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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 25 - Nº 142 Nov/Dez 2016 ISSN 2176-4409 Artigo alerta para a escassez dos recursos hídricos Pág. 10 Ainda é possível solicitar a suspensão da anuidade Pág. 3 As certificações foram conferidas a dois cursos técnicos mantidos pela ETEC Irmã Agostina, da Capital. Com a concessão, subiu para 15 o total de cursos certificados desde o lançamento do programa pelo Conselho em 2007. Pág. 8

Ainda é possível solicitar a Artigo alerta para a escassez ... demonizam tais alimentos. EXPEDIENTE Informativo CRQ-IV Uma publicação do Conselho Regional de Química IV Região

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 25 - Nº 142Nov/Dez 2016

ISSN 2176-4409

Artigo alerta para a escassezdos recursos hídricos

Pág. 10

Ainda é possível solicitar asuspensão da anuidade

Pág. 3

As certificações foram conferidasa dois cursos técnicos mantidos

pela ETEC Irmã Agostina,da Capital.

Com a concessão, subiu para 15 ototal de cursos certificados desde

o lançamento do programapelo Conselho em 2007.

Pág. 8

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2 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2016

EDITORIAL

O Informativo destaca em sua últi-ma edição de 2016 mais duas certifica-ções no âmbito do programa Selo deQualidade CRQ-IV. Elas foram obti-das por dois cursos mantidos pela EtecIrmã Agostina, da Capital. Com o anún-cio, ocorrido em 17 de outubro, subiupara 15 o total de cursos técnicos certi-ficados. Para o início de 2017 está pre-vista a primeira outorga do Selo paraum curso de nível superior.

Lançado em 2007, o programa Selode Qualidade CRQ-IV busca reconhe-cer as instituições de ensino que ofere-cem cursos de primeira linha. Pelo seugrau de exigência, o objetivo é que o

Selo: um compromisso com a excelênciaprograma funcione como um sinaliza-dor para empresas, que tenderão a bus-car estagiários e profissionais formadospor essas escolas. Por consequência, asvagas nesses cursos passarão a ficarmais disputadas e acabarão sendo pre-enchidas pelos melhores candidatos.

Num período em que as ofertas deemprego mínguam e a busca por umlugar ao sol se acirra, possuir uma for-mação de excelência é um diferencialinquestionável. Por mais grave que sejaa crise, os profissionais mais bem pre-parados sempre têm mais oportunida-des que os demais concorrentes. O pro-grama Selo de Qualidade CRQ-IV se

PRESIDENTE: HANS VIERTLER

VICE-PRESIDENTE: NELSON CÉSAR F. BONETTO

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: REYNALDO ARBUE PINI

CONSELHEIROS TITULARES: CLAUDIO DI VITTA,DAVID CARLOS MINATELLI, ERNESTO HIROMITI

OKAMURA, JOSÉ GLAUCO GRANDI, LAURO

PEREIRA DIAS, MANLIO DE AUGUSTINIS, NELSON

CÉSAR FERNANDO BONETTO, REYNALDO ARBUE

PINI E RUBENS BRAMBILLA.

CONSELHEIROS SUPLENTES: AELSON GUAITA,AIRTON MONTEIRO, ANA MARIA DA COSTA

FERREIRA, ANTONIO CARLOS MASSABNI,GEORGE CURY KACHAN, JOSÉ CARLOS

OLIVIERI, MASAZI MAEDA E SÉRGIO RODRIGUES.

CONSELHO EDITORIAL: HANS VIERTLER E JOSÉ

GLAUCO GRANDI

IMAGEM DA CAPA: FREEPIK

JORNALISTA RESPONSÁVEL:CARLOS DE SOUZA (MTB 20.148)

ASSIST. COMUNICAÇÃO:JONAS GONÇALVES (MTB 48.872)

ASSIST. ADMINISTRATIVA:MARIELLA SERIZAWA

orgulha de contribuir para o fortaleci-mento desse círculo virtuoso que, aliás,deve ser preservado mesmo em épocasem que a economia não se apresentatão hostil.

A edição também noticia o lança-mento de uma plataforma que pretendedesfazer mitos sobre a qualidade e se-gurança dos alimentos processados. Ainiciativa do governo do Estado, pormeio do Instituto de Tecnologia de Ali-mentos (Ital), já está disponível para ogrande público em um site de linguagemacessível e que servirá de contrapontoàs campanhas que, sem base científica,demonizam tais alimentos.

EXPEDIENTE

Informativo CRQ-IVUma publicação do Conselho

Regional de Química IV Região

Rua Oscar Freire, 2.039 – SP/SPTel. (11) 3061-6000 - www.crq4.org.br

Boas Festas!O CRQ-IV informa que o atendimentoao público ficará suspenso no período

de 21/12/16 a 04/01/2017.

Informativo CRQ-IV – 3Nov/Dez 2016

ANUIDADES

Informativo CRQ-IV – 3

O prazo para que profissionais soli-citassem a suspensão do pagamento daanuidade de 2017 terminou em 30 denovembro. Contudo, ainda poderão fa-zer a requisição os que preencheram osrequisitos em dezembro. Quem já estácom a anuidade suspensa e permanecenas mesmas condições não precisará re-novar o benefício.

Tem direito à suspensão quem perdeuo emprego este mês ou matriculou-se agoraem cursos de pós-graduação. Nas duas si-tuações, o benefício só será deferido se oprofissional não possuir nenhuma outrarenda, além do seguro-desemprego e/oude uma eventual bolsa de estudos. Outracondição é que a documentação compro-batória seja enviada em dezembro.

