8
Agosto de 2012 - Edição nº 597 TX (Agosto): R$ 28,24, com variação de 0,11% sobre o mês anterior. Página 5 dúvidas de radiodifusores dúvidas de radiodifusores em relação às Eleições 2012 em relação às Eleições 2012 Agert esclarece Agert esclarece Presidente da FAMURS, Ary Vanazzi, almoça com diretores da Agert Página 3 ARP apresenta projetos da nova gestão da entidade Nova campanha da AJURIS trata dos direitos do cidadão Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Agert Informa

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Agert Informa

Citation preview

Page 1: Agert Informa

Agosto de 2012 - Edição nº 597TX (Agosto): R$ 28,24, com variação de 0,11% sobre o mês anterior.

Página 5

dúvidas de radiodifusores dúvidas de radiodifusores dúvidas de radiodifusores em relação às Eleições 2012 em relação às Eleições 2012 em relação às Eleições 2012

Agert esclarece Agert esclarece Agert esclarece

Presidente da FAMURS, Ary Vanazzi, almoça com diretores da Agert

Página 3

ARP apresenta projetos da nova gestão da entidade

Nova campanha da AJURIS trata dos direitos do cidadão

Fo

to:

Ra

mir

o F

urq

uim

/Su

l21

Page 2: Agert Informa

Agosto de 20122

Editorial

AGERT - Entidade fundada em 13 de dezembro de 1962

Coordenação Jornalística: Wanderley Ruivo dos Santos Mtb 8363

Realização: Eliana Camejo Comunicação Empresarial Comercialização: Diego AlvesRedação: Mariana CaldieraroColaboração: Cláudia Jobim

Diagramação: Renato DambrosImpressão: 1000 exemplares

O Agert Informa é uma publicação mensal da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão

Rua Riachuelo, 1098 CJ. 204 - CentroCEP: 90010-272 - Porto Alegre/RS

Telefone: (51) 3228.3959 - www.agert.org.br Contato: [email protected]

PresidenteAlexandre Alvarez Gadret - [email protected]

Vice-PresidentesAntonio Tigre - [email protected]

Ary Cauduro dos Santos - [email protected] Piccoli - [email protected]áudio Brito - [email protected]

Cláudio Zappe - [email protected] Corrêa - [email protected]

Jerônimo Fragomeni - [email protected] Badra - [email protected]

Leonardo Meneghetti - [email protected] Hintz Mallmann - [email protected]

Luis Cruz - [email protected] Proença - [email protected]

Nelcy Adão de Souza - [email protected]ébio Borghetti - [email protected]

Pedro Edir Farias - [email protected] Pedro Ricardo Germano - [email protected]

Renato Albuquerque - [email protected] Ruivo - [email protected]

DiretoresAlexandre Kannenberg - [email protected]

Cláudio Albert Zappe - [email protected] Casali - [email protected]

Cyro Martins - [email protected] Edson de Bem - [email protected]

Eloy Scheibe - [email protected] Casara - [email protected]

Hilmar Kannenberg - [email protected] Ildomar Joanol - [email protected]

João Vianei - [email protected] José Cunha - [email protected]

José Luis Bonamigo - [email protected] Markus - [email protected]

Marcos Dytz Piccoli - [email protected] Puretz Neto - [email protected]

Ricardo Brunetto - [email protected] Saraiva Carriconde - [email protected]

Vanderlei Roberto Uhry - [email protected] Ubiratan de Moura - [email protected]

Conselho ConsultivoPresidente: Roberto CervoMembros do Conselho:

Afonso Antunes da Motta, Antônio Abelin, Fernando Ernesto Corrêa, Gildo Milman,

Otavio Gadret, Paulo Sérgio Pinto, Ricardo Ferro Gentilini

Conselho Fiscal Presidente: João Henrique Gallo

Membros do Conselho: Aniceto Paganin, Alcides Zappe

AssessoresAssessoria Jurídica: Gildo Milman

[email protected] Contábil: Ronaldo Silva de Oliveira

[email protected] Fiscal: Paulo Ledur

[email protected]

Em ritmo de eleições, o Agert Informa segue com o objetivo de poder esclarecer as dúvidas dos radiodifusores de todo o Estado. Chegamos ao final dos nossos Semi-nários Eleitorais 2012 na qual percorremos sete cidades, juntamente com autoridades do TRE-RS e Sindirário. Durante os eventos alcançamos mais de 600 profissionais de comunicação. Para nós é muito bom ir até nossos associados, pois desde 2002, quan-do começamos com os Seminários Eleitorais, praticamente não tivemos sansões ou multas severas impostas às emissoras de rádio e televisão devido ao trabalho preven-tivo que vem sendo desenvolvido.

No mês de julho, a convite da Agert, tivemos importantes encontros em nossa reunião de diretoria. Estivemos reunidos com o presidente da FAMURS, Ary Vanazzi, que na ocasião convidou a Agert para participar do Congresso Estadual da FAMURS que acontece em janeiro de 2013 com os prefeitos recém eleitos. O segundo encontro foi com o presidente da Associação Riograndense de Propaganda – ARP, Fábio Ber-nardi, que apresentou os projetos de sua gestão frente à entidade e a maior relação que pretende estabelecer com a Agert, para também intensificar o trabalho da ARP com os veículos de comunicação, principalmente no interior do Estado. A mais recente visita que tivemos, foi com o presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch, e com a dire-tora de Comunicação Social, Rute dos Santos Rossato, que na ocasião apresentaram dois projetos da entidade com orientações de cidadania, na qual a Agert irá, através da ação voluntária das associadas, colaborar na divulgação de spots.

No informativo, também trazemos uma opinião do engenheiro Álfio Rosin sobre a consulta pública SCE 05-2012, que trata das sanções a serem aplicadas às emisso-ras de rádio e TV que cometerem infrações e sobre a situação da legislação brasileira em relação à regulação da radiodifusão.

E nesta edição, publicamos um artigo em comemoração aos 90 anos do rádio, celebrado no dia 7 de setembro, escrito pelo nosso vice-presidente da Agert, Frei Osé-bio Borghetti, que fala da trajetória e da transformação desse meio de comunicação.

Boa leitura!

