Alvenaria estrutural

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TCNICA DE EXECUO DE ALVENARIA ESTRUTURAL

Danilo de Salles Berenguer1

Adriano Silva Fortes

RESUMO: A alvenaria estrutural um sistema construtivo antigo, porm, desde os anos 80 vem

sendo muito usado pelas construtoras e, por isso, est recebendo bastante ateno e sendo

constantemente discutido.

O que mais se destaca neste sistema construtivo a reduo do tempo de execuo com seu uso e a

economia que ocorre numa obra por conseqncia do mesmo.

A alvenaria estrutural pode ser armada, no-armada e protendida e os materiais empregados na

execuo das mesmas so o bloco, normalmente de concreto, o grout, a argamassa e o ao.

No sistema construtivo de alvenaria estrutural se comparado com o sistema construtivo convencional

existem muitas vantagens, como, por exemplo, a diminuio no tempo da obra devido otimizao

dos servios.

O controle da qualidade e resistncia dos materiais, a mo-de-obra qualificada e a conferencia dos

servios garantem a qualidade, segurana e economia na obra.

Na elaborao dos projetos para alvenaria estrutural so necessrios que os de arquitetura,

instalaes e os demais trabalhem interligados, para que no ocorram falhas na fase de execuo.

Na fase de execuo de levante da alvenaria estrutural deve-se ter em mos os projetos de primeira

fiada, segunda fiada e de paginao das paredes, alm de ter profissionais que saibam interpretar o

projeto.

Palavras-chave: Alvenaria Estrutural

1 - INTRODUO

H alguns anos a alvenaria estrutural vem sendo usada, porm, foram observados muitos

problemas no seu mtodo construtivo, que acabaram tendo que ser reparados nessas obras.

1 Danilo de Salles Berenguer graduando em Engenharia Civil da UCSal Universidade Catlica do Salvador;

email: [email protected] 2 Adriano Silva Fortes, orientador deste artigo, Doutor em Engenharia Civil pela UFSC/Universidade do Minho

Portugal: email: [email protected].

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Esses problemas devem-se a mo-de-obra no especializada ou sem conhecimentos

necessrios, materiais sem qualidade ou usados erroneamente, isso tudo porque no

existiam pesquisas profundas, direcionadas a esse assunto (Bedin, 2003).

A indstria de construo civil no Brasil est numa fase bastante favorvel e vem crescendo

cada vez mais, juntamente com a insero de novos sistemas construtivos e urgente que

se usem tecnologias inovadoras, proporcionando qualidade e ao mesmo tempo, menor

custo que os sistemas construtivos convencionais aplicados no pas. Destes sistemas,

a alvenaria um processo construtivo presente em todas as regies, tendo seu uso como

vedao ou como estrutura, a chamada alvenaria estrutural (Pedroso, 2004).

A alvenaria estrutural armada um processo construtivo bem importante para quem quer

economia e agilidade na sua obra. Infelizmente esse processo construtivo no to bem

discutido, principalmente os mtodos de construtibilidade que podem fazer com que este

mtodo seja mais econmico e mais rpido que o mtodo construtivo convencional, logo

este ultimo acaba sendo mais usado (Manzione, 2004).

Est havendo um uso crescente do sistema, o que indica seu sucesso baseado na

competitividade quanto aos custos, em comparao com o sistema tradicional ou

convencional de construes de edifcios. Alm disso, esse sistema est sendo usado em

obras de alto padro o que d uma viso totalmente contrria da que havia antigamente

onde se via que o sistema s seria vivel em construes habitacionais populares. O

desenvolvimento das tcnicas de projeto estrutural e o aprimoramento de seu nvel de

detalhamento, certamente tm contribudo para a consolidao deste cenrio de

crescimento do uso do sistema embora, muito ainda precisa ser feito em termos de pesquisa

e divulgao das experincias bem sucedidas na rea para que a alvenaria estrutural de

blocos de concreto atinja uma fatia de mercado compatvel com suas potencialidades

(Bedin, 2003).

