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S R É V RÉS-VÉS Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão - Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos - Ano 2 - nº7 - jun. 20120,75 RV Suplemento Cantigas do maio O 25 de Abril foi comemorado a preceito na Josefa, incluindo uma homenagem aos 25 anos da morte de Zeca Afonso. Da Josefa para o Mundo Entrevista com Kátia Santandréu P5 Roberto recebeu a cadeira nova Royston Smith tinha 95 anos. Nasceu a 7 de Julho de 1916 e faleceu a 26 de abril de 2012. Com 24 anos, em 1940, entrou, como soldado, para o exército inglês. Estávamos em plena 2ª Guerra Mundial. A 22 de fevereiro de 1962 veio viver para Portugal. Dia 15 de março esteve na Jose- fa onde partilhou a sua experiência de vida e a sua participação na 2ª G.M. Foi a sua última participa- ção num evento público. Faleceu um mês depois. Deixamos aqui a nossa homenagem ao homem, ao militar, ao professor de inglês, ao cidadão do mundo que muito nos honrou com a sua presença. P8 Goodbye old chap “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”. S4 Foram conversas com personalidades femininas de várias áreas profissionais, servidas com o charme de mulheres portu- guesas ilustres. P6 http://e-josefadeobidos.edu.pt/jornal.html [email protected]

Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão - Escola ...e-josefadeobidos.edu.pt/resves/resves7.pdf · outra das que mais odiava. Fui registando essas pala-vras no quadro. Assim,

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S R É

V RÉS-VÉS

Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão - Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos - Ano 2 - nº7 - jun. 2012—0,75 RV

Suplemento

Cantigas do maio O 25 de Abril foi comemorado

a preceito na Josefa, incluindo

uma homenagem aos 25 anos

da morte de Zeca Afonso.

Da Josefa para o Mundo

Entrevista com Kátia Santandréu P5

Roberto recebeu a cadeira nova

Royston Smith tinha

95 anos. Nasceu a 7

de Julho de 1916 e

faleceu a 26 de abril

de 2012. Com 24

anos, em 1940,

entrou, como soldado,

para o exército inglês.

Estávamos em plena

2ª Guerra Mundial. A 22 de fevereiro de 1962 veio

viver para Portugal. Dia 15 de março esteve na Jose-

fa onde partilhou a sua experiência de vida e a sua

participação na 2ª G.M. Foi a sua última participa-

ção num evento público. Faleceu um mês depois.

Deixamos aqui a nossa homenagem ao homem, ao

militar, ao professor de inglês, ao cidadão do mundo

que muito nos honrou com a sua presença. P8

Goodbye old chap

“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a

caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que

colher”. S4

Foram conversas com personalidades

femininas de várias áreas profissionais,

servidas com o charme de mulheres portu-

guesas ilustres. P6

http://e-josefadeobidos.edu.pt/jornal.html [email protected]

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2 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Editorial Consolidação do

Agrupamento Ao chegarmos a este momento, constatamos que

foi mais um ano de cresci-

mento e de consolidação do

Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gus-

mão.

Reforçaram-se, ao longo do ano letivo que agora termi-

na, as atividades musicais e

desportivas. Sentimo-nos confiantes do reconheci-

mento da nossa qualidade e

empenho junto da comuni-

dade educativa que servi-mos, nomeadamente, na

parceria entre a Associação

Resgate e a Escola Josefa de Óbidos, no âmbito do

Projeto “Ao Encontro”.

Tendo já no horizonte o próximo ano letivo, esta-

mos empenhados no lança-

mento e organização do

mesmo que queremos ain-da mais entusiasmante e

profícuo do que o que ago-

ra termina.

Suplemento O jornal está mais “gordo”. Por razões inimputáveis à

redação e aos colaborado-

res do jornal, só foi possí-vel editar um número neste

3º período, ao contrário do

que estava previsto e era

desejável. Houve muitas atividades

realizadas no Agrupamento

que mereciam ser publica-das e dadas a conhecer no

Rés-Vés. Atendendo à

importância e significado

desse dinamismo, resolveu a redação criar, junto deste

número, um suplemento

que permitisse uma divul-

gação o mais adequada.

Requiem a um jovem

de 95 anos Royston Smith esteve na

Josefa cheio de vida e de entusiasmo a transmitir em

palavras e imagens a sua

participação na 2ª Guerra Mundial. Durante 90 minu-

tos falou português pren-

dendo a atenção, por com-

pleto, de uma plateia reple-ta de jovens e adultos, cau-

sando algum espanto a sua

capacidade de resistência, conhecimento e lucidez.

Um mês depois, no Hospi-

tal dos Capuchos, foi inter-nado e pereceu em paz.

RIP.

Boas férias O ano letivo está quase a

terminar. Para aqueles que ainda vão

realizar as Provas Finais e

Exames, o RV deseja-vos

os melhores sucessos, relembrando que o mesmo

só se obtém com trabalho e

empenho. Para os que terminam hoje,

dia 8 de junho, desejamos

umas boas férias, apesar da

crise. Aproveitem o tempo da melhor maneira.

Contamos com uma maior

adesão da comunidade edu-cativa na persecução do

projeto Rés-Vés. A redação.

A Abrir junho 2012

Exemplos a ter em conta Dá muito gosto ser profes-

sora de alunos como a

Beatriz Rodrigues do 6ºB!

Numa aula de Estudo

Acompanhado pedi aos alu-nos que registassem no seu

caderno as cinco palavras de

que mais gostavam e as cin-co que mais odiavam. A sua

escolha poder –se –ia basear

em qualquer aspeto: conteú-do, fonética, grafia.

De seguida, cada aluno só

podia apresentar uma pala-

vra das que mais gostava e outra das que mais odiava.

