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S R É
V RÉS-VÉS
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão - Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos - Ano 2 - nº7 - jun. 2012—0,75 RV
Suplemento
Cantigas do maio O 25 de Abril foi comemorado
a preceito na Josefa, incluindo
uma homenagem aos 25 anos
da morte de Zeca Afonso.
Da Josefa para o Mundo
Entrevista com Kátia Santandréu P5
Roberto recebeu a cadeira nova
Royston Smith tinha
95 anos. Nasceu a 7
de Julho de 1916 e
faleceu a 26 de abril
de 2012. Com 24
anos, em 1940,
entrou, como soldado,
para o exército inglês.
Estávamos em plena
2ª Guerra Mundial. A 22 de fevereiro de 1962 veio
viver para Portugal. Dia 15 de março esteve na Jose-
fa onde partilhou a sua experiência de vida e a sua
participação na 2ª G.M. Foi a sua última participa-
ção num evento público. Faleceu um mês depois.
Deixamos aqui a nossa homenagem ao homem, ao
militar, ao professor de inglês, ao cidadão do mundo
que muito nos honrou com a sua presença. P8
Goodbye old chap
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a
caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que
colher”. S4
Foram conversas com personalidades
femininas de várias áreas profissionais,
servidas com o charme de mulheres portu-
guesas ilustres. P6
http://e-josefadeobidos.edu.pt/jornal.html [email protected]
2 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
Editorial Consolidação do
Agrupamento Ao chegarmos a este momento, constatamos que
foi mais um ano de cresci-
mento e de consolidação do
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gus-
mão.
Reforçaram-se, ao longo do ano letivo que agora termi-
na, as atividades musicais e
desportivas. Sentimo-nos confiantes do reconheci-
mento da nossa qualidade e
empenho junto da comuni-
dade educativa que servi-mos, nomeadamente, na
parceria entre a Associação
Resgate e a Escola Josefa de Óbidos, no âmbito do
Projeto “Ao Encontro”.
Tendo já no horizonte o próximo ano letivo, esta-
mos empenhados no lança-
mento e organização do
mesmo que queremos ain-da mais entusiasmante e
profícuo do que o que ago-
ra termina.
Suplemento O jornal está mais “gordo”. Por razões inimputáveis à
redação e aos colaborado-
res do jornal, só foi possí-vel editar um número neste
3º período, ao contrário do
que estava previsto e era
desejável. Houve muitas atividades
realizadas no Agrupamento
que mereciam ser publica-das e dadas a conhecer no
Rés-Vés. Atendendo à
importância e significado
desse dinamismo, resolveu a redação criar, junto deste
número, um suplemento
que permitisse uma divul-
gação o mais adequada.
Requiem a um jovem
de 95 anos Royston Smith esteve na
Josefa cheio de vida e de entusiasmo a transmitir em
palavras e imagens a sua
participação na 2ª Guerra Mundial. Durante 90 minu-
tos falou português pren-
dendo a atenção, por com-
pleto, de uma plateia reple-ta de jovens e adultos, cau-
sando algum espanto a sua
capacidade de resistência, conhecimento e lucidez.
Um mês depois, no Hospi-
tal dos Capuchos, foi inter-nado e pereceu em paz.
RIP.
Boas férias O ano letivo está quase a
terminar. Para aqueles que ainda vão
realizar as Provas Finais e
Exames, o RV deseja-vos
os melhores sucessos, relembrando que o mesmo
só se obtém com trabalho e
empenho. Para os que terminam hoje,
dia 8 de junho, desejamos
umas boas férias, apesar da
crise. Aproveitem o tempo da melhor maneira.
Contamos com uma maior
adesão da comunidade edu-cativa na persecução do
projeto Rés-Vés. A redação.
A Abrir junho 2012
Exemplos a ter em conta Dá muito gosto ser profes-
sora de alunos como a
Beatriz Rodrigues do 6ºB!
Numa aula de Estudo
Acompanhado pedi aos alu-nos que registassem no seu
caderno as cinco palavras de
que mais gostavam e as cin-co que mais odiavam. A sua
escolha poder –se –ia basear
em qualquer aspeto: conteú-do, fonética, grafia.
De seguida, cada aluno só
podia apresentar uma pala-
vra das que mais gostava e outra das que mais odiava.
Fui registando essas pala-
vras no quadro. Assim, ficámos com 28
palavras “bonitas” e outras
28 “horríveis”. Depois de lermos as duas listas em voz
alta, começámos a atribuir-
lhes cores e formas e a asso-
ciar-lhes sentimentos. De seguida, pedi-lhes que
escrevessem um texto utili-
zando as palavras que qui-sessem daquela longa lista-
gem. A única obrigatorieda-
de era a presença da seguin-
te expressão: “…das pala-
vras dançarinas…”, que
poderia surgir em qualquer
parte do texto. Prof.ª Isabel Pimenta
Palavras amigas
Das palavras dançarinas,
Peguei numa ao colo, Senti o seu calor,
Quente e acolhedor.
Era macia, delicada e doce.
“Algodão”.
Parecia-me calma. Cheia de alegria,
Desprendeu-se dos meus
braços,
Saltou do meu colo E foi ter com as amigas.
Experimentei outra. Era escura, fria e áspera.
“Escuridão”.
Lembrou-me a tristeza, a desilusão.
Sem parar para pensar,
Pousei-a devagarinho no
chão, E, sem se voltar, foi-se
embora a resmungar.
Esforcei-me por sair,
Despedir-me das palavras.
Qualquer dia vou voltar,
Na certeza de que te vou
levar.
Beatriz Rodrigues
Louvor especial Um louvor
especial à alu-
na Patrícia
Panta (foto), do 6ºD, pelo seu excelente desempenho
como Delegada de Turma.
Esteve sempre disponível a colaborar com a DT, com os
professores da turma e com
a direção, sempre que solici-
tada, principalmente, para melhorar atitudes e compor-
tamentos de colegas.
