9
Agentes Auxiliares do Comércio Comércio em Geral Em sua atividade, o comerciante precisa de auxiliares, que a ele estarão ou não subordinados. São indispensáveis para que a empresa exerça as funções a que está destinada, qual seja, produção ou mera intermediação de bens ou simplesmente a prestação de serviços. São não apenas os empregados, ligados a ela por uma relação empregatícia, percebendo salários, mas também outras pessoas que atuam em funções complementares em condições autônomas. Embora os autônomos sejam eles mesmos considerados comerciantes, e os dependentes tenham suas relações regidas por leis específicas pertencentes ao campo do direito do trabalho, todos eles interessam ao direito comercial devido às funções e as responsabilidades decorrentes de suas atividades. Aqueles que mantêm vínculo empregatício e, portanto, de subordinação ao comerciante, são os agentes auxiliares dependentes, contratados quando o comerciante não pode ou não quer atender pessoalmente a clientela. Eles começaram a surgir na mediada em que evoluiu o estabelecimento ou a empresa, de caráter familiar para uma organização mais sofisticada, obrigando ao emprego de mão-de-obra, qualificada ou não. São normalmente conhecidos por prepostos, comerciários, industriários, etc. Estes podem ser internos ou externos, conforme trabalhem dentro ou fora do estabelecimento comercial. Já os auxiliares independentes, que são aqueles que auxiliam externamente as funções do comércio e do artesanato, tendo também evoluído, inclusive com a criação de novas categorias, existiram desde os primeiros tempos. O Código Comercial de 1850, no Titulo III, Capítulo I, art. 35, enumera os agentes auxiliares do comércio: “São considerados agentes auxiliares do comércio, sujeitos às leis comerciais, com relação às operações que nessa qualidade lhes respeitam: 1. os corretores; 2. os agentes de leilão; 3. os feitores, guarda-livros e caixeiros; 4. os trapicheiros e os administradores de armazéns de depósito; 5. os comissários de transportes.”

Agentes auxiliares do comercio

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Agentes auxiliares do comercio

Agentes Auxiliares do Comércio

Comércio em Geral

Em sua atividade, o comerciante precisa de auxiliares, que a ele estarão ou não

subordinados. São indispensáveis para que a empresa exerça as funções a que está destinada,

qual seja, produção ou mera intermediação de bens ou simplesmente a prestação de serviços.

São não apenas os empregados, ligados a ela por uma relação empregatícia, percebendo salários,

mas também outras pessoas que atuam em funções complementares em condições autônomas.

Embora os autônomos sejam eles mesmos considerados comerciantes, e os dependentes tenham

suas relações regidas por leis específicas pertencentes ao campo do direito do trabalho, todos

eles interessam ao direito comercial devido às funções e as responsabilidades decorrentes de

suas atividades.

Aqueles que mantêm vínculo empregatício e, portanto, de subordinação ao

comerciante, são os agentes auxiliares dependentes, contratados quando o comerciante não pode

ou não quer atender pessoalmente a clientela. Eles começaram a surgir na mediada em que

evoluiu o estabelecimento ou a empresa, de caráter familiar para uma organização mais

sofisticada, obrigando ao emprego de mão-de-obra, qualificada ou não. São normalmente

conhecidos por prepostos, comerciários, industriários, etc. Estes podem ser internos ou externos,

conforme trabalhem dentro ou fora do estabelecimento comercial. Já os auxiliares

independentes, que são aqueles que auxiliam externamente as funções do comércio e do

artesanato, tendo também evoluído, inclusive com a criação de novas categorias, existiram

desde os primeiros tempos.

O Código Comercial de 1850, no Titulo III, Capítulo I, art. 35, enumera os agentes

auxiliares do comércio:

“São considerados agentes auxiliares do comércio, sujeitos às leis comerciais,

com relação às operações que nessa qualidade lhes respeitam:

1. os corretores;

2. os agentes de leilão;

3. os feitores, guarda-livros e caixeiros;

4. os trapicheiros e os administradores de armazéns de depósito;

5. os comissários de transportes.”

