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Agroecologia Incaper

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livro sobre agroecologia, principios e práticas por Jacimar Luis de Souza

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  • AGROECOLOGIA E AGRICULTURA ORGNICA:princpios, mtodos e prticas

    DOCUMENTOS N 200 ISSN 1519-2059

    Jacimar Luis de Souza

    Vitria-ES2015

    2a. edio atualizada

  • 2015 - IncaperInstituto Capixaba de Pesquisa, Assitncia Tcnica e Extenso RuralRua Afonso Sarlo 160 - Bento Ferreira CEP 29052-010 - Vitria, ES- Caixa Postal 391Telefone Geral 27 3636 9888 Telefax 27 3636 9868 - [email protected] - www.incaper.es.gov.br

    Documentos N 200 (2a edio atualizada)ISSN 1519-2059Editor: DCM-IncaperTiragem: 2.000Abril 2015

    CONSELHO EDITORIALPresidente Lcio Herzog De Muner Chefe de Departamento de Comunicao e Marketing Lilim Maria Ventorim FerroChefe de rea de Pesquisa Jos Aires VenturaChefe de rea de Extenso Maxwel Assis de SousaCoordenao Editorial Lilim Maria Ventorim Ferro

    Membros:Adelaide de Ftima Santana da CostaAlessandra Maria da SilvaAndr Guaroni MartinsBevaldo Martins PachecoLuis Carlos Santos CaetanoRomrio Gava FerroSebastio Antnio GomesSheila Cristina Prucoli Posse

    Coordenao Editorial: Lilim Maria Ventorim FerroProjeto grfico, ilustraes e capa: Cristiane G. da Silveira e Larissa Trabach (estagiria)Reviso de portugus: Raquel Vaccari de Lima Loureiro Ficha catalogrfica: Cludia Oliveira de Barros FeitosaFotos: Incaper, arquivo pessoal do autor

    Souza, Jacimar Luis de.Agroecologia e agricultura orgnica: princpios, mtodos e prticas/ Jacimar Luis de Souza. - Vitria: Incaper, 2015, 2a. edio atualizada.34p. :il. (Incaper. Documentos, 200)

    ISSN 1519-2059

    1. Agroecologia. 2. Agricultura orgnica. I. Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural. IV. Ttulo.

    CDD: 630.27

    M294

    (Biblioteca do Incaper)

  • PREFCIO

    O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Incaper) desenvolve trabalhos de pesquisa e extenso na rea de agroecologia e agricultura orgnica h 25 anos, desenvolvendo e divulgando conhecimentos, tecnologias e inovaes que tm contribudo de forma marcante para o desenvolvimento tecnolgico do setor.

    A atualizao desta publicao em sua 2a edio, fruto dos conhecimentos desenvolvidos pelo Instituto e demais parceiros da cadeia produtiva dos alimentos orgnicos, e objetiva orientar agricultores e tcnicos interessados em ingressar na atividade, alm de aprimorar os conhecimentos daqueles j inseridos na produo de alimentos orgnicos. Ela relata os princpios, mtodos e prticas mais usuais, que permitem balizar o manejo do sistema orgnico de produo de forma tecnicamente adequada, em harmonia com o meio ambiente.

    Os temas aqui apresentados, como manejo do sistema produtivo; equilbrio ecolgico; reciclagem e adubaes orgnicas; biofertilizao lquida; uso de fertilizantes minerais de baixa solubilidade; adoo de prticas de rotao de culturas, consrcios e sistemas agroflorestais; manejo ecolgico e alternativo de pragas e patgenos; manejo de colheita e ps-colheita; e converso da propriedade para sistemas orgnicos, oferecem uma viso holstica do manejo sustentvel de sistemas produtivos.

    Esta publicao refora o compromisso do Incaper em contribuir para o desenvolvimento rural sustentvel do Estado do Esprito Santo, e demonstra a viabilidade da produo de alimentos com preservao dos recursos naturais.

    Lcio Herzog De MunerDiretor-Tcnico do Incaper

  • AGRADECIMENTOS

    Ao Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Incaper) pelo apoio tcnico, financeiro e operacional ao subprograma de pesquisa em agroecologia e horticultura orgnica bases tcnicas do contedo deste documento.

    Fundao de Amparo Pesquisa e Inovao do Esprito Santo (Fapes) pelo apoio financeiro na execuo de diversos subprojetos de pesquisa e na produo deste documento.

    A todas as instituies, tcnicos e agricultores envolvidos no fomento e na produo de alimentos orgnicos no Brasil, fontes de estmulo e conhecimentos para a elaborao desta publicao.

