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Agregados para Construção Civil DNPM

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Estudo sobre agregados para construção civil

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  • AGREGADOS PARA CONSTRUO CIVIL

    Humberto Almeida de La Serna DNPM/SP Tel.: (11) 5549-5533 E-mail: [email protected] Jlio Csar Recuero DNPM/SC Tel.: (48) 3216-2300 - Email: [email protected]

    Mrcio Marques Rezende DNPM/SEDE Tel.: (61) 3312-6770 E-mail: [email protected] Vanessa Maria Mamede Cavalcanti - DNPM/CE Tel.: (85) 3261- 8513 E-mail: [email protected]

    I - OFERTA MUNDIAL -2007

    Agregados so materiais granulares, sem forma e volume definidos, de dimenses e propriedades para uso em obras

    de engenharia civil. Consideram-se agregados a pedra britada, o cascalho e as areias naturais ou obtidas por moagem de rocha, alm das argilas e dos substitutivos como resduos inertes reciclados, escrias de aciaria, produtos industriais, entre outros. Os agregados so, em geral, abundantes no Brasil e no mundo. No Brasil, os grandes centros consumidores, representados pelas regies metropolitanas, esto, geralmente, localizados em reas geologicamente favorveis a reservas de boa qualidade. As rochas utilizadas para produo de brita so, fundamentalmente, granitos e gnaisses, seguidos por calcrios, dolomitos, basaltos e diabsios, normalmente utilizados em regies em que os primeiros no so abundantes. Os principais locais de produo de areia so vrzeas e leitos de rios, depsitos lacustres e mantos de decomposio de rochas. No Brasil, a utilizao de depsitos de areia e cascalhos marinhos est restrita ao controle da eroso e reconstruo praial, muito embora estes recursos j sejam amplamente utilizados como agregados para construo em pases da Europa e sia.

    Os agregados so os materiais de construo mais utilizados no mundo. Em 16 pases europeus registrado o consumo mdio de 511t por habitante em toda a sua vida ou de 6-10t/habitante/ano. Nos EUA a taxa de 8t/habitante/ano. Quando se reporta ao estado de So Paulo e a Regio Metropolitana de So Paulo, para fim de comparao, as taxas avanam para 3,5t/ha/ano e 4,2t/ha/ano, respectivamente.

    A minerao de agregados para a construo civil gera grandes volumes de produo, apresenta beneficiamento simples, baixo preo unitrio e necessita ser produzido no entorno do local de consumo, geralmente reas urbanas, devido alta participao do transporte no custo final. O transporte responde por cerca de 1/3 do custo final da areia, e 2/3 do preo final da brita. Este setor o segmento da indstria mineral que comporta o maior nmero de empresas e trabalhadores e o nico a existir em todos os estados brasileiros.

    Atualmente o setor mineral discute o problema da disponibilidade desses recursos, principalmente aqueles localizados dentro ou no entorno dos aglomerados urbanos. A possibilidade de explorao destes bens minerais vem declinando em virtude do inadequado planejamento urbano e territorial, de problemas de sustentabilidade ambiental, de zoneamentos restritivos e de usos competitivos do solo, tornando preocupantes as perspectivas de garantia de suprimento futuro. As reservas de areia e brita no Brasil so estimadas em 2,7 bilhes de toneladas e 12 bilhes de toneladas respectivamente. Tais nmeros foram obtidos pelo clculo das densidades de areia e rochas britadas: areia equivale a 1,64t/m e brita equivale a 1,80t/m, de acordo com o Anurio Mineral Brasileiro do DNPM. Tabela I : Produo de Areia em pases selecionados

    2004 2005 2006 2007 Pases 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ Estados Unidos * 1.240 6.600 1.280 7.500 1.320 8.540 1.170 (p) 8.000 (p)

    Reino Unido * 97 1.288 95 1.348 92 (p) (...) (...) (...)

    Canad * 250 897 243 974 236 (p) 1.048 (p) (...) (...)