RÁDIOS ANIVERSARIANTES

Rádio Medianeira FM Santa Maria 5/ 8/1989Rádio Luz e Alegria AM Frederico Westphalen 9/8/1989Rádio Medianeira AM Santa Maria 13/ 8/1960Rádio Santo Ângelo AM Santo Ângelo 15/ 8/1947Rádio Blau Nunes AM Santa Bárbara do Sul 15/ 8/1984Rádio Bento Gonçalves AM Bento Gonçalves 15/ 8/1986Rádio Difusora Caxiense AM Caxias do Sul 16/ 8/1958Rádio Clube FM Canela 21/ 7/1993Rádio Itapuí AM Santo Antônio da Patrulha 22/ 8/1949Rádio 1010 AM Caxias do Sul 23/8/1988Rádio Cultura 1.470 AM Cacequi 25/ 8/1957Rádio Fandango AM Cachoeira do Sul 25/ 8/1978Rádio Fandango FM Cachoeira do Sul 25/ 8/1978Rádio Odisséia FM Serafina Correa 26/ 8/1986Rádio Querência FM Dom Pedrito 27/ 8/1990Rádio Osório AM Osório 28/ 8/1957Rádio Ibirubá AM Ibirubá 29/ 8/1986Rádio Clube Um FM Tupanciretã 30/ 8/1989Rádio Planeta FM Miraguai 31/8/2002

Editorial

Alexandre GadretPresidente da Agert

Page 3: Agert Informa

Agosto de 2012 3

Famurs orientará prefeitos sobre publicidade em rádiosO presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul - FAMURS,

Ary Vanazzi, esteve presente no almoço de diretoria da Agert no dia 26/07 a convite do presidente da entidade, Alexandre Gadret. “Com esta aproximação, a Agert tem como objetivo alertar e escla-recer a todos os representantes da administração pública sobre restrições de comercialização a emissoras comunitárias e clandestinas, por exemplo”, enfatizou Gadret.

“Viemos aqui para nos colocar à disposição para essa boa ação que é transformar a questão da comunicação em um fato que ajude os municípios. Isso também é nossa responsabilidade como entidade. Estamos à disposição para trabalhar coletivamente”, complementou Vanazzi.

No almoço, o presidente da FAMURS, também falou sobre o Congresso Estadual que aconte-cerá em janeiro de 2013 e reunirá os novos gestores que vão se eleger e convidou a Agert para par-ticipar através de palestras durante o evento para orientar os participantes como agir em relação às emissoras comunitárias, entre outros assuntos. “Nesta grande atividade, teremos um tempo para orientação e apresentação da Agert e também uma cartilha com orientações para os prefeitos”, res-saltou.

O vice-presidente jurídico da Agert, Cláudio Brito ressaltou que a Agert e a FAMURS são parcei-ras há anos. “Estaremos no Congresso explicando para os prefeitos recém eleitos que uma emis-sora comunitária, ainda que legal, tem vedações a sua comercialização e que poderão jogar na ile-galidade para ficar igual a uma eventual clandestina”, concluiu Brito.

Associação Riograndense de Propaganda apresenta seus projetosNa última reunião de diretoria da Agert, no dia 26/07, os

presentes receberam o presidente da Associação Riogran-dense de Propaganda – ARP, Fábio Bernardi, que apresen-tou os projetos da nova gestão da entidade e a maior relação que pretende estabelecer com a Agert.

Bernardi apontou três pilares: o primeiro é uma maior inserção social e parceria mais efetiva com as entidades de classe. A ARP tem uma relação com o meio cultural e através de programetes para o rádio, tem por objetivo difundir ideias e fortificar o trabalho social. Esses programas já são divulga-dos em algumas rádios de Porto Alegre, mas o objetivo é alcançar as rádios do interior trazendo um conteúdo específi-co de cada cidade. O vice-presidente jurídico da entidade, Cláudio Brito, sugeriu que as emissoras associadas poderi-am enviar o conteúdo dos eventos da sua região para a ARP para que fosse feita a customização do material pela entida-de. “Essa parceria é para que se estabeleça um fluxo de informações entre a Agert e a ARP”, afirmou Brito.

O segundo ponto é entrar na área de comunicação de uma maneira mais efetiva para melhorar a faixa de mercado e o nível de concorrência. “Influenciar no negócio da comu-nicação e instrumentalizar anunciantes. Precisamos unir as

AJURIS promove campanha sobre direitos do cidadãoNo dia 26/07, a diretoria da Agert, recebeu na sede

da entidade, o presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch e a diretora de Comunicação Social, Rute dos Santos Rossato. O encontro, que aconteceu durante a reunião de diretoria, faz parte da política de melhoria das relações institucionais da Magistratura gaúcha com a imprensa. Durante a reunião, os dirigentes da AJURIS apresentaram dois projetos. Um deles é a produção de spots de áudio de 30 segundos com orientações de cida-dania, que leva o título Seja Cidadão e o outro é o pro-grama Sala de Audiência produzido para o rádio. Na segunda-feira (23/7), o presidente da Agert, Alexandre Gadret, esteve na AJURIS. No encontro com Pio Dresch e Rute Rossato, Gadret fez o convite para que os magis-trados participassem da reunião.

agências, os veículo, os anunciantes e os forne-cedores. Não podemos pensar que o Rio Grande do Sul é Porto Alegre. Sabemos que o mercado no interior está crescendo e há uma quantidade enorme de anunciantes que precisam ser instru-mentalizados e que podem dar um salto de capa-cidade para conquistar mercado e produtos”, enfatizou Bernardi.

E por fim, o terceiro ponto se restringe as pre-miações da ARP, que a partir desse ano reconhe-cerão profissionais, veículos de comunicação e empresas. “Na Semana da ARP que acontece em novembro, queremos ter um espaço em conjunto com a Agert para criarmos uma ponte de relacio-namento entre as agências e os veículos de comunicação”. Bernardi também destacou o pro-cesso de interiorização do evento. “A ideia é de que tenhamos um evento específico para o interi-or na semana da comunicação. Queremos construir esse projeto junto com a Agert”, finalizou o presidente da ARP.

O presidente da Agert, Alexandre Gadret, em nome da entidade agradeceu a presença de Fábio Bernardi e colo-

cou a Agert à disposição para colaborar com o processo de interiorização. Será definida a operacionalidade para o envio do conteúdo regionalizado das associadas para a ARP.

“Essa relação estreita com a AJURIS é importante para explicarmos para as comunidades do RS como cada ouvinte pode exercer sua plena cidadania. Vamos esta-belecer métodos de contato para ajustarmos como essa parceria irá funcionar”, enfatizou Gadret.