  • SUMRIO

    1. INTRODUO...................................................................................................................................7

    2. OBJETIVOS DA AGRICULTURA ORGNICA....................................................................8

    3. PRINCPIOS.........................................................................................................................................9

    3.1 REDESENHAR OS AGROECOSSISTEMAS A PARTIR DA DIVERSIFICAO...........10

    3.2. PROPORCIONAR CONDIES PARA O EQUILBRIO ECOLGICO......................11

    3.3. USAR E RESGATAR VARIEDADES ADAPTADAS............................................................12

    3.4 CONSIDERAR A TEORIA DA TROFOBIOSE.......................................................................13

    3.5 MANEJAR ECOLOGICAMENTE..............................................................................................14

    3.6 PRODUZIR BIOMASSA LOCAL E RECICLAR MATRIA ORGNICA......................15

    4 MTODOS E PRTICAS..............................................................................................................16

    4.1 PREPARO DO SOLO COM MNIMO IMPACTO............................................................... 17

    4.2 ADUBAO ORGNICA...........................................................................................................18

    4.3 USO DA ADUBAO VERDE..................................................................................................19

    4.4 USO DE COBERTURA MORTA................................................................................................20

    4.5 MANEJO DE ERVAS ESPONTNEAS.....................................................................................21

    4.6 UTILIZAO DE ADUBAES SUPLEMENTARES COM

    BIOFERTILIZANTES LQUIDOS..............................................................................................22

    4.7 ADUBAES AUXILIARES COM FERTILIZANTES MINERAIS

    DE BAIXA SOLUBILIDADE........................................................................................................22

    4.8 ADOO DAS PRTICAS DE ROTAO DE CULTURAS,

    CONSRCIOS E SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFS)..............................................23

    4.9 MANEJO E CONTROLE ALTERNATIVO DE PRAGAS E PATGENOS.....................24

    4.10 MANEJO DE COLHEITA E PS-COLHEITA......................................................................26

    5 A CONVERSO DA PROPRIEDADE PARA SISTEMAS ORGNICOS................28

    6 LEGISLAO, CERTIFICAO E COMRCIO.................................................................30

    7 REFERNCIAS................................................................................................................................32

    8 APNDICE..........................................................................................................................................33

  • 6

  • 76

    AGROECOLOGIA E AGRICULTURA ORGNICA:princpios, mtodos e prticas

    Jacimar Luis de Souza1

    1. INTRODUO

    A Agricultura Orgnica uma forma de agricultura que procura atuar em equilbrio com a natureza, produzindo alimentos e produtos sadios e ecologicamente sustentveis. um sistema de produo agrcola, de base agroecolgica, que prima pelo manejo da propriedade rural como um organismo agrcola complexo e interativo, visando maximizar o fluxo de nutrientes e reduzir custos operacionais. A existncia de componentes da paisagem e do ecossistema natural preservados, culturas permanentes, culturas temporrias, criaes, corredores ecolgicos e zonas de refgio, entre outros, so desejveis para o sucesso da atividade.

    A busca de melhoria da qualidade de vida faz com que a populao aumente, cada vez mais, a demanda pelos alimentos orgnicos. Reflexo disto que as estatsticas tm revelado dados expressivos quanto ao mercado mundial de produtos orgnicos, que avana a uma taxa de crescimento anual entre 10% a 30%. No Brasil, em 2010, a venda interna com produtos orgnicos foi de R$ 350 milhes, valor este superior em 40% ao registrado em 2009, segundo dados da Organics Brasil (2011). As hortalias orgnicas representam a maior fatia deste mercado e tm se destacado como o grupo de alimentos orgnicos mais procurados pelos brasileiros.

    Alimentos orgnicos no se referem apenas produo agrcola sem agrotxicos. Alm de no se empregar produtos qumicos, para produzir organicamente, vrios princpios e mtodos naturais devem ser adotados. Na fase de campo, os cultivos devem ser feitos em ambientes diversificados em fauna e flora para obter equilbrio ecolgico na unidade de produo, usar matria orgnica como base da adubao, adotar a adubao verde, suplementar com biofertilizantes,

    1 Engenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador Incaper. E-mail: [email protected]

  • 8usar de mtodos alternativos e biolgicos para proteo contra pragas e patgenos, entre outros, que iro conferir riqueza bioqumica e elevada qualidade aos produtos colhidos. Na fase de processamento tambm no se empregam aditivos, conservantes e outros artifcios que no so adequados para o consumo humano. Na fase de comercializao, o produto deve ser protegido contra possveis contaminaes por contato, motivo pelo qual so vendidos embalados e/ou dispostos em espaos restritos a produtos orgnicos, exceto nos sistemas de venda direta, como em feiras e entregas em domiclio, em que h fcil controle de qualidade no processo.

    O sistema orgnico de produo de alimentos baseia-se em normas tcnicas bastante rigorosas para preservar integralmente a qualidade do produto. Consideram-se inclusive as relaes sociais e trabalhistas envolvidas no processo produtivo, conforme determina a Lei 10.831, de dezembro de 2003, regulamentada pelo Decreto 6.323, de 27 de dezembro de 2007, que regulamenta definitivamente a atividade no Brasil a partir de janeiro de 2011. Neste mbito, a criao do selo nacional de produtos orgnicos e outros instrumentos normativos do Ministrio da Agricultura daro um impulso ainda maior ao setor.

    Este documento objetiva colaborar com o desenvolvimento do setor, informando e orientando a todos os interessados, tanto agricultores como tcnicos, pesquisadores, professores e consumidores, sobre os princpios tcnicos da atividade e sobre todo o complexo sistema de mtodos e prticas empregados na produo orgnica de alimentos.

