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CONFERÊNCIA‘CM’FARO
ENTREVISTA
PÁG. 6
“TemosdeaproveitaronovoPDR2020”
Bolsa deterras já temmaisde14milhectares
OFERTA
PÁG. 7ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO N.º 12 935 DO CORREIO DA MANHÃ E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
AGRICULTURAMais de 400candidatosaos prémios
�APÓS 60EM 2012E 154 EM 2014,OS PRÉMIOS BPI– CORREIODAMANHÃTÊMESTE ANO 420CANDIDATURAS
II ||| CONFERÊNCIA CM FARO|||Terça-feira, 11.11.2014 CORREIO DA MANHÃ
�Nesta edição dos Prémios foramsuperadas as melhores expectativas
PRÉMIOSCRESCIMENTODE173%
OobjetivotraçadopeloBPIpara a edição deste anodosPrémiosAgricultura,uma parceria BPI - Cor-
reio da Manhã,com o patrocíniodo Ministério da Agricultura e oapoiodaPwC,passavapordupli-caronúmerode candidaturas.
Ora,feitasascontas, ascandi-daturas quase triplicaram, pas-sando de 154, no ano passado,para 420, este ano. Foram mais266 candidaturas, num cresci-mentode173porcento.
Quase metade (47%) das can-
didaturas são oriundas da regiãoCentro; 33% do Norte; 18% doSul e 2% das Ilhas. Por catego-rias,registaram-se10degrandesempresas, 212 de PME, 53 de as-sociações/cooperativas, 82 dejovens agricultores e 63 de novosprojetos.
Depois da seleção e do trata-mento de dados, pela PwC, ascandidaturassãoanalisadaspelojúri e a entrega dos prémios serádia 4 de dezembro, em Lisboa,com a presença da ministra As-sunçãoCristas.�
O Bancopara aagricultura. BPI é líder no apoio à agricultura.
Nº1 no montante total acumulado de garantias emitidas pela Agrogarante, com uma quota de 24%.Fonte: Agrogarante-Sociedade de Garantia Mútua. Valores até 31/12/2013.
Nº1 no montante total financiado ao abrigo da Linha IFAP Curto Prazo, Agricultura, Silvicultura e Pecuária, com uma quota de 69%. Fonte: Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas. Dados relativos à campanha agrícola de 2013. Valores a 31/12/2013.
Nº1 no montante total de adiantamentos de subsídios à exploração concedidos pelo IFAP e validados pela CAP, com uma quota de 77%.Fonte: Confederação dos Agricultores de Portugal. Dados relativos à campanha agrícola de 2013. Valores a 31/12/2013.
Toda a informação nos Centros de Empresas ou Balcões BPI e em bancobpi.pt/agricultura
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Ao longo dos últimosanos, a agriculturatem assumido uma
importância crescente naeconomia nacional.
Para responder aos desa-fios e especificidades do se-tor,o BPI estruturou umaoferta especialmente dirigidaao setor primário,diversifi-cada e competitiva,bemcomo desenvolveu iniciati-vas para promover a dinâmi-ca e o debate setorial.
Neste contexto de apoio eproximidade crescente,o BPIdecidiu patrocinar,desde2013,o Prémio Agricultura,participando na organizaçãoe promoção dos eventos dedivulgação do Prémio,na di-namização de candidaturas eintegrando o júri do Prémio.
O Prémio Agricultura,uma iniciativa COFINA eBPI,patrocinada pelo Minis-tério da Agricultura e do Mar,tem por objetivo promover,incentivar e premiar os casosde sucesso da agricultura na-cional dos Setores Agrícola,Agroindustrial,Pecuário eFlorestal.
A dinamização do Prémiojunto dos principais playerse parceiros teve impactospositivos. Em 2014, regista-
ram-se 420 candidaturas,com destaque para a catego-ria PME (que representametade das candidaturas)e para as categorias JovemAgricultor e Novos Projetos(que revelam a dinâmicaempreendedora).
