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Alfabetização e Letramento
Semelhante ou diferentes? Qual a especificidade e conceito na teoria e na prática pedagógica? Qual o termo correto a ser utilizado? Como surgiu o termo Letramento? É possível alfabetizar e letrar?
Construtivismo: Construído pelo próprio aluno; Realiza-se concomitante ao desenvolvimento
cognitivo da criança; Realiza-se a partir das experiências das crianças; Estimula conflitos cognitivos; Análise e síntese são realizadas pelo aluno
(hipóteses de leitura e escrita) É flexível; Exige interação e ação; Inicia-se antes da sistematização da escola. Piagetiano e apoia-se nas pesquisas de Emilia
Ferreiro e Ana Teberosky
Níveis de aprendizagemSegundo Ferreiro e Teberosky
Pré-silábico:Escrever e desenhar tem o mesmo significado;Não relaciona a escrita com a fala;Não diferencia letras de números;Realismo nominal (tamanho das coisas associado a escrita);Usa letras do nome;Lê palavra como um todo;Não acredita que seja possível escrever e ler com menos de três letras.
Conflitos:
Que sinais eu uso para escrever palavras?Conhecer o significado dos sinais escritos.
Avanços:
Diferenciar o desenho da escrita;Perceber as letras e seus sons;Identificar e escrever o próprio nome;Identificar o nome dos colegas;Perceber que usamos letra sem diferentes posições.
Atividades favoráveis: Desenhar e escrever o que desenhou; Usar, reconhecer e ler o nome em situações
significativas: chamada, objetos... Ter contato com diversos tipos de texto; Conversar sobre a função da escrita; Letras móveis; nome, nome dos amigos... Bingo de letras; Produção oral de histórias; Escrita espontânea; Reconhecer a letra inicial e final, entre outros....
Silábico: Para cada fonema, usa uma letra; Pode ou não atribuir valor sonoro à letra; Pode usar muitas letras para escrever e ao fazer a
leitura, apontar apenas uma letra para cada fonema; Ao escrever frases, pode escrever uma letra para
cada palavra
Conflitos: A escrita está vinculada à pronuncia das partes da
palavra? Como ajustar a escrita á fala? Qual a quantidade mínima de letras necessárias
para se escrever?
Avanços:• Atribuir valor sonoro às letras;• Aceitar que não é preciso muitas letras para se
escrever, apenas o necessário para representar a fala.
Atividades favoráveis:• Anteriores;• Comparar a escrita de palavras diversas;• Escrever pequenos textos memorizados;• Completar palavras com letras para evidenciar o som;• Relacionar figura a palavras reconhecendo a letra
inicial;• Caça-palavras, cruzadinhas, dicionário ilustrado,etc.
Silábico-alfabético:
Compreende que a escrita representa os sons da fala; Percebe a necessidade de mais de uma letra para a
maioria das sílabas; Reconhece o som das letras; Pode dar ênfase a escrita do som só das vogais ou só
das consoantes:
Bola = AO ou BL Atribuir o valor do fonema em algumas letras:
cabelo = kblo.
Conflitos: Como fazer a escrita dela ser lida por outras pessoas? Como separar as palavras na escrita se isto não
acontece na fala? Como adequar a escrita á quantidade mínima de
caracteres?
Avanços: Usar mais de uma letra para representar o fonema
quando necessário; Atribuir o valor sonoro das letras
Atividades favoráveis:
As anteriores; Separar as palavras de um texto memorizado; Generalizar os conhecimentos para escrever palavras
que não conhece:
Associar o NA do nome NAYSA para escrever navio, nariz, nave, natal...
Ditado de palavras conhecidas; Produzir pequenos textos; Reescrever histórias, ...
Alfabético:
Compreende a função social da escrita: comunicação; Conhece o valor sonoro de todas ou quase todas as
letras; Apresenta estabilidade na escrita de palavras; Compreende que cada letra corresponde aos menores
valores sonoros da silaba; Procura adequar a escrita á fala; Faz leitura com ou sem imagem; Inicia a preocupação com as questões ortográficas; Separa as palavras quando escreve frases;
Conflitos: Por que escrevemos de uma forma e falamos de outra? Como distinguir letras, silabas e frases? Como apresentar s convenções das língua escrita?
