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Economia Jornal de Leiria 7 de Fevereiro de 2013 19 Marinha Grande Palmolde quer reforçar presença no México Daniela Franco Sousa [email protected] Depois de Espanha, Áustria, Re- pública Checa, Brasil e Irão, a Pal- molde ED quer agora aumentar a sua presença no México, onde já concretizou alguns negócios no campo da indústria automóvel. Aumentar a carteira de clientes e diversificar a produção naquele mercado é o objectivo desta fabri- cante de moldes de injecção de peças plásticas, da Marinha Gran- de. Novos passos foram dados nes- se sentido, na passada sexta-feira, quando, durante a visita de em- baixadores da América Latina à região de Leiria, o director-geral da Palmolde ED, José Rocha, e o em- baixador do México, Benito An- dión, trocaram impressões sobre as potencialidades do mercado me- xicano. José Rocha avançou ao JORNAL DE LEIRIA que a Palmolde ED co- meçou por produzir alguns moldes destinados ao México, há cerca de dois anos. Recentemente, foi con- vidada pela Wolksvagem para pro- duzir para o México os moldes que já fabricava para a Europa. Na se- quência deste convite, “temos in- teresse em alargar o número de po- tenciais clientes que temos na- quele país, até para que as viagens possam ser mais rentabilizadas”, justifica o director-geral. Além dis- so, “temos outros produtos nos quais os mexicanos também po- derão estar interessados”, nota José Rocha. A intenção é divulgar que a Pal- moldes ED já trabalha no México, com marcas automóveis concei- tuadas, por forma a alargar a sua actividade na América Latina. “Esse mercado tem um timming diferente da Europa. Algumas edi- ções são lançadas na América La- tina alguns anos depois de terem sido apresentadas na Europa”, nota José Rocha. O fenómeno, compara, é idêntico ao que suce- de no Irão, com o qual a Palmolde ED também já opera. “Trabalha- mos com empresas francesas, com delegações no Irão, que introdu- ziram a Palmolde ED naquele ter- ritório”. Presentemente “temos um projecto grande, para o Irão, que esperamos completar dentro de quatro meses, e que envolve a concepção de 65 moldes, destina- dos ao restyling do tablier com- pleto do Peugeot 405. A Palmolde é uma empresa 100% exportadora, que trabalha essen- cialmente com o sector automóvel. Emprega perto de 40 colaborado- res e regista um volume de negó- cios de cerca de quatro milhões de euros. Construção, indústria química e automóvel são algumas das oportunidades AIP desafia empresários a apostar na América Latina Daniela Franco Sousa [email protected] A Colômbia importa produtos químicos e meios de transporte, o Chile precisa de cortiça e o Equador, imagine-se, carece de matérias-pri- mas e de tecnologia de ponta que lhe permitam construir e manter a primeira urbe planificada daquele país, uma autêntica Brasília, que pretende afirmar-se como Cidade do Conhecimento. Estas foram apenas algumas das muitas oportunidades de negócio anunciadas aos empresários da re- gião por 13 embaixadores de países da América Latina, que se reuniram na Associação Empresarial da Re- gião de Leiria (Nerlei), na passada sexta-feira, num road show organi- zado Associação Industrial Portu- guesa – Câmara de Comércio e In- dústria (AIP-CCI) e pela Casa da América Latina. Apesar de as exportações nacio- nais terem aumentado de forma considerável nos últimos anos, con- correndo para equilibrar a balança comercial portuguesa, como não sucedia há 40 anos, o valor das ex- portações tem aumentado sobre- tudo junto dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), principalmente em Angola, obser- vou José Eduardo Carvalho, presi- dente da AIP-CCI. Assim, embora necessitem de di- versos produtos e serviços, e re- presentem grandes oportunidades de negócio para os empresários portugueses, o facto é que, à ex- cepção do Brasil, a maioria dos mercados da América Latina conti- nua desconhecida pelos nossos in- vestidores. Em 2012, Portugal exportou 45 mil milhões de euros, o equivalen- te a 38% do PIB, o que significou “um esforço impressionante dos empresários portugueses”, consi- derou José Eduardo Carvalho. Dada a desaceleração das exportações para Espanha e para França, quem está a puxar pelas exportações por- tuguesas