Enquanto representantedo Júri,considero que oacréscimo expressivo dascandidaturas (nos últimosdois anos aumentou 600%)e a forte adesão aos eventosde dinamização (contaramcom 470 participantes) evi-denciam a elevada dinâmicadas empresas e empresáriosdo setor,que veem no Pré-mio uma alavanca para anotoriedade e visibilidadedos seus projetos.
“Prémio é alavanca paravisibilidade dos projetos”
OPINIÃO
MARIACELESTE HAGATONG
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NO
FERN
AND
ESVE
IGA
Recorde de 420candidatos
INOVAÇÃO SENTIDOOBRIGATÓRIO
Encontrar soluções paraproduzir frutos e legu-mes nos chamados me-ses difíceis – no Algarveé,porexemplo,produzir
framboesas no verão – é umexemplo de inovação que nãotem de obedecer a elaboradosprocessos científicos.
No primeiro painel da Confe-rênciadeFarodosPrémiosAgri-cultura 2014, os empresáriosconvidados (António Cunha,Frederico Chagas, João Caço eLuísFolque)foramunânimesemconsiderar que, no trabalho daterra, para se inovar não é preci-so mais do que uma boa ideia.
“Inovar pode ser uma coisamuito simples”, afirmou LuísFolque,alertando para o facto dea inovação poder algumas vezeslevarosempresáriosatomarde-cisões precipitadas.
“Énecessárioqueasempresastenham meios suficientes paraaguentar o embate de uma gran-de alteração proveniente, porexemplo,daevoluçãotecnológi-ca. Às vezes, dar passos maioresdo que a perna pode ser fatal”,afirmou o líder da Sovena.
Já João Caço, administradorda Hubel Verde, considera que aevolução e a inovação se conse-guem através da inquietude.“Temos de ser inquietos, caso
contrário, nós e as nossas em-presas, ficaremos rapidamenteobsoletos”, afirma este especia-lista em culturas sem solo.
Para Frederico Pinheiro Cha-gas, gerente da Viplant, o segre-do está em adequar as tecnolo-gias às capacidades endógenasda nossa terra e do nosso clima.
“Procurar fazer melhor é ino-var e se nós soubermos adequaras tecnologias àquilo que pos-suímos de extraordinário e dife-
renciado, como a terra e o clima,faremos,comcerteza,maiseso-bretudo melhor”,afirma.
António Portugal Cunha, ad-ministrador da quase centenáriaempresa de pescas Testa & Cu-nhas, diz que as barreiras buro-cráticas existentes são o grandeentrave à inovação.
“Para a nossa produção de bi-valvesemaquaculturanoAlgar-ve tivemos de vencer um calvá-rio burocrático”,explica.�
Para inovar não é precisomais do que uma boa ideia�Empresários consideram que, na Agricultura, o fundamental é fazer cada vez mais e melhor
OAlgarve jáproduz hambúrgueresde peixe�Este é um dos exemplos maiseloquentes de como a inovaçãonão tem necessariamente desermais do que uma boa ideia.NoAlgarve,terra abraçada aomar,uma empresa resolveuavançarpara a produção de
hambúrgueres de peixe.Anotí-cia,dada nesta conferência deFaro pelo secretário de EstadodaAlimentação e da Investiga-çãoAgroalimentar,NunoVieirae Brito,é reveladora de como sepode aproveitara onda para
evoluire conquistarnovos mer-cados.Além de nutritivo e sau-dável,e sobretudo porisso,opeixe está na moda.Fazerham-búrgueres de peixe é uma formade inovar,mantendo um produ-to e um conceito.�
CORREIO DA MANHÃ Terça-feira, 11.11.2014||| CONFERÊNCIA CM FARO ||| III |
PORMENORES
� EXPORTAÇÃO É O FUTUROFruto da crise na construçãocivil, a Viplant já exporta 80por cento da produção.
� AQUACULTURA NO MARATesta & Cunhas tem bivalvesem 400 hectares de mar auma milha ao largo de Lagos.
� CULTURA HIDROPÓNICAAHubel Verde está a cons-truir vinte hectares de estu-fas para culturas sem solo.
� OLIVALA CRESCERHá uma década na agricultura,a Sovena está a plantar dez milhectares de olival.
