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1 AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA COMO UM FATOR DE CONHECIMENTO NA EDUCAÇAO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO NA ESCOLA MUNICIPAL GENY SILVÉRIO DELACIREY, NO MUNICIPIO DE ALTA FLORESTA/MT. Autora: Maria Neuza Matos Ramos Orientadora: Profa. Ma. Marina Silveira Lopes ALTA FLORESTA/2010

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO

INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA COMO UM FATOR DE CONHECIMENTO NA

EDUCAÇAO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO NA ESCOLA MUNICIPAL GENY

SILVÉRIO DELACIREY, NO MUNICIPIO DE ALTA FLORESTA/MT.

Autora: Maria Neuza Matos Ramos

Orientadora: Profa. Ma. Marina Silveira Lopes

ALTA FLORESTA/2010

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO

INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA COMO UM FATOR DE CONHECIMENTO NA

EDUCAÇAO INFANTIL: UM ESTUDO DE CASO NA ESCOLA MUNICIPAL GENY

SILVÉRIO DELACIREY, NO MUNICIPIO DE ALTA FLORESTA/MT.

Autora: Maria Neuza Matos Ramos

Orientadora: Profa. Ma. Marina Silveira Lopes

“Monografia apresentada como exigência para obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Infantil”.

ALTA FLORESTA/2010

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO

INFANTIL

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

ORIENTADORA

PROFA. Ma. MARINA SILVEIRA LOPES

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas do meu convívio que acreditaram e

contribuíram, mesmo que indiretamente, para a conclusão deste curso.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pela saúde, fé e perseverança

que tem me dado.

A meus pais, a quem honro pelo esforço e condições de galgar êxito na

sociedade letrada.

A meus amigos pelo incentivo a busca de novos conhecimentos.

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EPÍGRAFE

“Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida. “Esses são os imprescindíveis.”

BRECHT, B. (1982, p.54).

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RESUMO

A música na educação além de ser uma importante manifestação cultural, pode ser

utilizada com o brincar tornando um exercício que estimula os movimentos, trabalha

o equilíbrio, desenvolve a linguagem oral e contribui para a iniciação musical das

crianças. Esse trabalho tem como foco a reflexão e a importância da música na

educação Infantil como fator de conhecimento e aprendizagem. A música na

educação, não deve ser utilizada apenas para brincar, mas também como

facilitadora do processo de aprendizagem, como instrumento para tornar a escola

um lugar mais alegre e receptivo, pois por meio da música o professor favorecerá o

desenvolvimento cognitivo, linguístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança e em

todas as áreas de desenvolvimento e relaciona-se com outras atividades na rotina

diária e irá ampliar a cultura do aluno e contribuir para a formação integral do ser. A

pesquisa foi elaborada junto ao corpo docente Escola Geny Silvério Delaricy, no

município de Alta Floresta-MT, no ano de 2010. O método adotado para a sua

realização foi o estudo de caso ou exploratório, a técnica de coleta de dados mais

apropriada para esse fim foi a observação direta extensiva, pelo questionário de

múltipla escolha com perguntas abertas e fechadas que em seguida, tabuladas e

analisadas. Conclui-se que com a aplicação da música na educação, o aluno foi

capaz de pesquisar, conhecer, experimentar, aprender a construir, a criar a

novidade. Além de tornar esse processo bem mais prazeroso.

Palavras-chave: Música, aprendizagem, metodologia, Educação Infantil.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Distribuição por faixa etária....................................................................29

Gráfico 02: Distribuição por sexo..............................................................................29

Gráfico 03: Tempo trabalho na escola......................................................................30

Gráfico 04: Gosta de trabalhar com musica na sala de aula....................................30

Gráfico 05: Costume de utilizar a música na sala de aula para auxiliar nos

conteúdos...................................................................................................................31

Gráfico 06: Importância da utilização da música .....................................................31

Gráfico 07: Uso da música em sala de aula..............................................................32

Gráfico 08: Acredita que a música auxilia no desenvolvimento das crianças......... 32

Gráfico 09: De que maneira auxilia os alunos.......................................................... 33

Gráfico 10: Acredita que a musica na aprendizagem favorece o desenvolvimento

cognitivo/linguístico, psicomotor e socioafetivo da criança........................................33

Gráfico 11: Qual a dificuldades em trabalhar com a musica em sala de

aula.............................................................................................................................34

Gráfico 12: Sugestões para a utilização da musica em sala de aula..........................34

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPITULO I: DA CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 12

CAPITULO II: MÚSICA E MUSICALIZAÇÃO 17

CAPITULO III: O PAPEL DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO 20

CAPITULO IV: O PAPEL DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 23

CAPITULO V MÚSICA PARA A APRENDIZAGEM 26

CAPITULO VI: METODOLOGIA 27

CAPITULO VII: ANÁLISE DOS RESULTADOS 28

CONCLUSÃO 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42

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INTRODUÇÃO

Em relação à Educação Infantil é importante considerar que a música está

presente, de modo no cotidiano das crianças. Nesse sentido, Nogueira (2006) ainda

afirma que os brinquedos musicais fazem parte da vida da criança desde muito cedo

é por meio dos brinquedos ritmados entre mãe e bebê, que se estabelecem as

primeiras experiências lúdico-musicais da vida humana.

A música estimula as partes motoras das crianças, desenvolvem habilidade

diversa e sensorial, atua diretamente sobre os sentidos auditivos, tátil ou intelectual,

imaginação, memória, atenção, raciocínio, afetiva estimula o controle emocional e

etc.

Diante dessa deu-se a escolha do tema tem como objetivo de mostrar que a

música não é somente uma associação de sons e palavras, mas sim, um rico

instrumento que pode fazer a diferença nas instituições de ensino, pois ela desperta

o indivíduo para um mundo prazeroso e satisfatório para a mente e para o corpo que

facilita a aprendizagem e também a socialização do mesmo.

A utilização da música na Educação Infantil visa ajudar os professores a

desenvolver o dialogo com os alunos e também estimula a atenção e a

concentração em todas as áreas desenvolvidas nas escolas.