Profª Luísa Martins
Rés-Vés Propriedade do Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de
Gusmão. Escola sede - Escola Básica e Secundária Josefa de Óbi-
dos - Rua Coronel Ribeiro Viana, nº11 - 1399-040 Lisboa - tel.
213929000, fax.-213929003
Coordenação: F. Lopes e R.F.Pires
Professores Colaboradores: Ana Correia, Ana Marques, Fer-
nanda Pinto, Helena Falcão, Helena Medeiros, Isabel Pimenta,
Luísa Martins,, Mário Araújo e Sandra Dias.
Participação especial: Ana Cristina Arsénio e Elsa Santos.
Redação (alunos): Assunção Abreu, Beatriz Rodrigues, Dinis
Freire, Francisca Alves, Frederico Brito, Joana Almas, Joana L.,
Joana Ribeiro, Joana Simões, João L., Madalena Nobre, Margari-da Matos, Maria Campos, Maria Lobo, Matilde Durão, Matilde
Silva, Oleksiy O.; Regina V., Vanessa D., Vasco L., Violeta
Adão.
junho 2012 Desporto
3 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
Filipe Coelho, professor de educação física nas
AECs da EB1+Jardim
de Infância Engº Ressa-
no Garcia é o treinador de infantis do Benfica.
Conquistou, em abril, a
31.ª edição do Torneio Internacional de futebol
infantil da Pontinha.
Parabéns dos alunos,
funcioná-rios e
colegas,
ao profes-
sor Filipe e augúrios
de mais
sucesso na sua carrei-
ra.
RV
Realizou-se nos dias 6 e 7
de Abril o XV Torneio da
Páscoa do Desportivo
Domingos Sávio tendo
como patrono um dos fun-
dadores do clube e figura
emblemática do Desporti-
vo Domingos Sávio, Sr.
António Silva.
O grande vencedor do tor-
neio foi o Sport Lisboa e Benfica que venceu nas duas
categorias (Escola e Inicia-
do)..
Parabéns à organização por este grande evento que mui-
to dignificou a modalidade e
ao mesmo tempo homena-geou um homem, símbolo
de dedicação e altruísmo
abnegado na formação de muitos jovens, hoje adultos
e com muito carinho, agra-
decem com um “Muito obri-
gado Ti António”. Parabéns
também aos alunos da nossa
escola, participantes no tor-
neio defendendo as cores do DDS.
No final, o troféu para o
jogador mais regular do DDS da equipa de Escolas
foi entregue a Leonardo
Martins (Leo ) e o Troféu para o jogador mais regular
do DDS da equipa de Infan-
tis foi entregue a Rodrigo
Malainho ambos alunos da
Escola Secundá-ria Josefa de
Óbidos Curiosa-
mente estes
escalões são constituídos na
maioria por alu-
nos desta Escola
Escolas – Bruno Barbosa
(5.º C), Leonardo Martins
(5.º B), Marco Pires (5º E),
Pedro Almanço (5.º D),
R a f a e l M o u r a
(5.º C) .
Infantis - Diogo
Pipa (7.º
G), Rodrigo Oliveira (6.º C), Filipe Ferreira (6.º C),
André Polido (6.º
C), Pedro Vilas Boas (6.º C),
Duarte e Tomás
Miranda (7.º G),
Rodrigo Malai-nho (6.º B)
Fazem ainda par-
te desta equipa, mas não partici-
param no torneio:
Pedro Tiroa (6.º ) e Ricardo Matos (6.º C)
Ana Cristina Arsénio (EE)/
RV
A JOSEFA NO XV TORNEIO DA PÁSCOA DO DDS
Em fevereiro, vários alunos des-tacaram-se no Corta-Mato EAE
Lisboa Cidade, que se realizou no
Parque da Bela Vista, no âmbito
do Desporto Escolar. A Escola esteve representada por
alunos de cada escalão/género no
total de 43 incluindo 6 alunos do núcleo de Desporto Adaptado
que participaram na corrida e na
marcha.Todos os alunos estão de
parabéns, participaram
de forma
desportiva e
honraram a escola com
as respetivas
participa-ções.
Profª Fernanda Pinto
Professor e campeão Sucesso no corta-mato
Escola de Judo Nuno Delgado JUDO - Parceria de sucesso
A nossa escola revela um dinamismo irrepreensível em várias áreas. O desporto não é exceção.
A parceria com a maior escola de judo do país con-
tinua a ser um sucesso. O projeto inovador da
Escola de Judo Nuno Delgado (EJND), é um proje-to inovador e uma escola de formação a vários
níveis, nomeadamente, desportivo, pessoal, cívico
e social. Os nossos alunos têm ganho vários pré-mios, nas várias competições em que estiveram
presentes. O prémio maior será, sem dúvida, a con-
tribuição desta modalidade para a sua formação pessoal, cívica e social. RV
Ruben Ferreira, 6ºG,
o grande vencedor.
4 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secaundária Josefa de Óbidos
Notícias da Josefa junho 2012
As visitas do nosso contentamento
El 23 de marzo de 2012 los alumnos de español de los profesores André,
Rosário y Elisabete, hicieron el viaje
más esperado del año: fueron a Méri-
da. Además de estos profesores estu-vieron con nosotros la profe Paula
Vasco, Ana Santos, Cristiana, María
José, João Sousa y otros que tornaron este viaje muy agradable. Fueron
alumnos entre el 7º y el 11º curso y
nos divertimos bastante.
Fue un viaje largo pero interesante.
Salimos con el objetivo de visitar las
ruinas romanas. Por la mañana visita-
mos el teatro y el anfiteatro romano, donde pudimos comprender la dife-
rencia entre los espectáculos del pasa-
do y los de hoy. Después del gran calor que cogi-
mos, fuimos almorzar
junto al rio donde pasaba
una brisa muy refrescan-te. Después de la siesta
española volvimos a la
ciudad para visitar el circo romano, un paisaje
bonito en el que sacamos
algunas fotos con nues-tros profesores.
