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Publicação de Hesketh Advogados Conselho Diretor Tito Hesketh, Fernanda Hesketh, Alessandra Ourique, Alessandra Gotti Coordenação Editorial Tito Hesketh Participam desta edição os colegas Camila Satuki Yuki Colontonio, Lisiane Peccin Pratti, Mariana Turra Ponte, Rafaela Pires Gonçalves, Tatiana Garlando Edição e arte Prata Design CONTA-GOTAS Viagens de menores ao exterior Na Resolução 131 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de 26/5/2011, as autorizações de viagem internacional para menores de 18 anos assim são disciplinadas: I) Crianças e adolescentes, que viajarão com apenas um dos pais, necessitam de autorização do outro genitor, por escrito; II) Os que estarão acompanhados por outros adultos responsáveis deverão levar autorização de ambos os pais e; III) Os que viajarão desacompanhados deverão levar autorização de ambos os pais. Os formulários podem ser obtidos no site do Conselho Nacional de Justiça (www.cnj.jus.br) e deverão indicar um prazo de validade para a autorização, além de ser assinados com firmas reconhecidas em cartório. O formulário poderá ser suprido pelo passaporte que contenha a autorização para o menor viajar desacompanhado ou com apenas um dos pais (medida a ser solicitada no momento da emissão do passaporte). SÃO PAULO | ANO 3 | N O 7 | JULHO 2017 HESKETH.COM.BR Imprimir em PDF Quer colaborar com a H Lettera? Envie sugestões para [email protected] Consulte nosso site www.hesketh.com.br Av. Paulista, 2073 Horsa II Conjunto Nacional 20º andar conj. 2001 CEP 01311 940 São Paulo SP Brasil 55 11 3179 0755 | 55 11 3179 0733 | 55 11 3186 8337 O arbitramento de pensão alimentícia entre ex-cônjuges tem-se tornado cada vez mais criterioso, pelo Poder Judiciário, com as mudanças experimentadas pela sociedade ante o princípio constitucional da igualdade entre o homem e a mulher, inclusive na possibilidade de ambos se integrarem no mercado de trabalho. A obrigação alimentar estabelecida nos arts. 1.694 e 1.695 do Código Civil possui caráter assistencial na dissolução do casamento ou da união estável (a existência de qualquer um desses status é pressuposto para aquela obrigação), mas tendo também como requisitos, respectivamente, a necessidade do cônjuge alimentando, por não ter condições de se sustentar sozinho, e a capacidade financeira do outro cônjuge para lhe prestar os alimentos: nos termos do Código Civil, os alimentos devem ser fixados “na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada” (art. 1.694 § 1º). E um princípio básico: entre ex-cônjuges e ex- companheiros a pensão alimentícia tem de ser vista com o caráter de excepcionalidade, aferida pela análise de tais requisitos; porque o justo e equânime é que, dissolvido o vínculo matrimonial ou convivencial, cada um siga seu caminho, sem obrigações recíprocas de sustento (salvo, claro, as relacionadas a filhos). A limitação temporal dos alimentos devidos Como corolário de ser considerada como exceção, algumas decisões do Superior Tribunal de Justiça têm trazido o entendimento de que FAMÍLIA E SUCESSÕES a fixação de alimentos para ex-cônjuges tem como regra fundamental o estabelecimento de um prazo determinado para a obrigação, a fim de que o alimentante não fique obrigado indefinidamente, e, de outro lado, que o cônjuge alimentando tenha um tempo para conseguir acesso a condições econômicas suficientes para o seu sustento. Essa regra de transitoriedade só pode ser afastada, por exemplo, nas hipóteses em que o ex-cônjuge não disponha de reais condições de reinserção no mercado de trabalho, por idade avançada, estado de saúde ou deficiência na formação profissional, do que resulte a dificuldade de se estabelecer profissionalmente e, por consequência, de readquirir sua autonomia financeira. Cada caso, com suas peculiaridades, será analisado pelo juiz. A solução poderá ser estabelecida em consenso, pelas partes. Se não houver acordo, as medidas judiciais que busquem exigir pensão, ou, no outro polo, limitá-la no tempo, deverão ser pautadas em sólidos argumentos, diante das discussões que possam surgir no processo. Alimentos entre ex-cônjuges ou ex-companheiros STJ estabelece que pensão alimentícia deve ter prazo definido por Camila Satuki Yuki Colontonio e Mariana Turra Ponte Grafite, proteção autoral e jardins verticais para ler mais, clique aqui Novas regras modernizam a regulação das estatais para ler mais, clique aqui para ler mais, clique aqui Convivência em zona mista na cidade DIREITO PÚBLICO E ADMINISTRATIVO DIREITO MUNICIPAL DIREITO CIVIL E DIREITO MUNICIPAL Vagas em creches e pré- escolas, em São Paulo para ler mais, clique aqui NOTA INSTITUCIONAL para ler mais, clique aqui para ler mais, clique aqui Dra. Roberta Codignoto DIÁLOGOS HESKETH Des. Paulo Sérgio Domingues

