Upload
trandat
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL COM ENFASE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
APROVADA
NOTA: 8,5
PRÁTICAS DE LEITURA
Sonia Aparecida Rodrigues [email protected]
ORIENTADOR: PROF.DR. ILSO FERNANDES DO CARMO
BRASNORTE/2016
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL COM ENFASE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
PRÁTICAS DE LEITURA
Sonia Aparecida Rodrigues
ORIENTADOR: PROF.DR. ILSO FERNANDES DO CARMO
“Trabalho apresentado como exigência parcial para obtenção do titulo de especialização em Educação Infantil com Ênfase em Educação Especial”.
BRASNORTE/2016
AGRADECIMENTOS
Á Deus pela inteligência e sabedoria recebida
durante meus estudos, sempre me apontando o melhor
caminho a seguir. Muito obrigado Senhor!
Aos meus pais que me ensinaram como
batalhar para alcançar meus objetivos na vida, em
especial minha mãe que sempre orou por mim. Ao meu
pai, já falecido muita saudade e reconhecimento por
tudo que aprendi com você. Obrigado!
Aos meus filhos Victor Lucas e Kayque
Ruhann, obrigado pelo companheirismo, carinho, e
compreensão, agradeço pelo apoio recebido durante o
processo dos meus estudos, VOCÊS são a razão do
meu existir. Amo vocês!
DEDICATORIA
Dedico esse trabalho a meu filho Victor Lucas, que foi um verdadeiro guerreiro, esteve comigo
durante a graduação de quatro anos e também na
Pós-graduação, possui apenas dez anos,
estudava no período matutino e me acompanhava
no período noturno nas aulas de pós-graduação
sem reclamar, com muita paciência me ajudava,
incentivava e auxiliava ao perceber o meu
cansaço motivando me para que eu não
desistisse. Filho sempre que precisar saiba que
vou estar por perto pronta pra te ajudar também,
meu guerreiro.
RESUMO
Essa monografia tem como objetivo, pesquisar (autores) e buscar
mecanismos que vão ajudar uma escola com déficit de aprendizagem muito grande
seja por indisciplina, ausência da família na escola, desmotivação dos alunos nas
séries iniciais a ter hábitos de leitura e interessar-se por diversos tipos de gêneros
textuais. Também averiguar se os alunos das séries iniciais do 1º, 2º e 3º ano do
Ensino Fundamental já possui algum contato diário com a leitura.
Após uma pesquisa bibliográfica detalhada, foram realizadas várias
pesquisas de campo na realização de projetos de intervenção para sanar as
dificuldades do aluno. Ao perceber-se que alunos estavam chegando no final do
terceiro ano do ensino fundamental sem o domínio básico da leitura, medidas
urgentes foram adotadas. No desenvolver desse trabalho, lendo várias referências
bibliográficas sobre o assunto (práticas de leitura), participando do PNAIC, sendo
professora das séries iniciais e observando as dificuldades dos alunos pela leitura,
motivaram-me a escolher esse tema. Lembrando que a leitura e fundamental para o
desenvolvimento do ser humano.
Os projetos realizados envolveram todos da escola, com apresentação dos
resultados para os pais em reuniões pedagógicas onde os alunos faziam
apresentação envolvendo leitura, dança e música. Os pais voltaram a participar mais
da vida escolar dos filhos; foi renovado o acervo da biblioteca e passou a emprestar
livros para os alunos e fazer a troca sempre no inicio da semana; foi construído o
cantinho da leitura onde os livros ficavam expostos na sala para leitura deleite; a
indisciplina foi minimizada com o envolvimento nos projetos, as aulas ficaram mais
interessantes e todos começaram a ler com mais frequência.
Demonstrar que a utilização de diversos mecanismos para a realização de
leitura ao contar história em diferentes formas didáticas, aproveitando os recursos
disponíveis na escola, e utilizando textos que estão sempre em contato com o aluno,
tornam a aprendizagem rica tornando a leitura mais prazerosa e não como uma
obrigação.
Palavras-chave: Projeto. Leitura. Escola. Leitor.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
CAPÍTULO I - ENVOLVENDO OS ALUNOS EM PROJETOS DE LEITURA...........08
CAPÍTULO II - TRABALHANDO LEITURA DELEITE EM SALA................................19
CAPITULO III- COMO MOTIVAR OS ALUNOS A TER HÁBITO DE LEITURA.........25
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................29
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................32
INTRODUÇÃO
Este trabalho refere-se à conclusão do curso de Especialização em
Educação Infantil com Ênfase em Educação especial, AJES - INSTITUTO
SUPERIOR DE EDUCAÇÃO VALE DO JURUENA, Brasnorte- MT.
Esta monografia tem como objetivo analisar e averiguar qual a importância
da leitura no processo de ensino-aprendizagem e como acontece esse processo
durante o período de alfabetização das crianças nas séries iniciais, algumas
maneiras de contribuir para que os alunos desenvolvam o gosto pela leitura desde
as series iniciais.
A leitura realizada em diferentes formas de expressão torna a aprendizagem
rica e a participação das crianças mais expressiva. Diante disso percebe-se que a
criança aprende com maior facilidade, quando ela “faz” com prazer e não por
obrigação.
Ressaltando mais uma vez que ter o hábito de ler para as crianças é
fundamental para o desenvolvimento, e quando as professoras trabalham com
métodos lúdicos as crianças despertam seu interesse, melhora o rendimento
(desenvolvimento) no processo de aprendizagem.
Nós professores, devemos aprender a rever nossos conceitos, ações,
métodos e práticas, refletindo sobre o fazer pedagógico, para auxiliarmos os alunos
a compreender de maneira clara, fácil e objetiva a construção do desenvolvimento
do processo de ensino-aprendizagem dentro de um sistema escolar.
Esse trabalho monográfico foi desenvolvido e estruturado com três capítulos.
O capítulo I tem como título “Projetos na escola” onde além de projetos o trabalho
com sequências didática, apresenta reflexão com referências a vários autores sobre
o conceito de projetos na escola, e sua importância para a formação de leitores com
compreensão social, cultural e no desenvolvimento da aprendizagem da criança,
também demonstra em poucas palavras como a sequência didática, o trabalho com
gêneros textuais, facilita o trabalho do professor na alfabetização das crianças.
Apresenta em poucas palavras importância do trabalho interdisciplinar
auxilia as crianças na leitura, trabalhando com pesquisas, a criança envolve nos
trabalhos e traz a família junto pra escola.
No capítulo II “Leitura deleite na escola”, fala das leituras deleite realizadas
na sala de aula, o envolvimento das crianças, nos diversos tipos de leitura, o contato
com diversos tipos de texto mesmo sem estar alfabetizadas. Partindo do
pressuposto de que em situações educacionais deve ser acessível para todas as
crianças e todas devem participar dos agrupamentos no momento da leitura em sala
de aula regular. Também apresenta observações referentes aos alunos de 1º, 2º e
3º ano de uma escola municipal, quando se trabalha a leitura deleite na sala com
essas crianças.
O capítulo III apresenta como título “COMO MOTIVAR OS ALUNOS A TER
HÁBITOS DE LEITURA” e demonstrar que quando disponibilizam várias
oportunidades de escolha de livros, eles ficam motivados, trabalha a socialização
eles conhecem a liberdade e viajam pelos livros, desenvolvem a criatividade, a
autoestima, a confiança e a capacidade de se relacionar com o mundo. Fala da
importância de disponibilizar um espaço todos os dias no planejamento do professor,
da importância da escola ter uma biblioteca com acervos atualizados a disposição
dos alunos, desenvolvendo o interesse pelos livros desde as séries iniciais
melhorando seu desempenho ao longo da vida escolar.
Para a realização deste trabalho foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica
sobre o assunto “Práticas de leitura”, favorecendo a ampliação do conhecimento.