Fui registando essas pala-

vras no quadro. Assim, ficámos com 28

palavras “bonitas” e outras

28 “horríveis”. Depois de lermos as duas listas em voz

alta, começámos a atribuir-

lhes cores e formas e a asso-

ciar-lhes sentimentos. De seguida, pedi-lhes que

escrevessem um texto utili-

zando as palavras que qui-sessem daquela longa lista-

gem. A única obrigatorieda-

de era a presença da seguin-

te expressão: “…das pala-

vras dançarinas…”, que

poderia surgir em qualquer

parte do texto. Prof.ª Isabel Pimenta

Palavras amigas

Das palavras dançarinas,

Peguei numa ao colo, Senti o seu calor,

Quente e acolhedor.

Era macia, delicada e doce.

“Algodão”.

Parecia-me calma. Cheia de alegria,

Desprendeu-se dos meus

braços,

Saltou do meu colo E foi ter com as amigas.

Experimentei outra. Era escura, fria e áspera.

“Escuridão”.

Lembrou-me a tristeza, a desilusão.

Sem parar para pensar,

Pousei-a devagarinho no

chão, E, sem se voltar, foi-se

embora a resmungar.

Esforcei-me por sair,

Despedir-me das palavras.

Qualquer dia vou voltar,

Na certeza de que te vou

levar.

Beatriz Rodrigues

Louvor especial Um louvor

especial à alu-

na Patrícia

Panta (foto), do 6ºD, pelo seu excelente desempenho

como Delegada de Turma.

Esteve sempre disponível a colaborar com a DT, com os

professores da turma e com

a direção, sempre que solici-

tada, principalmente, para melhorar atitudes e compor-

tamentos de colegas.

Profª Luísa Martins

Rés-Vés Propriedade do Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de

Gusmão. Escola sede - Escola Básica e Secundária Josefa de Óbi-

dos - Rua Coronel Ribeiro Viana, nº11 - 1399-040 Lisboa - tel.

213929000, fax.-213929003

Coordenação: F. Lopes e R.F.Pires

Professores Colaboradores: Ana Correia, Ana Marques, Fer-

nanda Pinto, Helena Falcão, Helena Medeiros, Isabel Pimenta,

Luísa Martins,, Mário Araújo e Sandra Dias.

Participação especial: Ana Cristina Arsénio e Elsa Santos.

Redação (alunos): Assunção Abreu, Beatriz Rodrigues, Dinis

Freire, Francisca Alves, Frederico Brito, Joana Almas, Joana L.,

Joana Ribeiro, Joana Simões, João L., Madalena Nobre, Margari-da Matos, Maria Campos, Maria Lobo, Matilde Durão, Matilde

Silva, Oleksiy O.; Regina V., Vanessa D., Vasco L., Violeta

Adão.

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junho 2012 Desporto

3 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Filipe Coelho, professor de educação física nas

AECs da EB1+Jardim

de Infância Engº Ressa-

no Garcia é o treinador de infantis do Benfica.

Conquistou, em abril, a

31.ª edição do Torneio Internacional de futebol

infantil da Pontinha.

Parabéns dos alunos,

funcioná-rios e

colegas,

ao profes-

sor Filipe e augúrios

de mais

sucesso na sua carrei-

ra.

RV

Realizou-se nos dias 6 e 7

de Abril o XV Torneio da

Páscoa do Desportivo

Domingos Sávio tendo

como patrono um dos fun-

dadores do clube e figura

emblemática do Desporti-

vo Domingos Sávio, Sr.

António Silva.

O grande vencedor do tor-

neio foi o Sport Lisboa e Benfica que venceu nas duas

categorias (Escola e Inicia-

do)..

Parabéns à organização por este grande evento que mui-

to dignificou a modalidade e

ao mesmo tempo homena-geou um homem, símbolo

de dedicação e altruísmo

abnegado na formação de muitos jovens, hoje adultos

e com muito carinho, agra-

decem com um “Muito obri-

gado Ti António”. Parabéns

também aos alunos da nossa

escola, participantes no tor-

neio defendendo as cores do DDS.

No final, o troféu para o

jogador mais regular do DDS da equipa de Escolas

foi entregue a Leonardo

Martins (Leo ) e o Troféu para o jogador mais regular

do DDS da equipa de Infan-

tis foi entregue a Rodrigo

Malainho ambos alunos da

Escola Secundá-ria Josefa de

Óbidos Curiosa-

mente estes

escalões são constituídos na

maioria por alu-

nos desta Escola

Escolas – Bruno Barbosa

(5.º C), Leonardo Martins

(5.º B), Marco Pires (5º E),

Pedro Almanço (5.º D),

R a f a e l M o u r a

(5.º C) .

Infantis - Diogo

Pipa (7.º

G), Rodrigo Oliveira (6.º C), Filipe Ferreira (6.º C),

André Polido (6.º

C), Pedro Vilas Boas (6.º C),

Duarte e Tomás

Miranda (7.º G),

Rodrigo Malai-nho (6.º B)

Fazem ainda par-

te desta equipa, mas não partici-

param no torneio:

Pedro Tiroa (6.º ) e Ricardo Matos (6.º C)

Ana Cristina Arsénio (EE)/

RV

A JOSEFA NO XV TORNEIO DA PÁSCOA DO DDS

Em fevereiro, vários alunos des-tacaram-se no Corta-Mato EAE

Lisboa Cidade, que se realizou no

Parque da Bela Vista, no âmbito

do Desporto Escolar. A Escola esteve representada por

alunos de cada escalão/género no

total de 43 incluindo 6 alunos do núcleo de Desporto Adaptado

que participaram na corrida e na

marcha.Todos os alunos estão de

parabéns, participaram

de forma

desportiva e

honraram a escola com

as respetivas

participa-ções.

Profª Fernanda Pinto

Professor e campeão Sucesso no corta-mato

Escola de Judo Nuno Delgado JUDO - Parceria de sucesso

A nossa escola revela um dinamismo irrepreensível em várias áreas. O desporto não é exceção.

A parceria com a maior escola de judo do país con-

tinua a ser um sucesso. O projeto inovador da

Escola de Judo Nuno Delgado (EJND), é um proje-to inovador e uma escola de formação a vários

níveis, nomeadamente, desportivo, pessoal, cívico

e social. Os nossos alunos têm ganho vários pré-mios, nas várias competições em que estiveram

presentes. O prémio maior será, sem dúvida, a con-

tribuição desta modalidade para a sua formação pessoal, cívica e social. RV

Ruben Ferreira, 6ºG,

o grande vencedor.