Para saber os documentos exigidose as formas para remetê-los acessewww.crq4.org.br/suspensao. Para quem

Suspensão pode ser solicitada porquem perdeu o emprego neste mês

optar por trazer a documentação pes-soalmente, o Conselho informa que oatendimento ao público será encerradoàs 15h do dia 20/12. Após essa data, sóserão recepcionados requerimentos en-viados via Correios e desde que posta-dos até dia 30.

Não terá direito à suspensão quempreencher os requisitos somente a par-tir de janeiro ou, caso estes tenham seconfigurado em dezembro, não reme-ter a documentação até o fim deste ano.

VALORES – A Resolução 266/2016, doConselho Federal de Química (dispo-nível em www.cfq.org.br), definiu osvalores das anuidades para 2017: Pro-fissionais de Nível Superior, R$ 496,00;Nível Médio, R$ 246,00; Auxiliares eProvisionados, R$ 175,00.

De acordo com a resolução, os pro-

fissionais que fizerem o pagamento emcota única até o dia 31/01 terão des-conto de 20%; até 28/02, de 10%. Tam-bém estão previstos descontos paraempresas, conforme sua denominação.

O prazo final para pagamento daanuidade, sem desconto, é 31/03.

4 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2016

CIÊNCIA

4 – Informativo CRQ-IV

Lançado em novembro pelo Institu-to de Tecnologia de Alimentos (Ital), osite www.alimentosprocessados.com.bré uma iniciativa da Plataforma Tecnoló-gica da Secretaria de Agricultura e Abas-tecimento do Estado de São Paulo quereúne esclarecimentos científicos, emlinguagem acessível, sobre os processosutilizados para a conservação de alimen-tos e bebidas.

Durante o lançamento, promovidona sede da Federação das Indústrias doEstado de São Paulo (Fiesp), represen-tantes de diversas entidades ligadas aosetor alimentício, como a AssociaçãoBrasileira das Indústrias da Alimenta-ção (Abia) e a Sociedade Brasileira deAlimentação e Nutrição (Sban), parti-ciparam de um painel de debates.

O coordenador da Plataforma Tec-nológica, Raul Amaral, disse que o siteé “um contraponto a mitos e preconcei-tos que confundem os consumidores”.Para ele, que apontou como “fontes dedesinformação” algumas matérias vei-culadas na imprensa – como a publica-da em setembro no site da revista Vejacom o título A cada salsicha consumi-da você perde 15 minutos de vida(http://abr.ai/2cBUWOd) –, “muitas pes-

soas desconhecem a complexidade dacadeia produtiva dos alimentos”.

Na seção “O que são alimentos pro-cessados?” do site, são mostradas asdiferenças entre os termos “processa-do” e “industrializado”, que muitas ve-zes são tratados como sinônimos. Osprocessados são todos os alimentos quepassaram por alguma modificação deseu estado original por meio de proces-sos como aquecimento, congelamento,fritura ou pasteurização, visando man-tê-los em condições adequadas parapreparo culinário e consumo por umdeterminado período de tempo. Taisprocessos podem ser realizados tantoem domicílios para consumo próprioquanto em serviços de alimentação ouindústrias para fins comerciais.

O que determina se um alimentoprocessado é “industrializado” é a es-cala de produção: aqueles que são ela-borados em pequena escala são chama-dos de “artesanais”, enquanto que osfabricados em grande escala são os “in-dustrializados”.

As demais seções abordam os se-guintes aspectos: benefícios dos ali-mentos processados; mitos e fatos; in-gredientes e aditivos; ciência e tecno-logia dos alimentos; indústrias de ali-mentos e bebidas; biblioteca virtual; einiciativas do setor.

De acordo com a plataforma, entre osbenefícios dos alimentos industrialmen-te processados estão: produção em esca-la industrial, que garante o acesso da ali-mentação básica para as populações ur-banas com menor custo; mais segurança

Ital lança site para desfazer mitossobre alimentos processados

Serviço pretende ser contraponto a preconceitos que confundem o consumidor

Reprodução

Raul Amaral, coordenador da plataforma Site combaterá a desinformação, prevê Klotz

Fotos: CRQ-IV

Informativo CRQ-IV – 5Nov/Dez 2016

CIÊNCIA

Informativo CRQ-IV – 5

Integrante da Comissão de Alimen-tos e Bebidas do CRQ-IV e professordo Departamento de Engenharia doCentro Universitário Estácio/UniSEB,de Ribeirão Preto, o Químico PauloGarcia de Almeida avalia a plataformado Ital como “uma excelente iniciativanão apenas para a comunidade envol-vida no segmento, como pesquisado-res e profissionais, mas principalmen-te para os consumidores”.

Ao comentar a reportagem que aler-ta que cada salsicha consumida signi-fica a perda de 15 minutos de vida, oespecialista esclareceu que o alerta daOrganização Mundial da Saúde (OMS)sobre produtos cárneos e embutidos ébaseado em dez estudos que sugeremum aumento de 18% de risco de cân-cer colorretal para quem consome 50gdiárias de alimentos processados. Masquando se fala em “risco”, salientou,não significa que quem consumir aque-la quantidade ou até mais vai, com cer-teza, adquirir a doença.

“A imprensa desempenha o impor-tante papel de informar, mas quandoo assunto é o consumo de alimentos ebebidas, nem todos os jornalistas pos-

suem conhecimento técnico suficien-te para passar informações corretas ebem fundamentadas”, avalia.