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Publicação de Hesketh AdvogadosConselho Diretor Tito Hesketh, Fernanda Hesketh, Alessandra Ourique, Alessandra GottiCoordenação Editorial Tito HeskethParticipam desta edição os colegas Camila Satuki Yuki Colontonio, Lisiane Peccin Pratti, Mariana Turra Ponte, Rafaela Pires Gonçalves, Tatiana GarlandoEdição e arte Prata Design

CONTA-GOTAS

Viagens de menores ao exterior Na Resolução 131 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de 26/5/2011, as autorizações de viagem internacional para menores de 18 anos assim são disciplinadas: I) Crianças e adolescentes, que viajarão com apenas um dos pais, necessitam de autorização do outro genitor, por escrito; II) Os que estarão acompanhados por outros adultos responsáveis deverão levar autorização de ambos os pais e; III) Os que viajarão desacompanhados deverão levar autorização de ambos os pais.

Os formulários podem ser obtidos no site do Conselho Nacional de Justiça (www.cnj.jus.br) e deverão indicar um prazo de validade para a autorização, além de ser assinados com firmas reconhecidas em cartório.

O formulário poderá ser suprido pelo passaporte que contenha a autorização para o menor viajar desacompanhado ou com apenas um dos pais (medida a ser solicitada no momento da emissão do passaporte).

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Av. Paulista, 2073 Horsa II Conjunto Nacional20º andar conj. 2001 CEP 01311 940 São Paulo SP Brasil55 11 3179 0755 | 55 11 3179 0733 | 55 11 3186 8337

O arbitramento de pensão alimentícia entre ex-cônjuges tem-se tornado cada vez mais criterioso, pelo Poder Judiciário, com as mudanças experimentadas pela sociedade ante o princípio constitucional da igualdade entre o homem e a mulher, inclusive na possibilidade de ambos se integrarem no mercado de trabalho.

A obrigação alimentar estabelecida nos arts. 1.694 e 1.695 do Código Civil possui caráter assistencial na dissolução do casamento ou da união estável (a existência de qualquer um desses status é pressuposto para aquela obrigação), mas tendo também como requisitos, respectivamente, a necessidade do cônjuge alimentando, por não ter condições de se sustentar sozinho, e a capacidade financeira do outro cônjuge para lhe prestar os alimentos: nos termos do Código Civil, os alimentos devem ser fixados “na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada” (art. 1.694 § 1º).

E um princípio básico: entre ex-cônjuges e ex-companheiros a pensão alimentícia tem de ser vista com o caráter de excepcionalidade, aferida pela análise de tais requisitos; porque o justo e equânime é que, dissolvido o vínculo matrimonial ou convivencial, cada um siga seu caminho, sem obrigações recíprocas de sustento (salvo, claro, as relacionadas a filhos).