    2. OBJETIVOS DA AGRICULTURA ORGNICA

    A agricultura orgnica congrega objetivos amplos e diversos, destacando-se dentre eles:

    Desenvolver e adaptar tecnologias s condies sociais, econmicas e ecolgicas de cada regio.

    Trabalhar a propriedade rural dentro de um enfoque sistmico, como um organismo agrcola, primando pela interatividade entre todas as atividades da mesma.

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    Fornecer alimentos saudveis populao, sem resduos qumicos e com alto valor biolgico, como forma de contribuir de forma verdadeira para melhorar a sade e a qualidade de vida das pessoas.

    Promover a diversificao da flora e da fauna dos agroecossistemas.

    Reciclar os nutrientes essenviais s plantas, tanto por meio de mobilizaes no sistema solo/planta, como pela fixao biolgica.

    Promover o equilbrio ecolgico das unidades de produo da propriedade e buscar a sade do organismo agrcola como um todo.

    Preservar o solo, evitando a eroso e conservando suas propriedades fsicas, qumicas e biolgicas.

    Manter a qualidade da gua, evitando contaminaes por produtos qumicos ou biolgicos nocivos.

    Controlar os desequilbrios ecolgicos pelo manejo fitosanitrio e uso de agentes de controle biolgico.

    Buscar a produtividade tima e no a mxima.

    Promover a autossuficincia econmica e energtica da propriedade rural.

    Organizar e melhorar a relao entre os produtores rurais e os consumidores.

    Preservar a sade dos produtores rurais, pelo exerccio de uma agricultura limpa e dinmica.

    Promover o sequestro de carbono atmosfrico por meio da fotossntese e do manejo de biomassa e resduos, de forma a manter e/ou elevar o estoque de carbono do agroecossistema.

    3. PRINCPIOS

    Para o exerccio pleno da agricultura orgnica, deve-se respeitar princpios que viabilizaro a produo de alimentos orgnicos, com bom nvel de produtividade e rentabilidade, em harmonia com a natureza. Os princpios mais importantes so:

  • 10

    3.1 REDESENHAR OS AGROECOSSISTEMAS A PARTIR DA DIVERSIFICAO

    A monocultura representa um dos maiores problemas do modelo agrcola praticado atualmente, porque simplifica o agroecossistema, favorece o domnio de poucas espcies, altera a dinmica das cadeias trficas e consequentemente diminui a biodiversidade local. Assim, as pragas e doenas podem ocorrer de forma mais intensa sobre uma monocultura por ser a nica espcie vegetal presente no local, o que torna o sistema de produo mais instvel e sujeito s adversidades do meio. O equilbrio biolgico das propriedades, bem como o equilbrio ambiental e o equilbrio econmico de grandes regies, no podem ser mantidos com as monoculturas (GLIESSMAN, 2000; ALTIERI; SILVA; NICHOLLS, 2003). Por outro lado, a integrao de atividades e a diversificao de culturas so os pontos-chave para a manuteno da fertilidade dos sistemas, para o controle de pragas e doenas e para a estabilidade econmica (Figuras 1 e 2).

    A propriedade orgnica no pode ser entendida apenas como um local onde h o aporte de insumos e a exportao de produtos, mas sim como um organismo vivo, com sistemas integrados que interagem positivamente entre si, como solo, animais, rvores e plantas cultivadas. Nesse sentido, colher alimentos em harmonia com a natureza a lgica da produo orgnica.

    Sistema simplificado

    Sistema redesenhado

    Ambiente agrcola simplificado e ambiente agrcola redesenhadoFigura 1.

  • 1110

    Ambiente agrcola simplificado pelo cultivo de uma nica espcie (monocultura), num ambiente estril, que conduz a alta instabilidade ecolgica (A). Ambiente agrcola diversificado pelo cultivo e manuteno de vrias espcies no agroecossistema (policulturas), em propriedade orgnica com alta estabilidade ecolgica (B).

    Figura 2.

    3.2. PROPORCIONAR CONDIES PARA O EQUILBRIO ECOLGICO

    Em sistemas orgnicos de produo, o equilbrio ecolgico que ocorre entre os macro e micro-organismos de fundamental importncia para manter as populaes de pragas e doenas em nveis que no causem danos econmicos s culturas comerciais. Sistemas que utilizam adubos qumicos e agrotxicos provocam instabilidade no ambiente e desequilbrios na nutrio das plantas, levando ao aumento da populao desses organismos. O manejo agroecolgico possibilita a produo de alimentos em harmonia com a natureza (Figuras 3 e 4).

    A presena harmnica de pssaros no sistema orgnico de produo indica adequado nvel de equilbrio ecolgico.

    Figura 3.

    A B

  • 12

    3.3. USAR E RESGATAR VARIEDADES ADAPTADAS

    Um dos princpios fundamentais da agroecologia e da agricultura orgnica o resgate e preservao de sementes e propgulos de espcies adaptados aos diversos agroecossistemas locais, como forma de aumentar e conservar a biodiversidade gentica das sementes, fortemente reduzida nas ltimas dcadas (MOONEY, 1987).

