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MAGAZINE Tecon Salvador investe R$ 240 milhões em equipamentos, tecnologia, pessoal; dobra a capacidade operacional do terminal e se prepara para receber as maiores embarcações do mundo ARTIGOS A PRÁTICA COLONIAL DO ABATE CLANDESTINO A ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL DO CONTROLE BIOLÓGICO INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA REVOLUCIONA PRODUÇÃO NO CAMPO FILÉ DE TILÁPIA: COOPERATIVA DE PESCADO DE BARRA DÁ EXEMPLO OUZA EDITORA EDIÇÃO 03 OESTE DA BAHIA MAIO/2012 R$ 9,99 REVISTA EXPORTAÇÃO EM DOBRO SECRETÁRIO DE AGRICULTURA EDUARDO SALLES DESTACA IMPORTÂNCIA DO AGRONEGÓCIO E INFRAESTRUTURA DE APOIO AOS PRODUTORES

Agro Magazine ed.3

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A força da produção do campo em um espaço fértil de ideias.

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MAGAZINE

Tecon Salvador investe R$ 240 milhões em equipamentos, tecnologia, pessoal; dobra a capacidade operacional do terminal e se prepara para receber as maiores embarcações do mundo

ARTIGOSA PRÁTICA COLONIAL DO

ABATE CLANDESTINO A ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL

DO CONTROLE BIOLÓGICO

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA REVOLUCIONA PRODUÇÃO NO CAMPO

FILÉ DE TILÁPIA: COOPERATIVA DE PESCADO DE BARRA DÁ EXEMPLO

O U Z AE D I T O R A

EDIÇÃO 03OESTE DA BAHIA

MAIO/2012 R$ 9,99

R E V I S T A

EXPORTAÇÃOEM DOBRO

SECRETÁRIO DE AGRICULTURA EDUARDO SALLES DESTACA IMPORTÂNCIADO AGRONEGÓCIO E INFRAESTRUTURA DE APOIO AOS PRODUTORES

DESTACA IMPORTÂNCIADO AGRONEGÓCIO E INFRAESTRUTURA DE APOIO AOS PRODUTORES

DESTACA IMPORTÂNCIADO AGRONEGÓCIO E INFRAESTRUTURA DE APOIO AOS PRODUTORES

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ESSÊNCIAINALTERADAA Bahia Farm Show chega a sua 9ª edição con-

solidada como uma das cinco maiores feiras de tecnologia agrícola do país. O complexo ocupa hoje apenas 10% de área total de abrangência, o

que possibilita para os próximos anos um incremento de até 40% em expansão de estandes, parceiros e investido-res. Para esta edição, realizada entre os dias 29 de maio e 2 de junho em Luís Eduardo Magalhães, nem mesmo a estiagem que castiga o estado e já é responsável por perdas signifi cativas de produtividade, em especial nas culturas de soja e algodão, no Oeste, será empecilho para os negócios praticados durante a feira. Afi nal, são eles que a movimentam.

Os quatro bancos ofi ciais da feira - Banco do Nordeste, Desenbahia, Banco do Brasil e Bradesco - endossam o oti-mismo dos organizadores, motivados pelos bons preços das commodities e pela redução da taxa de juros. Os ban-cos disponibilizarão linhas do FNE, Pronaf/Agricultura Familiar e as linhas com recursos do BNDES (PSI Rural, Moderinfra e Moderagro), além dos fi nanciamentos com recursos obrigatórios e próprios. Todos dizem esperar ul-trapassar o volume de 2011 nos fi nanciamentos.

O agricultor do Oeste é inquieto quando se trata de tec-nologia. Foi o uso estratégico delas, ao longo das últimas décadas, que permitiu ao cerrado baiano passar de uma região desacreditada para um dos grandes polos produto-res do Brasil, líder em produtividade de soja, milho e algo-dão. A tecnologia, segundo o presidente da Aiba, Walter Horita, amorteceu os impactos da seca recente pela qual a região passou. Por essa razão, não há melhor vitrine para o produtor rural conferir e adquirir as novidades tecnoló-gicas que a Bahia Farm Show.

Boa leitura!

EDITORIAL

10 Coluna Helmuth KieckhöferAbate clandestino (parte 2)

12 Entrevista Eduardo Salles, secretário de Agricultura do Estado

23 Empreendimento Cooperativa de pescado dá exemplo

26 Café Associação luta pelo reconhecimento internacional do grão negro produzido no Oeste

28 Agropecuária Sistema integrado de lavoura-pecuária revoluciona produção no campo

31 Seca Bahia sofre com pior estiagem em 47 anos

32 Fertilizantes Simpósio descute uso de adubos sintéticos

34 AgroAgenda Eventos voltados para a área em todo o país

18TERMINAL EM EXPANSÃOTecon Salvador investe em equipamento e tecnologia e dobra capacidade de exportação

Editor/Diretor de redação: Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)(77) 9131.2243 e 9906.4554 [email protected]

Redação: Anton Roos, Cátia Andreia Dörr e Thiara Reges

Consultoria técnica: Leonardo Costa dos Santos

Comercial: Ana Paola (77) 9191.9400 / Anton Roos (77) 9971.7341 (Luís Eduardo Magalhães) Rosa Tunes (77) 9804.6408 / 9161.3797 (Santa Maria da Vitória Bom Jesus da Lapa) Anne Stella (77) 9123.3307 (Barreiras)

Revisão: Rônei Rocha e Aderlan Messias

Impressão: Coronário Editora e Gráfi ca

Tiragem: 4 mil exemplares

MAGAZINE

Ouza Editora Ltda.Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16Centro - Barreiras (BA

O U Z AE D I T O R A

Envie sua SUGESTÃO de reportagem para [email protected] e [email protected]

CAPA: RODRIGO TAGLIARO

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AGRONOTAS

Walter Horita: “Você não pode pararde investir por causa de uma única safra”O presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Walter Horita, confia que a edição 2012 do Bahia Farm Show vá pelo menos repetir os números da edição anterior, quando o volume de negócios superou a marca de R$ 570 milhões. “Os agricultores da região têm paixão pelo que fazem e não vão parar de investir em suas propriedades por causa de uma única safra. O investimento de hoje vai garantir as safras futuras”, disse em entrevista coletiva com os veículos de imprensa da região oeste, na terça-feira, 15 de maio, no Hotel Saint Louis em Luís Eduardo Magalhães. “Quem movimenta a feira são os produtores da região e não os de fora. Todos os contatos e cotações sobre preços de máquinas e novas linhas de crédito são feitos com antecedência. Existe planejamento em todas as etapas da produção”, explica Horita, sinalizando que a aparente queda de produtividade provocada pela má distribuição das chuvas principalmente entre janeiro e fevereiro na região não serão empecilho para o sucesso da feira, que este ano chega a sua nona edição.

EXPORTAÇÃO: MILHO É PROTAGONISTADA SAFRA 2011/12 NA REGIÃO OESTE

A queda de produtividade da soja e algodão na região oeste fez do milho o grande protagonista da safra 2011/12. Este ano, o cereal produzido nas propriedades rurais da região será exportado pela primeira vez através do porto de Ilhéus. As operações com as tradings foram articuladas pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), que vê na exportação uma maneira de sustentar os preços ao produtor, na medida em que tira o excedente do mercado interno.

Nos últimos anos, os produtores do cerrado baiano tiveram sérios problemas de remuneração, pois os pre-ços do milho estavam sempre abaixo do preço mínimo estipulado pelo Governo Federal. A situação resultou em uma retração da área plantada, o que acaba sendo preju-dicial já que a rotação de culturas, sistema que depende da participação do milho na matriz, é essencial para a sustentabilidade econômica e ambiental da região.

Na safra 2011/12, a área plantada com milho no Oeste da Bahia cresceu 60%, impulsionada pelo preço da commodity que subiu, depois de anos de depreciação contínua. Com a boa safra no Brasil, que teve incremento de 15%, o receio dos produtores rurais é que os preços caiam abaixo do mínimo, que é de R$20,10 para esta safra. Assim, a exportação se tornou uma ótima opção para evitar o problema. “Com os preços da commodity em alta no mercado internacional e o câmbio favorável para a exportação, os primeiros embarques já estão balizando os preços no mercado doméstico”, explica o presidente da Aiba, Walter Horita.

Quatro navios já foram negociados e um quinto está em fase final de tratativas. Esses primeiros lotes foram formados através de um pool de produtores coordenado pela Associação. O Oeste já tem tradição em exportar a soja e o algodão, cuja produção é 50%, em média, desti-nada ao mercado internacional. A região Oeste da Bahia é líder nacional em produtividade de milho. Enquanto no mundo se produz, em média, 86 sacas por hectare de milho, no Oeste colhem-se 155 sacas por hectare.

Livro sobre Agricultura de Precisão disponível para download Foi disponibilizada para download gratuito a obra “Agricultura de Precisão – Um novo olhar”, editado pelo pesquisador da Embrapa Instrumentação, baseada em São Carlos/SP, Ricardo Inamasu. O livro reúne 58 trabalhos apresentados na convenção da Rede de Agricultura de Precisão, realizada em novembro de 2011. Participam da Rede de Agricultura de Precisão cerca de 200 pesquisadores oriundos de 20 unidades da Embrapa, das cinco regiões brasileiras. A rede conta com apoio de mais de 50 parceiros de empresas, instituições de pesquisa e extensão, universidades além de produtores rurais e cooperativas. “O objetivo é difundir a agricultura de precisão no país, fundamentando o conhecimento por meio de trabalhos científicos e desenvolver tecnologias para que a agricultura brasileira seja cada vez mais competitiva e sustentável”, afirma o pesquisador. Link: www.macroprograma1.cnptia.embrapa.br/redeap2/publicacoes/publicacoes-da-rede-ap/capitulos

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O presidente da edição 2012 da Agrishow, Maurílio Biagi Filho, assinou um termo de cooperação com Emília Williams, representante da EXPOAGRO Argentina. O acordo, segundo Biagi é o primeiro passo para a internacionaliza-ção da feira, que este ano chegou a sua 19ª edição. “Teremos um estande na feira argentina e a EXPOAGRO terá um estande em nosso próximo evento”, disse, na coletiva de encerramento no dia 04 de maio. Entre as três maiores feiras do setor de agronegócios em todo o mundo, e já tem data definida para

2013. O evento acontecerá de 29 de abril a 03 de maio. O volume de negócios praticado na 19ª AGRISHOW (Feira Internacional da Tec-nologia Agrícola em Ação) superou as ex-pectativas dos organizadores, atingindo a casa dos 2,15 bilhões de reais. Cerca de 152.000 visitantes compradores estiveram na feira realizada anualmente em Ribeirão Preto, interior de São Paulo conferindo as ofertas de produtos com as mais modernas tecnologias e solu-ções para pequenas, médias e grandes propriedades.

