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Assembleia Municipal, 08 de outubro de 2012 -1 - Transcrição da Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Marco de Canaveses ----- 08 de outubro de 2012 -----

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08.10.2012_Transcrição.

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Transcrição da Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Marco de

Canaveses

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--- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Iriamos começar a Assembleia Municipal. Iriamos começar a sessão. Boa noite, Sr. Presidente da Câmara, Sras. Vereadoras, Sr. Vereador, Sras. Deputadas desta Assembleia, Srs. Deputados, órgãos de informação. Um cumprimento especial aos Marcoenses que estão cá hoje. E começava por vos pedir desculpa pelas instalações, porque são exíguas e não conseguimos acolher, como era nosso gosto, ter todas as pessoas dentro desta Assembleia. Como sabem, esta Assembleia é uma Assembleia Extraordinária, e tem como ponto único a Pronúncia da Assembleia Municipal sobre a Reorganização Administrativa do Território das Freguesias do Concelho, nos termos do art.º 11.º da Lei n.º 22/2012. Há problemas de audição? Está melhor assim? Vamos já corrigir. Eu ia pedindo… se se ouve melhor agora. Está melhor? Ok, obrigado. Decidiram os líderes municipais que, antes de entrarmos no ponto único desta Assembleia Extraordinária, fosse, como primeiro ponto, a intervenção do público. Portanto, foi uma decisão por unanimidade de quem esteve presente na reunião de líderes, em que estivemos a preparar esta Assembleia, e foi esse o ponto. Se me permitem, então, eu passaria ao Ponto 1, Intervenção do público, nos termos do art.º 84.º, n.º 6, da Lei n.º 169/99, com a redação da Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro. Como sabem, teremos sessenta (60) minutos para o público. Cada intervenção, no seu máximo, poderá demorar cinco (5) minutos. E iremos ratear os sessenta (60) minutos pelo número de pessoas que cá estiverem e que queiram intervir hoje. Antes de entrarmos na intervenção do público, eu ia dar posse, e ia pedir ao 1.º Secretário para dar posse, para as pessoas poderem intervir nesta Assembleia. --- Gil Rodrigues (1.º Secretário) --- Aos oito dias do mês de outubro de 2012, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, nesta cidade de Marco de Canaveses, e estando presente o Presidente da Assembleia Municipal, António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, compareceu Jaime Filipe Leite de Sousa Teixeira, portador do BI n.º 10361634, emitido pelo Arquivo de Identificação do Porto em 06.03.2008, e válido até 05.05.2013, Contribuinte n.º 215202120, a fim de tomar posse como membro da Assembleia Municipal do Marco de Canaveses, para preenchimento da vaga temporária do membro desta Assembleia Municipal Fernanda Maria Aires Barbosa Ferreira, de acordo com o disposto no art.º 78.º da Lei 169/99, de 18 de setembro, com a redação da Lei 5-A/2002, de 11 de janeiro, nos termos do n.º 2 do art.º 6.º do Regimento, e na sequência da comunicação de ausência por período inferior a trinta dias. O Presidente da Assembleia Municipal, depois de ter verificado a respetiva identificação, e de acordo com a lista do Partido Socialista, PS, da eleição realizada no dia 11 de outubro de 2009, por sufrágio universal e direto, e após o mesmo se ter prestado a juramento legal, declarou-o instalado como membro da Assembleia Municipal durante o período de ausência do membro da Assembleia Municipal Fernanda Maria Aires Barbosa Ferreira. Para constar, se lavrou o presente termo, que depois de lido em voz alta, vai ser assinado por todos os que nele intervieram, e que eu, Gil Fernando Mendes Rodrigues, 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Municipal, o subscrevi. --- Jaime Teixeira (PS) --- Eu, abaixo assinado, afirmo solenemente pela minha honra que cumprirei com lealdade as funções que me são confiadas.

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--- Gil Rodrigues (1.º Secretário) --- Aos oito dias do mês de outubro de 2012, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, nesta cidade de Marco de Canaveses, e estando presente o Presidente da Assembleia Municipal, António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, compareceu Adriano Orlando Monteiro Marinho, portador do Cartão de Cidadão n.º 063930285ZZ4, válido até 26.03.2017, Contribuinte n.º 146693515, a fim de tomar posse como membro da Assembleia Municipal de Marco de Canaveses para preenchimento da vaga temporária do membro desta Assembleia Municipal José Carlos Mendes Valadares, de acordo com o disposto no art.º 78.º da Lei 169/99, de 18 de setembro, com a redação da Lei 5-A/2002, de 11 de janeiro, nos termos do n.º 2 do art.º 6.º do Regimento, e em sequência de comunicação de ausência por período inferior a trinta dias. O Presidente da Assembleia Municipal, depois de ter verificado a respetiva identificação, e de acordo com a lista do Partido Social Democrata, PPD/PSD, da eleição realizada em 11 de outubro de 2009, por sufrágio universal e direto, e após o mesmo se ter prestado a juramento legal, declarou-o instalado como membro da Assembleia Municipal durante o período de ausência do membro da Assembleia Municipal José Carlos Mendes Valadares. Para constar, se lavrou o presente termo, que depois de lido em voz alta, vai ser assinado por todosos que nele intervieram, e que eu, Gil Fernando Mendes Rodrigues, 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Municipal, o subscrevi. --- Adriano Marinho (PPD/PSD) --- Eu, abaixo assinado, afirmo solenemente pela minha honra que cumprirei com lealdade as funções que me são confiadas. --- Gil Rodrigues(1.º Secretário) --- Aos oito dias do mês de outubro de 2012, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, nesta cidade de Marco de Canaveses, e estando presente o Presidente da Assembleia Municipal, António Martinho Barbosa Gomes Coutinho, compareceu Adão Fernando Ferreira de Oliveira, portador do Cartão de Cidadão n.º 066310300ZZ4, válido até 03.08.2013, Contribuinte n.º 182654427, a fim de tomar posse como membro da Assembleia Municipal do Marco de Canaveses, para preenchimento da vaga temporária do membro desta Assembleia Municipal Duarte Manuel Diogo de Meneses Soares, de acordo com o disposto no art.º 78.º da Lei 169/99, de 18 de setembro, com a redação da Lei 5-A/2002, de 11 de janeiro,nos termos do n.º 2 do art.º 6.º do Regimento, e na sequência da comunicação de ausência por período inferior a trinta dias. O Presidente da Assembleia Municipal, depois de ter verificado a respetiva identificação, e de acordo com a lista do MDVNS – Marco de Verdade – Norberto Soares, da eleição realizada no dia 11 de outubro de 2009, por sufrágio universal e direto, e após o mesmo se ter prestado a juramento legal, declarou-o instalado como membro da Assembleia Municipal durante o período de ausência do membro da Assembleia Municipal Duarte Manuel Diogo de Meneses Soares. Para constar, se lavrou o presente termo, que depois de lido em voz alta, vai ser assinado por todos os que nele intervieram, e que eu, Gil Fernando Mendes Rodrigues, 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Municipal, o subscrevi. --- Adão Oliveira(MDVNS) --- Eu, abaixo assinado, afirmo solenemente pela minha honra que cumprirei com lealdade as funções que me são confiadas. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal ---

