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AGENDA CULTURAL Maio Junho 2016

Agenda Cultural DDC Maio e Junho - 2016

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Esta noite, um amigo nos convidou para um concer-to: o grupo Concerto Italiano, dirigido por Rinaldo Alessandrini, toca Vivaldi no teatro da Avenida Champs-Élysées. Não conhecemos essa formação. A sala está repleta, nossos lugares são perfeitos, a mú-sica pode começar. Como de hábito, tenho dificulda-des para me concentrar, meus pensamentos fluem em todos os sentidos agarrando-se a futilidades, no momento exato em que admiro a gravidade do Sta-bat Mater. Subitamente, no inicio da peça seguinte, produz-se algo diverso. A pequena orquestra, cordas e flauta, ataca um concerto célebre, conhecido como La Notte. Mas a execução se dá com tal precisão, tal justeza que, no decorrer de alguns segundos, toda a sala se congela e retém a respiração. Todos somos suspensos pelos gestos lentos dos músicos e absorvemos os sons puros um a um, à medida que escapam dos instrumentos. Todos temos a consciên-cia de participar, neste exato momento, de um even-to excepcional, de uma experiência inesquecível. Minha pele se arrepia. Alguns instantes de silêncio se seguem ao fim do fragmento, antes da explosão de aplausos.

Em que consiste essa experiência? Vivaldi é um grande compositor, o Concerto Italiano um grupo excelente, mas não se trata apenas disso. Não sei analisar a música, contento-me em escutá-la inge-nuamente, e imagino que a maior parte do público está em situação idêntica à minha. Aquilo que nos transportou pelo tempo em que durou a peça não diz respeito à música. A perfeição da execução abriu as portas para uma experiência rara, porém familiar; ela nos conduziu a um lugar que ainda não sabe-mos nomear, mas que, de saída, sentimos que nos é essencial. É um local de plenitude. Durante um mo-mento, nossa perpétua agitação interior se suspen-deu. Raramente, uma ação ou uma reação contêm em si sua justificação, uma e outra surgem para levar a um resultado, um sentido situado para além delas. Em momentos abençoados como este de que falo, não aspiramos mais a um além – já estamos nele. Ig-noramos estar à procura desse estado; porém, quan-do chegamos a ele, reconhecemos sua importância vital: esse momento de arrebatamento corresponde a uma necessidade imperiosa. Algum tempo mais tarde, li num pequeno livro dedicado pelo mesmo Rinaldo Alessandrini a outro grande compositor: “Monteverdi dá a possibilidade aqueles que o escu-tam de tocar a beleza com o dedo”. Sim, é isso. A beleza, seja de uma paisagem, a de um encontro ou a de uma obra de arte, não remete a algo para além dessas coisas, mas nos faz apreciá-las enquanto tais. É precisamente essa sensação de habitar plena e

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exclusivamente o presente que experimentávamos ao escutar La Notte.

A música não é o único meio de conhecer essa experiência, nem a beleza a única maneira de nomear o que encontramos nesse lugar. Mesmo não sendo frequente, todos nós a encontramos em nossa vida cotidiana. Sirvo-me de um objeto – e subitamente me detenho, tocado por sua qualidade intrínseca. Passeio na “natureza” – e sou tomado de entusiasmo diante do céu ou da noite, os cimos cobertos de neve ou as penumbras de um bosque. Observo meu filho – e seu riso me enche de alegria, nesse exto momento não preciso de mais nada. Falo com alguém – e de repente sou inundado por uma ternura que nada deixava prever. Procuro uma demonstração matemática – e ela se impõe a meu espírito como se viesse de algum lugar. É mais do que um prazer ou mesmo uma felicidade, pois esses atos me fazem pressentir de forma fugidia um estado de perfeição, ausente em outro instante qualquer. A satisfação que retiramos desses momentos não dependem diretamente da sociedade que nos cerca, não se trata nem de uma recompensa material nem de um reconhecimento público que afagaria nossa vaidade: ambos podem coroar essas ações, mas não fazem parte delas.

Essas experiências não se confundem entre si, po-rém todas conduzem a um estado de plenitude, nos dão um sentimento de realização interior. Sensação fugaz e ao mesmo tempo infinitamente desejável, pois graças a ela nossa existência não decorre em vão; graças a esses momentos preciosos, ela se torna mais bela e mais rica de sentidos.

TODOROV, Tzvetan. A Beleza Salvará o Mundo: Wilde, Rilke e Tsvetaeva: os aventureiros do absoluto Rio de Janeiro: DIFEL, 2011. Pp.7,8,9

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A introdução de Tzvetan Todorov em A Beleza Sal-vará o Mundo apresenta a possibilidade de através da arte experienciarmos uma outra coisa, sem nome, e que conduz a todos a este estado que não nos é necessário, que não sentimos falta, mas quando nos é possível senti-lo não imaginamos como viver sem ele. Aproximarmo-nos por meio da arte de cada um de vocês é o desafio diário do Departamento de Difusão Cultural. Criamos e realizamos a progra-mação artística com o propósito de fazer com que todos possam sentir algo inominável, e que este inominável faça parte de suas necessidades, que seja possível experimentar e procurar esta “sensação fugaz e ao mesmo tempo infinitamente desejável, pois graças e ela nossa existência não decorre em vão; graças a esses momentos preciosos, ela se torna mais bela e mais rica de sentidos”.

Claudia Boettcher Diretora do Departamento de Difusão Cultural

Foto Rômulo

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p R o J E T o U N i M ú s i C A 2 016s o b R E A pA L Av R A f U T U R o

Datas comemorativas são momentos privilegiados: por se destacarem da duração ordinária da vida cotidiana, elas parecem ter a capacidade, ainda que provisória, de nos suspender no tempo, levando-nos, na maioria das vezes, a um pensamento retrospec-tivo. E é natural que assim seja, pois é justamente essa a ideia que está por trás da palavra comemo-rar: memorar juntos, trazer à lembrança, recordar. Datas redondas são, de certa forma, a festa da história – de alguém, de uma cidade, de um movi-mento artístico, um projeto cultural. Para celebrar os seus 35 anos de criação, o Unimúsica, um dos projetos mais longevos do país, propõe-se a ir na direção oposta, invertendo a flecha e posicionan-do-a na direção do futuro. Nesse momento de um quase inevitável desencantamento do mundo, a série sobre a palavra futuro quer nos fazer pensar sobre os desafios e possibilidades que estão diante de nós.

O que pode a música, o que pode a canção, o que pode a poesia frente às incertezas dos novos tem-pos? Com a palavra, nossas artistas.

Lígia Petrucci

Coordenação e curadoria do Projeto Unimúsica

pRoGRAMAÇÃoMaria Bethânia | Bethânia e as palavras02 de junho

Juçara Marçal | Encarnado 07 de julho

Marlui Miranda | Fala de bicho, fala de gente 04 de agosto

Karina Buhr | Selvática 1º de setembro

Carina Levitan + Gisele de Santi + Gutcha Ramil + Vanessa Longoni | Sobre a palavra futuro 06 de outubro

Elza Soares | A mulher do fim do mundo 03 de novembro

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Devido ao fato de percebermos um insistente índice de desistência nos ingressos reservados pela internet ao longo dos anos, optamos pela não continuidade dessa modalidade. Por outro lado, ampliamos o horário de atendimento.

A partir de agora, os ingressos somente poderão ser retirados presencialmente no mezanino do Salão de Atos, três dias antes de cada espetáculo, das 9h às 20h.

Chamamos também a atenção para outra impor-tante novidade deste ano: ao invés da tradicio-nal troca de 1kg de alimento não perecível por

ingresso, adotaremos o livro como nova forma de participação nos concertos da série sobre a palavra futuro.

Cada ingresso deverá ser trocado por um livro em bom estado de conservação.

Livros infantis, infantojuvenis, literatura de ficção e de não ficção serão muito bem-vindos! Uma parceria entre o DDC e o Instituto de Letras da UFRGS possibilitará que seu exemplar encontre um novo leitor em bibliotecas de bairro, associa-ções de moradores, escolas públicas e cursinhos populares.