AGRISHOW FECHA ACORDO DE INTERCÂMBIO COM ARGENTINA

Imagem área da edição 2012 da feira

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) espera aportar R$ 150 milhões de recursos em financiamentos, contem-plando todos os produtos disponíveis e atendendo aos produtores de todos os portes na edição 2012 do Bahia Farm Show, entre os dias 29 de maio e 02 de junho. Em comparação a 2010, o volu-me de negócios apurados pelo banco em 2011 foi 20% maior. De acordo com o gerente geral da agência do BNB em Luís Eduardo Magalhães, Francisco Carlos Gomes da Silva, o banco vai levar para a feira linhas de crédito com juros e prazos diferenciados, para atender às necessidades dos mais variados

tipos de clientes. “Os produtos são formatados de maneira que satisfaçam as demandas de produtores de todos os portes. Além de disponibilidade de financiamentos para máquinas, imple-mentos e acessórios, ofereceremos várias outras opções, como linhas de crédito para custeios, comercialização e investimentos de longo prazo”, diz o gerente geral. O BNB é o gestor exclusivo dos recursos do Fundo Constitucional para Financiamento do Nordeste (FNE). A política de atuação do banco também dá ênfase o apoio aos agricultores do Programa de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf).

Nova variedade de sementes Oilema: garantia mínima de 95% de germinaçãoLicenciada da Monsoy, empresa da Monsanto que produz e comercializa sementes certificadas de soja, a Sementes Oilema, fundada em 1998 e sediada em Luís Eduardo Magalhães, sempre se pautou pela produção de sementes de alta qualidade buscando a inovação para ajudar o produtor a aumentar sua produtividade. Pioneira no Brasil na comercialização da primeira semente totalmente pronta para o plantio (Oilema Supre-me) e da primeira semente com rastreabilidade online, a empresa iniciou a produção fornecendo sementes para o plantio de 10 mil hectares e hoje produz sementes que germinam em mais de 300 mil hectares, nos estados da Bahia, Piuai, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. A nova variedade de sementes apresenta garantia mínima de 95% de germinação. “As sementes são tratadas com inseticida, fungici-das, inoculadas e polimerizadas, além de serem criteriosamente embaladas em embalagens de 200 mil sementes, que permitem o plantio de um hectare de lavoura de alto rendimento”, explica o engenheiro agrônomo Paulo Levinski, gerente comercial da empresa. A tecnologia da rastreabilidade online possibi-lita ao produtor o acesso a todos os dados do controle interno de qualidade da semente, tais como vigor (envelhecimento acelerado, teste de tetrazolio); germinação (em papel e emergência em canteiro com ou sem tratamento); PMS; trata-mentos químicos, além das datas em que esses testes foram feitos. “Na prática, essa ferramenta propicia ao produtor fazer ajustes na regulagem fina de semeadura, com base no potencial espe-cífico de emergência de cada lote de sementes que recebeu em sua fazenda”, afirma Levinski.

BNB apresenta opções de crédito paraprodutores de todos os portes na Bahia Farm Show

Paulo Levinski, Sementes Oilema

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Após a aprovação do texto do novo Código Florestal Brasileiro no Congresso Nacional intensificou-se uma campanha desme-dida nas redes sociais, exigindo que a presidente Dilma Rousseff assuma uma postura de veto ao texto. Em artigo, Marcos Favas Neves, professor titular de planeja-mento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat, crítica essa postura e a falta de conhecimento daqueles que defendem o veto. Confira trecho do texto: “Associar a agricultura e o desenvolvimento do agro à destruição de matas foi uma deplorável mas vencedora estratégia, que maculou a imagem nacional e internacional do princi-pal setor econômico do país, responsável por US$ 100 bilhões em exportações. O Código Florestal é similar a um processo de planejamento para uma organiza-ção. Após ampla discussão, o processo termina, aprova-se e coloca-se em marcha.

Agora é sancionar, implementar e iniciar os debates para corrigir e continuamente aprimorar.Aos que aderiram à inovadora campanha “Veta Dilma” na empolgação das mídias sociais, opiniões de artistas, intelectuais, empresários e ONG’s, fica o aprendizado de sempre ler, estudar e perguntar sobre o assunto a quem é do ramo, antes de aderir à onda, para depois não se arrepender do ímpeto. Ver a vergonha que hoje passam os apocalípticos do aquecimento global. Deve-se vetar os que desrespeitam quem acorda cedo e enfrenta todas as adversi-dades para plantar, produzir, industrializar e colocar comida boa e barata nas mesas dos brasileiros e que financiam, com os alimen-tos exportados para as mesas estrangeiras, as importações dos equipamento digitais usados na campanha. O agro não precisa derrubar uma árvore sequer para triplicar a produção de alimentos”.

Fundação MT promove segunda edição de Encontro Técnico

Pesquisadores da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecu-ária de Mato Grosso, Fundação MT estarão em Luís Eduardo Magalhães no dia 05

de junho para apresentar as informações da safra 2011/12. O II Encontro Técnico acontecerá no auditório do Hotel Saint Louis. Superar obstáculos: desafio contínuo é o tema do evento. “A atividade no campo é muito dinâmica e exige de cada profis-sional uma postura de compromisso e responsa-bilidade diante das adversidades. Ter informação para enfrentar os entraves é a principal ferramenta para quem quer ter excelentes resultados de produtividade”, afirma Fabiano Siqueri, pesquisa-dor e gestor de Marketing e Relacionamento da Fundação MT. Na programação, a discussão de temas como clima, doenças, pragas, cultivares e mercado são alguns dos temas a serem apresen-tados no evento.

“ASSOCIAR AGRICULTURA À DESTRUIÇÃO DE MATAS É DEPLORÁVEL”,DIZ PROFESSOR E PESQUISADOR DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

AGRONOTAS

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PESQUISAS

por ELCIO BARILI

Controle biológico: alternativa de agricultura sustentável

&FITOSSANIDADE

Elcio Barili é biológo [email protected]

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ÃO Na primeira imagem, o inseto predador; na

segunda, cigarrinha combatida com o fungo Metarhizium anisopliae

A preocupação da humanidade com o meio ambiente cresceu muito nos anos 90, principalmente após a “ECO-92”, Conferência das Nações Unidas

para o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Na agricultura não foi diferente, principalmente aquela praticada durante muitos anos no Brasil e considerada como uma agricultura predatória e danosa ao meio ambiente.

Como toda atividade que envolve o meio ambiente a agricultura sustentável, termo que define as ações humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer os recursos naturais está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio am-biente e usando os recursos naturais de forma inteligente.

Acompanhando estes parâmetros, a agricul-tura do Oeste baiano, tendo por base os municí-pios listados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para incentivo a atividades econômicas ambientalmente sustentáveis no bioma Cerrado como Barreiras com (235.390 ha), Formosa do Rio Preto (402.095 ha), LEM (221.847 ha) e São Desidério (475.101 ha) de áreas com culturas

agrícolas anuais, objetiva o alcance da sustenta-bilidade na agricultura.

Alternativa para que esse objetivo seja alcan-çado é uma técnica moderna e menos agressiva que a utilização de defensivos agrícolas: o uso de microrganismos no controle de pragas nas la-vouras, chamado controle biológico, que ocorre naturalmente nos ecossistemas.

Através dos tempos, o homem descobriu como manipular ou manejar esses inimigos na-turais para uso na agricultura, daí surgiu o Con-trole Biológico Aplicado como uma biotecnologia baseada na utilização de recursos genéticos microbianos, insetos predadores e parasitoides para o controle de pragas, especialmente os insetos e ácaros fitófagos, nos sistemas de produção agrícola.

No século III, os chineses se valeram da predação de formigas (Oecophylla smaragdina)

para o controle de pragas de citros, marcando o início da história do uso do controle biológico de pragas agrícolas. Todavia, somente no século XX é que o controle biológico passou a ser objeto de pesquisas constantes para sua implantação de forma mais presente e intensiva nos ecossiste-mas agrícolas.

O controle biológico se utiliza de microrga-nismos como os fungos Trichoderma spp., Metarhizium anisopliae, Beauveria bassianai e Paecilomyces lilacinuns, encontrados de várias formas para sua aplicação no mercado, sendo estes bactérias e vírus disponibilizados por algumas empresas situadas na região Oeste da Bahia. Esta técnica se utiliza de inimigos naturais, ou seja, o microrganismo usado para o controle é lançado no agroecossistema visando reduzir a população da praga presente. Este inimigo natural funciona como um defensivo agrícola, com a vantagem de ser biológico.

No Brasil existem vários casos de sucesso usando o controle biológico, tais como para o controle da lagarta-da-soja e do mandarová-da-mandioca, cigarrinhas-das-pastagens, cigarrinha-da-cana, percevejo-de-renda-da-seringueira, cupins, lagartas, broca-da-cana, pulgões-do-trigo, percevejos-da-soja, traça-do-tomateiro, minador-dos-citros, cochonilha-da-mandioca e nematoide. No Oeste baiano, muitas propriedades rurais já utilizam o controle biológico, usando principalmente algumas es-pécies de fungos para esse fim, aplicados como um método complementar aos agrotóxicos no manejo integrado de pragas.

Todavia, a tendência é aumentar conside-ravelmente a prática do controle biológico na região, atendendo às demandas mundiais pela utilização de práticas agrícolas menos agressivas ao meio ambiente, uma vez que em comparação ao controle químico, o controle biológico tem as seguintes vantagens: protege a biodiversidade, maior especificidade e, portanto, com menor risco de atingir organismos não-alvos, não deixa resíduos tóxicos em alimentos, água e solo e diminui o custo do produtor, uma vez que tende a ser mais barato que os agrotóxicos.

No entanto, ainda há muito que fazer para garantir que toda a área agricultável do Oeste baiano seja coberta pelas práticas e princípios da sustentabilidade na agricultura aplicando o controle biológico em grande escala de forma a proporcionar um rendimento maior e colheitas mais abundantes e saudáveis.

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PRODUÇÃO E CONSUMO

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Abate clandestino: ando sequência a abordagem iniciada na edição passada, passamos a discussão do abate clandes-tino no país e na região, falando dos prejuízos causados por esta prática, primeiramente à saúde pública, uma vez a população fi car vulnerável e exposta a um grande risco de doenças transmiti-das pela carne clandestina.

Outro fator relevante é a sonegação fi scal. Os municípios deixam de recolher uma quantia sig-nifi cativa de impostos que poderiam ser aplicados no desenvolvimento regional e transformados em benefícios da população. A gravidade da prática ilegal também causa enormes prejuízos ao meio ambiente. Um bovino adulto gera mais de 95 kg de dejetos sólidos e líquidos. Quando estes dejetos são lançados em rios e córregos, sem tratamento, cau-sam um impacto ao meio ambiente, de tal forma, que podem modifi car a fauna e fl ora da região.

A ilegalidade do abate clandestino atinge cifras assustadoras. Existe uma estimativa que em 2010 foram abatidos 977 mil bovinos clandestinamen-te, o que representa 45,6% de todo o abate de bovinos no Estado da Bahia. Mesmo que estes números relativos sejam contestados, com alguns percentuais para cima ou para baixo, a situação é muito preocupante. Estes dados são válidos ape-nas para bovinos, pois quando se analisa a cadeia produtiva da carne ovina e caprina estes números são mais assustadores ainda. Estima-se que 90% dos ovinos e caprinos são abatidos clandestina-mente no Estado da Bahia.

Dados do IBGE (2011) mostram que o rebanho de ovinos da Bahia é de 2.679.200 cabeças e o percentual do abate com Serviço de Inspeção Federal (SIF) em relação ao rebanho foi de apenas 2,4% no mesmo ano. Os dados do SIF apontam piora nos últimos dois anos para o abate de ovinos inspecionado. Em 2008, o Estado da Bahia abateu 20,4 mil ovinos e em 2009 e 2010, respectivamente 5,8 mil e 3 mil ovinos. Enquanto o rebanho ovino aumenta no Estado, o abate com SIF diminui. Um serviço informatizado poderia dar maior suporte nas informações e assim seria possível estimar o abate clandestino de outras espécies como capri-nos, suínos e aves.