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Vamos, então, entrar na ordem do dia. E conforme eu tinha referido há pouco tempo atrás, vamos entrar na intervenção do público. Eu pedia aos munícipes que queiram intervir o favor de, nesta primeira fase, levantar a mão. Vamos ficar com o nome das pessoas. Peço desculpa de ser assim hoje, mas isto, vamos ter que, com alguma paciência… porque as condições não são as melhores. Só uns minutos. Tem que ser com calma hoje. Se me permitem, se me permitem, um pouco de silêncio, se não se importam. Eu iria começar a dizer os nomes. Se algum dos nomes… se faltar alguém, agradecia que levantasse o braço para nós podermos pôr. Portanto, íamos começar primeiro pelo Sr. Branco, Sr. Augusto Vieira, Sr. José Alberto Couto, o Sr. Hélder Pereira, o Sr. Soares Pereira, Sr. Artur Soares, Sr. António Soares, Sr. Manuel Santana, o Sr. Camilo Nogueira, Sr. António Vieira Rocha, D. Júlia Correia, Sr. Fernando Vieira Soares, Sr. Tó Monteiro e Sr. Hernâni Mendes Pinto. Pergunto se faltou pronunciar algum nome. Portanto, estamos treze (13) pessoas, a dividir por sessenta (60) minutos, vamos fazer cinco (5) minutos a cada pessoa. Eu chamava o Sr. Branco para intervir. --- António José Branco (Elemento do público) --- Boa noite a todos. Isto é que é uma Assembleia que eu adoro ver. Sr. Presidente, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores e Vereadoras, Deputados, estimado público e comunicação social: Portanto, eu já disse boa noite a todos. Eu estou admirado é por aparecerem treze (13) pessoas para falar. Isto é bonito. Ora bem, eu não tenho grandes elementos, não faço parte de nada, sou um indivíduo do público, mas fiz o meu trabalhinho de casa. Também não sei se vocês vão aceitar isto, ou não, mas pelo menos dou uma ajudazita. Como vocês se recordam, em 2005, eu já falava nisto. Ide buscar a cassete, que está lá escrito. Em 2005, levantei o problema da fusão das freguesias. Fizeram um pacto de silêncio, e nem me responderam. Mas chegou a altura de, realmente, agora, as pessoas serem obrigadas a fazer. É que se não se resolver, eles dizem: “Eu mando e posso”, e a gente tem que baixar a bola, que é comoestá a acontecer com o país. A gente endireita a vida, mas eles descompõe. E agora… mas antes de mais nada, também queria dizer ao Sr. Presidente da Assembleia que é pena aquela gente estar ali toda fora. Eu digo quanto é franco: eu não aguentava muito tempo, e ia-me embora para casa. É pena, porque se calhar já estavam a contar com isto, podiam ter arranjado, realmente, um sítio onde toda a gente estivesse em paz. Ali, daqui a bocado, começam a doer os calcanhares, eu ia mas era embora. Portanto, é ver se há um bocadinho mais de atenção com o público, porque é muito triste. Uma situação que eu me lembro aqui… não vale a pena, não vale a pena… Uma situação que eu me lembro aqui, os Presidentes de Junta, naturalmente… eu acompanhei muitas vezes, como vocês sabem, em muitas reuniões aqui, e verifiquei que muitos Presidentes de Junta, enfim, fazem pouco trabalho de casa. E fazem pouco trabalho de casa, porque eu assisti, nos quatro (4) primeiros anos, houve aqui Presidentes de Junta que nem pediram intervenção durante aqueles quatro (4) anos. Não disseram nada. Há quem diga: “Mas eles fazem lá, fazem lá fora, na Junta.” É pena, é pena, que eu não sei se fazem, nem se não fazem. Mas isto é uma prova que, naturalmente, podemos juntar as freguesias, porque se calhar pouca gente faz falta, mesmo como Presidente de Junta, e é preciso que os Presidentes de Junta, também têm que se capacitar que isto tem que ser, as pessoas têm que reunir, e temos que deixar alguns cargos.

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Temos que ser simpáticos para que isto se resolva da melhor forma, que não é só o problema dos Presidentes. Não é só o problema dos Presidente, porque há muitos mais custos para além disso. Este concelho, pelas contas minhas, tem duzentas e quatro (204) pessoas… perdão, cinquenta e duas mil, quinhentas e cinquenta (52.550), e duzentos e quatro quilómetros quadrados, vírgula vinte e um (204,21 Km2). Tenho aqui tudo certinho. Eu vou deixar ficar à Mesa. Se quiserem aproveitar, aproveitem; se não quiserem, é o meu trabalho de casa. Portanto, outra coisa que eu queria dizer aqui… portanto, estava eu a dizer que os Presidentes de Junta… agora já não há bairrismos. Pronto, não vale a pena, já não há bairrismos. Acho que temos que nos acomodar, reunir as freguesias e pouparmos, pouparmos dinheiro, que infelizmente o país está todo roto. E nós também temos culpa, porque nós não intervimos na altura precisa. O país está assim porque os portugueses também não se ralam. “Eu não quero saber da política, eu não quero saber disso para nada.” E agora temos que pagar todos. Isso também é complicado. E portanto, os clientes das freguesias, que somos nós, também temos que atuar, temos que dizer aos Presidentes de Junta que não estão… olhe, por exemplo, eu perguntava aos Presidentes de Junta se todos reuniram com o pessoal para informar desta situação. Eu, por exemplo, na Junta, era para perguntar até ao meu Presidente, eu não soube de nada, se havia reunião de freguesia para esclarecer as pessoas. Eu não soube. Outra coisa que eu queria perguntar era ao PS, se tem alguma proposta. Não sei se o PS tem, e gostava de saber se tem alguma proposta também. Talvez o Sr. Presidente da Câmara me consiga informar. Pronto. E em relação… Como andam sempre em conversações, o PS com o Presidente de Câmara. Aliás, devem ter reunido. Os senhores devem saber alguma coisa. Eu não sei. Eu acho que não vale a pena estar aqui a colocar aqui o ajuntamento que eu fiz. Se calhar, só a correr: punha Soalhães só, punha depois… porque Soalhães, por que é que punha Soalhães? Porque Soalhães tem vinte e quatro mil quilómetros quadrados (24.000 Km2)… perdão, vinte e quatro quilómetros quadrados (24 Km2). Foi um bocadinho a mais. Vírgulaum, vírgula um. E eu recordo de a senhora de Soalhães, numa altura, ela lá rabugenta é, e consegue os seus objetivos. Ela uma vez conseguiu, houve uma ano em que conseguiu adquirir tanto dinheiro como está agora a adquirir a gente para fazer aqui a reestruturação, que foram cinco milhões (5.000.000€). Não é para qualquer um. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- O seu tempo chegou ao fim. Portanto, agradecia que pudesse ser rápido. --- António José Branco (Elemento do público) --- Pois, eu sei. Eu sei. Infelizmente. Pronto, olhe… --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sr. Branco, pode terminar a sua apresentação. Pode terminar. Damos-lhe mais um minuto. Agora, era só para comunicar. --- António José Branco (Elemento do público) --- Desejo que os Presidentes de Junta tenham arcaboiço, para que consigam deixar, enfim… é a vida, alguns vão ter que ficar pelo caminho. Eu só vejo aqui, nos Presidentes de Junta, só vejo

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um problema. No ajuntamento das freguesias, só vejo um problema. Sabe qual é? Se juntarmos cinco (5) freguesias, que nomes é que lhes vamos dar às cinco (5). Aí é que eu vejo um problema. Se calhar vamos andar à “batatada”, que queremos que seja aquela ou a outra. De resto, desejo a todos muita saúde, e boa noite. Temos que dar o lugar a outros, não há dúvida, que há muita gente para falar. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o munícipe, Sr. Augusto Vieira. --- Augusto Vieira (Elemento do público) --- Boa noite. Antes de mais, queria cumprimentar o Presidente da Assembleia Municipal e os seus Secretários, o Executivo, na pessoa do Presidente da Câmara e os Srs. Vereadores, e todos os deputados aqui presentes na Assembleia, e os munícipes, os Marcoenses que ali estão fora, em especial, de uma maneira especial, os de Avessadas e Rosém, que são aqueles em que eu estou aqui em representação, se me posso chamar de representante. E antes de mais, queria congratular esta Assembleia no seu todo pela iniciativa que toma de chamar a si a reorganização administrativa. Bem-haja. É um voto de coragem que demonstram aos Marcoenses. É evidente que isso tem os seus prós e contras, e eu estou, e nós estamos aqui, nem prós, nem contras. Não estamos é favoráveis a uma situação, que é isso que eu vou passar rapidamente a expor. E como digo, em nome da população de Avessadas e Rosém. Isto que eu vou aqui rapidamente ler foi já endereçado à Assembleia da Junta de Freguesia de Avessadas, ao Presidente da Junta de Freguesia de Avessadas, ao Presidente da Assembleia Municipal de Marco de Canaveses e ao Presidente da Câmara. E vou passar a ler, para não estar a divagar. E o assunto prende-se com um desacordo quanto ao nome atribuído à junção das Freguesias de Avessadas e Rosém. “No âmbito da reorganização administrativa do concelho de Marco de Canaveses, as populações de Rosém e Avessadas não se manifestaram contra a junção, ou não se manifestam contra a junção das freguesias. São, sim, desfavoráveis ao nome de “Castelinho”. Por assim ser, apresentámos os seguintes argumentos.” E estes argumentos, e friso, são argumentos que traduzem a voz do povo, espontânea. “As populações não tiveram um conhecimento desta decisão porque a convocatória para a Assembleia de Freguesia não era suficientemente elucidativa, ou seja, não referia, entre outras coisas, a alteração do nome. De acordo com a aprovação da última reunião da Assembleia de Freguesia de Avessadas, do passado dia 29 de setembro de 2012, em que batizou a junção de freguesias com o nome de “Castelinho”, ambas as populações manifestaram-se favoráveis àquela decisão. A Junta de Freguesia de Rosém, e habitantes, não estão de acordo com a aprovação desta decisão pelas mesmas razões acima mencionadas. É de consenso a freguesia denominar-se por Avessadas e Rosém.”