Avanços: Preocupação com as questões ortográficas e textuais
(parágrafo e pontuação) Usar letra cursiva.
Atividades favoráveis: Anteriores, leituras diversas, listas de palavras com
mesmas regularidades ortográficas, A partir de uma texto localizar palavras, frases, ordenar o texto...
Há diferentes tipos de letramentos associados a diferentes domínios sociais, como: tecnológico, literário, religioso...
A PERSPECTIVA HISTÓRICO-
CULTURAL
NA ALFABETIZAÇÃO Com o objetivo de investigar o
desenvolvimento da linguagem na criança,
Gontijo (2008) discute a ideia de alfabetizar
letrando, pois acredita que essa dicotomia
vem colaborando para o retorno de
concepções que já demonstraram sua
ineficiência na prática educativa.
A autora defende que é necessário construir
um conceito de alfabetização que abarque as
dimensões integrantes desse processo,
tomando por base a abordagem histórico-
cultural.
A linguagem escrita deve ter significado para as crianças e, portanto, ser incorporada a uma tarefa necessária e relevante para a vida (VIGOTSKI, 2000).
A partir das orientações da perspectiva
histórico-cultural Gontijo (2008), defende
que a alfabetização “[...] é o processo de
inserção no mundo da linguagem escrita”
(GONTIJO, 2002, p. 2) que se inicia na vida
das crianças muito antes delas entrarem
para a escola. Como é uma forma especial
de linguagem, o seu aprendizado constitui o
processo mais amplo de desenvolvimento da
linguagem na criança e integra vários
aspectos.
Nesse sentido, problematiza a tentativa de
Soares (2003) em conceber a alfabetização
como processo específico, tomando como
referência o sentido etimológico da palavra
(“levar à aquisição do alfabeto”, “do código
escrito”) que pouco contribui para um conceito
de alfabetização que leva em conta a sua
natureza complexa, especialmente em
contextos pedagógicos, pois segundo Gontijo:
“[...] isso redundaria em uma visão que
desconsidera que as palavras, os textos que
lemos ou escrevemos expressam sentidos que
queremos comunicar, registrar...” (p. 4).
Nesse sentido, defende que a questão
central sobre o conceito de
alfabetização não está relacionada à
necessidade de recuperar/defender a
especificidade desse processo, mas na
necessidade de construção de um
conceito aberto, capaz de integrar
diferentes dimensões que abarcam a
aprendizagem da língua, numa
perspectiva histórica, cultural e
dialógica.
“[...] a alfabetização é uma prática sociocultural em que as crianças, por meio do trabalho integrado com a produção de textos orais e escritos, a leitura, os conhecimentos sobre o sistema da língua portuguesa e com as relações entre sons e letras e letras e sons, formam a criticidade, a criatividade e a inventividade” (GONTIJO, 2012).
Com esse conceito, a autora evidencia que é
possível romper com a complicada distinção
alfabetização (processo específico) e
letramento (amplo), que pode ocasionar o
revigoramento de dualidades que se baseiam
no privilégio da natureza linguística da
alfabetização, cabendo ao letramento os
aspectos funcionais de uso da língua, uma
vez que essas dimensões não são suficientes
para subsidiar as práticas educativas em torno
da língua escrita.
Contra uma educação centrada na cultura presente no cotidiano imediato dos alunos que se constitui, na maioria dos casos, em resultado da alienante cultura de massas, devemos lutar por uma educação que amplie os horizontes culturais desses alunos; contra uma educação voltada para a satisfação das necessidades imediatas e pragmáticas impostas pelo cotidiano alienado dos alunos, devemos lutar por uma educação que produza nesses alunos necessidades de nível superior, necessidades que apontem para um efetivo desenvolvimento da individualidade como um todo (DUARTE, 2004, p. 20, apud BRITTO, 2011, p. 65).
Assim...