A música é uma importância para o desenvolvimento das crianças por isso

que a mesma é de grande valia, a escolha correta do repertorio o que o professor

deseja desenvolver a capacidade das crianças que o mesmo possa realizar

aprendizagem por si mesma assim ela aprenda a aprender.

A utilização da música na Educação Infantil visa ajudar os professores a

desenvolver o dialogo com os alunos e também estimula a atenção e a

concentração em todas as áreas desenvolvidas nas escolas.

A música é uma importância para o desenvolvimento das crianças por isso

que a mesma é de grande valia, a escolha correta do repertorio o que o professor

deseja desenvolver a capacidade das crianças que o mesmo possa realizar

aprendizagem por si mesma assim ela aprenda a aprender.

A pesquisa aborda a importância da música na Educação Infantil como um

recurso pedagógico e não como um instrumento que oferece ocupação aos alunos.

Para tal dividimos essa monografia da seguinte maneira: no primeiro capitulo se fará

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um breve histórico da concepção de educação infantil. No segundo capitulo uma

breve definição de Música e Musicalização. No terceiro capitulo se falará do papel

da música na educação. Já no quarto capítulo será relatado sobre o papel da música

na educação infantil. No quinto e ultimo capitulo se apresentará a música como

elemento motivador na aprendizagem. No sexto capitulo foi feito a tabulação dos

questionários

Conclui-se que a música na educação auxilia e estimula à memória a

inteligência, habilidades lingüísticas e lógico-matemáticas e ajudam o educando a se

orientar melhor no mundo.

CAPITULO I: DA CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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A Educação Infantil no Brasil passou por diversos processos históricos, dentre

eles os movimentos pela democratização da escola pública e as lutas sociais por

creches e pré-escolas, ao longo de muitos anos para o seu reconhecimento. O

sentimento de infância tardou a surgir. No período colonial, a educação das

crianças, menores de sete anos, era de responsabilidade da família, pois “a idéia de

infância estava ligada à idéia de dependência” (ARIES, 1997, p.42).

Com as transformações sociais, econômicas e políticas, no decorrer dos

tempos a relação entre cidade e campo, que antes era de articulação através do

exercício do poder político e religioso, passa a ser comandada pela articulação

capitalista. Essas transformações impõem uma reflexão acerca da responsabilidade

social sobre a criança. Assim, surgem as creches, com o papel assistencialista para

atender as mães trabalhadoras, apenas com a função de cuidar dos filhos das mães

trabalhadoras.

CASTRO (2006) ao longo do tempo visão assistencialista de Educação

Infantil vem sendo mudada a partir da década de 90, no qual novas diretrizes foram

estabelecidas, e também, pela consciência social sobre o significado da infância e o

reconhecimento do direito da criança à educação em seus primeiros anos de vida.

Aos poucos, o poder público começou a assumir a responsabilidade por essa

escola que se consolidou com a Constituição de 1988: “O dever do Estado com a

educação será efetiva mediante a garantia de (...) Atendimento em creche e pré-

escola as crianças de zero a seis anos de idade”, (Art 208, IV). Assim, os pequenos

passaram a ser reconhecidos como cidadãos e ganharam o direito de ser atendidos

em suas necessidades especificas para se desenvolverem. Posteriormente após a

promulgação da constituição de 1988, cria-se o Estatuto da Criança e do

adolescente ECA, de 13 de julho de 1990, que veio reafirmar os direitos

constitucionais da criança e o do adolescente.

Em 1996 o Ministério da Educação promulga a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDB), N° 9.394/96 em 1996 a educação até seis anos de idade,

ficou definida como a primeira etapa da Educação Básica. As creches atenderiam

crianças na faixa etária até três anos, e as pré-escolas de quatro a seis anos. Essas

teriam como finalidade, segundo a legislação “(...) O desenvolvimento integral da

criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e

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sociais complementando a ação da família e da comunidade”, (Art, 21º). Porém essa

divisão foi alterada em maio de 2006, com a sanção presidencial da Lei Federal nº

11.114, que defini que as crianças com seis anos completos devem ser matriculadas

no primeiro ano do Ensino Fundamental.

Dessa forma, a Educação Infantil passou a atender crianças até cinco anos

de idade. Porém vale ressaltar que reconhecer o direito das crianças de zero até

seis anos de idade a educação não implicou o estabelecimento de políticas

especificas de recursos financeiros, que viesse beneficiá-las.

Pois a LDBEN reafirma o contido na constituição, atribuindo aos municípios

esta responsabilidade, destacando o ensino fundamental como etapa prioritária.

ANTUNES (1997) coloca que somente em 2006 é que foi aprovado o Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de valorização dos

profissionais da educação – FUNDEB, para atender a educação básica em seu todo.

As crianças de zero a três anos estavam excluídas, depois de muita luta e de grande

movimento nacional fez se valer o direito dessas crianças a educação garantido no

texto constitucional.

Portanto hoje, depois de muitas lutas e conquistas a educação infantil se

constitui um espaço educativo privilegiado de desenvolvimento e socialização para a

vida da criança, que visa o Cuidar e o Educar de forma integral. Segundo MACEDO

(1994) a educação infantil se constitui em um legítimo espaço de construção da

identidade e autonomia da criança, no qual o cuidar está inserido entre os objetivos

pedagógicos.

Segundo BORGES, (2002) as concepções de Educação são modelos de

educação escolarizada produzidas por educadores, com base em determinada

concepção de conhecimentos por eles aceita. A maneira como a educação se

materializa na escola, evidencia para educadores, cientistas e filósofos, o que a

educação tem de substantivo, ou de essencial que é o ensinar e o aprender

conhecimentos ou valores, para formar a pessoa, o profissional e o cidadão,

idealizados por diversas concepções de educação.

O ensinar e o aprender emergiram das concepções de educação que os

educadores filósofos, como John Comenius (1592-1670), Voltaire (1694-1778),

Rousseau (1712-1778), John Dewey (1859-1952) e outros produziram para justificar

o ideal de educação projetado para as sociedades em que viveram.

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Em toda a história da educação, três concepções de educação foram

determinadas pelas concepções de conhecimento: a concepção tradicional, a

concepção moderna e a concepção dialética de educação. ANTUNES (1997).