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Para arrematar, vamos chamar assim, “ambas as populações reconhecem a simbologia do lugar do Castelinho. No entanto, não deixa de se tratar somente de um lugar pertencente à Freguesia de Avessadas.” E posso-vos referir que foi… esta legitimidade que me faz aqui representar estas populações foi baseada num abaixo-assinado, que foi posto a circular desde o dia 4, porque foi o dia em que as pessoas tomaram consciência, pensando que isto seria, não digo um tom de brincadeira, mas que foi… não estava tudo devidamente elucidado, e posso-vos dizer que em quatro (4) dias… a população não é muita, de Avessadas e Rosém, mas estão aqui vinte e três (23) páginas de um abaixo-assinado, com quatrocentos e nove (409) assinaturas. Acho que é significativo, em pouco tempo, e de uma forma cívica, de uma forma, digamos, não premeditada, diria, espontânea, as pessoas pronunciaram-se, e se mais tempo houvesse, julgo que toda a população se pronunciaria. Não diria de modo exclusivo, mas a esmagadora maioria iria pronunciar-se sobre isto. Eu posso rapidamente também ler o abaixo-assinado, para que a Assembleia tenha conhecimento do teor. “Avessadas e Rosém, 4 de outubro de 2012. Alteração do nome das Freguesias de Avessadas e Rosém para Freguesia de Castelinho. Os abaixo-assinados, residentes nas Freguesias de Avessadas e Rosém, não são a favor à alteração do nome das mesmaspara Freguesia do Castelinho, no âmbito do Mapa da Reorganização Administrativa. Esta alteração foi aprovada na última Assembleia de Freguesia de Avessadas, por maioria dos deputados presentes e respetivo Executivo, realizada no passado dia 29 de setembro de 2012. Esta foi uma medida tomada sem o cabal esclarecimento das populações de Avessadas e Rosém, pelo que nos manifestamos, por via deste documento, contra a referida alteração do nome das respetivas freguesias.” Eu aproveitava o momento para apelar, não só ao bom senso, mas terem em consideração a voz destas quatrocentas e nove (409) pessoas, que em quatro (4) dias se manifestaram, em especial ao Presidente da Junta de Freguesia de Avessadas, aqui presente, e também ao Presidente da Junta de Freguesia de Rosém, para reconsiderarem este tema, principalmente o Presidente da Junta de Avessadas. E frisando, para finalizar, não somos contra nada nem contra ninguém; simplesmente não estamos a favor de uma situação que aparentemente nos tira identidade, a denominação, algum sentido de bairrismo que é sempre necessário no dia a dia, e que as pessoas de Avessadas e de Rosém, penso que pelos tempos últimos que se passaram, é unânime a sua junção, ou é pacífica a sua junção, porque as famílias cruzam-se, os miúdos andam na mesma escola, até os párocos são os mesmos. Ou seja, tudo isso leva a que exista um consenso em termos… e exemplos de outros que existem. Existem Banho e Carvalhosa, Alpendorada e Matos. O por quê de redenominar uma freguesia de um lugar, eu diria… estou ali a olhar para o Presidente da Junta de Rosém, por que não falar de Chentadiços. Até é um lugar muito bonito, emblemático da nossa terra. Podia ser Chentadiços. Mas acho que poderá ser mais consensual, como as pessoas aqui demonstraram de maneira cabal, Avessadas e Rosém será pacífico. Por isso mesmo, apelo à compreensão, e ao voto, acho que cívico, democrático de todas as pessoas que assim o pronunciaram. Acho que é pacífico. Exatamente, termino a minha intervenção sobre isto. Obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal ---

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Chamava o munícipe José Alberto Couto. --- José Alberto Couto (Elemento do público) --- Exmo. Sr. Presidente da Assembleia e da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, Secretários, Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses e respetivos vereadores, Exmos. Srs. Deputados da Assembleia da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, e Exmos. Srs. Presidentes de Junta de Freguesia do concelho de Marco de Canaveses, minhas senhoras, meus senhores: Sou José Alberto Teixeira Couto, Presidente da Assembleia de Freguesia de Sande, residente em Penha Longa. Neste momento histórico para o concelho do Marco de Canaveses, quero marcar presença e saudar o bom povo de São Lourenço do Douro, Sande, Penha Longa e Paços de Gaiolo, saúdo as gerações presentes e também as gerações futuras, os nascidos e os que hão de nascer, saúdo a prosperidade que se avizinha, a administração autárquica de Bem Viver. Ser-me-ia fácil ficar em casa sem dar a cara, mas os meus netos, quando chegarem ao uso da razão, não me perdoariam. Ao comemorarmos as quatro (4) freguesias, os quinhentos (500) anos de foral do concelho de Bem Viver, não poderia haver coisa mais acertada, aproveitarmos a oportunidade deste momento votando a proposta de agregação das quatro (4) freguesias, votada por unanimidade em Assembleia de Freguesia, para consolidar um futuro mais risonho, um horizonte mais rasgado. Saúdo em especial os Srs. Presidentes dos atuais Executivos: D. Anabela, Costa Pinto, D. Luísa Madureira e o Sr. Agostinho Vieira. Felicitações e parabéns por tão acertada escolha. E porque não me é permitido votar, não me cabendo tão grande honra, saúdo todos os Srs. Deputados e todos os Srs. Autarcas a votarem por mim nesta proposta que nos une, nesta fronteira e linha de água que é o Douro, que já nos leva e levará o nome para além deste povoado geográfico. Peço aos senhores que não façam da vossa votação uma votação de monopólios, em que os grandes fiquem cada vez maiores, e os pequenos fiquem cada vez menores. Tenho dito. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o munícipe, Sr. Hélder Pereira. --- Hélder Pereira (Elemento do público) --- Boa noite. Sr. Presidente da Assembleia, António Coutinho, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Dr. Manuel Moreira, Srs. Vereadores, Srs. Presidentes de Junta, público em geral: Estou aqui, sou habitante de São Lourenço do Douro. Eu não sei se me estão a ouvir bem, porque isto parece que está muito longe. Sou de São Lourenço do Douro, sou Hélder Pereira, e estou aqui como habitante dessa freguesia. Simplesmente vou falar de São Lourenço do Douro, que é a terra onde vivo, e vou falar em nome também dos habitantes dessa terra. Todos estão a lutar pela mesma causa, que é a união, que é a junção de freguesias. No que concerne ao caso de São Lourenço do Douro, no dia 5 de outubro, na sexta-feira passada, salvo erro, foi feita uma Assembleia que tinha como proposto, era uma sessão de esclarecimento sobre este tema. O Sr. Padre divulgou na missa que ia haver essa sessão de esclarecimento. Eu, pessoalmente, fui a essa reunião, com muitos mais membros, muitos mais habitantes de São Lourenço do Douro, e quando lá chegámos, não houve sessão nenhuma de esclarecimento;

