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FETAG-RS GERAÇÃO DE RENDA E QUALIDADE DE VIDA NO MEIO RURAL! AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL

AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL - docente.ifsc.edu.br · Agroindústria familiar rural é o espaço físico, uma construção civil, empregado para o beneficiamento e/ou processamento

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FETAG-RS

GERAÇÃO DE RENDA E QUALIDADE DE VIDA NO MEIO RURAL!

AGROINDÚSTRIAFAMILIAR RURAL

Diretores e assessores da Fetag prestigiam os expositores de agroindústrias e artesanatos

na tradicional foto da Expointer em 2009.

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG-RS) e todo o conjunto do movi-mento sindical (CONTAG e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais) têm como bandeira de luta a permanência do agricultor no campo com qualidade de vida e garantia de renda.

Entre as formas de garantir renda está a agregação de valor ao produto primário. Neste sentido, incentiva a atividade agroindustrial, bem como as formas associativas para viabilizar a comercialização dos produtos sem necessidade de atravessador. No entanto, muitas vezes a burocracia e a falta de orientação desmotivam inúmeros agricul-tores a investir nestes processos.

Por esta razão, a Fetag e o movimento sindical, em conjunto com a Emater/RS, vêm tra-balhando junto aos governos municipais, estadual e federal para simplificar e adequar à legislação vigente, facilitando a formalização de agroindústrias rurais e orientando os agricultores(as) que pretendem comercializar sua produção agroindustrializada.

A seguir, alguns aspectos importantes para a constituição de agroindústria serão abor-dados.

1. O QUE É AGROINDÚSTRIA FAMILIAR RURAL?Agroindústria familiar rural é o espaço físico, uma construção civil, empregado para o

beneficiamento e/ou processamento de matérias-primas agropecuárias em que o des-tino final da produção é a comercialização. A mão-de-obra deverá ser exclusivamente da família e sua localização no meio rural.

2. POR QUE DEVO LEGALIZAR A AGROINDÚSTRIA?Quando a produção não é destinada ao autoconsumo, mas sim à comercialização, ela

passa a ser de interesse público, das administrações tributária, sanitária, ambiental e pre-videnciária. Portanto, existe a necessidade de buscar o enquadramento à legislação vigente.

3. EM QUE MOMENTO POSSO COMERCIALIZAR OS PRODUTOS DA AGROINDÚSTRIA?No momento em que são atendidas as normas estabelecidas pela legislação tributária,

sanitária e ambiental.

4. O PASSO A PASSO PARA LEGALIZAR A AGROINDÚSTRIA:1º - Quando for edificação nova, escolher o local onde será construída;2º - Solicitar a certidão de uso/ocupação do solo expedida pelo município (ori-

enta o licenciamento ambiental quanto a impedimentos constantes no plano diretor);

3º - Para encaminhar a legislação tributária;

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Geração de Renda e Qualidade de Vida no Meio Rural!

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• Formas de atendimento da legislação tributária: A)Comercialização a partir da constituição de empresa – O artigo 966 do Código

Civil (2002) determina como empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. A empresa formal deve se inscrever no registro público de empresas mercantis da res-pectiva sede antes do início de sua atividade. Assim, para legalização tributária de uma agroindústria são necessários o registro de empresa na Junta Comercial, o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) na Receita Federal do Brasil e a Inscrição Estadual no Cadastro Geral do Contribuinte do Tesouro do Estado (CGC-TE) na Secretaria da Fazenda do Estado. (Observar item 11º).

B)Comercialização a partir da constituição de cooperativa - Uma das formas de obter a formalização tributária é mediante a constituição da cooperativa. Conforme a Lei n° 5.764/71, que define a política nacional de cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, define as mesmas como associações sem fins lucrativos e têm como objeto a representação dos seus associados através de atos cooperativos.

C) Comercialização como microprodutor rural – É possível comercializar os produ-tos agroindustrializados através do Bloco de Produtor Rural desde que cadastrado no Programa da Agroindústria Familiar do Estado do Rio Grande do Sul, criado pelo Decreto 40.079 de 09/05/2000. A lei estadual nº 10.045, de 29/12/1993, estabe-lece tratamento diferenciado às microempresas, aos microprodutores rurais e às empresas de pequeno porte, regulamentado pelo Decreto-Lei nº 40.248, de 17/08/2000, que fez a alteração Nº 905 no Art. 1º do Livro I do regulamento do ICMS, ficando acrescentado à alínea “C” ao inciso XVIII’’.

A comercialização como microprodutor rural fica vinculada à instrução normativa DRP Nº 039/00 para os seguintes produtos:

• Carne e produtos comestíveis resultantes do abate de aves e de gado vacum, ovino, buba-lino, suíno e caprino, bem como do abate de coelhos e rãs, inclusive salgados, resfriados ou con-gelados; banha suína; pescado em estado natural, congelado ou resfriado; conservas e compo-tas de legumes e frutas; geleias e doces; preparações alimentícias compostas para crianças; hortaliças, verduras e frutas frescas; grãos e cereais; farinhas de cereais, de mandioca e de pei-xe; ovos frescos; leite fresco pasteurizado e os produtos comestíveis dele resultantes; pães, bolos, cucas, biscoitos e massas frescas; melado, açúcar mascavo e rapadura; mel; erva-mate e vegetais para o preparo de chás; plantas aromáticas e condimentares e essências vegetais.

IMPORTANTE: Os produtos devem estar devidamente acondicionados e rotula-dos, registrados no órgão de vigilância sanitária competente e, portando o selo de identificação do programa.

