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Aline Biaseto Bernhard

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Modified Body Adiposity Index to determine body fat in morbid obese adults

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  • Aline Biaseto Bernhard

    ndice de adiposidade corporal modificado para determinao

    de gordura corporal de adultos com obesidade mrbida

    So Paulo, 2014

    Dissertao apresentada Faculdade de Medicina

    da Universidade de So Paulo para obteno de

    ttulo de Mestre em Cincias

    Programa de Cincias em Gastroenterologia

    Orientador: Prof. Dr. Roberto de Cleva

  • Aline Biaseto Bernhard

    ndice de adiposidade corporal modificado para determinao

    de gordura corporal de adultos com obesidade mrbida

    So Paulo, 2014

    Dissertao apresentada Faculdade de Medicina

    da Universidade de So Paulo para obteno de

    ttulo de Mestre em Cincias

    Programa de Cincias em Gastroenterologia

    Orientador: Prof. Dr. Roberto de Cleva

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Preparada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo

    reproduo autorizada pelo autor

    Bernhard, Aline Biaseto ndice de adiposidade corporal modificado para determinao de gordura corporal

    de adultos com obesidade mrbida / Aline Biaseto Bernhard. -- So Paulo, 2014.

    Dissertao(mestrado)--Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo. Programa de Cincias em Gastroenterologia.

    Orientador: Roberto de Cleva.

    Descritores: 1.Obesidade mrbida 2.Composio corporal 3.ndice de adiposidade

    corporal 4.Impedncia eltrica 5.Obesidade abdominal 6.Cirurgia baritrica 7.

    Relao cintura-quadril 8.Adiposidade

    USP/FM/DBD-375/14

  • Dedicatria

    Aos meus pais, Simone e Eloi

    e ao meu noivo Thiago

    pelo incentivo, apoio e compreenso constantes

    nesta difcil fase que frutificou

    em uma incrvel conquista.

    Obrigada famlia querida!

  • Agradecimentos Especiais

    A querida amiga Veruska

    pela orientao e pela disposio para ajudar.

    Ao meu irmo Diego e minha cunhada Daniele

    pelo carinho e pelo apoio.

  • Agradecimentos

    Ao Prof. Dr. Roberto de Cleva

    Pela orientao, incentivo e presena firme durante toda a execuo do

    trabalho.

    Ao Prof. Dr. Marco Aurlio Santo

    Pelo apoio, pela sabedoria, pela dedicao ao ensino e pelo amor

    pesquisa que me inspirou em vrios momentos.

    A Ms Veruska Scabin

    Pelo incentivo, pela orientao e pela grande colaborao no

    planejamento e na execuo deste trabalho.

    Ao Ms Mrcio Augusto Diniz

    Pela paciente colaborao na anlise estatstica deste trabalho.

    A Marcela Serafin

    Pela colaborao no planejamento e na execuo deste trabalho.

  • Ao Prof. Dr. Ivan Cecconelo

    Professor Titular da Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo,

    Obrigada por conceder a possibilidade de realizao desta dissertao de

    mestrado.

    Ao Prof. Dr. Luiz Augusto Carneiro DAlbuquerque

    Coordenador do Programa de Ps Graduao da rea de Cirurgia do

    Aparelho Digestivo, Obrigada pela oportunidade de desenvolvimento

    deste trabalho.

  • Agradecimentos

    A Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo pelo auxlio

    financeiro que possibilitou minha dedicao ao desenvolvimento desta

    dissertao.

    Aos pacientes que participaram voluntariamente deste estudo e

    contriburam para a realizao deste trabalho.

  • Trabalho realizado no Ambulatrio de Gastroenterologia e Cirurgia Gstrica, do

    Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de

    So Paulo.

    O presente projeto recebeu apoio financeiro:

    FAPESP:

    Bolsa de Mestrado: n 2012/22159-9

  • Normatizao adotada

    Esta dissertao est de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento

    desta publicao:

    Referncias: adaptado de International Committee of Medical Journals Editors

    (Vancouver).

    Universidade de So Paulo. Faculdade de Medicina. Diviso de Biblioteca e

    Documentao. Guia de apresentao de dissertaes, teses e monografias.

    Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F.

    Crestana, Marinalva de Souza Arago, Suely Campos Cardoso, Valria Vilhena. 3a ed.

    So Paulo: Diviso de Biblioteca e Documentao; 2011.

    Abreviaturas dos ttulos dos peridicos de acordo com List of Journals Indexed in

    Index Medicus.

  • Sumrio

    Lista de Siglas

    Lista de Figuras

    Lista de Tabelas

    Resumo

    Abstract

    1 INTRODUO.................................................................................................... 1

    2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 7

    3 MTODOS................................................................................ 8

    3.1 Casustica......................................................................................................... 8

    3.2 Critrios de incluso......................................................................................... 8

    3.3 Critrios de excluso........................................................................................ 9

    3.4 Avaliao Antropomtrica................................................................................. 9

    3.5 Avaliao da Composio Corporal................................................................. 10

    3.6 Anlise Estatstica............................................................................................ 12

    4 RESULTADOS.................................................................................................... 14

    4.1 Caractersticas da populao........................................................................... 14

    4.2 Avaliao da capacidade do ndice de Adiposidade Corporal em estimar a

    gordura corporal de obesos mrbidos............................................................ 15

    4.3 Desenvolvimento da equao especfica para obesidade mrbida................. 21

    4.4 Validao da equao para estimar a gordura corporal em obesos

    mrbidos................................................................................................................ 21

    5 DISCUSSO....................................................................................................... 30

    5.1 ndice de Adiposidade Corporal............................................................... 32

    5.2 Nova equao sugerida, o ndice de Adiposidade Corporal Modificado....... 35

  • 6 CONCLUSO...................................................................................................... 37

    7 REFERNCIAS................................................................................................... 38

    8 APNDICES........................................................................................................ 42

  • Lista de Siglas

    ACT: gua Corporal Total

    AEC: gua Extra Celular

    AIC: gua Intracelular

    BIA: Bioimpedncia Eltrica

    CC: Circunferncia da Cintura

    CQ: Circunferncia do Quadril

    DXA: Absortometria de raios x de dupla energia

    G1: Grupo 1

    G2: Grupo 2

    GC: Gordura Corporal

    IAC: ndice de Adiposidade Corporal

    IACM: ndice de Adiposidade Corporal Modificado

    IMC: ndice de Massa Corporal

    MG: Massa Gorda

    MLG: Massa Livre de Gordura

    RCQ: Relao Cintura Quadril

    2C: 2 compartimentos corporais

    3C: 3 compartimentos corporais

    4C: 4 compartimentos corporais

  • Lista de Figuras

    Figura 1 - Relao entre % de gordura corporal determinada pela

    bioimpedncia (BIA) e pelo ndice de Adiposidade Corporal (IAC) em adultos

    com obesidade mrbida, candidatos a cirurgia baritrica, do Grupo 1 (n=240),

    na FMUSP, 2013 ..............................................................................................16

    Figura 2 - Diferenas observadas entre a Bioimpedncia (BIA) e o ndice de

    Adiposidade Corporal (IAC) quando a Relao Cintura/Quadril (RCQ) estiver

    abaixo ou acima de 1,05 em adultos com obesidade mrbida do Grupo 1

    (n=240) na FMUSP, 2013 .................................................................................18

    Figura 3 - Diferenas observadas entre a Bioimpedncia (BIA) e o ndice de

    Adiposidade Corporal (IAC) nos gneros feminino e masculino em adultos com

    obesidade mrbida do Grupo 1 (n=240) na FMUSP, 2013 ..............................19

    Figura 4 - Diferenas observadas entre a Bioimpedncia (BIA) e o ndice de

    Adiposidade Corporal (IAC) nas faixas de obesidade mrbida (IMC= 35-

    49,99kg/m2) e superobesidade (IMC> 50kg/m2) em adultos com obesidade

    mrbida do Grupo 1 (n=240) na FMUSP, 2013.................................................20