    A multiplicao e seleo de plantas em sistemas orgnicos auxiliam na manuteno e obteno de materiais genticos mais tolerantes a pragas, patgenos e estresses ambientais, refletindo significativamente na reduo dos custos de produo e na estabilidade produtiva dos campos de produo orgnica de alimentos. Para algumas culturas como o tomate, a multiplicao e o uso de variedades locais so fatores fundamentais para maior segurana e viabilidade tcnico-econmica da cultura (Figura 5).

    Materiais genticos adaptados ao sistema orgnico: variedades de milho Emcapa-201 e Incaper-203 (A) e diversas variedades de tomate, mostrando o detalhe da lavagem de sementes (B).

    Figura 5.

    (EMCAPA-201) (INCAPER-203)

    A presena de pequenos insetos predadores reduzem problemas fitossanitrios.Figura 4.

    A B

  • 1312

    3.4 CONSIDERAR A TEORIA DA TROFOBIOSE

    A Teoria da Trofobiose afirma que todo ser vivo s sobrevive se houver alimento adequado e em quantidade suficiente para ele. A planta ou parte dela s ser atacada por um inseto, caro, nematoide, fungo ou bactria, em nveis de danos econmicos, quando tiver na sua seiva o alimento que estes precisarem, principalmente aminocidos. O tratamento inadequado de uma planta, especialmente com substncias de alta solubilidade, conduz a uma elevao excessiva de aminocidos livres. Portanto, o manejo com matria orgnica e uso de insumos de baixa solubilidade permitem um metabolismo equilibrado das plantas em sistema orgnico, reduzindo riscos com pragas e doenas, conforme ilustra a Figura 6. (CHABOUSSOU, 1987; PINHEIRO; BARRETO, 1996).

    Infogrfico da trofobiose, nutrientes em excesso e nutrientes em equilbrio (A).Plantas nutridas equilibradamente resistem mais a pragas e patgenos: repolho (B) e couve-folha (C).

    Figura 6.

    A

    B C

  • 14

    3.5 MANEJAR ECOLOGICAMENTE O SOLO

    Na agricultura orgnica o solo deve ser considerado como um organismo vivo e como um sistema complexo que abriga uma diversidade de fauna e flora indispensveis para a sustentabilidade do agroecossistema e no apenas como suporte de plantas ou reservatrio de nutrientes. Segundo Souza e Resende (2014), o manejo ecolgico do solo inicia-se com o manejo e conservao da gua e na excluso da queimada do sistema e se finaliza com a construo de uma fertilidade duradoura e uma nutrio equilibrada das plantas pela manuteno de um solo enriquecido organicamente (Figura 7).

    O manejo ecolgico do solo alcanado pela implementao de um grupo de tcnicas que promovem o enriquecimento da plantao, utilizando-se, na maioria das vezes, de recursos naturais presentes na prpria propriedade, como a compostagem, adubao verde e o plantio direto na palha.

    Exemplos de manejos do solo: caixas secas seguram a eroso e mantm a gua no sistema (A); as queimadas devem ser evitadas por destruir a vida do solo e eliminar todo estoque de carbono (B); solo manejado organicamente com alto nvel de cobertura e de matria orgnica, na Agrofloresta HumaitAC (C).

    Figura 7.

    A B

    C

  • 1514

    A produo de biomassas ricas em carbono (capineiras) e ricas em nitrognio e carbono (legumineiras) so fundamentais para a gerao de resduos orgnicos internos na propriedade de base ecolgica, viabilizando a produo local de adubo orgnico em quantidade.

    Figura 8.

    3.6 PRODUZIR BIOMASSA LOCAL E RECICLAR MATRIA ORGNICA

    A matria orgnica exerce importantes efeitos benficos sobre as propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do solo, contribuindo substancialmente para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Empregar sistemas que utilizam o processo da fotossntese para fixao de carbono e nitrognio (Figura 8), alm da mobilizao de nutrientes essenciais no perfil do solo, torna-se fundamental. Estes sistemas, complementados por processos de compostagem e outros meios de decomposio da matria orgnica, geram adubos orgnicos e disponibilizam nutrientes necessrios autossustentao da propriedade agrcola de base agroecolgica (PEIXOTO, 1988).

  • 16

    4 MTODOS E PRTICAS

    O manejo recomendado compreende tcnicas que conduzam ao uso equilibrado do solo, que promovam um balano adequado entre as entradas e as sadas de nutrientes e que mantenham uma fertilidade duradoura do sistema. O manejo cultural e fitossanitrio deve ser implementado com critrios tcnicos (Figura 9). Nesse sentido, destacam-se os seguintes mtodos e prticas de produo:

    O equilbrio entre as entradas (insumos, servios e materiais) e sadas (colheitas) fundamental para o sucesso do sistema produtivo.

    Figura 9.

  • 1716

    4.1 PREPARO DO SOLO COM MNIMO IMPACTO

    Realizar o preparo de solo, preservando sua estrutura, por meio de tcnicas de cultivo mnimo e plantio direto na palha (Figura 10).

    No plantio direto o agricultor no prepara o solo com araes e gradagens antes da plantao, mas se utiliza de equipamentos e implementos de manejo de plantas de cobertura de solo, como roadeiras, rolo-faca, trituradores, entre outros. Assim, uma camada de palha sobre o terreno, alm de proteger contra o impacto direto das chuvas intensas, que podem provocar eroses severas, dificulta o nascimento da vegetao espontnea, devido reduo da iluminao, e ainda contribui para reduzir o aquecimento excessivo do solo e a emisso de CO2, gs causador do efeito estufa.

