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INSTITUTO DE CIENCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA ALTERNATIVAS MECÂNICAS NA VERTICALIZAÇÃO DE MOLARES MARCELO FARIA DA SILVA ARAGUAÍNA-TO 2010

Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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Page 1: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

INSTITUTO DE CIENCIAS DA SAÚDE

FUNORTE/SOEBRAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA

ALTERNATIVAS MECÂNICAS NA VERTICALIZAÇÃO DE

MOLARES

MARCELO FARIA DA SILVA

ARAGUAÍNA-TO

2010

Page 2: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

MARCELO FARIA DA SILVA

ALTERNATIVAS MECÂNICAS NA VERTICALIZAÇÃO DE

MOLARES

Monografia apresentada ao programa de pós-graduação

do Instituto de Ciências da Saúde –

FUNORTE/SOEBRAS Núcleo Araguaína, como parte

dos requisitos a obtenção do título de especialista em

Ortodontia.

ORIENTADOR: MSc Régis Murilo Gomes Siqueira

ARAGUAÍNA-TO

2010

Page 3: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

MARCELO FARIA DA SILVA

ALTERNATIVAS MECÂNICAS NA VERTICALIZAÇÃO DE

MOLARES

Monografia apresentada ao programa de pós-graduação

do Instituto de Ciências da Saúde –

FUNORTE/SOEBRAS Núcleo Araguaína, como parte

dos requisitos a obtenção do título de especialista em

Ortodontia.

ORIENTADOR: MSc Régis Murilo Gomes Siqueira

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Prof. MSc Régis M. G. Siqueira

_________________________________________________________

Profª. M.Sc. Patrícia Pizzo

_________________________________________________________

Prof. Esp. Rogério Cavalcante

Araguaína -TO

2010

Page 4: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha amada mãezinha, que

por vontade Divina, nos deixou ao longo desta

caminhada, mas sempre estará em meu coração.

Page 5: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, meu único e suficiente salvador, por ter me sustentado e

capacitado ao logo de minha vida e no decorrer da construção deste trabalho.

Agradeço a minha amada esposa, pela paciência, companheirismo e compreensão dispensados

durante a elaboração deste trabalho.

Agradeço meu orientador Professor Régis, pelo apoio e orientação no decorrer do

desenvolvimento desta monografia.

Agradeço à coordenação deste curso pela oportunidade de ter sido discente e ter vivenciado

experiências fantásticas, junto aos docentes e alunos, na busca de novos saberes.

Agradeço aos meus amigos e colegas de curso que, direta ou indiretamente me ajudaram na

elaboração desta monografia.

Page 6: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

SILVA, M. F. Alternativas Mecânicas na Verticalização de Molares. 2010. 37f. Monografia

(Especialização em Ortodontia). Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE/SOEBRAS Núcleo

Araguaína, Araguaína-TO, 2010.

Na rotina clínica freqüentemente deparamos com molares inclinados mesialmente devido à perda

prematura de molares decíduos e permanentes, perda ou agenesia de segundos pre-molares, erupção

ectópica e uso prolongado de PLA e/ou AEB, freqüentemente causando impacção de segundos e

terceiros molares. Normalmente, a inclinação mesial dos molares desenvolvem defeitos infra-ósseos

na área mesial e diminuição do espaço interradicular na área de distal. Verticalização dos molares com

abertura ou fechamento de espaço, e até extrações são soluções recomendadas, dependendo da

severidade do problema. O movimento de verticalização de molar é difícil de executar sem extrusão e

freqüentemente produz contato prematuro oclusal e também abertura de mordida. Alguns autores

como Burstone, Melsen, Marcotte e outros defendem o uso do Arco Segmentado, pois proporciona um

controle mecânico e bases teóricas bem definidas, principalmente no movimento de extrusão/intrusão

de molares, com alguns efeitos indesejáveis. O objetivo desta monografia é apresentar os diferentes

tipos de técnicas de verticalização, mostrando os princípios mecânicos e os efeitos colaterais,

descrevendo a biomecânica para cada situação.

Palavras-chaves: Verticalização, molares, cantilever

Page 7: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

ABSTRACT

In the clinical routine we frequently come across mesially tipped molars due to the early loss

of deciduous and permanent molars, missing second premolars, ectopic eruption and

prolonged use of lip bumper or extraoral appliance, frequently causing impaction of second

and third molars. Usually, the mesially tipped molars develop infrabony defects in their

mesial area and the decrease of the interradicular space in their distal area. Molar uprighting

with space openning or closure or even its extraction are the recommended solutions,

depending on the severity of the problem. Molar uprighting movement is difficult to perform

without extrusion and frequently produces premature

occlusal contacts and also bite openning. Some segmented arch appliances advocated by

Burstone, Melsen, Marcotte and other authors provide a mechanical control with well defined

theoretical bases, mainly on the extrusion/intrusion movement of molars, with a few

undesirable effects. The aim of this monograph is to present the different types of uprighting

appliances, showing the mechanical principles and the side effects, describing the proper

biomechanics for each situation.

Keys-Words: Uprighting, molars, cantilever

Page 8: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1: Fio segmentado com alça em “u”, as porções mesial e distal do fio devem estar no

mesmo nível, de modo que quando o fio for flexionado para dentro do tubo, as tensões

geradas provoquem movimento de verticalização do molar. (in JANSON et al, 2001) .......... 14

Figura 2: Efeito “Gable” de 30º em molas em T (TUNCAY et al, 1980) ................................ 16

Figura 3: Efeito de verticalização, rotação e extrusão da mola de ORTON e JONES (1987) . 17

Figura 4: Mola Tip back pré-ativada. in (SHELLHART e OESTERLE,1999) ....................... 18

Figura 5: Mola Tip back e as forças no molar decorrentes da deformação elástica do fio ...... 19

Figura 6: Efeitos da mola, quando utilizada uma contenção 3x3 lingual. ................................ 20

Figura 7: Efeitos da mola sem contenção e sem inclinação do braço da mola......................... 21

Figura 8: Efeitos da mola com ativação lingual e sem contenção. ........................................... 21

Figura 9: Molas helicoidais associadas formando um sistema de forças que promove a

verticalização sem extrusão do molar. ...................................................................................... 22

Figura 10: Etapas de confecção de mola radicular sugerida por ROBERT; CHACKER;

