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ALTERAÇÕES NA MORFOLOGIA HIDROGRÁFICA EM DECORRÊNCIA DA EXPANSÃO URBANA: ESTUDO DE CASO BACIA HIDROGRÁFICA DE UM AFLUENTE DO CÓRREGO GORDURAS – BH/MG Antônio Pereira Magalhães Junior Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB. Docente do Departamento de Geografia, Universidade Federal de Minas Gerais. [email protected] Antoniel Silva Fernandes Geógrafo formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Coordenador de Projetos – Algon Geologia e Tecnologia Ambiental – Belo Horizonte/ MG [email protected] Silvia Pereira Carneiro Mestranda do Programa de Pós Graduação em Geografia, da Universidade Federal de Minas Gerais. [email protected] RESUMO Este artigo aborda as alterações na morfologia hidrográfica em decorrência da expansão urbana. A metodologia utilizada foi a de estudo de caso, utilizando como instrumentos a pesquisa bibliografia e a pesquisa de campo. A bacia hidrográfica investigada é de um afluente do Córrego Gorduras, tributário do Ribeirão do Onça, localizado na região nordeste do município de Belo Horizonte/MG. Optou-se pela divisão histórica da expansão urbana nesta bacia, a fim de verificar o crescimento urbano e os fatores que contribuíram para sua concretização, como também avaliar as mudanças na rede de drenagem em decorrência dessa ocupação. As transformações ocorridas na paisagem revelam que a urbanização implantada na área não se preocupou em trabalhar os elementos da bacia hidrográfica: água, solo, vegetação e relevo, sendo incorporada áreas de cabeceiras de drenagem, nascentes e os caminhos preferencia is de escoamento, desse modo, ocorreu à retirada da vegetação primitiva e impermeabilização do solo, sendo os pontos de surgência da água aterrados para a construção de moradias e acessos. No que se refere às transformações na morfologia do canal principal da bacia , constatou-se que não houve grandes modificações em sua morfologia devido à expansão urbana. Palavras-chaves: Expansão urbana, Bacia Hidrográfica e Alteração na Morfologia Hidrográfica. ABSTRACT This article deals the transformations in the hydrographic morphology caused by urban expansion. The used methodology was the study of case, using as instruments the bibliography research and the field research. The investigated hydrographic basin is a tributary of Gorduras Stream, tributary of Onça Brook, located in the northeast of Belo Horizonte City/Minas Gerais State. It was opted to the historical division of the urban expansion in this basin, in order to verify the urban growth and the factors that had contributed for its concretion, as well as evaluating the changes in the network of drainage caused by this occupation. The transformations in the landscape show that the urbanization applied in the area did not consider the work with the elements of the hydrographic basin: water, ground, vegetation and relief. The draining headboard areas, spring water and the preferential draining ways were incorporated to them. Thereby, the primitive vegetation was withdrawn and the ground was waterproofed, furthermore the spring water points were filled with earth in order to build housings and accesses. Related to the transformations in the morphology of the main canal of the basin, there were not great modifications in its morphology because of the urban expansion. Key-words: Urban expansion, Hydrographic Basin and Transformations in the Hydrographic.

ALTERAÇÕES NA MORFOLOGIA ... - geomorfologia.ufv.br · alteraÇÕes na morfologia hidrogrÁfica em decorrÊncia da expansÃo urbana: estudo de caso bacia hidrogrÁfica de um afluente

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ALTERAÇÕES NA MORFOLOGIA HIDROGRÁFICA EM DECORRÊNCIA DA EXPANSÃO URBANA: ESTUDO DE CASO

BACIA HIDROGRÁFICA DE UM AFLUENTE DO CÓRREGO GORDURAS – BH/MG

Antônio Pereira Magalhães Junior Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB.

Docente do Departamento de Geografia, Universidade Federal de Minas Gerais. [email protected]

Antoniel Silva Fernandes

Geógrafo formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Coordenador de Projetos – Algon Geologia e Tecnologia Ambiental – Belo Horizonte/ MG

[email protected]

Silvia Pereira Carneiro Mestranda do Programa de Pós Graduação em Geografia, da Universidade Federal de Minas Gerais.