As três concepções têm em comum o fato de conceberem a educação como

um determinado modo de ensinar e de aprender conhecimentos e valores

produzidos, intermitentemente por um indivíduo, por um grupo de indivíduos ou pela

sociedade, ora para perpetuar, ora para transformar os conhecimentos e os valores

da própria sociedade. CASTRO (2006) A diferença entre as três concepções está na

maneira como cada uma determinou a concepção do ensinar e do aprender, por

meio do ideal projetado para a educação escolar.

DESLANDES (2006, p.28-32) coloca que na “concepção tradicional de

educação o ensinar e o aprender foram projetados como dois processos diferentes e

opostos quanto às suas finalidades.” CASTRO (2006, p.58) “Ensinar é transmitir

conhecimentos e valores como o patrimônio cultural da humanidade, aprender é

memorizar conhecimentos e valores, imitando o comportamento de quem ensina,

para a concepção tradicional de educação, é somente o professor e quem aprende é

somente o aluno”

LOURENÇO, (2002) em seu livro Psicologia de Desenvolvimento Cognitivo:

Teoria, Dados e Implicações, fala que a estrutura mental do sujeito passa, a partir

do nascimento, por um processo de maturação, a possibilidade de o sujeito

memorizar conhecimentos e valores, e de imitar o comportamento dos adultos,

aumenta à medida que ele amadurece ou se desenvolve seu ideal de educação

escolarizada

Na concepção moderna de educação o ensinar e o aprender foram

determinados como duas ações diferentes e ligadas aos sujeitos do processo

educativo. CASTRO (2006) diz que ensinar é da competência do professor, como

agente que deve criar para que o aluno aprenda. E DESLANDES (2006)

complementa que aprender é adquirir conhecimentos e valores por meio das

experiências de aprendizagem organizadas pelo professor.

CASTRO (2006, p.28) “A concepção moderna de educação, baseando-se na

concepção empirista de conhecimento, projetou o ideal de aprender a aprender

elaborados por filósofos educadores como o norte-americano John Dewey (1859-

1952), para expressar o tipo de profissional que o mercado de trabalho

industrializado estava a exigir”

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DESLANDES (2006, p.28) argumenta que a concepção empirista de

conhecimento foi idealizada por

“Bacon (1561-1626), e melhor sistematizada por Locke (1637-1704) e por Hume (1711-1776). Estes filósofos conceberam o conhecimento como adquirido por meio da experiência ou do contato do sujeito com o meio que o circunda. Para conceber o conhecimento desta maneira Locke partiu do princípio que a mente da criança é uma tábula rasa, ou uma folha de papel em branco, na qual objetos do meio físico e social vão imprimindo seus caracteres, traços ou sinais, para formar imagens, idéias ou noções e conceitos”

Como a estrutura mental do sujeito passa, a partir do nascimento, por um

processo de maturação, a possibilidade de o sujeito memorizar conhecimentos e

valores, e de imitar o comportamento dos adultos, aumenta à medida que ele

amadurece ou se desenvolve. ANTUNES (1997) Baseado na concepção biológica

hereditária ou inatista do conhecimento COMENIUS formulou seu ideal de educação

escolarizada da seguinte maneira: o modelo de adulto culto foi transferido para a

pessoa do professor, porque é ele que domina os conhecimentos e os valores

vivenciados pela sociedade.

Os fatores hereditários e o papel da maturação orgânica têm sido superestimados por correntes afins do biologismo ou do inatismo, que enfatizam a espontaneidade das transformações nas capacidades psicológicas do indivíduo, sustentado que dependeriam muito pouco da influência de fatores externos a ele. O desenvolvimento humano seria como o desenrolar de um novelo em que estariam previamente inscritas as características de cada pessoa (OLIVEIRA, 2002, apud PINHEIRO, 2008, p.96).

CASTRO (2006) articula que na concepção empirista de educação, o contato

dos órgãos sensoriais do sujeito com o objeto se transfere para as experiências de

aprendizagem. Logo, quanto mais diversificadas as experiências de aprendizagem,

quanto as estratégias e material didático e no que toca a estímulos manipulados

pelo professor, mais rapidamente o aluno aprende a aprender sozinho.

Quanto o ideal de aprender a aprender foi elaborado, o sistema de produção

fabril estava em adiantado processo de implantação e exigia mão-de-obra

qualificada para realizar as tarefas necessárias ao desenvolvimento da produção.

DESLANDES, (2006). É por isso que o conhecimento ensinado nas escolas

precisava explorar a dimensão técnica e científica do trabalho fabril. Ensinar para a

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concepção moderna de educação é treinar o domínio de habilidades e a aquisição

de valores por meio de estímulos apresentados pelo professor, durante a utilização

do material didático.

Já na concepção dialética de educação o ensinar e o aprender são vistos

como dois processos diferentes e complementares entre si, ligados, é projetado aos

dois sujeitos do processo educativo. Para DESLANDES (2006) o ideal de aprender a

ser dessa concepção, o professor e o aluno ensinam e aprendem para serem

indivíduos responsáveis por seus atos, profissionais responsáveis e cidadões com

direitos e deveres. O autor complementa que os alunos aprendem conhecimentos e

valores, com base no que o professor ensinou apoiado nas histórias de vida dos

alunos.

CASTRO (2006) ao alinhar-se ao pensamento de DESLANDES, coloca que

relação dialética de educação concebe o papel do professor e o do aluno como

complementar um ao outro, porque ensinar e aprender, para essa concepção, é

significar conhecimentos e valores vivenciados, dia a dia pelos alunos e trabalhados

pelo professor, como conteúdo de ensino.

O ideal de aprender a ser foi elaborado pelo educador ucraniano Anton

Semionovich Makarenko (1888-1939), ao sustentar a finalidade sócio-política da

educação. O educador se baseou no modelo dialético produzido por Kant (1724-

1804), Hegel (1770-1831) e, sobretudo, por Marx (1818-1883). Para os pais da

concepção dialética de conhecimento, este se desenvolve por meio do trabalho da

razão, mas alicerçado nas trocas que o sujeito realiza com o meio físico, social,

econômico e político que o circunda.

