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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA APROVADA NOTA: 8,5 FORMAÇÃO DE LEITORES NO ENSINO FUNDAMENTAL ANGELA MARIA SOUZA LEITE DA SILVA [email protected] Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo JUÍNA/2015

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO …biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20170828205429.pdf · Língua Portuguesa, procurando estabelecer o que é vital para

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

APROVADA

NOTA: 8,5

FORMAÇÃO DE LEITORES NO ENSINO FUNDAMENTAL

ANGELA MARIA SOUZA LEITE DA SILVA

[email protected]

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

JUÍNA/2015

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA

FORMAÇÃO DE LEITORES NO ENSINO FUNDAMENTAL

ANGELA MARIA SOUZA LEITE DA SILVA

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

"Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do Título de Especialização em lingua portuguesa."

JUÍNA/2015

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha família pela confiança e pelo apoio

incondicional.

Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar.

Ao orientador pela paciência demonstrada no decorrer do trabalho.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar realizando este trabalho, minha

família, pelo incentivo e colaboração, principalmente nos momentos de dificuldade.

Agradeço pelo apoio e força nas horas em que pensei em desistir, mas que pela

sustentação recebida consegui superar e chegar ao fim dessa jornada.

RESUMO

Esta pesquisa reflete a realidade sobre a prática da leitura nas aulas de

Língua Portuguesa, procurando estabelecer o que é vital para que se obtenha

sucesso no processo de ensino-aprendizagem. Portanto, nas observações feitas,

tanto bibliográficas quanto de campo, observamos que os alunos do ensino

Fundamental da Escola Estadual Dr. Guilherme Freitas Abreu Lima do município de

Juína não tem o hábito da leitura, tendo em vista que os mesmos contribuíram para

a reflexão sobre a prática da leitura, conhecendo suas utilidades e benefícios no

meio social. Fez-se necessário essa pesquisa, mediante a necessidade de

desenvolver dentro das práticas pedagógicas a leitura de forma prazerosa. É

evidente as dificuldades envolvendo a leitura, onde os educadores encontram uma

barreira que na maioria das vezes compromete a qualidade do ensino e da

aprendizagem. O educador tem uma constante missão de produzir leitores e

escritores cada vez mais ávidos na utilização da língua, dentro da realidade

educacional da escola objeto de estudo, observamos inúmeros educandos não tem

o gosto pela leitura.

Assim, além de buscar conhecimentos que venham inovar as práticas

pedagógicas, propõe-se uma análise reflexiva sobre a atuação do educador onde

ele é o grande mentor e motivador do educando na prática da leitura, ressaltando a

importância destes conhecimentos na construção de um ensino voltado para a

aquisição das competências lingüística, preparando o educando não somente para o

mercado de trabalho, mas sim, preparando-o para a vida e os percalços que esta

oferece.

Palavras-Chave: Leitura; Conhecimento; Formação de leitores na sociedade.

SUMÁRIO

INTRODUÇAO ......................................................................................................... 06

1 FORMAÇÃO DE LEITORES ................................................................................ 07

1.1 O que é leitura? ................................................................................................ 07

1.2 Níveis de leitura ............................................................................................... 08

1.3 Leituras no cotidiano ........................................................................................ 10

2 O ENSINO DA LEITURA NA ESCOLA ................................................................ 14

2.1 Leitura como prática de liberdade .................................................................. 14

2. 2. Estratégias de leitura ..................................................................................... 16

2.3 O que deve ser prioridade no incentivo da leitura ............................................ 19

3 O ENSINO DA LEITURA NAS AULAS DE LINGUA PORTUGUESA NA VISÃO DO ALUNO ............................................................................................................... 23

3.1 Procedimentos Metodológicos ......................................................................... 23

3.2 Caracterização do Local de Estudo ................................................................. 25

3.3 População e amostra ....................................................................................... 25

3.4 Operacionalização do Estudo .......................................................................... 26

3.5 Análise dos Dados: O Ensino da leitura nas aulas de Língua Portuguesa na Visão do Aluno ....................................................................................................... 27

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Refletindo sobre a prática na formação de leitores .... 30

REFERENCIAS ........................................................................................................ 32

ANEXOS ................................................................................................................... 34

INTRODUÇÃO

Este trabalho monográfico busca através de uma pesquisa qualitativa

analisar o ensino da leitura aplicado nas aulas de língua portuguesa tendo como

campo 3ª fase do 2º ciclo da Escola Estadual Dr. Guilherme Freitas de Abreu Lima

município de Juina - MT. Através das constatações, feitas por meio da pesquisa, há

divergências entre as teorias estudadas e a realidade vivenciada pelos estudantes,

bem como a análise dos resultados obtidos através da observação e questões

levantadas com o grupo de alunos.

As práticas pedagógicas revelam interesse por parte dos educandos na

compreensão para com a verdadeira necessidade e sentido da leitura, visando o

bom desempenho linguístico no convívio social. Entretanto são realizadas diversas

ações para conscientizar sobre a importância da leitura nos dias atuais. Os alunos

estão motivados e interessados para com o real valor da leitura, assim a pretensão

desse trabalho é apontar uma proposta de um ensino voltada para a valorização da

leitura no contexto que estamos inseridos.

No primeiro capítulo fazemos uma breve conceituação da leitura, buscando

compreender as tipologias textuais e sua importância no desenvolvimento da língua

portuguesa. Já o segundo capítulo apresenta a importância da leitura no cotidiano

do aluno, o desenvolvimento da leitura propõe uma discussão sobre como melhorar

esse ensino nas aulas de língua portuguesa, propondo um desapego às

metodologias tradicionalistas e conservadoras da língua. Assim, o terceiro capítulo

configura-se na compreensão dos dados coletados em entrevista e observações em

sala de aula sobre a perspectiva do aluno em relação ao h na escola, fazendo uma

referência de como é a utilização destas práticas de ensino, e como deveria ser.

Observando também o papel do professor e do aluno no processo de ensino-

aprendizagem quando se trabalha com os princípios humanizantes que a educação

deve oferecer, voltado para uma metodologia que proporcione atividades de leitura-

escritura e a aquisição das competências discursivas, promovendo um ensino

qualitativo e voltado para a construção da cidadania.

1 – FORMAÇÃO DE LEITORES

1.1 – O QUE É LEITURA?

Para Magda Soares, do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da

Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (Ceale/UFMG),

esse aprendizado chama-se letramento:

É o convívio da criança desde muito pequena com a literatura, o livro, a revista, com as práticas de leitura e de escrita”. Não basta ter acesso aos materiais, as crianças devem ser envolvidas em práticas para aprender a usá-los, roda de leitura, constatação de histórias, leitura de livros, sistema de malas de leitura, de casinhas, de cantinhos, mostras literárias, brincadeiras com livros. Um programa de formação de leitores deve se preocupar também com o desenvolvimento do professor como leitor, “porque se a pessoa não utilizar e não tiver prazer no convívio com o material escrito, é muito difícil passar isso para as crianças (In:MARICATO, 2011, p.01).

Segundo CHIOSSI (2013, p.01), ler, não é caminhar sobre as letras, mas

interpretar o mundo e poder lançar sua palavra sobre ele, interferir no mundo pela

ação. Ler é tomar consciência. A leitura é antes de tudo uma interpretação do

mundo em que se vive. Mas não só ler. É também representá-lo pela linguagem

escrita. Falar sobre ele interpretá-lo, escrevê-lo. Ler e escrever, dentro desta

perspectiva, é também libertar-se. Leitura e escrita como prática de liberdade.