Estes números interferem e desequilibram a saúde fi nanceira da indústria da carne, que legalmente constituída, precisa operar de forma correta, tanto nos aspectos sociais, econômicos e ambientais. A indústria inspecionada pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e SIF, é auditada constantemente e mantém um médico veterinário que é responsável pela fi scalização da saúde dos animais que chegam ao frigorífi co. Esta fi scali-zação rigorosa garante a produção de carne com qualidade, condenando os animais doentes e enviando as carcaças com alterações patológicas para a fabricação de farinha de carne.

A indústria frigorífi ca tem a responsabilidade de colocar alimento seguro na mesa do consumi-dor, porém as despesas operacionais são muito elevadas. O setor emprega um grande contingente de mão de obra e tem elevadas despesas com energia elétrica e transporte. O crescente aumento do abate clandestino signifi ca um retrocesso, pois aumenta a concorrência desonesta, aumenta a ociosidade da indústria, mostrando que podemos estar perto de um colapso no parque industrial da carne no Estado da Bahia.

Helmuth Kieckhöfer é médico veterinário e doutor pela Universidade de Hannover (Alemanha)

uma prática do Brasil colonial

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por HELMUTH KIECKHÖFER

PARTE 2

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Quais são os órgãos responsáveis pela fiscaliza-ção do local, transporte, comercialização e sone-gação do abate clandestino?

Muitos problemas da clandestinidade vão além das tradi-cionais explicações baseadas no hábito do consumidor em comprar a carne quente, oriunda de animais recém-abatidos. Uma delas diz respeito a capacidade de cumprimento das leis e normas estabelecidas, derivado de problemas de moral e idoneidade de alguns proprietários de açougues e feiras que mantém este sistema ativo e o outro está diretamente relacio-nado à falta de infraestrutura do sistema público em manter uma fiscalização efetiva e duradoura. Também é de conhe-cimento de todos, que o pecuarista se aproveita do sistema. Ao vender os seus animais de descarte na frente da porteira da chácara, sítio ou fazenda, tem plena consciência de que eles estão sendo conduzidos para o abate clandestino. Quem compactua com este sistema, também é cúmplice.

A fiscalização compete a vários órgãos como: Ministério Público, por intermédio das promotorias e o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Defesa do Consumidor (CE-ACON), Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) ligado a Secretaria da Agricultura do Estado, Prefei-turas Municipais através da Agência de Vigilância Municipal, Secretaria da Agricultura e do Meio Ambiente, Polícia Rodovi-ária Federal, Policia Militar e Rodoviária Estadual, Polícia Civil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), PROCON, Secretaria da Fazenda dos Municípios e Estado, entre outros.

Um mecanismo muito eficiente e que funciona em muitos países, é a participação efetiva da sociedade, que se torna um importante instrumento de fiscalização. A sensibilização da população para a gravidade do problema vai permitir um maior número de denúncias, revelando os locais de abate clandestinos e os respectivos pontos de venda.

Mas afinal, existe solução para o problema?Sim, porém não podemos mudar facilmente a cultura de

um povo atrelada a seus hábitos e costumes. O que podemos é educá-los para que esses hábitos e costumes os levem a mudanças que impliquem na melhoria da qualidade de vida e a preservação da saúde. Portanto, a educação sanitária é o ponto de partida para solucionar o problema. A Secretaria de Educação poderia inserir no calendário letivo, um progra-ma de educação sanitária para todas as escolas do Estado da Bahia. Este programa seria desenvolvido na forma de palestras, atividades e trabalhos, denominada de “Semana da Saúde e Educação Sanitária”, premiando os alunos que apre-sentarem os melhores trabalhos. A indústria da carne teria a obrigação de apoiar e financiar parte do evento.

Quanto ao impacto econômico e social que envolve o pequeno produtor, poderia ser solucionado através da consti-tuição de cooperativas. No sistema de cooperativa, o volume pequeno de produção é fortalecido pela soma de todos os produtores. Existem entidades como o SEBRAE, que auxiliam e orientam os produtores a constituírem cooperativas. Porém, é necessário que exista um maior interesse coletivo dos produtores, que pode ser incentivado pelos sindicatos rurais e apoiado pelos órgãos governamentais.

Também seria extremamente necessário e urgente aumen-tar a capacidade de recursos humanos nas regiões emergen-ciais que precisam de maior fiscalização. Para isto, é necessá-rio oferecer a devida infraestrutura para realizar o serviço. Às vezes, o órgão dispõe do veículo, mas não do combustível. Neste sentido, os prefeitos municipais poderiam dar maior apoio e agir com maior rigor. Em alguns municípios, prin-cipalmente por questões sociais, os prefeitos se isentam de atitudes punitivas. Esta postura gera grande constrangimento para a ADAB, pois logo após a apreensão de carne clandes-tina, os açougueiros recorrem aos prefeitos para solicitar um relaxamento da fiscalização.

Para finalizar, é necessário um controle rigoroso e informa-tizado dos certificados que são emitidos para o transporte de animais vivos e os seus subprodutos. Se não houver mais dú-vidas sobre a procedência dos animais e os seus subprodutos e qual o seu verdadeiro destino, será muito mais fácil fiscali-zar toda a cadeia da carne no Estado da Bahia. É fundamental fiscalizar os estabelecimentos que comercializam carnes e derivados e exigir a nota fiscal. Desta forma, poderemos saber de onde vem a carne que consumimos na Bahia.

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Qual a importância do agronegócio na pauta de exportações da Bahia?

A participação do agronegócio em 2011, representou 43% do total exportado pelo Estado que foi de US$ 11,01 bilhões. Isso equivale a quase metade da exportações, mostrando que o agronegócio baiano mantém importante destaque na pauta de exportações baianas. Já no cenário nacional, a Bahia está entre os sete maiores agroexportadores do país (SP, PR, RS, MT, MG, SC), respectivamente. Mesmo com a valorização do real frente ao dólar, o agronegócio baiano acumulou mais um recorde na sua Balança Comercial em 2011, ano bastante promissor e de recuperação para o setor agrícola, depois do ‘estouro’ da crise internacional. Com resultados históricos nas principais variáveis: as agroexportações geraram divisas em torno de US$ 4,68 bilhões, benefi ciadas pela valorização das cotações das commodities agrícolas que seguiram fi rmes no mercado in-ternacional. O baixo valor relativo do dólar costuma estimular as importações; em 2011, estas fi caram em torno de US$ 682 milhões, registrando um crescimento de 15,5% em relação aos valores do ano anterior. A participação do agronegócio nessa variável é mínima, atingindo 8,7% do total importado pelo Estado somando US$ 7,7 bilhões. Estes resultados contribu-íram para um superávit comercial agrícola de US$ 4 bilhões, que representa um crescimento de 27,2% em relação a 2010. A expectativa para esse ano é de novo recorde nas exportações do agronegócio do Estado, considerando que nos 4 primeiros

meses de 2012 (janeiro a abril) já estamos acumulando valores de US$ 1,154 bilhão, 8% superior ao que foi exportado no mesmo período do ano passado.

Como o senhor avalia os esforços comerciais do Tecon Sal-vador para a retenção da carga de algodão, fruta e café?

É sempre muito positivo todos os esforços para que os pro-dutos baianos possam ser exportados pelos portos e aeroportos do nosso Estado. Todos os investimentos públicos e privados no sentido de melhorar o escoamento da produção estadual, tanto para o mercado interno, como externo (como é o caso) são bem-vindos e muito aguardados. Os gargalos na infraes-trutura logística de modo geral precisam ser vencidos no Brasil todo, na Bahia não é diferente. No entanto, as obras estrutu-rantes que estão em andamento no Estado e os investimentos de empresas privadas, como o TECON sinalizam que estamos atentos ao crescimento da nossa produção e que é preciso acompanhar esse aumento com investimentos em modernos modais para garantir agilidade no comércio exterior.

Em 2011, a Bahia deu um grande passo com a conteineriza-ção da soja. O senhor acredita que essa nova alternativa irá impulsionar a participação de produtores e/ou cooperativas no comércio exterior?

À medida que os resultados forem sendo divulgados e provarmos na ponta do lápis que é uma alternativa econô-mica, certamente os produtores poderão se organizar e em conjunto experimentar a conteinerização. Os custos de escoa-mento ainda são altos para o nosso produtor, e à medida que

por REDAÇÃO

De janeiro a abril deste ano, a participação da Bahia na exportação de produtos foi superior a US$ 3,3 bilhões, o que representa um aumento de 16,94% no comparativo com o ano de 2011, números expressivos ante as di-fi culdades de escoamento da produção pelas rodovias, a impossibilidade de navegação nas águas do Rio São Francisco e os impasses na construção da Ferrovia Oeste / Leste. Em entrevista a Agro Magazine, o Secretário de Agricultura do Estado da Bahia, Eduardo Salles, destaca a participação do agronegócio na economia estadual, ressaltando as propostas de melhoria na infraestrutura de apoio aos produtores.

EXPORTAÇÕESEXPECTATIVA DE RECORDE NAS

ENTREVISTA

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Eduardo SallesSecretário de Agricultura do Estado da Bahia

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Todos os investimentos públicos e privados são bem-vindos e muito aguardados. Os gargalos na infraestrutura logística de modo geral precisam ser vencidos no Brasil todo. Na Bahia não é diferente

iniciativas como esta forem dando certo, naturalmente vão acontecer adesões a essa modalidade. Essa é uma tendência no mundo todo, uma opção moderna que proporciona bene-fícios como redução no custo do frete e maior facilidade para rastrear a mercadoria. Essa operação traz boas vantagens, tanto aos produtores, quanto aos compradores, pois cria a possibilidade de realizar exportação em lotes parcelados, não sendo necessário fechar vendas de grandes volumes. Além de facilitar a logística de distribuição, pode proporcionar embar-ques semanais já que não há exigência de carga mínima para a operação em contêiner, que pode ser concluída em até 12 horas. Isso amplia as opções de negócios, amplia o acesso a mercados alternativos.

Qual a importância para o estado do escoamento da carga baiana pelo Terminal de Salvador?

O Porto de Salvador tem expressiva participação no comércio exterior, movimentando mais de 5 milhões de toneladas de carga por ano. De tudo que o Estado exportou em 2011, para os mais de 140 países que comercializaram nossos produtos o equivalente a 11 bilhões de dólares, 94,2% saíram por via marítima, 3,1% por transporte aéreo e 1,7% por rodovias. No entanto, nem todo esse volume, que sai pelo modal marítimo, sai pelos portos baianos, felizmente são só 26% que vão para outros Estados. Os três portos baianos movimentaram em torno de US$ 7,6 bilhões no último ano, sendo que o Porto de Salva-dor lidera com US$ 3,8 bi, seguido do Porto de Aratu US$ 3,6 bi e US$ 173 mi pelo Porto de Ilhéus.

A Bahia é o segundo maior produtor nacional de algodão, que tem hoje a maior produtividade do mundo. Em 2011, embarques de algodão foram realizados. Quais foram os principais pontos positivos da operação?

