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Agendas de Desenvolvimento Territorial e Programa de Apoio à Elaboração e Implementação dos PPAs Municipais

Agendas de Desenvolvimento Territorial e programa de apoio ... · Duas iniciativas em andamento merecem destaque: (i) o ... As agendas de desenvolvimento territorial são o estágio

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Agendas de Desenvolvimento Territorial

e Programa de Apoio à Elaboração e Implementação

dos PPAs Municipais

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Sumário

Apresentação .......................................................................................................... 5

Agendas de desenvolvimento territorial ................................................................. 7

Método ................................................................................................................ 8

Construção das Agendas de Desenvolvimento Territorial – passo a passo ...... 11

Monitoramento .................................................................................................. 15

Rede Nacional de Planejamento e Orçamento – RENOP ................................. 16

Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE ......................................... 17

Apoio técnico à elaboração dos planos plurianuais municipais para o período 2014-2017 ............................................................................................................ 20

Formando competências para um Sistema Nacional de Planejamento ............. 21

Resultados Esperados .......................................................................................... 23

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Apresentação

Superados desafios que vinham concentrando os esforços da administração pública nas últimas décadas, como o controle da inflação crônica, a vulnerabilidade externa e as elevadas taxas básicas de juros, o Brasil ingressou em período propício ao fortalecimento da função planejamento e à ampliação dos investimentos públicos e privados. Para que esta janela de oportunidade seja adequadamente aproveitada, é preciso que os entes federados fortaleçam parcerias em torno das suas estratégias de desenvolvimento. Isso requer trabalho cooperativo.

A etapa atual de desenvolvimento brasileiro e a dimensão e a complexidade dos desafios a enfrentar demandam a constituição de um Sistema Nacional de Planejamento, assentado no princípio de cooperação federativa e participação social. Nessa linha, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão vem desenvolvendo iniciativas voltadas ao fortalecimento desse sistema, que visam a promover a articulação e a sinergia entre as políticas públicas estabelecidas no âmbito dos planos plurianuais dos entes federados.

Duas iniciativas em andamento merecem destaque: (i) o apoio técnico à elaboração dos planos plurianuais municipais para o período 2014-2017; e (ii) as agendas de desenvolvimento territorial. O objetivo comum a essas iniciativas é construir uma plataforma de diálogo permanente entre as três esferas de governo, tendo como suporte os PPAs federal, estaduais e municipais.

As duas iniciativas se comunicam e se retroalimentam. As agendas de desenvolvimento territorial são insumo para o processo de elaboração dos PPAs municipais, pois informam aos Municípios as ações do Governo Federal e Estadual com repercussão sobre o seu território, ao mesmo tempo que auscultam as demandas das administrações municipais. No médio prazo, espera-se que os PPAs municipais, construídos sobre novas bases, influenciem os PPAs estaduais e federais, incidindo sobre as estratégias e as definições de novos investimentos.

As duas iniciativas, contudo, têm dinâmicas distintas. Assim, a construção das agendas de desenvolvimento territorial exige,

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num primeiro momento, esforço intensivo do Governo Federal e Governos Estaduais, bem como fôlego permanente para seu monitoramento. Os Estados que aderirem voluntariamente ao projeto iniciam imediatamente a construção das agendas.

O apoio aos PPAs municipais, por seu turno, será feito de duas formas. Na primeira delas, onde houver adesão dos Estados às agendas territoriais, os próprios Estados desenvolverão capacidades municipais para elaboração e implementação dos PPAs, seja por meio de escolas de governo, seja por meio de universidades corporativas. Para tanto, os multiplicadores serão treinados na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), em Brasília. Na segunda, serão oferecidos, em parceria com a Subchefia de Articulação Federativa da Presidência da República, cursos via associações de Municípios dos 26 Estados da federação, aos quais todos os Municípios poderão ter acesso.

