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Bem-vindos ao 23º Festival Internacional de Teatro.Há vinte e três anos que se realiza, ininterruptamente, em Almada esta Festa do Teatro.Trata-se de uma organização invulgar, conhecida e reconhecida por especialistas, observadores

nacionais e estrangeiros, atentos e conhecedores. Sólida em saber e responsabilidade, a organização doFestival assenta sobretudo numa enorme competência e amor ao teatro, e numa relação institucional degrande compreensão e respeito mútuos entre a Câmara Municipal e a Companhia de Teatro de Almada.

Sentimo-nos felizes e orgulhosos pelo caminho feito, por termos sabido, conjuntamente, vencerdificuldades e com entusiasmo erguer, ano após ano, este grande projecto cultural que ambicionamossempre melhor.

À Companhia de Teatro de Almada, principal responsável pela organização do Festival, e em par-ticular ao seu Director Joaquim Benite e ao Director Adjunto Vítor Gonçalves, as felicitações pelo seutrabalho, pelo seu engenho e arte, pondo de pé uma festa que, em cada edição, alcança sempre um novoêxito.

Porque esta festa constitui um grande espelho que nos encanta, reflectindo as diferentes sensi-bilidades artísticas, culturais e estéticas que os actores, autores, técnicos e outros profissionais nostrazem das quatro partidas do Mundo.

Além disso, este ano o Festival de Almada, oferece também ao mundo das artes, ao público fiel demais de duas décadas, a todos quantos directa ou indirectamente o vão acompanhar, um novo palco,moderno e excepcionalmente bem apetrechado – o novo Teatro Municipal.

É o corolário de um trabalho persistente de quase três décadas em que a Cultura, a Educação e aArte têm sido pilares fundamentais do projecto autárquico que Almada se orgulha de protagonizar.

De 4 a 18 de Julho vamos apreciar em palco realidades culturais e sociais muito distintas, repre-sentadas por Companhias Portuguesas e outras que chegam até nós vindas de países como Brasil,Espanha, França, Bélgica, Itália, Colômbia, República Checa, Reino Unido e Senegal.

A todas as Companhias de Teatro e ao público do Festival 2006, desejo uma boa estadia entrenós. Sejam muito bem-vindos ao Concelho de Almada.

O nosso abraço fraterno.

A PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA

MARIA EMÍLIA NETO DE SOUSA

UM GRANDE ESPELHO - 2006

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Beckett, Tchecov, Ostrovski, Ionesco.Tirso de Molina, Molière, António Joséda Silva, Garrett.Arnold Wesker, Bernard-Marie Koltès, CarloTerron, Howard Barker, Jesper Halle.Albert Boadella, Pippo Delbono.eGiorgio Strehler, Bernard Sobel.Ricardo Pais, Christine Laurent,Christiane Jatahy, Rogério de Carvalho, Franzisca Aarflot,Jorge Listopad, João Mota, Emmanuel Demarcy-Mota.eGiulia Lazzarini, Luís Miguel Cintra,Laurent Charpentier, Maria do CéuGuerra, Ramon Fontseré, Sidi Larbi,Akram Khan.ePiccolo Teatro di Milano, Théâtre de Gennevilliers, Comédie de Reims, Les BalletsC. de la B., Els Joglars, Teatro da Cornucópia.eJosé de Guimarães, Pedro Calapez, António Lagarto,Ezio Frigerio, Cristina Reis.emuitos outros nomes de Autores,de Actores, de Encenadores, de Coreógrafos,de Cenógrafos, de Companhias teatrais.emuitos outros quase anónimos que fazem este Festival euma Cidade, um Municípioque oferecem ao teatro portuguêsum equipamento de excepçãocomo se (já) fôssemos Europa.etanta coisa tão estranha, tão raraque deveriaemereceriaeprecisariaeeste espaço de vidaestes dias de pazeste encontro de gentepara toda a gente

este teatro múltiplofugaz.

E...

JOAQUIM BENITE

JUNHO DE 2006

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OBSERVATÓRIO DAS ACTIVIDADES CULTURAIS

A homenagem deste ano do Festival não vai para uma personalidade, mas para uma instituição.No ano em que completa 10 anos de existência o Observatório das Actividades Culturais – um

caso de investigação metódica na área da sociologia da cultura — foi a entidade escolhida para a mo-desta distinção que o Festival de Almada concede anualmente.

Com esta escolha o Festival pretende, por um lado, saudar o sério trabalho de pesquisa e análise,imprescindível para o estudo das Artes do Espectáculo e da sua recepção, desenvolvido peloObservatório das Actividades Culturais, mas também chamar a atenção, num País que atribui poucaimportância à investigação, para o papel essencial que o registo, a estatística, a recolha de dados e a suainterpretação desempenha no desenvolvimento da relação dos produtos culturais com o público.

Os estudos publicados pelo Observatório das Actividades Culturais – designadamente aquelededicado aos públicos do Festival de Almada, em 2000 – constituem preciosos elementos para a reflexãodos artistas, dos produtores e dos gestores culturais no nosso País.

Criado em 1996 como uma associação sem fins lucrativos, pelo Ministério da Cultura, peloInstituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e pelo Instituto Nacional de Estatística, oObservatório das Actividades Culturais tem como presidente a Professora Doutora Maria de LourdesLima dos Santos e a comissão científica integra os Professores Doutores António Firmino da Costa, JoséMachado Pais e José Madureira Pinto. Os vogais do Conselho Directivo são os Drs. António BerbereiaMoniz, António Martinho Novo, José Farrajota Leal, Leonor Pereira, e pelo Observatório das ActividadesCulturais, Rui Telmo Gomes e José Soares Neves.

Nos quase 10 anos de existência do Observatório das Actividades Culturais foram concluídos 31projectos de investigação, publicados 30 livros e 14 números da revista OBS. O Observatório dasActividades Culturais tem procurado intensificar as sua relações com organizações internacionais(intercâmbio com outros observatórios na Europa e América do Sul) e colabora regularmente noprojecto “Cultural policies in Europe: A compendium of basic facts and trends”, que integra mais de30 países europeus.

Maria de Lourdes Lima dos Santos é licenciada em Letras pela Faculdade de Letras da UniversidadeClássica de Lisboa (Filologia Germânica), tem os cursos de Jornalismo e de Documentalista e possui umdoutoramento em Sociologia da Cultura, pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.É investigadora–coordenadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É autora devárias obras, entre as quais “Para uma Sociologia da Cultura Burguesa em Portugal no séc. XIX”,“Intelectuais Portugueses na primeira metade de Oitocentos”, “Hábitos de Leitura em Portugal”. É auto-ra de numerosos artigos e dirigiu um grande número de projectos de investigação no Observatório dasActividades Culturais, IPAI, Instituto Português de Museus, etc.

HOME

NAGE

M

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COM A PARTICIPAÇÃO DO JEUNE THÉÂTRE NATIONALCOM O APOIO DO CONSEIL GÉNÉRAL DES HAUTS-DE-SEINE

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DDoomm,, MMeecceennaass ee AAddoorraaddoorreess é uma dasúltimas peças de Ostrovski (data de 1882) e asua acção situa-se no mundo do teatro: a suaheroína, Néguina, é uma actriz. Em seu tornogravitam: a outra jovem vedeta do grupo, boacamarada mas sem as exigências intelectuais,morais e artísticas de Néguina; o dramaturgo,forçosamente alcoólico e indigente; o director doteatro, verdadeiro profissional mas submetidoaos poderosos da terra; o aderecista, um anciãoculto, antigo proprietário do teatro que a suapaixão arruinou mas por cujos interesses aindavela.

MICHÈLE RAOUL-DAVIS

Capacidade de empatiaDDaa mmeessmmaa ffoorrmmaa qquuee ssee diz “gostaria de

encenar o Shakespeare todo”, eu gostaria deencenar todo o Ostrovski. E porque o meu encon-tro com o poeta Ostrovski foi essencial na minhavida, espero que possa também sê-lo para osespectadores. Ostrovski tem uma capacidade deempatia com os seres humanos que lhe permitedar-se conta do seu sofrimento e não da suadegradação. Neste teatro também há qualquercoisa de vital, que faz com que eu não tenha aimpressão de estar a tratar apenas com fantas-mas saídos de dentro da cabeça do autor, semoutra existência senão a literária. Estou a tratarcom um homem que observa os homens nopróprio meio em que ele vive e trabalha — etrata-se de um mundo brutal — sem os julgar deforma alguma, qualquer que seja a barbaridadeou a ignomínia daquilo a que assiste, e qualquerque seja o seu ponto de vista sobre um mundoonde tais coisas são possíveis.

NNuunnccaa oollhhaa ooss oouuttrrooss ddee aallttoo. E isto é essen-cial. Esta faculdade de empatia com o ser mais

DON, MÉCÈNES ET ADORATEURS (DOM, MECENAS E ADORADORES)DE ALEXANDRE OSTROVSKI | TEATRO

THÉÂTRE DE GENNEVILLIERS – CENTRE DRAMATIQUE NATIONALENCENAÇÃO DE BERNARD SOBEL, COM A COLABORAÇÃODE MICHÈLE RAOUL-DAVISFRANÇA

miserável, mais indigente, mais diferente de si,espanta-me. Quando penso em Ostrovski, pensotambém nesse velho poeta chinês do século XIII,Kuan Han Chi. Ambos têm essa faculdade rara desaber não julgar tudo e ter sempre um ponto devista, de procurar sempre o que é que cada serhumano, mesmo colocado nas piores condições,poderá ter de precioso. Talvez certos países, cer-tas épocas de extrema dureza, de extrema misé-ria, permitam a certos autores, certos poetastocar no essencial, aquilo que sem eles seriaindefinível. Mesmo que o teatro de Ostrovski nosmostre actos, situações e comportamentos sórdi-dos, miseráveis, crápulas, nunca nos recusamos apartilhar da humanidade das suas personagens,sejam elas como forem.

BERNARD SOBEL

Alexandre OstrovskiContemporâneo de Dostoievski, Tourgueniev

e Tolstoi, Alexandre Ostrovski, nascido em 1823em Moscovo, pertence à idade de ouro da literatu-ra russa. Desde 1847 até à sua morte, em 1886,deu ao teatro russo um repertório considerável(mais de sessenta peças).

A sua obra consagra-se principalmente àpintura do mundo dos comerciantes, uma espéciede burguesia detentora do capital, atraída pelolucro, pelo luxo e por uma alegria grosseira.Inscreve-se na tradição de um realismo crítico, oque lhe confere uma verdadeira modernidade.Entre Gogol e Tchecov, Ostrovski é um autor semcujo conhecimento se torna impossível com-preender a história do teatro russo, designada-mente os grandes avanços teóricos e estéticos aque deu origem no principio do século XX, e queinfluenciaram todo o teatro mundial.

Entre as suas peças mais famosas encon-

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Intérpretes Éric Caruso, Éric Castex, LaurentCharpentier, François Clavier, Isabelle Duperray,Thomas Durand, Élizabeth Mazev, Vincent Minne,Jacques Pieiller, Chloé Réjon e Gaetan VassartTradução André MarkowiczCenografia Jacqueline BossonLuz Jean-François BesnardFigurinos Mina LeeMaquilhagem Marie-Anne HumAssistência de encenação Mirabelle Rousseau

Língua francês (legendado em português)Duração 2h30

NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADASala Principal(ALMADA)

21h30 Quarta 521h30 Quinta 621h30 Sexta 7

tram-se A Tormenta (1859), considerada a suaobra-prima, e A Floresta (1871), que atraiu oreconhecimento oficial para o seu trabalho. Em1885 torna-se director dos Teatros Imperiais deMoscovo e propõe a criação de uma espécie deTeatro Nacional Popular, acessível a todas asclasses sociais. A morte impede-o de concretizar oprojecto, que só em 1898 dará origem à fundaçãodo Teatro de Arte de Moscovo.

Bernard SobelBernard Sobel, uma das figuras mais

respeitadas do teatro francês, é o criador e ani-mador do Teatro de Gennevilliers, uma cidade daperiferia de Paris, onde desenvolveu a sua acçãode director e encenador durante 43 anos.

Foi em 1963, depois de fazer a sua formaçãono Berliner Ensemble, de Brecht, que Sobel seinstalou em Gennevilliers. Começou por fundar o“Ensemble Théâtral de Gennevilliers” (ETG), umgrupo de jovens actores e investigadores queadoptou um estatuto amador, e cuja intenção eracontribuir para o nascimento de uma formateatral diferente das que existiam nessa época. Osprimeiros espectáculos foram apresentados nasala de Grésillons, um clube de festas populares.Ao fim de alguns anos o ETG impôs-se como umlaboratório de pesquisas teatrais e as necessidadeseconómicas obrigaram-no a profissionalizar-se,mas só em 1983 obtém do Ministro Jack Lang oestatuto de Centro Dramático Nacional. Em 1986a sala Grésillons é objecto de grandes obras deremodelação e transforma-se no Teatro deGennevilliers. Em 43 anos Sobel montou mais deoitenta peças, divulgando em França o reportóriorusso e alemão, sempre de acordo com critériosde excelência. Entre os autores que apresentouem França contam-se Vichnevski, Koplov,Volokhov, Erdman, Heiner Müller, Kleist, Schiller,

Lessing, Lenz, Heinrich Mann, Grabbe, e, natural-mente, Brecht. Mas é também um especialista deMoliére, de quem encenou várias obras, e o seurepertório inclui muitos outros autores clássicos emodernos, como Eurípedes, Marlowe ou SarahKane.

DDoonn,, MMeecceennaass ee AAddoorraaddoorreess, consideradapelo Figaro “uma sublime celebração do teatro” epelo Le Monde “um melodrama magnifico”, é aúltima encenação de Sobel em Gennevilliers, umavez que deixará o cargo em Dezembro, por teratingido o limite de idade.

Em 2002 esteve presente no Festival deAlmada com o espectáculo O Refém, de PaulClaudel.

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CO-PRODUÇÃO: SADLER’S WELLS LONDON, THÉÂTRE DELA VILLE PARIS, DESINGEL ANTWERPEN,KUNSTENCENTRUM VOORUIT GENT, HEBBEL THEATERBERLIN, TANZHAUS NRW DÜSSELDORF, SCHOUWBURGAMSTERDAM, TEATRO COMUNALE DI FERRARA,TORINODANZA, WEXNER CENTER FOR THE ARTS OHIO,NATIONAL ARTS CENTRE OTTAWA, LES GRANDESTRAVERSÉES BORDEAUX

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Akram Khan e Sidi Larbi conheceram-seem 2000 e rapidamente descobriram fortessemelhanças: eram ambos filhos de famíliasislâmicas a viverem na Europa e, muito emboracada um tenha desenvolvido a sua linguagem demovimento, esse encontro de culturas foi temapermanente nos seus trabalhos.

ZZeerroo DDeeggrreeeess obrigou estes artistas a umaviagem em busca do ponto de referência, dafonte, do “Zero”, do núcleo da vida. Inspirados nassuas duplas identidades os dois procuram esteponto central através de opostos como avida/morte, claro/escuro, ordem/caos.