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simplesmente o que pudemos constatar é que tudo já estava premeditado. Havia uma proposta, ou melhor, havia mais propostas, havia três (3) propostas na Mesa, depois surgiram outras três (3). Nenhuma delas era do agrado, ou melhor, as três (3) que estavam na Mesa não eram do agrado da população em geral. A população quis fazer-se ouvir porque ia-se iniciar a votação, e então alguém da Assembleia, da oposição, salvo erro (eu estou aqui sem qualquer cor partidária), alguém da Assembleia disse que era bom ouvir a população. De facto, só um elemento dessa Assembleia é que votou, é que deu opinião favorável à proposta que estava na Mesa, feita pelo atual Executivo de São Lourenço do Douro. Os restantes, todos votaram contra, ou todos eram de opinião contra àquilo que estava na Mesa. Ora bom, o que é que eu acho, e acho que era bom para São Lourenço do Douro? Já que não podemos ficar sozinhos (e é uma lei que está a nível nacional, temos que a respeitar), eu acho que o bom, e aquilo que os habitantes de São Lourenço do Douro acham é que devemos fazer essa junção, essa união, com freguesias pelas quais temos estado já juntos, quer porque partilhamos bancos de saúde, ou outros serviços onde já existam ligações com essas freguesias. E neste caso concreto, de São Lourenço do Douro, isso acontece com São Lourenço, Magrelos e Ariz. Eu, pessoalmente, gostava de ficar com Alpendorada, mas não posso, porque estou afastado, tenho Magrelos pelo meio, e outras freguesias. Mas se me dessem a escolher, era Alpendorada, que é uma freguesia que eu gosto. Mas não pode ser. Mas, Sande… São Lourenço, Magrelos e Ariz são três (3) freguesias que poderiam muito bem ficar juntas, unidas. Isto do meu ponto de vista, e da maior parte das pessoas de São Lourenço do Douro. Mas esta proposta surgiu nessa Assembleia, e não teve voto favorável do atual Executivo. A proposta que ganhou teve votação três (3) – três (3), mas, como sabem, o Presidente da Assembleia desempata, tem voto de excelência, e foi o que aconteceu, e pronto. Essa proposta de São Lourenço, Magrelos e Ariz ficou sem qualquer efeito. O que eu apelava era que os Srs. membros da Assembleia ponderassem bem, e que… vamos esquecer os interesses, e ver aquilo que realmente interessa para as freguesias, ver o que é bom, e tentar fazer essa união com tudo aquilo que realmente faz falta às freguesias, e procurar juntar aquilo que, de facto, já existe. Tenho dito. Obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- O Sr. Munícipe Soares Pereira. --- Soares Pereira (Elemento do público) --- Então, boa noite a todos. Boa noite, Sr. Presidente da Câmara, Dr. Manuel Moreira, boa noite, Sr. Presidente da Assembleia, António Coutinho, e boa noite a todos os deputados e Presidentes de Junta, e todos os demais. Ora, eu subscrevo tudo o que foi dito pelo Hélder Pereira. Praticamente não terei muito mais a dizer porque ele já disse o essencial, e parte do que ele disse também vim eu cá dizer. Ouvi falar aqui em São Lourenço, e Sande, e Penha Longa, e Paços, que parece que é um facto consumado, sem nos terem consultado sequer. Nós estamos inclinados, e gostamos, e gostaríamos de ser, São Lourenço, Ariz e Magrelos. São as freguesias que, realmente, nos unem. Tenho dito. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal ---

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O munícipe, Sr. Manuel Santana. --- Manuel Santana (Elemento do público) --- Muito boa noite a todos. Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente de Câmara, Srs. Vereadores, Srs. Deputados da Assembleia Municipal, Srs. Presidentes de Junta, público e comunicação social: Eu pensei que, realmente, aqui pudesse dizer mais algumas coisas. Já vi que não vou dizer muita coisa, porque estava à espera que, realmente, esta Assembleia Municipal hoje fosse apresentar algumas propostas. E segundo o que me parece, não vai haver propostas nenhumas, não há apresentação de propostas. Depois, penso que este ponto… --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eu peço só um minuto. Eu penso que o som não está a chegar lá fora. Só um minuto, se faz favor. --- Manuel Santana (Elemento do público) --- Depois, o Ponto 1 não deveria ser o primeiro a ser falado, discutido. Acho que primeiro deveria, então, ser feita a apresentação de propostas, e então o público pronunciar-se de seguida. Isso é que seria a verdade. Porque senão, o público está aqui e vai falar de quê? Não há apresentação de propostas, ninguém apresenta nada, e vão deitar as culpas depois para as Assembleias de Freguesia. Não concordo com esta decisão, mas pronto. É a minha decisão. Depois, tenho outra coisa: está-se a fazer tudo em cima do joelho. Já disse, continuo a dizer: tudo em cima do joelho. Uma lei mal preparada, o público, as pessoas mal informadas, os Presidentes de Junta, os membros das Assembleias de Freguesia, todos mal informados. A lei diz, e pelo menos prevê que o Marco pode ficar com vinte e três (23) freguesias. Pode. Eu penso que esta Assembleia Municipal deveria logo se começar a pronunciar pelas vinte e três (23) freguesias, e não diminuir. Se quer defender os interesses do Marco de Canaveses, então preparámos nas vinte e três (23) freguesias, e então aí sabemos muito bem por onde é que havemos de talhar. Há freguesias muito pequenas. Há freguesias muito pequenas, meus caros amigos. A lei diz que as freguesias, depois da agregação, vão ter mais competências. Eu pergunto: que competências? Onde é que elas estão? O povo sabe? A Assembleia Municipal sabe? As Câmaras Municipais sabem? Ninguém no país sabe que competências vão atribuir a estas Juntas de Freguesia. Ninguém sabe. As pessoas não podem ser enganadas, meus caros amigos. E nós, se não houver outra solução, aqui parece que já houve solução de algumas Juntas de Freguesia, e que aí, no meu entender, pode haver um volte-face na situação, em que estas freguesias que, realmente, já assumiram nas Assembleias de Freguesia as junções, essa lei tem que ser… isso tem que ser levado à consideração, porque o n.º 4 do art.º 11.º diz que tem que ser respeitada a pronúncia das Assembleias de Freguesia. Isso é muito importante. E então, eu vou só falar mais uma coisa, uma breve, muito breve: eu quero-me congratular, sinceramente, com a Assembleia de Freguesia de Tuías, que é a terra que eu represento. Sou de Tuías, tenho uma identidade de Tuías, defendo a minha terra e sempre defenderei. Congratulo-me com a Assembleia de Freguesia, em que votou unanimemente “não” à grande

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freguesia da cidade, Tuías quer ficar só. Tuías só. Esta é a nossa posição, e esta é a posição que esta Assembleia Municipal tem que levar em conta, em relação ao n.º 4 do art.º 11.º. Muito obrigado, Sr. Presidente. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o munícipe, Sr. Artur Soares. Artur Soares. --- Artur Soares (Elemento do público) --- Muito boa noite a toda a gente aqui presente nesta sala. Sr. Presidente de Câmara, Sr. Presidente da Assembleia… agora sim. Sim, sim, está ligado. Um bocadinho mais de força na voz. Eu sou Artur Soares, sou da Freguesia de São Lourenço do Douro, e o que eu tenho a dizer é muito simples. Já vieram duas pessoas da nossa freguesia falar. Apenas tomei a decisão de vir aqui, só para ainda focar mais um pouco, e não desfazendo de nada do que foi dito anteriormente. São Lourenço do Douro, na passada sexta-feira, dia 5, uniu-se, um número representativo, na nossa Junta, na sede da Junta de Freguesia, para, então, ver e ouvir o esclarecimento sobre esta lei, esclarecimento esse, que eu fui, ouvi, e não fiquei esclarecido. Ou se calhar fiquei. Não fiquei como deveria ter ficado, se calhar. Conseguem ouvir-me? A ideia de São Lourenço, sempre que se falava e se procurou fazer, ouvir as pessoas de São Lourenço, a população primeiro exprimia o ficar sozinho. Mas depois, quando se dizia: “Se calhar ficar sozinho não dá”, as pessoas diziam: “Então, para Sande não. Para Magrelos, ou Ariz, ou Magrelos e Ariz.”, que era, se calhar, a solução mais lógica. E eu não entendi o por quê de o nosso Executivo só pender para um lado. E era aí que eu, se calhar, gostava de ficar mais esclarecido, e não fiquei, e se calhar o dever de vir aqui. Só para um lado, não sei o por quê. Se sabia, e se a população se fez pronunciar anteriormente que a ideia era totalmente antagónica, e isto era para o outro lado que nós queríamos. Nós queríamos com Magrelos, que é uma população, a nível demográfico, muito semelhante à nossa, são cerca de cento e quarenta (140), salvo erro, habitantes de diferença, mais ou menos, segundo o siteda Wikipedia.Vamos dar uma margem de erro. Mas pronto. Mas é, enquanto que a Freguesia de Sande, que não tenho nada contra, agora tem quase o dobro, ou passa até do dobro dos habitantes. E isto, à partida, pode não ter grande relevo. Eu acho que tem, e a população também acha que tem. Nós sabemos que isto, o facto de um ser um dos grandes, pende sempre para os grandes, e nós sabemos que se formos para o lado esquerdo, que os pequenos podem-se fazer grandes. E é esta a nossa ideia. Quando na tal sessão de esclarecimento, e foi o que eu menos gostei, e de outra forma nem tinha vindo aqui, porque acho que até é o ponto que ficou mais por dizer, que não gostei, não gostei da forma como fomos tratados. Quando tentávamos falar, diziam que nos punham de lá para fora. Sim, foi dito. Foi dito que “Ou se calam, ou sou obrigado a pô-los lá fora.” É perfeitamente normal, é perfeitamente normal, penso eu, que quando nós não ouvimos o que queremos ouvir, isto não se tratando de uma só pessoa, não se tratando só de uma só pessoa, é perfeitamente normal que as pessoas digam: “Estão a brincar comigo?” Não é normal é serem ameaçados de serem postos fora da sede de Junta de São Lourenço do Douro. Em relação, há bocado, ao manifesto que se passou ali fora, quando um senhor veio falar das terras de Bem Viver, nada contra o senhor, só não gostamos da ideia consumada de juntar São