A abundante legislação trabalhista, em especial a CLT (Decreto-Lei nº 5.542, de 1º

de maio de 1943), que, entre outras medidas, extinguiu a inscrição, no Registro do Comércio, do

documento de nomeação do preposto, substituindo-a pela carteira de trabalho, prejudicou em

grande parte o Titulo III, Capítulo IV, do Código Comercial, sob a epígrafe “dos feitores,

guarda-livros e caixeiros”.

Os Auxiliares Dependentes e Independentes

Pode–se classificar em dependentes os feitores, guarda-livros e caixeiros,

correspondentes, na linguagem atual, a gerentes, contadores e empregados em geral (bancários,

comerciários, industriários, etc.); e os independentes, que são considerados impropriamente

Page 2: Agentes auxiliares do comercio

como agentes auxiliares do comércio, posto que são considerados como comerciantes, já que

exercem suas atividades sob próprio nome, ou seja, os trapicheiros e os administradores de

depósito e os comissários de transporte.

Dependentes Internos

            Feitores / Gerentes

           -Respondem judicialmente pelas obrigações pessoais da administração do

negócio.

              -Pode receber citação pelo empresário, desde que a demanda seja relativa a

ato por ele praticado no exercício de suas funções técnicas.

            Guarda-livros / Contadores

      -Organização e execução de serviços de contabilidade em geral;

      -Escrituração de livros de contabilidade obrigatórios, bem como de todos os

necessários no conjunto a organização contábil e levantamento dos respectivos balanços e

demonstrações;

                      – Perícias judiciais ou extrajudiciais,revisão de balanços e de custo em

geral, verificação de haveres, verificação periódica de escritas, regulações judiciais ou

extrajudiciais de avarias grosas e comuns, assistência aos conselhos fiscais das sociedades

anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica.

Caixeiros/Empregados em Geral Bancários; Comerciários;   Industriários;                                   

Etc.

            Os auxiliares dependentes externos, devem receber autorização dos patrões

para poder representá-los, pois, de acordo com os artigos 74 e 75 do Código Comercial, os

patrões só se responsabilizam por seu atos quando estiverem autorizados por escrito. Essa

autorização geralmente é a procuração, mas pode ser por carta, declaração, etc.

Dependentes Externos

            Preposto

            Executam suas atividades fora da empresa.

                            Vendedores ou Pracistas; Viajantes;      Etc.

            Preposição Mercantil

                            Contrato de Trabalho e   Representação

            Os auxiliares independentes possuem funções diferentes e mantêm relação

jurídica diversa, com as empresas, da do contrato de trabalho. Entre eles destacam-se os

corretores, leiloeiros, representantes comerciais, despachantes, tradutores e interpretes.

Independentes

            Classificados impropriamente como auxiliares do comércio, pois exercem

atividades sob próprio nome.

                                Trapicheiros

                                Administradores de Depósitos

Page 3: Agentes auxiliares do comercio

                                Comissários de Transporte

            Corretores

              Têm como função a aproximação das partes interessadas

                               – Corretores de mercadorias;

                               – Corretores de navios;

                               – Corretores de seguros;

                               – Corretores de fundos públicos ou em negócios de valores.

              Os corretores estão proibidos de exercer o comércio, art. 59 do C. Com.

              Deverão ter livros especiais, escriturados sem vícios ou defeitos.

              Os corretores de imóveis pertencem à área civil.

            Leiloeiros

             Têm por função a venda, mediante oferta pública, de mercadorias que lhe são

confiadas. Hoje, só existem leiloeiros oficiais e seu nº é fixado pelas juntas comerciais para cada

praça.

                                Deverá manter os seguintes livros:  Diário de entrada; Diário de

saída; Contas Correntes; protocolo; Diário de leilões; Livro talão.

                                Estão proibidos os leiloeiros: de exercer o comércio;

                                constituir sociedade;

                                fazer cobrança ou pagamentos;

                                adquirir para si ou familiar coisa de cuja venda tenha sido

incumbido.

            Representantes comerciais

            Pessoa física ou jurídica, sem relação de emprego, que desempenha a

realização de negócios mercantis, agenciando propostas e pedidos, para transmiti-las aos

representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.

