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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CAMPUS ENGENHEIRO COELHO - SP PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO ALINE JULIANA DE OLIVEIRA MÁRIO ESTILOS DE APRENDIZAGEM E USO DE TECNOLOGIA COM ALUNOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EAD ENGENHEIRO COELHO - SP DEZEMBRO 2018

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS ENGENHEIRO COELHO - SP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO

ALINE JULIANA DE OLIVEIRA MÁRIO

ESTILOS DE APRENDIZAGEM E USO DE TECNOLOGIA COM

ALUNOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EAD

ENGENHEIRO COELHO - SP

DEZEMBRO – 2018

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS ENGENHEIRO COELHO - SP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO

ALINE JULIANA DE OLIVEIRA MÁRIO

ESTILOS DE APRENDIZAGEM E USO DE TECNOLOGIA COM

ALUNOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EAD

Dissertação apresentada ao programa de Mestrado Profissional em Educação, do Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Engenheiro Coelho, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestra.

Orientadora: Profa. Dra. Helena Brandão Viana

ENGENHEIRO COELHO - SP DEZEMBRO - 2018

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Mário, Aline Juliana de Oliveira ESTILOS DE APRENDIZAGEM E USO DE TECNOLOGIA COM ALUNOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EAD / Aline Juliana de Oliveira Mário. Engenheiro Coelho: Unasp-EC, 2018. 104f.

Orientadora: Profa. Dra. Helena Brandão Viana Dissertação (Mestrado)- Centro Universitário Adventista São Paulo, Programa de Mestrado Profissional em Educação, 2018.

1. Estilos de Aprendizagem. 2. Ambiente Virtual. 3. Ensino a Distância. I. Viana, Profa. Dra. Helena Brandão. II. Título.

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iii

Dedico este trabalho a minha orientadora Helena que, em meio às dificuldades durante o processo de desenvolvimento da pesquisa, demostrou sua paciência, empenho, carinho e compreensão comigo. Aos professores, à família e aos amigos próximos que foram responsáveis pelo meu aprendizado e amadurecimento. Em especial ao Mestre dos Mestres Jesus, que ensinou lições de fé, respeito e amor ao próximo por meio do Seu exemplo.

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iv

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho contou com importantes incentivos, que foram

imprecindíveis e fundamentais para a sua conclusão:

Agradeço a minha mãe Alcina que foi meu suporte e me deu toda estrutura

para chegar até aqui; ao meu irmão Emerson pela convivência durante esse

processo, que indiretamente participou dos meus dias difíceis e cansativos; a minha

irmã Andressa, principal incentivadora em todas as etapas do meu crescimento

pessoal e profissional; ao meu pai Berlim que foi minha referência de força e

perseverança, independente dos desafios e obstáculos que encontramos no

caminho.

Agradeço ao Prof. Dr. Joaquim Crepaldi e à querida amiga Claudia Mendes

por ofereceram seu apoio e por terem me ajudado a iniciar uma nova fase na minha

vida.

Aos meus amigos que de uma forma positiva e carinhosa sempre me

incentivaram, em especial a amiga e Profa. Dra. Amanda Vasques, que me ofereceu

seu carinho, motivação e apoio ilimitados em todos os momentos. Às Profas. Dayse

e Lourdes, pela gentileza, compreensão e consideração que tiveram comigo desde o

primeiro momento.

Agradeço a Marilza, meu suporte nas situações mais adversas, por ter me

oferecido seu apoio, e por ter me dado direcionamento e ânimo para chegar até

aqui.

Agradeço também ao meu namorado Rodrigo que carinhosamente me

incentivou, apoiou e esteve ao meu lado proporcionando bons momentos,

fundamentais para recarregar minhas energias.

Agradeço ao Unasp EaD na pessoa do Prof. Everson, diretor acadêmico, que

autorizou a aplicação da pesquisa no campus. A amiga Kelli, responsável pelo

suporte virtual, que ofereceu seu apoio para que eu pudesse desenvolver o trabalho.

Agradeço, de todo o coração e com toda admiração, a minha querida

orientadora Profa. Dra. Helena Brandão Viana, que esteve sempre presente

demostrando todo apoio nos momentos difíceis que passei durante esse processo, e

me indicando pacientemente o caminho a ser percorrido, sempre com uma palavra

de motivação.

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v

Agradeço, glorifico e honro a DEUS pela oportunidade de obtenção deste título, por

me conceder saúde, força para continuar e prosseguir, e por estar presença na

minha vida todos os dias.

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“Tudo coopera para o bem daqueles que amam a DEUS”

Romanos 8:28

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vii

MÁRIO, A. J. O. Estilos de aprendizagem e uso de tecnologias com alunos de pós-graduação em EaD. 2018. 104f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação) - Centro Universitário Adventista de São Paulo, Engenheiro Coelho, 2018.

RESUMO

O presente estudo contempla o uso de tecnologias no processo de

aprendizagem na modalidade EaD. Este trabalho teve como objetivo identificar os

estilos de aprendizagem dos discentes dos cursos de Pós-Graduação em Educação.

Utilizamos o método quantitativo descritivo para identificar os estilos de

aprendizagem dos discentes. Para o levantamento de dados desta pesquisa foi

utilizado o questionário Estilos de Uso do Espaço Virtual, desenvolvido por Daniela

Milaré Vieira de Barros e Catalina Alonso Garcia, fundamentado nas proposições de

Alonso, Garcia e Honey (2002). O questionário foi enviado a 270 alunos egressos e

ativos matriculados em quatro cursos de especialização, nos anos de 2016 a 2018,

da instituição pesquisada, dos quais obtivemos 90 respostas. Tendo em vista o

contexto deste estudo, optou-se pelo envio da pesquisa através da plataforma

MOODLE por meio de um link que dá acesso ao questionário pelo Google Forms. O

resultado da investigação não indicou predominância de um único estilo, mas

revelou o Estilo Reflexivo com maior destaque entre os estudantes, dentre eles 98%

se identificaram com as perguntas que correspondem a esse estilo. O Estilo Ativo foi

representado com 95% das respostas, o Teórico com 93% e o Pragmático se

revelou menos representativo com 78%. A diversidade de estilos reveladas

possibilita ações direcionadas para cada estilo a fim de que os discentes tenham

uma aprendizagem expressiva e eficaz.

Palavras-chave: Estilos de aprendizagem; Ambiente virtual; Ensino a distância.

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MÁRIO, A. J. O. Learning styles and use of technologies with distance learning post-graduate students. 2018. 104f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação) - Centro Universitário Adventista de São Paulo, Engenheiro Coelho, 2018.

ABSTRACT

The present study contemplates the use of technologies in the learning

process in the EAD modality. This work aimed to identify the learning styles of the

students of the postgraduate courses in Education. We used the descriptive

quantitative method to identify learners' learning styles. For the data collection of this

research was used the questionnaire Styles of Use of the Virtual Space, developed

by Daniela Milaré Vieira de Barros and Catalina Alonso Garcia, based on the

propositions of Alonso, Garcia and Honey (2002). The questionnaire was sent to 270

students and enrolled in four specialization courses, from 2016 to 2018, of the

research institution, from which we obtained 90 responses. Considering the context

of this study, it was decided to send the research through the MOODLE platform

through a link that gives the questionnaire access through Google Forms. The result

of the research did not indicate any predominance of style, but revealed the

Reflective Style with greater prominence among the students, among them 98%

identified with the questions that correspond to this style. The Active Style was

represented with 95% of the answers, the Theorist with 93% and the Pragmatic

showed in smaller numbers with 78%. The diversity of revealed styles allows actions

directed to each style so that the students have an expressive and effective learning.

Keywords: Learning styles; Virtual environment; Distance learning.

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ix

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... x

LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................... xi

LISTA DE TABELAS ................................................................................................ xii

LISTA DE QUADROS .............................................................................................. xiii

LISTA DE ANEXOS ................................................................................................. xiv

ABREVIAÇÕES ........................................................................................................ xv

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 18

2 TEORIA DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM ................................................... 212

2.1 As dimensões dos estilos de aprendizagem ................................................ 244

2.2 Estilos de aprendizagem ................................................................................... 28

2.3 Processo de ensino-aprendizagem .................................................................. 33

2.4 Aprendizagem e tecnologias .......................................................................... 377

3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) ........................................................................ 41

3.1 Evolução tecnológica da EaD no Brasil .......................................................... 42

3.2 EaD nas instituições de ensino e meios de comunicação ........................... 466

3.3 Considerações sobre EaD ................................................................................ 48

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 52

4.1 Natureza da pesquisa ...................................................................................... 562

4.2 Aspectos éticos ................................................................................................. 53

4.3 Instrumento ........................................................................................................ 53

4.4 Coleta de dados ................................................................................................. 56

4.4.1 Aplicação do instrumento no MOODLE ...................................................... 577

4.5 Amostra dos respondentes .............................................................................. 61

4.5.1 Análise dos dados .......................................................................................... 63

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 64

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 77

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 80

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x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estilos de Kolb ......................................................................................... 29

Figura 2 - Estilos Honey e Munford .......................................................................... 29

Figura 3 – Estilos de aprendizagem ......................................................................... 31

Figura 4 – AVA - MOODLE ....................................................................................... 60

Figura 5 - Design Instrucional do MOODLE ............................................................. 60

Figura 6 – Instrumento (QEUEV) .............................................................................. 61

Figura 7 – Enunciado do questionário e perguntas socioeducativas ........................ 62

Figura 8 - Perguntas do questionário adaptadas ...................................................... 62

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xi

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Estilos no gênero feminino ..................................................................... 66

Gráfico 2 - Estilos no gênero masculino ................................................................... 67

Gráfico 3 - Estilos na docência universitária............................................................. 68

Gráfico 4 - Estilos MBA ............................................................................................ 68

Gráfico 5 - Respostas por estilos ............................................................................. 69

Gráfico 6 - Estilos da amostra .................................................................................. 71

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xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1– Estilo Reflexivo......................................................................................... 72

Tabela 2 - Estilo Ativo ............................................................................................... 74

Tabela 3 - Estilo Teórico ........................................................................................... 75

Tabela 4 - Estilo Pragmático ..................................................................................... 76

Tabela 5 - Resultados dos respondentes por estilo e total ....................................... 77

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xiii

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Processo de ensino ............................................................................... 38

Quadro 2 - Estilos de aprendizagem ........................................................................ 58

Quadro 3 - Gênero ................................................................................................... 63

Quadro 4 – Faixa etária ............................................................................................ 64

Quadro 5 - Cursos de pós-graduação em Educação ............................................... 62

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xiv

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – TCLE ....................................................................................................... 92

Anexo 2 - Autorização .............................................................................................. 93

Anexo 3 - Parecer ..................................................................................................... 94

Anexo 4 - Questionário CHAEA ................................................................................ 97

Anexo 5 - Questionário estilo de uso do espaço virtual .......................................... 101

Anexo 6 - Enunciado do Questionário estilo de uso do espaço virtual (QEUEV) –

Google Forms .......................................................................................................... 103

Anexo 7 - Perguntas do Instrumento Estilos de Uso do Espaço Virtual - Adaptado

................................................................................................................................ 104

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ABREVIAÇÕES

AVA: Ambiente Virtual de Aprendizagem

AVAs: Ambientes Virtuais de Aprendizagem

CAC: Comunidade de Aprendizagem Colaborativa

CHAEA: Questionário Honey Alonso de Estilos de Aprendizaje (espanhol)

CHAEA: Questionário Honey-Alonso de Estilos de Aprendizagem (português)

DE: Design Educational

DI: Design Instrucional

DP: Design Pedagógico

EA: Estilos de Aprendizagem

EaD: Educação a Distância

EOL: Educação On-line

IEA: Inventário de Estilos de Aprendizagem

IES: Instituição de Ensino Superior

MEC: Ministério da Educação e Cultura

MOODLE: Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment

PPP: Projeto Político-Pedagógico

QEUEV: Questionário Estilo e Uso do Espaço Virtual

SAV: Sala de Aula Virtual

TDs: Tecnologias Digitais

TIC: Tecnologia da Informação e Comunicação

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18

1 INTRODUÇÃO

Aprender e ensinar é um processo dinâmico que vai além da simples

interação com o aluno, pois está relacionado às mudanças individuais que ocorrem

com as vivências e experiências do meio externo. O estilo de aprendizagem é um

estudo voltado para as características individuais do sujeito, com o intuito de vincular

essas particularidades com a forma de aprender dos discentes. Existem inúmeras

classificações de estilos de aprendizagem e cada uma singulariza o perfil cognitivo,

os conhecimentos e as habilidades do ser humano.

Para Filatro (2015), tais características dependem de marcadores genéticos

mais estáveis que estão menos sujeitos a mudanças ao longo da vida. O sujeito

nasce com traços predominantes e posteriormente desenvolvem aptidões que são

apreendidas culturalmente, a partir do conjunto de experiências vividas por ele.

Estudos psicológicos e educacionais foram desenvolvidos a partir de

interesses nas diferenças individuais, a fim de identificar características no modo de

aprender. Em 1984, destacaram-se os estudos de Kolb, que disponibilizou um

instrumento prático, tornando possível identificar as características pessoais dos

alunos, enquadrando-os em um ou outro estilo com características correlacionadas e

interligadas as suas habilidades (BARROS, 2008).

Alonso, Honey e Gallego (2000), correlacionam os estilos de aprendizagem a

características individuais a partir dos estudos realizados em 1998 por Keef. Afirmam

os autores que os “estilos de aprendizagem são rasgos cognitivos, afetivos e

fisiológicos que servem como indicadores relativamente estáveis de como os alunos

percebem, interagem e respondem a seus ambientes de aprendizagem” (ALONSO;

HONEY; GALLEGO, 2000, p. 63).

Uma vez identificados os aspectos individuais e as características sociais do

indivíduo, torna-se possível desenvolver didáticas e conteúdos eficazes que sejam

norteadores para melhorar e conduzir as diversas situações do processo

educacional. A expansão de soluções práticas para os problemas específicos de

aprendizagem serve como guia para o planejamento educacional e traz novas

perspectivas de ensino (CAVELLUCCI, 2005).