[email protected]

RESUMO

Este artigo aborda as alterações na morfologia hidrográfica em decorrência da expansão urbana. A metodologia utilizada foi a de estudo de caso, utilizando como instrumentos a pesquisa bibliografia e a pesquisa de campo. A bacia hidrográfica investigada é de um afluente do Córrego Gorduras, tributário do Ribeirão do Onça, localizado na região nordeste do município de Belo Horizonte/MG. Optou-se pela divisão histórica da expansão urbana nesta bacia, a fim de verificar o crescimento urbano e os fatores que contribuíram para sua concretização, como também avaliar as mudanças na rede de drenagem em decorrência dessa ocupação. As transformações ocorridas na paisagem revelam que a urbanização implantada na área não se preocupou em trabalhar os elementos da bacia hidrográfica: água, solo, vegetação e relevo, sendo incorporada áreas de cabeceiras de drenagem, nascentes e os caminhos preferencia is de escoamento, desse modo, ocorreu à retirada da vegetação primitiva e impermeabilização do solo, sendo os pontos de surgência da água aterrados para a construção de moradias e acessos. No que se refere às transformações na morfologia do canal principal da bacia , constatou-se que não houve grandes modificações em sua morfologia devido à expansão urbana. Palavras-chaves: Expansão urbana, Bacia Hidrográfica e Alteração na Morfologia Hidrográfica.

ABSTRACT

This article deals the transformations in the hydrographic morphology caused by urban expansion. The used methodology was the study of case, using as instruments the bibliography research and the field research. The investigated hydrographic basin is a tributary of Gorduras Stream, tributary of Onça Brook, located in the northeast of Belo Horizonte City/Minas Gerais State. It was opted to the historical division of the urban expansion in this basin, in order to verify the urban growth and the factors that had contributed for its concretion, as well as evaluating the changes in the network of drainage caused by this occupation. The transformations in the landscape show that the urbanization applied in the area did not consider the work with the elements of the hydrographic basin: water, ground, vegetation and relief. The draining headboard areas, spring water and the preferential draining ways were incorporated to them. Thereby, the primitive vegetation was withdrawn and the ground was waterproofed, furthermore the spring water points were filled with earth in order to build housings and accesses. Related to the transformations in the morphology of the main canal of the basin, there were not great modifications in its morphology because of the urban expansion. Key-words: Urban expansion, Hydrographic Basin and Transformations in the Hydrographic .

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INTRODUÇÃO Os problemas ambientais surgem na mesma intensidade que as atividades antrópicas, e a cidade, toda ela natureza transformada, expressa o mais alto nível de intervenção do homem. No Brasil, o rápido processo de urbanização e o crescimento demográfico ocorrido, principalmente, a partir da década de 1960 com o desenvolvimento industrial, desencadeou uma ocupação desordenada do território, ocasionando impactos ao ambiente.

Em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, o processo de adensamento populacional e expansão da área urbana foi responsável por diversas modificações, entre as quais podem-se citar a substituição da cobertura vegetal por pavimentações, alterações na forma do relevo, poluição dos recursos hídricos e do ar, ocupação de encostas e margens fluviais e as mais diversas alterações nos canais de drenagem.

O intenso crescimento do território vivenciado por essa capital, fez com que a mancha urbana belo-horizontina se espraiasse até os limites com as cidades vizinhas. Houve, portanto, um processo de conurbação, que configurou um tecido urbano único entre os municípios de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Sabará, Ibirité, Santa Luzia e Ribeirão das Neves.

De modo geral, as bacias hidrográficas da Capital mineira, até mesmo pelas suas morfologias, foram, e ainda estão sendo, intensamente ocupadas, muito das vezes sem planejamento adequado, acarretando danos ambientais as bacias, sendo os cursos d’água reflexos da má ocupação.

Drew (1986) adverte que as alterações hid rológicas iniciadas na parte urbanizada de uma bacia hidrográfica podem produzir efeito a montante da corrente e ainda mais a jusante, possivelmente modificando o funcionamento de toda a bacia.