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4 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secaundária Josefa de Óbidos

Notícias da Josefa junho 2012

As visitas do nosso contentamento

El 23 de marzo de 2012 los alumnos de español de los profesores André,

Rosário y Elisabete, hicieron el viaje

más esperado del año: fueron a Méri-

da. Además de estos profesores estu-vieron con nosotros la profe Paula

Vasco, Ana Santos, Cristiana, María

José, João Sousa y otros que tornaron este viaje muy agradable. Fueron

alumnos entre el 7º y el 11º curso y

nos divertimos bastante.

Fue un viaje largo pero interesante.

Salimos con el objetivo de visitar las

ruinas romanas. Por la mañana visita-

mos el teatro y el anfiteatro romano, donde pudimos comprender la dife-

rencia entre los espectáculos del pasa-

do y los de hoy. Después del gran calor que cogi-

mos, fuimos almorzar

junto al rio donde pasaba

una brisa muy refrescan-te. Después de la siesta

española volvimos a la

ciudad para visitar el circo romano, un paisaje

bonito en el que sacamos

algunas fotos con nues-tros profesores.

El viaje de regreso en autobús fue

animado pues mientras unos dormían,

otros cantaban y otros mareados no veían la hora de llegar.

En este viaje conocimos una ciudad

nueva así como un poco más de su

historia, y lo hicimos en medio de

amigos y de una forma divertida, por

eso para mí es un viaje a repetir. Joana Ribeiro, nº 19 10ºB

El viaje de piedra

Na capital europeia da cultura O atelier de Educação Geográfica visitou Guimarães, o Gêres, Marialva, entre outras

localidades. Esteve na Albuifeira da Cani-

çada, no Domus Municipalis e noutros

locais de interesse cultural e paisagístico. RV

O 10ºC—turma do curso de téc-nico de Vendas— visitou a pedia-

tria do Hospital D. Estefânia, a

fábrica da Cola-Cola, o Museu

dos Coches e o Museu de

E t n o l o g i a .

Foi uma for-ma enrique-

cedora dos

alunos con-t a c t a r e m

com a reali-

dade social. RV

Fora de portas Visita à Serra da Estrela por Madalena Nobre Não havia muita neve, mas era a sufi-ciente para brincarmos e ficarmos satis-

feitos. O professor Manuel da Clara

entrou numa guerra de bolas de neve

com os alunos. Depois da diversão, fomos para o alojamento.

A partir das 23h00 tivemos de fazer

silêncio e dormir. Mas, poucos foram os que adormeceram de imediato. Os alu-

nos passaram muitas horas a conversar e

a fazer partidas uns aos outros. Consta que nos quartos dos rapazes apareceram

duas velhas fantasmagóricas que assusta-

ram alguns dos alunos.

No dia seguinte, após o pequeno almoço, despedimo-nos das irmãs que nos tinham

recebido de uma forma muito simpática. Fomos até Seia e apanhámos o comboio

até ao Museu do Pão.

Almoçamos em Seia, numa escola.

Tivemos a oportunidade de conviver, divertir-nos, conhecer novos colegas e

fazer novos amigos.

Foi uma experiência inesquecível.

A Torre com

alguma neve.

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junho 2012 Da Josefa para o Mundo

5 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Kátia Góis estudou na Josefa do 9º ao 12º anos. Na altura, o seu sonho era ser primeira minis-tra e seguir um percurso político. Agora, conhecida como Kátia Santandreu (o apelido do pai substituiu o da mãe) é uma ótima professora de música no conservatório de Setúbal e está constantemente à procura de novas tendências e novas sonoridades. A música é a sua paixão, ao ponto de ‘divorciar-se’ do curso de psicologia no penúltimo ano da licenciatura.

Rés-Vés: Com que ida-

de começou a tocar

instrumentos?

Kátia: Com 7 Anos.

Porque escolheu a viola

d’arco?

Foi por acaso. Eu queria

estudar piano, mas a escola não tinha vagas.

Foi então que a minha

professora de Iniciação Musical sugeriu que eu

fosse para a Viola

d´Arco. Não me arre-

pendo nada!

Faz parte de algum

grupo? Como se chama

esse grupo e há quanto

tempo?

Neste momento faço

parte de dois grupos, dois quartetos de cordas. Um

mais antigo, o “Encore

Ensemble” e outro muito

recente, o “QuatroSóis”. Este é muito interessante

pois o nosso repertório é

apenas música popular dos países de língua portugue-

sa, com arranjos para quar-

teto de cordas. Vamos

estrear no fim de Maio, com música de Cabo Verde

e do Brasil.

Falando da sua vida esco-

lar. Conte-nos o seu per-

curso escolar. Quando

andou na Josefa e após

isso qual o curso que

tirou ou está a tirar?

Estudei até ao 9º no Institu-

to Español de Lisboa, pois tenho dupla nacionalidade,

chilena/portuguesa. Depois

fui para a Josefa, onde estu-dei até ao 12º ano. Decidi

então ir para Psicologia. Entrei no ISPA e fiz até ao

4º ano de Psicologia Clíni-

ca. Mas a música falou

mais alto e decidi então ir

tirar a Licenciatura em Vio-la d´Arco, na Escola Supe-

rior de Música de Lisboa.

Tenciono no próximo ano lectivo ingressar na mesma

para fazer o Mestrado em

Ensino da Música.

Como conciliou o estudo

regular com a aprendiza-

gem da música? Foi fácil?

Os estudos foram preju-

dicados com essa vontade

de aprender músi-

ca?

Não é fácil conciliar

o estudo da música

com a escola. É pre-ciso ter muita força

de vontade, dedica-

ção e organização. Mas tudo é possível,

e continuei sempre a

ter bons resultados na escola, e a ter tempo

para sair e para estar

com os meus amigos!