    Figura 5 - Relao entre % de gordura corporal determinada pela BIA e o IAC

    e pela BIA e o IACM em adultos com obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158)

    na FMSUP, 2013...............................................................................................25

    Figura 6 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC e entre a BIA e o IACM

    segundo a porcentagem de gordura corporal em adultos com obesidade

    mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMSUP, 2013 ................................................26

    Figura 7 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC e entre a BIA e o IACM

    segundo a Relao Cintura/Quadril (RCQ) em adultos com obesidade mrbida

    do Grupo 2 (n=158) na FMSUP, 2013...............................................................27

  • Figura 8 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC e entre a BIA e o IACM

    segundo a Gravidade da Obesidade (Obesidade vs Super obesidade) em

    adultos com obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMSUP, 2013 ......... 28

    Figura 9 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC e entre a BIA e o IACM

    segundo o Gnero em adultos com obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na

    FMSUP, 2013....................................................................................................29

  • Lista de Tabelas

    Tabela 1 - Anlise descritiva dos 398 indivduos com obesidade mrbida

    avaliados, candidatos a cirurgia baritrica, divididos entre os dois grupos

    (Grupo 1 e Grupo 2) na FMUSP, 2013 .............................................................15

    Tabela 2 - Diferenas observadas entre os dois mtodos (BIA e IAC) e

    correlao Intraclasse em adultos com obesidade mrbida do Grupo 1 (n=240)

    na FMUSP, 2013 ..............................................................................................17

    Tabela 3 - Regresso Linear Mltipla nos 240 adultos com obesidade mrbida

    do Grupo 1 na FMUSP, 2013 ...........................................................................21

    Tabela 4 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC em adultos com

    obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMUSP, 2013...............................22

    Tabela 5 - Diferenas observadas entre a BIA e o IACM em adultos com

    obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMUSP, 2013 ..............................23

    Tabela 6 - Correlao intraclasse entre os mtodos (BIA x IAC e BIA x IACM)

    em adultos com obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMUSP, 2013 ....23

  • Resumo

    Bernhard AB. ndice de Adiposidade Corporal Modificado para determinao de

    gordura corporal de adultos com obesidade mrbida [dissertao]. So Paulo:

    Faculdade de Medicina, Universidade de So Paulo; 2014.

    INTRODUO: A obesidade mrbida tornou-se um importante problema de

    sade pblica. A medida de massa corporal no capaz de identificar

    deficincias ou excessos dos diferentes componentes corporais, surgindo a

    necessidade de se avaliar a composio corporal. No h consenso sobre o

    melhor mtodo para esse fim em obesos mrbidos. O ndice de Adiposidade

    Corporal (IAC) foi proposto para ser um mtodo simples e preciso para uma

    populao de diversificada quantidade de gordura corporal (GC). OBJETIVO:

    Avaliar a eficcia do IAC em determinar GC de adultos com obesidade

    mrbida. MTODOS: O IAC foi comparado Bioimpedncia (BIA) em 240

    adultos obesos mrbidos (Grupo 1= G1), uma equao especfica para

    determinar GC em obesidade mrbida foi desenvolvida e, posteriormente,

    validada em outra amostra de 158 indivduos (Grupo 2 = G2). RESULTADOS:

    Observou-se diferena significativa entre os dois mtodos (p=0,039). A

    quantidade mdia de GC no G1 foi 52,36,1% segundo a BIA e 51,68,1%

    segundo o IAC, com uma diferena de 0,65,1% entre os mtodos. Algumas

    variveis, como gnero, RCQ e gravidade da obesidade confundiram o IAC.

    Para minimizar esses erros uma equao (ndice de Adiposidade Corporal

    Modificado = IACM) foi desenvolvida por meio de regresso linear (IACM% =

    23,6 + 0,5 x (IAC); somar 2,2 se IMC50kg/m2 e 2,4 se RCQ1,05). A equao

    foi aplicada no G2 e possibilitou a reduo da diferena entre os mtodos

    (1,25,9% para 0,44,0%) e o fortalecimento da correlao entre eles (0,6 para

    0,7). CONCLUSES: O IAC apresenta limitaes para determinar

    porcentagem de gordura corporal de obesos mrbidos, j a equao sugerida

    (IACM) foi eficaz, no se apresentando significativamente diferente da

    Bioimpedncia e corrigindo as limitaes anteriormente apresentadas pelo IAC.

    Descritores: Obesidade mrbida; Composio corporal; ndice de

    adiposidade corporal; Impedncia eltrica; Obesidade abdominal; Cirurgia

    baritrica; Relao cintura-quadril.

  • Abstract

    Bernhard AB. Modified Body Adiposity Index to determine body fat in morbid

    obese adults [dissertation]. So Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade

    de So Paulo; 2014.

    BACKGROUND: Morbid obesity has become a public health problem. As

    body mass is not able to identify deficiencies or excesses of body components,

    the need to assess body composition emerged. There is no consensus of the

    best method to measure body composition in morbidly obese adults and a

    simple, accurate, reproducible and inexpensive method is desirable. The Body

    Adiposity Index (BAI) has been proposed to be a simple and accurate method

    for a population with a diverse amount of body fat (BF). OBJECTIVE: Evaluate

    the efficacy of BAI in determining BF of morbid obese adults. METHODS: BAI

    was compared to bioimpedance (BIA) in 240 morbidly obese adults (Group

    One= G1) and a specific equation for morbid obesity has been developed to

    determine BF and then validated on another sample of 158 subjects (Group

    Two= G2). RESULTS: There was a significant difference between the two

    methods (p=0,039). The average amount of BF in G1 was 52.36.1%,

    according to BIA and 51.68.1% according to BAI, with a difference of 0.65.1%

    between methods. Some variables, such as gender, WHR and severity of

    obesity mistook BAI. To minimize these errors an equation (Modified Body

    Adiposity Index = MBAI) was developed by linear regression (MBAI% = 23.6 +

    0.5 x (BAI); add 2.2 if BMI50kg/m2 and 2.4 if WHR1.05). The equation was

    applied to G2 and resulted in a reduction in the difference between methods

    (1.25.9% to 0.44.12%) and strengthening of the correlation between them

    (0.6 to 0.7). CONCLUSIONS: BAI has limitations in determine BF in morbid

    obesity. The suggested equation (MBAI) was effective for predicting body fat in

    morbid obese adults; MBAI wasnt significant different from BIA and was able to

    correct BAI limitations.

    Descriptors: Obesity, morbid; Body composition; Body adiposity index; Electric

    Impedance; Obesity, abdominal; Bariatric surgery; Waist-hip ratio.

  • 1

    1 Introduo

    A obesidade caracterizada por um acmulo excessivo de gordura que

    acarreta inmeras alteraes metablicas relacionadas ao desenvolvimento de

    comorbidades como dislipidemias, doenas cardiovasculares, diabetes e

    cncer. Alm disso, tambm pode ocasionar enfermidades respiratrias e

    dificuldade de locomoo1.

    A obesidade pode ser considerada uma pandemia2. Nos Estados Unidos

    acomete aproximadamente 35,7% da populao acima de 20 anos3, sendo

    responsvel por 112.000 a 365.000 mortes anuais, com um custo estimado

    para a sade de 139 bilhes de dlares. Estima-se que 5% da populao norte

    americana apresente obesidade mrbida4 e algumas projees prevem que

    44% da populao estar obesa em 20205. Na Frana 13,1% da populao

    apresenta obesidade, sendo que em 0,8% pode ser considerada grave6. No

    Brasil, 48,5% da populao apresenta excesso de peso (52,6% dos homens e

    44,7% das mulheres) e 15,8% obesidade (15,6% dos homens e 16,8% das

    mulheres)7.