são os PALOP, que pesam já 25% nas vendas para o exterior. “Só para Angola exportámos três mil milhões de euros, sendo que cerca de 60% do volume de negó- cios da nossa construção vem da- quele País”, frisou o presidente. Para José Eduardo Carvalho,“terá que haver aumento da base expor- tadora nacional, e devem também ser procurados novos mercados”. A América Latina, defende, “é dos mercados com mais potencialida- des para a exportações portugue- sas”. Excluindo o Brasil, em 2012 vendemos apenas 818 milhões de Empresário Joaquim Matos será distinguido pela AIP em 2014 Grupo Matos projecta fábrica na Zona Industrial da Marinha Grande Mudar as instalações da Plimex, da Ordem para Casal da Lebre, aproveitando a futura ampliação da Zona Industrial da Marinha Grande, é o mais recente projecto de Joaquim Matos, fundador desta empresa, que gostaria de avançar com a construção das instalações “ainda este ano ou pelo menos em 2014”. Com este investimento, “de seis a oito milhões de euros”, Joaquim Matos pretende criar melhores condições nesta empresa - dedicada à produção de válvulas para condução de água potável e de outros fluídos – e aumentar, provavelmente, o número de colaboradores, que hoje ronda as três dezenas. A intenção foi anunciada durante a visita de embaixadores da América Latina à Plimat, que decorreu sexta-feira, e onde os diplomatas partilharam experiências de Joaquim Matos nesse ponto do globo. A capacidade empreendedora e inventiva de Joaquim Matos que, aos 80 anos de idade, continua a trabalhar com os filhos, num grupo de quatro fábricas (Plimat, Plimex, Moldes Matos e Matos Plás) com 180 funcionários, foi destacada, na mesma ocasião, pelo presidente da Nerlei. A responsabilidade social deste empresário, que começou a laborar aos nove anos de idade, no vidro e na olaria da família, mereceu ainda os elogios de Jorge Santos. O desempenho exemplar de Joaquim Matos foi também destacado pelo presidente da AIP, que aproveitou a visita para anunciar que, no próximo ano, Joaquim Matos será a personalidade distinguida pela Associação Industrial Portuguesa. Entre outros feitos do empresário, conta-se o facto de ter aproveitado a prisão, em Caxias - que considerou um “erro” da polícia política – para aprender Inglês. Dias a fio a ler na língua de Shakespeare tornaram um mês de cativeiro num curso intensivo de um idioma que lhe permitiu travar negócios pelo mundo. euros para o conjunto de países da América Latina, o que corresponde apenas a 1,9% do total das exporta- ções nacionais, apontou o respon- sável pela AIP. Em representação da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equa- dor, México, Panamá Paraguai, Peru, República Dominicana, Uru- guai e Venezuela, cada um dos em- baixadores descreveu os mercados e elencou oportunidades nos vários países da América Latina. Territó- rios populosos, com economias em franco crescimento, com necessi- dades ao nível dos transportes, má- quinas, infra-estruturas, indústria química, energia e serviços de te- lecomunicações são algumas das características destes Estados, que podem encontrar respostas no dis- trito de Leiria. DANIELA FRANCO SOUSA 1.9% Apesar das oportunidades que a América Latina oferece nos mais variados sectores de actividade, as exportações portuguesas para os vários países deste ponto do globo representaram apenas 1.9% do valor total das exportações nacionais em 2012 (excluindo o Brasil). Ou seja, as vendas corresponderam a pouco mais de 800 milhões de euros. O número Segundo Jorge Santos, presiden- te da Nerlei, em 2011, a região de Leiria foi responsável por exporta- ções na ordem dos 1500 milhões de euros. Em 2011 também, a taxa de cobertura das exportações pela im- portações foi de 126%, referiu ain- da. E muitos dos sectores que ali- mentaram estas vendas para o mer- cado externo foram precisamente os moldes, plásticos, cerâmica, construção, agro-alimentar, ma- deira e mobiliário, cimentos, vi- dros e rochas ornamentais, referidos por alguns embaixadores como ne- cessidades da América Latina. Ao encontro entre embaixadores e empresários, na Nerlei, seguiu-se uma visita dos diplomatas pelo Gru- po Lena e pela Plimat, sociedades da região de Leiria com experiências de trabalho na América Latina.

