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AGENDA DE DESENVOLVIMENTO DA ZONA DA MATA A Agenda Regional de Desenvolvimento é formada por projetos relevantes para o desenvolvimento socioeconômico sustentável da Zona da Mata mineira, especificamente das Microrregiões de Cataguases/Leopoldina, Juiz de Fora, Muriaé e Ubá. A Zona da Mata de Minas Gerais é formada por 142 municípios, pertencentes a sete microrregiões geográficas, que concentram 2,7 milhões de pessoas. As microrregiões de Cataguases, Juiz de Fora, Manhuaçu, Muriaé, Ponte Nova, Ubá e Viçosa possuem particularidades no que tange à especialização produtiva e potencial econômico. Juiz de Fora é a mais importante microrregião e o maior e mais influente polo da Zona da Mata, correspondendo a 33,4% da população total e metade da participação do PIB industrial e de serviços de tal região. Cataguases/Leopoldina possui 10% da população total da Zona da Mata, tendo como principais atividades industriais os setores de confecção, têxteis, alimentar, química e papel e papelão.

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AGENDA DE DESENVOLVIMENTO DA ZONA DA MATA

A Agenda Regional de Desenvolvimento é formada por projetos relevantes para o desenvolvimento socioeconômico

sustentável da Zona da Mata mineira, especificamente das Microrregiões de Cataguases/Leopoldina, Juiz de Fora,

Muriaé e Ubá.

A Zona da Mata de Minas Gerais é formada por 142 municípios, pertencentes a sete microrregiões geográficas, que

concentram 2,7 milhões de pessoas. As microrregiões de Cataguases, Juiz de Fora, Manhuaçu, Muriaé, Ponte Nova,

Ubá e Viçosa possuem particularidades no que tange à especialização produtiva e potencial econômico.

Juiz de Fora é a mais importante microrregião e o maior e mais influente polo da Zona da Mata, correspondendo a

33,4% da população total e metade da participação do PIB industrial e de serviços de tal região.

Cataguases/Leopoldina possui 10% da população total da Zona da Mata, tendo como principais atividades industriais

os setores de confecção, têxteis, alimentar, química e papel e papelão.

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Muriaé possui 12,7% da população da região, destacando-se na indústria têxtil-confeccionista. Ubá, com 12,3% da

população total, é um dos maiores polos moveleiros do Brasil. Destaca-se também na microrregião o município de

Visconde do Rio Branco, pela fruticultura desenvolvida e por sediar a Pif Paf, grande empresa do ramo alimentício.

Apesar da grande heterogeneidade que caracteriza as microrregiões da Zona da Mata, vários indicadores apontam

variados graus de potencial de desenvolvimento socioeconômico dos municípios da Zona da Mata.1 Com base na

Figura 1, é possível notar que esse potencial é considerado forte nos municípios de Juiz de Fora, Ubá, Viçosa,

Carangola, Cataguases, Leopoldina e Além Paraíba. Municípios vizinhos a esses apresentam potencial de

desenvolvimento intermediário, enquanto os de fraco potencial estão situados mais ao Norte e Noroeste da Zona da

Mata.

1 Os indicadores socioeconômicos condensados por técnicas de análise multivariada foram: Índice de Desenvolvimento Humano

(IDH), taxa de alfabetização, renda per capita, média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de estudo, percentual de

pessoas que vivem em domicílios com água encanada, percentual de pessoas que vivem em domicílios com carro, percentual de

pessoas que vivem em domicílios com energia elétrica e TV, percentual de pessoas que vivem em domicílios urbanos com serviço

de coleta de lixo, percentual de pessoas que vivem em domicílios com telefone, número de médicos residentes por mil habitantes,

população total e população urbana (Gonçalves, 2009).

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Figura 1: Potencial de desenvolvimento socioeconômico da Zona da Mata - MG

Fonte: Gonçalves (2009).

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Para tornar realidade tais potenciais de desenvolvimento, assim como produzir um desenvolvimento mais homogêneo

pela Zona da Mata, é preciso reverter a tendência de declínio de vários indicadores socioeconômicos, que tem sido

apontados por vários estudos sobre a Zona da Mata de Minas Gerais. De fato, há uma tendência histórica de declínio

econômico dessa região.

A Zona da Mata é uma das regiões em Minas Gerais que mais tem sofrido com a Guerra Fiscal por ser vizinha de uma

área incentivada pelo Estado do Rio de Janeiro com redução do ICMS de 18% para 2% e financiamentos com taxas de

juros negativas.

