Agus Evolucao Historica de Direito de Trabalho

Embed Size (px)

DESCRIPTION

yea

Citation preview

Currculo EVOLUO HISTRICA DO DIREITO DO TRABALHO

Autor: Fbio Ferraz

HISTRIA DO DIREITO DO TRABALHORio de Janeiro, 13 de abril de 2004.

1) INTRODUO Esse trabalho tem como objetivo nos dar um conhecimento mais amplo no que se refere ao Direito do Trabalho, possibilitando ao acadmico de direito galgar mais um degrau para o conhecimento sobre esta matria, que de suma importncia para a sociedade em que vivemos.Para que possamos ter um conhecimento mais amplo do Direito, necessrio que tenhamos uma noo de seu desenvolvimento no transcurso do tempo.Pois bem verdade que s iremos entender o desenvolvimento da cincia ao longo dos anos estudando o passado, sendo este o caminho primordial para que possamos entender a evoluo do Direito do Trabalho, quer no mbito nacional, quer no mbito internacional.Assim sendo, cabe ressaltar que este trabalho tem como objetivo trazer baila temas que nos dias atuais geram muita polmica e controvrsia, dentre estes o trabalho escravo e a servido. Tendo sido h algum tempo a maneira encontrada pelas classes privilegiadas para se projetaram econmica e socialmente. Alm da observao histrica acima mencionada, iremos discernir sobre o principal instrumento de cunho trabalhista analisado e discutido pelos estudiosos de Direito, que a Consolidao das Leis do Trabalho, pois a mesma o principal liame que demonstra as regulamentaes existentes entre "as relaes individuais e coletivas de trabalho" (art. 1, CLT). Apesar de ser tratada por alguns como instituto legislativo de origem fascista, a nossa CLT um dos principais meios de se obter a paz social atinente s relaes trabalhistas.