ALTERAÇÕEs NA DisTRibUiÇÃo DE iNGREssos

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Maria Bethânia desenvolveu o gosto pela poe-sia ainda no colégio, em Santo Amaro, com seu professor Nestor Oliveira. Levou essa paixão pelas palavras ao palco já em seu famoso show de estreia, no Teatro Opinião, em 1965. Em tempos de vida cada vez mais acelerada, ela assume o desafio de recitar e fazer ouvir poesia em Bethânia e as palavras. O espetáculo celebra a relação da cantora com as palavras através da leitura de poemas e textos selecionados por ela, mesclando-os com canções pouco usuais em seu repertório. Poetas e escritores de sua vida, como Fernando Pessoa, Gui-marães Rosa, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Ramos Rosa, Sophia de Mello Breyner Andersen, José Craveirinha, Padre Antonio Vieira, Caetano Veloso, Fausto Fawcet, Ferreira Gullar, ganham voz ao lado de conhecidas canções brasileiras e portu-guesas. O projeto, que conta com a colaboração de Hermano Vianna e Elias Andreatto e participação do violonista Paulinho Dafilin e do percussionis-ta Carlos Cesar, tem sido apresentado em vários teatros do Brasil.

Data: 02 de junho – quinta-feira Horário: 20h Local: Salão de Atos da UFRGS (Paulo Gama, 110) Observação: Retirada de senhas através da troca de um livro em bom estado por ingresso a partir de 30 de maio (segunda-feira), das 9h às 20h, na bilhe-teria do Salão de Atos da UFRGS. Serão entregues apenas dois ingressos por pessoa.

pRoJETo UNiMúsiCAsobRE A pALAvRA fUTURo

Bethânia e as palavras Bethânia e as palavras

Foto Milet Meirelles

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Desenvolvido e coordenado pela administração do Salão de Atos, o Som no Salão tem o objetivo de promover o acesso e firmar uma ação cultural para este espaço, de acordo com a política cultural da Universidade. Por meio de um edital, serão selecio-nados projetos musicais para utilizarem o espaço do Salão de Atos da UFRGS em apresentações gra-tuitas. O projeto oferece toda a estrutura de palco, incluindo sonorização e iluminação, além de um material audiovisual do espetáculo e assessoria de comunicação do show, reforçando a importância de promover o acesso deste local para possibilitar a construção de imagem e divulgação de artistas independentes e em início de carreira.

A sexta edição do Som no Salão segue sendo voltada para música autoral brasileira e está com inscrições abertas de 02 a 22 de maio de 2016. As inscrições serão por meio de preenchimento de formulário eletrônico disponibilizado junto ao edital, no site do Salão de Atos.

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Serão selecionados apenas quatro projetos para integrarem a programação desta edição. A comis-são organizadora se compromete em garantir a diversidade de estilos e gêneros musicais de cada edição. Os selecionados serão divulgados ainda no mês de junho e os shows do Som no Salão acontecerão nos dias 20 de julho, 14 de setembro, 09 de novembro e 30 de novembro.

Lívia BiasottoAdministração Salão de Atos

Foto:Divulgação

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Vale circo!

A produção reúne artistas circenses, dançarinos e músicos da cena underground de Porto Alegre para um encontro inédito. Com o objetivo de inter-vir no espaço acadêmico o espetáculo trás para o Campus o universo circense. Com a composição da trilha sonora feita especialmente para esse espetáculo, hora sendo influenciados pelas ações do show, hora influenciando o movimento dos artistas, os músicos utilizam o entrosamento como ferramenta para o improviso.

Inspirados nas cenas burlescas, nos cabarés e nos espetáculos de variedades da década de 20, os artistas convidados compõem esse espetáculo – contemporâneo – e fazem da mistura de lingua-gens artísticas um movimento consoante que resulta em um espetáculo conjunto ainda que possuam individualmente suas técnicas e formas de dialogo com o espectador.

Vale um sarau!

Vale levar uns poemas. vale ficar no cantinho. vale gritar bem alto. vale ficar só ouvindo. vale ler o que se escreve. vale a pena ler de novo. vale mais que um salgado no antônio. vale um sarau. mas um sarau não vale muito. vale?Te esperamos!

vALE UM sARAU.Data: 18 de maioHorário: 12h30minLocal: Palco Grego - Campus do Vale (atrás do RU3)

vALE vALE!

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Oficina: Vamos entrar em Ressonância

É assim: “quando corpo, respiração e mente estão em ressonância surge uma experiência muito especial!”

Através de exercícios de respiração, vocalização, afinação, movimentos corporais, uso de softwa-res abertos, instrumentos musicais e científicos variados e, principalmente, de muita experimen-tação, vamos aplicar conceitos básicos da física ondulatória às práticas musicais. A ideia é também aprender física com música e música com física e experimentar “ressonância na primeira pessoa”. A oficina é coordenada por Flávio Depaoli e o grupo do Centro de Tecnologia Acadêmica (CTA).

Traga teu instrumento e venha participar!

vAMos ENTRAR EM REssoNÂNCiAData: 20 de maioHorário: 10h30minLocal: CTA Prédio L do Instituto de Física (entrada por trás do prédio) - Campus do Vale

Os Renascentes

Os Renascentes tem um trabalho musical autoral que combina o universo da canção popular brasi-leira com a atitude do rock.

Musicalmente a banda é influenciada pelo movi-mento da Tropicália, dialogando com o psicode-lismo dos Beatles e Pink Floyd, com o rock con-temporâneo do Radiohead, com o tango, o baião e drum’n’bass, além de obras literárias de autores como José Saramago, Guimarães Rosa, Fernando Pessoa e Pablo Neruda. O cineasta Stanley Kubrich e o pintor Salvador Dalí também estão na lista das referências que se evidenciam nas suas composições.

Os Renascentes estão na estrada já algum tempo e esta trajetória é marcada por turnês, apresentações em diversas cidades, festivais e pelo CD, gravado recentemente. Vale conferir!

os RENAsCENTEsData: 15 de junhoHorário: 12h30minLocal: Palco Grego – Campus do Vale (atrás do RU3)

Foto divulgação

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A r t e s v I s u A I s

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UNifoTo

ImagineFranceA viagem fantástica, de Maia Flore A Atout France, através do seu Cluster de Turismo e Cultura, em parceria com o Instituto Francês e a Aliança Francesa, se mobiliza para propor um olhar novo, poético e peculiar sobre os castelos, museus e monumentos franceses. Apresentando o talento da artista Maia Flore, fotógrafa da agência VU’, nascida em 1988, foi organizado a exposição Imagi-neFrance, que permite a visão dos locais e eventos culturais através de um novo ângulo. Para realizar essa série de fotografias, Maia Flo-re percorreu as estradas francesas entre julho e setembro de 2013. Ela visitou 25 locais de inte-resse cultural que foram, em seguida, encenados conforme a inspiração transmitida por cada um deles. Seu viés era criar um personagem apropria-do para cada um dos locais, para torná-los vívidos, expressivos e surpreendentes. Ora como ator da encenação, ora como espectador, este personagem recorrente desperta, vivifica e renova os patrimô-nios visitados. Esse evento itinerante percorreu o mundo durante três anos e, em 2016, a Aliança Francesa de Porto Alegre e o Departamento de Difusão Cultural da UFRGS, em parceria, organizam a mostra.

Data de visitação: de 15 de junho a 29 de julho.Horário: das 08h às 18h.Local: Saguão da Reitoria da UFRGS (Av. Paulo gama, 110)

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UNifoTo

Foto com intervenção , de Gilvan Barreto

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ExposiÇÃo “posTCARDs fRoM bRAZiL”, de Gilvan BarretoData: 11 de maio, 10h - Abertura exposição Local: Pátio central do Campus Centro da Ufrgs (Avenida Paulo da Gama, s/n.)

pALEsTRA com Gilvan BarretoData: 13 de maioHorário: 10hLocal: Sala II do Salão de Atos da UFRGS(Avenida Paulo da Gama, 110)

visiTAÇÃo púbLiCAExposição ExternaData: de 12 de maio a 15 de julho de 2016Horário: das 7h às 22hLocal: Pátio central do Campus Centro da UFRGS (Av. Paulo Gama, s/n.) Exposição InternaData: de 12 de maio a 10 de junho de 2016Horário: das 08h às 18hLocal: Saguão da Reitoria da UFRGS | Av. Paulo Gama, 110.

