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Ano XVI Nº 4624 Quarta-feira 29/Julho/2015 Editor: Refinaldo Chilengue Primeiro jornal ilustrado transmitido por FAX, E-mail e entregue por estafeta no endereço desejado (só cidade de Maputo), de 2ª a 6ª-feira. Propriedade da SOJORNAL Sociedade Jornalística, Avenida Filipe Samuel Magaia, 528-3º Flat 6, Maputo Moçambique - C.P. 1756 E-Mail: [email protected] – Tel.: Redacção: 21305322/3 - Editor: 21305326 - Fax: 21305321/8 Os artigos de opinião inseridos nesta edição são da inteira responsabilidade dos respectivos autores e não reflectem necessariamente o ponto de vista nem a linha editorial deste jornal FUNDADO EM 10 DE FEVEREIRO DE 1997 Correio da manhã Publicidade PREVISÃO DO TEMPO MAPUTO Quarta-feira Máxima 31– Mínima 15 Quinta-feira Máxima 30– Mínima 16 Sexta-feira Máxima 23– Mínima 11 Sábado Máxima 24– Mínima 12 Fonte: Canal do tempo Cont. na pág. 2 Frase: “Não há certeza alguma neste mundo e tanto basta para dar alforria ao espí- rito do homem”. - Ricardo Jorge (1858-1939), médico, cientista, historiador e investigador português EDSON ARANTE E levados custos de trans- porte (cerca de 50 me- ticais/tonelada-quilómetro), precariedade das estradas, fraco poder de armazena- mento e ineficiência nos locais de trânsito moçam- bicanos, principalmente em Nacala, na província nor- tenha de Nampula, estão a comprometer o desen- volvimento da indústria de banana em Moçambique. Um estudo do investiga- dor Dorival Bettencourt, do programa norte-ame- ricano SPEED, divulgado esta segunda-feira, em Maputo, revela que “a ba- nana moçambicana só é competitiva a nível da plantação, porém, a par- tir do momento em que começa o seu percurso rumo aos mercados de destino começa a agre- gar custos elevados que acabam por anular toda a sua competitividade”. Bettencourt acrescenta O PAÍS TEM CAPACIDADE PARA SER UM DOS MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DA FRUTA Altos custos logísticos comprometem indústria de banana em Moçambique Moçambique tem tudo para ser um dos maiores produtores e exportadores de banana no mundo. No entanto, os altos custos logísticos deitam tudo abaixo revelam resultados de uma pesquisa encomendada pelo programa norte-americano SPEED que factores como o Termi- nal de Exportação de Na- cala (TEEN), em Nampula, a inspecção pré-embarque e a inspecção não-intrusiva ( scanners ) também enca- recem ainda mais a banana moçambicana directamente através de ta- xas e indirec- tamente em termos de ine- ficiências do porto. Moçambi- que tem tudo para ser um dos maiores produtores e exportadores de bana-

Altos custos logísticos comprometem indústria de banana em Moçambique

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Altos custos logísticos comprometem indústria de banana em Moçambique.

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Ano XVINº 4624Quarta-feira29/Julho/2015

Editor: Refinaldo Chilengue

Primeiro jornal ilustrado transmitido por FAX, E-mail e entregue por estafeta no endereço desejado (só cidade de Maputo), de 2ª a 6ª-feira. Propriedade da SOJORNAL Sociedade Jornalística, Avenida Filipe Samuel Magaia, 528-3º Flat 6, Maputo Moçambique - C.P. 1756

E-Mail: [email protected] – Tel.: Redacção: 21305322/3 - Editor: 21305326 - Fax: 21305321/8 Os artigos de opinião inseridos nesta edição são da inteira responsabilidade dos respectivos autores e não reflectem necessariamente o ponto de vista nem a linha editorial deste jornal

FUNDADO EM 10 DE FEVEREIRO DE 1997

Correioda manhã

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Previsão do temPo

MAPUTOQuarta-feiraMáxima 31– Mínima 15Quinta-feiraMáxima 30– Mínima 16Sexta-feiraMáxima 23– Mínima 11SábadoMáxima 24– Mínima 12Fonte: Canal do tempo

Cont. na pág. 2

Frase:“Não há certeza alguma neste mundo e tanto basta para dar alforria ao espí-rito do homem”.- Ricardo Jorge (1858-1939), médico, cientista, historiador e investigador português

EDSON ARANTE

Elevados custos de trans-porte (cerca de 50 me-

ticais/tonelada-quilómetro), precariedade das estradas, fraco poder de armazena-mento e ineficiência nos locais de trânsito moçam-bicanos, principalmente em Nacala, na província nor-tenha de Nampula, estão a comprometer o desen-volvimento da indústria de banana em Moçambique.