Também uma pesquisa de campo, cuja abordagem usada era a observação
naturalista, que é de natureza primariamente qualitativa, com participação. Onde o
observador (eu) participava ativamente com o fenômeno observado. A amostra foi
composta pelos alunos do 1º, 2º e 3º ano de uma escola da rede municipal,
acontecendo em ambiente propício (sala de aula) e biblioteca, sendo uma
observação cuidadosa de um ou mais comportamentos em ambiente, visando
explorar o significado de como os alunos estão agindo na”praticas de leitura”,
mostrando como a leitura pode auxiliar de forma prazerosa na construção do
conhecimento da criança.
07
CAPÍTULO I:
PROJETOS NA ESCOLA.
Projeto de leitura na visão dos teóricos e no decorrer da história.
De acordo com KAZANTZAKIS, apud ZOTZ; CAGNETI (2010, p.5)
os professores ideais são os que se fazem de pontes, que convidam os alunos a atravessarem-na e depois, tendo facilitado a travessia, desmoronam-se com prazer, encorajando-os a criarem as suas próprias pontes”. Assim, percebemos que o trabalho do professor deve ser considerado uma ponte para fazer o aluno chegar ao livro e permitir que ele busque seus caminhos literários, por seus próprios meios, tirando do texto o que mais lhe interessar no momento, usufruindo daquilo que veio ao encontro de suas buscas, sentindo o prazer do ler pelo ler, sem ser cobrado e sufocado posteriormente com fichas de leitura.
Quando a criança gosta da historia contada gostará também de desenvolver
todas as atividades relacionadas á história na sala com o professor e ainda criará
sua própria versão para tal historia. A leitura aproxima as crianças do mundo letrado,
alimenta o imaginário e incorpora suas experiências às brincadeiras e ao desenho.
O professor ao oferece oportunidade para o aluno contar uma historia esta
incentivando e valorizando suas falas.
Segundo SILVA (2011), ALMEIDA (2011, p. 14).
A cognição esta intimamente ligada aos processos de produtos da inteligência incluindo entidades psicológicas do tipo conhecimento, consciência, inteligência, pensamento, imaginação, criatividade, geração de planos e estratégias, raciocínio, as inferências e solução de problemas, a conceitualização, a classificação e a formação de relações, a simbolização, e, talvez, a fantasias e os sonhos das crianças.
A criança inicia sua vida escolar com uma série de conhecimento adquirido
no seu meio familiar. Ao chegar à escola o professor deve estar atento para utilizar
esse conhecimento a favor da aprendizagem, já que o aluno trás consigo a
imaginação desenhado a forma como a escola é “a sua fantasia de escola”, cabe ao
professor melhorar ou não o conceito que o aluno trouxe de escola. Se o
profissional utilizar um bom planejamento e adotar boas estratégias poderá construir
um aluno leitor pra vida inteira.
Criar hábitos diferenciados para realizar leitura com as crianças é
importante, pois se familiarizam e adquirem gosto pela escuta e escrita dos livros, no
entanto os temas devem estar de acordo com os interesses e adequado a idade dos
alunos como: afazeres cotidianos, bichos, músicas, gestos, brincadeiras e etc.
Segundo FRANTZ (2001, p.15), apud ALMEIDA (2011, p. 70), o principio da
leitura: “é sempre um professor- leitor, com um conhecimento amplo de acervo da
literatura infantil disponível, que através do seu testemunho de amor pelo livro possa
ajudar seu aluno a também estabelecer laços afetivos com a leitura [...].”
Para auxilia- ló é importante que sejam desenvolvidos projetos com práticas
de leitura nas escolas com temas folclóricos envolvendo músicas, cantigas
populares, par lendas, lendas, histórias folclóricas, poesias, alem de aproveitar as
datas comemorativas como festas juninas e folclóricas para trabalhar as receitas das
comidas típicas, é interessante que se faça alguma receita com os alunos, isso
despertará neles o interesse em ler para as mães em casa, favorecendo a
curiosidade para leitura de outros tipos de gêneros textuais aproveitando os cupons
fiscais, bula de remédio rótulos para fazer a leitura da composição, modo de usar,
data de validade, isso só irá aumentar o seu interesse pela leitura, o professor ao
sugerir que o aluno traga algum desses itens de casa fará um elo de ligação entre
casa e escola, pois quando a escola e a família fazem parceria o aprendizado
acontece com mais eficácia.
O trabalho com fantoches leva a criança num imaginar sem limite
vivenciando a história que esta sendo narrada, a dramatização de uma história que
não ficou no apenas ler, leva o aluno a um interesse maior pela leitura, por ter que
ler o texto pra decorar e depois ler e dramatizar ao mesmo tempo aumento seu
autoestima facilitando a aprendizagem.
Buscar uma dinâmica diferente pra cada tipo de texto, os poéticos quando
trabalhado em datas comemorativas em apresentações nas reuniões pedagógicas
auxilia a criança na desenvoltura ajudando no seu desenvolvimento na leitura.
Quando o professor entra em sala de aula preparado e com conhecimento
pleno do que ira desenvolver com seus alunos, demonstrando entusiasmo,
sabedoria, criatividade e amor pela leitura facilmente impressiona seu aluno já nas
primeiras palavras, envolvendo toda sala numa atividades prazerosa.
Não e necessário que o professor fique preso nos livros didáticos e em
livros de histórias infantis ele poderá ainda fazer uma pesquisa investigativa pra
descobrir qual o interesse dos alunos e partindo desse ponto buscar diversificar seu
planejamento tornando as aulas atrativas, isso fará com que o aluno venha pra
09
escola feliz e volta pra casa com vontade de dividir com os pais o que aprendeu na
escola.
O projeto do governo federal PNAIC (PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA) com o intuito de capacitar os professores
das séries iniciais desenvolveu durante a formação vários projetos para alfabetizar
os alunos até o terceiro ano do ensino fundamental, isso devido a comprovação por
meio de pesquisa que uma grande quantidade de aluno concluía o ensino
fundamental sem saber ler.
O grande incentivo do governo foi adquirir para as escolas acervos de livros
de acordo com as series, os livros foram bem aceito pelos alunos, pois tratava se de
novidades e que estavam cansados dos livros da escola. A os orientadores da
capacitação orientou aos cursistas que fosse construído um cantinho especial pra
leitura na sala de aula, onde os livros ficassem a disposição dos alunos sem
restrição, mas que os professores pudessem criar regras com os alunos para a
leitura dos mesmos. Os alunos participariam de todo o processo de construção
facilitando o envolvimento com o projeto, pois devido a sua participação em todas as
etapas do projeto facilitaria sua aprendizagem.
Os professores desenvolveram os projetos em grupo facilitando o
entrosamento também entre os profissionais da educação para colocar em prática
tudo o que aprenderam.
O projeto foi desenvolvido com a escolha de um livro feito pelos professores
cursistas onde deveriam ser trabalhadas em sala de aula todas as áreas do
conhecimento, o livro escolhido poderia ser o mesmo pra todas as turmas o que
mudava era as atividades que deveriam ser adequadas a cada turma.
Na turma do 2º ano, o projeto foi desenvolvido inicialmente com a escolha do
livro feita pelos professores cursistas, onde deveriam ser trabalhadas em sala de
aula todas as áreas do conhecimento, o livro escolhido poderia ser o mesmo para
todas as turmas o que mudava eram as atividades que deveriam ser adequadas a
cada turma.
No livro de trabalho neste projeto: O GUARDA CHUVA DO VOVÔ, da
autora: Carolina Moreyra; com ilustração de: Odilon Moraes; Editora: DCL; 2008.
10
Primeiro passo: os professores escolheram o livro, e desenvolveram
atividades onde abrangesse os eixos da Língua Portuguesa, História e Matemática.