Como diz o ditado: “Quem corre por gos-

to, não se cansa”!

Como sabe, a Josefa

tem o ensino articu-

lado de música.

Qual a sua opinião sobre

esta opção pioneira da

Josefa na formação do

jovem, futuro cidadão

interveniente na socieda-

de.

Eu acho o ensino articulado

uma ideia fantástica. Não até há muito tempo, era

preciso ter bastante dinhei-

ro para se poder estudar

música. A música não era para todos. E com o ensino

articulado, qualquer aluno

que tenha interesse, poderá estudar música. O que é

muito bom!

Que influência acha que

tem o acompanhamento

dos pais na formação e

educação do cidadão?

A influência dos pais é muito importante. Os pais

que acompanham os filhos,

ajudam a que estes tenham um melhor desenvolvimen-

to na sua formação e educa-

ção. Na música, por exem-

plo, o papel dos pais é mui-to importante no acompa-

nhamento dos filhos, pois

não é fácil a organização do

tempo de estudo, das aulas, dos ensaios, dos concertos.

E ter uns pais empenhados

e atentos facilita muito a evolução do aluno.

Foi uma das representan-

tes de Portugal na Expo

Saragoça, atuando no

pavilhão de Portugal. Que

representou para si esse

momento? Fui tocar ao pavilhão de

Portugal, na Expo de Sara-

goça com um quarteto da Orquestra Sinfónica Juve-

nil. É sempre bom poder

representar Portugal, lá

fora, e poder mostrar que aqui também se faz música

de qualidade. Sinto sempre

orgulho em ser Portuguesa! (continua na pág. 8)

O mundo da Kátia Santandreu

Kátia com Tito Paris

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Destaque - Eventos do Rés-Vés junho 2012

6 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Conversas com charme A Direção da escola, o Jornal Rés-Vés, a BEJO e a Associação de

Pais e Encarregados de Educação da Escola Josefa de Óbidos

(APEEJO) organizaram este evento denominado «março no femini-

no—Conversas com Charme». Foram diálogos com personalidades

femininas de várias áreas profissionais, servidas com o charme de

mulheres portuguesas ilustres.

A Josefa de Óbidos vestiu-se, pois, de cor de rosa, tendo como palco a biblio-teca BEJO. Participaram várias entidades da comunidade escolar e civil: A

Associação de Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde; Seniores

do Recolhimento Nª. Srª do Carmo da Lapa, no âmbito do Projeto “Ao Encon-

tro” (parceria entre a Associação Resgate e a Escola Josefa de Óbidos); a Asso-ciação de Cozinheiros profissionais de Portugal (ACPP). Este evento foi um

sucesso, ultrapassando as expetativas iniciais dos organizadores, pela adesão e

pelo «feedback» muito positivo que teve. Todos os intervenientes são unânimes em considerar que atividades de reconhecido valor pedagógico e cultural, como

esta, devem ocorrer com mais regularidade e periodicidade. Assim, a crítica

quase que exige uma 2ª edição das «Conversas com Charme» para o próximo

ano letivo.

Ser mulher Visão dos alunos de LPO do 7º ano,

da professora Helena Medeiros

Dia da

Mulher

1 2 3

4 5 6

7 8

9 10

1. Luísa Fonseca; 2. Inês Castel-Branco; 3. Ângela Pinto; 4. Sónia Matias; 5. Regina

Correia; 6. Isabel Moreira; 7. Filipa Vacondeus e participantes; 8. Representante do

Recolhimento; 9. Paulo Parreira, Liliana Silva e Rogério Ferreira; 10. AAAESCV.

O que pensam

as raparigas

O que pensam

os rapazes

... receber

mimos.

... ser um doce

com muitas

cores.

... ter de aturar o

patrão para sus-

tentar a família.

... cuidar dos

filhos como se

não houvesse

amanhã.

... inventar his-

tórias para acal-

mar os filhos.

... recordar os

momentos pas-

sados.

... ter saudades

da infância.

... ser respeitada

pelos homens.

... ser motivo

para os homens

sorrirem.

... querer ver

todos os dias a

novela.

... ter a mania

que se está sem-

pre a engordar.

... ser mais mei-

ga do que o

homem.

... ter um armá-

rio cheio de

roupa e não ter

nada para vestir.

... viver no cen-

tro comercial

... ter azar no

amor e saber

reconstruir a sua

vida.

... ter o mundo

na mala.

... ter de aturar

as conversas

secantes do

marido ou

namorado.

... ter um quarto

só para produtos

de beleza.

... andar com

saltos de 15 cm

sem cair.

... controlar os

excessos do

marido.

... sangrar cinco

dias seguidos e

não morrer.

... conseguir

carregar um

filho no ventre

durante nove

meses.

... chorar por

tudo e por nada.

... não ser derro-

tada em nenhu-

ma circunstân-

cia.

... afogar as

lágrimas em

doces.

... agarrar as

oportunidades

da vida.

... ser perfeita. ... ser uma flor

viva e linda que,

se não tiver

amor, murcha.

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junho 2012 Josefa dinâmica

7 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Escola em movimento

1. Dia da Criança, na Tapada das Necessidades; 2. Prfª Ilda explica ao Pedro o significado do Dia das Espigas; 3. Feira e Exposição de Minerais, Fósseis e Gemas; 4. A escritora Luísa Fortes da Cunha na BEJO; 5. A Orquestra de Guitarra

Clássica da FMAC/APEEJO; 6. Fátima Fragoso apoia danças de salão nas aulas de Ed. Física; 7. «Os Gatos» do 5ºE

acompanhados pelos professores F. Lopes e Ana Marques, dramatizaram «O Gato» de Vinícius de Moraes no Sarau dos

Séniores da Junta de Freguesia dos Prazeres; 8. Alunos do 4º ano entram em contacto com o Ensino Articulado de Músi-ca, lecionado no 5º ano; 9. A professora Armanda Sanches apresentou, na BEJO os dois primeiros livros de uma coleção

juvenil sobre a História de Portugal, da sua autoria; 10. Mónica Garcez, professora de Expressão Dramática e Formadora

na área de Arte e Educação, deu uma aula de expressão dramática ao 5ºB.; 11. Venda de produtos hortícolas provenien-tes da horta dos alunos de EMRC; 12. Dia da Poesia na BEJO.