BURSTONE (1982) ................................................................................................................. 23

Figura 11: Ilustração do MUST (DRESCHER et al 1992) ...................................................... 24

Figura 12: Após o encaixe, é produzido um momento de rotação e intrusão no molar ........... 25

Figura 13: Alça de verticalização “piggyback” preconizada por KODOG e KODOD (1991) 25

Figura 14: Alças duplas com fios NiTi ..................................................................................... 26

Tabela 1: Momento requerido x Força. In (ROMEO e BURSTONE, 1977) .......................... 16

Page 9: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

S U M A R I O

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9

2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 10

2.1 Etiologia, Critérios e Benefícios da Verticalização dos Molares ....................................... 10

2.2 Considerações Biomecânicas na Verticalização de Molares .............................................. 12

2.2.1 Definições e Conceitos Mecânicos Básicos ............................................................. 12

2.3 Critérios para a Seleção do Aparelho ................................................................................. 13

2.3.1 Quanto à Ancoragem e Mecânica ............................................................................ 13

2.3.2 Quanto ao Tipo de Movimento Desejado ................................................................ 14

3 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 28

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 31

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 32

Page 10: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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1 INTRODUÇÃO

Apesar de o Brasil concentrar 19% dos dentistas do mundo, cerca de 1/3 da

população ainda sofre com a falta de políticas públicas de saúde bucal, sendo comum a perda

precoce de molares decíduos ou mesmo a perda de 1os

molares permanentes, resultando na

inclinação mesial dos 1os

molares, ou de 2os

e 3os

molares dependendo do dente extraído ou

ausente. Associado à inclinação mesial, ocorrem os defeitos infraósseos verticais e bolsas

infra-ósseas na região mesial dos molares, além da migração distal dos pré-molares, extrusão

do molar antagonista resultando em contatos prematuros e interferências oclusais,

consequências essas que se agravam no decorrer dos anos.

Infelizmente, este é o retrato da situação bucal dos adultos, cada vez mais presentes

nos consultórios de ortodontia e frequentemente observada em nossa rotina, complexificando

bastante a reabilitação bucal do paciente, sendo necessária uma abordagem multidisciplinar,

tornando o tratamento ortodôntico em especial, uma condição imprescindível para o sucesso

da reabilitação, pois para JANSON (2001), com a ortodontia pode-se proporcionar adequado

paralelismo dos dentes que servirão de apoio para prótese fixa ou removível, pode ocorrer à

eliminação de defeitos ósseos verticais sem a necessidade de procedimentos cirúrgicos,

restaurando assim a função normal da mastigação e direcionando as forças oclusais ao longo

do eixo dos dentes, preservando dessa forma a saúde periodontal.

Na ortodontia, a técnica utilizada para o melhor enfrentamento destes casos designa-

se Verticalização de Molares, com abertura ou fechamentos de espaços, intrusão e até

extrações dependendo da gravidade do problema.

Segundo SAKIMA et al (1999), o movimento de verticalização é difícil de realizar

sem provocar extrusão, e frequentemente produz contatos prematuros e abertura de mordida,

contudo, manobras e técnicas que minimizem esses efeitos colaterais serão abordadas neste

trabalho, tendo como principal objetivo instrumentalizar o Ortodontista em sua prática diária

no tocante destes desafios clínicos .

Page 11: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Etiologia, Critérios e Benefícios da Verticalização dos Molares

LANG (1985) relatou que a inclinação leva à formação de pseudobolsas ou bolsas

periodontais verdadeiras na região mesial do molar. Indicou a verticalização por razões pré-

protéticas, visando também um direcionamento axial das cargas oclusais.

Segundo SAKIMA et al(1999), as causas da inclinação e/ou impacção dos molares

seriam: Perda precoce de molares decíduos, perda precoce de primeiros molares permanentes,

irrupção ectópica, utilização prolongada de Placa Lábioativa (PLA) ou Aparelho Extra-Bucal

(AEB) e presença de anquilose severa.

Para JANSON et al (2001), os molares inclinados apresentam etiologia semelhante,

ou seja, houve a perda de um ou mais dentes em um determinado momento da vida do

paciente, frequentemente primeiros molares inferiores, por motivos como: fraturas, cáries

extensas, doença periodontal, iatrogênias e outros fatores, sendo que e o espaço resultante não

foi reabilitado e em consequência, os dentes mais posteriores migram para mesial e os dentes

mais anteriores migram para distal criando um quadro típico que envolve as seguintes

características: Modificação da anatomia óssea na mesial dos molares; áreas de impacção

alimentar na região e entre os pré-molares(espaços abertos entre eles); cáries nas superfícies

de contato distal do segundo molar devido à dificuldade de higienização decorrente do

posicionamento dentário; extrusão do dente antagonista; diminuição do espaço edêntulo

devido a mesialização dos molares; colapso oclusal, principalmente quando as perdas são

bilaterais, ocasionando trauma na região dos dentes anteriores superiores pelo posicionamento

anterior da mandíbula, ocasionando torque dos dentes anteriores inferiores com os dentes

anteriores superiores, determinando situação de trauma oclusal primário com risco potencial

de causar perdas ósseas na região anterior se este persistir por longos períodos de tempo.

Segundo TUNCAY et al (1980), existem três condições preliminares a serem

avaliadas para realização da verticalização de molares:

a) Condições periodontais: Gengivite controlada e periodonto sadio.

Page 12: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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b) Interferências oclusais: Um ajuste oclusal pode ser necessário, pois com um

contato excessivo o dente não se movimenta.

c) Morfologia da raiz: Avaliar forma e comprimento das raízes, além da

possibilidade da exposição da área de furca.

ROBERTS et al (1982) relataram que com a verticalização dos molares algumas

condições seriam obtidas: Eliminação do ambiente patológico (bolsas periodontais), correção

do defeito ósseo devido à extrusão, alinhamento perpendicular das raízes em relação ao plano

oclusal e melhor correlação coroa-raiz. TULLOCH (1982) afirmou que a inclinação mesial

dos segundos molares inferiores provocava uma destruição periodontal pela dificuldade de

higienização na face mesial por forças oclusais mal-direcionadas. A inclinação dos segundos

molares leva a uma formação de uma crista óssea angular. A verticalização do molar “alarga”

o defeito ósseo, favorecendo um melhor contorno da gengiva.