Sobre os nitritos utilizados comoconservantes químicos em produtoscárneos, apontados como vilões namesma reportagem, Paulo Almeida ex-plica que as indústrias podem utilizá-los de acordo com os limites definidospela Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa). “A legislação seguerecomendações internacionais, como aavaliação de Ingestão Diária Admissí-vel (IDA), estabelecida pelo JECFA(Comitê de Especialistas da FAO/OMSem Aditivos Alimentares) com base emextensas avaliações toxicológicas”.

Segundo o membro da Comissãode Alimentos do CRQ-IV, as indica-ções de uso são reavaliadas periodi-camente. Nesse sentido, usa como re-ferência o café, que desde 1991 eraconsiderado como possivelmente can-cerígeno para humanos. Porém, nesteano, após uma revisão dos estudosfeitos até então, a Agência Internaci-onal de Pesquisa sobre o Câncer reti-rou a bebida da lista.

Almeida acredita que os artigos so-

e controle da qualidade dos alimentos;conveniência para o consumidor; redu-ção de desperdícios; e eficiência no usode água, energia e outros insumos.

Para Edmundo Klotz, presidente daAbia, o site do Ital ajudará a combatero que ele classifica como uma “crise”provocada pela desinformação. “Hámuitos mitos relacionados à alimenta-ção e abordagens, como as de algunsguias, que orientam as pessoas a nãoconsumir alimentos industrializados”,criticou.

A nutricionista Márcia Terra, daSban, ressaltou a importância que a pla-taforma do Ital pode adquirir por tor-

nar a ciência em torno dos alimentosmais acessível aos consumidores. “Nãoexiste alimento bom ou ruim. O que

existe é dieta boa ou ruim”, pontuou ela,que também é integrante do comitê téc-nico-científico do site.

SOBRE O ITAL – Vinculado à AgênciaPaulista de Tecnologia dos Agronegó-cios, da Secretaria de Agricultura eAbastecimento do Estado de São Pau-lo, o Ital realiza atividades de pesqui-sa, desenvolvimento, assistência tecno-lógica, inovação, capacitação e difusãodo conhecimento nas áreas de embala-gem e de processamento, análise, con-servação e segurança de alimentos ebebidas. Mais informações podem serobtidas em www.ital.sp.gov.br.

Márcia: não existe alimento bom ou ruim

Especialista defende “divulgaçãoequilibrada” de estudos sobre alimentos

Foto: Linkedin

Almeida integra Comissão do CRQ-IV

bre temas relacionados a produtos in-dustrializados devem mostrar “os doislados da moeda” para um melhor en-tendimento. “Devemos saber que asindústrias de ponta investem em pes-quisa e tecnologia e acompanham astendências de saudabilidade. Para su-prir as necessidades da populaçãomundial, dependemos da participaçãoda indústria no processamento”. Eleressalta ainda que “a diferença entreveneno e alimento está na dose e, por-tanto, devemos escolher os alimentosde origem confiável, consumindo-osem quantidades moderadas”.

6 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2016

ENSINO

Com o objetivo de apresentar novastécnicas instrumentais disponíveis paraa identificação de moléculas e substân-cias e demonstrar as possibilidades desuas aplicações, o CRQ-IV promoveuem 21 de outubro a terceira edição doFórum de Ensino Superior da ÁreaQuímica. Organizado pela Comissão deEnsino Superior da entidade, o eventoteve o apoio do Sindicato dos Quími-cos, Químicos Industriais e Engenhei-ros Químicos do Estado de São Paulo(Sinquisp). O público foi formado porcerca de 80 pessoas, entre representan-tes e coordenadores de cursos, docentese alunos de graduação e pós-graduação.

A abertura foi realizada pela Enge-nheira Química Andrea de Batista Mari-ano, coordenadora das Comissões Téc-nicas do Conselho. Em sua apresentação,ela informou que as 470 instituições deensino cadastradas na entidade oferecem749 cursos na área da Química. Destes,378 (50,5%) são de Nível Superior e 371(49,5%) de Nível Médio. Ela tambémdestacou diversas iniciativas mantidaspelo CRQ-IV, como o programa Selo de

Qualidade, criado em 2007 para cursostécnicos e que, desde 2013, também visacertificar cursos superiores (exceto os deLicenciatura). Segundo a coordenadora,a primeira instituição de Ensino Superiora ter um curso certificado com o Selo seráanunciada em breve.

O primeiro bloco do Fórum foi de-dicado a inovações tecnológicas nodesenvolvimento de equipamentos esistemas de detecção. Análises quími-cas por espectrometria de massas foramobjetos da palestra inicial, ministradapor Andréia de Melo Porcari, pesqui-sadora no Laboratório ThoMSon, doInstituto de Química da Unicamp. En-tre as técnicas atualmente utilizadas, eladestacou a que foi desenvolvida pelapesquisadora Livia Eberlin para a iden-tificação de marcadores químicos (mo-léculas) de tumores, trabalho que foipremiado nos EUA em 2014 (http://bit.ly/2NeNtD6f). Para Andréia, “a es-pectrometria de massas vem ganhandocada vez mais destaque em análises clí-nicas, tornando possível o entendimen-to de processos biológicos complexos”.

Dispositivos miniaturizados paraanálises foi o tema da segunda palestra,conduzida pelo professor Ivo MiltonRaimundo Júnior, do Departamento deQuímica Analítica do IQ-Unicamp, queatua em pesquisas com análise em flu-xo, sensores ópticos e microfabricaçãode sistemas analíticos. Alinhada com osprincípios da Química Verde, a minia-turização oferece várias vantagens, deacordo com o pesquisador: maior porta-bilidade, menos consumo de energia,redução de custo por análise, maior ra-pidez, simplificação de sistemas, comeletrônica integrada e minimamente in-vasivos, além de reduzido consumo deamostras e reagentes. “Sistemas minia-turizados trazem novos horizontes paraas ciências analíticas e áreas diretamen-te dependentes pela mudança de para-digma”, salientou.