Uma Norma Brasileira ou um manual tcnico reconhecido e aprovado pelos rgos

reguladores da construo civil, seria uma maneira bem eficaz para mostrar as vantagens do

mtodo construtivo de alvenaria estrutural. Nesse manual existiria especificaes,

mostrando quais os passos que deve ser seguidos nesse mtodo construtivo, os cuidados

que deveria ser tomados, materiais que deveria ser aplicados e os profissionais que

participaria de cada fase, desde o projeto at o trmino da obra, alm disso, poderia haver

comparaes entre esse e o mtodo construtivo convencional. Com isso, seriam extradas

todas as vantagens que existem no mtodo construtivo de alvenaria estrutural (Gomes,

1990). Essa nova norma ou documento pode dar respostas que possam facilitar e ser

reconhecidas pelo projetista e demais usurios. Vale ressaltar, segundo o prprio autor, que

no existe uma grande preocupao com a tcnica de execuo do sistema de alvenaria

estrutural, por isso a necessidade de algum documento, onde os profissionais da rea

possam se basear.

Essa preocupao de elaborao de normas se d, principalmente, porque hoje em dia a

alvenaria estrutural usada, simplesmente, apenas para substituir um mtodo construtivo

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pelo outro, no explorando toda a potencialidade do sistema construtivo discutido em

questo (Manzione, 2004).

Uma vantagem do sistema construtivo, por exemplo, se deve ao fato da alvenaria cumprir as

funes de estrutura e vedao, fazendo com que haja uma reduo significativa nas etapas

e no tempo de execuo da alvenaria estrutural, j que toda a estrutura convencional

eliminada, dentre outras vantagens que so obtidas pela reduo na espessura dos

revestimentos internos e externos, pela reduo ou eliminao de frmas de madeira e de

mo-de-obra de carpinteiros e pela possibilidade de se trabalhar com solues combinadas e

sistmicas, como, por exemplo, kits hidrulicos ou kits de telhados (Manzione, 2004).

A alvenaria estrutural integra fortemente a fase de projeto e a de produo e um mtodo

construtivo completo que racionaliza, suporta e organiza os demais subsistemas de uma

edificao (Mazione, 2004).

Houve uma experincia de levante de alvenaria estrutural, onde uma quantidade de paredes

era fiscalizada com pessoal especializado e outro conjunto de paredes foi executado sem

qualquer fiscalizao, onde se concluiu que as paredes construdas sem fiscalizao

apresentaram resistncias de 55% a 62% menores do que aquelas construdas com

fiscalizao. Essa experincia mostra que a fiscalizao do levante de alvenaria estrutural

no s importante para que haja uma maior economia e agilidade, conseqentemente,

com esse cuidado, a segurana da alvenaria estar garantida (Gomes, 1990).

Este trabalho tem como objetivo mostrar os problemas mais comuns na execuo de

alvenaria estrutural e como solucion-los.

Alm disso, esse projeto de pesquisa mostrar todos os servios que acontece no levante da

alvenaria estrutural, fazendo com que a obra ganhe em qualidade de tcnicas e materiais,

conseqentemente economizando nas perdas desnecessrias.

Num primeiro momento esse artigo mostra a fase de projeto onde poderemos observar a

modulao dos blocos estruturais, a compatibilizao das instalaes hidrulicas, eltricas,

gs dentre outros tipos de instalaes, a definio dos tipos de blocos, locais de aplicao do

grout e das armaduras, tipo de laje, se ser pr-moldada, macia ou de outro tipo alm de

outros itens, para que na fase de execuo, o projeto seja lido e entendido pelos

profissionais que iro executar os servios.

O segundo momento desse projeto consiste nas etapas de execuo, onde poderemos

observar as marcaes da alvenaria, dos vos de portas e das janelas, dentre outras. Pode-se

observar sempre que usamos equipamentos que iro auxiliar o profissional tanto na

execuo horizontal, quanto a execuo vertical da alvenaria estrutural armada.

Na etapa de execuo observa-se a aplicao do grout, os blocos que sero utilizados e onde

sero colocados, locais das armaduras, auxiliado, principalmente, pelo projeto de paginao,

que tambm ser mostrado neste artigo.