Bigarella e Mazuchowski (1985) ressalta que quando a ocupação de uma região é efetuada sem um planejamento adequado, favorece-se a vigência de condições de alta energia no ecossistema, seja pelas mudanças hidrológicas provocadas pelo desmatamento generalizado, bem como, pela ampliação das áreas construídas e pavimentadas, que conduzem a um aumento substancial do volume e da velocidade das enxurradas, concentrando o escoamento e acelerando os processos de ravinamentos e voçorocamentos. Além disso, o aumento dos processos erosivos provoca o assoreamento dos cursos de água e o entupimento das redes de galerias dos esgotos. Corroborando com esse autor, Salomão (1999) apresenta a idéia de que o planejamento urbano adequado deve levar em consideração as particularidades do meio físico, como também, às condições sociais, a fim de garantir a qualidade sócio-ambiental.

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A existência de um planejamento urbano sustentável pressupõe o uso de uma unidade de análise, sobre a qual se embase pesquisas, políticas e ações que viabilizem a oferta de um ambiente que traga melhorias a qualidade de vida da população, como também, a qualidade ambiental.

A partir da década de 1990 houve uma mudança de paradigma, impulsionado dentre outros motivos, pela criação da lei nº 9.433 de 08 de Janeiro de 1997. Assim as bacias hidrográficas começaram a ser entendidas como células básicas da aná lise ambiental, pois permitem conhecer e avaliar seus diversos componentes, os processos e interações que nelas ocorrem. A visão sistêmica e integrada do ambiente está implícita na adoção desta unidade fundamental (Botelho; Silva, 2004). De acordo com Bressan citado por Genrich (2002) nos casos em que a bacia abrange uma grande escala, a melhor opção é subdividi- la em sub-bacias ou microbacias.

Ao se integrar os aspectos sócio-econômicos aos aspectos físicos e bióticos a serem estudados, a sub-bacia se transforma em uma unidade sócio-ecológica, o que sugere que a bacia hidrográfica, por meio do sistema pluvial, integralize grande parte das relações visíveis entre os aspectos naturais e as atividades de uso e ocupação antrópica. Além de possuir um princípio montante/jusante no qual interferências significativas ocorridas em alguma parte do sistema podem gerar impactos negativos a jusante (Mello, 1999).

Conforme lembrou Fernandes (2006, pág. 1) “os principais componentes das bacias hidrográficas - solo, água, vegetação e fauna - coexistem em permanente e dinâmica interação respondendo às interferências naturais (intemperismo e modelagem da paisagem) e aquelas de natureza antrópica (uso/ocupação da paisagem), afetando os ecossistemas como um todo”.

Ainda segundo Fernandes:

Nesses compartimentos naturais [...] os recursos hídricos constituem indicadores das condições dos ecossistemas no que se refere aos efeitos do desequilíbrio das interações dos respectivos componentes. Assim, pode-se determinar com razoável consistência prioridades nas intervenções técnicas para correção, mitigação e, sobretudo, prevenção de impactos ambientais negativos que ocorram nas [...] bacias hidrográficas (FERNANDES, 2006, p. 1).

Contudo Almeida, Araújo e Guerra acrescentam que :

a urbanização de bacias hidrográficas coloca desafios especiais [...]. Pesquisas recentes mostraram que os rios formadores de bacias hidrográficas urbanas têm um caráter fundamental de diferenciação, quando comparados com os pertencentes às bacias hidrográficas florestais, rurais ou mesmo agrícolas. [...] Conforme a urbanização acontece, as mudanças na hidrologia natural de uma área são inevitáveis (ALMEIDA; ARAÚJO; GUERRA. 2005, p.63).

Este trabalho abordar um dos elementos importantes para o estudo ambiental, as bacias hidrográficas, que cada vez mais, tornam-se importantes compartimentos geográficos para o planejamento integrado do uso e ocupação dos espaços.

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Assim, considerando a bacia hidrográfica como unidade espacial de análise ambiental, objetiva-se analisar as alterações na morfologia da rede hidrográfica de um afluente do Córrego Gorduras, localizada no bairro Jardim Vitória, em decorrência das mudanças do uso e ocupação de sua bacia.

