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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL
A BRINCADEIRA E O BRINQUEDO NO APRENDIZADO DA CRIANÇA
Autora: ELIZANGELA SOARES MAJOR
ORIENTADORA: Profa. MARINA SILVEIRA LOPES
ALTA FLORESTA/2010
1
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL
A BRINCADEIRA E O BRINQUEDO NO APRENDIZADO DA CRIANÇA
Autora: ELIZANGELA SOARES MAJOR
ORIENTADORA: Profa. MARINA SILVEIRA LOPES
Trabalho apresentado como exigência para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Infantil.
ALTA FLORESTA/2010
2
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
PROFA. Ma. MARINA SILVEIRA LOPES
ORIENTADORA
3
AGRADECIMENTOS
A DEUS, pelo dom da vida, pela presença eterna que fortalece a cada dia.
Aos meus amigos, os quais souberam entender minha ausência.
Agradeço também ao MEU PROFESSOR ILSO, que tive nesta árdua
caminhada, com seus ensinamentos e orientações necessárias.
A todos que acreditaram em meu trabalho e na nossa força de vontade um
meio para alcançar o nosso objetivo almejado.
4
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu esposo e filha, pois sem vocês a trilha seria árdua e difícil,
praticamente inatingível.
5
EPÍGRAFE
“Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo.”
(TOQUINHO, Aquarela, 1986)
6
RESUMO
O presente trabalho pesquisado mostra a importância da brincadeira no
desenvolvimento e no aprendizado da criança, como era vista e entendida a criança
em tempos atrás, tendo como concepção de infância bem diferente do que a de
agora, pois as crianças eram vistas como adulto em miniatura que não tinha lugar
nem papel na sociedade. Nos dias de hoje a brincadeira ganha espaço na educação
passando a superar o ensino tradicionalista. A brincadeira é vista como um meio da
criança se interagir na sociedade, de enfrentar conflitos de compreender o mundo e
a cultura que esta a sua volta. E, pela brincadeira a criança constrói seus laços
afetivos, incorpora valores, fortalece a auto-estima e a autonomia, diverte, cria,
reconstrói, experimenta e interage, ou seja, fundamental para o seu
desenvolvimento da identidade e da autonomia, por desenvolver a imaginação, a
atenção, a criatividade, e o emocional. É pelo brincar que a criança expressa seus
sentimentos que os leva a construir seu próprio pensamento. A brincadeira tem um
papel fundamental no desenvolvimento pessoal e social da criança, pois elas se
desenvolvem pela experiência social, ou seja, a criança que interage socialmente
amplia seus conhecimentos pela compartilha e do conforto com as outras crianças,
ampliando assim o seu repertório de conhecimento, rumo à autonomia e a
cooperação. A criança vive em constante evolução, desenvolvimento e aprendizado,
e o jogo acompanha em cada uma de suas fases sendo este fonte natural de
atração um desafio, para cada idade e nível de desenvolvimento. A criança precisa
ter contato com os brinquedos podendo assim dizer que o brinquedo da a criança
um substituto dos reais, para que ela possa manipular. Ele contém as tendências do
desenvolvimento tornando-o uma grande fonte de aprendizagem. Porem foi a partir
de pesquisas bibliográficas foi possível observar que a criança brincando ela se
desenvolve e aprende.
Palavras-chave: Desenvolvimento - Aprendizagem – Autonomia
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 09
CAPITULO I: O BRINCAR O BRINQUEDO E A CRIANÇA: UMA ATIVIDADE
INTERATIVA PARA O PROCESSO DA APRENDIZAGEM....................................... 11
1.1 A aprendizagem através do tempo ........................................................................ 11
1.2 O brincar e porque as crianças brincam ................................................................ 12
1.3 O brinquedo como um instrumento para a aprendizagem .................................... 16
CAPITULO II: A BRINCADEIRA: UM DOS MOMENTOS ESSENCIAIS PARA O
DESENVOLVIMENTO PESSOAL E SOCIAL DA CRIANÇA ..................................... 20
2.1 A brincadeira na construção da realidade da criança ........................................... 23
CAPITULO III: AS PLURALIDADES LÚDICAS ......................................................... 25
CONCLUSÃO ............................................................................................................. 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 29
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Atividades e recursos para prática pedagógica na Educação
Infantil........................................................................................................................25
9
INTRODUÇÃO
A brincadeira é um meio de atuação onde a criança pode ser
verdadeiramente autônoma, estabelecendo sua vontade e sustentando-se ao querer
do outro, enfrentando conflitos, compreendendo o mundo e a cultura que lhe são
impostas pelo convívio social, em uma linguagem que lhe é própria, onde favorecer
a autonomia da criança é dar-lhe condições e oportunidades para brincar.
Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica, buscando explicar a
importância da brincadeira por meio de referências teóricas, sendo a mesma
suficiente para conhecer e analisar o tema com clareza e objetividade, atingindo
assim objetivos propostos, confirmando a hipótese de que a brincadeira é uma
atividade fundamental no desenvolvimento e no aprendizado da criança, sendo uma
valiosa forma de expressão da criança.
Este trabalho foi dividido em três capítulos, no primeiro retratando sobre o
brincar o brinquedo e a criança: uma atividade interativa para o processo da
aprendizagem, esse capítulo aborda a aprendizagem através do tempo, o brincar e
por que a criança brinca e o brinquedo como um instrumento para a aprendizagem.