2) HISTRIA DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL.No tocante Histria do Direito do Trabalho no Brasil, cabe-nos observarmos que ela tem como fonte inspiradora a Evoluo do Direito do Trabalho no mundo, posto que, o Brasil um pas novo, tendo sido descoberto no sculo XVI, possuindo grande quantidade de recursos naturais.Assim sendo, podemos dizer que a Histria do Direito do Trabalho no Brasil tem origem na abolio da escravatura, em funo do uso da mo de obra escrava, e na imigrao de trabalhadores europeus, esses por sua vez com tradio sindicalista, que passaram a reivindicar medidas de proteo legal.A poltica trabalhista brasileira comea a surgir com Getlio Vargas em 1930, quando foi criado o Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio, que passou a expedir decretos, a partir de ento, sobre as profisses, sobre o trabalho das mulheres em 1932, sobre o salrio mnimo em 1936, sobre a Justia do Trabalho em 1939, etc.A primeira Constituio a tratar de Direito do Trabalho foi a de 1934, garantindo a liberdade sindical, isonomia salarial, salrio mnimo, jornada de oito horas de trabalho, proteo do trabalho das mulheres e menores, repouso semanal, frias anuais remuneradas (art. 121). Cabe chamarmos a ateno no tocante a Proteo ao Trabalhador, posto que a Legislao Trabalhista e a Justia do Trabalho surgiram, no Brasil, como conseqncia de longo processo que se desenrolava no exterior, sob forte influncia dos princpios de proteo aos trabalhadores expostos pelo Papa Leo XIII em sua encclica Rerum Novarum, de 1891.Essa preocupao transformou-se em 30 artigos da Constituio mexicana de 1917. Estava contida tambm no Tratado de Versalhes, de 1919, de onde se originou a Organizao Internacional do Trabalho - OIT, como rgo da antiga Liga das Naes, hoje da Organizao das Naes Unidas.No Brasil, as primeiras normas nesse sentido comearam a surgir antes da virada do sculo passado, como o caso do Decreto n 1.313, de 1891, que regulamentou o trabalho dos menores de 12 a 18 anos. Em 1907, uma lei tratou da sindicalizao rural. Em 1917 foi criado o Departamento Nacional do Trabalho como rgo fiscalizador e informativo.Em 1922, foi criado rgo especializado em resolver divergncias nas relaes de trabalho. A lei estadual n 1.869, de 10/10/22, criou, em cada comarca de So Paulo, um Tribunal Rural "para conhecer e julgar as questes, at o valor de quinhentos mil ris (500$000), decorrentes da interpretao e execuo dos contratos de locao de servios agrcolas".O Tribunal compunha-se do Juiz de Direito da comarca onde estivesse situada a propriedade agrcola e de dois outros membros designados um pelo locador e outro pelo locatrio. O interessado que levasse a questo ao Tribunal j indicava um dos membros. O juiz pedia a outra parte que fizesse igual indicao. Se os membros chegassem a acordo, o juiz o homologava. Se no, ele prprio decidia a questo.A partir da Revoluo de 1930, acelerou-se esse processo, iniciando-se ento o que o ministro Mozart Victor Russomano classifica de fase contempornea do Direito do Trabalho no Brasil. Naquele mesmo ano criou-se o Ministrio do Trabalho. O Conselho Nacional do Trabalho, de 1923, passou, em 1931, a ter competncia para opinar em matria contenciosa e consultiva e, em 1934, para julgar. Comeava a nascer a atual Justia do Trabalho, mas como rgo administrativo, vinculado ao Ministrio do Trabalho, cujo titular podia reformar as suas decises.A designao de Justia do Trabalho surge pela primeira vez na Constituio de 1934 ("primeira Constituio social-democrtica do Pas", nas palavras do primeiro presidente do TST, ministro Geraldo Montednio Bezerra de Menezes), tendo sido mantida na Carta de 1937. Ela s foi criada, porm, no dia 1 de maio de 1939 e instalada dois anos depois, no dia 10 de maio de 1941. Estava dividida em trs instncias - Juntas de Conciliao, Conselhos Regionais e Conselho Nacional do Trabalho - e ainda tinha carter administrativo.Com a Constituio de 1946, a Justia do Trabalho passou a integrar o Poder Judicirio, como rgo especializado, assim como o so a Justia Eleitoral e a Justia Militar.A Carta Constitucional de 10 de novembro de 1937 decorrente do golpe de Getlio Vargas. Era uma Constituio corporativista, inspirada na Carta dei Lavoro, de 1927, e na Constituio polonesa.O artigo 140 da referida Carta era claro no sentido de que a economia era organizada em corporaes, sendo consideradas rgos do Estado, exercendo funo delegada de poder pblico. Instituiu o sindicato nico, imposto por lei, vinculado ao Estado, exercendo funes delegadas de poder pblico, podendo haver interveno estatal direta nas suas atribuies. Foi criado o imposto sindical, sendo que o Estado participava do produto da sua arrecadao. Estabeleceu-se a competncia normativa dos tribunais do trabalho, que tinham por objetivo principal evitar o entendimento direto entre trabalhadores e empregadores. A greve e o lockout" foram considerados recursos anti-sociais, nocivos ao trabalho e ao capital e incompatveis com os interesses da produo nacional (art. 139).Foi criada a Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), atravs do Decreto-Lei n 5.452 de 10 de maio de 1943, em virtude de haver vrias normas trabalhistas esparsas, tornando-se necessria sua sistematizao, por sua vez, a CLT no um cdigo, pois no traz um conjunto de regras novas, mas apenas a reunio das normas j existentes de forma sistematizada. Como quer que seja, lanada em 1936, no Estado Novo, a Legislao Trabalhista Brasileira a est, como um enorme e imponente edifcio, antes, ao ser lanada, sem o acabamento necessrio, mas hoje, aperfeioada.Podemos considerar que a CONSOLIDAAO DAS LEIS TRABALHISTAS rene e ordena sistematicamente todas as leis reguladoras do trabalho, assistncia social e respectivos aparelhos. Naquela ocasio, verificava-se que, por falta de divulgao, as leis trabalhistas eram desconhecidas, em sua grande parte, por muitos colegas de lutas forenses.Naquela poca, o Brasil passou a possuir uma legislao trabalhista das mais adiantadas e, em certas instituies, tornou-se verdadeiro pioneiro das inovaes sociais. A CLT estava dividida em quatro partes principais, um ttulo preliminar e um apndice. No titulo preliminar, foram transcritos alguns artigos da Constituio Federal pertinentes s questes do trabalho e cujo conhecimento era indispensvel para a boa interpretao das leis trabalhistas.- Na primeira parte: "Contratos de Trabalho, Conflitos e rgos Julgadores" teve primazia a Lei de Sindicalizao, base de toda a legislao trabalhista, seguindo-se-lhe a lei que instituiu as "Carteiras Profissionais", complemento da Lei de Sindicalizao. Seguem a "Conveno Coletiva": a Lei que regula a estabilidade dos empregados (Lei n 62); as Leis sobre "Nacionalizao"; "Juntas de Conciliao e Julgamento"; "Comisses Mixtas de Conciliao" e "Conselho Nacional do Trabalho".Naquela ocasio o Conselho, pela sua organizao tinha diversas funes: julgava os conflitos de trabalho, fiscalizava as Caixas de Aposentadoria e Penses e Institutos Congneres e rgo administrativo propriamente dito, de modo que o desdobramento do Decreto n 24.784, nessas subdivises, era matria muito complexa, pelo que a sua reproduo na parte referente Organizao administrativa", era uma necessidade evidente.- A segunda parte: "Condies de trabalho" - (durao, repouso e segurana) era constituda pela lei geral reguladora do trabalho no comrcio, suas modificaes e as leis especializadas em referncia s barbearias, farmcias, casa de diverso, casa de penhores, bancos e casas bancrias, armazns e trapiches, hotis e penses e transportes terrestres; a lei reguladora do trabalho na industria e as leis especiais sobre padarias, frigorficos, telegrafia e radio telegrafia e ferrovirios, lei que regulava a profisso de leiloeiros; as leis reguladoras das profisses liberais; agrnomos, engenheiros, arquitetos e agrimensores, qumicos, e do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura; lei reguladora do trabalho de mulheres e menores; acidente de trabalho e salrio mnimo. A lei de seguro contra acidente no trabalho foi includa na parte referente Previdncia e Assistncia Social, visto ser, como uma lei previdenciria.- Terceira parte: "Previdncia e Assistncia Social" - era assim formada: lei geral de Caixa de Aposentadoria e Penses e suas modificaes; leis reguladoras dos diversos servios peculiares s referidas Caixas, leis especiais que regulam as Caixas de Aposentadorias e Penses da Imprensa Nacional, Trapiches e Armazns de Caf, dos Estivadores; leis especiais referentes aos Institutos dos Martimos, Comercirios e Bancrios e lei sobre Seguro de Acidente de Trabalho.- A quarta parte: "Organizaes Administrativas" continham os regulamentos do Conselho Nacional do Trabalho, Departamento Nacional do Trabalho, Inspetorias Regionais, Delegacias do Trabalho Martimo e a lei relativa Fiscalizao das leis trabalhistas.O "Trabalho" , no sentido tcnico geral, o desenvolvimento de energia, a transformao de uma forma de utilidade em outra; no sentido restrito, trabalho o esforo desenvolvido por um homem com a finalidade de produo.No conceito de economia pblica, trabalho a atividade produtiva que vai associada ao emprego de determinada quantidade de energia; na economia comercial representa a forma de atividade lucrativa.Quando essa atividade tem lugar em benefcio de terceiro, ou para explorao de uma empresa, e mediante uma remunerao, h, ento, a relao de trabalho.Para os vernaculistas, examinada como contrato, essa relao a "conveno ou acordo pelo qual uma ou mais pessoas se obrigam a dar, a fazer, ou a no fazer, alguma coisa." (Aulette), o acordo em que uma ou mais pessoas transferem entre si algum direito ou se sujeitam a alguma obrigao". (Cndido Figueiredo).Para Griolet e Verg, em seu dicionrio jurdico, a "conveno ou acordo de duas ou mais pessoas em torno de um interesse jurdico, dando nascimento a uma ou mais obrigaes." Os juristas, o definem, como Clovis, como "acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos". Para Dyonisio Gama o "ato jurdico, em virtude do qual duas ou mais pessoas se obrigam, por consentimento recproco, a dar, fazer ou no fazer alguma coisa. Jorge Giorgi o declara como "figura jurdica destinada a criar uma obrigao.", e Carvalho de Mendona o entende como a fonte mais fecunda, mais comum e mais natural dos direitos de crdito."Se assim entende vernaculistas e juristas o contrato, sob um aspecto geral, ou melhor, sob seu aspecto no direito privado, em face do Direito Trabalhista ele tem que ser considerado de maneira especial, porque , como bem afirma Gaete o "contrato do qual depende a subsistncia de 99% dos homens, para no dizer de 100%".Desprezado a ponto de no merecer uma distino especial entre os individualistas, o contrato de trabalho tinha essa posio, - ou melhor dizendo, bem tinha posio -, porque o velho direito vinha fundamentado nos princpios do direito romano, quando o trabalho era obrigao dos escravos, era apenas "coisa", pelo que se assimilava locao de coisas ou compra e venda.