1

2

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11 10

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O Rés-Vés deslocou-se ao escritó-

rio do sr Royston Smith, em março.

O sr Royston revelou sempre uma

grande capacidade de resposta às

questões colocadas, o que para uma

pessoa de 95 anos era algo extraor-

dinário.

Foi soldado na 2ª Guerra Mundial

durante aproximadamente 1 ano.

Passou esse tempo fora do campo

de batalha, num campo de treinos

onde pouco ou nada chegava sobre

o desenrolar das hostilidades. Nun-

ca considerou os alemães seus ini-

migos. Os Nazis, sim, esses eram

“pessoas feíssimas”. RV

8 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Notícias da Josefa junho 2012

O paciente inglês

O mundo de Kátia Santandreu (continuação da pág. 5)

O mundo da música abriu-lhe o

conhecimento de outros pares,

nomeadamente dos países da CPLP.

Como é que isso aconteceu? Com

que artistas tem atuado?

Fui chamada uma vez para tocar com

uma orquestra de cordas com o cantor cabo-verdiano, Tito Paris, em concer-

tos em Cabo Verde. A partir daí come-

cei a tocar música de Cabo Verde com muito mais frequência. Além do Tito

Paris, toquei com o Bana, Leonel

Almeida, Sandra Horta, Rita Lobo,

Paulo Flores, Matias Damásio, Yuri da Cunha, Don Kikas entre outros....

Muitos dos artistas com quem tem

trabalhado são de Cabo Verde. Essa

colaboração tem ocorrido, quer lá

como cá. Alguma razão especial para

essa ligação?

A relação com Cabo Verde começou por acaso, mas hoje em dia tenho uma

relação tão grande e tão intensa que,

Cabo Verde já faz parte da minha vida. Amigos músicos cabo-verdianos já me

chamam de “crioula”! Não é por acaso

que a estreia do “QuatroSóis” vai ser essencialmente com mornas de Cabo

Verde.

Quer deixar uma mensagem, como

ex-aluna da escola que atingiu o

sucesso, aos atuais alunos e princi-

palmente àqueles que querem seguir

uma carreira musical?

Sinto-me completamente realizada

com a profissão que tenho. Nem sem-

pre soube o que quis ser, e até passei

por outro curso até decidir seguir a car-

reira musical, mas hoje tenho a certeza

que faço aquilo que mais gosto. Por

isso, nunca desistam dos vossos

sonhos, por muito que estes pareçam

difíceis e inacessíveis. Tudo é possível

com esforço e dedicação. E como digo

aos meus alunos o “Não Consigo” é

uma “palavra” que não vem no dicio-

nário! RV

Royston Smith tinha 95 anos. Nasceu a 7 de Julho de 1916 e faleceu a 26 de abril de 2012. Com 24 anos, em 1940, entrou, como soldado, para o exército inglês. Estávamos em plena 2ª Guerra Mundial. Viveu em Brighton, numa casa que tinha vis-

ta para a praia. A 22 de Fevereiro de 1962 veio viver para Portugal, para a zona da Estrela. Começou a dar aulas de inglês e

elaborou o seu próprio método de ensino da língua. Dia 15 de março esteve na Josefa onde partilhou a sua experiência de

vida e a sua participação na 2ª G.M. Foi a sua última participação num evento público. Faleceu alguns dias depois. Deixa-mos aqui a nossa homenagem ao homem, ao militar, ao professor de inglês, ao cidadão do mundo que muito nos honrou

com a sua presença.

...Não existem palavras para descrever a Inteligência, a Sabedoria, Cultura,

Lucidez, Sentido Prático, Ecológico da

Vida...Eras, sem dúvida, um Pequeno

Grande Homem. Pragmático, Eloquen-te, Culto, Inteligente, Racional, Celiba-

tário, Solitário, mas nunca sozinho pois

apreciavas como ninguém os

bons serões culturais. Eras um Mentor,

uma Biblioteca Viva. E foi na Bibliote-

ca da Escola Básica e Secundária Jose-fa de Óbidos que viveu, sem dúvida,

um dos momentos mais felizes da sua

vida. Um Momento de Glória, partilha,

Eloquência… apesar do cansaço final...Foi um desafio superado estar

90m a falar em português sobre a sua

experiência como soldado e civil ao serviço do Exército Britânico, na 2ª

Guerra Mundial, as palmas, a ovação,

o reconhecimento, as fotografias...Sem

saber estavam a fazer a Merecida Homenagem ao autor e protagonista de

Memories of a Live Unlived...pois

pouco tempo depois era tempo de dizer...IT WAS A GREAT FRIEND-

SHIP BETWEEN US...BUT

NOW...IT`S TIME TO SAY ..TIME GOES BYE....COMO NO CASA-

BLANCA...um dos teus eternos Filmes

de Culto...Obrigada por tudo..fica a

Saudade mas acima de Tudo um pro-

fundo Respeito, Admiração e Gratidão.

Elsa Santos (Enc. Educação e amiga)

O Sr. Royston com elementos do Jornal

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9 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Em Matelândia o sol ainda mal se espreguiçava para

começar a brilhar no céu

matemático e já havia gran-

de azafama na casa do mMocho Sabe Tudo. O

Mocho Sabe Tudo e os seus

amigos juntamente com a Matefada Joaninha estavam

a fazer as malas… Iam via-

jar para o Mundo dos qua-driláteros.

- Não sei bem o que são

quadriláterros!- exclamou a

Matefada Joaninha -Ora, quadiláteros são poli-

gonos com quatro lados.-

afirmou o Gato matemático das botas enquanto afiava

as suas garras matemáticas.

-Pára de afiar as garras e faz a mala. –ordenou a Tar-

taruda Aquiles.

