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ALIMENTAÇÃO ANIMAL: experiência solidária do grupo de forragem do Assentamento Oziel Pereira, Remígio-PB SCHIOCHET, Dilei Aparecida. Curso de Especialização em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido Brasileiro / UFPB. [email protected]. RESUMO: O presente artigo foi fruto da vivência e das investigações realizadas no Tempo Escola e Tempo Comunidade no Assentamento Oziel Pereira município de Remígio-PB, do Curso de Especialização em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido Brasileiro. No tempo escola estudamos a formação sócia histórico, do semiárido bem como o acumulo de inúmeras experiências de convivência com o semiárido, a educação contextualizada instrumentos e métodos de trabalho com os camponeses, bases teóricas e vivencias que contribuíram na elaboração teórica deste artigo culminando com a experiência do tempo comunidade foram desenvolvidas experiências dando ênfase as processos metodológicos participativos para desenvolvermos em processo contínuo as atividades com o grupo de forragem. Através do conhecimento adquirido na etapa de ensino sobre educação contextualizadas instalou-se a necessidade de coletivizar e divulgar as experiências que estavam sendo desenvolvidas pelo grupo de forragem, a partir daí o campo experimental passou a ser, também, mais uma ferramenta didática e claramente contextualizada para a troca de saberes priorizando a essência da construção do saber. Palavras chaves: Vivência; Semiárido; Alimentação Animal

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL: experiência solidária do grupo de forragem

do Assentamento Oziel Pereira, Remígio-PB

SCHIOCHET, Dilei Aparecida. Curso de Especialização em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido Brasileiro / UFPB. [email protected].

RESUMO: O presente artigo foi fruto da vivência e das investigações realizadas no Tempo

Escola e Tempo Comunidade no Assentamento Oziel Pereira município de Remígio-PB, do

Curso de Especialização em Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido

Brasileiro. No tempo escola estudamos a formação sócia histórico, do semiárido bem como o

acumulo de inúmeras experiências de convivência com o semiárido, a educação

contextualizada instrumentos e métodos de trabalho com os camponeses, bases teóricas e

vivencias que contribuíram na elaboração teórica deste artigo culminando com a experiência

do tempo comunidade foram desenvolvidas experiências dando ênfase as processos

metodológicos participativos para desenvolvermos em processo contínuo as atividades com o

grupo de forragem. Através do conhecimento adquirido na etapa de ensino sobre educação

contextualizadas instalou-se a necessidade de coletivizar e divulgar as experiências que

estavam sendo desenvolvidas pelo grupo de forragem, a partir daí o campo experimental

passou a ser, também, mais uma ferramenta didática e claramente contextualizada para a troca

de saberes priorizando a essência da construção do saber.

Palavras chaves: Vivência; Semiárido; Alimentação Animal

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ABSTRACT:

Resumen: El presente artículo fue fruto de la convivencia e de las investigaciones

realizadas en el tiempo escuela e tiempo comunidad en el Asentamiento Oziel Pereira

Municipio de Remigio-PB, del curso de especialización en procesos históricos e

Innovaciones Tecnológicas en el Semiárido Brasileño. En el tiempo escuela estudiamos la

formación socio Histórica, del Semiárido bien como el acumulo de innúmeras

experiencias de convivencia con el Semiárido, la educación contextualizada instrumentos

y métodos de trabajo con los campesinos, bases teóricas y vivencias que contribuyeron en

la elaboración teórica de este articulo culminando con la experiencia del tiempo

comunidad fueron desarrolladas experiencias con énfasis a los procesos metodológicos

participativos para desarrollarnos en un proceso continuo a las actividades con el grupo de

forraje. A través del conocimiento adquirido en la etapa de enseñanzas sobre la educación

contextualizadas se impuso la necesidad de colectivizar y divulgar las experiencias que

estaban siendo desarrolladas por el grupo con trabajo sobre forraje, a partir de ahí el área

experimental paso a ser, también, mas una herramienta didáctica y claramente

contextualizada para el intercambio de saberes priorizando la esencia de la construcción

del saber.

Palabras llaves: Vivencia, Semiárido, Alimentación animal.

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Introdução

Alimentação animal; experiência solidária do Assentamento Oziel Perreira foi consolidada à

partir da metodologia do curso de especialização em processos históricos e inovações

tecnológicas no semiárido, onde o mesmo se propõe a unificar a teoria com a pratica, onde

ensinar e aprender são partes do mesmo processo de conhecer, isto é de compreender, intervir

e transformar a realidade.

A pecuária extensiva e o latifúndio estão no berço da formação sociocultural e econômica no

semiárido, onde se concentravam os maiores quantidades de terra implantadas pelo sistema

das capitanias hereditárias e mais tarde com a consolidação a lei de terras em 1850

transforma-se em grandes latifúndios utilizando-se da mão de obra escrava que hora se

transformam em vaqueiros que ao se juntarem criam a categoria dos tropeiros, grupos que

saem de suas fazendas à procura de vender suas mercadorias, ö gado que se transforma em

carne couro e charque.

A consolidação do sistema produtivo da pecuária extensiva requeria pouca mão de obra, um

dos motivos pela qual ao longo dos séculos a região semiárida consolida os povoados que irão

originar as cidades ora torna-se exercito de reserva, para o desenvolvimento industrial na

região sudeste e no norte do país, extrair a matéria prima para a indústria a exemplo da

borracha.

Atualmente a população do semiárido é de 23.846.982 milhões de habitantes dentre os quais

38% vivem no campo com um território de 980.133,079 km (12% do País). Dentre a

população do campo estão os assentamentos que segundo dados do: DATALUTAS: Banco de

dados da luta pela terra, 2010. Na região nordeste tem 3.964 assentamentos com um total de

famílias de 330.002 usufruem de 9.850.376 hectares, sendo a região dos pais com maior

número de assentamentos. Isso revela enorme força social acumulada em organização social

mais que ainda necessita ser organizada na organização de sistemas produtivos adaptáveis a

região semiárida

O semiárido brasileiro contabilizou 1,7 milhões de estabelecimentos agropecuários, onde a

agricultura familiar ocupava em 2006 89% dos estabelecimentos em apenas 43% da área.

(SIGSAB – Sistema de Gestão e de Conhecimento do Semiárido). Segundo o mesmo sistema

de informação em 2012 no semiárido 31,2 milhões é o efetivo de cabeças de animais dos

quais 53% bovino, 25% ovinos e 21% caprinos, sendo que no estado da Paraíba o rebanho de

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bovinos é de 752.385 bovinos, 449.589 caprinos e 350.492 de ovinos totalizando um rebanho

de 1.552.466.