    A organizao Mundial da Sade8 preconiza o uso do ndice de Massa

    Corporal (IMC) para o diagnstico da obesidade. No entanto, o IMC parece

    subestimar a presena de obesidade em 39% dos casos, portanto, a

    prevalncia de obesidade deve ser ainda maior que a observada nos atuais

    inquritos9.

    A medida isolada da massa corporal no capaz de identificar a carncia

    ou excesso dos componentes corporais (massa gorda, massa muscular, gua,

  • 2

    massa ssea e massa residual) ou de verificar alteraes nos percentuais

    destes componentes aps propostas teraputicas visando emagrecimento,

    como dieta, exerccios ou cirurgia, sendo necessria adequada avaliao da

    composio corporal1. Um dos principais objetivos de se determinar a

    composio corporal de um indivduo est na possibilidade de estimar a

    quantidade de gordura corporal, que se relaciona com doenas sistmicas

    associadas. Assim sendo, torna-se necessria a utilizao de mtodos vlidos

    para determinar a quantidade de gordura corporal relativa massa corporal

    total10.

    A obesidade mrbida tem como caracterstica uma grande alterao dos

    compartimentos corporais em comparao ao sobrepeso ou eutrofia11,12. Alm

    do aumento do depsito de gordura, existe tambm aumento das relaes de

    gua extracelular (AEC) para gua intracelular (AIC)11 e para gua corporal

    total (ACT)13 associado a modificaes na composio da Massa Livre de

    Gordura (MLG)11. Estas alteraes da composio corporal fazem com que os

    mtodos utilizados para avaliao de indivduos eutrficos, com sobrepeso ou

    obesidade moderada apresentem limitaes na obesidade grave, alm das

    limitaes fsicas dos equipamentos ou incapacidade dos pacientes em realizar

    manobras necessrias para determinao da composio corporal 11,12.

    Existem trs modelos de diviso do corpo humano utilizados

    habitualmente: dois compartimentos (2C) (massa gorda e massa livre de

    gordura), trs compartimentos (3C) (massa gorda, gua corporal total e massa

    livre de gordura seca) e quatro compartimentos (4C) (massa gorda, gua

    corporal total, minerais e protenas ou resduos) 11,14,15,16.

  • 3

    O mais tradicional o modelo 2C, que divide o corpo em MLG e massa

    gorda (MG)11. O modelo de 3C inclui tambm a ACT, levando em conta,

    variaes no estado de hidratao dos indivduos. Dessa forma, requer um

    mtodo para determinao de MLG e MG e outro para determinao de ACT16.

    O modelo 4C divide o corpo em MG, ACT, minerais e protenas (tecidos

    moles e ossos). Esse modelo necessita da combinao de um mtodo para

    estimar a densidade do corpo, outro para estimar a quantidade de gua e um

    terceiro para estimar o contedo mineral16.

    A maior parte dos mtodos utilizados baseia-se no modelo de diviso do

    corpo em dois compartimentos (MG e MLG). A suposio de que a MLG tem

    densidade constante em indivduos saudveis e doentes torna-se a principal

    limitao deste modelo. A MLG inclui protenas, ACT, minerais e glicognio.

    Dessa forma, qualquer alterao na proporo destes componentes poder

    induzir erros na estimativa da quantidade de MLG ou MG. Indivduos com

    obesidade mrbida comumente apresentam alteraes no estado de

    hidratao, o que pode interferir nos resultados 11,13.

    A Bioimpedncia (BIA) e a antropometria baseiam-se na diviso do corpo

    em MG e MLG. A BIA estima os compartimentos corporais atravs da medida

    da resistncia que o corpo oferece passagem de uma corrente eltrica, a

    resistncia varia de acordo com a hidratao dos tecidos, sendo maior na MG e

    menor na MLG (rica em gua e eletrlitos). Portanto, em obesos edemaciados,

    a BIA costuma subestimar a quantidade de gordura 2,10,12. A estimativa da MG

    feita utilizando-se de equaes especficas para cada grupo. Recentemente,

  • 4

    foram desenvolvidas equaes especialmente para obesos mrbidos,

    permitindo uma estimativa fiel da MG nessa populao atravs da BIA 17.

    A antropometria estima os compartimentos corporais baseando-se nas

    medidas de circunferncias corporais e pregas cutneas10. Sua principal

    limitao em obesos graves est na dificuldade em identificar, sob a espessa

    camada de gordura, as proeminncias sseas que definem o local de aferio.

    Outra limitao importante que a espessura das dobras cutneas no obeso

    mrbido est normalmente acima da amplitude recomendada (2 a 40mm, na

    qual as molas preservam a presso de 9 a 20g.mm-1) o que conduz a erro de

    medida10,12. Todavia, o ndice de Adiposidade Corporal (IAC) mostrou-se eficaz

    para estimar a MG em obesos em seu estudo original18. Ele foi desenvolvido

    para simplificar a estimativa de MG e, para tanto, baseou-se no DXA (dual-

    energy X-ray absorptiometry) gerando a seguinte equao IAC=

    (Circunferncia quadril/Altura.Altura)-18 18.

    O modelo 4C (MG, ACT, minerais e protenas) no vivel para aplicao

    em muitos obesos mrbidos porque comum que o tamanho e/ou a massa

    corporal dos indivduos exceda o limite do equipamento utilizado para

    determinao da massa mineral (neutron activation analysis ou DXA)12,16,19.

    Alm disso, os resultados do DXA podem ser imprecisos em obesos mrbidos

    porque o mtodo presume valores constantes de hidratao (73,2%)10 e

    potssio na MLG12 e erros de medida podem ocorrer quando as espessuras

    corporais ultrapassam 20 a 25cm10.

    O modelo 3C (MG, MLG e ACT) utiliza mtodos (pesagem hidrosttica ou

    pletismografia) capazes de acomodar indivduos maiores e mais pesados. No

    entanto, a pesagem hidrosttica limitada pelo desconforto respiratrio que

  • 5

    indivduos com obesidade mrbida geralmente apresentam, podendo no ser

    capazes de realizar a submerso total aps expirao completa12. A

    pletismografia pode superestimar MG em obesos graves edemaciados 11,12,20.

    Alm disso, a pletismografia, a pesagem hidrosttica e o DXA so

    mtodos de alto custo e grande complexidade operacional, exigindo tcnicos

    altamente treinados e equipamentos laboratoriais caros10.

    Assim sendo, a melhor metodologia para avaliar a composio corporal de

    obesos mrbidos no est definida e um mtodo confivel, simples e de baixo

    custo desejvel 11,12.

    A cirurgia baritrica uma alternativa para o tratamento da obesidade

    mrbida e promove intensa perda de peso graas reduo de gordura

    corporal, gua e massa magra. A reduo de gordura corporal diminui a

    morbimortalidade associada obesidade, mas a perda de MLG pode aumenta-

    la19.

    A determinao do tecido representativo da perda de peso (MG ou MLG)

    prediz benefcios ou malefcios sade do indivduo. A perda de peso em

    obesos colabora com a reduo do risco de doenas cardiovasculares e

    diabetes, com efeitos ainda controversos quanto mortalidade. Deve-se

    ressaltar que a perda de MLG simultnea pode determinar diminuio do

    metabolismo basal, interferindo negativamente na perda de peso19.

    Dessa forma, percebe-se a importncia em se determinar a composio

    corporal de obesos mrbidos para avaliar as alteraes percentuais dos

    diversos compartimentos corporais durante os tratamentos utilizados bem

    como os possveis benefcios (diminuio MG) ou malefcios (perda de MLG)

    dessas alteraes, especialmente aps tratamento cirrgico da obesidade.

  • 6

    Para tanto necessrio estabelecer metodologia de baixo custo, fidedigna,

    acessvel e reprodutvel.