Na ocasião, foram apresentados os spots produzi-dos pela AJURIS para que fossem divulgados pelas emis-soras de rádio e TV. “Nós temos uma preocupação com a divulgação de informações úteis principalmente dos dire-itos dos cidadãos. Nós já tivemos apoio da Agert que foram divulgados e tiveram excelente repercussão com um resultado social muito importante. Foram alguns anos que se passaram e essa é um novo momento de fazer-mos uma divulgação de utilidade pública”, finalizou Dresch.

Page 4: Agert Informa

Agosto de 20124

A Consulta Pública SCE 05-2012 no contexto brasileiro da radiodifusão

A necessidade de um novo marco regulatório para a radiodifusão no Brasil vem sendo há muito comentada, mas muito pouco discutida entre governo, empresários e sociedade. A regu-lamentação tem sido o caminho encontrado tanto por países europeus quanto da América Lati-na para democratizar as políticas de comunicação e adequar a legislação aos avanços tecnoló-gicos.

No Brasil, a legislação que regula a radiodifusão é notadamente defasada, não trazendo respostas para uma vasta gama de questões atuais, como inovações tecnológicas e conver-gência de mídias. Vale lembrar que a base do arcabouço legislativo remonta à década de 1960, o que resulta em um sistema altamente oligopólico e antidemocrático. Soma-se a isso o fato de a legislação ser extremamente fragmentada, com pluralidade de normas e regulamentos mui-tas vezes contraditórios.

O resultado, além do prejuízo à liberdade de expressão e perdas democráticas, é a grave insegurança jurídica experimentada pelas empresas de radiodifusão. As constantes mudanças implantadas pelo Ministério das Comunicações e Anatel, com sistemáticas alterações de com-petência, agravam o quadro. A centralização promovida no Ministério das Comunicações e a falta de diálogo instituída pela atual gestão isolam cada vez mais o radiodifusor, sujeito a várias formas de arbitrariedades.

É neste contexto que surge a nova Consulta Pública proposta pelo Ministério das Comuni-cações, com vistas à análise de projeto de regulamento que versa sobre sanções a emissoras.

A fragmentação – com frequentes contradições – da legislação deve-se, em grande parte, à vasta quantidade de Portarias versando sobre temas variados, gerando enorme dificuldade, mesmo ao radiodifusor mais atento, em interpretar e adequar-se à legislação. Parte significativa desta regulamentação sequer está disponível no site do Ministério, dificultando ainda mais o acesso à informação.

A insegurança jurídica decorrente de tamanha dispersão legislativa é alarmante, na medida em que possibilita uma infinidade de dúvidas e interpretações divergentes. Some-se a isso a vaguidão de diversos dispositivos inseridos na atual legislação e teremos uma ideia do cenário atual.

A proposta de regulamentação apresentada pelo Ministério infelizmente não corrige nenhum dos problemas aqui levantados. Ao contrário, na tentativa de estabelecer critérios para aplicação das sanções às emissoras de radiodifusão, cria, isto sim, ainda mais dúvidas e incer-tezas.

A realização de uma Consulta Pública para recebimento de sugestões sobre o texto, embo-ra constitua uma iniciativa louvável, é tardia. O debate sobre a regulamentação não pode se limi-tar à análise isolada de dispositivos normativos, conforme proposto pelo Ministério. O verdadei-ro debate deve envolver empresários, governo e sociedade, permitindo o posicionamento dos diversos atores e a compreensão da conjuntura social e política da radiodifusão no País.

No contexto em que está inserida, a simples existência de projeto de Portaria para regula-

mentação de sanções constitui um retrocesso, indicando que a publicação de um novo marco regulatório não passa de uma simples promessa.

Do ponto de vista jurídico, o projeto, em si, traz poucas – porém preocupantes – novidades. As infrações e sanções previstas no projeto já existem na legislação. Nem poderia ser dife-

rente, visto que a Portaria tem caráter apenas regulatório. O novo regulamento reflete, portanto, as diversas incertezas já existentes na legislação e mantém dispositivos altamente antidemo-cráticos. Para citar apenas um exemplo, citamos o art. 3º do projeto, que possui a seguinte reda-ção:

“O descumprimento às leis, aos regulamentos ou às normas aplicáveis aos serviços de radi-odifusão, seus ancilares e auxiliares, bem como a inobservância às determinações do Ministé-rio das Comunicações e aos deveres decorrentes dos contratos de concessão, dos contratos de adesão de permissão ou dos atos de outorga para prestação dos serviços de radiodifusão sujei-ta os infratores às seguintes sanções, sem prejuízo daquelas de natureza civil e criminal: I – advertência; II – multa; III – suspensão; IV – cassação e V – revogação de autorização.”(grifo nosso)

À seguir os artigos 4º e 6º citam, em rol exemplificativo, as infrações que podem acarretar penas de multa e suspensão. Entende-se, portanto, que qualquer ato contrário a determinação do Ministério pode acarretar, no mínimo, pena de multa.

É com base na imprecisão e vaguidão da legislação que o Ministério vem instaurando pro-cessos de apuração de infrações por descumprimento, inclusive, de prazos processuais. O des-cumprimento de prazos processuais tem como consequência a aplicação de sanções proces-suais, como o indeferimento de determinado pedido ou arquivamento de um processo. Contu-do, vem o Ministério entendendo ser possível aplicar sanção de multa, ou mesmo de suspen-são, ao descumprimento de prazos processuais, que na visão daquele órgão configuram não atendimento a exigências feitas pelo Poder Concedente, inclusive em processos originados em pleitos dos próprios radiodifusores.

O projeto de regulamentação sob consulta pública, embora aparentemente tenha por obje-tivo estabelecer critérios para a aplicação das sanções, apenas reafirma tais discrepâncias, na medida em que mantém a possibilidade de aplicação de sanções a infrações não enumeradas expressamente na legislação.

Além disso, ao criar critérios utilizando fórmulas complicadas para a quantificação das mul-tas, deixa em aberto uma importante questão: como serão quantificadas as multas aplicadas por infrações não previstas nesta Portaria?

Diversas outras incongruências e imprecisões podem ser encontradas no projeto, de modo que aquilo que deveria sanar dúvidas acaba gerando incertezas ainda maiores.