Apesar de haver mudanças na estrutura agrária, segundo os dados numéricos, constatamos um

aumento expressivo de estabelecimentos familiares, mas que ainda permanece a terra

concentrada em poucas mãos visto que perdura a concentração da terra quando verificasse que

os estabelecimentos familiares usufruem apenas 43% das terras, ficando para a grande

propriedade mais da metade das terras do semiárido.

Em relação ao rebanho de animais predomina a criação de bovinos, mantendo ainda nos dias

atuais como sistema produtivo a pecuária no semiárido brasileiro.

O Assentamento Oziel Pereira é resultado de um processo de luta pela Reforma Agrária,

organizado pelo MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Nasceu do conflito

da luta coletiva e com experiências exitosas na produção agroecológica, porém com

necessidades latentes de inovar seus sistemas produtivos resquícios absolvidos por modelos

impostos de agricultura ora colonial ora agronegócio ambos hegemonizam a mesma estrutura

produtiva: o da grande propriedade, monocultura da disputa de mercados e poucas políticas e

inovações tecnológicas para a agricultura camponesa.

Historicamente segundo Brandão 2006, sempre o saber partiu da dicotomia entre o

pesquisador/ pesquisado/conhecedor/conhecido, cientista/cientificado, quebrar com a

hierarquia na construção dos sabres foi um exercício constante na vivencia praticada entre nos

educandos e os dose componentes do grupo de forragem.

Os conteúdos do tempo escola no que se refere a estrutura agrária, tecnologias de produção

de alimentos para animais e alternativas foram a base pra entendermos a realidade objetiva. O

tempo comunidade vivenciado é o fio condutor deste artigo. “O voluntarismo nunca fez

mudança, nem o espontaneismo. A transformação social implica em convivência com as

massas e não a distancia delas (Peloso 2009).

Vivenciar, fomentar e resgatar alternativas na produção de forragens buscando troca saberes

elementos sólidos para construir alternativas que sejam adaptáveis ao semiárido esse é o

objetivo deste artigo. “Conhecer é resolver” de nada valeria nosso curso de especialização se

não estivesse a serviço da transformação social

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1 - Latifúndio e pecuária no semiárido

Segundo Stedile, 2005 A região semiárida após colonização portuguesa configurasse em um

enorme latifúndio com a consolidação das capitanias hereditárias, onde o sesmeiro tinha o

direito de posse, porem o domínio da terra e era do rei de Portugal, ficando ao proprietário os

investimentos bem como os benefícios.

“As concessões no norte abrigavam em geral uma maior extensão territorial do que no sul.

Com extensão feita da donataria do Visconde de Asseca em Campos, as sesmarias no Sul não

excediam de três Léguas de extensão quando no norte havemos de encontrar concessões 20 e

50 e mais léguas.

Basta assinalar as concessões de Graciad`Avila, donatário das sesmarias e seus parentes que

se estendiam da Bahia até o Piauí em extensão de 200 léguas (Stedile,2005)

Conhecida como a famosa Casa da Torre, da qual ocuparam os sertões e implementaram no

semiárido a pecuária extensiva originando o sistema de currais e vaqueiros que desbravavam a

catinga dizimando e escravizando os povos indígenas ou povos bárbaros denominados na

época. Emergiu lutas entre indígenas e brancos que com seus vaqueiros e escravos iam se

instalando nas ribeiras, rios açudes encostas das serras enfim onde se localizava as terras mais

férteis propicias para instalar seus currais e desencadear a pecuária extensiva.

Em 1710 chegou a ser o maior latifúndio do Brasil, com cerca de 340 léguas de terras,

chegando a ser maior que os reinos na Europa.

No semiárido Paraibano segundo Andrade, 1998 ‘O sertão Paraibano seria também invadido e

semeado de sesmarias na segunda metade do século XVII por estradas que partiam do leste,

com Teodósio de Oliveira Ledo, e por vindas do sul que ocupam o alto curso do rio Piranhas

e a bacia do Rio do Peixe. A influencia paraibana penetrava os Cariris Velhos até Boqueirão e

dai se estendia a Taperoá, enquanto a baiana e Paulista as áreas drenadas pelo Piancó e pelo

Piranhas”.

Os sesmeiros escolhiam sempre pontos estratégicos para fazer seus currais, onde os vaqueiros

e escravas de confiança tomavam conta da propriedade, em troca recebiam como remuneração

a “quarta” dos bezerros que nasciam a outros eram dados sítios que correspondiam uma légua

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em quadro que anualmente tinham que pagar ao dono cerca de 10 mil reis por ano ao cesteiro.

A distancias e o clima de semiaridez foram fatores importantes para que no semiárido se

desenvolvesse um modo de vida próprio para seu sustento, a convivência no semiárido é

processo de aprendizagem de armazenar alimento para os períodos de estiagem. A carne e o

leite como base alimentar, bem como implementação de lavouras nos baixios e margens dos

açudes (chamadas cultura de vazantes) surgindo a necessidade de utilização de cercas de varas

e pedras para impedir a entrada de animais bem como abrigar e cercar seus próprios animais

formando ai seus curais.

Lei n 601/18/09/1850 primeira lei de terras no Brasil; lei esta que consolida a propriedade

privada no Brasil, promulgada por D. Pedro II, define que só poderia ser proprietário de terra

quem legalizasse sua terra em cartório pagando a coroa certa quantia em dinheiro, quantia

essa que; Inviabilizava pobres, escravos e negros serem proprietários, apropriadas pelos

sesmeiros antigos concessionários da Coroa, registram suas terras em cartórios ou em casas

paroquiais transformando á forma de aquisição da propriedade terra que antes detinham a

posse de uso agora passam á proprietários de terra.

Essa Lei n 601, de 19850 tem como característica principal a implementação no Brasil da

propriedade privada das terras, ou seja, a lei proporciona fundamento jurídico à transformação

da terra – que é um bem da natureza e, portanto, não tem valor, do ponto de vista da economia

política – em mercadoria, em objeto de negócio, passando, portanto, a partir de então, a ter

preço, normalizando a propriedade privada da terra. (Stedile, 2005).

Esse marco regulatório é determinante para compreender a forma como se deu a posse da

terra no Brasil, sua consolidação demarca em nosso território, conflitos entre os que são donos

da propriedade e os despossuídos que servirão de mão de obra ao latifúndio, explorados pelo

capital, porem que reagem, surgindo a luta de classes em nosso território, que vão se

acumulando ao longo do tempo e se transformando de lutas isoladas a momentos sociais

articulados a nível nacional e internacional.