A limitação temporal dos alimentos devidos

Como corolário de ser considerada como exceção, algumas decisões do Superior Tribunal de Justiça têm trazido o entendimento de que

FAMÍLIA E SUCESSÕES

a fixação de alimentos para ex-cônjuges tem como regra fundamental o estabelecimento de um prazo determinado para a obrigação, a fim de que o alimentante não fique obrigado indefinidamente, e, de outro lado, que o cônjuge alimentando tenha um tempo para conseguir acesso a condições econômicas suficientes para o seu sustento.

Essa regra de transitoriedade só pode ser afastada, por exemplo, nas hipóteses em que o ex-cônjuge não disponha de reais condições de reinserção no mercado de trabalho, por idade avançada, estado de saúde ou deficiência na formação profissional, do que resulte a dificuldade de se estabelecer profissionalmente e, por consequência, de readquirir sua autonomia financeira. Cada caso, com suas peculiaridades, será analisado pelo juiz.

A solução poderá ser estabelecida em consenso, pelas partes. Se não houver acordo, as medidas judiciais que busquem exigir pensão, ou, no outro polo, limitá-la no tempo, deverão ser pautadas em sólidos argumentos, diante das discussões que possam surgir no processo.

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por Camila Satuki Yuki Colontonio e Mariana Turra Ponte

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Convivência em zona mista na cidade

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Dra. Roberta Codignoto

DIÁLOGOS HESKETH

Des. Paulo Sérgio Domingues

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Grafite, proteção autoral e jardins verticaisArte em espaços públicos?

A polêmica cobertura dos grafites da Avenida 23 de Maio, por ordem do prefeito de São Paulo João Doria, traz questões que envolvem desde a proteção autoral dos grafites como obra artística até a proteção ao meio ambiente, com a implantação de jardins verticais nos locais que outrora abrigavam as pinturas.

O tema, amplo e nada fácil, pode ser olhado de vários prismas e, além disso, suscita conflitos entre interesses privados e o chamado bem público.

Os grafites, como forma de manifestação artística em espaços públicos, são obras intelectuais, logo, objeto de proteção de direitos autorais. Quando inseridos em locais autorizados, dão ao seu criador o direito moral de assegurar a integridade de sua obra, cabendo exclusivamente a ele o direito de utilizá-la, fruí-la e dela dispor. A lei que regula os direitos autorais (Lei nº 9.609, de 1998) estabelece que “as obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem ser representadas livremente, por meio de pinturas, desenhos, fotografias e procedimentos audiovisuais”. No entanto, quando o intuito da reprodução não for meramente informativo, visando em vez disso a comercialização de algum produto, passa-se a ofender o direito autoral do artista. Assim já decidiu o Superior Tribunal de Justiça (REspecial 951.521).

Já o autor do grafite, ao inserir sua obra em logradouro público, está autorizando apenas sua exposição, não sendo permitido reproduzi-la em outros locais ou em objetos, a não ser que as partes, autor e expositor, realizem combinação contratual diversa.

Essas regras, especialmente no que diz respeito à hipotética reprodução para fins comerciais, seriam aplicáveis mesmo às obras inseridas em locais não autorizados por seus proprietários ou pelo poder público.

Por fim, no lugar dos grafites que coloriam a avenida, hoje temos jardins verticais, tendência do paisagismo que vem ganhando espaços na cidade. A questão é que tais jardins são muito caros de implantar e manter, daí que seu custo seria mais bem aproveitado no plantio de árvores pela cidade, com benefícios inegavelmente maiores para o ambiente urbano. Todavia, é sabido que o município não tem muitos espaços disponíveis e indicados para compensações ambientais volumosas, motivo pelo qual muitas empresas buscam, como alternativa, a instalação de jardins verticais.

A Avenida 23 de Maio, sempre lembrada pelo trânsito intenso, enfim tem nova pauta, muito mais polêmica e interessante, que leva todos a refletirem sobre arte e meio ambiente no espaço urbano.

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DIREITO CIVIL E DIREITO MUNICIPAL

por Rafaela Pires Gonçalves e Lisiane Peccin Pratti

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Novas regras modernizam a regulação das estataisInexigibilidade de licitação – Notória especialização – Supressão do requisito de singularidade

A Lei 13.303/2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista (Lei das Estatais), veio instituir nova sistemática para essas pessoas jurídicas, mais moderna e menos burocrática do que a antiga, da Lei 8.666/1993, que trata de licitações e contratos.