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Agendas de desenvolvimento territorial

As agendas de desenvolvimento territorial são o estágio atual do esforço do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão de inserir a dimensão territorial no planejamento. As Agendas visam ao desenvolvimento sustentável do território e ao alcance de três objetivos: (i) orientar a oferta das políticas públicas às demandas territorialmente definidas, fortalecendo essa estratégia na definição e na implementação das ações; (ii) eleger o território como plataforma para integração de políticas públicas; (iii) promover a articulação federativa e a participação social.

A inserção da dimensão territorial no planejamento demanda a identificação de complementaridades e convergências entre as estratégias construídas de baixo para cima e aquelas construídas de cima para baixo. As agendas de desenvolvimento territorial seguem esse princípio no tocante ao corte territorial, pois busca refletir as interações entre as estratégias explicitadas pelos PPAs do Governo Federal e dos Governos Estaduais. Transita, pois, entre o território nacional e o espaço subnacional, e apreende o conjunto de ações estruturantes que emergem dessas estratégias.

A carteira de investimentos planejada e em execução pelo Governo Federal, assim como as dos Governos Estaduais, usualmente segue lógicas específicas a cada setor de ação governamental (transporte, saúde, educação etc.), e enseja estratégias de desenvolvimento territorial que precisam ser analisadas em conjunto. Fortalecer a articulação federativa em torno das agendas de desenvolvimento territorial permitirá ao Estado e à sociedade ter maior clareza sobre essas estratégias, inclusive suas lacunas, agregando qualidade no exercício permanente de planejamento público. Ademais, propiciará o reconhecimento das múltiplas referências espaciais que orientam a ação estatal, como, por exemplo, os Territótios da Cidadania, Unidades de Conservação etc.

Com clareza em torno da estratégia para desenvolvimento dos territórios, será possível estabelecer agendas de cooperação entre Governo Federal e Governos Estaduais, bem como influenciar novos ciclos de investimento que sejam convergentes com a dinâmica almejada

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e construída pelo conjunto de atores envolvidos na decisão sobre as políticas públicas.

Espera-se que as agendas de desenvolvimento territorial fortaleçam a articulação federativa em torno do planejamento e tornem viável um sistema nacional de planejamento que contribua, de forma efetiva, para o desenvolvimento territorial e local.

Método

O Ministério do Planejamento, com base no PPA federal, apresentará a descrição de políticas e iniciativas com rebatimento territorial em cada Estado. A sistematização da agenda, que está contida no PPA, permite visualizar seis eixos com os quais se pretende governar o padrão nacional de desenvolvimento, e três frentes de expansão que têm alavancado os investimentos no país: (i) infraestrutura; (ii) atividades baseadas em recursos naturais; e (iii) mercado de consumo de massa.

Os seis eixos intrinsícos à dimensão estratégica do PPA são: (i) macroeconomia para o desenvolvimento; (ii) sistema de proteção social; (iii) infraestrutura; (iv) produção com sustentabilidade e inovação; (v) inserção internacional; e, finalmente, (vi) estado, planejamento, federalismo e gestão. Essa lógica deverá orientar o mapeamento da estratégia federal nos Estados.

Além disso, será preciso reconhecer as diversas lógicas territoriais, demográficas etc. que já informam os vários planos ou políticas setoriais que são destacadas no PPA e se revelam em cada um dos eixos da dimensão estratégica. Assim, serão destacadas as múlplicas escalas geográficas (macrorregional, subrregional, mesorregional etc.), recortes territoriais (Territórios da Cidadania, Faixa de Fronteira, Regiões de Planejamento dos Estados etc.) e buscar-se-á convergir as diferentes visões em cada espaço.