Um estudo do investiga-

dor Dorival Bettencourt, do programa norte-ame-ricano SPEED, divulgado esta segunda-feira, em Maputo, revela que “a ba-nana moçambicana só é competitiva a nível da plantação, porém, a par-tir do momento em que começa o seu percurso rumo aos mercados de destino começa a agre-gar custos elevados que acabam por anular toda a sua competitividade”.

Bettencourt acrescenta

O PAÍS TEM CAPACIDADE PARA SER UM DOS MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DA FRUTA

Altos custos logísticos comprometem indústria de banana em Moçambique

Moçambique tem tudo para ser um dos maiores produtores e exportadores de banana no mundo. No entanto, os altos custos logísticos deitam tudo abaixo – revelam resultados de uma pesquisa encomendada pelo programa norte-americano SPEED

que factores como o Termi-nal de Exportação de Na-cala (TEEN), em Nampula, a inspecção pré-embarque e a inspecção não-intrusiva ( s c a n n e r s ) também enca-recem ainda mais a banana moçambicana directamente através de ta-xas e indirec-tamente em termos de ine-ficiências do porto.

“Moçambi-que tem tudo para ser um dos maiores produtores e

exportadores de bana-

Quarta-feira 29/07/2015 2 Correio da manhã Nº 4624

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na no mundo. No entanto, os altos custos logísticos deitam tudo abaixo”, refere aquele investigador do SPE-ED, ilustrando o facto de o rendimento médio de produ-ção da banana no país estar muito próximo do das Filipinas (um dos maiores produtores e exportadores de banana no mundo).

Em média a banana mo-çambicana apresenta ren-dimentos de 52 toneladas/hectare, contra 56 toneladas/hectare das Filipinas, esta-tísticas que naturalmente colocariam Moçambique en-tre os grandes produtores e exportadores desta fruta no mundo, de acordo ainda com Bettencourt.

Porém, Moçambique ex-porta somente cerca de 85 mil toneladas de banana por

ano, representando apenas 0,5% do volume mundial, enquanto as Filipinas vendem pouco mais de 2,7 milhões de toneladas por ano.

No entender de Dorival Bettencourt, Moçambique deve melhorar a eficiência dos seus portos, dando exemplo flagrante do caso do Porto de Nacala que apresenta níveis de eficiência produtiva oito vezes inferiores ao de Durban, na África do Sul, e quatro vezes inferiores em relação ao Porto de Dar-Es-Salaam (Tanzânia).

Em jeito de conclusão, aquele investigador do progra-ma norte-americano SPEED, que em parceria com a Con-federação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) tem vindo a realizar uma série de estudos sobre

a competitividade da indústria moçambicana, realça que “a banana é um caso flagrante para ilustrar um problema que aflige a competitividade não somente da agricultura mas de toda economia mo-çambicana”.

Para Bettencourt, a reso-lução deste problema passa pela adopção de novas polí-ticas bem estruturadas para viabilizar um vasto leque de sectores desde o turismo à indústria e permitindo que

Moçambique possa finalmente vender a banana “a preço de banana” e não “a preço de logística”.

Refira-se que a banana é cultivada principalmente nas províncias de Maputo, Man i ca e Nampu la po r médias e grandes empre-sas como a Matanuska, Banalândia e Agriza e por pequenos agricultores (que ainda representam cerca de 41% da produção na-cional).

Altos custos logísticos comprometem indústria de banana em Moçambique

A capital provincial de Sofala acolhe a 17 de Setembro

uma Conferência de Investimen-tos Beira-2015, que vai procurar atrair capitais interno e externo a serem aplicados em nichos de oportunidades de negócio que se apresentam em diferentes sectores de actividade.

Trata-se de uma iniciativa do Conselho Municipal da Beira em parceria com a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique, CFM.

A Confederação das As-sociações Económicas de

Moçambique, CTA, já manifes-tou interesse na conferência, ao “mobilizar” empresários interessados em tomar parte no evento a inscreverem-se.

A conferência tem como objectivo central “vender” os planos-director para a cidade da Beira, nos quais se destaca o desenvolvimento do porto.