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19

Para Filatro e Cairo (2016), os estilos de aprendizagem interagem com as

condições de aprendizagem. Entende-se por estilo a preferência de aprendizagem, e

esta varia de acordo com a situação, conteúdo e experiência do aprendiz. Neste

sentido, a representação da realidade como processo individual está em constante

modificação e construção, refletindo os diversos processos nos quais os aprendizes

respondem às demandas de aprendizagem.

Os estilos de aprendizagem são caracterizados por comportamentos

cognitivos, afetivos e psicológicos, e indicam como os aprendizes percebem,

interagem e respondem ao ambiente de aprendizado. Para que sejam

implementadas ações, visando a melhoria do processo de ensino-aprendizagem,

torna-se necessário conhecer os fatores que influenciam a performance dos alunos,

para que a partir desse conhecimento, novas políticas possam ser desenvolvidas e

aplicadas nas instituições (CONCEIÇÃO et al., 2013).

Através da identificação dos estilos de aprendizagem, os professores podem

conhecer as formas como seus alunos aprendem melhor e, desta forma, podem

também desenvolver metodologias e técnicas de ensino mais estimulantes no que

diz respeito à eficácia, gerando resultados eficientes em prol da aprendizagem

(BARROS, 2009).

Por sua vez, é necessário que as Instituições de Ensino Superior (IES)

estejam atentas às etapas de planejamento nas quais gestores e docentes possam

dissipar as dificuldades enfrentadas pelos alunos, garantindo formas de tornar o

ensino mais eficaz. Neste campo de análise, os processos de aprendizagem

precisam de parâmetros e de instrumentos de avaliação que considerem as

peculiaridades de cada população de estudantes, de acordo com cada área de

conhecimento específico (CERQUEIRA, 2000).

Na percepção de Silva e Behar (2015), os avanços tecnológicos e a interação

de redes (Internet), promoveram a transição da sala de aula tradicional para a

introdução de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). Novas possibilidades de

interação e novos processos educacionais podem ser criados a partir de um

conjunto de ferramentas computacionais utilizadas no AVA, permitindo não só o

gerenciamento dos cursos a distância, mas potencializando os processos de

interação, colaboração e cooperação.

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20

A EaD tem despertado um significativo interesse em várias IES, nos últimos

anos. No entanto, tal modalidade de ensino requer um planejamento e elaboração

pedagógica própria na construção dos cursos a distância. Esta modalidade enseja

novas concepções no tratamento do processo de aprendizagem para garantir a

efetividade do ensino (GRANITO, 2008).

Na percepção de Morais (2007), o atual cenário da educação a distância

mostra a necessidade de uma série de competências digitais, consideradas

importantes para a atuação do processo de ensino-aprendizagem. Neste sentido, se

faz mister um conhecimento próprio da tecnologia e de suas possibilidades por parte

de todas as pessoas envolvidas no processo.

Neste viés, a tecnologia se apresenta como um meio, um mediador entre a

informação e o receptor. Neste processo, as formas de se transmitir as mensagens e

conteúdos podem ser personalizadas, respeitando os estilos e preferências.

Conhecer e delinear os estilos de aprendizagem possibilita a compreensão dos

processos de ensino na EaD e facilita a adaptação de conteúdos nos ambientes

virtuais (ARETIO, 2002).

Esta perspectiva, dentro do campo educacional, é inovadora e ainda carente

de estudos aprofundados que evidenciem os resultados dos processos de ensino-

aprendizagem que atentem para as diferenças e individualidades. Identificar as

características dos alunos e entender as estratégias de aprendizagem é fundamental

para a formação educacional dos indivíduos (SILVA et al., 2015).

Considerando os processos de aprendizagem na modalidade EaD, nossa

hipótese se refere ao reconhecimento dos estilos de aprendizagem dos alunos como

fator determinante para o desenvolvimento e melhorias de práticas de ensino-

aprendizagem. A partir desta identificação de estilos, linguagem e preferências é

possível o aperfeiçoamento do AVA e dos processos educacionais, a fim de garantir

a qualidade e a eficácia dos cursos oferecidos pela instituição.

Nesse contexto, destacamos alguns questionamentos inerentes a essa

temática:

Quais são os estilos de aprendizagem identificados nos estudantes de

pós-graduação?

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21

Quais são as preferências de aprendizagem dos discentes que

optaram pela modalidade do ensino a distância?

O presente estudo propõe identificar os estilos de aprendizagem dos

estudantes de pós-graduação em Educação para verificar a possível existência de

um estilo predominante.

Este trabalho foi organizado em cinco capítulos, onde: o primeiro se dedica a

contextualizar os estilos de aprendizagem, bem como os principais autores e

pesquisadores, as características principais de cada estilo, e como cada estilo se

revela no indivíduo dentro do processo de ensino-aprendizagem; o segundo capítulo

apresenta um referencial teórico sobre a Educação a Distância, trata do surgimento

do ensino a distância no Brasil, bem como as características dos Ambientes Virtuais

de Aprendizagem; no capítulo terceiro estão descritos os procedimentos

metodológicos como a coleta de dados, natureza da pesquisa, o instrumento e a

forma de aplicação do instrumento, e a análise dos dados; o quarto capítulo

apresenta os resultados obtidos, e a classificação do estilo de aprendizagem

predominante; e, por fim, no quinto capítulo estão as considerações finais, que

apontam o Estilo Reflexivo como estilo predominante na população investigada, e a

importância do uso de práticas direcionadas de ensino para atender as

necessidades desses alunos.

Os objetivos deste trabalho são: objetivo geral: identificar os estilos de

aprendizagem dos discentes dos cursos de pós-graduação em Educação; objetivos

específicos: investigar as preferências de uso de tecnologia por meio do questionário

(QEUEV); e identificar os estilos de aprendizagem dos discentes matriculados nos

cursos de pós-graduação em EaD, entre os anos de 2016 a 2018.

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22

2 TEORIA DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM

Neste capítulo, apresenta-se uma contextualização e classificação dos estilos

de aprendizagem, o surgimento das tecnologias digitais e os fatores que influenciam

a adaptação de um ambiente virtual. A estruturação deste capítulo ocorre mostrando

a classificação dos estilos, o crescimento e o desenvolvimento de tecnologias nas

instituições de ensino, a forma com que o Ambiente Virtual de Aprendizagem é

utilizado no processo de ensino aprendizagem e, por fim, como a identificação de

características individuais influenciam no aprendizado do aluno.

A teoria dos estilos de aprendizagem, ao longo dos anos, foi consolidando

seus estudos não apenas no âmbito educativo, mas também no campo da

psicologia. É importante esclarecer que estilos de aprendizagem não são a mesma

coisa que estilos cognitivos ou inteligências múltiplas; são teorias e conceitos

diferentes que se relacionam durante o processo da aprendizagem (CERQUEIRA,

2000).

Curry (2002) buscou identificar distinções nas teorias relacionadas às

particularidades individuais, que precisam ser levadas em conta nos processos de

aprendizagem. O autor propõe três categorias, denominando-as de estilo cognitivo,

preferência instrucional, e estilos de aprendizagem (CURRY 2002 apud RIVERA-

CASTRO, et al., 2008, p. 4).

Estilo cognitivo: são as conexões individuais em relação à memória, à

percepção, ao pensamento e ao julgamento do sujeito;

Preferência instrucional: está relacionada à afinidade por diferentes

formas de acesso à informação, ou com a transmissão da informação, bem como

suas habilidades intelectuais;

Estilos de aprendizagem: são demonstrados nos comportamentos

espontâneos, sem escolha consciente, em decorrência da ampla variedade de

situações de aprendizagem.

A teoria cognitiva refere-se ao estudo das conexões mentais do indivíduo em

relação a sua memória e à percepção da realidade, é o processo intelectual entre o

pensamento e o julgamento. Desta forma, a aprendizagem se torna efetiva quando o

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23

processamento da informação oferecida ao aluno está alinhado aos seus

conhecimentos e as suas habilidades (FILATRO; CAIRO, 2016).

Silva (2006) define aprendizagem cognitiva como um conjunto de ideias e

conceitos organizados e sistematizados dentro de um determinado assunto. Assim,

o fator mais relevante que influencia a aprendizagem é o que o aluno já sabe, pois

reflete o que ele pensa.

Em 1983, o psicólogo Howard Gardner apresentou estudos sobre a teoria das

inteligências múltiplas. Na visão do autor, as instituições de ensino precisam

identificar as diferenças de personalidade dos seus alunos, pois o desenvolvimento

das habilidades intelectuais e de aprendizagem acontecem gradativamente de

acordo com a percepção de cada sujeito (GARDNER,1994).

No entendimento de Cavellucci (2006, p. 7), “os estilos de aprendizagem são

a maneira com que o aprendiz utiliza estratégias de aprendizagem na construção do

conhecimento”. Ou seja, o estilo de aprendizagem refere-se às preferências do

aluno no processo de aprender. O autor explica que “tais estratégias são

ferramentas que o sujeito desenvolve para lidar com diferentes situações de

aprendizagem incompatíveis com seu estilo” (CAVELLUCCI, 2006, p. 7).

Com o intuito de explicar em que momento ocorre o processo de

aprendizagem, Cavellucci (2006, p. 10) afirma que a forma mais adequada para

referenciar as características dos alunos seja o termo “preferências de

aprendizagem”, pois indicam comportamentos individuais para aprender, nem

sempre adaptáveis com o contexto de aprendizagem. Afirma ainda que as

preferências variam no decorrer da vida, consoantes com as situações de

aprendizagem, com o conteúdo e com as experiências individuais.

Neste viés, conhecer os estilos pelos quais os discentes aprendem possibilita

a compreensão dos processos de aprendizagem nos diversos ambientes de ensino,

sendo estes presenciais ou virtuais. Na EaD, a tecnologia se apresenta como um

meio, um mediador entre a informação e o receptor, portanto, as formas de se

transmitir as mensagens e os conteúdos podem ser personalizadas respeitando os

estilos e as preferências manifestados pelos alunos (BARROS et al., 2010).

Assim, entendemos que a teoria dos estilos de aprendizagem não tem como

alvo medir ou rotular os estudantes baseando-se nas suas preferências, contudo ao

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identificar tais preferências fica possível adotar estratégias de ensino mais

condizentes com as necessidades dos alunos e oferecer uma estrutura e um

conteúdo didático que sejam favoráveis a sua forma de aprender.

2.1 As dimensões dos estilos de aprendizagem

Os estudos desenvolvidos nas últimas décadas sobre os estilos de

aprendizagem contribuíram significativamente para o processo de ensino no campo

educacional e na área da psicologia (CUÉ, 2006). Nesse contexto, discutiremos as

concepções e teorias de alguns autores, que por meio de suas pesquisas no âmbito

acadêmico, apresentaram aspectos importantes sobre aprendizagem e validaram

instrumentos confiáveis para mapear os estilos de aprender dos alunos.

Segundo Alonso e Gallego (2002), os estudos realizados por Keef, em 1998,

destacam em sua teoria a presença de fatores afetivos, fisiológicos e emocionais

para conceituar os estilos de aprendizagem.

Santos (2001, p. 14) considera que aprender é transformar a experiência em

conhecimento, e define a aprendizagem como “uma construção humana para

interpretar sistematicamente a área do conhecimento que chamamos de

aprendizagem”. Os estudos sobre estilos de aprendizagem são fundamentados nas

experiências sociais, comportamentos individuais, e a forma como as pessoas

interagem nos ambientes nos quais se processa a aprendizagem (FILATRO, 2015).

Segundo Barros (2009), no ano de 1951 o professor e pesquisador George S.

Klein identificou dois estilos predominantes entre os estudantes envolvidos no

processo de aprendizagem, e os definiu como Estilos Niveladores e Estilos

Afiladores.

Para o pesquisador, os estilos niveladores são aqueles que tendem a

assimilar os novos fatos com outros já armazenados, já os afiladores são aqueles

que ativam os eventos percebidos e assimilam relativamente a informação em

relação àqueles que já estão armazenados na memória (BARROS, 2009).

David Kolb, no ano de 1984, influenciado pelas psicologias terapêuticas de

Carl Jung, e por teóricos da aprendizagem experiencial (John Dewey, Kurt Lewin e

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Jean Piaget), criou um padrão para classificar as preferências e os estilos dos

aprendizes. Esse modelo apresenta as estruturas do processo de aprendizagem e

as formas de construção do conhecimento.

Cerqueira (2000) afirma que Kolb iniciou os estudos sobre estilos de

aprendizagem em 1971 e desenvolveu estudos direcionados aos universitários, pois

destes são exigidos uma constante mudança e adaptação no mundo que vivem,

tendo que se transformar, constantemente, ao passar por êxitos e fracassos.

Nesse contexto, Kolb (1984) propõe quatro estilos predominantes no ciclo de

aprendizagem: o reflexivo (assistindo); a experimentação ativa (fazendo); a

experiência concreta (sentindo); e conceitualização abstrata (pensando).

Figura 1 – Estilos Kolb

Fonte: adaptado de Kolb (1984).

Felder e Silverman (1988) definem diferentes etapas para os estilos de

aprendizagem no campo educacional. A primeira possui duas fases envolvendo a

recepção e o processamento da informação. Na etapa de recepção, as informações

externas (observação pelos sentidos) e internas (obtidas de modo introspectivo) são

selecionadas e na sequência processadas. A etapa de processamento envolve

elementos como: memorização, raciocínio indutivo e dedutivo, reflexão e ação,

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introspecção ou interação com outros indivíduos, o conteúdo processado pode ou

não se constituir em aprendizagem. Conforme a teoria de Felder:

Estilos de aprendizagem podem ser definidos como as características internas ou as preferências individuais dos aprendizes na forma de receber e/ou processar informações. Tais estilos, nem sempre conscientes, também exercem influência marcante nas estratégias utilizadas para aprender (FELDER, 1993, p. 232).