Até 2010, apenas 1% da produção baiana de algodão era ex-portado pela Bahia. As estatísticas mostram que o escoamento ainda é feito, majoritariamente, por Paranaguá e Santos, porém, em 2011 chegamos à exportar 755 containers de algodão, alcançando aproximadamente 10% do volume exportado. Sem dúvidas, é um avanço significativo e importante para a cadeia produtiva do algodão o que reflete positivamente na receita gerada para o Estado da Bahia e também uma economia para o bolso dos produtores.

A Seagri, recentemente promoveu um encontro do Terminal de Contêineres de Salvador com representantes, associações, cooperativas e produtores de café no 13º Agrocafé. Quais as vantagens de proporcionar essa relação entre cliente e prestador de serviço?

Esse relacionamento, essa aproximação é importantíssima. Mostra que os ‘players’ da exportação percebem a importân-cia do setor agrícola, e tem todo o interesse em entender e buscar soluções e alternativas para que os nossos produtores possam exportar pelos portos baianos, economizando com a logística de mandar seus produtos para os portos do sudeste

do país. Todos os esforços para manter o escoamento da carga baiana pelos portos da Bahia são positivos. Porém, precisa-mos buscar sempre diminuir o custo logístico que fica sempre na conta do produtor agrícola. É necessário que os players da logística invistam, modernizem-se, qualifiquem-se e ofereçam serviços de qualidade em que os dois lados possam ganhar.

Acompanhamos as excursões da Seagri ao continente asiático, principalmente à China, que hoje se consagra como um mercado promissor. A expansão do terminal de contêi-neres de Salvador facilita a atração de novos investimentos para o estado?

Sem dúvida que sim. O continente asiático nos interessa muito, tem crescido muito e temos feito as aproximações com o Japão, Coreia do Sul, e principalmente China (onde instala-mos um Escritório de Negócios em Pequim, em parceria com a Apex Brasil). Todos esses países têm interesses em produtos do agribusiness brasileiro e baiano. Foi muito positivo para o governo da Bahia e os empresários asiáticos, quando o Tecon anunciou a nova rota marítima Bahia – Ásia. Este é um exemplo de parceira importante entre o governo e a iniciativa privada que uniram esforços para buscar novos mercados, prover o porto com infraestrutura, garantindo acessibilidade marítima com a dragagem do canal de acesso e ampliação do terminal que agora permite a operação de embarcações de grande calado e acessibilidade terrestre com as obras da Via Expresso Baía de Todos-os-Santos, que irá aumentar a com-petitividade dos produtos baianos. Aos poucos, as restrições operacionais vão ficando para trás com novos investimentos e na aposta da Bahia como grande produtor e exportador de produtos agropecuários.

De que forma projetos como a ferrovia Oeste/Leste, Porto Sul e a hidrovia do São Francisco poderão contribuir no escoa-mento da produção e no desenvolvimento da agricultura na Bahia?

O Estado está estrategicamente localizado em relação aos principais mercados do mundo, permite um fácil acesso a

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todos os principais centros de atividades econômicas através de estradas que interligam toda a Bahia e esta ao resto do país. O sistema ferroviário é constituído por três troncos principais com uma extensão total de 1.900 km, dispõe ainda de três portos, Salvador, Aratu e Ilhéus, dois aeroportos internacionais Salva-dor e Porto Seguro e sete de porte nacional: Ilhéus, Canavieiras, Caravelas, Valença, Lençóis, Juazeiro e Paulo Afonso. Sabemos que possuímos gargalos e precisamos ampliar, modernizar e abrir novas alternativas; é por isso que o Governo abraçou a maior obra de infraestrutura do Estado dos últimos 60 anos. Certamente os novos investimentos previstos para ampliar e melhorar a infraestrutura, a exemplo da FIOL – Ferrovia de Integração Oeste /Leste, que estará integrada ao Complexo Porto Sul e o investimento na Via Expresso (em Salvador), permitirão melhores e mais econômicas opções de escoa-mento da produção agrícola que cresce a cada ano, com safras recordes. A Fiol é uma obra histórica, vai ligar o litoral ao cerrado passando pelo sertão baiano numa extensão de 1.026 km, um investimento de R$ 7 bilhões, criando 20 mil empregos. Já está em construção o primeiro trecho que vai de Ilhéus, no litoral, até Caetité (grande polo de produção de mi-nérios), logo serão iniciados o segundo e o terceiro tronco que vai até Barreiras no Oeste (maior polo graneleiro do Estado e um dos que mais crescem no Brasil, por ela serão escoados a soja, algodão, milho, café etc). De Barreiras ela segue para o Estado do Tocantins onde se liga a Ferrovia Norte-Sul, am-pliando as possibilidades de escoamento e criando novo ciclo de desenvolvimento por onde passar.

A Bahia é o maior produtor de guaraná do Brasil, e grande parte da produção é para abastecimento do mercado interno, principalmente Manaus. Acredita que a cabotagem é mais atrativa que o transporte rodoviário?

A questão do nosso guaraná é o que mais nos incomoda. O Estado é realmente o maior produtor do Brasil, e nós não temos uma fábrica para processar e agregar valor ao produto. O que ocorre é que os produtores vendem o guaraná ao preço de R$ 10,00 o quilo, daí então o produto segue para Salvador onde é embarcado em navios para Belém e depois em barcos para Manaus, chegando fi nalmente a Maués, onde existe planta industrial. O guaraná é processado e vendido a R$23,00. Trans-formado em xarope, o produto volta para a Bahia como se fosse produzido no Amazonas. O dinheiro que deveria ir para o bolso do produtor acaba fi cando na logística. Estamos trabalhando para agregar valor a essa cadeia produtiva, tentando atrair uma indústria para o Estado. Com relação à cabotagem, esse modelo de transporte é certamente o mais atrativo para essa questão do guaraná realizado entre os portos brasileiros de Salvador, Belém e Manaus, uma grande distância para ser percorrida por rodo-vias e pela inexistência de malha ferroviária que possa ligar as duas regiões. No entanto, ainda gostaria de ver esse comércio ser vencido, vendo os dois lados ganhando o lado industrial e o lado produtivo. Vamos trabalhar para tornar esses dois atores parceiros!

Ano passado, a Bahia extinguiu a zona tampão consoli-dando o certifi cado de zona livre de febre aftosa. É possível que o Estado se destaque em âmbito nacional como grande exportador de carne?

A certifi cação de Zona Livre de Febre Aftosa com vacinação, foi concedida pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), em maio de 2001, o que credenciou o Estado como um potencial polo exportador de carne bovina. Esse fato favoreceu a atração de investimentos e de novas plantas industriais frigo-rífi cas, tais como, BERTIM - Itapetinga, que recebeu certifi cação do Ministério da Agricultura para exportar carnes para o Chile e Oriente Médio, além de outras, que estão se instalando no Estado. A Bahia vem acompanhando o avanço do país no cená-rio internacional, e tem se destacado como importante polo de produção agropecuária, ocupando hoje a primeira posição no Nordeste (detendo 40% do rebanho de bovinos da região) e a 6ª posição no ranking nacional, com 10.790 milhões de cabe-ças, havendo maior concentração no Extremo Sul e Sudoeste do Estado. Temos todas as condições de abrigar novas plantas frigorífi cas adequadas à exportação de carnes haja vista que a Bahia, através da ADAB, dispões de um dos mais respeitados serviços de inspeção sanitária que garante a qualidade dos pro-dutos para o mercado interno e externo, estamos trabalhando constantemente para isso!

Quais ações a Seagri está implementando para a inserção de outras culturas, como charuto e produtos da agricultura familiar, no mercado externo?

Montamos na Superintendência de Atração de Investimentos um núcleo internacional para pensar e organizar ações voltadas à promoção internacional e com isso participamos de feiras internacionais, montamos missões institucionais e empresariais com o objetivo de atrair novos investimentos e promover os produtos do agribusiness baiano como o fumo, frutas, café , vinho, algodão, cachaça, chocolate etc. Já fomos à China, Itália, França, Nova Zelândia, Portugal, Coreia do Sul, Emirados Arábes e México com a intenção de mostrar nossos produtos e a qualidade deles muitas vezes certifi cadas em concursos nacionais e internacionais. A principal ação foi a instalação do Escritório de Negócios da Bahia em Pequim na China que funciona nas dependências do CN Pequim da Apex Brasil, é o ‘pé’ da Bahia na Ásia, o que demonstra aos investidores nosso interesse em estar perto, facilitando as informações, dando agi-lidade no atendimento e nos encaminhamentos para a melhor tomada de decisão do empresário em vir para a Bahia com seu investimento. Com o trabalho de promoção internacional para atração de agroinvestimentos, a Bahia despertou o interesse de outros países, que enviaram representantes ao Estado para visi-ta de aproximação e contato com a SEAGRI. Recebemos visitas dos Embaixadores da Nova Zelândia, Cuba e Rússia, diversas delegações da China, refl exo das Missões da Bahia àquele país e outros representantes e empresários da Itália, Coreia do Sul, França, Rússia, Holanda, México etc. Essa ação internacional ainda renderá muitos frutos para a Bahia!

ENTREVISTA

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Soluções em Defensivos, Sementes, Nutrição e Comercialização

lhando além da porteira em busca das soluções certas para melhorar a produção e comercialização das lavouras de seus clientes, a Uniagro, empresa fundada em 2006, com sede em Luís Eduardo Magalhães, dispõe de uma ampla linha de insumos e serviços agrícolas da mais alta qualidade e tecnologia.

Desde o ano passado a empresa está em um novo e moderno escritório, além de dois depósitos com área total de 1.500 m2 para o armazenamento adequado dos insumos comercializados entre seus clientes. Isto tudo, seguindo o padrão ambiental exigido pela lei, da linha de sementes, defensivos agrícolas e adubos foliares.

“A Uniagro tem como principal objetivo manter a plena satisfação dos seus clientes, a qual considera a loco-motiva para o crescimento conquistado e o cresci-mento futuro”, explica Paulo Augusto Gondim, um dos sócios da empresa. Desta aposta em um atendimento diferenciado brota a certeza que a Uniagro, ao longo dos últimos seis anos, vêm contribuindo para a produ-tividade e sustentabilidade do agronegócio praticado no Oeste baiano.

A linha de nutrição da Uniagro confi rma essa tendên-cia. “Possuímos soluções em nutrição de plantas, com uma linha de produtos diferenciada e específi ca para cada cultura. Contamos também com uma equipe técnica para assessorar o produtor desde a amostra-gem de solo até o momento da colheita. Desenvolve-mos um trabalho com vários produtores da região e estamos sempre de braços abertos para analisarmos, juntos, a melhor alternativa para a lavoura”, comenta Wallas Moreira de Queiroz, Especialista em Nutrição & Fisiologia Vegetal.

A Uniagro possui sementes de gramíneas da Matsuda (incrustadas e tratadas com fungicidas) para realização de sistema santa fé e de implantação de pastagens,

livres de Nematoides, Mofo-Branco e ervas daninhas, além de variedades de Semente de Milho Agroeste (Monsanto ) com elevado teto produtivo .

Em dezembro de 2010, a Uniagro iniciou uma parceria com a Unibarter, empresa de consultoria e assessoria de comercialização de commodities agrícolas, o que alavancou ainda mais seu leque de serviços. Dispondo de contratos com grandes multinacionais de defensivos agrícolas e revendas de insumos em vários estados bra-sileiros, a Unibarter tem como especialidade a comercia-lização desses insumos através do Barter, ou seja, a troca de insumos por commodity.