A consolidação do latifúndio mantém a distancia entre povoados que no século 19 esses

aglomerados irão se transformar em cidades. Sendo assim o distanciamento entre as

propriedades pela sua quantidade de terras pode vir a ser um dos fatores importantes no

desenvolvimento das práticas da convivência no semiárido, surgindo da necessidade de

desenvolver formas de subsistência de armazenamento bem como de como locomoção entre

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os povoados e controle dos seus rebanhos, a criação de cavalos e jegues que servem

instrumento de locomoção e transporte de mercadorias. Os tropeiros originários desta região

eram conhecidos como: grupos de homens que utilizavam suas cavalarias com vistas a

desbravar a caatinga e consolidar trilhas que passavam a ser estradas em busca de comércio.

Aonde paravam para descansar e pernoitar paravam em lugares margens de rios ou lagoas,

com água e sombra, para repor suas energias e de seus animais dando origem assim as cidades

hoje como é o casso do surgimento da cidade de Remígio no Curimataú Paraibano.

O município de Remígio está localizado no estado da Paraíba, localizado na microrregião do

Curimataú Ocidental, incluso dentre os 1.135 municípios que estão na região do semiárido

nordestino.

A menos de 5km da cidade de Remígio, está localizada a antiga fazenda Queimadas, que tinha

como sua principal atividade agrícola a pecuária extensiva, e pela proximidade do município

de Areia caracterizada como região do Brejo, muito provável que no século XIII haveria uma

vegetação típica da zona da mata. A identidade Fazenda Queimadas, surgiu pelo fato de que

nos períodos de preparo da terra para o plantio se faziam queimadas, ai surge o vocabulário

“vamos colocar um roçado nas queimadas”.

2 - Criação extensiva de gado na região semiárida.

A criação extensiva, com o gado solto, não requeria grandes cuidados, não necessitava de

muitos braços (Andrade,1998)

A cultura da criação extensiva em regiões semiáridas permanece na atualidade, inclusive nos

projetos de assentamentos ora pela falta de mão de obra ora pela herança da formação

cultural. Esse modelo de produção imposto desde o processo de colonização a cultura da

grande fazenda agora vai para o lote. A forma de organização do assentamento passa a ser

relevante no processo produtivo. Antes uma grande fazenda agora fazendinhas que mais

recentemente as elites apelidaram de agro negocinho grandes propriedades subdivididas em

pedaços. Esse modelo torna a sobrevivência econômica inviável, necessitando-se de

mudanças urgente nas formas de organização da produção. A consequência disso é o

abandono dos lotes a grande rotatividade das famílias. A população de idade avançada

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causando a dispersão da família camponesa. Trazendo assim o dilema qual seria o numero de

hectares que um assentado necessitaria pra viver bem no semiárido? Podendo vir a ser o

tamanho da propriedade/lotes um dos fatores que inviabiliza que as gerações (filhos)

permanecem na terra e retirem dai seu sustento.

Dentre os vários fatores do processo produtivo em áreas de assentamento como: o da mão de

obra e do tamanho da propriedade mudanças climáticas estes podem vir a ser elementos

relevantes para a viabilidade econômica e social das famílias camponesas.

Como diria Andrade, 1998, A falta de braços intensifica a opção pela pecuária em

assentamentos, como é o caso de Dona Luzia Maria da Conceição e José Antônio dos Santos,

conhecido como Seu Gá que vivem da pecuária e sem o alento dos filhos, fazem da

madrugada a ordenha de seu pequeno rebanho para que ao amanhecer possam encher as

mamadeiras das crianças que vivem na periferia da cidade de Remígio. Ao retornar incansável

tange o rebanho para o pasto e restante do dia resgatando forragem para alimentar seu

rebanho.

Não sendo conhecido, ainda o meio de prever as secas com bastante antecedência, resta ao

criador o recurso de guardar forragens na forma de “cercados”, formação de pastagem, da

produção de bancos de proteína do armazenamento do feno, de silagem ou de capins das

vazantes ou, então, de torta. Duque, 1973.

Na atualidade vivenciada é visível as mudanças climáticas, a diminuição dos períodos de

chuva no semiárido. Por isso faz-se necessário fomentar sistemas produtivos adaptados a

realidade, bem como recompor as perdas de solo e biodiversidade da caatinga rememorando

as antigas práticas vivenciadas pelos camponeses e camponesas em períodos de estiagem mais

longos, como buscar novas experiências condizentes coam a realidade. Como diria Duque,

1973, o recurso e guardar forragem e viabilizar, necessitamos além de guardar forragem,

recuperar solos, plantas nativas e armazenar agua da chuva, elementos estruturantes para

viabilizar o processo produtivo da criação de animais seja ele de grande a pequeno porte.

O suporte forrageiro e a consolidação de sistemas integrados de produção passam a ser

elemento indispensável para que os camponeses não estejam sujeito a submissão do capital

externo, ou melhor da matéria prima, do mercado na compra de farelo de soja ou trigo ou

milho de outras regiões do país, acarretando altos custos para garantir seus rebanhos e

consequentemente aumentado o custo de produção.

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Como podemos identificar no estudo de viabilidade econômica do leite realizada por Duarte

2012 a pedido das organizações sociais do campo sobre o programa PAA Leite na Paraíba.

Identifica-se que o maior custo de produção por litro de leite está na aquisição de concentrado

com um custo de 50% do valor total da produção litro/leite.

Tabela 4: COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DO LEITE DA PARAÍBA (ESTIMATIVA)1

Relacionando o custo do leite de cabra com o de vaca observa-se que o custo de litro de leite

de cabra o mesmo estudo reafirma que o de vaca que esse é absurdamente alto e oneroso

tendo como maior responsável o custo do concentrado. Sendo, os farelos de trigo, soja milho

e torto mais utilizado sendo o grande consumidor da renda da pecuária leiteira no estado.

