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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOPEDAGOGIA EDUCAÇÃO ESPECIAL
INCLUSIVA
9,5
A UTILIZAÇÃO DE LIBRAS PARA OS DEFICIÊNTES AUDITIVOS
ALESSANDRA DE JESUS
Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo.
ALTA FLORESTA/2017
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOPEDAGOGIA EDUCAÇÃO ESPECIAL
INCLUSIVA
A UTILIZAÇÃO DE LIBRAS PARA OS DEFICIÊNTES AUDITIVOS
ALESSANDRA DE JESUS
Orientador: Prof. Dr. Ilso Fernandes do Carmo.
“Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Neuropsicopedagogia Educação Especial Inclusiva.”
ALTA FLORESTA/2017
Dedico primeiramente a Deus, pois sem ele nada seria
possível. E a minha família pelo apoio durante esta longa
caminhada.
AGRADECIMENTO
A todos que contribuíram direta
ou indiretamente para a
realização deste trabalho
“O principal objetivo da educação é criar
pessoas capazes de fazer coisas novas e
não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram”.
(Jean Piaget).
RESUMO
A linguagem exerce papel preponderante na constituição do sujeito, visto
que é através dela que nos apropriamos da cultura. Apesar da relevância
inquestionável da sua importância para o homem, a possibilidade de construção
da mesma para os surdos tem sido regularmente negado, e este trabalho tem a
finalidade de refletir sobre a Língua Brasileira de Sinais ou LIBRAS e abordando
aspectos a ela ligada.
A escolha do tema deu-se para averiguar a utilização de metodologias
diferenciadas para resgatar o prazer do educando em aprender e isso faz com
que o profissional da educação reflita sobre a sua prática pedagógica, sabendo
que tem o desafio de conquistar o educando com deficiência auditiva, para que
ele sinta-se bem na escola, proporcionando-lhe um aprendizado livre das
amarras do sistema educacional discriminatório e classificatório, dando-lhe a
oportunidade de se expressar de maneira democrática, levando-o a atingir os
objetivos propostos e estimulando suas competências.
O presente trabalho foi elaborado através do procedimento de pesquisa
bibliográfica, teve como objetivo buscar informações para maior compreensão do
tema abordado, através de livros, sites científicos e outros referentes. Assim o
presente estudo objetivou identificar as dificuldades encontradas pelos
professores, em trabalhar com alunos portadores de deficiência auditiva por não
terem LIBRAS em sua formação.
Ao final da pesquisa pode-se afirmar que há necessidade que os
professores tenham formação adequada para trabalharem a inclusão dos alunos
surdos, para que se consiga atender as reais necessidades do deficiente
auditivo, em sua formação a escolar.
Palavras-chave: Inclusão. Ensino de Libras. Formação do professor
0909
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO... ......................................................................................................07 1 LIBRAS- (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS)..................................................11 2. O PROCESSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DO SURDO................................10 3 INTERVENÇÃO NA SURDEZ...............................................................................19 CONCLUSÃO............................................................................................................32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................34
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INTRODUÇÃO
Muito se discute sobre a inclusão do surdo no ensino público regular e
Sab se que, constitucionalmente, ele tem direito a educação e ai que alguns
desafios configuram-se no trabalho docente, primeiro a falta de formação para
trabalhar com alunos surdos, em pregar métodos e técnicas de ensino que
favoreça sua interação.
Por isso os professores devem ter uma formação adequada para
trabalharem a inclusão dos alunos surdos sem sala do ensino regular, no
entanto a maior dificuldade e na área de comunicação. O educador por não
terem uma formação especifica para trabalharem com alunos surdos. Para não
haver tanto desconforto na aprendizagem a língua de sinais (LIBRAS) deveria
ser usada na escola regular e trabalhada com todos os alunos, assim facilitaria o
desenvolvimento dos alunos portadores de necessidades especiais (SURDOS),
ampliando o conhecimento de todos e acabando com a diferença, porque
mesmo não falando todos se comunicam e interagem.
Ao se trabalhar uma proposta pedagógica diferenciada, que atenda as
reais necessidades do deficiente auditivo, em sua formação a escolar estará
desenvolvendo o indivíduo no local onde está inserido, concedendo ferramentas
de transformação da sociedade, além da ampliação dos conhecimentos para um
futuro melhor.
Desse modo para que as Instituições consigam atende o aluno com
deficiência auditiva devem ser melhoradas, no tocante ao ensino e
aprendizagem. Nesse sentido é de uma importância a escolha do método pelos
professores e pelos coordenadores ao planejarem o ensino da pessoa surda.
O aluno surdo sente-se diferente, pois o simples fato de querer ajudá-lo
mais de dar mais atenção diferencia ele dos outros, e uma forma erronia de
trabalhar a inclusão, sem perceber o professor acaba isolando-o do grupo e
constrangendo-o.
Assim a inclusão automaticamente transforma-se em exclusão, o aluno
surdo não quer ser melhor nem sentem uma sensação de impotência. O aluno
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surdo tem o mesmo direito e na pratica quer ser igual a todos e tratado da
mesma forma que seus colegas de sala.
O trabalho com o deficiente auditivo tem o compromisso de formar
cidadão consciente, e a mesma deve ter subsídios necessários e tornar
realidade essas mudanças educacionais, transformando a maneira como
pensamos e concebemos ao centro de especializado na língua do surdo e a
comunicação dos ouvintes.
A realidade, tal como se apresenta a educação especial hoje, constitui
um grande desafio para o mundo que desvaloriza a educação. Sendo que a
educação especial auditiva é um grande passo no sentido de possibilitar
caminhos para o ensino e aprendizagem de alunos (a) surdos brasileiros
capazes de contribuir com uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
A falta de conhecimento dos procedimentos metodológicos para
trabalhar com os alunos com deficiência auditiva, são empecilhos para se
conseguir transmitir os conteúdos desejados de forma que o deficiente auditivo o
compreenda. Desse modo sugere-se que se tenha uma pessoa especializada
em transmitir as metodologias adequadas para se trabalhar com os deficientes
auditivos por meio das regras de sinais.
As hipóteses são de que os professores não conseguem transmitir o
conteúdo desejado de forma que os deficientes auditivos compreendam, pois
não tem conhecimento aprofundado de Libras, desse modo: é entrave para a
inclusão do aluno surdo no ensino público a falta de formação adequada dos
educadores; a metodologia empregada pelos educadores ajuda os alunos surdos
na aquisição do conhecimento; a língua de sinais precisa ser estudada para que
haja interação entre surdo e ouvintes,; os professores não são especializados
para lidar com estes alunos;
A presente pesquisa tem como problema discutir quais as dificuldades
encontradas pelos professores, que não tiveram no currículo da graduação a
disciplina de LIBRAS, lida com alunos deficientes auditivos que estão em suas
salas de aula?