Segundo passo: apresentaram aos alunos o livro O Guarda Chuva do
Vovô, fazendo a leitura, uma pequena explanação para que os alunos fizessem a
ilustração.
Terceiro passo: Aplicação das atividades em sala de aula onde na
disciplina de português foi desenvolvida oralidade, interpretação oral e escrita,
slides, análise linguística, em história abordaram o tema sobre os tipos de família
devido à diversidade familiar e cultural encontrado na escola, construindo a árvore
genealógica das crianças, em matemática foi trabalhado grandezas e medidas onde
os alunos desenvolveram a receita do livro fazendo o bolo com os professores na
sala e com a autorização da nutricionista e da direção a merendeira assou o bolo na
cozinha e as crianças partilharam.
É bom lembrar que pra cada ano ou série os professores criaram objetivos
específicos para cada disciplina e adequaram as atividades de acordo com sua
turma.
Segundo Referencial curricular nacional (BRASIL,1998, p.88),
A arte da criança, desde cedo, sofre influência da cultura, seja por meio de materiais e suportes com que faz seus trabalhos, seja pelas imagens e atos de produção artística que observa na TV, em revista, em gibis, rótulos, estampas, obras de arte, trabalhos artísticos de outras crianças etc.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA COM: AMARELINHA.
Nessa sequencia didática desenvolvida no 3º ano foi sugerido aos
professores que trabalhassem uma brincadeira onde os alunos pudessem vivenciar
experiências obedecendo a regras. Foi ai que a equipe pedagógica da escola
decidiu colaborar com os professores desenhando as amarelinhas nos corredores
da escola.
Primeiro passo: Escolher o tema e fazer o planejamento antecipado
observando quais disciplinas que serão possíveis trabalhar, criar às atividades de
acordo com cada ano ou série e adequar-se as atividades de acordo com o nível de
cada turma.
11
Segundo passo: Aplicação das atividades em sala, criação de regras em
grupo.
Para WEFFORT (1996), in: PNAIC, (BRASIL, 2012, p. 22),
aponta que o registro escrito é uma tarefa básica do professor porque é através dele que poderá dar forma ao que foi realizado no interior da sala, comunicar o que pensa sobre as atividades desenvolvidas, registrar as reações das crianças , para assim refletir, rever, aprofundar, enfim, o que necessita aprender para o exercício da prática docente.
Para esta autora, o ato de escrever materializa o pensamento, torna-o
concreto, permitindo que, por meio dele, o autor possa voltar ao passado, ao mesmo
tempo em que constrói o presente.
Segundo FREIRE (1996), in: PNAIC (BRASIL, 2012, p. 22)
O registro da reflexão e suas socialização são “fundadores da consciência” e, assim sendo, são também instrumentos para a construção de conhecimentos. Ao registrar a prática, o professor pode vir a formular perguntas sobre ações desenvolvidas, encaminhamentos dados, conteúdos explorados, avaliações realizadas, materiais utilizados, organização pedagógica proposta; vindo a aprender mais e mais sobre o ato de ensinar e de aprender no ciclo de alfabetização.
Terceiro passo: nunca se esquecer de fazer os registros durante a
realização das atividades isso ajudará os professores na avaliação de seu trabalho,
o que precisa ser melhorado, as principais dificuldades encontradas, as vitórias e os
avanços de cada aluno. Esse diagnóstico servirá de avaliação para os próximos
projetos a serem realizados.
Nessa atividade não houve a necessidade de apresentar aos alunos a
brincadeira já que todos conheciam, mas a direção da escola resolveu participar
também e convidou um professor de educação para fazer as amarelinhas nos
corredores da escola, quando os alunos retornaram das férias de julho depararam
com a grande novidade e acharam interessantes, lembrando sempre que atividades
devem ser adequada de acordo com cada turma, eles tinham que ler pra entender a
regra do jogo. Foi desenhada amarelinha diferente para cada série, no entanto, no
recreio as crianças criavam suas próprias regras e brincavam juntos desenvolvendo
assim a socialização.
Com a realização desses trabalhos propostos pelos orientadores do pacto os
professores também aprenderam a trabalhar em equipe tornando tudo mais fácil já
que essas atividades exige tempo e dedicação para que aja retorno, a troca de
12
experiências na escola e nos encontros facilitavam não só o aprendizado dos alunos
mas da equipe como um todo.
Esse trabalho foi gratificante, pois os alunos ficaram entusiasmados em
todas as atividades principalmente na execução da confecção do bolo em sala de
aula.
Os alunos procuraram ler as receitas das mães e ajuda-las em casa, nessa
atividade o objetivo principal era trabalhar os gêneros textuais. Os alunos
aprenderam como ler bula de remédio, conta de luz, de água, cupom de
supermercado, rótulos de produtos, etc.
Segundo Nery (2007), in: PNAIC (BRASIL, 2012, p. 12)
[...] planejamento da escola contemple desde os critérios de organização das crianças em classes ou turmas, a definição de objetivos por série ou ano, o planejamento do tempo, espaço e materiais considerados nas diferentes atividades e seus modos de organização: hora de sala de aula, brincadeiras livres, hora da refeição, saídas didáticas, atividades permanentes, sequências didáticas, atividades de sistematização, projetos etc.
Todo projeto precisa ser trabalhado com carinho e dedicação para que o
resultado seja positivo. Com o projeto do PNAIC os professores aprenderam que
trabalhar com projetos e cansativo, pois exige do profissional muito tempo e estudo
prévio do assunto ( elaboração de atividades) a ser desenvolvido, já que planejar é
essencial para obter sucesso com a realização de todas as atividades.
Segundo BRASL (2004, p.15), in: PNAIC, 2012; p. 12)
[...] devem buscar a interação entre as diversas áreas da vida do conhecimento e aspectos da vida cidadã como conteúdos básicos para a constituição de conhecimentos e valores. Dessa maneira, os conhecimentos sobre espaço, tempo, comunicação, expressão, a natureza e as pessoas devem estar articuladas com os cuidados e a educação para a saúde, a sexualidade, a vida familiar e social, o meio ambiente, a cultura, o lazer, a ciência e a tecnologia.
A criança quando vai pra escola já tem um conhecimento de mundo, cabe ao
professor ajudá-lo na organização e utilização dos mesmos, de modo que o
educando sinta se capaz de contemplar e distribuir cada saber em sua área
específica, auxiliando-os na construção dos saberes facilitando sua aprendizagem.
O trabalho do profissional como projetos nas séries iniciais deve explorar o
máximo do tema proposto, isso ajudara nas realizações das atividades e fortalecerá
o vínculo com a vida cotidiana, já que o mesmo está aprimorando seus
conhecimentos.
13
Desenvolver esse projeto com os alunos foi muito interessante, pois a
direção da escola teve uma participação importante ao pedir a um profissional de
educação física que desenhasse as amarelinhas no pátio da escola. Na sala
também eram realizada atividades de acordo com cada turma, eles tinham que ler
pra entender a regra do jogo. Foi desenhada amarelinha diferente para cada série,
no entanto, no recreio os educando criavam suas próprias regras e brincavam juntos
desenvolvendo a socialização.
PROJETO: CARAMUJO AFRICANO CIÊNCIAS NATURAIS:
Nesse projeto, os cursistas foram orientados a levantar uma problemática
existente na cidade de como o resolver. Os professores recebiam as sugestões dos
alunos e eram feito votação pra escolher o tema. Os alunos do 3º ano escolheram o
tema Caramujo Africano, cada turma deveria fazer a pesquisa com os professores,
realizar as atividades em todas as áreas do conhecimento e apresentar em
seminário que seria realizado na escola. A participação dos alunos foi fundamental,
já que a cidade estava infectada por esse animal onde as crianças aprenderam
como combater e evitar a contaminação com o anima. Aprenderam como combater
e evitar a contaminação de doenças provocada pelo caramujo.