Para atingir o objetivo proposto, realizou-se histórico da ocupação na bacia hidrográfica em análise, a fim de verificar o crescimento urbano e os fatores que contribuiram para sua concretização, como também avaliar as mudanças na rede de drenagem em decorrência dessa ocupação.

Mediante a valorização da temática ambiental, a pesquisa se constitui como instrumento para a fomentação de projetos que viabilizem o uso e ocupação do solo, ajustado com o ambiente físico e apropriado à realidade sócio-econômica local.

Ademais, a área em análise apresenta-se como um dos poucos remanescentes ambientais do município de Belo Horizonte e vem sendo gradativamente incorporada no processo de expansão urbana, portanto, seu estudo torna-se relevante. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA INVESTIGADA Localizado na região nordeste de Belo Horizonte, no limite entre a Capital e o município de Sabará (ver Figura 1), o bairro Jardim Vitória constitui-se em uma das últimas áreas passiveis de parcelamento do território da capital mineira. A ocupação dessa área reflete a ação entre os diversos agentes que a disputam, ocorrendo a maximização deste espaço, com a incorporação das cabeceiras de drenagem, margens dos canais fluviais e áreas com elevada declividade para fins imobiliários.

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Geologicamente, o bairro localiza-se no contato entre os terrenos datados do Pré-Cambriano, profundamente intemperizados, constituídos por rochas graníticas-gnáissicas do Complexo Basal que constituem a geologia de Belo Horizonte e os quartzitos, filitos e itabiritos do Supergrupo Minas que estruturam a Serra do Curral (Instituto de Geociências Aplicadas - IGA, 1978).

De acordo com o Mapa Geomorfológico elaborado pelo IGA (1977), o município de Belo Horizonte insere-se nos domínios dos Planaltos do São Francisco e da Depressão Sanfranciscana. Na região onde se localiza a área de estudo as formas de relevo predominantes são as colinas côncavo-convexas com topos aplainados. Sobre as litologias do Supergrupo Minas encontra-se um relevo de cristas com vertentes ravinadas e vales encaixados, em contraste com o relevo de colinas esculpido sobre o granito-gnaisse. A altitude do Bairro Jardim Vitória varia de 740 a 900 metros.

O clima característico do município de Belo Horizonte é, segundo a classificação de Köpen, tropical, apresentando duas estações bem definidas, uma chuvosa que abrange os meses de dezembro a março, sendo que de 50% a 60% das chuvas se concentram nos meses de dezembro e janeiro, e outra seca, de abril a novembro. Os valores totais das precipitações variam entre 1.200mm a 1490mm. A temperatura média registrada no município é entorno de 21 °C, sendo a média máxima de 27°C e a média mínima de 17°C (Assembléia Legislativa de Minas Gerais - ALMG, 2008).

Da vegetação primitiva de Belo Horizonte, caracterizada como uma área de transição entre o cerrado e a floresta atlântica (floresta estacional semidecidual), permanece poucos remanescentes, sendo que esses se encontram protegidos em áreas de parques ou reservas. Na área de estudo predominava os Campos, que caracterizam por vegetação herbácea, escassos arbustos e raras e isoladas árvores. Ao longo das margens do curso d’água principal, ainda persistem trechos de mata ciliar.

No que se refere à hidrografia, o bairro Jardim Vitória insere-se na Bacia Hidrográfica do Córrego Gorduras, que é tributário da margem direita do Ribeirão do Onça. Este Córrego traspassa por bairros em elevado crescimento populacional, tais como: Jardim Vitória/ Gorduras e Vila Brasília (porção média-alta do córrego); Dom Silvério e São Gabriel (porção baixa do córrego)

Segundo o Relatório de Viabilidade Sócio Ambiental elaborado pela Prefeitura de Belo Horizonte – PBH (PBH. 2003, p. 17) cerca de 70% do curso do Córrego Gorduras encontra-se canalizado, sendo que a canalização atinge a sua porção média-alta. Porém, seus afluentes têm calhas naturais assim como, a parte baixa do seu curso principal.

Como apresentado, o curso d’água investigado é um afluente do Córrego Gorduras localizado na porção alta. Seu curso principal possui a extensão aproximada de 810 m., e encontra-se em calha natural. Porém sua bacia com área estimada de 421.000 m² encontra-se em elevado processo de ocupação populacional. A Figura 2 ilustra a área investigada.