No art. 28, a regra de que os contratos com terceiros deverão em princípio ser precedidos de licitação, traz a ressalva de possíveis dispensas, como a “inexigibilidade de licitação, quando houver inviabilidade de competição em conformidade com o art. 30”.

Esse art. 30, no inc. II, autoriza a contratação direta de “serviços técnicos especializados, com profissionais ou empresas de notória especialização”. É inequívoca, portanto, a supressão do antigo requisito da singularidade: ocorreu, no tocante às empresas públicas e sociedades de economia mista (integrantes da Administração indireta), o que se chama derrogação tácita do inc. II do art. 25 da Lei 8.666/93, pelo qual a inexigibilidade de licitação pressupunha serviços técnicos “de natureza singular com profissionais ou empresas de notória especialização”. Aquelas entidades passaram a ser regidas pela lei nova, em que na contratação direta não mais se cogitará de singularidade do serviço: basta que se trate de serviços técnicos especializados, com profissionais ou empresas de notória especialização”, como os serviços especificados no inc. II do art. 30.

O art. 30 § 1º da nova lei, ao definir “notória especialização”, mostra os pressupostos e contornos desse requisito e, portanto, o rumo da decisão a ser tomada pelo administrador.

A opção do administrador pela contratação direta deverá ser instruída (“no que couber”) com a razão da escolha do executante e com a justificativa do preço e (“quando for o caso”) de eventual situação emergencial ou calamitosa. Será a contratação fiscalizada a posteriori, pelos órgãos de controle, e, se apurado sobrepreço ou superfaturamento, responderão solidariamente o contratante e o contratado pelo dano causado (§§ 2º e 3º do art. 30).

O antigo requisito da singularidade, aliás, era um conceito de dificílima aplicação; seriam hipóteses particularíssimas, excepcionalíssimas. O comum, o normal, é que um determinado serviço possa ser prestado por diversos profissionais ou empresas, cabendo ao administrador escolher, entre os de notória especialização, o mais adequado e conveniente para a contratação almejada. Campo próprio para o exercício de um poder discricionário, a ser depois analisado pelos órgãos de controle.

Entretanto, uma ressalva, que está no art. 91 e § 3º da Lei 13.303/16: para licitações e contratos iniciados e celebrados dentro do prazo de 24 meses a partir da vigência da nova lei, ainda se aplicarão as regras da lei antiga.

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DIREITO PÚBLICO E ADMINISTRATIVO

por Tatiana Garlando

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Convivência em zona mista na cidadeMissão (im)possível?

Toda cidade tem ou deveria ter seu planejamento urbano, pelo qual se propõe ordenar o território municipal de modo a permitir a convivência mais harmoniosa de diversos tipos de atividades, tais como trabalho, comércio, moradia, indústria, lazer, entre outros.

Para isso, editam-se normas dividindo o território em zonas e, para cada porção, estabelece-se um tipo de uso, que pode ser exclusivo ou misto. No caso de São Paulo, o Plano Diretor Estratégico (Lei nº 16.050/2014) e a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, mais conhecida como Lei de Zoneamento (Lei nº 16.402/2016), estabelecem os projetos de urbanização da cidade e suas respectivas regras.

Dos diversos tipos de zoneamento, o misto representa um dos maiores desafios, por pregar a compatibilidade do uso residencial com o desenvolvimento de atividades comerciais, de serviços, industriais ou institucionais, inclusive para equilibrar a oferta de habitação e emprego. O objetivo é louvável, mas a realidade demonstra que o convívio harmônico, às vezes, é missão quase impossível.

Tomemos como exemplo um bar próximo a um prédio residencial. A atividade desenvolvida pelo bar gera diversas incomodidades que podem tornar inviável a convivência com a vizinhança residencial. Há limites legais não só sonoros, mas também vibratórios e atmosféricos (odores), além de restrições ao horário de funcionamento.