3) ORGANIZAO SINDICAL3.1) Direito Coletivo do TrabalhoO direito coletivo pressupe uma relao coletiva de trabalho, quer dizer uma relao jurdica cujos sujeitos nela figuram em funo de um grupo social. Os interesses que esta relao pe em jogo so os interesses abstratos do grupo, como tal, e no os interesses mediatos, reflexos e concretos dos indivduos que pertenam, ou possam a ele pertencer.So instituies do direito coletivo do trabalho:a) Liberdade de coalizo. Fundamento do direito coletivo, traduzindo a possibilidade jurdica da unio em defesa de interesses comuns: o direito de greve uma conseqncia do reconhecimento desta liberdade.b) Associao profissional. Significa a organizao permanente de empregados, ou de empregadores, em defesa dos interesses das respectivas categorias.c) Conveno coletiva. O estabelecimento de normas sobre condies de trabalho pelas prprias categorias a que se destinam.d) Dissdios coletivos de trabalho. Reconhecimento pelo direito de que os conflitos entre interesses abstratos, de grupos, podem ser, processualmente, resolvidos.O direito coletivo tem carter instrumental: meio para alcanar a criao de novas condies de trabalho, atravs de normas estabelecidas pelas prprias categorias interessadas ou pela Justia do Trabalho, com a participao daquelas.3.2) Liberdade de CoalizoAs corporaes de partes e ofcios da Idade Mdia tinham feio aristocrtica, escalonadas na gradao de mestre, companheiro e aprendiz, sendo que a ascenso acabou por se tornar praticamente impossvel pela natureza hereditria da posio de mestre. Com a queda do antigo regime, vitoriosa a Revoluo Francesa, viram por isso os operrios, como salienta Mario de la Cueva, no entenderam por que o novo regime queria tambm destruir as associaes de companheiros.A igualdade terica entre patro e empregado, estabelecida pela Constituinte, ia tornar-se irrisria quando, no incio do sculo XIX, a revoluo industrial concentrou nas mos dos patres todos os meios de produo.Mas o Estado liberal foi alm. A coalizo e a greve tornaram-se crimes.Na Inglaterra, a coalizo foi proibida por lei de 1799.Inicia-se, ento, como conseqncia da explorao de que era vtima o empregado, isoladamente colocado diante do empregador, a luta pela conquista da liberdade de coalizo, com "suor, lgrimas e sangue".Na Inglaterra, graas a Francis Place, um empregador humano e compreensivo, em 21.61824, por Ato do Parlamento, deixa a coalizo de ser proibida aos trabalhadores. Ainda no se reconhecera a greve, como um direito, nem a existncia dos sindicatos (trade unions), mas cessava a perseguio aos que se reunissem em defesa de seus interesses comuns. a fase da tolerncia.Em 1848 eclodiu em Frana novo movimento revolucionrio e pareceu, a princpio, que os trabalhadores iriam obter o direito de associao. Instalada a clebre Comisso de Luxemburgo, a 29 de fevereiro foi decretada a liberdade associativa. Mas o sentido nitidamente popular das reformas sociais anunciadas assustou a burguesia, cujo triunfo ficou assegurado com a eleio de Luis Bonaparte para a Presidncia da Repblica, depois dos combates de rua de 23 a 26 de junho. Por lei de 27/11/1849, foram restabelecidos os artigos do Cdigo Penal que puniam a coalizo.Apesar disto, no cessou a agitao e as greves eclodiram. Pela reforma de 15/05/1864, de Napoleo III, entrou a Frana, por sua vez, na fase de tolerncia: a greve pacfica j seria admitida.Na Alemanha, em 1845, na Prssia, reproduziram-se velhas Ordenanas contra os companheiros medievais. Em 21/05/1869 (lei ulteriormente ratificada para o Imprio, em 1872), tais Ordenanas foram, porm, revogadas e suprimidas as punies para a coalizo que visasse melhoria das condies de trabalho. Mas a expanso extraordinria do movimento socialista, com a conseqente redao do Programa de Gotha, seguido de agitaes operrias, provocou a lei anti-socialista de 21/10/1879.Na Inglaterra, lei de 1875, consolidada em 1906, assegurou o desenvolvimento sindical atravs das trade unions. A liberdade de coalizo em Frana reconhecida em 1884. E a Constituio de Weimar, de 1919, d incio, na Europa, ao processo de constitucionalizao do direito coletivo do trabalho.3.3) Liberdade SindicalNo h sindicalismo verdadeiro sem o autogoverno democrtico das associaes (Ardau).Nas palavras de Mario Giuliano, a liberdade sindical "importa necessariamente... o reconhecimento dos seguintes princpios":a) liberdade, e no obrigao, de constituio de sindicatos e de adeso a estes;b) liberdade de auto-organizao dos sindicatos, sem outra obrigao que a de um ordenamento interno democrtico;c) autogoverno dos sindicatos em relao aos prprios interesses, sem interferncia alguma do Estado;d) possibilidade de mais de um sindicato para a mesma categoria.O VII Congresso Mundial da Confederao Internacional das Organizaes Sindicais Livres, realizado em Berlim de 5 a 12/07/1962, reafirmou "os direitos fundamentais dos trabalhadores de todo o mundo de estabelecer e aderir a organizaes sindicais livres e independentes de todo controle, seja dos governos o dos patres".O sistema legal dos sindicatos. Em Frana, repousa sobre trs grandes princpios: o da liberdade, o da pluralidade e o da autonomia. Devem agrupar os sindicatos somente pessoas exercendo a mesma atividade, ou atividades similares; limitar-se defesa dos interesses profissionais.Encontram-se os sindicatos franceses reunidos em quatro grandes entidades de cpula: a Confederao Geral do trabalho (CGT); a Confederao Geral do Trabalho-Fora (CGT-FO); a Confederao Francesa dos Trabalhadores Cristos (CFTC) e a Confederao Geral dos Quadros (CGQ). Na Inglaterra, a liberdade sindical foi assegurada por lei de 21.12.1906, que aboliu o delito civil de conspiracy. Nesse mesmo ano fundou-se o Partido Trabalhista (Labour Party), como resultado do Congresso dos sindicatos ingleses (Trade Unions) de 1903. O congresso dos sindicatos o rgo de cpula da organizao sindical dos trabalhadores ingleses.Na Alemanha Ocidental, cujo movimento operrio reconquistou a liberdade com o trmino da II Guerra, a principal organizao sindical a Confederao dos Sindicatos Alemes (DGB), com sede em Dsseldorf.Nos Estados Unidos da Amrica do Norte, foi criada, em 1886, a Federao Americana do Trabalho (AFL); em 1937, sindicatos dissidentes, liderados por John Lewis, entendendo demasiado moderada a ao da AFL, formaram novo organismo de cpula, o Congresso de Organizaes Industriais (COI). Ambas as entidades uniram-se numa poderosa Central de Trabalhadores, agrupando 15 milhes de aderentes, em dezembro de 1955 (AFL-CIO).Quando se conclui uma conveno coletiva, o empregador procura conservar sua liberdade e, no podendo utilizar-se da clusula da non union shop, ou seja, de excluso dos sindicatos, defende o regime da open shop, que lhe permite escolher livremente seus empregados, pertenam ou no ao sindicato com o qual celebrou a conveno. Os sindicatos, por sua vez, pugnam pela clusula closed shop, que impede o empregado de contratar trabalhadores que no sejam associados do sindicato com que fez a conveno.A Lei Talf-Hartley, de 1947, proibiu a clusula da closed shop. Na Sua, declarada esta clusula ilegal pelos tribunais, foi substituda pelo pagamento de uma quota de solidariedade com a qual os trabalhadores no associados ao sindicato convenente contribuem para a manuteno deste, a fim de beneficiar-se da conveno por ele celebrada. No Mxico admite-se clusula do tipo closed shop.Questo das mais controvertidas a que se refere compatibilidade do sindicato nico, oficialmente reconhecido como representante de toda a categoria, com a liberdade sindical.Em uma sociedade democrtica, a unidade do movimento sindical no deve ser legalmente imposta pelo Estado, mas resultar da unidade mesma do grupo profissional, principalmente atravs de rgos de cpula, superando, por instrumentos prprios, os conflitos de interesses que inevitavelmente existiro dentro dele. o caso tpico da unidade sindical inglesa.O problema da liberdade sindical envolve, tambm, o da liberdade de individuo no que respeita s suas relaes com o sindicato e ao por este desenvolvida. Quatro so os sistemas pelos quais se estruturam tais relaes entre indivduo e sindicato:a) o indivduo pode estar obrigado associar-se e a continuar associado de determinado sindicato, como na Inglaterra, correndo o risco de vir a ser despedido pelo empregador, se infringir norma sindical;b) pode estar obrigado a associar-se a um sindicato, embora no a determinado sindicato, como ocorre na Sucia;c) pode ser obrigado a mero apoio econmico, como ainda acontece entre ns (contribuio sindical), apesar das vrias tentativas objetivando extinguir tal contribuio; ed) consideradas ilegais todas as fontes de exclusividade sindical, pode ter o indivduo liberdade de associar-se ou no a sindicato ou de associar-se ao sindicato que escolher (pluralidade sindical), como acontece na Blgica, Frana, Repblica Federal Alem e Sua. Note-se que, ainda quando o indivduo possa negar-se a ser associado de sindicato, nem por isso, sempre e necessariamente, escapar ao controle coletivo sindical, por isso que pode estar obrigado a respeitar a conveno coletiva. A prevalncia dos interesses coletivos do grupo, como tal, pressuposto da existncia mesma dos sindicatos, importa, por conseguinte, em maior ou menor grau, certa restrio liberdade do trabalhador, como indivduo, para negociar, por conta prpria, as condies de seu contrato de trabalho. Mas essa restrio, como alis, a que decorre, tambm, das normas legais que regem tal contrato, visa a beneficiar o prprio indivduo, dada a desigualdade econmica entre empregado e empregador, empecilho a que em geral, se possa chegar, no plano individual, a uma relao contratual justa. Cumpre lei garantir a liberdade do trabalhador, como indivduo, em relao ao sindicato, resguardando-lhe o direito de associar-se ou no e de participar nas deliberaes do sindicato. 