Tal fato agravou ainda mais o processo de retração econômica da região e impediu que os desdobramentos

econômicos oriundos da recuperação econômica do Rio de Janeiro, baseada principalmente na indústria do petróleo,

transbordassem para região da Mata Mineira. Podem ser listados como consequências diretas da Guerra Fiscal

promovida pelo Estado do Rio de Janeiro2:

2 Bastos (2004), Bastos e Gomes (2010), Bastos et al. (2009), Rocha (2008), Gonçalves (1998; 2009; 2010), Vasconcellos et al.

(2009).

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a) Perda de competitividade econômica da cidade para municípios do Estado do Rio de Janeiro, limítrofes à

Zona da Mata mineira, com intensa migração de investimentos industriais para o Estado do Rio de Janeiro;

b) Fraco desempenho de Juiz de Fora em termos de geração de produção e renda, visto que a cidade apresentou a

menor taxa de crescimento econômico dentre as dez maiores cidades do Estado, assim como a menor taxa de

crescimento dentre as seis maiores cidades da Zona da Mata;

c) Perda (no entorno da microrregião de Juiz de Fora) de 1.263 postos de trabalho e de aproximadamente R$ 309

milhões e de R$ 22 milhões em termos de valor de produção e ICMS, respectivamente, para o Estado de

Minas Gerais, em razão de impactos diretos e indiretos decorrentes do redirecionamento de investimentos para

a região fluminense de 2008 a 2009. Para cada milhão de Reais de investimentos do Estado de Minas que

migra para a região fluminense, deixa-se de gerar, em média, 1,51 milhão de Reais de produção e 27,3 postos

de trabalho/ano em Minas.

Como resultado do declínio econômico vivenciado nas últimas décadas, a Zona da Mata, no período de 1999 a 2008,

apresentou a segunda pior taxa de crescimento entre as 12 mesorregiões de Minas Gerais (32%), retratando um

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crescimento aproximado de 50% inferior à média apresentada pelas quatro regiões que mais se desenvolveram

(60,2%): Metropolitana de Belo Horizonte, Noroeste de Minas, Central Mineira, Oeste de Minas (Tabela 1).

Tabela 1 – PIB real a preço de mercado de Minas Gerais de 1999 a 2009

Participação Variação

PIB Estadual

1999 2008 2008

Noroeste de Minas 1.602.668 2.602.885 1,8% 62,4%

Norte de Minas 3.874.161 5.787.883 4,0% 49,4%

Jequitinhonha 1.156.129 1.732.173 1,2% 49,8%

Vale do Mucuri 887.894 1.268.335 0,9% 42,8%

Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba 14.700.023 22.204.122 15,2% 51,0%

Central Mineira 1.585.331 2.485.010 1,7% 56,8%

Metropolitana de Belo Horizonte 37.991.844 64.419.725 44,0% 69,6%

Vale do Rio Doce 6.325.511 9.200.646 6,3% 45,5%

Oeste de Minas 3.689.169 5.613.804 3,8% 52,2%

Sul/Sudoeste de Minas 13.016.348 16.930.698 11,6% 30,1%

Campo das Vertentes 2.104.664 2.905.815 2,0% 38,1%

Zona da Mata 8.402.642 11.091.909 7,6% 32,0%

Total Minas Gerais 95.336.383,65 146.243.004 100,0% 53,4%

Fonte: IBGE (2011)

1999/2008Mesorregiões

PIBpm (R$ 1.000 de 2000)

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O baixo desempenho econômico de grande parte dos municípios da Zona da Mata pode melhor ser visualizado no

mapa a seguir, que retrata a evolução do PIB per capita dos municípios de Minas Gerais entre 2008 e 1999. Observa-

se na região da Mata mineira uma prevalência de baixo desempenho, com alguns municípios apresentando

desempenho médio-baixo. Visualmente, nota-se que a situação da Zona da Mata é pior do que em regiões mais pobres

do Estado, como é o caso das Mesorregiões do Jequitinhonha e Mucuri, nos quais se observam a prevalência de

desempenho médio-baixo e algumas ocorrências de desempenho médio.