  • 7

    2 Objetivos

    Avaliar a eficcia do ndice de Adiposidade Corporal (IAC) na

    determinao da quantidade de gordura corporal de adultos com obesidade

    mrbida. Desenvolver e validar equao de correo especfica para obesidade

    grave.

  • 8

    3 Mtodos

    Estudo prospectivo e transversal para comparao de dois mtodos de

    avaliao da gordura corporal em adultos portadores de obesidade mrbida. O

    estudo foi aprovado pela Comisso de tica para Anlise de Projetos de

    Pesquisa do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade

    de So Paulo (nmero 00984812.5.0000.0068).

    3.1 Casustica

    Foram selecionados 398 adultos com indicao para tratamento cirrgico

    da obesidade mrbida selecionados no ambulatrio do Grupo de Cirurgia

    Baritrica e Metablica do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade

    de Medicina da Universidade de So Paulo. Os dados foram coletados no

    momento da avaliao nutricional inicial do paciente no ambulatrio, de agosto

    de 2012 a dezembro de 2013.

    3.2 Critrios de incluso

    Os pacientes que preencheram os seguintes critrios foram includos no

    estudo:

    Maiores de 18 anos;

    Assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;

  • 9

    Pacientes com obesidade grave com indicao para cirurgia baritrica

    na Instituio.

    3.3 Critrios de excluso

    Foram excludos do estudo pacientes que:

    Apresentavam reteno hdrica excessiva (insuficincia cardaca

    congestiva, insuficincia renal crnica, insuficincia heptica);

    Portadores de marcapasso.

    3.4 Avaliao Antropomtrica

    As variveis antropomtricas foram obtidas no mesmo dia da avaliao da

    composio corporal por avaliadores treinados.

    Peso corporal em kilogramas: foi medido em balana eletrnica de alta

    preciso, modelo W 300A, Classe III, da Welmy, que suporta at 300kg

    (variao de 5 gramas). O paciente deveria ficar na posio ortosttica, de

    frente para o display, no centro da balana, descalo, com roupas leves.

    Altura em metros: foi utilizado estadimetro acoplado balana W 300,

    Classe III, capaz de medir de 1 a 2 metros. O paciente foi mantido de costas

    para o medidor, com os ps unidos, em posio ereta, olhando para frente e

    braos estendidos ao lado do corpo. A leitura foi feita no centmetro mais

    prximo quando a haste horizontal da barra vertical da escala da estatura

    encostava-se cabea do indivduo.

  • 10

    ndice de massa corporal em kilogramas por metro2 (IMC): foi

    determinado dividindo-se o peso do indivduo (kilogramas) pela altura (metros)

    ao quadrado.

    Circunferncias da cintura (CC) e do quadril (CQ) em centmetros: o

    indivduo deveria estar em posio ereta, com o abdmen relaxado, braos ao

    lado do corpo, com os ps unidos e seu peso igualmente sustentado pelas

    duas pernas. A circunferncia da cintura foi medida no ponto mdio entre a

    extremidade da ltima costela e a crista ilaca, na linha mdia axilar, com fita

    mtrica inextensiva, posicionada horizontalmente ao redor do abdmen sobre o

    nvel da cicatriz umbilical. A circunferncia do quadril foi a maior circunferncia

    sobre a regio gltea, com a fita mantida em plano horizontal, sem pressionar

    os tecidos moles.

    Relao Cintura Quadril (RCQ): foi obtida atravs da diviso da

    circunferncia da cintura em centmetros pela circunferncia do quadril em

    centmetros.

    3.5 Avaliao da Composio Corporal

    A composio corporal foi avaliada por dois mtodos distintos: BIA e IAC,

    conforme descrito abaixo:

    1. Bioimpedncia tetrapolar (equipamento Biodinamics, modelo 310,

    freqncia utilizada 50kHz): O equipamento forneceu os seguintes dados:

    Massa Gorda (% e quilogramas), Massa Magra (quilogramas), gua Corporal

  • 11

    Total (% e litros), Taxa Metablica Basal (kcal), Resistncia (ohm) e Reactncia

    (ohm).

    Os pacientes foram orientados a no consumir caf ou bebida alcolica e

    no praticar atividade fsica intensa nas 24 horas que antecediam o exame.

    Deveriam fazer uma refeio leve duas horas antes do procedimento.

    Os pacientes foram avaliados em decbito dorsal em maca apropriada,

    onde repousavam por cinco minutos antes do incio do exame. Quatro

    eletrodos conectados ao aparelho foram fixados na mo e p direitos para

    aferio da resistncia e reactncia do corpo. O teste indolor e demanda

    cerca de cinco minutos para sua realizao.

    O local de fixao dos eletrodos foi higienizado com algodo e lcool. Os

    eletrodos proximais (vermelhos) localizavam-se no brao (superfcie dorsal do

    pulso de modo que a borda superior do eletrodo estivesse em contato com a

    cabea da ulna) e na perna (superfcie dorsal do tornozelo de maneira que a

    borda superior do eletrodo estivesse medial e lateral com o malolo). Os

    eletrodos proximais (pretos) localizavam-se entre o segundo e o terceiro

    metacarpos e metatarsos, respectivamente. A distncia entre os eletrodos,

    proximal e distal, era de 5 centmetros. No deve existir contato entre as

    pernas nem mesmo entre o tronco e os braos do avaliado. Para tanto, foram

    abduzidos braos e pernas a uma distncia aproximada de 45. Uma corrente

    eltrica de baixa intensidade (800A), com freqncia de 50kHz, foi aplicada

    nos eletrodos emissores e a diferena da voltagem foi determinada como

    impedncia e resistncia.

  • 12

    Os resultados obtidos atravs da BIA (resistncia) e dados do paciente

    (peso, idade, altura) foram utilizados para clculo da gordura corporal de

    acordo com a Equao de Horie- Waitzberg (2009):

    Gordura corporal= 23,25+ (0,09 x R) + (1,00 x PA) -(0,08 x A) + (0,13 x I),

    onde: Gordura em quilogramas; R=resistncia em ohm; PA= peso atual em

    quilogramas; A=altura em centmetros; I=idade em anos.

    2. ndice de Adiposidade Corporal (IAC), proposto por Bergman e cols

    (2011). O IAC estima a quantidade de gordura corporal atravs da relao

    entre circunferncia do quadril e altura, segundo a frmula:

    IAC= (CQ/A x A)-18

    Onde, IAC= ndice de Adiposidade Corporal (%gordura corporal);

    CQ=circunferncia do quadril em centmetros; A=altura em metros.

    A circunferncia do quadril e a altura foram obtidas segundo procedimento

    descrito no item 3.4 (Avaliao Antropomtrica).

    3.6 Anlise Estatstica

    A anlise estatstica do presente estudo foi feita atravs do programa R

    verso 3.0.2. (core team). Os resultados foram expressos em mdia e desvio

    padro. Foi considerado significativo o valor de p

  • 13

    Lausen, considerando-se discrepantes diferenas acima de 5% de gordura

    corporal (GC) entre os mtodos (IAC vs BIA).

    Foi utilizada anlise de regresso linear mltipla com seleo de variveis

    atravs do mtodo de reduo de modelo (Backward) para o desenvolvimento

    da equao para estimar porcentagem de gordura corporal especfica para

    obesos mrbidos. Em todas as anlises a porcentagem de gordura corporal

    estimada pela BIA (equao Horie- Waitzberg) foi utilizada como mtodo de

    referncia.

  • 14

    4 Resultados

    4.1 Caractersticas da populao

    Foram selecionados inicialmente 433 participantes sendo que 35

    pacientes foram excludos por: doenas clnicas com formao de edema

    (n=25), recusa em participar do estudo (n=9) e serem portadores de

    marcapasso (n=1), resultando numa amostra final de 398 indivduos (328

    mulheres/73 homens). Destes, os resultados dos primeiros 240 indivduos

    foram utilizados para avaliar a eficcia do IAC em determinar GC de obesos

    graves e para o desenvolvimento de frmula especfica de correo para o IAC

    (Grupo 1 - G1). Para validao da frmula desenvolvida foram utilizados os

    dados dos demais 158 indivduos que foram denominados Grupo 2 (G2).