-Todos os dias de manhã

lambo o pelo e afio as gar-ras!- exclamou o Gato

Matemático das botas.

-Parem já com isso,- disse o Cão Euclides.

A Matefada continuava

intrigada com os quadrilá-

teros, e perguntou:

-

Mas todos os quadriláteros

têm os lados todos iguais?

-Não!!! – exclamou o Mocho Sabe Tudo!

E o Mocho Sabe Tudo reti-

rou do bolso das suas cal-

ças um mapa do mundo dos quadriláteros, abriu o mapa

e de repente todos os nos-

sos amigos ficaram espan-tados porque o mapa era

interactivo e mal se abriu

saiu de lado um quadriláte-ro mágico.

-olá amiguinhos! Eu sou o

quadrilátero quadrado e

vou guiar-vos pelo meu mundo. Nós os quadriláte-

ros somos poligonos de

quatro lados, e a primeira cidade chama-se Trape-

zium lá poderam encontrar

todas as casas feitas de tra-

pézios que são quadriláte-

ros com 2 lados paralelos dois a dois. Mais à frente

irão á vila paraleogrum,

onde a arquitectura se

caracteriza por quadrilate-ros com os lados paralelos

dois a dois, os paralelogra-

mos. Nessa vila são muito visitados a baia dos quadra-

dos, a montanha dos rectân-

gulos eo deserto dos losan-gos. Espero que se divirtam

no nosso mundo!

E Depois disto mapa

fechou-se! -Não sabia que haviam tan-

tos quadriláteros!- Excla-

mou espanatda a Matefada. -Mas há uns especiais!-

disse o Mocho Sabe Tudo!

-Pois, um losango tem os lados todos iguais! Logo

um quadrado é um losango!

- exclamou o Cão Euclides.

-E um quadrado tem os ângulos todos rectos como

um rectângulo! Logo tam-

bém é um quadrado!- afir-mou contente a Tartarurga

Aquiles.

-Mas um rectângulo não é

um qudardo porque não

tem os lados todos iguais, e um losango não é um qua-

drado porque não tem os

ângulos todos rectos!- disse

o Gato das Botas. -Já entendi!!! É mesmo

fácil!- afirmou contente a

Matefada! -Já todos fizeram as malas?

Estão pronto?- Perguntou o

Mocho Sabe Tudo -Sim.- responderam em

coro os nossos amiguinhos

matemáticos.

-Então vamos apanhar o nosso avião triangular, que

é feito de triângulos!- disse

o Mocho Sabe Tudo -E os triângulos são poligo-

nos com 3 lados, logo não

são quadriláteros!- Excla-mou a Matefada.

-Exactamente!- exclamou o

Mocho Sabe Tudo.

E assim os nossos matemá-ticos voaram para o mundo

dos quadriláteros… E o que

se passou por lá… isso é para

outra história!

Profª Ana Correia

A feira das Magias e Feitiços

junho 2012 Matemática e CFQ

Lise Meitner foi física, de origem

austríaca-sueca, que trabalhou

com o alemão Otto Hahn, quími-

co. Foi a primeira a identificar

experimentalmente o conceito de

fissão nuclear. Hahn publicou os

desenvolvimento sobre a fissão

nuclear, sem ter aceite Lise

como seu coautor, por esta ser

judia. Por este motivo, Hahn

estereótipo do modelo hitleriano

na Alemanha, recebeu o prémio

Nobel como único autor da des-

coberta em 1944. Em 1905, Lise terminou a licenciatura

e começou a fazer a tese de

doutoramento.

Neste ano, ela

publica,numa revista da espe-

cialidade, um

artigo sobre o processo que

denominou de

fissão nuclear. Meitner provou

que a divisão do átomo de urânio

liberta energia que por sua vez causa

fissão em mais átomos, libertando neutrões e assim sucessivamente,

dando origem a uma série de fissões

nucleares com libertação contínua de energia. Com essa descoberta, perce-

beu que era possível criar uma reação

em cadeia com capacidade para gerar

grandes quantidades de energia e que, se ela ocorresse de forma descontrola-

da, numa fração de segundos a liber-

tação de energia seria gigantesca, pro-vocando dessa forma uma explosão

de alto poder destrutivo (uma bomba

nuclear). Muitas pessoas consideram Lise

Meitner a "mulher mais importante na

ciência do século XX". Composição:

Profª S. Dias (CFQ)

A cientista que deveria ter recebido o Nobel

Otto Hahn

e Lise Meitner

CSI JOSEFA - A mulher na ciência

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10 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

A invenção da mágoa Iniciamos nesta edição do RV uma nova história escrita por mais um talentoso aluno da Josefa, o Frede-

rico Brito, do 6ºH. Este capítulo tem como título “Contas à vida”. Está inserido no livro I deste ensaio

literário. Fala-nos de uma família rica, os lagoa, que possuem uma enorme herança, proveniente do

comércio de açúcar, ouro e pedras preciosas, originários do Brasil. Numa missa dominical, Josefa

Lagoa, a filha mais nova e herdeira de uma parte da fortuna da família, conhece Tristão Von Krugell,

por quem acaba por apaixonar-se. Tudo muda quando Josefa apanha Tristão envolvido com Charlotte

Bechamel. Triste e desapontada, Josefa suicida-se porque achava que aquilo pelo qual valia a pena

lutar, não se iria realizar.

Escritores com talento Junho 2012

Livro I – A invenção da mágoa

I – Contas à vida

Esta história começa no século XVIII,

onde o açúcar vindo do Brasil era a

fonte de riqueza do nosso país, onde o

rapé ganhou o título de “moda nacio-

nal” e onde o chocolate começou a

ganhar a sua existência na vida dos

portugueses.

Na Aldeia do Gavião, na Serra de

S.Mamede, numa casa acastelada,

perto da aldeia, viviam os Lagoa, uma

família muito rica que dominava os

engenhos de açúcar e o comércio de

ouro e pedras preciosas do Brasil

(rubis, opalas, esmeraldas, diamantes,

etc.). Por isso tinham de pagar ao rei

D.João V (o primeiro rei absoluto da

História) a quintalada (ou o quinto de

tudo o que recebiam deste comércio).