A dificuldade de compreensão dos critérios - ou a falta deles - fica evidenciada pela atribui-ção de gradação e pontuação diversa para uma mesma infração, percebida na relação de infra-ções listadas no ANEXO IV, conforme exemplificamos a seguir:

Se a confusão é estabelecida nas infrações relacionadas - todas questões jurídico-administrativas - o que esperar das infrações por irregularidades técnicas que sequer foram lis-tadas?

Justamente as infrações técnicas, as que são mensuráveis quanto à sua existência e even-tual potencial de causar prejuízos a terceiros, são as que ficaram fora da relação de infrações previstas, estando limitadas a um genérico "alterar as características constantes da Licença para Funcionamento de Estação sem observar as formalidades estabelecidas na legislação", esta considerada "GRAVE".

Seria infração considerada GRAVE, de acordo com a proposta, a substituição de um trans-missor sem a autorização prévia do Ministério das Comunicações, apesar deste órgão ultrapas-sar os CINCO ANOS para responder a alguns pedidos deste tipo (a maior parte ultrapassa os três anos de espera), em que a única condição para "aprovação prévia" é de que o equipamento seja Homologado pela ANATEL e tenha capacidade de operar na potência autorizada para a emissora mas, antes de mais nada, na imensa maioria das vezes, tem o significado de ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA, que movimenta a indústria, gera tributos (total de 46% do preço final de acordo com os fabricantes), permitindo às emissoras melhorar a qualidade do ser-viço prestado diminuindo o consumo de energia elétrica em relação aos equipamentos mais anti-gos.

Questões confusas desde 1963 continuam da mesma forma como, por exemplo, "Deixar de comunicar ao Ministério das Comunicações interrupção ocorrida, com a duração e suas cau-sas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas", sem que se tenha claro quais são as interrupções que realmente devem ser comunicadas: quaisquer, as de alguns minutos, as de hora ?

E nas localidades em que ocorrem diversas interrupções por dia devido a falhas no forneci-mento de energia elétrica em que, mesmo dispondo de geradores, os equipamentos ficam ino-perantes por algum tempo necessário à sua reinicialização, todas estas pequenas interrupções devem ser comunicadas ? Qual o objetivo de tamanha preocupação ? Não seria mais simples restabelecer o Livro de Registro de Ocorrências e retornarmos ao tempo da contabilidade com Livro Caixa registrado na Exatoria ?

Considerando os critérios pretendidos, para uma punição LEVE, aplicada a uma emissora de Onda média de 1 KW, classe C, em localidade com mais de 5 mil e menos de 20 mil habitan-

tes e IDH médio, a multa mínima aplicada seria de R$ 3.289,91, chegando a R$ 4.386,54 no caso de infração grave.

Para uma emissora Classe A, em localidade com mais de 100.000 habitantes e IDH alto, a multa mínima por infração LEVE será de R$ 6.785,43, chegando a R$ 9.047,24 para infração considerada GRAVE.

Em todas as situações, o valor da multa DOBRA em caso de antecedente de uma multa já aplicada e TRIPLICA em caso de antecedente de duas multas aplicadas, entendendo-se por "antecedente" a "sanção administrativa aplicada por decisão administrativa definitiva, publica-da nos cinco anos precedentes à notificação...". Considerando-se a tempo que o Ministério tem levado para decidir qualquer processo, o critério adotado torna-se ainda mais injusto. A norma prevê ainda a aplicação de suspensão em caso de reincidência e, posteriormente, a possibilida-de de cassação.

Como se vê, a norma proposta, além de sinalizar um retrocesso por parte do Ministério na trajetória por um novo marco regulatório, traz diversas imprecisões jurídicas e tende a tornar ainda mais nebulosa a aplicação de sanções às emissoras, podendo gerar diversos prejuízos - também financeiros, mas não apenas - aos radiodifusores.

Nesse cenário, a participação dos radiodifusores na Consulta Pública é essencial, assim como a mobilização das lideranças políticas para a promoção de um amplo debate acerca do almejado marco regulatório.

Valor máximo das multas

A legislação determina que o valor máximo das multas seja corrigido de 3 em 3 anos de acordo com índices de correção. A Portaria 858/2008 (DOU 24/12/2008) corrigiu o valor histórico para R$ 12.439,24. Três anos depois, este valor foi corrigido para R$ 76.155,21,

através da Portaria 562/2011 (DOU 23/12/2011). A Portaria não especificou o índice utiliza-do. Pelo IGP-M (FGV), o valor corrigido seria equivalente a R$ 14.285,74.

Page 5: Agert Informa

Agosto de 2012 5

Questões referentes ao pleito municipal 2012

Definições:O que é propaganda partidária?

O que é propaganda eleitoral gratuita?

O que são inserções avulsas?

É a propaganda permitida nos 3 semestres anteriores à eleição, na qual os partidos têm por objetivo difundir os programas partidários, comunicar assunto do interesse dos filiados, manifestar a opinião do par-tido sobre um tema atual, etc. Suspensa no período eleitoral.

É a propaganda em rádio e televisão, permitida a partir de agosto, destinada ao pleito. Nela, os parti-dos tentam persuadir os eleitores a votar nas suas legendas, buscando assim influenciar o eleitorado no processo decisório.

São inserções de 15, 30 ou 60 segundos, produzidas pelos partidos, com veiculação fora do horário ele-itoral obrigatório, em grade de programação a ser organizada pela Justiça Eleitoral com as emissoras de rádio e televisão.

Para acompanhar o processo eleitoral 2012, preparamos algumas informações no formato de perguntas e respostas para ajudar nas informações referentes ao pleito deste ano.

O que é um partido político?

O que é uma coligação partidária?

O que é uma emissora cabeça de rede?

É um conjunto de pessoas com mesmo pensamento ideológico, que se unem a fim de conquistar e/ou influenciar o poder político de um estado ou país.

É a união de dois ou mais partidos com o objetivo de aumentarem suas forças eleitorais numa só can-didatura. Assim, apenas um candidato da coligação disputa o pleito, sendo apoiado pelos demais que, caso seja o candidato vencedor, recebem favores políticos – geralmente concessão de cargos. Isso quanto às majoritárias. Nas eleições proporcionais também ocorrem coligações para a formação das nominatas de candidatos aos cargos de vereadores.