“Postcards from Brazil” - a natureza como cenário da violência

Cartões-postais marcam lembranças de viagem mesmo que, em muitas casos, sejam imagens de experiências não vivenciadas. Um ângulo espe-cial, uma luz específica, uma cena carregada de informação e capaz de levar ao destinatário o sentimento que liga o viajante àquele cenário. Quando enviamos um cartão-postal, remetemos a um estado de espírito que une a experiência da viagem e precisa ser compartilhada com alguém que também faz parte daquela história.

O fotógrafo pernambucano Gilvan Barreto explora esta representação e nos envia um cartão-postal que viaja através de quatro décadas. A mensa-gem, antes presa nas coordenadas geográficas, é revelada em forma de cicatrizes na paisagem. Gil-van interfere nestas paisagens para abrir fendas, provocar fraturas e expor as ausências. Ausências que irrompem desta cartografia refeita como marcas da presença de uma morte escondida. Um mapa do que não pode ser esquecido.

Irônico e incisivo, Gilvan busca no acervo da propaganda oficial as imagens turísticas de uma natureza exuberante que engoliu histórias de mor-te e perseguição nos governos militares e ajudou a esconder um estado de exceção. No acervo da filmografia de época, inverte o fluxo das imagens para devolver dignidade à castanheira derrubada, símbolo da abertura oficial da Transamazônica e do projeto de desenvolvimento imposto à região. Ele mostra como a trilha sonora estatal incorpo-rou despudoradamente a obra de Carlos Gomes para embalar notícias oficiais enquanto derrama-va sangue. Gilvan Barreto grita contra o esque-cimento e nos chama a revirar a terra e nossa memória para recuperar a natureza envenenada pelo autoritarismo e a repressão. Envia um cartão postal para lembrar que nunca mais podemos esquecer.

Carlos Carvalho, maio de 2016Curador

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Taurus versus Virgo, 2013, impressão a jato de tinta, laser e scraping sobre papel 35 x 60cm(detalhe)

Maria Lúcia Cattani (Garibaldi, RS, 1958 – Porto Alegre, RS, 2015) despontou no cenário artístico de Porto Alegre com a chamada “Geração 80”, que visava, naquela década, uma revitalização artística a partir da emancipação dos grandes centros e da afirmação de uma autonomia local. Consagrou-se, em especial, na gravura, mas trazendo uma nova possibilidade de perspectiva a uma disciplina tradicionalmente calcada na expressão de cunho regionalista.

Cattani, que começou sua formação no Instituto de Artes da UFRGS e, posteriormente, deu continuidade a seus estudos, passando pelos Estados Unidos, Inglaterra, Bélgica e Japão, desde sua primeira individual, ocorrida na Galeria Arte & Fato (1986), já anunciava sua inclinação ao estudo modular e serial, dando início a uma produção amplamente apoiada no exercício formal, no estudo de recursos gráficos, na gestualidade e na reprodução: “Fruto legítimo de uma geração de artistas que herdaram o interesse por um abstracionismo geométrico não imune às incertezas, Maria Lúcia Cattani manteve-se sempre fiel ao gosto pelo rigor formal”, conforme coloca a historiadora da arte Neiva Bohns*.

Na imagem em destaque, produzida para o Consórcio de Gravuras do Museu do Trabalho, Cattani desenvolveu um trabalho com uma dupla impressão de uma mesma chapa de metal, gravada através de uma máquina de clichê que possibilita a saliência do gesto em alto-relevo. A impressão à direita foi feita a partir do entintamento com rolo, para gerar uma imagem em negativo, enquanto que a impressão da esquerda foi realizada a partir da impressão de gravura em metal, obtendo-se o positivo.

O conceito de “matriz” é articulado com sua produção, visto que a impressão em série se dá em contrapartida com a busca por particularidades próprias de cada módulo. O resultado de espelhamento obtido ressalta o interesse da artista sobre o exercício da imagem seriada, da “expansão do movimento de linhas abstratas”, que antes estariam “contidas em suas imagens de delicado e rico grafismo”, como colocam Décio Presser e Renato Rosa, no Dicionário de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul (2000, p. 345), além de explorar aspectos como fragmento e totalidade, repetição e diferença, que são próprias da gravura.

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Segundo depoimento da artista, seu procedimento está apoiado na “ação de fazer marcas”, não apenas com o intuito de desenhar a superfície, mas modificá-la fisicamente.

Assim, estabelece uma trajetória na qual explora novos paradigmas de uma linguagem já consagrada, desenvolvendo uma produção em arte contemporânea que não se distancia dos procedimentos tradicionais, apesar de, a partir deles, gerar novas indagações. Seus trabalhos demonstram um olhar atento sobre a singularidade da série e perfazem um percurso do único ao múltiplo e do múltiplo ao único, um caminho de construção e desconstrução, através da “feitura de marcas”.

Maria Lúcia Cattani trabalhou, durante anos, como professora junto ao Instituto de Artes da UFRGS, atuando na Graduação e na Pós-Graduação. Além da gravura, dedicava-se a outras linguagens, como a pintura, a imagem em movimento e o livro de artista.

Paola Fabres, crítica e pesquisadora de arte. Mestre em História, Teoria e Crítica da Arte

pelo Instituto de Artes da UFRGS

Esta obra faz parte do acervo do Instituto de Artes da UFRGS está na exposição Pinacoteca Barão de Santo Ângelo nos 80 anos da UFRGS – Módulo II, no Museu da UFRGS.

O texto foi retirado do recente Catálogo Geral da Pina-coteca Barão de Santo Ângelo da UFRGS. Disponível em: https://issuu.com/difusaoddc

Mais disponível em: http://www.marialuciacattani.com/textos

piNACoTECA bARÃo DE sANTo ÂNGELo, MóDULo iHorário: Segunda a sexta - 10h às 18hLocal: Salão de Festas da Reitoria (Av. Paulo Gama 110 — 2° andar)

piNACoTECA bARÃo DE sANTo ÂNGELo, MóDULo ii Data: Até 17 de JunhoHorário: Segunda a sexta - 8h às 20hLocal: Museu da UFRGS (Av. Osvaldo Aranha, 277)

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narrativa sem um fio condutor, sem uma sequência de início meio e fim. Ao contrário, ele cria um labirinto de tramas possíveis que tem apenas o personagem como elemento condutor. O filme é uma homenagem ao cinema como manifestação estética, artística e poética; como criador de imagens e de mundos que nos possbilitam sensações extremas, como amor, dor e nojo. Leos Carax também dirigiu, entre outros filmes, Boy Meets Girl (1984) e Os amantes da Ponte Neuf (1981). Uma curiosidade: seu nome profisional é um anagrama feito com seu primeiro e segundo nome real, Alexander Oscar Dupont.

Os outro dois filmes que estão na programação é Juan do Mortos (2011), do cubano Alejandro Brugués, e Depois da Chuva (1999), de Takashi Koizumi. O primeiro narra o que acontece quando zumbis invadem Cuba. O filme dialoga, desde o título, com Todo mundo quase morto (2004), de Edgar Wright. Juan do Mortos, primeira comédia de zumbis de Cuba, faz várias críticas não apenas à política do seu país, mas também à sociedade de consumo da vizinha Miami. O filme recebeu vários prêmios de público em festivais pelo mundo. Depois da Chuva foi rodado a partir de um roteiro escrito por Akira Kurosawa, e como não poderia deixar de ser, traz um tema recorrente da obra do mestre japonês, isto é, o universo dos samurais. O filme foi realizado pelo seu assistente de direção, Takashi Koizumi, que trabalhou por mais de 20 anos com Kurosawa.