    Os dados descritivos e resultados antropomtricos da populao estudada

    esto na Tabela 1.

  • 15

    Tabela 1 - Anlise descritiva dos 398 indivduos com obesidade mrbida avaliados, candidatos a cirurgia baritrica, divididos entre os dois grupos (Grupo 1 e Grupo 2) na FMUSP, 2013

    Grupo 1 Grupo 2

    Variveis Total

    (n=240) Mulheres (n=190)

    Homens (n=50)

    Total (n=158)

    Mulheres (n=136)

    Homens (n=22)

    Idade (anos) 44,111,1 44,510,8 42,812,2 44,112,1 43,612,2 43,412,7

    Peso (kg) 128,823,8 122,618,8 149,327,1 128,525,5 122,619,8 156,129,9

    Altura (m) 1,60,1 1,60,1 1,70,1 1,60,1 1,60,1 1,70,1

    IMC (kg/m2) 49,27,4 48,77,1 50,98,0 49,17,6 48,37,2 52,87,4

    CC (cm) 139,618,5 136,818,7 148,914,6 135,217,0 131,314,4 152,616,7

    CQ (cm) 142,514,0 141,513,3 145,515,9 142,114,8 140,514,3 149,114,0

    RCQ 1,00,1 0,90,1 1,00,1 1,00,1 0,90,1 1,00,1 Resultados expressos em mdia e desvio padro Legenda: IMC= ndice de massa corprea; CA= circunferncia do abdmen; CQ= circunferncia do quadril; RCQ= relao cintura quadril; GC= porcentagem de gordura corporal; BIA= bioimpedncia; IAC= ndice de adiposidade

    corporal; FMUSP = Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

    As caractersticas das duas populaes avaliadas nos grupos G1 e G2

    eram similares, sem diferena significativa (mdia de idade 44,112,1 anos e

    44,111,1 anos, mdia de IMC de 49,27,4kg/m2 e 49,17,6kg/m2 e mdia de

    RCQ 0,90,1 e 1,00,1, respectivamente).

    4.2 Avaliao da capacidade do ndice de Adiposidade Corporal

    em estimar a gordura corporal de obesos mrbidos

    Para a avaliao do percentual de gordura corporal determinado pelo IAC

    os resultados foram comparados aos valores obtidos pela BIA, segundo a

    equao de Horie- Waitzberg (2009) no G1. Observou-se distribuio linear e

    correlao positiva no grfico de disperso da Figura 1 que relaciona os dois

    mtodos.

  • 16

    Figura 1 - Relao entre % de gordura corporal determinada pela bioimpedncia (BIA) e pelo ndice de Adiposidade Corporal (IAC) em adultos com obesidade mrbida, candidatos a cirurgia baritrica, do Grupo 1 (n=240), na FMUSP, 2013

    Legenda: GC= gordura corporal; BIA= bioimpedncia; IAC= ndice de adiposidade corporal; FMUSP = Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

    A quantidade mdia de GC foi 52,3 6,1% segundo a BIA e 51,6 8,1%

    segundo o IAC, com uma diferena mdia significativa entre os mtodos de

    0,65,1% (p=0,039) (Tabela 2).

  • 17

    Tabela 2 - Diferenas observadas entre os dois mtodos (BIA e IAC) e correlao Intraclasse em adultos com

    obesidade mrbida do Grupo 1 (n=240) na FMUSP, 2013

    Variveis BIA

    (%CG) IAC

    (%CG) Diferena %

    (BIA-IAC) Valor de p Erro mnimo Erro mximo

    Correlao Intraclasse (IC 95)

    Gnero feminino 52,85,8 52,77,6 0,24,8 0,664 -11,5 10,2 0,75 (0,68 - 0,81)

    Gnero masculino 50,16,7 47,68,9 2,55,9 0,004* -14,2 14,1 0,68 (0,50 - 0,80)

    IMC 35 a 49,99 kg/m2 49,45,2 48,06,1 1,44,7 0,001* -10,8 14,1 0,63 (0,52 - 0,72)

    IMC50kg/m2 56,54,7 56,97,9 -0,55,5 0,569 -14,2 13,0 0,64 (0,50 - 0,74) RCQ< 1,05 52,26,0 52,37,7 0,04,8 0,899 -14,2 12,1 0,76 (0,69 - 0,81)

    RCQ 1,05 52,36,6 47,39,2 5,04,7 0,002* -7,2 14,1 0,67 (0,43 - 0,82) Total 52,36,1 51,68,1 0,65,1 0,039* -14,2 14,1 0,74 (0,68 - 0,79)

    Resultados expressos em mdia e desvio padro. Legenda: GC= Gordura Corporal; BIA= bioimpedncia eltrica; IAC= ndice de adiposidade corporal; IMC= ndice de massa corprea; RCQ= relao cintura quadril; * = p

  • 18

    Em indivduos com maior acmulo de gordura na regio do abdmen em

    relao ao quadril (maior RCQ), o IAC subestimou a %GC. Foram calculados

    os pontos de corte da RCQ que prejudicaram os resultados, considerando-se

    discrepantes diferenas acima de 5% de GC entre os mtodos (BIA vs IAC).

    Dessa forma, uma RCQ1,05 causaria erro significativo (p

  • 19

    Figura 3 - Diferenas observadas entre a Bioimpedncia (BIA) e o ndice de Adiposidade Corporal (IAC) nos gneros feminino e masculino em adultos com obesidade mrbida do Grupo 1 (n=240) na FMUSP, 2013

    Legenda: BIA= bioimpedncia eltrica; IAC= ndice de adiposidade corporal; F= feminino; M= masculino; FMUSP =

    Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

    O IAC subestimou significativamente (p=0,004) a gordura corporal no sexo

    masculino (Figura 3).

  • 20

    Figura 4 - Diferenas observadas entre a Bioimpedncia (BIA) e o ndice de Adiposidade Corporal (IAC) nas faixas de obesidade mrbida (IMC= 35-49,99kg/m2) e superobesidade (IMC> 50kg/m2) em adultos do Grupo 1 (n=240) na FMUSP, 2013

    Legenda: BIA= bioimpedncia eltrica; IAC= ndice de adiposidade corporal; F= feminino; M= masculino; FMUSP =

    Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

    O IAC subestimou significativamente (p=0,001) a gordura quando o IMC

    estava entre 30 e 49,99kg/m2 (Figura 4).

  • 21

    4.3 Desenvolvimento da equao especfica para obesidade

    mrbida

    A anlise de regresso linear mltipla (Tabela 3) com seleo de variveis

    atravs do mtodo de reduo de modelo (Backward) gerou a equao de

    correo a seguir, que foi denominada ndice de Adiposidade Corporal

    Modificado (IACM), com um coeficiente de determinao (R2) de 0,65.

    IACM% = 23,6 + 0,5 x (IAC)

    Somar 2,2 se IMC50kg/m2 e 2,4 se RCQ1,05.

    IACM= ndice de Adiposidade Corporal Modificado, gordura corporal corrigida em porcentagem; IAC= gordura

    corporal do ndice de Adiposidade Corporal, em porcentagem;

    Tabela 3 - Regresso Linear Mltipla nos 240 adultos com obesidade

    mrbida do Grupo 1 na FMUSP, 2013

    Varivel Estimativa DP Valor de p

    Interseco 23,61,8

  • 22

    no grupo G2 (n=158) e os valores obtidos foram comparados aos resultados da

    BIA (segundo a equao de Horie- Waitzberg). A %GC mdia no grupo

    segundo a BIA foi 52,4 5,7% e segundo o IAC (original) foi 51,2 7,9%; aps

    a correo a %GC foi 52,0 4,8%, reduzindo a mdia da diferena entre os

    mtodos de 1,2 5,9% (p=0,029) para 0,4 4,0% (p=0,18) (Tabela 4).