Haverá igualmente espaço para um debate sobre os pro-jectos prioritários, bem como uma agenda de investimentos, em que se elegem os projec-tos de expansão dos terminais

portuários, das empresas públicas de água e de energia eléctrica, de drenagem, de es-gotos e de redes rodoviárias.

A Conferência de Investimen-tos Beira-2015 realiza-se numa altura em que o Porto da Beira está a construir uma nova era de expansão e desenvolvimen-to sobre as bases estabelecidas através do empenho do Gover-no e das iniciativas privadas.

O empreendimento já pas-sou por uma grande campanha de dragagem para libertar o porto das restrições de marés

inconstantes e areias movedi-ças, que contemplou aquisição de uma nova draga maior para manter e aumentar a profundi-dade da água que abriu o porto a navios maiores de transporte de cargas maiores.

As operações de conten-tores e de carga geral, que representam 80% do comér-cio do porto, beneficiam de injecções de financiamento e conhecimento, com o objecti-vo final de melhorar o desem-penho do empreendimento.

(BM)

VISANDO PROCURAR ATRAIR CAPITAIS INTERNO E ExTERNO

Conferência de investimentos Beira-2015 em Setembro

eFemÉridesPrinciPais acontecimentos registados

no dia 29 de julho1890- Morre vincent van gogh, 37 anos, maior do pós-impres-

sionismo, dois dias depois de ter atingido o próprio peito com um tiro de pistola.

1940 - II Guerra MundIal. Início da guerra-relâmpago (blit-zkrieg) da alemanha nazi contra o reino unido.

1957 - É criada a agência Internacional de energia atómica.1967 - O incêndio a bordo do porta-aviões norte-americano

Forrestal, ao largo do Vietname do norte, causa a morte a mais de 130 pessoas.

1969- Guerra COlOnIal. O Conselho de Segurança da Onu aprova a queixa da Zâmbia contra Portugal, pelos ataques aéreos a povoações na zona de fronteira.

1975 - a Organização dos estados americanos põe termo ao embargo a Cuba, imposto em 1964.

1976 - a Síria e a Organização de libertação da Palestina assinam o acordo para o fim da guerra civil no Líbano.

1981 -Casamento de carlos e diana de gales, na catedral de S. Paulo, londres.

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ECONOMIA & NEgÓCIOSP

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ublicidade

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O volume das receitas em im-postos cobrados aos mu-

nícipes da cidade da Matola, província de Maputo, cresceu em 25% no primeiro semestre deste 2015, comparativamente a igual período do ano anterior.

Concretamente, nos primeiros

seis meses deste ano o Con-selho Municipal da cidade da Matola arrecadou em receitas de impostos o correspondente a 120 milhões de meticais, segundo Bernardo Dramos, porta-voz da urbe, em entrevista ao Correio da manhã.

Sem, no entanto, avançar o número dos contribuintes, Dramos disse estar ciente que “parte significativa dos munícipes não cumpre com as suas obrigações fiscais”.

Entretanto, para minimizar os casos de fuga ao fisco, aquela

FORAM COBRADOS 120 MIlHÕES DE METICAIS ENTRE JANEIRO E JUNHO DE 2015

Cobrança de impostos cresceu em 25% no 1.º semestre na Matolaedilidade afirma estar a desen-volver uma plataforma de criação de uma base de tributação em simultâneo com a execução fis-cal, estando em curso uma série de campanhas de sensibilização junto dos munícipes.

Quarta-feira 29/07/2015 6 Correio da manhã Nº 4624

OPINIãO, ECONOMIA & NEgÓCIOS

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Correio da manhã Preencha este cupão de assinatura e devolva-o através do fax 21305328 MaputoSiM, desejo assinar o Correio da manhã, por fax ou e-mail, por um período de ----------------------- meses. Assinatura mensal Instituições: USD35; Embaixadas ou ONG estrangeiras USD50. O valor pode ser pago em METICAIS, EURO ou ZAR, ao câmbio oficial do dia da assinatura do contrato.O pagamento pode também ser efectuado através de depósito bancário nas contas abertas em nome da SOJORNALNome/Entidade: ......................................................................................................................................................................................Morada: .........................................................................................................................Telefone: ......................................................... ____ / ____ /2015 ............................................................................................... Fax:................................................................. Assinatura

Por: João de [email protected]

Se por patriotismo eu aceitar candidatar-me à Presidência da Associação dos Economistas deste país, estou frito,

porque de economia eu não entendo nada. De economia conheço apenas o básico que me permite, de quando em vez, escrever algumas coisinhas sobre o assunto ou ainda gerir os “deve” e “haver” da minha empreitada particular que nada mais é do que o meu “lar doce lar”.