Para SAKIMA et al (1999) e JANSON et al (2001), relatou que durante a

verticalização frequentemente obtêm-se duas variáveis de força: uma no sentido distal e outra

de extrusão, sendo esta responsável pela redução da bolsa periodontal quando presente.

Durante a extrusão dentária, desde que haja saúde periodontal, com ausência de inflamação e

controle da placa bacteriana, tanto o osso alveolar quanto o periodonto tendem a acompanhar

o dente no sentido oclusal.

Durante a mecânica ortodôntica, SAKIMA et al (1999) relata que as áreas de tensão

e pressão do ligamento periodontal norteiam as modificações ósseas induzidas pelo

movimento ortodôntico ocasionando reabsorção e neoformação ósseas subseqüentes. Por isso,

a terapia periodontal prévia ocupa papel e extrema importância nestas situações, pois o

preparo inicial, com redução ou eliminação total da inflamação, condiciona a resposta

favorável que pode ser atingida com o movimento ortodôntico. O reconhecimento de

arquitetura óssea patológica é essencial no correto planejamento dos casos; e embora não seja

comum encontrar bolsas profundas e defeitos ósseos nas superfícies distais de molares

inclinados para mesial, com ausência de dentes em sua área distal, quando estes estiverem

presentes e esta situação ocorrer, efeitos indesejados da verticalização podem incluir o

agravamento destes defeitos. Ao detectarem-se essas condições e decidir-se pela execução do

tratamento deve-se manter rígido controle da saúde periodontal nesta área, com raspagem e

alisamento radicular freqüentes, no intuito de evitar abscessos e edemas que porventura

possam ocorrer.

Page 13: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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2.2 Considerações Biomecânicas na Verticalização de Molares

2.2.1 Definições e Conceitos Mecânicos Básicos

São necessárias algumas definições prévias acerca de alguns conceitos físicos

amplamente utilizados na Ortodontia, especialmente em se tratando de verticalização de

molares, pois para BURSTONE (1975), os estudos de engenharia e física aplicados à

ortodontia têm como principal objetivo apontar uma maneira de aperfeiçoar o plano de

tratamento ortodôntico. Desta maneira, BRASIL (1990), definiu alguns termos:

a) Centro de Resistência (CR): É considerado o centro geométrico do corpo.

De acordo com BURSTONE (1975), o CR no dente é o determinado ponto no qual a

aplicação de uma força produz pura translação. Está localizado em algum ponto a um terço de

distância da crista alveolar ao ápice. Segundo MARCOTTE (1998), o CR de um molar sem

perda periodontal localiza-se na área de furca, já em dentes unirradiculares, a localização se

dá a 0,33 da distância da crista alveolar ao ápice. À medida que ocorre perda periodontal, o

CR desloca-se apicalmente, no entanto, caso a gengiva seja espessa e fibrótica, este se desloca

para a oclusal.

Para SAKIMA et al (1999), a aplicação da força diretamente sobre o Centro de

Resistência do dente produz movimento de translação, mas raramente essa força passa sobre o

mesmo. BRASIL (1990) definiu também:

b) Centro de Rotação: Mecanicamente denominado eixo de rotação, é o único

ponto do corpo que, durante o movimento, as resultantes das forças são nulas.

c) Momento: É uma tendência rotacional de um corpo, no qual foi aplicada uma

força, em torno de um eixo fixo. O valor do momento é um produto de duas

unidades: A força aplicada e a distância de aplicação da força ao eixo do objeto.

Segundo ROBERTS; CHACKER; BURSTONE (1982), clinicamente as forças

ortodônticas são aplicadas ao nível da coroa dentária e esta força não passando pelo CR cria

em adição à translação, uma tendência rotacional denominada momento de força (M = F x d)

equivalente ao produto da força versus a distância perpendicular ao CR. Outra forma de se

obter uma tendência rotacional é por meio de um binário.

Page 14: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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d) Binário: É um sistema de duas forças atuando sobre um corpo específico.

Elas devem descansar sobre um mesmo plano, porém, não devem ter o mesmo

ponto de aplicação. Devem ser iguais, opostas, paralelas e não-colineares.

O momento gerado por um binário produz um movimento de rotação pura, ou seja, o

dente gira tendo como centro de rotação o centro de resistência. Dessa forma os aparelhos

fixos podem produzir translações, rotações puras, ou inclinações que combinam forças e

momentos. A verticalização do molar depende deste momento produzir o movimento de

rotação que corrige a inclinação. A magnitude do momento necessário para a verticalização

do molar é sugerida de forma empírica em torno de 1000 à 1.500g.mm, dependendo do

sistema de forças e o tipo de movimento utilizado para verticalização. A verticalização pode

ser combinada com deslocamentos ântero-posteriores (abertura de espaço ou fechamento) ou

verticais (extrusão ou intrusão). (FIORELLI; MELSEN, 1995)

2.3 Critérios para a Seleção do Aparelho

2.3.1 Quanto à Ancoragem e Mecânica

Em (2001), JANSON et al, relataram casos clínicos os quais eram pretendidos

apenas a verticalização de molares com fins de reabilitação protética, assim sendo, realizaram

a colagem dos braquetes de maneira passiva a fim de servirem apenas de ancoragem para o

intuito de verticalizar os molares e promover o paralelismo radicular desejado. Relataram que

no processo de escolha do aparelho, deve-se levar em consideração o tamanho do espaço

edêntulo, quantos dentes necessitam movimentação, se o tratamento é uni ou bi lateral, se

existem outros espaços no arco e se o objetivo é somente verticalizar determinados dentes ou

modificar todo o contorno e relacionamento interarcos. Desta forma JANSON et al (2001)

sugere um protocolo para a seleção do aparelho baseando-se nas seguintes variações: a)

Quanto à ancoragem, onde os espaços sendo unilaterais deve-se utilizar como ancoragem até

o canino do lado oposto para desta forma, envolver-se os 3 planos do arco e alcançar maior

estabilidade dos dentes de ancoragem. Para maior estabilidade e evitar efeitos colaterais,

recomendaram também a colagem de fio .028” 3x3 inferior. Em movimentos bilaterais,

recomendaram o envolvimento de todo o arco dentário, b) Quanto à mecânica utilizada:

Page 15: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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Figura 1: Fio segmentado com alça em “u”, as porções mesial e distal do fio devem estar no mesmo nível, de

modo que quando o fio for flexionado para dentro do tubo, as tensões geradas provoquem movimento

de verticalização do molar. (in JANSON et al, 2001)

Espaços pequenos (1 molar,1 molar e 1 pré-molar ou 2 pré-molares): Sugeriram o

uso fios contínuos, iniciando-se com o fio NiTi .014 até o fio de aço inox .016 podendo

utilizar molas de secção aberta se necessário. Em grandes espaços (ausência de 2 molares ou

mais), os fios segmentados, com alça em “u” são sugeridos como melhor opção (Fig. 01), pois

permitem a movimentação efetiva, com poucas trocas, sem quebras e rapidez. Fios redondos

de grosso calibre(.018” ou .020”) podem ser utilizados inicialmente, já que a ativação é

realizada na extremidade do fio. Nesses casos é necessário o uso de fios retangulares, pois

com esses é possível realizar torque lingual de coroa nos dentes de ancoragem anteriores,

minimizando efeitos colaterais que porventura possam ocorrer, pois quando um segundo ou

terceiro molar se encontram isolados, além de inclinados para mesial, costumam estar girados

para mesial e inclinados lingualmente, justificando o uso do fio retangular para se ter um bom

controle desta movimentação.

2.3.2 Quanto ao Tipo de Movimento Desejado

O sistema de força a ser utilizado deve ser muito bem planejado evitando que efeitos

colaterais indesejáveis como extrusão, abertura de mordida e abertura de espaços não

desejados venham a dificultar a intercuspidação final.

Page 16: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

15

SAKIMA et al (1999) recomenda é necessária a observância de alguns fatores,

como o grau de severidade da inclinação ou impacção do molar, o comportamento

periodontal, a dificuldade de acesso à coroa, a intenção de fechamento ou a abertura do

espaço para a reposição protética e a necessidade de intrusão associada à verticalização.

Como relatamos anteriormente, várias molas de verticalização descritas na literatura

geralmente desencadeiam forças extrusivas aos molares, mas há também as molas com efeitos

mésiodistais, assim como há aqueles que foram introduzidos para proporcionar uma intrusão

efetiva junto com a verticalização associando um arco de estabilização ou uma mola de

correção radicular.

Para facilitar a compreensão da dinâmica dos diversos aparelhos de verticalização

citados na literatura, SAKIMA et al (1999) sugere a divisão em 3 grupos de acordo com os

efeitos resultantes da mola. As molas de verticalização podem produzir diferentes efeitos

resultantes associados à verticalização: Extrusão, intrusão e mesio-distal.

A) Molas de Verticalização com Extrusão:

NORTON e PROFFIT (1968) citaram a alça em caixa confeccionada com fio

retangular 0,019” x 0,025” como recurso para correção de primeiros e segundos molares

inclinados. A grande extensão do fio facilitava a inserção nos braquetes. Teoricamente não

deveria haver extrusão, mas na prática clínica ocorre extrusão suave.

ROMEO e BURSTONE (1977), utilizaram as molas tipo “Tip Back” com fio 0,018”

x 0,025”além de helicóides para conseguir simultaneamente a verticalização e efeito intrusivo

de incisivos. Os autores utilizaram uma força vertical e um momento de força necessário uma

magnitude do momento de mais ou menos 2.500g.mm. Quando se considera que a média da

extensão do braço do “Cantilever” é em torno de 15mm, é preciso aplicar uma força de 165

gramas para conseguir o momento desejado. Esta força intrusiva na unidade de ancoragem

anterior produzirá normalmente um efeito de verticalização e extrusão dos dentes posteriores

antes da intrusão dos anteriores. O gancho do Cantilever posicionado entre canino e incisivo

lateral (centro de resistência do segmento anterior) ou localizado um pouco mais para distal,

evita a protrusão do segmento anterior. Elaboraram uma tabela de correspondência como se

observa na tabela 01 abaixo:

Page 17: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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Dentes Momento requerido Comprimento Força (g)

1 molar 800-1200 30 27-40

2 molares 1600-2400 30 53-80

1 molar + 1 pré-molar 1200-1800 30 40-60

2 molares + 1 pré-molar 2400-3600 30 80-120

Tabela 1: Momento requerido x Força. In (ROMEO e BURSTONE, 1977)

TUNCAY et al (1980) propuseram para a verticalização de um único molar a mola

segmentada com alça simples em T (Fig. 02), tendo como ancoragem o canino e os pré-

molares do lado do molar inclinado; além de um arco lingual unindo os dois caninos para

aumentar a ancoragem e dentes conjugados para evitar abertura de espaços. Para

verticalização de dois molares adjacentes, os autores preconizavam o uso de arco segmentado

com alças duplas em T(Fig. 02). A ativação da mola na mesial do molar formaria um ângulo

de 60º entre a parte do fio a ser encaixado com a direção da luz do tubo, sendo que na distal

do molar, a ativação deveria ser de 30º. Concluíram que ocorreria um controle dos

movimentos nos três planos, pequeno tempo de tratamento, em torno de oito a dezesseis

semanas, e extrusão controlada.

Figura 2: Efeito “Gable” de 30º em molas em T (TUNCAY et al, 1980)

Page 18: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

17

Nas décadas de 50 e 60, SAKIMA et al (1999) relata o uso de aparelhos removíveis

para a verticalização de molares, os quais possuíam uma mola ativa que promovia o

movimento no sentido mésio-distal e consequentemente leve extrusão. Com o advento do

sistema adesivo e colagens diretas dos braquetes, as molas do tipo “tip back” (Fig. 04 e 05),

preconizadas também por WEILAND et al (1992) se tornaram uma opção frequente em casos

de verticalização com extrusão.

Segundo ROBERTS; CHACKER; BURSTONE (1982), mesmo em casos onde a

extrusão é indicada (correção de defeitos infraósseos), ela se torna indesejável quando ocorre

mais rápida que a correção da inclinação, sendo assim, SAKIMA et al(1999) recomenda o

ajuste oclusal para evitar uma mordida aberta em casos de extrusão rápida e exagerada.