Partindo do primeiro conceito, Felder e Silverman (1988) classificam a

aprendizagem em cinco dimensões: (1) entrada (visual ou verbal); (2) percepção

(sensorial ou intuitiva); (3) organização (indutiva ou dedutiva); (4) processamento

(ativo ou reflexivo); e (5) compreensão (sequencial ou global). Os estilos de

aprendizagem para os autores se referem à propensão que os indivíduos possuem

em receber e processar as informações. Caracterizados e integrados aos seus

estilos de aprendizagem cada um dos grupos apresenta características únicas sobre

os métodos que facilitam a assimilação do conteúdo.

Ainda no ano de 1988, Honey e Munford pesquisaram sobre as teorias de

David Kolb e, por meio de estudos realizados, definiram quatro estilos que

correspondem a quatro fases do processo de aprendizagem. O modelo proposto por

Honey e Munford considera que as principais características das pessoas podem ser

integradas nos estilos: Ativo, Reflexivo, Teórico e Pragmático (BARROS, 2010).

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Figura 2 – Estilos - Honey e Munford.

Fonte: 1988, Honey e Munford.

Os autores afirmam que “em cada pessoa é possível identificar características

dos vários estilos de aprendizagem, embora geralmente, cada pessoa possua um

estilo dominante” (HONEY; MUNFORD, 2000, p. 41).

Barros (2009), por sua vez, explica que diante das fundamentações teóricas

defendidas pelos pesquisadores foi criado o Cuestionario Honey-Alonso de Estilos

de Aprendizaje (CHAEA), no intuito de apresentar os possíveis comportamentos que

identificam as preferências dos estilos de aprendizagem. Este questionário

(CHAEA), desenvolvido por Alonso, Gallego e Honey (2002), foi base para a criação

do instrumento (QEUEV) voltado especificamente para os Ambientes Virtuais de

Aprendizagem, desenvolvido por Barros e Garcia (2008) (BARROS, 2009).

É importante ressaltar que as teorias e as proposições mencionadas não são

os únicos modelos de estilo de aprendizagem encontrados. Os estudos

desenvolvidos pelos pesquisadores descrevem os fenômenos e variáveis de

aprendizagem dos alunos, advertem a necessidade de um levantamento de dados

por parte das instituições e direcionam para implementação de melhorias no

ambiente de ensino.

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2.2 Estilos de aprendizagem

Considerando as teorias dos estilos de aprendizagem e dos modelos

apresentados, destacamos neste estudo os estilos de aprendizagem categorizados

por Alonso e Galego (2002), que foram aplicados e validados por diferentes autores

a fim de compreender os fatores que influenciam o aprendizado, os meios que

facilitam esta aprendizagem, as formas preferidas que os alunos usam para

processar informações e aplicar o seu aprendizado (BARROS, 2009).

Os estudos sobre estilos de aprendizagem indicam como os alunos

aprendem, quais são as técnicas e alternativas mais eficazes de ensino, e como os

educadores podem refinar seus métodos para potencializar o desempenho do

indivíduo (MENDONÇA, 2012).

No entendimento de Lopes, os estilos de aprendizagem se conectam à

maneira pela qual os alunos interagem diante das condições de aprendizagem,

desta forma, abrangem particularidades que favorecem o processamento da

informação. Em outras palavras “relacionam-se à forma particular de obter, reter,

processar e organizar o conhecimento” (LOPES, 2002, p. 20).

Nas concepções de Alonso e Gallego (2002), os estilos de aprendizagem são

classificados por: (1) ativo: que valoriza dados da experiência, entusiasma-se com

tarefas novas e é muito ágil; (2) reflexivo: que atualiza dados, estuda, reflete e

analisa; (3) teórico: é lógico, estabelece teorias, princípios, modelos, busca a

estrutura e sintetiza; e (4) pragmático: aplica a ideia e faz experimentos.

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Figura 3 – Estilos de Aprendizagem.

Fonte: Alonso e Gallego (2002).

Assim, escolhemos como base teórica para a pesquisa os estudos

desenvolvidos por Alonso e Gallego (2002) por contemplar os aspectos sociais,

individuais, mediante o uso de tecnologias.

Conforme Barros (2009) apresenta, Alonso e Gallego (2002) realizaram

pesquisas e constataram predominâncias de estilos de aprendizagem que foram

consolidadas no meio educacional. Os autores identificaram a predominância de

quatro estilos de aprendizagem, que apresentam as características descritas a

seguir:

O Estilo Ativo - as pessoas que têm esse estilo predominante adoram novas experiências, são entusiasmadas por novas tarefas, possuem mente aberta; são aprendizes para o aqui e o agora. Têm seus dias repletos de atividades e quando as desenvolvem, já pensam e vão à busca de outras. Adoram os desafios, pois entendem que são novas experiências e não gostam de grandes prazos. São pessoas que se envolvem com diversos assuntos, convivem em grupos e que conseguem centrar ao seu redor todas as atividades. Suas principais características: animador, improvisador, descobridor, arrojado e espontâneo. Assim como, têm suas características secundárias: criativo, inventor, gerador de ideias, protagonista, inovador, participativo, competitivo, impetuoso, aventureiro, conversador, líder, voluntarioso, divertido, desejoso de

aprender e solucionador de problemas (ALONSO; GALLEGO, 2002, p. 162 apud BARROS, 2010).

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Freitas (2013) conclui que o Estilo Ativo corresponde aos indivíduos que

procuram estar sempre atualizados, valorizam suas experiências, são falantes e não

ficam parados ouvindo comentários sem qualquer forma de interação; gostam de

discussões, interatividade em grupo e inovações na realização de atividades, são

colaborativos, competitivos, criativos, possuem habilidade para o diálogo e resolvem

problemas com facilidade e agilidade.

O Estilo Reflexivo – as pessoas em que esse estilo predomina gostam de considerar experiências e observá-las sob diferentes perspectivas; reúnem dados, analisam detalhadamente antes de chegar a uma conclusão. Sua filosofia tende a ser prudente, tendo em vista que gostam de considerar todas as alternativas possíveis antes de realizar algo. Gostam de observar a atuação dos demais e criam ao seu redor um ar ligeiramente distante. Suas principais características são: ponderado, consciente, receptivo, analítico e exaustivo. As características secundárias são: observador, paciente, cuidadoso, detalhista, elaborador de argumentos, previsor de alternativas, estudioso de comportamentos, pesquisador, registrador de dados, assimilador, lento, distante, prudente e questionador (ALONSO; GALLEGO, 2002, p. 162, apud BARROS, 2010).

Para Filatro (2015), os sujeitos identificados pelo Estilo Reflexivo gostam de

estudar, selecionam dados de forma detalhada, são analíticos e reflexivos a

qualquer tipo de informação, são estudiosos, ponderados nas observações, suas

conclusões são refletidas antes de qualquer ação, são prudentes, possuem ritmos

próprios, investigam as informações, preferem trabalhos individuais e precisam de

um tempo sozinhos antes de concluir algo.

O Estilo Teórico – pessoas que têm predominância nesse estilo são as que se adaptam e integram teses dentro de teorias lógicas e complexas. Seus problemas são enfocados de forma vertical, seguindo etapas lógicas. Tendem ao perfeccionismo e integram o que fazem em teorias coerentes. Preferem analisar e sintetizar. São intensos em seu sistema de pensamento, tanto quanto na hora de estabelecer princípios, teorias e modelos. Para eles, tudo que é lógico é bom. Preferem buscar a racionalidade e objetividade; e distanciam-se do subjetivo e do ambíguo. Suas características principais são: metódico, lógico, objetivo, crítico e estruturado. As suas características secundárias são: disciplinador, planejador, ordenador, pensador, relacionador, generalizador, sistemático, sintético, perfeccionista. Os sujeitos desse estilo buscam: hipóteses, modelos, perguntas, conceitos, finalidade clara, racionalidade, o

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porquê, sistemas de valores, de critérios; são inventores de procedimentos, exploradores (ALONSO; GALLEGO, 2002, p. 162, apud BARROS, 2010).

A partir desses conceitos, Freitas (2013) destaca que o Estilo Teórico é

predominante nos indivíduos questionadores e críticos, que encaram os problemas

de forma lógica, e integram o que fazem em teorias coerentes; são organizados,

possuem facilidade para o raciocínio lógico, estão sempre atentos e curiosos em

saber a explicação de tudo. São metódicos, gostam de comprovar algo a partir de

métodos e estudos mais complexos; gostam de clareza em seus objetivos, são

centrados em conceitos e abstrações.

O Estilo Pragmático – os que predominam neste estilo são pessoas que aplicam na prática as ideias. São as que descobrem o aspecto positivo das novas ideias e aproveitam a primeira oportunidade para experimentá-las. Gostam de atuar rapidamente e têm segurança com as ideias e projetos que os atraem. Tendem a ser impacientes quando existem pessoas que teorizam. São bastante realistas quando têm que tomar uma decisão e resolvê-la. Partem dos princípios de que “sempre se pode fazer melhor” e “se funciona, significa que é bom”. Suas principais características são: experimentador, prático, direto, eficaz e realista. As características secundárias são: técnico, útil, rápido, decidido, concreto, objetivo, seguro de si, organizado, solucionador de problemas e aplicador do que aprendeu (ALONSO; GALLEGO, 2002, p. 162 apud BARROS, 2010).

O Estilo Pragmático, para Filatro (2015), é predominante em sujeitos que

descobrem diariamente técnicas inovadoras para sua aprendizagem, são curiosos e

costumam encontrar estratégias e experimentá-las para confirmar se são eficazes e

eficientes. São diretos e objetivos em suas ações, indagadores ao que ouvem e

optam por concentrar em questões práticas que sejam validadas, aplicam ideias e

fazem experimentos.

Barros (2009) explica que as características apresentadas pelos autores não

são imutáveis, esses atributos podem mudar de acordo com as suas experiências,

portanto, essas mudanças e preferências tendem a variar em menor ou maior grau.

A identificação dos estilos contribui para o direcionamento do aluno a sua

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autoaprendizagem, essa projeção permite a inserção de conteúdos com ferramentas

e funcionalidades favoráveis a sua aprendizagem.

Para Freitas (2013), cada um dos estilos apresenta informações que ajudam a

padronizar o ambiente de estudo, de acordo com as características reveladas,

levando em consideração suas condições cognitivas, no que se refere à

predominância de um estilo, ou até mesmo uma combinação deles, evitando desta

forma uma possível rotulação.

Assim, Barros (2009) caracteriza e sintetiza cada um destes estilos, segundo

os modos de processar as informações:

O estilo ativo é voltado às pessoas que “gostam de novas experiências, são de mente aberta, entusiasmadas por tarefas novas; são pessoas do aqui e do agora, que gostam de viver novas experiências”. Por sua vez, as pessoas que apresentam o estilo reflexivo “gostam de considerar a experiência e observá-la sob diferentes perspectivas; reúnem dados, analisando-os com detalhes antes de chegar a uma conclusão”. Os que preferem o estilo teórico tendem “a ser perfeccionistas; integram o que fazem em teorias coerentes. Gostam de analisar e sintetizar. São profundos em seu sistema de pensamento e na hora de estabelecer princípios, teorias e modelos”. Finalmente, os pragmáticos são os realistas, pois preferem “atuar rapidamente e com segurança com as ideias e projetos que os atraem. Tendem a ser impacientes quando encontram pessoas que teorizam” (BARROS, 2009, p. 56-57).

Conhecer a realidade dos estudantes potencializa o processo educativo, pois

permite que os educadores/mediadores ofereçam variações didáticas, aumentem a

motivação dos alunos potencializando suas habilidades e disponibilizem recursos

adequados que atendam uma multiplicidade de sujeitos (SILVA; OLIVEIRA NETO,

2010).

Apesar das inúmeras vantagens apontadas, Filatro (2015) afirma que, para

alguns educadores, a teoria é alvo de críticas, pois é preciso descontextualizar o

processo de ensino-aprendizagem, para enfatizar a experiência individual do aluno,

o que de certa forma seria impossível na hora de atender a essas particularidades.

Além disso, afirma que o diagnóstico dos instrumentos serve apenas para “rotular”

os alunos, e que não seriam tão apropriados para a prática educacional.

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Considerando a discussão da teoria dos estilos, é possível perceber que

independente da categorização adotada, compreender as características e

particularidade dos estudantes, pode melhorar as ações dos docentes no processo

de ensino e contribuir para que a construção do conhecimento seja eficaz.

2.3 Processo de ensino-aprendizagem no EaD

As contribuições e abordagens teóricas referentes à aprendizagem apresenta

o tema como um mecanismo que altera a compreensão do indivíduo sobre a

realidade, baseando-se nas experiências vivenciadas. Nesse sentido, docentes e

discentes estão integrados em questões socioculturais, econômicas e tendências

individualizadas, que interferem tanto no processo de ensinar, quanto na forma de

aprender (GIL, 1997).

Marques (1976, p. 42) afirma que “ensinar é um ato que está dinamicamente

relacionado ao aprender, pois é um ato intencionalmente orientado para auxiliar o

indivíduo em suas aprendizagens”.

A aprendizagem no meio educacional possui uma estrutura de duas fases que

envolvem: a recepção e o processamento de informações. A fase de processamento

refere-se a: memorização, raciocínio indutivo e dedutivo, reflexão e ação,

introspecção ou interação com outros indivíduos. A segunda fase é o

processamento, ou não, da construção da aprendizagem (FELDER; SILVERMAN,

1988).

Santos, Bariani e Cerqueira (1999) destacam que a análise do processo de

ensino contribui para descobrir formas de torná-lo mais eficiente, e que a

identificação das preferências individuais pode fornecer uma base mais adequada

para a orientação educacional, ocasionando uma integração entre alunos e

professores no modo de ensinar.

Os estudos que envolvem as práticas de ensino consideram o aluno como

parte integrante e fundamental do processo de aprendizagem, sendo um agente

ativo no seu processo de conhecimento (KOLB, 1984). Para o autor, de tudo que é

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transmitido ao aluno, apenas uma parte constitui em aprendizagem. Nesse sentido,

a assimilação do conteúdo pode acontecer parcialmente.