3.4) SindicatoO sindicato uma forma de associao instituda para proteger os interesses profissionais dos que o integram. Como escreve Georges Friedmann e Jean Ren Treanton, "a mais freqente, mas no a nica". Mas, as associaes do tipo mutualista ou amistoso, sem vnculo que lhes unifique a ao, sem faculdade para celebrar convenes coletivas, agem apenas como grupo de presso. Somente o molde sindical "permite aos agrupamentos profissionais alcanar a plenitude de personalidade e ao". 3.5) Natureza Jurdica do SindicatoA personalidade de direito pblico pressupe que participe a entidade da essncia da atividade do Estado e disponha de parcela do poder de imprio.Nos pases totalitrios evidente a natureza de pessoa de direito pblico do sindicato. Integra o aparelho estatal de tipo corporativo. Mas, num regime democrtico, o carter de pessoa de direito privado uma decorrncia do prprio princpio de liberdade sindical. que o sindicato participa de atividades que envolvem uma colaborao mais direta com o poder pblico, "sempre orientadas, porm, no sentido de melhoria das condies de trabalho". No h identificao entre os fins do Estado e do sindicato, predominando em relao a este os interesses do grupo organizado.3.6) Formao Histrica dos Sindicatos no BrasilEscreve Roberto Barreto Prado que, "ao contrrio do que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos da Amrica do Norte, no Brasil no houve luta sindical".Data vnia, no nos possvel concordar com tal afirmao do eminente jurista e magistrado de So Paulo.A prova de existncia desta luta resulta irretorquvel do esplndido trabalho de Evaristo de Moraes Filho sobre "O Problema do Sindicato nico no Brasil". No primeiro congresso da Federao Operria Regional, com sede na Capital Federal, em 1906, foi aprovada resoluo em que se reconhecia "a necessidade iniludvel da ao econmica direta de presso e resistncia, sem a qual, ainda para os mais legalitrios, no h lei que valha".Em 1919, surgiram greves nos principais centros do pas (Rio, So Paulo, Recife e Salvador). Na capital baiana, a greve eclodida a 6.6.19 foi praticamente geral e terminou vitoriosamente, para os trabalhadores. Em Pernambuco, a greve, geral e pacfica, cessou, igualmente, a 29.7.19, com a vitria das reivindicaes operrias. Junho e julho daquele ano foram meses de greves no Rio de Janeiro. Em So Paulo, o movimento grevista teve incio em maio.Em pleno desenrolar dessas greves-l-se na obra de Evaristo envia o ento Presidente da Repblica, Delfim Moreira, ao Congresso, em 16/03/1919, mensagem encarecendo a urgente necessidade da legislao social.Pelo decreto-lei n 979, de 06/01/1903, facultara-se a constituio de sindicatos de mbito rural. A 05/01/1907, o Decreto n 1.637 criou as sociedades cooperativas e estendeu o direito de sindicalizao a todos os trabalhadores.A revoluo de 1930 veio dar contornos mais precisos nossa organizao sindical. Assim, o Decreto n 19.770, de 19/03/1931, estabeleceu distino mais ntida entre os sindicatos de empregados e os de empregadores. Foi-lhes exigido o reconhecimento pelo Ministrio do Trabalho, recm-criado. Previram-se as convenes coletivas de trabalho, como prerrogativa dos sindicatos, e se lhes fixou finalidade estritamente profissional. Esta organizao sindical foi completada pelo Decreto n 24.694, de 12/07/1934, exigindo 1/3 de empregados da mesma profisso para a constituio de sindicato.A Constituio de 1934, em seu art. 120, garantiu a pluralidade sindical e a completa autonomia dos sindicatos. Tal preceito nunca foi, entretanto, regulamentado: caiu no vazio.O golpe de 1937 e a Carta Constitucional dele decorrente consagraram o sindicato nico, cuja constituio e funcionamento foram regulados pelo Decreto n 1.402, de 05/07/1939. A investidura sindical passou a ser conferida associao mais representativa, a juzo do Ministrio do Trabalho. Foi permitida a interveno do Estado nas entidades sindicais. Vrias hipteses foram admitidas, inclusive a desobedincia s normas de poltica econmica ditadas pelo Presidente da Repblica, de cassao da carta de reconhecimento sindical. A greve era proibida (crime). Tal sistema, de inspirao indisfaradamente fascista, foi posteriormente incorporado na Consolidao das Leis do Trabalho, em 1943.A Constituio de 1969, como a de 1946, alem de reconhecer o direito de greve (art. 165, XX), afinal regulamentado pela Lei n 4.330, de 01/06/1964, declara ser "livre a associao sindical", cuja forma de constituio, representao legal nas convenes coletivas e o exerccio de funes delegadas pelo poder pblico sero regulados por lei (art. 166).Mas, a despeito disto, a nica alterao realmente verificada no sentido de democratizao do nosso sistema de organizao sindical foi o reconhecimento do direito de greve e assim mesmo regulamentado por lei, em termos tais que a regulamentao legal tornou-se praticamente incompatvel com o prprio direito cujo exerccio foi disciplinado ao mximo, considerando-se a proibio constitucional de greve nos servios pblicos e atividades essenciais (art. 162).Quanto a mais, continuaram os sindicatos sujeitos ao mesmo regime decorrente do esprito da Carta de 1937.3.7) A Organizao Sindical no Brasil aps a Constituio de 1988A Organizao sindical sofreu sensveis alteraes com o advento da Constituio Federal de 1988. Passamos de um regime de grande interferncia estatal para um sistema que consagra a autonomia das entidades sindicais, sem entretanto adotar a liberdade sindical.A matria est disposta o art. 80, que expressamente dispe:"art. 8 - livre a associao profissional ou sindical, observado o seguinte:I - a lei no poder exigir autorizao do Estado para a fundao de sindicato, ressalvado o registro no rgo competente, vedadas ao Poder Pblico a interferncia e a interveno na organizao sindical;II vedada a criao de mais de uma organizao sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econmica, na mesma base territorial, que ser definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, no podendo ser inferior rea de um Municpio;III ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questes judiciais ou administrativas;IV a assemblia geral fixar a contribuio que, em se tratando de categoria profissional, ser descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representao sindical respectiva, independentemente a contribuio prevista em lei;V ningum ser obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;VI obrigatria a participao dos sindicatos nas negociaes coletivas de trabalho;VII o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizaes sindicais;VIII vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo e direo ou representao sindical e, se eleito, ainda que suplente, at um no aps o final do mandato,salvo se cometer falta grave nos termos da lei.Pargrafo nico: As disposies deste artigo aplicam-se organizao de sindicatos rurais e de colnias de pescadores, atendidas as condies que a lei estabelecer."O caput do mencionado artigo inicia deixando ntida impresso de que assegura a liberdade sindical. Porm, em seguida condiciona o exerccio do direito s disposies dos incisos subseqentes que se atritam com os postulados daquela liberdade.A substituio processual pela entidade sindical continua restrita s hipteses expressamente autorizadas em lei, que atualmente so as seguintes: ao de cumprimento de sentena normativa ou acordo homologado em processo de dissdio coletivo; procedimento administrativo para aferio e insalubridade ou periculosidade em estabelecimento ou local de trabalho; ao de cobranas adicionais de insalubridade ou periculosidade; ao objetivando a efetivao dos depsitos relativos ao FGTS e ao para cobranas de reajustes decorrentes da poltica nacional de salrios.A contribuio sindical legal ser paga de uma s vez, anualmente, e consistir:a) na importncia correspondente a remunerao de um dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remunerao;b) para os agentes ou trabalhadores autnomos para os profissionais liberais, numa importncia correspondente 30% do valor de referncia vigente no Pas;c) para os empregadores, numa importncia proporcional ao capital a respectiva firma ou empresa.A contribuio mnima, independentemente do capital social, fixada em 60% do maior valor de referncia.O recolhimento da contribuio sindical dos empregadores efetuar-se- no ms de janeiro de cada ano, ou, para os que venham a estabelecer-se aps aquele ms, na ocasio em que requeiram s reparties o registro ou a licena para o exerccio a respectiva atividade.3.8) Sindicatos Rurais e Colnias AgrcolasO Decreto n 7.038, de 10/11/1944, dispunha sobre a "sindicalizao rural", estatuindo, em seu art.1, ser "lcita associao para fins de estudo, defesa e coordenao de seus interesses econmicos ou profissionais, de todos os que, como empregadores ou empregados, exeram atividade ou profisso rurais".A agitao camponesa, principalmente no Norte do pas colocou diante do Estado, j agora como carter de urgncia, a necessidade de disciplinar, legalmente, o movimento de associao dos trabalhadores do campo. O Estatuto do Trabalhador Rural, de 02/03/1963, equiparando, praticamente, tais trabalhadores aos dos centros urbanos para efeito de proteo do trabalho.O decreto-lei n 1.166, de 15/04/1971, disps sobre o enquadramento e a contribuio sindical rural e foi mantido pelo art. 19 da Lei n 5.889, de 08/06/1973. Portanto, a legislao mencionada foi recepcionada pela Constituio, tendo em vista que esta remeteu legislao ordinria a competncia para definir as condies da sindicalizao rural.