Tânia Cardoso de Cardoso,coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema

Universitário.

M A i o

Em Cartaz: Cinema pelo mundo

c I n e M A

Mommy

Nas três primeiras semanas de maio, a Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com Sesc/RS, apresenta na seção Em Cartaz: Cinema pelo mundo. A mostra conta com sete filmes de diferentes estilos e nacionalidades. Exibiremos Ida (2013), com direção de Paweł Pawlikowski, que recebeu o prêmio de melhor filme estrangeiro no Oscar 2015. O filme tem como cenário o pós-guerra, nos anos 1960, quando a noviça Anna, que está preste e virar freira, tem como tarefa passar alguns dias com uma tia para ter certeza de sua decisão. Ao mesmo tempo que tal encontro é para decidir sobre o futuro, ele permite um mergulho no passado.

Mommy (2014), de Xavier Dolan, também está na programação. O cineasta canadense, premiado no Festival de Cannes em 2009 com Eu matei minha mãe, e que está na mostra competititva de Cannes 2016 com Juste La Fin du Monde, também aborda o universo familiar ao narrar o reencontro entre mãe e filho, após esta ter abandonado o filho tido como problemático aos cuidados do governo. Pelo Malo (2013), é o terceiro longa da realizadora venezuelana Mariana Rondón. Se num primeiro momento a trama parece girar também em torno da família, ela, no entanto, apresenta-nos um retrato realista da sociedade machista venezuelana. Lunchbox (2013) é o primeiro longa do indiano Ritesh Batra. Com uma produção simples, de baixo orçamento, o diretor narra o encontro de dois solitários na cidade de Mumbai, que passam a se coresponder por cartas. Holymotors (2012) do diretor francês Leos Carax aposta numa proposta totalmente diferente ao apresetnar uma

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HoLy MoToRs 3 de maio- terça-feira – 19h4 de maio- quarta-feira – 16h13 de maio- sexta-feira – 19h 16 de maio- segunda-feira – 16hHoly Motors, França/Alemanha, 2012, 115minDir. Leos CaraxDa madrugada até a noite, algumas horas na existência do Senhor Oscar, um ser que viaja de vida em vida. Está sozinho, acompanhado apenas por Céline, uma senhora aos comandos da imensa máquina que o transporta em Paris e arredores.

pELo MALo 4 de maio- quarta-feira – 19h5 de maio- quinta-feira – 16h16 de maio- segunda-feira – 19h17 de maio- terça-feira – 16hPelo Malo, Venezuela, 2013, 93min Dir. Mariana RondónJunior, um menino de nove anos de idade, sonha em alisar o cabelo para ficar mais parecido com sua imagem fantasiosa de um cantor de cabelos compridos. Sua mãe, Marta, luta para sustentar a família após a morte do marido e, ao mesmo tempo, tenta evitar o jeito diferente do filho.

LUNCHbox5 de maio- quinta-feira – 19h6 de maio- sexta-feira – 16h17 de maio- terça-feira – 19h18 de maio- quarta-feira – 16hThe Lunchbox, Índia, 2013, 105min Dir. Ritesh BatraO Mumbai Dabbawallahs é um famoso serviço de entrega de comida. Um dia, um erro na entrega faz com que uma pacata dona de casa conheça um homem que está na fase final de sua vida profissional.

MAIO

iDA2 de maio- segunda-feira – 16h10 de maio- terça-feira – 19h11 de maio- quarta-feira – 16h20 de maio- sexta-feira – 19h(Ida, Polônia, 2013, 82min)dir. Paweł PawlikowskiA noviça Anna está pronta para prestar seus votos e se tornar freira, só que antes disso, por insistência da Madre Superiora, vai visitar a única familiar restante: sua tia Wanda, cínica e mundana, que revela segredos sobre o seu passado.

MoMMy 2 de maio- segunda-feira – 19h3 de maio- terça-feira – 16h12 de maio- quinta-feira – 19h13 de maio- sexta-feira – 16h(Mommy, Canadá, 2014, 139min) dir. Xavier DolanUma peculiar vizinha traz esperança para uma recente viúva que está com dificuldades para criar seu filho adolescente, violento e imprevisível.

JUAN Dos MoRTos Juan de los Muertos, Espanha/Cuba, 2011, 96minDir. Alejandro Brugués6 de maio- sexta-feira – 19h9 de maio- segunda-feira – 16h18 de maio- quarta-feira – 19h19 de maio- quinta-feira – 16hUm dia, deparando-se com uma misteriosa infecção que está transformando os habitantes de Havana em mortos-vivos famintos, Juan decide começar um negócio ao lado do amigo Lazaro para tirar vantagem da situação.

DEpois DA CHUvA Ame Agaru, Japão/França, 1999, 91minDir. Takashi Koizumi9 de maio- segunda-feira – 19h10 de maio- terça-feira – 16h19 de maio- quinta-feira – 19h20 de maio- sexta-feira – 16hDurante uma tempestade, um ronin oferece comida a todos que estão em uma hospedagem a fim de acalmar os ânimos dos presentes. Não tendo como pagar, vai em dojos desafiar seus mestres por dinheiro.

Em cartaz: Cinema no Mundo

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M A i o

Na última semana de maio, a Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com o Sesc/RS, apresenta três filmes do diretor japonês Hayao Miyazaki. Co-fundador do Studio Ghibli, Miyazaki foi fundamental para o desenvolvimento da animação no mundo, trazendo maior profundidade e beleza para o gênero.

Em 2014, recebeu um Oscar Honorário pelo seu impacto no cinema; foi o segundo cineasta japonês a receber este prêmio, o primeiro sendo Akira Kurosawa em 1990. As suas obras são ao mesmo tempo infantis e adultas, apelando diferentemente para cada pessoa que as vê: infantis por retratar os seus temas de maneira pura, quase ingênua; adultas pela profundidade desses mesmos temas.

Recorrentes em sua obra estão as relações entre os seres humanos, a natureza e a tecnologia; a fuga do maniqueísmo tradicional das animações, buscando mostrar os motivos e a humanidade por trás das tramas; e trazendo, em vários de seus filmes, personagens femininas fortes, emblemáticas e multidimensionais.

Exibiremos Nausicaä do Vale do Vento (1984), lançado um ano antes da formação do Studio

Ghibli. Retrata, sob a ótica de Nausicaä – uma princesa de um pequeno reino –, a complexa relação entre os seres humanos, organizados em nações, e a natureza, reduzida por uma guerra a uma selva tóxica com insetos monstruosos.

Outro filme que compõe a mostra é um dos mais conhecidos do estúdio, Meu Amigo Totoro (1988). Calmo, sem vilões, nem reviravoltas, e quase nenhum conflito, triunfa na simplicidade ao comunicar suas temáticas: a mortalidade, a inocência e a finitude. Essas questões são retratadas pela perspectiva de duas irmãs que exploram um mundo novo ao lado de amigáveis espíritos da floresta.

Exibiremos Princesa Mononoke (1997), animação que mostra, por meio de um príncipe que viaja em busca da cura de uma doença que o assola, o conflito entre o progresso tecnológico humano e a resistência da natureza frente ao desmatamento causado por este mesmo progresso.

Vitor Cunha, estudante da UFRGS, bolsista da Sala Redenção – Cinema Universitário.

Nausicaâ do Vale do Vento

Mostra Hayao Miyazaki

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MAIO

Mostra Hayao Miyazaki

NAUsiCAä Do vALE Do vENTo 23 de maio- segunda-feira – 16h27 de maio- sexta-feira – 16h30 de maio- segunda-feira – 19hKaze no Tani no Nausicaä, Japão, 1984, 114minDir. Hayao MiyazakiEnquanto a humanidade se esforça em sobreviver em um mundo em ruínas, divididos em pequenas civilizações, a princesa do reino do Vale do Vento, Nausicaä, tenta compreender este mundo e ao mesmo tempo salvar seu povo dos reinos vizinhos.