2 - ASPECTOS GERAIS DA ALVENARIA ESTRUTURAL

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2.1 - DEFINIO

A alvenaria estrutural o processo construtivo onde a prpria alvenaria desempenha a

funo estrutural, onde a mesma projetada, dimensionada e executada de forma racional,

a fim de evitar o mximo de desperdcio na execuo (Manzione, 2004).

2.2 - CLASSIFICAO

A alvenaria estrutural pode ser classificada em:

a) Alvenaria estrutural armada, onde as paredes so constitudas de blocos assentados com

argamassa, e suas cavidades so preenchidas com grout e envolve ao suficiente para

absorver os esforos calculados;

b) Alvenaria estrutural no armada, onde as armaduras existem apenas para prevenir de

fissuras e outros problemas patolgicos, no absorvendo esforos calculados;

c) Alvenaria estrutural protendida, onde existe uma armadura ativa de ao contida no

elemento resistente.

Neste artigo ser estudada apenas a alvenaria estrutural armada, pois o sistema

construtivo, dentro das citadas, que a mais trabalhada hoje em dia no Brasil.

(Bedin, 2003)

2.3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS

Desde que a alvenaria estrutural armada voltou a ser usada maciamente nos anos 80, pde-

se observar as vantagens e as desvantagens nesse sistema construtivo, se comparado com o

sistema construtivo convencional.

Devido simplificao das tcnicas de execuo, economia de formas e escoramentos e na

reduo de mo-de-obra de carpintaria a execuo em alvenaria estrutural armada pode

levar a uma economia entre 10% e 30% do custo estrutural, segundo Manzione (2004).

A maior agilidade na execuo evidente devido simplificao das tcnicas executivas, que

veremos mais adiante.

Em obras sem equipamentos de iamento, podem ser utilizados pr-moldados leves como

escada tipo jacar (face inferior em forma de degraus, igual face superior), contra marcos

em concreto, vergas e lajes pr-moldadas em minipainis. J em obras que tem esse tipo de

equipamento (exemplo: gruas), pode-se usar pr-moldados pesados, alm de viabilizar o

transporte de pallets.

As maiores desvantagens desse sistema estrutural consistem na limitao arquitetnica de

obras arrojadas e na impossibilidade de possveis adaptaes arquitetnicas para o

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proprietrio, j que a alvenaria a prpria estrutura, no podendo derrubar uma parede

para aumentar um cmodo, por exemplo.

Considera-se economicamente vivel a aplicao do sistema de alvenaria estrutural em

edificaes com at 15 pavimentos (em torno de 35 metros de altura), onde, a partir da,

recomendvel efetuar estudos comparativos com a estrutura convencional de concreto

armado.

2.4 - COMPONENTES

Os principais componentes usados numa alvenaria estrutural armada so os blocos de

concreto, a argamassa, o grout e as armaduras onde, no caso da alvenaria armada. Outro

elemento importante, geralmente pr-fabricado ou executado com blocos U so as vergas.

2.4.1 - BLOCOS DE CONCRETO

Os blocos para alvenaria estrutural devem atender a todos os requisitos da norma NBR 6136

e um elemento importante do sistema, pois, junto com a argamassa, quem resiste aos

esforos solicitantes. Os blocos so vibrados e prensados, constitudos de mistura entre

cimento Portland, agregados e gua, onde devem ter caracterstica homognea, no deve

apresentar trincas ou fissuras, as arestas devem ser bem regulares e a superfcie

suficientemente spera para garantir uma boa aderncia para o revestimento.

Os blocos podem ser classificados em blocos modulares e no-modulares, onde os primeiros

tm o comprimento igual a duas vezes a largura mais a junta, o que facilita na coordenao

de projeto, evitando desperdcio no canteiro.

Na tabela 1 os principais blocos estruturais utilizados na alvenaria estrutural.