Exemplo: Eixo Proteção Social

Universalização

• Educação

Creches e Quadras: Atendimento do déficit Ensino Técnico e Superior: Interiorização e atenção aos Territórios da

Cidadania

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• Saúde

Extrema pobreza e redes de atendimento: UBS e UPAs

• Seguridade Alimentar e Nutricional

Agricultura Familiar, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Territórios da Cidadania - Regiões de atividades rurais e baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

• Desenvolvimento urbano

Atendimento direcionado de demandas por grupos de Municípios:

G1 – RM, capitais e grandes cidades

G2 – cidades médias

G3 – pequenos Municípios

Em paralelo, os Governos Estaduais farão exercício similar e apresentarão a sua visão estratégica, à qual se vinculam as ações prioritárias e as visões regionais sobre o seu território. Assim, os projetos prioritários dos Governos Estaduais também se incorporarão à construção das agendas. Não se pretende focar apenas os investimentos (no sentido de despesas de capital), mas quaisquer intervenções públicas de caráter estratégico. Por exemplo, em áreas deprimidas, as políticas compensatórias de transferência de renda, além de resgatarem a dignidade dos destinatários, movimentam a economia local por meio do conhecido multiplicador keynesiano de renda.

Para auxiliar na reflexão, sugere-se identificar iniciativas:

• Indutoras do desenvolvimento em zonas de ocupação recente (relacionar com as vocações ou com as necessidades identificadas em cada recorte territorial);

• Consolidadoras de áreas dinâmicas; • Para aproveitamento de vocações locais e redução de

desigualdades em áreas deprimidas; • Características dos atendimentos universais, com impacto

local (educação, saúde); • Com cobertura de programas de transferência

compensatória ou distributiva de renda (bolsa-família, salário-educação, programas estaduais);

• Prioritárias para integração intraestadual; • Capazes de alterar a dinâmica produtiva e agregar valor à

produção (incentivo a pesquisa, desenvolvimento e

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inovação, existência de centros de pesquisas, universidades e escolas técnicas, arranjos produtivos locais etc.);

• Relativas a linhas de crédito específicas para culturas ou atividades produtivas dominantes na área.

Juntamente com a descrição da estratégia de desenvolvimento, considera-se o apontamento das iniciativas prioritárias requisito mínimo para o mapeamento estratégico. Em um segundo momento, os planos regionais/locais de desenvolvimento, quando existentes, deverão ser considerados. Governos Estaduais e o Governo Federal poderão reforçar os mecanismos de participação social já constituídos, promovendo o diálogo entre a estratégia de desenvolvimento desejada pelo território e aquelas propostas pelos diferentes atores públicos.

Na figura abaixo, podemos perceber as coincidências entre os recortes dos Territórios da Cidadania e as Regiões de Planejamento do Estado do Rio Grande do Sul, utilizadas como referência ao PPA estadual. Esse exemplo evidencia a oportunidade que se abre para se promover o diálogo entre os Planos de Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável (PDTRS) de cada território da cidadania com as agendas do Governo Federal e do Governo Estadual em conjunto. O mesmo valeria para os planos de desenvolvimento já discutidos pelos Colegiados Regionais de Desenvolvimento (COREDES), cujos recortes e institucionalização são reconhecidos no sistema de participação daquele Estado.

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Deve-se agregar, ainda, as informações a respeito dos investimentos produtivos em curso ou previstos para a região, bem como dos arranjos produtivos locais já identificados. Dessa forma, seria possível mapear as complementaridades entre os projetos previstos pelo setor público e pelo setor privado, de modo a potencializar seus impactos e ampliar as conexões que integrem os territórios às redes estabelecidas e projetadas.

Construção das Agendas de Desenvolvimento Territorial – passo a passo

Passo 1:

a. Explicitação do rebatimento espacial da estratégia de desenvolvimento do Governo Federal, conforme dimensão estratégica do PPA 2012-2015, com identificação das intervenções estruturantes;

b. Explicitação da estratégia estadual de desenvolvimento, destacando as prioridades regionais e setoriais, quando possível, e a identificação das intervenções estruturantes;

c. Identificação dos investimentos privados previstos.