É aquela responsável pela geração dos sinais de imagem e/ou som que serão retransmitidos pelas afi-liadas ou participantes da rede. A Justiça Eleitoral convocará reuniões para definir, em cada localidade, qual emissora será a cabeça, responsável pela geração dos programas eleitorais obrigatórios. As inserções de spots, jingles e vídeos serão veiculadas por cada emissora, não sendo geradas em rede.

Material sem recurso de legenda obrigatória ou libras pode ser recebido pela emisso-ra de televisão?

Como deverá ser identificado a mídia?

Até quando as mídias permanecem com a emissora?

O locutor da emissora pode ser contratado para prestar serviço?

Nas inserções avulsas podemos compensar por iniciativa própria as que forem ao ar?

Posso continuar reproduzindo canções de candidato que é músico?

Eu radialista posso tecer críticas e/ou elogios à Administração em período eleitoral?

E quanto aos atletas/dirigentes que são candidatos, posso entrevistar?

Posso veicular propaganda de estabelecimen-to na qual é o mesmo nome do candidato?

Os informativos da Prefeitura/Câmara de Verea-dores podem ser mantidos no período eleitoral?

Posso veicular propaganda de candidato no site da rádio?

E se um usuário publicar em website/blog da emissora um comentário favorecendo um candidato?

Posso realizar entrevista com prefeito em período eleitoral?

E quanto à propaganda eleitoral nas dependências dos órgãos públicos?

O que fazer quando, em um programa ao vivo, um entrevistado qualquer começar a fazer propagan-da eleitoral quando a pauta era outra?

Até quando as ordens judiciais podem chegar à emissora para serem cumpridas?

E se o partido não entregar a mídia para ser veiculada?

O que fazer caso haja um problema nos equipamentos da emissora que a faça ficar fora do ar na metade da propaganda eleitoral gratuita?

Posso reutilizar as mídias entregues?

Um radialista pode ser convidado para apresentar programa político?

Emissoras respondem por um eventual cerceamento ao princípio da isonomia somente na cida-de sede ou em toda a sua abrangência?

Não, pois a legislação é clara no sentido de ser obrigatório incluir, alternativamente e à esco-lha do partido o uso da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) OU o sistema de legendas. (Art. 32, inciso I da Resolução 23. 370/12 TRE-RS)

A mídia entregue deve estar identificada, no lado externo, com o nome do partido político e/ou coli-gação, o título da propaganda, o tempo de exibição, referência alfanumérica (números de 0-9 e letras A-Z), a data, período e veiculação e o município ao qual se destina. (Art. 6º, inciso 10 da Instrução 8797/12 do TRE-RS).

Deverão manter em seus estoques, inclusive à disposição da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 30 dias a contar da veiculação. (Art. 6º, inciso 12 da Instrução 8797/12 do TRE-RS).

O risco é da emissora, mas a Agert recomenda que não.

Não está na faculdade da emissora deliberar sobre isso, devendo comunicar o juiz eleitoral da comarca para que decida a forma de compensação.

Sim, desde que não haja um acréscimo de vezes por dia na reprodução da canção que será tocada, ou seja, desde que a reprodução da música seja a usualmente reproduzida antes das eleições.

Fatos efetivamente jornalísticos podem ser feitos, no entanto é necessário atentar para, por exemplo, não tecer comentários sobre questões antes nunca levantadas, de forma massiva e insistente, essas sim estão sujei-

tas às sanções eleitorais (multa).

A recomendação da AGERT é de que a entrevista seja feita com outra pessoa que possa dar as mesmas explanações do sujeito, fazendo-se sempre a seguinte pergunte: É realmente necessária

que eu entreviste atleta/dirigente “X”? Não poderia ser outro?

Sim, no entanto é necessário mencionar que essa não é uma orientação pacífica no TRE-RS, principal-mente se o anúncio começar a ser feito apenas no perío-do eleitoral ou se repetir com frequência na programação da rádio/TV.

Não, os contratos e qualquer tipo de propaganda institucional dos órgãos públicos devem ser suspensos de imediato durante o período eleitoral.

Não, é vedada na internet a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga (Art. 57-C Caput da Lei nº

9504/97).

A recomendação da Agert é efetuar a exclusão imediata do comentário a fim de evitar qualquer sanção da Justiça Eleitoral.

Sim, porém em nenhuma hipótese “travestir” uma propaganda eleitoral de uma entrevista que tem interesse jornalístico.

Servidor da prefeitura está vedado a fazer propaganda eleitoral, no entanto servidores da Câmara de Vere-adores estão liberados caso a mesa diretora dispuser pela permissão da propaganda, porém propaganda essa que será permitida para todos os candidatos.

A emissora deve imediatamente desligar o microfone e pedir desculpas aos ouvintes/telespectadores expli-cando que é vedada a utilização da emissora para campanha eleitoral.

Até 1 h de antecedência do horário de transmissão.

A emissora deve retransmitir o último programa entregue nos moldes acordados no plano de mídia.

Necessário que a emissora siga a programação (plano de mídia) e avise o juiz eleitoral imediatamente do erro ocorrido. Lembrando que nunca deve ser estendido o horário eleitoral ou repetido a parte faltante do dia.

Não, a legislação rege que é necessário guardar em depósito, durante 30 dias, cada programa entregue separadamente.

A recomendação da AGERT é de que isso não ocorra com chance de se ferir o Princípio da Isonomia, pois, querendo ou não, ele estaria trabalhando ativamente numa candidatura.

A emissora responde em qualquer localidade por qualquer ato que fira tal princípio, por exemplo, uma rádio de Cruz Alta que fizer debate político em Júlio de Castilhos, caso ocorra um favorecimento para um dos candidatos, embora a rádio seja de Cruz Alta mesmo assim ela responderá por essa falha perante a Jus-tiça Eleitoral.

Perguntas e respostas:

Quando o juiz eleitoral convocará as emissoras para definição da emissora cabeça de rede?

Quem me avisa que a minha emissora será cabeça de rede?

Como sei quem é o Juiz Eleitoral da minha região?

Não sou emissora cabeça de rede. Como faço para conseguir transmitir o programa eleitoral gratuito?

Tenho um comunicador que é candidato a prefeito ou vereador. Ele pode permanecer no ar?

No meu município pode haver 2° turno?

Como vou receber o material dos partidos políticos/coligações?

Que cuidados devo tomar quando for rece-ber as mídias dos partidos/coligações?