MEU AMiGo ToToRo 23 de maio- segunda-feira – 19h24 de maio- terça-feira – 16h31 de maio- terça-feira – 16hTonari no Totoro, Japão, 1988, 88minDir. Hayao MiyazakiMei é uma jovem que encontra uma pequena passagem em seu quintal, que a leva a um lendário espírito da floresta, conhecido como Totoro. Sua mãe está no hospital e seu pai divide o tempo entre dar aulas na faculdade e cuidar de sua mulher doente.

pRiNCEsA MoNoNokE27 de maio- sexta-feira – 19h30 de maio- segunda-feira – 16h31 de maio- terça-feira – 19hMononoke Hime, Japão, 1997, 135minDir. Hayao MiyazakiUm príncipe infectado por uma doença sabe que irá morrer a menos que encontre a cura. Sendo a sua última esperança, segue para o leste e, durante o caminho, encontra animais da floresta lutando contra a sua exploração, liderados pela princesa Mononoke.

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MAio

Glauco do Brasil

Foto: Divulgação

GlAucO dO BrAsIl

Documentário sobre o pintor

11 de maio- quarta-feira – 19h12 de maio- quinta-feira – 16h24 de maio- terça-feira – 19h25 de maio- quarta-feira – 16hGlauco do Brasil, Brasil, 2015, 90 min Dir. Zeca BritoDocumentário sobre a vida e a obra do pintor Glauco Rodrigues, cuja trajetória é retratada através de uma série de entrevistas, depoimentos, imagens de arquivo e captação de novas imagens dos cenários no qual vivenciou e se inspirou.

Após a sessão do dia 11 de maio, às 19h, debate com o diretor, Zeca Brito.

Em 1998, aos 12 anos de idade, o diretor Zeca Brito entrevistou com uma câmera amadora o pintor Glauco Rodrigues, um dos principais nomes da Pop Art na América Latina, em sua terra natal, Bagé, no Rio Grande do Sul. O que era apenas uma memória ressignificou-se, anos mais tarde, como a gênese do documentário Glauco do Brasil, que será exibi-do ao longo do mês de maio na Sala Redenção – Cinema Universitário. Com uma técnica impecável, uma coleção de influências, tanto nacionais quanto internacionais, e um interesse muito grande pelas origens do Brasil, Glauco Rodrigues retratava a antropofagia cultural natural daqui. Além de qua-dros e afrescos, criou pôsteres de filmes, capas de discos e ilustrações de livros.

Glauco, de acordo com Nicolas Bourriaud, foi esquecido em seu próprio país por não seguir as regras do mercado da arte e da história oficial, uma história modernista. Muito conceituado, tem painéis executados em locais públicos, obras em museus e coleções particulares nacionais e estrangeiras.

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pARCEiRos DA sALA REDENÇÃo

8° Festival Escolar de Cinema

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atra-vés da FACED/ Prorext/ Sala Redenção tem o reno-vado prazer em apresentar a 8ª edição do Festival Escolar de Cinema, a partir de 12 de abril até 13 de maio de 2016. Ação do Programa de Alfabetização Audiovisual e realização conjunta da Prefeitura de Porto Alegre - Secretaria Municipal da Cultura e Se-cretaria Municipal da Educação, juntamente com a Secretaria da Educação do Estado do RS, o Festival Escolar de Cinema constitui uma marca no início do ano letivo das escolas públicas porto alegren-ses. Esta edição, com financiamento do Ministério da Cultura, através da Secretaria de Educação e Formação Artística e Cultural renova e ratifica o compromisso de interação da educação e da cultura. São mundos tão extensos quanto diversos e inegavelmente ligados. A ação do Ministério da Cultura- Secretaria de Formação Artística e Cultural reitera o compromisso da Cultura com o universo

escolar e a UFRGS, através do Departamento de Difusão Cultural e da Sala Redenção abre as portas do audiovisual para os estudantes e professores da escola pública .Será um mês de uma presença maciça de estudan-tes de todas as idades e escolaridades, desde os pequenos da Educação Infantil, até a Educação de Jovens e Adultos, incluindo as Escolas Especiais, e as Bilíngües (LIBRAS) e seus professores que num gesto afirmativo são recebidos na Universidade reiterando seu compromisso de ensino público, gratuíto e de qualidade.

Maria Angélica dos Santos, coordernadora do Festival Escolar.

Data: 06 de maio – 14h10 a 13 de maio – 9h30min

Foto: Divulgação

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CineDHebate em Direitos Humanos

A série Cinedhebate: Documentários são um excelente meio para chamar a atenção quanto às violações cometidas aos direitos humanos, e para dar visibilidade a pessoas esquecidas ou à margem da sociedade. Como se originaram, então, os do-cumentários? Como eles ganharam esse poder uni-versalmente difundido e reconhecido? O impacto da imagem cinematográfica é maior porque mostra uma situação do mundo ao invés de descrevê-la. O Cinedhebate Documentários oferecerá uma seleção quintessencial sobre o documentarismo cinema-tográfico com filmes mudos da década de 20, do período do segundo cinema (1916-1930). O ciclo será uma verdadeira experiência cinematográfica, porque possibilitaremos “todo o prazer de se ver a imagem sem som [...] a imagem pura” (De Faria, 1952, p. 59). Exibiremos filmes silenciosos, que não foram produzidos originalmente com trilha sonora.

Giancarla Brunetto e Nykolas Friedrich Von Peters Correia Motta, Coordenação e curadoria.

*FARIA, Otavio de. Significação do Far-West. Ministério da Educação e Saúde: Rio de Janeiro, 1952.

pARCEiRos DA sALA REDENÇÃo

NANook Do NoRTE Estados Unidos, 1922, 79 minDir. Robert Flaherty25 de maio- quarta-feira – 19hDocumenta um ano da vida do esquimó Nanook e de sua família. O cotidiano de uma família que realiza as atividades do dia-a-dia em volta basicamente de uma única questão: ter o que comer.

Foto: Divulgação

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J U N H o

Em Cartaz: Animações

Filmes realistas mostram o mundo físico; animações mostram sua essência. Roger Ebert

Na última semana de Junho, a Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com o Sesc/RS, apresenta, na seção Em Cartaz, a mostra Animações, exibindo filmes contemporâneos do Brasil, França e Israel. Apesar do apelo comercial ao público infantil, este gênero tem a capacidade de mostrar temáticas e questionamentos adultos e universais mais livremente. Primeiramente, exibiremos O Menino e o Mundo (2013), de Alê Abreu, vencedor de vários prêmios tanto nacionais quanto internacionais, e indicado, este ano, ao Oscar de melhor longa-metragem de animação; trata, pela ótica de uma criança cujo pai emigra do campo para a cidade a fim de conseguir trabalho, das relações entre os meios rural e urbano, a exploração dos trabalhadores e a luta de classes. Outro filme que integra a mostra é O Congresso Futurista (2013), de Ari Folman. Conta a história de uma atriz real (Robin Wright) que, com sua carreira em declínio, recebe uma proposta de transformar sua imagem em uma personagem digital.

Foto: O Menino e o Mundo

Essa personagem poderia ser usada para o que seus criadores bem entenderem, e a atriz não poderia mais atuar na vida. O filme traz questionamentos sobre a diferenciação entre ator e personagem, o fazer cinematográfico contemporâneo, com muito foco nos lucros, entre outros. O Segredo de Eleonor (2009), dirigido por Dominique Monférry, é um filme que, por meio de uma amálgama de diferentes personagens dos clássicos contos de fada, cria um universo fantástico e é uma ode à leitura e à imaginação, próprias do mundo infantil mas muito bem-vindas e necessárias para os adultos. Fechando a mostra, temos O Menino da Floresta (2013), do diretor Jean-Christophe Dessaint, que fala da relação entre um pai e um filho que moram em uma floresta e de lá nunca saem. Nesta floresta, habitam espíritos animais, que se comunicam com o menino. A partir desta premissa, são discutidas as relações familiares, a morte e a nossa relação, como seres humanos, com o mundo animal e natural.