1 Base de cálculos a partir de metodologia da EMBRAPA Gado de Leite e discussões com os produtores.

ICPLP Custo em

R$ por

litro de

leite de

cabra

Peso para

leite de

cabra

Custo em

R$ por

litro de

leite de

vaca

Peso de

para o

leite de

vaca

Mão de obra R$ 0,10 8,5% R$ 0,067 8,5 %

Forragens/Volumoso R$ 0,29 25,0% R$ 0,24 30,0 %

Concentrado R$ 0,57 50,0% R$ 0,41 52,0 %

Sal mineral R$ 0,017 1,5% R$ 0,011 1,5%

Manejo e sanidade

animal

R$ 0,028 2,5% R$ 0,019 2,5%

Higienização do leite R$ 0,017 1,5% R$ 0,08 1,0%

Reprodução e

manutenção do

rebanho

R$ 0,023 2,0% R$ 0,008 1,0%

Energia e combustível R$ 0,017 1,5% R$ 0,015 2,0%

Manutenção e reparo

das instalações (currais

e capris)

R$ 0,028 2,5% R$ 0,011 1,5%

Total R$ 1,15 100% R$ 0,79 100 %

Lucro Líquido

aproximado por litro

de leite

R$ 0,15 R$ 0,03

Renda líquida máxima

diária do leite

R$ 2,55 R$ 0,81

De sua própria Mão-

de-obra

R$ 1,70 R$ 1,81

Total diário máximo R$ 4,25 R$ 3,62

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Vale ressaltar que no semiárido havia o algodão nativo conceituado como mocó ou Seridó

resistente ao clima que além de boa qualidade da fibra, era utilizado como ração animal

substituindo o concentrado sendo uma opção de concentrado produzido na comunidade local

sem depender da compra de fora da propriedade.

O segundo maior gasto está no consumo de forragem/volumoso 25% do custo, somando o

custo do concentrado e do volumoso teríamos 75% do custo por litro, diminuir os insumos

externos e produzir internamente proporcionaria um aumento expressivo na renda liquidada

para o produtor.

Partindo dos pressupostos da necessidade de readequar a forma de produção da pecuária

extensiva historicamente consolidada no semiárido, em contraponto o surgimento dos

programas de Reforma agrária, grandes fazendas subdivididas em lotes resta inovar e

reconstruir novas relações de produção baseados em sistemas produtivos, que tenham como

principio a recomposição da vida e da natureza.

A experiência da produção de forragem no Assentamento Oziel Pereira é fruto de estudo, luta,

vivencia, intercambio de saberes entre camponeses e intelectuais orgânicos comprometidos

com o povo e o bioma semiárido.

3 – Origem do assentamento e suas principais características

O assentamento Oziel Pereira Localizado no município de Remígio, a área foi ocupada em

27/09/1998, por 250 famílias Sem Terras. Anteriormente que originou o PA era denominada

fazenda Queimadas com uma área de 2.996 há, com a desapropriação foram assentadas 150

famílias, em 2002 houve uma reagrupação onde 100 famílias optaram pela forma de

organização associação e 50 famílias na forma de organização cooperativada, dai fundada a

Cooperativa de Produção Agropecuária do Assentamento Oziel Pereira Ltda – COOPAP –

2002. Dentre as 50 famílias que compõe a cooperativa, estão distribuídas em duas agrovilas a

do Cajá com 30 famílias e a de Lagoa do Jogo com 20 famílias a definição das componentes

dos lotes foi através sorteio em assembleia geral. Em média a distancia entre o lote produtivo

e de ambas as agrovilas ficou em média de 2km a 7km, esse distanciamento entre a moradia e

o lote 10ha trouxe insegurança os riscos de furtos de animais e motos são freqüentes, gerando

perdas econômicas irrecuperáveis.

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Ressalta-se aqui um elemento de extrema relevância por ser um dos poucos assentamentos

que está em um processo de transição agroecológica, uma vez que a maiorias dos assentados

produzem agro ecologicamente, pode-se citar varias experiências dentro do assentamento

como canteiros econômicos, barragens subterrânea, barragem calçadão, cisternas em todas as

residências, biodigestores, hortas medicinais, bancos de sementes, fundos rotativos solidários

de produção de telas e pequenos animais ovelha e galinhas, lona e cisternas, tanques de

pedras, grupos de mulheres produzem bolo e alimentação para eventos integradas no PENAI e

PAA, (Programa Nacional de alimentação escolar e Programa de aquisição de alimentos)

quintais produtivos, experiências de produção de hortaliças com sistema de irrigação gerado

energia solar, produção de batatinha agroecológica, viveiro de mudas, casa do mel,

piscicultura, feira agroecológica e a escola de ensino fundamental com a implementação da

pedagogia da educação no campo.

Dentre as várias experiências produtivas seis são organizadas em grupos por afinidade

produtiva (produção de bolos, Fundos rotativos solidários, banco de sementes, produção de

mudas, piscicultura e forragem) variando de 05 a 12 pessoas por grupo produtivo e os demais

estão nos lotes individuais mais articuladas entre si. E mais recente a formação do grupo de

forragem e piscicultura.

É um assentamento vinculado ao INCRA (Instituto Nacional de Reforma Agrária) inserido

em políticas públicas de saúde, educação, habitação, Assistência Social e Técnica, bolsa

família. O assentamento conta com organizações e redes que contribuem no processo

produtivo e organizativo destacando as seguintes: MST - Movimento Dos Trabalhadores Sem

Terra: STR - Sindicato Dos Trabalhadores Rurais do Município De Remígio: ASA-

Articulação Nacional Do Semiárido e AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecológica,

ambas organizações da sociedade civil que contribuíram em inovações dos sistemas

produtivos adaptáveis a agricultura familiar camponesa com base agroecológica

Em 2013 inicia a parceria com a instituição INSA- Instituto Nacional do Semiárido,

localizado em Campina Grande, integrada na estrutura do Ministério da Ciência Tecnologia e

Inovação- MCTI. (WWW.insa.gov.br)

4 - Experiências do coletivo de produção de forragens

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Surgiu de uma decisão política do MST- Movimento Sem Terra em buscar junto ao INSA -

Instituto Nacional do Semiárido, parceria com vistas a desenvolver pesquisas conjuntas em

projetos de Reforma Agrária. Ao mesmo tempo o INSA visa viabilizar soluções

interinstitucionais para a realização de ações de pesquisa, formação, difusão e formulação de

políticas para a convivência sustentável com a semiaridez, a partir das potencialidades

socioeconômicas e ambientais da região diante do que o INSA se propõe e necessidade dos

assentamentos nasce a parceria, na área da formação.

O Curso de especialização “Processos Históricos e Inovações Tecnológicas no Semiárido

Brasileiro” que transita por três áreas de conhecimento:

Processos Históricos: Compreender historicamente a realidade do semiárido Brasileiro,

observando a “seca” como uma construção humana.