            Despachantes

            Agentes autônomos com conhecimentos especializados junto às repartições

em geral, atuando no sentido de desembaraço de papéis. A função é facultativa.

            Tradutores e Interpretes

              Possuem a qualificação legal para traduzir textos falados e escritos de um

idioma para outro. São habilitados perante a junta comercial e sua remuneração é feita com base

em tabela de emolumentos organizada pela Junta Comercial.

            Conforme lição de Ferrari, citada por Rubens Requião, a colaboração pode ser

exercida em duplo setor:

Setor

            Campo Técnico :              Atividade Física

Atividade Intelectual :             Campo Jurídico

Page 4: Agentes auxiliares do comercio

                                      Desenvolvimento de atividade jurídica em lugar do

empresário. O auxiliar terá suas funções jurídicas limitadas pela natureza das funções que o

regulamento da empresa lhe conferir.                                      Os auditores independentes, para todos os fins previstos na Lei nº 4.728,

de 14/7/1965 (Lei de Mercado de Capitais), são registrados como auditores independentes, com

o exclusivo objetivo de prestação de serviço de auditoria.

Bancos e câmaras de compensação

Bancos

Embora as primeiras operações bancárias tenham ocorrido quando a moeda surgiu cunhada em metais

preciosos, é no fim da Idade Média, com a Revolução Comercial, que datam as primeiras instituições

bancárias. As operações com dinheiro passam a ser realizadas em larga escala e há uma grande

expansão do sistema bancário e dos instrumentos de crédito.

Os bancos são instituições que tem por objetivo operar com recursos financeiros, captando, regulando e

negociando com dinheiro e crédito.

O Sistema Financeiro Nacional é constituído pelas seguintes entidades: Conselho Monetário Nacional,

Banco Central do Brasil, Banco do Brasil S.A, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico,

Bancos comerciais e demais instituições financeiras.

Hoje, os Bancos são peças indispensáveis nos sistemas econômicos das nações e desempenham um

papel de capital importância nas relações econômicas da sociedade.

Câmaras de compensação

Câmaras de compensação são instituições de caráter regional, criadas pela associação de Bancos, para

realizar a troca (compensação) de cheques e outros documentos bancários, e promover o acerto de

contas entre os participantes.

As câmaras de Compensação consistem, hoje, um serviço indispensável para as operações bancárias.

Dada a crescente utilização dos cheques no mundo moderno, a centralização dos serviços de

compensação através das Câmaras, além de tornar a troca de cheques muito mais rápida e segura do que

se efetuada diretamente entre os Bancos, evita o deslocamento de dinheiro em espécie, uma vez que a

liquidação de contas é realizada pela diferença entre o crédito e o débito dos participantes.

Bolsas de Valores

Em Economia, dá-se o nome de Bolsa à instituição onde são realizadas negociações com Títulos de

Crédito e mercadorias. Por Título de Crédito entende-se o documento representativo da obrigação ou

valor, geralmente rentável e negociado em mercado como, por exemplo, as ações das sociedades

anônimas.

As Bolsas de Valores, no Brasil, são associações civis, sem fins lucrativos, cujo patrimônio social é, no

início, formado de títulos patrimoniais subscritos por Sociedades Corretoras, através da realização em

dinheiro.

Page 5: Agentes auxiliares do comercio

As atividades das Bolsas são autorizadas, supervisionadas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil. O

órgão deliberativo máximo das Bolsas de Valores é a Assembléia Geral, e a gestão de seus negócios

sociais é realizada através do Conselho de Administração e do Superintendente Geral.

Seguros

Entende-se por seguro o contrato (apólice) através do qual alguém (segurado), mediante uma paga

(prêmio), e outro (segurador), obtém deste, para si ou para terceiros (beneficiários), uma promessa de

reembolso (indenização) de prejuízos que, porventura, venha a sofrer na sua integridade física (seguro

de pessoas) ou em seus bens materiais (seguro de coisas), conseqüentes de ocorrência de alguns eventos

danosos previstos no contrato.