Esse projeto abrangeu as áreas de ciências naturais, matemática, programa
de saúde, linguagem, geografia e história.
Após a definição do tema os professores agendaram uma visita na
secretaria de saúde e vigilância sanitária e levou os alunos para uma entrevista com
os agentes de epidemiologia os quais informaram aos alunos sobre as principais
evidencias de como o caramujo africano teria chegado ao país e consequentemente
a na cidade onde moravam, os perigos com a saúde, doenças, como evitar que o
caramujo se multiplicasse pela cidade, aprenderam métodos de como eliminá-lo sem
se contaminar e ao retornar a sala escreveram um relatório. Os alunos relataram
ainda os pontos mais infestados pelo animal na cidade e como tarefa de casa tinha
que orientar aos pais, vizinhos e amigos de como eliminar o caramujo de forma
correta.
14
PROJETO: CONHECENDO AS DIVERSIDADES CULTURAIS.
Na formação continuada realizada pelo PNAIC, os professores foram
orientados a envolver as crianças em atividades de maneira interdisciplinar, onde
deveriam desenvolver projetos que oportunizasse as crianças viver experiências em
pesquisas de campo fora da sala de aula e algumas vezes do ambiente escolar,
vivendo assim a prática de “novos saberes” em contato com o mundo real. Cada
professor elaborou um projeto de acordo com sua turma e o objetivo a serem
alcançadas, umas professoras fizeram um passeio para um grande Rio do município
que até então era desconhecido por muitos alunos, elas relataram que foi
gratificante a experiência, pois sempre achavam impossível levar os alunos pra
alguma atividade dessa natureza, pois achavam que trabalhar com turmas com
indisciplina não daria certo e foi surpreendido com a reação das crianças, o projeto
delas era sobre a Água.
Outras professoras fizeram seu projeto para um espaço de lazer da
comunidade Católica do município, nesse projeto buscaram trabalhar a socialização,
tipos de vegetação, localização, lazer com brincadeiras dirigidas por ser um lugar de
espaço amplo facilitaria as brincadeiras impossíveis de realizar no âmbito escolar,
eles aprenderam a preservar e manter o ambiente limpo e organizado.
Uma professora indígena teve a iniciativa com outra professora de fazer um
projeto conhecendo as diversidades culturais, sabendo que no município havia
varias aldeias indígenas e observando a curiosidade dos alunos em conhecer mais
sobre esses povos, pediu autorização ao cacique para fazer a visita nas aldeias,
onde os alunos iriam ter contato com as crianças daquela comunidade, coletariam
dados e informações na pesquisa de campo que seriam uteis para trabalhar com os
colegas na escola.
Conhecendo as diversidades culturais: visita nas aldeias do município
fazendo pesquisa de campo (3º ano) Ensino Fundamental.
O objetivo principal dessa atividade era contemplar os alunos participantes e
que os pais autorizaram a realizar um passeio nas aldeias indígenas do município,
como forma de reconhecimento pelo esforço durante o ano letivo em ter participado
assiduamente das aulas e pelos resultados apresentado nas leituras. Mas os alunos
deveriam fazer entrevistas com os povos indígenas e apresentar um relatório oral
aos colegas os quais não puderam participar do passeio.
15
Primeiro passo: Escolheu o tema do projeto, quais a áreas do conhecimento
que poderiam ser trabalhadas no caso (ciências naturais e sociais, linguagem e
matemática), fizeram o planejamento e elaboraram as atividades e roteiro do
passeio.
Segundo passo: Agendou antecipadamente com o cacique e a secretaria de
educação do município junto com a equipe gestora da escola definiram a data e
horário do passeio.
Terceiro passo: Entregaram os bilhetes para que os alunos levassem para
os pais assinar e devolver com antecedência na escola.
Quarto passo: Os alunos embarcaram na escola pela manhã e visitaram
cinco aldeias, em cada aldeia era um aprendizado diferente, onde os alunos
puderam ter contato com uma natureza desconhecida por eles até o momento, eles
puderam entrevistar uma anciã da aldeia, conhecer o artesanato que era passado de
geração em geração, aprenderam as regras de funcionamento da escola,
conheceram as salas de aula, puderam conversar com os professores e
descobriram que nas aldeias se ensinam a língua materna junto com as outras
disciplinas na sala de aula, ficaram entusiasmados com os animais encontrado no
lugar, fizeram grandes descobertas entre elas que existe internet no meio do mato,
que os índios usam roupas e puderam desfrutar de um delicioso banho de rio que o
cacique apresentou aos alunos. As professoras juntamente com algumas mães que
foram convidadas a irem ao passeio para ajudar cuidar dos alunos prepararam um
delicioso almoço onde viram que a comida no fogão a lenha e diferente “mas”
saborosa segundo o relato dos alunos.
Os alunos tiveram ainda o contato bem próximo com a arara azul, ave que
esta ameaçada de extinção e puderam fotografar.
No dia seguinte os alunos relataram a experiência vivenciada aos colegas,
segundo os relatos das crianças foi uma experiência emocionante. E os professores
entenderam a importância dessa atividade nas escolas.
Ainda nessa turma foi desenvolvido outro combinado na sala com o intuito
de resolver um problema de indisciplina da turma, fator apresentado até o momento
como responsável dela defasagem na aprendizagem da turma.
16
REALIZANDO COMBINADOS NA ESCOLA.
Devido algumas dificuldades de aprendizagem encontrada em algumas
turmas, a escola sugeriu aos professores que fizessem combinados nas salas com
sua turma.
A turma que apresentasse evolução em relação aos combinados receberia
como prêmio, um dia diferente na escola que era um banho de lona; os alunos
procuram corrigir uns aos outros para que esse dia chegasse logo.
Assim que os professores perceberam a mudança da turma agendou com a
direção da escola o dia diferente com os alunos, entregou um bilhete e pediu que as
crianças levassem para os pais assinar e trouxessem de volta para a escola e só
assim poderia participar da brincadeira.
A escola providenciou um pedaço de lona, uma mangueira, os alunos
trouxeram de casa detergente neutro e toalha de banho. É importante alertar aos
professores que organize os alunos em fila para evitar acidentes, para fazer desse
combinado um dia inesquecível, o professor pode ainda organizar os alunos em fila
e deixar quatro por vez para facilitar o controle dos alunos. Então o professor joga
detergente na lona e vai jogando água nos alunos e eles escorregando na lona com
sabão. Na realização dessa atividade os pais poderão ser convidados a participar
caso haja interesse.
Segundo MELLO (2012, p. 78), in: PNAIC (BRASIL, 2015, p.55, caderno 2),
o sentido que as crianças atribuirão à escrita será adequado se ele for coerente com a função social, coerente com o significado social da escrita. Podemos mostrar às crianças - por meio das vivencias que proporcionamos envolvendo a linguagem escrita – que a escrita serve para escrever histórias e poemas, escrever cartas e bilhetes, registrar planos, intenções e acontecimentos, por exemplo.
O Professor não deve ficar preso nos livros didáticos os quais serve como
apoio na realização das atividades, e sim buscar outros recursos levando em conta o
social da turma para que seu trabalho tenha resultado positivo, crianças que não
possui contato direto com as novas tecnologias deve se adaptar as atividades de
acordo com a turma. O professor que busca formar alunos leitores deve oferecê-lo
oportunidades ter contato com essas tecnologias levando na sala de aula, a
apresentação de histórias em forma de slides, contato com o computador mesmo
que só na escola despertará no aluno um gosto maior pela leitura. O uso de jogos
17
pedagógicos onde o aluno formará palavras, frases e ler para o colega desenvolve a
leitura, a escrita e a socialização.
18
CAPITULO II:
LEITURA DELEITE EM SALA DE AULA.
