conselho Municipal de Segurança . Cooperativas . Corpo de Bombeiros . Concessionária Rio Teresópolis (CRT) . Escolas . Movimento Nossa Teresópolis . MP . ONGs . Sebrae . Secretarias Munici-pais (Esportes e Lazer, Cultura, Obras, Urbanismo, Segurança) . Senac . Sesc . Sindicatos . Universidades.

Possíveis fontes de financiamentoBanco do Brasil . Banco Itaú . Caixa Econômica Federal . Coca-Cola Company . COB . CBB . CBDA . CBF . CBV . Companhia Vale do Rio Doce . Eletrobras . Finep . Fundação Ford . Operadora Vivo . Unesco . Unicef.

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Ordem Econômica4

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100

Princípios dos Empreendimentos Princípios dos Empreendimentos SustentáveisSustentáveis– Substituem itens produzidos na-cional ou internacionalmente por produtos criados local e regional-mente;– Assumem responsabilidade por seus efeitos no mundo natural;– Não exigem fontes exóticas de ca-pital para se desenvolver e crescer;– Empenham-se em processos de produção humanos, dignos e intrin-secamente satisfatórios;– Criam objetos duráveis e de uti-lidade em longo prazo, cujo uso ou disposição fi nal não prejudicarão as futuras gerações;– Transformam seus consumidores em clientes por meio da educação.

(Paul Hawken)

GERAÇÃO DE TRABALHO, RENDA E INCLUSÃO SOCIAL

Em seu capítulo 30, a Agenda 21 reconhece que a prosperidade constante, objetivo fundamental do processo de desenvolvimento, é principalmente o resultado das atividades do comércio e da indústria. Mas alerta que o setor econômico como um todo deve reconhecer a gestão do meio ambiente como uma de suas mais altas prioridades. Já sabemos que não é possível ter uma economia ou uma sociedade saudável num mundo com tanta pobreza e degra-dação ambiental. O desenvolvimento econômico não pode parar, mas precisa mudar de rumo para se tornar menos destrutivo.

As políticas e operações empresariais podem desempenhar um papel im-portante na redução do impacto sobre o uso dos recursos e o meio ambiente por meio de processos de produção mais efi cientes, estratégias preventivas, tecnologias e procedimentos mais limpos de produção ao longo do ciclo de vida de um produto.

A contribuição deste setor para o desenvolvimento sustentável pode aumentar à medida que os preços de bens e serviços ref litam cada vez mais os custos ambientais de seus insumos, produção, uso, reciclagem e eliminação, segundo as condições de cada local.

Os projetos de geração de trabalho e renda voltados à inclusão social são aqueles que buscam a superação da pobreza, o desenvolvimento socioeconômico e o protagonismo dos produtores associados. Para que tais objetivos sejam alcan-çados, os projetos devem necessariamente ter viabilidade econômica e gestão competente, bem como contribuir para desenvolver as capacidades produtivas, empreendedoras, gerenciais, políticas, culturais e associativas dos trabalhadores.

Os principais entraves para se chegar lá são as difi culdades de planejar a produção e a comercialização e obter informações seguras de mercado, bem como vencer a restrição ao crédito e a falta de capacitação permanente dos trabalhadores.

A economia de Teresópolis, no período 2002-2007, correspondia a 17,2% do PIB da região serrana. Dentro do Comperj, este município faz parte da Região de Inf luência Ampliada e respondeu, no mesmo período, por 0,85% do PIB da região9.

Teresópolis é um dos 87 municípios do Estado do Rio de Janeiro que rece-bem royalties pela exploração e produção do petróleo – o que justifica a alta participação do município no PIB regional. No ano passado, o repasse desses recursos ao município somou cerca de R$ 10 milhões.

9 IBGE, em parceria com órgãos estaduais de estatística (Fundação Cide), Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

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101

O perfi l do setor produtivo do município encontra-se no Gráfi co 2. Em todos os setores da economia, o porte predominante de estabelecimento é a microempresa.

Gráfi co 2: Número de estabelecimentos por setor, conforme o tamanho

Fonte: Sebrae, base de dados RAIS/2007

Entre 2002 e 2007, mais de 80% da renda foram gerados no setor de serviços (Gráfico 3). Este percentual se reduziu em 2004 (-62%), ano em que a indús-tria teve sua participação aumentada para 30%. Mas esse crescimento não se sustentou e, em 2007, a indústria retomou sua posição relativa (-11%), o mesmo ocorrendo com os serviços. Cabe ressaltar a participação da administração pública nesse setor. Em 2002, correspondeu a 26,4% do total dos serviços; em 2004, a 16,9% e, em 2007, a 26,8%. O oposto ocorreu com a agricultura, cuja participação relativa era pequena e decrescente.

Segundo dados da Fundação Cide, a taxa de crescimento do PIB per capita do município no período 2002-2007 foi de 48,19%. O PIB per capita da região serrana nesse período cresceu 53,12%. Em 2002, o PIB per capita era R$ 7.803 e, em 2007, chegou a R$ 11.563. Esses dados sugerem que a economia do município está em franco processo de crescimento econômico.

Micro

Pequena

Média

Grande

101 12 2 1

559

37 7 1

1991

1745 3

2752

1629 14

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

ServiçosComércioIndústriaAgropecuária

Royalt ies –Royalt ies – Uma das compensa-ções f inanceiras relacionadas às atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural que as companhias petrolíferas pagam aos estados e municípios produtores. A legislação prevê regras diferentes para a distr ibuição dos royalties em função da localização do campo produtor, se em terra ou no mar.

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102

Gráfi co 3: Participação relativa dos setores no PIB do município nos anos de 2002, 2004 e 2007

Fonte: IBGE 2007

Sua população total em 2007 era de 150.268 habitantes, sendo que 83,4% residiam na área urbana e 16,6% na área rural10. A maior parcela dessa popu-lação (Gráfico 4) tem idade acima de 15 anos. Considerando a idade estimada para a população economicamente ativa, é possível afirmar que a PEA do município de Teresópolis, em 2007, correspondia a 73,49% da sua população.

Gráfi co 4: Distribuição da população de Teresópolis entre as faixas etárias.

Fonte: Sebrae, RAIS/ESTAB 2007

Considerando-se a idade estimada para a população economicamente ativa, a PEA do município de Teresópolis em 2007 correspondia a 66,10% da sua população. Além disso, apenas 20,82% da PEA estavam ocupados com carteira assinada em 2007 – mais de 14% eram assalariados.

10 IBGE e Sebrae, base de dados RAIS/2007.

0

20

40

60

80

100

2002

2004

2007

5,26 9,24 3,50 10,68

29,12

12,28

84,06

61,64

84,23

26,39

16,87

26,80

Administração Pública

ServiçoIndústriaAgropecuária

0

5

10

15

20

25

30

8,89% 8,86% 8,96% 9,25%

17,04%

28,70%

18,30%

50 anos +30 a 49 anos20 a 29 anos15 a 19 anos10 a 14 anos5 a 9 anos0 a 4 anos

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Gráfi co 5: Porcentagem da população economicamente ativa no ano de 2007

Fonte: IBGE, Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (-2008)

Ainda que os dados sobre comportamento do emprego com carteira assinada (Gráfico 6) indiquem melhoras, apresentando taxas de crescimento positivas e elevadas, as exceções são a indústria extrativa mineral e os serviços in-dustriais de utilidade pública.

Gráfi co 6: Taxa de variação de emprego com carteira assinada por setor de atividade entre os anos de 2001 e 2008

Fonte: IBGE 2007

Os participantes do grupo de Teresópolis manifestaram preocupação com o desemprego, a pobreza e a desigualdade social no município. Chama atenção a diferença entre o PIB per capita , que cresceu 48,19% entre 2002-2007, chegando ao montante de R$ 11.563 – em valor mensal seria R$ 963,53. Já a renda média dos trabalhadores, em período equivalente, permaneceu em torno de R$ 435,86, evidenciando a má distribuição de renda no município.

0

10

20

30

40

50

60

70

8066,10%

20,82%13,76% 14,13%

% PEA ocupadaque é assalariada

% populaçãoque é PEA ocupada

% PEA ocupada% da populaçãoque é PEA

-200

0

200

400

600

800

1000

ComércioServiçosServ.Ind.Ut.Pub

Ind.Transformação

Ind.ExtrativaMineral

Const. CivilAgropecuáriaAdm. Pública

26,28 2,41

802,22

41,3899,22

-98,39 35,81 87,01

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104

No mapa da densidade da pobreza no estado, Teresópolis apresenta um índice na faixa de 25,6% a 38,1%, que indica o número de pessoas residentes no município com renda domiciliar inferior a 0,5 SM/km2. Embora a concentração da pobreza seja baixa, devido à grande extensão territorial do município, a taxa de pobreza é alta. Considerando o número de pessoas residentes com renda domiciliar inferior a 0,5 SM/total de habitantes, esta taxa em Teresó-polis fica na faixa de 14,18% a 21,43%.

Mapa 8: Densidade de pobreza no Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Estratégias e ações para a conservação da Biodiversidade no Estado do Rio de Janeiro, (2009), in Anuário Estatístico do Rio de Janeiro, Fundação Ceperj (http://www.ceperj.rj.gov.br)

Apesar das taxas de crescimento positivas, os participantes do grupo de Teresópolis informaram que enfrentam problemas de desemprego e exclusão social provocados pela existência de mão de obra desqualifi cada e pela falta de políticas públicas para geração de trabalho e renda.

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Segundo a Fundação Ceperj (2009), o número de demissões em 2007 foi de 9.500 posições. No mesmo período, o número de admissões registrou 11.417 vagas. A atuação das entidades do Sistema S (Sesc, Sebrae e Senac), somada aos esforços da sociedade civil através das ações de entidades representa-tivas com forte atuação – Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sincomércio, Nossa Teresópolis e outras –, tem sido fundamental para a geração de empregos e melhor distribuição de renda.

O grupo também citou como potencialidade o Programa Economia Solidária, destacando a existência de um Centro de Formação Profi ssional ligado à Se-cretaria Municipal de Indústria e Comércio, com atividades voltadas à geração de renda. Além disso, também considerou positivas a criação de Secretaria Municipal de Trabalho e Renda e a organização do Plano Diretor e do Conselho da Cidade voltados para o desenvolvimento sustentável.

Sede do Serviço Social do Comércio em Teresópolis

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PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

• Promoção da geração de emprego e renda Infraestrutura

1. Estruturar a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio 1. Estruturar a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio por meio da recomposição dos quadros técnicos.por meio da recomposição dos quadros técnicos.

2. Estruturar Teresópolis como polo regional para a Região 2. Estruturar Teresópolis como polo regional para a Região Centro-Serrana no desenvolvimento social e econômico, Centro-Serrana no desenvolvimento social e econômico, por intermédio do aumento da oferta de serviço para por intermédio do aumento da oferta de serviço para atendimento das demandas locais.atendimento das demandas locais.

Gestão pública3. Integrar os trabalhos da Secretaria Municipal de Trabalho 3. Integrar os trabalhos da Secretaria Municipal de Trabalho

e Renda com os trabalhos da Secretaria Municipal de e Renda com os trabalhos da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio.Indústria e Comércio.

4. Legit imar a Câmara Técnica para “desenvolv imento 4. Legit imar a Câmara Técnica para “desenvolv imento sustentável e política de combate à pobreza” dentro do sustentável e política de combate à pobreza” dentro do Conselho da Cidade, contando com a participação de Conselho da Cidade, contando com a participação de representantes do Fórum Agenda 21 Local.representantes do Fórum Agenda 21 Local.

5. Integrar as Secretarias Municipais com o projeto “Nossa 5. Integrar as Secretarias Municipais com o projeto “Nossa Teresópolis” e com entidades representativas de forte Teresópolis” e com entidades representativas de forte atuação, ta is como Aciat, CDL e Sincomércio, entre atuação, ta is como Aciat, CDL e Sincomércio, entre outras.outras.

6. Desenvolver políticas públicas voltadas para a geração 6. Desenvolver políticas públicas voltadas para a geração de emprego e renda.de emprego e renda.

7. Implementar e promover os programas do Plano Diretor 7. Implementar e promover os programas do Plano Diretor previstos na linha estratégica XIII – Desenvolvimento previstos na linha estratégica XIII – Desenvolvimento Social Includente.Social Includente.

Planejamento8. Realizar o levantamento das ações e programas de geração 8. Realizar o levantamento das ações e programas de geração

de renda existentes no município.de renda existentes no município.

9. Preparar Teresópolis para potencializar os impactos po-9. Preparar Teresópolis para potencializar os impactos po-sitivos decorrentes da Copa do Mundo de 2014, com a sitivos decorrentes da Copa do Mundo de 2014, com a presença de seleções de futebol treinando no município.presença de seleções de futebol treinando no município.

• Estratégias para viabilizar a qualificação da mão-de-obra Capacitação

1. Qualificar a mão de obra direcionada para os setores de 1. Qualificar a mão de obra direcionada para os setores de turismo, agricultura, educação e tecnologia.turismo, agricultura, educação e tecnologia.

Planejamento2. Identificar as demandas da indústria e comércio locais, 2. Identificar as demandas da indústria e comércio locais,

incentivando parcerias para a criação de cursos profis-incentivando parcerias para a criação de cursos profis-sionalizantes.sionalizantes.

3. Identificar na região a mão de obra que possa ser absor-3. Identificar na região a mão de obra que possa ser absor-vida a partir da instalação do Comperj, qualificando os vida a partir da instalação do Comperj, qualificando os respectivos profissionais.respectivos profissionais.

4. Incluir cursos profissionalizantes no programa do Ensino 4. Incluir cursos profissionalizantes no programa do Ensino Médio (mestre de obra, carpinteiro e eletricista, entre Médio (mestre de obra, carpinteiro e eletricista, entre outros).outros).

5. Envolver as entidades do Sistema S (Sesc, Sebrae e Se-5. Envolver as entidades do Sistema S (Sesc, Sebrae e Se-nac) instaladas em Teresópolis para realizar cursos de nac) instaladas em Teresópolis para realizar cursos de qualificação profissional.qualificação profissional.

6. Assegurar a continuidade dos projetos e fortalecimento 6. Assegurar a continuidade dos projetos e fortalecimento da Aciat.da Aciat.

7. Criar uma Agência de Desenvolvimento Local (ADL).7. Criar uma Agência de Desenvolvimento Local (ADL).

8. Fortalecer o Centro de Formação Profissional, ligado à 8. Fortalecer o Centro de Formação Profissional, ligado à Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, com a re-Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, com a re-alização de atividades voltadas para a geração de renda.alização de atividades voltadas para a geração de renda.

9. Formar grupos de produção e cooperativas, com princípios 9. Formar grupos de produção e cooperativas, com princípios da economia popular solidária.da economia popular solidária.

Gestão pública10. Cobrar o apoio das autoridades competentes no desen-10. Cobrar o apoio das autoridades competentes no desen-

volvimento de programas de Economia Solidária.volvimento de programas de Economia Solidária.

Articulação11. Firmar convênio com o Sebrae para a realização de cur-11. Firmar convênio com o Sebrae para a realização de cur-

sos de gestão e associativismo para o trabalhador rural.sos de gestão e associativismo para o trabalhador rural.

12. Promover maior atuação do Sistema Firjan no município, 12. Promover maior atuação do Sistema Firjan no município, incluindo estrutura física e programas do Sesi/Senai.incluindo estrutura física e programas do Sesi/Senai.

13. Promover a integração entre a universidade e as em-13. Promover a integração entre a universidade e as em-presas.presas.

Possíveis parceirosAbav . Aciat . Alerj . Associações de Moradores . Câmara Mu-nicipal . CBF . CDL . Cenpes . Comissão Municipal de Emprego . Conselho da Cidade . Cooperativas . Firjan . Ministério dos Esportes . MP . Movimento Nossa Teresópolis . OAB . Prefeitura Municipal . Prefeituras Municipais (São José do Vale do Rio Preto; Sapucaia, Sumidoro, Carmo, Guapimirim) . Prominp . Sebrae . Secretarias Municipais (Educação, Turismo, Agricul-tura, Indústria e Comércio, Trabalho e Renda, Desenvolvimento Social) . Senac . Senai . Senat . SinComércio . Sindicatos . Sin-

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dicatos . Teresópolis Convention & Visitors Bureau . TurisRio . Universidades.

Possíveis fontes de financiamentoAssociação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat) . Bird . Empresas associadas ao Comperj . FAT . Finep . Planfor . Unisol.

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AGRICULTURAA Agenda 21, em seu capítulo 32, afirma que a agricultura ocupa um terço da superfície da Terra e constitui a atividade central de grande parte da população mundial. Segundo o documento, as atividades rurais ocorrem em contato estreito com a natureza – a que agregam valor com a produção de recursos renováveis –, ao mesmo tempo em que a tornam vulnerável à exploração excessiva e ao manejo inadequado.