    As mesmas limitaes encontradas no G1 foram observadas o G2. O IAC

    tambm subestimou, significativamente, a GC no sexo masculino em 3,14,8%

    (p=0,007), quando a RCQ>1,05 em 7,26,1% (p

  • 23

    Tabela 5 - Diferenas observadas entre a BIA e o IACM em adultos

    com obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMUSP, 2013

    Variveis BIA

    (%GC) IACM (%GC)

    Diferena % (BIA-IACM)

    Valor de p

    Erro mnimo

    Erro mximo

    Gnero feminino 52,65,6 52,14,9 0,44,1 0,246 -9,5 10,7 Gnero masculino 51,56,2 51,24,2 0,33,5 0,672 -9,5 4,9

    IMC 35 a 49,99 kg/m2 49,85,1 49,02,9 0,74,4 0,112 -9,5 10,7 IMC50kg/m2 56,44,0 56,53,5 -0,13,4 0,833 -8,7 7,8

    RCQ< 1,05 52,45,3 52,14,6 0,34,0 0,438 -9,5 10,7 RCQ 1,05 52,77,5 51,55,9 1,24,4 0,211 -8,7 7,8

    Total 52,45,7 52,04,8 0,44,0 0,315 -9,5 10,7 Resultados expressos em mdia e desvio padro. Legenda: GC= Gordura Corporal; BIA= bioimpedncia eltrica; IAC= ndice de adiposidade corporal; IACM= ndice de adiposidade corporal modificado; IMC= ndice de massa corprea; RCQ= relao cintura quadril;

    *p

  • 24

    Percebe-se neles a ntida melhora do mtodo IAC aps a modificao sugerida

    para adapt-lo a uma populao com obesidade mrbida.

  • 25

    Figura 5 - Relao entre % de gordura corporal determinada pela BIA e IAC e pela BIA e IACM em adultos com

    obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMSUP, 2013

    Legenda: %GC= % de gordura corporal; IAC= ndice de Adiposidade Corporal; BIA= Bioimpedncia; IACM= ndice de Adiposidade Corporal Modificado; FMUSP = Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

  • 26

    Figura 6 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC e entre a BIA e o IACM segundo a porcentagem de gordura

    corporal em adultos com obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMSUP, 2013

    Legenda: %GC= % de gordura corporal; IAC= ndice de Adiposidade Corporal; BIA= Bioimpedncia; IACM= ndice de Adiposidade Corporal Modificado; FMUSP = Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo.

  • 27

    Figura 7 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC e entre a BIA e o IACM segundo a Relao Cintura/Quadril

    (RCQ) em adultos com obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMSUP, 2013

    Legenda: %GC= porcentagem de gordura corporal; BIA= bioimpedncia; IAC= ndice de adiposidade corporal; IACM= ndice de Adiposidade Corporal Modificada; RCQ= Relao cintura quadril.

    Quanto maior a RCQ maior o erro do IAC, o que deixa de ser verdade aps a correo, o erro mximo se reduz de 20%

    para 10% como se pode observar na Figura 7.

  • 28

    Figura 8 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC e entre a BIA e o IACM segundo a Gravidade da Obesidade

    (Obesidade vs Super obesidade) em adultos com obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMSUP, 2013

    Legenda: %GC= porcentagem de gordura corporal; BIA= bioimpedncia; IAC= ndice de adiposidade corporal; IACM= ndice de Adiposidade Corporal Modificada; IMC= ndice de massa corporal

  • 29

    Figura 9 - Diferenas observadas entre a BIA e o IAC e entre a BIA e o IACM segundo o Gnero em adultos com

    obesidade mrbida do Grupo 2 (n=158) na FMSUP, 2013

    Legenda: %GC= porcentagem de gordura corporal; BIA= bioimpedncia; IAC= ndice de adiposidade corporal; IACM= ndice de Adiposidade Corporal Modificada; F= feminino; M= Masculino

  • 30

    5 Discusso

    A obesidade vem crescendo de forma alarmante em todo o mundo. Nos

    EUA 20% dos homens e 25% das mulheres estavam com obesidade em 1994,

    10 anos depois 28% dos homens e 34% das mulheres apresentavam o

    problema; projees prevem que em 2020 41% dos homens e 50% das

    mulheres estaro obesos nos EUA5,8. No Brasil ela aumentou em uma

    velocidade de 1% ao ano de 2006 a 2011, atingindo atualmente cerca de 16%

    da populao7. Na Europa observou-se um aumento de 10% para 20% na

    dcada de 908.

    A obesidade mrbida tambm cresceu de forma espantosa nos ltimos

    anos, entre 1974 e 2003 ela aumentou em 255% (de 0,18% para 0,33%) no

    Brasil20. Nos EUA estima-se que a obesidade grave esteja presente em 5% da

    populao4. Frente a esse aumento exacerbado, surgiu o desafio de se

    determinar a composio corporal de obesos mrbidos, j que as metodologias

    tradicionais apresentam uma srie de limitaes quando utilizadas nessa

    populao11,12,13.

    A Bioimpedncia (BIA) um mtodo simples e acessvel e uma alternativa

    para mensurar a composio corporal de obesos mrbidos 2,17,22. Ela mede a

    impedncia do corpo, ou seja, a resistncia e a reactncia que o corpo oferece

    passagem de uma corrente eltrica de baixa freqncia e, atravs da

    impedncia, estima os compartimentos corporais, baseando-se em um modelo

    de corpo cilndrico e de condutibilidade constante 2,10,23.

  • 31

    Existem inmeras equaes disponveis para o clculo da composio

    corporal atravs da resistncia medida pela BIA, especficas para cada grupo.

    Um erro comum o desconhecimento de informaes sobre a equao contida

    no software do equipamento, sobretudo em relao sua validade para o

    indivduo avaliado10. Quando indivduos com obesidade mrbida so avaliados

    as equaes comumente utilizadas no so adequadas11,12,21,24. As equaes

    de Segal e Gray e as contida no equipamento da Biodinamics (modelo 310;

    50kHz) mostraram concordncia fraca com o DXA em mulheres com

    sobrepeso e obesidade (IMC 32,1 4,3kg/m2)25. As equaes de Lukaski, Segal

    e do equipamento da RJL Systems (modelo 103B) tambm subestimaram

    significativamente a GC em mulheres com obesidade mrbida, quando

    comparadas ao modelo de 3C (utilizando pletismografia e gua marcada com

    istopo 18 do oxignio)11. Sendo assim, a escolha da equao correta para

    avaliar a GC atravs da BIA crucial para a obteno de um resultado fiel.

    O obeso mrbido apresenta um acmulo excessivo de gordura corporal e

    uma maior relao de AEC/ACT. Esse excesso de AEC reduz a resistncia

    oferecida pelo corpo passagem da corrente eltrica, o que ser interpretado

    pela BIA como maior quantidade de MLG e menor quantidade de GC 2,12.

    Dessa forma, a BIA, utilizando-se das equaes tradicionais, subestima

    significativamente a GC em obesos mrbidos11,12,24,25,26,27, com tendncia

    crescente com o aumento de GC24.

    Em 2008, no Brasil (FMUSP), equaes especficas para determinar a GC

    de obesos mrbidos foram desenvolvidas, baseadas na pletismografia, para

    solucionar as limitaes da BIA no obeso mrbido. Utilizando-se dos valores da

    resistncia fornecida pela BIA (50 ou 100kHz), peso, altura e idade os autores

  • 32

    obtiveram excelente coeficiente de determinao (R2=0,9729). A equao foi

    validada em 60 obesos graves baseando-se na quantidade de GC determinada

    pela pletismografia com alta preciso (0,974), acurcia (0,998) e coeficiente de

    correlao de concordncia (0,972)17.