Durante a formação continuada do PNAIC os professores foram orientados
da importância de se trabalhar com uma rotina na alfabetização, foram feita várias
reflexões quanto ao trabalho da leitura deleite na sala de aula com as crianças,
pensando nisso os diretores das escolas decidiram renovar os acervos das
bibliotecas ao perceber o grande interesse dos alunos em ir buscar livros para ler.
Segundo o PNAIC (BRASIL, 2012, p.15), no eixo da leitura, três dimensões
interligadas precisam ser enfatizadas: a dimensão sociodiscursiva; o
desenvolvimento de estratégias de leitura; o domínio dos conhecimentos
linguísticos.
Segundo SOLÉ (1998, p. 47), in: BRASIL (2015, p.16)
se ensinarmos um aluno a ler compreensivamente e a aprender a partir da leitura, estamos fazendo com que ele aprenda a aprender, isto é, com que ele aprenda de forma autônoma em uma multiplicidade de situações.
Na formação do pacto os professores receberam instruções de como
trabalhar a leitura deleite na sala que sempre deveria ter um lugar especial com o
nome de: Cantinho da leitura organizado pelo professor onde cada aluno poderia
ter acesso quando quisesse desde que, respeitasse os combinados da sala. O
curioso e que eles respeitavam mesmo e sempre estavam com os livros nas mãos
mesmo sem saber ler.
Todo início da aula o professor regente fazia a leitura deleite para sua turma,
a onde perceberam que com essa didática os alunos demonstraram gosto pela
oralidade, já que gostavam de planejar leitura para a próxima aula. Alguns
professores observando o interesse dos seus alunos tiveram a iniciativa de comprar
e sortear um livro por semana como forma de incentivo, com a condição de que o
sorteado realizasse a leitura do livro para a turma na semana seguinte, os pais
participavam ajudando os filhos na leitura em casa.
No fim do ano os alunos do 1º ano já estavam quase todos lendo com
exceção dos portadores de alguma dificuldade de aprendizagem ou necessidade
especial, mas mesmo esses faziam a leitura oral da sua maneira, olhava, folheava
os livros e criava sua versão da história fascinada.
Segundo o referencial curricular nacional (BRASIL, 1998, p. 122), para
aprender a ler e a escrever, a criança precisa construir um conhecimento de
natureza conceitual: precisa compreender não só o que a escrita representa, mas
também de que forma ela representa graficamente a linguagem. Isso significa que a
alfabetização não é o desenvolvimento de capacidades relacionadas a percepção,
memorização e treino de um conjunto de habilidades sensório-motoras. È, antes, um
processo no qual as crianças precisam resolver problemas de natureza lógica até
chegarem a compreender de que forma a escrita alfabética em português representa
a linguagem, e assim poderem escrever e ler por si mesmas.
Para LUCKESI (2005, p.126), apud. SANTOS (2010, p. 24)
[...] capacidades, como as de analisar, compreender, sintetizar, extrapolar, comparar, julgar, escolher, decidir, etc. tem por suporte conhecimentos que, ao serem exercitados, produzem habilidades que, por sua vez, se transformam em hábitos.
Os professores da alfabetização de 1º, 2º e 3º ano deveriam desenvolver
uma sequência didática com seus alunos, cada professor poderia escolher o livro em
que pudessem envolver o maior numero de disciplinas possíveis, os alfabetizadores
poderiam fazer o trabalho em grupo ou individual, uns fizeram individual e outros em
grupo, mas no final o resultado foi positivo.
Segundo ALMEIDA (2011, p. 113).
A conversa após a história prolonga o deleite, mas é necessário ter atenção na seleção dos questionamentos para que não sejam superficiais, óbvios ou condicionadores; é preciso preocupar-se em ouvir relatos das identificações sentidas pela criança com alguma personagem, enfim, com relação que ela venha a estabelecer com a história.
Contudo, torna-se imprescindível alertar que não existem “formulas mágicas”, para substituir o entusiasmo do contador. Mesmo assim, quem deseja ser bom contador de histórias, deve desenvolver alguns passos importantes em seus preparativos:
1. Nunca conte uma história que não interessa ao nível da classe. 2. É muito importante que as crianças estejam fisicamente bem próximas ao contador, se possível, dispostas em semicírculo, para se sentirem próximas mentalmente. 3. Nunca quebrar a narração para fazer comentários (mesmo ligados à história) nem mesmo para chamar a atenção de alguma criança. 4. Conhecer bem a história a ser narrada. O professor que ler a história pouco antes da aula não está apto a narrá-la. 5. Planejar a apresentação da história antes de contá-la, treinando antes a sequência dos fatos, ligando-os à apresentação das gravuras ou cartazes a serem utilizados durante a narrativa. 6. Verificar se a história contém passagens que necessitem de anterior explicação. Caso exista, simplificar ao máximo, passando à sua necessária explicação.
20
7. Verificar se a história ainda não é de conhecimento das crianças. O prévio conhecimento diminuiria muito o interesse. 8. Contar com naturalidade, usando uma linguagem simples e correta. A linguagem deve estar à altura do entendimento das crianças. 9. Modular a voz, encarando os ouvintes, sem se fixar em nenhum. Nunca interrompa a narrativa, e conte a história com velocidade crescente. 10. Verificar se as crianças estão bem acomodadas. Acúmulo de crianças tende a quebrar o interesse. 11. Fale sempre em tom agradável, nem depressa e nem devagar. 12. Evite comentários inúteis, pois cansam a criança. [...].
Segundo referencial curricular nacional (BRASIL, 1998, p. 141),
Quando o professor realiza leituras de um mesmo gênero está propiciando às crianças oportunidades para que conheçam as características próprias de cada gênero, isto é, identificar se o texto lido é, por exemplo, uma história, um anúncio etc. São inúmeras as estratégias das quais o professor pode lançar mão para enriquecer as atividades de leitura, como previamente o assunto do qual trata o texto; fazer com que as crianças levantem hipóteses sobre o tema a partir do título; oferecer informações que situem a leitura; criar um certo suspense, quando for o caso; lembrar de outros textos conhecidos a partir do texto lido; favorecer a conversa entre as crianças para que possam compartilhar o efeito que a leitura produziu, trocar opiniões e comentários etc.
Com a implantação do PNAIC nas escolas da rede municipal e estadual, os
professores durante a formação continuada foram capacitados para trabalhar de
forma interdisciplinar com sequência didática para ajudar no desenvolvimento da
leitura dos alunos, com o intuito de que os alunos saíssem do 3º ano do ensino
fundamental lendo e escrevendo. O objetivo do programa do governo era auxiliar os
professores nessa árdua tarefa já pesquisas revelavam a defasagem da
aprendizagem dos alunos nas séries seguinte.
Na sequência didática no 1º ano, foi trabalhado Gênero: Interdisciplinar
com o livro: “CABE NA MALA”, da Autora: Ana Maria Machado e Claudius, da
Editora Salamandra, seguindo algumas orientações dos orientadores do PNAIC.
Nessa sequência didática as professoras desenvolveram atividades
abrangendo as áreas de Linguagem (inglês, português, artes), ciências sociais (
religião, história, geografia), ciências naturais e matemática. Os professores
precisam atentar-se na escolha de um bom livro isso facilitará no planejamento e
execução das atividades propostas.
O objetivo principal desse trabalho segundo as professoras A e B que
trabalhavam com alfabetização era desenvolver nos alunos o gosto pela leitura
desde a série inicial, já que essa é fase da descoberta das crianças, e também a
21
fase onde eles encontram conflito na escrita e na leitura, muitas tem medo, e buscar
uma atividade onde eles tivessem prazer pela leitura seria muito importante.
Primeiro passo: Escolha do livro, leitura, planejamento e desenvolvimento
prévio das atividades e áreas do conhecimento em que irão ser trabalhadas.