A agricultura é sustentável quando é ecologicamente equilibrada, economi-camente viável, socialmente justa, culturalmente apropriada e orientada por um enfoque holístico. Este modelo de agricultura respeita a diversidade e a independência, utiliza os conhecimentos da ciência moderna para se desen-volver e não marginaliza o conhecimento tradicional acumulado ao longo dos séculos por grandes contingentes de pequenos agricultores em todo o mundo.

Uma agricultura sustentável produz alimentos saudáveis para os consumi-dores e os animais, não prejudica o meio ambiente, é justa com seus traba-lhadores, respeita os animais, provê sustento digno aos agricultores e apoia e melhora as comunidades rurais. Além disso, deve manter nossa capacidade futura de produzir alimentos, distribuindo-os com justiça, mantendo a qua-lidade do meio ambiente e preservando a diversidade cultural e biológica das variedades tradicionais de plantas cultiváveis.

Teresópolis é um município beneficiado pelo clima favorável à produ-ção agrícola. Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável11, o município é o “maior produtor de hortigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro, em volume, e o maior fornecedor de olerícolas folhosas para as Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ)”. Na área rural do município, predominam os minifúndios, pequenas propriedades dirigidas por agricultores familiares. O número total de produtores rurais está hoje na faixa de 3.500 a 4.000, a grande maioria em pequenas propriedades.

Apesar disso, a agricultura, juntamente com a pecuária, representa apenas 9% de sua economia. A agricultura processada no município não garante a sustentabilidade econômica dos agricultores, em parte devido à falta de infraestrutura para manter a agricultura produtiva – transporte, comu-nicação e equipamentos. Também falta política pública para incentivar a população rural a não abandonar o campo, além de capacitação e parceria por parte do município.

11 PMT/FGV, Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Teresópolis – Documento Técnico, 2006, p. 222-233.

Teresópolis é um importante polo agrícola do estado do Rio de Janeiro

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Sistema Agrof lorestal –Sistema Agrof lorestal – Forma de uso da terra na qual se combinam espécies arbóreas lenhosas (frutífe-ras e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou animais, de forma simultânea ou em sequência tem-poral, e que interagem econômica e ecologicamente. Objetiva otimizar a produção com o uso mais efi ciente dos recursos (solo, água, luz etc.), a diversif icação de produção e a interação positiva entre os compo-nentes. Sistemas agrofl orestais fa-zem parte das diretrizes centrais de desenvolvimento rural sustentável, pois podem ser implantados em áre-as alteradas por atividades agrícolas malsucedidas, contribuindo para a redução do desmatamento de novas áreas de fl oresta (Fonte: Embrapa).

Agroecolog ia –Agroecolog ia – Abordagem da agricultura que se baseia nas di-nâmicas da natureza e propõe mu-danças profundas nos sistemas e nas formas de produção. Sua fi losofi a é produzir de acordo com as leis e as dinâmicas que regem os ecossis-temas – uma produção com e não contra a natureza. Reúne conceitos das ciências naturais e das ciências sociais em práticas dedicadas ao estudo das relações produtivas en-tre o homem e a natureza, visando sempre à sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural, política e ética. No âmbito da agroecologia, encontramos ainda discussões so-bre manutenção da biodiversidade, agricultura orgânica, agrofl oresta, permacultura e agroenergia, dentre outros temas.

Um bom exemplo são os 700 km de estradas do município, dos quais 510 km não têm pavimentação. Durante a época de chuvas, o trânsito dos caminhões que escoam a produção provoca muitos estragos nas rodovias.

No entanto, algumas iniciativas já indicam um início de articulação da agri-cultura local, como uma parceria entre a Secretaria Municipal de Agricultura, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e a Secretaria Municipal de Turismo, além de um convênio da prefeitura com a Emater, apesar de esta contar com poucos técnicos no município.

Segundo os participantes, há produtores rurais tradicionais que utilizam técnicas orgânicas e produzem ervas medicinais. E, mesmo sem uma política que enfatize e priorize a agricultura sustentável, há um movimento crescente de produtores em agricultura orgânica com uma produção sustentável de ali-mentos – já foi criada, inclusive, a Associação de Produtores Orgânicos. No entanto, ainda falta incentivo comercial à agricultura orgânica.

A UFRJ está presente em Teresópolis com o projeto de tratamento da produção agrícola e do produtor com homeopatia. A prefeitura já dispõe de um estudo da UFRJ/Nesc sobre transição da agricultura convencional para agro-homeopatia (o Instituto Brejal–Petrópolis já utiliza essa técnica), abrindo novos horizontes à produção orgânica no município.

Além disso, a existência de fl orestas possibilita o desenvolvimento de sistemas agrofl orestais para a produção rural, apesar de ainda faltar divulgação e apoio a práticas como a agroecologia – este é um sistema de agricultura sustentável que pode se tornar uma alternativa viável, especialmente se for encontrado um meio de sanar a falta de um programa de remuneração ao produtor rural pelos serviços ambientais e seus benefícios à coletividade.

Os participantes do grupo mencionaram a criação de um núcleo em Agricul-tura Orgânica e Agroecologia e a existência de um projeto para um Jardim Botânico de plantas medicinais. Outra potencialidade identificada é a feira de produtos orgânicos, com venda direta do produtor ao consumidor, funcio-nando regularmente duas vezes por semana (apoiada na lei de venda direta).

No entanto, a prática mais comum é o uso intenso de agrotóxicos nas lavouras de hortaliças, ocasionando frequentes problemas de intoxicação nos agricultores e seus familiares. Outro problema é a comercialização de agrotóxicos por vende-dores individuais, que não estão sujeitos ao controle do receituário agronômico.

A infraestrutura disponível para o escoamento da produção agrícola é precária e falta um canal alternativo para o produtor rural escoar sua produção para outros municípios e estados – como, por exemplo, um escritório de negócios e a criação de um mercado municipal, visando minimizar a ação exploradora do atravessador. Também é preciso desenvolver meios para sanar a falta de entrosamento e respeito entre os próprios produtores e entre produtores e compradores, e a falta de credibilidade para criação de cooperativas.

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Apesar destas dificuldades, Teresópolis conta com um programa de melhoria de vida no campo que visa aumentar a remuneração dos produtores rurais, com fundos (Pronaf) para desenvolver atividades com a população rural e com a existência de organizações do setor produtivo agrícola para melhorar a comercialização da produção – e, consequentemente, manter o homem no campo. Além disso, há a possibilidade de parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

A associação com organizações capazes de trazer conhecimento para os produtores pode resolver a falta de capacitação para o produtor rural no uso racional dos recursos naturais (ex.: água para a irrigação) e outros temas de interesse, como técnicas de conservação para que seus produtos possam ser minimamente processados – alimentos embalados hermeticamente para comercialização –, aproveitando a produção agrícola excedente.

Também há necessidade de criar uma Central de Informações para a orien-tação do pequeno agricultor. Uma boa iniciativa presente no município é a realização de eventos, como Etecponkan e TecnoHort, com cursos e palestras. Também foi apontada a falta de um mercado municipal para o produtor rural.

O grupo assinalou a falta de rubrica exclusiva para que a cota de retorno do estado possa ser direcionada à agricultura. Afirmou também que falta estímulo para que mais agricultores preencham a Declan12.

A tangerina e o tomate foram os principais produtos agrícolas das lavou-ras do município em 2008, com uma produção de 11.420 e 3.200 toneladas, respectivamente. As áreas plantadas chegaram a 571 hectares, no caso da tangerina, com rendimento médio de 20 mil kg/ha; e a 40 hectares de tomate, com 80 mil kg/ha. O município cultiva ainda batata-doce (1.206 t), mandioca (900 t), banana (70 t) e feijão em grãos (27 t).

A pecuária no município destacou-se, ainda em 2008, na criação de aves (560 mil cabeças), bovinos (5.100 cabeças), equinos (2.100 cabeças) e vacas ordenhadas (mil cabeças). Teresópolis também tem criação de caprinos, suí-nos, codornas e coelhos, entre outros, além de produzir leite (mil litros), ovos de galinha (21 mil dúzias), ovos de codorna (22 mil dúzias) e mel de abelha (2.200 quilos). Os dados são do IBGE/2010.

12 O cálculo do FPM tem um componente adicional referente às declarações anuais (Declan) recebidas pelo governo do estado. O preenchimento da Declaração Anual de Renda (Declan) permite identifi car o grau de participação da agricultura na economia. Com base neste grau de participação, os programas de incentivo à agricultura do governo federal repassam verbas para o município. Quanto mais Declans enviadas, mais recursos são recebidos. Hoje, poucas Declans são enviadas. Os motivos podem ser desconhecimento ou o fato de terem um custo para o produtor (este custo deve ser extinto).

Tomates e tangerinas são alguns dos principais produtos agrícolas cultivados em Teresópolis

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PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

• Promovendo o fortalecimento da agricultura Gestão pública

1. Elaborar a política municipal de agricultura familiar 1. Elaborar a política municipal de agricultura familiar para desenvolver a vocação econômica de agricultura para desenvolver a vocação econômica de agricultura sustentável, sob a diretriz do Plano Diretor.sustentável, sob a diretriz do Plano Diretor.

2. Ampliar a atuação e capacitação das Secretarias e Con-2. Ampliar a atuação e capacitação das Secretarias e Con-selhos.selhos.

3. Ampliar o contato dos funcionários das Secretarias e 3. Ampliar o contato dos funcionários das Secretarias e Conselhos da área com os produtores.Conselhos da área com os produtores.

4. Ampliar o número de agrônomos e técnicos agrícolas na 4. Ampliar o número de agrônomos e técnicos agrícolas na Emater e Secretaria Municipal de Agricultura.Emater e Secretaria Municipal de Agricultura.

5. Destinar recursos próprios ao Conselho Municipal de 5. Destinar recursos próprios ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural.Desenvolvimento Rural.

6. Reivindicar a compra dos formulários de declaração (De-6. Reivindicar a compra dos formulários de declaração (De-clan) para fornecer aos agricultores.clan) para fornecer aos agricultores.

7. Cobrar a rubrica exclusiva para que a cota de retorno do 7. Cobrar a rubrica exclusiva para que a cota de retorno do estado possa ser direcionada à agricultura.estado possa ser direcionada à agricultura.

8. Institucionalizar a atividade de distribuidor, para que 8. Institucionalizar a atividade de distribuidor, para que os atravessadores não sejam beneficiados com título de os atravessadores não sejam beneficiados com título de produtor e paguem os impostos adequados.produtor e paguem os impostos adequados.

Comunicação9. Promover maior divulgação e transparência dos recursos 9. Promover maior divulgação e transparência dos recursos

destinados à agricultura.destinados à agricultura.

Planejamento10. Solicitar apoio municipal para o Laboratório de Análise 10. Solicitar apoio municipal para o Laboratório de Análise

de Solo.de Solo.

11. Criar um fórum de discussão permanente junto aos se-11. Criar um fórum de discussão permanente junto aos se-cretários municipais de Agricultura e de Meio Ambiente.cretários municipais de Agricultura e de Meio Ambiente.

12. Fortalecer o Conselho Municipal de Desenvolvimento 12. Fortalecer o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural.Rural.

Infraestrutura13. Melhorar a infraestrutura para manter a agricultura 13. Melhorar a infraestrutura para manter a agricultura

produtiva (transporte, comunicação e equipamentos, produtiva (transporte, comunicação e equipamentos, entre outros).entre outros).

14. Melhorar as vias de escoamento na zona rural.14. Melhorar as vias de escoamento na zona rural.

• Mecanismos para assegurar a aquisição de recursos para a agricultura Fiscalização

1. Fiscalizar os recursos direcionados ao Conselho.1. Fiscalizar os recursos direcionados ao Conselho.

2. Fiscalizar o uso da verba do Pronaf na agricultura mu-2. Fiscalizar o uso da verba do Pronaf na agricultura mu-nicipal.nicipal.

3. Fiscalizar a alocação e prestação de contas dos recursos 3. Fiscalizar a alocação e prestação de contas dos recursos conseguidos, principalmente nas Cooperativas e Asso-conseguidos, principalmente nas Cooperativas e Asso-ciações.ciações.

4. Fiscalizar os recursos provenientes do estado e União, 4. Fiscalizar os recursos provenientes do estado e União, direcionados a cursos de capacitação rural (cursos in-direcionados a cursos de capacitação rural (cursos in-terrompidos sem entrega de certificado).terrompidos sem entrega de certificado).

• Estratégias para fortalecer o mercado do produtor rural Articulação

1. Articular ações continuadas de integração entre a Secre-1. Articular ações continuadas de integração entre a Secre-taria Municipal de Agricultura e as comunidades rurais, taria Municipal de Agricultura e as comunidades rurais, visando ao aumento da produção sustentável.visando ao aumento da produção sustentável.

2. Articular com os governos federal e estadual a obtenção 2. Articular com os governos federal e estadual a obtenção de maiores incentivos para o setor agrícola.de maiores incentivos para o setor agrícola.

Planejamento3. Solicitar maiores financiamentos para a produção agrí-3. Solicitar maiores financiamentos para a produção agrí-

cola local.cola local.

4. Promover a plantação e o consumo de produtos orgânicos.4. Promover a plantação e o consumo de produtos orgânicos.

5. Apoiar a criação de unidades agroindustriais adminis-5. Apoiar a criação de unidades agroindustriais adminis-tradas pelos produtores.tradas pelos produtores.

6. Criar incentivos fiscais para a compra de adubo direta-6. Criar incentivos fiscais para a compra de adubo direta-mente do produtor.mente do produtor.

7. Desenvolver estratégias voltadas para fortalecer a pro-7. Desenvolver estratégias voltadas para fortalecer a pro-dução de hortifrutigranjeiros.dução de hortifrutigranjeiros.

8. Criar um selo (certif icado de produtos) que identifique 8. Criar um selo (certif icado de produtos) que identifique práticas sustentáveis (Secretaria Municipal de Agricul-práticas sustentáveis (Secretaria Municipal de Agricul-tura, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Aciat, tura, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Aciat, entre outros).entre outros).

9. Utilizar as cooperativas como agentes agregadores de 9. Utilizar as cooperativas como agentes agregadores de tecnologia, desenvolvendo novas técnicas de plantio tecnologia, desenvolvendo novas técnicas de plantio menos poluidoras.menos poluidoras.

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10. Viabilizar a formação de apólices de seguro para as 10. Viabilizar a formação de apólices de seguro para as estufas hidropônicas.estufas hidropônicas.

Infraestrutura11. Melhorar a infraestrutura da Ceasa.11. Melhorar a infraestrutura da Ceasa.

Elaboração de programas12. Elaborar um programa de melhoria das condições sani-12. Elaborar um programa de melhoria das condições sani-

tárias dos produtos, desde a colheita ao consumo.tárias dos produtos, desde a colheita ao consumo.

• Desenvolvimento de mecanismos que promovam o escoamento da produção agrícola Infraestrutura

1. Construir um mercado municipal para o produtor rural.1. Construir um mercado municipal para o produtor rural.

2. Criar um “Sacolão” volante para os produtores de orgâ-2. Criar um “Sacolão” volante para os produtores de orgâ-nicos.nicos.

Planejamento3. Organizar o setor produtivo agrícola para melhorar a 3. Organizar o setor produtivo agrícola para melhorar a

comercialização da produção.comercialização da produção.

4. Planejar ações estratégicas que garantam o entrosamento 4. Planejar ações estratégicas que garantam o entrosamento entre produtores e consumidores.entre produtores e consumidores.

5. Fortalecer a feira de produtos orgânicos, gerando renda 5. Fortalecer a feira de produtos orgânicos, gerando renda para as famílias produtoras e conferindo maior visibi-para as famílias produtoras e conferindo maior visibi-lidade dos produtos no mercado consumidor.lidade dos produtos no mercado consumidor.

6. Estudar soluções alternativas para o produtor rural esco-6. Estudar soluções alternativas para o produtor rural esco-ar seus produtos para outros municípios e estados (ex.: ar seus produtos para outros municípios e estados (ex.: escritório de negócios, mercado municipal).escritório de negócios, mercado municipal).

7. Criar cooperativas ou associações de pequenos agricultores 7. Criar cooperativas ou associações de pequenos agricultores para negociar os produtos sem a ação de intermediários.para negociar os produtos sem a ação de intermediários.

Comunicação8. Criar uma rede de comunicação entre o consumidor e o 8. Criar uma rede de comunicação entre o consumidor e o

produtor.produtor.

Articulação9. Estabelecer convênios com a prefeitura para fazer o 9. Estabelecer convênios com a prefeitura para fazer o

transporte das mercadorias.transporte das mercadorias.

Gestão pública10. Fornecer subsídios técnicos para estabelecer o contato 10. Fornecer subsídios técnicos para estabelecer o contato

direto dos produtores com o mercado consumidor.direto dos produtores com o mercado consumidor.

11. Elaborar e aprovar um projeto de lei, criando um pro-11. Elaborar e aprovar um projeto de lei, criando um pro-grama de compras de produção orgânica de pequenos grama de compras de produção orgânica de pequenos produtores locais para a utilização em merendas das produtores locais para a utilização em merendas das escolas, hospitais e outras instituições municipais.escolas, hospitais e outras instituições municipais.