ORTHON e JONES (1987) sugeriram uma mola com helicóide e gancho para apoio

adjacente anterior, como se observa na figura abaixo (Fig. 03). WEILAND et al (1992)

indicaram o uso de mola helicoidal para verticalização com extrusão, método semelhante foi

recomendado por TULLOCH (1993).

Figura 3: Efeito de verticalização, rotação e extrusão da mola de ORTON e JONES (1987)

SINHA(1995), relataram o uso de uma mola em espiral comprimida para verticalizar

segundos molares retidos.

MAJOURAU e NORTON (1995) sugeriram uma mola em forma de dedo ativada

por outra em forma de espiral para verticalizar molares impactados.

MELSEN, FIORELLI, BERGAMINI (1996), afirmaram que o comprimento do

cantilever interferirá no momento do molar. Quanto mais curto o braço do cantilever maior

Page 19: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

18

será o componente extrusivo do molar, e quanto mais longo o comprimento, menor é o

efeito extrusivo.

CARANO e TESTA (1997) preconizaram o uso do Distal Jet inferior para

verticalização de molares inferiores, pois promove um controle do movimento molar com

insignificante componente extrusivo, ao contrário do Distal Jet superior, que com a falta de

uma conecção rígida, sofre uma inclinação distal de coroa.

MARCOTTE (1998), recomendou o arco de intrusão, em caso de ausências

bilaterais, sendo que principal diferença entre este aparelho e o mecanismo de “tip back” que

Burstone e outros preconizam, está na localização do centro de rotação. O C. Rot. move-se

mesialmente, próximo à raiz mesial do primeiro molar pois o arco base fica firmemente

amarrado e as raízes dos dentes do segmento posterior movem-se para frente e não há

aumento no comprimento do arco. O arco base pode ser confeccionado com fios de aço

0,018” x 0,025” com helicóides ou fios de TMA 0,017” x 0,025 sem helicóides

SHAPIRA et al (1998) enfatizaram a abordagem precoce em se tratando de molares

semi-impactados, e preconizaram o uso de molas Tip Back associadas a procedimento

cirúrgico (quando necessário) para correção destes dentes.

SHELLHART e OESTERLE(1999), ilustraram a mola Tip Back em pré-ativada (Fig.

04) e ativada mostrando toda a interação do sistema de forças (Fig. 05).

Figura 4: Mola Tip back pré-ativada. in (SHELLHART e OESTERLE,1999)

Page 20: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

19

Figura 5: Mola Tip back e as forças no molar decorrentes da deformação elástica do fio

Segundo SAKIMA (1999), quando o molar pode ser extruído, a verticalização é

frequentemente realizada com a mecânica de tip back, utilizando as alças ou molas

segmentadas que se encaixam no molar inclinado e se estendem até a região anterior no

segmento anterior do arco. Neste tipo de mecânica o centro de rotação se situa na região distal

do 2° molar e conforme a ação da alça ou mola se consolida, ocorre um momento negativo,

resultando a verticalização com força extrusiva no segmento posterior, acompanhado de

pequena abertura de espaço e aumento do comprimento do arco. Para confecção destas molas

utilizam-se fios de secção retangular de aço inoxidável ou de TMA (titânio-molibidênio). As

molas de verticalização de aço variam desde 0,016” x 0,022” até 0,018” x 0,025” e

geralmente apresentam helicóides que aumentam o comprimento do fio reduzindo a

magnitude da força. As molas de TMA são confeccionadas com fios de secção 0,017” x

0,025” e por apresentarem maior flexibilidade e liberarem magnitude de força muito menor

do que o aço, podem ser instaladas sem nenhum helicóide e ativadas com dobra em “V” ou

dando curvatura apenas. Quanto ao efeito intrusivo anterior, este é minimizado à custa da

estabilização de todo o segmento anterior com fio retangular, ou através de fios de contenção

lingual colado ou arcos linguais ancorados nos pré-molares. Quanto à protrusão do segmento

anterior, este é evitado pela posição do gancho da mola localizado entre canino e incisivo

lateral, ou um pouco mais para posterior (C Resistência do segmento anterior). Estas molas

tipo tip back são também denominadas de “cantilever”.

SAWICKA et al (2007) relataram um caso de segundo molar parcialmente

impactado, onde o tratamento ocorreu de maneira eficaz com a utilização de cantilevers.

Page 21: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

20

KOJIMA, MIZUNO e FUKUI (2007), realizaram um experimento que

utilizava um método de simulação mecânica para predizer a movimentação ortodôntica de um

dente em situações clínicas. Afirmaram que a verticalização de molares, usando uma mola de

verticalização é um tratamento fundamental na técnica ortodôntica, porém, análises mecânicas

nunca foram realizadas a fundo em se tratando de verticalização de molares, e o mecanismo

de movimentação do dente nunca foi bem elucidado. Os propósitos deste artigo foram

elucidar estes mecanismos e demonstrar a utilidade de simulações mecânicas, podendo ter

seus efeitos calculados quantitativamente. Utilizou-se o método do elemento finito 3D para

simular a verticalização de um segundo molar, concluíram que os efeitos da contenção e da

inclinação do braço ativo da mola sobre o movimento dentário puderam ser demonstrados

quantitativamente (Fig.07), e ainda, que a contenção foi útil para reduzir o movimento dos

dentes de ancoragem (Fig. 06), sendo que o mesmo efeito poderia ser alcançado dobrando o

braço ativo da mola em direção lingual (Fig.08)

Figura 6: Efeitos da mola, quando utilizada uma contenção 3x3 lingual.

Page 22: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

21

Figura 7: Efeitos da mola sem contenção e sem inclinação do braço da mola

Figura 8: Efeitos da mola com ativação lingual e sem contenção.

SAITO et al (2009), relataram o uso de elásticos de separação para desimpactar

segundos molares semi-impactados, usaram os elásticos por 15 dias, depois intervalo de 15

dias, e novamente mais 15 dias de uso contínuo. Observaram que com 12 meses de tratamento

os dentes entraram em oclusão.

Page 23: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

22

B) Molas de Verticalização com Intrusão

Este tipo de movimento dentário é difícil de conseguir segundo SAKIMA et al

(1999), mas desejável com frequência. É possível obter este tipo de resultante naqueles

pacientes de tipo facial braquicéfalo, pois a força oclusal ajuda a neutralizar as forças

extrusivas. Em pacientes com matriz muscular frágil e padrão de crescimento excessivamente

vertical é difícil conseguir a componente de intrusão sem extruir os dentes de ancoragem.