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Figura 2: Evolução do PIB per capita dos municípios mineiros entre 1999 e 2008

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Ainda que haja elevado grau de heterogeneidade econômica na Zona da Mata mineira, alguns eixos de ações, em

termos de diretrizes de políticas públicas, podem ser capazes de inverter a tendência de declínio econômico,

valorizando competências produtivas regionais. Ressalta-se que o incentivo regional por meio de políticas

públicas pode-se constituir em importante mecanismo de desenvolvimento, principalmente se baseado em

esforços endógenos, a partir de mobilização social de agentes e instituições da própria região.

Esse documento tem por base sugestões e reivindicações de instituições-chave para o desenvolvimento regional da

Zona da Mata, como: Agência de Desenvolvimento de Ubá e Região (ADUBAR), Associação Comercial e

Industrial de Ubá (ACIUBÁ), Cemig Distribuição S.A., Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e

Cultural de Muriaé e Região, EMATER-MG, EMBRAPA Gado de Leite, Federação das Indústrias do Estado de

Minas Gerais – Regional Zona da Mata (FIEMG-Zona da Mata), Prefeitura de Juiz de Fora, Sindicato

Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá e Universidade Federal de Juiz de Fora.

Com base nos estudos de diagnóstico da decadência econômica da Zona da Mata e nas propostas das instituições

supracitadas, os seguintes eixos de ações são sugeridos, a fim de serem fomentados por políticas públicas do

Governo do Estado de Minas Gerais e do Governo Federal (indicada a responsabilidade sempre ao final da

proposta entre parênteses):

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1) Infraestrutura

1.1) Matriz Rodoviária

a) BR–040: duplicação do trecho Juiz de Fora–Belo Horizonte (Governo Federal).

b) Ampliação BR–267 no trecho Juiz de Fora–Leopoldina (Governo Federal).

c) Implantação da MG ligando a BR-040 ao Aeroporto Regional de Goianá (Governo de Minas

Gerais).

d) Contorno rodoviário Ubá, Coronel Pacheco, Goianá, Guarani e Piraúba (Governo de Minas

Gerais).

e) Ligação Bicas – Pequeri – Santana do Deserto pela BR-040 (Governo de Minas Gerais).

f) Ligação BR–040 – Rodovia Presidente Dutra (Governo Federal).

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g) Ligação rodoviária entre as BR-267 (próximo ao trevo da mesma com a União Indústria) e a

BR-040, próximo ao trevo para Rio Preto (Governo de Minas Gerais).

h) Ligação BR-116 – BR-267, via Santo Antônio do Aventureiro (Governo de Minas Gerais).

i) Ligação Chácara – BR-267, via São Fidélis (percurso 12 km) (Governo de Minas Gerais).

1.2) Matriz Aeroportuária: projeto estruturante em todas as suas dimensões do Aeroporto Regional de

Goianá–Rio Novo, a fim de torná-lo apto a operar como aeroporto de carga e passageiros, com vôos

diurnos e noturnos (Governo Federal/Governo de Minas Gerais).

a) Habilitação para transporte de cargas e passageiros internacionais e operação diurna e noturna

(Governo Federal/Governo de Minas Gerais).

b) Implantação de Aeroporto-Indústria (Governo Federal/Governo de Minas Gerais).

c) Incentivos tributários para aquisição de combustíveis de aviação e instalação de unidades

produtivas (Governo Federal/Governo de Minas Gerais).

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1.3) Matriz Ferroviária: Reativação da Ferrovia “Linha Mineira”, concessionada à Ferrovia Centro

Atlântica (FCA) (Governo Federal).

2) Serviços da Saúde

2.1) Novo Hospital Universitário da UFJF (Governo Federal).

2.2) Rede regional de urgência e emergência na saúde; com o fortalecimento dos hospitais microrregionais de

Ubá, Muriaé, Cataguases e Leopoldina, do grande Hospital de Urgência e Emergência a ser inaugurado em

Juiz de Fora e a implantação do SAMU e do Sistema de Regulação Regional (Governo Federal/Governo de

Minas Gerais).

3) Segurança Pública

3.1) Cinturão de Segurança Pública na fronteira com o Estado do Rio de Janeiro (Governo Federal/Governo

de Minas Gerais).