• Medidas estratégicas para a fixação do homem no campo Capacitação

1. Capacitar o homem do campo, visando à redução de custos 1. Capacitar o homem do campo, visando à redução de custos e melhoria da qualidade dos produtos agrícolas.e melhoria da qualidade dos produtos agrícolas.

Comunicação2. Divulgar as práticas tradicionais dos produtores rurais 2. Divulgar as práticas tradicionais dos produtores rurais

(técnicas orgânicas, ervas medicinais, rezadeiras e (técnicas orgânicas, ervas medicinais, rezadeiras e curandeiras).curandeiras).

Planejamento3. Facilitar o acesso do pequeno produtor aos incentivos 3. Facilitar o acesso do pequeno produtor aos incentivos

fiscais existentes.fiscais existentes.

4. Cobrar investimentos em cooperativas de mulheres rurais, 4. Cobrar investimentos em cooperativas de mulheres rurais, para a produção de mudas nativas para ref lorestamento.para a produção de mudas nativas para ref lorestamento.

5. Estabelecer critérios para a captação de recursos e parce-5. Estabelecer critérios para a captação de recursos e parce-rias para o projeto de Jardim Botânico Popular de Plantas rias para o projeto de Jardim Botânico Popular de Plantas Medicinais, em áreas livres de contaminação.Medicinais, em áreas livres de contaminação.

6. Promover os eventos rurais da região (ex.: Festa da 6. Promover os eventos rurais da região (ex.: Festa da Ponkan e Encontro do Produtor Rural, entre outros).Ponkan e Encontro do Produtor Rural, entre outros).

7. Criar uma Central de Informações para a orientação do 7. Criar uma Central de Informações para a orientação do pequeno agricultor.pequeno agricultor.

Elaboração de programas e projetos8. Elaborar programas de melhoria da qualidade de vida 8. Elaborar programas de melhoria da qualidade de vida

no campo.no campo.

9. Desenvolver um programa de remuneração ao produtor 9. Desenvolver um programa de remuneração ao produtor rural pelos serviços ambientais.rural pelos serviços ambientais.

10. Desenvolver programas de fixação do jovem no campo 10. Desenvolver programas de fixação do jovem no campo (ex.: núcleo digital, calendário escolar compatível com o (ex.: núcleo digital, calendário escolar compatível com o calendário de produção, lazer, cultura, esporte “semir-calendário de produção, lazer, cultura, esporte “semir-radical” e incentivos, entre outros).radical” e incentivos, entre outros).

11. Elaborar projetos para tratar com homeopatia a produção 11. Elaborar projetos para tratar com homeopatia a produção agrícola e o produtor.agrícola e o produtor.

Gestão pública12. Elaborar políticas de controle do uso de adubos e insu-12. Elaborar políticas de controle do uso de adubos e insu-

mos químicos.mos químicos.

• Ações para melhorar a infraestrutura do produtor rural Planejamento

1. Atrair escolas agrícolas com auxílio da Embrapa e Uerj.1. Atrair escolas agrícolas com auxílio da Embrapa e Uerj.

2. Desenvolver mecanismos que facilitem o acesso do agri-2. Desenvolver mecanismos que facilitem o acesso do agri-cultor à tecnologia e à informação.cultor à tecnologia e à informação.

3. Integrar o Sistema S, para ampliar a interação junto ao 3. Integrar o Sistema S, para ampliar a interação junto ao produtor rural.produtor rural.

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Articulação4. Estabelecer parcerias e cooperações que dinamizem a 4. Estabelecer parcerias e cooperações que dinamizem a

Secretaria Municipal de Agricultura e demais órgãos e Secretaria Municipal de Agricultura e demais órgãos e instituições que façam esse tipo de trabalho.instituições que façam esse tipo de trabalho.

5. Estabelecer parcerias com a Universidade Federal Rural 5. Estabelecer parcerias com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Rio de Janeiro e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural para a capacitação na área rural.Rural para a capacitação na área rural.

Capacitação6. Capacitar o agricultor para agregar valor aos nossos 6. Capacitar o agricultor para agregar valor aos nossos

produtos agrícolas.produtos agrícolas.

7. Realizar cursos voltados para o desenvolvimento de Sis-7. Realizar cursos voltados para o desenvolvimento de Sis-temas Agrof lorestais (SAFs).temas Agrof lorestais (SAFs).

8. Capacitar comunidades rurais para a multifuncionalidade 8. Capacitar comunidades rurais para a multifuncionalidade da propriedade rural.da propriedade rural.

9. Capacitar o produtor rural para o uso racional dos re-9. Capacitar o produtor rural para o uso racional dos re-cursos naturais.cursos naturais.

10. Capacitar os proprietários rurais para o trabalho nos 10. Capacitar os proprietários rurais para o trabalho nos Conselhos.Conselhos.

11. Capacitar os produtores para o beneficiamento de pro-11. Capacitar os produtores para o beneficiamento de pro-dutos minimamente processados (alimentos embalados dutos minimamente processados (alimentos embalados hermeticamente para comercialização), aproveitando a hermeticamente para comercialização), aproveitando a produção agrícola excedente.produção agrícola excedente.

12. Capacitar os produtores rurais para produção de produtos 12. Capacitar os produtores rurais para produção de produtos desidratados, geleias e embutidos, entre outros.desidratados, geleias e embutidos, entre outros.

13. Capacitar os proprietários de terras para criação de 13. Capacitar os proprietários de terras para criação de cooperativas ou associações de pequenos agricultores.cooperativas ou associações de pequenos agricultores.

14. Realizar cursos de capacitação voltados para a elaboração 14. Realizar cursos de capacitação voltados para a elaboração de projetos e captação de recursos na área rural.de projetos e captação de recursos na área rural.

15. Realizar capacitação em agricultura sustentável.15. Realizar capacitação em agricultura sustentável.

• Fortalecimento das cadeias produtivas agroecológicas Comunicação

1. Divulgar projetos de tratamento da produção agrícola e 1. Divulgar projetos de tratamento da produção agrícola e do produtor com homeopatia, desenvolvidos pela Uni-do produtor com homeopatia, desenvolvidos pela Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro.versidade Federal do Rio de Janeiro.

2. Divulgar e incentivar a feira orgânica.2. Divulgar e incentivar a feira orgânica.

3. Ampliar a divulgação e o acesso à informação sobre o 3. Ampliar a divulgação e o acesso à informação sobre o funcionamento das cooperativas, bem como suas leis e funcionamento das cooperativas, bem como suas leis e incentivos disponíveis.incentivos disponíveis.

4. Divulgar os trabalhos desenvolvidos pelos Conselhos e 4. Divulgar os trabalhos desenvolvidos pelos Conselhos e Secretarias ligados à área.Secretarias ligados à área.

5. Divulgar o Núcleo Pioneiro em Agricultura Orgânica e 5. Divulgar o Núcleo Pioneiro em Agricultura Orgânica e Agroecologia.Agroecologia.

Planejamento6. Buscar maiores informações sobre programa de economia 6. Buscar maiores informações sobre programa de economia

solidária.solidária.

7. Buscar maiores informações sobre as práticas agroeco-7. Buscar maiores informações sobre as práticas agroeco-lógicas.lógicas.

8. Desenvolver estratégias de incentivo ao consumo de 8. Desenvolver estratégias de incentivo ao consumo de produtos orgânicos.produtos orgânicos.

9. Promover ações que incentivem a população rural a não 9. Promover ações que incentivem a população rural a não abandonar o campo.abandonar o campo.

10. Realizar a compra dos produtos alimentícios produzidos 10. Realizar a compra dos produtos alimentícios produzidos pelos pequenos agricultores familiares.pelos pequenos agricultores familiares.

• Otimização da produção agrícola Gestão pública

1. Elaborar políticas públicas que estabeleçam o enrique-1. Elaborar políticas públicas que estabeleçam o enrique-cimento da merenda escolar com produtos orgânicos cimento da merenda escolar com produtos orgânicos produzidos no município.produzidos no município.

2. Converter a produção excedente para escolas, creches e 2. Converter a produção excedente para escolas, creches e casas de repouso (públicas, municipais), entre outras, casas de repouso (públicas, municipais), entre outras, transformando os produtos agrícolas em descontos tri-transformando os produtos agrícolas em descontos tri-butários.butários.

Planejamento3. Incrementar o fornecimento de hort if rut igranjeiros, 3. Incrementar o fornecimento de hort if rut igranjeiros,

privilegiando o pequeno produtor para as empresas de privilegiando o pequeno produtor para as empresas de alimentação que servirão ao Comperj e entorno.alimentação que servirão ao Comperj e entorno.

4. Utilizar olerículas (verduras e folhosas) no cardápio de 4. Utilizar olerículas (verduras e folhosas) no cardápio de creches e escolas públicas.creches e escolas públicas.

5. Desenvolver estratégias alternativas para amenizar o 5. Desenvolver estratégias alternativas para amenizar o desperdício da produção agrícola.desperdício da produção agrícola.

Possíveis parceirosApherj . Associação de Produtores Orgânicos . Associação de Produtores Rurais . Conselhos Municipais (Cidade, Desenvolvi-mento Rural Sustentável, Agricultura) . Cooperativas . Emater . Empresas associadas ao Comperj . Escola Nacional de Botânica Tropical – Jardim Botânico do Rio de Janeiro . Ministérios (Agricultura Pecuária e Abastecimento, Desenvolvimento Agrá-rio) . ONGs . Promimp . Sebrae . Secretarias Municipais (Servi-ços Públicos, Agricultura, Educação, Desenvolvimento Social) . Senac . Sindicatos . Universidades . Vigilância Sanitária.

Possíveis fontes de financiamentoAshoka . BNDES . Caixa Econômica Federal . CT- Agro . Em-brapa . Finep . FNE Verde . Ministérios (Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Desenvolvimento Agrário, Trabalho e Emprego) . Prodetab.

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INDÚSTRIA E COMÉRCIOO comércio e a indústria devem reconhecer o manejo do meio ambiente como uma das mais altas prioridades das empresas e fator essencial para o desenvolvimento sustentável. Os dirigentes empresariais esclarecidos já estão implementando políticas e programas de gestão responsável, fomentando a abertura e o diálogo com os empregados e o público, e realizando auditorias ambientais e avaliações de observância.

Esses dirigentes cada vez mais tomam iniciativas voluntárias, promovendo e implementando autorregulamentações e assumindo responsabilidades maiores para assegurar que suas atividades tenham impactos mínimos sobre a saúde humana e o meio ambiente. É necessário encorajar e estimular a inventivi-dade, a competitividade e as iniciativas voluntárias para estimular opções mais variadas, eficientes e efetivas.

As empresas potencialmente poluidoras estão preocupadas com sua imagem e procuram adaptar-se aos novos tempos, promovendo a redução dos impac-tos ambientais de suas atividades. A competitividade moderna, por sua vez, também exige das indústrias e do comércio a adequação a esta tendência ambiental, o que está propiciando o surgimento de produtos e serviços am-bientais pelas chamadas ‘indústrias verdes’, que têm sua produção adequada aos novos parâmetros ambientais e estão direcionadas a serviços que visem à diminuição dos danos ao meio ambiente.

Espaço Mulher na Feira de Economia Solidária da Praça de Santa Tereza

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Em Teresópolis, a indústria representa 12% da atividade econômica do município (em 2004, era 29%), conforme indicado no Gráfico 3, e tem nas pequenas empresas sua maior representatividade. Apesar disso, faltam programas de incentivo para atração de empresas, contribuindo para que muitas fechem suas portas. Além disso, há desarticulação da classe empre-sarial, dificultando a construção de uma estratégia para fortalecer o setor.

Esta situação acaba se ref letindo tanto no potencial de crescimento/desen-volvimento do município quanto na geração de empregos. Daí a necessidade, segundo os participantes do processo, de considerar a possibilidade de mu-dança da política local, promovendo incentivo fi scal para atrair indústrias não poluentes e gerando empregos.

Os membros do Fórum indicaram que, se por um lado, o Comperj trouxe a expectativa de atrair empresas para o município, por outro, poderá atrair indústrias poluidoras, sem que o município tenha desenvolvido mecanismos de controle e fi scalização para a implantação de novas empresas e indústrias com atividades poluentes.

A ausência de mecanismos de controle e fi scalização no comércio e na indústria (tratamento de resíduos poluentes, sindicatos atuantes, relações trabalhis-tas, responsabilidade social, padrões de qualidade, cadeias produtivas) tem repercussão negativa no desenvolvimento econômico local. Os participantes assinalaram ainda o fraco envolvimento da indústria e do comércio em ini-ciativas de responsabilidade socioambiental.

O grupo também se mostrou preocupado com a indefinição de uma estratégia de apoio e incentivo à produção de artesanato local.

A realidade industrial da região deverá ser alterada devido à instalação do Comperj. O valor adicionado a ser gerado pelos empreendimentos durante a fase de operação do Complexo Petroquímico, com relação ao PIB do município, encontra-se na Tabela 2.

Tabela 2: Projeções para a relação entre o valor adicionado/PIB a partir da instalação do Complexo Petroquímico

Valor Adicionado / PIB (2015)

Município Cenário Conservador Cenário Otimista

Teresópolis 0,85% 1,71%

Rio de Janeiro 0,02% 0,05%

Fonte: Fundação Getúlio Vargas (2008)

Centro comercial em Teresópolis

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PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Capacitação2. Realizar oficinas de capacitação para empresários sobre 2. Realizar oficinas de capacitação para empresários sobre

produção limpa, aliada aos princípios de responsabili-produção limpa, aliada aos princípios de responsabili-dade socioambiental.dade socioambiental.

3. Realizar cursos de capacitação nas comunidades, voltados 3. Realizar cursos de capacitação nas comunidades, voltados para os artesãos.para os artesãos.

Elaboração de projetos4. Desenvolver projetos sociais por intermédio dos empre-4. Desenvolver projetos sociais por intermédio dos empre-

sários locais.sários locais.

Planejamento5. Promover o envolvimento da indústria e do comércio em 5. Promover o envolvimento da indústria e do comércio em

iniciativas de responsabilidade socioambiental.iniciativas de responsabilidade socioambiental.

6. Cobrar o apoio do poder público local ao incremento da 6. Cobrar o apoio do poder público local ao incremento da produção artesanal local.produção artesanal local.

7. Realizar o levantamento e o cadastramento dos artesãos 7. Realizar o levantamento e o cadastramento dos artesãos do município.do município.

8. Desenvolver estratégias que permitam a comercialização 8. Desenvolver estratégias que permitam a comercialização deste artesanato em outras localidades.deste artesanato em outras localidades.

9. Estabelecer critérios para a criação de cooperativas de 9. Estabelecer critérios para a criação de cooperativas de artesanato.artesanato.

Infraestrutura10. Criar novos locais para a realização de feiras de arte-10. Criar novos locais para a realização de feiras de arte-

sanato local.sanato local.

Comunicação11. Divulgar e fortalecer o Conselho Municipal de Artesãos.11. Divulgar e fortalecer o Conselho Municipal de Artesãos.

12. Trabalhar o 12. Trabalhar o marketingmarketing de identidade do artesanato de de identidade do artesanato de Teresópolis.Teresópolis.

Possíveis parceirosAssociação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat) . Associações de moradores . CDL . Conselho da Cidade . Cooperativas . Firjan . Movimento Nossa Teresópolis . Pre-feitura Municipal . Secretarias Municipais (Trabalho e Renda, Indústria e Comércio) . SinComércio . Unifeso.

Possíveis fontes de financiamentoBanco do Brasil . Bird . BNDES . Caixa Econômica Federal . FAT . Finep . MEC . Proger.

• Promoção do fortalecimento do comércio, indústria e serviços Gestão pública

1. Elaborar uma legislação específ ica para inibir a pre-1. Elaborar uma legislação específ ica para inibir a pre-sença de empresas poluentes e fiscalizar as poluidoras sença de empresas poluentes e fiscalizar as poluidoras existentes.existentes.

2. Desenvolver estratégias para o fortalecimento da pequena 2. Desenvolver estratégias para o fortalecimento da pequena indústria existente no município.indústria existente no município.

3. Implementar Arranjos Produtivos Locais (APL).3. Implementar Arranjos Produtivos Locais (APL).

4. Assegurar o apoio público às empresas locais que estão 4. Assegurar o apoio público às empresas locais que estão fechando.fechando.

Planejamento5. Estabelecer critérios para a criação de programas de in-5. Estabelecer critérios para a criação de programas de in-

centivo para a atração de empresas.centivo para a atração de empresas.

6. Criar um polo industrial com indústrias que causem pou-6. Criar um polo industrial com indústrias que causem pou-cos danos ao meio ambiente e em áreas que não interfi-cos danos ao meio ambiente e em áreas que não interfi-ram na produção agrícola, respeitando o Plano Diretor.ram na produção agrícola, respeitando o Plano Diretor.