Nessa concepçao dialética com todos os meios, a música pode ser um vetor

catalizante para essa relaçao.

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CAPITULO II: MÚSICA E MUSICALIZAÇÃO

Atualmente existem diversas definições para música, só que de um modo

geral, ela é considerada ciência na medida em que as relações entre os elementos

musicais se manifestam pela escolha dos arranjos e combinações. HOUAISS (1989)

apud BRITO (2003, p. 25) conceitua a música como “[...] combinação harmoniosa e

expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras

variáveis conforme a época, a civilização etc”.

Já GAINZA (1988, p.22) define que a “ música e o som, enquanto energia

estimula o movimento interno e externo no homem; impulsionam-no ‘a ação e

promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidade e grau”.

Para WEIGEL (1988, p. 10) a música é composta por

Som: que são vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se repetem com a mesma velocidade, como as do pêndulo do relógio. As vibrações irregulares são denominadas ruído. Ritmo: é o efeito que se origina da duração de diferentes sons, longos ou curtos. Melodia: é a sucessão rítmica e bem ordenada dos sons. Harmonia: é a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons.

De acordo com GAINZA (1988, p. 36) cada elemento da música corresponde

a um aspecto específico, o ritmo musical induz o movimento corporal, a melodia

estimula a afetividade; a estrutura musical contribui para a restauração da ordem

mental no homem.

Para BRITO (2003) a musicalização tem como objetivo despertar e

desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade,

criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória,

concentração, atenção, auto-disciplina, do respeito ao próximo, da socialização e

afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de

movimentação.

WEIGEL (1988) apud DESLANDES (2006) coloca que as atividades musicais

podem contribuir no desenvolvimento cognitivo/ lingüístico, psicomotor e sócio-

afetivo da criança e que a fonte de conhecimento da criança são as situações que

ela tem oportunidade de experimentar em seu dia a dia

Nesse sentido, música favorece o desenvolvimento dos sentidos a

socialização e estimula a participação e a cooperação entre as crianças

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Os PCNs (1997b) consta que ensinar arte não significa isolar a escola da

informação social, mas garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas

artísticas pessoais ou grupais. Nesse contexto o aluno aprenderá a investigar e

compartilhar sua aprendizagem com os colegas e com as outras pessoas.

FRANÇA (2005, p.4) coloca que “a música auxilia as crianças por oferecer

recursos motivacionais adequados para o desenvolvimento da atenção, memória,

comunicação, habilidades motoras, amadurecimento emocional e socialização”

A música também pode favorecer o emocional de pessoas, o despertar de

emoções, a integração social e emocional, pois pela convivência com os sons e

ruídos os alunos fazem descobertas.

De acordo com JEANDOT (1993) a descoberta dos sons e do ritmo se dá

através a partir da relação entre o som e o gesto a criança constrói seu

conhecimento sobre música

RODRIGUEZ (1998) descreve as habilidades desenvolvidas por meio da

música nas diferentes etapas do desenvolvimento infantil. O autor ressalta as

habilidades variam de criança para criança, pois o desenvolvimento da mesma pode

ser acelerado por meio do trabalho de musicalização realizado na escola.

O Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (1998) ressalta a

importância de se trabalhar com atividades que envolvam música, por ser este um

excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio e da auto-estima

das crianças.

Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mão, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem às necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva (BRASIL, 2001, p.54).

Para JEANDOT (1993) ao se trabalhar musica em sala de aula o professor

deve objetivar música o desenvolvimento de habilidade para captar a linguagem

musical e expressar-se por meio dela, possibilitando o acesso do educando ao

patrimônio musical que a humanidade vem construindo.

A autora ainda afirma que é importante estimular a criança a fazer

descobertas, desse modo cabe ao educador enriquecer o repertório musical por

meio de materiais a serem explorados, observando o trabalho de cada criança e

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planejando atividades que envolvam músicas de diferentes povos, formas, épocas,

e compositores. JEANDOT (1993, p.54) Apud DESLANDES (2006) “O trabalho

criativo desperta a motivação na criança,novas possibilidades de aprendizagem

além de facilitar as atividades dos alunos.”

Partindo dessa ideia a formação de professores da educação infantil se

configura como um dos aspectos que atua junto às crianças e desenvolve a

aprendizagem.

Em relação à formação de professores GRANJA, (2006, p.35) afirma que “o

mesmo deve estimular na criança pensamentos que facilite as dinâmicas de

autoformação participada”.

A música tem um importante papel na educação, pois através da linguagem

musical, a escola estará ampliando o conhecimento de mundo dos alunos.

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CAPITULO III: O PAPEL DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO

Para BRÉSCIA (2003) a música contribui para tornar esse ambiente mais

alegre

As atividades musicais realizadas na escola não visam a formação de músicos, e sim, através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser. a música pode melhorar o desempenho e a concentração, além de ter um impacto positivo na aprendizagem de matemática, leitura e outras habilidades lingüísticas nas crianças” (SNYDERS, 1992, p. 14).

ROSA, (1990, p. 65) a “musicalização na escola é um instrumento que

desenvolve a sensibilidade e fatores como: concentração, memória, coordenação

motora, socialização, acuidade auditiva e disciplina”. Conforme BARRETO (2000) o

movimento, a dança ou a expressão corporal, pode contribuir para que as crianças,

em situação difícil na escola, possam se adaptar (inibição psicomotora, debilidade

psicomotora, instabilidade psicomotora, etc.).

A música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo (GRANJA, 2006, p.65).

CASTRO (2006) resume os motivos pelos quais a música deve ser valorizada

na escola, pois, “conhecer música é importante” e “a música transmite nossa

herança cultural” (CASTRO, 2006, p.147).

Conforme BRÉSCIA (2003, p.58) a “investigação científica dos aspectos e

processos psicológicos ligados à música é tão antiga quanto às origens da

psicologia como ciência”.

A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança. Assim, na Educação Infantil os fatos musicais devem induzir ações, comportamentos motores e gestuais (ritmos marcados caminhando, batidos com as mãos, e até mesmo falados), inseparáveis da educação perceptiva propriamente dita. (MAUSS, 2003, p. 65).