Este trabalho acontece na presença de umaescultura do artista britânico Antony Gormley eda música do compositor Nitin Sawhney, cujosom celebra o encontro entre o Ocidente e oOriente.

A peça BBeeaarriinngg,, da autoria de AntonyGormley, pertencente à Colecção Berardo,será exposta nos dias 5 e 6 de Julho no Foyerdo Grande Auditório.

Sidi Larbi e Akram Khan

Sidi Larbi nasceu em 1976 em Antuérpia eestudou dança na escola de Anne Teresa deKeersmaeker, integrando a partir de 1995 a com-panhia Les Ballets C. de la B., de Alain Platel. A suaprimeira coreografia, Rien de Rien, realizou umadigressão europeia (tendo sido apresentada noP.O.N.T.I. - Porto) e obteve o prémio para MelhorJovem Coreógrafo dos Nijinski Awards de MonteCarlo. Sidi Larbi participou no festival de Avignonem 2002 (com it) e em 2004 (com Tempus Fugit).Em 2002 apresentou ainda D’avant naSchaubühne Am Lehniner Platz, de Berlim. A suaúltima coreografia, Loin, foi apresentada em 2005no Ballet du Grand Théâtre de Genebra.

Akram Khan é um coreógrafo/bailarino detopo da cena inglesa, distinguindo-se pela con-vergência que efectua entre a sua formaçãoeuropeia contemporânea e o Kathak, um géneroclássico indiano. Tendo actuado um pouco portodo o mundo ainda bastante jovem, participouno The Jungle Book, dirigido por Pandit RaviShankar, e no Mahabharata, de Peter Brook.

Em 2002 Akram Khan recebeu os prémiosde Melhor Jovem Coreógrafo atribuídos peloDance Critics’ Circle e pela revista Time Out.Recebeu ainda o prémio de Melhor Coreografiaatribuído pela Fundação Jerwood, e o prémio deMelhor Coreografia Moderna 2003 pelo DanceCritics’ Circle. Em 2004 foi-lhe atribuído oDoutoramento Honorário em Artes, pelaUniversidade de De Montfort, pelo seu contributopara a comunidade artística britânica.

Interpretação Akram Khan e Sidi LarbiDramaturgia Guy CoolsMúsica Nitin SawhneyEscultura Antony Gormley

Língua inglês (legendado em português)Duração 1h10

CENTRO CULTURAL DE BELÉMGRANDE AUDITÓRIO(LISBOA)

21h00 Quarta 521h00 Quinta 6

ZERO DEGREES (ZERO GRAUS)DE AKRAM KHAN E SIDI LARBI | DANÇAEM CO-APRESENTAÇÃO COM O CENTRO CULTURAL DEBELÉM

LES BALLETS C DE LA B & AKRAM KHAN COMPANYENCENAÇÃO DE AKRAM KHAN E SIDI LARBIREINO-UNIDO E BÉLGICA

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Apego. Isolamento. Repetição. Que armadilhas criamos para nós mesmos?Podemos fugir do embate com os outros?Conjugado fala da situação limite de solidão

e isolamento a que se pode chegar nos grandescentros urbanos. O tema é apresentado através deuma personagem feminina cujo quotidiano sinte-tiza as características deste processo de isolamen-to.

Foram entrevistadas mulheres de distintasidades e níveis sociais. As declarações foramgravadas em vídeo digital e compõem uma vídeo--instalação integrada no espectáculo.

No início o público é voyeur, assistindo,através de frestas de persianas que cercam ocenário, às noites de uma mulher… mas, pouco apouco, as persianas são abertas e inicia-se umnovo jogo. Um jogo que afectará profundamenteessa mulher…

CCoonnjjuuggaaddoo foi apresentado no FestivalRioCenaContemporânea em Novembro de 2003,obtendo excelentes críticas em vários jornais(“Ousado e bem produzido, Conjugado expõe ofazer teatral com carisma e extrema precisão.Um espectáculo imperdível.”, in Folha de S.Paulo). Foi indicado para o Prémio Shell de 2004(melhor actriz e melhor cenário), e para o PrémioQualidade Brasil nas categorias de melhor es-pectáculo, melhor encenação e melhor actriz. Foiigualmente considerado um dos dez melhoresespectáculos do ano de 2004 pelo jornal O Globo.

Christiane Jatahy

Christiane Jatahy, para além de encenadora,é também dramaturga, actriz, professora e tradu-tora. Dirigiu espectáculos que obtiveram grandereconhecimento de crítica e de público, entre osquais Memorial do Convento, a partir do romance

de José Saramago, Carícias, de Sergi Belbel,Trilogia da Iniciação, com o Grupo Tal, no ParqueLage, e adaptações dos textos literários Alice,Pinóquio e Peter Pan, espectáculos que tiverammais de cem mil espectadores e doze prémios.

Escreveu La cruzada de los niños de la calle,projecto que envolvia seis dramaturgos latino--americanos e estreou no Centro DramáticoNacional de Madrid. Escreveu e dirigiu Monólogosdo Êxodo para a exposição do fotógrafo SebastiãoSalgado.

Intérprete Malu GalliCenário Marcelo LipianiLuz Afonso TostesMúsica Marcelo NevesDocumentário Márcia Derraik

Língua portuguêsDuração 45 minutos

NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADASALA DE ENSAIOS(ALMADA)

17h00 Sábado 816h00 Domingo 9

CONJUGADO DE CHRISTIANE JATAHY | TEATROEM COLABORAÇÃO COM O FESTIVAL DE CÁDIS

CIA VÉRTICE DE TEATROENCENAÇÃO DE CHRISTIANE JATAHYBRASIL

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ZZoonnaa PPoorrttuuáárriiaa é um espectáculo no qual,graças à voz aveludada do narrador e à magia dapalavra, se manifestam na cena dúzias de per-sonagens: Ismael o negro, o filho de Parga, ocarabineiro, o senhor Meio-Mundo, a senhoraCarme a Carreirana, José o protestante, Carminha apenteadora, o senhor Arestim, o porteiro do cine-ma Elma, Del Rio Rodriguez, o senhor Franco,Deus o mecânico, o do bar Santa Eugénia, Antónioo do Nordeste, Ventim o taxista, etc.

Quico Cadaval não interpreta todas estaspersonagens prodigiosas, e ainda bem.Simplesmente, lembra-as.

Ismael, o Negro é uma história que se passanos anos 70 na zona portuária de uma pequenavila piscatória das rias baixas da Galiza. Trata-sede um exercício de memória que se manifestanum palco, sem dor nem saudosismo, com omesmo sorriso que exibem no circo os contor-cionistas. Mas aqui os únicos músculos que secontorcem são as lembranças de Quico Cadaval.

OO tteexxttoo sseerráá pprrooffeerriiddoo em galego-por-tuguês ou português de contrabando, ou emgalego que quer ser português sem deixar de sergalego. Enfim, uma coisa muito mais simples doque parece.

QUICO CADAVAL

Quico Cadaval

Quico Cadaval, actor, encenador e dramatur-go galego, tem participado em diversos festivaisde contadores de histórias tanto na Europa comona América Latina. Tem integrado igualmenteprojectos escolares de narração de histórias naGaliza e em instituições penitenciárias espanholase portuguesas. Como conferencista e contador dehistórias participou em eventos nas universidades

de Trier, Varsóvia, Cracóvia, Salamanca, Berlim,Paris e Lisboa, bem como no pólo da FundaçãoGulbenkian de Paris.

Para além da sua actividade como actor eencenador, Quico Cadaval publicou as seguintesobras de teatro: Um Códice Clandestino, ORouxinol da Bretanha, A Caza do snark, Se oVelho Sinbad Volvesse às Ilhas e O Ano doCometa (as duas últimas a partir do romancehomónimo de Álvaro Cunqueiro).

Língua galego | portuguêsDuração 1h10

PALCO GRANDEESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA(ALMADA)

22h00 Domingo 9

ZONA PORTUÁRIADE QUICO CADAVAL | TEATRO

ENCENAÇÃO DE QUICO CADAVALESPANHA

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AA ffaammoossaa ppeeççaa de António José da Silva, oJudeu, não merece ser conhecida apenas peloseu público natural (isto é, o português). Por issofoi levada, pela primeira vez na íntegra, noutralíngua, para fora do seu território. Foi montadaem checo, com actores, músicos e bonecreiroschecos, para o prazer de milhares de pessoasdesse país, onde se encontra em cena desdeJunho passado. O público do Festival de Almadaassistirá às Guerras de Alecrim e de Manjeronatal qual como esta peça foi produzida a mais de3.000 quilómetros de distância.

AAss ddiiffeerreennççaass nnaattuurraaiiss que surgirão do pontode vista artístico e cenográfico devem-se exacta-mente à possibilidade de transformar a peça deAntónio José da Silva numa matéria teatralextraordinária em qualquer parte do Mundo.

JORGE LISTOPAD

António José da Silva

António José da Silva, o Judeu, um dos maisrepresentativos autores dramáticos portugueses,viveu na primeira metade do séc. XVIII, sendo-lhegeralmente atribuídas oito óperas joco-sérias. Sãoelas: Vida de D. Quixote de la Mancha e do GordoSancho Pança; Esopaida, ou Vida de Esopo; Osencantos de Medeia; Anfitrião, ou Jupiter, eAlcmena; Labirinto de Creta; Guerras de Alecrim,e Mangerona; Variedades de Proteo; Precipício deFaetonte. São-lhe ainda atribuídas uma Glosa aosoneto de Camões “Alma minha gentil, que tepartiste”, na morte da infanta D. Francisca, bemcomo as Obras do Diabinho da Mão Furada.

EEmm 11773377 foi preso pela Santa Inquisição, jun-tamente com a sua mãe e esposa (Leonor deCarvalho, que era sua prima e também judia). Foitorturado e descobriu-se que tinha sido circun-cisado. Uma escrava negra testemunhou que odramaturgo observava o Sabbat.

VÁLKA MEZI ROZMARYNEM A MAJORÁNKOU(GUERRAS DE ALECRIM E DE MANJERONA)DE ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA | TEATROCOM O APOIO DA EMBAIXADA CHECA EM LISBOA

MESTSKE DIVADLO ZLÍNENCENAÇÃO DE JORGE LISTOPADREPÚBLICA CHECA

António José da Silva, nascido no Rio deJaneiro em 1705, foi estrangulado e queimadonum Auto-da-Fé em Lisboa em Outubro de 1739.

´´

Língua checo (legendado em português)Duração 2h30 (com intervalo)

PALCO GRANDEESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA(ALMADA)

22h00 Terça 11

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EM CO-PRODUÇÃO COM CULTURGEST, FESTIVAL DEALMADA, CENTRO CULTURAL FRANCO-MOÇAMBICANO(MAPUTO), COM A PARTICIPAÇÃO DO FORUM, SCÈNECONVENTIONNÉE DE BLANC-MESNIL E DO SERVIÇOCULTURAL DA EMBAIXADA DE FRANÇA EM MOÇAMBIQUE

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OO pprroojjeeccttoo ddee vvoollttaarr a trabalhar A Solidão,desta vez em versão portuguesa, prende-se comeste percurso em comum com o texto ao longo dotempo e com os dois actores lusófonos que sãoVictor de Oliveira e Diogo Dória. As minhas idas evindas a África também contaram. Koltès revelade forma perturbante algumas realidadesurbanas africanas. De modo que iremos tambémexplorar as ressonâncias e deflagrações de senti-do da língua koltesiana em Moçambique (repre-sentações em Maputo e na Beira): provavel-mente, algumas palavras do Dealer, sejam elasditas em Lisboa ou na antiga colónia portuguesa– e claro, ou mesmo sobretudo, as respostas doCliente – serão ouvidas em toda a sua dimensãode uma troca (ou de um desejo) Norte / Sul. Amenos que se trate do contrário: uma linha Sul /Norte que não seja forçosamente a do aramefarpado como em Mellila ou Ceuta.

PHILIP BOULAY

Philip Boulay

Philip Boulay fez em 1995 a sua primeiraencenação, com 27 anos. Montou textos deAntonio Tabucchi, Molière, Elsa Solal, Mishima,Marivaux e Musset. Trabalhou em teatros como oAthénée / Louis Jouvet, Ferme du Buisson, ThéâtreGérard Philippe, Théâtre de Gennevilliers, Forum /Banc-Mesnil, e em países como a Finlândia, Chile,Roménia, Gabão, Camarões, Angola, Congo,Espanha, Turquia e Alemanha. De Koltès encenouainda Tabataba, apresentado primeiro nos subúr-bios de Kinshasa (2003) e depois em Seine Saint--Denis (2005), e Roberto Zucco, em 2004, tambémem Kinshasa, com uma equipa artística congole-sa.

NA SOLIDÃO DOS CAMPOS DE ALGODÃO DE BERNARD-MARIE KOLTÈS | TEATROEM CO-APRESENTAÇÃO COM A CULTURGEST

COMPAGNIE DU TOURNESOLENCENAÇÃO DE PHILIP BOULAYFRANÇA

Intérpretes Diogo Dória e Victor de OliveiraTradução Nuno Júdice Cenografia Jean-Christophe LanquetinLuzes Stéphane Loirat com a colaboração de QuitoTimbeResponsável pela produção Jean-ChristopheBoissonnade

Língua portuguêsDuração 1h30

CULTURGESTGRANDE AUDITÓRIOLISBOA

21h30 Terça 1121h30 Quarta 1221h30 Quinta 1321h30 Sexta 1421h30 Sábado 1517h00 Domingo 16

CRIAÇÃO NO FESTIVAL

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Com uma linguagem teatral que se aproximacada vez mais da vida, com a procura de umapalavra simples, que mantenha uma forma deresistência poética e combativa, Pippo Delbonorealizou Esodo, uma abordagem à realidade dosimigrantes extra-comunitários.

Usando as palavras de Brecht, de PrimoLevi, da Bíblia, de Charlie Chaplin, de Pasolini, deNichiren Daishonin, o espectador é convidado areflectir sobre a guerra. É-lhe contado o êxodo dequem foi expulso da sua própria terra, de quemfugiu de uma ditadura, de quem tem a suaalma dentro de outro corpo, de quem deixou omanicómio, de quem não sabe para onde vai, dequem tem medo da morte.

Magda Poli, do Corriere della Sera, considerouEsodo um “retrato sarcástico e cruel de umasociedade vazia e obtusa, que não vê, nem quer ver,os que sofrem: uma sociedade que marginalizaaqueles que não têm esperança”.

Valeria Ottolenghi, da revista italianaSipario, considerou o espectáculo de uma“grande beleza (graças às imagens, à densaunidade, à loucura, à graça, à comiseração) e deuma riqueza teatral (entre o cómico e a tragédia,visões de sonho e de uma crua realidade) ver-dadeiramente extraordinária)”.

Franco Quadri, crítico do La Repubblica,apontou a “corrente súbita de aplausos” que seseguiu ao final do espectáculo a que assistiu.