Uma mesa-redonda com os pales-trantes, mediada por Patrícia Sartore-lli, integrante da Comissão de EnsinoSuperior do CRQ-IV e docente da Uni-versidade Federal de São Paulo, encer-rou a primeira parte do evento.

Fórum no CRQ-IV debate avançosna identificação de substânciasEncontro foi organizado pela Comissão de Ensino Superior da entidade

Fotos: CRQ-IV

Andréia é pesquisadora na Unicamp Firmino falou sobre Química Forense

Toma: nanotecnologia para detectar compostos

Informativo CRQ-IV – 7Nov/Dez 2016

ENSINO

SEGUNDO BLOCO – Três docentes e pes-quisadores da USP (dois do Instituto deQuímica de São Paulo e um do campusde Ribeirão Preto) apresentaram os te-mas da segunda parte da programação,que teve como foco o desenvolvimen-to de novos processos e aplicações. Autilização de “narizes eletrônicos” fei-tos a partir de materiais poliméricos foio assunto da palestra de Jonas Gruber(IQ-SP). Ele chamou a atenção para ocrescente avanço desses dispositivoscomo substitutos da mão de obra hu-mana, por exemplo, na osmologia (es-tudo dos odores e aromas) praticada naindústria automobilística.

A nanotecnologia aplicada à detec-ção e identificação de compostos foiabordada por Henrique Eisi Toma (IQ-SP). Ganhador do Prêmio Fritz Feiglem 2001 (http://bit.ly/2fnTkJ8), o pro-fessor falou sobre conceitos abordadosnos livros de sua autoria Nanotecno-logia Molecular - Materiais e Dispo-

Quatro medalhas foram conquistadas pela delegação brasileira que partici-pou, em setembro, da XXI Olimpíada Ibero-Americana de Química, em Bogotá(Colômbia). O paulista Vitor Gomes Pires ganhou uma medalha de ouro. O tam-bém paulista Pedro Seber e Silva e o cearense Gabriel Ferreira Gomes Amgar-ten levaram medalhas de prata. O bronze ficou com outro cearense, Davi Olivei-ra Aragão.

Participaram do torneio 17 países, representados por 64 estudantes não uni-versitários, com idade inferior a 19 anos. Os bons resultados alcançados nos tor-neios internacionais de Química se devem ao talento e à competência dos estudan-tes; são também resultado do trabalho realizado há anos pelos professores e pelaorganização da Olimpíada Brasileira de Química, disse o coordenador geral dacompetição acadêmica, professor Sérgio Melo.

Rafaela e Mariana sãoalunas do 3º ano do

curso de Bachareladoem Química na Unimep

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Brasileiros conquistam medalhas na Colômbia

sitivos, sexto volume da Coleção deQuímica Conceitual, e Nanotecnolo-gia Experimental, ambos publicadospela Editora Blucher. A versatilidade dananotecnologia, que proporciona avan-ços nas áreas cosmética, eletrônica, es-portiva e médica, entre outras, foi en-fatizada pelo professor Toma.

Química Forense, que reúne méto-dos aplicados na resolução de casos

judiciais, foi a base da última palestrado Fórum, conduzida por Marcelo Fir-mino de Oliveira, da USP de RibeirãoPreto. Ele detalhou as possibilidades deatuação no segmento como pesquisa-dor, policial cientista, assessor técnicoautônomo ou perito judicial. “A áreaforense possui uma alta demanda porprofissionais, o que a torna atrativa”,apontou Oliveira, de Rib. Preto.

Assim como no primeiro bloco, foipromovida uma mesa-redonda com ospalestrantes. A mediação foi de Fran-cisco Comninos, integrante da Comis-são de Ensino Superior do CRQ-IV.

CARREIRA – Estudantes do 3º ano doBacharelado em Química na Universi-dade Metodista de Piracicaba (campusde Santa Bárbara d’Oeste), MarianaGonçalves e Rafaela Argentini aprovei-taram para obter mais conhecimentossobre possibilidades de atuação na área.“Os assuntos foram propostos de for-ma clara e objetiva pelos palestrantes”,elogiou Mariana, que se interessa porQuímica Forense. Já Rafaela citoucomo um dos pontos positivos a apro-ximação entre academia e mercado pro-porcionada por eventos como o Fórum.“Para nós, que ainda estamos na gra-duação, esse contato com profissionaisajuda na escolha por uma especializa-ção no futuro”, apontou.

Os arquivos apresentados durante oevento estão disponíveis no site www.crq4.org.br, seção “Downloads”.

8 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2016

SELO DE QUALIDADE

A Escola Técnica Estadual (Etec)Irmã Agostina, localizada na região deInterlagos (zona sul da Capital), teveseus dois cursos Técnico em Química(o Noturno e o Integrado ao EnsinoMédio) certificados em outubro peloprograma Selo de Qualidade CRQ-IV.

A entrega das placas que simboli-zaram a conquista ocorreu no dia 29de novembro, durante uma cerimôniana sede da Etec. Wagner Contrera Lo-pes, gerente de Fiscalização, represen-tou o presidente do CRQ-IV, HansViertler. Também esteve presente a En-genheira Química Andrea Mariano,coordenadora da Comissão de EnsinoTécnico, instância auditora dos cursosque pleiteiam o Selo.