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SANTA ROSA (2006, p.25), “fala que a inteligência musical está relacionada à

capacidade de organizar sons de maneira criativa e à discriminação dos elementos

constituintes da Música. (...) E que o incentivo familiar podem ser estímulos

favoráveis ao desenvolvimento da inteligência musical: a escola, os amigos, os

meios de comunicação”

HUIZINGA (2004, p.58) diz que a

música é um meio de expressão de idéias e sentimentos e linguagem muito apreciada pelas pessoas e que a música tem grande importância na vida de uma criança (...) não apenas da música tocada através de um aparelho, mas também o contato entre a mãe e o bebê (...) cantar, murmurar ou assobiar fornecem elementos sonoros e afetivos, serão importantes para a evolução do bebê no sentido auditivo, lingüístico, emocional e cognitivo.

Para MARTINHO (2004) coloca que pela música a criança vai desenvolvendo

aspectos de percepção auditiva, que serão importantes para a evolução geral de sua

comunicação, favorecendo também a sua integração social.

De acordo com LEMOS (2002) a construção do conhecimento pela música,

favorece o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, da

imaginação, memória, concentração, atenção, do respeito ao próximo, da

socialização e afetividade.

MAUSS (2003, p.77) diz que

a música na educação infantil favorece a auto-estima, a socialização o desenvolvimento o gosto e o senso musical das crianças. (...) e que cantando ou dançando, a música proporciona diversos benefícios e é uma grande aliada no desenvolvimento saudável da criançada.

Segundo o Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998, p.95) o contado

com a musica desde os primeiros anos de vida é o ponto de partida para o processo de

musicalização.

(...) A vivência em que a criança pode ouvir, cantar, brincar de roda, brinquedos rítmicos, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, da expressão, do equilíbrio, da auto-estima, autoconhecimento e integração social. (...) A prática musical pode ser trabalhada de forma lúdica, ou seja, por meio da imitação de vozes de animais, ruídos, sons corporais, palmas, batidas dos pés, por brinquedos cantados rítmicos, cantigas de ninar, rodas e cirandas, jogos etc.

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Para SOARES (2000, p.88) “a música deve ser considerada uma verdadeira

linguagem de expressão, parte integrante da formação global da criança”. (...) A música

trabalha na criança movimento e auxilia na compreensão seu corpo”.

SANTA ROSA (2006, p.51) “as instituições de educação devem oportunizar

momentos para que a criança possa descobrir, pesquisar sons, realizar combinação

rítmicas, melódicas, harmônicas, manipular objetos que emitam sons etc. (...) estes

momentos são de fundamental importância, pois a criança esta receptiva, desinibida,

livre de preconceito, os quais, muitas vezes, são criados pela própria escola”

(...) A educação através da arte proporciona a criança a descoberta das linguagens sensitivas e do seu próprio potencial criativo, tornando-a mais capaz de criar, inventar e reinventar o mundo que circunda. {...} A criatividade é essencial em todas as situações e que uma criança criativa raciocina melhor e inventa meio de resolver suas próprias dificuldades. (WEIGEL, 1988, p.188).

Se a música na educação contribui na formação e desenvolvimento da

personalidade da criança, e ampliação cultural, então a mesma mantem ligação com

o brincar. BROUGERÉ (2002) Apud (KISHIMOTO, 2002, p.20). “Brincar não é uma

dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social

precisa que, como outra necessita de aprendizagem”

A brincadeira com a música por meio de jogos é transmitida de uma geração

para outra. Para VASQUES (1978 apud PENHA, 1990, p.20) a “música no contexto

educacional, ao longo de sua história, vem atendendo a vários objetivos, alguns em

relação a questões da linguagem e como a formação de hábitos, atitudes e

comportamentos. “

SOARES (2000, p.98) diz que “a música é um grande auxilio para a criança na

língua escrita, pois ela irá adquiri maiores conhecimentos sobre a língua, com o

auxilio do professor”.

Segundo CASTRO (2006, p.147) (...) “antes da aquisição da linguagem, as

crianças interpretam responderem com gestos, sons ou ações àquilo que a família

ou os professores que lhes propõem”

A música é um elo que une e reforça todo o trabalho educativo que se desenvolve com a criança. Torna-se um elemento rico: que brotou do corpo em movimento, sendo a voz um precioso instrumento que a criança tem dentro de si. “O pressuposto é que não é preciso esperar que a criança tenha aprendido a escrever para que escreva, mas que é escrevendo que ela aprenderá a escrever: escrevendo espontaneamente experimentando soluções para os gráficos que necessita. (ZACCUR, 2001, p.28).

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CAPITULO IV: O PAPEL DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A prática musical na escola deve ser entendida e interpretada como um processo educacional orientado para a promoção e participação mais abrangente na cultura socialmente produzida. (...)desse modo, proporcionar ao aluno o desenvolvimento da percepção, da expressão e do pensamento necessários à decodificação da linguagem musical (BRITO, 2003,p.52).

Segundo BRÉSCIA (2003), a música é uma linguagem universal, tendo

participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações. BRITO (2003,

p.54) contribui ao dizer que “a escuta tem grande importância na educação infantil,

pois todos os conteúdos se alinham por meio da audição e da percepção”. A música

faz com que a educação seja um processo natural de movimento, envolvimento e

desenvolvimento e, não algo maçante e massacrante, imposto à criança. BRITO

(2003, p.65) (...) “A criança sente necessidade desse movimento, dessa

expressividade”. (...) “A criança tem, interesse por atividades manuais e corporais”.

BRITO (2003) afirma que a aprendizagem pela da musicalização além de

promover o gosto e o senso musical ele favorece a expressão artística a cultura

musical. Ainda de acordo com autor

o educador poderá trabalhar a música na comunicação, expressão, facilitando a aprendizagem, tornando o ensino mais agradável para a criança, fazendo com que a criança fixe assuntos com facilidades, de uma forma agradável.(...) trabalhar a música nas áreas da educação: na comunicação, expressão, facilitara a aprendizagem de forma mais agradável (BRITO, 2003, p.54).