7. Proteger as áreas rurais, através do Zoneamento Ecológico 7. Proteger as áreas rurais, através do Zoneamento Ecológico Econômico da região, para que não haja a substituição Econômico da região, para que não haja a substituição de áreas produtivas agrícolas por áreas industriais e de áreas produtivas agrícolas por áreas industriais e urbanas.urbanas.

8. Criar novas incubadoras de empresas no município.8. Criar novas incubadoras de empresas no município.

9. Realizar reuniões para integrar os representantes da 9. Realizar reuniões para integrar os representantes da classe empresarial.classe empresarial.

10. Promover o uso, por empresas e indústrias, dos recursos 10. Promover o uso, por empresas e indústrias, dos recursos e produtos gerados no município.e produtos gerados no município.

11. Reformular a FeirArte. 11. Reformular a FeirArte.

Fiscalização12. Fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista nas 12. Fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista nas

áreas urbanas e rurais.áreas urbanas e rurais.

13. Fiscalizar o tratamento dado nas indústrias aos resí-13. Fiscalizar o tratamento dado nas indústrias aos resí-duos, às relações trabalhistas, ao desenvolvimento de duos, às relações trabalhistas, ao desenvolvimento de programas de responsabilidade social e aos padrões de programas de responsabilidade social e aos padrões de qualidade de suas cadeias produtivas.qualidade de suas cadeias produtivas.

• Estratégias para a valorização do desenvolvimento econômico local Estudos técnicos

1. Realizar um levantamento dos problemas ambientais re-1. Realizar um levantamento dos problemas ambientais re-lacionados à atividade industrial no município.lacionados à atividade industrial no município.

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TURISMOO turismo está entre as atividades econômicas que mais dependem da con-servação e valorização do meio ambiente natural e construído, especialmente para os destinos cujo destaque são os atrativos relacionados à cultura e às belezas naturais. O turismo pode ser considerado sustentável quando consegue alcançar os resultados econômicos desejados, respeitando o meio ambiente e o desenvolvimento das comunidades locais.

Um ambiente saudável e preservado, no qual há respeito pela diversidade humana, natural e cultural é o ideal para a prática sustentável do turismo. Se essas condições não são asseguradas, o destino começa a declinar e deixa de gerar os benefícios a que se propõe.

O desenvolvimento do turismo sustentável deve respeitar a legislação vigen-te, garantir os direitos das populações locais, conservar o ambiente natural e sua biodiversidade, considerar o patrimônio cultural e os valores locais, e estimular o desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos.

Negócios turísticos sustentáveis empregam e capacitam a população local, compram produtos locais e usam serviços também locais. Cooperam com a manutenção dos habitats naturais, sítios históricos e lugares que se destacam pela beleza da paisagem.

Os turistas, cada vez mais, favorecem empreendimentos que minimizam a poluição, o desperdício, o uso de energia, de água e de produtos químicos tóxicos. Visitantes satisfeitos, que levam novos conhecimentos consigo e recomendam aos amigos que tenham a mesma experiência, são a garantia de sucesso de um destino turístico.

Das margens do Lago Comary podem ser vistos os picos da Serra dos Órgãos, incluindo o Dedo de Deus

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Em Teresópolis, a expressividade das condições geográficas do mu-nicípio, a sua tradição agrícola e a existência das Unidades de Conservação potencializam o turismo rural, o de aventura e o ecológico. No entanto, faltam políticas públicas para o turismo rural e para estimular e explorar o circuito Teresópolis-Friburgo e o Caminho da Roça.

Ainda é muito incipiente o tratamento conjunto para os setores, de maneira a torná-los complementares e potencializar os resultados econômicos das duas atividades. Pelo lado do turismo também faltam capacitação e treinamento para o turismo rural, o estabelecimento de parcerias (inclusive internacio-nais) que atraiam o turista e o uso econômico das áreas de f loresta como trilhas ecológicas.

Inaugurada em 1967, a Fonte Judith tem o nome da menina que teria sido curada de uma grave enfermidade pelas propriedades medicinais de suas águas

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PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

• Estratégias para um turismo sustentável Gestão pública

1. Implementar os programas previstos no Plano Diretor. 1. Implementar os programas previstos no Plano Diretor.

2. Promover o desenvolvimento do turismo sustentável.2. Promover o desenvolvimento do turismo sustentável.

3. Reativar o Conselho de Turismo.3. Reativar o Conselho de Turismo.

4. Integrar o Conselho de Turismo com os Conselhos da 4. Integrar o Conselho de Turismo com os Conselhos da Cidade e o de Desenvolvimento Rural.Cidade e o de Desenvolvimento Rural.

Planejamento5. Desenvolver um plano estratégico para o turismo.5. Desenvolver um plano estratégico para o turismo.

6. Criar uma Faculdade de Turismo no município.6. Criar uma Faculdade de Turismo no município.

7. Criar um hotel-escola.7. Criar um hotel-escola.

8. Captar recursos e estabelecer parcerias, nacionais e in-8. Captar recursos e estabelecer parcerias, nacionais e in-ternacionais.ternacionais.

9. Estabelecer roteiros turísticos para mostrar todo o poten-9. Estabelecer roteiros turísticos para mostrar todo o poten-cial agrícola, agroecológico e paisagístico.cial agrícola, agroecológico e paisagístico.

10. Estruturar o turismo de eventos, com a definição de um 10. Estruturar o turismo de eventos, com a definição de um calendário oficial e um centro de convenções.calendário oficial e um centro de convenções.

11. Fortalecer o Circuito Teresópolis–Friburgo e o Caminho 11. Fortalecer o Circuito Teresópolis–Friburgo e o Caminho da Roça.da Roça.

12. Consolidar a FeirArte como atrativo turístico.12. Consolidar a FeirArte como atrativo turístico.

13. Mapear as trilhas ecológicas existentes no município, 13. Mapear as trilhas ecológicas existentes no município, para inseri-las nos roteiros turísticos.para inseri-las nos roteiros turísticos.

Elaboração de programas14. Criar programas de fortalecimento do turismo local.14. Criar programas de fortalecimento do turismo local.

Infraestrutura15. Reestruturar os pontos turísticos existentes.15. Reestruturar os pontos turísticos existentes.

16. Cobrar melhoria das estradas principais e vicinais.16. Cobrar melhoria das estradas principais e vicinais.

Capacitação17. Formar pessoal capacitado para o ecoturismo.17. Formar pessoal capacitado para o ecoturismo.

18. Capacitar os atores sociais para o turismo receptivo de 18. Capacitar os atores sociais para o turismo receptivo de estrangeiros.estrangeiros.

19. Realizar cursos de formação de guia turístico.19. Realizar cursos de formação de guia turístico.

• Mecanismos para o fortalecimento do turismo local Comunicação

1. Divulgar os atrativos turísticos do município para os di-1. Divulgar os atrativos turísticos do município para os di-versos agentes do turismo (hotéis, agências de turismo, versos agentes do turismo (hotéis, agências de turismo, centro de visitantes).centro de visitantes).

2. Divulgar atrações turísticas, históricas, culturais e rurais.2. Divulgar atrações turísticas, históricas, culturais e rurais.

3. Divulgar as Unidades de Conservação, bem como seus 3. Divulgar as Unidades de Conservação, bem como seus recursos e projetos disponíveis ao uso público.recursos e projetos disponíveis ao uso público.

Gestão pública4. Criar um Fundo Municipal de Turismo.4. Criar um Fundo Municipal de Turismo.

5. Disponibilizar um ônibus da prefeitura para realizar o 5. Disponibilizar um ônibus da prefeitura para realizar o transporte dos bairros do município até as Unidades de transporte dos bairros do município até as Unidades de Conservação.Conservação.

Possíveis parceirosAssociações . Câmara Municipal . Cooperativas . Emater . FGV . Firjan . MTur . ONGs . Secretarias Municipais (Turismo e Cultura, Meio Ambiente, Saúde, Educação e Agricultura) . Sindicatos . Universidades.

Possíveis fontes de financiamentoBanco do Brasil . BNDES . Caixa Econômica Federal . FAT . Ministérios (Cultura, Meio Ambiente, Turismo) . Prodetur . Proger . WWF.

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Classes dos ResíduosClasses dos Resíduos

Classe 1 –Classe 1 – resíduos perigosos – Apre-sentam r iscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais.

Classe 2 –Classe 2 – resíduos não inertes – Não apresentam periculosidade, po-rém não são inertes. São basicamente aqueles com as caracter íst icas do lixo doméstico.

Classe 3 –Classe 3 – resíduos inertes – Não contaminam a água, não se degra-dam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Muitos destes resíduos são recicláveis. Estão nesta classifi cação, por exemplo, entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.

Tabela 3: Relação existente entre a origem e os responsáveis pelo descarte de Tabela 3: Relação existente entre a origem e os responsáveis pelo descarte de resíduos em relação às respectivas classesresíduos em relação às respectivas classes

Origem Possíveis Classes Responsável

Domiciliar 2 Prefeitura

Comercial 2, 3 Prefeitura

Industrial 1, 2, 3 Gerador do resíduo

Público 2, 3 Prefeitura

Serviços de saúde 1, 2, 3 Gerador do resíduo

Portos, aeroportos e terminais ferroviários

1, 2, 3 Gerador do resíduo

Agrícola 1, 2, 3 Gerador do resíduo

Entulho 3 Gerador do resíduo

Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/residuos/classes_dos_residuos.html

GERAÇÃO DE RESÍDUOSAs atividades industriais, agroindustriais, hospitalares, de transportes, ser-viços de saúde, comerciais e domiciliares produzem grandes volumes de resí-duos sólidos sob a forma de plásticos, metais, papéis, vidros, pneus, entulhos, lixo eletrônico, substâncias químicas e alimentos. Para piorar este quadro, a maioria dos municípios não conta ainda com mecanismos de gerenciamento integrado desses resíduos.

Substâncias químicas perigosas de origem orgânica, como os organoclorados, ou inorgânicos, como metais pesados (chumbo e mercúrio, entre outros), pro-vocam doenças e não se degradam na natureza. Pilhas, baterias de telefones celulares, lâmpadas de mercúrio e outros resíduos perigosos têm em sua composição metais pesados, altamente tóxicos, não biodegradáveis e que se tornam solúveis, penetrando no solo e contaminando as águas.

Já os resíduos infectantes gerados pelos serviços de saúde constituem risco pelo seu potencial de transmissão de doenças infectocontagiosas, uma vez que nem sempre são coletados, tratados, eliminados ou dispostos corretamente.

É urgente a diminuição, o gerenciamento, a reciclagem e a reutilização dos resíduos gerados ao longo de todas as fases do processo econômico, conside-rando que muitos deles podem ser reaproveitados, benefi ciando a todos.

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Em Teresópolis, chamam a atenção o uso inadequado de agrotóxicos, a destina-ção fi nal de material radioativo médico/hospitalar e a poluição. A preocupação com a poluição se deve à possibilidade de indústrias poluidoras se instalarem no município com a chegada do Comperj, o que aumentaria as necessidades de armazenamento e a ocorrência de transporte de substâncias tóxicas e dejetos industriais por empresas especializadas pelas estradas da região.

Quanto aos materiais radioativos, a preocupação é que não haja informação sobre a circulação e o conteúdo dos resíduos vindos de outros municípios participantes do convênio, assim como a falta de conhecimento das fontes de contaminação radioativa e de conhecimento técnico sobre as políticas que tratem da questão dos resíduos perigosos (manipulação, prevenção e ações emergenciais em caso de acidentes e/ou exposição).

São precárias as informações sobre a coleta, transporte e destino fi nal do lixo hospitalar – falta conhecimento da Resolução da diretoria colegiada (RDC 306) / Ministério da Saúde, 07/12/2004: programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Preocupa também o fato de não haver fi scalização e monitoramento no trânsito de resíduos perigosos na BR-116, em direção a Cantagalo, proveniente de Magé.

A população desconhece as políticas para o manejo adequado dos resíduos (embalagens vazias, baterias etc.).

Quanto aos agrotóxicos, há uma preocupação com o uso inadequado e a pos-sível contaminação do solo e subsolo (lençóis freáticos) e dos rios que cortam o município. Há temor de aumento dos problemas devido à pouca fi scalização, colocando em risco a saúde de quem manipula e de quem consome o produto fi nal. Isto porque há falta de controle na venda; de informação continuada na apresentação de novos produtos; de conscientização ao usuário fi nal; de fi scalização (a da Anvisa ainda é insufi ciente) e, finalmente, falta de penali-zação. Há um entendimento de que existe a necessidade de coleta de registros administrativos sobre a contaminação por agrotóxicos.

O descarte inadequado de pilhas e baterias é uma ameaça à saúde

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PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

• Gestão e monitoramento dos resíduos gerados pelos processos de produção Comunicação

1. Divulgar as leis existentes sobre resíduos de todos os tipos.1. Divulgar as leis existentes sobre resíduos de todos os tipos.

2. Elaborar um programa de comunicação que conscientize 2. Elaborar um programa de comunicação que conscientize os usuários sobre a importância do manejo adequa-os usuários sobre a importância do manejo adequa-do dos produtos químicos uti l izados na agricultura.do dos produtos químicos uti l izados na agricultura.InfraestruturaInfraestrutura

3. Instalar Posto de Atendimento equipado para o caso de 3. Instalar Posto de Atendimento equipado para o caso de envenenamento.envenenamento.

Gestão pública4. Criar a Comissão Municipal de Gestão de Risco para re-4. Criar a Comissão Municipal de Gestão de Risco para re-

síduos de todos os tipos.síduos de todos os tipos.

5. Coletar registros administrativos sobre a contaminação 5. Coletar registros administrativos sobre a contaminação por agrotóxicos.por agrotóxicos.

6. Conter a contaminação do solo, lençóis freáticos e dos rios 6. Conter a contaminação do solo, lençóis freáticos e dos rios pela utilização inadequada dos agrotóxicos.pela utilização inadequada dos agrotóxicos.

Articulação7. Articulação junto à Anvisa para maior fiscalização.7. Articulação junto à Anvisa para maior fiscalização.

Planejamento8. Instalar um posto de recebimento de embalagens de agrotóxi-8. Instalar um posto de recebimento de embalagens de agrotóxi-

cos, com coleta realizada pelos vendedores destes produtos.cos, com coleta realizada pelos vendedores destes produtos.

9. Promover a produção orgânica e agro-homeopática, mos-9. Promover a produção orgânica e agro-homeopática, mos-trando seus benefícios em relação à agricultura química.trando seus benefícios em relação à agricultura química.

Elaboração de programas10. Elaborar programas que incentivem a transição da agri-10. Elaborar programas que incentivem a transição da agri-

cultura química para a agricultura orgânica.cultura química para a agricultura orgânica.

Fiscalização11. Monitorar, controlar, f iscalizar e penalizar na venda, 11. Monitorar, controlar, f iscalizar e penalizar na venda,

no uso e no descarte de embalagens.no uso e no descarte de embalagens.

• Tóxicos, perigosos e radioativos Gestão pública

1. Elaborar políticas para o manejo saudável de todos os 1. Elaborar políticas para o manejo saudável de todos os tipos de resíduos.tipos de resíduos.

2. Criar Plano de Emergência para possíveis acidentes de 2. Criar Plano de Emergência para possíveis acidentes de todos os tipos de resíduos.todos os tipos de resíduos.

3. Regulamentar e fi scalizar a coleta de lixo hospitalar, dando o 3. Regulamentar e fi scalizar a coleta de lixo hospitalar, dando o destino adequado, garantindo o programa de gerenciamento destino adequado, garantindo o programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde – RDC 306 (resolução da de resíduos de serviços de saúde – RDC 306 (resolução da diretoria colegiada – Ministério da Saúde – 07-12-2004).diretoria colegiada – Ministério da Saúde – 07-12-2004).

Infraestrutura4. Instalar filtros nos incineradores de lixo hospitalar.4. Instalar filtros nos incineradores de lixo hospitalar.

Elaboração de programas5. Elaborar programas de sensibilização, alertando a po-5. Elaborar programas de sensibilização, alertando a po-

pulação sobre os problemas ambientais causados pelo pulação sobre os problemas ambientais causados pelo descarte inadequado de pilhas e baterias.descarte inadequado de pilhas e baterias.

Fiscalização6. Fiscalizar e controlar o tráfego de veículos transporta-6. Fiscalizar e controlar o tráfego de veículos transporta-

dores dessas substâncias na BR-116.dores dessas substâncias na BR-116.

Articulação7. Articular junto ao Corpo de Bombeiros o controle da entrada 7. Articular junto ao Corpo de Bombeiros o controle da entrada

de veículos com cargas tóxicas ou perigosas no município.de veículos com cargas tóxicas ou perigosas no município.

Capacitação8. Capacitar a população em relação ao manejo saudável de todos 8. Capacitar a população em relação ao manejo saudável de todos

os tipos de resíduos decorrentes dos processos de produção.os tipos de resíduos decorrentes dos processos de produção.