Pippo Delbono

Pippo Delbono nasceu em Varazze em 1959e começou a estudar teatro numa escola tradi-cional, que abandonou após conhecer o argentinoPepe Robledo. Com este, partiu para a Dinamarca,onde trabalhou sob a direcção de Iben NagelRasmussen. Segue-se um período de viagens noOriente, onde toma contacto com o teatro e a

dança locais. De volta à Europa, trabalha com PinaBaush e apresenta espectáculos em Itália quetambém realizam digressões na América do Sul.

O teatro de Delbono consiste num espaçoaberto, para além das convenções teatrais, ondetudo é revelado em cena, e sobretudo onde sãoabolidas as fronteiras entre actores e as pessoasdo nosso dia-a-dia.

Intérpretes Fadel Abeid, Dolly Albertin, GianlucaBallarè, Bobò, Enkeleda Cekani, Piero Corso,Pippo Delbono, Lucia Della Ferrera, FaustoFerraiuolo, Gustavo Giacosa, Simone Goggiano,Elena Guerrini, Mario Intruglio, Nelson Lariccia,Maura Monzani, Akram Telawe, GiovanniRicciardi e Pepe RobledoTécnicos Sergio Taddei, Fabio Berselli e AngeloColonnaProdução Letizia SacchiResponsável de digressão Sandra Ghetti

Língua italiano (legendado em português)Duração 1h25

CENTRO CULTURAL DE BELÉMGRANDE AUDITÓRIO(LISBOA)

21h00 Quinta 1321h00 Sexta 14

ESODO (ÊXODO)DE PIPPO DELBONO | TEATROEM CO-APRESENTAÇÃO COM O CENTRO CULTURAL DEBELÉM

COMPAGNIA PIPPO DELBONOENCENAÇÃO DE PIPPO DELBONOITÁLIA

EM CO-PRODUÇÃO COM EMÍLIA ROMAGNA TEATROFONDAZIONE

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GGiioorrnnii FFeelliiccii estreou-se em Maio de 1982com uma leitura dita “positiva”: um Beckett emplena luz, quase privado da aura niilista quemuitas vezes caracterizava as interpretações céni-cas.

Para Strehler, Beckett era sobretudo umpoeta e, explicava o encenador, “quando, comoem Os Dias Felizes, a poesia grita com uma vozassim tão alta, o homem não se nega: afirma-se”.

Nascia desta forma um espectáculo queteria interessado o próprio Beckett, no qual, semse acrescentar palavras, mas através dos gestos,era sublinhada a vontade da protagonista emviver “até ao fim”.

Franco Cordelli, crítico do Corriere dellaSera, escreveu o seguinte a propósito da interpre-tação de Giulia Lazzarini: “Trata-se de uma arteexorcista de afastar o mal, de o combater agolpes de florete. O chapéu encarnado, as costaspossantes, os braços robustos, as maravilhosas,petulantes e faladoras mãos. Ei-la. GiulliaLazzarini. Assim se perceberá o que é o teatro: umexercício de memória para combater o tempo,para não se render nunca”.

Samuel Beckett

Assinala-se este ano o centenário do nasci-mento de Samuel Beckett (1906 – 1989: videbiografia na pág. 36), um dos maiores dramatur-gos do século XX, cuja obra, inscrita na linha doteatro do absurdo, lança um olhar pessimista edesencantado (mas pleno de humor) sobre acondição humana. Peças como À Espera de Godote Dias Felizes farão para sempre parte do cânoneda dramaturgia mundial, quer pela sua originali-dade, quer pelo seu simbolismo, quer pela capaci-dade de abordar a essência humana, desligada de umespaço e tempo específicos: as suas personagens, emcenários inóspitos, limitam-se a esperar que otempo passe, agarrando-se a tarefas rotineiras

para continuar a viver, à espera de… nada. O Festival de Almada assinala este cen-

tenário com a apresentação de três peças deSamuel Beckett (Os Dias Felizes, À Espera de Godote Todos os que Caem), uma peça de marionetassobre a temática beckettiana (Nada, ou o Silênciode Beckett) e uma exposição fotográfica dedicadaao dramaturgo irlandês.

Giorgio Strehler

Giorgio Strehler (1921 – 1997) diplomou-sena Accademia dei Filodrammatici em 1940, pas-sando a integrar posteriormente algumas com-panhias itinerantes como actor. Realiza a suaprimeira encenação em 1943, mas logo de segui-da tem de procurar asilo político na Suíça, paraescapar ao serviço militar. Aí estreia Calígula, deCamus, em 1945. Em 1947 funda, juntamentecom Paolo Grassi, o Piccolo Teatro di Milano, oprimeiro teatro italiano de gestão pública e de“teatro para todos”. Renuncia à representação echega a encenar dez espectáculos por ano. Querdar a conhecer ao público italiano um repertórioque este nunca conhecera, devido à censurafascista. O enorme sucesso popular de ArlequimServidor de Dois Amos, de Goldoni, que se man-terá em cartaz durante mais de quarenta anos,assegura o renome do Piccolo.

A partir de 1955 Strehler apresentagrandes encenações, que ficaram para a históriado teatro contemporâneo: O Ginjal, de Tchecov, AÓpera dos Três Vinténs, de Brecht, em 1955,Baroufe à Chioggia, de Goldoni, em 1964, e OsGigantes da Montanha, de Pirandello, em 1966.

Colabora com grandes cenógrafos comoLuciano Damiani e Ezio Frigerio. Não renuncia àgrande tradição estética da cultura humanistaeuropeia, levando-a ao seu nível mais elevado,mesmo quando o acusavam de praticar umrealismo fora de moda.

GIORNI FELICI (OS DIAS FELIZES)DE SAMUEL BECKETT | TEATROCOM O APOIO DO INSTITUTO ITALIANO DE CULTURA

PICCOLO TEATRO DI MILANOENCENAÇÃO DE GIORGIO STREHLER, REPOSTA PORCARLO BATTISTONIITÁLIA

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Em 1972 Strehler afirma o Piccolo comoum “teatro de arte”, e relega para segundo planoa vocação cívica das suas encenações. O teatrodeixa de estar ao serviço do Mundo, mas passa aser o próprio Mundo. O teatro é, para Strehler,“o modo mais elevado de conhecimento daHistória”. Nesta altura monta Shakespeare (ReiLear, 1972, A Tempestade, 1978) e óperas noScala de Milão e em Paris (Falstaff, de Verdi, AsBodas de Fígaro, de Mozart, etc.). Em 1978 montaa Trilogia da Vilegiatura, de Goldoni, na ComédieFrançaise.

De 1983 a 1990 Jack Lang dá-lhe a opor-tunidade de criar e dirigir o Théâtre de l’Europe, oÓdeon, a “primeira instituição teatral europeiaque um país da Europa ofereceu à Europa”.

Em 1984 encena a Ilusão, de Corneille. Em1987 cria a sua sexta versão de Arlequim, noPiccolo Teatro, que realiza uma digressão mundial.O Piccolo entra na União de Teatros da Europa, eStrehler obtém uma nova sala para o seu teatro,mas, devido a um desaguisado com a Câmara dacidade, e aos atrasos das obras, o Nuovo Piccolosó será inaugurado após a morte do seu director,que ocorreu a 25 de Dezembro de 1997.

AA ssuuaa ccoonncceeppççããoo do teatro influenciariavários encenadores da geração seguinte, comoAriane Mnouchkine, Patrice Chéreau, LluisPasqual, Roger Planchon, Peter Stein, etc.

Giulia Lazzarini

Giulia Lazzarini nasceu em Milão e formou--se em Roma no Centro Sperimentale diCinematografia. Inicia ainda bastante jovem umalonga colaboração com o Piccolo Teatro di Milano,cujo director era Giorgio Strehler, que a dirigiu emespectáculos que marcaram a história do teatroitaliano, tais como: Arlequim, Servidor de DoisAmos, de Goldoni (espectáculo que realizou uma

digressão mundial no 40º aniversário do Piccolo, eque foi apresentado em Almada), O Egoísta, deBertolazzi, Platonov, de Tchecov, Galileu e AÓpera dos Três Vinténs, de Brecht, O Ginjal, deTchecov, O Balcão, de Genet, Os Dias Felizes, deBeckett, A Tempestade, de Shakespeare, Elvira oua Paixão Teatral, de Jouvet, Night Mother, deNorman, Grande e Pequeno, de Botho Strauss, AEntrevista, de Natália Ginzburg, EstamosMomentaneamente Ausentes, de Squarzina,Fausto – Fragmentos parte I e II, de Goethe (nopapel de Margarida, com Strehler no papel deFausto), Os Gigantes da Montanha, de Pirandello,e Morte de um Caixeiro Viajante, de Miller.

AA ssuuaa iinntteerrpprreettaaççããoo de Winnie, em Os DiasFelizes, valeu-lhe os títulos de “Maravilhosa”(Corriere della Sera) e “Magistral” (Il Tempo) naimprensa italiana.

Intérpretes Giulia Lazzarini e FrancoSangermanoTradução Carlo FrutteroCenário Ezio FrigerioFigurinos Luisa SpinatelliMúsica Fiorenzo CarpiMovimentos mímicos Marise FlachLuzes Gerardo Modica

Língua italiano (legendado em português)Duração 1h40

NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADASALA PRINCIPAL(ALMADA)

21h30 Quinta 1321h30 Sexta 14

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COM O APOIO DA ASSOCIATION FRANÇAISE D’ACTIONARTISTIQUE

Interpretação Hugues Quester, Serge Maggiani,Valérie Dashwood, Charles-Roger Bour, Sandra Faure,Gaelle Guillou, Stéphane Krahenbuhl, Ana dasChagas, Olivier Le Borgne, Gérald Maillet, Cyril Anrep,Pascal Vuillemot, Jauris Casanova e Céline CarrèreAssistente de encenação Christophe LemaireMúsicos Jefferson Lembeye, Walter N’Guyen eArnauld LaurensCenografia Yves Collet, com a colaboração deMichel BruguièreLuzes Yves Collet, com a colaboração deSébastien MarreyMúsica Jefferson Lembeye, com Walter N’Guyene Arnaud LaurensTrabalho corporal Marion Lévy, com AnneMousseletFigurinos Corinne Baudelot, assistida porAnnabelle RambaudMáscaras Mirjam Fruttiger, com, para a realiza-ção, Mathilde Meignan e Audrey DuflotMaquilhagem Catherine NicolasAcessórios Laurent Marquès-PastorColaborador artístico François RegnaultConselheiro literário Marie-Amélie RobiliardConstrucção do cenário Espace et compagnieOperação de luzes Régis GuyonnetElectricista Soizick ProvostTécnico de palco Pascal DaubieAssistente de camarim Séverine GohierAssistente de adereços Mohamed Rezki

Língua francês (legendado em português)Duração 2h00

TEATRO NACIONAL D. MARIA IISALA GARRETT(LISBOA)

21h30 Quinta 1321h30 Sexta 14

AA hhiissttóórriiaa ddeessttaa peça pode resumir-se deuma forma muito simples: trata-se de umacidade cujos habitantes se metamorfoseiam emrinocerontes. Todos menos um, o último homem:Bérenger. Mas a simplicidade aparente destafábula mascara uma opacidade diabólica. Aoraspar o verniz desse mundo tranquilo e civiliza-do surge uma humanidade surdamente arruina-da pelo catrastofismo: todos os animais foramdizimados pela peste, o calor é abrasador, aspaisagens são desérticas, os nómadas não sãorecebidos… mesmo os circos foram banidos hámuito. Parece-me claro que Ionesco partia dapropagação e da adesão aos totalitarismos —tanto o nazismo como o estalinismo — mas viaigualmente o homem como capaz de revelar asua monstruosidade noutras circunstâncias,como afirmou: “Tenho a sensação de me encon-trar junto de pessoas extremamente educadas,num mundo mais ou menos confortável, e derepente qualquer coisa se desfaz, se dilacera, esurge esse carácter monstruoso dos homens. É este,creio, o ponto de partida do Rinoceronte”.

EMMANUEL DEMARCY-MOTA

Emmanuel Demarcy-Mota

Emmanuel Demarcy-Mota criou a Compagniede Théâtre de Millefontaines em 1989, que reuniaum grupo de alunos do liceu Rodin. Estudou filosofiana Université René Descartes, e em 1994, com 23anos, montou L’histoire du Soldat, um espectáculoque permaneceria dois anos em digressão.

Emmanuel Demarcy-Mota é desde Janeiro de2002 director da Comédie de Reims (CentroDramático Nacional), onde criou Le Diable enpartage e L’Inatendu, de Fabrice Melquiot, Six per-sonnages en quête d’auteur, de Pirandello (apresen-tado no 21º Festival de Almada), Ma Vie de chandelle,e Marcia Hesse, de Fabrice Melquiot.

RHINOCÉROS (RINOCERONTE) DE EUGÈNE IONESCO | TEATROEM CO-APRESENTAÇÃO COM O TEATRO NACIONAL D. MARIA II

LA COMÉDIE DE REIMS C. D. N.CO-PRODUÇÃO THÉÂTRE DE LA VILLE (PARIS)ENCENAÇÃO DE EMMANUEL DEMARCY-MOTAFRANÇA

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Nove personagens sem nome, com históriaspróximas e estranhas ao mesmo tempo, falam--nos da sua própria marca, da sua exclusão e dassuas contradições, numa peça de dança queprocura reflectir sobre a realidade do país. Umametáfora que pretende, num espaço cénico feitode terra negra, moldar sentimentos, emoções evivências pessoais, relacionados com a evasão aque às vezes recorremos para, como a avestruz,escapar à realidade.

A metáfora que sustenta este trabalhopropõe diferentes níveis de significação: oprimeiro tem que ver com o olhar que todos pare-cemos centrar na nossa vida individual, onde nosrefugiamos em consequência de um mecanismode evasão, de sobrevivência.

Mas, o que sucede nesses espaços das vidasindividuais? Aí mesmo é que estão presentes, sobformas muito subtis e profundas, os traços daviolência.

O espectáculo, apresentado o ano passadoem Almada, foi votado pelo público comoEspectáculo de Honra de 2006.

A companhia L’Explose foi fundada por TinoFernández em Paris e posteriormente naColômbia, fruto de um intenso trabalho de inves-tigação em dança contemporânea, e celebrourecentemente o seu 14º ano de actividade.

O grupo surgiu da necessidade de expressãoprópria, encontrando o seu caminho na ênfase doaspecto emocional, mais do que no movimento. Oresultado é que na realização do seu trabalho, eatravés de uma energia rude e violenta, consegueexpressar o seu encontro com a realidade e arecusa de codificar um imaginário íntimo numasociedade de artifícios.

Os seus objectivos essenciais são a pro-moção e a divulgação da dança contemporânea.L’Explose é também um lugar de encontro deartistas de diferentes disciplinas para a realização

de projectos coreográficos propostos pelo seudirector.