A escrita é também objeto do pensamento e da vida. O mundo ao sul da

linha do Equador é marcado pela oralidade; aqui, a escrita e a leitura são um

distintivo de poder. Portanto, a criação de uma política de desenvolvimento de

participação do mundo da leitura e da escrita significa, segundo FREIRE (1987),

redimir as massas excluídas de 500 anos de história. A leitura do mundo antecede a

leitura das letras. A leitura assim é um fato político cultural de participação. Desse

ponto de vista, um adulto ler frases como "vovó viu a uva" deixou de ser um fato

educacional pacífico e virou um absurdo político, já que a frase não tem nenhum

significado para o adulto que se alfabetiza.

De acordo com FREIRE (1992, p.11): ‘‘a leitura do mundo precede

sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura

daquele [...].”

Segundo FREIRE (2001, p.130), a leitura é uma forma de atribuição continua

de significado, os quais precisam ser desvelados pela compreensão do Ser –

Humano pela sua subjetividade cada ser lê o mundo a partir de suas vivências,

passa a ter suas reflexões através de suas de sua própria existência humana.

Individuo só pode ser considerado leitor, quando passa a compreender o que lê.

Podemos afirmar neste caso que ler é antes de tudo e compreender, por isso não

basta decodificar sinais e signos é necessário portar-se diante do texto

transformando, compreender a mensagem, compreender-se na mensagem ‘’ são

três propósitos que ultrapassam os propósitos livrescos da comunicação. A leitura

tem o poder de transformar um indivíduo em passivo em um cidadão crítico e

agente, capaz de modificar e formar conceitos. A leitura faz com que o texto se tome

Capaz de dominar o espírito de um homem ou grupo social.O processo de

desencadeamento de significados,é o momento em que o autor e o leitor se

confrontam e definem-se em suas condições.

Então podemos dizer que a sociedade é resultado de muita leitura, no dia-a-

dia lemos tudo que está em nossa volta, pois o Ser – Humano se sente integrado na

sociedade sendo capaz de viver em um mundo que consegue ler.

1.2 - NÍVEIS DE LEITURA

Não há idade para se aprender a ler e escrever o que existe são condições

culturais específicas, um ambiente letrado ou oportunidades de acessos a bens

culturais.

FERREIRO (1996, p, 30), apresentam os níveis de leitura e escrita

correspondente à idade cronológica a fim de, mensurar cada nível em que as

crianças de sua pesquisa se encontravam, vale ressaltar que cada criança

apresenta maturidades diferenciadas. De um modo geral FERREIRO e

TEBEROSKY (1997, p. 11), apresenta idades cronológicas para todas as hipóteses

de leitura e escrita das crianças:

Garatuja - 2 anos e meio a 3 anos;

Pré-silábico - 4 a 5 anos;

Silábico - 5 a 6 anos;

Silábico - alfabético - 6 a 7 anos;

Alfabético - 7 a 8 anos.

PRÉ-SILÁBICO: É quando, segundo FERREIRO (2001, p,27), a criança

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começa a utilizar as letras (às vezes números) para escrever uma palavra. O

importante desta fase, é que ela percebeu a função das letras. Geralmente ela

repete muito à letra A (pois é a primeira que aprende), ou usa as letras do seu nome

trocando a ordem.

Exemplo: Para escrever GATO: RIAMA SILÁBICO SEM VALOR SONORO:

É quando a criança coloca a quantidade de letras conforme as sílabas da palavra,

não se importando com o som. O mais importante nesta fase é observar o modo

como lê o que ela acabou de escrever.

Exemplo: Para escrever GATO: MA, leitura: Ela deve colocar o dedo, ou o

lápis, apontando para o M dizendo GA e para o A dizendo TO; Para escrever

JANELA: RMI, leitura: Aponta para o R dizendo JA, para o M dizendo NE e para o I

dizendo LA. SILÁBICO COM VALOR SONORO: É quando a criança começa a

perceber que cada letra tem um som, então ela as usa de maneira proposital.

A caracterização de cada nível, na visão dos autores, não é estanque,

podendo a criança estar numa determinada hipótese e mesclar conceitos do nível

anterior. Tal “regressão temporária” demonstra que sua hipótese ainda não está

adequada a seus conceitos. Emília Ferreiro e Ana Teberosck (1997), para detectar o

nível de conceitualização da criança, sugerem um ditado individual de quatro

palavras, evitando ditar o monossílabo em primeiro lugar, (monossílaba, dissílaba,

trissílaba, polissílaba) e uma frase. Em seguida, pedirá à criança para “ler” o que

escreveu, com a finalidade de entender como ela “lê”.

Nas características e desafio dos níveis no processo de alfabetização, as

autoras colocam que, em cada nível, a criança elabora suposições a respeito dos

processos de construção da leitura e escrita, baseando-se na compreensão que

possui desses processos.

Dessa forma, a mudança de um nível para outro só ocorrerá quando se

deparar com questões que o nível em que se encontra não puder explicar: elaborará

novas suposições e novas questões e assim sucessivamente. Em decorrência,

pode-se dizer que o processo de assimilação de conceitos é gradativo, o que não

exclui “idas e vindas” entre os níveis.

Emília Ferreiro e Ana Teberosck (1997), na obra Psicogênese da Língua

Escrita, dizem que se entende por alfabetizada a criança que dominou a base

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alfabética do sistema de escrita, que lê com compreensão e escreve textos com

sentido possíveis de serem lidos, mesmo que apresentem erros de ortografia. È

preciso levar a criança a raciocinar sobre a escrita e, para isso, ele deve criar um

ambiente rico em materiais e em atos de leitura e escrita, incentivando-as. Também,

deve provocar interações entre os diferentes níveis, principalmente os mais

próximos. Dessa forma, o professor não precisa trabalhar necessariamente com

cada aluno, mas sim lhes permitir a comunicação, que é o principal instrumento da

didática da aprendizagem da alfabetização.

Os desafios dos educadores dos cursos de alfabetização, os quais exigem

maior afinidade acerca das especificidades do processo de ensino-aprendizagem,

fazendo-os conhecer e avaliar as fases em que seus alunos se encontram e, a partir

daí, poderem elaborar seus planos de aula utilizando o método defendido por Freire.

Além do planejamento como ferramenta para salas de aula, os professores

são envolvidos em oficinas de jogos e dinâmicas que os auxiliarão a inserir em sua

sala de aula atividades alternativas, econômicas e eficazes no aprendizado.

Em todos os níveis, segundo FERREIRO (2001), deve-se trabalhar o som

das letras do alfabeto, o reconhecimento das formas das letras e a associação

grafema-fonema.

Uma mesma atividade pode servir para aluno em qualquer nível do processo, contanto que ela englobe um espaço amplo de problemas e que o professor provoque diferentemente, questões e desafios adaptados a alunos em situações desiguais dentro da psicogênese. (p.36).

1.3 LEITURAS NO COTIDIANO

Visto que é cobrado cada vez mais a capacidade de interação e integração

no meio social a qual o individuo encontra-se inserido. Para a formação de leitores

que levem adiante pela vida esse interesse é essencial a busca de informações

necessárias para faixa etária,tornando assim o hábito da leitura prazeroso.