Técnicas e Tecnologias para a convivência com o semiárido: Conhecimento e

potencialização de alternativas agroecológicas desenvolvidas pelos camponeses, INSA, ONGs

e Movimentos Sociais de manejo agroecológico da caatinga, do solo, da agua, e de forragem

animal.

Educação do Campo contextualizada ao semiárido: enquanto opção pedagógica para o

curso e para as práticas em que os educandos estão envolvidos.

A princípio na proposta inicial do publico do curso seria alunos oriundos do estado da

Paraíba. Porem o curso tomou uma dimensão em nível da região nordeste, demanda surgida

no processo de consolidação do curso pelos movimentos sociais que culminou na participação

de 06 estados do semiárido (Paraíba, Bahia, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe),

totalizando uma turma de 55 educandos provenientes dos Assentamentos de Reforma agraria,

Educandos das escolas do campo, Profissionais de Ates, servidores do INCRA e Militantes

dos Movimentos Sociais. Subdividido entre tempo escola e tempo comunidade com um total

de 525 horas tempo escola organizado em quatro módulos e tempo comunidade como

podemos visualizar no quadro anexo.

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As 16 áreas experimentais, foram distribuídas de acordo com o estado e proximidade dos

educandos que em pequenos coletivos tem a missão de intercambiar saberes entre educando e

comunidade/assentamento.

Na Paraíba foram propostos 03 assentamentos: Assentamento Nova Conquista, município de

Condado, Assentamento Novo Campo município de Barra de São Miguel e assentamento

Oziel Perreira município de Remígio.

Iniciamos a parceria com o plantio de plantas forrageiras, visto que já havia

disponibilidade no viveiro de mudas de canafistula-de-besouro, palma, umbu e gliricídia no

campo experimental do INSA prontas pra ser removíveis para o campo.

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No dia 11 de abril de 2013, iniciamos a primeira reunião com o núcleo de Lagoa do Jogo, no

assentamento Oziel Pereira. A mobilização para está reunião se deu através da visita casa á

casa das famílias. Na qual estavam presentes 90% das 20 famílias que ali residem na agrovila.

Após apresentação de todos o MST coloca os objetivos da parceria e passa a palavra ao INSA

através de seus dois representantes (Prof. Daniel Duarte e João Macedo), onde os mesmos

fizeram um resgate das plantas nativas de forragem na região. Ao interagir com as famílias as

espécies mencionadas pelos membros da reunião das quais conheciam e utilizavam foram:

palma, caldeiro, mandacaru, palha de milho, palha de feijão guandu, facheiro, capim

braquiária e elefante, gliricídia, sabiá, maniçoba, melancia de cavalo. Durante o dialogo da

proposta de implementação do experimento, ficando assim proposto pelos integrantes da

reunião que a principio iniciaríamos experimentos nas parcelas onde 06 famílias colocaram á

disposição: a terra (área cercada) e mão-de-obra para o plantio, a intencionalidade da direção

do MST era implementar nas áreas coletivas como forma de reaproveitá-las e motivar o

trabalho coletivo nos assentamentos, porem não houve discordância mais as condições não

estavam dadas pra implementar o experimento nas áreas coletivas necessitava ser protegidas

por cerca para evitar possível depredação do experimento pelos animais. A princípio iniciou

no lote do Senhor José Antonio dos Santos conhecido como Chico, hoje ainda referencia de

cuidados especiais ao experimento, a qual todos de maneira geral em forma de mutirão entre

as famílias que aderiram o plantio nos lotes. Aqui vale apena mencionar, uma das falas do

Assentado Paulo Alexandre da Silva quando fomos plantar em seu lote “Olha, não vou plantar

as 365 mudas de agave. Pois, duas mudas, dei ao meu gado pra ver se comia. Eles lamberam

até o chão. Então significa que presta, me animei mais ainda”.

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Fonte: Arquivo INSA

No experimento dos lotes parcelas individuais foi plantado 03 tipos de forragem nativa

existem na região o agave, canafistola e gliricídia as mudas foram doadas pelo INSA e o

agave foi adquirido no campo experimental da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária) no município de Sumé também em forma de doação só tivemos o

compromisso de remunerar a mão de obra pra a retirada das mudas.

A segunda etapa foi a implantação do campo experimental na área coletiva, nos reunimos pra

definir o local e o dia fixo para o trabalho coletivo semanal, tento como primeiro passo a

construção das cerca, e após o inicio do plantio na área coletiva onde foram cercados em

média 04 hectares de área. Tornando o sábado o dia da semana onde a comunidade tem o

compromisso de dia de trabalho comunitário.

As regras estabelecidas nesse trabalho, que só irão usufruir do experimento os que estiverem

participando do trabalho “o principio de cada um recebe de acordo com o trabalho

empregado” e que todos os que receberam em seus lotes agora tinham o compromisso de

contribuir no coletivo.

Definida á área e cercada a cooperativa arou a terra e no dia 20 de julho de 2013 o curso de

especialização como aula prática a partir do experimento dos lotes tem sua aula pratica na

área coletiva e teórica, da qual inicia o plantio de forma de carrossel, os 58 educados foram

divididos em 05 grupos: Cerca, medição de curva de nível, grupo de plantio de mudas de

agave, grupo do plantio de canafistola e gliricidia e outro dois consórcio (feijão guandu,

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milheto). Plantaram o equivalente á 1/3 das mudas disponíveis, ficando as demais para o

grupo plantar posteriormente nos mutirões.

Totalizando o plantio na área coletiva de 2.470, 150 mudas de gliricidia, 100 de canafistola,

10 de umbu, palma doce miúda 100, palma baiana e orelha de elefante 110 e agrave 2.000.

Vários mutirões de limpa realizados pelo grupo que dentre um dos períodos de chuva

aproveitamos pra plantar milho e feijão, sendo que o milho devido a ocorrência de pouca

chuva não obtivemos êxito e o feijão da variedade mulatinho de cacho na quantidade de duas

garrafa pet/2l colhemos 15kg e feijão de variedade mexicano 12 kg total de 37kg que

destinamos ao banco de sementes da comunidade.

Dentre todas as mudas plantadas, não visualizamos perca das mudas plantadas todas

permanecem resistente, mesmo que sem folhas nos períodos de estiagem, mais que ao cair das

chuvas estréiam seus galhos e folhas crescendo em média ano 06 á 10 cm. Sendo que o agave

sobrevive naturalmente em períodos de estiagem não visualizamos mudanças, desenvolve

independente de chuva, que atualmente já exubera suas mudas que devemos estar doando ou

multiplicando para outras áreas, pois é necessário seu remanejamento.