El viaje de regreso en autobús fue
animado pues mientras unos dormían,
otros cantaban y otros mareados no veían la hora de llegar.
En este viaje conocimos una ciudad
nueva así como un poco más de su
historia, y lo hicimos en medio de
amigos y de una forma divertida, por
eso para mí es un viaje a repetir. Joana Ribeiro, nº 19 10ºB
El viaje de piedra
Na capital europeia da cultura O atelier de Educação Geográfica visitou Guimarães, o Gêres, Marialva, entre outras
localidades. Esteve na Albuifeira da Cani-
çada, no Domus Municipalis e noutros
locais de interesse cultural e paisagístico. RV
O 10ºC—turma do curso de téc-nico de Vendas— visitou a pedia-
tria do Hospital D. Estefânia, a
fábrica da Cola-Cola, o Museu
dos Coches e o Museu de
E t n o l o g i a .
Foi uma for-ma enrique-
cedora dos
alunos con-t a c t a r e m
com a reali-
dade social. RV
Fora de portas Visita à Serra da Estrela por Madalena Nobre Não havia muita neve, mas era a sufi-ciente para brincarmos e ficarmos satis-
feitos. O professor Manuel da Clara
entrou numa guerra de bolas de neve
com os alunos. Depois da diversão, fomos para o alojamento.
A partir das 23h00 tivemos de fazer
silêncio e dormir. Mas, poucos foram os que adormeceram de imediato. Os alu-
nos passaram muitas horas a conversar e
a fazer partidas uns aos outros. Consta que nos quartos dos rapazes apareceram
duas velhas fantasmagóricas que assusta-
ram alguns dos alunos.
No dia seguinte, após o pequeno almoço, despedimo-nos das irmãs que nos tinham
recebido de uma forma muito simpática. Fomos até Seia e apanhámos o comboio
até ao Museu do Pão.
Almoçamos em Seia, numa escola.
Tivemos a oportunidade de conviver, divertir-nos, conhecer novos colegas e
fazer novos amigos.
Foi uma experiência inesquecível.
A Torre com
alguma neve.
junho 2012 Da Josefa para o Mundo
5 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
Kátia Góis estudou na Josefa do 9º ao 12º anos. Na altura, o seu sonho era ser primeira minis-tra e seguir um percurso político. Agora, conhecida como Kátia Santandreu (o apelido do pai substituiu o da mãe) é uma ótima professora de música no conservatório de Setúbal e está constantemente à procura de novas tendências e novas sonoridades. A música é a sua paixão, ao ponto de ‘divorciar-se’ do curso de psicologia no penúltimo ano da licenciatura.
Rés-Vés: Com que ida-
de começou a tocar
instrumentos?
Kátia: Com 7 Anos.
Porque escolheu a viola
d’arco?
Foi por acaso. Eu queria
estudar piano, mas a escola não tinha vagas.
Foi então que a minha
professora de Iniciação Musical sugeriu que eu
fosse para a Viola
d´Arco. Não me arre-
pendo nada!
Faz parte de algum
grupo? Como se chama
esse grupo e há quanto
tempo?
Neste momento faço
parte de dois grupos, dois quartetos de cordas. Um
mais antigo, o “Encore
Ensemble” e outro muito
recente, o “QuatroSóis”. Este é muito interessante
pois o nosso repertório é
apenas música popular dos países de língua portugue-
sa, com arranjos para quar-
teto de cordas. Vamos
estrear no fim de Maio, com música de Cabo Verde
e do Brasil.
Falando da sua vida esco-
lar. Conte-nos o seu per-
curso escolar. Quando
andou na Josefa e após
isso qual o curso que
tirou ou está a tirar?
Estudei até ao 9º no Institu-
to Español de Lisboa, pois tenho dupla nacionalidade,
chilena/portuguesa. Depois
fui para a Josefa, onde estu-dei até ao 12º ano. Decidi
então ir para Psicologia. Entrei no ISPA e fiz até ao
4º ano de Psicologia Clíni-
ca. Mas a música falou
mais alto e decidi então ir
tirar a Licenciatura em Vio-la d´Arco, na Escola Supe-
rior de Música de Lisboa.
Tenciono no próximo ano lectivo ingressar na mesma
para fazer o Mestrado em
Ensino da Música.
Como conciliou o estudo
regular com a aprendiza-
gem da música? Foi fácil?
Os estudos foram preju-
dicados com essa vontade
de aprender músi-
ca?
Não é fácil conciliar
o estudo da música
com a escola. É pre-ciso ter muita força
de vontade, dedica-
ção e organização. Mas tudo é possível,
e continuei sempre a
ter bons resultados na escola, e a ter tempo
para sair e para estar
com os meus amigos!
Como diz o ditado: “Quem corre por gos-
to, não se cansa”!
Como sabe, a Josefa
tem o ensino articu-
lado de música.
Qual a sua opinião sobre
esta opção pioneira da
Josefa na formação do
jovem, futuro cidadão
interveniente na socieda-
de.
Eu acho o ensino articulado
uma ideia fantástica. Não até há muito tempo, era
preciso ter bastante dinhei-
ro para se poder estudar
música. A música não era para todos. E com o ensino
articulado, qualquer aluno
que tenha interesse, poderá estudar música. O que é
muito bom!
Que influência acha que
tem o acompanhamento
dos pais na formação e
educação do cidadão?
A influência dos pais é muito importante. Os pais
que acompanham os filhos,
ajudam a que estes tenham um melhor desenvolvimen-
to na sua formação e educa-
ção. Na música, por exem-
plo, o papel dos pais é mui-to importante no acompa-
nhamento dos filhos, pois
não é fácil a organização do
tempo de estudo, das aulas, dos ensaios, dos concertos.