    Plantio direto na palha (A). Exemplos de preparo com mnimo impacto ao solo: plantio de pomar de goiaba por meio do cultivo mnimo do solo (B) e pr-cultivo de milho verde/mucuna preta, para produo de espigas e gerao de palha para plantio direto (C).

    Figura 10.

    Plantio direto na palha

    Reteno de umidade Manuteno da vida do solo Menores gastos com irrigao

    A

    B C

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    Ptio de compostagem e detalhe das camadas de resduos orgnicos numa pilha de composto (A e B) e adubao de covas com composto orgnico para plantio de tomate (C) - Unidade de Referncia em Agroecologia do Incaper, Domingos Martins ES.

    Figura 11.

    A

    B C

    4.2 ADUBAO ORGNICA

    Sistemas orgnicos devem utilizar adubos na forma de estercos de animais, compostos orgnicos ou outras fontes recomendadas pelas normas tcnicas de produo.

    De acordo com Kiehl (1998) e Peixoto (1988), a produo de composto orgnico na propriedade uma estratgia para obter um adubo orgnico de alta qualidade e baixo custo. A Figura 11 ilustra o mtodo de obteno do adubo orgnico a partir da compostagem e ilustra sua aplicao em rea preparada para plantio de tomate orgnico.

  • 1918

    4.3 USO DA ADUBAO VERDE

    Uma das tcnicas essenciais na agricultura orgnica o emprego de plantas melhoradoras de solo, como as leguminosas para a fixao biolgica de nitrognio e as gramneas para fixao de carbono e melhoria da estrutura fsica do solo. Estas espcies de plantas para adubao verde podem ser utilizadas em cultivos solteiros, consorciados ou por meio de rvores adubadeiras (Figura 12).

    A tcnica da adubao verde consiste no cultivo de plantas enriquecedoras do sistema de produo, que conferem aumento de produtividade de at 50% e melhoria significativa no padro comercial do produto orgnico.

    Pr-cultivo de crotalria juncea, sendo acamada com rolo-faca (A); consrcio de tremoo branco e aveia (B); cultivo de repolho em alamedas de leucena (C) e cultivo de alfaces em alamedas de gliricdia (D).

    Figura 12.

    A B

    C D

  • 20

    4.4 USO DE COBERTURA MORTA

    O emprego de resduos vegetais sobre a superfcie do solo proporciona sua proteo contra insolao excessiva e eroso, reteno de umidade, economia de gua, ativao biolgica do solo e favorecimento do desenvolvimento das plantas (Figura 13). Estas mltiplas funes da cobertura morta do solo desempenham papel fundamental para a sade do sistema, especialmente daqueles que manejam intensivamente o solo, com culturas de ciclo curto, como na olericultura orgnica.

    Cobertura morta em cultivos orgnicos: alface e abobrinha (A), tomate (B) e figo (C).

    Figura 13.

    A

    B C

  • 2120

    4.5 MANEJO DE ERVAS ESPONTNEAS

    Na agricultura orgnica, o manejo das ervas de forma associada aos cultivos comerciais, fundamental para preservao de habitats, que podem constituir locais para refgio de predadores e, consequentemente, influenciar o equilbrio ecolgico. Esta prtica tambm auxilia na proteo do solo e na ciclagem de nutrientes.

    O manejo deve ser realizado por meio de corredores de refgio e capina em faixa, de modo a evitar a concorrncia das ervas espontneas com a cultura de interesse comercial, e mant-las parcialmente no sistema (Figura 14). Estes pequenos habitats serviro, por exemplo, para abrigar predadores de pragas agrcolas, como vespas, aranhas, sapos, rs e outros insetos que so fundamentais para a manuteno da cadeia alimentar do ecossistema local (SOUZA; RESENDE, 2014).

    Corredores de refgio em campo de morango orgnico (A) e capina em faixa na cultura da couve-flor (B).

    Figura 14.

    A

    B

  • 22

    O emprego de biofertilizantes pode ser feito via solo ou via foliar, utilizando-se preferencialmente solues preparadas com recursos locais. O uso de biofertilizantes enriquecidos com minerais (APTA, 1997) e de biofertilizantes preparados apenas com esterco bovino fresco e gua (VAIRO DOS SANTOS, 1992), so opes bastante eficientes. Alm destes, biofertilizantes lquidos enriquecidos com vegetais e cinzas, alm de chorumes preparados base de composto orgnico (SOUZA; RESENDE, 2014), tambm so bastante utilizados (Figura 15).

    O uso de minerais de baixa solubilidade, que no alteram o equilbrio do sistema solo-planta, uma prtica importante nos sistemas orgnicos. Utilizam-se ps de rochas de vrias fontes, a exemplo dos fosfatos naturais empregados para a correo de deficincias em fsforo nos sistemas produtivos (Figura 16).

    A utilizao de ps de rochas tambm tem sido muito til para re-mineralizao de solos muito intemperizados, repondo micro-elementos importantes para a nutrio e para o equilbrio fitossanitrio das plantaes orgnicas.

