Dia da Intendncia O Servio de Intendncia a parte da logstica voltada para as atividades de suprimento. Os intendentes tm a misso de assessorar os comandantes na administrao financeira e na contabilidade, em todas as organizaes militares. Incansvel e tenaz, a Rainha da Logstica, como assim chamada, realiza um servio cotidiano e ininterrupto, transportando, suprindo e alimentando, garantindo a satisfao da tropa apoiada, seu maior objetivo. Por isso mesmo, respeitada e admirada pela sua capacidade de trabalho. A Intendncia do Exrcito Brasileiro tem a sua criao no ano de 1920, com a vinda da Misso Militar Francesa, que tambm ganhou como smbolo a folha de acanto, originrio da Grcia e da Itlia. O acanto uma planta espinhosa, de flores brilhantes, cujas folhas compridas, verdes e recortadas, so muito decorativas. Foram largamente utilizadas, como motivos arquitetnicos, em construes de templos e monumentos sacros, simbolizando os nobres de honra ilibada e pureza comprovada. Por isso, com o tempo, a folha de acanto passou a ser associada pureza e honestidade, caractersticas intrnsecas aos intendentes, representando o carter e a perfeio moral dos que lidam com o dinheiro pblico. O patrono do Servio de Intendncia o Marechal Carlos Machado Bitencourt. Filho do Brigadeiro Jacinto Machado de Bitencourt e da Senhora Ana Maurcia da Silva Bitencourt, nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 12 de abril de 1840, em plena Guerra dos Farrapos. Freqentou a Escola Militar de Porto Alegre, a Escola Militar Central e a Escola de Aplicao, as duas ltimas no Rio de Janeiro. Reconhecido cadete aos 17 anos, concluiu os cursos de formao de Infantaria e Cavalaria. Foi promovido a 1 Tenente e a Capito por bravura, em razo de seus feitos na Guerra da Trplice Aliana, e aos postos de oficial superior por merecimento. Aos 50 anos, atingiu o generalato e em 12 de julho de 1895 foi alado ao posto de Marechal. Assumiu a suprema direo do Exrcito como Ministro da Guerra do governo de Prudente de Moraes em 1897. poca, o Exrcito Brasileiro encontrava-se empenhado na Campanha de Canudos e os seguidores de Antnio Maciel, o Conselheiro, j haviam infligido reveses s trs expedies militares que os combateram no serto da Bahia. Por esse motivo, o Marechal Bitencourt resolveu comandar pessoalmente a nova expedio. Em sua anlise, concluiu que a falta de um fluxo logstico regular e confivel, que garantisse adequado apoio s tropas, constituiu-se no fator primordial dos insucessos anteriores. Deslocou-se, ento, para a

localidade de Monte Santo, na Bahia, liderando cerca de 3.000 homens e conduzindo farto arsenal de armamento e munio, transportado por cerca de 1.000 muares. Seu ritmo de trabalho logo se fez sentir: organizou e sistematizou as operaes de transporte, estabeleceu novos postos de abastecimento e suprimento e negociou valores dos artigos necessrios s tropas diretamente com os fornecedores do Exrcito. Toda a estrutura logstica existente poca foi modificada. Por diversas vezes, foi visto fiscalizando, pessoalmente, os comboios que partiam para a rea conflagrada. Assim, menos de dois meses depois de sua chegada ao territrio baiano, a luta chegou ao fim com a vitria das foras legais em 1897. Finda a Campanha de Canudos, foi preparada, no Arsenal de Guerra, uma recepo s foras que haviam lutado no serto baiano. O Marechal Bitencourt acompanhou o Presidente da Repblica, Prudente de Moraes, e todo o Ministrio ao evento festivo. Nessa solenidade, comprovou a fibra de soldado e cidado que revestia seu carter ao evitar, com desassombrada coragem pessoal e o sacrifcio da prpria vida, o assassinato do mandatrio do Pas. Esse herico vulto nacional, consciente de suas pesadas responsabilidades e dotado de slidos conhecimentos profissionais na rea Logstica, foi consagrado Patrono do Servio de Intendncia do Exrcito Brasileiro. Bravos intendentes, espelhem-se na figura de seu Patrono, orgulhando-se de pertencer a este servio honrado e eficaz, mantendo a f inabalvel na nobreza de nossa misso! Suprir, lanar, servir! Pindamonhangaba, 12 de Abril de 2008.