Quais os dias de veiculação das propagandas elei-torais gratuitas?

Propaganda na Internet é permitida?

Posso receber pagamento por propaganda veiculada na internet?

Meu jornal tem versão impressa online. Posso veicular publicidade eleitoral?

Posso divulgar uma pesquisa eleitoral?

Posso receber candidatos na minha emissora para entrevista em período eleitoral?

E se faltar luz no momento da propaganda eleitoral gratuita, o que devo fazer?

E quanto ao recebimento do material pela rádio/TV fora do horário estipulado?

A partir do dia 8 de julho os juízes eleitorais convocarão os partidos políticos e os representantes das emis-soras para organização do plano de mídia eleitoral, com data máxima até o dia 12 de agosto para estabelecer a ordem de veiculação da propaganda de cada partido político (Art. 50 da lei 9504/97). Então, serão definidas as geradoras, em rede ou não.

O próprio juiz eleitoral designará, em reunião, quem será a cabeça de rede.

Cada juiz responde por uma zona eleitoral, sendo que uma zona pode compreender mais de um município, ou um município compreender mais de uma zona. Desse modo, o melhor é procurar a zona eleitoral da sua locali-dade para maiores informações.

Deve-se captar o sinal da emissora cabeça de rede para retransmitir a propaganda na grade de programa-ção. Nas reuniões com a Justiça Eleitoral ficará definido o papel de cada emissora e as responsabilidades.

Não. O marco inicial que impossibilita o comunicador de permanecer na rádio já aconteceu: o dia 30 de junho, data final das convenções. A partir dessa data o apresentador tem que sair do ar. Caso o nome do progra-ma seja o nome do candidato, este deve ser trocado ou retornar apenas depois do pleito. (Art. 45, VI e § 1º da lei 9504/97)

O 2° turno acontece nos municípios com mais de 200.000 eleitores. Assim, as únicas cidades que têm chan-ce de 2° turno no RS são: Canoas, Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas.

Por meio das pessoas indicadas pelos partidos (e tão somente essas), sendo necessário aviso prévio de 24h caso outra pessoa que não a autorizada for entregar as mídias. Importante: até 1º de agosto as emissoras deverão informar aos diretórios municipais dos partidos políticos os tipos compatíveis de arma-zenamento de dados para entrega do material.

Primeiro de tudo atentar se a pessoa que estiver entregando é a credenciada pelo partido, logo em seguida verificar se o material está em perfeito estado de rodagem e ao final dar um recibo de que o material foi recebido e está em condições.

Para prefeito e vice-prefeito os dias são: Segundas, Quartas e Sextas-Feiras.

Para vereadores: Terças, Quintas e Sábados.NO RÁDIO: NA TELEVISÃO:7 hs - 7:30 13:00 – 13:30 12 hs – 12:30 20:30 às 21:00

Somente pelo candidato. A partir do dia 5 de julho e desde que em site do partido ou da coligação, com endereço eletrônico também comunicado à Justiça Eleitoral; por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação, e ainda por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja gerado ou editado pelos candidatos, partidos ou coligações.

Quanto às mensagens eletrônicas: Estas devem dispor de mecanismo que permita seu descadastramento pelo destinatário, ficando obrigado o remetente a providenciá-lo no prazo de 48 horas. As mensagens eletrônicas enviadas após o término do prazo previsto sujeitam os responsáveis ao pagamento de multa no valor de R$ 100,00 (cem reais), por mensagem (Lei nº 9.504/97, art. 57-G, parágrafo único).

Não. A veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga é vedada na Internet. (Art. 57-C da lei 9504/97)

Sendo uma reprodução exata, é importante lembrar, devendo constar do anúncio, de forma visível, o valor pago pela inserção (Art. 43, § 1º da lei 9504/07).

Sim. Necessário mencionar o período de coleta dos dados, a margem de erro, o número de entrevistas, a entidade que realizou as entrevistas e o número do registro na Justiça Eleitoral. Caso for pesquisa eleitoral veicu-lada em outra emissora ou jornal, todas essas informações também devem ser informadas. A pesquisa a ser divulgada ainda tem de estar registrada com pelos menos 5 dias de antecedência(Art. 1º da Resolução nº 23.364 do TSE)

Sim, desde que respeitada a isonomia. Todos os candidatos a prefeito deverão ser entrevistados então, com o mesmo tempo e em horário igual. Quanto aos vereadores, melhor não entrevistá-los, pois é quase inviável a garantia da isonomia.

Deve-se comunicar imediatamente o juiz eleitoral por ofício. Este, por sua vez, encaminhará as providênci-as a serem tomadas pela emissora para resolução do caso.

As emissoras não estão obrigadas a aceitarem mídias fora do horário estipulado ou entregues por quem não está autorizada para fazê-lo. Desse modo, no lugar do espaço reservado a quem não fez a entrega, será retransmitido o último programa válido ou, se não tiver sido entregue nenhuma mídia, será levada ao ar apenas a informação de que tal horário se encontra reservado para a propaganda eleitoral do respectivo partido ou coliga-ção(Art.6º, incisos 7º e 8º da instrução 8797/12 do TRE-RS).

Page 6: Agert Informa

90 anos do rádio no BrasilNo dia 7 de setembro, junto com as comemorações do dia da pátria, os brasileiros têm

a oportunidade de comemorar os 90 anos do rádio. A data remonta a 1922, durante as comemorações da Independência do Brasil, quando o presidente Epitácio Pessoa, fez um discurso que foi ouvido por poucos e felizes brasileiros que se encontravam diante de um rústico aparelho, chamado rádio. Naquela oportunidade os brasileiros estavam inau-gurando um dos meios modernos de comunicação. Começava a história do rádio.

O rádio começou muito humilde, carregado de ruídos e de alcance muito curto, mistu-rando palavras, música e informações com estranhos sons, mas encantando a todos. Nestes 90 anos, foram muitas as transformações acontecidas, tanto na programação, quanto nas tecnologias e na qualidade do sinal. Na década de 1930, ele deixa de ser privi-légio de assinantes e contribuintes, para abraçar as massas e poder ser recebido livre-mente por todos. Poucos anos depois, com a chegada dos transistores, do FM, das Ondas Curtas e mais recentemente dos caminhos da Internet, seu alcance se amplia e ultrapassa os mares, podendo ser sintonizado em qualquer parte do mundo.