Com mais essas outorgas, subiu para15 o total de cursos certificados – man-tidos por 11 escolas –, desde que o pro-grama para cursos técnicos foi lança-do, em 2007 (acesse http://bit.ly/2gnb-tWR para conferir a galeria no site doConselho).

A versão do programa para cursossuperiores foi lançada em 2013 e a pri-meira certificação nesta modalidadeestava em análise quando do fechamen-to desta edição.

A Irmã Agostina foi a segunda ins-tituição da rede vinculada ao CentroPaula Souza (mantido pelo governoestadual) a conquistar o Selo. Em no-vembro de 2014, a Etec Tiquatira, tam-bém da Capital, teve o curso Técnicoem Química certificado (http://bit.ly/2fvcJXf).

Responsável pelos laboratórios deQuímica da Irmã Agostina, o professorKlauss Engelmann teve papel de desta-que nessa iniciativa. Ele disse que a es-cola tomou a iniciativa de submeter os

cursos técnicos à auditoria para obter acertificação há cerca de um ano.

“Como inscrevi trabalhos para dis-putar o Prêmio CRQ-IV nos últimosanos, acessei o site do Conselho comfrequência e aproveitei para me infor-mar a respeito do Selo de Qualidade.Após conversar com alunos e profes-sores, decidimos levar a ideia adiante”,contou Engelmann.

Os exemplos de duas instituiçõestambém da Capital que já haviam ade-rido ao programa serviram de inspira-ção para o professor: a Escola SenaiFundação Zerrenner (onde Engelmannse formou no Nível Médio, quando ainstituição ainda se chamava EscolaTécnica Walter Belian), que teve o cur-so Técnico em Análises Químicas cer-tificado com o Selo de Qualidade em2009; e a Etec Tiquatira que, como ci-

tado nesta reportagem, obteve a certi-ficação para o curso Técnico em Quí-mica há dois anos.

Algumas adequações foram neces-sárias para atender às exigências elen-cadas pelo Conselho. “Já tínhamos umaboa estrutura, que foi bem avaliada pe-los auditores, mas tivemos que fazerajustes, como aprimorar a documenta-ção de projetos e processos de labora-tório desenvolvidos na escola”, salien-tou Engelmann.

RETORNO – Para a diretora da EtecIrmã Agostina, Ana Lúcia Calaça, aconquista do Selo de Qualidade de-verá gerar bons retornos tanto para aescola quanto para seus alunos. Segun-do previu, a instituição poderá ter, nofuturo, indicadores positivos gerados apartir da obtenção da certificação, como

Dois cursos da Etec Irmã Agostina,da Capital, conquistam a certificaçãoCom o anúncio, subiu para 15 o total de cursos técnicos alcançados pelo programa

Professores Jaqueline Dias, coordenadora do curso Técnico em Química (noturno); Ana Lúcia Calaça, dire-tora da Etec; e Álvaro Rocha, coordenador pedagógico mostram uma das placas entregues pelo CRQ-IVpara simbolizar a conquista do Selo de Qualidade

Fotos: Alex Silva e CRQ-IV

Informativo CRQ-IV – 9Nov/Dez 2016

SELO DE QUALIDADE

o aumento no número de alunos con-tratados por empresas da área química,o crescimento da demanda por vagasnos cursos e a ampliação da oferta deestágios. A intenção é reforçar a ofertade “cursos pautados em um ensino di-nâmico, contínuo e atualizado com omercado de trabalho, por meio do qualpropiciamos uma formação de qualida-de”, afirmou.

Ela disse ainda que a escola preten-de fazer uma divulgação referente àconquista envolvendo plataformas decomunicação próprias e da rede do Cen-tro Paula Souza, incluindo períodos deinscrição para processos seletivos e umareferência especial nos diplomas dosalunos que se formarem.

SELO – O programa Selo de Qualida-de é uma iniciativa do Conselho parareconhecer e valorizar as escolas técni-cas e superiores comprometidas com aqualidade de ensino. Ele também servecomo parâmetro para orientar estudan-

tes a optarem por cursos certificados, oque naturalmente ampliará suas chan-ces de construirem uma carreira de su-cesso, bem como de indicar às empre-sas onde buscar os melhores estagiári-os e profissionais para compor seusquadros de colaboradores.

A certificação tem validade de trêsanos. Após esse período, a instituiçãoprecisará submeter o curso a uma novaauditoria para obter a revalidação.Acesse www.crq4.org.br/selo_de_ qua-lidade para obter mais detalhes sobre oprograma.

O professor Klauss Engelmann esteve à frente do processo que possibilitou as certificações

Alunos, professores e funcionários da Etec Irmã Agostina participaram de uma cerimônia para comemorar a obtenção do Selo outorgado pelo CRQ-IV

10 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2016

ÁGUA

Introdução

Um estudo das Nações Unidas di-vulgado em 2000 previa que 2,7 bilhõesde seres humanos – 45% da populaçãomundial – iriam ficar sem água no ano2025. Em 2000, o problema já afetava1 bilhão de indivíduos, principalmenteno Oriente Médio e norte da África. Em2025, Índia, China e África do Sul de-verão entrar na estatística. “Nesses lu-gares, as reservas deverão se esgotarcompletamente”, alerta o autor do es-tudo, o geólogo Igor Shiklomanov, doInstituto Hidrológico Estatal de SãoPetersburgo, Rússia.

Em 2000, a população mundial erade 6,08 bilhões de habitantes. Destes,1 bilhão, ou 16,4% da população daépoca, já estavam com problemas deacesso a recursos hídricos.