MAJOURAU e NORTON (1995) recomendaram a verticalização sem extrusão,

usando uma mola de braço longo e conjugando o molar com os dentes de ancoragem.

MELSEN, FIORELLI, BERGAMINI (1996), recomendam a associação de um arco

de estabilização passando pela distal do tubo do molar inclinado, exercendo uma força

intrusiva e oposta à força de ativação da mola de verticalização de efeito extrusivo, de

semelhante modo, SHELLHART e OESTERLE(1999), preconizaram o uso de uma segunda

mola de estabilização para contrapor o efeito extrusivo da mola tipo Tip Back (Fig. 09),

também chamadas de “tip back cruzada”.

Figura 9: Molas helicoidais associadas formando um sistema de forças que promove a verticalização sem

extrusão do molar.

Page 24: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

23

A molas de MELSEN, FIORELLI, BERGAMINI (1996) são confeccionadas

com fios TMA 0,017” x 0,025”. Um cantilever longo inserido no tubo molar é estendido até o

segmento anterior à distal dos incisivos laterais, liberando um momento de verticalização

associado à força de extrusão no molar. Um segundo cantilever inserido no “tubo em cruz” ou

“cruzeta” fixado entre pré-molares ou entre pré-molar e canino é estendido até a região distal

do 2° molar que produz um componente de força intrusiva no molar, eliminando o efeito

indesejável de extrusão no molar e um momento anterior provocado pelo primeiro cantilever.

Para se evitar uma inclinação vestibular da coroa, a força intrusiva pode ser aplicada por

vestibular e por lingual. O sistema utilizando cantilever é definido como estaticamente

determinado, pois o sistema de força é totalmente previsível e sempre a força é liberada em

apenas um ponto de aplicação (em uma das extremidades do cantilever).

Verticalização e Intrusão de molares com Mola para Correção Radicular

Segundo ROBERTS; CHACKER; BURSTONE (1982), as molas radiculares

apresentam um sistema de força estaticamente indeterminado e podem ser confeccionadas

com fios de aço 0,018” x 0,025” ou TMA 0,017” x 0,025”. Os fios de TMA liberam uma

magnitude de força da mola muito menor. A posição alfa indica a componente anterior da

mola e a posição beta indica o componente posterior (Fig. 00). Confecciona-se a mola passiva

e esta é pré-ativada de modo que o momento alfa da dobra de pré-ativação (± 45 graus) seja

maior que o momento beta de pré-ativação (± 10º) (Figura 00). A conjugação do segmento

anterior e posterior é importante pois desloca o Centro de Rotação para mesial do molar,

conseguindo o efeito de verticalização, mesialização de raiz e fechamento de espaço. A

estabilização do segmento anterior com fio de aço retangular (0,019” x 0,025”) associado a

outros dispositivos como o arco lingual são essenciais para garantir o sistema de força

planejado.

Figura 10: Etapas de confecção de mola radicular sugerida por ROBERT;

CHACKER; BURSTONE (1982)

3 - 4mm Lingual

Passiva Pré-Ativação Compensação

Page 25: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

24

Técnicas simples de Verticalização de molares com o uso de fios de NiTi 0,016”

por 0,022”

Chamado de MUST(Molar Uprighting Simple Technique) e preconizada por

DRESCHER et al (1992), consiste na associação de uma mola de verticalização do tipo NiTi

com fios de aço na mesial e distal que produzem tanto o momento de verticalização como a

força de intrusão. O aparelho simplificado para verticalização de molar foi também sugerido

por CAPELLUTO e LAUWERYNS (1997), o fio de Ni Ti super elástico, uma vez inserido

nos tubos, estará ativado e liberará forças leves e contínuas, produzindo forças, binários,

momentos, gerando uma força de distalização horizontal contra o molar, assim como uma

reação mesial de fio (Fig. 11).

Figura 11: Ilustração do MUST (DRESCHER et al 1992)

Molas de Verticalização de Molares Associando Fios de NiTi e Aço

Segundo SAKIMA et al (1999), esta mola é pré-fabricada (FORESTADENT) e

associa os fio de NiTi (0,016” x 0,022”) e os fio de aço (0,017” x 0,022”) conectados por um

tubo (Fig. 12). A mola é ajustada colocando a extremidade do fio NiTi no molar inclinado e a

extremidade do fio de aço é regulada de acordo com a distância do molar até os tubos em cruz

fixados geralmente na região entre canino e pré-molar, com uma dobra de pré-ativação

apropriada para gerar uma força intrusiva no molar. Determinado o comprimento da mola,

Page 26: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

25

estabiliza-se ou fixa-se apertando com alicate o tubo que acopla o fio NiTi ao fio

retangular (Fig. 12).

Figura 12: Após o encaixe, é produzido um momento de rotação e intrusão no molar

C) Molas de Verticalização com componente Mésio-Distal

A mola projetada LANG (1985) para desimpactar os segundos molares era composta

por uma alça com um gancho pra distal com fio 0,034” soldado no tubo vestibular para

distalizar o segundo molar inclinado através de alastiks colocados desde o gancho até o botão

colado na superfície oclusal do dente. O arco lingual era usado para ancoragem e

estabilização.

KODOG e KODOD (1991) descreveram alças de verticalização “piggyback” (Fig.

13), compostas por 4 alças e confeccionadas em fio redondo 0,018” aço, esta produz força

predominantemente mésio-distal, mesmo com a presença do germe do 3º molar inferior.

Figura 13: Alça de verticalização “piggyback” preconizada por KODOG e KODOD (1991)

Page 27: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

26

A mola apresenta quatro alças: a, b, c, d (Figura 05): a) loop de acabamento, b) loop

para ativação, c) alça em “U” vertical, d) extremidade final (para inserir na mesial do molar

impactado). Ao amarrar firmemente o segmento com as 4 alças sobre o segmento de

estabilização (do primeiro molar até região de pré-molares), inserindo a extremidade final da

alça na ameia entre o primeiro molar e o segundo molar inclinado ocorrerá a ativação da

mola. Em duas a quatro semanas ativando uma vez por semana, será possível observar o

início da verticalização com distalização do molar impactado.