A criança brinca desde pouca idade, ela trás consigo o impulso da
descoberta, da curiosidade de querer aprender as coisas, ela brinca com o que ela
já conhece e pretende transformar.
Conhecer o porquê a criança brinca, as fases que ela passa no brincar, a
construção de conhecimento social, pessoal e de mundo que ela vai incorporando
através do brincar, tanto sozinha quanto em grupo, é fundamental para entender e
propiciar este desenvolvimento no ser humano, entendo assim, que a criança
necessita brincar, imitar, imaginar, etc, que leva a construir seu próprio
conhecimento.
Para melhor compreender a brincadeira como fator fundamental no
desenvolvimento da criança torna-se necessário conhecer a historia do brincar e da
infância, que há séculos atrás não era dada importância e o reconhecimento que é
dado nos dias de hoje.
10
No segundo capítulo mostra a brincadeira como um dos momentos essências
para o desenvolvimento pessoal e social da criança, a brincadeira na construção da
realidade da criança.
Assim, esse trabalho procurou enfocar a importância da brincadeira no
desenvolvimento do ser humano, que mostra a brincadeira como fator fundamental
na aprendizagem e no desenvolvimento pessoal e social, que favorece a construção
da reflexão, da autonomia e da criatividade, como também conhecimentos das
diversas variedades de brincadeiras.
No terceiro capítulo relata-se a pluralidade lúdica e sugestões de brincadeiras
adequadas para criança com faixa etária: de 0 a 3 e de 4 a 6 anos.
Portanto espera nesse trabalho o leitor possa compreender que a brincadeira
é um fator essencial para o desenvolvimento e aprendizado da criança.
11
CAPITULO I: O BRINCAR, O BRINQUEDO e A CRIANÇA: UMA ATIVIDADE
INTERATIVA PARA O PROCESSO DA APRENDIZAGEM
1.1 A APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO TEMPO
O brincar é um ato cotidiano do ser que cresce. No ser humano implica
sentimentos e relações que se estabelecem ao longo do tempo, configurando a
personalidade e a forma de ser no mundo.
Segundo PEREIRA (2002, p.07)
O universo infantil esta presente em cada um de nós. As experiências na infância deixam profundas marcas em nossa vida, mesmo sem sabermos disso, e as trazemos nos gestos, nas falas e nos costumes. Tudo fica guardado, os “bens e males” que vivemos, fazem parte de nossa historia pessoais e sociais, estando escondidos ou não em nossa memória. Os brinquedos e as brincadeiras integram esse leque de experiências vividas.
A criança desde pouco meses possui o extinto de descobertas,podemos
perceber isso quando sua mãe lhe dá um objeto, por exemplo um patinho de
borracha que faz barulho,então ela começa a brincar e surgi a curiosidade de onde
vem o barulho, com isso percebe-se que a criança brinca desde pouca idade.
De acordo com a apostila ,FAEL /EADECON (2010,p.07 à 15), em tempos
atrás, a concepção de infância para a sociedade é bem diferente da que hoje em
dia. Até o século XVII a criança era considerada um adulto em miniatura, onde a
mesma não tinha um espaço próprio dela, ela primeiro tinha que crescer para depois
fazer parte da sociedade, não tendo assim diferença entre adulto e criança, e a
humanidade ficava na lista de espera. Acreditava-se que criança não tinha alma, por
isto não era dada grande importância a ela, e nem ao grande nível de mortalidade
infantil. Isto pode ser observado em pinturas da época, onde se apresenta de
maneira que não se encontra nenhuma característica física de criança, podendo
todas ser confundida com um adulto. No final do século XVII, as crianças passaram
a ter espaços diferentes de convivência e lazer, porem sendo de acordo com as
classes sociais. Os espaços de brincar foram se limitando, até se transformarem em
pequenas áreas como os parques, por exemplo. No século XIX e XX, com o avanço
da industrialização, a participação da mulher no mercado de trabalho, os jogos e as
brincadeiras em conjuntas entre pais e filhos, adultos e crianças diminuíram, e o
12
brincar foi reduzido a pequenos espaços, onde os locais de encontros praticamente
desapareceram. A brincadeira teve grande valorização, ganhando um espaço na
educação, onde anteriormente a brincadeira era geralmente considerada como fuga
ou recreação e a imagem social da infância não permitia a aceitação de um
comportamento infantil, espontâneos, que significasse algum valor em si.
De acordo com FROEBEL e MONTESSORI e DECROLY apud WAJSKOP
(2001, p.22) as “crianças passaram a ser respeitadas e compreendidas em quanto
seres ativos, superando uma concepção tradicionalista de ensino”.
Para WAJSKOP (2001, p.20) “a valorização da brincadeira infantil apóia-se,
portanto, no mito da criança portadora da verdade, cujo comportamento verdadeiro e
natural, por excelência, é o seu brincar, desprovido de razão e desvinculado do
contexto social”, ou seja, a criança brinca com a realidade em que está inserida, pois
a criança que brinca poderá entrar no convívio social.
Cada cultura tem maneiras de ver a criança, de tratar e educar, sendo a
criança de acordo com ROUSSEAU apud SANTOS (1997, p.14), “portadora de uma
natureza própria que deve ser desenvolvida.”.
De acordo com KISHIMOTO (2009, p.19) a imagem da infância é “
reconstituída pelo adulto, por meio de duplo processo: ela esta associada a todo um
contexto de valores e aspirações da sociedade e depende de percepções próprias
do adulto, que incorpora de seu tempo de criança”.