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Dimenses: 19 x 19 x 14 cm Dimenses: 14x 19 x 09 x 19 cm

Dimenses: 24 x 19 x 14 cm Dimenses: 04 x 14 x 19 cm

Dimenses:34 x 19 x 14 cm Dimenses: 09 x 14 x 19 cm

Dimenses:39 x 19 x 14 cm Dimenses: 14 x 19 x 19 cm

Dimenses: 54 x 19 x 14 cm Dimenses: 14 x 19 x 09 cm

Tabela 1 - Principais blocos da alvenaria estrutural

Fonte: /www.maski.com.br/blocos-de-concreto-linha-estrutural.html#desce

2.4.2 - ARGAMASSA

A argamassa une os blocos, veda o conjunto, compensa imperfeies, distribui cargas e

absorve pequenas deformaes, boa trabalhabilidade e capacidade de reter gua sem

alterar as suas funes primrias, apresentar aumento de resistncia significativo nas

primeiras horas para resistir aos esforos da prpria construo, adequada aderncia para

absorver esforos de cisalhamento, durvel, no interferir na durabilidade dos outros

materiais e baixo valor de deformao.

2.4.3 - GROUT

O grout um concreto fino, constitudo de cimento, gua e agregados, com elevada fluidez

para que possa preencher os vazios dos blocos. Ajuda a aumentar a resistncia da parede

contra os esforos de compresso.

A resistncia ser determinada pelo calculista e deve ser duas vezes maior que a resistncia

do bloco e deve seguir norma NBR 10837.

2.4.4 - ARMADURA

O ao envolvido pelo grout, combate os esforos de trao. usado tambm para

amarrao das paredes, porm, esse segundo fator de uso no aconselhvel, j que sua

verificao difcil e melhor usar a amarrao entre os blocos.

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2.5 - PRINCIPAIS FATORES QUE AFETAM A SEGURANA DA ALVENARIA ESTRUTURAL

Os fatores que afetam a segurana da alvenaria estrutural armada, de um modo geral so a

resistncia dos blocos, da argamassa e do grout e a qualidade da mo-de-obra.

No caso da mo-de-obra, os principais fatores que devem ser controlados durante o levante

da alvenaria so o controle da argamassa, onde o trao deve obedecer ao projeto durante

todo processo, as juntas devem ser completamente preenchidas e as espessura deve ser

mantida uniformemente, deve-se deixar a alvenaria sem vibraes ou perturbaes aps o

assentamento, para manter as condies de aderncia e, finalmente, o prumo das paredes

deve estar em perfeito estado, pois paredes com desaprumo esto sujeitas s

excentricidades adicionais de carregamento.

A resistncia da argamassa e dos blocos relacionadas uma com a outra, j que, medida que

a resistncia solicitada no bloco aumenta, a argamassa passa a exercer influncia na

resistncia final da alvenaria.

2.6 - FASE DE PROJETO

Os projetos arquitetnico, estrutural, eltrico, hidro-sanitrio de segurana, e combate a

incndio dependem um do outro na alvenaria estrutural, ocorrendo uma compatibilizao

entre os mesmo e nessa fase que se identifica as interferncias entre eles.

No projeto aplica-se a coordenao modular, onde se ajusta as dimenses, usando a

dimenso bsica de unidade, evitando cortes e desperdcios. Devem-se usar as unidades

com o comprimento sendo o dobro da largura, o que reduz a quantidade de blocos

especiais, que podem ser chamados de mdulos bsicos.

Logo depois de escolhido o mdulo bsico, lana-se a primeira fiada na malha modular

(figura 1).

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Figura 1 - Malha modular para definir a primeira fiada

Fonte: Prpria

Os cantos e amarraes devem receber uma ateno especial, pois so pontos de

transferncia de cargas entre paredes e de concentraes de tenses, onde existem as

amarraes em L e em T. Porm, em encontros de paredes que no possvel a

amarrao dos blocos, adota-se telas, estribos ou grampos metlicos de duas em duas ou

trs em trs fiadas.

s vezes usam-se compensadores para ajustar a modulao, que devem ser usados o

mnimo possvel, pelo fato desses elementos serem mais caros e exige maior ateno na

conferncia das peas.

Para a modulao vertical, devemos escolher a situao piso a piso ou piso a teto.