Vitor Cunha, estudante da UFRGS e bolsista da Sala Redenção – Cinema Universitário

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J U N H o

Em Cartaz: Cinema no mundo

Nas duas primeiras semanas de junho, na seção Em cartaz, Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com Sesc/RS, apresenta a segunda edição de Cinema Pelo Mundo. Na programação está O Artista e a Modelo (2012), direção de Fer-nando Trueba, exibido no Festival de Cinema do Rio de Janeiro. O filme tem como pano de fundo a segunda guerra mundial, quando um casal, no in-terior da França, recebe uma hóspede inesperada, que foge do franquismo. Ele, um escultor desiludi-do, redescobre o desejo de esculpir com a chega-da da nova moradora da casa. Trueba se vale desse encontro para falar sobre o sentido de arte e vida, a partir de sua leitura do corpo feminino. Attila Mar-cel (2013) é o primeiro filme com direção de atores de Sylvain Chomet – realizador das animações As Bicicletas de Belleville (2003) e O Mágico (2010). Há inúmeras referências e diálogos neste filme que é classificado como comédia, apesar de tratar de um universo triste e melancólico. O realizador apresenta um personagem alienado do mundo que o circunda e que terá sua consciência e memória expandida ao ter contato com infusões que a Sra. Proust (uma referência direta ao escritor Marcel Proust) lhe oferece. A possibilidade de uma espé-cie de regresso ao passado, a aquilo que guarda na memória, altera a percepção dele sobre o mundo e de si mesmo. Mais dois filmes estão na progra-mação. A Estrada Perdida (1997) de David Lynch e Serpico (1973) de Sidney Lumet. Dois filmes que marcaram, de formas diferentes, momento especí-ficos da história do cinema. Serpico é um clássico

do cinema de ouro estadunidense dos anos 1970, inspirado na história real de um policial nova--iorquino idealista e ético. A narrativa é centrada na trajetória do policial, sendo transferido de uma unidade a outra, sempre em busca de uma equipe que não aceite concessões, propinas ou méto-dos violentos de ação – o que acaba colocando o personagem em perigo. O filme, que tem Al Pacino como protagonista, inicia com um longo flashback, que nos faz lembrar outro filme protagonizado pelo ator, anos mais tarde, O Pagamento Final (1983). Serpico foi realizado em 1973, mas em 2016 ele parece mais atual impossível na forma que trata o tema da corrupção, endêmica e quase imposta. A estrada Perdida (1997) de Lynch nos faz lembrar aqui de Holy Motors (2012), de Leos Carax, presen-te na edição de maio de Em Cartaz - Cinema pelo Mundo, realizado muitos anos depois de A estrada Perdida. Em Lynch o mundo imagético também é muito mais importante do que a construção da nar-rativa. Os elementos estão presentes muito mais para provocar o espectador do que para contar ou fazer sentido de uma trama maior. Seus duplos, presente em todo o filme, estão mais próximos de uma fábrica de imagens que o cinema possibilita, do que conflitos de identidade. Se filmes como esses são verdadeiras homenagens ao cinema, a presença deles em nossa programação, também é uma forma de resgatar e trazer para o público memórias de filmes que marcaram a história do cinema.

Tânia Cardoso de CardosoCoordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema

Universitário

O Artista e a Modelo

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Brasileiros: Cinemas

Em junho a Sala Redenção e Sesc/RS se unem novamente para apresentar a mostra Brasileiros: cinemas. Exibiremos cinco filmes, de diferentes es-tilos, realizados nos últimos cinco anos. Iniciamos a programação com A vida não basta (2013), direção de Caio Tozzi e Pedro Ferrarini. Para a realização do documentário, a dupla parte da frase do poeta maranhense Ferreira Gullar – que por sua vez parte de um poema de Fernando Pessoa – “a arte existe porque a vida não basta”, para indagar a alguns artistas a respeito da relação entre vida e arte. O filme é construído basicamente a partir de uma câmera estática, tendo como cenário uma cadeira em fundo preto. São depoimentos e relatos que constroem a narrativa. Entre os entrevistados estão Denise Fraga, o escritor Milton Hatoum, a cineasta Lais Bodansky, e o poeta Ferreira Gullar. Super Nada (2012), com direção de Rubens Rewald, também está na programação. O filme conta a história de Guto, artista que faz todos os trabalhos possíveis para sobreviver, que é convidado para um teste do programa de televisão Super Nada. Tal participação faz possível o encontro dele com seu ídolo, um comediante consagrado, mas decadente.

Com a exibição de Cara ou Coroa (2012), direção de Ugo Giorgetti, e Hoje (2011), direção de Tata Amaral, novamente mergulhamos no poço sem fundo dos acontecimentos desencadeados pelo golpe militar no Brasil, e das vidas que foram marcadas pra sempre por este período da história. Cara ou coroa é um filme nada panfletário, lúcido,

com uma reflexão possível de realizar muitas vezes somente com distanciamento que o tempo permi-te. Hoje, quarta longa de Tata Amaral, mesmo sen-do um filme sobre o passado, acerta no título ao nos lembrar – através da vida de uma personagem – as marcas do período no presente e o quanto os anos de chumbo no Brasil é uma ferida sem possi-bilidade de total cicatrização. A dor do passado na pele de cada um lembra, de alguma forma, os hor-rores do período. Cara ou Coroa e Hoje são dois filmes sobre o mesmo tema, mas com abordagens completamente diferentes.

Para encerrar a mostra, exibiremos A Alma da Gen-te (2013) de Helena Solberg, David Meyer, docu-mentário sobre o projeto de dança dos moradores da Favela da Maré, em dois momentos. Primeiro quando aconteceu o Dança das Marés; e dez anos depois, quando buscam conversar com quem participou do projeto para compreender o impacto dele na vida de cada um.

Tânia Cardoso de Cardoso,Coordenadora e Curadora da Sala Redenção – Cinema

Universitário

Supernada

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CineDHebate em Direitos Humanos

A série Cinedhebate: Documentários são um exce-lente meio para chamar a atenção quanto às viola-ções cometidas aos direitos humanos, e para dar visibilidade a pessoas esquecidas ou à margem da sociedade. Como se originaram, então, os docu-mentários? Como eles ganharam esse poder uni-versalmente difundido e reconhecido? O impacto da imagem cinematográfica é maior porque mostra uma situação do mundo ao invés de descrevê-la. O Cinedhebate; Documentários oferecerá uma se-leção quintaessencial sobre o documentarismo ci-nematográfico com filmes mudos da década de 20, do período do segundo cinema (1916-1930). O ciclo será uma verdadeira experiência cinematográfica, porque possibilitaremos “todo o prazer de se ver a imagem sem som [...] a imagem pura” (De Faria, ano, p. 59). Exibiremos filmes silenciosos, que não foram produzidos originalmente com trilha sonora.

Giancarla Brunetto e Nykolas Friedrich Von Peters Correia Motta, Coordenação e curadoria.

*FARIA, Otavio de. Significação do Far-West. Mi-nistério da Educação e Saúde: Rio de Janeiro, 1952.

pA R C E i R o s D A s A L A R E D E N Ç Ã o

CiNEMA oLHo URSS, 1924, 78 minDir. Dziga Vertov29 de junho- quarta-feira – 19hExplorando a linguagem visual que a mon-tagem oferecia, Vertov mostra a população soviética no seu dia a dia num caleidoscó-pio visual urbano.

Foto: Divulgação

A batalha do passinho

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Ciclo de Cinema Cultura de Periferia - 2016

O Departamento de Educação e Desenvolvimento Social, juntamente com o Departamento de Difusão Cultural, da Pró-Reitoria de Extensão – UFRGS, promove o Ciclo de Cinema Cultura de Periferia – 2016.