Intérpretes Angela Bello, Wilman Romero, PaolaEscobar, Vladimir Rodríguez, John Henry Gerena,Leyla Castillo, Marvel Benavides, Natália Orozco eTino FernándezIluminação Humberto HernándezFigurinos Eunice García (Canesú)Fotografia Carlos Lema, Zoad HumarImagem Iván OnatraProdução Zoad HumarCenografia Victor SánchezVídeo Charles le PickDramaturgia Juliana Reyes

Duração 1h10

PALCO GRANDEESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA(ALMADA)

22h00 Sábado 15

LA MIRADA DEL AVESTRUZ (O OLHAR DA AVESTRUZ)DE TINO FERNÁNDEZ | DANÇAEM COLABORAÇÃO COM O CELCIT

L’EXPLOSECOREOGRAFIA E ENCENAÇÃO DE TINO FERNÁNDEZCOLÔMBIA

ESPECTÁCULO DE HONRA 2006

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EEnn uunn lluuggaarr ddee MMaannhhaattttaann centra-se no jogoentre a ficção e a realidade, e desenvolve-se emdois planos que se vão inter-relacionando.

Por um lado, a montagem de uma obra deteatro ultra-moderna e vanguardista, da qualse chegam a ver representadas algumassequências. E por outro lado a chegada de umpar de personagens peculiares e estranhas, quetêm pouco que ver com os ensaios e a formacom que os actores representam com elas parafugir ao cansaço criativo em que se encontram.

QQuuaannddoo ssee pprrooccuurraamm restos da irradiaçãoquixotesca na nossa sociedade contemporânea, éassombroso constatar que não resta um únicovestígio desse passado. Por mais que nos esforce-mos a esquadrinhar as suas ruínas, depressachegaremos à conclusão de que em muito poucasdécadas desapareceram as marcas de algo queem Espanha havia perdurado durante séculos.Para mais, se actualmente alguém tentar levar acabo actividades imitadoras de tal tessituramoral, ou é automaticamente marginalizado, oucorre o risco de ser tomado como um doente men-tal. Aquela herança estilística e ética, mescla deideais góticos e de cavalaria cristã, não só deixoude ter vigência, como também já não é possívelcaptar nenhuma analogia com o que nos rodeia.

AAnnttee aa iimmppoossssiibbiilliiddaaddee de estabelecer para-lelismos contemporâneos, e afastados da ideiade tentar recriar no palco a obra de arte literária,abordámos o Quixote reflectindo precisamentesobre o fracasso grotesco desta quimera.Brincando com o ridículo de qualquer pretensão“modernizadora” do mito literário, a obra incidetambém na incapacidade actual para reconheceras virtudes de um suposto Quixote no actual con-texto em que vivemos.

ALBERT BOADELLA

Intérpretes Xavier Boada, Xavi Sais, DolorsTuneu, Jesus Agelet, Minnie Marx, Francesc Pérez,Pilar Sáenz, Ramon Fontseré e Pep VilaAssistentes de encenação Joan Roura e GerardGuixCenário Anna AlcubierreFigurinos Dolors CaminalIluminação Cesc BarrachinaSom Guillermo MugularDirecção técnica e realização cenográficaJordi CostaProdução executiva Josep M. FontseréAssessor literário Rafael RamosCoreografias Bebeto Cidra e Jordi BasoraTécnico de palco Jesus Díaz-Pavón

Língua castelhanoDuração 2h05

TEATRO NACIONAL D. MARIA IISALA GARRETT(LISBOA)

21h30 Domingo 1621h30 Segunda 1721h30 Terça 18

EN UN LUGAR DE MANHATTAN (NUM LUGAR DE MANHATTAN)

DE ALBERT BOADELLA | TEATROEM CO-APRESENTAÇÃO COM O TEATRO NACIONAL D. MARIA II

ELS JOGLARSENCENAÇÃO DE ALBERT BOADELLAESPANHA

EM CO-PRODUÇÃO COM COMUNIDAD DE MADRID

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A DDaannççaa ddoo FFaallssoo LLeeããoo, também conhecidacomo Simbau, é um espectáculo originário deWalo, região situada no Norte do Senegal.

Executada por jovens com disfarces eatavios aterradores, a dança desenrola-se aocompasso de ritmos, cantos e palavras mágicas,capazes de domar um verdadeiro leão.

Os jovens que tomam parte no espectáculo,isto é, falsos leões, são pessoas que pelo menosuma vez na sua vida conseguiram afugentar leõesque tentaram atacar populações.

Quando um destes jovens se irrita, fica como carácter e a coragem de “Gainde”, o leão. Paraos acalmar, os artistas da povoação encarregam--se de os entreter com cânticos e palavras mági-cas chamadas “Yat”.

O grupo N´Diengoz foi fundado por BabacarDieng na sua cidade natal de Louga (Senegal), em1989. Esta denominação significa que todos osseus membros fazem parte da mesma família,cujo apelido é Dieng. Herdeiros da tradição Griôt,tanto o avô de Babacar, como o seu pai foram,respectivamente, Grande Tambor e Primeiro Griotdo Senegal. O grupo começou por realizar festasna sua localidade e pouco a pouco deu espectácu-los em todas as cidades do país, para mais tardeactuar em diferentes festivais de música emFrança, Suíça e Espanha.

O estilo da sua música sempre consistiuessencialmente na percussão, dança e canto.Ainda que tenham variado estilos, os Diengozsempre misturaram o estilo afro-oriental, o rapsenegalês e a música tradicional própria da suaregião.

Intérpretes Babacar Dieng (percussão e voz),Ndiaga Dieng (percussão), Madior Dieng (per-cussão), Assane Dieng (percussão), BekayJorbatek (cora), Abou Dieng (baixo), Susane Kante(dança e coros) e Bontou Gueye (dança e coros)

Duração 1h20

PALCO GRANDEESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA(ALMADA)

22h00 Terça 18

SIMBAU (A DANÇA DO FALSO LEÃO)DE BABACAR DIENG | DANÇAEM COLABORAÇÃO COM O CELCIT

N´DIENGOZCOREOGRAFIA DE BABACAR DIENGSENEGAL

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NNaaddaa oouu oo SSiillêênncciioo ddee BBeecckkeetttt é um espec-táculo construído a partir de impressões deSamuel Beckett e nasce de uma forte contami-nação dos criadores e actores pelas paisagens epersonagens do mundo beckettiano.

Este espectáculo é como um sonho difuso eamarelado no qual vagueamos com os Winnies,Didis, Gogos e toda essa galeria de homens emulheres impregnados de um estranho silênciovazio, sempre tocando ao de leve na obscuridadepara nos fazer sentir, afinal, poeticamente a pos-sibilidade de um mundo mais luminoso.

NNaaddaa oouu oo SSiillêênncciioo ddee BBeecckkeetttt venceu osprémios de Melhor Encenador e MelhorCompanhia do festival de marionetas WorldFestival de Praga, e colheu as seguintes reacçõesjunto da imprensa portuguesa: “Um espectáculonotável: provavelmente um dos melhoresespectáculos dirigidos por João Paulo SearaCardoso. Indispensável ver, se possível.” (CarlosPorto, in Jornal de Letras); “É obrigatório assistiràs transmutações, transfigurações, variações edesenvolvimentos que João Paulo Seara Cardosorecriou a partir do universo de Beckett.” (ManuelJoão Gomes, in Público); “Um espectáculo notável.”(Susana Oliveira, in Visão7).

João Paulo Seara Cardoso

João Paulo Seara Cardoso tem formação nosdomínios da animação sócio-cultural, do teatro edo teatro de marionetas, frequentando os cursosdo Institut National d`Éducation Populaire e doInstitut International de la Marionnette, emFrança. Trabalhou com João Coimbra, MarcelViolette, Jim Henson e Lopez Barrantes. Integrou oquadro nacional de formadores do Instituto daJuventude e é professor de Interpretação do cursode Teatro no Balleteatro — Escola Profissional.

Em 1982 iniciou o estudo e divulgação doTeatro Dom Roberto, fantoches tradicionais por-

tugueses, que efectuou já cerca de 1500 repre-sentações.

É fundador e director artístico do Teatro deMarionetas do Porto, tendo realizado várias ence-nações.

Com a companhia ou com espectáculos--solo actua frequentemente no estrangeiro, tendoefectuado representações em festivais edigressões em Espanha, França, Itália, Bélgica,Suíça, Irlanda, Inglaterra, Israel, Alemanha, Brasil,Polónia, Cabo Verde, República Checa e Holanda.

Intérpretes Edgard Fernandes, Sara Henriques eSérgio RoloCenografia João Paulo Seara CardosoMarionetas e figurinos Júlio VanzelerMúsica Roberto NeulichedlDesenho de luz António RealProdução Mário MoutinhoPintura de marionetas Emília SousaOperação de som e luz Rui Pedro RodriguesAssistente de produção Paula Anabela SilvaSecretária de produção Sofia CarvalhoDirecção de montagem Igor GandraTécnicos de construção Abílio Silva, FilipeGarcia e Vítor SilvaConfecção de figurinos Branca ElíseoColaboração Patrícia Falcão, Isabel Leite da SilvaFotografia de cena Henrique DelgadoIlustração Júlio Vanzeler

Língua portuguêsDuração 1h00

PALCO GRANDEESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA(ALMADA)

22h00 Terça 4

NADA OU O SILÊNCIO DE BECKETTDE JOÃO PAULO SEARA CARDOSO | TEATRO DE MARIONETAS

TEATRO DE MARIONETAS DO PORTOENCENAÇÃO DE JOÃO PAULO SEARA CARDOSOPORTO

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AA MMaattaa aborda uma jornada comoventenas memórias reprimidas de um grupo de criançasque cresceram no mesmo bairro de onde umadelas desapareceu. Ao mesmo tempo, a estruturada peça assemelha-se a um mistério sobre umcrime que mantém os espectadores em suspensoaté ao fim. O possível abuso e assassinato de umarapariga pequena só se revela gradualmente. Estemistério não é totalmente esclarecido. Osespectadores esperam respostas no final, mas ocaso não é resolvido, nem o assassino travado. Apeça centra-se no bairro, nas crianças que vivemlado a lado. Como reagem aos vários aconteci-mentos, como sentem uma ameaça, sem, noentanto, a perceberem claramente. E, claro, comoestas crianças conseguem lidar (ultrapassar oureprimir) o facto.

Jesper Halle

Jesper Halle nasceu em 1956, em Oslo. Desde1984 que escreve para teatro, rádio e televisão, játendo escrito mais de vinte peças. Escreve sempremateriais para serem representados – letras paracanções, sketches cómicos, monólogos, teatroradiofónico, peças para marionetas, séries paratelevisão e peças para teatro. Já viu mais de dezdas suas peças serem representadas. Trabalhoucomo dramaturgo no Det Åpne Teater por váriosperíodos de tempo. As suas principais peças sãoLife is a Sandy Beach (1990), Wild Ducks (1996),The Light of Days (1996) – que recebeu o IbsenAward for Best New Norwegian Play em 1997, efoi nomeada para o Award for Best Nordic Play,em 1998 -, West of Eden (2000), 24 UnsuccessfullNorwegians, Little Woods – que recebeu o Prémioda Fundação Wilhelm Hansen para Melhor NovaPeça Nórdica e o Hedda Award – e Nora’sChildren. Algumas das suas peças foram repre-sentadas fora da Noruega, na Suécia, e em NovaIorque, estando neste momento a ser planeadas

produções na China e na Rússia. A Mata foi apre-sentado na Suécia, Estados Unidos da América,Alemanha, Dinamarca e agora em Portugal.

Intérpretes António Simão, Armando Luís,Bernardo Chatillon, Cecília Henriques, FláviaAraújo, Heloise Ro, Jéssica Anne, João Delgado,Leogizy Mary Gaspar, Nikki, Pablo Malter, PedroCarraca, Paulo Pinto, Ricardo Batista, RicardoCarolo, Rúdy Fernandes, Sandra Roque, SaraMoura, Sérgio Conceição e TintoTradução Pedro Porto Fernandes Cenografia Inger Astri Kobbevik Stephens Montagem Daniel Fernandes, com o apoio deRita Lopes Alves Figurinos Rita Lopes Alves Luz Pedro Domingos Assistência de encenação Andreia Bento, JoãoMeireles, Ricardo Carolo, Pedro Carraca eAntónio Simão

Língua portuguêsDuração 2h20 (com intervalo)

NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADASALA EXPERIMENTAL(ALMADA)

19h00 Quarta 519h00 Quinta 619h00 Sexta 719h00 Sábado 817h00 Domingo 919h00 Terça 1121h00 Quarta 1219h00 Quinta 1319h00 Sexta 1417h00 Sábado 1517h00 Domingo 1617h00 Terça 18

A MATADE JESPER HALLE | TEATROCOM O APOIO DA REAL EMBAIXADA DA NORUEGA EM LISBOA

ARTISTAS UNIDOS ENCENAÇÃO DE FRANZISCA AARFLOTLISBOA

CRIAÇÃO NO FESTIVAL

CO-PRODUÇÃO COM O DET APNE TEATER E O CHAPITÔCENOGRAFIA E FIGURINOS COM O APOIO DE JOAQUIMRAMALHO E FILIPE FAÍSCA E DOS ALUNOS DE OFÍCIOSDO SEGUNDO ANO DO CHAPITÔ

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ÉÉ ccoommoo ssee,, ccoomm ooss actores, partíssemos deuma página em branco ou do silêncio total, doesquecimento do sono, e depois, devagarinho,como se nos puséssemos a viver, ali, essa estranhae longa jornada fictícia, inventada por Tchekov,que se desenrola, a partir de uma aurora de pri-mavera fria, através da descida do crepúsculo deum dia de verão, e de uma noite de baile trepi-dante, até a uma tarde gelada de outono.

AA aappoossttaa ddeessttee trabalho, é ritmar a con-cordância destes quatro tempos em contrapontocom a meteorologia afectiva e pessoal de cadauma das personagens. Algumas delas hão-deverificar, à sua custa, como disse VladimirJankélévitch, que “quem volta atrás no espaço,não volta atrás no tempo”

CHRISTINE LAURENT

Anton Tchecov

Neto de um servo liberto, Anton Tchecov(Ucrânia, 1860 - Alemanha, 1904) publicou algunscontos em revistas enquanto estudava medicina. Osucesso de uma peça de teatro, Ivanov, em 1887, ede uma novela, A Estepe (1888), permitiu-lhededicar-se exclusivamente à literatura, apesar datuberculose, que o forçava a permanecer longosperíodos no estrangeiro. Devido ao agravamento dadoença, fixou residência em Ialta (1899), ondeescreveu algumas das suas melhores obras (como Adama do cachorrinho, em 1889, e A noiva, em 1903).Nos últimos anos da sua vida escreveu as suasmaiores criações para o teatro: Tio Vânia (1897), AsTrês Irmãs (1901) e O Ginjal (1904). Ambientadas naprovíncia, as suas peças envolvem personagens daburguesia e da aristocracia decadente. Os diálogostradicionais são substituídos por monólogos parale-los, onde cada personagem deixa entrever as suasmágoas, sentimentos mais profundos, e principal-mente a frustração e a impotência perante a vida.