Os objetivos são: Identificar as dificuldades encontradas pelos professores
que atuam nas séries iniciais, em trabalhar com alunos portadores de deficiência
08
0909
auditiva por não terem LIBRAS em sua formação; fazer relação entre formação
acadêmica que os professores tiveram e formação proposta hoje para inclusão;
levantar junto aos educadores, como eles trabalham com alunos surdos e portadores
de necessidades auditivas; descrever como é a relação dos alunos surdos com os
professores e os demais a alunos no âmbito escolar;
A escolha do tema deu-se para compreender o meio onde as diferenças
estão presentes a todo o momento, e de como acontece o processo de ensino na
Educação Especial Auditiva.
O presente trabalho está dividido em três capítulos no primeiro capítulo será
relatado sobre Libras (Língua Brasileira de Sinais). No segundo será descrito o
processo histórico da educação do Surdo. No terceiro, mostrará as Intervenções na
surdez.
09
0909
1 LIBRAS- (LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS)
Para dar início a discussão, é importante diferenciar, sob o ponto de vista
linguístico, os termos linguagem e língua. Conforme MANTOAN (2005, p.23):
O conceito da linguagem refere-se como sistema de comunicação natural ou artificial, humana ou não (comunicação em seu sentido mais amplo); língua é um sistema abstrato de regras gramaticais; dessa forma, linguagem é um tempo abrangente que engloba o termo língua, este sim, específico da produção humana.
Quanto a importância da língua tem-se em MANTOAN (2005, p. 202), a
seguinte afirmativa:
Embora ninguém negue o papel central da língua na vida humana, definir a natureza desse papel tem sido um problema difícil e persistente desde o início da filosofia. A língua tem um papel central, real e funcional, não só sócio-cultural, mas psicológico na vida humana, e tem sido investigada desde a Grécia antiga, ou antes. Apesar disso, definir o papel da língua tem sido tarefa difícil, entregue principalmente a psicolinguistas e neurologistas.
A linguagem é construída nas interações do cotidiano das pessoas. A
aquisição de um sistema linguístico supõe a reorganização de todos os
processos mentais da criança. Com um papel importante na formação da
consciência, a linguagem amplia o mundo percebido, de informação e cultura. É
através da linguagem que é possível transmitir a experiência de gerações,
convertendo-se em uma poderosa ferramenta ao introduzir formas de análise e
síntese que a criança seria incapaz de desenvolver por si mesma.
A estrutura inata da linguagem não está plenamente desenvolvida no nascimento, é entre as idades de 21 a 36 meses que seu desenvolvimento se mostra no ponto máximo. É o período inicial de formação de símbolos. O período que Chomsky e Lennenberg denominam o período crítico para adquirir na primeira língua e vai até 12 anos. Isso é verdade tanto para a aquisição da língua oral como para gestual. (MANTOAN, 2005, p.54).
O cérebro de uma criança entre dois e quatro anos de idade, segundo
SANTANA (2007), absorve o dobro de glicose que o cérebro de um adulto. Isto
reflete a importância que o cérebro dá, nesta fase de maturação, à absorção de
informações e criação das sinapses básicas para p desenvolvimento dos
processos mentais.
A falta do domínio de uma língua, nesta fase, segundo SANTANA
(2007), não impedirá que esta etapa ocorra, mas não terá a mesma qualidade
de desenvolvimento para qual o cérebro está preparado para realizar. A
importância do domínio da Língua Brasileira de Sinais pela criança surda vai
0909
muito além das necessidades de garantia de interlocução com o meio que a
cerca.
Assim, ao entrar para a escola, muitas vezes sem o domínio de qualquer
língua, o que pretendemos para a criança surda, em primeira instância, é
garantir um suporte linguístico para que o cérebro possa realizar uma de suas
principais tarefas: desenvolver-se cognitivamente, de acordo com o que já lhe foi
geneticamente proposto, o que inclui um instrumento linguístico.
A Língua Brasileira de Sinais, como outra língua qualquer, precisa ser
adquirida. Ela é um produto da comunidade surda, desenvolvida da mesma
forma que qualquer outra língua. Mesmo sendo uma língua natural para os
surdos, é errado pensar que a Língua Brasileira de Sinais é universal.
Diferente de outras habilidades, como a própria inteligência, a linguagem não pode ser adquirida sozinha. Ela depende de uma capacidade inata essencial (biológica), mas é ativada apenas por outra pessoa que possui poder e competência linguística. (SANTANA, 2007, p. 56).
Para o indivíduo a possibilidade de dominar o melhor meio de processar
seu pensamento. Desenvolver-se cognitivamente não depende, exclusivamente,
do domínio de uma língua, mas, segundo MANTOAN (2005), dominar uma
língua garante os melhores recursos para as cadeias neuronais envolvidas no
desenvolvimento dos processos cognitivos do indivíduo.
As línguas de sinais são utilizadas pela maioria das pessoas surdas no
mundo. No Brasil, segundo SILVA (2007), existem duas línguas de sinais: a
Língua Kaapor – LSKB, utilizadas pelos índios da tribo Kaapor, onde muitos
membros são surdos, devido ás altas febres causadas por doenças transmitidas
pelo contato com pessoas de fora da tribo, e a língua Brasileira de Sinais –
Libras, que é utilizada nos centros urbanos. A língua portuguesa, no caso dos
surdos brasileiros, é considerada uma segunda língua.
Segundo MANTOAN, (2005), a educação e inserção social dos surdos
constituem um sério problema, e muitos cominhos têm sido seguidos na busca
de uma solução. A oficialização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) em abril
de 2002 (Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002), começa a abrir novos caminhos,
sem, no entanto, deixar de gerar polêmicas por profissionais que trabalham com
surdos e por surdos oral, que não se sentem parte de uma comunidade surda e
não veem mérito nessa vitória para a comunidade surda.
11
A língua de sinais, língua natural dos surdos, pois essa a criança surda
adquire de forma espontânea sem que seja preciso um treinamento específico,
ainda, segundo SILVA (2001), é considerada por muitos profissionais apenas
como gestos simbólicos. De uma maneira geral, em nossa sociedade não existe
lugar para as diferenças, sendo os surdos usuários da língua de sinais
desconsiderados no processo educacional.
Vivemos em uma sociedade na qual a língua oral é imperativa, e por
consequência caberá a todos que fazem parte dela se adequarem aos seus
meios de comunicação, independentemente de suas possibilidades. Qualquer
outra forma de comunicação, como ocorre com a língua de sinais, segundo
SANTANA (2007), é considerada inferior e impossível de ser comprada com as
línguas orais.
A educação de surdos, segundo MANTOAN (2005), implica na aquisição
de uma língua, que também e primordial para seu desenvolvimento intelectual,
emocional, social e afetivo sim, para chegar a um desenvolvimento global
satisfatório, o surdo precisa ter acesso a linguagem como instrumento
transformador. Através do oral, o surdo aprende os códigos de linguagem,
vocabulário e os meios de comunicação utilizados por pessoas não surdas, de
forma que não fique a margem dos acontecimentos e seja reconhecido por sua
capacidade de aprender e conviver. Surge, entretanto, um grave problema
nessa aquisição de linguagem: ela é demorada e difícil.