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Figura 2: Bacia hidrográfica investigada

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METODOLOGIA Para a realização da pesquisa optou-se pela metodologia de estudo de caso. Nesse sentido, os procedimentos metodológicos iniciaram-se com consultas a literatura disponível referentes às experiências desenvolvidas no campo da análise ambiental e mais especificadamente, sobre estudos relacionados às modificações na rede de drenagem em virtude da urbanização. Desta maneira, utilizou-se da pesquisa bibliográfica em livros, revistas, periódicos, teses e dissertações. Essa primeira fase tem como finalidade criar uma base conceitual objetiva, sob a qual se fundamentará a discussão dos resultados.

Ao mesmo tempo em que se realizava a leitura do material bibliográfica adquiriu-se material cartográfico relevante – fotografias aéreas, ortofotocarta, imagem de satélites, levantamento fotogramétrico, mosaico semi-controlado de fotografias aéreas, bases topográficas, geológica, geomorfológicas, pedológica, dentre outras.

Na segunda fase do trabalho iniciaram-se a análise e interpretação dos materiais cartográficos, sendo utilizados os seguintes materiais : levantamento aerofotogramétrico folhas 5757 e 5857, na escala de 1:2.000, de 28 de maio de 1992, fotografia aérea número 205 pancromática, na escala de 1:8.000, do ano de 1989, mosaico semi-controlado de fotografias aéreas do ano de 1999, e fotografia de satélite de 2005. Todos os materiais utilizados foram fornecidos pela PRODABEL - Processamento de Dados do Município de Belo Horizonte S.A.

Após esses procedimentos foram realizadas pesquisas de campo, com o auxílio de um receptor GPS – Sistema de Posicionamento Global – de navegação da marca Garmim Etrex versão 2.30 e de material cartográfico relevante, com o objetivo de constatar as transformações ocorridas na área investigada. Foi realizado o registro fotográfico das visitas em campo. Parte deste acervo segue no corpo do texto ilustrando este trabalho.

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Durante as pesquisas de campo, fez-se contato com alguns moradores e, através de conversas informais, obteve-se dados sobre a evolução da ocupação do solo, locais de nascentes, projetos governamentais para área, que permitiram enriquecer o trabalho. Por fim, foi realizada a sistematização dos dados levantados. Os croquis de análise e interpretação dos documentos cartográficos, gerados manualmente, foram refeitos digitalmente com auxílio dos programas AutoCAD Map 2002, AutoCAD 2005 e GPS TrackMaker versão #13.3. Desta maneira, foram gerados três mapas temáticos que retratam a evolução do uso do solo na sub-bacia pesquisada. Ao mapa temático elaborado sobre a Imagem de Satélite do ano de 2005, foram incorporadas informações observadas em campo.

Para o presente estudo não foi considerado o ponto a extremo jusante do curso d’água pesquisado, foz do afluente no Córrego Gorduras, pois no período de análise que abrange a pesquisa, entre 1989 a 2008, tal porção já havia passado por processo de canalização, apresentando densa ocupação populacional em seu leito, não tendo, portanto, delimitações precisas nas bases cartográficas utilizadas. Desta forma, o trecho do afluente que compreende essa pesquisa é dos pontos de nascentes a extremo montante, e os seus divisores de águas, ao ponto inicial já canalizado em 1989, sendo considerado este ponto como o de delimitação da bacia hidrográfica. AS ALTERAÇÕES NA MORFOLOGIA DO CANAL No processo de ocupação do espaço geográfico da sub-bacia hidrográfica do Córrego Gorduras, principalmente nestes últimos 30 (trinta) anos, ocorreram alterações significativas no meio ambiente. Uma das mais importantes diz respeito às modificações nos padrões de cobertura vegetal e uso do solo, com a aceleração dos processos impactantes na região, devido ao aumento da urbanização. Nesse cenário, as funções hidrológicas fundamentais (captação, armazenamento e descarga) da bacia hidrográfica sofrem modificações contínuas.