Na Bahia, além das operações de Barter estruturadas com a Uniagro, a Unibarter oferece assessoria perso-nalizada para contratação de seguro de preço para soja, milho, algodão, café e câmbio para produtores rurais. Em contrapartida, a alta volatilidade de preços no mercado de commodities resultantes dos fatores de demanda, oferta, econômicos e políticos trazem a necessidade de um melhor planejamento de todos os envolvidos na cadeia do agronegócio. Sendo assim, tanto a Uniagro, como a Unibarter estão atentas e buscam, cada vez mais, atender a necessidade dos produtores para geren-ciar todos os possíveis riscos inerentes ao negócio. Seja da “porteira para dentro” como da “porteira para fora”.

O PRODUTOS

Defensivos

NufarmArystaNortoxOuro FinoSipcan

Sementes

AgroesteAuroraMatsuda

Foliares

ArystaBiolchimOxiquímica

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UNIAGROAv. Luís Eduardo Magalhães Qd 01 Lotes 15 e 16Vereda Tropical - Luis Eduardo Magalhães (BA)Telefone: (77) 3628-5288

UNIBARTERwww.unibarter.com.br

TORPEDOrganomineral

INFORME PUBLICITÁRIO

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TECON SALVADOR INVESTE R$ 240 MILHÕES NA COMPRA DE EQUIPAMENTOS, TECNOLOGIA E CAPACITAÇÃO, DOBRA A CAPACIDADE OPERACIONAL DO TERMINAL E SE PREPARA PARA RECEBER AS MAIORES EMBARCAÇÕES DO MUNDO

CAPA

EXPANSÃOTERMINAL EM

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A rrendado em 2000 em uma concessão de 25 anos renováveis por igual período, o Tecon Salvador, operado pelo “Grupo Wilson, Sons” já investiu cerca de R$ 240 milhões na compra de equipa-

mentos, tecnologia e capacitação profi ssional. Em 2010, após o aditivo ao contrato com a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) iniciou sua expansão. 44 mil m² de área foram adquiridos e estão sendo pavimentados, totalizando 118 mil m² de pátio e, atualmente com os 2 berços, o terminal está apto a operar 2 navios simultane-amente.

Com os novos investimentos, o terminal dobra sua capacidade e já está preparado para receber as maiores embarcações do mundo. No último dia 30 de março, os novos equipamentos construídos na China e entregues em dezembro de 2011 entraram em operação, são três portê-ineres Super Post-panamax e seis RTGs. Além dos novos equipamentos, o terminal aumentará o número de toma-das para contêineres reefer para 684. Estas implantações fazem parte do investimento de R$ 180 milhões na amplia-ção da capacidade operacional do Tecon Salvador.

O cais Água de Meninos atualmente opera com 3 por-têineres Super-Post Panamax, tem 377 metros de berço e com a dragagem concluída, aguarda a homologação do calado de 15 metros. O cais de ligação, equipado com 3 portêineres Panamax, possui berço com 240 metros de comprimento e calado de 12 metros, tornando-se o cais

preferencial para cabotagem. O modal, que vem receben-do grandes investimentos do terminal, apresenta grande potencial de crescimento no país, e além de ter o custo mais baixo que o transporte rodoviário, é uma alternativa sustentável e mais segura.

Os grandes investimentos no terminal já atraíram o in-teresse de novos armadores. A NYK Lines, já confi rmou o início das operações para este mês do serviço ANS com es-cala direta para a costa leste dos Estados Unidos. O destino foi responsável por grande parte das exportações realiza-das através do Porto de Salvador no ano passado, corres-pondendo a 28% do volume. De acordo com o terminal, armadores estão em negociação com o departamento co-mercial para incluir Salvador em novos serviços diretos para o norte da Europa, com o objetivo de transportar as frutas do Vale do São Francisco, e escalas para o Extremo Oriente, principal comprador do algodão e grãos produzi-dos no oeste da Bahia.

“Nos próximos meses teremos um terminal completo, moderno e operacionalmente ágil. Com os novos equipa-mentos a produtividade do terminal aumentará em 40% em relação ao ano passado, e com o fi m das obras nossa capacidade mais que dobrará. Estamos avançando junto à economia baiana, e temos capacidade de absorver toda a demanda do estado em importações, exportações e cabo-tagem”. Afi rma Demir Lourenço Junior, diretor executivo do terminal.”

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O Porto de Salvador sofreu nas últimas décadas com a fuga de car-gas baianas para outros portos do país. Em 2000 este cenário começou a mudar, quando a Wilson, Sons venceu a licitação para o arrenda-mento do Tecon Salvador. As ações começaram de imediato e o termi-nal já acumula 637% de crescimento de movimentação desde o início das operações. Ao longo dos últimos anos, o Tecon vem realizando ações e eventos nos principais polos produtores para reforçar com os embarcadores as vantagens das exportações pelo porto da capital baiana, e continua seus esforços em 2012.

A Bahia, segundo maior produtor de algodão do país, exportava até 2010 sua safra através de portos de outros estados, principalmente em razão da falta de linhas marítimas direto para o continente asiático, principal importador. Para solucionar este gargalo, o Tecon Salvador aumentou os esforços comerciais para atrair novos serviços. As inicia-tivas obtiveram resultados positivos e em maio de 2011 foi inaugurado um novo serviço marítimo para atender a demanda.

Outra commodity que está no radar da equipe comercial é a expor-tação de frutas cultivadas no vale do São Francisco, um dos principais polos produtores do Brasil. Segundo Patrícia Iglesias, gerente comer-cial do Tecon Salvador, um constante trabalho é realizado com os ar-madores e exportadores para maximizar o escoamento da produção pelo porto baiano. “Em 2011, estivemos presente mais uma vez na Fei-ra Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri), evento de agronegócio mais importante da região e em 2012 também confi rmamos presença. Estamos investindo em estrutura para receber essas cargas, ao fi nal das obras, serão mais de 650 tomadas, e o Tecon Salvador se destacará como a melhor opção de exportação.” Afi rma.

Com o objetivo de aumentar signifi cativamente o escoamento do café baiano, que, das 40 mil toneladas produzidas, mais de 50% é exportada via outros portos. O terminal vem realizando encontros téc-nicos com produtores, no intuito de entender, desenvolver atividades e interagir de forma mais efi caz nas necessidades específi cas da área

Investimentos paraatrair cargas baianas

CAPA

e, com isso, vem colhendo resultados positivos neste segmento. Em março desse ano, Demir Lourenço Junior e Patrícia Igle-sias receberam o Secretário da Agricultura da Bahia e também Engenheiro Agrônomo, Eduardo Salles, participaram juntos de uma reunião com produtores e representantes de cooperativas e associações no 13º Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé). A fi nalidade do encontro consistia em desenvolver estratégias com o objetivo de ampliar as exportações do insumo pelo Porto de Salvador.

Para suportar a demanda e oferecer serviços interligados ao negócio, o Tecon Salvador implantou uma estrutura que con-templa armazém e maquinário próprio para o recebimento, es-tocagem e estufagem do grão. A ação constava no escopo do projeto de ampliação e modernização do terminal. Outro ponto favorável a Salvador é de ordem logística e fi nanceira. A proxi-midade com o porto traz vantagens competitivas aos produto-res, como redução do tempo de trânsito, menor custo do frete rodoviário, além de diminuir os riscos de acidentes, roubo de carga e avarias.

Demir Lourenço Junior e Patrícia Iglesias receberam o Secretário da Agricultura da Bahia e Engenheiro Agrônomo, Eduardo Salles (centro)

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No segmento de cabotagem, o Tecon já trabalha junto aos armadores para atrair para o modal marítimo parte das mercadorias que são transportadas por rodovias. A operação traz várias vantagens como redução de custos, maior segurança e diminuição da emissão de dióxido de carbono. “Estamos investindo para apresentar às empresas vantagens financeiras, mas ainda há uma grande resistência. Equipamos o cais de ligação e a partir de junho ele atua preferencialmente para cabotagem. Atualmente o modal representa 35% das movimentações do terminal.”conclui Demir.

CABOTAGEM

NOVOS NEGÓCIOSHá cerca de um ano, o terminal iniciou operações de conteinerização

de commodities tradicionalmente exportadas por navios graneleiros. A primeira força de trabalho se concentrou em atrair a soja, e em agosto de 2011, os primeiros embarques teste do grão foram escoados por Sal-vador. Os principal ponto positivo é a possibilidade da segregação e ras-treabilidade dos grãos não transgênicos, assegurando a entrega de soja 99,5% livre de contaminação transgênica. Outra vantagem da operação é a possibilidade de atender o mercado varejista, que possui demandas menores e optam por maior frequência, reduzindo os investimentos em estoque e limitando o envolvimento de intermediários.

O oeste do estado, conhecida pela produção e exportação de soja, algodão e café, começa a exportar também o milho. A região, que é o maior produtor nacional e principal pólo abastecedor da commodity para o mercado interno, terá, pela primeira vez, seu excedente destina-do ao mercado internacional.

De acordo com Patrícia, o mercado para commodities conteineriza-das é bastante amplo e tem crescido muito. “Há uma nova demanda a ser estudada. Na safra deste ano, houve um aumento de 60% de área plantada e um crescimento no preço do produto. Colhem-se mais sacas de milho no oeste do estado que a média mundial, e com o câmbio fa-vorável à exportação, o milho produzido na Bahia inevitavelmente será destinado às exportações. Para acompanhar e prever as mudanças do mercado estruturamos o setor de Inteligência de Mercado a fim de ob-servar e analisar o setor com o propósito de apresentar soluções ágeis e rentáveis à esses produtores. Cotações para o escoamento destas carga através de contêiner já vem sendo desenvolvidas”.

FOTOS: RODRIGO TAGLIARO

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C.FÉLIX

O Rio Grande nasce em São Desidério, no Oes-te, e sai em ziguezague até Barra, no Médio São Francisco baiano. Considerado um dos maiores afl uentes da margem esquerda do

“Velho Chico”, antes de se misturar às águas que vêm banhando Bom Jesus da Lapa e Ibotirama o Rio Gran-de se espalha e forma lagoas. São berçários naturais povoados por socós, garças, tucunarés, matrinxãs, pa-cus e, principalmente, por tilápias criadas em tanques-rede pela Barra Pescado (Cooperativa dos Pisciculto-res, Pescadores e dos Produtores Rurais da Agricultura Familiar de Barra). Dali saem, em média, 3,5 toneladas por mês dos cerca de 150 tanques. Mas é pouco. A meta é chegar a 11 toneladas até o fi nal de 2013 com alguns ajustes técnicos e a ativação de mais tanques, que deve totalizar 220. “Hoje, o peixe não está dando nem pra abastecer Barra”, conta Walter Rodrigues dos Santos, 37 anos, fi lho e neto de pescador. Ele é um dos fundadores e presidente da cooperativa.

“Do jeito que o peixe do rio está escasso, não tem pra onde correr: pra que o peixe do rio não acabe, é criar outro peixe. A gente se preocupa com isso”, decla-

ra Santos, demonstrando estar atento a duas questões: ambiental (esgotamento da capacidade de pesca no rios e oceanos) e legal (proibição da pesca na época da reprodução e outras restrições, como a pesca de arras-to, com tarrafa). “Se a gente vir alguém pescando assim na lagoa, denuncia. Num pode não”.