    5.1 ndice de Adiposidade Corporal

    O ndice de Adiposidade Corporal (IAC) foi desenvolvido e validado em

    uma populao de variada composio corporal (mdia IMC=29,5 6,1 kg/m2)

    no caucasiana (norte americanos descendentes de mexicanos e africanos), a

    qual, possivelmente, ir condizer com populaes da Amrica Central e

    Amrica do Sul 18.

    No processo de validao do IAC, observaram-se pequenas limitaes na

    sua capacidade de estimar GC em obesos (comparado GC do DXA). Sua

    reprodutibilidade foi boa na faixa de %GC de 30 a 55% (obesidade),

    superestimando de 3,1 a 4,1% a GC em indivduos na faixa de 30 e 45% de

    GC (DXA) e subestimando de 2,6 a 4,3% a GC em indivduos na faixa de 45 a

    55% de GC (DXA)18.

    Os estudos posteriores que avaliaram sua eficcia comparando-o a vrios

    mtodos so contraditrios. Na maioria deles as diferenas mdias so

    pequenas, porm estatisticamente significativas. Apresentou boa correlao

    com o DXA em mulheres brasileiras idosas (0,65) e em orientais de ambos os

    sexos (0,81). No entanto as diferenas entre os mtodos foram significativas (o

    IAC subestimou a GC em 3,3% nas mulheres e 5,77% nos orientais) 28,29.

  • 33

    Apresentou correlao fraca com pregas cutneas (0,58 nas mulheres e

    0,66 nos homens) e subestimou significativamente a %GC (1,5% nas mulheres

    e 1,4% em homens) em indianos de variada composio corporal (IMC mdio

    de 27,9kg/m2; 43% das mulheres e 21% dos homens apresentavam

    obesidade)30.

    Quando relacionado comorbidades, mostrou-se vantajoso para predizer

    o risco cardiovascular em um estudo realizado com mulheres obesas ps

    menopausa, relacionando-se com sensibilidade insulina, protena C reativa,

    leptina e gordura visceral28. Tambm apresentou boa sensibilidade e

    especificidade para predizer hipertenso arterial, melhor do que a CC, a RCQ e

    o IMC em adultos indianos30.

    Uma das grandes vantagens do teste o custo baixssimo de sua

    aplicao e a baixa exigncia tcnica, j que necessita de duas medidas

    simples e facilmente orientadas e despensa equipamentos mecnicos e

    eletrnicos31.

    O IAC apresentou limitaes para estimar a %GC dos 398 obesos

    mrbidos includos no presente estudo. As diferenas mdias entre o IAC e a

    BIA no foram grandes (0,6 5,1% no G1 e 1,25,9% no G2), podendo ser um

    bom mtodo para uma avaliao populacional. No entanto, essa diferena foi

    estatisticamente significativa (p=0,039 no G1 e p

  • 34

    Quando comparado ao DEXA, ainda em mulheres com obesidade mrbida

    (mdia de 58% de GC segundo o DXA), as diferenas observadas so maiores

    (10,2% 32 e 8% 33). No estudo de Bergman et al18 o IAC subestimou em 2,6 a

    4,3% a GC (em ambos os sexos) em uma faixa de porcentagem de GC um

    pouco inferior, mas predominantemente encontrada em Obesidade Grau II e III

    (45 a 55%). Quando mulheres mais velhas ps menopausa com sobrepeso e

    obesidade (idade mdia 55 anos) foram avaliadas o IAC subestimou a GC em

    7,6% (comparado ao DXA) 34. Isso provavelmente se deu porque depois da

    menopausa, verifica-se maior acumulo de GC, mesmo com um menor IMC (GC

    DXA mdia 45,9%; IMC mdio 31,9kg/m2) 34,35.

    O IAC subestimou em 5% 33 e 5,5% 32 a GC quando comparado a

    pletismografia (em mulheres com obesidade grave).

    No presente estudo, foi observada uma ntida relao linear positiva entre

    o IAC e a BIA e uma boa correlao intraclasse (0,74), tambm observada em

    outros dois estudos com mulheres com obesidade mrbida, sendo ela de 0,86

    32 e 0,87 33.

    Em estudos recentes com mulheres com obesidade grave, o IAC tambm

    apresentou forte correlao com a pletismografia (0,71 32 e 0,73 33). J a

    correlao entre o IAC e o DXA foi ruim em mulheres com obesidade grave

    (0,39 32 e 0,42 33) e boa em mulheres com sobrepeso e obesidade (0,78) 34.

    A diferena entre o IAC e a BIA no foi significativa no sexo feminino

    (0,2%, p=0,0664). J no sexo masculino o IAC subestimou significativamente

    (p=0,04) a GC em 2,5% (-14% a 14%) na nossa populao. Corroborando com

    um estudo realizado em orientais de variada composio corporal (IMC de 17 a

    55 kg/m2), no qual a correlao entre IAC e DXA foi maior no sexo feminino

  • 35

    (0,82 em mulheres vs. 0,74 em homens) 29. Entretanto, em indianos

    (IMC=29,7kg/m2), a correlao entre IAC e pregas cutneas foi maior em

    homens que em mulheres (0,66 vs. 0,58)30 e em mulheres norte americanas

    caucasianas ps-menopausa com sobrepeso e obesidade (idade mdia 55,8

    anos e IMC mdio de 31,8 kg/m2) a diferena entre o IAC e o DXA foi

    significativa (p

  • 36

    da cintura e do quadril, da altura e do peso do indivduo. As variveis includas

    eram capazes de explicar 65% da variao da %GC.

    O IACM foi eficaz em determinar a quantidade de gordura corporal de

    obesos mrbidos, no se apresentando significativamente diferente da BIA

    (utilizado a equao de Horie et al, 2009). A diferena mdia entre os mtodos

    foi reduzida de 1,25,9 para 0,44,0, deixando de ser significativa. Ocorreu

    tambm um fortalecimento da correlao entre os mtodos passando de 0,6

    para 0,7.

    As limitaes anteriormente observadas no IAC foram eliminadas no

    restando mais nenhum grupo no qual as diferenas permaneceram

    significativas. No gnero masculino a diferena mdia foi reduzida de 3,14,8

    para 0,33,5, nos indivduos com RCQ 1,05 foi reduzida de 7,26,1 para

    1,24,4 e nos indivduos com IMC entre 35 e 49,99kg/m2 foi reduzida de

    2,35,5 para 0,74,4. As correlaes foram fortalecidas principalmente no

    gnero masculino (0,6 para 0,8), no grupo com IMC>50kg/m2 (0,4 para 0,6) e

    no grupo com RCQ 1,05 (0,4 para 0,8).

    Dessa forma, o IACM poder ser amplamente utilizado para uma

    avaliao clnica do obeso mrbido, devido sua simplicidade e acessibilidade,

    j que atravs de quatro variveis antropomtricas pode-se obter uma

    estimativa fiel da porcentagem de gordura de um obeso grave.

    Ressaltamos a importncia que um mtodo de tamanha simplicidade tem

    em pases aonde a disponibilidade de equipamentos sofisticados no ampla,

    o que, muitas vezes, impossibilita a estimativa da porcentagem de gordura

    corporal em uma populao cada vez mais obesa que tanto necessita desta

    mensurao.

  • 37

    6 Concluso

    O ndice de Adiposidade Corporal apresenta limitaes para determinar

    porcentagem de gordura corporal de obesos mrbidos, com uma diferena

    significativa neste percentual quando comparado Bioimpedncia. Os

    principais fatores que contribuem para esse erro so uma relao

    cintura/quadril acima de 1,05 e o IMC entre 35-49,99kg/m2.