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Lourenço e Sande, e pelo que eu entendi, até mais, terras de Bem Viver. Só não gostamos disso, e daí a nossa manifestação. Nada contra o seu discurso. E tenho dito. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- O munícipe António Soares. --- António Soares (Elemento do público) --- Boa noite. Sr. Presidente da Assembleia, Sr. Presidente da Câmara, restantes membros do concelho: Desculpem lá alguma coisa, que eu é a primeira vez que estou aqui, por isso, desculpem lá. Estou aqui apenas por um motivo. Sou de São Lourenço do Douro, e ouvi na freguesia o padre avisar que havia uma reunião de esclarecimento, isto e aquilo, até torceu assim um bocadinho os ombros, como quem diz que já ia ser tarde. Marcaram uma reunião para dia 5, que já era tarde. Mas tudo bem. Chegámos à reunião, não havia esclarecimento nenhum. Puseram três (3) propostas em cima da mesa. Eu por acaso estava à frente, comecei logo a duvidar, por que é que só estavam três (3) propostas, todas olhando… São Lourenço olha para o Rio Douro, três (3) propostas para o lado esquerdo, que é São Lourenço e Sande, São Lourenço, Sande e Penha Longa, São Lourenço, Sande e Paços de Gaiolo. E já se iam preparar para haver a votação. Eu perguntei se não havia hipótese de ouvir a Assembleia. Estava assim com um bocadinho de cócegas, desculpando-me o termo, mas sempre concederam ouvir falar a Assembleia. Mas a Assembleia começou a querer falar, e foram ameaçados que eram postos fora. Tudo bem, pronto. Vamos consentir isso. Deram a voz à palavra, eu fui o primeiro a falar, perguntei qual era a razão de só olhar para a parte esquerda. Fiz lá o exemplo, olhar para a parte esquerda. Disseram-me, disse a Presidente da Junta que não vinham para a direita, que era para Magrelos, porque nem Magrelos, nem Ariz se queriam juntar a nós. Eu fiquei assim um bocadinho… porque não era o que eu ouvia dizer. Pronto. Eu contatei um Presidente da Freguesia de Magrelos, em que ele me disse que não, que é mentira, o que a Presidente da Junta de São Lourenço disse lá que era mentira, que Magrelos propôs a São Lourenço e ele não quis, Ariz propôs ficarem Ariz, Magrelos e São Lourenço, a Presidente de São Lourenço não quis, que é São Lourenço e Sande, e Penha Longa e Paços de Gaiolo. Eu não entendi qual a razão, porque a Freguesia de São Lourenço do Douro, desde sempre teve… o caminho é para a feira, há a feira, há o centro de saúde, há o banco, há farmácias, há tudo. Não temos, eu não conheço inimigo nenhum meu em Sande. Amigos, tenho lá muitos. Mas não interfere de eu seguir o meu ideal. O meu. E como a freguesia, como já foi dito aí pelas outras pessoas, que estava a sala cheia, com duas (2) ou três (3) pessoas ainda de pé, apenas uma pessoa disse: “Eu nasci em Sande, prefiro ir para Sande.” As outras pessoas todas, todas, achavam que era para Magrelos. Magrelos, e se fosse preciso, Ariz. Pronto. Estava-se a gerar a confusão, ainda bem que a reunião acabou, e foi o que se passou. Pronto, que foi votada, ou depois, como a gente falou, foi a votos também, fez-se também a votação sobre Magrelos, claro que estavam três (3) da Assembleia, eu não faço parte da Junta de Freguesia, nem nada, não tive direito a voto, mas foi votado. Ficou três (3) – três (3), a Presidente da Assembleia desempatou. Tudo bem. Agora é isto que nós temos. Se for conforme os da Junta e o resto dos membros foram à votação, a freguesia fica toda, toda a olhar de lado. Pergunto: há pessoas de Sande, ou melhor, de Sande que casaram ainda há um ano e pouco, que estão a morar a cinquenta (50), cem (100) metros da partilha, e disseram: “Não, para Magrelos, vamos, mas para Sande, não.” Eu até fiquei

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assim um bocadinho… eu não vou dizer nomes porque… mas é verdade. Pessoas da partilha de São Lourenço e Sande, não sei o que é que elas têm contra Sande. Eu não tenho nada contra Sande, só que não quero é ir para lá. Olhe, desculpem-me, talvez já passasse do tempo, e foi a primeira vez que falei em público assim. As asneiras às vezes também têm que ser ditas. Boa noite. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- O munícipe Camilo Nogueira. --- Camilo Nogueira (Elemento do público) --- Boa noite. Boa noite, Sr. Presidente da Assembleia, boa noite, Sr. Presidente da Câmara e todo o Executivo, Vereadores, comunicação social, Presidentes de Junta e comunicação social. Realçar a Rádio Marcoense, que está a fazer um ótimo serviço, no qual todos os Marcoenses se devem louvar a ouvir em casa, porque este recinto é pequeno, e ouvem em casa. Façam como eu. Houve aqui uns votos que eu queria… depois de ouvir estas conversas todas, eu tinha uma sugestão, e umas perguntas a fazer. Queria perguntar aqui à Assembleia se o PSD e o PS apresentaram um mapa para a reorganização administrativa das freguesias, ou se foi só o cidadão António Coutinho. Outra sugestão que eu queria saber é em que moldes se vai dar as quatro (4) freguesias da cidade. Que competências a sede… há aqui muita coisa às escuras. Para escuro já estou eu. Nós não sabemos o dia de amanhã, porque ninguém nos diz nada. Só dizem que têm que fazer junção de freguesias, freguesias, freguesias. Ninguém vai dizer nada mais. Nós vamos saber o quê? O que é que nos espera? Se este orçamento for votado, esta lei vai continuar,se alguém sair? Segundo, estas dificuldades dali até aqui,faço eu de Rio de Galinhas até cá ao Marco. Já ando a debater, não é por ter ficado assim; ando a debater há oito (8), dez (10) anos, da estação até aqui ao Marco, pelo menos até ao Tanoeiro, esta avenida. Infelizmente, há quatro (4) anos fiquei cego. Todos os dias passo acima e abaixo. Já começaram há sete (7), oito (8) meses; pararam três (3) ou quatro (4) vezes. Eu estou aqui como cidadão de Rio de Galinhas. Sou mais de Rio de Galinhas, mas não estou aqui por causa disso. Eu estou… antigamente, antigamente estava aqui um senhor que dizia que do Tanoeiro para baixo era Marrocos. E eu vejo agora a fazerem obras na cidade. Lá para baixo também é Marco, é a entrada da cidade do Marco. Os passeios…hão de fazer uma caminhada, em vez de andar aqui no estádio, à voltinha, façam até à estação, e vejam as dificuldades que vocês encontram. E agora a parte de Rio de Galinhas: eu não tenho competência para dizer ao povo de Rio de Galinhas: “Vamos ser de Tuías, São Nicolau ou Fornos.” Rio de Galinhas sempre teve uma identidade, sempre foi idónea. A exceção do Marco é Rio de Galinhas. Primeiro é Rio de Galinhas, depois do Marco. E agora quero saber: somos nós que lá estamos que vamos partir… como é que eu hei de dizer? Partir o que os antepassados criaram em Rio de Galinhas? A todos, boa noite, e obrigado.