A Barra Pescado reúne 28 cooperados, entre aqui-cultores e pescadores. Mas muito mais gente é bene-fi ciada pela cooperativa, principalmente depois que ela acrescentou na razão social “produtores rurais da agricultura familiar”. Assim, outras associações pude-ram também comercializar seus produtos com a pre-feitura, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O governo federal exige que 30% dos recursos transferidos para o Fundo Nacional de Desen-volvimento da Educação (FNDE) sejam utilizados na aquisição de gêneros alimentícios da agricultura fami-liar, do empreendedor familiar rural ou de suas organi-zações. O detalhe é que o vendedor é obrigado a emitir documento fi scal. A mudança no nome da cooperativa foi providencial para todos. O fi lé da tilápia vai estar na merenda escolar novamente este ano.

EMPREENDIMENTO

FOMEDE DESENVOLVIMENTOCOOPERATIVA EM BARRA ESTABELECE META DE PRODUÇÃO DE TILÁPIA E DÁ EXEMPLO DE COMPETÊNCIA, PLANEJAMENTO E DEDICAÇÃO

por C.FÉLIX

Atualmente, Barra Pescado produz 3,5 toneladas. A meta é chegar a 11 até o fi nal de 2013, explica o técnico do projeto João Batista

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A COOPERATIVAA cooperativa foi criada em 2007 para dar continuidade a

um projeto piloto com 12 tanques-rede que vinha sendo de-senvolvido por um grupo de 60 pescadores e auxiliado pelo Sebrae, prefeitura de Barra, Bahia Pesca (Seagri) e Codevasf. A produção chegou a ser vendida para a Conab (instituição vinculada ao Ministério da Agricultura), através do Programa de Aquisição de Alimento (PAA), mas logo o número de par-ticipantes caiu para 17. O Sebrae continuou com as consul-torias e elaborou um projeto para captação de recursos junto ao Banco do Brasil. Com o projeto aprovado e fi nanciamento garantido, a cooperativa foi fundada. O prédio foi construído e equipamentos, três barcos motorizados, 220 tanques-rede, câmara frigorífi ca e computadores adquiridos.

No início, o fi lé de tilápia era pouco aceito no mercado bar-rense e a cooperativa teve que reduzir a produção, explica o técnico agrícola João Batista. “A gente tá fazendo algumas mu-danças, alguns ajustes necessários e fundamentais. Tivemos algumas difi culdades e problemas com fornecedores de alevi-nos. A mortalidade teve alta”, explica. A cooperativa chegou a perder 30% com a mortalidade entre o transporte e a aclimata-ção (8 dias) do alevino. Hoje, a perda chega no máximo 10%. Em geral fi ca em torno de 5%. Por mês, a cooperativa compra 30 mil alevinos (R$ 75,00 cada milheiro), que rende 22 tonela-das de peixe. Até chegar ao peso médio de 800g para o abate, (geralmente feito pelo choque térmico com gelo e água para estender o rigor mortis), a cooperativa tem um custo estimado de R$ 3,10 por quilo. É um processo que dura seis meses, perí-odo no qual a tilápia passa por três tanques-rede com malhas de 5mm, 10mm e 19mm.

A tilapicultura em tanques-rede foi uma das melhores alter-nativas para gerar emprego e renda e aproveitar os recursos naturais da região de Barra. “Nós somos privilegiados aqui. A lagoa oferece todas as condições técnicas para a produção do peixe”, explica Batista. Para se chegar à lagoa é preciso atravessar o Rio Grande e navegar por 1,5 km por um estreito canal até chegar ao criatório, que tem cerca de 350 mil peixes entre “mamando e caducando”. A cooperativa tem licença ambiental provisória, renovada frequentemente. “De vez em quando chega fi scalização pra ver como está: se tem lixo, sa-colas, se a ração é correta. Só se pode usar a fl utuante. Se não for, polui”, relata Santos.

EMPREENDIMENTO

Acima, Walter Rodrigues dos Santos, presidente da Barra Pescado, ressalta que a lagoa do Rio Grande, considerada um ‘berçário natural’,tem as condições ideais para criação da tilápia

FOTOS: C.FÉLIX

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“A lagoa é praticamente um berçário natural. Tem todo padrão: profundidade, circulação de água (correnteza), oxigênio, tempera-tura. Eu diria que os pontos mais importantes são o oxigênio e a temperatura. O oxigênio depende da circulação da água. E aqui a gente não tem esse problema. Agora, se colocasse os tanques no meio do Rio Grande o primeiro problema era o alto índice de morta-lidade. A correnteza demais estressa o peixe. A tilápia é muito sen-sível ao estresse”, explica Batista. No entanto, apesar de todas essas condições favoráveis, a lagoa apresenta um fenômeno que prejudica a produção do pescado duas vezes ao ano: em maio e agosto. Nesse período, a temperatura da água varia muito e a mortalidade aumen-ta, variando entre 10% e 15% no ciclo todo. Nos demais meses do ano a situação é estável.

O faturamento bruto mensal da cooperativa é de R$ 22 mil. Cada cooperado tira R$ 250, valor que pode chegar até R$ 400, dependen-do do mês. Não é muito, mas já é uma renda. Também não é um trabalho fixo. Cada sócio trabalha 9 dias por mês e nos plantões. Ou seja, sobra muito tempo para todo mundo desenvolver outras ativi-dades. A divisão é feita após a retirada de reserva para o pagamento do empréstimo. Restam ainda três parcelas anuais de R$ 50 mil para cessar a dívida. Com isso, a renda de cada deve chegar a R$ 700. “Se a gente já tirasse 8,5 toneladas por mês dava pra tirar essa média. Por semana tiramos 800kg. Isso deveria ser por dia. A câmara frigorífica tem capacidade para 1,5 mil quilos. Por dia, dá pra processar mil qui-los. Então o que produzimos é pouco. O projeto foi elaborado para produzir 12 toneladas mensais. E isso está dentro do nosso plano de ação. E não é um sonho. É uma meta”, enfatiza Batista. Mas, aumen-tar a produção e não ter comprador não adianta nada.

Um dos maiores entraves para o crescimento da cooperativa é a aquisição do selo de inspeção, que avalia a qualidade da produção de alimento e chancela sua comercialização em supermercados, por exemplo, e exportação para outros estados e países. Há muita buro-cracia e o Ministério da Agricultura é mais exigente quando o esta-belecimento está em área urbana, reclama Batista. “Pra se conseguir uma estrutura do tamanho da nossa, é preciso algo em torno de R$ 200 mil. O que precisamos é reformar, adequar a cooperativa. O que travou foi a falta de recursos. A gente já recorreu a Codevasf – que é um grande parceiro nosso! – para fazer um projeto descritivo, com planta e tal. O projeto está lá há um ano e não foi concluído. Vamos ter que pagar a um engenheiro pra fazer. Porque quando tem um edital, qualquer chamada pública, a gente entra. Em outubro do ano passado perdemos um edital de chamada de uma entidades sem fins lucrativos e não-reembolsável no valor de R$ 250 mil. O nosso proje-to casa certinho com o que o edital pedia. O cara ligou ainda mas o projeto não estava pronto”.

Apesar da falta do selo, aos poucos a cooperativa vem ganhan-do musculatura. Em 2009, conseguiu um caminhão baú através da Fundação Banco do Brasil. Na época, eles incentivavam a cadeia produtiva do caju (no Piauí), do mel (também no Piauí e agora aqui na Bahia) e do artesanato. A partir de um encontro de piscicultores da região realizado pela cooperativa em 2008, os técnicos da funda-ção acabaram conhecendo o projeto e firmando o convênio para a compra do caminhão. “O convênio vai até 2014. Não é reembolsável, mas a gente presta contas através de relatórios e, vez por outra, vem o pessoal do banco monitorar o projeto. O baú foi um benefício e tanto. A falta de transporte – e adequado! – era um problemão. Já tá surtindo efeito. O consumo da tilápia aumentou. A aceitação no mercado era de 8%, apenas. Hoje já é de 30%. Agora só falta o selo”, diz Batista.

A tilápia tem origem africana, foi introduzida no Brasil na década de 1940 e tida como uma praga em meados 1970, conforme estudo setorial do Sebrae-CE de 2009. Com sabor suave e agradável, ela acabou conquistando o paladar, mostrando sua versatilidade na cozinha e se tornou a espécie mais cultivada no território nacional. De 1995 para 2010, a produção de tilápia passou de 30 mil para 155 mil no país.O panorama da aquicultura no Brasil apresentado em boletim de 2010 pelo Ministério da Pesca mostra que a produção continental tem crescido mais do que a marinha. Em 2008, a continental representava 77,2% do total, contra 22,8% da marinha. Em 2010, os números foram atualizados para 82,3% e 17,7%, respectivamente, acentuando a diferença entre uma produção e outra e refletindo o crescimento de investimentos na produção do pescado em cativeiro, em especial na tilápia.

SAIBA MAIS

No início, o mercado resistiu ao filé de tilápia. Depois, conquistou o paladar do consumidor e hoje já está até na merenda escolar

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FECHANDO QUASE DUAS DÉCADAS DO INÍCIO DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO CERRADO BAIANO, ENTIDADE TRABALHA PARA TORNAR O GRÃO NEGRO DA REGIÃO RECONHECIDO MUNDIALMENTE

Responsável, hoje, por 12% do mercado internacional da bebida, o café brasileiro movimentou somente no ano de 2011 quase U$$ 9 bilhões nas exportações do agronegócio. Para a safra 2012/13, que iniciou no mês de abril e atinge

o pico de colheita em junho, o setor calcula uma colheita aproxi-mada de 50 milhões de sacas.

Ainda que recente, a produção da commodity no cerrado baia-no registra um acréscimo de 100 mil sacas, comparada a colheita passada. De acordo com dados da Associação dos Cafeicultores do Oeste Baiano (Abacafé) a área total chega a 15.532 hectares em cultivo. Levantamento técnico aponta para uma produção de 569.089 sacas, o que representa a média regional de 43 sc/ha em uma área produtiva de 13.234 hectares. “Atualmente, a produção de café é comercializada sob o patamar médio de R$ 360, 00 a saca”, conta o diretor executivo da entidade, Ivanir Maia. O estudo indica que o município de Barreiras possui a maior área de cultivo com 5.306 hectares, seguido de Luís Eduardo Magalhães (4.285 ha), São Desidério (3.415ha) e 2.526 hectares em Cocos.

Diferentes da maioria das culturas, o café, a partir do seu oitavo ano de produção passa pelo processo de renovação. “No 8º, 9º ano de produção a planta do café necessita de uma intervenção, ou seja, uma poda drástica ou leve, o que faz com a planta reduza o seu ci-clo produtivo, voltando em seu estágio normal no ano seguinte. Por isso, o número de área de cultivo não será o mesmo de produção”, esclarece Ivanir. Nesta safra, do total da área, 1.030 hectares estão em fase de formação e 1.268 em processo de renovação.

por CÁTIA ANDREIA DÖRR

VALOR AGREGAR

CÁTIA ANDREIA DÖRR

CAFÉ

INDICAÇÃO GEOGRÁFICAAssim como a Indicação Geográfi ca (IG) dos vinhos do Vale

dos Vinhedos, localizado na região da serra gaúcha, a Abaca-fé tem atuado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) no registro do café da região oeste da Bahia (Convênio 755097/2010).

O registro emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), órgão responsável pela concessão, reconhe-ce a reputação, o valor e a identidade própria da origem, além de distinguir o produto em relação aos seus similares disponí-veis no mercado. Entre os itens avaliados, estão as característi-cas naturais, como solo, vegetação, clima e humanas (história e o modo de preparo).