E ter uns pais empenhados
e atentos facilita muito a evolução do aluno.
Foi uma das representan-
tes de Portugal na Expo
Saragoça, atuando no
pavilhão de Portugal. Que
representou para si esse
momento? Fui tocar ao pavilhão de
Portugal, na Expo de Sara-
goça com um quarteto da Orquestra Sinfónica Juve-
nil. É sempre bom poder
representar Portugal, lá
fora, e poder mostrar que aqui também se faz música
de qualidade. Sinto sempre
orgulho em ser Portuguesa! (continua na pág. 8)
O mundo da Kátia Santandreu
Kátia com Tito Paris
Destaque - Eventos do Rés-Vés junho 2012
6 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
Conversas com charme A Direção da escola, o Jornal Rés-Vés, a BEJO e a Associação de
Pais e Encarregados de Educação da Escola Josefa de Óbidos
(APEEJO) organizaram este evento denominado «março no femini-
no—Conversas com Charme». Foram diálogos com personalidades
femininas de várias áreas profissionais, servidas com o charme de
mulheres portuguesas ilustres.
A Josefa de Óbidos vestiu-se, pois, de cor de rosa, tendo como palco a biblio-teca BEJO. Participaram várias entidades da comunidade escolar e civil: A
Associação de Antigos Alunos do Ensino Secundário de Cabo Verde; Seniores
do Recolhimento Nª. Srª do Carmo da Lapa, no âmbito do Projeto “Ao Encon-
tro” (parceria entre a Associação Resgate e a Escola Josefa de Óbidos); a Asso-ciação de Cozinheiros profissionais de Portugal (ACPP). Este evento foi um
sucesso, ultrapassando as expetativas iniciais dos organizadores, pela adesão e
pelo «feedback» muito positivo que teve. Todos os intervenientes são unânimes em considerar que atividades de reconhecido valor pedagógico e cultural, como
esta, devem ocorrer com mais regularidade e periodicidade. Assim, a crítica
quase que exige uma 2ª edição das «Conversas com Charme» para o próximo
ano letivo.
Ser mulher Visão dos alunos de LPO do 7º ano,
da professora Helena Medeiros
Dia da
Mulher
1 2 3
4 5 6
7 8
9 10
1. Luísa Fonseca; 2. Inês Castel-Branco; 3. Ângela Pinto; 4. Sónia Matias; 5. Regina
Correia; 6. Isabel Moreira; 7. Filipa Vacondeus e participantes; 8. Representante do
Recolhimento; 9. Paulo Parreira, Liliana Silva e Rogério Ferreira; 10. AAAESCV.
O que pensam
as raparigas
O que pensam
os rapazes
... receber
mimos.
... ser um doce
com muitas
cores.
... ter de aturar o
patrão para sus-
tentar a família.
... cuidar dos
filhos como se
não houvesse
amanhã.
... inventar his-
tórias para acal-
mar os filhos.
... recordar os
momentos pas-
sados.
... ter saudades
da infância.
... ser respeitada
pelos homens.
... ser motivo
para os homens
sorrirem.
... querer ver
todos os dias a
novela.
... ter a mania
que se está sem-
pre a engordar.
... ser mais mei-
ga do que o
homem.
... ter um armá-
rio cheio de
roupa e não ter
nada para vestir.
... viver no cen-
tro comercial
... ter azar no
amor e saber
reconstruir a sua
vida.
... ter o mundo
na mala.
... ter de aturar
as conversas
secantes do
marido ou
namorado.
... ter um quarto
só para produtos
de beleza.
... andar com
saltos de 15 cm
sem cair.
... controlar os
excessos do
marido.
... sangrar cinco
dias seguidos e
não morrer.
... conseguir
carregar um
filho no ventre
durante nove
meses.
... chorar por
tudo e por nada.
... não ser derro-
tada em nenhu-
ma circunstân-
cia.
... afogar as
lágrimas em
doces.
... agarrar as
oportunidades
da vida.
... ser perfeita. ... ser uma flor
viva e linda que,
se não tiver
amor, murcha.
junho 2012 Josefa dinâmica
7 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
Escola em movimento
1. Dia da Criança, na Tapada das Necessidades; 2. Prfª Ilda explica ao Pedro o significado do Dia das Espigas; 3. Feira e Exposição de Minerais, Fósseis e Gemas; 4. A escritora Luísa Fortes da Cunha na BEJO; 5. A Orquestra de Guitarra
Clássica da FMAC/APEEJO; 6. Fátima Fragoso apoia danças de salão nas aulas de Ed. Física; 7. «Os Gatos» do 5ºE
acompanhados pelos professores F. Lopes e Ana Marques, dramatizaram «O Gato» de Vinícius de Moraes no Sarau dos
Séniores da Junta de Freguesia dos Prazeres; 8. Alunos do 4º ano entram em contacto com o Ensino Articulado de Músi-ca, lecionado no 5º ano; 9. A professora Armanda Sanches apresentou, na BEJO os dois primeiros livros de uma coleção
juvenil sobre a História de Portugal, da sua autoria; 10. Mónica Garcez, professora de Expressão Dramática e Formadora
na área de Arte e Educação, deu uma aula de expressão dramática ao 5ºB.; 11. Venda de produtos hortícolas provenien-tes da horta dos alunos de EMRC; 12. Dia da Poesia na BEJO.
1
2
3
6
5
4
7
8
9
12
11 10
O Rés-Vés deslocou-se ao escritó-
rio do sr Royston Smith, em março.
O sr Royston revelou sempre uma
grande capacidade de resposta às
questões colocadas, o que para uma
pessoa de 95 anos era algo extraor-
dinário.
Foi soldado na 2ª Guerra Mundial
durante aproximadamente 1 ano.