Segundo passo: apresentação do livro para a turma em forma de slides
uma forma de utilizar as tecnologias, já que a maioria dos alunos tem acesso aos
meios tecnológicos e com isso auxiliaria na curiosidade dos mesmos, que ao
retornar a sala deveriam fazer a ilustração da história.
Terceiro passo: Confecção e ilustração do cartaz para a leitura com o texto
fatiado da história “Cabe na Mala ”esse cartaz deveria ficar exposto na sala a
disposição dos alunos, que não cansava de ficar lendo mesmo sem saber direito,
mas na dúvida sempre perguntavam ao professor.
Quarto passo: Desenvolvimento das atividades escritas na sala, cada dia
era trabalhado uma área específica do conhecimento, isso deixava as aulas mais
atrativas, os alunos também ilustraram seus próprios textos uma forma de deixar
tudo mais interessante.
Quinto passo: Os alunos com a ajuda das professoras confeccionaram e
ilustraram a mala com EVA, onde seriam guardados os trabalhos das crianças, eles
demonstravam uma grande satisfação em criar suas malas, cada um do seu jeito
específico.
Essa atividade teve um resultado satisfatório já que, as crianças que não
sabiam desenhar despertaram para a realização das atividades, os que não sabiam
começarão a ler, pois com o cartaz sempre exposto na sala os colegas que já liam
ajudavam os que não sabiam ler, isso só ajudava cada dia mais a aprendizagem
dos alunos.
Segundo ABROMOVICH (1993), apud ALMEIDA (2011, p.111), ouvir
histórias deve fazer parte do cotidiano escolar, pois essa atividade estimula o
desenhar, o musicar, o pensar, o teatralizar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o
escrever, o querer ouvir de novo. Afinal, tudo pode nascer de um texto.
Quando o professor faz a leitura e convida os alunos pra interpretar a
história com dramatizações tudo fica mais interessante, mas precisa atentar-se em
22
fazer o revezamento fazendo com que todos participem como um todo. Eles sentirão
verdadeiros atores da história tornando assim leitores ativos.
Para CAVALCANTI (2002, p.65), apud ALMEIDA (ANO, p.112)
existe todo um ritual na contação de histórias que, de alguma forma, deve ser levado em consideração. Contar um conto exige que se prepare devidamente o ambiente, Os ouvintes devem estar preparados para a entrega, confiar naquele que narra, pois “penetrar nas densas florestas, cabanas no bosque, mares sem fim, castelos encantados, grutas e cavernas exige confiança” (CAVALCANTI, 2002,p.65). Dessa forma, percebemos que o contador precisa estabelecer um vínculo com a sua audiência. Foi assim desde os primeiros tempos. Exige uma verdadeira tradição de as narrativas serem contadas ao redor do fogo ou da água, conforme a época do ano.
Para cada tipo de texto o professor deve criar situações diferentes para que
haja um encantamento com o que se vai ouvir.
Na formação continuada do PNAIC, os professores ficaram encantados ao
realizar uma dinâmica em grupo chamada de “suspiros poéticos,” onde cada
participante recebeu um poema e um canudo de papel para fazer a leitura.
A atividade se desenvolve da seguinte maneira: divide a turma em dupla,
cada um recebe um poema e um canudo de papelão decorado com varias figuras
em EVA, primeiro um colega faz a leitura e o outro coloca o canudo no ouvido para
ouvir depois troca, essa atividade deixou os professores que são adultos
fascinados, e se fosse com crianças, eles com certeza iriam achar a atividade
interessante também e o professor estará utilizando uma nova prática de leitura.
Criar, reinventar novas formas de induzir a criança á leitura e fundamental para um
professor que quer formar leitores, mas tudo por prazer sem sufocar o aluno. O
professor deve ainda criar com os alunos fantoches nas aulas de artes, material que
será utilizado para contar histórias, isso só trará magia para as crianças ao trabalhar
com um material criado por eles, aumentando a autoconfiança e o prazer em praticar
a leitura cada vez mais. Só pra recordar os professores devem utilizar nessa
atividade os combinados da sala, pois só assim terá controle dos trabalhos em sala.
Segundo SILVA (1991, p.138), apud ALMEIDA (2011, p.90), Nenhuma outra instituição tem condições melhores para reunir e dinamizar material bibliográfico condizente com as aptidões de leitura das crianças do que a biblioteca escolar; a proximidade da sala de aula, a interação professor-bibliotecário-aluno, as orientações mais atuais do ensino que impelem a criança para a busca-descoberta através de diferentes textos.
23
O professor deve fazer visitas constantes ao menos uma vez por semana ou
quando for possível de acordo com a demanda de cada escola, e quando for feita as
visitas o professor deve agendar antecipadamente com o bibliotecário para que haja
um maior aproveitamento desses momentos. Fazer um bom planejamento de qual
objetivo a ser alcançado, que tipo de obras será abordado em cada visita, conversar
com os alunos orientando na escolha de qual livro eles poderão buscar na biblioteca,
de acordo com seu planejamento, mas também precisa atentar-se e marcar um dia
de leitura e deixar que os alunos fiquem livres pra fazer a leitura ou simplesmente
apenas manusear, observar as figuras, isso deixará os alunos entusiasmados e
ficarão curiosos em aprender a ler. O professor alfabetizador precisa ficar muito
atento pra não bloquear os alunos antes de aprender a ler.
Sempre que retornar da biblioteca questionar aos alunos do que mais
gostou, que tipo de livro chamou mais sua atenção, dar oportunidade aos alunos de
se expressar, só fará com que ele se interesse cada vez mais pela leitura.
Permitir aos alunos que empreste livros para levar pra casa, para que leiam
com os pais, oportunizando os em expandir seus conhecimentos e desta maneira
envolver a família no estudo dos filhos trará bons resultados.
Segundo (FACHIN e KIESER 2011), apud ALMEIDA (2011, p.93), uma biblioteca escolar que visa à interação de alunos, professores e informação, para facilitar o processo ensino aprendizagem, deve ter: - horário adequado e flexível aos usuários; - seleção adequada do acervo ao seu usuário;e estruturas definidas; - acesso livre, com empréstimo domiciliar; - políticas desenvolvidas entre o bibliotecário e outros profissionais da escola para incentivar a leitura; - conhecimento dos motivos , que levam os alunos à biblioteca; - investimento na atualização do acervo, que o torna cada vez mais adequado à clientela escolar; - investimento na constante atualização do profissional habilitado; - atividades de integração entre professores e bibliotecários.
Segundo ZOTZ e CAGNETI (2010), apud ALMEIDA (2011, p. 99): permitir
que ele escolha a obra, que “entre” no livro pelo lado que mais lhe atrair. Assim,
gradativamente, é que se conseguirá chegar mais perto do que já queria Monteiro
Lobato, que era o “morar no livro”.
24
CAPÍTULO III:
COMO MOTIVAR OS ALUNOS A TER HÁBITOS DE LEITURA
Segundo SILVA (2009, p. 33)
[...] Podemos distinguir polo menos três formas de leitura, ou três atitudes do leitor durante o ato de ler.
Inicialmente temos a leitura mecânica, que consiste na habilidade de decifrar códigos e sinais. Até há pouco tempo, pensava-se que a alfabetização resumia-se a isso: transformar os sinais pretos sobre a folha branca em sons constituidores de palavras. Habilidades semelhantes a de “saber ler” ouras linguagens que não a do alfabeto, como o Código Morse, o Braille, as partituras musicais. Isso é leitura? Sem dúvida, mas é o seu nível mais elementar, e não é esse tipo de leitura que temos em mente quando pensamos em leitura na escola.