Já para FREIRE (2001, p.10), há os diferentes momentos do ato de ler,

primeiro a leitura de mundo e depois a leitura da palavra. A velha casa, quartos,

corredores, sótão, terraço, o quintal amplo no sítio das avencas da mãe de Paulo

Freire foi o seu primeiro mundo e suas primeiras leituras.

10

Os textos as palavras as palavras as letras deste contexto revela uma

porção de coisas, de objetos, de sinais. A leitura do mundo FREIRE (2001, p.10), foi

fundamental para ele não ser um menino antecipado em homem, um racionalista de

calças curtas. Neste esforço de re-ler momentos e experiências de sua vida,

desenvolveu-se a crítica da importância do ato de ler através da prática.

Formar leitores, segundo FREIRE (2001, p.10), faz o processo de

emancipação de um país, e o ato da leitura e da escrita conduz a um processo de

aprender, de conhecer, de apreender novos significados que ajuda aos educandos a

viverem com mais plenitude. Um dos primeiros passos nesse sentido é a oferta de

uma educação que esteja próxima à realidade de cada educando, que suscite

sugestões e ações significativas para a sua vida. Importante se faz a construção de

relações de confiança entre professor e aluno, pois são aspectos que se constituem

num estimulo para que o educando possa perceber-se como cidadão e, como ser

social e histórico. O professor precisa reconhecer e valorizar a diversidade cultural

dos alunos, superar discriminações, trabalhar a auto-estima consciente de que

poderá estar revertendo um dos mais fortes mecanismos de exclusão social, a

marginalização pela negação do direito ao domínio da cultura escrita, cumprindo

assim uma tarefa essencial para a promoção da cidadania, onde toda instituição

escolar tem características que lhe são peculiares, e que influenciam o

comportamento de seus membros. Essa influência, segundo FREIRE (2001, p.10),

tanto pode ser para a dominação como para a libertação, dependendo do nível de

consciência despertado pelo processo vivido.

Nos países da América Latina, quase todos possuem mais de 70% de sua população infantil nas primeiras séries do Ensino Fundamental. No Brasil programas como Bolsa Escola dão ajuda financeira às famílias das crianças carentes para que mantenham uma frequência escolar superior a 75%. Com certeza essas medidas contribuem para a diminuição do analfabetismo, mas o que se observa é que estes números são parte de um discurso oficial que leva em consideração aqueles que apenas fazem a decodificação de sinais gráficos, mas não entendem a necessidade de ler. (ABREU, 2006, p.01).

Em tempos modernos no qual a TV, o computador e a Internet são peças

chaves da sociedade, a leitura e a escrita, segundo SOARES (2010, p.18), não

perderam seu valor como necessidade social. O grande desafio da escola é mostrar

a sua importância, considerando que por falta de conscientização sobre o hábito da

leitura e da escrita cada vez mais, os alunos apresentam sérios problemas na

organização do pensamento e da escrita. Falta-lhes o senso crítico diante da

11

realidade e condições de fazerem escolhas pessoais para o seu futuro, o de sua

comunidade e de seu país. Pois educar hoje, tem outra conotação, a de formar

seres críticos e conscientes de sua função social.

Os valores da leitura sempre apontados são aqueles que lhe atribuem às classes dominantes,radicalmente diferentes dos que lhe atribuem às classes dominadas. Pesquisas já demonstraram que, enquanto as classes dominantes vêem a leitura como Fruição de horizontes, de conhecimentos, experiências, as classes dominadas a Vêem pragmaticamente como instrumento necessário à sobrevivência, ao acesso ao mundo do trabalho,à luta contra as condições de vida”. (SOARES, 2010, p.17-29).

Saber ler e escrever, segundo SOARES (2010, 19), ainda são uma tarefa

angustiante e penosa para muitos indivíduos. Dentro de uma sociedade elitista esta

situação se torna insustentável. O que se percebe no ambiente escolar que o

trabalho com a escrita e leitura configura-se num hiato, contrapondo assim, o

verdadeiro valor dessas duas práticas no contexto escolar, o que acaba gerando

uma sociedade excludente das oportunidades que a leitura e escrita concede aos

que a dominam. Isto nos arremete a concluir que a escola alfabetiza, mas não gera

leitores proficientes, capazes de, socialmente, exercer de forma hábil competências

de leitura que o contexto social exige. Tal constatação impõe a repensar sobre qual

o verdadeiro papel e importância do texto e do leitor dentro do contexto escolar,

adequando-os às demandas sociais, ou seja, o ensino de leitura como praticas

sociedade. Ler é uma operação inteligente, difícil, exigente, mas gratificante.

Ninguém lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto

da curiosidade a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade,

sujeito da leitura, sujeito do processo de conhecer em que se acha. Ler é procurar

buscar criar a compreensão do lido; daí, entre outros pontos fundamentais, a

importância do ensino correto da leitura e da escrita. É que ensinar a ler é engajar-

se numa experiência criativa em torno da compreensão. Da compreensão e da

comunicação.

E a experiência da compreensão, segundo FREIRE (1989, p.76), será tão

mais profunda quanto sejamos nela capazes de associar, jamais dicotomizar, os

conceitos emergentes da experiência escolar aos que resultam do mundo da

cotidianidade. Um exercício crítico sempre exigido pela leitura e necessariamente

pela escuta é o de como nos darmos facilmente à passagem da experiência

sensorial que caracteriza a cotidianidade à generalização que se opera na

linguagem escolar e desta ao concreto tangível. Uma das formas de realizarmos

12

este exercício consiste na prática que me venho referindo como "leitura da leitura

anterior do mundo", entendendo-se aqui como "leitura do mundo" a "leitura" que

precede a leitura da palavra e que perseguindo igualmente a compreensão do objeto

se faz no domínio da cotidianidade. A leitura da palavra, fazendo-se também em

busca da compreensão do texto e, portanto, dos objetos nele referidos, nos remete

agora à leitura anterior do mundo. O que me parece fundamental deixar claro é que

a leitura do mundo que é feita a partir da experiência sensorial não basta. Mas, por

outro lado, não pode ser desprezada como inferior pela leitura feita a partir do

mundo abstrato dos conceitos que vai da generalização ao tangível. Certa vez, uma

alfabetizanda nordestina discutia, através da "leitura" de uma série de codificações

que, no fundo, o que é cultura. O conceito de cultura já havia sido apreendido pelo

grupo através do esforço da compreensão que caracteriza a leitura do mundo e/ou

da palavra. Sua compreensão do processo em que o homem, trabalhando o barro,

criava o jarro, compreensão gestada sensorialmente, lhe dizia que fazer o jarro era

uma forma de trabalho com que, concretamente, se sustentava. Assim como o jarro

era apenas o objeto, produto do trabalho que, vendido, viabilizava sua vida e a de

sua família. Criar o jarro como o trabalho transformador sobre o barro não era

apenas a forma de sobreviver, mas também de fazer cultura, de fazer arte. Foi por

isso que, relendo sua leitura anterior do mundo e dos quefazeres no mundo, aquela

alfabetizanda nordestina disse segura e orgulhosa: "Faço cultura. Faço isto".

13

2 – O ENSINO DA LEITURA NA ESCOLA

2.1 LEITURA COMO PRÁTICA DE LIBERDADE

Desde que nascem os sujeitos são construtores de conhecimento. No

esforço de compreender o mundo que os rodeia, levantam problemas muito difíceis

e abstratos e tratam por si próprios, de descobrir respostas para eles.