    Fontes: EUA - 2006 Minerals Yearbook / Mineral Commodity Summaries; Reino Unido - United Kingdom Minerals Yearbook 2006; Canad - Canadian Mineral Yearbook. Notas: * Areia e cascalho. (p) Preliminar; (...) No disponvel.

    Tabela II : Produo de Rocha Britada e Cascalho em pases selecionados 2004 2005 2006 2007

    Pases 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ Estados Unidos * 1.630 9.890 1.700 12.400 1.720 13.800 1.590 (p) 14.000 (p)

    Reino Unido * 128 1.912 122 1.601 146 (p) (...) (...) (...)

    Canad * 124 670 130 761 (...) (...) (...) (...)

    Fontes: EUA - 2006 Minerals Yearbook / Mineral Commodity Summaries; Reino Unido - United Kingdom Minerals Yearbook 2006; Canad - Canadian Mineral Yearbook. Notas: * Rocha Britada. (p) Preliminar; (...) No disponvel.

    II - PRODUO INTERNA Tabela III: Produo de areia

    2004 2005 2006 2007 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ 106 t 106 US$

    Brasil

    201 832 238 812 255 (p) (...) 279 (p) (...) Fonte: Anurio Mineral Brasileiro

    Tabela IV: Produo de brita 2004 2005 2006 2007

    106 t 106 US$ 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ 106 t 106 US$ Brasil

    187 769 172 707 199 (p) (...) 217 (p) (...) Fonte: Anurio Mineral Brasileiro III - IMPORTAO: No h importao de agregados, pois os custos de transporte tornariam os preos finais inviveis economicamente.

  • AGREGADOS PARA CONSTRUO CIVIL

    IV - EXPORTAO:

    No h exportao de agregados devido ao custo do transporte, pois os mesmos devem ser produzidos nas

    proximidades dos centros consumidores para que sejam viveis comercialmente. V - CONSUMO

    O maior mercado consumidor de rocha britada no pas permanece sendo So Paulo. O Rio Grande do Sul e Santa

    Catarina elevaram sua participao relativa, deslocando os mercados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, os quais entre 2003 e 2006 ocupavam alternadamente a segunda e a terceira posio. Os valores de produo declarados no RAL ano-base 2007 para a rocha britada beneficiada indicam um crescimento acumulado de 46% e de 31%, respectivamente, sobre o ano base de 2005 para os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, a produo de rocha britada elevou-se em 1,8 milho de m3 em relao a 2005. Para o pas, considerando o ano base de 2005, o valor declarado no RAL em 2007 cresceu 13%. Parte significativa do crescimento da rocha britada em Santa Catarina deveu-se as obras de duplicao da BR 101. As declaraes do RAL 2007 ainda esto sendo analisadas, mas a indicao de crescimento coerente com a evoluo da economia em 2007.

    Setorialmente, em 2007 a construo civil demandou 66% do consumo de rocha britada beneficiada, a construo/manuteno de estradas 15%, a pavimentao asfltica 4%, e os artefatos de cimento 3,5%. O setor de construo civil absorveu 46% da rocha britada bruta, sendo seguido pelo setor de construo/manuteno de estradas com 22% e pavimentao asfltica 7%. O grande setor consumidor de areia o setor de construo civil. Os dados de produo declarados no RAL ano base 2007 para a areia ainda esto em anlise. Entretanto, espera-se um crescimento da produo acompanhando a rocha britada. VI - PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS

    As expectativas para 2008 a 2010 so bastante otimistas pela possibilidade de gerao de resultados decorrentes da

    implementao das obras do PAC, iniciadas em 2007. Obras que contemplam os setores de infra-estrutura de transportes e habitao inclusive. Setores consagrados como consumidores de materiais agregados em uma ampla variedade de aplicaes em edificaes, construo e manuteno de estradas de rodagem, aeroportos, barragens, obras de saneamento e fundaes.