9. Capacitar a comunidade sobre o uso indiscriminado de 9. Capacitar a comunidade sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos, os benefícios da agricultura orgânica, a agrotóxicos, os benefícios da agricultura orgânica, a transição para a agricultura orgânica.transição para a agricultura orgânica.

10. Capacitar a todos sobre material radioativo, desde sua 10. Capacitar a todos sobre material radioativo, desde sua utilização até seu destino final.utilização até seu destino final.

11. Capacitar as pessoas e as empresas que trabalham com 11. Capacitar as pessoas e as empresas que trabalham com resíduos perigosos para um manejo adequado dos mesmos.resíduos perigosos para um manejo adequado dos mesmos.

Comunicação12. Informar a população sobre a RDC 306, relacionada ao pro-12. Informar a população sobre a RDC 306, relacionada ao pro-

grama de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde.grama de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde.

Possíveis parceirosAssociação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat) . ANTT . Associações de Moradores . CDL . Conselho Municipal de Meio Ambiente . Concessionária Rio-Teresópolis (CRT) . Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil . Firjan . Secretarias Municipais (Agricultura, Educação, Desenvolvi-mento Social, Meio Ambiente, Indústria e Comércio, Saúde, Agricultura) . SinComércio . Sindicatos . Universidades.

Possíveis fontes de financiamentoCNPq . Empresas associadas ao Comperj . Faperj . Finep . Pibic.

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Meios de Implementação5

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CIÊNCIA E TECNOLOGIAO desafio da Agenda 21 ao abordar o tema Ciência e Tecnologia é utilizar o conhecimento cientifico e tecnológico na busca de soluções inovadoras em prol do desenvolvimento sustentável. O documento afirma que um dos papéis da ciência é oferecer informações que permitam o desenvolvimento de políticas adequadas para a gestão cautelosa do meio ambiente e para o desenvolvimento da humanidade.

A Ciência e a Tecnologia devem colaborar para a adoção de técnicas de manejo e uso adequado dos recursos ambientais, melhorando a qualidade de vida das populações e permitindo a sua participação na elaboração de estratégias de desenvolvimento local.

A fim de alcançar esses objetivos, são necessárias ações para melhorar, atua-lizar e ampliar, ao longo do tempo e de forma permanente, as bases de dados científicos existentes. Isto, exige, por um lado, fortalecer as instituições de pesquisas e os próprios cientistas e ampliar as fontes de financiamento; por outro lado, requer uma aproximação das instituições cientificas e tecnológicas e dos cientistas com a população.

O grupo de Teresópolis usou como referência para discutir o tema Ciência e Tecnologia a grande biodiversidade existente em seu território e, a partir daí, seus participantes apontaram preocupações e potencialidades locais. Afirmaram que pesquisadores internacionais colheram dados no interior do município e nas Unidades de Conservação para elaborar estudos, mas acres-centaram que não há divulgação das pesquisas para a população.

Nesse sentido, apontaram a ausência de mecanismos que assegurem o acesso de diversos setores da sociedade às informações coletadas em seu território e em seu entorno, como, por exemplo, o inventário da fl ora e da fauna do município, com destaque para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parna-so) – uma das UCs mais usadas para estudos no Brasil – e o Parque Estadual dos Três Picos.

Eles entendem que tais dados poderiam gerar um banco de dados georreferen-ciado, em várias escalas geográfi cas, de caráter público, para ser utilizado em diferentes instâncias de governo e da sociedade, garantindo sua visibilidade e boa utilização.

O grupo informou que há Centros de Pesquisas instalados em Teresópolis, mas que são desarticulados entre si.

Com relação às pesquisas realizadas no Parnaso, é importante citar que o Ins-tituto Chico Mendes de Biodiversidade – ICMBio (órgão do Ministério do Meio Ambiente, responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais) –

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dispõe de um Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio), que é automatizado, interativo e simplificado, de atendimento à distância e de informação. Em 2009, o Parnaso emitiu 66 autorizações de pesquisa.

Outra fonte de acesso a informações sobre as pesquisas realizadas no inte-rior do Parnaso é a publicação “Ciência e Conservação na Serra dos Órgãos”, resultado do II Encontro de Pesquisadores do Parnaso, em 2004.

Os representantes de Teresópolis informaram também que falta apoio do governo local e vontade política para a criação de um polo de tecnologia da informação, ressaltando que os dados coletados nas pesquisas internacionais poderiam acelerar o desenvolvimento sustentável. Citaram, inclusive, a Uni-Feso como potencial parceira em pesquisas na área.

O pouco incentivo a novas instituições de ensino e a pesquisas científi cas – além da já comentada falta de divulgação dos projetos desenvolvidos nas Unidades de Conservação e seus resultados – também foi destacado pelo grupo, que se ressente ainda da falta de mobilização da sociedade para pressionar o governo local no que diz respeito a fomentos e à criação de atividades tec-nológicas e lamentou a ausência de programas, projetos e eventos voltados para a transferência de tecnologia.

Além de analisarem os potenciais associados à biodiversidade, como a possi-bilidade de desenvolvimento de fi toterapia, utilizando os conhecimentos tradi-cionais existentes no município, os participantes mencionaram a existência de grande potencial intelectual entre seus habitantes, que poderia gerar uma rede de relacionamento e conhecimento técnico entre moradores e veranistas da cidade. Porém, lembraram que, para aproveitar esta potencialidade, é necessário promover a capacitação de recursos humanos sobre o tema. Por fim, o grupo apontou a falta de iniciativas que levem à criação de centros de pesquisa para elaborar projetos de desenvolvimento sustentável.

Fitoterapia (do grego Fitoterapia (do grego therapeiatherapeia = = tratamento e tratamento e phytonphyton = vegetal) = vegetal) – Estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças.

O mulungu é uma planta medicinal com propriedades sedativas encontrada na Mata Atlântica

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PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

• Criação de norma para divulgação das pesquisas realizadas no município Gestão pública

1. Autorizar a l iberação do objeto de estudo, mediante 1. Autorizar a l iberação do objeto de estudo, mediante compromisso formal de retorno, viabilizando o compar-compromisso formal de retorno, viabilizando o compar-tilhamento das informações e detalhamento das etapas tilhamento das informações e detalhamento das etapas e objetivo das pesquisas.e objetivo das pesquisas.

Comunicação2. Publicar os resultados de pesquisas realizadas no mu-2. Publicar os resultados de pesquisas realizadas no mu-

nicípio para a criação de banco de dados, acessado via nicípio para a criação de banco de dados, acessado via internet.internet.

3. Realizar eventos para divulgação das pesquisas realizadas 3. Realizar eventos para divulgação das pesquisas realizadas e promoção da transferência tecnológica.e promoção da transferência tecnológica.

4. Sistematizar as informações nas unidades de ensino.4. Sistematizar as informações nas unidades de ensino.

5. Divulgar os 5. Divulgar os sites sites que contenham informações sobre o que contenham informações sobre o município para os professores das redes de ensino pú-município para os professores das redes de ensino pú-blicas e privadas.blicas e privadas.

• Estratégias de incentivo à pesquisa Planejamento

1. Convidar os cursos universitários a realizarem pesquisas 1. Convidar os cursos universitários a realizarem pesquisas “aplicadas”, voltadas para os interesses locais.“aplicadas”, voltadas para os interesses locais.

2. Listar as preocupações prioritárias a serem pesquisadas 2. Listar as preocupações prioritárias a serem pesquisadas no município.no município.

3. Instalar laboratórios f iliais de grandes instituições de 3. Instalar laboratórios f iliais de grandes instituições de pesquisa (Fiocruz, Coppe – UFRJ, Embrapa e Noel Nutels, pesquisa (Fiocruz, Coppe – UFRJ, Embrapa e Noel Nutels, entre outros).entre outros).

4. Desenvolver pesquisas de tecnologias sustentáveis para 4. Desenvolver pesquisas de tecnologias sustentáveis para a produção agrícola, estimulando sua implementação.a produção agrícola, estimulando sua implementação.

5. Realizar pesquisas na área de fitoterapia, com o apoio de 5. Realizar pesquisas na área de fitoterapia, com o apoio de universidades, institutos de pesquisa e com a população universidades, institutos de pesquisa e com a população local, para capacitação e beneficiamento da produção.local, para capacitação e beneficiamento da produção.

Articulação6. Promover intercâmbios científicos e tecnológicos, nacio-6. Promover intercâmbios científicos e tecnológicos, nacio-

nais e internacionais.nais e internacionais.

7. Articular parcerias para o financiamento de projetos.7. Articular parcerias para o financiamento de projetos.

• Criação de um banco de multiplicadores locais Planejamento

1. Realizar o levantamento das demandas científicas e tecno-1. Realizar o levantamento das demandas científicas e tecno-lógicas necessárias para solucionar preocupações locais.lógicas necessárias para solucionar preocupações locais.

2. Identif icar profissionais residentes no município para 2. Identif icar profissionais residentes no município para atuarem como multiplicadores em oficinas de formação.atuarem como multiplicadores em oficinas de formação.

Infraestrutura3. Criar um Centro de Integração entre formadores e apren-3. Criar um Centro de Integração entre formadores e apren-

dizes.dizes.

Possíveis parceirosAssociação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat) . Associações de Moradores . Conselho Gestor do Par-que Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso) . Cooperativas . Coppe/UFRJ . Emater . Embrapa . Escolas . Fiocruz . Ministé-rios (Educação, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia) . MP . ONGs . Prefeitura Municipal . Secretarias Estaduais (Educação, Ambiente) . Secretarias Municipais (Desenvolvimento Social, Educação, Meio Ambiente) . Sesc . Sindicato dos Professores . Universidades . Veículos de Comunicação.

Possíveis fontes de financiamentoCaixa Econômica Federal . CNPq . Faperj . Finep . FNMA . MCT . Pibic.

Page 129: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

129

RECURSOS FINANCEIROSA identif icação de mecanismos para obtenção de recursos f inanceiros que viabilizem a execução dos Planos Locais de Desenvolvimento Sustentá-vel (PLDSs) é um dos principais desafios enfrentados pelos processos de Agenda 21 Local.

O cumprimento dos objetivos da Agenda 21 exige um f luxo substancial de recursos financeiros novos e adicionais para os países em desenvolvimento, destinados a cobrir os custos incrementais necessários às ações que esses países deverão empreender para fazer frente aos problemas ambientais mun-diais e acelerar o desenvolvimento sustentável.

Além disso, o fortalecimento da capacidade das instituições internacionais para a implementação da Agenda 21 também exige recursos financeiros. Cada uma das áreas do programa inclui uma estimativa indicadora da ordem de grandeza dos custos. Essa estimativa deverá ser examinada e aperfeiçoada pelas agências e organizações implementadoras.

No plano local, a identificação de fontes de financiamento deve considerar os recursos já conhecidos e também buscar novas vias de acesso, ampliando e diversificando as alternativas existentes para os diferentes processos e localidades. Para obtenção de recursos financeiros é necessária a existência de competências e capacidades técnicas que quantifiquem de forma adequada as reais necessidades para a execução dos planos pretendidos.

Outro aspecto importante é a transparência na utilização dos recursos finan-ceiros disponibilizados para execução dos PLDSs. Nesse sentido, a elaboração de processos de capacitação e formação de quadros locais é essencial.

Em Teresópolis, os participantes destacaram a cooperação internacio-nal quando discutiram o tema ‘recursos financeiros’ e chamaram a atenção para o desconhecimento total das autoridades municipais e de grande parte da comunidade sobre a existência de tais mecanismos. Eles também ressaltaram a ausência de programas, projetos e redes de cooperação internacional, e de projetos que busquem recursos internacionais.

No entanto, informaram que já há pesquisas sendo desenvolvidas por organis-mos internacionais no município, que podem gerar futuras parcerias. E suge-

Page 130: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

130

riram que a Câmara de Arbitragem13 possa atuar em questões internacionais como pacificadora e mediadora nas relações com estes organismos e garantir o respeito ao cumprimento dos acordos e o atendimento a suas finalidades.

A possibilidade de dispor de recursos para execução de projetos, que seriam captados pelos diversos setores do município, foi apontada pelo grupo, que, mais uma vez, no entanto, chamou a atenção para a falta de vontade política e capacidade técnica do governo municipal para desenhar projetos e captar esses recursos fi nanceiros. Com relação à Agenda 21, o grupo se mostrou preocupado com a ausência de legislação local que defi na a fonte de recursos para seu desenvolvimento.

Em 2009, a Prefeitura de Teresópolis recebeu em royalties o montante de R$ 6.016.483,85. Outra fonte potencial de recursos para as ações voltadas à sustentabilidade é o ICMS Ecológico, cuja estimativa de repasse no município, para 2010, é de R$ 1.657.281 – distribuídos conforme a seguir: Unidades de Conservação (R$ 1.402.39), destino final de lixo (R$ 147.302) e remediação de vazadouros (R$ 107.588).

Segundo dados da Fundação Cide, o Índice de Qualidade do Município (IQM 2005), que mede as condições para atrair investimentos e multiplicar os be-nefícios do crescimento econômico, era 0,3356, correspondendo ao 30º lugar na classificação dos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro.

No âmbito municipal, as receitas totais somaram R$ 207,55 milhões em 2008, enquanto as despesas totais foram de R$ 213,86 milhões, constituindo um aumento de 90% na receita, entre 2003 e 2008, e um aumento de 98% nas despesas no mesmo período. A Tabela 4 traz alguns dos indicadores do TCE para 2008 em Teresópolis.

13 A arbitragem é um meio privado de solução de confl itos que pode ser usada para resolver problemas jurídicos sem a participação do Poder Judiciário. Com o incremento do fenômeno da globalização, os negócios entre países incluem os mais diversos assuntos, entre eles transferência de tecnologia, patentes, agrupamentos de empresas, relações de consumo, acordos de cooperação etc. Os confl itos que surgem destas relações negociais não podem aguardar longas discussões judiciais, daí a necessidade de meios jurídicos que assegurem uma solução rápida, econômica, sigilosa. Desse modo, para garantir um tratamento equânime das partes, afastando a incerteza quanto à isenção de tribunais locais em confl itos entre nacionais e estrangeiros, implementou-se a arbitragem.

ICMS-Verde –ICMS-Verde – A legislação tradi-cional do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) prevê que 25% dos recursos arre-cadados pelo governo estadual do Rio de Janeiro sejam repassados às prefeituras, segundo cr itér ios como número de habitantes e área ter r itor ia l . Com a aprovação da Lei do ICMS-Verde, o componente ecológico foi incorporado a essa distribuição, tornando-se um dos seis índices estabelecidos para o cálculo do imposto. Dependendo do tipo de política que adotar em prol do meio ambiente, o município terá direito a maior repasse do imposto. O índice de repasse do ICMS-Verde será composto da seguinte forma: 45% para áreas conservadas (uni-dades de conser vação, reser vas particulares e áreas de proteção per-manentes); 30% para qualidade da água; e 25% para a administração dos resíduos sólidos. As prefeituras que criarem suas próprias unidades de conservação terão direito a 20% dos 45% destinados à manutenção de áreas protegidas. Os índices para a premiação dos municípios serão elaborados pela Fundação Cide (Cen-tro de Informações de Dados do Rio de Janeiro).

Page 131: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

131

Tabela 3: Descrição dos índices econômicos

Índice Nomenclatura Fórmula Valor Descrição Série Histórica

1 Indicador de equilíbrio orçamentário

Receita realizada/despesa executada

0,9705 Há R$ 97,05 para cada R$ 100 executados. Superávit execução

Ver Gráfico 7

2 Indicador do comprometimento da receita corrente com a máquinaadministrativa

Despesas de custeio/receitas correntes

0,92 De toda a receita corrente, 92% estão comprometidos com o custeio do funcionamento da máquina administrativa

Ver Gráfico 8

3 Autonomia financeira

Receita tributária própria/despesas de custeio

0,235 Apenas 23,5% de toda a receita do município são provenientes do próprio

Ver Gráfico 9

4 Esforço tributário próprio

Transferências correntes e de capital/receita realizada

0,310 Do total de receitas do município, 31% vêm de transferências

Ver Gráfico 10

5 Carga tributária per capita

Receita tributária própria + cobrança dívida ativa/população

339,15 Ao longo de 2008, cada habitante contribuiu em média com R$ 339,15 para o fisco municipal

Ver Gráfico 11

6 Investimentos per capita

investimentos/população do município

42,44 Cada habitante recebeu da administração pública R$ 42,44 em forma de investimentos

Ver Gráfico 12

7 Grau de investimento

Investimentos/receita total

3,27% Os investimentos públicos representam 3,27% da receita total do município

Ver Gráfico 13

8 Liquidez corrente Ativo financeiro/passivo financeiro

1,84 Para cada parte devida, existe 1,84 vezes mais receita para pagar

Ver Gráfico 14

Fonte: TCE, Estudo Socioeconômico do Município de Teresópolis

Gráfi co 7: Indicador de equilíbrio orçamentário

0.8

0.9

1.0

1.1

1.2

200820072006200520042003

1,0118

0,97250,9455

0,97441,0117

0,9705

Gráfi co 8: Despesas de custeio

0.8

0.9

1.0

1.1

1.2

200820072006200520042003

0,90

0,960,99 0,98

0,880,92

Page 132: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

132

Gráfi co 12: Investimentos per capita

Gráfi co 13: Grau de investimento

Gráfi co 14: Liquidez corrente

Gráfi co 9: Autonomia fi nanceira

Gráfi co 10: Esforço tributário próprio

Gráfi co 11: Carga tributária per capita

0

0,1

0,2

0,3

0,4

200820072006200520042003

0,249 0,235 0,238 0,242 0,239 0,235

2008200720062005200420030.20

0.25

0.30

0.35

0.40

0,291

0,398

0,2450,254

0,341

0,310

150

200

250

300

350

400

200820072006200520042003

194,52216,55

248,08

270,65

353,66339,15

20

30

40

50

60

70

80

200820072006200520042003

56,1053,03

66,10

23,67

31,19

42,44

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

200820072006200520042003

7,35%

6,15%6,89%

2,29%2,39%

3,27%

1.0

1.5

2.0

2.5

200820072006200520042003

1,82

2,17

1,35 1,35

1,81 1,84

Page 133: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

133

• Criação de equipe especializada em pesquisas sobre financiamentos e elaboração de projetos Infraestrutura

1. Viabilizar a criação de um banco de projetos.1. Viabilizar a criação de um banco de projetos.

Planejamento2. Realizar um levantamento de editais de financiamento 2. Realizar um levantamento de editais de financiamento

de projetos nacionais e internacionais.de projetos nacionais e internacionais.