    Biofertilizante lquido enriquecido para nitrognio e potssio, produzido com recursos locais base de composto orgnico, mamona triturada e cinza vegetal (A) e chorume de composto diludo 1:2 (B).

    Figura 15.

    A B

    UTILIZAO DE ADUBAES SUPLEMENTARES COM BIOFERTILIZANTES LQUIDOS

    4.6

    ADUBAES AUXILIARES COM FERTILIZANTES MINERAIS DE BAIXA SOLUBILIDADE

    4.7

  • 2322

    O emprego de tcnicas de associaes de plantas por meio de policultivos, sistemas de consrcio, quebra-ventos, entre outras, imprescindvel em sistemas orgnicos. Este manejo policultural na agricultura orgnica, congregando um conjunto de tcnicas e prticas associativas, como os Sistemas Agroflorestais (SAFs), fundamental para aumentar a eficincia produtiva e econmica dos sistemas de produo, alm de contribuir significativamente para o manejo preservacionista e ecolgico do solo (Figura 17).

    Enriquecimento do composto orgnico com fosfato natural para formulao do adubo de plantio.

    Figura 16.

    Policultivo de hortalias (A); consrcio de caf, coco e abacaxi (B); consrcio de caf e pupunha em SAF (C).

    Figura 17.

    A B C

    ADOO DAS PRTICAS DE ROTAO DE CULTURAS, CONSRCIOS E SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFS):

    4.8

  • 24

    A importncia da rotao de culturas destacada pelo fato de que, ao se plantar a mesma cultura diversas vezes no mesmo lugar, pode-se contaminar o solo com as doenas daquela espcie. A rotao e a diversificao dos plantios em uma determinada rea interrompem o ciclo das doenas e limitam seu crescimento. Vrus, bactrias e fungos com potencial fitopatognico no encontraro apenas um hospedeiro e permanecero em equilbrio junto a milhares de outros micro-organismos benficos (DEBARBA, 2000).

    O uso de quebra ventos aumenta em at 20% da produtividade em locais onde os ventos so intensos, como regies litorneas, plancies e planaltos. Isso porque esta intemprie aumenta a taxa de evapotranspirao das plantas, elevando inclusive os gastos com irrigao na propriedade. Para conter esta perda, rvores como sabi, accias e eucaliptos so plantadas em linhas de acordo com a posio do vento, como uma barreira natural na lavoura. Estas rvores serviro ainda como abrigo e ambiente para pouso e nidificao para pssaros, que podem ser predadores de pragas agrcolas.

    4.9 MANEJO E CONTROLE ALTERNATIVO DE PRAGAS E PATGENOS

    O manejo ecolgico de pragas e patgenos na agricultura orgnica inicia-se com o emprego de medidas de preveno que comeam no planejamento e na diversificao do sistema. Alm disso, usam-se medidas culturais preventivas apropriadas a cada cultura ou criao e tcnicas e prticas de controle biolgico, caldas, extratos de plantas, leos vegetais, entre outros, conforme ilustraes na Figura 18 e 19 (SOUZA; RESENDE, 2014; ABREU JNIOR, 1998; BURG; MAYER,1999).

  • 2524

    Alternativas culturais, de manejo e de produtos, para controle de pragas e patgenos em agricultura orgnica

    Figura 18.

  • 26

    4.10 MANEJO DE COLHEITA E PS-COLHEITA

    O manejo dos produtos orgnicos na fase de colheita deve adotar medidas preventivas, como colheita no ponto correto de maturao e uso de implementos isentos de patgenos. Na ps-colheita, deve-se adotar procedimentos de higiene e tcnicas de controle de contaminao com produtos autorizados pela legislao para produtos orgnicos.

    No processo de lavagem e limpeza dos produtos deve-se utilizar gua de boa qualidade. No setor de ps-colheita, mesas e bancadas devem ser limpas e higienizadas para evitar contaminaes. No processamento tambm no se empregam aditivos, conservantes ou outros mtodos que possam prejudicar a sade humana (Figura 20).

    Alguns mtodos para controle de pragas e patgenos mais usuais na agricultura orgnica: Planta de tefrsia em fase de frutificao (A) e extrato alcolico de tefrsia (B); calda bordalesa (C); leo de Nim (D) e bio-inseticidas (E). (Fonte: Freitas et al., 2006).

    Figura 19.

    A B

    C D E

  • 2726

    Colheita de cenouras orgnicas (A) e caixas de cenouras orgnicas recm-colhidas na Unidade de Referncia em Agroeoclogia do Incaper, Domingos Martins, ES (B). Mix de produtos orgnicos de elevado padro comercial, Curitiba, PR (C).

    Figura 20.

    A B

    C

  • 28

    5 A CONVERSO DA PROPRIEDADE PARA SISTEMAS ORGNICOS

    O processo de converso de uma propriedade rural como um todo, pode ser complexo, exigindo mudanas nas prticas de campo, na gesto da unidade de produo agrcola em seu dia a dia, no planejamento, no marketing e na filosofia das pessoas. No sentido de atender apropriadamente aos princpios agroecolgicos, Gliessman (2000) e Khatounian (2001) propem princpios orientadores para a converso de propriedades agrcolas a sistemas agroecolgicos, destacando-se os seguintes:

    Mudar o manejo de nutrientes, cujo fluxo passa atravs do sistema, para um manejo baseado na reciclagem de nutrientes, como uma crescente dependncia em relao a processos naturais, tais como a fixao biolgica do nitrognio e as relaes com micorrizas.