1.2 O BRINCAR E O PORQUÊ QUE AS CRIANÇAS BRINCAM
Brincar é agir, divertir, entender, comunicar, expressar, pensar, elaborar
teorias, faz-de-conta, fantasiar, criar, inventar, explorar, construir, descobrir, destruir,
reconstruir, experimentar, comprar, repetir, arriscar, satisfazer necessidades e
desejos, sentir, ser e viver.
Brincando ela representa o mundo externo, interioriza e constrói o próprio
pensamento, ela relaciona-se com os outros, promovendo o seu desenvolvimento e
construção do conhecimento, construindo assim laços afetivos, incorporando
valores, fortalecendo a autoestima e a autonomia, expressa sua cultura e utiliza para
brincar.
13
O brincar da oportunidade para a criança investigar seus conhecimentos,
sobre si e sobre o mundo, quando a criança brinca com a realidade a sua
imaginação permite interagir com o mundo adulto e é através da brincadeira.
Como nos diz BETTELHEIM (1988) apud (KISHIMOTO,2009) onde uma
menina ao brincar de boneca ela antecipa sua possível maternidade e tenta
enfrentar as expressões emocionais do presente, essa brincadeira permite a criança
representar seus sentimentos, amor a mãe e o ciúme do irmão, que recebe os
cuidados maternos e essa experiência contribui para o desenvolvimento emocional
proporcionando um destaque na sua memória e no seu pensamento.
De acordo com RCNEI, (1998, p. 22) “brincar é uma das atividades
fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia”, onde a criança
pode desenvolver varias capacidades importantes pela brincadeira como: a
imaginação, a atenção, a imitação, a memória amadurecem algumas capacidades
de socialização por meio da interação, da utilização e experimentação de regras e
papeis sociais.
Segundo o RCNEI (1998) o pensamento da criança se constitui em paralelo a
organização de seu esquema corporal e, na criança pequena, o pensamento existe
na interação de suas ações físicas com o ambiente. A valorização das brincadeiras
infantis significa a conquista de um forte aliado nos processos de construção e
expressão do conhecimento.
Para WAJOSKOP (1997) o brincar é fundamental na aprendizagem infantil,
onde ela torna-se capaz de interagir com o outro vivenciando concretamente a
elaboração e a negociação de regras e convivência, como afirma VYGOTSKY
(1998, p. 136), “o desenvolvimento correspondente de regras conduz a ações”.
De acordo com VYGOTSKY apud APOSTILA EADCON/ UNITINS (2009) o
brincar é muito importante para a criança, portanto não pode ser visto como uma
atividade meramente detrativa ou ainda como passatempo, muito pelo contrario, é
uma atividade que participa da estruturação do sujeito, alem de ser um recurso
psicopedagógico importante nas praticas educativas. Brincando a criança vai
elaborar teorias sobre o mundo, sobre suas experiências, sobre seus sentimentos,
suas relações e sobre sua vida. Ela se desenvolve, aprendendo e construindo
14
conhecimentos, ou seja, brincando a criança experimenta, descobre, inventa,
exercita e confere suas habilidades.
VYGOTSKY (1998, p. 29) afirma que de acordo com a visão da criança, a
“experiência social exerce seu papel através do processo de imitação; quando a
criança imita a forma pelo qual o adulto usa instrumentos e manipula objetos, ela
está dominando o verdadeiro principio envolvido numa atividade particular”. Portanto
é preciso considerar o meio socioeconômico e cultural em que essa criança nasce e
vive, ou seja, o contexto em que se desenvolve, se constitui, aprende e brinca.
Percebe-se assim, a importância da brincadeira. Ao se sujar, se machucar,
criar, construir, contar e ouvir histórias, beijar, abraçar e brigar com os colegas, a
criança vive plenamente em desenvolvimento. O brincar pode ser analisado como
um fenômeno filosófico, sociológico, psicológico, criativo e pedagógico, onde ao
analisar o brincar como fenômeno filosófico, o mesmo é elaborado como
contraponto à racionalidade e nos chama a atenção para o fato de que a criança
necessita fantasiar e sonhar para não se limitar ao mundo racional, rotineiro, onde
apenas resolveria problemas e acataria ordens.
De acordo com a APOSTILA 3º período EADCON/ UNITINS (2009) com o
brincar a criança elabora suas angústias, medos e conflitos internos, manifesta seus
sentimentos e emoções, encontram respostas para tais angustias elaborando
teorias, afirma-se, resgata a possibilidade de ser e sentir prazer e desprazer, alegria
e tristeza, medo e raiva, amor e ódio, dentre outros, pois através da brincadeira a
criança experimenta, compreendem, confronta, negocia, transforma, onde o mesmo
é uma prática social, uma atividade simbólica, forma de interação com o outro. É
criação, é desejo, emoção e ação voluntária, levando a criança a construir seu
próprio pensamento. Quando a criança mergulha em sua atividade lúdica, organiza-
se todo o seu ser em função da sua ação.