Como compatibilizar esses interesses numa zona mista? O estabelecimento comercial, previamente à instalação, deve contar com assessoria especializada, buscando elementos que compatibilizem o exercício de suas atividades na região pretendida, as quais, mesmo estando de acordo com as normativas, estarão sujeitas a demandas por incomodidade.

Os moradores, por sua vez, nem sempre têm suas expectativas atendidas pelo poder público, principalmente porque o combate à incomodidade requer uma ação rápida. Assim, um diálogo conciliador entre a vizinhança e o estabelecimento pode se mostrar uma via de atuação mais satisfatória e eficaz. Apesar da existência de limites legais que devem ser obedecidos por todos, nada obsta que um acordo entre as partes estabeleça condições especiais de funcionamento, compatibilizando os diferentes interesses.

Frise-se, por fim, que o Programa de Silêncio Urbano (PSIU) no município de São Paulo, que atua segundo a Lei de Zoneamento, realizando vistorias e fiscalizações (motivadas ou não por denúncias) para verificar o cumprimento dos parâmetros de incomodidade, teve seu corpo técnico incrementado recentemente pela contratação de novos fiscais, o que acende um alerta para os estabelecimentos comerciais, que deverão sofrer fiscalizações mais intensas.

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DIREITO MUNICIPAL

por Rafaela Pires Gonçalves

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Vagas em creches e pré-escolas, em São PauloAudiência Pública no Tribunal de Justiça

A Dra. Alessandra Gotti, sócia de Hesketh Advogados, manifestou-se, na qualidade de membro do Comitê de Assessoramento à Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), na 2ª Audiência Pública sobre vagas em creches e pré-escolas, conduzida pelo decano, desembargador Xavier de Aquino, em 1/6, sobre as perspectivas e potencialidades da nova engenharia jurídica, inaugurada pela decisão do TJSP, para assegurar uma educação infantil de qualidade para as crianças paulistanas.

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NOTA INSTITUCIONAL

por Tatiana Garlando

Na ocasião, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, apresentou um balanço das ações executadas pelo município, de 2013-2016, com vistas a cumprir a decisão judicial no tocante à eliminação da fila de espera e ao aperfeiçoamento da qualidade da rede de educação infantil. Foi designada audiência de conciliação, para o dia 1/8, entre todos os envolvidos, para discussão da proposta de ação da nova gestão municipal para esta próxima etapa, a partir dos desafios ainda existentes.

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PROGRAMA DIÁLOGOS HESKETH

HESKETH ADVOGADOS criou DIÁLOGOS, ferramenta de comunicação e interação da nossa equipe com advogados, professores, executivos, personalidades da sociedade civil e convidados especiais. O programa tem como objetivo, que nos parece importante, trocas de ideias e experiências, para enriquecimento de temas relevantes de interesse para a prática do Direito. Uma forma de estreitar relacionamentos e provocar discussões produtivas e inovadoras na área jurídica. Os encontros, periódicos, ocorrem no escritório.

Departamentos jurídicos escritórios: comunicação, alinhamento e proatividade como ferramentas para melhorar o relacionamento e conquistar mais negócios

Esse foi o foco do primeiro DIÁLOGO, realizado dia 5/5/2017, com a convidada Dra. Roberta Codignoto. Sua palestra, com a visão que lhe é dada pela larga experiência nos estudos e prática diária do assunto, foi muito rica em informações, propiciando um debate interessantíssimo de ideias. Como síntese do que foi exposto, a Dra. Roberta Codignoto acedeu em nos conceder esta breve entrevista, pontuando alguns destaques:

Qual o papel estratégico da área jurídica dentro das empresas?O papel estratégico é o de suportar as diversas áreas de negócios da empresa para atingir o objetivo com o melhor desempenho. As área internas têm que cooperar para minimizar riscos, buscar novos negócios e reduzir os problemas existentes. Com o alinhamento dos clientes internos e comunicação conseguimos entender as necessidades das mais diversas áreas e realizar o nosso papel dentro da empresa.