4) CONVENO COLETIVAO Estado liberal e individualista deixara o trabalhador isolado e enfraquecido, diante do empregador economicamente poderoso e que, por reunir sob o seu controle os meios de produo funcionalmente organizados, j representava, no dizer de Adam Smith, em si mesmo, uma "coalizo". Da resultou, como sabemos, que o contrato de trabalho se resumia na adeso forada do trabalhador s clusulas que lhe eram impostas pelo contratante mais forte e que constavam do regulamento da empresa.A possibilidade da celebrao de conveno coletiva verificou-se na Inglaterra desde 1824, mas os empregadores no estavam obrigados a aceita-la. A unio dos trabalhadores, na Inglaterra, Blgica, Frana e Alemanha, permitiu-lhes lutar vantajosamente no sentido do estabelecimento coletivo das condies de trabalho. "Esta generalizao foi anterior ao reconhecimento da nova figura jurdica pela doutrina e por lei, fato que explica as dvidas e hesitaes doutrinrias." Enquanto os civilistas se esforavam por encaixar a conveno coletiva no esquema do direito comum e falhavam no seu intento, comeou a ser reconhecida pelo legislador. O Cdigo Civil Holands, de 01/02/1909, foi o primeiro diploma legal a lhe dar cobertura.4.1) Conceito e Natureza JurdicaConveno coletiva a soluo, por via de acordo, dos conflitos de interesses coletivos de grupos ou categorias, atravs do estabelecimento de normas e condies de trabalho reguladoras, durante o prazo da respectiva vigncia, das relaes individuais entre os integrantes das categorias ou grupos convenentes.Segundo o direito de cada pas, variam os tipos legais de conveno coletiva, com maior ou menor mbito de eficincia normativa. As convenes com eficcia geral, isto , cujas normas obrigam todos os integrantes das categorias representadas pelos sindicatos, sejam ele sindicalizados ou no, so as que, por no se ajustarem aos esquemas clssicos do direito comum, suscitaram e suscitam controvrsias doutrinrias quanto sua natureza jurdica.A conveno coletiva, historicamente, nasceu no campo do direito privado, regulando entre particulares: o Estado a ignorava. Natural, portanto, que os juristas a procurassem explicar, a princpio, pela figura do contrato. Outras teorias foram, sucessivamente, aventadas para lhe dar uma justificao jurdica, procurando, sempre, aproveitar os moldes tradicionais do direito comum: teoria do mandato (incapaz de explicar a inderrogabilidade, pelos supostos mandantes, atravs do contrato individual, das clusulas estabelecidas pelos sindicatos mandatrios); teoria da gesto de negcios (que pressupe o proveito individual do dono do negcio e a responsabilidade do gestor pelos prejuzos que excederem a este proveito); teoria da estipulao em favor de terceiro (que implica aceitao do benefcio, renuncivel, por natureza); teoria da personalidade moral fictcia (que no explica a obrigatoriedade das condies ajustadas); teoria do contrato inominado (insuficiente por insistir no esquema contratual).4.2) A conveno Coletiva no Direito BrasileiroA conveno coletiva uma das vias em que se pode desdobrar a negociao coletiva. Juntamente com o acordo coletivo, representa a soluo do conflito coletivo pela autocomposio por parte dos interlocutores naquele processo. A negociao coletiva, por sua vez, foi amplamente valorizada pela Constituio de 1988 como processo mais adequado e eficaz na busca da composio dos conflitos coletivos de trabalho. As convenes e os acordos sero celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, alm de uma destinada a registro.Os sindicatos s podero celebrar convenes ou acordos coletivos de trabalho por deliberao de assemblia-geral especialmente convocada para esse fim, consoante o disposto nos respectivos estatutos.Os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promovero, conjunta ou separadamente, dentro de 8 dias da assinatura da conveno ou acordo, o depsito de uma via do mesmo, pra fins de registro e arquivo, na Secretaria Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de carter nacional ou interestadual, ou nos rgos regionais do Ministrio do Trabalho, nos demais casos.As convenes e os acordos entraro em vigor 3 dias aps a data de entrega dos mesmos no rgo referido neste artigo.4.3) Contedo e Efeito das Convenes ColetivasAs clusulas normativas da conveno so todas as que podem constituir o contedo de uma relao individual de trabalho.As clusulas normativas so inderrogveis e se aplicam no s "aos contratos que vierem a ser celebrados depois de sua entrada em vigor, como aos que j existiam anteriormente".As condies estabelecidas em conveno, quando mais favorveis, prevalecero sobre as estipuladas em acordo. As convenes e os acordos podero incluir entre suas clusulas disposio sobre a constituio e funcionamento de comisses mistas de consulta e colaborao, no plano da empresa e sobre participao nos lucros. Estas disposies mencionaro a forma de constituio, o modo de funcionamento e as atribuies das comisses, assim como o plano de participao quando for o caso.Os empregados e as empresas que celebrarem contratos individuais de trabalho, estabelecendo condies contrrias ao que tiver sido ajustado em conveno ou acordo que lhes for aplicvel, sero passveis da multa neles fixada.4.4) Extino das ConvenesExtinta a conveno coletiva, claro que suas clusulas contratuais, obrigando, diretamente, as partes convenentes, se extinguem, tambm. Quanto s clusulas normativas, que estabelecem condies de trabalho, s quais tero que se subordinar os contratos individuais, perdem, evidentemente, sua eficcia em relao aos novos contratos que se iro celebrar, individualmente, depois de extinta a conveno. No que se refere aos contratos por ela modificados, automaticamente, ou celebrados durante o perodo de vigncia da norma, no nos parece que, em nosso direito positivo do trabalho, possa haver outra soluo: continuam regidos pelas normas da conveno extinta. que elas se incorporam nos contratos individuais e as condies de trabalho nestes incorporadas no podem sofrer alterao, nos termos expressos no art. 468 da Consolidao.