Passou esse tempo fora do campo
de batalha, num campo de treinos
onde pouco ou nada chegava sobre
o desenrolar das hostilidades. Nun-
ca considerou os alemães seus ini-
migos. Os Nazis, sim, esses eram
“pessoas feíssimas”. RV
8 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
Notícias da Josefa junho 2012
O paciente inglês
O mundo de Kátia Santandreu (continuação da pág. 5)
O mundo da música abriu-lhe o
conhecimento de outros pares,
nomeadamente dos países da CPLP.
Como é que isso aconteceu? Com
que artistas tem atuado?
Fui chamada uma vez para tocar com
uma orquestra de cordas com o cantor cabo-verdiano, Tito Paris, em concer-
tos em Cabo Verde. A partir daí come-
cei a tocar música de Cabo Verde com muito mais frequência. Além do Tito
Paris, toquei com o Bana, Leonel
Almeida, Sandra Horta, Rita Lobo,
Paulo Flores, Matias Damásio, Yuri da Cunha, Don Kikas entre outros....
Muitos dos artistas com quem tem
trabalhado são de Cabo Verde. Essa
colaboração tem ocorrido, quer lá
como cá. Alguma razão especial para
essa ligação?
A relação com Cabo Verde começou por acaso, mas hoje em dia tenho uma
relação tão grande e tão intensa que,
Cabo Verde já faz parte da minha vida. Amigos músicos cabo-verdianos já me
chamam de “crioula”! Não é por acaso
que a estreia do “QuatroSóis” vai ser essencialmente com mornas de Cabo
Verde.
Quer deixar uma mensagem, como
ex-aluna da escola que atingiu o
sucesso, aos atuais alunos e princi-
palmente àqueles que querem seguir
uma carreira musical?
Sinto-me completamente realizada
com a profissão que tenho. Nem sem-
pre soube o que quis ser, e até passei
por outro curso até decidir seguir a car-
reira musical, mas hoje tenho a certeza
que faço aquilo que mais gosto. Por
isso, nunca desistam dos vossos
sonhos, por muito que estes pareçam
difíceis e inacessíveis. Tudo é possível
com esforço e dedicação. E como digo
aos meus alunos o “Não Consigo” é
uma “palavra” que não vem no dicio-
nário! RV
Royston Smith tinha 95 anos. Nasceu a 7 de Julho de 1916 e faleceu a 26 de abril de 2012. Com 24 anos, em 1940, entrou, como soldado, para o exército inglês. Estávamos em plena 2ª Guerra Mundial. Viveu em Brighton, numa casa que tinha vis-
ta para a praia. A 22 de Fevereiro de 1962 veio viver para Portugal, para a zona da Estrela. Começou a dar aulas de inglês e
elaborou o seu próprio método de ensino da língua. Dia 15 de março esteve na Josefa onde partilhou a sua experiência de
vida e a sua participação na 2ª G.M. Foi a sua última participação num evento público. Faleceu alguns dias depois. Deixa-mos aqui a nossa homenagem ao homem, ao militar, ao professor de inglês, ao cidadão do mundo que muito nos honrou
com a sua presença.
...Não existem palavras para descrever a Inteligência, a Sabedoria, Cultura,
Lucidez, Sentido Prático, Ecológico da
Vida...Eras, sem dúvida, um Pequeno
Grande Homem. Pragmático, Eloquen-te, Culto, Inteligente, Racional, Celiba-
tário, Solitário, mas nunca sozinho pois
apreciavas como ninguém os
bons serões culturais. Eras um Mentor,
uma Biblioteca Viva. E foi na Bibliote-
ca da Escola Básica e Secundária Jose-fa de Óbidos que viveu, sem dúvida,
um dos momentos mais felizes da sua
vida. Um Momento de Glória, partilha,
Eloquência… apesar do cansaço final...Foi um desafio superado estar
90m a falar em português sobre a sua
experiência como soldado e civil ao serviço do Exército Britânico, na 2ª
Guerra Mundial, as palmas, a ovação,
o reconhecimento, as fotografias...Sem
saber estavam a fazer a Merecida Homenagem ao autor e protagonista de
Memories of a Live Unlived...pois
pouco tempo depois era tempo de dizer...IT WAS A GREAT FRIEND-
SHIP BETWEEN US...BUT
NOW...IT`S TIME TO SAY ..TIME GOES BYE....COMO NO CASA-
BLANCA...um dos teus eternos Filmes
de Culto...Obrigada por tudo..fica a
Saudade mas acima de Tudo um pro-
fundo Respeito, Admiração e Gratidão.
Elsa Santos (Enc. Educação e amiga)
O Sr. Royston com elementos do Jornal
9 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
Em Matelândia o sol ainda mal se espreguiçava para
começar a brilhar no céu
matemático e já havia gran-
de azafama na casa do mMocho Sabe Tudo. O
Mocho Sabe Tudo e os seus
amigos juntamente com a Matefada Joaninha estavam
a fazer as malas… Iam via-
jar para o Mundo dos qua-driláteros.
- Não sei bem o que são
quadriláterros!- exclamou a
Matefada Joaninha -Ora, quadiláteros são poli-
gonos com quatro lados.-
afirmou o Gato matemático das botas enquanto afiava
as suas garras matemáticas.
-Pára de afiar as garras e faz a mala. –ordenou a Tar-
taruda Aquiles.
-Todos os dias de manhã
lambo o pelo e afio as gar-ras!- exclamou o Gato
Matemático das botas.
-Parem já com isso,- disse o Cão Euclides.
A Matefada continuava
intrigada com os quadrilá-
teros, e perguntou:
-
Mas todos os quadriláteros
têm os lados todos iguais?
-Não!!! – exclamou o Mocho Sabe Tudo!
E o Mocho Sabe Tudo reti-
rou do bolso das suas cal-
ças um mapa do mundo dos quadriláteros, abriu o mapa
e de repente todos os nos-
sos amigos ficaram espan-tados porque o mapa era
interactivo e mal se abriu
saiu de lado um quadriláte-ro mágico.