Intérpretes Cleia Almeida, Dinarte Branco, DinisGomes, Luís Lima Barreto, Luis Miguel Cintra,Márcia Breia, Pedro Lacerda, Rita Durão, RitaLoureiro e Sofia MarquesTradução Nina Guerra e Filipe GuerraAdaptação e guião de espectáculo ChristineLaurentCenário e figurinos Cristina ReisDesenho de luz Daniel Worm d’AssumpçãoSom Vasco Pimentel

Língua portuguêsDuração 2h30

TEATRO DO BAIRRO ALTO / CORNUCÓPIA(LISBOA)

21h30 Quarta 521h30 Quinta 621h30 Sexta 721h30 Sábado 817h00 Domingo 921h30 Terça 1121h30 Quarta 1221h30 Quinta 1321h30 Sexta 1421h30 Sábado 1517h00 Domingo 1621h30 Terça 18

ENSAIO PARA OO GGIINNJJAALLDE ANTON TCHECOV | TEATRO

TEATRO DA CORNUCÓPIAENCENAÇÃO DE CHRISTINE LAURENTLISBOA

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ÀÀ PPrrooccuurraa ddee JJúúlliioo CCééssaarr é uma peça queapresenta duas partes distintas. Na primeiraparte, as palavras de Shakespeare misturam-secom o barulho e as luzes da cidade. Na segundaparte de À Procura de Júlio César, assistimos auma demanda. João José, um actor desemprega-do, que habita as incertezas existenciais da casados cinquenta, procura Júlio César, ou melhor,procura um emprego como motorista de JúlioCésar.

O problema é encontrá-lo porque, obvia-mente, Júlio César já não habita a Roma pré--imperial, o Egipto, ou o texto de Shakespeare.Perdeu-se talvez nas malhas ínvias de uma redeglobal ou, o que é o mesmo, em todas as palavrase imagens que acerca dele fomos ouvindo evendo, aqui e ali. O anúncio deste Júlio César, quequer um motorista, não tem pois uma morada,porque ele não tem um lugar e será, de algummodo, a procura errática de João José que definiráa sua existência e o seu lugar, i. e., o lugar deambos. Mais do que encontrar Júlio César e apre-sentá-lo, trata-se, de facto, de o procurar.

Perante a floresta imensa dos lugares, dasimagens e das personagens, João José, é claro,não tem um plano para esta procura e, mais doque encontrar alguém que o esclareça, é con-frontado pelos suspeitos do costume que lheapontam um caminho, feito de surpresas, coin-cidências e teatro.

Carlos J. Pessoa

Carlos J. Pessoa nasceu em Lisboa, em 1966.Tem o curso de Formação de Actores da EscolaSuperior de Teatro e Cinema e a licenciatura emTeatro e Educação pela mesma escola, onde é pro-fessor e Director do Departamento de Teatro.

Co-fundador do Teatro da Garagem, em1989, escreveu e encenou a quase totalidade daspeças que esta companhia tem apresentado desde

então. Tem publicadas as peças Cidade de Fausto,Café Magnético, Pentateuco-Manual deSobrevivência para o Ano 2000 (ciclo de 5 peças)e A portageira da Brisa.

Em 1993 recebeu o prémio Texto de Teatro,do Teatro na Década, do Clube Português de Artese Ideias, pela peça Café Magnético; em 2000 foi--lhe atribuído o Prémio CyberKyoske99 – GéneroDrama, pela peça Desertos - evento didácticoseguido de um poema grátis.

Intérpretes Ana Palma, Carla Carreiro Mendes,Diana Costa e Silva, Elsa Valentim, FernandoNobre, Jorge Silva, José Peixoto, Leonor Cabral,Luís Barros, Maria João Vicente, Miguel Mendes,Tiago Mateus e Vitor d’Andrade Música Daniel CervantesFigurinos Maria João Vicente e Ana PalmaDesenho de luz Miguel CruzDirecção de produção Elsa Valentim e MariaJoão VicenteProdução Bruno Coelho e Gislaine PeixotoFotografia e vídeo Rodrigo DuarteAssistente de produção Iría MenutOperação técnica José Nuno SilvaEstagiária Antonela Silva

Língua portuguêsDuração 1h40

PALCO GRANDEESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA(ALMADA)

22h00 Quinta 6

À PROCURA DE JÚLIO CÉSARDE CARLOS J. PESSOA | TEATRO

TEATRO DOS ALOÉS E TEATRO DA GARAGEMENCENAÇÃO DE CARLOS J. PESSOALISBOA

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““UUmmaa eessttrraaddaa nnoo ccaammppoo. Uma árvore. Aoanoitecer.” No que se tornou o cenário mais céle-bre do teatro contemporâneo Didi e Gogoaguardam em dois actos a vinda de um incertoGodot que Beckett sempre se recusou a identificarcom a divindade, para realçar, talvez, não a finali-dade da espera, mas o que se produz enquanto eladecorre. Logo na sua estreia, em 1952, foi percep-tível a verdadeira dimensão de um texto que, àsuperfície, tem tanto de parábola bíblica como defarsa clownesca, mas que o tempo se encarregoude transformar na mais poderosa fábula do nossotempo.

PPeerrgguunnttaamm incessantes e curiosos: “O quepensam acrescentar no vosso espectáculo, destetexto multiplamente feito e reinventado, Waitingfor Godot, de Samuel Beckett?”.

RReessppoonnddeemmooss,, parafraseando Beckett: “ Oque quis dizer foi exactamente o que disse!”.

NNããoo qquueerreemmooss acrescentar nada — não nostoma a preocupação obsessiva da originalidadeda obra. Queremos, como as personagens deBeckett, ser aqueles que não sabem, aqueles quenão podem. Queremos cumprir o delito indizível emaior, de termos nascido e de nos repetirmos. Equeremos ser o veículo da palavra simples, brin-cadores do Mundo numa dupla simulação: fingiro que se tem – como os actores, fingir o que nãose tem – como as personagens.

QQuueerreemmooss sseerr simples, não deixar a palavra“nutrir-se” de efeitos ou de intenções, não car-regar o espectáculo de um sistema referencialsigníco e dramatúrgico, não ilustrar pleonastica-mente a mensagem ou a sua interdição.Queremos dar forma e corpo e peso a essas per-sonagens fantasmáticas e teatrais, que enquan-to esperam se deslocam quietas num jogoaparentemente elementar da vida humana.

QQuueerreemmooss pprroosssseegguuiirr o risco do texto que, talcomo a existência, está cheio de indicadores de

caminho, de didascálias normativas. Queremosexperimentar a exigência da pausa e do silêncio,do jogo e da transgressão, da liberdade possívelneste território em que experimentamos tambéma contingência.

MIGUEL SEABRA E NATÁLIA LUÍZA

Intérpretes António Fonseca, João Pedro Vaz,Miguel Seabra, Pedro Gil e Luís MartinhoTradução Francisco Luís ParreiraAssistência artística Natália LuízaCenografia e figurinos Ana Limpinho e MariaJoão CasteloDesenho de luz Miguel SeabraAssistência de encenação Romeu CostaPrograma Luís Vasco e Natália LuízaFotografia de cena Rui Mateus e Patrícia PoçãoRealização de figurinos Piedade AntunesOperação técnica Feliciano BrancoProdução executiva Jorge SousaDirecção de produção Mónica Almeida

Língua portuguêsDuração 1h20

PALCO GRANDEESCOLA D. ANTÓNIO DA COSTA(ALMADA)

22h00 Sábado 8

WAITING FOR GODOT (À ESPERA DE GODOT)DE SAMUEL BECKETT | TEATRO

TEATRO MERIDIONAL – ASSOCIAÇÃO MERIDIONAL DECULTURAENCENAÇÃO DE MIGUEL SEABRALISBOA

CO-PRODUÇÃO CENTRO CULTURAL DE BELÉM

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CCoommoo aa mmoorrttee (se a encararmos com exactidão)é o verdadeiro objectivo da nossa vida, tenho-mefamiliarizado, de há uns anos a esta parte, com essaverdadeira e excelente amiga do homem, a ponto deo seu rosto já nada ter de aterrorizador para mim,parecendo-me, pelo contrário, tranquilizante emuito consolador. […] De noite, nunca me deito sempensar que no dia seguinte (por muito jovem que euainda seja) talvez já cá não esteja e, no entanto,nenhuma das pessoas que me conhecem e me fre-quentam pode dizer que eu ande magoado outriste.

WOLFGANG AMADEUS MOZART(Carta a seu pai, Leopold Mozart, 4 de Abril de 1787.)

Lorenzo da Ponte

Lorenzo da Ponte nasceu em Treviso em 1749e faleceu em Nova Iorque em 1838. Por volta de1770 faz-se sacerdote e vive em Veneza. Porém,leva uma vida libertina, e em 1779 é expulso daentão República. Muda-se para Viena, graças aointeresse demonstrado por Antonio Salieri na suahabilidade, já evidente, como libretista. Data destesanos a sua colaboração com Wolfgang A. Mozartna criação de três obras-primas: As Bodas de Fígaro(1786), a partir da comédia de Beaumarchais, DonGiovanni (1787) e Così Fan Tutte (1790).

Wolfgang Amadeus Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart nasceu emSalzburgo, em 1756. Foi uma criança prodígio deuma família musical burguesa, começando a com-por minuetes para cravo aos cinco anos. Em 1763,foi levado pelo pai em digressão pela França eInglaterra. Entre 1770 e 1773 visitou Itália por trêsvezes, onde compôs a ópera Mitridate. A eleição doconde Hieronymus Colloredo como arcebispo deSalzburgo mudaria esta situação. A Sociedade de Cortevienense implicava com a origem burguesa e osmodos de Mozart, e Colloredo não admitia que um

mero serviçal passasse tanto tempo em viagens aoexterior. Em 1781 Colloredo ordena a Mozart que sejunte a ele e à sua comitiva em Viena. Insatisfeitopor ser colocado entre os criados, pediu a demissão.A partir daí, passa a viver da renda de concertos, dapublicação das suas obras e de aulas particulares.Em 1786, compõe a primeira ópera em que contoucom a colaboração de Lorenzo da Ponte: As Bodasde Fígaro. Segue-se Don Giovanni, considerada pormuitos a sua obra-prima. Mozart ainda escreveriaCosì Fan Tutte, com libreto de Da Ponte, em 1789.Em 1791 compõe as duas últimas óperas (AClemência de Tito e A Flauta Mágica). Na Primaveradesse ano recebe a encomenda de um Requiem(K.626). Contudo morre a 5 de Dezembro de 1791,deixando a obra inacabada. É enterrado numa valacomum de Viena.

Intérpretes Ana Barros, Andresa Soares, AntónioDurães, Carla Simões, Fernando Guimarães, JoanaManuel, João Merino, José Corvelo, Pedro Pernas,Rui Massena (Piano), Carlos Piçarra Alves(Clarinete) e Bruno Martins (Contrabaixo)Adaptação e direcção musical Rui MassenaDramaturgia Nuno M CardosoCoordenação de projecto João HenriquesCenografia João Mendes RibeiroFigurinos Frederica NascimentoDesenho de luz Nuno MeiraDesenho de som Francisco LealMúsica electrónica ambiental Miguel Pereira

Língua italiano (legendado em português)Duração aproximada 1h20

TEATRO S.LUIZSALA PRINCIPAL(LISBOA)

21h00 Sábado 821h00 Domingo 9

FIORE NUDO (FLOR NUA)ESPÉCIE DE ÓPERA A PARTIR DE CENAS DE DDOONN GGIIOOVVAANNNNIIMÚSICA DE WOLFGANG AMADEUS MOZARTLIBRETO DE LORENZO DA PONTE EM CO-APRESENTAÇÃO COM O TEATRO MUNICIPAL DE S.LUIZ

TEATRO NACIONAL DE S. JOÃOENCENAÇÃO DE NUNO M CARDOSOPORTO

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D. João, inveterado sedutor, conquista asmulheres, faz amor com elas e abandona-as logoapós. Mulheres, sempre mulheres, num apetiteinsaciável de enganador-coleccionador. Plebeias enobres. Uma destas descobre o logro (D. João faz--se passar pelo seu apaixonado primo). O paiacorre para vingar a honra perdida da filha. D.João, tão exímio na arte do duelo como na daconquista, mata o pai da seduzida. Um dia, aestátua de pedra que encima o sepulcro donobre senhor anima-se... É o fantasma, orevenant, o pai da donzela que vem do outromundo, pela vingança, buscar o sedutor e o vaiarrastar para o inferno como anunciam, àmaneira dos coros trágicos, os músicos da com-panhia: “E que o devedor não pense / que Deuscastigo não traga; / o prazo sempre se vence / e aconta sempre se paga”.

Tirso de Molina

Tirso de Molina nasceu em Madrid, em1579. Foi discípulo de Lope de Vega, que conheceucomo estudante em Alcalá de Henares. Foi orde-nado sacerdote em 1606, em Toledo, onde estu-dou Artes e Teologia e começou a escrever.

Em 1612, vendeu um lote de três comédias, ecrê-se que já tinha escrito uma primeira versão deEl vergonzoso en Palacio. Já então tratava temasreligiosos, e as suas sátiras e comédias já lhetinham trazido problemas com as autoridadeseclesiásticas.

Em 1625, a Junta de Reformación, criadapelo Conde-Duque de Olivares, primeiro-ministrodo rei Felipe IV de Espanha, castiga-o com areclusão no mosteiro de Cuenca, por escrevercomédias profanas “e de maus incentivos e exem-plos”, e pede o seu desterro e excomunhão emcaso de reincidência.

Mas Tirso de Molina continuou a escrevere não se tomaram acções contra ele, apesar das

medidas moralizadoras do Conde-Duque. Entre1632 e 1639 esteve na Catalunha, onde foinomeado definidor geral e cronista da sua Ordem;neste último cargo, cria a Historia general de laOrden de la Merced.

Morreu em Almazán em 1648. Apesar deapenas terem chegado aos nossos dias cerca desessenta peças dramáticas suas (segundo o seupróprio testemunho teria escrito trezentas ouquatrocentas peças), foi um dos dramaturgosmais prolíficos do Siglo de Oro.

Intérpretes Victor Madureira, Andreia Gomes,Marcelo LafontanaTradução José CoutinhasDramaturgia e adaptação José Coutinhas,Marcelo LafontanaCenografia, marionetas e adereços Luís daSilvaMúsica original Eduardo PatriarcaDesenho de luz Rui Damas

Língua portuguêsDuração 1h50

TEATRO MUNICIPAL DE S. LUIZJARDIM DE INVERNO(LISBOA)

23h00 Sábado 823h00 Domingo 9

TEATRO DE PAPEL | CONVIDADO DE PEDRAA PARTIR DE OO EENNGGAANNAADDOORR DDEE SSEEVVIILLHHAA, DE TIRSO DE MOLINA | TEATRO DE MARIONETASEM CO-APRESENTAÇÃO COM O TEATRO MUNICIPAL DE S. LUIZ

TEATRO NACIONAL DE S. JOÃOTEATRO DE FORMAS ANIMADAS DE VILA DO CONDEENCENAÇÃO DE MARCELO LAFONTANAPORTO

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Um casal aparentemente feliz, Bice eLorenzo, vive num inferno strindbergiano. Ela éuma mulher frontal, viciada no trabalho, ninfo-maníaca, que dirige uma agência funerária,enquanto que ele é um intelectual, um rato debiblioteca introspectivo, sexualmente impotentedevido aos ataques da sua esposa.