Josefa Lagoa era a filha mais nova

dessa família burguesa. Tinha dezas-

seis anos e tinha quase idade para her-

dar a herança dessa abastada família.

Um dia, decidiu ir falar com o seu pai

acerca da parte da herança que iria

receber .

Bateu à porta e aguardou:

- Quem é? - perguntou Adriano, o pai

de Josefa.

- Sou eu, meu pai. – respondeu Jose-

fa.

- Ah, Josefa, minha filha, entra. –

pediu Adriano.

Josefa entrou na biblioteca e encon-

trou o pai, com um monte de papelada

relativa ao negócio da família.

Pé ante pé, como quem não quer per-

turbar, Josefa avançou,

respirou fundo e disse:

- Sabeis meu pai, tenho

estado a pensar e creio que

preciso de saber como vou

gerir essa parte da herança

da família que vós me

dareis. Como hei de fazê-

lo?

- Minha filha, é tudo uma

questão de organização.

Sabes, a estatística serve

para tu tirares…

- Sim, eu sei: conclusões para nós

tomarmos decisões para os nossos

engenhos. Mas, pai, eu não sei se vou

conseguir tomar essas decisões sozi-

nha.

Já estava farta de ouvir o pai afirmar

que ela iria conseguir. Ela só tinha

dezasseis anos e ter de cuidar de uma

parte da herança sozinha., assustava-a

muito.

- Mas não estás sozinha, a tua irmã

Cristina vai ajudar a gerir a tua parte

da herança —,garantia-lhe o pai.

Cristina era a irmã mais velha de

Josefa. Para além de ter recebido uma

parte da herança, tinha-se casado com

um nobre ligado à Casa de Bragança.

Josefa sentou-se no banco que estava

encostado à parede e balbuciou:

- Eu sei que pode ser difícil cuidar de

uma herança tão forte sozinha. Mas

Josefa, a tua irmã está a cuidar de

uma terra. E isso é muito mais com-

plicado do que uma herança. – após

estas palavras, Adriano deu um abra-

ço à sua filha enxaguada de lágrimas.

Durante esse abraço, Josefa sentiu um

arrepio na espinha. Mas esse arrepio

trouxe algo de positivo. Trouxe con-

fiança e esperança.

Logo a seguir a esse abraço, Josefa

limpou as lágrimas, levantou-se e

declarou:

-Pai, depois do carinho, da confiança

e da esperança que vós me destes,

sinto-me pronta para receber e irei de

vós um pai com orgulho da filha que

têm.

- É assim mesmo, Josefa. Estou tão

orgulhoso de ti! – elogiou Adriano.

Logo depois desta conversa, Josefa

retribuiu o carinho, dando-lhe um

abraço e um beijo na bochecha e saiu.

Lá fora, Josefa respirava de uma

maneira distinta à de que entrou na

biblioteca.

E depois foi-se embora.

[Continua]

Frederico Brito

No século XVIII, a extração do ouro foi a principal atividade económica no Brasil.

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Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

junho 2012 Escritores com talento

A casa assombrada— Capítulo 4, Parte 2

Randal olhou a toda a volta: o quarto tinha uma cama cheia de bonecos,

também esfarrapados como o ante-

rior. Uma lareira de pedra estava

colocada na parede do lado direito. Em cima dela, havia um relógio, cin-

co velas e um calendário do ano de

1998. Havia também, várias estantes atafulhadas de calhamaços. O apren-

diz de feiticeiro precipitou-se para

elas, para conseguir ler os títulos: “A magia no dia-a-dia”, “Como ganhar

dinheiro com simples passos de

magia”, “1000 maneiras para praticar

feitiços”, “A Real Schola de Feitiça-ria”, “Como combater o bem com

magia”, etc.

Randal andara nessa Real Escola de Feitiçaria, mas nunca treinara para

praticar o mal! Ele sentiu-se de repen-

te assustado. “O mestre supremo do mal na escola de feitiçaria chamava-

se Trevickson Sheverington! “Estou

na antiga casa do grande mestre do

mal!”, pensou Randal. Ao ver o esta-do de sobressalto dele, as raparigas

tentaram falar com ele. Estava hirto,

sem qualquer movimento. - Oh, não! Não me digas que ficou de

novo possuído! – exclamou Bruna.

Não, o aprendiz não estava possuído.

Apenas tinha entrado em transe. Quando finalmente “acordou”, decla-

rou:

- Eu sei quem viveu aqui. Trevickson Sheverington, o mestre do mal na

Schola era o morador da mansão.

- Schola? O que é isso? – interveio Bruna

- É como chamamos a Escola de Fei-

tiçaria. – explicou ele.

- Então, o que aconteceu a esse… indivíduo? – inquiriu Alex

- Morreu. Os demónios acabaram por

o devorar. Sabem, ele também estava possuído, uma força vital que o leva-

va a fazer coisas, que, provavelmente,

nem tinha intenção de as fazer! - Que horror! – respondeu Alex hor-

rorizada – Então isso quer dizer que

tu também… poderias ser devorado

quando estavas possuído! - Sim.

De repente, as traves do corredor

começaram a ranger. Os três, com

medo, esconderam-se em locais dife-rentes da divisão. Lily apareceu à por-

ta, fazendo com que os amigos saís-

sem dos seus esconderijos. A menina tinha uma mochila às costas.

- Qual é a tua ideia para nos assusta-

res assim? – perguntou Alex, ainda com o coração a bater depressa.

- Só quis vir para ao pé de vocês –

argumentou Lily

- O que é que trazes aí na mochila? – indagou Bruna curiosa.

- Ah, são só umas munições que eu

consegui arranjar na cozinha. Vamos para a sala. Não me agrada este sítio.