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IV||| CONFERÊNCIA CM FARO|||Terça-feira, 11.11.2014 CORREIO DA MANHÃ
APOSTA NAQUALIDADE COM
Aposta inovadora daTesta & Cunhas amilhaaolargodeLagos�O calvário burocrático durou dois anos, mas esta empre-sa de pesca da Gafanha da Nazaré conseguiu implementarum projeto de produção de bivalves no mar do Algarve
� LicenciadoemEngenhariaZootéc-nicapelaUniversidadedeTrás--os-MonteseAltoDouro,AntónioPortugalCunhaégerentedasempre-sasTesta&CunhaseArrastõesReu-nidos,ambasnaáreadaspescas.
ANTÓNIO P. CUNHA
ATesta & Cunhas nasceu há quasenoventa anos, fruto de uma fortevocação marítima. Começoupela pesca do bacalhau à linha no
Atlântico Noroeste, mas foi sempreacompanhandoasevoluçõestecnológi-cas e, por opção estratégica, concen-trando a sua atividade nas águas portu-guesas.
Com sede na Gafanha da Nazaré,onde foi criada,a empresa está implan-tada numa área de 24 000 m², com ins-talações onde funcionam os serviçosadministrativoseaoficinademanuten-ção da frota.
Em 2012, o Governo português atri-buiu, por 30 anos, à Testa & Cunhas,umaconcessãooffshorede395hectaresde mar, a uma milha ao largo de Lagos,para a produção de mexilhão, ostra evieira.Quandoaproduzirempleno,teráuma capacidade produtiva de nove miltoneladas.
A empresa tem ainda um centro deexpedição de bivalves,próximo do por-to de pesca do Barlavento Algarvio, emPortimão, de apoio à frota que opera nacosta algarvia e à unidade de bivalves.
Atualmente, a empresa possui umafrota completamente modernizada deonzenavios,dotadosdeexcelentescon-dições para a receção, manuseamento eacondicionamento do pescado.�
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PlantasViplant doAlgarve para os quatrocantos do Mundo�Criada há quase trinta anos, esta empresa algarvia já ven-de para o estrangeiro cerca de 80 por cento do total da suaprodução.Tem mais de vinte hectares de viveiros e estufas
� FormadoemEngenhariaAgronó-micapeloInstitutoSuperiordeAgronomia,éatualmentesócio-ge-rentedaempresaViplant–ViveirosdoAlgarveLda.,daqual fazpartedesdejaneirode2006.
FREDERICO CHAGAS
AViplant é uma empresa portu-guesa,sediadanoAlgarve,criadahá quase trinta anos e, desdesempre, dedicada à produção,
comercialização e distribuição de plan-tas ornamentais,mediterrânicas e sub-tropicais.
Com a quebra no setor da construçãocivil, a empresa começou a apostar nosmercados externos, tornando-se, naprática, uma empresa de exportação.No ano passado, as vendas para o es-trangeiro representaram 80 por centodo volume de negócios.
AViplantéespecializadanaproduçãodeplantasmediterrânicas,ornamentaise subtropicais, com mais de cem varie-dades de trepadeiras, arbustos, herbá-ceas, árvores e palmáceas. Conta, nosseusquadros,comtécnicosespecializa-dos em interiores e exteriores.
Distribui em todo o território nacio-nal,naEuropae,sobretudonestaúltimadécada, em diversos outros países doMundo, com particular relevância parao Norte de África.
Os Viveiros Viplant estão situados naQuinta do Parral,em Paderne,na Quin-ta da Gralheira, em Alte, e no Sítio doLobito,emSilves,numaáreatotalsupe-rior a vinte hectares, dos quais mais desetehectaressãoestufasaquecidasees-tufas de sombra.�
CORREIO DA MANHÃ Terça-feira, 11.11.2014||| CONFERÊNCIA CM FARO ||| V |
ALGARVE ATERRANÃOÉMUITA,MASÉGRANDEADINÂMICANAAGRICULTURAENASPESCAS.AQUIFALAMOSDEAQUACULTURA,AZEITE,PLANTASORNAMENTAISENOVOSSISTEMASDEREGAMPENSA
Hubel Verde navanguarda dos aduboslíquidos e da hidroponia�Aevolução dos sistemas de rega bombeou esta empresaalgarvia para duas das mais inovadoras áreas da produçãoagrária: os adubos líquidos e as culturas sem solo
�MestreemEngenhariaAgrícolapelaUniversidadedeÉvora,éespe-cialistaemhidroponia,ou seja,cul-turassemsolo.Jádesempenhou di-versoscargosnaHubelVerde,sendohojeoseu diretorexecutivo.