Os PCNs (1997) postulam que a aprendizagem da música é fundamental na

formação de cidadãos para que os mesmos possam participar como ouvintes,

intérpretes, compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula. Para que

os alunos e assim conhecer, aproximar e identificar a importância da educação

musical, partindo das emoções e lógicas que guiam e constroem o envolvimento da

criança com a música.

A musicalização na educação infantil trabalha através de atividades diversas de movimento (danças, gestos, jogos, relaxamento, brincadeiras, interpretações...), fazendo com que as crianças tenham um contato mais íntimo com a música, oportuniza momentos de criatividade que podem ser a chave para que a música não seja vista apenas como uma combinação de sons, mas como uma das mais

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belas artes e como um meio privilegiado de favorecer a alfabetização, que é antes de tudo uma alfabetização corporal (BARRETO, 2000, p.87).

O estímulo musical proporciona o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor

da criança. DUCOURNEAU (1984) escreve que as aulas com música se baseiam na

receptividade musical comum a todo ser humano e no universo musical a que a

criança ou jovem pertence. A aprendizagem pela musicalização além de promover o

gosto e o senso musical ele favorece a expressão artística

Segundo FERREIRA (2002, p.14) “O trabalho com a música nas áreas da

educação: na comunicação, expressão etc, facilita a aprendizagem, tornando o

ensino mais agradável para a criança.” Os PCNs (1997) colocam que observação

da espontaneidade da criança frente a música proporciona seu desenvolvimento

cognitivo, afetivo e motor, pois ao ingressar na escola, a criança sua vida era

dedicada aos brinquedos e ao ambiente familiar.

BRITO (2003) relata que a criança desde pequena ouve música, a qual muitas

vezes é cantada pela mãe ao dormir, conhecida como ‘cantiga de ninar. Na

aprendizagem a música é muito importante, pois o aluno convive com ela desde

muito pequeno. Nesse sentido

Segundo CASTRO (2006, p.47) “a música, na educação, tem como função

atingir o ser humano em sua totalidade ela atinge a motricidade e a sensorialidade

por meio do ritmo e do som, e por meio da melodia, atinge a afetividade”. STEFANI,

(1987), a música afeta as emoções, pois as pessoas vivem mergulhadas em um

oceano de sons.

Os PCNs (1997) colocam a Educação Musical dentro do contexto escolar

deve ser de forma interdisciplinaridade raramente acontece na educação musical

superar o senso comum enquanto reprodução sem questionamento do cotidiano. A

escola deve ampliar o conhecimento musical permitindo que o aluno se torne mais

crítico. As atividades musicais realizadas na escola não visam a formação de

músicos, e sim, a compreensão da linguagem musical e a abertura de canais

sensoriais, facilitando a expressão de emoções, contribuindo para a formação

integral do ser.

A criança precisa ser constantemente estimulada, para o desenvolvimento de sua inteligência e a exploração de sua inquietação, pois “é, por natureza, inquieta. Sente necessidade de correr, pular, brincar. Ela, tendo espaço e oportunidade, naturalmente

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executa seus movimentos. Cabe à escola oferecer espaço e momentos para continuar e possibilitar este processo (FEIL, 1985. p. 45).

A música na educação infantil é importante nas atividades na rotina diária,

pois é por ela que as crianças conhecem, aproximam e identificam e constroem o

envolvimento com a música. PCNs (1997) através dela a criança entra em contato

com o mundo letrado e lúdico. Utilizando a música, a criança constrói conhecimento

e tem a oportunidade de construir a autonomia, criatividade, aquisição de novos

conhecimentos e criticidade.

FARIA (2001) A música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio,

criatividade e outros dons e aptidões. A música e a dança despertam emoções, e

interfere na receptividade sensorial

Para ESTEVÃO, (2002, p. 34) “a música e a dança permitem a expressão

pelo gesto e pelo movimento, que traz satisfação e alegria. A criança aprende e se

desenvolver através dela”. A expressão musical ajuda a criança a desenvolver a

criatividade, e desperta a consciência rítmica e estética a imaginação e as criações

de cada um.

FARIA (2001, p. 24), “A música na escola serve para dar vida ao ambiente

escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles a criação e

recreação”. A escola, pode se ocupar em promover a aproximação das crianças com

a música ao criar situações de aprendizagem que possam fazer relação com outras

comunidades, culturas, qualidades: folclóricas, música popular, música erudita e

outros.

DUCOURNEAU, (1984), para que a criança aprenda a escutar deve-se

permitir que ela faça experiências sonoras como o timbre, a altura e a intensidade,

depois disso, estarão em posição de escuta. AINZA, (1988) diz que a música é um

elemento de fundamental importância, pois movimenta, mobiliza e transforma o

desenvolvimento.

Para STEFANI (1987), a música proporciona sentimentos, como alegria,

melancolia, violência, sensualidade, calma e assim por diante, são experiências que

constituem um fator importante na formação do caráter do indivíduo.

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CAPITULO V: MÚSICA PARA A APRENDIZAGEM

Trazer alegria para o cotidiano escolar, levando as crianças a

compreenderem a aprendizagem através sons dentro da sala de aula. MARTINS,

(1985, p. 47) afirma que “Educar musicalmente é propiciar à criança uma

compreensão progressiva da linguagem.”

A música sempre esteve associada às tradições, e às culturas de cada época. Atualmente, o desenvolvimento tecnológico aplicado às comunicações vêm modificando consideravelmente as referencia musicais da sociedade pela possibilidade de uma escuta simultânea de toda produção mundial por meio de discos, fitas, rádios, televisão, computador, jogos eletrônicos, cinema, publicidade, etc. (BRASIL, 1997, p. 79).

De acordo com DUCOURNEAU, (1984), Tanto a criança de condições

psíquicas normais como a portadora de necessidades educativas especiais, crianças

cegas, surdas, imperativas e deficientes mentais, encontram na musicalização,

valiosa fonte de satisfação de interesses específicos e de necessidades gerais

ROSA (1990, p.19) comenta que “(...) a criança se desenvolve integralmente

com a musicalização e a modifica constantemente, transformado-a pouco a pouco,

numa resposta estruturada”.