    Usar fontes renovveis de energia, em vez das no renovveis.

    Eliminar o uso de insumos sintticos no renovveis oriundos de fora da unidade produtiva, que podem potencialmente causar danos ao ambiente ou sade dos produtores, assalariados agrcolas ou consumidores.

    Quando for necessrio, adicionar materiais ao sistema de produo, usando aqueles que ocorrem naturalmente, em vez de insumos sintticos manufaturados.

    Manejar pragas, doenas e ervas espontneas, em vez de control-las.

    Restabelecer as possveis relaes biolgicas que possam ocorrer naturalmente na unidade produtiva, em vez de reduzi-las ou simplific-las.

    Estabelecer combinaes mais apropriadas entre padres de cultivo e potencial produtivo e limitaes fsicas da paisagem agrcola.

    Usar uma estratgia de adaptao do potencial biolgico e gentico das espcies de plantas agrcolas e animais s condies ecolgicas da unidade produtiva, em vez de modific-la para satisfazer as necessidades das culturas e animais.

    Enfatizar a conservao do solo, gua, energia e recursos biolgicos.

    Incorporar a ideia de sustentabilidade a longo prazo no desenho e manejo geral do agroecossistema.

  • 2928

    Alm das questes relativas ao agroecossistema, Pereira (2000) destaca a converso do homem como parte fundamental do processo. Nessa direo, discute a converso do homem e o perodo de transio da propriedade, acrescentando diretrizes para a realizao do processo de converso das propriedades para sistemas orgnicos de produo, descritas a seguir.

    1. A prtica da Agroecologia um processo que passa por um estilo de vida, isto , transformar transformando-se. Como processo, passa por vrias dimenses ou etapas importantes. Uma delas refere-se converso ou perodo de transio, que vem a ser aquele perodo de tempo varivel que preciso para a propriedade passar do modelo convencional ao sistema agroecolgico ou orgnico, ou seja, constituir-se num agroecossistema.

    2. Por converso, entende-se um processo gradual e crescente de desenvolvimento interativo na propriedade at chegar a um agroecossistema. Est orientado para a transformao do conjunto da unidade produtiva, gradativamente, at que se cumpra por completo o todo. S aps transposta essa fase, isto , cumprido o conjunto de requisitos para a produo orgnica, atendendo as normas observadas pelas entidades certificadoras, que se pode obter o selo orgnico. A transio deve ser feita a partir de pequenas glebas, iniciando-se pelas reas mais apropriadas, num processo crescente. Essa etapa ou fase do processo, contempla pelo menos trs dimenses principais: educativa, biolgica e normativa.

    3. Considerar que o processo deve ser conduzido segundo uma sequncia lgica e explcita, isto , um projeto de converso. Este projeto basicamente constitui-se de um diagnstico de toda a propriedade, levantando todos os recursos disponveis, alm das relaes sociais e comerciais que esta mantm, assim como a ocupao da rea e o seu respectivo rendimento fsico e econmico.

    4. Identificar as principais dificuldades ou entraves, assim como o potencial da propriedade. Nesta fase, so identificadas as necessidades do agricultor, incluindo a sua capacitao. O projeto deve incluir um cronograma e um fluxograma entre as atividades, estabelecendo-se metas claras e viveis.

    5. O aspecto comercial tambm extremamente importante neste processo. Um projeto bem feito no poder prescindir desta fase ou etapa. Os canais de comercializao devem ser previamente identificados e definidos.

  • 30

    6. A certificao uma opo para assegurar aos agricultores um mercado diferenciado. A rea ou propriedade estaro convertidas quando tiverem cumpridos os prazos e as prescries previstas nas normas, quando estaro habilitados a receber o selo de qualidade.

    6 LEGISLAO, CERTIFICAO E COMRCIO

    Na agricultura orgnica, o sistema de produo baseia-se em normas tcnicas rigorosas para preservar integralmente a qualidade do produto. Consideram-se inclusive as relaes sociais e trabalhistas envolvidas no processo produtivo. A partir de 2009, o Brasil regulamentou a legislao nacional para a agricultura orgnica, normatizada na Lei 10.831, de dezembro de 2003, e regulamentado pelo Decreto 6.323, de 27 de dezembro de 2007, prevendo um prazo de trs anos para a organizao definitiva do setor. Assim, a partir de janeiro de 2011, comeou a vigorar em carter definitivo a legislao coordenada pelo Ministrio da Agricultura (MAPA), por meio das Comisses Estaduais de Agricultura Orgnica (CEPORGs). Tambm a partir desta data entrou em vigor a normatizao do uso do Selo do Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica dos produtos orgnicos, unificando a caracterizao dos produtos orgnicos para o mercado nacional e internacional.