De acordo com RCNEI, (1998, p. 23) “para brincar é preciso apropriar-se de
elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhe novos significados”, ou
seja, a criança testa na brincadeira sua capacidade de satisfazer as necessidades
interiores na realidade. E na brincadeira a criança transforma tudo o que esta a sua
volta, dando-os novos significados, que ira recriar e repensar, por exemplo: ao
brincar a criança imita o pai, a mãe, o médico, ou seja, tudo que esta relacionado a
15
sua vivencia, onde a “imaginação e a fantasia são elementos fundamentais para que
a criança saiba mais sobre a relação entre as pessoas,o eu e o outro” (RCNEI, 1998,
p. 22), pois o brincar é uma estrutura ligada a peculiar da infância, a criança é um
ser em desenvolvimento que esta sempre interagindo com o meio, e é pela
brincadeira que ela mostra algumas competências que ela é capaz de fazer.
Para PIAGET apud FONTANA (1997, p.120) “a brincadeira infantil é uma
assimilação quase pura do real ao eu...”, o brincar é concebido como uma atividade
livre e espontânea que facilita o desenvolvimento físico, cognitivo e psicológico,
estimula o desenvolvimento intelectual, possibilita responder uns questionamentos,
equacionar dificuldades de aprendizagem, facilita a comunicação e propicia o
estabelecimento de relações interpessoais. É, pois, um ato criativo, em que a
criança vai criar, descobrir e se reconhecer, onde o brincar e criar são atividades
semelhantes em que a criança necessita de incentivo e autonomia, com coragem
para realizar atividades onde os mesmos errem e tentem quantas vezes forem
necessário.
Para KISHIMOTO 1996 (apud APOSTILA EADCON/ UNITINS, 2008) a
brincadeira é um importante recurso pedagógico que estimula e desenvolve as
funções mentais superiores, as funções psicomotoras, e participa no processo de
construção do conhecimento. A criança se desenvolve e aprende brincando, adquire
experiências e conhecimentos, pensa e raciocina, descobre e aprende o mundo e a
si própria, se constrói em vários aspectos, como: físico, social, cultural, psicológico,
cognitivo, intelectual e afetivo.
Para realizar uma brincadeira a criança precisa de espaço, que vai variar
conforme a sua idade e possibilidades motora, precisa de objetos, que vai ser
utilizado como instrumentos para brincar e, de sujeitos, pessoas com quem vai ou
não interagir durante as brincadeiras.
Geralmente o espaço mais indicado para a criança brincar é um espaço
amplo, livre de objetos, de maneira que ela possa se movimentar-se livremente, de
acordo com as possibilidades psicomotoras, mas há momentos em que espaço
pequenos, com poucos objetos, ou com muitos objetos, e com várias pessoas se
fazem necessário, pois estimula o desenvolvimento da criança em diferentes
situações.
16
Segundo RCNEI (1998) a criança pode brincar num quarto, numa sala, num
pátio, num jardim, num parque, num espaço com móveis ou sem nenhuma mobília,
com um objeto ou com vários objetos, objetos naturais, construídos ou
manufaturados, com um adulto ou com outra criança. O importante é que os
espaços onde ocorre a brincadeira sejam variados e adequados as faixas etárias e
às possibilidades motrizes, cognitivas e afetivas da criança.
Enfim, a criança aprende brincando o significado do mundo, internaliza
valores necessários à participação da vida social.
1.3 O BRINQUEDO COMO INSTRUMENTO PARA A APRENDIZAGEM
Segundo CARNEIRO (1995) em seu artigo onde sobre a importância do
brinquedo baseando-se BEIJAMIN (1984), diz que o brinquedo existe as épocas
mais remotas, atingindo o seu ápice no século XIX, quando os objetos artesanais
foram substituídos paulatinamente pelos industrializados.
BEIJAMIN (1984), afirma que os brinquedos surgiram nas oficinas dos
artesãos, só podiam fabricar produtos do seu ramo. Bem como : pequenos animais
de madeira com marcineiros, soldadinhos de chumbo com caldeiros, figuras de
doces com confeiteiros, bonecas de cera com fabricantes de vela. Os estudos de
BEIJAMIN (1984) mostraram como, desde as origens, o brinquedo sempre foi um
objeto do adulto para a criança, que permitiu o desenvolvimento das fantasias
infantis.
Há brinquedos feitos de sucatas confeccionados pelos adultos, que se
transformaram em objetos importantes para as crianças que, a partir do lixo da
historia conseguem fazer história. BEIJAMIN (1984) coloca que o conteúdo
imaginário do brinquedo é que determinava as brincadeiras infantis, quando na
verdade quem faz isso eram as crianças, por essa razão, quanto mais atraentes
forem aos brinquedos, mais distantes estariam do seu valor como instrumentos do
brincar, onde (BEIJAMIMN,1984,p.75),diz que “a essência do brincar não é um ‘fazer
como se’, mas um ‘fazer sempre de novo’ transformação da experiência mais
comovente em hábito”. É, portanto, pelo brincar que a criança se encontra com o
17
mundo inteiramente, o percebe como ele é e dele recebe elementos importantes
para a sua vida, desde os mais insignificantes hábitos até fatores determinantes da
cultura do seu tempo.
Para VYGOTSKY (1998) do ponto de vista psicológico, pode se definir o
brincar como atividade que dá prazer a criança, é incorreto, porque existem outras
experiências que podem ser mais agradáveis para as crianças, sendo assim o
brinquedo tem um papel importante pelo fato de preencher uma atividade básica da
criança, ou seja, ele é um motivo para a ação.