Randal estava com receio. “E se os

objectos ainda estiverem a voar?”,

pensou. Mas logo se equivocou. Tudo voltara ao normal. Lily e Alex encos-

taram-se no quarto de D. Prudência

Sheverington. Por curiosidade, Bruna puxou o bico

de uma das estátuas de corvo. Sem

saber, este movimento abrira uma passagem secreta atrás do retrato de

D. Prudência. O quadro da rainha,

automaticamente ascendeu. Alex e

Lily caíram no buraco e deslizaram por um túnel.

Quando Randal e Bruna repararam na

ausência das duas, aperceberam-se do recente buraco na parede. A escuteira

espreitou pela abertura. Constatou

que dava acesso ao cemitério. - O que aconteceu? – perguntou Alex.

- A Bruna accionou uma passagem secreta e nós caímos dentro dela! –

explicou Lily.

Alex olhou a toda a volta: estavam

num cemitério. Reparou que a neblina começava a crescer diante dos seus

olhos. Por fim, lobos começaram a

uivar. - Temos de sair daqui. – afirmou Alex

– E se nós nos depararmos com vam-

piros? - Não te preocupes, eu tenho tudo o

que é preciso. – Em seguida, tirou um

palito da mochila – Queres uma esta-

ca para lhes espetar no coração? - Mas que raio de estaca é essa? Só se

for para um vampiro bem pequeno. –

respondeu Alex. - Não consegui arranjar nada melhor

na cozinha!

Lily voltou a meter a mão na sacola, só que desta vez tirou um alho.

- Não te preocupes, Alex, eu vou pro-

teger-te – disse, mastigando-o.

A outra rapariga, horrorizada com o cheiro do hálito, exclamou:

- Que nojo, Lily! Não devias fazer

uma coisa destas! - Vamos! É a nossa oportunidade!

Depressa!

Começaram a correr saltando por

cima das campas. Era Lily quem esta-va à frente. Depois dela, vinha Alex,

com os olhos fechados e tapando o

nariz. Tinha o palito na horizontal com o bico para a frente. A rapariga

da frente parou para descansar. A

outra, ainda a correr, espetou a “estaca” nas costas de Lily. Esta lar-

gou um guincho agudo. Esfregando as

costas, reprovou Alex por a ter

magoado. - Não estava a ver por onde ia – des-

culpou-se ela.

- E agora? – perguntou Randal.

(continua no próximo número do RV)

À procura dos monges da floresta Estão de parabéns os alunos autores deste livro, já editado em versão experimental. Quem não leu, nas

edições anteriores do Rés-Vés, os capítulos anteriores ou quem tenha curiosidade de conhecer toda a

história, poderá consultar o livro na biblioteca BEJO.

Os autores desta obra: Vanessa D., Regina

V., Joana L., Vasco L., Oleksiy O. e João L.

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12 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão

Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos

Última Página junho 2012

Heróis com nome Os alunos com melhor aproveitamento no 2º período, por ano e por turma

Analisámos as pautas de avaliação do 2º período. Identificámos o

melhor aluno por turma. Fizemo-lo da seguinte forma: Somámos os

níveis de cada aluno e dividimos o total pelo número de disciplinas,

excepto EMRC. Automaticamente, excluímos os alunos que tinham

um nível ou menção negativos e faltas disciplinares. Em situação de

empate, verificámos a diferença entre as disciplinas de LPO e MAT e

nas áreas curriculares não disciplinares. RV

5ºA

Maria

Carmo

Wang Yi

Shu

Mafalda

Paradinha

Iara

Teixeira

Sofia

Fonseca

Vicente

Gerner

Leonor

Gomes

Diana Fernandes

Rita

Gomes

Pedro

Silva

Beatriz

Barata

Afonso

Batista

Raúl Nascimento

Nuno

Dias

David

Cabral

Laura

Ferreira

Leonor

Oliveira

Diogo

Martins

Catarina

Costa

João

Silva

Martim Gonçalves

Miguel

Fragoso

Carina Fernandes

Mariana

Farinha

Constança

Avares Duarte

Louro

Isabel

Oliveira

Inês

Palmares

Beatriz

Rodrigues

5ºB 5ºC 5ºD 5ºE 5ºE 5ºF 6ºA 5º

6ºB 6ºD 6ºE 6ºE

Sara

Carvalho

6ºF 6ºG 6ºH 7ºA

7ºB

Olga

Boyechko

7ºC 7ºD 7ºE 7ºF 7ºG

Irina

Spac

8ºA

Diogo

Oliveira

8ºB

Frederico

Bento

8ºC

João

Mateus

8ºD

Ana

Arrais

9ºA

Miguel

Paradinha

9ºB 9ºC 9ºD

Nádia

Garrido

9ºE 10ºA 10ºB 11ºA

Mariana

Aciel

11ºB 11ºC 12ºA

Ana Rita

Cunha

12ºB

Última hora

Ganhámos prémio de €10.000 A nossa escola venceu a 3ª edição do Orçamento Participativo de Lisboa.

Participámos com um projeto elabora-

do pelos alunos do 9ºB, o qual visava

obras de melhoramento nas instala-ções sanitárias da EB1 nº72.

O Orçamento Participativo da CM

Lisboa visa contribuir para o exercí-cio de uma intervenção informada,

ativa e responsável dos cidadãos nos

processos de governação local, garan-tindo a participação dos cidadãos na

decisão sobre a afetação de recursos

às políticas públicas municipais e pos-sibilitando, assim, ao executivo muni-

cipal corresponder às reais necessida-

des e aspirações da população.

Assim, dia 1 de junho, a turma do 9ºB (foto) foi receber o prémio, conquista-

do em nome da escola.

Parabéns aos alunos por elevarem bem alto o nome da nossa escola e do

nosso agrupamento como exemplo de

dinamismo e voluntariado, ao serviço da comunidade e dos cidadãos.

Assim dá gosto pertencer a esta esco-

la. Orgulha-nos estes exemplos positi-vos num país que, mais do que nunca,

precisa olhar para a juventude que quer

agarrar o futuro de Portugal, nação

valente e imortal. RV

6ºC