Uma das razões de sua longevidade é de ter sido fiel aos ouvintes. Renato Vieira, em artigo recente no jornal O Tempo de Belo Horizonte, afirma que o rádio tem o que nenhum outro veículo tem: emoção. Os demais meios modernos oferecem uma imensa gama de atrativos, mas, em sua imensa maioria não conseguem apagar a marca que o rádio con-quistou e não perde, qual seja, a emoção.

Para Magaly Prado, autora da História do Rádio Brasileiro, o rádio não morre, ele se transforma. Se ele aprendeu a ser das massas, não se preocupando em identificar quem o sintoniza, ele é também o companheiro inseparável dos sonâmbulos da madrugada, dos jovens enamorados e dos agitados motoristas do trânsito infernal das manhãs ou dos fins de tarde de nossas cidades.

Dia sete de setembro, o rádio brasileiro vai completar 90 anos. São 90 anos de emo-ção e de encantamento. Só ele tem esse poder de atravessar gerações. A maioria dos ouvintes não conhece os locutores que estão do outro lado, mas em sua imaginação, todos eles constroem ídolos imortais que merecem sua confiança e seu respeito, pois são justamente eles que produzem o que de mais importante existe: a emoção e o encantamento.

Parabéns ao rádio brasileiro, parabéns aos heróis que construíram e mantém pequenas ou grandes e potentes emis-soras, afinal cada uma delas é uma parcela do meio de comu-nicação que se chama rádio. E o rádio não morre, ele se trans-forma.

Frei Osébio Borghetti

Artigo

Agosto de 20126

Curso orienta e incentiva a inovação nas principais áreas que envolvem o futebol

Uma parceria entre a Agert e a Perestroika - Escola de atividades criativas, vai propor-cionar aos associados da entidade um desconto especial para o curso Kick Off que traz o mundo do futebol dividido em módulos de contextualização, futebol (esporte), mídia e mar-keting e as principais áreas que compõem o mercado do futebol.

Na sua 7ª edição em Porto Alegre, o curso promovido pela Perestroika traz novida-des e é ideal para quem busca informações privilegiadas sobre como estão trabalhando os principais profissionais do país do futebol, no futebol. O esporte se torna um mercado próspero e cheio de oportunidades no mundo inteiro. Esse é o curso que conta bem essa história. Explica por que futebol é um negócio tão apaixonante e com tanta visibilidade.

Orienta e incentiva a inovação nas principais áreas que envolvem esse mercado. Tudo isso através de experiências profissionais que são referências no Brasil e no mundo.

O curso tem início no dia 10 de setembro e acontece todas as segundas-feiras das 20h às 22h30, na sede da Perestroika, Rua Furriel Luiz Antônio de Vargas, 250 - sala 1302/ Porto Alegre. No total são 14 encontros, e finaliza no dia 10 de dezembro.

Para os associados à Agert o curso tem desconto de 15% e sai pelo valor de R$ 2.200 e pode ser parcelado em até 7x de R$ 314,00.

Mais informações e inscrições pelo site http://www.perestroika.com.br/kickoff/ ou pelo telefone (51) 3062 5568.

Page 7: Agert Informa

Agosto de 2012 7

Seminários Eleições 2012 alcançou mais de 600 profissionais do Estado

Durante os meses de junho e julho a Agert percorreu as cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul, Canguçu, Passo Fundo, Ijuí, Santa Maria e Dom Pedrito juntamente com o TRE-RS e Sindirádio nos Seminários Eleições 2012 que tiveram como objetivo esclarecer as dúvidas mais frequentes dos profissionais de rádio e televisão quanto aos procedimentos legais a que estarão envolvidos na divulgação do processo elei-toral municipal 2012.

Durante as viagens estiveram presentes pela primeira vez, autoridades do Tri-bunal Regional Eleitoral do RS. Através do evento, mais de 600 profissionais do Estado participaram, tiraram suas dúvidas e contribuíram para que o evento fosse um sucesso”.

‘ Tivemos êxito em todas as cidades, pois sabemos da responsabilidade, repercussão e força de nossos veícu-los, por isso temos comprometimento com a eficiência e isonomia da informação", disse o presidente da Agert, Alexandre Gadret. Gadret, em nome da entidade agradece pela participação de todos os representantes do TRE-RS e Sidirádio que estiveram presen-tes e que contribuíram para que em todas as cidades o evento tivesse êxito.

Através do site da Agert www.agert.org.br é possível aces-sar os áudios dos eventos e fotos. Além do site da Agert, que disponibiliza informações sobre as Eleições 2012, os associados podem tirar suas dúvidas através do plantão jurídico da Agert pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (51) 3212.2200. Ou com o vice-presidente jurídico da Agert, Cláudio Brito através do email: [email protected] ou pelo telefone 51 9951-5887.

Uma brincadeira que conscientiza a popu-lação. Essa é a proposta do Passeio às Escu-ras, projeto realizado pela Adevica – Associa-ção dos Deficientes Visuais de Cruz Alta, em parceria com as rádios Cruz Alta FM e a Fáti-ma Pop Rock FM.

O projeto tem como objetivo fazer com que os moradores da região vivenciem a cami-nhada de um deficiente visual pelas ruas da

cidade. Cada integrante do grupo conduz um voluntário vendado pelas ruas da cida-de, mostrando como a vida é para quem não tem o dom de enxergar.

Através de spots e programas veiculados nas rádios de Cruz Alta, o público fica informado das ações que a Adevica realiza na cidade. O projeto Passeio às Escuras é realizado no mês de agosto, durante a Semana da Pessoa com Deficiência Visual. De acordo com a gerente comercial da Rádio Cruz Alta AM, Vera Lucia Alves, em todas as edições o projeto teve bastante aceitação dos moradores da cidade. “Se-guimos com a caminhada e logo após entrevistamos os participantes. Eles ficam comovidos com o exemplo de vida de cada um dos integrantes do grupo”, ressalta Vera.

A Adevica é parceira da rádio Cruz Alta AM desde 2009, na grade de programa-ção a entidade tem um programa específico para esclarecer dúvidas sobre o tema e conclamar a comunidade a participar das ações de conscientização, assim como dos eventos para arrecadação de fundos para a manutenção dos projetos desen-volvidos pela associação.