Para VIGOTSKY (1998) a tendência de uma criança pequena é de satisfazer
seus desejos de imediato, normalmente o intervalo entre o desejo e sua satisfação é
curta, já na criança em idade pré-escolar surge o desejo que não são possíveis de
realizar de imediato, por isso que os brinquedos são inventados, para que a criança
possa experimentar tendências irrealizáveis com isso a criança na pré-escola
envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde seus desejos são realizados,
podendo realizá-los através do mundo dos brinquedos.
De acordo com VIGOTSKY (1998, p.130) a “criação de uma situação
imaginaria não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrario, é a primeira
manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais”.
Isso não significa, necessariamente, que todos os desejos não-manifestados
dão origem aos brinquedos, onde “o brinquedo contém todas as tendências do
desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele mesmo uma grande fonte de
desenvolvimento”. VYGOTSKY (1998, p. 135).Portanto os elementos das situações
imaginarias organizarão automaticamente uma parte da atmosfera emocional do
próprio brinquedo no brincar.
Segundo VIGOTSKY apud KISHIMOTO (2009) além do imaginário, o
brinquedo envolve regras, que, embora não sendo formalmente estabelecidas, se
originam da própria imaginação, mostrando que o papel que a criança representa e
suas relações com o objeto originar-se-ão sempre de regras. Se a situação
imaginária tem de conter regras de comportamento, então todo o jogo com regras
contém de forma oculta uma situação imaginária.
De acordo com VIGOTSKY apud FONTANA (1997) é enorme a influência do
brinquedo no desenvolvimento da criança, pois é durante a atividade que ela
18
aprende a agir em uma esfera cognitiva, e isso depende das motivações e
tendências internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos. Na
criança em idade pré-escolar a ação não é completamente comprometida e
predomina sobre o significado, porque a criança ainda não se comporta de uma
forma simbólica, ao invés disso, ela quer e realiza seus desejos, ao pensar, acaba
agindo. Para separar o significado da ação real, a criança tem de ter oportunidade
de fazê-lo e isso só é possível pelo brinquedo.
Para VIGOTSKY apud EADCON / UNITINS (2009) quando os pequenos
vêem no brinquedo o objeto, mas agem de forma diferente em relação aquilo que
vêem observa-se que ouve um desenvolvimento, porque é notória a liberdade de
ação. Assim, o agir ensina a criança a dirigir o comportamento, pelo significado
dessa situação, portanto, no brincar, uma ação substitui a outra, da mesma forma
que um objeto substitui o outro, porém, ambos os casos, a criança opera com o
significado.
Segundo VYGOSTSKY 1984 (apud FONTANA 1997, p. 129).
“A brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal: “[...] no brinquedo, a criança sempre se comporta alem do comportamento habitual de sua idade,alem de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade .”
De acordo com VYGOTSKY (1991), considera a brincadeira uma grande
fonte de desenvolvimento que, como foco de uma lente de aumento, contém todas
as tendências do desenvolvimento, fornece ampla estrutura básica para mudanças
da necessidade de consciência, na brincadeira a criança ressignificam o que vive e
sente .
De acordo com VYGOTSKY apud CARNEIRO (1995, p. 30) do ponto de vista
psicológico é possível observar que “as crianças que não tem oportunidades de
brincar não conseguem conquistar o domínio sobre o mundo exterior”. Ou seja, a
criança que não tem oportunidade de brincar poderá ter dificuldade de resolver
problemas do dia a dia e do passado, sendo assim, a criança que brinca terá mais
facilidade de resolver problemas atuais e futuros.
O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagem que evocam
aspectos de realidade, onde o brinquedo apresenta certas realidades e colocam a
19
criança na presença de reproduções, podendo-se dizer que, “uns dos objetivos do
brinquedo é dar á criança um substituto dos objetos reais, para que possam
manipulá-los”. KISHIMOTO (2009, p.18).
Segundo CUNHA (2001) a criança precisa de contatos com brinquedos, como
caixinhas de fósforo, latas, botões, pois, estes objetos proporcionam e favorecem a
brincadeira livre e a fantasia. A criança coloca no objeto o significado que ela deseja
no momento. Os brinquedos prontos, que não requer montagem não favorecem para
o desenvolvimento do lúdico, das habilidades, do aprender, estudar, adquirir e
estimular a inteligência, enfim a brincadeira é um processo de socialização e
descoberta do mundo.
Para que o brinquedo seja significativo para a criança é preciso que tenhas
pontos de contatos com sua realidade. É indispensável que a criança seja atraída
pelo brinquedo, tenha possibilidades de exploração. Portanto o brinquedo contém
todas as tendências do desenvolvimento, tornando-o uma grande fonte de
aprendizado.
20
CAPITULO II: A BRINCADEIRA: UM DOS MOMENTOS ESSENCIAIS PARA O
DESENVOLVIMENTO PESSOAL E SOCIAL DA CRIANÇA
A criança na pré-escola precisa brincar e esse momento é essencial para seu
desenvolvimento e interação social.
Para WAJSKOP (1997, p.25) se a
criança está imersa, desde o nascimento em um contexto social que a identifica enquanto ser histórico e que pode ser modificado, é importante superar as teses biológicas e etnológicas da brincadeira que idealizam a criança e suas possibilidades educacionais.
De acordo WAJSKOP (1997) desde muito cedo a criança vai se
desenvolvendo e adquirindo experiências sociais e sócio-histórica dos adultos e do
mundo por elas criado, no entanto a brincadeira é uma atividade que a criança
assimila e recria experiências sócio-cultural, e a função pedagógica na pré-escola é
definir a brincadeira como atividade social e garantir a construção do conhecimento.