Tal libertação segundo FREIRE (2001, 2009), alerta para uma consciência

crítica voltada para despertar do individuo. Porém, o que habilita o indivíduo para o

mundo é o seu renascimento cultural que provém de alicerces experimentais e

sociais voltados para a vida em coletividade. A consciência crítica alerta para o

aprendizado que liberta o vício pela palavra do conhecimento, tendo como principio

a Filosofia aplicada no seu hábito de recriar os modelos e conceitos de uma opinião

favorável para o seu posicionamento da sociedade. O processo de alfabetização,

como ação cultural para a libertação, é um ato de conhecimento em que os

educandos assumem o papel de sujeitos cognoscentes em dialogo com educador,

sujeito cognoscente também. Por isto, é uma tentativa corajosa de desmitologização

da realidade, um esforço através do qual, num permanente tomar distancia da

realidade em que se encontram mais ou menos imersos, os alfabetizandos dela

emergem para nela inserirem-se criticamente. Tal libertação segundo Freire, alerta

para uma consciência crítica voltada para despertar do individuo. Porém, o que

habilita o indivíduo para o mundo é o seu renascimento cultural que provém de

alicerces experimentais e sociais voltados para a vida em coletividade. A

consciência crítica alerta para o aprendizado que liberta o vício pela palavra do

conhecimento, tendo como principio a Filosofia aplicada no seu hábito de recriar os

modelos e conceitos de uma opinião favorável para o seu posicionamento da

sociedade. A educação é o único caminho para a liberdade dos oprimidos e através

do dialogo se tem como instrumento para a formação da consciência critica do

educando, tão necessária, para que esse tenha consciência de uma situação no

mundo, de modo especial de sua situação de opressão e combate a educação

bancária onde o educador, é o sujeito da narração, conduz os educandos à

memorização mecânica dos conteúdos narrado. Afirma FREIRE (2001): para

VYGOTSKY (1998), a leitura nunca é mera decodificação mecânica. Nos Momentos

em que a decodificação dos signos está presente, a leitura vem Impregnada de

sentidos e predomina sobre o significado da palavra. As mudanças de sentido não

atingem estabilidade do significado. Segundo o autor as palavras obtêm seu sentido

no contexto do discurso, mudando o contexto, variando o sentido da

palavra.Aprender a ler e escrever, alfabetizar-se é, antes de tudo, aprender a ler o

mundo, compreender seu contexto, não numa manipulação mecânica de

palavras,mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. A

decodificação da leitura de uma mensagem exige um esforço concentrado na

linguagem utilizada. A apreensão do significado pelo receptor só se concretiza

através da sintonização com o universo cultural de que se valeu o emissor. Isso se

refere aos componentes extralinguísticos, vale dizer, históricos- contextuais.

Tudo indica que a compreensão não se dá como um fruto da simples

apreensão do significado literal das palavras e sentenças. Compreender uma

sentença ou texto exige mais do que situá-lo em seus contextos de ocorrência.

Exige também uma contextualização cognitiva dependente da própria

organização dos conhecimentos e das experiências pessoais.

Segundo KLEIMAN (2004), a leitura é uma atividade complexa devido aos

múltiplos processos cognitivos utilizados pelo leitor ao construir o sentido de um

texto. A leitura não se dá linearmente, de maneira cumulativa, em que a soma do

significado das palavras constituiria o significado do texto.

Para FREIRE (1999), a princípio, não é possível estabelecer relação entre

as letras e os sons da fala, mas, já na segunda fase, começam a acontecer

interpretações aleatórias com atribuição de valor de sílaba às letras. Na fase

silábico-alfabética, além de agregar características da fase anterior, já se registra a

identificação de algumas sílabas, momento que antecede o domínio do valor das

letras e sílabas. O sistema alfabético de escrita não se constitui em regras de

correspondência entre fonema e grafema e que para aprender a ler e a escrever é

necessário ressaltar fundamentalmente o aspecto sonoro.

A liberdade é vista, estudada, analisada e dimensionada, como um valor característico humano. Essa liberdade é tão grande que o homem,historicamente, inclusive de si mesma.A escravidão do homem se dará de uma forma:pelo homem. (BITTAR e ALMEIDA, 2002, p. 306).

Observa-se que a questão do conhecimento é puramente temporal, sua

evolução sofre com os avanços e métodos adotados em colunas superficiais, como

representações em que, nossa consciência permite o progresso preestabelecido

15

condutores sistematizados à razão social, pois o seguimento lógico educacional

permite que inaugure noções praticas de juízo e crítica. Afirma FREIRE (1987, p,

87):

Esta situação sobre a situacionalidade é um pensar a própria condição de existir. Um pensar critico através do qual os homens se descobrem em “situação”. Só na medida em que esta deixa de parecer-lhes uma realidade espesso que os envolve (...) um beco sem saída que os angustia como situação objetivo-problemática em que estão (...) a inserção é um estado maior que a emersão e resulta da conscientização da situação. É a própria consciência histórica.

2. 2. ESTRATÉGIAS DE LEITURA

A partir dos pressupostos teóricos de KLEIMAN (1993; 1995; 1996), KATO

(1980;1985), SOLÉ (1998) e SOARES (1994; 1995; 2002), algumas questões foram

algumas questões foram investigadas no curso análises na perspectiva da

psicolingüística, o leitor, ao ler, imprime na leitura seu conhecimento de mundo que

nada mais é que a cultura trazida pelo meio social a que pertence.

KATO (1980), em suas considerações, escreve que a leitura é uma atividade

de comunicação verbal, um conjunto de habilidades que envolve estratégias de

vários tipos desenvolvidas a partir de objetivos. Para atingir os objetivos da leitura, o

leitor utiliza seus Esquemas, ou blocos de conhecimento que representam uma

organização mental das experiências vivenciadas e acumuladas e que servem de base

para a compreensão do processo de leitura.

Os Esquemas contêm um componente de procedimentos (estratégias) que

como ativar suas partes para processar os estímulos que o leitor recebe para codificar

intenções. A ativação desses Esquemas se faz de duas maneiras:

Para KATO (1980), a variação na escolha do tipo de estratégia está sujeita a

vários fatores: à maturidade do leitor; à natureza do texto; ao lugar onde o leitor se

encontra na frase ou no texto; ao propósito para a leitura. De modo geral, segundo a

autora,

o leitor parece recorrer a mais de uma estratégia quando a complexidade do estímulo assim o exige. A complexidade pode não ser inerente ao estímulo, mas relativa ao nível de maturidade do leitor. (p.108).

Pode-se dizer, então, que o leitor, ao enfrentar uma tarefa mais difícil, “tende

a imprimir uma interpretação mais canônica ao estímulo, através de uma ativação

16

“bottom-up” de seus Esquemas. (p.109).

KLEIMAN (1993; 1995), considera que o processo de ler é complexo. Como

em outras tarefas cognitivas, o engajamento de fatores (percepção, atenção,

memória) é essencial se deseja fazer sentido do texto. A leitura, segundo a autora, é

“uma atividade intelectual, um processo psicológico em que o leitor utiliza diversas

estratégias baseadas no seu conhecimento lingüístico, sociocultural, enciclopédico.”