As contradições e conflitos a respeito da opressão sobre os surdos em
sua necessidade de comunicação permanecem, mas a sociedade, segundo
SANTANA (2007), aos poucos vem mudando. Por proposição da UNESCO, em
1954, as crianças das comunidades linguísticas minoritárias passam a ter direito
a educação na comunidade a que pertencem. Nesse movimento mundial,
inspirado nos princípios de celebração de diferenças humanas, solidariedade,
direitos e cidadania, desponta um espaço privilegiado de relações sociais para
todos. Em 1988, a nova Constituição Federal se pronuncia, no Brasil, em favor
das vindas daqueles que apresentam necessidades especiais.
Em 1990, segundo MANTOAN (2005), o Brasil participa do movimento
de Educação Para Todos, quando a Organização das Nações Unidas para a
12
Educação, a Ciência a Cultura convocou uma reunião mundial para discutir uma
política de educação para todos, na Tailândia.
Em 1993, segundo SANTANA (2007), entra em vigor o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), um posicionamento legal que significou, sem
dúvida, um avanço na valorização da educação.
Em 1994, segundo MANTOAN (2005), acontece a Conferência Mundial
Sobre as Necessidades Educativas Especiais, em Salamanca, na Espanha, com
o propósito de ressaltar a urgência da luta contra a exclusão, promovendo uma
integração que visa transformar a escola em um espaço para todos, onde as
diferenças constituem uma oportunidade, e não um problema.
O princípio da Educação Inclusiva foi adotado, estabelecendo que toda a
escola devesse acolher todas as crianças, independentemente de suas
condições pessoais, culturais ou sociais.
Em 1996, segundo SANTANA (2007), a Lei de Diretrizes e Bases (LDB
nº9394/96) recomenda que a escola ofereça os meios necessários a
aprendizagem de todos os seus alunos.
Em 2002, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida oficialmente como o idioma da comunidade surda brasileira, em abril, e ficou determinado que as instituições públicas apoiem e prestem atendimento aos surdos em Libras e que os sistemas educacionais federal, estaduais e municipais incluam o ensino d Libras como parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais dos cursos de formação de Educação Especial, Fonoaudióloga, Magistério, nos níveis Médio e Superior. (SANTANA, 2007, p.45).
A comunicação em libras, segundo SANTANA (2007), se dá através de
sinais manuais e não manuais, cuja configuração segue Gramática específica: a
posição e movimento da mão, o ponto de articulação do sinal isto é, no corpo ou
espaço de sinalização e as expressões faciais ou corporais.
MANTOAN (2005), afirma que língua designa um sistema específico de
signos que é utilizado por uma comunidade para comunicação. Portanto, a
Libras é uma língua natural surgida entre os surdos brasileiros com o propósito de
atender as necessidades comunicativas de sua comunidade. São línguas
naturais porque, como as línguas orais, surgiram espontaneamente da interação
entre os surdos, além de, através de sua estrutura poderes. Expressar qualquer
conceito.
13
2. O PROCESSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DO SURDO
A Surdez é um tema relevante de pesquisa no Brasil. Primeiramente foi
estudada pela área médica e recentemente na área da educação, da linguística e
da fonoaudióloga. Cada área passou a se preocupar-se com determinado
aspectos da surdez, Como consequência dessa pesquisa, temos um estudo
fragmentado da surdez nos aspectos educacionais. As discussões se projetam
no campo do estudo da fusão do Método Perdoncini e da LIBRAS utilizados no e
nos meios que estes professores utilizam para desenvolverem a aprendizagem.
Segundo SANTANA (2007), a pessoa que, fluente em Língua Brasileira
de Sinais e em Língua Portuguesa, tem a capacidade de verter em tempo real
(interpretação simultânea) ou, com um pequeno espaço de tempo (interpretação
consecutiva) da Libra para Português ou deste para a LIBRAS. A tradução
envolve a modalidade escrita de pelo menos uma das línguas envolvidas no
processo.
Ao optar-se em oferecer uma educação bilíngue, a escola está assumindo uma política linguística em que duas línguas passarão a co – existir no espaço escolar. Além disso, também será definido qual será a primeira língua e qual a segunda língua, bem como as funções em que cada língua irá representar no meio ambiente escolar. Pedagogicamente, a escola vai pensar em como estas línguas estarão acessíveis ás crianças, além de desenvolver as demais atividades escolares. As línguas podem estar permeando as atividades escolares ou serem objetos de estudo em horários específicos dependendo da proposta da escola. Isso vai depender de como, onde e de que forma as crianças utilizam as línguas na escola. (MANTOAN, 2005 p.15).
As pessoas com perda auditiva constituem em grupo bastante
heterogêneo e, por isso não é correto fazer a afirmações que possam ser
generalizadas a toda a população que apresenta tal deficiente. O
desenvolvimento comunicação linguístico de crianças surdas com uma perda
auditiva profunda, por exemplo, apresenta aspecto com perdas leves ou
hipoacústicas.
O fato de os pais também serem surdos ou serem ouvintes de
repercussões igualmente importantes educação das crianças. Esses fatores,
segundo MANTOAN (2005), podem ser diferenciadores em torno dos cincos
seguintes: a localização da lesão, a etiologia, a perda auditiva, a idades de início
da surdez e o ambiente educativo da criança.
Idade de início da surdez: a idade da criança quando se produz perda
auditiva tem uma grande repercussão no desenvolvimento: fala, Pré – locativa,
Pós- locativa e a aquisição da fala.
A pesquisa já classe de Conrad (1979) sobre os alunos surdos confirmar a importância e a repercussão do antes, do depois dos 3 anos. Em estudo, o autor classifica os alunos com perdas auditivos superiores a 85 dB em três grupos, segundo a idade em que perdem a audição, congênita, do nascimento aos 3 anos e depois dos 3 anos (MACHADO, 2002, p.52).
Objetivo principal é a aquisição de sistema linguístico que organiza
quando a criança perde a audição.
Os estudos realizados sobre aquisição da linguagem de sinais
comprovaram que sua evolução é muito semelhante que se produzem nas
crianças ouvintes com relação á linguagem oral. Essa semelhança não impede
as determinadas linguagens, que distinta uma expressão, manual ou oral.
Correspondência das duas aquisições duas linguagens encontrou um
importante reforço no estudo de MANTOAN (2005), sobre o balbucio manual de
duas crianças surdas profundas com idades compreendias entre 10 a 14
messes.
O balbucio é expressão de uma capacidade de linguagem amoldal, associada a fala e ao sinal. Apesar das diferenças radicais entre os mecanismos motores que subjazem ao sinal e a linguagem falada, as crianças surdas e as ouvintes produzem unidades de balbucios idênticos. (SANTANA, 2007, p.14).
O estudo da inteligência das pessoas surdas passou por diferentes
períodos históricos. O livro de SANTANA (2007), sobre a psicologia do surdo
diferente da dos ouvintes. O principal dado em pensamento vinculado ao
concreto e apresenta mais dificuldade para a reflexão abstrata. Que é a
linguagem não verbal.
Essa posição diferenciadora foi discutida a partir da teoria do
desenvolvimento intelectual de Piaget. Sua formulação de que a linguagem e a
interação social não ocupam um papel determinante na estruturação do
pensamento em pesquisas.