Através da aná lise dos documentos cartográficos que representam à situação da sub-bacia em 1989 constatou-se que o adensamento urbano verificado atualmente na área é recente, sendo que neste ano havia escassas edificações, com pouca exploração do solo, situação que permaneceu até aproximadamente 1995.

Ocorriam em 1989 os seguintes tipos vegetacionais: campo e mata ciliar, sendo que o primeiro predominava nas áreas mais íngremes do terreno e o segundo ao longo do curso d’água principal.

No que se refere à configuração da rede de drenagem pode-se afirmar que essa se estruturava como dendrítica, com vários caminhos preferenciais de escoamento e nascentes localizadas próximas ao interflúvio, formado pela Serra limítrofe entre os municípios de Belo Horizonte e Sabará. As nascentes

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localizadas a nordeste do curso principal foram interrompidas por um barramento artificial, originando uma lagoa, que de acordo com os primeiros moradores era utilizada como área de lazer e pesca.

Verificou-se também que, em 1989, a rede viária é quase inexistente, prevalecendo caminhos e trilhas que ligam a área aos bairros já estabelecidos na época. Desta maneira, a densidade do sistema viário é proporcional à quantidade de habitações.

Em relação à existência de processos erosivos, foi observada uma voçoroca a extremo sudeste na sub-bacia, e de áreas com erosão laminar. Nesse sentido, constatou que os processos erosivos eram poucos e de pequena intensidade, confirmando a eficiência da proteção da cobertura vegetal, porém, supõe-se que foram originados pela as alterações antrópicas já produzidas na área.

A Figura 3 sintetiza o uso e ocupação do solo característico do ano de 1989. A partir dessa figura se estabeleceu-se uma linha comparativa no que diz respeito às mudanças no uso do solo nessa área e suas implicações na dinâmica ambiental, especialmente, aquelas relacionadas às transformações na morfologia fluvial.

A comparação da cobertura vegetal em 1989 e em 1999 demonstra que o loteamento substituiu de forma acelerada as áreas de vegetação nativa localizada nas cabeceiras de drenagem, bem como em áreas mais ingremes. Por conseguinte, o cenário apresentado anteriormente modifica-se integralmente, a área pouco explorada cede espaço à divisão da sub-bacia em um grande loteamento, surge arruamentos, aumentam o número de caminhos e trilhas e há adensamento de solo exposto, conforme pode ser constatado na Figura 4.

De acordo com Bertoni e Neto (1999), em um terreno descoberto o impacto da chuva contribui para o processo erosivo do solo pelo menos por três formas: “(a) desprendem partículas de solo no local que sofre o impacto; (b) transportam, por salpicamento, as partículas desprendidas; (c) imprimem energia, em forma de turbulência, à água superficial”.

Partindo das considerações de Bertoni e Neto sobre os processos erosivos em terrenos sem vegetação, identificou-se que devido a grande quantidade de solo exposto nessa data, os processos erosivos foram intensificados, principalmente, na forma de erosão laminar. Tal hipótese é comprovada pela quantidade significativa de sedimentos que aparecem nas bordas do curso d’água principal. A cor da água da lagoa artificial também indica uma abundância de sedimentos em suspensão.

Embora o terreno apresenta-se totalmente loteado, nessa data ainda havia poucas construções, indicando que a efetiva ocupação da área é recente. Analisando a Figura 4 nota-se que apesar de existirem muitas e contínuas áreas do parcelamento com solo totalmente exposto, havia alguns lotes que conservavam algum tipo de cobertura vegetal. Em relação à mata ciliar, essa foi preservada ao

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Divisa entre os Municipios de Belo Horizonte e Sabará

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Figura 3. Mapa da Sub-Bacia do Afluente do Córrego Gorduras em 1989 - BH/MG

ESCALA GRÁFICA

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JARDIM VITORIABELO HORIZONTEMINAS GERAISBRASIL

Referência: Base cartográfica PRODABEL - Levantamento Aerofotogramétrico do Município de Belo Horizonte - Folhas 5757 e 5857. 1:2.000. 1992. Base de Apoio: Secretária Municipal de Planejamento - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte - Ortofotocarta do Município de Belo Horizonte - Folha 7. 1:10.000. 1990. PRODABEL - Fotocarta do Município de Belo Horizonte - Folha 205 Fx.09. 1:8.000. 1989. Elaborado/Ano: Antoniel Silva Fernandes - jun. 2008.