5) ACORDO COLETIVO um dos instrumentos pelo que possvel por fim aos conflitos coletivos, ou seja, a negociao no plano do nosso direito positivo, que tem como objetivo por termo aos conflitos coletivos atravs da negociao coletiva, negociao esta denominada de: acordo coletivo e conveno coletiva de trabalho.Cabe observar que o ponto em comum do acordo e da conveno coletiva que em ambos sero estipuladas condies de trabalho que sero aplicadas aos contratos individuais dos trabalhadores, que tem efeito normativo. Tendo como diferenas entre os instrumentos em referncia os sujeitos envolvidos, posto que o acordo coletivo feito entre uma ou mais empresas e o sindicato da categoria profissional, enquanto na conveno coletiva o pacto realizado entre sindicato da categoria profissional, de um lado, e sindicato da categoria econmica, de outro. facultado aos sindicatos celebrar acordos coletivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econmica, que estipulem condies de trabalho aplicveis no mbito daquelas, s respectivas relaes de trabalho (CTL, art. 611, 1); a legitimao para o acordo coletivo, pelo lado patronal, da empresa, porm a CF/88 (art. 8, VI) considera obrigatria a participao dos sindicatos nas negociaes coletivas.O acordo tem um efeito mais restrito na medida em que atinge apenas os trabalhadores e empresas que celebraram o acordo. um pacto feito entre o sindicato dos trabalhadores e a empresa (acordo se formaliza com a presena to somente do sindicato da categoria profissional, sendo desnecessria a da categoria econmica). De acordo com a Constituio Federal de 1988 (art. 8, VI) obrigatria a participao dos sindicatos nas negociaes coletivas. Porm, no permitido que o empregado negocie acordos coletivos (caso contrrio no seria necessria a existncia dos sindicatos), salvo quando o sindicato for acionado e no cumprir o pedido daquele que o faz nesse caso permitida a negociao. O sindicato exerce o monoplio da negociao mesmo se desenvolvida diretamente perante uma empresa.5.1) Evoluo LegislativaTem-se que a negociao no se confunde com contrato ou pacto, da mesma maneira que a causa no se confunde com o efeito. Negociao o procedimento de discusso que leva a um contrato, no sentido estrito, ou a um pacto, no sentido amplo.O Decreto-lei n0 229, de 28 de fevereiro de 1967, deu nova redao aos artigos 611 a 625 da CLT, eliminando a expresso contrato coletivo e utilizando a expresso conveno coletiva ("caput") e acordo coletivo. Tais pactos tm efeito normativo, aplicados a todos os membros da categoria.A Constituio de 1988 reconhece no apenas as convenes coletivas de trabalho, mas tambm os acordos (art. 70 XXVI). Em outras trs passagens a Lei Maior se refere a conveno ou acordo coletivo. O inciso VI, do artigo 70 prev a irredutibilidade salarial, porm os salrios podero ser reduzidos por conveno ou acordo coletivo. O inciso XIII, do artigo 70 estabelece a durao da jornada de 8 horas dirias e 44 semanais, entretanto possibilita a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou conveno coletiva de trabalho. O inciso XIV, do artigo 70 disciplina a jornada de 6 horas nos turnos ininterruptos de revezamento, permitindo turnos superiores mediante negociao coletiva (acordo ou conveno coletiva).5.2) Negociao ColetivaNegociao coletiva, segundo a Conveno n0 154 da OIT, compreende todas as negociaes que tenham lugar entre, de uma parte, um empregador, um grupo de empregadores ou uma organizao ou vrias organizaes de empregadores e, de outra parte, uma ou vrias organizaes de trabalhadores visando a: a) fixar as condies de trabalho e emprego; b) regular as relaes entre empregadores e trabalhadores; c) regular as relaes entre empregadores ou suas organizaes e uma ou vrias organizaes de trabalhadores ou alcanar todos estes objetivos de uma s vez.A negociao coletiva uma forma de ajuste de interesses entre as partes, que acertam as diferentes posies existentes, visando encontrar uma soluo capaz de compor as suas posies.Funda-se a negociao na teoria da autonomia privada coletiva, visando suprir a insuficincia do contrato individual do trabalho. Tem um procedimento mais simplificado, mais rpido, flexvel, com trmites mnimos se comparados com os da elaborao da lei. E descentralizada, atendendo a peculiaridades das partes envolvidas, passando a ser especfica. H uma periodicidade menor nas modificaes.Os sindicatos das categorias econmicas ou profissionais e as empresas, mesmo as que no tenham representao sindical, no podero se recusar negociao coletiva (art. 616 da CLT).5.3) Funes da Negociao ColetivaTem vrias funes a negociao coletiva: 1 - jurdicas: a) normativa, criando normas aplicveis s relaes individuais de trabalho; b) obrigacional, determinando obrigaes e direitos para as partes; c) compositiva, como forma de superao dos conflitos entre as partes, em virtude dos interesses antagnicos delas; II - polticas, de fomentar o dilogo, devendo as partes resolver suas divergncias entre si; III - econmicas, de distribuio de riquezas; IV - ordenadora, quando ocorrem crises, ou de recomposio de salrios; V -social, ao garantir aos trabalhadores participao nas decises empresariais.O direito de negociar livremente constitui elemento essencial da liberdade sindical. A negociao deve ser feita no s pelos sindicatos, como pelas federaes e confederaes, ou, ainda, por entidades sindicais registradas ou no registradas. As autoridades pblicas, entretanto, no podero restringir o direito de negociao, assim como no se deve exigir a dependncia de homologao pela autoridade pblica, pois a negociao concretizada se constitui em lei entre as partes.A negociao visa a um procedimento de discusses sobre divergncias entre as partes, procurando um resultado. A conveno e o acordo coletivo so o resultado desse procedimento. Se a negociao for frustrada no haver a norma coletiva. Declara, ainda, o 4 do artigo 616 da CLT que nenhum processo de dissdio coletivo de natureza econmica ser admitido sem antes se esgotarem as medidas tendentes formalizao de acordo ou conveno coletiva.Os sindicatos devem participar obrigatoriamente das negociaes coletivas de trabalho (art. 80, VI, da CF), prestigiando a autonomia privada coletiva. Haveria, assim, a participao obrigatria do sindicato patronal nos acordos coletivos. Entretanto, a interpretao sistemtica da Lei Maior leva o intrprete a verificar que o sindicato profissional que deve participar obrigatoriamente das negociaes coletivas, pois nos acordos coletivos s ele participa juntamente com as empresas e no o sindicato da categoria econmica.