-olá amiguinhos! Eu sou o
quadrilátero quadrado e
vou guiar-vos pelo meu mundo. Nós os quadriláte-
ros somos poligonos de
quatro lados, e a primeira cidade chama-se Trape-
zium lá poderam encontrar
todas as casas feitas de tra-
pézios que são quadriláte-
ros com 2 lados paralelos dois a dois. Mais à frente
irão á vila paraleogrum,
onde a arquitectura se
caracteriza por quadrilate-ros com os lados paralelos
dois a dois, os paralelogra-
mos. Nessa vila são muito visitados a baia dos quadra-
dos, a montanha dos rectân-
gulos eo deserto dos losan-gos. Espero que se divirtam
no nosso mundo!
E Depois disto mapa
fechou-se! -Não sabia que haviam tan-
tos quadriláteros!- Excla-
mou espanatda a Matefada. -Mas há uns especiais!-
disse o Mocho Sabe Tudo!
-Pois, um losango tem os lados todos iguais! Logo
um quadrado é um losango!
- exclamou o Cão Euclides.
-E um quadrado tem os ângulos todos rectos como
um rectângulo! Logo tam-
bém é um quadrado!- afir-mou contente a Tartarurga
Aquiles.
-Mas um rectângulo não é
um qudardo porque não
tem os lados todos iguais, e um losango não é um qua-
drado porque não tem os
ângulos todos rectos!- disse
o Gato das Botas. -Já entendi!!! É mesmo
fácil!- afirmou contente a
Matefada! -Já todos fizeram as malas?
Estão pronto?- Perguntou o
Mocho Sabe Tudo -Sim.- responderam em
coro os nossos amiguinhos
matemáticos.
-Então vamos apanhar o nosso avião triangular, que
é feito de triângulos!- disse
o Mocho Sabe Tudo -E os triângulos são poligo-
nos com 3 lados, logo não
são quadriláteros!- Excla-mou a Matefada.
-Exactamente!- exclamou o
Mocho Sabe Tudo.
E assim os nossos matemá-ticos voaram para o mundo
dos quadriláteros… E o que
se passou por lá… isso é para
outra história!
Profª Ana Correia
A feira das Magias e Feitiços
junho 2012 Matemática e CFQ
Lise Meitner foi física, de origem
austríaca-sueca, que trabalhou
com o alemão Otto Hahn, quími-
co. Foi a primeira a identificar
experimentalmente o conceito de
fissão nuclear. Hahn publicou os
desenvolvimento sobre a fissão
nuclear, sem ter aceite Lise
como seu coautor, por esta ser
judia. Por este motivo, Hahn
estereótipo do modelo hitleriano
na Alemanha, recebeu o prémio
Nobel como único autor da des-
coberta em 1944. Em 1905, Lise terminou a licenciatura
e começou a fazer a tese de
doutoramento.
Neste ano, ela
publica,numa revista da espe-
cialidade, um
artigo sobre o processo que
denominou de
fissão nuclear. Meitner provou
que a divisão do átomo de urânio
liberta energia que por sua vez causa
fissão em mais átomos, libertando neutrões e assim sucessivamente,
dando origem a uma série de fissões
nucleares com libertação contínua de energia. Com essa descoberta, perce-
beu que era possível criar uma reação
em cadeia com capacidade para gerar
grandes quantidades de energia e que, se ela ocorresse de forma descontrola-
da, numa fração de segundos a liber-
tação de energia seria gigantesca, pro-vocando dessa forma uma explosão
de alto poder destrutivo (uma bomba
nuclear). Muitas pessoas consideram Lise
Meitner a "mulher mais importante na
ciência do século XX". Composição:
Profª S. Dias (CFQ)
A cientista que deveria ter recebido o Nobel
Otto Hahn
e Lise Meitner
CSI JOSEFA - A mulher na ciência
10 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
A invenção da mágoa Iniciamos nesta edição do RV uma nova história escrita por mais um talentoso aluno da Josefa, o Frede-
rico Brito, do 6ºH. Este capítulo tem como título “Contas à vida”. Está inserido no livro I deste ensaio
literário. Fala-nos de uma família rica, os lagoa, que possuem uma enorme herança, proveniente do
comércio de açúcar, ouro e pedras preciosas, originários do Brasil. Numa missa dominical, Josefa
Lagoa, a filha mais nova e herdeira de uma parte da fortuna da família, conhece Tristão Von Krugell,
por quem acaba por apaixonar-se. Tudo muda quando Josefa apanha Tristão envolvido com Charlotte
Bechamel. Triste e desapontada, Josefa suicida-se porque achava que aquilo pelo qual valia a pena
lutar, não se iria realizar.
Escritores com talento Junho 2012
Livro I – A invenção da mágoa
I – Contas à vida
Esta história começa no século XVIII,
onde o açúcar vindo do Brasil era a
fonte de riqueza do nosso país, onde o
rapé ganhou o título de “moda nacio-
nal” e onde o chocolate começou a
ganhar a sua existência na vida dos
portugueses.
Na Aldeia do Gavião, na Serra de
S.Mamede, numa casa acastelada,
perto da aldeia, viviam os Lagoa, uma
família muito rica que dominava os
engenhos de açúcar e o comércio de
ouro e pedras preciosas do Brasil
(rubis, opalas, esmeraldas, diamantes,
etc.). Por isso tinham de pagar ao rei
D.João V (o primeiro rei absoluto da
História) a quintalada (ou o quinto de
tudo o que recebiam deste comércio).
Josefa Lagoa era a filha mais nova
dessa família burguesa. Tinha dezas-
seis anos e tinha quase idade para her-
dar a herança dessa abastada família.
Um dia, decidiu ir falar com o seu pai
acerca da parte da herança que iria
receber .