Em relação ao experimento da palma não obtivemos êxito no plantio das mudas as ovelhas

vizinhas extraíram até as raízes e não conseguirão sobreviver. Porem receberam um

tratamento especial só pra elas assim nasce o campo de reprodução de mudas de palma.

5 - Projeto de revitalização da cultura da palma forrageira

O surgimento do Projeto de pesquisa proposto pelo INSA para implantação do “Projeto de

Revitalização da cultura da palma forrageira que consiste na implantação de campos

experimentais de reprodução de mudas de palma resistente á cochonilha do carmim dentre os

26 campos propostos oito foram instalados em assentamentos e os demais para agricultores

familiares, tendo como critério a água para irrigação, e dentre as possibilidades logísticas o

assentamento Oziel Perreira foi beneficiado com um campo experimental que a principio

mobilizamos todas as famílias assentadas porem quem assumiu todo o processo da

implementação foi o grupo coletivo de forragens. Tendo como premissa água para que o

campo recebesse semanalmente 1 á 2 litros muda de água semanal por sistema de irrigação de

gotejamento, sendo assim o único local apropriado foi o açude que fica as margens da BR

porem distante da comunidade de Lagoa do Jogo e próximo a vila do Cajá, vulnerável á

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possibilidade de roubo e distante da mão de obra hegemônica do grupo, esse campo veio

ampliar as variedades de forragens plantadas passando de 04 para 06 variedades, com inicio

de plantio dia 27 a 30 de novembro de 2013.

As três variedades de palma, palma doce miúda, Palma orelha de elefante, e elefante

mexicana plantadas somando um total de 15.840 mil raquetes em com dimensão de área de

124m x 65,5m totalizando 8.122 m quadrado e um espaçamento 1,5 x 05 x 05 metros, em

fileiras duplas.

Como podemos visualizar no estado da Paraíba, os municípios onde foram implementados os

campos de Palma, bem como a criação municipal e estadual do Gabinete da Palma.

5.1 Origem da Palma e sua serventia

Originária do México, introduzida no Brasil no final do século XIX, PA pouco mais de 100

anos, trazida do México por dois empresários Brasileiros da indústria têxtil, Delmiro Golveia

e Herman Lundgren, ambos tinham fábrica de tecido e o objetivo era produzir corante

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vermelho denominado carmim, para tingir tecidos. Os animais nos períodos de seca se

aproximavam e se alimentavam dela, verificando ai um aumento de leite e peso. Comprada

sua adaptação ao clima semiárido com a grande seca em 1932, o então Ministro da viação e

Obras, José Américo, paraibano natural de Areia, autorizou a implantação de 200 campos de

Palma nos estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas, chegando a ser o pais que mais produz

palma no mundo cerca de 500mil há

No Brasil é utilizada como forragem animal porem no México chega a ser a terceira hortaliça

mais consumida, sua fibra desidratada é comercializada como auxiliar no processo digestivo e

rica em vitamina A, ferro e cálcio, é considerada uma planta medicinal, combate á diabetes,

melitus,hiperlipidemia – excesso de lipídios no sangue – e obesidade bem como a utilização

para a produção de cosméticos.

Com o surgimento de um inseto conhecido como Cochonilha-do-carmim

(Dactylopiusopuntiae) onde os Estados da Paraíba e Pernambuco são os mais afetados com o

inseto que deixa planta debilitada, provocando o amarelecimento, seca e morre em curto

espaço de tempo provocando uma perca total da palma Gigante, a variedade mais plantada na

Paraíba.

Segundo DUQUE.1973, “Temos armas para a vitória”. As lavouras xerófilas são importantes

dessas armas,... as mesmas devem ser observadas ser baseado nos conhecimentos mais

racionais das condições de cada uma das regiões naturais.

O mesmo orienta que no semiárido devemos incentivar o plantio de plantas que guardam

água, ou seja culturas de pingo d´agua, como diz o ditado popular de grão em grão a galinha

enche o papo no semiárido de pingo em pingo enchemos de água. Que indiretamente será

dado aos animais.

A palma por ser da mesma família da cactácea, da família de pingo d água é importante

diferenciar cada uma dela pela sua origem e característica própria.

5.2 - Breve característica de cada espécie de planta forrageira do experimento.

Canafistula de besouro: Planta nativa da

região, utilizada como arborização graças às suas

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exuberantes flores amarelas. Produz cachos de vargem que servem de alimento para os

animais da caatinga. A partir das vargens recolhidas secas, pode-se produzir o farelo rico em

proteína, contendo em média 23% de proteína bruta, as folhas podem ser utilizadas na

produção de silos ou feno bem como fixa nitrogênio no solo pelo fato de ser uma planta da

família das leguminosas.

Gliricidia sapim: Originária do continente

africano, adaptada ao clima semiárido, é uma

leguminosa arbórea com elevada quantidade de

proteína que contem nas folhas chegando entre

25% a´30% de proteína bruta. Pode ser utilizado

como forragem, adubação verde,

reflorestamento, cerca viva, etc...

Agave (Agave híbrido 11648): O Material,

mudas são híbridas coletadas da Estação

experimental da EMBRAPA localizada no

município de monteiro/PB, serve produção de

fibra natural corda e artesanato e sua massa verde

serve como aproveitamento para a produção de

forragem, retêm e conserva o solo.

Umbu: Planta do gênero spondia, da família das

anarcardidiáceas, nativa na região semiárida, de

formação parecida com um semicírculo, pela sua

grandeza é varanda sombria servindo aos animais

e humanos e do solo. Em seu processo de

crescimento e enraizamento construí sua forma

especifica de armazenar água através de suas

batatasraizes que se tornam reservatório. Anualmente sacia a fome com suas frutas (ameixas

do semiárido) extraído do seu potencial 48 produtos para alimentação humana e animal.

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Palma Baiana ou IPA Sertania, cartácea do

gênero napolea, com folhas mais graúdas muito

semelhante a palma miúda.

Palma miúda: Palma miúda ou Palma doce

(Nopaleacochonillifera). Apresenta crescimento

vertical e produz mais matéria seca por unidade

de ares. Resistente a cochonilha do carmim e

outras doenças. Mais quantidade de raquete.

Palma orelha de elefante Mexicana gênero –

Opuntia tuna, por ser muito semelhante a palma

de espécie gigante, é a Palma que os agricultores

mais demandam.

5. 3 - Composição do grupo coletivo de forragens

José Antonio dos Santos, casado com Luzia da Conceição; tem três filhos, mas nenhum

mora no assentamento. 01 município de Arara/PB e dois em São Paulo; possui 11 cabeças de

gado e 03 vacas leite em média produz dia 20 litros de leite e vende na cidade de Remígio.