LOCATELLI et al (1992), propuseram métodos de verticalização e distalização de

molares à custa da propriedade super elástica dos fios de níquel titânio (Nitinol). Adaptaram

tubos para “stop”, aumentando o comprimento do fio e induzindo a uma distalização. Para

minimizar os efeitos da força mesial, recomendaram o uso de elásticos inter-maxilares tipo

Classe II no arco superior e Classe III em caso de molares inferiores.

GIANCOTTI e COZZA (1998),publicaram uma modificação do método utilizando

alça dupla com fios de NiTi para distalização simultânea de primeiros e segundos molares

(Fig. 14)

Figura 14: Alças duplas com fios NiTi

Page 28: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

27

D) Verticalização de Molares Ancorados em Mini-Implantes

Segundo GIANCOTTI et al (2003), dependendo do grau de angulação que o dente

em questão se encontre, e levando em consideração o volume radicular, este tipo de

movimentação se torna difícil. A possibilidade do uso de mini-implantes com carga imediata

tem modificado a abordagem clínica e biomecânica deste problema. Seja para evitar

movimentações indesejadas nas unidades de ancoragem, seja para impedir a extrusão do

próprio molar, a utilização de um ou mais mini-implantes ortodônticos pode ser de grande

valia. Um das opções para inserção de mini-implantes com intuito de desimpactar e/ou

verticalizar molares é a região retromolar. Neste caso, o ponto de ancoragem fica posicionado

distalmente da unidade em questão, ocorrendo assim uma abertura de espaço. A ativação pode

ser realizada com molas fechadas, elásticos em cadeia ou em fio, do implante ao acessório

fixado, onde for possível (faces distal, oclusal ou mesial), no dente a ser movimentado. Para

MARASSI (2005), não existindo espaço para a instalação do dispositivo, devido à ausência de

mucosa ceratinizada na região, o mini-implante pode ficar submerso e se utilizar um fio de

amarrilho metálico como elo de ligação com o meio externo, de forma a possibilitar a

ativação do sistema. Quando a intenção é verticalizar um molar, fechando o espaço, pode-se

lançar mão de uma posição anterior do mini-implante, neste caso o ponto de aplicação de

força poderá ser um fio inserido por distal no braquete do molar, que passe abaixo do seu

centro de resistência, devendo-se neste caso, ter atenção especial com a profundidade do

vestíbulo, evitando-se desconforto por parte do paciente.

DI MATEO et al (2005) relataram que a movimentação ortodôntica frequentemente

exige recursos adicionais de ancoragem. Assim sendo, realizaram uma pesquisa com três

indivíduos que tinham molares com inclinação mesial maior que 20º. Estes foram tratados

ortodonticamente com aparelho fixo, foram implantados mini-implantes nas superfícies

distais aos molares em questão. Iniciou-se a verticalização utilizando ligaduras elásticas do

implante ao acessório soldado ao molar com força de 150/200 gramas/força. Concluíram que

os mini-implantes representam uma alternativa efetiva de ancoragem ortodôntica na

verticalização de molares inferiores.

Page 29: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

28

3 DISCUSSÃO

O mecanismo de irrupção do segundo molar inferior resulta do processo de

remodelação óssea da borda anterior do ramo ascendente da mandíbula (ENLOW,1990),

entretanto pode ocorrer uma falha neste mecanismo de irrupção devido à falta de espaço no

arco gerada por um crescimento insuficiente da mandíbula relatada por SINHA et al (1995) e

VEDTOFTE et al (1999), ou o excessivo tamanho dentário (LANG,1985), à mecânica de

verticalização do primeiro molar inferior, durante a fase de dentadura mista (PROFFIT,

1986), à presença de um espaço significante entre o germe dentário do segundo molar inferior

e a raiz do dente anterior adjacente, dificultando o desenvolvimento e alterando a via normal

de erupção(ORTON; JONES, 1987). Para GAZIT e LIEBERMAN (1993), este espaço pode

ser decorrente da extração do primeiro molar inferior ou mecânica de mesialização deste

mesmo dente.

A mecânica de verticalização dos segundos molares parece ser a melhor conduta,

mostrando-se eficaz e segura, com um mínimo de perda de vitalidade pulpar e desconforto ao

paciente e boa proservação (MAJOURU; NORTON, 1995; ORTON; JONES, 1987;

ROBERTS, CRACKER; BURSTONE, 1982). Quando estes dentes apresentam uma irrupção

parcial, com a sua porção mesial sob o contorno distal das coroas dos primeiros molares, a

mecânica se torna mais rápida (SINHA; NANDA; CHO, 1995). Entretanto, a mecânica se

mostra mais difícil diante de uma posição mais profunda e horizontal dos segundos molares,

necessitando de uma intervenção cirúrgica para propiciar a exposição de uma região coronária

favorável e posterior colagem do acessório para aplicação da força ortodôntica (GAZIT;

LIEBERMAN, 1993; SINHA; NANDA; CHO, 1995). Outro aspecto importante seria a

possibilidade e/ou grau de exposição da área de furca, pois BURCH et al, em 1992, realizou

trabalho estudando o comportamento de 20 molares inferiores com lesão de furca submetidos

ao movimento verticalização, por meio de medições de 40 locais específicos (20 no aspecto

lingual e 20 no aspecto vestibular) pré e pós-ortodontia. No aspecto vestibular, nove tiveram

agravamento do quadro, um teve melhora e dez não demonstraram alterações e no aspecto

lingual, nove tiveram agravamento do quadro e onze permaneceram inalterados. Em relação

aos resultados o autor relaciona como possíveis causadores do agravamento a higiene

inadequada, presença de placa bacteriana na região de furca e forças ortodônticas

inadequadas, com grandes componentes de extrusão.

Page 30: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

29

A inclinação dos molares inferiores traz, como consequência, a formação de

pseudobolsas ou bolsas periodontais verdadeiras na mesial do dente inclinado, como citado

por LANG (1985), TULLOCH (1982), WEILAND et al (1992), MELSEN et al (1996),

SAKIMA et al (1999) e JANSON et al (2001); este fenômeno ocorre devido à tendência da

crista óssea alveolar em acompanhar a junção cemento-esmalte, aliada a dificuldade de acesso

para higiene nesta região e principalmente a falta de paralelismo das coroas para reconstrução

protética no futuro.