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PRAZO: 15.03.2013. De 04 a 15/03, equipe do MP visitará todos Estados que aderiram ao processo. A pauta será a explicitação das estratégias federal e estadual e identificação das intervenções estruturantes. Cronograma tentativo das visitas será entregue aos Estados no dia 21.02.

Passo 2:

d. Mapamento estratégico – descrição da abrangência das estratégias do Governo Federal e Estadual no território e de seus projetos estruturantes.

PRAZO: 22.03.2013. O MP receberá em Brasília todos os Estados na semana compreendida entre 18 e 22.03.2013. A pauta será a conclusão do mapa estratégico de cada Estado.

Passo 3:

e. Análise conjunta das interações com os investimentos privados previstos e em realização nos territórios e com os planos de desenvolvimento local, quando existentes.

PRAZO: 24.05.2013.

Passo 4:

f. Definição e contextualização de temas/questões prioritárias que impactam o território;

g. Análise das possibilidades de cooperação federativa; h. Definição do conjunto de inicitivas estruturantes e descrição dos

resultados esperados da Agenda de desenvolvimento territorial em cada Estado.

PRAZO: 24.06.2013.

Passo 5:

i. Identificação dos desafios para o desenvolvimento territorial que ainda não foram contemplados nos PPAs federal e estaduais.

PRAZO: 30.08.2013.

Passo 6:

j. Definição do monitoramento da Agenda.

PRAZO: 30.09.2013.

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Passo 7:

k. Incorporação dos Municípios à Agenda.

PRAZO: Essa atividade iniciar-se-á em 2014, a partir da aprovação dos PPAs municipais.

Os produtos dos passos 1 e 2 – explicitação das estratégias federal e estaduais e identificação das intervenções estruturantes – serão oferecidos aos Municípios como subsídio à construção dos planos plurianuais municipais.

Os passos seguintes – 3 a 7 – serão produto da ação conjunta dos Governos Federal e Estaduais, no qual serão identificadas convergências, complementaridades, lacunas e divergências entre as estratégias e intervenções realizadas no território. Deverão partir de uma compreensão sistêmica do diálogo possível entre as estratégias e as intervenções estruturantes do Governo Federal e do Governo Estadual para avaliar o potencial de cooperação federativa.

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Análise do potencial de cooperação federativa (PPAs Federal e Estaduais 2012-2015)

A análise tem objetivo de identificar quais intervenções estruturantes para o território exigirão um esforço maior de negociação e pactuação federativa na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Desse ponto, resultará uma análise de potencial de cooperação federativa que identifique quatro tipos de intervenções:

a. ações que poderiam ser potencializadas pela articulação federativa;

b. ações estruturantes para o território que já estão equacionadas, seja porque estão concluídas, seja porque estão com implementação adiantada;

c. ações em que há divergências entre os planos federal e estadual.

d. lacunas nos planos dos Governos Federal e Estadual para atendimento das demandas identificadas no território.

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Ações convergentes com indicação de articulação

federativa

Ações convergentes concluídas e

em andamento

Ações que expressam estratégias divergentes

Lacunas de ações da

esfera federal e/ou estadual

Para qualificar a análise, serão utilizadas informações acerca dos investimentos privados no território, a fim de identificar convergências com as estratégias públicas e promover complementaridades. Da mesma forma, os planos de desenvolvimento territorial e local serão considerados nessa etapa.

Monitoramento

As agendas de desenvolvimento territorial ensejam dois tipos de monitoramento:

1. monitoramento do desenvolvimento sustentável dos territórios;

2. acompanhamento do desenvolvimento da cooperação federativa para o desenvolvimento.

O monitoramento das agendas de desenvolvimento territorial deve se basear nos resultados efetivos alcançados em termos do desenvolvimento sustentável dos territórios. Será feito a partir de uma cesta de indicadores selecionados em conjunto pelos parceiros envolvidos, a fim de apontar continuamente os avanços alcançados e os desafios ainda presentes à ação pública nos territórios.