Conforme a dinâmica do processo de aprendizagem proposto por Kolb, Cridal

(2003) esclarece que toda aprendizagem é pessoal e ocorre de acordo com suas

experiências. Ainda na teoria de Kolb (1984), o autor descreve que o ciclo de

aprendizagem é um processo contínuo de integração, experiências e conceitos, e

que a aprendizagem pode surgir de uma ação que se desenvolve de acordo com as

vivências do indivíduo.

Santos (2001) afirma que o método de ensino consiste na resposta planejada

das exigências naturais do processo de aprendizagem, sendo que este é o resultado

de uma relação pessoal do professor com o aluno. Os tipos de aprendizagem

indicam a necessidade da utilização de diferentes estratégias de ensino, pois toda

aprendizagem precisa ser significativa. Deve estar relacionada com os

conhecimentos, experiências e vivências do aluno, no intuito de formular questões

de interesse com problemas práticos relevantes que sejam facilitadores e

contribuam efetivamente com a aprendizagem (AUSUBEL, 2002).

Nesse contexto, Pestana (2013) afirma que os estudantes manifestam

preferências por um dado estilo de aprendizagem que pode ser classificado como

superficial, estratégico ou profundo. A diferença entre eles reside na sua motivação

e intenção. Isso significa que, no desenvolvimento dos estilos de aprendizagem, há

um fator pessoal que interfere no processo: a experiência dos estudantes enraizada

em sua estrutura e contexto familiar, cultural e social.

Na percepção de Santos (2001), os interesses e necessidades dos alunos

precisam ser consideradas quando os professores criam as diversas situações de

ensino, a fim de garantir a eficácia do seu papel. O tripé do processo de ensino

aprendizagem é formado pelo professor, aluno e instituição, sendo que, cabe a esta

prover a estrutura física necessária, bem como dotá-la de constantes melhorias e

cobrar os resultados dos demais envolvidos.

Filatro e Cairo (2016, p. 21) afirmam que “a efetividade da aprendizagem

aumenta quando o estudo é guiado por objetivos claros e preciso”. Cabe ao docente

conduzir um planejamento didático e promover situações de ensino de forma

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estratégica para alcançar eficiência e desenvolver competências e habilidades em

seus educandos.

Desta forma, quando o docente conhece a forma como seus alunos

aprendem ele se torna qualificado para desenvolver atividades de aprendizagem

mais significativas. O processo educativo indica uma relação entre o que o aluno já

sabe com o que ele ainda deve aprender. Assim, a aprendizagem significativa

acontece neste processo no qual uma nova informação se conecta a um conceito

pré-existente em sua estrutura cognitiva (AUSUBEL et al., 1980).

O aprendizado implica em mudanças, nas quais se acrescentam, incorporam

ou se retiram alguma informação. Quase todos os processos são acompanhados

pelo medo e resistência. O processo de estímulo-resposta no campo da

aprendizagem mostra-se como o resultado de um processo experiencial e mental de

associações de ideias, e a partir desta base é possível propor um modelo de

aprendizagem (CERQUEIRA, 2000).

Vygotsky (2001) afirma que a aprendizagem é a forma como cada um

aprende por meio das características internas e, muitas vezes, inconscientes, pois

inúmeros elementos podem intervir na aprendizagem de um indivíduo. O autor

afirma também que a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a

sociedade a seu redor no sentido de que o homem modifica o ambiente e o

ambiente modifica o homem, ou seja, há a experiência pessoalmente significativa no

processo de aprendizagem.

Bordenave (1996) define o processo de ensino em três elementos:

planejamento, orientação e predisposição para aprendizagem do aluno. Para o

autor, o fracasso do ensino se concentra no próprio ensino. Aprender é um processo

de conexão entre o aluno, assunto e professor. Todo processo de ensino deve

começar pela análise das características do aluno, informação sobre o assunto em

relação ao tema a ser aprendido, planejamento, orientação e controle do processo

de aprendizagem por parte dos professores.

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Quadro 1 - Processo de ensino Bordenave.

ALUNO

ASSUNTO PROFESSOR

Motivações; Conhecimentos

prévios; Relação com o

professor; Atitude com a

disciplina.

Estrutura: componentes e relações;

Tipos de aprendizagem requeridos;

Ordem de apresentação.

Situação estimuladora ambiental; Comunicação

verbal e instruções; Informação ao

aluno sobre seus progressos; Relação com o

aluno; Atitude com a

matéria ensinada.

Fonte: Bordenave (1996, p. 41).

O planejamento das experiências educativas tem início com a definição dos

objetivos, seguida pela definição de como os recursos e materiais didáticos serão

empregados, a possibilidade de que o aluno possa definir a sequência de conteúdo

conforme a sua preferência amplia as chances de êxito da aprendizagem. Os

recursos de mídia e a apresentação do conteúdo poderão ser dispostos não

linearmente, ficando a critério do aluno a ordem e preferência (FELDER, 1993).

A partir da aplicação do modelo de Felder e Silverman (1993), o

desenvolvimento para o processo de ensino-aprendizagem pode ser organizado nas

seguintes estâncias:

Para ensinar conteúdos teóricos é necessário apresentar fatos e

problemas que se relacionem à teoria proposta (sensorial, indutivo, global);

A informação conceitual (intuitivo) deve estar em concordância com a

informação concreta (sensorial). Alunos intuitivos preferem a informação conceitual

(teorias, modelos) de modo que os materiais enfatizem a compreensão básica;

Os sensoriais tendenciam para as informações concreta, tais como:

descrições e resultados de experimentos reais ou simulados, demonstrações e

resolução de problemas;

Para demonstrar a sequência lógica da informação e pontuar as

conexões entre o conteúdo atual com outros em curso, na própria disciplina e em

experiências diárias (global).

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As teorias de estilos de aprendizagem se caracterizam ao despertar a

atenção de educadores para as diferenças individuais dos alunos, como ponto inicial

para alunos explorarem suas preferências, para o impulso de discussões sobre

melhores estratégias didáticas (FELDER, 1993).

Felder (2002) defende que o ideal é trabalhar com uma diversidade de

atividades didáticas que alcance a preferência de todos os estilos de aprendizagem.

Os métodos instrucionais permitem que os estudantes sejam ensinados em parte na

maneira que preferem aprender, conduzindo para uma predisposição em aprender,

estimulando outras habilidades proporcionadas pelas atividades menos favoráveis

para o aluno, porém imprescindíveis para sua formação profissional.

Assim, pode-se afirmar que os estilos de aprendizagem são ferramentas

importantes para a ação entre os participantes de um processo educacional, tanto

presencial quanto a distância. “O reconhecimento dos estilos entre os discentes é

essencial para o planejamento de ensino e adaptação de um ambiente virtual que

mediará o processo de educação, dado que os estilos predominantes podem

influenciar o modo como os alunos aprendem, como os professores ensinam e como

juntos interagem” (GRANITO, 2008, p. 51).

2.4 Aprendizagem e tecnologias

No cenário de uma sociedade digital complexa e em constante mudança,

Silva (2011) afirma que os avanços tecnológicos e a interação de redes (Internet)

promoveram a transição da sala de aula tradicional para a introdução de Ambientes

Virtuais de Aprendizagem (AVA). Novas possibilidades de interação e novos

processos educacionais podem ser criados a partir de um conjunto de ferramentas

computacionais utilizadas no AVA, permitindo não só o gerenciamento dos cursos a

distância, mas potencializando os processos de interação, colaboração e

cooperação.

Martins et al. (2003) menciona que no fim da década de 90, diante dos limites

impostos pelo ensino presencial, surge a necessidade do uso da “revolucionária”

tecnologia em rede à serviço da educação. Nesta direção, vieram como

consequência novas formas de ensinar e aprender, novas informações a distância

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de um “clique” com a agilidade e a velocidade de uma comunicação interativa sem

barreiras geográficas.

A revolução provocada pelos computadores propiciou um novo modelo de

ensino. A Educação a Distância (EaD) passa a disponibilizar ao aluno, novos canais

de comunicação. No entanto, tal modalidade de ensino requer um planejamento e

elaboração pedagógica próprios na construção dos cursos a distância. Esta

modalidade enseja novas concepções no tratamento do processo de aprendizagem

para garantir a efetividade do ensino (GRANITO, 2008).

Segundo Silva e Dorça (2014), a aprendizagem é facilitada se o Ambiente

Virtual de Aprendizagem estiver estrategicamente de acordo com a linguagem

visual, verbal e sonora, pois torna o processo de ensino mais efetivo e a

performance do estudante é consideravelmente satisfatória. Desta forma, é

fundamental que se possa avaliar a prática de um modelo de aprendizagem virtual,

antes de implementá-lo efetivamente.

A distribuição e o processamento de conteúdos educacionais, com o uso das

mídias digitais no espaço virtual, são responsáveis diretos por promover formas de

registros automáticos e esquemas mentais, dentre eles: agilidade na visualização;

leitura e interpretação de textos; capacidade indescritível de se posicionar e atribuir

atenção a uma variedade de opções ao mesmo tempo; percepção aguçada em

selecionar uma informação; uso de imagem como referencial; e a visualização do

texto enquanto imagem – o que caracteriza a linguagem como elemento primordial

para o processo da informação (BARROS, 2009, p. 61).

A autora ainda explica que os estilos de aprendizagem e o uso das

tecnologias aumentam as possibilidades e a capacidade do aluno para absorver a

informação apresentada. Desta forma, a vivência cotidiana com a junção da

linguagem virtual, símbolos e imagens que induzem o indivíduo à lógica, criam para

si elementos de aprendizagem (BARROS, 2009).

As ações nos espaços virtuais pelo uso das mídias refletem diretamente na

compreensão dos indivíduos quanto a tempo, espaço, ciência, verdade, ética e

formas de aprender em diferentes contextos. São esses recursos que estão

transformando nossas práticas de linguagem, como é o exemplo dos livros e textos

impressos que, atualmente, somam-se os e-books – livros eletrônicos que são

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disponibilizados em ambientes digitais de informação e comunicação – e os

hipertextos – conjunto de vários textos (FREITAS, 2013).

O uso de AVA, como o MOODLE, promove a interação entre o professor e o

aluno, e entre a tecnologia e a informação. Esta plataforma virtual tem a função de

promover o processo de ensino-aprendizagem por meio de ferramentas instrucionais

e construcionistas (FILATRO; CAIRO, 2016).

As novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), como recursos e

mídias voltadas para o processo educacional, são essenciais por representarem

novas possibilidades para o ensino-aprendizagem. Essas tecnologias possibilitam a

interação, a comunicação, o acesso à informação, e convertem-se em um meio

interativo e ativo no processo educacional (VISENTINI, 2016).

Quando o conjunto de ferramentas é empregado dentro de um ambiente

lógico e estratégico de ensino, oferece condições de se efetivar o ensino no

ambiente virtual e valoriza os conteúdos oferecidos no curso. Essas ferramentas,

são utilizadas para as atividades acadêmicas e influenciam diretamente no processo

de ensino-aprendizagem (REIS, 2011).

A terminologia Design Instrucional (DI) foi muito utilizada pelos cursos a

distância, no entanto, o Instituto Brasileiro de Desenho Instrucional (IBDIN) adotou

também a nomenclatura atribuída pela legislação trabalhista: “o Ministério do

Trabalho incluiu, em janeiro de 2009, o designer educacional na classificação

Brasileira de Ocupação-CBO” (MATTAR, 2012 apud IBDIN, 2009, p. 60). Tendo em

vista a mudança terminológica, Freitas (2013) contextualiza:

O termo Design Instrucional (DI) foi substituído pela nomenclatura Design Educacional (DE) considerando o contexto da inadequação da palavra, pois compreende-se que apresenta uma vinculação mais técnica que pedagógica para a elaboração da plataforma, sendo considerada no processo, como uma tendência pedagógica tradicional em EAD, cujo modelo de ensino consiste em repassar conhecimentos, assim sendo, o design instrucional afirmaria uma tendência que alimenta a perspectiva do engessamento e da capacidade de assimilação numa progressão lógica e estabelecida, sem considerar as características próprias e as formas diferenciadas de aprendizagem como propõe os modelos de Educação a Distância em seus projetos pedagógicos (FREITAS, 2013, p. 83):

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Para Filatro, o design é o resultado de processo ou atividade (produto), em

termos de funcionalidade, com propósitos e intenções definidos; enquanto que

instrução é a atividade de ensino que se utiliza de comunicação para facilitar a

aprendizagem. Em outras palavras, “é a ação intencional e sistemática de ensino

que envolve o planejamento, o desenvolvimento e a aplicação de métodos, técnicas,

atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas

específicas”, com a finalidade de promover, a partir dos princípios de aprendizagem

e instruções conhecidos, a aprendizagem humana (FILATRO, 2008, p. 3).

Assim, compreendemos que o Design Instrucional é lógico e estrutural para a

prática pedagógica na Educação a distância, favorecendo as condições e

possibilidades para o processo de ensino-aprendizagem. O planejamento de

conteúdo, aliado ao Design Educacional, envolve uma equipe para construir o

conteúdo pedagógico, e seus suportes torna possível pensar em EaD (FILATRO;

CAIRO, 2016).

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3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)

A EaD é um tema amplamente discutido em todo o mundo. "Distance

education" (educação a distância), "distance learning" (aprendizagem a distância),

"distant teaching" (ensino a distância), "tele-work" (teletrabalho), "tele-learning"

(teleaprendizagem) e "tele-teaching" (telensino) são alguns termos empregados para

se referir a esta modalidade de aprendizagem (WILLIS, 1998).

O termo EaD foi promulgado na legislação brasileira através do Decreto n.º

2494, de 10/02/1998, que se refere à mesma como “uma forma de ensino que

possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos

sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação,

utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de

comunicação" (BRASIL, 1998).