A obra mais representativa dessa tese é a de Hans Furth (1966,1973), cuja conclusão é a de que a competência cognitiva dos surdos é semelhante a dos ouvintes. Os dois grupos de pessoas passam pelas mesmas etapas de desenvolvimento, embora nos surdos a evolução seja um pouco mais lenta. Furth atribui o atraso ás deficiências experimentais que o surdo vive. (SANTANA, 2007, p.14).
15
É o desenvolvimento cognitivo do aluno surdo na fase precoce e Pré-
locativa, da aprendizagem.
Até o século XV, segundo MANTOAN (2005), não havia nenhum
interesse na educação dos surdos, que eram considerados pessoas primitivas,
sendo relegados a marginalidade na vida social. Não havia direitos assegurados,
nem uma cultura suficientemente desenvolvida que os aceitasse em sua
diferença.
É somente a partir do final da Idade Média, segundo SANTANA (2007),
que os dados com relação a educação e a vida do surdo tornam-se mais
razoáveis. É exatamente nesta época que começam a surgir os primeiros
trabalhos no sentido de educar a criança surda.
O século XVIII, segundo MANTOAN (2005), é considerado o período
mais próspero no que se refere a educação dos surdos, houve a fundação de
várias escolas. Além disso, qualitativamente, a educação para os mesmos
também evoluiu, já que, através da língua de sinais, eles puderam aprender e
dominar diversos assuntos, além de exercer diferentes profissões.
Entretanto, no início do século XX, segundo SANTANA (2007), a maior
parte das escolas de surdos abandonou o uso da língua de sinais. Isto foi
consequência do famoso Congresso de Milão de 1880, quando, a despeito do
que pensavam os surdos, considerou-se que a melhor forma de educação seria
aquela que utilizasse unicamente o oralíssimo. Percebe-se aí mais uma vez a
tendência a padronização, considerando que o surdo, para viver em sociedade,
deveria conseguir ouvir, com o uso de aparelho e falar, através de exaustivos
exercícios, como se fosse ouvinte, para então ser aceito pela sociedade ou pelo
grupo social.
Em 1857, segundo MANTOAN (2005), foi fundado o Instituto nacional de
Surdos-Mudos, atual Instituto Nacional de Educação do Surdo (INES), onde era
utilizada a língua de sinais. Mas com a tendência determinada pelo Congresso
de Milão (1880), em 1911, o INES estabeleceu o oralíssimo como método de
educação dos surdos.
166
É nos anos 70, segundo SANTANA (2007), que chega ao Brasil a filosofia
da Comunicação Total. Mas já na década seguinte, Começa a ganhar força no
país a filosofia do Bilinguismo.
Aqui no Brasil, segundo SILVA (2001), a preocupação em ampliar os
serviços prestados aos surdos é pouca. Dificilmente os programas na televisão
apresentam exibições em LIBRAS, ainda há descaso quanto a necessidade de
intérprete. Já no que diz respeito a abordagem educacional a ser adotada, não
existe um consenso sobre qual delas (oral, comunicação total ou bilinguismo).
Os surdos, segundo MANTOAN (2005), deixaram de ser vistos como
deficientes, mas apesar disso ainda são marginalizados pela falta da oralidade.
No entanto, eles têm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas
oportunidades dos ouvintes. A mudança no tratamento com a pessoa deficiente
resultou de alterações culturais aceitas e gradualmente vividas, e não apenas
por normas e/ou repentinamente impostas, e sistematicamente descumpridas.
SANTANA (2007) destaca que no Brasil, a Libras tem a finalidade de
apresentar ao aluno a língua e a cultura surda, tendo sido reconhecida pela Lei
Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002, como meio legal de comunicação e
expressão. Esta mesma lei prevê ainda que o Poder Público e as
concessionárias de serviços público devem garantir formas institucionalizadas
de apoiar o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva e de
utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
De acordo com SILVA (2001), ainda citando a Lei Federal nº 10.436, em
seu artigo 4º temos que: O Sistema Educacional Federal e Sistemas
Educacionais Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, devem garantir a
inclusão nos cursos de Formação de Educação Especial, de Fonoaudióloga e de
magistérios, em seus níveis médios e superior, o ensino da Língua Brasileira de
Sinais – LIBRAS, como parte integrante dos parâmetros curriculares – PCNs,
conforme legislação vigente.
A partir desta lei, é esperado que as políticas públicas educacionais
caminhem no sentido de dar tratamento legal aos surdos como uma minoria
linguística, uma vez que a língua portuguesa é majoritária no Brasil,
assegurando- lhes o direito de acesso irrestrito ao ensino de Libras, e
17
promovendo capacitação de profissionais da educação para atuarem no
processo de ensino-aprendizagem de Libras.
18
3 INTERVENÇÃO NA SURDES.
A surdez, segundo GOLDFELD (2001), pode ser decorrente de natais
(rubéola, sífilis, herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes, Pré-natal-
natal trauma físico no nascimento, prematuridade, baixo peso ao nascimento,
trauma de parto) ou pós-natais (otites, meningite, encefalite, caxumba, sarampo).
Com os avanços das ciências humanas e o reconhecimento do surdo como o sujeito com capacidade e competência social, mudam-se as perspectivas da educação. A educação dos surdos é um problema inquietante por suas dificuldades e limitáveis ao longo da história, esse assunto tem sido polêmico quando descolamento em várias vertentes com diferentes consequências. (MACHADO, 2002, p.52).
A situação da surdez na realidade atual se desdobra na história dos
esforços realizados para incluir a participação do surdo na sociedade.
Os surdos são dotados de linguagem, assim como todos o são,
precisando apenas de uma modalidade de língua que possam perceber e
articular facilmente, para ativar seu potencial linguístico e, consequentemente,
os outros potenciais, podendo assim atuar na sociedade como cidadãos. Eles
possuem o potencial, segundo GOLDFELD (2001), falta-lhes no meio, e a língua
Brasileira de Sinais é o principal meio que se lhes apresenta para esse processo
ganhar impulso.
A língua de sinais, quando adquirida nos primeiros anos de vida,
segundo MACHADO (2002), fornece à criança surda um desenvolvimento pleno
como sujeito, porém, quando sua aquisição é tardia, o surdo encontra algumas
dificuldades na compreensão de um contexto complexo: pensamento abstrato,
desenvolvimento de sua subjetividade, evocação do passado, entre outras.
Pensando no indivíduo surdo, acreditamos que seja importante para este
como sujeito: crescer, desenvolver-se, amadurecer, construir e constituir-se
inserido numa língua própria e natural. A criança, ao ter acesso a uma língua,
segundo MACHADO (2002), passa a desenvolver linguagem, interagindo com o
outro, repensando suas ações, elaborando seu pensamento, vivenciando novas
experiências e se desenvolvendo. Uma criança que não escuta possui as
mesmas condições de aprendizagem que uma criança ouvinte, porém o acesso
a linguagem se dará por meio do canal gesto-visual.