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João Rufino dos Santos, casado com Lucinete Rufino dos Santos; 06 filhos, dentre dois

filhos de menor, dois assentados no assentamento vizinho Paulo Freire e uma Mora em

Arara/PB; possuía 10 cabeças este ano reduziu pra 04 cabeças atualmente só tira leite pro

consumo 4 litros dia.

Paulo Alexandre da Silva, casado com Josefa Rosalino da Silva Alexandre, 05 filhos dentre

03 assentados no PA Paulo Freire e 02 no PAA OzielPerreira. Possue 07 cabeças de gado

(corte) dentre um jumento uma égua e um bode.

Severinio Ramos dos Santos, casado com Marilene Silva dos Santos, uma filha de menor, só

cria galinha.

Marinésio Silva Alexandre, casado com Maria Aparecida Benedito dos Santos, uma filha de

menor e possui 10 ovelhas.

Dorgival Dias de Andrade, casado com Margarete tem uma filha de menor e 03 filhos do

primeiro casamento nenhum reside na agricultura. Possui de animais só suinos

Marcos Clementino da Silva,filho de Maria Luzinete Clementino da Costa, solteiro possui

07 animais (corte) um carneiro, um suíno e em média 53 aves dentre galinhas e peru

Rosivan Batista Silva, casado com Viviane Domingos Pereira, 02 filhos de menor e possui

12 cabeças de gado.(corte)

Elenilson Silva, casado,com Taise Batista da Silvapai de 03 filhos de menor, possui 05

cabeças de gado.(corte).

João Alfredo da Silva, casado com Inês Gomes da Silva, possui 11 filhos dentre os quais 05

permanecem no campo, tem 07 animais. (corte)

Janailsa Clementino Barbosa, conhecida como Dedê tem três filhas de menor não possui no

momento nenhum animal mais tem intenção de ter futuramente.

Como podemos identificar os componentes do Grupo, sua hegemonia são homens, contamos

com apenas uma mulher, porem pela divisão do trabalho na agricultura familiar elas estão

ligadas ao processo produtivo pois as mesmas, produzem as mudas forrageiras, cuidam dos

pequenos animais, contribuem nos horários de servir a alimentação para os animais bem como

na produção e sanidade animal produzindo medicamentos alternativos.

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Portanto a criação animal para o grupo coletivo de forragens serve mais como poupança, ou

quando há imprevistos como doenças na família, o gado vira socorro ou mesmo quando

decidem melhorias na casa tanto em reparos ou compra de utensílios domésticos ou

trocar/comprar transporte para se locomover. Identifica-se que nem todos do grupo têm

animais mais como salienta o Sr. Severino membro do coletivo “que o plantio da forragem é

meio de eu me preparar para o dia que quiser adquirir já tenho o alimento garantido” ou seja

todos tem intenção de possuir animais seja de corte, ou pequenos animais como renda e

melhorar a qualidade de vida.

5.4 - A experiência do coletivo de forragem como educação libertadora, troca de saberes

e valores humanistas e socialistas.

“a educação não pode se dar o luxo de ignorar o

chão que pisa”

(Martins, 2004,p.29).

No segundo tempo comunidade o grupo de estudo teve a preocupação em tornar o campo

experimental em uma oportunidade de instrumento de fomentação de educação

contextualizada de convivência com o Semiárido, na qual os protagonistas e construtores do

saber são os próprios Assentados (as) que fazem parte do grupo de forragem, ignorar esses

sujeitos sua capacidade o contexto de vida, o acumulo do saber vivenciado entre a observação

do homem a natureza seria ignorar á própria existência. O coletivo/sujeitos do grupo foi além

apreender quando o mesmo se propõe a dialogar esse saber, a experiência vivenciada para

outros grupos os resultados pedagógicos são imensuráveis ao mencionar os vários

intercâmbios que por ali trocaram saberes.

A primeira delas foi uma capacitação para os técnicos do setor de produção da Cooptera para

que os mesmos se sentissem inseridos no processo, como também vivenciassem o

conhecimento construído com objetivo de interagir para demais PAs. Nesta capacitação

contamos com a presença dos técnicos do INSA que interagiam com os Assentados(as) do

grupo de forragem e os técnicos, despertando a construção do saber, unindo todos os

conhecimentos existentes dando respaldo na construção de um saber maior e de fato

contextualizado.

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O INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no intuito de conhecer

experiências no semiárido organizou uma visita de intercâmbio com os coordenadores da

assistência técnica das agencias dos Estados do Nordeste e representantes do INCRA

Nacional para conhecer a experiência do grupo. Nesta atividade contou-se com a presença do

INSA, do MST e de nós educandos do curso de especialização, bem como dos Assentados(as)

do grupo os quais desempenharam um papel protagonista respondendo e esclarecendo todo o

processo vivenciado, sendo eles os educadores/experimentadores.

Fonte: Arquivo INSA

Imbuídos da metodologia, camponês á camponês, recebemos a visita de 45 agricultores(as) e

técnicos(as) do Estado do Sergipe. Neste intercâmbio,o grupo de forragem apresentou todo o

trabalho que estava sendo desenvolvido, sempre com a interação entre os participantes

promovendo trocas de experiências e de conhecimentos aflorando uma construção ampla do

saber a partir das questões contextualizadas de convivência com o semiárido, a existência do

campo de palma chamou muita atenção do grupo a qual realizaram inúmeros questionamentos

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dentre eles “Como podemos levar essas mudas?’ objetivando ai a necessidade de expandir a

experiência para seu estado de origem.

Oficina de produção de forragem organizada pela equipe da COOPTERRA onde estiveram

representantes dos PAS da região do Curimataú que vivenciaram a experiência. Foi

organizado na oficina de campo com práticas sobre a formulação de produção de silagem,

forma de plantio palma a diversidade de plantas forrageiras existentes e utilizadas na região

as proteínas que contem em cada espécie, sanidade dos animais com a presença de pequenos

animais como ovelha e caprinos realizando exercício pratico desde a utilização de plantas

medicinais bem como método de aplicar vacinas o que mais chamou atenção nessa oficina

foi a presença dos educandos e educadoras da escola que motivados pelos educadores

participaram ativamente da oficina.