3. Estruturar fontes de elaboração de projetos segundo os 3. Estruturar fontes de elaboração de projetos segundo os modelos dos editais.modelos dos editais.

4. Participar de fóruns e projetos relacionados com coope-4. Participar de fóruns e projetos relacionados com coope-ração internacional.ração internacional.

5. Elaborar um cadastro de consultores especializados em 5. Elaborar um cadastro de consultores especializados em instrumentos jurídicos internacionais para orientações instrumentos jurídicos internacionais para orientações eventuais (ISO 14.000, acordos de comércio internacional eventuais (ISO 14.000, acordos de comércio internacional e arbitragem, entre outros).e arbitragem, entre outros).

6. Identif icar mercados com demandas para crédito de 6. Identif icar mercados com demandas para crédito de carbono.carbono.

Elaboração de projetos7. Elaborar projetos para recebimento de fundos relativos 7. Elaborar projetos para recebimento de fundos relativos

ao mercado de carbono.ao mercado de carbono.

Capacitação8. Realizar cursos de capacitação de negociadores para ar-8. Realizar cursos de capacitação de negociadores para ar-

ticular parcerias e viabilizar os projetos. ticular parcerias e viabilizar os projetos.

9. Realizar cursos de capacitação em elaboração de projetos.9. Realizar cursos de capacitação em elaboração de projetos.

• Criação de um programa de captação de recursos para a Agenda 21 Gestão pública

1. Elaborar um projeto de lei instituindo um fundo municipal 1. Elaborar um projeto de lei instituindo um fundo municipal para o Fórum da Agenda 21 Local.para o Fórum da Agenda 21 Local.

2. Articular junto aos órgãos competentes a aprovação da lei.2. Articular junto aos órgãos competentes a aprovação da lei.

3. Criar um grupo gestor do Fundo Municipal para a Agenda 3. Criar um grupo gestor do Fundo Municipal para a Agenda 21 Local.21 Local.

4. Estimular a previsão legal para que o Fórum da Agenda 4. Estimular a previsão legal para que o Fórum da Agenda 21 Local possa ter fontes de recursos externos.21 Local possa ter fontes de recursos externos.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

• Captação de fontes de financiamento através de penas alternativas Planejamento

1. Utilizar como pena alternativa para crimes ambientais a 1. Utilizar como pena alternativa para crimes ambientais a obrigatoriedade de execução ou financiamento de pro-obrigatoriedade de execução ou financiamento de pro-jetos de interesse coletivo.jetos de interesse coletivo.

2. Acompanhar a execução dos projetos.2. Acompanhar a execução dos projetos.

ArticulaçãoArticulação

3. Articular com os órgãos competentes o uso da pena al-3. Articular com os órgãos competentes o uso da pena al-ternativa.ternativa.

Possíveis parceirosAlterdata Software . Associações . Cooperativas . MP . ONGs . Prefeitura Municipal . Rebal . Rits . Sebrae . Sesc . Sindicatos . Universidades.

Possíveis fontes de financiamentoBVS&A . Caixa Econômica Federal . Comissão Européia . Finep . FNMA . LDO . LOA.

Page 134: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

134

MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃOA mobilização social acontece quando um grupo de indivíduos se reúne e decide agir para um bem comum. Participar de um processo de mobilização é uma escolha que depende das pessoas se verem ou não como responsáveis e capazes de transformar sua realidade.

A participação social tem a função principal de aproximar o cidadão da gestão e das políticas públicas. Dessa maneira, ele conquista espaço, garante a ela-boração de um planejamento que ref lita as necessidades locais e acompanha sua implantação com transparência, tanto no uso dos recursos públicos como na prestação de contas.

O desenvolvimento local depende do acesso a informações organizadas e disponibilizadas com transparência a todos os interessados. Para que possam participar efetivamente dos processos decisórios e inf luenciarem as políticas locais, os cidadãos devem estar bem informados sobre os seus problemas, oportunidades e potenciais.

Embora haja uma quantidade considerável de dados já produzidos, é preciso sistematizá-los e atualizá-los para que sejam transformados em informação útil para as populações e que sua divulgação seja ampla e democrática entre os diferentes segmentos sociais.

O desafio é promover formas de organizar, disponibilizar e divulgar as in-formações de modo integrado, coerente e acessível a todos para que estas se tornem ferramentas eficazes para a participação social.

Teresópolis tem um Plano Diretor que prevê a criação de um banco de dados com sistema de informação de recursos naturais, o que seria uma excelente ferramenta de mobilização e difusão de informação – desde que houvesse também mecanismos para assegurar o acesso de toda a sociedade a essas informações.

Os participantes do Fórum afirmaram que é preciso revisar o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Teresópolis, acrescentando que sentem falta de um programa permanente de circulação de informações sobre as questões ambientais: riscos, orçamento e gerenciamento, por exemplo. Eles consideram baixa a participação da mídia nas questões que envolvem a conscientização da população para o desenvolvimento sustentável.

Porém ressaltam que o município conta com uma rede inexplorada de contatos, que envolve moradores com grande poder articulador, aquisitivo e intelectual.

Page 135: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

135

• Gestão da informação Comunicação

1. Divulgar, por meio de publicação em jornais e 1. Divulgar, por meio de publicação em jornais e sitessites de de internet, a existência de um Sistema Municipal de In-internet, a existência de um Sistema Municipal de In-formação.formação.

2. Criar meios de consulta dos dados e mapas incluídos no 2. Criar meios de consulta dos dados e mapas incluídos no Sistema Municipal de Informação.Sistema Municipal de Informação.

3. Viabilizar a divulgação dos dados dos recursos naturais do 3. Viabilizar a divulgação dos dados dos recursos naturais do município por meio de veículos de comunicação municipais.município por meio de veículos de comunicação municipais.

• Elaboração de estratégias para a mobilização social Comunicação

1. Informar a população sobre os riscos iminentes, através 1. Informar a população sobre os riscos iminentes, através da mídia, palestras e outros meios.da mídia, palestras e outros meios.

2. Promover encontros nas instituições locais para discussão 2. Promover encontros nas instituições locais para discussão de temas relacionados ao meio ambiente.de temas relacionados ao meio ambiente.

Gestão pública3. Criar e regulamentar incentivos fiscais para pessoas jurí-3. Criar e regulamentar incentivos fiscais para pessoas jurí-

dicas e físicas que implementarem ações que promovam dicas e físicas que implementarem ações que promovam o desenvolvimento sustentável.o desenvolvimento sustentável.

Possíveis parceirosAssociação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis (Aciat) . CDL . Entidades religiosas . FGV . MP . Prefeitura Municipal . Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social . Sindicatos . Universidades . Veículos de comunicação.

Possíveis fontes de financiamentoEmpresas associadas ao Comperj . Finep.

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

Page 136: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

136

GESTÃO AMBIENTALNos últimos anos os municípios vêm assumindo um papel cada vez mais efe-tivo na gestão das políticas públicas, dentre elas a política ambiental. Desde 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6938/81) define o papel do poder local dentro do Sistema Nacional do Meio Ambiente. A Constituição Federal de 1988, por sua vez, transformou o município em ente autônomo da federação e lhe facultou o poder de legislar suplementarmente sobre política ambiental, em especial nas questões de interesse local.

Gestão é o ato de administrar, ou seja, usar um conjunto de princípios, nor-mas e funções para obter os resultados desejados. A gestão ambiental de um território deve cuidar para que este não se deteriore, conservando as carac-terísticas que se deseja e aprimorando aquelas que necessitam de melhoria. Para isto, é preciso conscientizar e capacitar administradores e funcionários para que possam desempenhar seu papel, suas responsabilidades e atribuições.

Uma gestão participativa, como pede a Agenda 21, entende que poder local não é apenas a Prefeitura, mas o conjunto de poderes instituídos, a sociedade civil organizada, outras esferas sociais, o poder público estadual e federal e as relações que estabelecem entre si. Uma boa gestão ambiental depende do bom funcionamento deste conjunto e tem como atribuições cuidar das áreas importantes para o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos.

Em Teresópolis, os participantes consideram relevante a parceria en-tre a sociedade civil e o poder público para a construção do Plano Diretor, Lei Municipal nº 079/2006. Apesar de ressaltarem estes aspectos positivos, os participantes afirmaram que falta divulgação e implementação do Plano Diretor no município.

Com relação ao Sistema Municipal de Gestão Ambiental, consideram positiva a existência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil, que tem 69 funcionários – entre os quais, 31 concursados e 16 com nível superior. Os participantes consideram que a secretaria necessita de infraestrutura e corpo técnico para fi scalização, e que há pouca integração entre a pasta do Meio Ambiente e Defesa Civil e a sociedade e demais órgãos estaduais e federais.

O grupo ressaltou como agravantes para o cenário ambiental local a falta de cumprimento das ações de responsabilidade do Inea e DER, bem como a baixa qualifi cação dos recursos humanos para auxiliar na tomada de decisões. E acrescentou como ameaças à gestão ambiental local o desconhecimento da população sobre as questões do meio ambiente, a falta de credibilidade na gestão pública municipal e a falta de um Código Ambiental Municipal.

A gestão envolve: A gestão envolve: – Escolha inteligente dos serviços públicos oferecidos à comunidade; – Edição de leis e normas claras, simples e abrangentes de defesa ambiental local; – Aplicação das leis, penalizando quem causa algum tipo de dano ambiental; – Formação de consciência am-biental; – Geração de informações que deem suporte às decisões; – Democratização das instituições, para que permitam e estimulem a participação de cidadãos e cidadãs; – Planejamento do desenvolvimento sustentável local; – Implementação das políticas ne-cessárias para realizá-lo.

Fonte: Programa Nacional de Capacitação – volume 1 – MMA.

Page 137: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

137

Teresópolis já assinou convênio com o Inea e está exercendo atividades de licenciamento ambiental desde 2009. O Código Ambiental já foi aprovado pelo Conselho de Meio Ambiente e pela Procuradoria do município, e o prefeito já enviou o texto à Câmara de Vereadores para ser votado ainda em 2010.

Outra queixa do grupo é a pouca integração entre município, estado e União nas questões relacionadas ao meio ambiente. Este é um dos motivos pelos quais os participantes consideram defi cientes os órgãos fi scalizadores das três esferas.

Sobre as realizações da Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil de Te-resópolis, em 2009, cabe citar a elaboração do Código Ambiental, a criação do Fundo de Meio Ambiente e a efetiva implantação do Comdema e dos procedimentos relacionados ao licenciamento ambiental. Além dessas ações estruturantes, vale citar também a realização das Quartas Ambientais, com apresentações e debates relevantes, e as reuniões da Agenda 21 Local.

Quanto aos mecanismos jurídicos internacionais, os participantes do Fórum apontaram como um entrave a ser superado o desconhecimento da grande maioria da sociedade teresopolitana sobre o assunto. E reforçaram a neces-sidade de utilização dos indicadores criados pela Lei de Transparência – ini-ciativa do movimento Nossa Teresópolis – e a utilização do site da Prefeitura de Teresópolis, reestruturado, para informar a população sobre questões relacionadas ao meio ambiente.

O Palácio Teresa Cristina, inaugurado na década de 20, abriga a Prefeitura de Teresópolis

Page 138: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

138

PROPOSTAS

• Alta prioridade • Média prioridade • Baixa prioridade

• Fortalecimento do fórum local Gestão pública

1. Elaborar o Projeto de Lei da criação do Fórum da Agenda 1. Elaborar o Projeto de Lei da criação do Fórum da Agenda 21 Local.21 Local.

2. Encaminhar e articular sua aprovação.2. Encaminhar e articular sua aprovação.

Planejamento3. Concluir o Regimento Interno e cumpri-lo. 3. Concluir o Regimento Interno e cumpri-lo.

4. Elaborar um calendário anual das atividades do Fórum 4. Elaborar um calendário anual das atividades do Fórum da Agenda 21 Local.da Agenda 21 Local.

Articulação5. Articular com a prefeitura outro local para a instalação 5. Articular com a prefeitura outro local para a instalação

da sede do Fórum.da sede do Fórum.

6. Articular com a Petrobras, Secretaria Estadual do Am-6. Articular com a Petrobras, Secretaria Estadual do Am-biente, Ministério do Meio Ambiente, Rede Brasileira de biente, Ministério do Meio Ambiente, Rede Brasileira de Agendas 21 e ONGs encontros anuais de atualização e Agendas 21 e ONGs encontros anuais de atualização e aperfeiçoamento da Agenda 21 Local.aperfeiçoamento da Agenda 21 Local.

7. Realizar parcerias com instituições e movimentos locais 7. Realizar parcerias com instituições e movimentos locais para o fortalecimento do Fórum.para o fortalecimento do Fórum.

Comunicação8. Elaborar um plano de divulgação permanente para a 8. Elaborar um plano de divulgação permanente para a

população de Teresópolis das ações e projetos que fazem população de Teresópolis das ações e projetos que fazem parte do escopo da Agenda 21 Local.parte do escopo da Agenda 21 Local.

9. Elaborar uma cartilha sobre a Agenda 21 que apresente 9. Elaborar uma cartilha sobre a Agenda 21 que apresente sua importância de forma simples e adequada à realidade sua importância de forma simples e adequada à realidade da população local.da população local.

Capacitação10. Realizar oficinas de motivação, capacitação e atuação de 10. Realizar oficinas de motivação, capacitação e atuação de

novos membros no Fórum da Agenda 21 Local.novos membros no Fórum da Agenda 21 Local.

• Estruturação de órgãos fiscalizadores Gestão pública

1. Elaborar políticas públicas de Gestão Ambiental.1. Elaborar políticas públicas de Gestão Ambiental.

2. Implementar o Plano Diretor de Desenvolvimento Sus-2. Implementar o Plano Diretor de Desenvolvimento Sus-tentável.tentável.

3. Garantir o cumprimento das resoluções Conama.3. Garantir o cumprimento das resoluções Conama.

4. Solicitar a efetiva atuação do Inea e do DER, entre outras 4. Solicitar a efetiva atuação do Inea e do DER, entre outras instituições, na fiscalização.instituições, na fiscalização.

5. Promover a efetiva atuação do Conselho Municipal de 5. Promover a efetiva atuação do Conselho Municipal de Meio Ambiente.Meio Ambiente.

6. Elaborar mecanismos de transparência institucional.6. Elaborar mecanismos de transparência institucional.

7. Fazer cumprir o Código Florestal, que determina aos 7. Fazer cumprir o Código Florestal, que determina aos órgãos de comunicação a reserva de espaços para divul-órgãos de comunicação a reserva de espaços para divul-gação de temas voltados ao meio ambiente.gação de temas voltados ao meio ambiente.

Planejamento8. Acompanhar a implementação do Plano Diretor, em par-8. Acompanhar a implementação do Plano Diretor, em par-

ceria com os Conselhos afins.ceria com os Conselhos afins.

9. Convidar a população a participar da implementação das 9. Convidar a população a participar da implementação das políticas públicas de gestão ambiental.políticas públicas de gestão ambiental.

10. Realizar seminários de integração entre os Conselhos 10. Realizar seminários de integração entre os Conselhos Municipais, incluindo o Conselho do Parque Nacional Municipais, incluindo o Conselho do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Conselho Serra Verde Imperial da Serra dos Órgãos, Conselho Serra Verde Imperial e o Parque Estadual dos Três Picos, tendo como foco o e o Parque Estadual dos Três Picos, tendo como foco o Plano Diretor.Plano Diretor.