Ao permitir que a criança surda tenha a oportunidade de se desenvolver
de forma análoga à das crianças ouvintes, estar-se-á respeitando sua língua,
sua diferença. Não se pode mais negar aos surdos o direito de serem parte
integrante e participativa de nossa sociedade. Além disso, para que o surdo
possa desenvolver- se, não basta apenas permitir que use sua língua, é preciso
também, segundo GOLDFELD (2001), promover a integração com sua cultura,
para que se identifique e possa utilizar efetivamente a língua de sinais. A
comunidade surda terá muita importância para o desenvolvimento da identidade,
pois nessa comunidade a língua de sinais ocorre de forma espontânea e efetiva.
Todo sujeito precisa interagir em seu meio, apropriar-se de sua cultura e de sua
história, e formar sua identidade por intermédio do convívio com o outro.
Segundo GOLDFELD (2001, p.15), ao optar-se em oferecer uma
educação bilíngue, a escola está assumindo uma política linguística em que
duas línguas passarão a coexistir no espaço escolar. Além disso, também será
definido qual será a primeira língua e qual a segunda língua, bem como as
funções em que cada língua irá representar no meio ambiente escolar.
Pedagogicamente, a escola vai pensar em como estas línguas estarão
acessíveis as crianças, além de desenvolver as demais atividades escolares. As
línguas podem estar permeando as atividades escolares ou serem objetos de
estudo em horários específicos dependendo da proposta da escola. Isso vai
depender de como, onde e de que forma as crianças utilizam as línguas na
escola.
A escola é muito importante na formação dos sujeitos em todos os seus
aspectos. É um lugar de aprendizagem, de diferenças e de trocas de
conhecimento, precisando portanto atender a todos sem distinção a fim de não
promover fracassos discriminações e exclusões.
Diferente dos ouvintes, segundo MACHADO (2002), grande parte das
crianças surdas entram na escola sem o conhecimento da língua, sendo que a
maioria deles vem de famílias ouvintes que não sabem a língua de sinais,
portanto a necessidade que a LIBRAS seja, no contexto escolar, não só língua
de instrução mas disciplina a ser ensinada por isso é imprescindível que o ensino
de LIBRAS seja incluído nas séries iniciais do ensino fundamental para que o
20
surdo possa adquirir um língua e posteriormente receber informações escolares
em língua de sinais.
O papel de língua de sinais na escola vai além da sua importância para
o desenvolvimento do surdo por isso não basta somente a escola colocar duas
línguas nas classes é preciso que haja, segundo GOLDFELD (2001), a
adequação curricular é necessária, apoio para os profissionais especializados
para favorecer surdos e ouvintes, a fim de tornar o ensino apropriado a
particularidade de cada aluno.
Segundo GOLDFELD (2001, p. 27), "usufruir da língua de sinais é um
direito do surdo e não uma concessão de alguns professores e escolas."
A escola deve apresentar alternativas voltadas ás necessidades
linguísticas dos surdos, promovendo estratégias que permitam a incursão e o
desenvolvimento da língua de sinais como primeira língua.
As diferentes formas de proporcionar uma educação à criança de uma
escola, segundo GOLDFELD (2001), dependem das decisões políticas
pedagógicas adotadas pela escola. Ao optar por essa educação, o
estabelecimento de ensino assume uma política em que duas línguas passarão
a ser exercitadas no espaço escolar.
O trabalho docente constitui o exercício profissional do educador,
representando seu primeiro compromisso com a sociedade.
Moacir Gadotti é licenciado em Pedagogia e Filosofia, mestre em
Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, doutor
em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra, em seu livro
Educação e poder, descreve que o trabalho educativo e programa de conteúdo
a serem desenvolvidos para a aprendizagem; devem ser criativos, buscando
métodos e meios pedagógicos que despertem o interesse e desenvolvam a
capacidade criativa dos sujeitos.
O autor afirma ainda que a educação não seja neutra não devemos
deixar calar as angústias e a necessidade daqueles que estão sob a
responsabilidade, de educadores e nos âmbitos escolares.
21
Educar nessa sociedade é tarefa de partido, isto é, não educa para a mudança aquele que ignora o momento em que vive, aquele que pensa estar alheio ao conflito que o cerca. É tarefa de partido porque não é possível ao educador permanecer neutro. Ou educa a favor dos privilégios ou contra eles, ou a favor das classes dominadas ou contra elas. Aquele que se diz neutro estará apenas servindo aos interesses do mais forte. No centro, portanto, da questão pedagógica situa-se a questão do poder. (GADOTTI, 2008, p. 11).
De acordo com GADOTTI (2008, p.54), “Um novo mundo globalizado se
apresenta e com ele muitas áreas como a educação tem de rever conceitos,
métodos e quebrar paradigmas para suprir as demandas do ensino.”
À arte de ensinar, onde envolve o professor, aluno, conhecimento,
recursos, etc. segundo GADOTTI (2008, p. 144), "Educar [...] é providenciar para
que os espíritos dos jovens sejam preservados das corruptelas."
De acordo com GOLDFELD (2001, p. 22), o docente deve ter o saber,
mas principalmente ter a competência de saber transmitir, pois as competências
do professor são indispensáveis para que os alunos tenham uma aprendizagem
significativa. Segundo CANDAU (2007, p.142), o docente, e sua construção é
resultado de um processo de socialização profissional, seu saber deve ser
baseado em conhecimento prático.
ALMEIDA (2006, p.146), afirma que “Os saberes da experiência
fundamentam-se no trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio, são
saberes que brotam da experiência e são por eles validados.”
GOLDFELD (2001), avalia as necessidades dos surdos no Brasil e
conclui que é completa a inclusão que se propõe no país, cujas política públicas
não priorizam a educação e a implantação da educação bilíngue não ocorre de
forma efetivo
Muitas mudanças se exigem para integrar socialmente o portador de
surdez.
Nessa conquista é preciso enfatizar a importância da relação com o
profissional que atende o aluno surdo a partir da formação de um vínculo de
compreensão. O atendimento interdisciplinar, ainda não é uma realidade nas
escolas para o apoio dos pais e professores.
22
Espera-se que a complexidade de opções que abrem as conquistas
científicas da atualidade possam ser aplicadas para transpor obstáculos na
comunicação entre pessoa.
Para realizar tais propósitos faz-se necessárias mudanças profundas nas
concepções na atitude e práticas educativas para assegurar que todos, sem
nenhum tipo de descriminação, tenham oportunidades para desenvolverem
plenamente suas capacidades e participarem em igualdade de condições do
processo educativo.
Atualmente, a prática pedagógica do ensino dos alunos com deficiência
auditiva permeia a busca de uma sociedade igualitária, nos moldes das reais
necessidades de uma clientela mais exigente, quanto aos seus direitos e seus
potenciais de realizações, tem por finalidade colocar o sujeito dentro do contexto
escolar regular e, sobretudo, buscar soluções, para a participação de todos em
busca de uma educação com qualidade.
A surdez constitui uma diferença a ser politicamente reconhecida; a surdez é uma experiência visual; a surdez é uma identidade múltipla ou multifacetada e, finalmente, a surdez está localizada dentro do discurso sobre a deficiência. (SILVA, 2001, p.11).