(1993, p. 12). A utilização dessas estratégias, para a autora requer a mobilização e a

interação de diversos níveis de conhecimento, o que exige operações cognitivas de

ordem superior, inacessíveis à observação e demonstração, como a inferência, a

evocação, a analogia, a síntese e a análise que, conjuntamente, abrangem o que

antigamente era como faculdades necessárias para levar o termo a leitura: a

faculdade da linguagem, da compreensão, da memória. (KLEIMAN, 1993, p. 12).

KLEIMAN (1993), compreende a leitura como uma atividade intelectual,

cognitiva, que envolve aspectos psicológicos na sua prática. O leitor utiliza-se de

estratégias com base em seu conhecimento de mundo. As estratégias propiciam a

ele caminhos para construção e re-construção desse mundo, sendo o produto do

desenvolvimento contínuo das representações mentais com as quais o leitor é capaz

de operar. O ensino de estratégias de leitura não consiste em exemplificar um ou

mais procedimentos, mas em tentar reproduziras condições dadas ao leitor. Onde o

papel da escola não é mais a mera transmissão de informações; hoje, segundo

Kleiman (1993), exige-se que ela desenvolva a capacidade de aprender, o que

subentende o domínio da leitura e da escrita.

A inserção do aluno, no universo da cultura letrada, desenvolve a habilidade

de dialogar com os textos lidos, através da capacidade de ler em profundidade e de

interpretar textos significativos para a formação da sensibilidade, da cultura e da

cidadania. Ela vem, pois, constituindo-se como espaço privilegiado para a

aprendizagem e para o desenvolvimento da leitura, pois aí se dá o encontro decisivo

da criança com o ato de ler. Para muitas crianças de nosso país, a escola é o único

lugar onde há livros, o único lugar onde os alunos não estão voltados apenas para a

televisão.

Deste modo, cabe à escola, segundo ZIRALDO (1998), a tarefa de

apresentar ao aluno textos de diversos gêneros e tipos textuais, para que passe a

apreciar a leitura, e ainda passe a atrever-se a persistir nesta aprendizagem do

17

hábito, levando-o a formular hipóteses acerca do sentido do que lê, do que vivencia,

do que vê, inclusive na TV, do que leu nos jornais, do que sente, assumindo pontos

de vista próprios, promovendo um diálogo critico entre a vida e a escola. É ali que a

própria TV pode ser vista de modo mais amplo, e não apenas lúdico, mas também

crítico.

Podem-se promover, inclusive, as diferentes aprendizagens, de cada área

de conhecimento e do mundo; não sendo assim uma tarefa simples, mas possuindo

grandioso alcance na vida de toda e qualquer pessoa.

A leitura deveria ser, para o adolescente, tão boa como comer um doce de coco. A leitura tem que ser uma coisa doce, e não algo imposto. Quem não lê como criança, não vai ler como adulto. (ZIRALDO, 1998, p, 81).

Leitura não se restringe ao ato de ler livros, mas também de ler jornais,

revistas, filmes, quadros, charges e outros textos.

O importante é criar espaços no sentido de desenvolver o gosto pela leitura.

“É preciso frisar também que a prática de leitura, patrocinada pela escola, precisa

ocorrer num espaço de maior liberdade possível.” (LAJOLO, 1997, p. 108). Num

processo democrático, leitura parece essencial, pois o cidadão precisa assinar

contratos, procurar empregos, ler jornal, enfim, a sociedade exige-a, pois fez da

escrita seu código oficial.

Assim, não se podem formar bons leitores, usando os textos como pretextos

para ensinar gramática. Numa concepção interacionista, é mais que entender as

informações explícitas; é, por meio do texto, trocar experiências. Paulo Freire (1994,

p.64), assim define leitura: “eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral,

simbolicamente, eu ponho uma cadeira e convido o autor, não importando qual, a

travar um diálogo comigo.” O leitor maduro não aceita tudo o está escrito, discorda,

concorda, interpreta, constrói sentidos, dialogando com o que lê.

SMITH (1999), fala sobre a leitura, num enfoque mais cognitivo, de

funcionamento do cérebro. Afirma que a leitura corresponde a uma ilustração, a uma

descrição, a uma análise. Diz ainda que, para se fazer uma leitura apropriada, deve-

se fazer perguntas ao texto escrito, ou seja, deve-se ter certa expectativa, ou

previsão, sendo que as respostas serão a compreensões da leitura. Deste modo,

ressalta-se aí, a importância dos textos significativos para o aluno, que lhe digam

algum respeito, que tenham algum sentido para ele ou para ela. Enfoca ainda, o

18

contexto, como relevante para a leitura eficiente, sendo que as palavras

desconhecidas passam a não ser mais um problema para o leitor, se ele tiver um

olhar mais abrangente e contextual, o que traria a transparência dos significados.

Além disso, sugere que se leiam os textos, para os alunos ouvirem; oportunizando-

lhes familiarizar-se com a língua padrão, ampliando-lhes, deste modo, o

conhecimento acerca dos registros. Assim, poderão ler com mais compreensão e

sem terem um estranhamento diante do texto escrito, ao começarem a ler os textos

sozinhos.

Neste sentido, percebe-se que a leitura requer não apenas um puro ato de

ler, mas estratégias que favorecem a qualidade e a profundidade da leitura, como

bem dizem Paulo Freire: “Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A

compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção

das relações entre o texto e o contexto.” (2001, p, 11).

A estratégia que se deve usar na leitura pode ser diversificada, dependendo

da realidade e do contexto em que se está inserido, porém ela, se torna

extremamente importante, pois como fala Paulo Freire, não basta decodificar

códigos textuais é necessário interpretar, compreender, estabelecer relações entre o

que se lê e o que se é revelado na leitura.

2.3 O QUE DEVE SER PRIORIDADE NO INCENTIVO DA LEITURA

O ato de ler, segundo FREIRE (1989), acontece muito antes da criança

saber codificar e decodificar os signos lingüísticos. Desta forma, é na família, um

espaço de orientação e construção da identidade de um indivíduo, que se deva

promover o ato de ler para que, ao ser incorporado nas mediações domésticas,

construa o gosto pela leitura.

A promoção do ato de ler pode ser transmitida no âmbito do letramento

familiar, pois essa responsabilidade não pode ser delegada somente à escola, deve

ser uma parceria entre biblioteca escolar/escola e família.

Para SOARES (2000), ler para os filhos também é importante fonte de

prazer, pois, ao mesmo tempo em que se oferece algo valioso para as crianças (a

nossa presença), lhes brindamos com a possibilidade de "viajar" pelo mundo pelas

19

páginas de um livro. Assim, desde pequenos, associarão leitura a momentos

prazerosos, o que funcionará durante os primeiros anos de vida mais ou menos

como uma “propaganda para a mente".Os pais que estimulam a leitura ensinam os

filhos a reconhecer o ambiente em que vivem e a desenvolver atitudes que os

influenciarão durante a vida adulta, como confiança, respeito mútuo e compreensão.

A leitura, segundo SOARES (2000), deve acontecer continuamente com as

diferentes formas e objetivos no contexto do cotidiano, e para que tenha sentido

para o educando, tenta-se descrevê-la de forma sucinta. Para aprender a ler, é

preciso interagir com uma variedade de textos escritos e participar de fato dos atos

da leitura. É importante que a criança receba incentivo e ajuda de leitores

experientes para ampliar os seus objetivos e interesses. As atividades de incentivo à

leitura são imprescindíveis em qualquer escola, principalmente no ensino

fundamental , onde é mais fácil de inserir o hábito, pois, as crianças têm a grande

capacidade de brincar, de sonhar, de imaginar e brincando assimilam e assumem as

atividades como parte de seu dia-a-dia.Mas, estas atividades precisam ser

realizadas com a colaboração mútua entre professores, alunos e a biblioteca da

escola.