JOÃO CAÇO
AhistóriadaHubelVerdecomeçouhá cerca de três décadas, no Al-garve, na área da eletrotecnia,com especialização na bomba-
gem de água para rega na agricultura.Os sistemas de rega foram evoluindo
e a opção da maioria dos produtores pornovos métodos,assentes em bombassubmergíveis,levaram a empresa a tri-lhar,também ela,novos caminhos.
Horticultores com estufas forma-vam,na altura,a maioria dos clientes e aHubel resolveu criar uma exploraçãoprópria para implementação e testes denovos sistemas.
Foi assim que, em 1995, marcou pre-sença na introdução em Portugal dosadubos líquidos e das culturas sem solo,também conhecidas como hidroponia,eavançouparaaáreademonitorizaçãoecontrolo nas mais diversas fileiras agrí-colas de Portugal.
Na área da nutrição vegetal, o desta-que vai para os adubos líquidos, comuma grande implementação nas cultu-ras agroindustriais das regiões do Riba-tejoeAlentejo,ondesedestacaotomatede indústria.
Hoje, a Hubel está a construir vintehectares de estufas, com o objetivo quenorteia a empresa: encontrar formas deproduzirnosmesesdifíceis.NoAlgarve,aideiaéproduzirframboesasnoverão.�
Sovena já é um dosmaiores produtoresde azeite do Mundo�Aaposta desta empresa centenária na agricultura temapenas uma década.Tempo suficiente para se atirar ao co-lossal projeto da plantação de dez mil hectares de olival
� LicenciadoemGestãoeProduçãoAnimal,LuísFolqueé,alémdeadmi-nistradordaSovena,presidentedaAssociaçãoPortuguesadoAzeite,e,entreoutroscargos,presidentedaFederaçãoEuropeiadoAzeite.
LUÍS FOLQUE
Agénese de tudo, ocorrida em fi-nais do século XIX,deu-se a par-tir de um embrião industrial.Fa-lamos,háquedizê-lo,doprimei-
ro grupo industrial, comercial e finan-ceiro de Portugal – a Companhia UniãoFabril, CUF, fruto da fusão de duas pe-quenas empresas químicas: a União Fa-brileaCompanhiaAliançaFabril.
A história é muito longa e cheia deaquisições,reestruturaçõesealteraçõesestratégicas,massemprenumalinhadecrescimento, quer a nível interno querna implantação internacional.
O nascimento do século XXI marcouumnovoazimute,comorientaçãoparaaárea da agricultura e, muito particular-mente,no setor da olivicultura. A com-pra, em 2002, da Agribética em Sevilhafoi o primeiro passo.Depois,em coope-ração com a Atitlan, surgiu, em 2007, oprojeto Elaia, com o objetivo de plantardez mil hectares de olival.
Ogrupoéjáasegundamaiorempresade azeite do Mundo e o maior fornece-dordemarcadadistribuiçãodoMundo.Oanode2008começacomareestrutu-ração e unificação da identidade e ima-gem do,até então,grupo Alco e respeti-vas empresas, passando a denominar--seSovenaGroup,comquatrounidadesde negócio distintas (Biodiesel, Agri-culture,Oilseeds e Consumer Goods).�
VI ||| CONFERÊNCIA CM FARO|||Terça-feira, 11.11.2014 CORREIO DA MANHÃ
�ANDREIAVALE/SECUNDINO CUNHA
CorreiodaManhã–Fala-semuitode inovação na Agricultura. Fazsentido,emsuaopinião?Nuno Vieira e Brito – Não só faztodo o sentido como penso que éa altura certa para o fazermos.–Porquê?– A Agricultura é, como se sabe,sinónimo de sucesso e cresci-mento.Estamosaproduzirbem,a comercializar bem e a exportarbem. Este é, portanto, o tempocerto para se falar de inovação.Aevolução e o progresso são maiseficazes quando ocorrem em fa-ses positivas.–Enósvivemosumafasepositiva?– Ao nível da Agricultura pode-mos dizer que atravessamosuma fase extraordinária. É, não
temos dúvidas, a área da nossaeconomia que mais tem contri-buído para o crescimento dasnossas exportações.–Eessaboamarévai continuar?– Vai, com toda a certeza, se nóssoubermos aproveitar, comopenso que saberemos, a grandeoportunidade que é o PDR 2020(Programa de DesenvolvimentoRural até 2020).