Conhecer as potencialidades do sujeito surdo, no contexto escolar
exclusivista e como o meio social é necessário, segundo CANDAU (2002), para
que se possa compreender a realidade da aquisição, ao uso da linguagem, no
contexto histórico-social-escolar.
A medicina, segundo ALMEIDA (2006), tem feito grandes progressos nas
curas e descobertas de remédios para várias doenças. Nas em relação à
deficiência auditiva ou surdez, ou perda auditiva, existe grande falta de
informação à cerca das deficiências em todos os aspectos desde a física, visual e
mental, a auditiva.
A perda auditiva, segundo ALVES (1986), implica em vários tipos: perdas
auditivas suave, moderadas e profundas. Sujeitos surdos incapazes de ouvir e
pronunciar palavras dentro da normalidade da língua falada em outros e quase
inexistente a percepção de uma linguagem oral. Quando ocorre a comunicação
oral, com o uso da linguagem de sinais, a pessoa surda passara a ter livre acesso
a essa aprendizagem.
23
[...] que a dificuldade maior dos surdos está exatamente na aquisição de uma linguagem que subsidie seu desenvolvimento cognitivo, os estudos que envolvem a condição de pessoa surda são revestidos de fundamental importância e seriedade, visto que a surdez, analisada exclusivamente do ponto de vista do desenvolvimento físico, não é uma deficiência grave, mas a ausência da linguagem, além de criar dificuldades no relacionamento pessoal, acaba por impedir todo o desenvolvimento psicossocial do indivíduo. (SÁ, 1999, p. 47).
A surdez na vida de uma pessoa, segundo CANDAU (2002), é um
grande problema na comunicação entre o sujeito ouvinte e o sujeito surdo, na
comunicação, nas trocas de informações, o sujeito surdo perde na interação e
na troca de informações que resultará no seu afastamento dos ambientes,
acabando por se isolar e desse modo perder o convívio social, com limitações de
comunicação.
Segundo SÁ (1999), privilegiando as mediações culturais, que
caracterizam sua visão do homem enquanto ser social, atribui o exercício da
humanidade à possibilidade de o indivíduo estabelecer trocas culturais por meio
da linguagem.
A importância que Vygotsky dá as trocas culturais através da linguagem é um fator não apenas linguístico mas também cultural Desse modo o uso da língua de sinais e outras formas de comunicação, perpetuou-se por longos anos no debate educacional brasileiro com grande defesa ao oralíssimo é o bilinguismo. (GOLDFELD, 2001, p 34).
Se a linguagem é um processo de transmissão natural e espontâneo, e
não imposto, segundo ALVES (1986), é que temos milhares de sujeitos surdos
incapazes de se comunicar de forma oralmente corretas, dentro dos padrões da
língua Oral.
Deste modo a linguagem, que se dá pelo processo de interação nas
escolas, grupos de convivência, associações, em nossos lares, devem oferecer
aos surdos acessos a língua de sinais, deve ser uma das principais questões a
serem discutidas no nosso dia a dia.
A leitura labial, se dá através de seu uso frequente por parte daqueles
que com comprometimento auditivo. A capacidade de ler os lábios, segundo
CANDAU (2002), implica em ter que acompanhar os movimentos labiais,
expressões faciais, gestos das mãos, corporal para que haja um entendimento
por parte do sujeito surdo. A possibilidade do sujeito surdo atingir o
conhecimento do uso das palavras gramaticais falada e escrita. Apesar dos prós
24
e contras ao uso da língua de sinais, processos como uso de um instrumento
capaz de suprir suas reais necessidades de comunicação.
[...] as crianças surdas geralmente não têm acesso a uma educação especializada e é comum encontrarmos em escolas públicas e até particulares, crianças surdas que estão há anos frequentando estas escolas e não conseguem adquirir nem a modalidade oral nem a modalidade escrita da língua portuguesa, pois o atendimento ainda é muito precário. (GOLDFELD, 2001, p 34).
Para o sujeito surdo, segundo ALMEIDA (2006), existem duas formas de
linguagem: a língua natural aprendida desde o nascimento como sendo a
primeira língua e outra como sendo uma segunda língua, no caso do surdo
brasileiro, surdo deve ser conhecedor da língua de sinais e ter o português como
forma de expressão com o mundo oralista.
O significado do bilinguismo que tem por pressuposto básico que o surdo deve ser bilíngue, ou seja deve adquirir como língua materna a língua de sinais, que é considerada a língua natural dos surdos. Essa questão de uso do bilinguismo está sendo nos últimos anos modelo de transmissão do saber em vários países da América e Europa, defendem que o uso, fará com que haja uma aceitação por parte das comunidade ouvinte em aceitar essa modalidade bilingual. (QUADROS, 2003, p. 75).
A Língua de Sinais, segundo ALVES (1986), atingiu seus ideais, somente
na década de 80, acompanhada da entrada da comunicação total. A
aprendizagem das libras, e necessária para que o processo de aprendizagem
tenha ou venha a ter resultados satisfatórios no processo de aquisição do saber,
o uso e o conhecimento das libras e um instrumento de linguagem diferente de
compreensão de tal forma que o processo que se propõe a conhecer e respeitar
as diferenças dos sujeitos surdos.
A aquisição da linguagem em crianças surdas deve acontecer através de uma língua visual-espacial. No caso do Brasil, através da língua de sinais brasileira. Isso independe de propostas pedagógicas (desenvolvimento da cidadania, alfabetização, aquisição do português, aquisição dos conhecimentos, etc.), pois é algo que deve ser pressuposto. Diante do fato de crianças surdas virem para a escola sem uma língua adquirida, a escola precisa estar atenta a programas que garantam o acesso à língua de sinais brasileira mediante a interação social e cultural com pessoas surdas (QUADROS, 2003, p 45).
A preocupação com a questão de aprender a ler e a escrever, a língua
natural e sua aquisição e o seu domínio. A escola deve ser antes de mais nada,
segundo ALMEIDA (2006), uma representação do que acontece na vida social
do sujeito surdo, o oferecimento uma linguagem que proporcione realizações em
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todos os aspectos da vida, e se no caso não houver, oferecer aos seus
educadores, acesso a aprendizagem da linguagem dos surdos .
A principal preocupação da educação e o desenvolvimento integral do
homem e a sua preparação para uma vida produtiva na sociedade, a educação
especial, segundo CANDAU (2002), obedece aos mesmos princípios da
Educação Geral, deve se iniciar no momento em que se identifique atraso ou
alterações no desenvolvimento da criança e continuar ao longo de sua vida,
valorizando suas potencialidades e lhe proporcionando todos os meios para
desenvolvê-las.
A aprendizagem da língua de sinais é a base fundamental de apropriação do deficiente auditivo da fala vocal, a qual o acesso não lhe pode ser natural, mas do qual ele pode compreender o uso que se utiliza uma língua que domina totalmente. (QUADROS, 2003, p 45).
Uma pedagogia capaz de educar com sucesso todos os educandos,
isto é, oferecer às pessoas com necessidades especiais as mesmas condições e
oportunidades sociais, educacionais e profissionais acessíveis às outras
pessoas respeitando-se as características específicas de cada um.