Na modulao piso a teto, as paredes externas devem ter na sua ltima fiada o bloco J

(figura 2), que encaixa a laje dentro dele, porm no o mais aconselhvel, pois a aba do

bloco quebra com freqncia. A outra opo o uso do bloco canaleta (figura 3) nas paredes

externas na ltima fiada, onde a laje se apia sobre ele e nas paredes internas, sempre

terminaram com esse tipo de bloco.

Figura 2 Exemplo de bloco J, com dimenses 14x11x19x19


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Figura 3 - Exemplo de bloco canaleta ou "U", com dimenses 14x19x39


Na modulao piso a piso devem-se usar blocos jotinhas nas paredes externas da ltima

fiada e compensadores nas internas, porm essa modulao no aconselhvel por

adicionar mais dois tipos de blocos na obra.

Os trs projetos que devem ser realizados so os de primeira fiada, segunda fiada e

paginao.

Os projetos de primeira e segunda fiada devem conter os eixos de locao com medidas

acumuladas a partir da origem e at a face dos blocos, dimenses internas dos ambientes

com medidas sem acabamento, indicaes dos blocos estratgicos com cores diferentes,

indicaes de elementos pr-fabricados, posicionamento de shafts e furao de lajes,

representao diferente entre as paredes estruturais e as de vedao, numerao das

paredes e indicao de suas vistas, indicao dos pontos de grout, medidas dos vos das

portas e representao das cotas de forma direta evitando a obteno de medidas por

diferenas, como mostrado na figura 4.

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Figura 4 - Modelo de projeto de 1 Fiada

Fonte:Obra Citt Imbu, OAS Empreendimentos

O projeto de paginao deve indicar a posio de todos os blocos, identificar com cores

diferentes os blocos especiais e compensadores, representar com cores as tubulaes

eltricas e caixinhas, representar todos os pr-moldados leves (vergas, quadros etc.), cotas

dos vos das portas e janelas, cotas dos nveis dos pavimentos e a espessura das lajes,

indicar os pontos de grout com textura mais escura, indicar as barras de ao verticais e

horizontais, indicar as canaletas e vergas, legenda e tabela com resumo de quantidades de

blocos, ao, grout e pr-moldados, como pode observar-se na figura 5.

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Figura 5 - Projeto de paginao

Fonte:Obra Citt Imbu, OAS Empreendimentos

As lajes na alvenaria estrutural armada devem ser apoiadas sobre as paredes, onde existem

alguns tipos de laje como as pr-lajes do tipo cmodo, que contm armadura passiva e so

moldadas no local. Elas so executadas em formas com elementos de instalaes, furos,

shafts, dentre outros elementos j pr-dimensionados, tudo feito em projeto.

A outra opo de laje a convencional, onde se montam as formas na alvenaria, de maneira

que a laje fique apoiada nas mesmas.

As escadas podem ser pr-moldadas, tipo jacar ou macias, metlicas, de madeira e

convencionais.

Como no so permitidos rasgos na alvenaria estrutural armada, os projetos eltricos e

telefnicos empregam descidas de eletrodutos em cada ponto de comando, iluminao ou

telefnico. Para facilitara execuo, prevem-se blocos com aberturas dos pontos, feitos em

centrais no prprio canteiro.

As tubulaes hidro-sanitrias e de incndio so previstas para serem colocadas entre

paredes de vedao, que no tenham funo estrutural. Outra opo a aplicao de blocos

especiais, que possam abrigar tubos com at 40 mm, porm essa opo no aconselhvel,

por ter que adicionar mais tipos de blocos, aumento o custo da obra.

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2.7 - FASE DE EXECUO

A alvenaria estrutural requer preciso, equipamentos e ferramentas adequadas na sua

execuo. O canteiro tambm deve ser planejado, organizado e preparado para conter

centrais de produo e estoque, a fim de facilitar o transporte horizontal e vertical.

As ferramentas para execuo de uma alvenaria estrutural so: colher de pedreiro, fio

traante, esticador de linha, broxa, esquadro, rgua tcnica prumo-nvel, nvel a laser ou

alemo, escantilho, argamassadeira, carrinho porta-argamassadeira, andaime metlico,

carrinho paleteiro, carrinho jerico, bisnaga, palheta e funil para grout, mostrado na

figura 6.