Trata-se de duas personagens simbólicas,vivendo no limite, mas nem por isso completa-mente estranhas ao nosso Mundo. Durante osperíodos de ócio, estabelecem o pacto de entrarnum jogo que lhes permita recuperar o erotismoe a paixão extinta. Durante este duelo, algumasverdades cruéis vêm ao de cima, assim comoalguns desejos inconfessáveis, fatias violentas devida, reprimida e negada, escondida nas profun-dezas dos dias que correm.

Carlo Terron

IIttáálliiaa tteemm eemm CCaarrlloo TTeerrrroonn (Verona, 1910 -Milão, 1991) o seu Anouilh do pós-guerra, e oseu comediógrafo mais actual e vital, depois deUgo Betti e Eduardo De Filippo, entre os pós--pirandellianos.

DDaa ttrraaggééddiiaa aaoo vvaauuddeevviillllee, Terron percorreutodo o itinerário dos géneros teatrais. Deitouabaixo falsas fortalezas, com a arma de doisgumes da ironia, alcançando um grande relevona evolução do teatro italiano existencialista. Aconsciência de um pessimismo subliminar éconstante, e confere espessura dramática, quiçáalusiva, a muitas das suas piadas. E todas as suaspersonagens a este fundo de conformação pes-simista opõem a substância da própria forçadramática, traduzindo-a num diálogo pleno deritmo e, muitas vezes, vibrante de divertimentomalicioso.

GIORGIO PULLINI

Mario Mattia Giorgetti

Mario Mattia Giorgetti, encenador, actor, edirector da revista Sipario, diplomou-se em 1961 noPiccolo Teatro di Milano, onde trabalhou com GiorgioStrehler. Encenou mais de sessenta peças de, entreoutros, Beckett, Ionesco, Camus, Osborne, Albee,Arrabal e Molière, tendo dirigido duas produções naBroadway. Foi director durante quatro anos do TeatroOlimpico di Vicenza. Entre 1981 e 1984 foi directorartístico do Festival de Taormina, do Festival dosConfrontos Internacionais do Espectáculo deKamarina, do Festival das Ilhas Eólias, e do Milano--New York Festival. Dirigiu durante dois anos o Teatrodell’Arte de Milão, e durante quatro anos o TeatroLitta, também dessa cidade.

Intépretes Alberto Quaresma e Teresa GafeiraTradução José Colaço BarreirosCenário Tiziana GagliardiAssistência de encenação Sebastiana FaddaLuz José Carlos Nascimento

Língua portuguêsDuração 1h20

TEATRO MUNICIPAL DE ALMADARUA CONDE FERREIRA(ALMADA)

21h30 Segunda 1019h00 Terça 1119h00 Quarta 12

ESTA NOITE, ARSÉNICO!DE CARLO TERRON |TEATRO

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADAENCENAÇÃO DE MARIO MATTIA GIORGETTIALMADA

CRIAÇÃO NO FESTIVAL

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Joshua, professor de semântica, é judeu.Martha é gentia e anti-semita. Foram casadosmas separaram-se. Connie, a filha deles, tentaser comediante, mas como o seu humor ésofisticado não tem tido muito sucesso.Regressa a casa em busca de consolo, esperandocompreender o seu desordenado e confuso passa-do. Joshua regressa para convencer a ex-mulher ainvestir na sua máquina detectora da verdadeatravés das inflecções da voz . Martha tenta masnão consegue gostar dele nem respeitá-lo.

Arnold Wesker

Arnold Wesker, nascido em Londres em1932, é considerado um dos mais importantesautores do século XX, tendo escrito 42 peças deteatro, quatro volumes de contos e dois volumesde ensaios. As suas peças encontram-se traduzi-das em 17 línguas e foram representadas emdiversos países. No ano de 2002 Arnold Weskercelebrou o seu septuagésimo aniversário e osquarenta e cinco anos de carreira literária, tendosido armado cavaleiro em 2006.

Acerca de Quando Deus Quis um Filho, oSunday Times escreveu: “A escrita de Wesker éfogosa e cheia de energia, conduzindo a sen-sações de verdadeiras paixão e piedade”. O TheGuardian referiu-se à peça da seguinte forma: “Asideias de Wesker são intrigantes. A peça tem umavitalidade intelectual genuína, que agarra aatenção do público e demonstra a inquestionávelenergia dramática de Wesker”.

Intérpretes Alexandra Gabriel, Emília Silvestre,Jorge PintoTradução Constança Carvalho Homem Cenografia João Mendes Ribeiro Vídeo Alexandre AzinheiraDesenho de luz José Álvaro CorreiaFigurinos Bernardo Monteiro

Língua portuguêsDuração 1h30

FÓRUM ROMEU CORREIAAUDITÓRIO FERNANDO LOPES GRAÇA(ALMADA)

19h00 Terça 11

QUANDO DEUS QUIS UM FILHODE ARNOLD WESKER | TEATRO

ENSEMBLE – SOCIEDADE DE ACTORESENCENAÇÃO DE CARLOS PIMENTAPORTO

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Os cinco actos em prosa do Dom Juanforam representados pela primeira vez em Paris,em 15 de Fevereiro de 1665. Quando estava maisacesa a polémica contra O Tartufo, Molièreescolheu um tema de êxito seguro, provavel-mente para evitar mais escândalos. Realmente, aanterior versão da personagem criada emEspanha por Tirso de Molina (El Burlador deSevilla) nunca tinha levantado os mínimosprotestos por parte dos “conservadores”, tantoespanhóis como franceses.

Mas não aconteceu o mesmo a Molière,talvez porque os “devotos” seus inimigos, sentiamque ele manifestava pouco do “furor santo” quedevia demonstrar frente a esse herói libertino,que, pelo contrário, estava nimbado de uma certasimpatia compreensiva. O facto é que os ataquese as polémicas suscitadas por O Tartufo se rea-cenderam contra Dom Juan. Depois de apenasquinze representações, a companhia retirou DomJuan de cartaz. A obra só voltará às cenasparisienses em 1847 e, desde aí, o número derepresentações mal ultrapassou as 150.

Jean-Baptiste Poquelin

Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecidocomo Molière (baptizado em Paris a 15 de Janeirode 1622 - 17 de Fevereiro de 1673), para além deter sido actor, encenador e director de uma com-panhia, é considerado um dos mestres da comédiasatírica. Teve um papel de absoluta importância nadramaturgia francesa, até então muito dependenteda temática da mitologia grega. Usou as suas obraspara criticar os costumes da época, criando o lemacastigat ridendo mores. É considerado o fundador,indirecto, da Comédie-Française. Dele, disseBoileau: “No saco ridículo onde se envolve Scapin,não reconheço mais o autor de O Misantropo”.Como encenador, ficou também conhecido peloseu rigor e meticulosidade.

Intérpretes António Durães, Hugo Torres, JoanaManuel, João Castro, Jorge Mota, José EduardoSilva, Lígia Jorge, Marta Freitas, Paulo Freixinho,Pedro Almendra e Pedro Pernas, com a partici-pação especial do clarinetista Carlos PiçarraAlves (por especial deferência da OrquestraNacional do Porto)Tradução Nuno JúdiceCenografia João Mendes RibeiroFigurinos Bernardo MonteiroDesenho de som Francisco LealDesenho de luz Nuno MeiraDesenho de lutas Miguel Andrade GomesImprovisações musicais de Carlos PiçarraAlves, sobre temas de Vítor Rua, Maurice Ravel eRahul Dev BurmanPreparação vocal e elocução João HenriquesCoordenação de movimento David Santos1º assistente de encenação David Santos2º assistente de encenação João CastroA banda sonora do espectáculo inclui temastratados a partir dos originais:Nodir Pare Utthchhe Dhnoa, de Rahul DevBurmanDhanno Ki Aankhon, de Rahul Dev BurmanInterpretação musical Kronos Quartet

Língua portuguêsDuração 1h50

TEATRO MUNICIPAL DE S.LUIZSALA PRINCIPAL(LISBOA)

21h00 Quarta 1221h00 Quinta 1321h00 Sexta 1421h00 Sábado 15

D. JOÃODE MOLIÈRE | TEATROEM CO-APRESENTAÇÃO COM O TEATRO MUNICIPAL DE S. LUIZ

TEATRO NACIONAL DE S. JOÃOENCENAÇÃO DE RICARDO PAISPORTO

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Um jovem tem conhecimento de que o seupai está a morrer. Conduz furiosamente para o verainda vivo mas já não chega a tempo. A amantedo pai mostra-lhe o quarto onde está o corpo edeixa-o entregue à sua dor. Mais tarde apareceo seu jovem irmão. Tinha estado presente nomomento da morte mas a sua atitude éestranhamente ambígua. Parece relutante em secomprometer com o seu irmão mais velho,que imediatamente suspeita de que ele tenhaconhecimento de um segredo culpabilizante.

Até que ponto é que o homem mortoplaneia os seus encontros? São as acções e pen-samentos dos presentes parte de um esquemaelaborado por ele? E quais são as intenções daamante perante os filhos?

Howard Barker

As peças de Howard Barker (n. 1946) sãoconstruídas na premissa de que o teatro é umanecessidade na sociedade, um lugar para aimaginação e reflexão moral livre das exigênciasdo realismo ou de qualquer ideologia. Barkerdescreve o seu trabalho com a expressão Teatro daCatástrofe. No trabalho de Barker nenhuma ten-tativa é feita para satisfazer qualquer exigênciada clareza ou da simplicidade ilusória de uma sómensagem; cada representação é como umdesafio público no qual actores e espectadoressão inspirados a encontrar o significado e aressonância de um grande número de interpre-tações.

Especialmente no continente europeu,Barker é considerado um dos maiores escritores doteatro moderno. Nos últimos três anos, vinte esete dos seus trabalhos foram representados emseis línguas, em países tão diversos como oCanadá, Nova Zelândia e Eslovénia.

Intérpretes Maria do Céu Ribeiro, Miguel Eloy eWagner BorgesTradução Pedro CavaleiroAssistência de encenação Carla MirandaDramaturgia Rogério de Carvalho e CarlaMirandaDesenho de luz Jorge RibeiroSonoplastia Luís AlyFigurinos Ana LuenaMaquilhagem Patrícia LimaArranjo cenográfico e adereços CláudiaArmandaProdução executiva Carla MoreiraConfecção de figurinos Sr. Saldanha e AnaMaria FernandesArranjo de figurino Maria Fernanda BarrosMontagem e operação de luz Hugo AmaralMontagem e operação de som Luís AlyConstrução e montagem de cenário ManuelPereiraConstrução de adereços Teatro de Ferro

Língua portuguêsDuração 1h35

FÓRUM ROMEU CORREIAAUDITÓRIO FERNANDO LOPES GRAÇA(ALMADA)

19h00 Quinta 13

MÃOS MORTASDE HOWARD BARKER | TEATRO

AS BOAS RAPARIGASENCENAÇÃO DE ROGÉRIO DE CARVALHOPORTO

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EEmm 11999999, no contexto do ciclo Exaltação,Simplificação e Louvor Lírico de Três GrandesAutores, promovemos uma leitura encenada deFrei Luís de Sousa em homenagem a AlmeidaGarrett, o re-fundador do Teatro Português,poeta, dramaturgo e homem público.

EEssssaass qquuaattrroo rréécciittaass,, no horário da tarde,praticamente só para alunos do ensinosecundário, confirmaram a minha ideia de queeste texto – que encenei em Lisboa em 1978 e queJosé Wallenstein aqui encenou em 2001 – fun-ciona bem melhor quando o ouvimos ler.

AA vveerrssããoo ddee 11999999 foi acompanhada por umprograma informal onde coligimos alguns textosque continham algumas das mais evidentesinformações sobre Garrett e Frei Luís de Sousa,bem como a sua relação com o teatro português,plasmada em alguns documentos fundadores dasua obstinada e programática batalha por umaregeneração da arte dramática, assente na criaçãode um repertório nacional e, fundamentalmente,na intransigência da defesa da língua portugue-sa. Na primeira metade do século XIX, AlmeidaGarrett sublinhava, em forma de lei, a evidênciade que um Teatro Nacional também se deveriaconstituir numa espécie de reserva ecológica dalíngua. Inquietações que também partilhamos,consagradas na Lei Orgânica que nos rege desde1995, e revistas e ampliadas numa propostaenviada à tutela, no âmbito da reforma adminis-trativa em curso, que visa transformar o TNSJnuma Entidade Pública Empresarial.

RICARDO PAIS

Leitores Hugo Torres Miranda, Jorge Mota, JoséEduardo Silva, Lígia Roque, Marta Santos, PauloFreixinho, Pedro Almendra Manuel e BernardoSassetti ao pianoMúsica Bernardo SassettiDispositivo cénico João Mendes RibeiroFigurinos Bernardo MonteiroLuz Nuno MeiraSom Francisco LealPreparação vocal e elocução João Henriques

Língua portuguêsDuração aproximada 1h40

TEATRO MUNICIPAL DE SÃO LUIZ SALA PRINCIPAL(LISBOA)

17h30 Sábado 1517h30 Domingo 16

LEITURA ENCENADA DE FREI LUÍS DE SOUSADE ALMEIDA GARRETTEM CO-APRESENTAÇÃO COM O TEATROMUNICIPAL DE SÃO LUIZ

TEATRO NACIONAL DE S. JOÃODIRECÇÃO CÉNICA DE RICARDO PAISPORTO

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Em 1956, na sequência do impacto produzi-do pelas sucessivas estreias, em diferentes palcosMundo fora, de À Espera de Godot, Beckett recebeum convite da BBC para escrever uma peça pararádio. Daí resultará All That Fall/Todos os queCaem (Setembro de 1956, data de escrita), a suaprimeira peça radiofónica e a mais extensa detodas as que viria ainda a escrever para este meiode comunicação, que assinala uma estreia dra-matúrgica em língua inglesa; uma vez que tanto aenjeitada Eleutheria (sua primeira peça nãoincluída no seu teatro completo, e conhecendoapenas edição póstuma em 1995) como EnAttendant Godot e Fin de Partie, os seus três tex-tos dramáticos inaugurais para palco, possuemuma versão originária em francês. Todos os queCaem, a mais irlandesa das suas obras teatrais,que permite ao autor revisitar ficcionalmentelugares e personagens da sua infância emFoxrock, teria ainda a particularidade de ser asegunda peça de Beckett, depois de Godot, a teruma realização pública, uma vez que é transmiti-da pela rádio britânica em 13 de Janeiro de 1957.