LEGENDA

Curso D'Água Perene

Curso D'Água Intermitente ou Efêmero

Lagoa Perene

Limite de Bacia Hidrografica

Edificação

Vias

Núcleo Urbano

Caminhos ou Trilhas

Campo

Curso D'Água Canalizado

Barragem de Aterro

Mata Ciliar

Voçoroca

Erosão Laminar

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Divisa dos Municipios de Belo Horizonte e Sabará

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Figura 4. Mapa da Sub-Bacia do Afluente do Córrego Gorduras em 1999 - BH/MG

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longo do curso principal. Entretanto, as áreas de campo próximas sofreram intervenções, apresentando-se bastante degradadas.

A Figura 5, elaborada a partir da imagem de satélite de 2005, evidencia que todos os lotes que foram demarcados em 1999 foram ocupados. A inclusão da área drenada pelos cursos d’água para uso residencial e comercial foi responsável pela impermeabilização do solo. A retirada da vegetação das porções mais elevadas das vertentes e a posterior pavimentação dos terrenos aumentaram o escoamento superficial e diminuíram a infiltração, contribuindo para o aumento da quantidade de água que escoa para junto do canal fluvial.

Uma vez que houve uma intensa redução da cobertura vegetal nas áreas de nascentes, a jusante destas, ao longo do curso principal, verifica-se a presença de bancos de sedimentos em pequenos trechos no leito do curso d’água principal, o que contribuiu para seu assoreamento. Tal situação foi verificada em visita a campo, conforme ilustrado na Figura 6.

Esse fato exemplifica o princípio montante/jusante defendido por Mello (1999) e

citado anteriormente, no qual interferências significativas ocorridas em uma parte do sistema pluvial podem gerar impactos negativos a jusante.

Essas transformações da dinâmica superficial aumentam a possibilidade de ocorrência de processos geomorfológicos associados à dinâmica fluvial.

A canalização de grande parte dos canais, principalmente das nascentes, também podem contribuir para o aumento da possibilidade de ocorrência de acidentes associados à dinâmica fluvial a jusante, pois a água da chuva impedida de infiltrar, escoa sobre a superfície pavimentada velozmente, seguindo diretamente para os canais fluviais, alimentando-os rapidamente. Assim, o escoamento que antes estava em estado retardado passa a ocorrer antecipado e com uma magnitude maior. Isso tem como conseqüência, dependendo da intensidade e duração das precipitações, enchentes de proporções significativas e um aumento na freqüência deste fenômeno em alguns trechos do canal fluvial.

Conforme lembrado por Brookes (apud SANTOS; PINHEIRO, 2002) os processos de canalização envolvem o alargamento e aprofundamento da calha fluvial, retificação do canal, construção de canais artificiais e de diques, proteção de margens e remoção de obstáculos de canal.

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Figura 6: Bancos de sedimentos ao longo do leito principal

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Divisa dos Municipios de Belo Horizonte e Sabará

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Bairro Jardim Vitória (Antigo Gorduras de Baixo) BH/MG

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Figura 5. Mapa da Sub-Bacia do Afluente do Córrego Gorduras em 2005 - BH/MG

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A canalização e a impermeabilização das áreas de nascentes, com a transformação destes locais em ruas e avenidas, isola o nível de base dos cursos d’água com o lençol freático. No período de chuva, quando o lençol freático se eleve no terreno, a água satura o solo, que se desagrega mais facilmente, a estrutura de concreto do canal é abalada e a pavimentação asfáltica é comprometida com o surgimento de erosão em piping.

Cunha (2003, p. 243), ainda coloca que o canal retificado gera inúmeros impactos geomorfológicos, como: a alteração no padrão de drenagem, reduzindo o comprimento do canal, com a perda de meandros; alteração na forma do canal (aprofundamento e alargamento); diminuição da rugosidade do leito e aumento de seu gradiente.