A partir de filmes produzidos nas periferias das grandes cidades brasileiras, nossa proposta é convidá-lo a pensar além das dicotomias cidade/favela e centro/periferia, e ultrapassar fronteiras entre formal e informal, legal e ilegal que não expressam a complexidade das relações humanas. O Ciclo tem como objetivo utilizar o cinema como ferramenta didática acessível ao público interno e externo à UFRGS, e dar a oportunidade de se refletir sobre preconceitos e invisibilidades, e sobre a importância do respeito e do reconhecimento das diferenças expressas em realidades que desconhecemos.

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CARA oU CoRoA 14 de junho- terça-feira – 19h15 de junho- quarta-feira – 16h21 de junho- terça-feira – 16h22 de junho- quarta-feira – 19hBrasil, 2012, 124 minDir. Ugo GiorgettiSão Paulo, inverno de 1971. Um diretor de teatro, seu irmão e namorada são pessoas comuns que, como tantas outras na mesma época, possuem uma questão fundamental: engajar-se ou não na resistência contra a ditadura militar.

HoJE 15 de junho- quarta-feira – 19h16 de junho- quinta-feira – 16h22 de junho- quarta-feira – 16h23 de junho- quinta-feira – 19hBrasil, 2011, 90 minDir. Tata AmaralVera é uma ex-militante política que recebe uma indenização do governo, em decorrência do desaparecimento do marido, vítima da ditadura militar. Com o dinheiro, consegue comprar um apartamento próprio. Só que, quando está prestes a se mudar, recebe uma visita que altera sua vida.

A ALMA DA GENTE 16 de junho- quinta-feira – 19h17 de junho- sexta-feira – 16h23 de junho- quinta-feira – 16h24 de junho- sexta-feira – 19hBrasil, 2013, 80 minDir. Helena Solberg, David MeyerO documentário retrata dois momentos: a rotina de treinos e interação entre participantes de um espetáculo de dança de moradores da Favela da Maré e seus sonhos para o futuro; e dez anos mais tarde, em que eles falam sobre como este evento impactou suas vidas.

junhO

Em Cartaz: Cinema no mundo

o ARTisTA E A MoDELo 1 de junho- quarta-feira – 16h6 de juho- segunda-feira – 19h7 de junho- terça-feira – 16h10 de junho- sexta-feira – 19h(Espanha, 2012, 104 min) Dir. Fernando TruebaUm cultuado escultor, que já está aposentado há tempos, vive com sua esposa em um vilarejo no interior da França. A pre-sença de uma jovem, abrigada pela sua esposa, o faz recuperar pouco a pouco a sua vontade de trabalhar.

ATTiLA MARCEL 1 de junho- segunda-feira – 19h2 de junho- quinta-feira – 16h7 de junho- terça-feira – 19h8 de juho- quarta-feira – 16h(França, 2013, 106 min) Dir. Sylvain ChornetPaul, um homem marcado por um trauma de infância que o fez emudecer, leva uma vida pacata e sem muitos acontecimentos até que conhece uma vizinha que o ajuda a investigar seu passado.

EsTRADA pERDiDA 2 de junho- quinta-feira – 19h3 de junho- sexta-feira – 16h8 de junho- quarta-feira – 19h9 de junho- quinta-feira – 16h(Estados Unidos, 1997, 134 min) dir. David LynchApós um bizarro encontro em uma festa, um saxofonista de jazz é considerado culpado pelo assassinato de sua esposa e é levado para a prisão, onde é transformado em um jovem mecânico e começa a viver uma nova vida.

sERpiCo 3 de junho- sexta-feira – 19h6 de junho- segunda-feira – 16h9 de junho- quinta-feira – 19h10 de junho- sexta-feira – 16h(Estados Unidos, 1973, 130 min) Dir. Sidney LumetNa Nova York dos anos 70, Serpico é um policial jovem e idealista que se nega a aceitar dinheiro oriundo da extorsão de criminosos locais. Sua indigna-ção diante da corrupção genera-lizada dentro da polícia passa a colocar sua vida em risco.

Brasileiros: Cinemas

A viDA NÃo bAsTA 13 de junho- segunda-feira – 16h17 de junho- sexta-feira – 19h20 de junho- segunda-feira – 19h24 de junho- sexta-feira – 16hBrasil, 2013, 86 minDir. Caio Tozzi e Pedro FerrariniDenise Fraga, Milton Hatoum, Ronaldo Fraga, Toquinho, Laís Bondanzky, Leonardo Moreira, Gabriel Bá e Fábio Moon pensam e falam sobre o criar. Como? Por quê? Para quem? Desde quando? Viver não basta, é preciso inventar.

sUpERNADA 13 de junho- segunda-feira – 19h14 de junho- terça-feira – 16h20 de junho- segunda-feira – 16h21 de junho- terça-feira – 19hBrasil, 2012, 94 minDir. Rubens RewaldNa cidade de São Paulo vive Guto, um ator que sonha em ser grande. Seu ídolo e exemplo é Zeca, velho comediante, um tanto decadente, mas que ainda mora no coração de uma geração. Seus caminhos se cruzam e a sorte de Guto muda.

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junhO

o MENiNo E o MUNDo 27 de junho- segunda-feira – 16hBrasil, 2013, 80 minDir. Alê AbreuApós seu pai sair do campo para procurar trabalho na cidade, um garoto pega o trem para descobrir o mundo urbano e encontra uma sociedade marcada pela pobreza, exploração e falta de perspectivas.

o CoNGREsso fUTURisTA 27 de junho- segunda-feira – 19h28 de junho- terça-feira – 16hFrança/Israel, 2013, 132 minDir. Ari FolmanUma atriz aceita uma proposta muito bem paga para ter melhores condições de cuidar de seu filho. Segundo o acordo, uma empresa vai fazer uma versão digital de sua imagem. Enquanto a empresa pode utilizar essa imagem virtual para os fins que desejar, a atriz real será proibida de atuar até o resto de sua vida.

o sEGREDo DE ELEoNoR 28 de junho- terça-feira – 19h30 de junho- quinta-feira – 16hFrança, 2009, 80 minDir. Dominique MonférryNathaniel ainda não consegue ler, mas já conhece todos os perso-nagens dos Contos de Fadas. Eles saem dos livros e ganham vida, pois precisam de ajuda para sobre-viver e fazer com que suas histórias sejam conhecidas pelas futuras gerações.

o MENiNo DA fLoREsTA 29 de junho- quarta-feira – 16h30 de junho- quinta-feira – 19hFrança, 2013, 96 minDir. Jean-Christophe DessaintA família Courge vive isolada na floresta. Enquanto o pai, tirânico, impede o filho de sair do local, o pequeno cresce como um selva-gem, sem saber da existência de um mundo exterior, até o dia em que um evento inesperado o força a sair da floresta.

MEsTREs Do viADUTo 09 de junho- quinta-feira - 9hBrasil, 2012, 88 minDir. Ana Estrela e Bárbara ViggianoUm viaduto de Belo Horizonte, esquecido pelo poder público, foi revitalizado pelo que acontece ali: o Duelo de MCs, cujos encontros semanais promovem a convivên-cia, aprendizado e experimentação dos Mestres de Cerimônia, que ali promovem o movimento de resis-tência chamado Hip Hop.

Em cartaz: Animações

Ciclo de Cinema Cultura de Periferia

A bATALHA Do pAssiNHo 16 de junho- quinta-feira - 9hBrasil, 2013, 75 minDir. Emílio DomingosO documentário acompanha de perto o fenômeno do passinho, que mudou a forma de se dançar funk e foi um dos movimentos culturais cariocas mais importan-tes dos últimos anos, e mostra de dentro do movimento a evolução dessa cultura.

bANCA foRTE 23 de junho- quinta-feira - 9hBrasil, 2014, 55 minDir. Giovani BorbaÀs vésperas de um festival de Rap, um grupo de jovens corre para vencer os desafios e proporcionar “um dia de paz” na comunidade. A amizade e o Rap como doutrina são meios de reflexão e manifesto, num empenho incessante de es-capar das adversidades que a vida periférica proporciona.

pixoAÇÃo ii30 de junho- quinta-feira - 9hBrasil, 2014, 81 minDir. Bruno de Jesus Rodrigues (Locuras)A retratação do Pixo como ruído revelador. Não é arte no sentido mainstream, mas contém elemen-tos do fazer artístico; não busca a beleza, mas o que é desafiadora-mente desagradável. Só é crime para a mídia e para o status quo, mas pode ser uma ferramenta de revolução.