Samuel Beckett

Samuel Beckett nasceu em 1906 emFoxrock, perto de Dublin. De família burguesa eprotestante, estudou francês e italiano no TrinityCollege de Dublin, foi professor em Paris,conheceu James Joyce, regressou à Irlanda em1931, passou por Londres e pela Alemanha, voltoua Paris quando rebentou a guerra e fez parte daResistência. É no pós-guerra que vive o períodomais intenso da sua produção literária, com aescrita em francês e entre outros textos, da peçaÀ Espera de Godot, de uma trilogia de romances ede quatro novelas (entre as quais Primeiro Amor).Depois começa a traduzir os seus textos parainglês e volta a escrever também nesta língua.Constrói uma obra dupla, bilingue, cada vez mais

depurada. Recebe o Nobel em 1969, distribuindoo dinheiro pelos amigos. Morre em Paris em 1989.Celebra-se este ano o centenário do seu nasci-mento.

Intérpretes (ordem de entrada em cena) Mariado Céu Guerra (cedida por “A Barraca”), MiguelSermão, Hugo Franco, Álvaro Correia, JoãoTempera, Victor Soares, Ana Lucia Palminha, SaraCipriano, Alexandre Lopes e Carlos PauloLocução Luis Filipe CostaTradução Carlos Machado AcabadoAmbiente sonoro José Pedro Caiado e HugoFranco Desenho de luz João MotaFigurinos Carlos Paulo Guarda-roupa Mestra Fátima RuelaFeitura do fato ddee MMrrss RRoooonneeyy Cecília SousaCartaz ROTA2 Fotografia Pedro Soares Gabinete de produção Rosário Silva e CarlosBernardoOperador de luz/som Alfredo PlatasTécnicos Alfredo Platas, Renato Godinho e MárioCorreiaAssistência geral Cremilde Paulo, MadalenaRocha, Leonor Gama, Eduardina Sousa eAssunção.

Língua portuguêsDuração 1h20

TEATRO MUNICIPAL DE ALMADARUA CONDE FERREIRA(ALMADA)

16h00 Domingo 1619h00 Segunda 17

TODOS OS QUE CAEMDE SAMUEL BECKETT | TEATRO

A COMUNA – TEATRO DE PESQUISAENCENAÇÃO DE JOÃO MOTALISBOA

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José de Guimarães, um dos mais prestigiados nomes das artes plásticas portuguesas, é o autor docartaz deste ano do Festival de Almada. Assinalando o acontecimento, e à semelhança do que tem sidohabitual nas edições anteriores, a Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea organiza, em colabo-ração com o Festival de Almada, uma exposição deste artista, que ele intitulou Africânia.

A exposição tem como referencial paradigmático a universalidade mágica que José de Guimarãesapreende como alusão lúdica. Na expressão miscigenada dos seus trabalhos a noção etnográfica de umaclara ascendência africana intrinca-se com preposições de cariz europeu, em geral, e com a influênciade raízes populares portuguesas em particular. A par com as obras do autor serão também expostas seispeças de Arte Africana, que no conjunto da exposição recolhem, ecoam e ampliam as ressonânciasencantatórias que habitualmente se vislumbram nas obras deste autor.

José de Guimarães

José de Guimarães nasceu em Guimarães a 25 de Novembro de 1939. Em 1957 ingressou naAcademia Militar, completando depois a licenciatura em Engenharia na Universidade de Lisboa, em 1965.Nos últimos anos da década de 50 obtém bases técnicas, através de lições de pintura com Teresa deSousa, de desenho com Gil Teixeira Lopes e ainda de gravura na Sociedade Cooperativa de GravadoresPortugueses. Nos primeiros anos da década de sessenta dá início à criação do seu próprio códigoimagético, auxiliado por viagens pelos principais centros estéticos da Europa. Entre 1967 e 1974, per-manece em Angola, em comissão de serviço militar, onde é influenciado pela cultura e etnografiasafricanas. Participa em diversas manifestações culturais polémicas e, em 1968, publica o manifesto ArtePerturbadora. Durante esse período, interessa-se cada vez mais pelas artes plásticas, o que o faz par-ticipar em várias exposições de arte moderna, obtendo o Prémio de Gravura da Universidade de Luanda.Em 1967 inscreve-se no curso de Arquitectura da ESBAL e em 1968 volta a ganhar o 1º. Prémio deGravura no salão de Arte Moderna da Cidade de Luanda. Torna-se um estudioso da etnografia africana,sintetizando-a com a cultura europeia, o que conduz à criação de um ‘alfabeto’ autónomo, codificado,para o qual muito contribui o vocabulário misterioso, necessariamente codificado, do homem africano.José de Guimarães é um dos artistas mais premiados do País e com maior visibilidade internacional. Asua obra está representada em colecções públicas e museus em todo o Mundo.

AFRICÂNIAJOSÉ DE GUIMARÃESEM COLABORAÇÃO COM A CASA DA CERCA - CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA

CASA DA CERCA - CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA (ALMADA)

De 22 de Junho a 27 de Setembro38

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A exposição que agora se apresenta para a inauguração da galeria de exposições do novo TeatroMunicipal de Almada tem como ponto de partida alguns dos estudos que o pintor Pedro Calapez reali-zou no âmbito da concepção da cortina de cena deste novo teatro. Uma selecção desses projectosdigitais materializados em impressões de alta qualidade demonstram as diferentes aproximações que oartista experimentou até decidir, em colaboração com os arquitectos Manuel Graça Dias e Egas JoséVieira, qual o eleito para ser ampliado. Igualmente se mostram alguns desenhos a pastel de óleo sobrepapel, realizados posteriormente à execução da cortina, e que revelam como esses primeiros estudos seincluem na produção plástica do pintor. Achou-se igualmente interessante revelar aos visitantes algunstestes de cor à escala natural, permitindo assim a visualização do desenho da cortina a uma distânciaque normalmente não lhes é acessível.

Pedro Calapez

Pedro Calapez nasceu em Lisboa (1953), onde vive e trabalha. Tendo iniciado estudos de engenhariacivil, transferiu-se para a Escola de Belas Artes de Lisboa em 1976, depois de ter frequentado o Curso deFormação Artística da Sociedade Nacional de Belas Artes. Enquanto frequentou Belas Artes trabalhoucomo fotógrafo profissional até lhe ser possível dedicar-se de um modo intensivo à pintura (a partir de1985). Entre 1986 e 1998 foi professor no Ar.Co, Lisboa, tendo sido responsável pelos departamentos dedesenho e de pintura. Começou a participar em exposições ainda nos anos 70, tendo realizado a suaprimeira exposição individual em 1982. Desde aí tem exposto individualmente tanto em Portugal(Fundação Gulbenkian, Museu do Chiado, Galeria Presença, no Porto, etc.) como no estrangeiro (Roma,Paris, Cáceres, Witten e Valência). Colectivamente, esteve representado nas Bienais de Veneza (1986) e S.Paulo (1987 e 1991).

Realizou igualmente cenografias para espectáculos, assim como executou diversas obras públicas,tendo projectado uma praça para a Expo ‘98 e um painel cerâmico para o Metropolitano de Lisboa. Estárepresentado em diversas colecções públicas e privadas.

Pedro Calapez é também o criador do painel Nove cenas para um teatro (2005), que realizouexpressamente para o foyer do Teatro Municipal de Almada.

Recebeu, entre outros, o prémio União Latina em 1990, o Prémio de Desenho da Fundació Pilar iJoan Miró, de Mallorca, em 1995 e o Prémio “Ciutat de Palma”, Palma de Mallorca, em 1999. No anopassado foi o primeiro estrangeiro a receber o Prémio Nacional de Arte Gráfica, em Espanha, e este anorecebeu o Prémio da Associação Nacional de Críticos de Arte.

PEDRO CALAPEZ: ALGUNS ESTUDOS E DESENHOSPEDRO CALAPEZ

GALERIA DO NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA (ALMADA)

De 1 a 31 de Julho e de 1 de Setembro a 15 de Outubro

EXPOSIÇÕES

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De António Lagarto, um dos mais conceituados cenógrafos portugueses, o Festival de Almada apresen-ta um conjunto de cenografias e figurinos de diferentes espectáculos de teatro, dança, ballet e ópera, realiza-dos em Portugal e no estrangeiro, ao longo de uma carreira de 27 anos.

Dos seus últimos trabalhos destacam-se Medeia, de Eurípides e A Mais Velha Profissão, (ambos encena-dos por Fernanda Lapa), no Teatro Nacional D. Maria II. Este último foi distinguido com o Globo de Ouro 2005,para Melhor Espectáculo. A propósito do espaço cénico, por si criado, da Castro de António Ferreira, encenaçãode Ricardo Pais, no T.N.S. João (2003), Alexandre Alves Costa (arquitecto) afirmou: “...paisagens que já são atragédia em si...”.

António Lagarto

Cenógrafo, figurinista e artista plástico. É Licenciado em escultura pela St. Martin’s School of Art, fre-quentou a Faculdade de Arquitectura de Lisboa e é Mestre em Environmental Media pelo Royal College ofArt de Londres.

Foi Director Artístico do Teatro Nacional D. Maria II (2004 e 2005) e subdirector, de 1989 a 1993. Foidirector do Festival Internacional de Teatro – FIT (Lisboa), de 1990 a 1995.

Os seus trabalhos têm abrangido as áreas de fotografia, filme, design gráfico, ilustração e arquitecturade interior. Colaborou com o arquitecto inglês Nigel Coates em diversos projectos, entre 1975 e 1981.

O seu trabalho tem sido apresentado nos Teatros Nacionais (S. Carlos, D. Maria II e S. João), no BalletGulbenkian, no Centro Cultural de Belém, no Sadler’s Wells, no Traverse Theatre (Edimburgo), na Ópera deTurim, no Teatro Maria Guerrero (Madrid) e no SESC em São Paulo, entre outros.

Para a Ópera de Paris – Palais Garnier e Bastille, criou os cenários de A Viúva Alegre, de Franz Léhar, ence-nação de Jorge Lavelli, transmitida pelo canal Arte. Trabalhou para encenações de Ricardo Pais, Jorge Lavelli,Alain Ollivier, Maria Emília Correia, Nuno Carinhas, Cornélia Géiser, João Grosso, Fernanda Lapa, CarlosPimenta, e Cândida Vieira e para coreografias de Robert Cohan, Vasco Wellenkamp, Olga Roriz, Ted Brandson,Paulo Ribeiro, John Cranko e Georges Garcia.

Recebeu vários prémios, de entre os quais se destacam o Prémio da Associação Portuguesa de Críticosde Teatro (1987), e os Prémios Garrett 87 e 89. Da sua programação 2005, no T. N. D. Maria II, foram aindadistinguidos com os outros 2 Globos de Ouro, para Teatro: Luísa Cruz (Melhor Actriz) e João Grosso (Melhor Actor).

PPaarrttiicciippoouu eemm eexxppoossiiççõõeess no Museu de Serralves, no CCB, na Galeria Luís Serpa, nas ExperimentaDesign2005 e 1999, na Alternativa Zero (1977) e galerias em Londres, Nova Iorque, Florença e Milão - Portugal1990/2004, Arquitectura e Design (na galeria da Triennale).

ANTÓNIO LAGARTO: OLHARES CENOGRÁFICOSANTÓNIO LAGARTO

SALA POLIVALENTE DA ESCOLA D.ANTÓNIO DA COSTA (ALMADA)

De 4 a 18 de Julho

EXPOSIÇÕES

AGRADECIMENTOS AO TEATRO NACIONAL DE S. JOÃO | MUSEU DE SERRALVES | INSTITUTO DASARTES

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O Observatório das Actividades Culturais, criado em Setembro de 1996, celebra este ano dezanos de existência. Reconhecendo o importante papel desempenhado por esta instituição no decurso daúltima década, e de modo a chamar a atenção para a imprescindibilidade de uma actividade depesquisa e estudo sobre os fenómenos artísticos, o Festival de Almada escolheu o OAC como alvo dahabitual homenagem que todos os anos promove a figuras ou entidades de relevo no meio teatral. Aexposição sobre o Observatório inclui informações e documentos que permitirão ao público um maiorconhecimento da acção desenvolvida por esta associação.

O Observatório das Actividades Culturais é uma associação sem fins lucrativos e tem como fun-dadores o Ministério da Cultura, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e o InstitutoNacional de Estatística. Tem como Presidente a Professora Doutora Maria de Lurdes Lima dos Santos,investigadora coordenadora do ISC – UL. A comissão integra os Professores Doutores António Firminoda Costa (ISCTE), José Machado Pais (ICS – UL) e José Madureira Pinto (FEUP).

Os vogais do Conselho Directivo são os Drs. António Berbeira Moniz (MC), António Martinho Novo (ICS –UL), José Farrajota Leal (INE), Leonor Pereira (NE) e, pelo Observatório, Rui Telmo Gomes e José Soares Neves.

OBSERVATÓRIO DAS ACTIVIDADES CULTURAIS OAC -EXPOSIÇÃO DOCUMENTALEXPOSIÇÃO COMISSARIADA POR FERNANDO FILIPE

ESCOLA D.ANTÓNIO DA COSTA (ALMADA)

De 4 a 18 de Julho.

EXPOSIÇÕES

AAllgguummaass ddee eennttrree nnóóss é o título da exposição e também o nome de um colectivo de mulheres daMaison des Tilleuls, em Blanc-Mesnil (Seine Saint-Denis).

O colectivo é constituído por um grupo de mulheres de diversas nacionalidades de origem, quedesenvolvem em conjunto uma reflexão sobre o seu lugar na sociedade, enquanto mulheres. Como sepode hoje viver com uma dupla nacionalidade? Como cruzar os itinerários da vida? Como ser mais fortesface à injustiça e à discriminação?

A exposição nasceu do desejo de criar colectivamente um verdadeiro diálogo com mulheres doAfeganistão, da Palestina e do Líbano, com o objectivo de desconstruir as imagens e os estereótipos queos media nos devolvem, e de encontrar o que nos torna, em qualquer lado em que vivamos, semelhantes.A pergunta é: “como ser daqui e doutro sítio?”.

A exposição constitui o complemento do debate Ser daqui e doutro lado – Subúrbios em França ePortugal, organizado este ano no âmbito dos Encontros da Cerca.

ALGUMAS DE ENTRE NÓSEXPOSIÇÃO ORGANIZADA EM COLABORAÇÃO COM O LLEE MMOONNDDEE DDIIPPLLOOMMAATTIIQQUUEE

FFOOYYEERR DO TEATRO MUNICIPAL DA RUA CONDE DE FERREIRA (ALMADA)

De 5 a 18 de Julho

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RRiinnaassccee BBeecckkeetttt foi o título da exposição organizada pela revista de teatro Sipario, em Itália, apropósito do centenário de Beckett, e que o Festival de Almada traz a Portugal, com a colaboração daFondazione di Teatro Italiano – Carlo Terron.