A atividade assecuratória, no Brasil, pode ser dividida em dois grupos:

1. Seguros Sociais,são os seguros que tem por objetivo dar proteção indistintamente a todas as

camadas sociais. São seguros obrigatórios e operados pelo governo, através do INSS (Instituto

Nacional de Seguridade Social).

2. Seguros Privados, são os seguros com os quais trabalham as empresas privadas.

A importância do seguro movimenta a economia nacional. Somente no ano de 2008 o mercado

de seguros pagou mais de R$ 27 bilhões em indenizações aos segurados. Somando as

indenizações, resgates, comissões e tributos, o valor pago chega a R$ 73 bilhões.

Armazéns Gerais

Os armazéns gerais são estabelecimentos encarregados de guardar e conservar as mercadorias neles

depositadas. Entende-se por armazéns, aqueles estabelecimentos instituídos por iniciativa particular, e

autorizada pelos poderes públicos, que tem a finalidade de receber mercadorias ou qualquer espécie de

gêneros para sua guarda e depósito mediante uma taxa ou comissão estipulada.

A posse de produtos e mercadorias de terceiros traz obrigações fiscais, tanto para os armazéns como

também, para as empresas depositantes. A complexidade das operações envolvendo os armazéns gerais

tem despertado o efetivo controle por parte dos fiscos no sentido de coibir a eventuais anormalidades

que resultem em sonegação fiscal.

Associações Comerciais e Organizações Sindicais

Associações Comerciais

São entidades da classe empresarial que congregam pessoas jurídicas e físicas de todos os setores da

economia. Não possui fins lucrativos, sendo os seus maiores objetivos a defesa dos interesses de seus

associados e a prestação de serviços para o desenvolvimento das empresas filiadas.Os recursos

financeiros advêm da contribuição espontânea de seus associados, dos serviços prestados e das parcerias

municipais, estaduais e federais. Devem prestar contas aos seus associados através de relatórios de

movimentação financeira e das atividades desenvolvidas.

Page 6: Agentes auxiliares do comercio

Sindicatos

São associações para fins de estudo, defesa e coordenação dos interesses econômicos ou profissionais de

todos que, como empregados, empregadores, agentes ou trabalhadores autônomos, ou profissionais

liberais exerçam respectivamente as atividades profissionais similares ou conexas, com vistas a

melhorar as condições de vida e de trabalho.

Importação e Exportação

Importação

Realizar uma importação é o ato de comprar um produto estrangeiro. Os produtos importados muitas

vezes são mais baratos que os produtos nacionais. Também é importante salientar que ao contrario da

exportação, que é o ato de vender um produto nacional para outros países. O Brasil tem vários produtos

de exportação, principalmente no setor dos produtos alimentícios. Mas o desenvolvimento de produtos

eletrônicos é desenvolvido por países de empresas estrangeiras, dessa forma a importação torna-se um

mercado extremamente atrativo para as pessoas.

Exportações

Estimular as exportações, em geral, com total desburocratização das diversas etapas do processo

exportador, objetivando diminuir, com os superávits comerciais, a dependência externa do país e

aumentar, com o incremento da produção exportável, a geração de empregos.

Transportes

Tem a função de deslocar mercadorias da fábrica para os depósitos, destes para as lojas e delas para s

consumidores; para transportar os funcionários até a empresa e delas para seus lares; para o

deslocamento de seus vendedores, inspetores de vendas e representantes.

Feiras e Exposições

Conhecida como feira de comércio, feira de exposição ou feira empresarial é uma exposição organizada

de forma que as empresas de uma indústria específica possam expor e demonstrar os seus novos

produtos e serviços. Algumas feiras são abertas ao publico, enquanto outras só podem ser freqüentadas

por profissionais e membros da imprensa.

As feiras são as ferramentas de marketing mais utilizadas para a produção de produtos, para a ampliação

da carteira de clientes e para uma exposição junto aos compradores e fornecedores. O sucesso das feiras

no mundo reflete na importância das mesmas para a economia e eficientes para à conquistar quotas de

mercado, proporcionando no mesmo espaço uma ampla oferta de produtos e serviços. Permite o contato

direto com novos clientes, concorrentes, fornecedores entre outros.