Segundo NICOLAU (1987) a musicalização desenvolve a concentração e o

raciocínio, estimula a influência e a desenvoltura e trabalha profundamente sobre a

coordenação motora, promovendo um maior controle sobre os movimentos

corporais. De acordo com FEIL, (1985), é a unidade sonora individual, que trazemos

como herança genética.

Planejar aulas objetivas, com música implica em abrir espaço para o aluno

trazer música para sala, e oferecer elementos significativas para o desenvolvimento

pessoal através dessa de produção. E fornecerá ao professor condições para avaliar

as produções e as dos alunos

ROSA (1990 p.113) menciona que “os modernos Pedagogos musicais

destacaram a importância fundamental do ritmo, elemento ativo da música;

privilegiam as atividades em que a criança tem oportunidades de se expressar e de

criar”.

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CAPITULO VI: METODOLOGIA

A presente pesquisa foi realizada na Escola Estadual Geny Silvério Delaricy,

situada na Avenida Amazona s/nº Alta Floresta – MT

A Escola Estadual Geny Silvério Delaricy,, atua no ramo da Educação. Foi

criada em Julho de 1991. Atende a três turnos: matutino, vespertino e noturno.

Possui 976 alunos, 69 funcionários. Oferta educação por ciclos: 1°, 2° e 3°, Ensino

fundamental e Médio na educação de jovens e adultos (EJA).

Atualmente a Escola Estadual Geny Silvério Delaricy, de Alta Floresta Hoje, a

Escola conta com 69 funcionários, sendo 49 professores, 14 apoio administrativo e

06 Técnicos Administrativos.funcionários divididos em direção que tem a função de

coordenar, organizar e gerenciar as atividades educacionais. Setor Técnico

Administrativo assegura o atendimento dos objetivos e funções da escola.

Secretária, Zeladora, Vigia. O multimeio que atende a biblioteca, laboratório, e os

recursos didáticos. Setor Pedagógico. Corpo docente compreende o conjunto de

professores em exercício na escola.

Para realizar a pesquisa solicitou-se da Direção de Escola Geny Silvério

Delaricy, a verificação para saber se houve pesquisa semelhante realizada no local.

Constatou-se que não, sendo assim foi realizado o trabalho.

A técnica de coleta de dados mais apropriada para esse fim é a observação

direta extensiva, através de questionários de múltipla escolha com perguntas

abertas e fechadas que em seguida foram analisadas e tabuladas. Os dados

levantados foram analisados por meio de tabulação e demonstração por meio de

gráficos, de forma que possibilite uma visualização rápida dos fatos constatados a

partir da pesquisa.

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CAPITULO VII: ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com a intenção de verificar a importância da cantiga de roda na educação

como fator de conhecimento cultural ma Educação, segundo depoimento dos

professores da Escola Geny Silvério Delaricy, no município de Alta Floresta-MT, no

ano de 2010. Foi elaborado e distribuído um questionário contendo 12 (doze)

perguntas. A ideia principal foi conseguir elaborar conclusões a partir da verificação

dos questionários elaborados como base em dados hipotéticos. Os questionários

foram respondidos e entregue no prazo estipulado.

Dos 13 (Treze) questionários distribuídos todos foram devolvidos

devidamente respondidos. Estes foram lidos e tabulados. Apresenta-se as seguir as

respostas tabuladas e em representação gráfica para dar uma visão mais ampla dos

resultados obtidos.

Gráfico 01: Distribuição por faixa etária

61%

29%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

De 30 a 35 anos De 25 a 30 anos

De 30 a 35 anos

De 25 a 30 anos

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

No gráfico 01 podemos observar que 61% dos professores possuem idade de

30 a 35 anos e 29% tem de 25 a 30 anos de idade, o que evidencia um publico

jovem nessa atividade.

Já no gráfico 02 vemos que há o predomínio do sexo feminino atuando como

professora. O percentual ficou 93% para o sexo feminino e 7% para o masculino.

Tais percentuais evidenciam que para esse período escolar, as mulheres, ainda,

continuam em sua maioria.

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Gráfico 02: Distribuição por sexo

93%

7%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Feminino Masculino

Feminino

Masculino

Fonte: RAMOS, M.M., 2010 Gráfico 03: Tempo de trabalho na escola

59%

15%13% 13%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

De 3 a 5 anos Mais de 9 anos De 6 a 8 anos De 1 a 2 anos

De 3 a 5 anos

Mais de 9 anos

De 6 a 8 anos

De 1 a 2 anos

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

No gráfico 03 observamos que 59% trabalham na escola entre 3 a 5 anos,

15% trabalham a mais de 9 anos, 13% de 6 a 8 anos e 13% de 1 a 2 anos. Isso

mostra que a maioria dos professores conhece muito bem seu alunado e os colegas

entre si.

Em relação ao gráfico 4, a seguir, observou-se que 100% dos professores

gostam de trabalhar com musica em sala de aula.

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Gráfico 04: Gosta de trabalhar com música na sala de aula

Sim

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1

1

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

Gráfico 05: Costume de utilizar a música na sala de aula para auxiliar nos conteúdos

77%

23%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Sim Não

Sim

Não

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

Levantou-se no gráfico 05 que 77% dos professores costumam utilizar música

na sala de aula para auxiliar nos conteúdos e 23% não a utilizam.

No gráfico 06 notamos 100% dos professores acham importante a utilização

da musica na escola

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Gráfico 06: Importância da utilização da música na escola

Sim

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1

1

Fonte: RAMOS, M.M., 2010.

Gráfico 07: Uso da música em sala de aula

54%

31%

15%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Todo dia Uma vez por semana Uma vez por mês

Todo dia

Uma vez por semana

Uma vez por mês

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

No gráfico 07, 54% dos professores disseram que todo dia fazem uso da

musica em sala de aula, 31% utilizam a música uma vez por semana e 15% fazem

uso da música uma vez por mês

Em relação ao gráfico 8 observou-se que 100% acreditam que a musica

auxilia no desenvolvimento das crianças,

Gráfico 08: Acredita que a música auxilia no desenvolvimento das crianças

Sim

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1

1

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

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Gráfico 09: De que maneira auxilia os alunos

Auxilia na interação e autoestima dos alunos

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1

1

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

No gráfico 9, 100% dizem auxiliar na interação e autoestima dos alunos

Em relação ao gráfico 10, 100% acreditam que a cantiga de roda na

aprendizagem, favorecerá o desenvolvimento cognitivo/ linguístico, psicomotor e

sócio-afetivo das crianças.