O atual cenário da educação a distância mostra a necessidade de uma série

de competências digitais, consideradas importantes para a atuação do processo de

ensino-aprendizagem. Neste sentido, se faz mister um conhecimento próprio da

tecnologia e de suas possibilidades por parte de todas as pessoas envolvidas nesse

processo (OLIVEIRA; PEDROSA, 2014).

Educação a distância é uma forma organizada de autoestudo em que o aluno

se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado. A supervisão e o

acompanhamento discente são feitos por uma equipe de professores. Isso é

possível de ser feito a distância através da aplicação de meios de comunicação

capazes de vencer longas distâncias. O oposto de “educação a distância” é a

“educação direta” ou “face a face”, um tipo de educação que acontece com contato

direto entre professor e aluno (KEEGAN, 1996, p. 41)

Em contraposição à nomenclatura adotada para essa modalidade, Chaves

(1999, p. 2) considera a expressão “educação a distância” incorreta, preferindo

ensino a distância, uma vez que “a educação e a aprendizagem são processos que

ocorrem dentro da pessoa – não há como possam ser realizados a distância. No

entanto, a terminologia ‘educação a distância’ prevalece, visto que se trata de uma

expressão mais abrangente e mais focada no ensino do que no professor”.

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Moore (2007) afirma que a educação a distância se refere à aprendizagem

planejada, a qual geralmente ocorre em espaço e tempo diferentes do ensino

presencial. Portanto, a EaD requer métodos especiais para o desempenho do curso,

procedimentos especiais de instrução, diferentes processos de comunicação através

das tecnologias da informação e comunicação, além de condições organizacionais e

administrativas necessárias para a sua concretização.

Para Gonzales (2005), a educação a distância é marcada por algumas

características específicas desta modalidade, como: a interatividade entre

professores e alunos; os fatores pertinentes ao tempo e ao espaço; e o uso das

tecnologias de informação e comunicação com a finalidade de viabilizar a educação

a distância.

O Ministério da Educação, com base no Decreto n.° 5.622, de 19 de

dezembro de 2005, tem o intuito de criar as bases para uma universidade aberta e a

distância no país, a qual abrange a participação das instituições federais de ensino,

o Distrito Federal, os Estados e os Municípios (BRASIL, 2005).

Os cursos a distância de graduação e pós-graduação universitária vêm se

multiplicando no Brasil a fim de suprir as necessidades de formação, treinamento,

aperfeiçoamento e atualização de profissionais, diante de um mercado cada vez

mais exigente, competitivo e excludente (KALATZIS; BELHOT, 2007). Nesta

perspectiva, a EaD é vista como uma possibilidade de ensino viável que oportuniza

o acesso ao ensino superior a alunos, que, de outra forma, não seria possível.

3.1 Evolução tecnológica da EaD no Brasil

A prática educacional vem se transformando e se reformulando, seguindo na

mesma direção que surgem novas tecnologias. Nota-se o surgimento de diversas

modalidades de ensino; como a presencial, a semipresencial e a educação a

distância (MORAN, 2009).

Embora a modalidade da EaD não seja antiga quanto aos demais formatos

tradicionais de educação, sua implementação surgiu das mais variadas áreas e tem

se intensificado nos últimos anos. Considera-se que a EaD começou a surgir com o

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aparecimento da imprensa, que se desenvolveu institucionalmente em meados do

século XIX (KALATZIS; BELHOT, 2007).

Evans (2002) esclarece que com o crescimento dos meios de transporte, com

o surgimento da locomotiva e com o desenvolvimento dos serviços de correio e da

criação do selo postal, em 1840, a primeira geração de EaD restringia-se a oferta de

material impresso, através de um serviço regular, em que a interação entre aluno e

professor ocorria de forma lenta e esparsa.

A Constituição Federal Brasileira descreve em suas leis a educação como um

direito de todos, está regulamentada no Brasil por leis específicas, como a LDB

9394, de 20 de dezembro de 1996. No capítulo IV da LDB, dos artigos 43 ao 57,

encontram-se todos os detalhamentos sobre como deverão ser os procedimentos

educacionais no Ensino Superior. No que diz respeito à EaD, o marco cronológico

brasileiro deu-se em 1996, quando pela Lei n.º 9.394/96 a educação a distância foi

normatizada pela primeira vez, tornando-se uma modalidade válida e equivalente

aos níveis de ensino (BRASIL, 1996).

Segundo Moore (2013), a história da EaD no mundo pode ser contada

levando-se em consideração cinco gerações denominadas por ele de:

correspondência; transmissão por rádio e televisão; universidades abertas;

teleconferência; e Internet/Web. No Brasil também é possível traçar um paralelo

entre a história da EaD e suas gerações.

Assim, entende-se ainda que há várias fontes que podem ser adotadas para

se descrever a história da EaD no Brasil, mas, neste estudo, optou-se por tomar,

como fonte de dados, os registros da Associação Brasileira de Educação a Distância

(ABED), e alguns autores que abordam a face histórica da EaD.

A história dos cursos de EaD no Brasil começou com os materiais entregues

via correio, que eram os conhecidos estudos por correspondência e, assim, no

começo de 1900, iniciou-se as práticas educativas, nas quais o conhecimento podia

ser obtido a distância.

No Brasil, dentre os primeiros cursos por correspondência estavam os de

datilografia, conforme noticiavam os jornais do Rio de Janeiro por volta de 1900

(VISENTINI, 2016). Em 1904 chegava ao Brasil uma filial de uma instituição norte-

americana denominada Escolas Internacionais, que tinha o objetivo de capacitar

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alunos para desenvolver seus conhecimentos comerciais. Já em 1912 foi possível

adquirir conhecimentos em áreas diferentes das tradicionais. Segundo noticiado pelo

jornal da época, O Estado de São Paulo, os interessados poderiam aprender até

“transmissão do pensamento” pelo correio (ABED, 2015, p. 16).

Ao mesmo tempo, o instituto de Sciencias Hermeticas, fundado em 1917,

propunha fazer o envio gratuito de cursos por correspondência, divididos em dez

partes, que ofereceria, além de outras artes, magnetismo, hipnotismo, magia

teúrgica e medicina oculta (RAMACHANDRA, 2010). Assim, na época em que esses

cursos eram propagados, notava-se que o “formato” a distância já era conhecida,

pois em suas propagandas nem sequer havia preocupação em se explicar como os

cursos ocorriam.

A modalidade de cursos oferecidos a distância parece ter sido tão bem aceita

que já era utilizada também nas instituições regulares de ensino, a exemplo da

Faculdade Livre de Direito:

Em 1913, o vice-diretor da Faculdade Livre de Direito de São Paulo, Alberto Souza, alertava para o “grande número de pessoas do interior deste e de outros estados que ansiavam por inscrever-se nos cursos por correspondência”. Ele pretendia desenvolver essa área da instituição para proporcionar “um curso rápido, cômodo e pouco oneroso, ao alcance todas as inteligências ativas e de todas as bolsas[...]” (ABED, 2015, p. 17).

Percebe-se que assim como as Instituições educacionais desejavam ofertar

cursos economicamente viáveis, também a população ansiava por tal oportunidade.

Confirmando isso, Alberto Souza, vice-reitor da Faculdade Livre de Direito de São

Paulo, defendeu a modalidade de ensino a distância por correspondência perante os

seus colegas em 1919:

O ensino por correspondência, como sabeis, consiste em mandar o professor aos seus alunos a lição do dia, impressa, ou um sumário dela; e de época em época um formulário com perguntas diversas, a que o aluno deverá responder demonstrando o grau de aproveitamento. Este interrogatório, que é um verdadeiro exame parcial escrito, é tão racional e produz tão bons resultados, que o professor Stuart, de Cambridge, o adotou para os alunos que

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frequentavam pessoalmente suas aulas, como um substitutivo dos exames orais públicos (ABED, 2015, p. 18).

Por outro lado, o vice-reitor também expôs supostas fragilidades em relação à

modalidade a distância, continuando sua fala em entrevista cedida a um jornal da

época.

Alega-se que no sistema por correspondência, outrem pode fazer as provas do aluno, burlando o professor. Com o velho regímen crônico das escolas acadêmicas e com a benevolência relaxada da generalidade dos professores atuais, ninguém pode afirmar que os exames pessoais sejam mais verdadeiros do que os exames por correspondência. Além disso, os que se matriculam em nossos cursos, é porque desejam realmente aprender. Se eles pretendessem apenas diplomar-se, iriam fazê-lo nos inúmeros institutos, daqui ou do Rio, que anunciam a venda de diplomas legalizados, ao alcance de todas as bolsas (ABED, 2015, p. 18).

Mediante palavras convincentes, o Prof. Alberto Souza conseguiu a

aprovação unânime de todas as propostas que tratavam do ensino a distância,

incluindo a do incentivo ao ensino por correspondência, com exames que não

podiam ser considerados mais ou menos verdadeiros e eficazes dos que os dos

cursos presenciais (ABED, 2008).

Em 1923, ocorreu a primeira iniciativa de educação pelo rádio com a criação

da Rádio Sociedade. Essa foi uma iniciativa de um grupo de acadêmicos da

Academia Brasileira de Ciências (ABC), em forma de projeto, com o intuito de

divulgar a ciência em todo o país.

Além de música (clássica e popular), eram transmitidos informativos e uma série de cursos – como os de inglês, francês, história do Brasil, literatura portuguesa, literatura francesa, radiotelefonia e telegrafia – além de palestras de divulgação científica (ABED, 2015, p. 18).

Devido ao caráter transmissivo de massa, o governo temia a divulgação de

conteúdos contrários aos seus interesses, mas a Rádio Sociedade se manteve firme

aos seus propósitos acadêmicos. Daí em diante os cursos a distância oferecidos por

meio de recursos radiofônicos foram cada vez mais se ampliando e aperfeiçoando.

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O Instituto Nacional do Cinema Educativo (INCE), criado com o objetivo de produzir

material cinematográfico para cursos a distância, produziu mais de 400 filmes em 30

anos (CARVALHAL, 2008).

Em 1944, o instituto Rádio Técnico Monitor apontava o registro de 6.300

fichas, que representavam alunos que já haviam concluído ou ainda realizavam

cursos ali (BARROS, 2003).

3.2 EaD nas instituições de ensino e meios de comunicação

Em 1944 foi fundado o Instituto Universal Brasileiro, o Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial (Senac) e o Serviço Social do Comércio (Sesc), que por

sua vez, também criaram as próprias emissoras para poderem promover a EaD

(ALVES, 2011).

A Universidade do AR (UNAR), lançada em 1947, foi uma das primeiras

instituições de Ensino Superior a utilizar o rádio para a capacitação de comerciários

no estado de São Paulo (OLIVEIRA; PEDROSA, 2014).

Com a EaD em plena expansão, teve-se a iniciativa de publicar uma Lei

Estadual, n.º 3.344 em 1956, que visava regulamentar o ensino profissional por

correspondência no Estado de São Paulo (MEC/UERJ, 1980, pp. 105-107).

Na década de 1960, o Código Brasileiro de Telecomunicações estimulou que

fossem produzidos programas para que se levasse educação tanto para ouvintes

quanto para telespectadores, e, assim, promoveu a televisão educativa. Porém, até

1970, a EaD no Brasil se restringia a cursos profissionalizantes.

Em 1971, no entanto, foi promulgada a Lei Federal 5692/71 que, no capítulo

IV, tornava regulamentado o Ensino Supletivo tanto presencial quanto a distância.

Nesse mesmo ano, foi fundada a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT),

trazendo a pioneira questão do uso das tecnologias aplicadas à educação (BRASIL,

1971).

Em 1974 criou-se o Projeto Saci (satélite avançado de comunicações

interdisciplinares) que utilizava o formato de novelas para trabalhar conteúdos

educacionais em aulas previamente gravadas (INPE, 1973).

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A TV Cultura e a Fundação Roberto Marinho, no ano de 1978, criaram entre

parceria o Telecurso 2.º grau. Essa se tornou uma das mais bem-sucedidas e

abrangentes propostas de EaD da TV. O programa era transmitido pela Rede Globo

– TV comercial hegemônica na época. A partir da TV Cultura e da Globo, outras

empresas de rádio e TV passaram a oferecer a mesma modalidade entre as

décadas de 1980 e 90 (MOREIRA, 2006).

Nos anos de 1980 e 1990, surgiu um grande setor de educação a distância fora da educação superior, com treinamento para as corporações e educação continuada para as profissões liberais, veiculados pela “televisão comercial”, isto é, vídeo e áudio interativos transmitidos por satélite (MOORE, 1996, p. 55).

Concomitante às iniciativas do Rádio e TV, a Constituição Federal de 1988

passou a estabelecer princípios que abriam caminho para a EaD. No artigo 206, são

expressos valores que viabilizam a compreensão de que a EaD deveria ser cada vez

mais praticada e de forma regulamentada. Porém, no início dos anos 1990, a

modalidade a distância sofreu muita crítica por parte dos educadores da época

(BRASIL, 1988).

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi a pioneira na educação a

distância, iniciando estudos para a concepção de um programa de formação de

professores em 1992. Dessa forma, buscou atender mais de cinco mil professores

de educação básica sem formação em nível superior em seu estado. Desse

planejamento surgiu, por volta de 1994, o Núcleo de Educação Aberta e a Distância

(NEAD), com o objetivo de implementar o curso de Pedagogia a distância na UFMT

(PRETI; ALONSO, 2016).

Nessa mesma época, surgiram as opções de Internet via satélite, que se

somavam às possibilidades tecnológicas que viabilizaram a EaD. “Novas tecnologias

também levaram ao surgimento de novas formas de finalidade única, universidades

puramente eletrônicas e a novas combinações e colaborações entre instituições de

todos os tipos” (MOORE, 1996, p. 61).

No entanto, foi somente na virada do milênio, ou seja, em torno do ano 2000,

que a EaD se consolidou nas IES, massificando-se por meio do uso da Internet.

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Novos desafios, porém, surgem na velocidade do conhecimento, agora também

propagados pela EaD (BELLONI, 2015).