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EconomiaJornal de Leiria 7 de Fevereiro de 2013 19

Marinha Grande

Palmolde querreforçar presençano México

Daniela Franco [email protected]

� Depois de Espanha, Áustria, Re-pública Checa, Brasil e Irão, a Pal-molde ED quer agora aumentar asua presença no México, onde jáconcretizou alguns negócios nocampo da indústria automóvel.Aumentar a carteira de clientes ediversificar a produção naquelemercado é o objectivo desta fabri-cante de moldes de injecção depeças plásticas, da Marinha Gran-de. Novos passos foram dados nes-se sentido, na passada sexta-feira,quando, durante a visita de em-baixadores da América Latina àregião de Leiria, o director-geral daPalmolde ED, José Rocha, e o em-baixador do México, Benito An-dión, trocaram impressões sobre aspotencialidades do mercado me-xicano.

José Rocha avançou ao JORNALDE LEIRIA que a Palmolde ED co-meçou por produzir alguns moldesdestinados ao México, há cerca dedois anos. Recentemente, foi con-vidada pela Wolksvagem para pro-duzir para o México os moldes quejá fabricava para a Europa. Na se-quência deste convite, “temos in-teresse em alargar o número de po-tenciais clientes que temos na-quele país, até para que as viagenspossam ser mais rentabilizadas”,justifica o director-geral. Além dis-so, “temos outros produtos nosquais os mexicanos também po-derão estar interessados”, notaJosé Rocha.

A intenção é divulgar que a Pal-moldes ED já trabalha no México,com marcas automóveis concei-tuadas, por forma a alargar a suaactividade na América Latina.“Esse mercado tem um timmingdiferente da Europa. Algumas edi-ções são lançadas na América La-tina alguns anos depois de teremsido apresentadas na Europa”,nota José Rocha. O fenómeno,compara, é idêntico ao que suce-de no Irão, com o qual a PalmoldeED também já opera. “Trabalha-mos com empresas francesas, comdelegações no Irão, que introdu-ziram a Palmolde ED naquele ter-ritório”. Presentemente “temosum projecto grande, para o Irão,que esperamos completar dentrode quatro meses, e que envolve aconcepção de 65 moldes, destina-dos ao restyling do tablier com-pleto do Peugeot 405.

A Palmolde é uma empresa 100%exportadora, que trabalha essen-cialmente com o sector automóvel.Emprega perto de 40 colaborado-res e regista um volume de negó-cios de cerca de quatro milhões deeuros.

Construção, indústria química e automóvel são algumas das oportunidades

AIP desafia empresários a apostarna América LatinaDaniela Franco [email protected]

� A Colômbia importa produtosquímicos e meios de transporte, oChile precisa de cortiça e o Equador,imagine-se, carece de matérias-pri-mas e de tecnologia de ponta quelhe permitam construir e manter aprimeira urbe planificada daquelepaís, uma autêntica Brasília, quepretende afirmar-se como Cidadedo Conhecimento.

Estas foram apenas algumas dasmuitas oportunidades de negócioanunciadas aos empresários da re-gião por 13 embaixadores de paísesda América Latina, que se reuniramna Associação Empresarial da Re-gião de Leiria (Nerlei), na passadasexta-feira, num road show organi-zado Associação Industrial Portu-guesa – Câmara de Comércio e In-dústria (AIP-CCI) e pela Casa daAmérica Latina.

Apesar de as exportações nacio-nais terem aumentado de formaconsiderável nos últimos anos, con-correndo para equilibrar a balançacomercial portuguesa, como nãosucedia há 40 anos, o valor das ex-portações tem aumentado sobre-tudo junto dos Países Africanos deLíngua Oficial Portuguesa (PALOP),principalmente em Angola, obser-vou José Eduardo Carvalho, presi-dente da AIP-CCI.

Assim, embora necessitem de di-versos produtos e serviços, e re-presentem grandes oportunidadesde negócio para os empresáriosportugueses, o facto é que, à ex-cepção do Brasil, a maioria dosmercados da América Latina conti-nua desconhecida pelos nossos in-vestidores.

Em 2012, Portugal exportou 45mil milhões de euros, o equivalen-te a 38% do PIB, o que significou“um esforço impressionante dosempresários portugueses”, consi-derou José Eduardo Carvalho. Dadaa desaceleração das exportaçõespara Espanha e para França, quemestá a puxar pelas exportações por-tuguesas são os PALOP, que pesamjá 25% nas vendas para o exterior.“Só para Angola exportámos trêsmil milhões de euros, sendo quecerca de 60% do volume de negó-cios da nossa construção vem da-quele País”, frisou o presidente.