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Geração de Renda e Qualidade de Vida no Meio Rural!

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4º - ELABORAR PROJETO TÉCNICO, SANITÁRIO E AMBIENTAL; A. Para encaminhar a licença sanitária - A legislação sanitária define como

competência privativa do poder público a inspeção, a fiscalização e a vigilância sanitária de alimentos.

• Grupo dos produtos de origem vegetalO licenciamento dos produtos de origem vegetal, com exceção das bebidas, é de com-

petência do Ministério da Saúde. Para obter a licença sanitária de produtos de origem vegetal (doces, conservas, derivados da cana-de-açúcar, panificados, entre outros) no estado do RS é necessário encaminhar o alvará de funcionamento de estabelecimento junto às coordenadorias regionais de saúde. Mais recentemente com a resolução da Comissão Intergestores Bipartite/RS – CIB nº. 250/07, os municípios que aderirem podem fazer o licenciamento sanitário de produtos de origem vegetal.

• Grupo dos produtos de origem animal O licenciamento dos produtos de origem animal é de competência do Ministério da

Agricultura. A Lei Federal nº. 7889, de 1999, delega competência aos estados e municí-pios a realizarem o licenciamento sanitário de produtos de origem animal. Com isso, a ins-peção sanitária de origem animal conta com os serviços de inspeção federal, estadual e municipal. Encaminhar projeto técnico para ser analisado pelo órgão sanitário responsá-vel. A aprovação do projeto técnico pelo órgão sanitário indica a liberação para início da construção ou reforma. Finalizada a construção ou reforma é momento de pedir a visto-ria. O parecer favorável na vistoria indica o momento de fazer registro dos produtos. Por último, é solicitado o registro de estabelecimento.

• Grupo das bebidas Conforme a Lei Federal nº 8.918, de 14/07/2004, que dispõe sobre a padronização,

a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas, autoriza a criação da Comissão Inter-setorial de Bebidas e dá outras providências. A licença sanitária para bebidas é de compe-tência do Ministério da Agricultura e é obtida no Serviço de Inspeção Vegetal – SIV. Os pro-cedimentos administrativos para registrar as bebidas são análise de projeto, vistoria, registro de produto e registro de estabelecimento.

D. Para encaminhar licenciamento ambiental - O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente. A legislação ambiental é de competência do Ministério do Meio Ambiente.

No Rio Grande do Sul, a licença ambiental para agroindústrias é obtida junto à Funda-ção Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM ou pelo município quando esse aderiu ao

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Sistema Integrado de Gestão Ambiental – SIGA podendo ele licenciar as agroindústrias de pequeno porte e baixo potencial poluidor. O procedimento administrativo para licen-ciamento ambiental compreende três etapas, como segue: Licença Previa (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO).

Para agroindústrias de pequeno porte, observar a Resolução nº 385, de 27/12/2006, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, que institui a Licença Única de Instalação e Operação – LIO.

Importante: Conforme a Resolução FEPAM nº 02, de 26/06/2007, que dispõe sobre a padronização dos procedimentos para licenciamento e cobrança do ressarcimento dos custos das licenças ambientais em seu Art. 11º, § 5 – o desconto no valor dos custos para os empreendedores que atendam aos critérios do sistema PRONAF passa a ser de 80% do valor das licenças.

5º - As aprovações dos projetos no órgão sanitário e ambiental indicam a per-missão para o início da construção ou reforma;

6º - Finalizada a construção ou reforma é solicitada a vistoria do órgão sanitá-rio e ambiental;

7º - Dado o parecer favorável do órgão ambiental, constitui a Licença de Opera-ção - LO ou Licença Única de Instalação e Operação - LIO;

8º - Na Saúde (produtos de origem vegetal) solicitar alvará de funcionamento;

9º - Na agricultura (produtos de origem animal) pedir registro de estabeleci-mento;

10º - Na agricultura (bebidas) pedir registro de estabelecimento; e

11º - As garantias previdenciárias:A comercialização de produtos agroindustriais não exclui o produtor e os demais com-

ponentes do grupo familiar da condição de segurado especial junto à Previdência Social (Lei n° 8.213/91, art.11, VII, §8º, V), observando o seguinte:

a) Não constituir empresa (com CNPJ); (Lei 8.213/91, art.11,VII);b) Não ter empregados – só é possível contratos temporários por um período máximo

120 pessoas/dia durante o ano civil (janeiro a dezembro). (Lei 8.213/91, art.11, VII, §§1º, 7º);

c) Produtos, inclusive o artesanato, cuja matéria-prima não é própria à venda não pode ultrapassar mais de um salário mínimo por mês. (Lei n° 8.213/91, art. 11, §9º, VII). Sendo a matéria-prima própria não há limitação para comercialização; e

d) Ser sócio de associação ou cooperativa não prejudica a condição de segurado espe-cial, exceto se exercer alguma função remunerada. (Lei n° 8.213/91, art.11, §8º, VI).

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Procure em seu município o

Sindicato dos Trabalhadores Rurais

ou o Escritório Municipal da Emater.

Maiores informações:Maiores informações:

ELABORAÇÃO:

FETAG-RSRua Santo Antônio, 121

CEP 90220-011 - Porto Alegre-RSFone (51) 3393.4866 - Fax (51) 3393.4871

www.fetagrs.org.bre-mail: [email protected]

Emater/RS - Ascar Escritório CentralRua Botafogo, 1051 - Bairro Menino Deus

Caixa Postal 2727 - CEP 90150-053Porto Alegre - RS

Fone: (51) 2125 3144Fax: (51) 2125 3154 e 2125 3090