    Entre as aes, o plano vai significar a construo, adequao, a duplicao e recuperao, de 45 mil km de estradas; 2.518 km de ferrovias, a ampliao de 12 portos e 20 aeroportos. Uma interveno importante a pavimentao de 1.024 quilmetros da BR-163, no trecho entre Guarant do Norte (MT), Rurpolis e Santarm (PA). Est em andamento a duplicao da BR-101 no Nordeste, para um total de 405 km em vrios trechos; e da BR-230 na PB, num total de 112 km. Na Regio Sul, a BR 101 est sendo duplicada num total de 337,5 km. Entre as obras de construo e pavimentao em andamento, encontram-se a BR-135 (183 km, na BA); a BR-319 (343 km, no AM); a BR-230 (579 km, no PA); a BR-282 (133 km, SC), e o trecho sul do Rodoanel em SP (61,5 km). Para a rea de habitao sero destinados R$ 106,3 bilhes ao longo de 4 anos, beneficiando quatro milhes de famlias. Assinala-se que existe no Brasil uma forte demanda reprimida por agregados, oriunda de um dficit habitacional em 7,9 milhes de moradias. Para urbanizao de favelas, foram selecionados 544 projetos em todo o pas, com 723 mil famlias beneficiadas (R$ 10,7 bilhes de investimentos) e 6,4% de obras j iniciadas. VII - OUTROS FATORES RELEVANTES

    Um projeto multidisciplinar desenvolvido na Escola Politcnica da USP deu origem a um mtodo inovador com o

    reaproveitamento de entulho de construo para a produo de areia e rochas britadas de alto desempenho mecnico, que podem ser utilizados em concreto estrutural para construo de casas e edifcios, exceto em pontes. A areia e a brita geradas pelo estudo tm caractersticas bem superiores ao agregado reciclado, atualmente empregado na pavimentao de ruas e estradas, que produzido por usinas de reciclagem no pas, o qual imprprio para uso em concreto estrutural. Para o beneficiamento do entulho, os resduos foram separados de acordo com as caractersticas fsicas e qumicas, tendo o mtodo sido testado com diferentes tipos de entulho, com amostras coletadas em aterros de So Paulo, Rio de Janeiro, Maca (RJ) e Macei (AL). Com esse estudo, abre-se a possibilidade de se expandir no Pas o mercado de reaproveitamento dos resduos de construo civil e demolio, os quais podero ser utilizados tambm em concreto estrutural, sendo este um caminho para aumentar a sustentabilidade do setor da construo civil e uma alternativa para reduzir o depsito dos restos em aterros e rios e a extrao de agregados, j bastante dificultada tanto pelas restries ambientais quanto pela urbanizao no entorno das minas.

    A controvertida Resoluo CONAMA n. 369/2006 disps sobre os casos excepcionais de utilidade pblica, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a interveno ou supresso de vegetao em reas de Preservao Permanente APPs. Criou distino entre bens minerais, definindo aqueles de utilidade pblica (a maioria dos minerais) e de interesse social (areia, argila, cascalho e saibro), diferenciando suas possibilidades de interveno em APPs, excluindo para os ltimos a possibilidade de sua extrao em determinados locais, especialmente prximos de nascentes, veredas, manguezais e dunas. Introduziu ainda algumas regras de conduta que podem vir a prejudicar muito o segmento de rochas para construo civil, ao condicionar extrao destas rochas a existncia de planos de ordenamento territorial municipal, ou seja, planos diretores de minerao e leis de uso e ocupao do solo, sob pena da atividade ser admitida somente at 28/03/2009, quando na inexistncia desses documentos, ser proibida. Fato preocupante que 73% dos municpios brasileiros, por terem populao inferior a 20 mil habitantes, no esto obrigados, constitucionalmente, a elaborar planos diretores municipais.

    Em Portaria do Diretor-Geral do DNPM, publicada no DOU de 27/11/2007, a tonelada foi adotada como unidade de medida padro obrigatria para as informaes sobre agregados para a construo civil. Essa medida torna as estatsticas brasileiras compatveis com as de outros pases. Continua em ascenso o mercado de areia de brita para utilizao em concreto e argamassa, impulsionado pela crescente escassez da areia natural, por bloqueio de jazidas, devido tanto a desordenada ocupao urbana quanto pelas restries impostas pela legislao ambiental, fazendo com que os ps de pedra deixem sua antiga condio de rejeito.