6) SENTENA NORMATIVA Representa a atribuio do Poder Judicirio de fixar, no mbito das relaes laborais, normas jurdicas, sendo proferida pelo Poder Judicirio Trabalhista, em processos de Dissdio Coletivo, distinguindo-se da sentena clssica, na medida em que no traduz incidncia da norma jurdica sobre a relao j configurada, mas, ao contrrio, expressa normas gerais, impessoais e abstratas.Observe-se, contudo, que h diferena entre o contrato do direito comum e as convenes do Direito do Trabalho, porque aquele obriga apenas os contratantes, que so as partes que diretamente o ajustam. As convenes coletivas tm campo de aplicao que no se limita aos sindicatos. Projetam-se sobre todas as pessoas que os sindicatos representam - os empregados, que pertencem categoria dos trabalhadores, e as empresas, que integram a categoria econmica dos empregados. E nesse sentido que deve ser interpretada a Consolidao das Leis do Trabalho, quando dispe que as convenes coletivas so um acordo de carter normativo. So normas jurdicas portanto. So normas elaboradas pelos sindicatos. O Estado admite a atividade normativa sindical, respeita-a, atribui-lhe efeitos e a considera parte integrante da ordem jurdica.Entretanto, aos nefitos, bom lembrar que ao ingressarem com uma ao trabalhista onde alguns direitos encontram proteo unicamente nos dissdios coletivos, tm que juntar a sua inicial esses acordos coletivos, sob pena, de no o fazendo, perder a demanda. O Juiz obrigado a conhecer as Leis, que devem ser citadas pelo nmero e se possvel, a data, mas, pela quantidade de dissdios coletivos existentes, grande parte deles modificando-se anualmente, no podem saber de todos eles, assim, de importncia capital que o advogado adune ao seu processo esses dissdios coletivos, devidamente homologados pelo Poder Judicial.