No caso do ensino fundamental que é o meu objeto de estudo, descobri que

nós professores podemos e devemos incentivar nossos alunos ao processo de

interesse pela leitura. Como? Trabalhando várias formas de textos disponíveis que o

aluno conseguir desde os rótulos dos produtos, jornais, revistas, entre outros.

A educação, que antes era destinada para poucos, para os nobres, ganha

novos paradigmas, ampliando-se cada vez mais, com o intuito de edificar para

sempre a inteligência humana. O ato de ler, segundo FERREIRO (1996), ganha

novos significados, enraizando definitivamente, quer seja através de papiros,

panfletos, livros, revistas, jornais, entre outros. O mundo letrado avança e passa a

representar grandes progressos para o homem, permitindo a absorção de novos

conhecimentos, tomada de consciência de seus valores, direitos e deveres,

permitindo a sua inserção no mundo ainda mais dinâmico e globalizado.

Neste ponto, a ação da família é fundamental propondo-se situação em que

a criança participe de atos de leitura e escrita, enquanto interlocutor. Contudo, a

família de hoje não mais se reveste de valores éticos, morais, sociais e educacionais

como outrora, fazendo com que seus filhos adquiram novos hábitos que os

20

distanciam da educação difundida pela escola. Associado a isto, um outro fator vem

a se tornar preponderante: a falta de políticas públicas de qualidade, apoio e

incentivo à educação, para que esta realmente seja boa e de qualidade.

A leitura e a escrita têm sido tradicionalmente consideradas como objeto de uma Instrução sistemática,como algo que deva ser ensinado e “cuja aprendizagem” suporia o exercício de uma série de habilidades específicas. (FERREIRO, 1995, p. 42).

É um processo construtivo, coletivo e que resulta no sistema lingüístico e

comunicativo utilizado por um povo. Entretanto, a sociedade constrói através da

interação sua realidade sócio-cultural da qual a escola faz parte, cabendo a esta

enquanto instituição social, o ensino da língua materna. Segundo FERREIRO

(1997): ”A leitura e a escrita tem sido tradicionalmente considerados como objeto de

uma instrução sistemática.” (p. 420). Portanto a leitura e a escrita desde o início das

civilizações tem sido de fundamental importância na vida dos indivíduos e da

sociedade como todo, por que constitui um processo de organização lógica do

raciocínio do ser humano, tal como algo que pretendemos atingir através do ensino

sistemático. Sendo assim o valor significativo das letras.

É necessário lembrar que existem outras habilidades relacionadas e

intercaladas com a leitura e o uso da informação, que são básicas para que ocorra

a aprendizagem. É necessário saber analisar um problema e identificar a informação

para resolvê-lo. Buscar fontes de informação disponíveis e selecionar o que é

pertinente, relacionar novos conhecimentos com os conhecimentos prévios e

organizá-los de uma forma adequada para transmiti-lo a outras pessoas

(ILLESCAS NÚÑEZ; BERNABEU MORÓN , 2001).

Biblioteca escolar é um centro ativo da aprendizagem, portanto precisa ser

vista como um núcleo ligado ao esforço pedagógico dos professores e não como

um apêndice das escolas. A biblioteca escolar, portanto, deve trabalhar com os

professores e alunos e não apenas para eles. Mas na maioria das vezes, segundo

SANCHES NETO (1998), a biblioteca é encarada como um anexo da escola,

quando na verdade, ela deveria ser a sua alma. Uma biblioteca bem adaptada à

comunidade escolar assumindo suas funções, disponibilizando um ambiente

carregado de motivações é o local, por excelência, onde a criança aprende a gostar

de ler, a se interessar pela leitura e pelo livro, ou por qualquer coisa que represente

uma interpretação, uma associação, uma história. Como sublinha FRAGOSO (1994,

p. 47), “A ação dinâmica da biblioteca deverá servir ao programa escolar, daí a

21

necessidade de atividades em grupos, tais como: dramatizações, jogos, hora do

conto [...].”

22

3. O ENSINO DA LEITURA NAS AULAS DE LINGUA PORTUGUESA NA VISÃO

DO ALUNO

3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os profissionais de língua portuguesa procuram adequar metodologias para

o ensino da literatura nas escolas de nível básico, com aplicações práticas de

abordagem interacional entre o leitor e o texto, obedecendo a níveis de recepção

literária, em uma visão dialógica. Para tanto, procurou diagnosticar as bases atuais

do ensino da literatura em nível básico, no contexto nacional e regional, para, em

seguida, criar unidades de ensino da literatura de acordo com a metodologia

selecionada e divulgar os resultados pesquisa e sua aplicabilidade.

Na tentativa de inserirmos a prática do ensino da literatura numa perspectiva

pedagógica abrangente, que enfatize tanto os processos comunicativos gerados na

interação entre o leitor e o texto, quanto os processos imanentes do texto enquanto

produto.

Para elaborar as unidades de ensino a partir da metodologia escolhida no

ensino Fundamental os procedimentos metodológicos da pesquisa foram norteados

pelos princípios da abordagem qualitativa, sendo utilizadas como instrumentos para

a coleta dos dados a entrevista semi-estruturada e a análise de materiais escritos

(planos de curso, roteiros de aula e atividades escritas).

A partir da análise descritiva dos dados, pode-se confirmar que os

professores Ensino Fundamental, do 6º ano ao 9º ano encontram dificuldades para

efetivar o seu fazer pedagógico devido às dificuldades enfrentadas no cotidiano

escolar, especialmente a dificuldade de leitura que o aluno nesse nível de ensino

apresenta. Assim, a leitura precisa ser vista como um conhecimento de

responsabilidade de todas as áreas. Nesse sentido:

Enquanto atividade social, a leitura compete a todos os professores. Ao professor de língua, porque deverá ajudar a desenvolver nas crianças – mais ainda naquelas que foram alfabetizadas abruptamente através de métodos puramente formais e analíticos – o prazer e a magia da palavra na obra literária. Aos demais professores, porque eles são o modelo de leitor do grupo profissional que representam: do geógrafo, do cientista, do matemático. (KLEIMAN e MORAES, 1999, p. 98).

Atendimento do Horizonte de Expectativas: para atender as expectativas dos

alunos, o professor montará com a turma um quebra-cabeça poético, cujas partes

contém estrofes de poesias do livro Sonhos, grilos e paixões, de Carlos Queiroz

Telles, em que ele fala sobre as emoções do jovem, desdobradas no primeiro beijo,

no primeiro namoro e no entusiasmo da descoberta dos sentimentos. Essa atividade

será realizada da seguinte forma: cada aluno receberá uma parte enumerada do

quebra-cabeça; primeiramente a leitura dessas partes é feita em voz alta,

começando pelo número um e assim sucessivamente. Depois, a intenção é montá-lo

para que o resultado seja a palavra Amor.

Ruptura do horizonte de expectativas: no encontro seguinte, apresentam-se

aos alunos algumas narrativas em prosa, que também tem o Amor como tema

central. O professor levará para a turma as crônicas: “A estranha (e eficiente)

linguagem dos namorados”, de Carlos Drummond de Andrade, que trata de um

diálogo ao telefone entre um casal de namorados, e “Uma surpresa para Daphne”,

de Luís Fernando Veríssimo, que também é um diálogo bem humorado entre um

casal, só que, dessa vez, de ex-namorados.