Comunicação11. Elaborar mecanismos de comunicação para populari-11. Elaborar mecanismos de comunicação para populari-

zação, com linguagem de fácil compreensão, do Plano zação, com linguagem de fácil compreensão, do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável.Diretor de Desenvolvimento Sustentável.

Capacitação 12. Capacitar os membros dos diversos Conselhos para o 12. Capacitar os membros dos diversos Conselhos para o

exercício da atividade.exercício da atividade.

Fiscalização13. Cobrar da Secretaria de Meio Ambiente o funcionamento 13. Cobrar da Secretaria de Meio Ambiente o funcionamento

efetivo do Disque-Denúncia Ambiental (156).efetivo do Disque-Denúncia Ambiental (156).

• Ampliação e capacitação do contingente dos órgãos fiscalizadores Infraestrutura

1. Adequar o número de funcionários das Secretarias Mu-1. Adequar o número de funcionários das Secretarias Mu-nicipais às necessidades da fiscalização.nicipais às necessidades da fiscalização.

2. Melhorar a infraestrutura da Secretaria Municipal de 2. Melhorar a infraestrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, para atender as necessidades da fisca-Meio Ambiente, para atender as necessidades da fisca-lização.lização.

Planejamento3. Identificar profissionais e parceiros para viabilizar as ca-3. Identificar profissionais e parceiros para viabilizar as ca-

pacitações dos funcionários das Secretarias Municipais.pacitações dos funcionários das Secretarias Municipais.

Page 139: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

139

Gestão pública4. Criar mecanismos de transparência institucional objeti-4. Criar mecanismos de transparência institucional objeti-

vando a credibilidade da gestão.vando a credibilidade da gestão.

5. Garantir a auditoria do Fundo Municipal do Meio Am-5. Garantir a auditoria do Fundo Municipal do Meio Am-biente.biente.

6. Criar mecanismos que promovam a transparência do or-6. Criar mecanismos que promovam a transparência do or-çamento e o planejamento dos gastos públicos.çamento e o planejamento dos gastos públicos.

Fiscalização7. Acompanhar o correto uso dos recursos do Fundo.7. Acompanhar o correto uso dos recursos do Fundo.

• Elaboração de estratégias para o fortalecimento da comunicação institucional Gestão pública

1. Integrar as Secretarias Municipais com os diversos Con-1. Integrar as Secretarias Municipais com os diversos Con-selhos, empresas, entidades e demais órgãos públicos.selhos, empresas, entidades e demais órgãos públicos.

Comunicação2. Criar uma rede de comunicação e dados que facilite a 2. Criar uma rede de comunicação e dados que facilite a

interlocução entre as Secretarias Municipais.interlocução entre as Secretarias Municipais.

• Divulgação de mecanismos internacionais Comunicação

1. Criar mecanismos de divulgação dos instrumentos jurí-1. Criar mecanismos de divulgação dos instrumentos jurí-dicos internacionais para a população.dicos internacionais para a população.

2. Realizar seminários sobre instrumentos e mecanismos 2. Realizar seminários sobre instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais para os interessados.jurídicos internacionais para os interessados.

• Fortalecimento dos movimentos da sociedade civil Gestão pública

1. Efetivar a Lei da Transparência, recentemente aprovada, 1. Efetivar a Lei da Transparência, recentemente aprovada, que obriga à divulgação das metas e indicadores dos que obriga à divulgação das metas e indicadores dos programas de governo.programas de governo.

2. Reestruturar o 2. Reestruturar o sitesite da Prefeitura de Teresópolis, para da Prefeitura de Teresópolis, para informar a população.informar a população.

• Estratégia para disponibilização de dados Comunicação

1. Estruturar uma rede e compartilhamento de dados entre 1. Estruturar uma rede e compartilhamento de dados entre as Secretarias Municipais, visando facilitar a tomada as Secretarias Municipais, visando facilitar a tomada de decisões.de decisões.

2. Garantir a divulgação de dados e sistemas de controle da 2. Garantir a divulgação de dados e sistemas de controle da qualidade do ar e das águas, entre outros.qualidade do ar e das águas, entre outros.

Possíveis parceirosCâmara de Arbitragem . Câmara dos Vereadores . Consulados Internacionais . DER . FGV . Ibama . Inea . Ministério Público . Movimentos Sociais . OAB . ONGs . Associações . Sindicatos . Cooperativas . Universidades . Organizações Nacionais e In-ternacionais . Parque Nacional da Serra dos Órgãos . Prefeitura Municipal . Secretaria Estadual de Ambiente . Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente . Secretarias Municipais . Sistema S . Sociedade Civil Organizada . Veículos de Comunicação.

Possíveis fontes de financiamentoABC . Caixa Econômica Federal . Cedae . Empresas associadas ao Comperj . Fecam . Finep . FNMA . LDO . LOA.

Page 140: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

140

AÇÕES DA PETROBRAS NA REGIÃOCom base na avaliação das questões identificadas na área do Complexo Pe-troquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a Petrobras desenvolveu diversos planos e programas para a região, tanto de medidas compensatórias quanto de responsabilidade ambiental e social.

Planos e programas de caráter ambiental Monitoramento dos corpos hídricos superficiais e sedimentos

Acompanhar a evolução da qualidade das águas dos rios Macacu e Caceribu, verificando alterações nas características e na qualidade das águas. Essa iniciativa dará origem a um banco de dados que orientará o monitoramento da água em fases futuras do empreendimento, assegurando que não haja degradação de corpos hídricos pelas atividades do empreendimento.

Monitoramento das águas subterrâneas

Monitorar as variações e interferências na quantidade e na qualidade das águas subterrâneas durante o período de realização das obras da fase de infraestrutura de urbanização do Comperj.

Monitoramento dos ef luentes líquidos

Monitorar os ef luentes líquidos gerados pelas obras na fase de infraestrutura de urbanização e verificar se o sistema de tratamento de ef luentes é realiza-do de forma adequada, não só em consonância com as leis pertinentes, mas, também, em relação aos parâmetros básicos necessários para sua reutilização.

Monitoramento de emissões atmosféricas e da qualidade do ar

Monitorar o teor de gases e particulados a serem gerados durante a fase de infraestrutura de urbanização e dar continuidade ao programa de monitora-mento da qualidade do ar, iniciado durante a fase de licenciamento prévio.

Monitoramento de manguezais da APA de Guapimirim e Esec da Guanabara

Diagnosticar e monitorar as principais características nas áreas de f lorestas de mangue da APA de Guapimirim e da Estação Ecológica da Guanabara.

Page 141: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

141

Monitoramento da biota aquática

Caracterizar e monitorar possíveis alterações do ecossistema aquático, tanto f luvial quanto marinho, a partir de informações sobre seres vivos e condições do ambiente, na fase de terraplanagem do Comperj.

Monitoramento da biota terrestre

Realizar o levantamento e monitoramento da composição da fauna terrestre da área de inf luência direta do Comperj.

Revegetação e apoio ao desenvolvimento, divulgação e implantação de práticas agrof lorestais sustentáveis

Promover atividades de ref lorestamento que contribuam para a recuperação e manutenção da biodiversidade dos ecossistemas das bacias hidrográficas dos rios Macacu e Caceribu.

Fortalecimento das atividades de licenciamento e fiscalização ambiental de Itaboraí

Prover subsídios para que a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Am-biente de Itaboraí possa cumprir as condições para celebração de convênio com o governo do Estado do Rio de Janeiro que visa à descentralização do licenciamento ambiental.

Apoio ao Parque Municipal Paleontológico de São José de Itaboraí

Apoiar a implantação de infraestrutura do Parque Paleontológico de São José de Itaboraí, contribuindo para que ele se torne referência enquanto espaço de pesquisa, educação patrimonial-ambiental e entretenimento para a comunidade do entorno.

Planos e projetos de caráter social Educação ambiental

O objetivo do programa de Educação Ambiental é desenvolver ações educa-tivas nas áreas de inf luência direta e indireta do empreendimento, visando capacitar diversos setores da sociedade para uma atuação efetiva na melhoria da qualidade ambiental e de vida na região.

Page 142: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

142

Comunicação social

O programa de Comunicação Social do Comperj visa difundir e monitorar continuamente as informações sobre a implantação do empreendimento, in-formando riscos, situações específicas e evitando criar expectativas irreais, entre os diversos públicos de interesse envolvidos.

Integração do Comperj

O local foi planejado para permitir a qualificação de mão de obra e o desen-volvimento das vocações locais nos municípios de inf luência do empreendi-mento. O objetivo é promover desenvolvimento socioeconômico por meio da capacitação de micro e pequenas empresas da região, de forma a diminuir o impacto gerado pela mobilização e desmobilização de mão de obra em virtude das fases de construção e montagem do Comperj.

Centro de Informações do Comperj

O Centro de Informações do Comperj tem por missão coletar, sistematizar e disponibilizar dados e informações socioeconômicas e ambientais georefe-renciadas sobre os municípios membros do Conleste.

Apoio e cooperação às políticas públicas para adequação dos serviços públicos locais

O objetivo deste plano é apoiar as administrações públicas municipais e incentivar a articulação dos diversos agentes públicos e privados atuantes na região, de modo a adequar a estrutura dos serviços públicos regionais às demandas oriundas da implantação do Comperj.

Capacitação de fornecedores e serviços locais para gestão de resíduos Capacitação de fornecedores e serviços locais para gestão de resíduos sólidos e insumos para obrassólidos e insumos para obras

O objetivo deste plano é capacitar e apoiar os municípios da região do Comperj para disposição final de resíduos sólidos, assim como qualificar os fornece-dores locais para suprimento de areia, em virtude das obras de urbanização.

Monitoramento da evolução demográfica e das demandas por serviços públicos

O objetivo do plano é acompanhar impactos socioeconômicos e ambientais provocados pelo aumento da população e da demanda dos serviços públicos,

Page 143: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

143

disponibilizando informações que permitam o planejamento de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida.

Valorização da cultura local

O objetivo geral deste programa é apoiar iniciativas para a valorização do patrimônio cultural material e imaterial dos municípios na região do Comperj, em alinhamento à Política de Responsabilidade Social da Petrobras.

Acompanhamento epidemiológico

Acompanhamento analítico da evolução de enfermidades e agravos na área de abrangência do Comperj – com foco nos municípios de Itaboraí, Guapimi-rim, Cachoeiras de Macacu, São Gonçalo e Guaxindiba – contribuindo para quantificar e informar possíveis mudanças no comportamento epidemiológico no decorrer do processo de implantação do complexo.

Atitude sustentável

O projeto é desenvolvido no parque ambiental Praia das Pedrinhas, em São Gonçalo, e visa oferecer atividades esportivas e culturais para 2.200 pesso-as, em sua maioria crianças e adolescentes. O projeto traz ainda benefícios ao meio ambiente, já que a água que abastece o lago artificial (piscinão) é captada por uma balsa localizada na Baía de Guanabara e tratada com fins de purificação, tornando-a própria para o banho.

Page 144: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

GLOSSÁRIO / SIGLAS

Abav – Associação Brasileira de Agências de Viagens

Abes – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

Abrae – Associação Brasileira de Assistência ao Excepcional

Abratur – Associação Brasileira de Turismo Rural

Asdi – Agência de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento

ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres

Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

Apherj – Associação dos Produtores Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro

Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento

BNDES – Banco de Desenvolvimento Econômico Social

BVS&A – Bolsa de Valores Sociais e Ambientais

Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Cbratur – Congresso Brasileiro da Atividade Turística

CBB – Confederação Brasileira de Basquete

CBV – Confederação Brasileira de Voleibol

CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas

Cedae – Companhia Estadual de Água e Esgoto

Cefet – Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca

Cenpes – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello

CIID – Centro Internacional de Investigações para o Desenvolvimento

CIIE – Centro de Integração Empresa Escola

CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Coapi-Rio – Cooperativa de Apicultores do RJ

COB – Comitê Olímpico Brasileiro

Codin – Coordenadoria da Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos

Commads – Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Conade – Conselho Nacional das Pessoas com Deficiência

Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente

Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia

CRE – Conselho Regional de Enfermagem

Crea – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia

CRM – Conselho Regional de Medicina

CRT – Concessionária Rio-Teresópolis

CT-Transporte – Fundo Setorial de Transportes Terrestres

CT-Energ – Fundo Setorial de Energia

CT-Hidro – Fundo Setorial de Recursos Hídricos

CT-Infra – Fundo Setorial de Infraestrutura

DER – Departamento de Estradas de Rodagem

Page 145: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

Detran – Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro

Detro – Departamento de Transportes Rodoviários

Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Dnit – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DNOS – Departamento Nacional de Obras de Saneamento

Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Faetec – Fundação de Apoio à Escola Técnica do Rio de Janeiro

Faperj – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador

Febracoop – Federação das Cooperativas de Trabalho do Rio de Janeiro

Fecam – Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano

Fenape – Federação Nacional de Apoio aos Pequenos Empreendimentos

Fetranspor – Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro

FGV – Fundação Getúlio Vargas

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

Finep – Financiadora de Estudos e Projetos

Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz

Fiperj – Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro

Firjan – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

Funama – Fundação Nacional do Meio Ambiente

FNMA – Fundo Nacional de Meio Ambiente

Frida – Fundo Regional para a Inovação Digital na América Latina e Caribe

Funbio – Fundo Brasileiro para Biodiversidade

Fundescab – Fundo de Desenvolvimento

IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil

Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

Idec – Instituto de Defesa do Consumidor

Ieca – Instituto de Estudos Científicos Ambientais

Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

Inea – Instituto Estadual do Ambiente

Inepac – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural

Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -

ISP – Instituto de Segurança Pública

Iterj – Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro

MDA - Ministério do Desenvolvimento Agrário

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social

MEC – Ministério da Educação e Cultura

OAB – Ordem dos Advogados do Brasil

Pais – Produção Agroecológica Integrada e Sustentável

Parnaso – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Page 146: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

PDA – Programa de Desenvolvimento Ambiental

Pesagro – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro

Pibic – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica

Planfor – Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador

Prodetur – Programa de Desenvolvimento do Turismo

Prominp – Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural

Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

Procon – Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor -

Pronasci – Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania

Rebal – Rede Brasileira de Agendas 21 Locais

Rits – Rede de Informação do Terceiro Setor

Saae – Serviço Autônomo de Água e Esgoto

SEA – Secretaria de Estado do Ambiente

Sebrae – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

Sesc – Serviço Social do Comércio

Sesi – Serviço Social da Indústria

Sinduscon – Sindicato da Indústria da Construção Civil

Suipa – Sociedade União Internacional Protetora dos Animais

SUS – Sistema Único de Saúde

TurisRio – Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro

Uenf – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Uerj – Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFF – Universidade Federal Fluminense

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância

UniRio – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Unisol – União e Solidariedade das Cooperativas Empreendimentos de Economia Social do Brasil

WWF – World Wildlife Fund for Nature

Page 147: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

LISTA DE PARTICIPANTES

Primeiro Setor Adacto B. Ottoni - Crea

Alex Siqueira Wey - Secretaria Municipal de Educação

Aniko Santos - Secretaria Municipal de Turismo

Arlete Soares Maia Nunes - Secretaria Municipal de Saúde

Celina Maria Fernandes de M. e Silva - Secretaria Municipal de Educação

Denis Correa da Silva - Secretaria Municipal de Ser-viços Públicos

Elaine Carvalho - Prefeitura Municipal de Teresópolis

Elso H.B. Carvalho - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil

Ernesto V. de Castro - Parque Nacional Serra dos Órgãos

Fabiano Otáv io Costa - Secretar ia Municipal de Planejamento

Fernando Luis F. Mendes - Secretaria Municipal de Saúde

Hilton S.P Filho - Secretaria Municipal de Governo

Israel dos S. Couto - Prefeitura Municipal de Teresópolis

Jaime Medeiros - Secretaria Municipal de Desenvol-vimento Comunitário

Jefté Apolo Laet - Secretaria Municipal de Segurança Pública

Jorge Farah - Secretaria Municipal de Indústria e Comércio

José Carlos Lengruber Porto - Cedae

Kleber Cozzolino - Secretaria Municipal de Agricultura

Leandro Coutinho da Graça - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil

Lucas Guimarães Homem - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável

Marcio Cezar O. da Silva - Secretaria Municipal de Defesa Civil

Maria Andréa Miguens Guarilha - Secretaria Muni-cipal de Planejamento

Marcus Machado Gomes – Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Maurício Carvalho Santiago - Secretaria Municipal de Agricultura

Newton Novo - Emater

Nilo Lugio dos Santos - Colégio Estadual Edmundo Bitt

Norma Lucia Monteiro Gomes

Raimundo Antonio Lopes - Associação de Fomento Turístico e Desenvolvimento Sustentável

Ramón Pedrosa - Secretaria Municipal de Planejamento

Solange I. G. Cirico Costa - Secretaria Municipal de Saúde

Teresa Cristina A. Neves - 110° D.P.