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--- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o munícipe António Vieira da Rocha. Chamava a munícipe, D. Júlia Correia. --- Júlia Correia (Elemento do público) --- Muito boa noite a todos. Antes de mais, apresento-me. Sou Júlia Correia, resido em São Lourenço do Douro, Marco de Canaveses. E o que me traz aqui é a reorganização autárquica. Primeiramente, muito se falou do assunto. Depois, ninguém sabia de nada. Chegou-se ao ponto de dizer que tudo iria ficar igual. Mas há poucos dias, tudo tomou nova forma, pois tudo tem de ser resolvido em poucos dias, sem qualquer esclarecimento ao povo de São Lourenço, como aos membros da Assembleia da Junta. O Sr. Padre avisou na igreja que se iria realizar uma reunião na Junta de Freguesia para que todos os cidadãos estivessem presentes para serem esclarecidos, e dar a sua opinião. O que se passou não foi bem assim, nada foi esclarecido, e não nos foi dada a oportunidade de exprimir as nossas vontades e ideias. Por sua vez, a Junta teria o dever de nos ouvir, e não de apresentar propostas, e propostas todas no mesmo sentido. Portanto, a Junta apresentou Sande e São Lourenço; Sande, São Lourenço e Penha Longa; Sande, São Lourenço, Penha Longa e Paços, Paços de Gaiolo este que fica a catorze quilómetros (14 Km) de distância de São Lourenço do Douro. A partir daí, instalou-se a confusão na sala, com o protesto da oposição e do público em geral. E sempre que o público se manifestava, era ameaçado pela Presidente da Assembleia que punha tudo na rua. E repetiu-se várias vezes. Isto vindo de uma Presidente que marca duas reuniões por ano, uma para o orçamento e outra para aprovar as contas. E mesmo a essas, quase que nunca está presente. Mora e trabalha no Porto. Está desligada da freguesia. E vem agora tomar esta decisão de desempatar, quando já nem deveria ter lugar na Assembleia. O que foi apresentado pela oposição, sendo do agrado geral de todos, querem virar à direita. Ou seja, juntarmo-nos a Magrelos e Ariz. Para Sande, só houve a vontade de se juntar uma pessoa que estava no público. O restante público era a favor da junção de São Lourenço, Magrelos, Ariz. A oposição perguntou à Junta: “Por que só se viram para o outro lado, deixando freguesias tão próximas de nós de fora, e com tantos serviços que nós já utilizamos todos os dias, como o comércio de Ariz, o banco, a farmácia, o posto médico, e tantos outros, sem falar na boa acessibilidade dos transportes?” São Lourenço já está um pouco ligado a Magrelos pelo loteamento do Tapado e loteamento de Agrelos. É aí que está a maior população das duas freguesias, que já convivem e partilham todos os dias como se já fossem o povo da mesma freguesia. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o munícipe Fernando Vieira Soares. --- Fernando Vieira Soares (Elemento do público) --- Boa noite, Sr. Presidente da Assembleia, Sr. Presidente da Junta, boa noite para todos. Sou Manuel Fernando Vieira Soares, sou de São Lourenço do Douro. Acho que já foi tudo dito pelos meus colegas, o essencial. Só quero dizer que acho que já foi tudo dito, no essencial, pelos meus colegas. Só quero mostrar mais uma vez a minha indignação, porque eu sempre ouvi falar que as Juntas de Freguesia são para servir o povo, e não o povo para servir as Juntas

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de Freguesia. O que é que acontece? Nós fomos convidados para uma reunião para discutirmos sobre a reorganização das freguesias, e afinal chegámos lá e fomos tratados, quer dizer, não sei, eu nem sei como é que hei de dizer o nome. Porque nós chegámos lá, fomos… se calhar como moscas, não sei. Porque falámos, falámos, queríamos falar, em primeiro nem nos deixaram falar, havia a ameaça de que nos punham fora da sala, havia essa coisa toda, como se nós fossemos alguns arruaceiros. Mas pronto. Depois, no fim, tanto que a gente insistiu até que deixaram a gente fazer a votação,o povo que estava. Chegámos à conclusão, votámos todos, só uma pessoa é que esteve de acordo com São Lourenço, Sande e Penha Longa. Aliás, eram as três (3) propostas: a primeira era São Lourenço e Sande; a segunda, São Lourenço, Sande e Penha Longa; a terceira, São Lourenço, Sande, Penha Longa e Paços. Quer dizer, deu-me aquela ideia de quando a gente vai ao restaurante, tem massa, massa com arroz, é tudo massa. Eu não gosto de massa, não como. E foi aquela ideia. Quer dizer, nós chegámos ao fim, foi a votação da Assembleia, chegaram… Ora bem, nós estamos três (3) – três (3), três (3) votam contra, três (3) a favor, e vai ser a Presidente da Assembleia, que nem gosta de São Lourenço, senão morava lá, foi morar para outros lados, como a Presidente da Junta na primeira oportunidade saiu de São Lourenço e veio para o Marco, mas pronto. Quer dizer, no fundo, estamos a ser geridos por pessoas que não gostam de São Lourenço, à partida. Chega ao fim, a Sra. Presidente da Assembleia respondeu: “Afinal, como é caso de empate, sou eu que vou decidir.” Nós estávamos lá, o povo da freguesia, que acho que era quem devíamos decidir o destino da nossa freguesia, e ficámos a olhar. Eles é que mandam, viemos embora. E é isso o essencial. Por isso, acho que não tenho mais nada a dizer. Boa noite. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o munícipe, Sr. Tó Monteiro. --- Tó Monteiro (Elemento do público) --- Teixeira, à minha beira, que é para se ouvir bem lá fora. Muito boa noite. Quero visar o Sr. Presidente da Assembleia, Presidente da Câmara Municipal, e os restantes da Mesa. O que eu tenho aqui para dizer hoje é o seguinte: eu não estava presente na reunião que houve na Junta de Freguesia de São Lourenço do Douro, na passada sexta-feira, e o que eu venho aqui dizer é o seguinte: já ouvi falar nas junções das freguesias, e concordo, concordo plenamente com a junção. Não é porque eu… o que se fala agora é que a Junta de Freguesia disse que São Lourenço tinha de se juntar à Freguesia de Sande. E eu gostava de perguntar à Presidente da Junta por que é que tanto insiste em que São Lourenço faça parte da Freguesia de Sande. Porque, que eu saiba, no mapa de Lisboa, administrativo, está que São Lourenço tem que se juntar a Magrelos. Pelo menos é no mapa o que está, que eu ainda sei ver as coisas e ainda ando bem informado. Eu só queria deixar aqui que tudo farei, tudo farei para que a Freguesia de São Lourenço do Douro não se junte à Freguesia de Sande. Tudo farei para isso. Também foi falado no meu nome, como eu sou o Presidente do Futebol de São Lourenço do Douro, que a Presidente da Junta tinha falado comigo, em que eu concordava, que estava tudo ok, porque eu também tenho uma palavra a falar, que também sou um Presidente do futebol que faz parte da freguesia, e aquilo que foi dito lá na reunião, que tinham falado comigo, eu não fui informado de nada, e gostava que a Presidente da Junta viesse falar comigo acerca disso,

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porque eu não fui informado de nada. Pronto. Aquilo que eu tenho a dizer é que não concordo, não concordo com o que está feito pela Junta de Freguesia, porque até acho uma coisa, uma coisa fascinante, que é: esta Junta de Freguesia não reúne, não me lembro a data, não me lembro a data. Não faz uma Assembleia, não faz nada. Agora, de repente, para a junção das freguesias, foi tudo à pressa, o povo foi maltratado, e não sei qual é a pressa que a Presidente da Junta tem para juntar rápido para fazer a junção com a Freguesia de Sande. Não me vou estar a alargar mais, porque há mais gente para falar. Só que eu, como o povo, o povo da freguesia conhece-me bem, conhece-me muito bem mesmo, conhece-me bem, e tudo farei para que São Lourenço se junte a Magrelos. Não é que eu tenha nada contra a Freguesia de Sande, que eu tenho lá muitos amigos. Mas tudo vou fazer para não deixar São Lourenço se juntar à Freguesia de Sande. Não tenho a dizer mais nada, porque senão tinha que me alargar aqui muito, e não vale a pena. Obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o munícipe Hernâni Mendes Pinto. --- Hernâni Mendes Pinto (Elemento do público) --- Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal e Srs. Secretários, Exmo. Sr. Presidente da Câmara e Srs. Vereadores, Exmos. Deputados, comunicação social e público: Em primeiro lugar, eu quero dizer que esta questão é uma questão transversal à sociedade Marcoense, e que me parece que eles não estão tão bem informados como deveriam estar. E divide-se, para mim, em três (3) vetores essenciais. Primeiro, sejamos, e vou fazer isto devagar, quase como o Ministro das Finanças, sejamos intelectualmente honestos. É necessária a reforma administrativa. Pontoum. Pontoum. Segundo lugar, e ainda pertencendo ao ponto um, nós pertencemos todos ao mesmo território, e pertencemos todos ao mesmo país. É bom que de uma vez por todas saibamos partilhar, porque se não o soubermos fazer, o que acontece é que aí, então, é que vamos pelo buraco abaixo. Segundo lugar, eu pessoalmente, e os portugueses, não mandatámos nenhum dos presentes para isto. Não vinha em nenhum programa de nenhum Partido, nem vinha em nenhum programa estatutário nem local, nem nacional. Portanto, eu também fui Presidente de Junta, durante muitos anos, e soube bem ocupar o meu lugar, e dele muito me orgulho. E mesmo muito. Tive aqui decisões históricas, no contrato da água, no reequilíbrio financeiro, e eu soube sempre o que é que era bom para os Marcoenses. Os Presidentes de Junta atuais e os deputados que saibam que é um dia histórico, e que não estão mandatados, na minha opinião, para o efeito. Não estão. Se o querem fazer, que o façam, mas é a sua consciência que há de ser medida para o ano, nas eleições. Acho que é um assunto demasiadamente abrangente para ser tomado de opinião leve. Em terceiro lugar, e vejo isso a nível nacional, há uma coisa que a mim me admira, e muito, que é os Partidos que tanto dizem e querem defender as pessoas, falam nos territórios, fazem as divisões das freguesias, e há uma coisa que eu não ouço falar: e as pessoas, onde é que estão? Eu não ouço falar delas. Para onde é que vão os empregados das Juntas, os empregados dos