Em 2015, o Programa Mundial deAvaliação da Água das Nações Unidasdizia que, até 2030, o planeta poderáenfrentar déficit de água de até 40%.

A previsão da população mundialpara 2030 é de 8,2 bilhões de habitan-tes. Caso esta estimativa se confirme,teremos mais de 3 bilhões de pessoas

com dificuldade de acesso a água. Sefizermos uma comparação com o ano2.000, quando 1 bilhão de pessoas nãotinham acesso a água, com a previsãopara o ano de 2030, teremos um cresci-mento de 200% da população que terádificuldade de acesso a água.

Numa avaliação das estimativas doInstituto Internacional de Pesquisa dePolítica Alimentar, até 2050 um total de4,8 bilhões de pessoas estará em situa-ção de estresse hídrico. Além de proble-mas para o consumo humano, esse ce-nário, caso se confirme, colocará emxeque safras agrícolas e a produção in-dustrial, pois o consumo de água e o cres-cimento econômico caminham juntos.

Estima-se que 5% dos postos de tra-balho do setor agrícola, 60% dos postosdo setor da indústria e 30% dos postosde serviços são moderadamente depen-dentes de recursos hídricos. Assim, 1,15

bilhão de postos de trabalho (36% dapopulação ativa do mundo) são atual-mente dependentes da água. Essencial-mente, esses dados mostram que 78%dos empregos em todo o mundo são de-pendentes da água. Soma-se a isso o fatode que o número de postos de trabalhovoltados a atividades auxiliares promo-ve a criação de mais empregos depen-dentes de água. Estes incluem trabalhosem instituições reguladoras no âmbitodas administrações públicas, financia-mento de infraestrutura, comércio imo-biliário e construção civil. Tais trabalhosfornecem o ambiente e o apoio necessá-rios para a realização das atividades eoperações.

Para responder às necessidades deuma população em constante cresci-mento, os setores de agricultura e ener-gia precisam continuar a produzir cadavez mais. De agora até 2050, a agricul-

Disponibilidade X Demanda = Crisepor Jorge Antonio Barros de Macedo

Imagens: Freepik

Informativo CRQ-IV – 11Nov/Dez 2016

ÁGUA

tura, que consome a maior parte daágua, precisará produzir mundialmen-te 60% a mais de comida, sendo que100% dessa demanda serão em paísesem desenvolvimento.

Fatores pressionam o aumentoda demanda de recursos hídricos

Dentre os fatores que exercem essapressão os mais relevantes são os se-guintes:

1 - CRESCIMENTO POPULACIONAL – A re-dução do número de mortes em funçãodos avanços da medicina aumenta a pers-pectiva de vida da população.

Entre 2011 e 2050, estima-se que apopulação mundial crescerá 33%, au-mentando de 7 bilhões para 9,3 bilhões.Além disso, estima-se que a populaçãodas áreas urbanas irá praticamente do-brar, subindo de 3,6 bilhões, em 2011,para 6,3 bilhões, em 2050.

2 - AUMENTO PELA DEMANDA DE ALIMEN-TOS – A agricultura é responsável por cer-ca de 70% do total do consumo de águadoce. Na maioria dos países subdesen-volvidos, esse índice chega a 90%. Semmelhoras na eficiência hídrica, estima-se que o consumo mundial da agricultu-ra aumentará 20% até 2050. Entre 2011e 2050 a demanda por alimento aumen-tará 60%, segundo as Nações Unidas.

Se produzíssemos a colheita dosanos 2000 com a tecnologia de 1950,teríamos de incorporar uma área de 1,1bilhão de hectares à produção. Essa in-formação mostra de modo inequívocoque é impossível produzir alimentospara toda a população mundial utilizan-do tecnologias que não impliquem emmaior produção agrícola em uma mes-ma área de solo.

Estima-se que, em 2030, a metadede todos os alimentos produzidos e doisterços de todos os cereais colhidos se-rão oriundos da agricultura irrigada.

Essas informações mostram de ma-neira clara que estamos caminhando

para uma situação insolúvel no que tan-ge à produção de alimentos, caso a po-pulação mantenha os níveis atuais decrescimento. Nesse quadro, teremosque produzir mais alimentos por hecta-re, o que exigirá novas tecnologias demanejo e, logicamente, a aplicação deagroquímicos.

3 - A VENDA DE COMMODITIES DO AGRO-NEGÓCIO X CONSUMO DE ÁGUA – Comoprincipal exemplo citamos a China, queimporta cerca de 18 milhões de tonela-das de soja por ano, a um custo de 3,5milhões de dólares. Por esse caminhoingressam naquele país cerca de 45 bi-lhões de litros de água, um recurso hí-drico que a China não teria disponívelpara cultivar a soja.

Deve-se ficar atento ao volume deágua virtual envolvido nestas modali-dades de comércio que crescerão emfuturo próximo, paralelamente ao esgo-tamento e a contaminação dos recursoshídricos. Dados recentes da Unesco dãoconta de que o comércio global movi-menta uma quantidade anual de águavirtual na ordem de 1.000 a 1.340 km³,sendo: i) 67% relacionados com o co-mércio de produtos agrícolas; ii) 23%com o comércio de produtos animais;iii) 10% com produtos industriais.

4 - AUMENTO DA DEMANDA POR BENS

MANUFATURADOS – A demanda pelosprodutos industriais também aumenta,o que, por sua vez, impõe maior pres-são sobre os recursos hídricos. Entre2000 e 2050, estima-se que a demandada indústria por água crescerá até400%. Para se comprovar a pressãosobre recursos hídricos em função dademanda de bens manufaturados bastaavaliar a chamada pegada hídrica de umproduto.