Para José Eduardo Carvalho,“teráque haver aumento da base expor-tadora nacional, e devem tambémser procurados novos mercados”. AAmérica Latina, defende, “é dosmercados com mais potencialida-des para a exportações portugue-sas”. Excluindo o Brasil, em 2012vendemos apenas 818 milhões de

Empresário Joaquim Matos será distinguido pela AIP em 2014Grupo Matos projecta fábrica na Zona Industrial da Marinha Grande

Mudar as instalações da Plimex, daOrdem para Casal da Lebre,aproveitando a futura ampliaçãoda Zona Industrial da MarinhaGrande, é o mais recente projectode Joaquim Matos, fundador destaempresa, que gostaria de avançarcom a construção das instalações“ainda este ano ou pelo menos em2014”.Com este investimento, “de seis aoito milhões de euros”, JoaquimMatos pretende criar melhorescondições nesta empresa -dedicada à produção de válvulaspara condução de água potável e deoutros fluídos – e aumentar,provavelmente, o número decolaboradores, que hoje ronda as

três dezenas. A intenção foianunciada durante a visita deembaixadores da América Latina àPlimat, que decorreu sexta-feira, eonde os diplomatas partilharamexperiências de Joaquim Matosnesse ponto do globo.A capacidade empreendedora einventiva de Joaquim Matos que,aos 80 anos de idade, continua atrabalhar com os filhos, num grupode quatro fábricas (Plimat, Plimex,Moldes Matos e Matos Plás) com180 funcionários, foi destacada, namesma ocasião, pelo presidente daNerlei. A responsabilidade socialdeste empresário, que começou alaborar aos nove anos de idade, novidro e na olaria da família,

mereceu ainda os elogios de JorgeSantos. O desempenho exemplarde Joaquim Matos foi tambémdestacado pelo presidente da AIP,que aproveitou a visita paraanunciar que, no próximo ano,Joaquim Matos será apersonalidade distinguida pelaAssociação Industrial Portuguesa. Entre outros feitos do empresário,conta-se o facto de ter aproveitadoa prisão, em Caxias - queconsiderou um “erro” da políciapolítica – para aprender Inglês.Dias a fio a ler na língua deShakespeare tornaram um mês decativeiro num curso intensivo deum idioma que lhe permitiu travarnegócios pelo mundo.

euros para o conjunto de países daAmérica Latina, o que correspondeapenas a 1,9% do total das exporta-ções nacionais, apontou o respon-sável pela AIP.

Em representação da Argentina,Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equa-dor, México, Panamá Paraguai,Peru, República Dominicana, Uru-guai e Venezuela, cada um dos em-baixadores descreveu os mercadose elencou oportunidades nos váriospaíses da América Latina. Territó-rios populosos, com economias emfranco crescimento, com necessi-dades ao nível dos transportes, má-quinas, infra-estruturas, indústriaquímica, energia e serviços de te-lecomunicações são algumas dascaracterísticas destes Estados, quepodem encontrar respostas no dis-trito de Leiria.

DANIELA FRANCO SOUSA

1.9% Apesar das oportunidades que aAmérica Latina oferece nos maisvariados sectores de actividade,as exportações portuguesas paraos vários países deste ponto doglobo representaram apenas1.9% do valor total dasexportações nacionais em 2012(excluindo o Brasil). Ou seja, asvendas corresponderam a poucomais de 800 milhões de euros.

O número Segundo Jorge Santos, presiden-te da Nerlei, em 2011, a região deLeiria foi responsável por exporta-ções na ordem dos 1500 milhões deeuros. Em 2011 também, a taxa decobertura das exportações pela im-portações foi de 126%, referiu ain-da. E muitos dos sectores que ali-mentaram estas vendas para o mer-cado externo foram precisamenteos moldes, plásticos, cerâmica,construção, agro-alimentar, ma-deira e mobiliário, cimentos, vi-dros e rochas ornamentais, referidospor alguns embaixadores como ne-cessidades da América Latina.

Ao encontro entre embaixadores eempresários, na Nerlei, seguiu-seuma visita dos diplomatas pelo Gru-po Lena e pela Plimat, sociedades daregião de Leiria com experiências detrabalho na América Latina.