A Agenda representa uma oportunidade para a construção de instrumentos e arranjos intitucionais que fortaleçam a cooperação entre os entes federados e para a elaboração de indicadores que possam aferir a qualidade da relação federativa no seu objetivo de promover o desenvolvimento sustentável no território brasileiro.

As agendas de desenvolvimento territorial devem ser construídas respeitando suas características inerentes de dinamismo e flexibilidade porque acolhem novas decisões de investimentos à medida que forem tomadas, incorporando-as nas análises e relevando-as como

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objeto da articulação federativa. Além disso, conquanto se construa uma estratégia de intervenção sobre o território de cada Estado, pode-se trabalhar com a definição de alguns territórios específicos para a elaboração das agendas, observadas as especificidades daqueles que já tenham seus planos de desenvolvimento territorial ou tenham instituído fóruns de participação social e de cooperação entre os diferentes entes federados.

Rede Nacional de Planejamento e Orçamento – RENOP

A criação da Rede Nacional de Planejamento e Orçamento (Renop) significa uma possibilidade adicional de interações técnicas entre a Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento (SPI/MP) e as secretarias estaduais de planejamento. Além disso, reforça a cooperação já formalizada entre o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Conselho de Secretários Estaduais de Planejamento (Conseplan).

A Renop será um fórum útil para trocar experiências e compartilhar os avanços das agendas de desenvolvimento territorial entre os parceiros e será um incentivo permanente à adesão dos Estados ao processo de fortalecimento da cooperação federativa.

Como visto, a construção das agendas de desenvolvimento terriotrial fortalecerá a articulação federativa no planejamento público, com troca de informações a respeito das intervenções públicas das diferentes esferas, potencializará o compartilhamento de análises e subsídios com vistas à tomada de decisão e constituirá espaço cooperativo de planejamento territorial.

Nesse sentido, os PPAs federal e estaduais despontam como potentes instrumentos, por traduzirem em linguagem e estrutura relativamente semelhantes os compromissos assumidos pelos entes públicos junto à Sociedade, geralmente dispersos em planos setoriais e atas de conferências, conselhos, grupos de trabalho e demais instâncias decisórias, com seus respectivos sistemas de informações gerenciais.

O Ministério do Planejamento e as secretarias estaduais de planejamento devem acordar o processo de monitoramento das agendas territoriais. Esses elementos podem ser levados à consideração dos territórios e serem utilizados para qualificar o entendimento sobre as dinâmicas territoriais que ensejam o conjunto de intervenções públicas e

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privadas na região. Governo Federal e Governos Estaduais terão, com isso, importante insumo para retroalimentar seu processo de planejamento.

Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais – INDE

Como ferramenta de apoio, o Ministério do Planejamento reforça a importância da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais - INDE, criada pelo Decreto 6.666, de 2008, que tem por objetivo congregar dados geoespaciais produzidos pelo Governo Federal em um único portal de internet, permitindo o uso racional das informações geográficas e a disseminação da cultura de visualização das políticas públicas no território. O acesso à INDE é público, via internet, e pode-se destacar entre os seus últimos avanços a disponibilização dos investimentos do PAC e das informações do ANEXO III do PPA 2012-2015 do Governo Federal, além de uma gama de indicadores econômicos e sociais disponibilizados pelo IBGE.

O Decreto 6.666/2008 obriga o compartilhamento dessas informações no âmbito do Governo Federal e faculta a adesão dos demais entes federados como plataforma de convergência de informações georreferenciadas. À medida que cada ente federado também compartilhar suas informações na INDE, será possível avançar com parcerias que mitiguem sobreposições e potencializem complementaridades na ação governamental por meio de agendas de desenvolvimento territorial.