Com característica aromática levemente frutada e fl oral, com excelente doçura e acidez, o café arábica é o único pro-duzido na região, responsável por um quarto da produção do Estado da Bahia. Cultivado sob condições de clima com tem-peraturas médias que variam entre 22 e 26 ºC, e sem riscos de geadas, nem interrupções no desenvolvimento do cafezal du-rante o ano, o arábica é reconhecido pelo sabor agradável.

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Adotado de forma espontânea no sul do Brasil, o Sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP) chama atenção pelas vantagens que apresenta com a exploração econômica do solo durante o

ano todo, favorecendo o aumenta na oferta de grãos, de carne e de leite a um custo mais baixo devido a sinergia entre a lavoura e a pastagem.

Para o engenheiro agrônomo e Presidente da Asso-ciação de Plantio Direto no Cerrado, Ingbert Döwich, o volume insufi ciente de chuvas da região oeste da Bahia para o cultivo de grãos somou para a implantação do Sistema, em meados de 2002, quando produtores adep-tos ao Plantio Direto, vislumbraram na integração um

incremento de receita em seus empreendimentos sem prejuízo da qualidade do Plantio. Porém, com o baixo valor de mercado da arroba do boi gordo, os crescentes bons preços dos cereais e a falta de plantas frigorífi cas para abate dos animais, muitos produtores começaram a se desestimular a prosseguir com o sistema. “Atual-mente, o sistema vem sendo adotado por produtores pe-cuaristas visando reformar pastagens degradadas com produção de grãos e mesmo a produção de grãos como alternativa de renda ao pecuarista”, comenta Döwich.

De acordo com o especialista, o principal objetivo da ILP está na verticalização da produção, ou seja, produzir cereais ou fi bra associado a carne em uma mesma área. “Se considerarmos as áreas como um todo, o agricultor adota a ILP como fonte de renda adicional ao seu negó-cio, ou seja, uma safrinha de carne sem irrigação. Assim, verticaliza a produção otimizando o uso da terra sob seu

AGROPECUÁRIA

por CÁTIA ANDREIA DÖRR

SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA ADOTADO NO OESTE VERTICALIZA A PRODUÇÃO DE CEREAIS COM A CARNE BOVINA E CONTRIBUI NA REDUÇÃO DO DESMATAMENTO

PRODUÇÃO SINERGIA NA

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domínio, reciclando nutrientes aplicados nas culturas principais e quebrando ciclo de pragas e doenças”, destaca o especialista.

Para ele, a grande vantagem da ILP também está na mitigação do desmatamento e na alta capacida-de de sequestro de gases de efeito estufa. “Podemos produzir carne e leite nas áreas de soja, milho e algodão sem necessidade de desmatar novas áreas de cerrado”, enfatiza. Ainda, segundo o engenhei-ro agrônomo, no vale, o pecuarista adota o sistema como forma econômica de amortizar os custos da reforma das pastagens degradadas, a produção de grãos para comercialização ou suplementação ali-mentar ou mesmo a produção de silagem para en-gorda de gado de corte ou produção de leite. “Neste caso, a cultura mais utilizada é o sorgo, devido sua alta tolerância a veranicos e custo relativamente bai-xo de semeadura”, complementa.

Sobre os impactos do sistema da Integração Lavou-ra-Pecuária na produção de bovinos, Ingbert, que há 11 anos estuda o sistema no Oeste baiano, explica que é possível elevar a lotação de animais de 0,5 UA (unidade animal = 450 kg) para 1,5 a 2,5 UA, depen-dendo da época do ano e da forrageira implantada no sistema. “Áreas de milho consorciadas com braqui-árias chegam a receber 3,0 UA de junho a setembro (época em que os animais então prontos para abate). Se houver alguma complementação com proteinado, esses animais chegam a ganhar 1.260 g/dia. Sempre que conseguirmos acima de 700g/dia os animais abatidos irão apresentar boa cobertura de gordura em suas carcaças. Por outro lado, nas áreas de sorgo consorciadas com braquiária, essa lotação fi ca em torno de 2,0 UA, com bom ganho de peso dos ani-mais, que quando complementados atingem 1.165g/dia. Outro aspecto interessante é o menor consumo de suplemento mineral dos animais, pois a forragem é mais equilibrada do que aquela das pastagens tra-dicionais”, complementa.

& Maior produção de forragem na seca;& Fornecimento de nutrientes para a pastagem;& Facilita a troca de espécie forrageira;& Aumento da produtividade da pastagem;& Redução nos custos de implantação da pastagem;& Possibilita expandir a produção de grãos sem a necessidade de novas derrubadas de floresta;& Aumento da renda com a atividade rural;& Reduz a compactação do solo;& Promove o controle da erosão;& Quebra os ciclos de pragas e doenças;& Aumento da matéria orgânica no solo;& Redução no assoreamento dos cursos d’água;

BENEFÍCIOS DO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

COMO IMPLANTAR UM PROJETO DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

PASSO 1Fazer diagnóstico da

propriedade

PASSO 4Implantar,

acompanhar e avaliar

PASSO 3Elaborar projeto

PASSO 2Elaborar

planejamento

FONTE: INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUARIA: CARTILHA DO PRODUTOR. SDC - BRASÍLIA, ABRIL 2007

Uma das vantagens da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) está na mitigação do desmatamento e na alta capacidade de sequestro de gases de efeito estufa. É possível produzir carne e leite nas áreas de soja, milho e algodão sem necessidade de desmatar novas áreas de cerrado

BENEFÍCIOS E IMPLANTAÇÃO

PIONEIRA NO SISTEMAHá oito anos os irmãos Regis e Clóvis Ceolin implantaram o Sistema Intera-

ção Lavoura-Pecuária na propriedade de 10.000 hectares, localizada no muni-cípio de São Desidério. Atualmente, 1/3 da área de plantio da Fazenda Santo Antônio, pioneira do Sistema no oeste da Bahia são destinadas para a ILP. Neste ano, com a área de milho consorciado, a família pretende engordar de 8 a 10.000 cabeças de gado de corte, além da implantação de um novo manejo. “Este ano estamos experimentando um novo sistema, de não levar o gado a pastagem e sim trazer a pastagem a ele, por meio de corte da matéria no cam-po e confecção de rolos de feno, ofertados no confi namento”, conta Ceolin.

Os bons resultados atingidos após a implantação da ILP iniciaram com uma pequena quantidade de gado de cria, relata o pecuarista. “Iniciamos com umas 600 cabeças, num espaço de 300 ha de pastagem permanente, em uma área de plantio de 6.000 ha de lavoura. Foi aí que vimos a oportunidade da ILP, usando a reserva de lavoura de milho consorciado com brachiaria”, explica o produtor.

No início, o grande desafi o era a inexperiência com o sistema e a dúvida sobre seu sucesso. Hoje, Regis não tem receio em afi rmar que o método se paga por si próprio. “Temos observado inúmeras vantagens na lavoura, como o controle de ervas daninhas, controle do mofo branco, reciclagem de nutrientes do solo e aumento de matéria orgânica, sem falar na oportunidade de se fazer uma safra do boi, agregando uma nova e importante receita a propriedade sem necessitar de uma área específi ca para a produção bovina”, destaca o pecua-rista, que intercala a boa produtividade com a rotação de cultura, com a soja, milho consorciado com braquiária (ruziziensis ou piatã) e algodão.

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SECA

A seca na Bahia, pior das últimas quatro décadas já fez com que 239 municípios do interior decretassem situação de emergência. De acor-do com um balanço feito pelo governo do estado, aproximadamen-te 2,7 milhões de pessoas foram afetadas. O impacto negativo da

estiagem afetou diretamente a produção agrícola, independente se para os pequenos agricultores de cidades do semiárido ou nas grandes propriedades rurais produtores de soja, milho e algodão da região oeste da Bahia.

“A estiagem está sendo muito severa. A distribuição das chuvas foi muito irregular. Entre novembro e janeiro, as chuvas mantiveram as médias, mas o problema foi que depois de fevereiro tivemos pouca chuva”, avaliou Wal-ter Horita, presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). A falta de chuva deve provocar perdas entre 10% e 15% na produção de soja e algodão na região. Em Irecê, noroeste do estado, quase toda produ-ção de milho, feijão, sorgo e mamona no fi m de 2011 foi perdida.

As áreas de exploração agrícola mais recentes, localizadas na região de transição entre a caatinga e o cerrado da Bahia, são as que estão sofrendo mais severamente os efeitos da estiagem. Baianópolis, Cocos, Correntina e Jaborandi são alguns dos municípios mais atingidos. Nessas áreas, a média de perda chega até 80% na produção da soja. A oleaginosa é geralmente a primeira cultura introduzida nas áreas recém-abertas de cerrado e, por isso, refl ete em maior grau o problema. “Se pensarmos no total cultivado na região Oeste, isso não representa muito. Essas localidades somam cerca de 70 mil hectares, o que não dá nem 5% de toda área de cultivo da região”, explica Horita.

ESTIAGEMDISTRIBUIÇÃO IRREGULAR

por ANTON ROOS

A área plantada com soja na região somou 1,15 milhão de hectares na safra atual (2011/12), um au-mento de 9,5% ante os 1,05 milhão da temporada anterior. Mas a produtividade deve cair para 47 sacas por hectare, um recuo de 16% sobre as 56 sacas do período 2010/11. Com isso, a produção da oleaginosa no oeste baiano, que foi de 3,5 milhões de toneladas no ano passado, deve recuar 7,1% e somar 3,25 mi-lhões de toneladas. “É preciso que se diga que estes números são comparados à safra anterior, que foi re-corde de produtividade nas três culturas. Isso é uma demonstração de que a aplicação de alta tecnologia na agricultura é um grande mitigador de risco climá-tico”, completou o presidente da Aiba.

Segundo o Instituto Somar, até o fi nal de maio não havia previsão de chuva signifi cativa para as regiões mais afetada pela estiagem no Oeste baiano. As pre-cipitações que ocorreram no período, em especial em Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, não foram sufi -cientes para acabar com o problema.

MEDIDA DE CONTENÇÃOCom intuito de minimizar os impactos da seca no

estado, o governo da Bahia fechou parcerias com o governo federal e empresas privadas para a abertura de poços artesianos, inclusive recuperando os já exis-tentes e fazendo a manutenção daqueles que não es-tão com a estrutura ideal. Também está em constru-ção um novo sistema de captação de água destinada especialmente aos 247 municípios afetados pela seca.

Segundo Salvador Brito, coordenador da Defesa Civil, o governo inaugurou uma adutora do projeto de Água do Sertão que já está em funcionamento, abastecendo o município de Cícero Dantas e outras cidades. Estão em construção mais duas adutoras, que devem estar prontas até o fi nal do ano e bene-fi ciarão os municípios de Guanambi e Caetité, no sudoeste, onde as perdas nas lavouras de algodão ultrapassaram os 70%.

Outro recurso emergencial é a distribuição de água por meio de carros-pipas, também utilizados para distribuição de cestas básicas às pessoas ameaçadas de risco de segurança alimentar. Brito disse que há municípios nos quais até 100% da safra e do rebanho podem se perder em decorrência da falta de água. “Os criadores estão perdendo seu rebanho e outros estão vendendo a qualquer preço para não deixar morrer. O governo também está ajudando no abaste-cimento da ração, mas não é sufi ciente”.