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infantários, os das escolas? Quem é que toma conta deles? O que é que se faz? Sabe-se já o que é que se vai fazer? Não se sabe. Então, como é? Pondera-se a situação? Agora, estas questões são questões que têm que ser muito bem elencadas e muito bem definidas. E dá para demonstrar, pelas pessoas que estão aqui fora, que o que se passa no Marco, passa-se nos outros sítios. Eu em conversa ali há bocado, até colhi a opinião de um amigo meu de Rio de Galinhas, que me disse que em Paredes fizeram um estudo de opinião. E fizeram bem feito, e foi uma ótima ideia, porque viram, antes de levar à Assembleia, o que é que o povo pensava. E repararam que, de facto, na área urbana, que é muito mais fácil fazer a agregação do que na área rural. Agora, isto tem, de facto, que ser falado e pensado. E eu não o falei, e não o discuti. Enão o discuti porque eu tinha que o discutir em sede própria. E acho que para isso, se às vezes… por exemplo, a igreja fê-lo. E nós, às vezes… a igreja serve-se de nós por vezes para querer isto, querer aquilo, por que é que nós também não falamos com eles para anunciar que, de facto, precisamos de debater questões transversais a todos nós? Agora, devemos definir um princípio comum, que é de partilhar o território que é de todos nós, sem querer que esteja uma placa à entrada da freguesia, e porque embicámos com a freguesia que é do outro lado, e vamos pôr uma pela parte de cima da freguesia com outro nome de outra freguesia, porque aquele bocadinho, de metro e meio, é da outra. Calma aí. Vamos ser sérios. Nós temos uma base por onde lhe pegar. Agora, temos que o pegar com honestidade, e sobretudo com um conceito importantíssimo que eu já trouxe aqui uma vez, que é o conceito de partilha. E eu, enquanto Presidente de Junta, até vos digo: tive um caso engraçado que se passou(até tive muitos, mas isso dava para uma noite, para discutir aqui), mas tive um que se passou porque houve uma pessoa da freguesia vizinha de Soalhães, neste caso, do lugar de Ramalhães, que quis morrer em Rio de Galinhas, e quis fazer lá uma capela no cemitério. E a proposta subiu ao Executivo e subiu à Assembleia, e foi discutido que o cemitério estava a ficar cheio, não devíamos deixar aos de fora. E eu disse: “Quais de fora? Não é português como os outros?” Porra, então de que terra estamos a falar? Eu acho que as coisas são assim. Portanto, e passou, e esse senhor morreu, e eu orgulho-me de ter sido onde ele desejava. Está em Rio de Galinhas. Portanto, é importante… agora, digo-vos com toda a honestidade e seriedade: tenham bem noção, e muito bem presente, o que é que estão a fazer, porque tenham a certeza de uma coisa, e eu quando votámos aqui o contrato da água e quando votámos o contrato de reequilíbriofinanceiro, houve uma pessoa que veio alertar, ou duas, para as situações. Neste caso, inscrevi-me eu, e vim alertar-vos também, porque acho que o devo fazer. Porque nós, eu estou a falar é dos Partidos. E como estou a falar dos Partidos, se eu tiver que mandar algum abaixo de Braga, mando. Porque eu estive sempre, a minha bandeira foi sempre a minha freguesia. Sempre. Não tive outra. Foi sempre a minha freguesia. E tenho orgulho nisso. Agora, é fundamental vocês terem consciência do que é que estão a fazer. Vocês têm eleições daqui por um ano, e têm a revisão feita, pronta, daqui por um ano? Têm a freguesia do Marco com seis (6) ou sete (7) freguesias pronta para daqui a um ano? O que é que vão fazer às pessoas? Para onde é que as vão mandar? Como é que vão organizar o território? O património, o que é que fazem ao património? Quando há carrinha, sedes, não sei quê, não sei que mais. Vão conseguir fazê-lo? Como? Ainda estou para descobrir. Agora, se forem ditar leis cá para fora, e passado uma semana recuar com elas, isso está bem. Desculpem que lhes diga. Boa noite. Obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal ---

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Terminámos a parte do público, da intervenção do público. Eu gostaria só de dar aqui uma questão que penso que foi o Marcoense, Sr. Manuel Santana, que pôs há bocado, o processo do público falar em primeiro lugar. Penso que foi o Manuel Santana que pôs essa questão. E eu gostaria só dar essa recomendação. Isso foi um assunto que foi ponderado numa reunião de líderes. Nós, para fazer esta Assembleia, definimos aqui um conjunto de situações de como é que ia decorrer a Assembleia, porque achávamos que era importante. Chamámos todos os Partidos na semana passada, e os Partidos todos, e foi por unanimidade, decidiram que antes de colocarem a votação a proposta, era importante ouvir as freguesias. Nós não queremos manifestar se estando o público em segundo lugar seria melhor ou pior. Agora, o que nós achamos é que o público falar depois da votação poderia ser pior. Portanto, o caso, o caso aqui, e o que aconteceu foi que fomos todos, por unanimidade, que decidiram, os que estavam nessa reunião, que era importante ouvir o público antes de as pessoas, os deputados desta Assembleia porem agora à votação, se houver algum projeto para apresentar. Foi só essa decisão, e gostaria de dar essa explicação. Gostaria de dar aqui uma ressalva também, que o Partido que não esteve presente foi a CDU. Portanto, não esteve presente nessa reunião. Estiveram o PSD, esteve o PS e o Marco Confiante com Ferreira Torres. Portanto, eram os Partidos que estavam com assento. A CDU não pôde estar na reunião, nem esteve presenteninguém nessa reunião. Era só para dar essa mensagem, porque acho que era importante dar esse esclarecimento hoje à população daqui. Quanto às questões postas pelo nosso munícipe Camilo Nogueira, eu não sei se… foi uma questão colocada ao PSD e ao PS. Penso que eles depois irão responder, a seguir, sobre o problema do mapa e da agregação. Mas, portanto, eu penso que hoje aqui foi mais uma apresentação vossa daquilo que é o que vos vai na alma, e eu fecharia aqui, porque não há respostas, não há questões aqui a ser colocadas, e eu fecharia aqui, e passaríamos ao Ponto 2. Aqui sim, vamos falar, no Ponto 2, que é a Pronúncia da Assembleia Municipal, sobre a reorganização administrativa do território das freguesias do concelho, nos termos do art.º 11.º. E eu tive uma interpelação já do líder municipal do PSD, do Eng.º Rui Cunha, que me pediu para haver uma interrupção da Assembleia. Quereria reunir com os deputados municipais da sua Bancada. Estava também decidido isto, foi também decidido isto entre nós, entre os líderes municipais, que poderiam pensar que depois de ouvir o público, poderiam querer interromper. Também foi decidido por unanimidade este propósito. E portanto, eu queria dizer que vamos ter que interromper a Assembleia por quinze (15) a vinte (20) minutos, foi aquilo que nós decidimos na reunião de líderes, dando o tempo depois de ouvirem os Srs. Munícipes, poderem falar. Eu gostaria só de dizer o seguinte, já agora, se me permitem: o PS, se quiser reunir, foi decidido em reunião de líderes. Portanto, eu não sei se os líderes comunicam com as Bancadas. Era importante que comunicassem, porque eu não posso fazer reuniões de líderes em representação dos Partidos, e depois os deputados não saberem o que é que se está a passar. E eu peço desculpa, mas foi discutido em reunião de líderes, e tudo isto que estamos aqui a falar hoje foi tudo discutido na reunião de líderes. O tempo de interrupção, o tempo de apresentação de propostas, o público falar em primeiro lugar, tudo isto foi perfeitamente claro. Eu penso que nas Bancadas toda a gente concordou. Eu gostaria de dizer, só para terminar, que a CDU, se quiser reunir, irá reunir no meu gabinete; o Marco Confiante com Ferreira Torres irá reunir na sala dos Grupos Parlamentares, aqui em