A brincadeira encontra num papel educativo para as crianças, que vão se
desenvolvendo e conhecendo o mundo nesta intuição que se constrói a partir dos
intercâmbios sociais que nela vão surgir.
Para WAJSKOP (1997) a socialização garante a inserção da criança na
cultura adulta, pois a brincadeira é concebida como uma pratica social, que
possibilita a construção de umas identidades infantis autônoma, cooperativas e
criativas. A criança que interage socialmente amplia seus conhecimentos através da
compartilha e do confronto com as outras crianças e com adultos, sobre suas idéias
concepções sobre as relações afetivas, o mundo físico e social através da interação
entre si, que ampliara o repertorio de conhecimento da criança rumo à autonomia e
a cooperação.
WAJSKOP (2001, p. 29) diz que
A brincadeira é uma forma de comportamento social que se destaca da atividade do trabalho e do ritmo cotidiano da vida, reconstruindo-os para compreendê-los, segundo uma lógica própria, circunscrito e organizado no tempo e no espaço.
O que ele propõe é que a criança brincando define uma situação e um
comportamento que leva a adquirir uma nova significação.
21
No RCNEI (1998) de maneira que o brincar é concebido como uma atividade
importante para o desenvolvimento infantil, a criança percebe o brincar como
processo, sendo que, quando ela brinca esta liberando sua capacidade criativa, sua
fantasia, explora seus próprios limites e nutri a sua vida interior. Com o jogo inter-
pessoal, na interação com o outro, ocorre aprendizagem, aquisição de
conhecimentos e desenvolvimento de habilidades de forma agradável e prazerosa.
Quando a criança esta com outra pessoa ela pode receber estímulos e criticas,
aprender a esperar sua vez e interagir de forma organizada.
Podemos observar que no brincar a criança introduz na vida social e familiar
podendo se aglomerar-se de forma agradável, com isso ela fortalece sua autoestima
e seu crescimento pessoal.
Para VYGOTSKY (1998, p. 40) “desde os primeiros dias de desenvolvimento
das crianças suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de
comportamento social e, sendo dirigidas a objetivos definidos (...)”, a brincadeira
como atividade social é partilhada pelas crianças, supondo um sistema de
comunicação e interação da realidade.
Brincadeira sempre aparece como uma situação organizada, onde para
aquele que brinca, existe um certo número de decisões a tomar em uma ordem
dada, influenciando o desenvolvimento infantil, no autocontrole da criança.
Mesmo atuando em uma estrutura imaginária, onde as crianças assumem diferentes papeis e atribuindo significados diversos às suas ações e aos objetos com os quais interage, na brincadeira há escolha constante por parte da criança. Essa escolha, que tem como primeira limitação as regras da brincadeira, intrínsecas aos temas e papeis assumidos, amplia-se para as possibilidades representativas dos objetos e acordos interpretativos estabelecidos entre as crianças. Dessa forma, a brincadeira é uma atividade voluntária e consciente. (WAJSKOP, 2001, p.30).
Portanto a brincadeira é uma forma de atividade social, que desempenha uma
ação educativa única para as crianças, pois através da brincadeira a criança pode
pensar e experimentar coisas novas, ou até mesmo, coisas que fazem parte do seu
cotidiano.
De acordo com PIAGET apud APOSTILA EADCON/ UNITINS (2008) a
criança pequena sente constantemente necessidade de adaptar-se ao mundo social
22
dos adultos, onde as regras são ainda estranhas para elas, com uma infinidade de
objetos, acontecimentos e relações que ela ainda não compreende, sendo assim, a
criança brinca porque é indispensável ao seu equilíbrio afetivo e intelectual.
Portanto, a brincadeira é uma atividade que transforma o real, por assimilação quase
pura, às necessidades da criança, em razão dos seus interesses afetivos e
cognitivos.
Segundo PIAGET 1989 (apud, FONTANA, 1997) na brincadeira do faz-de-
conta (chamado por ele de jogo simbólico) as crianças criam símbolos lúdicos que
podem funcionar com uma espécie de linguagem interior, que permite a elas reviver
e repensar acontecimentos interessantes ou impressionantes. As crianças, mais do
que repensar, necessitam reviver os acontecimentos.
WAJSKOP (2001, p. 33) diz que a criança coloca os e as questões
além do seu comportamento diário, com a tentativa de compreender os problemas que lhe são propostos pela realidade com a qual interagem, pois o brincar, no mesmo tempo em que desenvolve sua imaginação, a criança constrói relações reais entre elas e abordam regras de organização e convivência, construindo assim, a consciência da realidade, vivendo neste momento a possibilidade de modificá-la, dentro do nível simbólico em contraposição às regras por elas estabelecidas, assim como o limite da realidade ou das regras do próprio jogo.
De acordo com VYGOTSKY apud FONTANA (1997, p.123), “a brincadeira é,
então, a forma possível de satisfazer essas necessidades, já que possibilita a
criança a agir como adulto (...) em uma situação imaginária”, ou seja, é uma
tentativa de reproduzir as ações do adulto em condições diferentes da realidade que
da origem a uma situação imaginária, sendo que a criança, para este autor, precisa
agir para depois imaginar.