–Seráaúltimaoportunidade?– Aproveitar o novo PDR 2020 éfundamental. Não sei se será aúltima oportunidade, mas seique é uma oportunidade quenão se pode perder. Estamos afalar, só para o apoio aos proje-tos no setor da Agricultura, deum total de 8,4 mil milhões deeuros, ou seja, de mais de milmilhões de euros por ano. É de
–Ecomofazer?– Começaremos por juntar nomesmoobjetivoorganizaçõesdeagricultores,empresas,serviçosdo ministério e universidades.Mas a inovação acontece todosos dias e continuará.–Queconselhodáaosjovens?– Que aproveitem todas as van-tagens do PDR, que já tem ascandidaturas abertas e que temvantagens,sobretudoparaosjo-vens que pertençam a organiza-ções de produtores. Depois, eisto é muito importante, que seinformem sobre o ProgramaHorizonte 2020.Este tem 77 milmilhões de euros para inovaçãoem todo o espaço europeu.–Oacessoédifícil?–Não.Temhavidopreocupaçãoem diminuir a burocracia.�
crer que, ao nível do volume, doenvelope financeiro, nuncamais teremos uma oportunida-de destas.–Eaestratégiaestádefinida?–AssentanaestratégiaglobaldoMinistério da Agricultura e doMar, que já ficou conhecidacomoaestratégiados‘quatrois’:investimento, industrialização,inovação e internacionalização.– Podemoscentrarodebateno‘i’deinovação?–Esseseráaqueleaque,emmeuentender, devemos dedicarmaior atenção. Portugal foi opaís da Europa que mais cresceuem termos de inovação, 3,9 porcento, mas continuamos a serconsiderados um país modera-damente inovador, o que querdizer que temos muito a fazer.
� NUNO VIEIRAE BRITO.Doutorado em Ciên-ciasVeterinárias, é,desde 1988, pro-
fessor do Institu-to Politécnico deViana do Caste-
lo. Em janeirode 2013 foinomeadosecretáriode Estadoda Ali-mentaçãoe da Inves-tigaçãoAlimentar.
PERFIL
ENTREVISTA
Esteéotempocertoparasefalardeinovação.Aevoluçãoeoprogressosãomaiseficazesnasfasespositivas
AAgriculturaéaáreadanossaecono-miaquemaistemcon-tribuídoparaocresci-mentodasexportações
NãoseiseoPDR2020éaúltimaoportu-nidade,masseiqueéumaoportunidadequenãosepodeperder”
EstratégiadoMinisté-riodaAgriculturaéadosquatro‘is’: investimento,industrialização,inovaçãoeinternacionalização”
Pretendemosfacilitaravendadeprodutosagrícolasporpartedosprodutores”
– Estamos no ano europeu decombate ao desperdício ali-mentar. Desperdiça-se muitoem Portugal?NunoVieiraeBrito–Odesperdí-cio no nosso país é, segundo osúltimos dados, de cerca de ummilhão de toneladas por ano.Penso que se trata de um valorbastante elevado.– Quepodefazer-separacomba-teressasituação?– Por um lado, pretendemos fa-cilitar a venda de produtos agrí-colasporpartedosprodutorese,por outro, fazer campanhas aonível do consumidor.�
Desperdícioé de um milhãode toneladas”
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Aproveitar o novoPDR 2020é fundamental”�O secretário de Estado da Alimentação,NunoVieira e Brito, fala do novo quadro comunitáriocomo uma oportunidade que não se pode perder
CORREIO DA MANHÃ Terça-feira, 11.11.2014||| CONFERÊNCIA CM FARO ||| VII|
DEBATE CONFERÊNCIAEMFARO
Isto é um processo lento e oEstado sabe que é assim.Uma bolsa de terras é algoque não se edifica de um diapara o outro.”