Figura 6 - Ferramentas utilizadas no levante da alvenaria estrutural

Fonte: Livro Projeto e execuo de Alvenaria de Leonardo Manzione

2.7.1 - MARCAO

Para comear a marcao deve-se identificar o nvel mais alto da laje, com o auxlio do nvel

alemo, assentado assim o bloco de referncia do nvel. Deve-se lembrar que todo o

assentamento da alvenaria estrutural contm um centmetro de junta, tanto horizontal

quanto vertical.

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Em seguida marca-se os eixos de locao com o fio traante, tendo em mos o projeto de

primeira fiada. Com isso, assentam-se os blocos estratgicos, localizados nos cantos e

encontros de paredes. importante que a marcao utilize as cotas acumuladas, de projeto.

J se tem o nvel e os eixos de locao marcados na laje, ento, o responsvel pela marcao

deve verificar o esquadro. Lembrando que, no caso da marcao da primeira laje-tipo sobre

uma estrutura de transio ou baldrame, com as visitas que podem ser deixadas na laje ou

com o auxlio de trenas, determinado-se por baixo da laje o posicionamento das vigas. Neste

momento, seria aconselhvel usar aparelhos a laser, que emitem feixes verticais, ganhando

tempo na execuo deste servio.

Esticando a linha, na parte superior dos blocos de referncia, permite-se a alinhamento e

nivelamento dos blocos de primeira fiada, onde com o auxlio de uma broxa, molha-se a

superfcie que ficar em contato com a argamassa da primeira fiada, com o intuito tambm

de limpar a mesma.

Aps o molhamento da superfcie, com o auxlio de uma colher de pedreiro, espalha-se a

argamassa de assentamento, assenta e nivela os blocos da primeira fiada, esticando

novamente a linha e utilizando a rgua tcnica.

Aps o assentamento de toda a primeira fiada da alvenaria estrutural, deve distribuir os

escantilhes nos cantos da alvenaria, assentado e aprumando-os, para que o esteja no

mesmo nvel da primeira fiada, assim, as demais fiadas estaro niveladas como a primeira.

Para garantir o prumo do edifcio, deve-se fixar um sarrafo, geralmente de madeira, nos

cantos do pavimento em execuo, amarra-se o arame com um bloco de concreto,

garantindo um fio de prumo bem esticado, como pode ser analisado na figura 7.

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Figura 7 - Demonstrao do servio de marcao da primeira fiada

Fonte: Livro Projeto e execuo de Alvenaria de Leonardo Manzione

importante que nessa primeira fase, o responsvel pela execuo do servio de levante da

alvenaria verifique a locao e confira os vo para portas, observe os pontos de aplicao do

grout e cheque o assentamento dos blocos que tenham as chamadas visitas para

vazamento do grout, confira o posicionamento dos condutes eltricos e verifique todas as

cotas.

2.7.2 - ELEVAO

Na etapa de elevao da alvenaria estrutural importante que sejam verificados

constantemente o prumo, nvel, alinhamento e planicidade da mesma. Alm disso,

indispensvel que os profissionais que esto executando o servio, tenham em mos os

projetos de primeira e segunda fiada e das elevaes, o assentamento no pode ser

executado debaixo de chuva e tem que evitar que os blocos sejam molhados durante a

elevao, no se deve cortar blocos para ajustar medidas e verificar se as paredes estruturais

no esto amarradas com as no-estruturais, pois uma deve ser independente da outra, com

uma amarrao com grampos, por exemplo.

Inicia-se a elevao pelas paredes externas, executando os chamados castelos (figura 8), que

tem a funo de servir como referncia para o assentamento dos blocos intermedirios, e

durante a prpria elevao, deve-se atentar para os blocos especiais de instalaes,

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fabricados nas centrais do prprio canteiro de obra. Nessa etapa tambm so colocados os

gabaritos metlicos para os vos de portas, janelas ou qualquer outro tipo de vo aberto,

que garantem a perfeio das medidas dos vos.