Para inserir as suas informações na INDE, os Estados poderão se tornar “nós” descentralizados do sistema, inserindo e atualizando os dados diretamente das suas bases. O Ministério do Planejamento prestará o apoio necessário para a concretização desse procedimento. Isso vai implicar a identificação dos empreendimentos pontuais por meio de coordenada geográfica (latitude e longitude) ou ao menos pela sede municipal onde está ocorrendo. Se, por hipótese, um Município possuir dois núcleos de atendimento em esporte para a terceira idade, a coordenada geográfica precisará a dispersão intramunicipal. Se não houver, apenas será possível afirmar que há dois atendimentos previstos ou em operação nos limites municipais.

Para os empreendimentos lineares, como estradas de rodagem, hidrovias, linhas de transmissão, infovias, cabeamento com fibra ótica, adutora, pede-se a gentileza de enviar os dados vetoriais

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(shape file) para possibilitar transformar dados tabulares em forma geográfica. Em qualquer caso, pontual ou linear, pede-se que, além da localização geográfica, sejam informados os seguintes dados que tipificam a iniciativa:

• Tipo (ferrovia, rodovia, centro de desenvolvimento tecnológico, perímetro irrigado etc.);

• Status (planejado, em implantação, paralisado, concluído, em operação);

• Montante (de recursos previstos para a iniciativa – valor de projeto);

• % de execução (se não houver acompanhamento de execução física, informação sobre o desembolso sobre o total previsto).

O mesmo procedimento deve ser adotado em relação às camadas

de informação cuja representação seja polígono, tais como delimitação

de áreas de influência, de perímetros irrigados, de áreas protegidas ou de

preservação. Em qualquer caso, as camadas deverão ser encaminhadas

acompanhadas de seus respectivos metadados. Havendo dificuldade

para reunir as informações que não estiverem estruturadas, ao menos o

tipo de intervenção e o montante previsto poderão dar uma ideia global.

Conforme for recebendo as informações dos Estados, a

plataforma se consolidará, como referência para a consulta dos dados

geospaciais no Brasil e tornar-se-á importante instrumento de apoio aos

Municípios na construção dos seus PPAs.

Abaixo, são apresentadas algumas figuras extraídas da INDE que

exemplificam suas possibilidades de uso.

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Figura 1. Biomas, unidades de Conservação e Irrigação no Rio Grande do Sul

Figura 2. Praças de Esporte e Cultura e Municípios

conforme classificação PAC no ceará

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Apoio Técnico à Elaboração dos Planos Plurianuais Municipais para o Período 2014-2017

O projeto de apoio à elaboração dos Planos Plurianuais (PPAs) municipais decorre da determinação normativa para que as administrações locais também expressem em lei os compromissos de desenvolvimento para os anos vindouros. Além disso, sustenta-se na própria razão que esteia o peculiar modelo federativo brasileiro. Por fim, motiva-se na necessária e oportuna convergência e integração de ações públicas no território, entendendo ser o Município o locus último da atuação do Estado.

Além disso, a CF de 1988 arrolou uma série de atribuições que deverão ser cumpridas de forma cooperativa entre os entes, visando ao equilíbrio do desenvolvimento e ao bem-estar em âmbito nacional. São previsões de amplo espectro, muitas das quais de atendimento direto ao cidadão. Dentre elas constam:

1. atendimento em saúde e assistência social (inciso II);

2. preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural, e

de paisagens notáveis (III e IV);

3. acesso à cultura, à educação e à ciência (V);

4. proteção ao meio ambiente e à diversidade (VI e VII);

5. fomento à produção agropecuária e organização do

abastecimento alimentar (VIII);

6. construção de moradias e melhoria das condições

habitacionais e de saneamento (IX);

7. combate à pobreza e à marginalização e promoção da

inserção social (X).

Afora a consciência sobre a oportunidade e conveniência de uma aproximação federativa, as competências comuns recomendam ação concertada dos entes federativos sobre uma gama considerável de temas e atendimentos.