O objetivo da leitura desses diálogos, além de promover a descontração, é

fazer com que os alunos do 6º ano ao 9º ano observem a linguagem empregada, a

estética. E, assim, auxiliados pelo professor, tomem consciência dos elementos que

compõem o texto e que fazem parte de toda estrutura narrativa como tempo,

espaço, personagens, foco narrativo, etc.

A leitura é um instrumento importante no aprendizado, constituindo-se em

fator essencial para atingir as metas educacionais. Na verdade, cada livro

representa uma pessoa oculta, com a qual é possível dialogar, pesquisar e ampliar a

própria vivência. Pode-se viajar no tempo e no espaço e conhecer personalidades

diferentes. O livro é muito importante para a formação dos jovens, daí ser difícil a

sua substituição pelos multiméios”.

Os procedimentos metodológicos elaborados para o desenvolvimento da

leitura no Ensino Fundamental baseiam-se, segundo KLEIMAN; MORAES (2008),

em alguns critérios a seguir:

- O aluno deve estar devidamente matriculado e doar dois livros didáticos ou

paradidáticos;

- Retirar por empréstimo um livro por um período de cinco dias;

24

- Posteriormente estabelece-se um prévio contato com o usuário para detectar seu

grau de conhecimento e necessidades de informação;

- Acompanhamento com os alunos no incentivo ao hábito de leitura,

- orientação nas atividades escolares e na construção de resumos dos textos em

estudo, o que permite uma melhor compreensão,

- Na continuidade do trabalho elabora-se um calendário de atividades mensais

como: visita com leituras para o lar da criança,lar do idoso,hospital municipal e

leituras diversas no espaço escolar.

-Elaboração de relatórios mensais para acompanhamento da evolução do hábito da

leitura.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO

O estudo foi realizado na Escola Estadual Dr. Guilherme Freitas de Abreu

Lima. Esta escola atende crianças e adolescentes, do Município de Juína – MT - do

perímetro urbano e rural.

A Escola oferece o Ensino Fundamental, funcionando nos período matutino

e vespertino, com a média de 25 a 30alunos por turma. O atendimento se dá a um

público diversificado, mas em sua maioria pertencentes a famílias da classe

trabalhadora.

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

No decorrer da pesquisa contamos com a participação de três professores,

um professor de língua Portuguesa, um professor de Arte, um professor de ciências

se dispuseram a contribuir com a pesquisa, permitindo a observação das aulas, e

consequentemente o relato das observações feitas.

Para melhor avaliação dos dados e desenvolvimento do estudo foram

usados os seguintes critérios:

25

1-Os professores foram informados das problemáticas no incentivo da leitura diante

do público diversificado e disponibilidade de desenvolvimento das ações, houve

discussão sobre a realização do cronograma e apresentação dos resultados.

2-Os alunos responderiam as questões previamente formuladas e entregues

pela pesquisadora, sem acarretar qualquer ônus aos participantes.

3- A principio teria conhecimento que estaríamos avaliando o incentivo e

desempenho da leitura no ensino Fundamental.

A coleta de dados ocorreu em decorrer no segundo semestre do ano letivo

de 2012, no mês de agosto, através da observação das aulas e questionário o

incentivo da leitura direcionado aos alunos sobre o Ensino Fundamental.

3.4 OPERACIONALIZAÇÕES DO ESTUDO A pesquisa iniciou-se com a busca bibliográfica acerca do tema A Formação

de Leitores no Ensino Fundamental, partindo, então, para as referidas leituras, onde

surgiu a necessidade de constatação das dificuldades encontradas para obter

sucesso no ensino de língua portuguesa.

A coleta de dados iniciou-se no segundo semestre de 2012, ou seja, agosto

de 2012. Os dados foram coletados através de entrevista pré-estruturada, que é

aquela que articula duas outras formas de entrevista:

a)-Não-estruturada, onde o informante aborda livremente o tema proposto;

b)- Estruturada, que se apresenta através de perguntas previamente

formuladas.

A coleta de dados foi realizada pela própria pesquisadora, em observação

das aulas ministradas pelos professores colaboradores e de questionário para os

alunos participantes, uma vez que, foram explicados os objetivos do estudo e a

importância das constatações para o trabalho educacional, os participantes

consentiram a utilização dos dados, através da assinatura do Termo de

Consentimento, que cumpre o sigilo e anonimato dos participantes.

26

3.5 ANÁLISE DOS DADOS: O ENSINO DA LEITURA NAS AULAS DE LÍNGUA

PORTUGUESA NA VISÃO DO ALUNO

Na realidade, a leitura representa para os alunos o mecanismo para fazer

uma prova, sempre lendo com pressa e mecanicamente para alcançar bons

resultados. Na visão dos alunos, sentir inserido na aproximação inventiva e lúdica

com a leitura tem desenvolvido o hábito da leitura bem como a importância e

aplicabilidade dos conteúdos. Um trabalho diversificado e criativo com a leitura,

segundo ANTUNES (2003), tem sido cada vez mais necessário na escola atual,

tendo em vista as crescentes transformações e exigências da nossa sociedade e do

mercado de trabalho, quanto à capacidade de ler e interpretar textos. O papel da

escola na formação de um cidadão crítico, participativo, de um cidadão-leitor tem

buscado nas aulas de Língua Portuguesa se preocupado com a formação de

leitores. Atualmente, percebe-se que os alunos ao chegarem nos séries finais do

ensino fundamental apresentam imensas dificuldades de leitura / interpretação de

textos e que as aulas de Língua Portuguesa até então, não estão privilegiando a

leitura e sim a gramática normativa. E essa abordagem tradicional da linguagem é

uma das causas para as dificuldades dos alunos na área da leitura.

/Segundo ANTUNES (2003), o trabalho com a leitura ainda está centrado em

habilidades mecânicas de decodificação da escrita, muitas vezes sem reflexão, sem

diálogo com o texto. Quando a leitura é utilizada, serve de pretexto para atividades

metalingüísticas ou finalidades meramente avaliativas.

Para KLEIMAN (2004), existem duas concepções de texto e de leitura que

se perpetuam ainda hoje nas escolas. Ou o texto é visto como repositório de

mensagens e informações ou é visto como um conjunto de elementos gramaticais.

Partindo dessas concepções de texto, o trabalho com a leitura que daí deriva

constitui-se de cópia literal de expressões do texto, leitura em voz alta, respostas a

questionários de interpretação, extração dos significados das palavras, etc.

A leitura deve ser trabalhada de acordo com o gênero textual a ser utilizado;

tendo objetivos diferentes para cada tipo de texto. São diversas as maneiras de ler

como diversos são os textos e os objetivos de leitura. Para GERALDI (2004: 91),

“leitura é um processo de interlocução entre leitor / autor mediado pelo texto. (...) O

leitor não é passivo, mas agente que busca significações.”

27

Assim podemos analisar as respostas obtidas pela pesquisa feita com os

alunos do município de Juína, de maneira que não transcreveremos as falas, mas os

resultados de modo geral. Em sua maioria os alunos 6 º e 7º ano do Ensino

Fundamental da Escola Estadual Dr. Guilherme Freitas de Abreu Lima acreditam

que:

Que a cobrança do conhecimento literário é exaustivo e ineficaz, quando se

diz respeito a leitura obrigatória com atribuições de conceitos, pois os mesmos

passam anos e anos estudando e não conseguem compreendem.