Bateu à porta e aguardou:
- Quem é? - perguntou Adriano, o pai
de Josefa.
- Sou eu, meu pai. – respondeu Jose-
fa.
- Ah, Josefa, minha filha, entra. –
pediu Adriano.
Josefa entrou na biblioteca e encon-
trou o pai, com um monte de papelada
relativa ao negócio da família.
Pé ante pé, como quem não quer per-
turbar, Josefa avançou,
respirou fundo e disse:
- Sabeis meu pai, tenho
estado a pensar e creio que
preciso de saber como vou
gerir essa parte da herança
da família que vós me
dareis. Como hei de fazê-
lo?
- Minha filha, é tudo uma
questão de organização.
Sabes, a estatística serve
para tu tirares…
- Sim, eu sei: conclusões para nós
tomarmos decisões para os nossos
engenhos. Mas, pai, eu não sei se vou
conseguir tomar essas decisões sozi-
nha.
Já estava farta de ouvir o pai afirmar
que ela iria conseguir. Ela só tinha
dezasseis anos e ter de cuidar de uma
parte da herança sozinha., assustava-a
muito.
- Mas não estás sozinha, a tua irmã
Cristina vai ajudar a gerir a tua parte
da herança —,garantia-lhe o pai.
Cristina era a irmã mais velha de
Josefa. Para além de ter recebido uma
parte da herança, tinha-se casado com
um nobre ligado à Casa de Bragança.
Josefa sentou-se no banco que estava
encostado à parede e balbuciou:
- Eu sei que pode ser difícil cuidar de
uma herança tão forte sozinha. Mas
Josefa, a tua irmã está a cuidar de
uma terra. E isso é muito mais com-
plicado do que uma herança. – após
estas palavras, Adriano deu um abra-
ço à sua filha enxaguada de lágrimas.
Durante esse abraço, Josefa sentiu um
arrepio na espinha. Mas esse arrepio
trouxe algo de positivo. Trouxe con-
fiança e esperança.
Logo a seguir a esse abraço, Josefa
limpou as lágrimas, levantou-se e
declarou:
-Pai, depois do carinho, da confiança
e da esperança que vós me destes,
sinto-me pronta para receber e irei de
vós um pai com orgulho da filha que
têm.
- É assim mesmo, Josefa. Estou tão
orgulhoso de ti! – elogiou Adriano.
Logo depois desta conversa, Josefa
retribuiu o carinho, dando-lhe um
abraço e um beijo na bochecha e saiu.
Lá fora, Josefa respirava de uma
maneira distinta à de que entrou na
biblioteca.
E depois foi-se embora.
[Continua]
Frederico Brito
No século XVIII, a extração do ouro foi a principal atividade económica no Brasil.
11
Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
junho 2012 Escritores com talento
A casa assombrada— Capítulo 4, Parte 2
Randal olhou a toda a volta: o quarto tinha uma cama cheia de bonecos,
também esfarrapados como o ante-
rior. Uma lareira de pedra estava
colocada na parede do lado direito. Em cima dela, havia um relógio, cin-
co velas e um calendário do ano de
1998. Havia também, várias estantes atafulhadas de calhamaços. O apren-
diz de feiticeiro precipitou-se para
elas, para conseguir ler os títulos: “A magia no dia-a-dia”, “Como ganhar
dinheiro com simples passos de
magia”, “1000 maneiras para praticar
feitiços”, “A Real Schola de Feitiça-ria”, “Como combater o bem com
magia”, etc.
Randal andara nessa Real Escola de Feitiçaria, mas nunca treinara para
praticar o mal! Ele sentiu-se de repen-
te assustado. “O mestre supremo do mal na escola de feitiçaria chamava-
se Trevickson Sheverington! “Estou
na antiga casa do grande mestre do
mal!”, pensou Randal. Ao ver o esta-do de sobressalto dele, as raparigas
tentaram falar com ele. Estava hirto,
sem qualquer movimento. - Oh, não! Não me digas que ficou de
novo possuído! – exclamou Bruna.
Não, o aprendiz não estava possuído.
Apenas tinha entrado em transe. Quando finalmente “acordou”, decla-
rou:
- Eu sei quem viveu aqui. Trevickson Sheverington, o mestre do mal na
Schola era o morador da mansão.
- Schola? O que é isso? – interveio Bruna
- É como chamamos a Escola de Fei-
tiçaria. – explicou ele.
- Então, o que aconteceu a esse… indivíduo? – inquiriu Alex
- Morreu. Os demónios acabaram por
o devorar. Sabem, ele também estava possuído, uma força vital que o leva-
va a fazer coisas, que, provavelmente,
nem tinha intenção de as fazer! - Que horror! – respondeu Alex hor-
rorizada – Então isso quer dizer que
tu também… poderias ser devorado
quando estavas possuído! - Sim.
De repente, as traves do corredor
começaram a ranger. Os três, com
medo, esconderam-se em locais dife-rentes da divisão. Lily apareceu à por-
ta, fazendo com que os amigos saís-
sem dos seus esconderijos. A menina tinha uma mochila às costas.
- Qual é a tua ideia para nos assusta-
res assim? – perguntou Alex, ainda com o coração a bater depressa.
- Só quis vir para ao pé de vocês –
argumentou Lily
- O que é que trazes aí na mochila? – indagou Bruna curiosa.
- Ah, são só umas munições que eu
consegui arranjar na cozinha. Vamos para a sala. Não me agrada este sítio.
Randal estava com receio. “E se os
objectos ainda estiverem a voar?”,
pensou. Mas logo se equivocou. Tudo voltara ao normal. Lily e Alex encos-
taram-se no quarto de D. Prudência
Sheverington. Por curiosidade, Bruna puxou o bico
de uma das estátuas de corvo. Sem
saber, este movimento abrira uma passagem secreta atrás do retrato de
D. Prudência. O quadro da rainha,
automaticamente ascendeu. Alex e
Lily caíram no buraco e deslizaram por um túnel.