Figura 8 - Exemplo de "castelos"

Fonte: Livro Alvenaria estrutural de blocos de concreto da ABCP

A aplicao do grout na posio vertical deve ser feita em duas etapas, onde a primeira ser

realizada na sexta ou stima fiada e a outra na ltima fiada da alvenaria. Antes da aplicao

deve limpar as canaletas e colocar a armadura de modo que ela fique posicionada na vertical

obedecendo s prescries de projeto (figura 9) e durante a aplicao tem que observar se o

grout est saindo nos furos abaixo da alvenaria, onde, se isso no acontecer, o que estiver

impedindo a passagem do grout deve ser removido, desobstruindo a passagem. Aps a

aplicao do grout o mesmo pode ser vibrado com um vibrador de agulha de pequeno

dimetro, porm, o mais comum e econmico adens-lo com o auxilio de uma barra de

ao.

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Figura 9 - Barra de ao dentro do bloco limpo, esperando o grout

Fonte: Acervo Prprio

Durante a elevao devem ser instalados os pr-moldados leves previstos em projeto, e ao

aps a execuo da alvenaria, evitando criar mais uma etapa de trabalho desnecessria.

Para evitar esperdcios a argamassa deve ser espalhada com palhetas nas juntas horizontais

e bisnagas nas juntas verticais. Vale lembrar que todas as juntas devem ser preenchidas, pois

o no preenchimento dos mesmos reduz a resistncia da alvenaria estrutural. Alm disso,

importante raspar as rebarbas de argamassa que ficaram na parede, e atentar para que as

juntas fiquem com um centmetro, evitando esperdcios para medidas maiores e garantindo

a segurana para medidas menores.

3 - CONCLUSO

Este artigo procurou mostrar que a alvenaria estrutural tem que ser entendida como um

sistema construtivo completo e no apenas uma forma mais econmica de se construir

estruturas.

A mo-de-obra especializada, equipamentos e materiais de qualidade, a organizao no

canteiro de obras para a entrada dos materiais na mesma e a locomoo para o local que

ser utilizada, so fatores que contribuem para uma execuo da alvenaria estrutural mais

segura econmica, rpida e eficaz.

A criao de uma norma brasileira direcionada para a execuo de alvenaria estrutural, seja

ela armada ou no armada, facilitaria a vida dos profissionais da rea, j que poderia se

basear numa normatizao que mostraria a maneira mais correta de executar o servio,

evitado usar dois ou mais mtodos, o que faria com que o servio no atendesse finalidade

de ser o mais econmico, seguro e rpido possvel.

Para executar a alvenaria estrutural temos que ter em mos os projetos de paginao, 1

fiada e 2 fiada, e os mesmos contenham o mximo de informaes possveis, como tipos de

blocos e onde coloc-los, bitolas e locais dos aos (para alvenaria armada), traos das

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argamassas e grout, dentre outras que facilitem a leitura, controle e execuo do servio dos

profissionais.

Garantindo que todos os passos dos servios mostrados nesse artigo sejam executados de

maneira correta, com certeza a obra atender os requisitos primordiais que toda construtora

ou empresa do ramo desejam que so a segurana, economia, prazo e eficincia.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

Bedin, Carlos Augusto, Alexandre Lima de Oliveira, Luiz Roberto Prudncio Jnior - Alvenaria

estrutural de blocos de concreto Associao Brasileira de Cimento Portland.

Camacho, Professor Doutor Jefferson Sidney Projeto de edifcios de alvenaria estrutural,

ano 2006.

Gomes, Eng Nelson dos Santos A reviso e a criao das normas tcnicas de blocos e

telhas cermicas, ano 1990.

Manzione, Leonardo Projeto e execuo de Alvenaria estrutural Primeiro passos da

qualidade no canteiro de obras, ano 2004.

Pedroso, G. M. e C.H.F. Jnior O Desenvolvimento do sistema construtivo em alvenaria

estrutural no estado do Tocantins IV Jornada de iniciao cientifica do CEULP/ULBRA, ano

2004.

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