• Quando fica mais no plano das regras e teorias, se torna cansativo e

desgastante,

• Apesar de ser tão importante e servir como meio para a ascensão social não

consegue cumprir com sua função, pois são poucos os que dominam o bom

falar e escrever;

• Precisaria se mais próximo da realidade que todos vivem, pois parece distante,

como uma meta impossível de ser atingida,

• O grande problema está na necessidade de cumprir metas curriculares e

quantificadoras, que não primam pela aquisição das competências linguísticas.

Com relação a que os alunos consideram importante para modificar o ensino

podemos observar que anseiam por:

• Aulas mais criativas e menos apegadas ao livro didático;

• Mais prática que teoria;

• Aulas mais lúdicas, além da adequação das salas de aulas, com mais conforto e

possibilidades de assistir vídeos, leituras, debates, etc.;

• Não corresponder a uma obrigação em reconhecer as regras gramaticais, mas se

fazer indispensável para uma boa comunicação;

• Trabalhar a linguagem através de teatros, representações, oralidade e projetos

de leitura;

• Deixar de lado a imutabilidade e o purismo linguístico e reconhecer as

transformações que a língua sofreu e sofre;

28

• Propor condições para desenvolver o senso crítico e argumentativo, dando

abertura para que o aluno tenha sua própria interpretação daquilo que lê e do

próprio mundo que o rodeia.

Portanto, as antigas e tradicionais metodologias de ensino já não se

configuram atrativas e motivadoras para os alunos dessa nova geração, de modo

que o professor precisa acompanhar a evolução da língua e do próprio ensino, caso

contrário à tendência é gerar aversão ao estudo da língua e perpetuar os mitos e

preconceitos que o povoam. É preciso observar o que diz os PCNS sobre o ensino

de língua portuguesa e seus reais objetivos:

Os objetivos de Língua Portuguesa salientam também para a necessidade de os cidadãos desenvolverem sua capacidade de compreender textos orais e escritos, de assumir a palavra e produzir textos, em situações de participação social. Ao propor que se ensine aos alunos o uso das diferentes formas de linguagem verbal (oral e escrita), busca-se o desenvolvimento da capacidade de atuação construtiva e transformadora. O domínio do diálogo na explicitação, discussão, contraposição, e argumentação de idéias são fundamentais na aprendizagem da cooperação e desenvolvimento da atitude de autoconfiança, de capacidade de interagir e de respeito ao outro. A aprendizagem precisa então estar inserida em ações reais de intervenção, a começar pelo âmbito escolar”. (BRASIL, 1997, p.46).

É necessário que o professor tome consciência de sua importância para o

processo de ensino, mas que também transmita a responsabilidade pelo sucesso ao

aluno, pois ambos podem edificar um aprendizado para a vida e que perpasse os

limites da escola, ou seja, que lhes sirva para a escola da vida.

29

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a necessidade de uma nova estratégia para a formação de

leitores no Ensino fundamental é importante que o professor assuma uma nova

postura no processo e ensino – aprendizagem, voltados para a aproximação com a

leitura mais inventiva e lúdica. Em primeiro lugar, há de se compreender como se

processa a construção do conhecimento, através da leitura, numa perspectiva

integracionista em que o professor assume o papel fundamental intermediário

estimulando os alunos a buscarem as respostas nos próprios livros mostrando que

os livros podem amigos e aliados na formação do conhecimento.

Há de se compreender o compromisso do educador para com o ensino e a

promoção dos hábitos de leitura. Este compromisso traduzir-se-á na revisão de sua

proposta de trabalho, visando adequação às necessidades do aluno; na motivação e

recuperação do interesse pela leitura, na promoção da produção escrita dinâmica e

criativa, na orientação de atividades diversificadas, de modo que este aluno tenha

possibilidades de aprimorar sua competência discursiva. Entretanto é necessário

que todos os professores entendam a mudança de postura em relação a formação

de leitores no Ensino Fundamental como proposta, não como imposição, é preciso

que se entenda com clareza o que se propõe, para que haja uma adesão

consciente.

A implantação de uma nova proposta na formação de leitores no Ensino

Fundamental deve ser gradativa, quando se tenta mudar tudo de uma vez, corre-se

o risco pela desorientação ou resistência que isso pode provocar. Devemos

considerar que há um enraizamento e uma prática já existente mediante os sujeitos

envolvidos no processo. Entende-se, pois, que aos poucos, há de se criar uma nova

metodologia de ensino pautada na valorização da leitura e da produção escrita, de

forma comprometida e consciente.

Entende-se por fim, que não pode ter uma visão ingênua e achar que basta

boa vontade do professor, há toda uma luta a ser travada paralelamente: definição

de uma nova postura linguística do professor, séria e comprometida com o

desenvolvimento do aluno, bem como a valorização dos fatores socializantes que a

educação possui. Primeiramente deve-se ter como consciência de que cada

participante do processo possui um papel importante para efetivar a transformação

desejada na prática de ensino, antes de tudo, é preciso somar esforços para garantir

um bom trabalho, isto é, o professor, o aluno e a escola podem garantir a

preparação de projetos, planejamentos e definições de currículos que visem menos

à disposição de conteúdos e perpasse a educação critica e argumentativa do aluno.

31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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33

ANEXOS

ANEXO I

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Participação em Pesquisa.

Titulo da Pesquisa: “O Ensino Gramatical na Visão do Aluno”

Esclarecimento

Convido a participar de uma pesquisa que tem o objetivo de identificaras

problemáticas existentes na formação de leitores, ou seja, reconhecer o porquê do insucesso desta formação, uma vez que os professores preocupam- com a importância e aplicabilidade do conteúdo lido.

A pesquisa será feita através da observação das aulas de língua portuguesa,

no período de uma semana pela pesquisadora, que anotará os dados relevantes

para o estudo. Assim como a analise dos dados coletados através de um

questionário entregue aos alunos participantes da pesquisa.

Garantimos que sua participação, bem como das pessoas envolvidas,

não lhe acarretará nenhum risco, pois iremos entrevistá-la sem nenhum custo.Seu

nome será mantido em absoluto sigilo e você terá a liberdade de recusar, caso

queira desistir, a qualquer momento, durante a mesma e isso não lhe trará nenhum

prejuízo.

O resultado desta pesquisa será dado ao participante, se este o

solicitar. O participante poderá entrar em contato com o pesquisador, se tiver alguma

dúvida ou queira desistir da pesquisa pelo telefone (66)(84422405).

ANEXO II

ENTREVISTA

Sua participação nesta pesquisa é essencial, por isso responda as seguintes

questões:

1) Você gosta de participar das aulas de Língua Portuguesa? Por quê?

Sim. Pois e nessa hora que temos a oportunidade de enriquecer nosso vocabulário e

aprimorar nossa língua e saber interpretar e produzir textos.

2) você conhece os benefícios da leitura?

Sim. Através da leitura conhecemos novas palavras, melhoramos a

pronúncia, desenvolvemos a criatividade e adquirimos cultura.

3) Qual o Gênero textual que mais gosta de ler?

Narrativa

4) Você gosta de ler? Justifique sua resposta.

Sim. A leitura possibilita desenvolver a imaginação e alcançar bons resultados.

Total de alunos entrevistados 100