Em uma época de mudanças aceleradas como as das duas últimas décadas,

certos cursos – currículos, programas e materiais – podem tornar-se obsoletos com

rapidez muito maior do que nos primeiros anos de funcionamento dessas

instituições, o que reduz drasticamente sua efetividade (BELLONI, 2015).

Assim, no atual cenário, os cursos de graduação, pós-graduação, extensão e

os cursos livres, entre tantos outros profissionalizantes, como os de capacitação ou

de curta duração, vêm se multiplicando cada vez mais, tanto nas IES públicas como

na iniciativa privada. Com isso, cada vez mais, ocorre a busca pela superação de

desafios na EaD.

No Brasil, como vimos, o ensino a distância surgiu inicialmente por meio do

ensino por correspondência. Em seguida, se expandiu até chegar aos rádios do país

e à TV, alcançando, portanto, os meios de comunicação para as massas. Por fim, o

ensino a distância deixou de se limitar aos cursos profissionalizantes e passou a ser

regulamentado no Ensino Superior, em cursos de graduação e pós-graduação, por

meio da Internet.

O resultado desse processo de evolução e aprimoramento é facilmente

verificado atualmente por meio dos milhares de alunos que se formam em cursos

realizados a distância no Brasil em diferentes IES.

3.3 Considerações sobre EaD

Ao analisar a evolução da EaD, percebe-se que as tecnologias da informação

vêm sendo cada vez mais utilizadas. Os avanços tecnológicos e a inserção de redes

(Internet) promoveram a transição da sala de aula tradicional para a introdução dos

Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que são sistemas de informação e

comunicação baseados na plataforma Web, que oferecem ferramentas e

funcionalidades de auxílio ao processo de ensino-aprendizagem, tanto para cursos a

distância, como também para os cursos presenciais e semipresenciais (CARLINER,

2005).

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A informação digitalizada ganhou novos elementos para o processo de ensino

e as ferramentas computacionais utilizadas no AVA, permitem o gerenciamento dos

cursos a distância, potencializando processos de interação, colaboração e

cooperação entre professor/aluno (SILVA et al., 2013).

A linguagem das tecnologias passou a ter espaço no AVA, pois contém

diversos recursos virtuais como: agenda com fechamento automático de atividades;

material de apoio como materiais interativos; chat; fórum de discussão; blog; tarefas;

wiki etc. As ferramentas proporcionam a interação dos conteúdos, que deixa de ser

passiva e se torna interativa, pois envolve links, imagens e aplicativos de sons etc.

(SOSTER, 2011).

As ferramentas disponibilizadas no AVA oferecem várias funções que

auxiliam os alunos a construírem seus conhecimentos conforme suas preferências.

A aprendizagem baseada em padrões tradicionais induz os alunos para um

processo de aprendizagem inflexível, enquanto a aprendizagem e ambientes virtuais

oferecem mecanismos personalizados e adaptativos para atender às preferências

dos alunos (CHEN, 2009),

Falar em ensino a distância “[...] é pensar em auto formação, assistida ou não.

A tecnologia hoje coloca à disposição do aluno métodos e materiais que permitem a

autoaprendizagem, isto é, que o levam a aprender, tornando-o, cada vez mais,

mestre de si mesmo” (WENZEL,1991, p. 9). Esta nova forma educativa inclui os

métodos de ensino em que a separação existente entre estudantes e professores,

as fases interativas e pré-ativa, são conduzidas mediante a palavra impressa e ou

elementos mecânicos ou eletrônicos (GRANITO, 2008).

O termo educação a distância abrange vários tipos e formas de estudos em

qualquer nível que não acontecem sob a supervisão imediata e contínua de tutores

que estão presentes com seus alunos nos auditórios ou salas de aula, mas que,

mesmo assim, se beneficiam do planejamento, orientação e instrução de uma

instituição de ensino (MENDONÇA, 2012).

Na compreensão de Myers, (1997), a modalidade de ensino a distância tem

relação direta com recursos provenientes das tecnologias da informação e

comunicação, estando inserida no contexto da cibercultura em conjunto com as

ações diárias da pós-modernidade. “Na pós-modernidade, o sentimento de

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compressão do espaço e do tempo, onde o real (imediato) e as redes telemáticas

desterritorializam e desespacializam a cultura, tendo forte impacto nas estruturas

econômicas, sociais, políticas e culturais” (LEMOS, 2010, p. 68).

A EaD vem contribuindo para potencializar uma rede abrangente de

interações entre docentes e discentes, tornando um ambiente em que a produção

pode ser compartilhada entre os participantes daquele ambiente e que proporciona

diversas possibilidades de aprendizagem colaborativa a partir da Web 2.0, ao

favorecer a construção e reconstrução de conhecimentos (FREITAS, 2013).

Com a revolução das TICs, as formas de comunicação e redes foram

aperfeiçoadas desta forma para a Web 2.0, que surgiu como a segunda geração de

serviços na rede, caracterizada por ampliar as formas de produção cooperada e de

compartilhamento de informações on-line. Carvalho apresenta alguns aspectos

tecnológicos e dinâmicos da aprendizagem colaborativa:

É interessante observar que as possibilidades de aprendizagem colaborativa com a Web 2.0 surgem como uma resposta à tradicional estrutura estática da Internet com poucos emissores e muitos receptores (como a televisão), começando a adotar uma nova plataforma onde as aplicações são fáceis de usar e permitem que haja muitos emissores, muitos receptores e uma quantidade significativamente mais alta de intercâmbios e cooperação. Esta mudança no número de emissores e receptores permitiu o surgimento das redes colaborativas de conhecimento, onde vários assuntos são colocados em discussão, e novos paradigmas para a compreensão das mudanças na sociedade do conhecimento são estruturados de forma contínua (CARVALHO; 2009, p. 192).

Na educação a distância há uma multiplicidade de administradores, que

interferem e participam desde o desenho do curso até a avaliação de aprendizagem

dos alunos. Diferentemente do que ocorre com um professor de ensino

convencional, que normalmente trabalha de forma individual, em EaD são

necessárias equipes de especialistas nos campos diversos, como planejadores,

especialistas em conteúdo, tecnólogos da educação, especialistas na produção de

materiais, responsáveis por guiar a aprendizagem, tutores e avaliadores (ARETIO,

2004).

Assim, diante da contextualização sobre a EaD, propomos apresentar neste

estudo as características principais desta modalidade e inúmeras possibilidades que

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o uso de tecnologia pode ofertar tanto para o professor quanto para o aluno, no

processo de ensino-aprendizagem.

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para identificar os estilos de aprendizagem que impactam o desempenho

acadêmico dos discentes em cursos de pós-graduação em EaD foi aplicado um

questionário formulado pelas pesquisadoras Profa. Dra. Catalina Alonso Garcia e

Profa. Dra. Daniela Melaré Vieira Barros (2008), fundamentado nas proposições de

Alonso, Gallego e Honey (2002). Neste estudo, apresentamos a análise dos dados

com uma abordagem quantitativa descritiva.

4.1 Natureza da pesquisa

A análise quantitativa é sequencial e comprobatória, pois “busca a informação

diretamente com um grupo de interesse a respeito dos dados que se deseja obter”

(SILVA, 2001, p. 28). Nessa perspectiva, a análise quantitativa tem o enfoque

principal nos resultados numéricos, pois está ligada diretamente à quantificação dos

dados obtidos para se identificar o estilo predominante dos alunos.

Na perspectiva de Knechtel (2014), a pesquisa quantitativa é uma modalidade

que atua sobre um problema humano ou social, composta por variáveis

quantificadas em números, com o objetivo de determinar o conhecimento direto da

realidade e da quantificação de dados que possibilitam a sua análise estatística.

Neste caso, a estatística descreve a base das informações da pesquisa

quantitativa que, segundo Knetchel (2014), pode ser classificada em:

Dados primários: são os dados obtidos no campo da pesquisa,

diretamente com as fontes originais de informação (sujeitos respondentes e/ou

entrevistados);

Dados secundários: são os dados já processados, normalmente vindos

de pesquisas oficiais e/ou outras fontes credenciadas.

Nesse contexto, partindo da categorização dos dados primários de Knechtel

(2014), essa pesquisa é classificada como descritiva, pois coleta as informações por

meio de um instrumento com um diverso número de variáveis, no qual serão

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reduzidas a quantificadores, que representam a dinâmica social e individual dos

alunos entrevistados, a fim de conhecer os estilos que predominam nos cursos de

pós-graduação em Educação.

Assim, Fonseca (2002) também afirma que, a pesquisa quantitativa voltada

para a área educacional, possibilita maiores condições de analisar quantitativamente

um processo sequencial e comprobatório dos fatores investigados. Desta forma, foi

possível identificar os estilos que predominam entre as turmas de pós-graduação em

Educação.

4.2 Aspectos éticos

Essa pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética do Unasp, sob número

CAAE 69073317.2.0000.5377, e parecer 2.141.649, em 27 de junho de 2017 (Anexo

1).

Os inquiridos dos cursos de pós-graduação em Educação que participaram da

pesquisa acessaram o link para responder ao questionário pelo Google Forms.

Estava descrito neste as informações acerca do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) e ao responderem davam autorização para o uso dos dados na

pesquisa (Anexo 2).

4.3 Instrumento

O questionário de pesquisa Estilos de Uso do Espaço Virtual (Anexo 5), foi

elaborado com base na teoria dos estilos de aprendizagem, fundamentados nas

proposições de Alonso, Gallego e Honey (2002), e formulado pelas pesquisadoras

Profa. Dra. Catalina Alonso Garcia e pela Profa. Dra. Daniela Melaré Vieira Barros,

para identificar a tendência dos estilos de aprendizagem do espaço virtual e a sua

tendência de uso (BARROS, 2008).

O instrumento acima citado, quando em fase de elaboração, para adequação

ao objetivo do estudo, foi analisado por dezesseis especialistas das áreas de

tecnologias e educação, do âmbito universitário. Foram realizadas análises

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importantes que proporcionaram a adequação e o aperfeiçoamento do instrumento

com perguntas direcionadas especialmente para a modalidade de ensino a

distância.

Após a etapa da análise dos especialistas, o instrumento foi aplicado a um

grupo de 31 indivíduos entre 25 e 45 anos. Depois da aplicação do instrumento

piloto, foi calculado o Alpha de Cronbach através do pacote estatístico SPSS

(Statistical Package for the Social Sciences), no qual o valor obtido foi de 0,77. O

instrumento, portanto, foi considerado satisfatório em termos de confiabilidade

(BARROS, 2009).

O Questionário Estilo e Uso do Espaço Virtual foi formulado por Daniela

Melaré Barros em 2009, baseando-se em estudos sobre a teoria dos Estilos de

Aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida conjuntamente com o Departamento de

Didática e Organização Escolar da UNED de Madri, na Espanha, em parceria com a

Dra. Catalina Alonso e o Laboratório de Tecnologias Aplicadas a Educação -

LANTEC da Unicamp, sob a coordenação do Dr. Sérgio Amaral.

Barros (2009) utilizou dois instrumentos de coleta dados para a realização da

pesquisa (Anexos 4 e 5). O primeiro instrumento, Questionário Honey-Alonso de

Estilos de Aprendizagem (CHAEA), elaborado pelos os espanhóis Alonso e Gallego;

e o segundo instrumento, Questionário Estilos de Uso do Espaço Virtual (QEUEV),

validado pela Profa. Dra. Catalina Alonso.

A pesquisadora relata que o questionário de uso do espaço virtual foi aplicado

a 326 graduados, pós-graduados ou em curso, cujo resultado apontou um índice de

confiança de 95% com 5% de erro. Nesse contexto, foi possível confirmar a

confiabilidade do instrumento, bem como identificar as preferências do estilo no uso

do espaço virtual, caracterizados nesse novo espaço de aprendizagem (AVA).

As pesquisas realizadas com a aplicação dos questionários CHAEA e QEUEV

apresentaram características que identificavam tanto o processo de aprendizagem,

quanto as habilidades e competências dos envolvidos em relação ao uso do espaço

virtual. Assim, se verificou a necessidade da construção do protocolo que auxiliasse

na identificação dos estilos de uso no espaço virtual, como ferramenta de apoio para

planejamento e elaboração de programas de educação a distância.

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Considerando a confiabilidade do instrumento de coleta, e o direcionamento

específico das perguntas para o uso do espaço virtual, aplicamos em nossa

pesquisa o Questionário Estilos de Uso do Espaço Virtual para identificar os estilos

de aprendizagem dos alunos inscritos em cursos de EaD.

Inicialmente o instrumento apresenta três perguntas simples e genéricas para

identificação da população de alunos que responderam ao questionário. A primeira

pergunta se refere ao gênero, a segunda idêntica a faixa etária e a terceira em qual

curso o aluno está matriculado. O questionário (QEUEV) utilizado para a coleta de

dados consiste em um protocolo composto por 40 afirmativas, para serem

assinaladas caso o respondente se identifique com o que a afirmativa descreve. Não

há respostas corretas ou incorretas, o critério para assinalar, ou não, é de acordo

com a identificação com a descrição da afirmativa (Anexo 5).

Após a adequação do protocolo por meio do Google Forms, que gerou um link

de acesso, o link foi enviado pela plataforma MOODLE do próprio AVA do curso, no

qual os mesmos estavam matriculados ou eram egressos.

O link do instrumento direciona o respondente ao Google Forms, que permite

o acesso ao questionário. Inicialmente o cabeçalho descreve a finalidade do estudo

e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e as demais orientações

para responder ao questionário.

Dentre as 40 questões que compõem o questionário, 10 perguntas

correspondem a cada um dos 4 estilos de aprendizagem que estão intercaladas. As

autoras do instrumento disponibilizaram o grupo de perguntas que correspondem a

cada estilo.

A seguir identificam o número da pergunta correspondente aos estilos:

Estilo A - Participação On-line – Ativo;

Estilo B - Busca de Pesquisa – Reflexivo;

Estilo C - Organização e Planejamento -Teórico;

Estilo D - Produção da Aprendizagem – Pragmático.