Sendo assim do ponto de vista social e cultural, a brincadeira tende a inserir
as crianças no seu meio, ensinando-as diversos aspectos de sua cultura, pois
fornece aos participantes a possibilidade de estabelecerem uma rede de relações
onde estão implicados valores e costumes.
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BROUGÈRE (1998, p.20) coloca que o “brincar não é uma tarefa dinâmica
interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de uma significação social, precisa
que, como outras, necessitam de aprendizagem”.
2.1 A BRINCADEIRA NA CONSTRUCÃO DA REALIDADE DA CRIANÇA
Ao nascer à criança passa a aprender a brincar com as pessoas que estão a
sua volta. Já em idade pré-escolar a criança aprende através de atividades lúdicas,
por meio de jogos e brincadeiras onde a criança adquire conhecimento e
aprendizagem, para MOYLES (2002, p.33) “O brincar livre deve explorar,
proporcionando aprendizado para as crianças referente as situações, pessoas,
atitudes e respostas(...)”, sendo ele necessário para que as crianças aumente,
enriqueça e manifeste seu conhecimento.
De acordo com MOYLES (2002), quando a criança tem possibilidade de
brincar de forma intencional, livre e exploratória, lhe é proporcionado uma
aprendizagem ativa por meio da qual será uma introdução de um ser capaz de
compreender e resolver problemas que encontrara em seu cotidiano. A brincadeira
livre oferece oportunidades para as crianças descobrirem, formularem e resolver
seus próprios problemas a luz das experiências previas que os leva a examinar
novos matérias e recursos que por sua vez, precisando ser explorado antes de
serem usados nos processos de restauração e enriquecimento.
Para MOYLES (2002) já o Brincar dirigido a elas têm uma outra dimensão e
uma nova variedade de possibilidades estabelecendo-se principalmente a um
relativo domínio dentro daquela área ou atividade, referindo-se principalmente ao
processo. O Brincar dirigido tem umas abordagens formativas, no sentido de que a
intervenção se destina, seguindo-se á observação do brincar livre, a ampliar o
desempenho e a aprendizagem da criança e oferecer-lhe alguma coisa a partir da
qual ele possa começar a pensar sozinha.
A criança é um ser social, com capacidades, como já foi citado anteriormente,
ela tem desejo de estar próximas as pessoas, por ter a capacidade de aprender com
elas, ampliando assim suas relações sociais, interação e formas de comunicações.
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Para o seu aprendizado, a criança utiliza-se de vários meios, sendo um deles a
imitação, que segundo RCNEI (1998, p. 21):
A imitação é resultado da capacidade da criança observar e aprender com os outros de seu jeito, de se identificar com elas, ser aceita e se diferenciar-se. É entendida como reconstrução interna e não meramente uma copia ou repetição mecânica.
Portanto, é algo típico da criança reproduzir os gestos, as expressões, que
adquirem por meio de observações e constrói um processo de diferenciação dos
outros que resultara na sua identidade.
Para VYGOTSKY (1998, p.115) a
[...] Natureza social especifica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daquelas que os cercam. As crianças podem imitar uma variedade de ações que vão muito alem dos limites de suas próprias capacidades. Numa atividade coletiva ou sobre a orientação de adultos, usando a imitação, as crianças são capazes de fazer muito mais coisas [...]
Ao imitar a criança desenvolve sua linguagem, aprimora suas relações inter
individuais e, se comunica com o mundo exterior, desenvolve também suas
habilidades intelectuais, físicas, psicológicas e emocionais.
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CAPITULO III: AS PLURALIDADES LÚDICAS
No faz-de-conta, nas atividades de construção e com regras as crianças
aprendem a utilizar o substituto dos objetos, dando a eles um novo nome e um novo
significado, e este tipo de brincadeira permite que a criança pense e conheça o
objeto no plano mental.
.Quando a criança assume uma determinada posição perante a brincadeira
ela precisa conhecer e respeitar as regras e algumas características da que a
definem, e é através da brincadeira que a criança vai adquirindo novos
conhecimentos.
Na tabela abaixo apresenta algumas sugestões contendo, faixa etária,
características principais, algumas atividades pedagógicas e alguns recursos
necessários para que o educador possa utilizar o lúdico em sua pratica educativa de
forma significativa e prazerosa. Para proporcionar e contribuir para este
desenvolvimento da criança é necessário conhecer as brincadeiras adequadas para
cada fase, para cada nível de desenvolvimento e o que elas proporcionam a criança.
Tabela 1: Atividades e recursos para pratica pedagógica na Educação Infantil. IDADES CARACTERÍSTICAS ATIVIDADES RECURSOS
0 a 2 anos
Tem interesse, é curiosa conhece o nome, é negativa
Relacionadas ao período sensório- motor: exploração motora, a sensação sentidos.
Objetos de espessura variadas, bolas, cores.
2 a 4 anos
Brinca com o outro, é ativa, está descobrindo coisas, são sensíveis, tímidas e imitadoras
Estimulação com brincadeiras, leituras ilustradas, histórias, faz-de-conta,perguntas e respostas,brincadeiras com ou sem regras, imitação, movimento e jogos diversos.
Fantoches, caixas de areia, materiais artísticos, matérias concretos.
4 a 6 anos
São ativas, medrosas, questionadoras, amigáveis, confiantes, atenciosas, interessadas e concentradas.
Brincadeiras com ou sem regras com movimentos, representações com movimentos, representações, recortes,pesquisas,dramatizações, historias ilustradas, atividades em grupo.