A Educação da diversidade adequando as propostas curriculares
adaptadas, a partir da educação comum para o atendimento dos educandos
portadores de necessidades educativas especiais incluídos em classes comuns.
Mas isso exige serviços de apoio integrado por docentes e técnicos qualificados
e uma escola aberta à diversidade.
O aluno será encaminhado para a Educação Especial se apresentar
necessidades diferentes dos demais alunos no domínio da aprendizagem
curricular correspondente à sua idade, requer recursos pedagógicos e
metodológicos educativo específicos. Genericamente chamados de portadores
de necessidades especiais, classificando-os, segundo ALMEIDA (2006), em:
portadores de necessidades mental, visual, auditiva, física, múltipla e portadores
de altas habilidades, (superdotados).
O portador de necessidade auditiva é considerado dessa forma, ao ser
constatada sua perda total ou parcial de resíduos auditivos, por doenças
congênitas ou adquiridas dificultando assim a compreensão da fala através
26
desse órgão (ouvido) Segundo MONTEIRO (1989), a deficiência auditiva pode
manifestar-se como:
- Surdez leve / moderada: é aquela em que a perda auditiva é de 70 decibéis, que dificulta, mais não impede o indivíduo de se expressar oralmente, bem como de perceber a voz humana com ou sem a utilização de um aparelho auditivo.
- Surdez severa / profunda: é a perda auditiva acima de 70 decibéis, que impede o indivíduo de entender, com ou sem aparelho auditivo, a voz humana, bem de adquirir naturalmente o código da língua oral. (p, 78).
Sendo assim a educação deve ter, por princípio liberal, democrático e
não doutrinário. Dentro desta concepção o educando é acima de tudo, digno de
respeito e do direito à educação de melhor qualidade.
Dessa forma, a principal preocupação da educação deve ser o
desenvolvimento integral do homem e a sua preparação para uma vida produtiva
na sociedade fundada no equilíbrio entre os interesses individuais e as regras de
vida nos grupos sociais.
No atual momento, segundo ALMEIDA (2006), a educação especial, vive
várias transformações em relação as diretrizes legais. Neste contexto, ao
se reafirmar o compromisso de ação político pedagógico de inclusão das pessoas
portadoras de necessidades educativas especiais. Os anseios e iniciativas de
ultrapassar os limites do preconceito, da inacessibilidade do espaço escolar e,
principalmente, da falta de qualidade do ensino público.
Faz-se necessário traçar, um contexto histórico da Educação Especial no
Brasil, a fim de delinear seu processo de construção e compreensão de
posicionamentos atuais. Nos diferentes momentos históricos da educação especial,
segundo ALMEIDA (2006), tendências, orientações e diretrizes diversas que vão
desde a compaixão até a perspectiva de inclusão.
Devido ao redimensionamento da educação especial, uma nova concepção
e prática e modificação da nomenclatura vigente. Agora, pelas mesmas vias que a
educação regular de atendimento privilegia-se uma educação inclusiva, no qual as
escolas buscam práticas de educar todas as crianças, inclusive as que tem maiores
comprometimentos.
27
“O termo necessidades educacionais especiais, referindo-se a “todas as
crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função de deficiências ou
dificuldades de aprendizagem.” ALMEIDA (2006, p.67)”. Faz-se necessário dizer que
tais conceitos como necessidades educativas ou educacionais, especiais ou
específicas; ainda se constituem pontos de debates.
Pensar em inclusões dos portadores de necessidades educativas, de serem
atendidos em Escolas Especiais este atendimento sofreu severas críticas, pelo fato
de reduzir ou eliminar a oportunidade do convívio do aluno portador de deficiência
com sua família, vizinhança e até mesmo com a sociedade.
É importante se entender que sempre haverá crianças e adolescentes que
necessitarão de atendimentos em escolas especializadas por apresentarem serviços
médicos e educacionais propriamente não encontrados nas escolas comuns e que,
para muitos alunos são imprescindíveis.
Sabendo-se da necessidade que esses alunos apresentam em socializar-se,
foram instalados em escolas comuns classes especiais que funcionam como auxílio
ou como serviço especial, atendendo pessoas com necessidade em integrar ou
incluir esses alunos em uma classe comum de ensino. As mesmas estão aberta a
todos, para que se possibilite a aproximação nesses dois tipos de ensino, o regular e
o especial, portanto, não pode acabar com um nem com outro sistema de ensino,
pois juntá-los, num sistema educacional único otimizando práticas diferenciadas,
sempre que necessário. Na Declaração de Salamanca.
Inclusão e participação são essenciais à dignidade humana e aos gozos e
exercício dos direitos humanos. No campo da educação, tal se reflete no
desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar uma equalização
genuína de oportunidades. A experiência em muitos países demonstra que a
integração das crianças e dos jovens com necessidades educativas é mais
eficazmente alcançada em escolas inclusivas que servem a todas as crianças de
uma comunidade. (ALMEIDA, 2006, p.74).
As recomendações para a escola, comum e seus professores em relação as
diretrizes no sentido de oportunizar a construção de uma condição bilíngue do surdo
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ou de oferecer um ensino que, em algum aspecto, seja desenvolvido por meio da
Língua de Sinais.
A inclusão do aluno surdo, segundo CANDAU (2002), não deve ser norteada
pela igualdade em relação ao ouvinte, esse ensino deve fundamentar-se em novas
definições e representações sobre a surdez. Ao considerar o surdo como ouvinte
numa lógica de igualdade, lidar com a pluralidade das pessoas deve se dar através
de nova visão curricular com base no próprio surdo. Em relação à educação dos
surdos, a questão curricular nas escolas encontra-se atreladas a uma metodologia
voltada aos padrões dos órgãos de poder.
As pessoas com deficiência auditiva não se caracterizam pela limitação da
dimensão, mas sim, segundo ALMEIDA (2006), pela restrição ou impossibilidade de
acesso àquilo que é comum às ditas pessoas normais. Os deficientes auditivos,
desde os primórdios da civilização, trazem em suas histórias de vida um
emaranhado de situações no que diz respeito aos aspectos sociais, educacionais e
culturais.
As escolas inclusivas, segundo ALVES (1986), devem reconhecer as
necessidades de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos
através de um currículo apropriado, estratégias de ensino, através do uso de
recursos e parceria com as comunidades.
Nas necessidades especiais encontradas dentro da escola as crianças com
necessidades educativas especiais / auditivas, segundo CANDAU (2007), deveriam
receber suportes extras requeridos para assegurar uma educação efetiva.
A maioria das escolas, segundo ALMEIDA (2006), está longe de se tornar
inclusiva. O que existe em geral são escolas que desenvolvem projetos de inclusão
parcial, os quais não estão associados a mudanças de base nestas instituições e
continuam a atender aos alunos com deficiência em espaços escolares semi ou
totalmente segregados (classes especiais, escolas especiais).
“As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em suas
turmas de ensino regular se justificam, na maioria das vezes, pelo despreparo dos
seus professores para esse fim.” (MANTOAN, 2005, p. 58).