Mesmo se tomados isoladamente os serviços urbanos típicos, cujos benefícios seriam sentidos apenas nos limites da própria cidade, é necessário considerar a perda de escala na prestação localizada de

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serviços que exigem grandes volumes de investimentos, como sistemas metroviários, e coleta e tratamento de esgotos. Outros serviços dependem da integração vertical das cadeias produtivas, como é o caso do abastecimento de água, que pressupõe a captação, a adução, o tratamento e a distribuição, ou do fornecimento de energia, com a geração, a transmissão, a distribuição e a iluminação pública.

Além de tudo, as assimetrias regionais, cuja superação constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil (art. 3º, III, da CF/1988), exigem ação articulada. Os hiatos incrementais não podem dispensar a mobilização de recursos de todos os entes, inclusive com a cooperação de Municípios circunvizinhos em consórcios metropolitanos ou em ações consorciadas.

Formando competências para um Sistema Nacional de Planejamento

À medida que as Agendas de Desenvolvimento forem sendo

construídas, os Municípios terão informações estratégicas para elaborar os seus PPAs a partir de oportunidades de mobilização de investimentos federais e estaduais planejados ou em andamento. Para que os Municípios aproveitem em plenitude tal oportunidade, é conveniente fortalecer junto aos dirigentes e equipes técnicas competências essenciais no campo do planejamento e da gestão pública.

A estratégia de apoio aos Municípios proposta pela SPI e pela ENAP com o apoio dos Estados (SEPLANs e escolas de governo) envolve a elaboração de um programa de capacitação para técnicos municipais com duração de dois anos. Esse processo será iniciado em março de 2013, para quando está prevista, em Brasília, a realização de oficinas com técnicos estaduais indicados pelos Secretários de Planejamento dos Estados. Os agentes atuarão como multiplicadores na capacitação de técnicos municipais quando da elaboração dos respectivos PPAs.

O projeto todo prevê quatro módulos de oficinas, com a seguinte programação:

• Módulo I: Planejamento estratégico e desenvolvimento

territorial (24h) – oferta a partir de de março de 2013;

Os técnicos municipais receberão orientações sobre como

conduzir o processo de planejamento estratégico no seu

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Município, levando-se em consideração as estratégias de

desenvolvimento e as iniciativas do Governo Federal e dos

Estados para o Município.

Também serão disponibilizadas aos Municípios

informações relativas aos mecanismos de acesso aos

programas e políticas federais.

• Módulo II: Conceitos e métodos de elaboração de

programas/projetos governamentais (24h) – oferta a partir de

outubro de 2013;

• Módulo III: Conceitos e métodos de monitoramento de

programas/projetos governamentais (24h) – oferta a partir de

fevereiro de 2014;

• Módulo IV: Conceitos e métodos de avaliação de

programas/projetos governamentais (24h) – oferta a partir de

setembro de 2014.

O objetivo da programação é auxiliar tanto na elaboração dos PPAs, municipais a vigorar no quadriênio 2014/2017, como na ampliação da capacidade institucional para continuamente desenvolver leituras conjunturais, implementar políticas públicas, monitorar e avaliar resultados e retroalimentar o processo de escolhas. Ao final, o desejável é que os Municípios localizados nas áreas de convergência estratégica entre União e Estados também apresentem elementos a compor as Agendas de Desenvolvimento Territorial, que serão objeto de monitoramento compartilhado.

Nesse sentido, o apoio à elaboração dos PPAs municipais insere-se no processo de construção das Agendas de Desenvolvimento Territorial.

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Resultados Esperados • Fortalecimento do Sistema Nacional de Planejamento;

• Ampliação do nível de execução de iniciativas que dependam

de maior articulação federativa;

• Tratamento qualificado das demandas dos territórios

prioritários de ação pública;

• PPAs municipais com maior qualidade para informar os

próximos PPAs Federal e Estaduais;

• Fortalecimento institucional para influenciar novas decisões de

investimentos.