Apenas como complementação deinformações, uma pessoa precisa de, nomínimo, 50 litros de água por dia; com200 litros vive-se confortavelmente. Es-ses valores, quando comparados ao con-sumo na agropecuária, são consideradospequenos: por exemplo, 1 kg de arrozpara ser produzido consome 1.910 litrosde água; 1 kg de frango, 3.500 litros; 1kg de carne de boi, 10 mil litros.

5 - AUMENTO DA POLUIÇÃO – Um dosusos da água in situ em função das con-dições é uma exigência para a diluiçãode poluição. Estimou-se que 28,3 litros/segundo sejam necessários para diluira poluição hídrica de uma populaçãode 1.000 habitantes.

A falta de investimento em estaçõespara tratamento de efluentes sanitários

Aumento da demanda por alimentospara suprir o crescimento dapopulação está entre os fatoresque pressionam a necessidadepor mais recursos hídricos

12 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2016

ÁGUA

Organizado pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ),o XV Workshop de Pós-Graduação em Química ocorreu nodia 23 de novembro, no auditório do Conselho, e reuniu aoredor de 50 professores de vários estados brasileiros.

Aberto por Hans Viertler, presidente do CRQ-IV, o even-to foi dividido em duas etapas. Pela manhã, foram proferi-das palestras sobre Boas Práticas Científicas; Sistema Na-cional de Pós-Graduação - Avaliação Quadrienal 2017; e oCenário atual e futuro em CT&I no Brasil, esta apresentadapor Jailson de Andrade, titular da Secretaria de Políticas eProgramas de P&D do Ministério da Ciência, Tecnologia,Inovações e Comunicações (MCTIC).

À tarde, foram formados grupos para discussão de te-mas como novas práticas, internacionalização, análise deegressos, infraestrutura etc. Os resultados dessas discussõesforam apresentados no final do encontro e deverão ser di-vulgados em breve no site da SBQ (www.sbq.org.br).

Doutor em Ciência, professoruniversitário e consultor, Jorge

Macedo escreveu 19 livros sobreQuímica Ambiental e Recursos

Hídricos, entre eles um dosdestacados na seção Literatura

desta edição.

Contatos com o autor:[email protected]

Por se tratar de um resumo, asfontes de referência deste artigo

foram suprimidas. Estas e aíntegra do texto estão disponíveis

na versão on-line.

e industriais provoca a perda de quali-dade dos recursos hídricos. Em muitoscasos, o custo de tratamento dessa po-luição inviabiliza a sua aplicação parao aproveitamento posterior do efluentecomo água potável.

A previsão do volume de água ne-cessário para diluir a poluição para oano de 2025 alcança a cifra de 7496,74km3. Ou seja, somente para diluir a po-luição serão consumidos 7496,74 x1012 L de água em 2025.

6 - PERDAS DE ÁGUA TRATADA POR VAZA-MENTO NOS CENTROS URBANOS – O Brasilperde 39% de sua água tratada, ocupan-do a 20ª posição de um ranking com 43países. O levantamento foi feito em 2011pelo International Benchmarking Ne-twork for Water and Sanitation Utiliti-es. As perdas antes que a água chegueao consumidor final incluem vazamen-tos e ligações clandestinas.

Na lista, o Brasil fica atrás de paí-ses como Vietnã (que perde 31%), Mé-xico (24%), Rússia (23%) e China(22%). O que mais perde água tratadana lista é ilhas Fiji, que desperdiça 83%da água que trata. Já entre os com me-

nor índice de perda estão Estados Uni-dos (13%) e Austrália (7%).

O número que representa as perdasalcança 5,8 trilhões de litros de água, oque seria suficiente para abastecer a ci-dade de São Paulo por sete anos e meio.O cálculo foi feito pelo portal de notíciasG1 e leva em conta apenas a água utiliza-da para consumo humano em 2013, quan-do a média de consumo no estado era de188 litros diários por habitante.

Qual a saída para supriros aumentos da demanda por

recursos hídricos?

A ONU cita como oportunidadespara diversificação das fontes de água oseu reúso, principalmente para irrigação,como sendo a estratégia mais comumpara a reciclagem das águas residuais.Em nível mundial, estimam-se em até20 milhões de hectares as terras irriga-das com águas residuais não tratadas.

Outra fonte é a utilização é o apro-veitamento de água da chuva, que estáganhando maior interesse nos ambien-tes urbanos. Esse uso causa um impac-to direto na redução do consumo de

água, além de reduzir o risco de enchen-tes por meio do aumento e da descen-tralização do armazenamento, e o con-sumo de energia por meio do resfria-mento por evaporação, gerando melho-ras dos ambientes urbanos.

Há estudos indicando medidas nãoconvencionais (ou alternativas) paraconservação da água: i) reúso de águascinza; ii) utilização de efluentes sanitá-rios – águas negras, após tratamento doefluente; iii) captação e aproveitamen-to de água pluvial; iv) dessalinizaçãode água do mar ou salobra.

Conselho recebeu fórum sobre pós-graduação em QuímicaFoto: CRQ-IV

Viertler, presidente do CRQ-IV, e Andrade, secretário do MCTIC

Informativo CRQ-IV – 13Nov/Dez 2016

LITERATURA

ÁGUAS & ÁGUAS – Em sua 4ª edição, o livro escrito peloprofessor Jorge Macedo possui 960 páginas, distribuídas emnove capítulos, que tratam de vários assuntos como aprovei-tamento de água de chuva, tratamento de água potável, águapara caldeiras/resfriamento, reúso e water footprint.