Quando Randal e Bruna repararam na
ausência das duas, aperceberam-se do recente buraco na parede. A escuteira
espreitou pela abertura. Constatou
que dava acesso ao cemitério. - O que aconteceu? – perguntou Alex.
- A Bruna accionou uma passagem secreta e nós caímos dentro dela! –
explicou Lily.
Alex olhou a toda a volta: estavam
num cemitério. Reparou que a neblina começava a crescer diante dos seus
olhos. Por fim, lobos começaram a
uivar. - Temos de sair daqui. – afirmou Alex
– E se nós nos depararmos com vam-
piros? - Não te preocupes, eu tenho tudo o
que é preciso. – Em seguida, tirou um
palito da mochila – Queres uma esta-
ca para lhes espetar no coração? - Mas que raio de estaca é essa? Só se
for para um vampiro bem pequeno. –
respondeu Alex. - Não consegui arranjar nada melhor
na cozinha!
Lily voltou a meter a mão na sacola, só que desta vez tirou um alho.
- Não te preocupes, Alex, eu vou pro-
teger-te – disse, mastigando-o.
A outra rapariga, horrorizada com o cheiro do hálito, exclamou:
- Que nojo, Lily! Não devias fazer
uma coisa destas! - Vamos! É a nossa oportunidade!
Depressa!
Começaram a correr saltando por
cima das campas. Era Lily quem esta-va à frente. Depois dela, vinha Alex,
com os olhos fechados e tapando o
nariz. Tinha o palito na horizontal com o bico para a frente. A rapariga
da frente parou para descansar. A
outra, ainda a correr, espetou a “estaca” nas costas de Lily. Esta lar-
gou um guincho agudo. Esfregando as
costas, reprovou Alex por a ter
magoado. - Não estava a ver por onde ia – des-
culpou-se ela.
- E agora? – perguntou Randal.
(continua no próximo número do RV)
À procura dos monges da floresta Estão de parabéns os alunos autores deste livro, já editado em versão experimental. Quem não leu, nas
edições anteriores do Rés-Vés, os capítulos anteriores ou quem tenha curiosidade de conhecer toda a
história, poderá consultar o livro na biblioteca BEJO.
Os autores desta obra: Vanessa D., Regina
V., Joana L., Vasco L., Oleksiy O. e João L.
12 Agrupamento de Escolas Padre Bartolomeu de Gusmão
Escola Básica e Secundária Josefa de Óbidos
Última Página junho 2012
Heróis com nome Os alunos com melhor aproveitamento no 2º período, por ano e por turma
Analisámos as pautas de avaliação do 2º período. Identificámos o
melhor aluno por turma. Fizemo-lo da seguinte forma: Somámos os
níveis de cada aluno e dividimos o total pelo número de disciplinas,
excepto EMRC. Automaticamente, excluímos os alunos que tinham
um nível ou menção negativos e faltas disciplinares. Em situação de
empate, verificámos a diferença entre as disciplinas de LPO e MAT e
nas áreas curriculares não disciplinares. RV
5ºA
Maria
Carmo
Wang Yi
Shu
Mafalda
Paradinha
Iara
Teixeira
Sofia
Fonseca
Vicente
Gerner
Leonor
Gomes
Diana Fernandes
Rita
Gomes
Pedro
Silva
Beatriz
Barata
Afonso
Batista
Raúl Nascimento
Nuno
Dias
David
Cabral
Laura
Ferreira
Leonor
Oliveira
Diogo
Martins
Catarina
Costa
João
Silva
Martim Gonçalves
Miguel
Fragoso
Carina Fernandes
Mariana
Farinha
Constança
Avares Duarte
Louro
Isabel
Oliveira
Inês
Palmares
Beatriz
Rodrigues
5ºB 5ºC 5ºD 5ºE 5ºE 5ºF 6ºA 5º
6ºB 6ºD 6ºE 6ºE
Sara
Carvalho
6ºF 6ºG 6ºH 7ºA
7ºB
Olga
Boyechko
7ºC 7ºD 7ºE 7ºF 7ºG
Irina
Spac
8ºA
Diogo
Oliveira
8ºB
Frederico
Bento
8ºC
João
Mateus
8ºD
Ana
Arrais
9ºA
Miguel
Paradinha
9ºB 9ºC 9ºD
Nádia
Garrido
9ºE 10ºA 10ºB 11ºA
Mariana
Aciel
11ºB 11ºC 12ºA
Ana Rita
Cunha
12ºB
Última hora
Ganhámos prémio de €10.000 A nossa escola venceu a 3ª edição do Orçamento Participativo de Lisboa.
Participámos com um projeto elabora-
do pelos alunos do 9ºB, o qual visava
obras de melhoramento nas instala-ções sanitárias da EB1 nº72.
O Orçamento Participativo da CM
Lisboa visa contribuir para o exercí-cio de uma intervenção informada,
ativa e responsável dos cidadãos nos
processos de governação local, garan-tindo a participação dos cidadãos na
decisão sobre a afetação de recursos
às políticas públicas municipais e pos-sibilitando, assim, ao executivo muni-
cipal corresponder às reais necessida-
des e aspirações da população.
Assim, dia 1 de junho, a turma do 9ºB (foto) foi receber o prémio, conquista-
do em nome da escola.
Parabéns aos alunos por elevarem bem alto o nome da nossa escola e do
nosso agrupamento como exemplo de
dinamismo e voluntariado, ao serviço da comunidade e dos cidadãos.
Assim dá gosto pertencer a esta esco-
la. Orgulha-nos estes exemplos positi-vos num país que, mais do que nunca,
precisa olhar para a juventude que quer
agarrar o futuro de Portugal, nação
valente e imortal. RV
6ºC