Mas no nosso país há pessoas que teimosamente, por patriotismo, fazem tudo e mais alguma coisa, mesmo sabendo que não têm capacidade alguma para desem-penhar um determinado cargo.

Por patriotismo somos chamados a cumprir o dever de nos alistarmos no Serviço Militar Obrigatório. Por patriotis-mo fomos muitos de nós integrados na Geração 8 de Março.

Utilizar o patriotismo para chegarmos à Presidência da Federação Moçambicana de Futebol, como ouvi um dos candidatos dizer, parece-me uma intenção comple-tamente desenquadrada, fora de propósito e com alguns laivos de oportunismo de permeio.

Tudo aconteceu num debate promovido pela STV e moderado pelo jornalista Jeremias Langa. Desfilaram três dos quatro candidatos. Qual deles o mais desajeitado em matéria de propostas.

Ouvi palavras de ordem completamente desalinhadas da realidade. Foi um espectáculo de português refinado (valha--nos isso) onde cada um (Manuel Chang, Alberto Simango e Teodoro Waty) expôs as suas ideias. E que ideias?

Patriotismo

Uma de entre muitas: capacitar as selecções provin-ciais e fazer com que os governadores provinciais sejam os patronos. Outra: descobrir talentos. Uma terceira: fazer com que as associações provinciais acompanhem a actividade dos clubes.

É uma dor de alma ouvir um dos candidatos, que por sinal foi membro do Governo de Guebuza, dizer que vai pedir ao novo elenco governativo apoio financeiro para o futebol. No tempo em que ele lidava com os dinheiros do Estado, o futebol foi sempre encostado à parede.

Como escreveu o meu amigo José Neves, que foi durante muitos anos presidente da Direcção do Clube dos Desportos da Costa do Sol, “muitos dos candidatos não perceberam o cargo que vão ocupar”. Não sabem o que significa ser presidente duma federação.

Formação, alta competição, associações provinciais, clubes, dignificação dos jogadores que já não estão no activo, pesquisa de talentos, reforço da capacidade ins-talada na Academia Mário Coluna, que, de acordo com um dos candidatos, deverá estar desligada da FMF, enfim … tudo isto foi motivo para debate de quase duas horas.

Estes três candidatos que participaram neste debate promovido a semana passada pela STV esqueceram-se de alguns pormenores importantes. Quero destacar apenas dois:

- Quem faz formação de jogadores ? É a federação?- Quem pesquisa talentos? É a federação?

Estes candidatos já se esqueceram que as escolas de formação de jogadores (a ela está ligada a questão da pesquisa de talentos) que existiram no tempo anterior à independência do nosso país eram fruto de esforço dos clubes.

Lembro-me das escolas do italiano Mário Romeu e do brasileiro Tubarão, no Desportivo. Em momento algum a Associação Provincial de Futebol, da época em que ainda éramos província ultramarina, meteu o nariz no assunto. Que o diga o saudoso Eduardo Paixão.

Depois de ouvir as intervenções dos candidatos neste debate promovido pela STV fiquei com a sensação que a linha orientadora do partido no poder estava bem presente. Se se confirmar a existência desta vertente, vai ser mau para o futebol.

Por patriotismo e pelo andar da carruagem ainda acabamos por ser presidente dos médicos, pilotos de aeronaves, engenheiros, canalizadores, estofadores, engraxadores (funciona uma no bairro do Choupal), das agências funerárias, etc …

Senti que falta colocar “the right man on the right place”. A ver vamos.

Oxalá esteja enganado.

Em 2016, a “caça” contra munícipes que não cumprem com as suas obrigações fis-cais será mais vigorosa, real-çou Bernardo Dramos.

“Há casos de pagamento de impostos que são feitos através de algumas empre-sas registadas em Maputo, mas a funcionar na Matola, que deveriam reverter a fa-vor do nosso município (Ma-tola), mas vão para Maputo”, sublinhou Dramos.

Estimativas governamentais

apontam que o município da Matola conta actualmente com perto de um milhão de habitantes, devido ao fac-tor imigração, prevendo-se um crescimento populacional para pelo menos 1,2 milhão de matolenses nos próximos dois anos.

Dados do último Censo Geral da População (2007) apontavam para um universo populacional de cerca de 800 mil habitantes na Matola.

(C. Lopes)

Cobrança de impostos cresceu em 25% no 1.º semestre na Matola