    O Sistema Brasileiro de Avaliao da Conformidade Orgnica prev dois sistemas de certificao: o sistema por auditoria (realizado por certificadoras credenciadas) e o sistema participativo (realizado por Organismo Participativo de Avaliao da Conformidade (OPAC)). Prev tambm o sistema de venda direta sem certificao para os agricultores familiares (realizado por organizaes de controle social (OCS)), sistema que valoriza a relao direta do produtor com o consumidor, mas no permite o uso do selo oficial.

    O selo pblico oficial ser usado para identificar e controlar a produo nacional de orgnicos. A partir de 01/01/2011, os produtos certificados por Auditoria e Sistemas Participativos de Garantia apresentaro o selo do SISORG em seus rtulos (Figura 21).

  • 3130

    D

    A venda de produtos orgnicos ocorre de vrias formas, tais como: venda direta em feiras livres, entregas em domiclio, revenda em lojas e supermercados, entre outras (Figura 22). Caso no sejam vendidos em espaos exclusivos para produtos orgnicos, eles obrigatoriamente devem estar embalados para evitar contaminaes em ps-colheita.

    Selo nacional para produtos orgnicos, credenciado pelo Ministrio da Agricultura, 2011.

    Figura 21.

    Agricultor orgnico em venda direta ao consumidor (A) e cesta de produtos orgnicos (B). Embalagens de tomate cereja orgnico (C) e caf orgnico (D).

    Figura 22.

    A B

    C

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    7 REFERNCIAS

    ABREU JNIOR, H. de. Prticas alternativas de controle de pragas e doenas na agricultura. 1 ed. Campinas: EMOPI Editora, 1998. 112p.

    ALTIERI, M.A., SILVA, E.N., NICHOLLS, C.I. O papel da biodiversidade no manejo de pragas. Ribeiro Preto: Holos, 2003. 226p.

    APTA. O Biofertilizante Supermagro. Srie Adubao Orgnica, n 2, 1997. 15p.

    BURG, I. C.; MAYER, P. Manual de alternativas ecolgicas para preveno e controle de pragas e doenas. 7. ed. Francisco Beltro: GRAFIT, 1999. 153p.

    CHABOUSSOU, F. Plantas doentes pelo uso de agrotxicos: a teoria da trofobiose. Porto Alegre: L&M, 1987. 256 p.

    DEBARBA, J.F. Rotao e consorciao de culturas. In: CURSO SOBRE AGROECOLOGIA. Itaja: EPAGRI, 2000 (Apostila - mimeografado).

    FREITAS, GB et al. Produo orgnica de frutas. Braslia: SENAR, 2006. 83 p. (ISBN 85-7664-014-7)

    GLIESSMAN, S. Agroecologia: processos ecolgicos em agricultura sustentvel. Porto Alegre: Editora da Universidade, 2000. 653p.

    KHATOUNIAN, C. A. A reconstruo ecolgica da agricultura. Botucatu: Agroecolgica. 2001. 348 p.

    KIEHL, E. J. Manual de compostagem: maturao e qualidade do composto. Piracicaba: E. J. Kiehl, 1998. 171p.

    MOONEY, P. R. O escndolo das sementes: o domnio na produo de alimentos. So Paulo: Nobel, 1987. 146 p.

    ORGANICS BRASIL. Mercado atual dos alimentos orgnicos. So Paulo, 2011. Disponvel em: Acesso em 12 set 2011.

    PEIXOTO, R.T. dos G. Compostagem: opo para o manejo orgnico do solo. Londrina: IAPAR, 1988, 48p. (IAPAR - Circular, 57).

    PEREIRA, J. C. A converso (do homem) da propriedade (perodo de transio). In: CURSO SOBRE AGROECOLOGIA. Itaja: EPAGRI. 2000 (Apostila - mimeografado).

    PINHEIRO, S.; BARRETO, S. B. MB4: Agricultura sustentvel, trofobiose e biofertilizantes. Canoas: La Salle, 1996. 273 p.

    SOUZA, J. L. de; RESENDE, P. Manual de Horticultura Orgnica. 3. ed. Viosa: Aprenda Fcil, 2014. 841 p.: il.

    VAIRO DOS SANTOS, A. C. Biofertilizante Lquido: o defensivo agrcola da natureza. Niteri: EMATER-RIO, 1992. 16p. (Agropecuria Fluminense, 8).

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    8 APNDICE

    Propriedade orgnica da famlia Tesch em Santa Maria de Jetib-ES (A). Propriedade orgnica em Mantenpolis-ES (B). Campo de uva orgnica na Domaine Agroecolgica em Domingos Martins-ES (C). Campo de inhame orgnico na pousada Penhazul em Domingos Martins-ES (D). Campo de pimento orgnico na rea do Incaper em Domingos Martins-ES (E).

    Figura 23.

    D

    A

    B C

    E

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    Horticultura orgnica da Trigenros em Pacaraima-RR (F). Horta orgnica do sistema PAIS em Ji-Paran-RO (G) Produo orgnica de Maracuj e Noni da Hortivida em Boa Vista-RR (H). Estufas de produo orgnica da Trigenros em Pacaraima-RR (I). Horta orgnica da Universidade Federal do Paran (J).

    Figura 23.

    I

    F

    H

    J

    G