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T p E 2 016Mulheres em Cena: O TPE 2016 Volta à salaQorpo Santo

Dentro do Campus Central da Ufrgs existe um teatro. Não falamos sobre o salão de Atos tão vislumbrado e prestigiado nos inúmeros eventos de sua programação. Referimo-nos a sala de teatro Qorpo Santo. Localizada “atrás do bar do Antônio” e “ao lado da Sala Redenção - cinema universitário”, é um espaço que estava fechado há seis anos em virtude de uma reforma que parecia nunca acabar. Em março de 2016, antes tarde do que nunca, a sala finalmente volta à ativa, como um movimento artístico de resistência ocupado primeiramente pela programação anual do TPE -2016 (Teatro Pesquisa e Extensão).

O projeto TPE proporciona gratuitamente para a comunidade espetáculos que foram concebidos e realizados dentro das disciplinas do curso de Teatro do Departamento de Arte Dramática, no ano anterior. A cada edição é escolhido um tema que caracteriza a programação visual e atividade de final do ano. Em 2016 o tema do TPE é Mulheres da Cena. A escolha deste tema se justifica por diferentes razões.

No campo da área das Artes, especialmente do Teatro, as mulheres tiveram durante muito tempo

t e At r O

Foto Jessica Barbosa

um papel secundário. Podemos perceber claramente isso, por exemplo, no teatro da Grécia antiga, no qual a presença das mulheres no palco e na plateia era proibida, e personagens femininas eram interpretadas por homens vestidos de mulher. Tal proibição, que aos poucos foi sendo quebrada, fez com que o teatro se tornasse um campo majoritariamente masculino.

Evidentemente muita coisa mudou desde então, e em pleno século XXI o papel das mulheres na sociedade é outro. Elas vêm se destacando em todas as áreas do conhecimento humano da mesma forma que os homens, apesar de ainda existirem diferenças na valorização profissional.

Mesmo assim, nunca tantas mulheres freqüentaram a universidade como alunas em cursos que antigamente eram áreas restritas aos homens, e conseqüentemente o número de pesquisadoras e professoras também aumentou. No departamento de Arte Dramática (DAD), houve um acréscimo excepcional no número de professoras. Isso nos faz refletir sobre o trajeto da mulher no teatro, e nos incita a homenagear e reverenciar sua esmagadora maioria no ensino das Artes Cênicas.

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William Despedaçado, Foto de Thaís Andrade e Jéssica Luzia

O DAD conta com um corpo docente extremamente qualificado, e sua maioria é de mulheres, sim! Doutoras, pesquisadoras, diretoras, atrizes, mães ou filhas, mulheres que representam a capacidade de ir além e fazer muito mais do que a desmotivadora sociedade espera delas. Mulheres que resistem em uma sociedade ainda dominada por homens.

A Mostra TPE comemora 13 anos de existência, em 2016 e homenageia as mulheres da cena, em toda sua diversidade de corpos e pensamentos. Reservamos nossos aplausos desse ano para todas aquelas que trilham seus caminhos pelo teatro e continuam diariamente quebrando barreiras e indo mais longe. Nossa homenagem é também um agradecimento a essas que abriram, e continuam abrindo, os caminhos para muitas outras que virão. É um convite para pensarmos e discutirmos conjuntamente sobre o espaço da mulher na sociedade, na arte, no teatro.

Equipe Teatro Pesquisa e Extensão

William Despedaçado

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M A i o

WiLLiAM DEspEDAÇADo

O espetáculo William Despedaçado é o estágio de interpretação da atriz Carina Corá e de encenação do diretor Kevin Brezolin e será apresentado no pátio do Campus Central. William Despedaçado é um espetáculo cuja dramaturgia feita pelo grupo é baseada nas obras de William Shakespeare: Hamlet, Romeu e Julieta, Macbeth, A Megera Domada e Como Gostais. O espetáculo é uma celebração, uma festa na rua vestida de Shakespeare. Um show que explora temáticas como o poder, a realidade e as aparências. Brinca com a cultura globalizada e usa a diversidade como princípio, através de mashups com a literatura shakespeariana, para refletir sobre vida, arte e política, evidenciando suas conexões. “A vida não passa de um conto cheio de som e fúria, contado por um idiota, ausente de sentido, significando nada.”

WiLLiAM DEspEDAÇADo Data: todas as quartas-feiras de maio Horário: 12h30min e 19h30min Local: em frente a FACED, próximo ao museu da UFRGS Duração: 60 min Classificação indicativa: livre

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J U N H o

pLATÔNiCo

Em Junho o TPE apresenta Platônico. Trabalho de conclusão da atriz Julia Kieling, Platônico é um espetáculo cuja dramaturgia foi feita pelo grupo. Num mundo utópico, após a sociedade perceber que amores platônicos causam verdadeiros desastres para a humanidade, é criada uma lei que proíbe qualquer paixão desse tipo. Para salvar as vítimas dessa terrível condição e integrá-las à sociedade novamente, são criadas clínicas de reabilitação para quem sofre desse mal. Em meio às sessões de terapia, remédios e aconselhamento médico, pacientes tentam se curar de seus vícios amorosos.

pLATÔNiCo Data: todas as quartas-feiras de junho Horário: 12h30min e 19h30min Local: sala Qorpo Santo (ao lado do Cinema da UFRGS – campus Central) Duração: 60 min Classificação indicativa: livre Obs.: Entrada franca, com distribuição de senhas 1h antes do espetáculo. Maiores informações: facebook.com/tpeufrgs ou [email protected]

Platônico

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

ReitorCarlos Alexandre Netto Vice-Reitor e Pró-Reitor de Coordenação AcadêmicaRui Vicente Oppermann Pró-Reitora de ExtensãoSandra de Deus

Vice-Pró-Reitora de ExtensãoClaudia Porcellis Aristimunha

Diretora do Departamento de Difusão Cultural Claudia Mara Escovar Alfaro Boettcher

Equipe do DDCCarla Bello – Coordenadora de Projetos EspeciaisEdgar Wolfram Heldwein – Administrador da Sala Redenção – Cinema UniversitárioLígia Petrucci – Coordenadora e curadora do Projeto UnimúsicaRafael Derois – Coordenador do Projeto UnifotoSinara Robin – Coordenadora e curadora do Projeto Vale Vale! e do Projeto ReflexãoTânia Cardoso – Coordenadora e curadora da Sala Redenção – Cinema Universitário

BolsistasBruna AneleGabriela MarluceGuilherme BragançaJordan SilvaMaria GalantRenan SanderVeridiane BoniattiVitor Cunha

Difunda essa culturade forma conscienteLEiA E pAssE

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Projeto gráfico Katia Prates

DiagramaçãoBruna Petry Anele

Arte da capaFlávio Wild

Parceria:

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ELoMAR EM sEU CoNCERTo pLURoLocal: Salão de Atos da UFRGS(Rua Paulo Gama, 110)Data: 02 de Julho de 2016Hora: 21h

Ingressos: Vendas a partir do dia 11/04/2016na bilheteria do Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80, de segunda à sábado, das 10 às 22 horas e domingos e feriados, das 14 às 20 horas), pelo site www.ingressorapido.com.br ou telefone 4003.1212

CanCioneiro eLoMar eM seu ConCerto pLuro

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Universidade Federal do Rio Grande do SulPró-Reitoria de Extensão

Departamento de Difusão CulturalMezanino do Salão de Atos UFRGS

Av. Paulo Gama, 110 Porto Alegre – RS (51) 3308.3034 e 3308.3933

[email protected] www.difusaocultural.ufrgs.br