No tocante à presença de mata ciliar presente ao longo do curso d’água, verificou-se que em comparação ao ano de 1999, essa vegetação encontra-se em processo de recuperação natural, estendendo-se por quase a totalidade do canal principal, sendo que em alguns trechos transforma-se em mata de galeria. A Figura 7 ilustra a presença de mata de galeria ao longo do trecho do leito principal.

Esse fato é atribuído, entre outros, a não incorporação da planície de inundação deste canal no processo de loteamento. Segundo informações adquiridas em campo1 há interesse por parte da Prefeitura de Belo Horizonte em transformar a área que abrange as margens do curso d’água e da lagoa artificial em um parque ecológico. Os moradores de modo geral manifestam-se a favor da criação do parque, pois percebem essa obra como uma área de convívio social e de lazer. Além disso, a criação de um parque exige a limpeza do espelho d’água da lagoa, que há muito está tomado por vegetação graminóide e lixo, interceptação de alguns esgotos que são lançados nessa corpo e a constante manutenção da área como um todo.

No que se refere ao curso d’água principal nota-se, que após as transformações ocorridas no espaço, não houve grandes modificações em sua morfologia causada pelo processo urbano. 1 Pesquisa de campo realizada no Bairro Jardim Vitória em 19/04/2008.

Figura 7: Mata de galeria ao longo do canal

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho possibilitou a análise dos elementos água, vegetação e solo da sub-bacia de um afluente do córrego Gorduras, no bairro Jardim Vitória, buscando diagnosticar alguns pontos de degradação, gerados pela ocupação do solo sem um planejamento urbano controlado e sustentável. Os problemas observados demonstram que a inexistência de políticas adequadas que visem à preservação dos recursos naturais, induz à degradação ambiental.

As transformações ocorridas na paisagem ao longo do período estudado revelam que a urbanização implantada na área não se preocupou em trabalhar os elementos da bacia hidrográfica: água, solo, vegetação e relevo.

O processo de urbanização do bairro Jardim Vitória incorporou as áreas de cabeceiras de drenagem, nascentes e os caminhos preferências de escoamento, desse modo, ocorreu à retirada da vegetação primitiva e impermeabilização do solo, sendo os pontos de surgência da água aterrados para a construção de moradias e acessos.

A impermeabilização do solo tem como conseqüência a diminuição da taxa de infiltração de água, por conseguinte, há um aumento do escoamento superficial e dos processos erosivos. A intensificação desse fenômeno tem como resultado o aumento de sedimentos a serem carreados para a rede de drenagem, o acúmulo desses geram, conforme visualizado ao longo do curso d’água principal da sub-bacia, bancos de sedimentos que podem modificar a morfologia dos canais de drenagem e concorrem juntamente com o aporte de lixo para seu assoreamento.

No que se refere às transformações na morfologia do canal principal da bacia constatou-se que a expansão urbana vivenciada neste espaço produziu alterações pouco significativas, esse fato pode ser atribuído, dentre outros, a dois fatores: a não ocupação da planície de inundação deste leito e a coleta por interceptores de parte expressiva do esgoto doméstico, ambos devidos ao planejamento ocorrido na construção do loteamento. Um fator positivo observado ao longo dos anos analisados foi o aumento da extensão da mata ciliar presente ao longo do canal fluvial principal, sendo que em alguns pontos ocorreu a formação de mata de galeria.

Situação diferente é observada em relação a lagoa artificial existente na área. Este corpo hídrico sofreu grandes alterações: assoreamento, poluição por esgoto doméstico clandestinos e lançamento de lixo, além da tomada do espelho d’água por vegetação. Existe um projeto de transformação da área próxima da lagoa e do canal principal em um parque ecológico, contudo, o poder municipal ainda não concretizou tal intenção.

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É imprescindível que haja mudanças na forma de urbanização, que se adotem modelos que busquem promover a sustentabilidade urbana, ou desenvolvimento sustentável urbano, pois, esse promove a aproximação das dimensões ambiental, social e econômica, relacionando questões relativas à vulnerabilidade social de uma área urbana à capacidade do meio ambiente em absorver os impactos das atividades antrópicas, nele exercidas.

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