Cartazes, álbuns, seriados, materiais de artes,livros, retroprojetores, vídeos e informática.
Fonte: OLIVEIRA, 2000 apud Apostila de Pedagogia 3º período (2009, p.532).
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Com os dados da tabela acima percebe-se que na infância, o brinquedo, o
jogo e a brincadeira, são fundamentais para o desenvolvimento da criança. Nessa
fase o jogo educativo usado como recurso pedagógico trás benefícios para a
aprendizagem.
Por meio do brincar o professor pode observar e constituir uma visão do
processo de desenvolvimento de cada criança e de cada uma em particular. A
brincadeira, o jogo e brinquedo, somente tem validade se usando na hora certa , por
isso faz se necessário conhecer a brincadeira adequada para cada idade.
As atividades lúdicas desenvolvem nas crianças capacidades importantes
como a memória, a atenção, a criatividade, e a imitação, ou seja, ao brincar elas
repetem através da imitação aquilo que já conhecem, ativando sua memória,
transformando seus conhecimentos por meio da criação de uma situação imaginaria
nova. Portanto, é no brincar que a criança amadurece algumas competências para á
vida coletiva, através da interação, da utilização de regras e de papeis sociais.
De acordo com RCNEI (1998), a criança de 0 a 3 anos tem que
experimentar e utilizar os mais variados recursos. Ela tem que brincar, relacionar-se
com outras crianças, pois elas precisam comunicar-se, expressar seus desejos,
necessidades e vontades, de maneira que desperte na criança o interesse pelas
brincadeiras e explorações de diferentes brinquedos, objetos e espaço para brincar.
Já para as crianças de 4 a 6 anos, RCNEI (1998), traz a importância da
criança ampliar sua auto-confiança, identificar suas limitações e possibilidades e o
brincar, no qual através da participação de brincadeiras as crianças escolherão os
parceiros, os objetos, os temas, o espaço e as personagens. As crianças tanto
meninos e meninas, devem participar igualmente em brincadeiras de casinha,
futebol, pular-corda, etc para que a criança passe a perceber os valores de
igualdade e respeito entre as pessoas de sexos oposto, por isso é essencial no
papel social.
De acordo com apostila EADCON/ UNITINS (2009), as crianças quando
brincam constroem seus conhecimentos por meio de papeis que representam, e
desenvolvem o psicomotor, o psíquico, e, além disso, proporcionam o ajuste
emocional. Enfim, o brincar é fundamental para os desenvolvimentos motores,
intelectuais, morais, sociais e cognitivos, e para resgatar a cultura.
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As crianças de hoje em dia não brincam como as de tempos atrás. Elas
estão ligadas à tecnologias avançadas que simulam jogos e brincadeiras bastando
acionar a tecla de um computador, sendo assim, essa atividade transmiti imagens e
mensagens rápidas e eficazes sem nenhum esforço físico da criança. Apesar de
estarmos diante de grandes e inevitáveis tecnologias a de se convir que as crianças
também, precisam aprender as brincadeiras mais antigas como de roda, pega
pega,peteca, amarelinha,cobra-cega, e tantas outras que conhecemos. Portanto,
sente-se a necessidade de resgatar as brincadeiras.
Segundo a apostila EADCON/ UNITINS (2009) o brincar, pois o mesmo
favorece a socialização, onde através dos jogos de regras leva a criança ao auto-
controle, desenvolve determinação e a capacidade de submeter-se a uma regra,
dominando seu próprio comportamento e aprendendo a controla-lo seguindo um
objetivo especifico. Permite a criança, desenvolver sua moral quando por si mesma
procura ajudar um colega. Nas brincadeiras, as crianças internalizam valores
necessários a participação da vida social.
A criança deve ter contato com brincadeiras onde ela corre, agacha,
levanta, esconde, fica imóvel, exige coordenar e concentrar, equilíbrio, observação,
agilidade e rapidez, a audição, cooperatividade, pois são os momentos onde estarão
desenvolvendo suas capacidades motoras, de concentração, de coordenação, de
interações sociais e da relação do homem com o meio.
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CONCLUSÃO
A importância da brincadeira no desenvolvimento da criança,
compreendendo-a em sua formação pessoal e social, como também em seu
processo de aprendizagem.
No decorrer deste trabalho, a brincadeira é enfatizada como uma atividade
própria da criança, sendo ela necessária para o seu desenvolvimento.
O brincar é agir, e neste agir além de se divertir a criança aprende, comunica
e cria, estabelecendo assim conceitos de regras, normas, limites, de trabalho em
conjunto, da divisão ao se interagir com outras crianças, por ser ela uma atividade
livre e espontânea que facilita o desenvolvimento físico, cognitivo e psicológico, em
fim, ao brincar a criança aprende o significado do mundo e adquiri conceitos básicos
para a vida social.
Na brincadeira e no brincar é possível observar a importância de buscar
conhecimentos, pois através desta investigação, destes estudos bibliográficos, foi
possível observar que é fundamental conhecer o que é o brincar para a criança, para
que não se acredite que o mesmo seja apenas uma atividade “rotineira”, sem
objetivo ou finalidade alguma, mas sim como algo enriquecedor para o seu
aprendizado e desenvolvimento. Enfim é a maneira da criança adquiri novos
conhecimentos, habilidades, pensamentos e entendimentos do meio que esta
inserida.
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