Outra forma de leitura é a que Paulo Freire denominou leitura de mundo. Diferentemente da leitura mecânica, na qual nós iniciamos na escola, a leitura de mundo é um processo continuado, que começa no berço e só se encerra no leito de morte. Desse aprendizado ninguém é excluído, para a escola da vida não há limitações de verbas, nela não se tiram férias e nem se promovem greves. A leitura de mundo nos ensina a ler mais do que os sinais pretos sobre a folha branca, ela nos ensina o significado das nuvens no céu, a promessa de um sorriso, revela-nos a impaciência atrás de um gesto, um “sim” na boca de quem “não”. È a leitura tomada em seu sentido mais amplo.
Essa leitura ensina meteorologia ao agricultor; ao médico, fornece dados para o diagnóstico, às vezes mais seguros e confiáveis do que os do laboratório; ao navegante, ensina o sentido das rotas e dos ventos; e a todos os homens, ensina lições de convivência. Com essa habilidade de ler o mundo, marcada pela subjetividade de cada um, o leitor aproxima-se do texto, tentando decifrar seus códigos e sinais. A leitura de mundo, portanto, como bem ressaltou Paulo Freire, precede a leitura mecânica e a ela deve somar-se. Essa habilidade de decodificar múltiplos sinais e códigos diversificados permite-nos, por exemplo, identificar significados nas modulações nos contadores de histórias ou perceber intenções no traço e no colorido das ilustrações dos livros, fazer leituras de estratos sonoros e visuais que ultrapassam e reforçam as palavras de um texto. Quando associamos a leitura à escola, logo pensamos nas aulas de Português ou no espaço da biblioteca. Portanto, em geral temos em mente a leitura de textos, escritos, jornais, revistas, livros. Neste caso, estamos falando do encontro de dois leitores, do autor e de seu leitor. São dois mundos que se tocam. Se a experiência de vida de ambos for parecida, se o texto falar de experiências semelhantes às vividas pelo leitor, se a história se situar em locais de sua vivência, se o tempo retratado for aquele que o leitor conheceu, a leitura vai ter o sabor gratificante do reconhecimento. Se, ao contrário, o mundo da ficção lida for totalmente diferente da experiência do leitor, este terá o prazer da descoberta. Sempre, porém, haverá, no momento da leitura, o cruzamento de dois mundos. Por isso, a leitura de um mesmo livro nunca será igual para dois leitores.
A terceira forma de leitura é o que se poderia chamar de leitura de crítica. É a que alia a leitura mecânica à de mundo, numa postura avaliativa, perspicaz, tentando descobrir intenções, comparando a leitura daquele momento com outras já feitas, questionando, tirando conclusões. Este é um patamar de leitura que não se atinge de imediato, ou seja, que requer um percurso por parte do leitor. Para ser capaz de fazer uma leitura, é preciso
estar com todo o conhecimento – a bagagem cultural – a postos, estar com a mente alerta e ser capaz de relacionar, confrontar, chegar a sínteses e conclusões. Se um leitor crítico não é resultado de dom, mas de aprendizado. Por isso, está ao alcance de todos nós.
Quando o professor aprende a trabalhar com seus alunos os gêneros
textuais, estará também sendo um grande promotor da leitura, pois a criança
aprenderá desde muito cedo, ainda que não saibam ler direito, ou esteja nas séries
iniciais, sua curiosidade despertada fazendo pesquisa em tudo que ver pela frente.
Favorecerá também os hábitos de leitura quando a criança lembra aos pais que
investigue os rótulos das embalagens, a validade dos produtos adquiridos nos
comércios, que pesquisem nos folhetos promocionais e ainda pedem aos pais que
façam comparações de preços, que busquem as melhores ofertas, no uso de
medicamentos recorda aos pais que leiam a bula antes para conferir o remédio e
sua dosagem, com todas essas informações fornecidas pelo professor a família
também irá adquirir bons hábitos de leitura e facilitará o aprendizado dos filhos pela
vida inteira.
Segundo MAROTE e FERRO (1994, p. 87), apud ALMEIDA (2010, p.56),
só por meio da vivência das formas de comunicação, em situações reais e concretas de uso social da escrita, o aluno aprenderá a noção do que é escrever. Perceberá que a escrita envolve um modelo, um plano, um todo organizado, e que as exigências com relação à estruturação e à representação, via de regra, só poderão ser satisfeitas mediante a multiplicidade de papéis assumidos pelo produtor do texto.
Os gêneros textuais vão se estabelecendo socialmente; portanto, o professor deve estar atento para os usos sociais da linguagem para fazer da sala de aula um ambiente em que circulem os mais diferentes gêneros. Assim, o estudo de gêneros diversificados é oportuno, uma vez que os alunos terão contato com variadas formas de interação social, nas mais diversas práticas cotidianas de comunicação.
Quando o professor aproveita as datas comemorativas para trabalhar
gêneros textuais como: cartas, bilhetes, avisos e convites, devem aproveitar para
incentiva-los a ler esses textos, pois ao ler ele estará encontrando os caminhos da
leitura em outros textos e não apenas nos livros didáticos ou cartazes fixados nas
paredes.
Vale ressaltar que e importante que o professor sugere aos alunos que
escreva bilhetes, cartas, convite a alguém da escola isso despertará o gosto pela
escrita também, mas e bom lembrar que após a escrita o professor peça ao aluno
que leia o que escreveu ou que gostaria de ter escrito, assim ao corrigir
cuidadosamente com atendimento individual esse aluno possa fazer suas próprias
26
correções e receber a orientação necessária para avançar na leitura, o professor
deve tomar muito cuidado ao fazer sua colocação para não intimidar o aluno e criar
um bloqueio na leitura.
O professor que quer formar leitores, precisa gostar de ler para seus alunos,
já que eles tendem a copiar seus professores. E interessante que o professor se
prepare antes para ler a história para seus alunos, é importante que analise os
tempos, lugar, personagens, sons que aprece na história e procure imitar os
personagens, isso deixará a leitura mais emocionante e com certeza chamará a
atenção das crianças do prazer em ler.
Um professor que não gosta de ler fica difícil incentivar os alunos ao hábito
de leitura, portanto é necessário que o mesmo demonstre um grande interesse pelos
livros e apresente aos alunos algumas de suas preferências, pois muitos alunos das
séries iniciais buscam referencias nos professores querendo imitá-los e essa é a
hora do professor aproveitar as oportunidades e motivar seus alunos tornando-os
leitores por prazer e não por obrigação.
Para auxiliar os alunos no gosto pela leitura sugere que sejam desenvolvidos
projetos com práticas de leitura nas escolas como: temas folclóricos envolvendo
músicas, cantigas populares, parlendas, lendas, histórias folclóricas; nas festas
juninas aproveitar para trabalhar as receitas das comidas típicas até mesmo fazer
alguma receita com os alunos, isso despertará neles o interesse em ler para as
mães em casa, aguçando o gosto pela leitura e participarem dos afazeres
domésticos com as mães.
A escola deve sugerir aos professores que aproveitem as datas
comemorativas para desenvolver projetos criativos com os alunos trazendo os pais
para assistirem as apresentações como: música, teatro, poesia, danças etc. isso
valorizará o aluno despertando seu interesse por pesquisas e leitura.
Segundo ROMAN JAKOBSON, apud (ALMEIDA, 2011, p. 30).
[...] A literatura infantil é uma comunicação histórica (localizada no tempo e no espaço) e um destinatário – criança (receptor) que, por definição, ao longo do período considerado, não dispõe se não de modo parcial da experiência do real e das estruturas linguísticas, intelectuais, afetivas e outras que caracterizam a idade adulta.
Para auxiliar os alunos no gosto pela leitura sugere que sejam desenvolvidos
projetos com práticas de leitura nas escolas como: temas folclóricos envolvendo
27
músicas, cantigas populares, parlendas, lendas, histórias folclóricas; nas festas
juninas aproveitar para trabalhar as receitas das comidas típicas até mesmo fazer
alguma receita com os alunos, isso despertará neles o interesse em ler para as
mães em casa, aguçando o gosto pela leitura e participarem dos afazeres
domésticos com as mães.