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Quadro 2 - Estilos de Aprendizagem

Fonte: Adaptado de Barros (2011).

4.4 Coleta de dados

A escolha do instrumento para coleta de dados, dentre outras já existentes

nessa temática, foi determinada pela caracterização das perguntas voltadas

diretamente aos alunos que estão numa modalidade de EaD. Assim, foi possível

conhecer o perfil de estudantes que optaram por essa modalidade de ensino,

intermediada pelo uso de tecnologias.

O link do instrumento foi disponibilizado pela Internet, por meio da plataforma

MOODLE, durante o período letivo dos cursos de pós-graduação. A autora desta

pesquisa teve acesso ao AVA por meio de uma senha de administradora, autorizada

pelo gerente acadêmico da instituição e cedida pela coordenadora dos tutores de

todos os cursos de pós-graduação.

A senha de acesso possibilitou a edição do ambiente para o envio do link da

pesquisa, através do Fórum de notícias, aos alunos ativos que estavam acessando o

MOODLE no período letivo e, aos egressos, o envio de mensagem individual (chat)

dentro da plataforma, por meio do e-mail fornecido e cadastrado no ambiente (banco

de dados).

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Em ambas as formas de acesso (fórum e chat) os discentes e egressos

recebiam uma notificação por e-mail, com o disparo da mensagem pela plataforma.

Para ter acesso ao link da pesquisa, o aluno deveria acessar o AVA e, desta forma,

a aplicação do instrumento estava vinculada ao MOODLE, inclusive por questões

éticas em relação ao acesso do e-mail pessoal disponibilizado pelos estudantes.

A utilização do meio eletrônico para a aplicação da pesquisa foi viável, pois

permitiu atingir estudantes ativos e ex-alunos, e possibilitou a análise de um perfil de

estudantes mais abrangente.

4.4.1 Aplicação do instrumento no MOODLE

O MOODLE (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) é um

software livre (pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem

qualquer restrição) criado para auxiliar os educadores na construção de

comunidades de aprendizagem colaborativa (FILATRO; CAIRO, 2016).

Essa plataforma é um sistema de administração de atividades educacionais

por meio de um ambiente virtual, construído com base na pedagogia

socioconstrutivista. Foi criado a partir de 1999 pelo educador e cientista educacional

Martin Dougiamas (FILATRO; CAIRO 2016).

A Figura 4 representa o MOODLE, plataforma em que os alunos ingressam

ao ambiente virtual para acesso ao conteúdo das disciplinas já cursadas e que estão

cursando.

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Figura 4 - AVA – MOODLE.

Fonte: AVA.

A Figura 5 corresponde ao ambiente de acesso aos conteúdos, mídias,

atividades individuais e interativas (fórum de participação), com estrutura e

estratégias didáticas intencionais, adequadas para a aprendizagem dos alunos.

Figura 5 - Design Instrucional do MOODLE.

Fonte: AVA.

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Na Figura 6, apresentamos o Fórum de notícias, que é um canal de acesso

geral aos estudantes de cada curso. Ao enviar uma mensagem, automaticamente

chega um e-mail (fornecido pelo aluno) informando o “Título da mensagem”. Para

acessar o conteúdo dessa notícia, o aluno precisa logar no Ava, entrar e acessar a

caixa de mensagem. Por meio dessa ferramenta disponibilizamos o link de acesso

ao protocolo de pesquisa Estilos de Uso do Espaço Virtual.

Figura 6 – Fórum de notícias – Canal de acesso ao protocolo da pesquisa.

Fonte: AVA.

Ao acessar o Fórum de notícias, o aluno encontra uma breve explicação

sobre a pesquisa e convida o aluno a responder ao questionário por meio de um link,

por onde o aluno é direcionado ao Google Forms para dar início à pesquisa.

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60

Figura 7 – Enunciado do Questionário e perguntas socioeducativas.

Fonte: AVA.

E, por fim, na Figura 8, apresentamos o questionário Estilos de Uso do

Espaço Virtual, com as adaptações feitas ao instrumento de Barros (2009), Anexo 5.

Figura 8 – Perguntas do questionário adaptadas.

Fonte: AVA.

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61

4.5 Amostra dos respondentes

A escolha por esse público teve como principal motivação o fato de a

pesquisadora ter atuado e estar atuando como tutora a distância dos cursos de pós-

graduação em Educação e por se interessar, juntamente com o apoio da

orientadora, por informações que possibilitem estratégias a fim de auxiliar

professores e alunos desses cursos.

Foram contatados 270 estudantes na plataforma, tendo em vista a

representatividade de alunos ativos e alunos egressos no banco de dados do AVA.

A pesquisa foi realizada com estudantes matriculados em quatro cursos de pós-

graduação Lato Sensu de Educação de uma IES na modalidade EaD:

Docência Universitária;

MBA Gestão de EaD e Tutoria On-line;

Métodos e Técnicas de Ensino;

Tecnologias Educacionais e Docência.

É importante dizer que dos 270 alunos vinculados à plataforma do curso, 1/3

desse total (90 pessoas) responderam à pesquisa. Os resultados serão

demonstrados abaixo:

Quadro 3 – Gênero.

Fonte: autora.

No total de respondentes, o Quadro 3 revela uma pequena predominância de

mulheres no grupo que respondeu ao questionário, mas não podemos saber o

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percentual disso em relação ao total de matriculados, já que a secretaria do curso

não fornece dados pessoais dos alunos matriculados.

Quadro 4 – Faixa Etária.

Fonte: autora.

No que se refere à faixa etária de alunos matriculados, o Quadro 4 mostra

que abaixo dos 21 anos nenhum aluno foi inscrito no curso. Percebe-se também que

há maior predominância de alunos que responderam na faixa etária entre 21 a 40

anos e uma pequena parcela de alunos (7,8%) com mais de 50 anos.

Quadro 5 - Cursos de Pós-Graduação em Educação.

Fonte: autora.

Sobre o número de alunos matriculados no curso, a maioria dos respondentes

foram alunos matriculados nos cursos de Docência Universitária (53,9%) e MBA

Gestão de EaD e Tutoria On-line (43,8%). Diante das informações obtidas pela

secretaria acadêmica, poucos alunos estavam matriculados nos demais cursos. No

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de 2018, apenas os dois cursos mencionados acima com maior representatividade,

estão sendo oferecidos pela instituição e estão disponíveis na plataforma.

4.5.1 Análise dos dados

A apreciação dos dados é de grande relevância em uma pesquisa, pois

através destas informações é que se obtêm subsídios relacionados ao problema-

base da investigação, e seus resultados devem ser interpretados de maneira ampla

fundamentados nos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos (GIL, 1999). A

análise descritiva desta pesquisa tem a finalidade de caracterizar o perfil de

aprendizagem dos alunos, no que diz respeito as suas preferências.

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64

5 RESULTADOS

Os objetivos da pesquisa e a intenção do estudo são elementos essenciais

para a definição da população-alvo que foi estudada, é a identidade dos estilos de

aprendizagem dos alunos em relação as suas vivências com a tecnologia (TOZONI,

2007). Antes da demonstração dos resultados decorrentes da pesquisa, considerou-

se apresentar o perfil dos respondentes por curso e sexo.

Gráfico 1 – Estilos no gênero feminino.

Fonte: autora.

O Gráfico 1 revelou que não há uma correlação entre o sexo feminino e o

estilo predominante de aprendizagem. Podemos observar que as características dos

quatro estilos estão presentes nessa população de respondentes. Apesar de cada

estilo se caracterizar por preferências distintas, nota-se o equilíbrio e a diversidade

dos estilos, com uma pequena tendência ao Estilo Reflexivo (40%). Foi aplicado o

teste de correlação R de Pearson, que demonstrou a inexistência de correlação.

Conforme demonstra o Gráfico 2 o mesmo ocorre nas características do sexo

masculino. Não existe nenhuma predominância significativa para um determinado

estilo de aprendizagem, contudo, se observarmos o gráfico, os dois estilos que mais

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se destacam são o ativo e o reflexivo. Esses estilos possuem características

praticamente opostas.

Exemplo:

Ativos: gostam de realizar trabalhos em grupo;

Reflexivos: preferem os trabalhos individuais.

Gráfico 2 – Estilos no gênero masculino.

Fonte: autora.

Percebemos também que nesta análise inicial não existe representação

significativa de estilo em relação ao gênero. Observamos também a possibilidade de

correlação entre algum estilo e curso específico, mesmo sendo todos da área de

educação. Dos quatro cursos oferecidos pela instituição, dois tiveram participação

considerável na pesquisa. Foi feita a investigação apenas dos cursos de Docência

Universitária; o MBA em Gestão de Pessoas e Tutoria On-line.

Conforme demostra o Quadro 5, mais da metade dos respondentes (54%)

são alunos que cursam Docência Universitária, e 43,8% dos que responderam

pertencem ao curso de MBA. Assim, como nas análises anteriores, não

encontramos nenhuma predominância de algum estilo de aprendizagem, conforme

apresentam as Figuras 3 e 4.

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Gráfico 3 - Estilos na docência universitária.

Fonte: autora.

Gráfico 4 - Etilos MBA.

Fonte: autora.

Apesar da ausência de algum estilo predominate nas primeiras análises, em

relação aos fatores gênero e curso, podemos observar em todos os gráficos alguns

resultados pertinentes. Essa irregularidade de linhas e cores, que os gráficos

apontam, correpondem a cada uma das perguntas do questionário. Notou-se

também que algumas linhas (perguntas) atravessam consideravelmente de um estilo

para o outro.

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Em decorrência disso, apresentamos o Gráfico 5 que demontra as perguntas

em que os alunos mais se identificaram, ou seja obtiveram mais respostas.

Gráfico 5 - Respostas por questão.

Fonte: autora.

Inicialmente, podemos observar algumas perguntas que tiveram praticamente

100% de identificação, tendo em vista que tivemos 90 participantes.

Destacamos as duas perguntas que tiveram maior e menor notoriedade de

respostas/identificação. Para os destaques das questões apresentadas a seguir

utilizaremos a Figura 5 como referência para os dados apresentados.

Questões com o MAIOR número de respostas dentre os quatro estilos:

1 – Q5 Na hora de buscar informação sobre um tema que me interessa, busco em mais de uma página da Web (Estilo Reflexivo);

2 - Q14 Busco informação na Internet para refletir e gerar ideias próprias e novas (Estilo Ativo).

Questões com o MENOR número de respostas dentre os quatro

estilos:

1 – Q13 - Termino minha pesquisa na Internet quando encontro o primeiro site sobre o tema investigado (Estilo Pragmático);

2 – Q15 - Na Internet, busco imagens significativas que me fazem refletir (Estilo Reflexivo).

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A questão Q5 (Respostas: 88/90), obteve o maior número de respostas e

corresponde ao Estilo Reflexivo, a questão Q13 (Respostas: 3/90) com menor

identificação, pertence ao Estilo Pragmático.

Deste modo, constatamos que a pergunta com o maior índice de respostas

(reflexivo) faz oposição à (pragmático) pergunta que corresponde ao menor índice.

Estilo Reflexivo: caraterizados por refletirem em qualquer situação;

Estilo Pragmático: gostam de colocar suas ideias em prática.

As demais perguntas que compõem o questionário, referentes aos estilos

ativo e teórico, tiveram suas respostas em quantidades intermediárias. Essa

proximidade entre os estilos de aprendizagem revela que as preferências estão

diversificadas entre os estudantes, por isso constata-se proximidade nos resultados.

Na análise inferencial descritiva dos dados, não houve correlação entre os

estilos e os gêneros, entre os estilos e as idades, ou mesmo entre estilos e cursos.

Portanto foi apresentada a estatística descritiva, que já estava preconizada nos

objetivos iniciais dessa pesquisa. Salientamos que pelo fato de a amostra ser

pequena, não foi possível testar as propriedades psicométricas do instrumento.

Para a apresentação dos resultados inerentes a cada estilo de aprendizagem,

utilizamos tabelas com as perguntas do questionário que corresponde ao perfil de

uso do espaço virtual. Cada categoria está especificada e dividida por seus estilos,

ou seja, o número de cada questão é correspondente de um estilo específico.

Das 40 questões que compõem instrumento aplicado, 10 perguntas

correspondem a um estilo. Assim, conduziremos a análise dos resultados em cada

categoria de estilo elencada.

Estilo Reflexivo – Tabela 1;

Estilo Ativo – Tabela 2;

Estilo Teórico – Tabela 3;

Estilo Pragmático – Tabela 4.

Conforme mencionado anteriormente, o QEUEV é composto por questões

objetivas que, de acordo com o maior número de somatória das opções, o

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respondente obtém o resultado ao seu Estilo de Uso do Espaço Virtual

predominante.

Assim sendo, foi possível identificar as preferências dos estilos de

aprendizagem dos discentes por meio da plataforma no AVA. Para tanto, dos 270

contatos registrados no MOODLE, 90 estudantes responderam ao questionário,

representando os quatro cursos de pós-graduação.

No contexto do Gráfico 6, os dados apresentados por cada estilo,

correspondem ao número de respostas referentes a cada grupo de perguntas (Ativo,

Reflexivo, Pragmático ou Teórico). Em relação ao resultado das questões do

instrumento Estilos de Uso do Espaço Virtual percebemos um resultado próximo em

relação aos quatro estilos. Conforme observamos, o estilo com maior predominância

de respostas é o Estilo Reflexivo com o maior número de marcações de

identificação; os estilos Ativo e Teórico tiveram uma pequena separação de 4 pontos

entre eles.

Gráfico 6 – Estilos da Amostra.

Fonte: autora.

A diferença de pontuação entre os estilos é pequena conforme descrição do

Gráfico 6. Nota-se um destaque do Estilo Reflexivo. Diante do desfecho, faremos a

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representação dos resultados por estilos de aprendizagem a partir do resultado do

Gráfico 6, apresentando a seguir os resultados por estilo de aprendizagem.