O primeiro capítulo da obra aborda um assunto conside-rado polêmico pelo autor: a memória da água através dos“clusters”, que são aglomerados de moléculas de água, for-mados pelas ligações entre os átomos de hidrogênio.

A rica ilustração com gráficos, quadros e tabelas auxili-am na compreensão do extenso conteúdo, resultante de con-sultas a 850 referências bibliográficas.

Ao custo de R$ 300,00 mais despesas de postagem, olivro pode ser adquirido diretamente pelo site do autor:www.jorgemacedo.com.br.

BIOQUÍMICA – Tradução da 8ª edição norte-americana, o li-vro escrito pelos professores Mary Campbell e Shawn Far-rel – e que até então era dividido em três volumes – se desti-na a estudantes de diferentes áreas e objetiva expor os prin-cipais aspectos dessa disciplina de forma clara, apontandosua aplicabilidade no cotidiano.

Cada capítulo possui seções práticas, com problemas aserem solucionados, e um resumo para ajudar na fixação doconteúdo. No final do livro, há respostas dos exercícios pro-postos. Outros pontos de destaque são os quadros “Cone-xões Bioquímicas”, que procuraram relacionar os temas es-tudados com o mundo real.

Editado pela Cengage Learning, o livro custa R$ 339,90e pode ser adquirido pelo site www.cengage.com.br/ls/bio-quimica.

Sorteios distribuirão livros que tratamde recursos hídricos e bioquímica

Para concorrer, envie e-mail para [email protected], informando seu nome, CPF e endereçoresidencial com CEP. No campo “Assunto” da mensagem escreva a palavra “Sorteio” e o título deinteresse. Remeta e-mails separados se quiser concorrer a mais de um livro. Serão sorteados dois

exemplares de cada obra no dia 10/01/2017. Podem participar profissionais e estudantes.

14 – Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2016

Informativo CRQ-IV – 15Nov/Dez 2016

MINICURSOS

O programa Minicursos CRQ-IVfoi encerrado no dia 14 de outubro como treinamento “Evolução dos tensoati-vos detergentes em cosméticos”. Des-tinado a profissionais de Nível Médioe Superior com interesse na área de de-senvolvimento de novos produtos, ocurso foi conduzido pela Tecnóloga emCosmetologia Juliana Leite e abordouos seguintes tópicos: Sistemas deter-gentes: cosméticos de higiene e limpe-za utilizados na pele e cabelos; Tenso-ativos detergentes e sua interação coma pele e cabelos; Visão de mercado eperspectiva do consumidor; Desempe-nho de tensoativos detergentes; e Es-colha de matérias-primas para o desen-volvimento de shampoo sulfate-free.Trinta profissionais participaram.

O foco do curso foi discutir o desen-volvimento de formulações que minimi-zem os danos à barreira cutânea, comsensorial e desempenho que atendam àsnecessidades e desejos do consumidor.A ideia, destacou Juliana Leite, foi que-brar paradigmas de que formulaçõessuaves não espumam, não limpam mui-to bem e são difíceis de espessar. No ví-deo publicado em http://bit.ly/2fPIakv,a instrutora comentou sobre alguns dos

mitos relacionados a itens usados paratratamento de pele e cabelo e avaliou asformulações possíveis para a elaboraçãode produtos mais suaves e que propor-cionem efeitos positivos.

Layra Caroline de Camargo, da ci-dade de Mauá, fez Bacharelado e Li-cenciatura em Química na FundaçãoSanto André. Formada há dois anos,tem experiência profissional no seg-mento de tintas decorativas. No entan-to, por ter interesse na área cosméticadecidiu se inscrever. “O curso trouxeum aprendizado inicial importante so-bre cosméticos, área em que pretendome especializar no futuro”, relatou.

Também Bacharel e Licenciada emQuímica, Jéssica Souza de Oliveira, deSão Bernardo do Campo, faz atualmen-te o último semestre de Engenharia Quí-mica. Tendo já passado por um estágiona área de cosméticos e saneantes, pro-cura uma nova colocação no mercado.O interesse começou ainda na gradua-ção, quando fez um trabalho de con-clusão de curso voltado para o setor.Além disso, enfatizou que, mesmo emum período de crise econômica, a área

Treinamento sobre uso de tensoativosem cosméticos encerra a edição 2016

Programa realizado com o patrocínio da CEF beneficiou 168 profissionaisFotos: CRQ-IV

cosmética está em crescimento. “A pro-posta do curso foi interessante e esti-mulou a interação. Quero fazer outroscursos e me especializar em Cosmeto-logia”, contou.

BALANÇO – O programa MinicursosCRQ-IV deste ano ocorreu entre osmeses de agosto e outubro. Dos setetreinamentos previstos, apenas o quefocaria a fabricação de materiais com-pósitos não ocorreu por não ter obtidonúmero mínimo de inscritos. Além docurso noticiado nesta página, meioambiente, práticas corretas em labora-tório, 5S, registro de empresas e pro-dutos cosméticos na Anvisa e seguran-ça e qualidade dos alimentos foram osoutros temas abordados.

No total, o programa desenvolvidonas cidades de São Paulo e Campinasbeneficiou 168 profissionais. Além daqualificação gratuita, essas pessoas re-ceberam materiais didáticos, refeiçõese certificados de participação. A reali-zação do programa só foi possível porconta do patrocínio oferecido pela Cai-xa Econômica Federal, parceira doCRQ-IV nesta iniciativa há exatamenteuma década.

Juliana Leite foi a instrutora do minicurso

Layra: curso trouxe aprendizado inicial importante Para Jéssica, curso estimulou a interação