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4) Política industrial

4.1) Política fiscal, tributária e de financiamentos (Governo Federal/Governo de Minas Gerais).

a) Redução da carga tributária para indústria de móveis de Ubá e região: criar incentivos fiscais

para fabricantes e fornecedores de insumos, maquinários, centro de distribuição; reduzir carga

tributária para enfrentar concorrência com demais estados que possuem carga mais reduzida.

b) Fortalecimento e consolidação dos Arranjos Produtivos Locais, com definições de políticas

tributárias, de financiamento e investimentos em infraestruturas, de forma a materializar o

potencial de cada região de acordo com suas vocações econômicas. Destacam-se nas

microrregiões da Zona da Mata os seguintes APLs:

- Metal-Mecânico: Juiz de Fora

- Gráfico: Juiz de Fora

-Papel e Papelão: Juiz de Fora e Cataguases

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- Moveleiro: Ubá, Tocantins, Rio Pomba, Rodeiro e Visconde de Rio Branco

-Têxtil-Confeccionista: Juiz de Fora, Cataguases, Muriaé, Ubá, Leopoldina e Mar de Espanha

- Fruticultura: Ubá e Cataguases

-Alimentos: Juiz de Fora, Ubá, Cataguases e Leopoldina

- Farmoquímico: Juiz de Fora e Cataguases

- Mudas: Dona Euzébia e Astolfo Dutra

- Audiovisual: Polo audiovisual de Cataguases

4.2) Distritos Industriais: criação de distritos industriais a partir de investimentos privados ou PPPs com

infraestrutura necessária (energia elétrica, gás, água, esgoto, transporte urbano, dentre outros modais) que

facilitem a movimentação de cargas, além do licenciamento ambiental (Governo de Minas Gerais).

A localização estaria no entorno dos eixos:

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a) BR-267: sentido Juiz de Fora/Leopoldina e sentido Juiz de Fora/Lima Duarte.

b) MG-353: sentido Juiz de Fora / Rio Novo, nas proximidades do Aeroporto regional da Zona da

Mata. Beneficiaria cidades, através de geração de empregos, que possuem relevante

concentração populacional, baixo índice de industrialização e de IDH.

c) BR-040 (Santos Dumont-Simão Pereira).

d) MG-133 (Juiz de Fora-Ubá).

4.3) Plataforma Logística do Interior: explorar a excelente localização geográfica da Zona da Mata e a

qualidade da infraestrutura logística (sistema rodoferroviário, Porto Seco, Aeroporto Internacional, operadores

logísticos) visando quebrar o significativo fluxo de mercadorias que o Estado de Minas Gerais comercializa

com o exterior (importação e exportação) através das vias de entrada/saída do país localizadas no Estado do

Rio de Janeiro (Governo Federal/Governo de Minas Gerais).

4.4) Implantação do Campus da UEMG em Ubá (Governo de Minas Gerais).

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4.5) Criação do Espaço do Empreendedor da Zona da Mata (Governo Federal-BB/Governo de Minas Gerais).

4.6) Construção de estudos para diagnosticar realidade socioeconômica de microrregiões da Zona da Mata

(Governo Federal-UFJF).

5) Programa de modernização, aumento de produtividade e diversificação do agronegócio regional (Governo

Federal/Governo de Minas Gerais).

5.1) Melhoria da Qualidade e Escoamento da Produção Leiteira

5.2) Saneamento Rural

5.3) Projeto Estruturante do Núcleo de Pesquisa e Inovação em Estudos de Bioenergética e Impactos

Ambientais da Atividade Leiteira

Objetiva-se tornar o Brasil referência internacional em condições tropicais na formulação de soluções para o sistema

agroindustrial do leite, colocando a Zona da Mata do Estado de Minas Gerais em destaque, contribuindo para o país

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para atender à demanda crescente de produtos competitivos, com qualidade, respeitando o ambiente e mitigando os

gases de efeito estufa.

5.4) Fortalecimento da Fruticultura irrigada nos vales dos rios Muriaé e Pomba: apesar de a cultura do café ter

crescido tanto em volume produzido quanto em qualidade na Zona da Mata, a fruticultura tem ganho espaço a

partir do final do século XX. Entretanto, cerca de 90% dos produtos agrícolas de Minas têm crescimento

lento, contribuindo menos para a produção total da mesorregião e demonstrando que a estrutura produtiva tem

sido ineficiente ou subutilizada, o que é por vezes justificado pelo relevo acidentado da região que prejudica a

produção.

5.5) Fortalecimento da silvicultura de eucaliptos focada na indústrias madeireira e energética para suprir a

expansão dos segmentos siderúrgicos e moveleiros. Atualmente os setores apresentam uma balança comercial

deficitária importando insumos de outras regiões.