No plano plurianual da COOPTERRA na irradiação da experiência na região, a equipe de

ATES incluiu nas demandas dos PAs, as Unidades Demonstrativas (UDs) onde foram

consolidadas no ano de 2015, mais 04 campos de palma resistente a cochonilha do Carmim,

utilizando as mesmas variedades e tecnologia de plantio, localizados: 01 PA ( Projeto de

Assentamento), Retiro, município de Cuité, 01 PA Limão município de Araruna e 02 no

município de Barra de Santa Rosa nos PA Riacho do Sangue e Riacho da Cruz, em no PA

Santa Rosa em processo de plantio e previsto com mudas do campo do PA Oziel a

multiplicação de mais dois campos que chegaríamos ao final do ano com a consolidação de 07

campos de palma.

A multiplicação dos campos materializa a socialização do saber, o saber que sai da pesquisa e

se multiplica na ação que une a necessidade dos sujeitos a realidade concreta dos mesmos.

No intuito de semear palmas e saberes dia 15/05/15 realizamos a assembleia formativa, onde

estiveram representantes de 08 PAs, técnicos da COOPTERRA, Alunos do Curso de

Especialização do curso pós médio da Juventude camponesa e representantes do INSA em

média 83 pessoas, com o objetivo de conscientizar, resgatar a importância da cultura da palma

com vistas a organizar a distribuição das sementes (raquetes de Palma) produzidas pelo grupo

de forragens do assentamento Oziel. Onde mais do entregar a palma foi um momento de troca

de saberes entre os que produziram e intelectuais do INSA, bem como o debate do

procedimento da distribuição, destinado a cada agricultor/assentado um total de 500 raquetes

(200 miúda, 150 Baiana,150 orelha de elefante), onde determinamos o dia para a retirada das

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mudas e a indicação de 03 representantes por PAs para a retirada onde os mesmos colheram a

quantidade de acordo com o assentamento e trariam 03 sacos por família para ensacar, sendo

distribuída para 53 famílias um total de 26.500 raquetes distribuídas deixando no campo para

colher no fim do período de chuvas as demais raquetes que pela previsão obteremos uma

média no campo experimental de 90.000 a 100 mil raquetes.

No final mais do que assembleia tornou-se um momento festivo, alegres os que receberão a

palma, os pesquisadores porque atingiram seus objetivos e o grupo de forragem que teve a

missão de produzir, zelar pela palma ao termino perguntei como se sentiam no dia de hoje:

Segundo Severino, ¨ hoje estamos felizes é um privilégio pelo fruto de nosso trabalho repassa

a semente para os outros¨. Marcos outro componente jovem do grupo disse: que foi um

prazer enorme hoje que junto com o INSA e assentamento ter uma experiência dessa, que

todos possam plantar para que futuramente não nos venha prejudicar e veja o potencial e

cuidem dela.

Os valores da solidariedade são imprescindíveis, mesmo cientes que não poderia ser

comercializada durante dois anos, mesmo assim felizes e satisfeitos por ter contribuído com

os demais que as relações reciprocidade ainda são cultuadas, a competição e individualismo

que tanto o capital prega e impõe como modos de vida são ignorados. A experiência

demonstra que entre os camponeses ainda perduram os valores da cooperação, valores

pedagógicos que dificilmente encontraremos na educação bancária, que acima da disputa e

concentração do saber esta a solidariedade de saberes, garantido assim novas relações.

Humanistas e socialistas.

Considerações finais

Mesmo havendo controvérsias que a pecuária seria o grande vilão da degradação dos solos e

da biodiversidade da caatinga, diria que animais são seres irracionais, que os humanos

racionais podem recompor e adequar sistemas de recomposição tanto da natureza bem como

recriar métodos de manter a criação animal como uma atividade econômica no semiárido, o

fato de plantar plantas que guardam água e que recuperem solos é o contraponto que a

experiência da produção de forragem menciona neste artigo, resgatar plantas e recuperar solos

é a melhor maneira de tratar o solo e de empregar lavouras que resistem a seca com o

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melhoramento genético das espécies. A cultura das plantas xerófilas é mais coerente com a

natureza do semiárido.

Ao contrário da pecuária extensiva antes da grande propriedade é possível em pequenas

parcelas, assentamentos criar animais desde que diversifiquem a produção gerem sistemas

integrados produtivos que consistam na formação bancos de proteína, no resgate das plantas

nativas na motivação permanente nos, intercâmbios, com vista á reconstruir sistemas

produtivos integrados e fomentar a convivência coletiva para ampliar novas relações sociais.

Rever a forma de divisão dos lotes nos assentamentos se faz necessário fato esse que na

atualidade se torna vulnerável devido á roubos e principalmente tempo gasto pra chegar ao

local de trabalho, perdendo tempo e energia no processo produtivo e deixando de consolidar

um ciclo produtivo diversificado e adaptado às condições climáticas se faz necessário para

que agricultura camponesa sobreviva.

Persistir e motivar permanentemente a formação de grupos coletivos, os mutirões são formas

de relações sociais antigas ao fomentar dias de trabalho coletivo. Ao organizarmos os grupos

por afinidade produtiva estaremos resgatando cultura e força social para combater o modelo

hegemônico do grande capital. Cientes que organizar o povo não é tarefa fácil, mais todos os

dilemas que encontramos na formação do grupo de forragem se escondem da grandiosidade

dos frutos que este grupo consolidou. Dizimar saber e mais que saber.

A academia na sua hegemonia sempre se apropriou do saber ora com fins lucrativos ora de

interesse pessoal, sem compromisso social, de que vale esse saber? Diria saberes de quem não

se preocupa com sua própria existência. Tudo poderia ser diferente se tivessem aprendido a

observar a natureza, respeitar homens e mulheres com seus saberes diferenciados que

vivenciados dão respostas aos dilemas sociais no semiárido. Que pena, ignoraram camponeses

e camponesas, a exemplo de Paulo, Severino, João Rufino, João Alfredo Dede, Elenilson,

Rosivam Marcos, Marinésio, Dorgival, José Antonio e nossos intelectuais que deixaram seu

legado como: Paulo Freire, Celso Furtado, Manuel Correia de Andrade , Guimaraes Duque,

João Abrosio de Araujo Filho e tantos outros intelectuais comprometidos com nosso povo

Nordestino que dedicaram sua vida na interpretação da realidade concreta e objetiva,

propondo soluções que hoje penamos por não tê-los ouvido. Nunca é tarde demais para ouvir

e reconstruir nosso semiárido.

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O curso de especialização em processos históricos e inovações tecnológicas no semiárido bem

como a produção das culturas de pingo d´agua poderão ser munições de nossas armas em

defesa do semiárido nordestino.

Referências Bibliográficas

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