Quais os principais desafios da área jurídica empresarial, nos escritórios?O principal desafio é a resistência, com a figura do jurídico vista como um obstáculo na realização de negócios. É preciso fazer a desconstrução da velha visão de advogado, e a formação do novo executivo jurídico que está alinhado aos valores e concretização dos objetivos da empresa.

Como os escritórios contratados podem auxiliar os departamentos jurídicos das empresas nestes desafios?É importante que o escritório esteja munido de informações e alinhado com os desafios

Dra. Roberta Codignoto Head of Legal & Compliance Latin America, da STAPLES

da empresa. Tem que tornar-se um parceiro estratégico, estar atualizado e trazer novas ideias e tendências para a empresa.

Quais dicas você daria para os escritórios melhorarem o alinhamento e o relacionamento com a área jurídica das empresas para conquistar mais negócios?A principal dica é o relacionamento constante, de maneira proativa após ser contratado. O escritório deve sempre estar alinhado com as atividades do cliente para agregar mais informações e, principalmente, trazer algo novo às situações do dia a dia do cliente.

Na sua opinião, qual a melhor maneira para os escritórios abordarem a área jurídica das empresas para novos negócios?A melhor maneira de abordagem é a geração de conteúdo. É pesquisar e conhecer a empresa em que se tenha interesse e oferecer informações novas, tendências, comentários pertinentes sobre novos negócios. Algo que irá agregar, para o possível cliente. Dessa forma, causa um impacto muito positivo e interesse para o agendamento de uma reunião.

Roberta Codignoto — Head of Legal & Compliance Latam — Staples; articuladora da Célula de Departamentos Jurídicos (DeJur) do Conselho Regional de Administração de São Paulo; membro da Comissão de Apoio a Departamentos Jurídicos da OAB/SP; membro da Alliance for Integrity, onde atua como treinadora voluntária de Compliance e do GT Anticorrupção do Pacto Global da ONU.

Dra. Roberta Codignoto

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DIÁLOGOS HESKETH

Outro ilustre convidado, que nos honrou com duas palestras, nos dias 11 e 26 de maio de 2017.

O tema, claro, foi o Código de Processo Civil, de 2015. Uma ferramenta nova, para os aplicadores do Direito, com muitas inovações, algumas, polêmicas, controversas, mas que são lei, logo, para serem aplicadas. Sem falar em inúmeras dúvidas de interpretação, que estão acesas, e ainda sem respostas inequívocas.

O palestrante escolheu, como enfoques destacados: Provas; Tutela Provisória (Tutela de Urgência e Tutela de Evidência), esta, matéria cheia de novidades em comparação com o Código anterior, de 1973; Recursos e Execução.

Com sua experiência de professor universitário há mais de vinte anos, e a vivência da magistratura na 5ª. Vara Cível Federal de São Paulo e, agora, no TRF3, Paulo Sérgio Domingues abordou todos esses temas com muita acuidade, de maneira didática e, propositadamente, levantando dúvidas e questionamentos sobre cada ponto, no sentido de criar uma interatividade que veio a ser muito produtiva.

Des. Paulo Sérgio Domingues Desembargador do Tribunal Regional Federal, em São Paulo – TRF3Professor de Processo Civil na Faculdade de Direito de Sorocaba-SP

continuação

Queria, dizia ele, “ouvir o nosso lado”: como um escritório de advocacia está enfrentando os problemas trazidos pela lei nova? Quais os casos concretos que os têm suscitado no seu dia a dia? Depoimentos, explicava, que a ele próprio viriam a ser úteis, como professor e magistrado, na visão e aplicação concreta da lei processual atualmente vigente.

Des. Paulo Sérgio Domingues — Desembargador do Tribunal Regional Federal — 3a. Região; prof. de Processo Civil na Faculdade de Sorocaba; mestre pela Universidade de Frankfurt, Alemanha; foi presidente da AJUFE — Associação dos Juízes Federais.

Na foto, o Des. Paulo Sérgio, no centro do grupo, atrás.