O resultado do Questionário - o Estilo de Uso do Espaço Virtual (QEUEV)

apontou o Estilo Reflexivo como predominante entre os educandos pesquisados,

visto que apresentou maior preferência em relação às questões que o representa.

Referente às questões sobre o Estilo Reflexivo, destacam-se as questões Q5

(na hora de buscar informação sobre um tema que me interessa, busco em mais de

uma página da Web) e Q24 (memorizo facilmente as direções das páginas da Web)

que tiveram maior e menor representatividade. A média geral das respostas entre as

demais questões tiveram variações entre 27% e 98% estudantes se identificaram

optaram por essa modalidade. Este estilo representou os índices com as menores

variáveis entre as respostas.

Tabela 1 - Estilo Reflexivo.

Fonte: autora.

Os resultados revelam a predominância para o Estilo Reflexivo, deste modo,

apontamos algumas características que prevalecem e evidenciam este perfil de

aluno, como dificuldades e cuidados que devem ser observados no perfil de

estudantes Reflexivos, na perspectiva de Alonso, Gallego e Honey (2002):

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O desempenho é melhor sem pressão ou prazos obrigatórios;

Gostam de rever o que aprenderam;

Pensam antes de agir e gostam de assimilar bem antes de comentar;

Analisam relatórios detalhadamente e cuidadosamente;

Reúnem dados antes de formular coma conclusão.

No entanto, há adjetivos e pontos positivos que se aplicam ao perfil reflexivo

segundo o entendimento de FILATRO (2015):

São ponderados;

Conscientes;

Receptivos;

Analíticos;

Sensato.

Tendo em consideração o apontamento do perfil predominante, constatou-se

o Estilo Ativo como o segundo mais sinalizado, entre os educandos pesquisados.

No tocante às questões sobre o Estilo Ativo, destacam-se Q14 (95,6% - busco

informação na Internet para refletir e gerar ideias próprias e novas) e Q39 (21,1% -

participo de listas de discussão) que tiveram maior e menor representatividade. A

média geral dos resultados entre as demais questões que compõem a alternativa do

Estilo Ativo, tiveram variações entre 21% e 87%. Um número menor em relação ao

primeiro foi identificado nesse perfil. Este estilo representou índices medianos em

relação às questões, apenas a Q39, apresenta uma representatividade abaixo da

média.

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Tabela 2 - Estilo Ativo.

Fonte: autora.

Diante do resultado apresentado referente ao Estilo Ativo, constata-se que

esse estilo é o segundo mais pontuado em termos de médias das questões

assinaladas entre as preferências dos discentes, conforme retrata a Tabela 3.

Podemos dizer que a característica do aluno ativo contrapõe as particularidades do

Estilo Reflexivo. Assim, destacamos algumas características desse perfil, conforme

dispõe Filatro (2015);

Apreciam novas experiências;

São abertos ao risco;

Espontâneos;

Vivem em grupo;

Participativos.

No que concerne às questões sobre o Estilo Teórico, destacam-se Q37

(93,3% - organizo de forma estratégica as pastas com os documentos, que tenho no

meu computador) e Q3 (21,1% - abro uma tela por vez quando navego na Internet),

que tiveram maior e menor representatividade. A média geral dos resultados entre

as demais questões tiveram variações entre 21% e 93% (conforme indica a Tabela

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4). Esse estilo aponta índices medianos em relação às questões, muito próximo ao

resultado do Estilo Ativo.

Tabela 3 - Estilo Teórico.

Fonte: autora.

Seguindo a direção dos resultados apresentados nas análises, nota-se que a

quantidade de respostas entre os estilos Ativo e Teórico são bem próximas. Em

direção aos aspectos desse estilo de aprender, destacamos algumas características

que correspondem a esse perfil, conforme dispõe Filatro (2015):

Encaram os problemas de forma lógica;

São coerentes;

Tendenciam ao perfeccionismo;

Busca racionalidade e objetividade;

Gostam de analisar e sintetizar.

Esse estilo foi o que mais se distanciou do Estilo Reflexivo, e demonstrou o

menor índice de aceitação (3%) entre as questões apresentadas no instrumento. A

média geral dos resultados entre as demais questões tiveram variações entre 3% e

70%.

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Conforme observamos os resultados apresentados na Tabela 5, o Estilo

Pragmático teve a menor aceitação em relação aos demais estilos, ou seja, com o

menor número de identificação dos estudantes em relação a esse estilo. Destacam-

se Q38 (77,8% - utilizo a Internet para informar/tramitar/gestionar meus assuntos

administrativas, jurídicas, legais etc.) e Q13 (3,3% - finalizo minha pesquisa na

Internet quando encontro o primeiro site sobre o tema investigado), que tiveram

maior e menor representatividade. A média geral dos resultados entre as demais

questões, tiveram variações entre 16% e 78% (Tabela 5).

Tabela 4 - Estilo Pragmático.

Fonte: autora.

Por fim, tendo em vista os resultados dos estilos de aprendizagem, e

considerando o Estilo Pragmático como o menos identificado entre os cursos da

pós-graduação, concluímos a análise por estilos com os pontos fortes desse estilo.

Assim, destacamos algumas características desse perfil, conforme dispõe Filatro

(2015):

Descobrem aspectos positivos das ideias;

Aproveitam as oportunidades;

São práticos;

Eficazes e realistas;

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75

Decididos.

Considerando os resultados deste estudo, sentiu-se a importância da

continuidade de identificação e valorização do perfil dos estudantes, sendo assim,

percebemos a relevância para formar um conjunto de condições propícias, adequá-

las sob as perspectivas individuais e coletivas dos educandos, através do

reconhecimento dos Estilos de Aprendizagem, visando uma melhoria no processo

de ensino-aprendizagem na modalidade a distância.

Tabela 5 - Resultados dos Respondentes por Estilo e Total.

Fonte: autora.

A Tabela 5 representa a média dos resultados de cada pergunta em relação

ao número de participantes por resposta de cada estilo. Constata-se que o Estilo

Reflexivo apresenta a maior média, ainda que a diferença seja pequena. Em relação

aos demais, esse estilo é o que mais prevalece nesta população de estudantes. Os

resultados apontaram que, na plataforma MOODLE, dentre os estilos apresentados

na pesquisa, a maior identificação entre os estudantes é o Reflexivo, desta forma,

apresentamos esse estilo como predominante do Estilo de Uso no Virtual entre os

discentes de pós-graduação em Educação na instituição pesquisada.

Considerando essa tendência, podemos perceber, dentre alguns fatores de

qualidade na aprendizagem, que o que favorece o ensino a distância é a forma de

aprender no espaço virtual, com as suas preferências pessoais. Configurada a

identificação desse perfil será possível um planejamento mais direcionado para as

plataformas, estruturação do conteúdo e a forma como o docente pode agir diante

desse perfil para a aprendizagem.

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No que se refere às preferências de Estilos de Uso no Espaço Virtual, as

discussões se fundamentaram principalmente nas obras de Barros (2009, 2011,

2013); Amaral, Barros e Garcia (2008); Freitas e Carvalho (2013) e Freitas (2014).

No que corresponde ao ensino a distância, considera-se essa modalidade

relativamente recente no Brasil e com pouca produção sobre o assunto, visto ser

uma discussão recente.

De acordo com o resultado sobre o Estilo de Aprendizagem predominante

(97,8%) entre os respondentes pesquisados, o Estilo Reflexivo apresentou maior

porcentagem ou representatividade em pesquisas realizadas em outras instituições

de ensino, conforme apresentaremos a seguir.

Uma pesquisa realizada em 2011 por Morais, Miranda e Barros (2013) com

educandos de Licenciatura em Matemática destaca a forte predominância do Estilo

Reflexivo, com 85% dos sujeitos nesse estilo. A predominância do Estilo Reflexivo

também foi constatada na pesquisa de dissertação de Carmo (2012), realizada entre

os educandos do curso de Pedagogia.

Alguns resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Santos

(2012), ao ter como amostra para sua pesquisa de dissertação os alunos do curso

de Administração Pública, com 45% das respostas, no qual identificou-se o Estilo

Reflexivo. Do mesmo modo, os resultados obtidos na pesquisa entre educandos dos

cursos presenciais e a distância da Universidade de Brasília, verificada por Diniz

(2011), apresentam a predominância do Estilo Reflexivo.

Essa predominância do Estilo Reflexivo é encontrada também em pesquisas

em outros países, como observamos na dissertação de mestrado de Martins (2009),

realizada com universitários de Portugal; no estudo de Bello, Miranda e Beltrones

(2015), realizado com 479 universitários de todos os cursos de graduação da

Universidade de Sonora no México em 2012. E, por fim, nos estudos realizados por

Freitas e Carvalho (2013) com graduandos do curso de Letras, o resultado para os

Estilos de Aprendizagem também foi predominante no Estilo Reflexivo.

Ao que concerne aos Estilos de Uso do Espaço Virtual observa-se uma

convergência do resultado obtido em relação aos demais estudos.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa foi estruturada, inicialmente, por estudos bibliográficos referentes

à aprendizagem, à estrutura, à teoria e à didática dos estilos, ao crescimento e à

organização do ensino a distância, bem como, aos fenômenos dos avanços

tecnológicos e dinâmicos apropriados à eficiência do processo de aprendizagem.

Considerando o processo de conhecimento, e análises dos estilos de

aprendizagem dos alunos, objetivamos investigar os estilos de aprendizagem no

virtual, identificando as preferências dos discentes na modalidade do EaD.

Apresentamos a relação dos estilos com as possibilidades de uso do espaço virtual

por meio das características e particularidades que envolvem os estilos.

Constatamos que os estilos de aprendizagem dos alunos precisam ser

considerados no planejamento das atividades de ensino. A parte relativa à educação

a distância possibilitou compreender as especificidades desse método de ensino, as

características inerentes ao planejamento de ambientes virtuais como estratégia

para o aprendizado dos discentes.

O ensino a distância compreende uma realidade ampla no processo de

aprendizagem, pois conta com inúmeras ferramentas tecnológicas que podem

atender, não apenas um, mas vários perfis no processo de aprendizagem. O

ambiente virtual possibilita planejamento direcionado ao perfil dos estudantes, e

pode oferecer inúmeras possibilidades de acesso para o mesmo conteúdo. A

utilização das tecnologias, aliado a um processo de ensino direcionado, potencializa

significativamente o processo de ensino-aprendizado dos discentes.

Os resultados da pesquisa revelaram os discentes como tendo um perfil

reflexivo. Diante disso podemos afirmar que algumas particularidades desse perfil,

como valorização de ideias, conceituais, teóricos e pensativos, favorecem o ensino a

distância, pois o uso e a administração do ambiente virtual ocorrem individualmente,

tornando o aluno um autodidata daquele conteúdo oferecido pela instituição.

Em outras palavras, por serem reflexivos esses estudantes buscam as

informações em diversos canais e são analíticas as informações que lhe são

apresentadas, configurando a forma ideal de aprender no espaço virtual, tendo em

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vista que o aluno deixa a posição de receptor e passa a ser o detentor do próprio

conhecimento, apenas direcionado e mediado pelo docente.

Os estudos realizados sobre Estilos de Aprendizagem e os Estilos de Uso do

Espaço Virtual constatam que a maioria dos educandos se identificam como

Reflexivos no Uso do Espaço Virtual, ainda que os resultados dos dados coletados

não tenham apontado esse estilo com predominância muito forte em relação aos

demais.

Contemplamos que dos quatro cursos analisados entre os anos de 2016 e

2018, pudemos verificar a tendência para uma mescla de estilos entre o Reflexivo,

Ativo e Teórico, que foram os mais indicados na pesquisa. Conforme apresentado

anteriormente na parte teórica deste trabalho, com os diversos Ambientes Virtuais

de Aprendizagem as ferramentas tecnológicas disponíveis dentro do ambiente virtual

possibilitam amplamente o desenvolvimento de inúmeras formas de ensinar, o que

favorece fortemente o processo de aprender.

Entendemos que a educação a distância permite e possibilita diversas ações

docentes em um ambiente aberto, que favorece uma prática docente mais assertiva

e, consequentemente, uma aprendizagem discente mais expressiva e eficaz na

aprendizagem.

Desta forma, concluímos que a aprendizagem no espaço virtual ocorre de

forma simultânea em consonância com o ambiente e com o uso das tecnologias

digitais que envolvem uma extensa condição de aprendizagem, inúmeras

linguagens, decorrendo os conceitos e as características discutidas na pesquisa,

peculiares e inerentes ao processo de ensino-aprendizagem.

A diversidades de estudantes permite o planejamento e a estruturação de um

percurso mais direcionado de colaboração, reflexão, intervenção e autoria para os

próximos cursos, com a intenção de manter um olhar mais criterioso voltado para

ações individuais, consoante com o perfil do indivíduo.

Por fim, considerando o contexto e a relevância desta pesquisa percebemos a

dimensão e a importância das contribuições praticadas por Barros (2009) nos

estudos sobre Estilos de Aprendizagem. Assim, as pesquisas sobre o tema devem

prosseguir com a busca de novos avanços para o processo de ensino-aprendizagem

direcionados à educação a distância.

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Como sugestão para novas pesquisas, sugere-se identificar os estilos de

aprendizagem dos estudantes dos cursos de Graduação da mesma instituição para

comparar com os resultados encontrados nesta pesquisa, e verificar se a maturidade

educacional dos estudantes pode influenciar nas suas preferências e estilos,

considerando o aluno na fase inicial da graduação.

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ANEXOS

Anexo 1 – TCLE

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Anexo 2 - Autorização

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Anexo 3 - Parecer

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Anexo 4 - Questionário CHAEA

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Anexo 5 – Questionário estilo de uso do espaço virtual

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Anexo 6 – Enunciado do QUESTIONÁRIO ESTILO DE USO DO ESPAÇO VIRTUAL (QEUEV)– Google Forms

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Anexo 7 – Perguntas do Instrumento Estilos de Uso do Espaço Virtual - Adaptado