Os objetivos da verticalização dos molares seriam: eliminar o ambiente patológico

segundo JANSON et al (2001), diminuir a retenção do biofilme dentário na mesial do dente

inclinado e facilitar a higienização(TULLOCH, 1982), corrigir os defeitos ósseos verticais,

reduzir ou eliminar as bolsas periodontais além de melhorar o suporte ósseo alveolar, com

melhor direcionamento axial das cargas oclusais, conforme trabalhos de TUNCAY et al

(1982), ROBERTS et al (1982) TULLOCH (1982), WEILAND et al (1992), BURCH et al

(1992), SAKIMA et al (1999) e JANSON et al (2001).

Muitas técnicas têm sido sugeridas para a verticalização de molares, na dependência

da gravidade da inclinação e do tipo de retenção do dente: no caso de retenções leves, sugere-

se o uso de fios de latão, molas em espiral ou fios super elásticos; nas retenções moderadas,

um sistema de força ativa, mola com alça em T e Cantilevers, e nas retenções horizontais,

indica-s a remoção cirúrgica (ORTON e JONES, 1987 e SAKIMA et al, 1999).

SHELLHART e OESTERLE (1999) mostraram que a redução da coroa do dente a

ser verticalizado só é vantajosa se esse dente for utilizado como pilar de prótese no futuro,

enquanto que a intrusão não é viável, em caso de presença de bolsa periodontal, pois

aprofundaria a mesma (JANSON et al, 2001).

ROBERTS et al (1982), descreveram que todo molar a ser verticalizado sofre um

falsa irrupção, pois no movimento espontâneo de inclinação ele também extrui; no momento

da verticalização, mesmo que o C. de Rot. Do dente não se mova, a coroa do dente vai estar

acima do plano oclusal da mandíbula, fato este confirmado em trabalhos de SHELLHART e

OESTERLE (1999) e KOJIMA, MIZUNO e FUKUI (2007).

A verticalização seria contra-indicada quando o molar apresentasse reabsorção

radicular, doença periodontal ativa, risco de exposição de área de furca ou relação crista

alveolar/junção amelocementária não pudesse ser mantida (ROBERTS et al, 1982).

Page 31: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

30

Apesar de alguns autores recomendarem reposicionamento cirúrgico, GAZIT e

LIEBERMAN (1993), tal procedimento provocaria perda da vitalidade pulpar, anquilose e

reabsorção da raiz.

Os aparelhos e técnicas utilizadas para verticalização de molares variam conforme a

necessidade do caso: a) Nas verticalizações que permitem alguma extrusão, o Cantilever

preconizado por ROMEO e BURSTONE (1977), ROBERTS et al (1982), WEILAND et al

(1992), TULLOCH (1993), SHELLHART e OESTERLE (1999), KOJIMA, MIZUNO e

FUKUI (2007), em caso de retenção, a mola com gancho recomendada por ORTON e JONES

(1987) se mostra eficaz; b) Nas verticalizações para a manutenção do dente em sua posição ou

para intruí-lo, pode usar a mola para correção radicular proposta por ROBERTS et al (1982),

ou a associação de duas molas Cantilever atuando em sentidos contrários como recomendam

MELSEN, FIORELLI, BERGAMINI (1996), SHELLHART e OESTERLE (1999) e

SAKIMA et al (1999), ou ainda lançar mão do uso de mini-implantes quando a ancoragem for

crítica como sugerem GIANCOTTI et al (2003) e DI MATEO et al (2005).

A observância em relação à importância da ancoragem citada por SAKIMA et al

(1999) e JANSON et al (2001) deve ser seguida pois com o trabalho de KOJIMA, MIZUNO e

FUKUI (2007), pode-se quantificar o grau de iatrogênia quando esta é ignorada.

O tempo de tratamento para a verticalização de molares varia segundo cada autor: 8

semanas segundo SINHA et al (1995); 8 a 16 semanas segundo TUNCAY et al (1980); 10 a

14 semanas em estudos de TULLOCH (1982); 4 a 12 meses, conforme relatos de ORTON e

JONES (1987) e 3 a 5 meses segundo JANSON (2001).

Page 32: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

31

4 CONCLUSÃO

As causas mais frequentes da inclinação e/ou impacção dos molares seriam: Perda

precoce de molares decíduos, perda precoce de primeiros molares permanentes, irrupção

ectópica, agenesia de pré-molares, utilização prolongada de Placa Lábioativa (PLA) ou

Aparelho Extra-Bucal (AEB) ou presença de anquilose severa.

Como pôde ser avaliada por meio da literatura a verticalização de molares é uma

terapia ortodôntica muito útil, possibilitando melhora nas condições periodontais dos dentes

inclinados tais como: a diminuição ou eliminação de defeitos ósseos, melhora na proporção

coroa-raiz nos dentes comprometidos periodontalmente, delineamento correto da topografia

óssea e gengival e melhor acesso para controle da higienização por parte do paciente. Em

relação ao tratamento restaurador, possibilita confecção de pônticos de tamanhos adequados e

pilares de próteses paralelos e verticais, permitindo que as forças oclusais incidam sobre o

longo eixo dos dentes e diminuindo a necessidade de desvitalização pulpar.

Quanto aos sistemas de força, muitas são as opções a serem utilizados para a

verticalização de molares que se encontram inclinados em diferentes situações. Analisando os

dispositivos e sua biomecânica, consideramos que as molas de verticalização com

componente extrusivo, do tipo “cantilever” levam certa vantagem sobre os arcos contínuos

com alças, pois as forças de reação ficam distribuídas no segmento anterior (mais dentes) e

não somente nos dentes vizinhos ao molar a ser verticalizado. No entanto, quando nenhum

movimento extrusivo no molar é permitido, o melhor sistema é o preconizado por WEILAND

et al (1992) e MELSEN et al (1996). Este dispositivo composto por dois cantilevers libera

forças e momentos constantes, sem alteração do sistema de forças sob a ativação. Em caso de

ancoragem crítica, a melhor opção seria o uso de mini-implantes, pois estes representam a

ancoragem dita absoluta.

Page 33: Alternativas mecânicas para verticalizaçao molares

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