As palavras são de Nuno Rus-so,coordenadordaBolsaNacio-nal de Terras (BNT), e foramproferidas na conferência deFaro dos Prémios Agricultura2014,uma parceria CMe BPI.
Para este responsável, a BNTestá a trilhar o seu caminho e jácontacomumtotaldequase300prédios,correspondentes a umaárea de 14 mil hectares.
“Já foram arrendados ou ven-didos 25 prédios, num total de1200hectares,eestáadecorreroconcurso para arrendamentodasterrasdoEstado,quecorres-pondem a 730 hectares dividi-
dos por 25 prédios rústicos”, ex-plicou Nuno Russo.
De resto, a plataforma infor-máticadaBNT,ondetudoacon-tece, já recebeu mais de 80 milconsultas e os pedidos têm au-mentado de formasignificativa.
Este debate emFaro contou, alémdeNunoRusso,coma presença do pro-fessor universitárioAmílcar Duarte, dodiretor de EmpresasSul e Ilhas do bancoBPI,JoãoFolquePa-trício, do presidente da AJAP,Ricardo Brito Paes, e do presi-dente da Câmara de Faro, Rogé-rio Bacalhau.
O presidente da AJAP consi-
dera que o acesso à terra “é umaquestão vital para os jovens quepretendem iniciar a atividade”ediz que “a BNT é um bom proje-to,mas é preciso credibilizá-lo”.
João Folque Patrício louvou ainiciativa dos Pré-mios Agricultura,referindo que o BPIlhes atribui “umaenorme importân-c i a ”, e A m í l c a rDuarte alertou parao facto de o númerode alunos em Agro-nomia decrescerdesde há dez anos.
No final, o presidente da Câ-mara de Faro,Rogério Bacalhau,disse que, “ao contrário do quese pensa, o Algarve é uma terracom tradições na Agricultura”.�
Bolsa de terras já contacom 14 mil hectares�Primeiro concurso de terras do Estado decorre até ao final do ano. São 25prédios rústicos, num total de 730 hectares. Maioria das terras é de privados
PORMENORES
� MEL DE LARANJEIRAO mel do Algarve é um dosmelhores do Mundo, porquea maioria das quase cem milcolmeias está em pomaresde laranjeiras.
� AMÊNDOA MAIS BARATAA região algarvia produz duasmil toneladas de amêndoa,cerca de dez por cento daamêndoa que se colhe no País.O preço tem decrescido e ron-da os 47 cêntimos por quilo.
� MAIS POMARES DE FIGOApós anos a decrescer, es-tão a ser plantados novospomares de figo no Algarve,com sistemas de rega.
� ALFARROBA RESISTENos últimos dez anos foramplantados no Algarve dois mi-lhões de alfarrobeiras.A pro-dução de alfarroba na regiãoronda as 70 mil toneladas.
� LARANJA EUROPEIAMetade das 250 mil tonela-das de laranja colhidas noAlgarve é vendida para osmercados externos, comoFrança, Polónia e Alemanha.
�OconcelhodeFarotemcercade900agricultores.Masdestes,só80,menosdedezporcento,têmmenosde55anos.Afaltadejovensnaterraéumproblematransversal aoPaís,masquenoAlgarveéaindamaiscomplexo.
AGRICULTURA COMPOUCOS JOVENS
� Porcausa da sazonalidade,a fal-ta demãodeobra éum dosmaissé-riosproblemascom queosempre-sáriosagrícolassedebatem.Asre-giõesdoAlentejoeAlgarverecor-rem a trabalhadoresestrangeiros.
TERRATEM FALTADE MÃO DE OBRA
DIR
EITO
SRE
SERV
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“O Algarve éuma terra comtradições naAgricultura”Rogério Bacalhau
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