    A equao sugerida (ndice de Adiposidade Corporal Modificado IACM)

    foi eficaz em determinar a quantidade de gordura corporal de obesos mrbidos,

    no se apresentando significativamente diferente da Bioimpedncia e

    reduzindo para no significativas as limitaes anteriormente apresentadas

    pelo IAC.

  • 38

    7 Referncias

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  • 8 Apndices

    Apndice 1: Parecer Consubstancial do Comisso de tica para Anlise de Projetos de Pesquisa do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo

  • Apndice 1: Parecer Consubstancial do Comisso de tica para Anlise de Projetos de Pesquisa do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo (cont.)

  • Apndice 2: Parecer Consubstancial do Comisso de tica para Anlise de Projetos de Pesquisa do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo sobre aumento da amostra

  • Apndice 2: Parecer Consubstancial do Comisso de tica para Anlise de Projetos de Pesquisa do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo sobre aumento da amostra (cont.)

  • Apndice 3: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

    HOSPITAL DAS CLNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE

    DE SO PAULO-HCFMUSP

    TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

    ______________________________________________________________________________

    DADOS DE IDENTIFICAO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSVEL LEGAL

    1. NOME: .:............................................................................. ........................................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE N : ........................................ SEXO : .M F DATA NASCIMENTO: ......../......../...... ENDEREO ................................................................................. N ........................... APTO:

    .................. BAIRRO: ........................................................................ CIDADE

    ............................................................. CEP:......................................... TELEFONE: DDD (............)

    ......................................................................

    2.RESPONSVEL LEGAL ..............................................................................................................................

    NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) ..................................................................................

    DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M F DATA NASCIMENTO.: ....../......./...... ENDEREO:.............................................................................................N.................APTO:

    ....................... BAIRRO:................................................................................ CIDADE:

    .......................................................... CEP:..............................................TELEFONE: DDD

    (............)....................................................................... _______________________________________________________________________________

    DADOS SOBRE A PESQUISA

    1. TTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Alteraes da composio corporal em obesos mrbidos antes e aps tratamento cirrgico da obesidade

    2. PESQUISADORES:

    Roberto de Cleva - CARGO/FUNO: Prof. Livre-docente. INSCRIO CONSELHO REGIONAL N 57574

    Aline Biaseto Bernhard - CARGO/FUNO: Nutricionista INSCRIO CONSELHO REGIONAL N 28899 (CRN)

    UNIDADE DO HCFMUSP: Instituto Central do Hospital das Clnicas (ICHC)

    3. AVALIAO DO RISCO DA PESQUISA: RISCO MNIMO x RISCO MDIO RISCO BAIXO RISCO MAIOR

    4. DURAO DA PESQUISA: 24 meses

  • Apndice 3: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (cont.)

    HOSPITAL DAS CLNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SO

    PAULO-HCFMUSP

    1 - Desenho do estudo e objetivo(s): - Voc est sendo convidado(a) a participar de um

    estudo no qual obesos mrbidos com indicao de tratamento cirrgico sero avaliados quanto

    s modificaes na composio corporal durante a perda de peso atravs de dois mtodos:

    Impedncia Bioeltrica (BIA) e ndice de adiposidade corporal (IAC).

    2 - Descrio dos procedimentos que sero realizados, com seus propsitos e

    identificao dos que forem experimentais e no rotineiros: Voc realizar os

    procedimentos rotineiros de avaliao clnica que so: peso, altura, circunferncia da cintura e

    do quadril, quantidade de gordura corporal e massa magra. Os procedimentos esto descritos

    no item 3.

    3 - Relao dos procedimentos rotineiros e como so realizados: Para avaliar a

    quantidade de gordura, musculatura e gua do seu corpo sero obtidas algumas medidas

    como, a circunferncia do seu quadril, a circunferncia da sua cintura, seu peso e sua altura. A

    circunferncia da cintura e do quadril sero medidas com uma fita mtrica, com voc em p.

    Seu peso ser medido em uma balana eletrnica, na qual voc dever subir e sua altura ser

    medida com a haste que a balana possui para esse fim.

    Alm dessas medidas outro exame ser realizado, a Impedncia Bioeltrica (BIA). Voc deitar

    numa maca e eletrodos (fitas adesivas conectadas a um aparelho por um fio eltrico) sero

    conectados nos seu p e mo direitos. Esse exame demora cerca de 5 minutos e indolor.

    4 - Descrio dos desconfortos e riscos esperados nos procedimentos: As primeiras

    medidas sero obtidas na posio ereta, quando sero medidas as circunferncias e em

    seguida ser solicitado que voc suba em uma balana. A BIA ser realizada na posio

    deitada, portanto voc dever subir na maca e deitar-se de barriga para cima. A realizao do

    exame no causa nenhuma sensao fsica, portanto no sentir dor, formigamento ou

    qualquer tipo de desconforto durante a realizao do exame.

    5 - Benefcios para o participante: No esperado qualquer tipo de risco para voc ao

    participar do estudo. No haver nenhum benefcio do estudo para o seu caso, mas os

    resultados podem contribuir para o tratamento de outros pacientes com a doena.

    6 Relao de procedimentos alternativos que possam ser vantajosos, pelos quais o

    paciente pode optar: no existem procedimentos alternativos no presente estudo.

    7 - Garantia de acesso: Em qualquer etapa do estudo, voc ter acesso aos profissionais

    responsveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dvidas. O principal investigador

    o Prof. Dr. Roberto de Cleva, que pode ser encontrado no endereo Av. Dr. Enas de

  • Apndice 3: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (cont.)

    Carvalho Aguiar, 255, 9 andar ICHC, sala 9025, Telefone(s) 2661-6876. Se voc tiver alguma

    considerao ou dvida sobre a tica da pesquisa, entre em contato com o Comit de tica em

    Pesquisa (CEP) Rua Ovdio Pires de Campos, 225 5 andar tel: 2661-6442 ramais 16, 17,

    18 ou 20, FAX: 2661-6442 ramal 26 E-mail: [email protected]

    8 - garantida a liberdade de retirada do consentimento a qualquer momento e a sada

    do estudo, sem qualquer prejuzo continuidade de seu tratamento na Instituio.

    9 - Direito de confidencialidade: as informaes obtidas sero analisadas em conjunto com

    outros pacientes, no sendo divulgada a identificao de nenhum paciente.

    10 - Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas,

    quando em estudos abertos, ou de resultados que sejam do conhecimento dos

    pesquisadores.

    11 - Despesas e compensaes: No h despesas pessoais para o participante em qualquer

    fase do estudo, incluindo exames e consultas. Tambm no h compensao financeira

    relacionada sua participao. Se existir qualquer despesa adicional, ela ser absorvida pelo

    oramento da pesquisa.

    12 - Compromisso do pesquisador de utilizar os dados e o material coletado somente

    para esta pesquisa.

    Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informaes que li ou que

    foram lidas para mim, descrevendo o estudo Alteraes da composio corporal em obesos

    mrbidos antes e aps tratamento cirrgico da obesidade.

  • Apndice 3: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (cont.)

    Eu discuti com o Dr. Roberto de Cleva sobre a minha deciso em participar nesse

    estudo. Ficaram claros para mim quais so os propsitos do estudo, os procedimentos a serem

    realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos

    permanentes. Ficou claro tambm que minha participao isenta de despesas e que tenho

    garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessrio. Concordo voluntariamente em

    participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem

    penalidades ou prejuzo ou perda de qualquer benefcio que eu possa ter adquirido ou no meu

    atendimento neste Servio.

    -------------------------------------------------

    Assinatura do paciente/representante legal Data / /

    -------------------------------------------------------------------------

    Assinatura da testemunha Data / /

    Para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de deficincia auditiva ou visual.

    (Somente para o responsvel do projeto)

    Declaro que obtive de forma apropriada e voluntria o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participao neste estudo.

    -------------------------------------------------------------------------

    Assinatura do responsvel pelo estudo Data / /