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Um ensino que contemple e acolha todos os alunos, segundo ALVES
(1986), não poderá ser prejudicial a ninguém. Uma escola em que todos os alunos
são bem-vindos tem como compromisso educativo ensinar não apenas os conteúdos
curriculares, mas formar pessoas capazes de conviver em um mundo plural e que
exige de todos nós experiências de vida compartilhada, envolvendo
necessariamente o contato, o reconhecimento e valorização das diferenças. Este
conhecimento potencializa a educação escolar, em seus objetivos e práticas e,
assim, também é mais um meio de aprimoramento do ensino para todos os alunos.
A educação inclusiva não é tarefa fácil de resolver na prática, embora
educadores, familiares e comunidade em geral, busquem uma escola de melhor
qualidade para todos. Ainda que haja muita resistência por parte de muitas pessoas,
segundo CANDAU (2002), é necessário que haja uma nova postura pedagógica
frente à relação aprendizagem/ desenvolvimento, visando uma maior compreensão
sobre as dificuldades na aprendizagem.
A Inclusão no âmbito educacional, segundo ALVES (1986), é mais do que
simplesmente permitir a permanência de um aluno com alguma deficiência em sala
de aula. É um processo contínuo de possibilitar a este aluno um real acesso à
educação, tendo se em vista que acesso à educação é mais do que frequência a
uma escola, é oferecer a possibilidade do aluno especial apropriar se de todos os
serviços que a mesma oferece aos demais alunos.
Diferença e desigualdade sob-hipótese alguma, segundo ALMEIDA (2006),
devem ser tomadas como sinônimos. A desigualdade é o não respeito à diferença, é
não possibilitar que pessoas diferentes tenham direitos iguais. Assim, a escola, ao
não esforçar se para proporcionar às crianças especiais o acesso à educação que
as outras crianças têm, está sim promovendo a desigualdade.
A sociedade em que vivemos está cheia de preconceitos e desigualdades e
isto se reflete no sistema educacional. Desta forma, segundo ALVES (1986),
precisamos ver as necessidades especiais nos contextos mais amplos das
desigualdades sociais para que possamos, através de pesquisas e projetos, intervir
e realizar trabalhos que impeçam a exclusão desses indivíduos.
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A socialização do deficiente auditivo na sociedade dominante, onde ocorre o
preconceito, a falta de educadores qualificados e o ambiente adequado para o
atendimento do aluno com necessidade de Educação Especial para que seja
amenizada esta problemática. Desse modo, segundo ALVES (1986), a sua
importância maior dentro da perspectiva de atender as crescentes exigências de
uma sociedade em processo de renovação e de busca incessante da democracia,
que só será alcançada quando todas as pessoas indiscriminadamente tiverem
acesso à informação, ao conhecimento e aos meios necessários para a formação de
sua plena cidadania.
Educação Especial, segundo ALMEIDA (2006), inclui trabalhar: os
movimentos e as mudanças da percepção resultantes essencialmente da mobilidade
física da criança; a relação com os objetos e suas propriedades físicas assim como a
combinação e a associação entre eles; a linguagem oral e gestual que oferecem
vários níveis de organização a serem utilizados para brincar: os conteúdos sociais,
como papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo
social se constrói; e finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo em um
recurso fundamental para brincar.
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CONCLUSÃO
A pesquisa nos leva a compreender o meio onde as diferenças estão
presentes a todo o momento, e de como acontece o processo de ensino na
Educação Especial Auditiva.
A realidade, tal como se apresenta a educação especial hoje, constitui um
grande desafio para o mundo que desvaloriza a educação. Sendo que a educação
especial auditiva é um grande passo no sentido de possibilitar caminhos para o
ensino e aprendizagem de alunos (a) surdos brasileiros capazes de contribuir com
uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
O trabalho com o deficiente auditivo tem o compromisso de formar cidadão
consciente, e a mesma deve ter subsídios necessários e tornar realidade essas
mudanças educacionais, transformando a maneira como pensamos e concebemos
ao centro de especializado na língua do surdo e a comunicação dos ouvintes.
A falta de conhecimento dos procedimentos metodológicos para trabalhar
com os alunos com deficiência auditiva, são empecilhos para se conseguir transmitir
os conteúdos desejados de forma que o deficiente auditivo o compreenda. Desse
modo sugere-se que se tenha uma pessoa especializada em transmitir as
metodologias adequadas para se trabalhar com os deficientes auditivos por meio
das regras de sinais.
As metodologias empregadas ajudam os alunos surdos na aquisição do
conhecimento, que a falta de especialização e conhecimento sobre libras torna difícil
a comunicação entre aluno e professor, a falta de formação adequada dos
educadores dificulta a inclusão do aluno surdo no ensino público e que a língua de
sinais precisa ser estudada para que haja interação entre surdo e ouvintes e que a
capacitação dos profissionais em Libras, são procedimentos poderiam ser adotados
pela instituição de ensino na qual leciona para tornar mais fácil a inclusão do aluno
com deficiência auditiva. Desse modo sugere-se a escola investimentos voltados a
capacitação dos profissionais para que consigam realizar um bom trabalho, junto aos
deficientes auditivos e haver inclusão dos mesmos.
A presente pesquisa nos revela a necessidade de formação dos
profissionais que atuam com deficientes auditivos, em relação a aquisição da
linguagem para a criança surda. E que o trabalho da educação auditiva deve ocorrer
em um ambiente natural. Sempre com atividades propostas através de brincadeiras
e de jogos, para que sejam significativas para as crianças surdas.
Entre as áreas do conhecimento relacionadas com a surdez sempre houve
disputa para apontar a melhor maneira para a comunicação dos surdos. Das que
destacam pela sua eficiência, uma é o oralíssimo, que busca a normalidade e a fala,
procurando dispor de avanços tecnológicos para oferecer ao surdo a possibilidades
de ouvir a fazer a leitura labial. A outra é a LIBRAS, que defende a língua de sinais
como sendo a língua dos surdos, e até mesmo a ideia de uma cultura surda
específica, direcionando o debate para uma questão de política linguística.
Desse modo para que as Instituições consiga atender o aluno com
deficiência auditiva devem ser melhoradas, no tocante ao ensino e aprendizagem.
Nesse sentido é de uma importância a escolha do método pelos professores e pelos
coordenadores ao planejarem o ensino da pessoa surda.
Ao se trabalhar uma proposta pedagógica diferenciada, que atenda as reais
necessidades do deficiente auditivo, em sua formação a escolar estará
desenvolvendo o indivíduo no local onde está inserido, concedendo ferramentas de
transformação da sociedade, além da ampliação dos conhecimentos para um futuro
melhor.
Pois uma proposta educacional deve ter um caráter interdisciplinar e
contextualizado principalmente no que se refere à proximidade das áreas do
conhecimento maior interação entre educando e educador. Desse modo a escola
deve procurar construir e executar um Projeto Político Pedagógico que fortaleça
vínculos e integre a comunidade na escola, possibilitando condições de acompanhar
os educandos com deficiência auditiva nas atividades propostas em sala de aula.
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