“A ação trouxe uma grande conscientização da população com deficiência visual na cidade. Hoje é muito comum ver estas pessoas se movimentando sozinhas pelo

centro, pegando ônibus. Além disso, a associação faz um trabalho junto às famílias, pois o familiar do deficiente tem a tendência a super protegê-lo e com isso limita suas saídas à rua, o que hoje não acontece mais, pois a Adevica mostrou que o deficiente pode e deve conviver normalmente na comunidade”, finaliza Vera.

Rádios Cruz Alta AM e Fátima Pop Rock FM participam de projeto com deficiente visuais

Palestrantes do Seminário Eleições 2012

Passo FundoPasso FundoPasso Fundo

Dom PedritoDom PedritoDom Pedrito

Santa MariaSanta MariaSanta Maria

CanguçuCanguçuCanguçu

Porto AlegrePorto AlegrePorto Alegre

CaxiasCaxiasCaxias

IjuíIjuíIjuí

Page 8: Agert Informa

Agosto de 20128

Eventos da Radiodifusão 2012

Prêmios do Setor

A história de Rafael Tambasco, 70 anos, foi conhecida pela diretoria da Agert através do Semi-nário Eleições 2012 que aconteceu em Dom Pedrito no dia 19 de julho. Ao chegar no Hall de entrada do auditório do Dom Pedrito Country Club todos os par-ticipantes puderam conferir de perto mais de 10 relí-quias de rádios do colecionador e morador da cida-de que desde 1980 coleciona rádios. A paixão começou quando Rafael se encantou por um rádio de galena (um dos receptores mais simples de modulação AM) de um amigo, que de tanto insistir, ganhou o equipamento. Ainda jovem, começou um curso de eletrônica e aprendeu a consertar rádios e trabalhou nessa atividade por mais de 25 anos em Santa Maria e Porto Alegre. O primeiro rádio que ganhou foi de um vizinho quando morava em Santa Maria no ano de 1962.

Morador da cidade de Dom Pedrito, começou a juntar rádios a partir da década de 60, mas somente em 1980, começou a colecionar. Hoje a coleção tem mais de 2600 peças, sendo 1200 em perfeitas con-dições de uso. “É como tivessem saído da loja, tudo funcionando. Essa é a minha paixão. Encontrar um rádio que eu não tenho e deixá-lo novo. Demoro em média uma semana para restaurar um rádio. O pra-zer do ser humano não está no tempo, mas no momento. A minha felicidade é quando eu encontro um modelo novo. É como em um relacionamento a dois. No início, tudo são amores, depois que arru-mo, guardo na prateleira e esqueço”.

No prédio de três andares construído para guar-dar as relíquias, são encontrados modelos fabrica-

dos desde 1900 e de dife-rentes nacionalidades. “O que chama a atenção no rádio é a raridade e a pro-cedência. Tenho rádios de origem holandesa, alemã, portuguesa, italiana, irlande-sa, entre outras”.

As fontes de rádios foram tantas que se perdem: doa-ções, compras em antiquári-os, receptores enterrados no chão ou atirados no lixo... Com o tempo e naturalmente,

a procura inverteu-se da quantidade para a qua-lidade e raridade dos rádios. “O maior desafio é encontrar o rádio. Comprei o último em Bagé. Já prometi para mim que nunca mais compraria rádios. Mas sempre quebro a minha promessa. Não consigo. É mais forte que eu”.

E para conseguir um modelo que ainda não possui, vale até namorar. Rafael conta que havia uma viúva na cidade de Santa Maria que tinha um rádio alemão que ele ainda não possuía. “Ela disse que mor-reria com o rádio. Então, propus um namoro. Ela aceitou e consegui comprar o rádio. Claro que o namoro não deu certo”, contou entusiasmado.

Rafael afir-ma que já com-prou rádios em diversos estados do Brasil e em paí-ses da América Latina. “Montevi-déu é uma das cida-des que mais com-pro por ter antiquári-os e a importação

ser livre de taxas. Nunca paguei mais de R$ 1.500 por um equipamento”.

O hobby de Rafael já rendeu matéria até em jornais internacionais, como o El país, do Uruguai. E quando se fala em futuro, jamais pensa em vender ou doar a cole-ção. “Ficarei com eles até o fim da minha vida. Já recebi propostas para vender meus rádios. Neguei, pois dinhe-

iro nenhum paga a minha cole-ção”, finalizou.

Siga-nos no Twitter!

20 a 23 de Agosto – SET CongressoLocal: Pavilhão de Conferências Centro de Exposições Imigrantes - São Paulo /SPMais informações no site: www.set.com.br

19 de Setembro – Workshop de Olho no Amanhã: Como fazer projeto de Responsabilidade Social e Meio AmbienteHorário: 13h30 às 18h30Local: Federasul – Porto AlegreMais informações no site: www.incre.com.br

13 de Dezembro – Aniversário de 50 anos da AgertHorário: 20hLocal: Leopoldina Juvenil - Rua Marquês do Herval, 280 Moinhos de Vento / Porto Alegre

Siga @agert e acomp eanhSiga @agert e acomp eanhnossos eventos e asnossos eventos e asprincipais notícias do s retoprincipais notícias do s reto

Colecionador Gaúcho tem mais de 2600 rádios

3º Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade Inscrições até 5 de setembro. Regulamento no site www.premiojornalistasecia.com.br/

Somente serão aceitos trabalhos feitos por jornalistas escritos ou falados em língua portuguesa e veiculados em órgãos de comunicação com sede no Brasil.

17º Prêmio Abrelpe de JornalismoInscrições até 10 de outubro. Regulamento no site www.premioabrelpe.org.br. Poderão ser

inscritas reportagens veiculadas nas seguintes mídias: jornal, revista, rádio e televisão, sediadas em território nacional, no período de 01 de outubro de 2011 a 30 de setembro de 2012.

14º Prêmio de Jornalismo do Ministério Público RSInscrições até 30 de novembro. Mais informações no telefone 3224.6938 ou no e-mail

[email protected]. Os trabalhos deverão ser acompanhados de duas cópias, constando o nome do autor, título da matéria, data da publicação e o veículo de comunicação.

8º Prêmio Construindo a Igualdade de GêneroInscrições até 17 de setembro. Regulamento no site http://igualdadedegenero.cnpq.br.

A premiação tem como objetivo estimular e fortalecer a reflexão critica e a pesquisa acerca das desigualdades existentes entre homens e mulheres.