Theodoros I. Panagoulias - Prefeitura Municipal de Teresópolis

Virgínia de Mello Guarilha - Secretaria Municipal da Saúde

Wagner de Oliveira Fernandes – Câmara Municipal

Wanderley Queiroz Nogueira - Secretaria Municipal de Fazenda

Segundo Setor Afonso Otoni Jordão - ITH²O. Tec. em Informática

Agostinha Nair de Oliveira Pinto

Alberto P. Domingues

Alyxandre Gaudenri Cunha - Espaço Terapêutico de Teresópolis

Ana Maria de Fátima Jácome Machado

Ana Rosa Cazeira Brennand

André Luiz Gomes da Cunha - Taco / Mr. Cat

Antônio Merendaz - Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso)

Arsênio de A.Teixeira - Avitur Viagens Câmbio Turismo

Page 148: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

Bruno Gargiulo - Teresópolis Convention & Visitors Bureau

Bruno Vasconcellos - Teleprática

Camila Auler Chaves Esbérard - MG Assessoria

Carlos Roberto dos Santos Pinheiro - C. N. Com. Adm. Ltda.

Claudinei Maura Rodrigues - Reciclagem

Cleuso J. T. Silva - Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso)

Cleyton Valentim

Cristina Alves de Oliveira - Senac

Cristina Lydia - Parque do Lago

Dario da Costa - Tox For Bird

Dilma Tisse dos Ferreira - Teleprática

Dr. Jorge Mário

Edison Carneiro - Shop 103

Eduardo Gabriel Aires da Silva - Abthema

Élcio Féo - CDL

Emerson L. F. Alves

Érika Fernanda Mendes da Silva - Senac

Eriko Vinicius Dutra

Fabiano de Oliveira - ITH2O Tec. em Informática

Fabrine Mendes - ITH2O Tec. em Informática

Fany Garcia e Silva – Laboratório de Pesquisas Clínicas Oswaldo Cruz

Fernando Viana - Associação Agroecológica

Geraldo Luiz Telles - Gerandos Auto Mecânica

Gilberto Siqueira Vieira - Rede Rio TV - Teresópolis

Guilherme Machado Brennand

Helio José Monteiro Neves - Firjan

Helio Paes de Barros - Associação Comercial, Indus-trial e Agrícola de Teresópolis

Henrique Luis Rodrigues

Igor Edelstein de Oliveira – Sincomércio

Jaqueline Baptista - Sebrae

José Alberto Martinez Campos - Agro 30 Comercial

José Luiz Guedes

José Maria Carvalho

José Maria Miranda - Evidence Mármores e Granitos

José Mariano Lima

José Teixeira de Barros - Associação Agroecológica

Julio Carrero

Leonardo da Silva Kazeker - Alexandre Pires Escritórios

Luciana Grings Herbert - Herbert Shop

Luiz Antonio Decarlo - Associação Comercial, Indus-trial e Agrícola de Teresópolis

Luiz Cláudio Ribeiro - Caixa Econômica Federal

Marcelo Araújo - Eletrosa

Marcelo de Rosa - M1 Studio

Marcelo Ribeiro - MG Assessoria

Márcia Salles de Melo - Senac

Marcos de Souza e Silva - Cosali Roupas e Calçados

Margarete Toledo

Maria Carcovich

Marisa Chaves Gáudio

Mark G. Guaraná Davis

Mauro Gaspar Gomes - Apel Contabilidade

Máximo Carvalho - Taco / Mr. Cat

Mônica Lins - Monchell Bijouterias

Mozart Rodrigues - Bebidas Comary

Nélio Paes de Barros

Nilmar Moreira da Silva - Moreira Decor

Orlando Leal Kimus - Kimus Patrimonial

Paulo Marcos Troncoso

Paulo Raphael de Oliveira

Paulo Roberto Martins Guttmann

Paulo Roberto Martins Rocha

Pedro Campo e Melo Monteiro - Haras Rancho Raio de Sol

Page 149: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

Pedro José Ferreira Alves - Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis

Quenji Yonenaga

Raul Pinheiro

Regina Esther F. Costa - Banco Santander

Renata Hammes de Araújo - Senac

Ricardo Manuel Shou - Cheiro de Mato

Ricardo Raposo - Teresópolis Convention & Visitors Bureau

Ricardo Zenon Ferreira de Oliveira - Associação Co-mercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis

Rita Telles

Roberto Cavalcanti - Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Teresópolis

Roberto de Santa Rosa - Universidade Estácio de Sá

Robson Ribas Cerqueira

Rodrigo Cunha - Shop 103

Ronaldo Miguez - TV Rede Rio

Samuel Santos Alves

Sandra Carvalho - Banco Santander

Sandra Jessula - Tox For Bird

Sania Lins Guaraná Davis

Sebastião Moreira - Orense Engenharia

Sylvio C. V. Cabral

Valdeli Pereira Ribeiro

Vera Lúcia Pinto Soares - Arte Serra Teresópolis

Vicente de Paulo Carvalho Madeira - Centro Univer-sitário Serra dos Órgãos (Unifeso)

Virginia Galvão

Wagner Bretãs - Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso)

Terceiro Setor Alair Veiga de Almeida - Sindicato dos Trabalhadores

Administradores

Alberto Pires Domingues

Aluisio Rebello Marra - Sindicato dos Bancários

Armando de Oliveira Abrantes - Sindicato dos Bancários

Creusa da Costa Lima - Associação Benef iciente Carmelitana

Cristiano Quervegino

Cristina Lydia Bertoche

David Miller – ONG Nascente

Dina Candido da Silva Fontes Pereira - Conselho Mu-nicipal dos Direitos da Mulher

Edi Marcuzzi

Eliane Freitas - Nascente

Fabiano Marques - Integrartes

Fernando Josino Viana - Feira Agroecólogica

Francisco Carlos Montoni - Projeto Filhos do Coração

Francisco Pontes de Miranda Fer rei ra - Espaço Compartilharte

Heloiza Martinez Rodrigues - Creche Lar Vovô Miguel

Irene de Medeiros Thompson - Centro de Recuperação Integral do Alcoolismo e Afins

Isabel Maria Kwiatkowski – Associação dos Usuários da Rodovia BR-116 (Assurb)

Joel A. Caldeira - UniSol Brasil

José Francisco - Feira Agroecólogica

José Ivan Coutinho Caraiano - Grupo de Escoteiros 100º Nova Vida

José Mariano A. L. Loureiro

José Renato de Miranda - Casa do Pequeno Trabalhador de Teresópolis

Kátia Martinez Rodrigues da Nóbrega Silva

Lívia Penin - Lar Tia Anastácia

Luis Penna Franca - RPPNs

Lusinete Gomes - Associação Casa de São José

Marcos Habib

Maria Helena Lomeu - Centro Social São José

Page 150: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

Maria Isabel F. Botelho - Grupo Apoio a Criança do Calembe

Maria Luzia Santana Luz - Grupo de Apoio a Criança do Caleme

Maria Raquel Miranda - Casa do Pequeno Trabalhador de Teresópolis

Maria Valdenir Viana de Barros

Michel Angel Cristo Dupont - Feira Agroecológica

Neuza da Silva Alves - Creche Carinha de Anjo

Nilo Sérgio - Rottary Club

Nylce Jucá do Amaral - ONG Conhecer Para Conservar

Orilene Henringer Soares de Oliveira - Projeto Oasis

Padrão Aguines da Avinteira Objetiva

Priscila Domingues Gonçalves - Integrartes

Rita Telles – Movimento Nossa Teresópolis

Rosangela Dupont - Feira Agroecológica

Rosayni Batalha – Rádio Brasil Rural

Sergio de Aquino Vidal Gomes

Sérgio Mázala da Silva

Sergio Tendler

Vera Lucia de Castro Candiano - Associação Nova Vida

Wanilde de Matos - Centro Social São José

Zé Waitz – Conselho Consultivo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Comunidade Alberto P. Domingues - Associação Agroecológica de

Teresópolis

Aldacy Serafim de Lima - Associação de Moradores de Barra do Imbuí

Altair de Jesus Souza

Ana Christina Rodrigues - Associação de Moradores do Jardim Meudon

Ana Maria Machado

Anaith Barbosa Honorato de Miranda

Antônio Carlos da Costa Juvêncio

Antonio Carlos Rodrigues Vieira - Federação das As-sociações de Moradores

Antônio Luiz Coquito da Silva - Associação Tijuca

Antônio Luiz Queiroz

Antonio Siqueira de Medeiros

Antônio Vieira dos Santos - Associação de Moradores do Perpétuo

Archimedes de Souza Vieira - Associação de Morado-res da Fazendinha

Arilson Vieira de Macedo - Associação de Moradores da Fazendinha

Arlete Soares Maia Nunes

Armindo Gonçalves Coelho - Associação de Moradores e Amigos Granja Guarani

Ary Moraes Pereira - Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro

Carlos Antonio Anacleto Raimundo - Associação de Moradores do Castelo

Carlos Antônio Costa

Carlos Rosa Ramos

Celso José Tardi Farias

David de Oliveira Pacheco Filho

Djalma da Silva Oliveira – Associação de Produtores

Edmar de Souza Carreiro

Edy Marcuzzi - Associação de Moradores e Amigos da Fazenda Suíça, Brejal e Parque Boa União

Elba Cristina Moreira Honorato

Fernanda Medeiros de Carvalho

Francisca de Jesus Souza

Francisco José Guarilha

Gelma Figueiredo - Associação dos Moradores e Ami-gos da Granja

Geny Pereira do Nascimento

Gilson Corrêa Ribeiro

Page 151: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

Glaucus da Fonseca Xavier

Guilherme Maia Pinto

Henrique Luiz Rodrigues - Associação de Moradores e Amigos de Agriões

Isabel Cristina Lima Dantas - Associação de Moradores das Pimenteiras

Ivone Miller - Associação de Moradores da Varzea

Jael Alves Caldeira - Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio de Janeiro

Jair Machado da Silva

Janaina Crespo de Andrade Dias

João Batista dos Santos - Associação de Moradores das Pimenteiras

Joaquim Oliveira Rodrigues Ferreira - Associação de Moradores do Jardim Meudon

Jorge Antonio Moura de Rezende

José da Cunha Ferreira - APAVE Venda Nova

José Luiz Malavota - Associação de Moradores da Várzea

José Ricardo Ferreira Nobre

José Ricardo Portocarrero Cortez

Leny Couto Canto - Associação de Moradores e Amigos Granja Guarani

Lohana de Lima Fita

Luciana Rosa Rodrigues - Associação de Moradores e Amigos do Corta Vento

Luiz Inácio da Silva

Manoel Augusto Knupp

Marcelo da Cruz Oliveira

Marco Aurélio P. da Silva

Marcos Habib

Margarete Dutra Toledo Furtado - Associação de Mo-radores do Bairro de Fátima

Maria da Glória dos Santos Mota

Maria de Fátima Vicente da Silva

Maria Helena P. Domingues

Marlene Braga de Jesus

Monica Deluqui – Associação de Moradores do Vale Feliz

Mônica Ivens de Araújo Coquito

Nadim Kantara - Conselho Comunitário de Segurança

Nélio Paes de Barros

Paulo Luiz Leite Jesus

Paulo Raphael de Oliveira - Associação de Moradores da Várzea

Rafael Tendler - Projeto Fazendo a Diferença

Regina Tereza Silva Raymundo

Raymi Rodrigues da Silva - Associação de Moradores e Amigos de Campo Grande

Ricardo Zeum

Rosane Clementina da Silva Pereira

Rozi Neide da Conceição Coelho Gomes

Rui Sérgio de Oliveira Pinto

Sebastião Viana - Associação de Moradores do Jardim Meudon

Selma Marques Vicente Vianna - Associação de Mo-radores do Jardim Meudon

Sergio Ricardo Ponciano - Associação de Moradores e Amigos de São Pedro

Sérgio Tendler - Associação de Moradores e Proprie-tários do Liberty Green

Sidney Nunes de Moura – Federação das Associações de Moradores e Entidades Associativas de Teresópolis

Suzy Crespo de Andrade

Tatiana Lopes de Oliveira

Valdir Paulino Pinheiro

Venâncio de Souza Damásio

Verônica Jardim Lima Rodrigues

Zenilda Rosa de Souza

Page 152: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

152

PROJETO AGENDA 21 COMPERJ – CRÉDITOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS

Petrobras

Gerente de Relacionamento Gilberto Puig Maldonado

Gerente de Relacionamento Corporativo Carmen Andrea Ribeiro Vianna Santos

Coordenador da Agenda 21 Comperj Ricardo Frosini de Barros Ferraz

Assessoria (mobilização a construção coletiva)

Caroline Vieira Nogueira

Assessoria (formalização a finalização) Luiz Cesar Maciel do Nascimento

Encarregado de Logística Paulo Brahim

Ministério do Meio Ambiente

Diretora do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental

Karla Monteiro MatosGeraldo Abreu

Assessor técnico (consolidação municipal)

Márcio Ranauro

Assessor técnico (consolidação municipal)

Luis Mauro Ferreira

Secretaria de Estado do Ambiente

Superintendente do Grupo Executivo do Programa Estadual da Agenda 21

Carlos Frederico Castello Branco

Etapas mobilização da sociedade a consolidação municipal

Instituto Ipanema

Coordenadora da ONG Ninon Machado de Faria Leme

Coordenadora Técnica Maria de Lourdes Davies Freitas

Assistente Técnica (construção coletiva) Cristiane Vieira Jaccoud do Carmo Azevedo

Assistente Técnico Eduardo Peralta Vila Nova de Lima

Assistente Técnica (construção coletiva) Fernanda Leopardo

Assistente Técnico Jaime Bastos Neto

Assistente Técnico Jorge Luiz Gonçalves Pinheiro

Assistente Técnico (construção coletiva) Leonardo Fernandez Casado Barcellos

Assistente Técnica Mônica Engelbrecht Deluqui

Assistente Técnico (construção coletiva) Nilmar Vieira Magalhães

Assistente Técnica (construção coletiva) Polita de Paula Gonçalves

Assistente Técnica Priscila Amaro Lopes

Assistente de Apoio Helena Maria de Souza Pereira

Page 153: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

153

ISER

Coordenadora Geral (construção coletiva)

Samyra Crespo

Coordenador do Projeto Claudison Rodrigues

Coordenadora Financeira Dioney Brollo

Coordenador de Produção Wagner Sabino

Técnica Márcia Gama

Técnica Patricia Kranz

Técnica (construção coletiva) Ana Batista

Técnica (construção coletiva) Renata Bernardes

Técnica (consolidação municipal) Nathalia Araújo e Silva

Assistente de Coordenação (construção coletiva)

Martha Guimarães

Assistente Técnico/Financeiro Hebert Lima

Assistente de Produção (construção coletiva)

Camila Rodi

Assistente Administrativo (consolidação municipal)

Fernando Pereira

Rodaviva

Coordenadora Geral (construção coletiva)

Cláudia Jurema Macedo

Coordenador do Projeto Claudison Rodrigues

Coordenadora Financeira Rozender Smaniotto

Coordenador de Produção Wagner Sabino

Coordenador Regional Vladimir Falcão

Técnica Isabel Macedo

Técnico Marcelo Arantes

Técnica (construção coletiva) Tânia Jandira

Técnica (consolidação municipal) Nathalia Araújo e Silva

Assistente Técnico Hebert Lima

Assistente Administrativo (consolidação municipal)

Fernando Pereira

Assistente de Coordenação (construção coletiva)

Martha Guimarães

Assistente de Produção (construção coletiva)

Camila Rodi

Administração (construção coletiva) Rosangela Ferrão

Tesoureiro Jose Pedro Mendes

Suporte Técnico (construção coletiva) Raimundo Nonato

Page 154: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

154

ASA

Coordenador Geral Roberto Rosa Olivella

Gerente do Projeto Cláudia Passos Sant’Anna

Coordenador Técnico Roberto Wagner Rocco

Coordenador de Campo (construção coletiva)

Leandro Quintão

Assistente de Relatoria (construção coletiva)

Tatiana de Sá Ferreira

Técnica Ana Paula Costa de Paula e Silva

Técnico Thiago Albuquerque

Técnico Flavio Vizeu Soares Bezerra

Técnico (construção coletiva) Alex Bernal

Técnica (construção coletiva) Christiane Nascimento Santos

Técnica (construção coletiva) Gisele Renault

Técnica (construção coletiva) Nathália Araújo e Silva

Técnica (construção coletiva) Priscila Amaro Lopes

Técnica (construção coletiva) Patricia Themoteo Teixeira

Técnica (construção coletiva) Renata Villaça

Técnico (construção coletiva) Thiago Vasquinho Siqueira

Apoio Administrativo Heidi Marques

Consultorias

Fundação José Pelúcio – Ladec/UFRJ (construção coletiva)

José Luiz de Santana Carvalho

ILTC (consolidação municipal) Lucila Martínez Cáceres

Page 155: AGENDA 21 TERESÓPOLIS RJ

155

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