A escola deve sugerir aos professores que aproveitem as datas
comemorativas para desenvolver projetos criativos com os alunos trazendo os pais
para assistirem as apresentações como: música, teatro, poesia, danças etc. isso
valorizará o aluno despertando seu interesse por pesquisas e leitura.
28
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste trabalho foi possível compreender a importância que a leitura
representa em relação ao desenvolvimento individual da criança, físico, sensorial e
intelectual. Pedagogicamente representa uma função importante no
desenvolvimento de aptidões na aprendizagem em grupo o que favorece a
socialização, a integração, o respeito, a solidariedade, a entre ajuda, o respeito de
camaradagem, a unidade, a responsabilidade e outros valores que permitem o
crescimento harmonioso equilibrado. A leitura envolve e pode inicialmente permitir
que o indivíduo sinta-se mais a vontade diante dos desafios, mas durante sua
construção, utilização e avaliação levado-o a lidar com situação muito mais
complexa ligada as regras, as possibilidades ou não de destas ser modificada, sua
validade, as consequências do não cumprimento das mesmas.
A utilização da leitura com frequência possibilita que o individuo depare com
a sua dificuldade e aos poucos sem perceber os erros desaparecem e os acertos
vão aumentando. E com o passar do tempo vem o sucesso, pois o problema foi
solucionado.
Então podemos dizer que ler e aprender andam juntos, é através da leitura
fazer dramatizações da história lida, podemos observar os prazeres, frustrações,
desejos, e principalmente que o professor faz da leitura uma brincadeira, um
momento onde a criança terá um aprendizado significativo no decorrer de sua vida.
Através do planejamento que fiz e apliquei na sala observada (1º, 2º e 3º
ano) durante esse trabalho, procurei proporcionar às criança não só o aprendizado,
mas também o resgate do prazer pela leitura em forma diferenciada, brincando com
as palavras, respeitando o universo infantil. Lembrando que para que a inserção de
atividades com práticas de leitura no cotidiano da escolar, seja uma ação de
sucesso, é preciso que os profissionais tenham seus objetivos de trabalho bem
definidos, conheçam o nível de aprendizagem de sua turma e o estágio de
desenvolvimento em que os seus alunos se encontram.
A formação desses profissionais é um fator relevante para que as atividades
realizadas tenham um retorno satisfatório.
O trabalho de pesquisa tem o objetivo de identificar como a utilização de
atividades lúdicas na leitura torna as aulas mais atrativas no contexto da educação
infantil e séries iniciais podendo colaborar para o desenvolvimento da aprendizagem.
Partindo do pressuposto de que a brincadeira é uma ação intrínseca à vida infantil e
que a sua realização promove satisfação e prazer para quem pratica a leitura é
possível crer que, utilizar estas atividades com finalidades pedagógicas pode gerar
um maior aprendizado do que quando feita apenas pela utilização de atividades
ditas tradicionais, como trabalhar com o quadro, apresentação de conteúdos apenas
de forma oral.
É importante destacar que a aprendizagem proporcionada pelo lúdico não
acontece somente nos momentos em que este está aliado a atividades
educacionais, no momento em que as crianças brincam de forma livre e natural, sem
a influência ou direcionamento do profissional de educação ou de um adulto também
existem inúmeras aprendizagens proporcionadas pela brincadeira. A intenção é
apontar a leitura como uma alternativa para a metodologia utilizada na educação
infantil (e séries iniciais), não como um recurso único, mas como uma estratégia que
não impossibilita utilização simultânea de outros recursos e estratégias
metodológicas.
Através da leitura, mostrar ao professor que a aprendizagem é ativa,
dinâmica e contínua, ou seja, uma experiência basicamente social, que tem a
capacidade de conectar o indivíduo com sua cultura e meio social mais amplo. A
atividade lúdica quando envolvida na prática de leitura torna se uma aliada na
preparação da criança para receber o conhecimento facilitando sua alfabetização
bem como toda a aprendizagem intelectual ou de relação com o mundo da cultura.
Quando o professor das séries iniciais tiver se conscientizado de que essa educação
pelo movimento é uma peça mestre do edifício pedagógico, que permite à criança
resolver mais facilmente os problemas atuais de sua escolaridade e a prepara, por
outro lado, essa atividade ocupará um lugar privilegiado ao lado da leitura, da escrita
e da matemática, matérias ditas com base, à sua existência futura de adulto.
O professor tem um papel a desempenhar na vida do educando que é
organizar, coordenar situações de aprendizagem, adequando suas ações as
características individuais de cada educando, levando em conta suas dificuldades
individuais facilitando assim o desenvolvimento de suas capacidades e habilidades
individuais.
30
É imprescindível que os educadores compreendam a importância do brincar
e suas implicações, para organizar o processo educativo de modo mais positivo,
contribuído para o desenvolvimento das crianças.
O trabalho com a leitura de forma lúdica é fundamental e muito positivo tanto
para o aluno quanto para o professor. Torna-se um ganho mútuo, para o professor,
que se sente mais realizado com o envolvimento dos alunos e com os resultados
obtidos; ganha o aluno, que aprende mais do que aprenderia na situação simples, só
com a teoria e deixará de ser um mero receptor de informações, que às vezes são
muito vagas para o seu mundo infantil.
O professor interessado em promover mudanças, poderá encontrar na
proposta da leitura uma importante metodologia, que contribuirá para diminuir os
altos índices de fracasso escolar e evasão verificada nas escolas.
Devemos reconhecer a importância do uso da leitura no cotidiano em sala
de aula, principalmente na alfabetização, pois ao separar o mundo adulto do infantil,
o real do imaginário, nossas crianças conseguem assimilar os conteúdos e
concretizar a aprendizagem. Os efeitos da leitura começam a ser investigados pelos
pesquisadores que consideram a ação lúdica como metacomunicação, ou seja, a
possibilidade da criança compreender o pensamento e a linguagem do outro.
Quanto mais os alunos enfrentam dificuldades de ordem física e econômica,
mais a Escola deve ser um local que lhes traga outras “coisas”. Essa alegria, não
pode ser uma alegria que os desvie da “luta”, mas eles precisam ter o estímulo ao
prazer em ler para buscar novas respostas para suas perguntas que são muitas. A
alegria deve ser prioridade para aqueles que “sofrem” mais fora da escola. Estudos
demonstram que através de atividades lúdicas, o educando explora muito sua
criatividade, melhora sua conduta no processo de ensino aprendizagem e sua
autoestima.
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALMEIDA, V. Fundamentos e metodologia do ensino da língua portuguesa. Curitiba: Fael, 2010. ALMEIDA, V.; Literatura infanto juvenil. Curitiba: Fael, 2011, BRASIL. PNAIC. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa. Projetos didáticos e sequências didáticas em diálogo com os diferentes componentes curriculares; ano 3 vol. 6. Alfabetização em Foco. Brasília: Ministério da Educação, FNDE, 2012. BRASIL. PNAIC. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: progressão escolar e avaliação: o registro e a garantia de continuidade das aprendizagens no ciclo de alfabetização: ano 3, unidade 8. Brasília: MEC, SEB, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional, 2012. BRASIL. PNAIC. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa: a criança no ciclo de alfabetização caderno 2 Brasília: MEC, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional, SEB, 2015. BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: Ministério da Educação, 1998. v.3. MOREYRA, Carolina. O guarda chuva do vovô. São Paulo: DCL, 2008.
SANTOS, J. G. Avaliação do desenvolvimento da aprendizagem. Curitiba: Fael, 2010. SILVA, V. M. T.; Literatura infantil brasileira, um guia para professores e promotores de leitura. Goiânia: CÂNONE, 2009. ZOTZ, W. ; CAGNETI, S. Livro que te quero livre. Florianópolis: Letras Brasileiras, 2010.