6) Rede de Inovação e Parque Tecnológico de Juiz de Fora e região de influência

6.1) Implantação do Parque Científico e Tecnológico de Juiz de Fora e Região

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O Parque tem por objetivo transformar a região da Zona da Mata Mineira em um locus de inovação, considerado

atualmente o principal ambiente de desenvolvimento socioeconômico da sociedade moderna. O Parque se transforma

em um vetor de convergência entre ciência e mercado, permite o alinhamento de políticas públicas dos níveis de

governo, a formação e retenção do conhecimento gerado na região, a atração e manutenção de empresas inovadoras, o

aumento do nível de emprego qualificado, a criação de produtos inovadores, culminando no incremento econômico da

região e bem-estar da população (Governo Federal/Governo de Minas Gerais).

6.2) Criação da Rede de Inovação da Zona da Mata Mineira

A criação e operacionalização da Rede de Inovação da Zona da Mata Mineira visam aumentar a interação entre os

atores do desenvolvimento para gerar ações e informações do interesse regional para aumentar a qualidade e o grau de

inovação das empresas das cadeias produtivas da região, o que por sua vez elevará o seu nível de competitividade e

atração de novos investidores e, desta forma, contribuir para o crescimento econômico da região da Zona da Mata

Mineira e bem-estar da sociedade (Governo Federal/Governo de Minas Gerais).

6.3) Polo Tecnológico EMBRAPA – Coronel Pacheco

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Promover desenvolvimento regional de avanços tecnológicos na área de leites e derivados e implantação de

empreendimentos do setor (Governo Federal).

6.4) Incubadoras de Empresas no IFET-Rio Pomba focadas na Agroecologia e Agronegócios e implantação

do IFET/Cataguases (Governo Federal).

7) Meio Ambiente

7.1) Modernização da estrutura de gestão ambiental do Estado de Minas Gerais: objetiva simplificar,

modernizar e equipar os órgãos da área ambiental do Governo do Estado de Minas Gerais (FEAM, IGAM,

IEF) para agilizar processos de licenciamento ambiental e tomadas decisões (Governo de Minas Gerais).

7.2) Centro de Educação Ambiental da Zona da Mata

O Centro de Educação Ambiental (CEA) será instalado no Campo Experimental de Coronel Pacheco,

pertencente à Embrapa Gado de Leite e será concebido para ser a maior referência em educação ambiental

para produtores de leite, técnicos e estudantes das Américas. Instalado ao lado de sistemas silvipastoris,

sistemas de produção de leite intensivos em confinamento e a pasto, fará parte do complexo de treinamento da

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Embrapa e certamente dará grande contribuição socioeducativa para a agropecuária de baixo carbono (ABC)

no Estado (Governo Federal/Embrapa).

7.3) Recuperação da Mata Atlântica via pagamento por serviços ambientais

A recuperação da Mata com espécies nativas poderá gerar ocupação e renda para o pequeno produtor rural

através da ampliação do número de produtores beneficiados pelos programas de pagamentos por serviços

ambientais disponíveis (Bolsa Verde, Produtor de Águas e outros) com reflexos sobre a qualidade das águas,

diminuição da erosão dos solos e o aumento da biodiversidade (Governo de Minas Gerais/Governo Federal).

8) Criação de Áreas Incentivadas

8.1) Municípios Órfãos

Implantação de ações similares às exercidas pela SEDVAN e IDENE para atendimento aos municípios de

menor IDH existentes na nossa região de influência com o objetivo de reverter o processo de decadência

econômica das áreas rurais e urbanas dos municípios de menores IDH em nossa região (Governo de Minas

Gerais).

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Bibliografia Consultada:

FORMULÁRIO DA AGENDA ENVIADA PELAS SEGUINTES ENTIDADES:

ADUBAR- Agência de Desenvolvimento de Ubá e Região; ACIUBÁ – Associação Comercial de Ubá; AMA-

Associação de Meio Ambiente de Juiz de Fora; AMPAR; CEMIG; CRITT; EMATER-MG; EMBRAPA – GADO DE

LEITE; FIEMG - Zona da Mata; Prefeitura de Juiz de Fora; Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de

Ubá; Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Cultural de Muriaé e Região.

BASTOS, S. Q. A. Disritmia Espaço-Tempo: análise das estratégias de desenvolvimento adotadas em Juiz de

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