7) CONCLUSONa anlise geral deste estudo, conclumos que o Direito do Trabalho tem como objetivo principal regular as relaes entre patro e empregado e, posteriormente solucionar possveis conflitos de interesses existentes entre empregados e empregadores e de ambos com o Estado. Aps longo estudo da matria em discusso, podemos dizer como foi rdua e duradoura a conquista de direitos dos nossos trabalhadores e principalmente o desligamento do homem com o trabalho escravo, que um mal pouco distante de nossa realidade, tendo em vistas os atuais salrios irrisrios, falta de estrutura trabalhista, trabalho infantil, etc. Cumpre salientar que em virtude do grande ndice de desemprego, tendo em vista o desenvolvimento econmico, qualquer trabalho atualmente motivo de grande satisfao para que est desempregado, a beira da misria e da fome, no importando qual seja, mesmo que v em desencontro com as aptides profissionais dos trabalhadores.Podemos concluir que o Direito do Trabalho um conjunto de norma, que fornece subsdio ao Poder Pblico para regular os interesses entre empregados e empregadores, buscando da melhor maneira possvel suprir suas necessidades e carncias.

8) BIBLIOGRAFIA:1) MARANHO, Dlio e CARVALHO, Luiz Incio B., Direito do Trabalho, Revista e Atualizada de Acordo com e Constituio de 1988 e Legislao Posterior, 17a ed., Rio de Janeiro, Ed. Da Fundao Getlio Vargas, 1996.2) MARTINS, Srgio Pinto, Direito do Trabalho, 17 ed., So Paulo, Atlas, 2003.3) ANDRADE, Everaldo Gaspar Lopes de, Curso de direito do Trabalho, 2 ed., revista e aumentada, Saraiva, 19924) NASCIMENTO, Amauri Mascaro, Iniciao do Direito do Trabalho, 26 ed. So Paulo: LTr Editora, 2000.5) MORAES FILHO, Evaristo de. Introduo ao Direito do Trabalho, 3 ed., So Paulo: LTr Editora, 1982.