AA oobbrraa ddee BBeecckkeetttt,, nascido em Dublin em 1906, é geralmente considerada como uma das maisimportantes do século XX e a sua influência sobre o teatro em todo o Mundo não tem deixado de crescer,desde a sua morte, em 1989.

TTaannttoo aa oobbrraa tteeaattrraall como a romanesca testemunham, em Beckett, a mesma visão essencial, a nudezda linguagem, ou mais exactamente, da palavra, que descreve com crueza a condição humana. É estavisão que dá aos seus textos, ao mesmo tempo, a sua verdade universal e um despojamento quaseabstracto. A sua temática é aparentemente sempre a mesma, aparentemente sempre repetitiva: o tempohumano, a espera, o quotidiano, a solidão, a alienação, a morte, a não comunicação, a vagabundagem,o fracasso ou — às vezes — a esperança, a recordação, o desejo.

AAss ppeerrssoonnaaggeennss ddee BBeecckkeetttt não têm história, nem passado, nem psicologia. São, sobretudo, vozes:vozes de toda a gente, voz do homem, dos homens, de todos os homens.

BECKETT: SEM ANOSEXPOSIÇÃO ORGANIZADA EM COLABORAÇÃO COM A REVISTA DE TEATRO ITALIANA SSIIPPAARRIIOO E COM AFONDAZIONE DI TEATRO ITALIANO - CARLO TERRON

FFOOYYEERR DO NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA (ALMADA)

De 5 a 18 de Julho

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EXPOSIÇÕES

A propósito da estreia da peça A Mata, pelos Artistas Unidos, que assinala a estreia em Portugal dodramaturgo norueguês contemporâneo Jesper Halle, aquela companhia apresenta, em colaboração com aEmbaixada da Noruega e o Festival de Almada, uma exposição constituída por dez posters alusivos aoteatro de Ibsen, o grande dramaturgo da Noruega, que foi um dos fundadores do teatro moderno.

Henrik Ibsen

Henrik Ibsen (Skien, 1828 - Oslo, 1916), dramaturgo e poeta norueguês, é o principal representanteda literatura escandinava do século XIX, tendo dedicado toda a sua vida ao teatro como director e autor.

FFiillhhoo ddee uumm ccoommeerrcciiaannttee arruinado, aos vinte anos já tinha escrito a sua primeira peça. Em 1851 foinomeado director do Teatro Nacional de Bergen e adquiriu uma grande familiaridade com a vida teatral.A sua obra conheceu bruscos altos e baixos de êxito e fracasso e, no final da sua vida, Ibsen alcançou aglória e o reconhecimento dos seus contemporâneos.

Há dois temas constantes no teatro de Ibsen: a vocação individual e o combate sem tréguas deforças opostas para formar o destino do homem. A sua forte personalidade manifesta-se em dramashistóricos baseados em lendas vikings (O Túmulo do Guerreiro), obras de tema clássico (Imperador eGalileu), teatro social (Um Inimigo do Povo) e simbólico (Bygmester Solness), dramas psico-ideológicos(Casa de Bonecas, O Pato Selvagem, Espectros) e temas fantásticos (Peer Gynt).

IBSEN: EXPOSIÇÃO TEMÁTICAEXPOSIÇÃO ORGANIZADA EM COLABORAÇÃO COM OS ARTISTAS UNIDOSE COM O APOIO DA REAL EMBAIXADA DA NORUEGA EM LISBOA

FFOOYYEERR DO NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA (ALMADA)

De 5 a 18 de Julho

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COLÓQUIOS E DEBATES

Os recentes acontecimentos em Paris, que alastraram, de algum modo, à França no seu conjun-to, vieram colocar na primeira linha da atenção da opinião pública as circunstâncias que envolvem a vidaquotidiana nos aglomerados urbanos das periferias das grandes cidades. O desemprego, a exclusão, umacultura de guetto que decorre da não-integração nas sociedades das massas migrantes, o próprio sis-tema económico regido exclusivamente por valores de mercado, que vê as pessoas como mercadorias —todos estes factores contribuem para um mal-estar social que de dia para dia se agudiza. As respostasbaseadas na força não resolvem, naturalmente, o problema, cujas raízes são complexas. Em França, comoem Portugal e em toda a Europa, o modelo de desenvolvimento já não consegue esconder as suas feri-das.

O Festival de Almada, ao organizar este colóquio em colaboração com o Le Monde Diplomatique,quer lembrar que o teatro (e, por maioria de razões, aquele que se faz na periferia) não pode alhear-sedesta realidade.

ParticipantesAAnniicceettoo MMaacchhaaddoo, sociólogoFFlloorraa EEssppaannccaa, do Gabinete de Apoio às Comunidades Imigrantes (Ministério da Administração Interna)MMaarriinnaa ddaa SSiillvvaa, jornalistaRReepprreesseennttaannttee da Associação Moinho da JuventudeRReepprreesseennttaannttee do Colectif des Femmes de Tilleuls

SER DAQUI E DOUTRO LADO: SUBÚRBIOS EM FRANÇAE PORTUGALORGANIZADO EM COLABORAÇÃO COM O LLEE MMOONNDDEE DDIIPPLLOOMMAATTIIQQUUEE

CASA DA CERCA – CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA (ALMADA)

Sábado, dia 8 de Julho, pelas 10h30

ENCONTROS DA CERCA

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DDeennttrroo ddoo ddiissccuurrssoo que tem alimentado as mesas-redondas organizadas pelo IITM em colabo-ração com o Festival de Almada, parece-nos que seria importante interrogarmo-nos sobre os possíveiscaminhos de encontro entre o Ocidente e o Islão, no momento em que muitos pensam que a sua con-frontação bélica é o sinal de uma época que ainda vai durar muito tempo. Talvez o problema esteja noconflito entre duas interpretações diferenciadas do Ocidente e do Islão. Interpretações em boa medidaopostas e que, não obstante, contam com os respectivos percursos e articulados pensamentos.

MMaass ttaallvveezz,, uummaa vveezz mmaaiiss, a batalha esteja a ser travada no campo do pensamento entre duas for-mas que se enfrentam no interior de cada uma das partes: a que continua pondo ênfase na incompati-bilidade de duas civilizações, e a que perspectiva de um ponto de vista histórico os seus postulados,para concluir que uma outra história os tornaria distintos.

JOSÉ MONLEÓN

DIRECTOR DO INSTITUTO INTERNACIONAL DE TEATRO DO MEDITERRÂNEO

Participantes JJoosséé MMoonnlleeóónn, dramaturgo, ensaísta e professor universitário DDaavviidd LLaaddrraa, ensaísta e professor universitário AAnnttóónniioo BBoorrggeess CCooeellhhoo, historiadorCCllááuuddiioo TToorrrreess, arqueólogoRReepprreesseennttaannttee da Comunidade Islâmica Portuguesa

OUTRO ISLÃO, OUTRO OCIDENTEORGANIZADO EM COLABORAÇÃO COM O INSTITUTO INTERNACIONAL DE TEATRO DO MEDITERRÂNEO

CASA DA CERCA – CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA (ALMADA)

Sábado, dia 15 de Julho, pelas 10h30

ENCONTROS DA CERCA

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Bernard Sobel é a imagem de um criador culto, rigoroso e brilhante. É também um grande ani-mador e um intelectual que pensa e age com uma energia surpreendente. A sua obra está ligada aoThéâtre de Genevilliers, um Centro Dramático Nacional da maior importância na história do teatrofrancês (vide biografia na página 9).

ENCONTRO COM BERNARD SOBEL

NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA (ALMADA)

Sexta, dia 77 de Julho, pelas 19h00

Albert Boadella, escritor, dramaturgo, encenador, cenógrafo, actor e professor, fundou em 1961 acompanhia Els Joglars, que continua a dirigir. Estudou no Institut de Teatre de Barcelona e no CentreDramatique de l’Est – Théâtre National de Strasbourg. Muitas das suas encenações causaram enormespolémicas, com processos judiciais, debates políticos e, inclusive, atentados contra a companhia.

Em 1978, por causa do seu espectáculo La Torna, foi acusado de injúrias ao exército e preso: eva-diu-se de forma espectacular e exilou-se em França. Uma parte do grupo foi também encarcerada, apóster sido julgada em conselho de guerra.

As obras dos Joglars, satíricas, trágicas e cómicas, decorrem da criação de um estilo pessoal, queconsegue um espectacular índice de audiências. A mistura de investigação e popularidade permitiu agrande implantação social das suas obras em Espanha, garantindo a total independência da companhia.

Boadella tem sido actor, director e guionista de diversas séries de televisão, actor e realizador decinema. É autor de diversos livros, o último dos quais, Franco y yo, foi um best-seller em Espanha.

Os seus espectáculos têm sido apresentados na maioria dos países europeus, Estados-Unidos eAmérica Latina.

A sua obra teatral foi recentemente reunida em dois volumes publicados pelo Institut d’ediciones.É professor desde 1969 do Institut de Teatre de Barcelona.

Els Joglars é um caso único e inimitável de teatro na Europa. Boadella, um pensador desconcer-tante e um humorista impiedoso, é uma das personalidades mais destacadas do teatro espanhol.

O MÉTODO DE TRABALHO DE ELS JOGLARS,O PROCESSO DE CRIAÇÃO

TEATRO NACIONAL D. MARIA II (LISBOA)

Domingo, dia 16 de Julho, pelas 16h00

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A propósito da apresentação do Teatro Nacional de S. João e de mais três companhias do Porto,o Festival organiza um debate sobre a situação actual do teatro naquela cidade. Na última década aactividade teatral no Porto registou um grande desenvolvimento. Padrões de qualidade e de moder-nidade aproximaram a segunda cidade do País do espaço europeu e colocaram-na na primeira linha dacriação teatral entre nós.

O êxito do trabalho desenvolvido não significa, naturalmente, a inexistência de problemas — sendoa escassez de apoios, provavelmente, o mais agudo de todos eles.

ParticipantesJJoosséé LLuuííss FFeerrrreeiirraa, director do PONTINNuunnoo CCaarrddoossoo, director do Auditório Nacional Carlos AlbertoRRiiccaarrddoo PPaaiiss, director do Teatro Nacional de S. JoãoRReepprreesseennttaannttee da Companhia As Boas RaparigasRReepprreesseennttaannttee da Companhia Ensemble - Sociedade de Actores

PORTO. TEATRO. 2006ORGANIZADO EM CONJUNTO COM O TEATRO MUNICIPAL S. LUIZ

TEATRO MUNICIPAL S. LUIZ | JARDIM DE INVERNO (LISBOA)

Sexta, dia 14 de Julho, pelas 16h00

Além dos espectáculos programados e da exposição documental, a comemoração do centenáriodo nascimento de Beckett integra também um debate sobre a figura e a obra do dramaturgo irlandês.No debate participam representantes de todas as criações de textos de Beckett no Festival de Almada.

ParticipantesGGiiuulliiaa LLaazzzzaarriinnii, protagonista de Os Dias FelizesFFrraanncciissccoo LLuuííss PPaarrrreeiirraa, dramaturgo e tradutor de À Espera de GodotMMaacchhaaddoo AAccaabbaaddoo, tradutor de Todos os que CaemMMiigguueell SSeeaabbrraa, encenador de À Espera de Godot

BECKETT HOJE

FÓRUM ROMEU CORREIA | SALA PABLO NERUDA (ALMADA)

Quarta, dia 11 de Julho, pelas 18h30

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CONVERSAS NA ESPLANADA

Como habitualmente, realizam-se na Esplanada da Escola D. António da Costa encontros com per-sonalidades de teatro ligadas ao Festival de Almada.

O TEATRO URBANOCom Christiane Jatahy Sábado, dia 8 de Julho, pelas 19h00

O TEATRO DA NARRATIVA ORALCom Quico CadavalDomingo, dia 9 de Julho, pelas 23h30

CARLO TERRON E O TEATRO ITALIANO*Com Mario Mattia GiorgettiTerça, dia 10 de Julho, pelas 19h00

DANÇA E INTERVENÇÃO SOCIALCom Tino FernándezSábado, dia 15 de Julho, pelas 23h30

DANÇAS TRADICIONAIS EM ÁFRICACom o grupo N´DiengozTerça, dia 18 de Julho, pelas 19h00

**NNOOTTAA:: Este colóquio decorrerá no foyer do Teatro Municipal de Almada (Rua Conde Ferreira) logoapós a estreia de Esta Noite, Arsénico!.

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Na sequência da sua participação no Festival de Almada os Artistas Unidos lançam o número 17da sua revista, intitulada Teatros que vêm da Noruega, que inclui seis peças de teatro de cinco autores:Como um Trovão de Niels Fredrik Dahl, A Mata de Jesper Halle, Peça Alter Nativa e Ifigénia de FinnIunker, Homem Sem Rumo de Arne Lygre e Frank de Maria Tryti Vennerøds, que será lida pelo elenco dosArtistas Unidos, com a presença da autora. A revista contém ainda artigos de análise das peças publi-cadas, por Therese Bjørneboe e IdaLou Larsen.

Maria Tryti VennerødsMaria Tryti Vennerøds nasceu em 1978 e vive na Noruega. A sua peça Frank ganhou o Primeiro

Prémio de Competição Escandinava, no Centésimo Aniversário da Independência da Noruega. Esta peçafoi representada pela primeira vez em 2005 no Norwegian Theatre. Em 2005 recebeu também o PrémioIbsen pela peça Dama I Kuka. A maioria das suas peças foram representadas na Noruega. Em 2000,estreou-se na encenação com o espectáculo Meir, da sua autoria, actividade que repetiu em 2004 comO Serviço de Harold Pinter no Rock Club Mono de Oslo.

LANÇAMENTO DO Nº17 DA REVISTA DOS ARTISTASUNIDOS: OOSS TTEEAATTRROOSS QQUUEE VVÊÊMM DDAA NNOORRUUEEGGAA

NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA (ALMADA)(SALA EXPERIMENTAL)

Quinta, dia 6 de Julho, pelas 16h30

João Meireles

João Meireles tem o curso do Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral. Elemento doTeatro Universitário de Évora onde trabalhou com Luís Varela, Fernando Mora Ramos, Manuel Borralho.Trabalhou depois com Ávila Costa (Cantina Velha), Adolfo Gutkin (Instituto de Formação, Investigação eCriação Teatral) Aldona Skiba-Lickel, Marina Albuquerque, Carlo Damasco, José António Pires e CaméliaMichel. Com o Pogo Teatro colabora desde 1995 em Complexo Titanic (encenação de Ruy Otero), Sent,Mainstream, Play Pause e nos vídeos Handicap, Naif, Road Movie e Zap Splat. No cinema participouem António, Um Rapaz de Lisboa de Jorge Silva Melo e A Drogaria, de Elsa Bruxelas.

LEITURA DE BBRREEVVEESS TTEEXXTTOOSS PPAARRAA AA LLIIBBEERRDDAADDEE DE JOÃO MEIRELES

TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA | RUA CONDE FERREIRA (SALA VIRGÍLIO MARTINHO)

Sábado, dia 8 de Julho, pelas 16h30