Gráfico 10: Acredita que a musica na aprendizagem favorece o desenvolvimento cognitivo/linguístico, psicomotor e socioafetivo da criança

Sim

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

1

1

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

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Gráfico 11: Qual a dificuldade em utilizar a musica como instrumento de aprendizagem

59%

15% 15%11%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Não tem

dificuldades

Achar material Resistência por

parte dos alunos

Falta de

equipamento

Não tem dificuldades

Achar material

Resistência por parte dos alunos

Falta de equipamento

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

No gráfico 11, acima, observou-se que 59% responderam que não tem

dificuldades em trabalhar com música em sala de aula,15 % em Achar material, 15

% encontram resistência por parte dos alunos e 11% reclamam da falta de

equipamento

Observa-se que no gráfico 12, que 38% dos professores sugerem que seja

feito projetos em que envolva a escola, 38% sugeriram a utilização da música em

todas as disciplinas, 14% sugerem a utilização de cantigas nas aulas de artes e 10%

sugeriram trabalhar a importância das cantigas nas aulas de musica

Gráfico 12: Sugestões para a utilização da musica em sala de aula

38% 38%

14%

10%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Fazer projetos

que envolva a

escola

Usar a música em

todas as

disciplinas

Usar cantigas nas

aulas de artes

Trabalhar a

importância da

cantiga

Fazer projetos que envolva a escola

Usar a música em todas as disciplinas

Usar cantigas nas aulas de artes

Trabalhar a importância da cantiga

Fonte: RAMOS, M.M., 2010

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CONCLUSÃO

Ao término da pesquisa, observou-se que a maioria dos professores veem a

musica como fator importante no relacionamento professor e aluno, e que a musica

aproxima professor e aluno, pois é um meio de transmissão cultural que auxilia no

desenvolvimento das crianças na interação e autoestima dos alunos, os

entrevistados acreditam que pela da música na aprendizagem, estará favorecendo

o desenvolvimento cognitivo linguístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança,e que

não tem dificuldades em trabalhar cantigas de roda em sala de aula, mas

sugeriram fazer projetos que envolva musica na escola

Acredita-se que por meio dela, na educação, haverá também um maior

desenvolvimento da argumentação e criticidade, o que leva nossos educandos a

atingirem uma melhor compreensão de nossa sociedade a fim de nela atuarem

positivamente e a vivência das situações de comunicação e o contato com os

diferentes gêneros que surgem na vida cotidiana exercitam a competência lingüística

do falante/ouvinte produtor de enunciados, que sempre busca entender e ser

entendido

Na atualidade a utilização de atividades que desenvolvem conteúdos numa

dinâmica que propicia canalizar o potencial criativo dos alunos para práticas

condizentes com seu universo, aliando técnicas e conhecimentos à sua energia

criativa, podem transformar as aulas em momentos de prazer e criatividade.

Acredita-se que a arte, em todas as suas manifestações, é uma tentativa de

nos colocar frente a formas que concretizem o sentir humano. A atuação criativa

estimula todo e qualquer tipo de questionamento, colocando o educando

permanentemente diante de caminhos diversificados, levando-o a optar, a tomar

consciência de sua própria possibilidade de escolha.

Quando se utiliza a arte, trazemos à discussão a necessidade de

pesquisarmos sobre as imagens, os sons, as palavras e os gestos, para aprender

com eles, com os mundos que eles representam e com a vida das pessoas que se

relacionaram e/ou que continuam a se relacionar com eles; é a importância e o

direito de aprender a interpretar a cultura de seu tempo/espaço, com a amplitude de

informações e conhecimentos sobre outros tempos/ espaços. Nossos alunos em

geral têm acesso a produções artísticas dos mais diferentes tipos, pelo computador,

TV, rádio, vídeo, games, jornais, revistas e tantas outras fontes.

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Por meio da utilização da musica como atividades escolares nas quais

crianças possam brincar com os elementos básicos da perspectiva, explorando-a

enquanto recurso para a produção, ou realizar múltiplas construções matemáticas e

artísticas e desse modo o desenvolvimento a criatividade, podem ser de grande

produtividade para uma abordagem multidisciplinar.

Numa aula de música, pode-se criar oportunidades para tais descobertas, de

forma lúdica e prazerosa, seja pela experimentação do som, pelo manuseio de

instrumentos ou pelo uso da própria voz, em ritmos diversos.

Sendo assim acredita-se que através do ensino da musica na educação o

aluno seja capaz de pesquisar, conhecer, experimentar, aprender a construir, a criar

a novidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO

QUESTIONÁRIO

1 ) Qual é a sua idade ?

Tenho ........... anos de idade.

2 ) Qual o seu sexo?

( ) Masculino

( ) feminino

3) Há quanto tempo trabalha nesta escola?

( ) de 1 a 2 anos

( ) de 3 a 5 anos

( ) de 6 a 8 anos

( ) mais de 9 anos

4) Você gosta de trabalhar com musica na sala de aula?

( ) sim ( ) não

5) Você costuma utilizar musica na sala de aula para auxiliar nos conteúdos?

( ) sim ( ) não

6) Você acha importante a utilização da musica na escola?

( ) sim ( ) não

7) Você faz uso da musica em sala de aula:

( ) Todo dia

( ) Uma vez por semana

( ) Uma vez por mês

( ) Não costuma utilizar

08) Você acredita que a música auxilia no desenvolvimento das crianças. ?

( ) sim ( ) não

09) De que maneira?

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................

10) Você acredita que a música na aprendizagem, estará favorecendo o desenvolvimento

cognitivo/ lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança?

( ) sim ( ) não

11) Quais são as suas dificuldades em trabalhar música em sala de aula?

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

.......................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................

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12) Que sugestões você daria aos professores em relação a utilização da música em sala de

aula : ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................