OS BONS ÍNDICES DE CHUVA ATÉ DEZEMBRO NÃO FORAM SUFICIENTES PARA GARANTIR UMA PRODUÇÃO AGRÍCOLA DA REGIÃO. A BAHIA PASSA AGORA PELAPIOR SECA DAS ÚLTIMAS QUATRO DÉCADAS

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FERTILIZANTES

por ANTON ROOS

Os fertilizantes, diferente do que pensam os defensores mais xiitas do meio ambiente, não são um veneno para o solo. Embora a pa-

lavra tenha ganhado conotação pejorativa, sua utilização é de fundamental importân-cia para o aumento da produtividade nas lavouras de todo país. Foi justamente com o propósito de disseminar as boas práticas no uso de fertilizantes, que o Internation Plant Nutrition Institue (IPNI) do Brasil, se-diado em Sorocaba (SP), promoveu, entre os dias 15 e 16 de maio, simpósio sobre o tema em Luís Eduardo Magalhães.

Sem fi ns lucrativos, o IPNI se dedica à gestão responsável dos nutrientes primá-rios – Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potás-sio (P) –, secundários e micronutrientes. O instituto tem escritórios na América Lati-na, do Norte, China, Índia e Sudeste Asiático. “Precisamos olhar mais para o interior, onde estão as fronteiras agrícolas. Isso nos ajudará a obter mais conhecimento prático daquilo que acontece no campo. Às vezes a gente acumula muito conhecimento acadêmico e deixa a prática de lado”, explica Valter Casarin, engenheiro agrônomo, diretor adjunto do órgão, ressaltando a importância de trabalhos como este, desenvolvidos pelo IPNI país afora. Antes de Luís Eduardo, o simpósio sobre boas práticas no uso de fertilizantes passou por Sorriso (MT) e Maringá (PR).

A manutenção de um sistema produtivo adequado, a partir da aplicação de técnicas pode auxiliar a classe produtora a aumentar a ação dos insumos agrícolas. “É possível aperfeiçoar os recursos, os produtos, as tecnologias que estão aí para contribuir com o produtor que quer plantar e colher de forma sustentável e rentável. Isso é possível, basta que o produtor tenha em mãos as ferramentas e informações corretas”, defende Casarin. “Quando

SAÍDA ESTÁ NOS FERTILIZANTES

olhamos para o índice de aproveitamento médio de nu-trientes pela agricultura brasileira, é possível verifi car que estamos em um patamar muito superior a países onde a agricultura é até mais desenvolvida”, comemo-ra. A título de exemplifi cação, na Bahia, o índice de aproveitamento de Nitrogênio (N), por exemplo, é de 71,8%.

O que os produtores rurais precisam é aliar produção com uso adequado dos fertilizantes. Isso inclui utilizar a quantidade e qualidade certa dos insumos na lavoura, manejar o solo corretamente e fazer uso efi ciente dos adubos com respeito ao meio ambiente e às pessoas. “Os fertilizantes respondem por 40 a 60% da produção atual e global de alimentos. Isso representa uma enorme con-tribuição para a sociedade” observa. “O caminho para a correção do solo está nos fertilizantes”, complementa.

No entanto, um dos grandes entraves, segundo o di-retor do IPNI, diz respeito à relação entre nutrientes e fertilizantes e a falta de conhecimento de parte da opi-nião pública a respeito do uso correto destes materiais. “Quando se fala em aplicação de nutrientes no solo, a opinião pública adora; porém, quando é o contrário a crítica é sempre muito feroz”, conta. Em muitas regiões do país, a população acredita que a soja, o leite ou o fei-jão saiam de dentro dos supermercados e não do cam-po como de fato, do trabalho rural. “As pessoas, de um modo geral, não sabem que para termos um aumento da produção, precisamos do uso de fertilizantes. É a função deles”, explica, lembrando que caso semelhante acontece com a adubação mineral e orgânica, no que se refere ao uso de química para adubação.

O engenheiro cita estudo encomendando pelo Ame-rican Journal of Clinical Nutrition, que concluiu não haver evidências que os alimentos produzidos organi-camente são nutricionalmente superiores aos alimen-tos produzidos do modo convencional, ou com uso de fertilizantes. Na África e na Índia onde a utilização de fertilizantes é muito baixa, a produção é menor, o que agrava o problema da fome, uma vez a população nes-ses países aumenta gradativamente. Na Europa, expli-cou Valter, a produção aumenta, enquanto a população permanece estável. “A fome do mundo, no futuro pró-ximo, vai se concentrar na África e na Índia”, aponta, lembrando estudo que atesta que até 2050 haverão 9 bilhões de habitantes no mundo e esse é o considerado como o teto no que se refere a possibilidade de produ-ção alimentar do planeta.

Muitos alimentos para as plantas podem ser encon-trados no solo, mas, geralmente, em quantidades in-sufi cientes para sustentar as altas produtividades das culturas. Solo e condições climáticas podem também limitar a absorção de nutrientes pela planta nas fases fundamentais de crescimento.

Valter Casarin, diretor do IPNI: “As pessoas, de modo geral, não sabem que para termos um aumento da produção, precisamos do uso de fertilizantes. É a função deles”

SIMPÓSIO REALIZADO EM LUÍS EDUARDO MAGALHÃES LEVANTA DEBATE SOBRE USO ADEQUADO DOS ADUBOS SINTÉTICOS COMO FORMA DE AUMENTAR A PRODUTIVIDADE

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MAI/2012 MAGAZINE 33

por ELCIO BARILI

Agronegócio e (TI) Tecnologia da Informação, a união que dá certo

Com o aumento da competitividade no campo e o dinamismo do agronegócio, as empresas do setor agrícola vêm sendo forçadas a buscar mais eficiência e constantes aumentos de produtividade, tendo a necessidade de uma gestão mais

apurada, de informações rápidas e precisas para tomadas de decisão. Porém, poucas investiram e investem em tecnologia da informação e em técnicas de gestão.

No entanto, as rigorosas exigências relativas à qualidade por parte dos mercados importadores, bem como a chegada ao mercado brasi-leiro de companhias multinacionais, que têm uso intensivo de TI, são fatores que estão contribuindo para que se comece a investir mais em tecnologia no campo.

Dependendo de onde se olhe, a resposta pode variar de “uso intensivo de sistemas de última geração” a “desconhecimento quase completo sobre TI” – e não há exagero nessas afirmações. Existem dois mundos que coexistem no campo brasileiro.

É a própria lógica dos negócios que começa também a empurrar os empreendedores do campo para a informática. Como nas commodities agrícolas todos vendem pelo mesmo preço, leva vantagem quem tiver uma produção mais barata e eficiente.

Por isso, controle orçamentário, custeio e planejamento de compras ganham importância. As empresas mais agressivas do setor estão investindo em gestão e aí a Tecnologia da Informação tem um papel fundamental no processo de concorrência. Porém, as mudanças ocor-rem lentamente e ainda esbarram em muitos pontos de resistência. Na terra em que se plantando tudo dá, a tecnologia da informação ainda não conseguiu brotar com força, mas finalmente começa a encontrar terreno fértil.

Uma das tendências mais marcantes na área de tecnologia de informação nos últimos anos é representada pelos produtos ERP – (Enterprise Resource Planning). Esses produtos se caracterizam por um conjunto de subsistemas integrados, capazes de suprir as necessidades de informação e de automatizar os diversos proces-sos empresariais, desde a entrada de um pedido de um cliente, até sua expedição, incluindo o planejamento dos recursos financeiros, materiais e humanos para sua produção. No caso específico do setor agroindustrial, apenas as grandes empresas se beneficiam dessa integração sistêmica, ficando as pequenas e médias empresas com acesso limitado principalmente devido aos elevados custos de aquisi-ção de um sistema completo. Porém, hoje em dia, podemos dizer que, o médio e pequeno agricultor, tem ao seu dispor inúmeras ferramentas acessíveis ao seu processo de negócio.

Temos, portanto, um cenário em que a tecnologia da informação existe como um fator que, embora não seja essencial, certamente pode fornecer um grande diferencial a favor das entidades que a utilizam. E, com a crescente e constante evolução das tecnologias, tais como: de transmissão de dados, sistemas de informação e mão de obra especializada, vem se tornando cada vez mais uma realidade e uma possibilidade a ser considerada por aqueles que desejam se manter competitivos dentro do agronegócio.

&OPINIÃO

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AGROAGENDA

Agro em MinasO Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte, será sede da oitava edição da Superagro Minas, entre os dias 03 e 10 de junho. O evento é uma promoção do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), junto com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Sebrae-MG. O objetivo é divulgar o potencial do Estado na atração de novos investimentos empresariais e fomentar a prospecção e realização de negócios pelos agentes do setor. Participam criadores, produtores rurais e as empresas que apresentam máquinas, equipamentos, produtos, insumos e novas tecnologias de apoio a diferentes segmentos da produção rural. A expectativa deste ano é superar os principais indicadores da edição anterior que somou R$ 5,8 milhões no faturamento com os leilões realizados durante a Exposição Estadual Agropecuária.Mais informações: www.superagro2012.com.br

Cadeia produtiva da carne Entre os dias 11 e 15 de junho, São Paulo sedia a 18ª edição da Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (FEICORTE 2012). Este é o maior evento indoor da cadeia pecuária de corte do mundo, destacando-se como principal vitrine do setor, referência em qualidade, pesquisa, tecnologia, equipamentos, produtos e serviços. Em 2012, o Centro de Exposições Imigrantes espera a visita de mais de 25 mil pessoas, entre pecuaristas, profissionais, estudantes e demais interessados. São esperados mais de 4.000 animais de 20 raças entre bovinos, caprinos e ovinos.Mais informações www.feicorte.com.br

VI Congresso Brasileiro de SojaA Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) realiza entre os dias 11 e 14 de junho, no Centro de Eventos Pantanal em Cuiabá/MT, a sexta edição do Congresso Brasileiro de Soja, sob o tema “Soja: fator de integração nacional e desenvolvimento sustentável”. Durante o evento serão discutidos assuntos como cenários de insumos agrícolas; mudanças climáticas; manejo de pragas, doenças e plantas daninhas; melhoramento genético; armazenagem de grãos, integração lavoura-pecuária e floresta; produtividade com sustentabilidade. Mais informações: www.cnpso.embrapa.br/cbsoja/

Encontro técnico do AlgodãoO Fundeagro e a Fundação BA, em parceria com a Abapa realizam nos dias 29 e 30 de junho em Luís Eduardo Magalhães, a edição 2012 do Encontro Técnico do Algodão de 2012 tradicional evento do calendário agrícola da região. A abertura acontecerá na noite da sexta-feira, com palestra promovida pela Abapa, ainda sem um palestrante definido. No sábado, no Centro de Treinamento Parceiros da Tecnologia, acontece o Dia de Campo do Algodão promovido pela Fundação BA.

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MAGAZINE

A força da produção do campo em um espaço fértil de ideias.

ANUNCIELUÍS EDUARDO MAGALHÃES: Ana Paula (77) 9191.9400 / Anton Roos (77) 9971.7341

BARREIRAS: Anne Stella (77) 9123.3307 / Cícero Félix (77) 9131.2243 / 9906.4554SANTA MARIA DA VITÓRIA BOM JESUS DA LAPA: Rosa Tunes (77) 9804.6408 / 9161.3797

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