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baixo; o PS irá reunir no gabinete do José Mota; e o PSD irá reunir para o auditório. Portanto, nós iriamos interromper a sessão durante vinte (20) minutos, durante vinte (20) minutos, e depois vamos às propostas para apresentar. Vamos, então, dar início à sessão. Entraríamos no Ponto n.º 2, Pronúncia da Assembleia Municipal sobre a reorganização administrativa do território das freguesias do concelho, nos termos do art.º 11.º da Lei 22/2012, de 30 de maio. Eu perguntava aos Partidos aqui presentes, ou aos Srs. Deputados, se têm propostas a apresentar sobre a reorganização administrativa do território das freguesias do concelho. Eu ia voltar a fazer a pergunta, porque não estava cá o líder municipal do PSD. Pergunto se há propostas pelos Partidos a serem apresentadas, com base na reorganização administrativa do território das freguesias do concelho. Portanto, o PSD tem uma proposta a apresentar. Portanto, mais ninguém… eu estava a perguntar por propostas, neste momento. Dava a palavra ao Eng.º Rui Cunha, do PSD. Eu há pouco, quando dizia aos Partidos, ou aos Srs. Deputados, sejam eles independentes… portanto, todos os deputados poderão apresentar propostas. --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Sr. Presidente da Assembleia, Sr. Presidente da Câmara, Srs. membros da Mesa, Sr. Presidente da Câmara, Sr. Vice-presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, Sras. e Srs. Deputados, caros Marcoenses, comunicação social: O tema que nos traz aqui hoje é um tema da mais alta responsabilidade e sensibilidade para todos nós. Por isso, eu pedia a atenção, nomeadamente do Executivo. E portanto, quero dizer-vos, antes de mais, e vale a pena aqui fazermos um ponto de situação sobre todo este processo. Quero dizer-vos que ouvi com muita atenção as intervenções do público antes desta minha intervenção. Quero dizer-vos também que esta proposta de lei, que hoje é lei, enquanto proposta, tem cerca de um ano, que o Partido Social Democrata no Marco se preocupou muito com esta questão desde a primeira hora, e naturalmente que debateu internamente, como era seu dever, na estrutura partidária, no Grupo Municipal, com os seus Presidentes de Junta, muitas vezes, mas também um dos debates que fez foi em final de 2011, e foi em Alpendorada, que trouxemos cá um dos autores do então Documento Verde que se traduziu nesta lei, e convidámos, pela comunicação social, e não só, todos os Marcoenses, porque entendemos, e entendíamos na altura, e continuamos a entender que quanto mais discussão houver, quanto mais discussão houvesse, mais assertivos poderíamos ser. Quero dizer-vos também que fomos convidados por uma força política de juventude, que não nos é afeta, para um conjunto de debates pelo concelho. Dissemos que sim, estivemos presentes em todos esses debates, simplesmente, simplesmente porque todo e qualquer debate sobre esta matéria, entendíamos que era fundamental, e queríamos também aprender, queríamos também ouvir, porque sabemos a responsabilidade que temos. Chegados aqui, temos, de facto, uma proposta para vos por, para por à vossa consideração, à consideração dos deputados, que são quem vai votar, e naturalmente que pedia aos Marcoenses aqui presentes, e àqueles que nos estão a ouvir, que porventura não indo ao encontro de todos, que acreditem que procurámos o máximo de consenso possível, sabendo que isso não é possível, unanimidade em matérias como esta, mas também todos os membros, nomeadamente do nosso grupo, têm a liberdade, a liberdade de se pronunciarem como bem entenderem. Mas também entendíamos que era nosso dever, porque a lei é clara, e também não

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vale a pena escamotear, o processo não esteve bem desde a primeira hora, desde o Documento Verde à atual lei, houve um conjunto de inflexões que nós fomos acompanhando com muita atenção, e nem sempre concordámos com tudo. Mas hoje estamos perante uma situação que é clara. E a essa responsabilidade nós não queríamos fugir. Nós sabemos que se não houver uma proposta da Assembleia Municipal do Marco de Canaveses para o nosso município, que haverá uma Comissão Técnica algures em Lisboa, que não nos conhece de qualquer lado, que não conhece a nossa terra, e que lá nos seus gabinetes irão fazer o desenho que bem lhes apetecer, por aquilo que for a sua intuição. E o Partido Social Democrata não queria participar nesta responsabilização. Nós queríamos que os Marcoenses soubessem que estudámos o assunto, debatemos tanto quanto possível ao longo de um ano, e que hoje trazemos aqui uma proposta. Não vai ser do agrado de todos. Não procurámos agrados; procurámos uma análise de acordo com alguns critérios que aqui vos vou mostrar. É uma proposta que não é minha; é uma proposta do Grupo Municipal do PSD, é uma proposta do PSD no seu todo, e portanto, em nome do PSD do Marco é que eu vou fazer esta apresentação, e para a qual peço a vossa atenção, porque estamos a fazê-lo com todo o respeito por todos vós, e por todos aqueles que não estão aqui. Porque todos nós tivemos dúvidas ao longo deste processo, e queremos fazer o melhor. E não nos queremos arrepender nunca de não ter cumprido o nosso dever. E hoje percebemos que o dever era fazer esta proposta. Quero dizer-vos também que partilhamos esta proposta nos timings que foram definidos em Grupo Municipal, em Comissão de Líderes, na Assembleia Municipal, em que foi definido que até ao fim de semana passado partilhássemos, quem tivesse propostas, partilhasse com os vários Partidos, com os representantes dos Grupos Municipais das várias forças políticas para que os vários Partidos, ou os vários Grupos, pudessem hoje aqui dar-nos alguns inputs, alguns inputscorretivos que considerassem favoráveis no sentido de corrigirmos algo que lhes parecesse menos bem. Hoje tive o cuidado aqui na Assembleia de me dirigir aos restantes líderes, questionando-os se tinham, como combinado, analisado o draft, foi assim que lhe chamei, porque proposta só passa a ser agora, porque agora é que está concluída, e se tinham alguma proposta, porque tal como eu disse aqui na última Assembleia, quando abordei este tema, disse-o de forma aberta: o Partido Social Democrata assumirá as suas responsabilidades de apresentar uma proposta, mas uma proposta aberta, antes de a propor a votação, aberta aos restantes Partidos, às restantes forças partidárias e independentes, que estão representadas na Comissão de Líderes, porque é por essa via que estabelecemos o contato através do Sr. Presidente da Assembleia, para que hoje pudéssemos corrigir a proposta. E como viram, tivemos o cuidado ainda, para além de auscultar, eu próprio, os restantes líderes das outras forças políticas, juntar os meus companheiros de Partido também, dando-lhes conta daquilo… da informação que recebi, para que pudéssemos formular esta proposta. Por isso, caras e caros Marcoenses, temos hoje um sentido de dever cumprido. Provavelmente, repito, não vai ser a proposta que agrada a todos, mas vai ser a proposta… a proposta vai sair. Mas é importante explicar. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eu peço desculpa, mas eu percebo que as pessoas queiram ver a proposta, mas as pessoas… eu peço desculpa, mas… eu peço desculpa, mas deixem intervir as pessoas, e irão ver as propostas, ou a proposta que for apresentada, mas… Eu se não tiver condições na sala, eu vou ter que parar a Assembleia. Portanto, se deixarem o deputado falar, o deputado vai continuar a

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falar. Portanto, eu peço alguma calma. Permitem que a pessoa possa continuar? Obrigado. Caro munícipe… --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Muito bem. Eu compreendo… --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Caro munícipe, eu só irei continuar a Assembleia se tiver condições para continuar. Portanto, se os senhores acharem… Eu peço-vos alguma calma, alguma tranquilidade. Eu peço… desculpem. Se me quiserem ouvir, agradeço só dez (10) segundos. O deputado Rui Cunha vai apresentar uma proposta. Tem o direito de se pronunciar sobre a proposta. Portanto, eu agradecia mais alguma calma para que a proposta seja analisada. Obrigado. --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Muito obrigado. Eu compreendo, naturalmente, algum desagrado, mas… eu compreendo a sensibilidade do assunto, eu compreendo, mas é meu dever, é meu dever dizer-vos que o que o Partido Social Democrata não quer é que a divisão, ou a reorganização do nosso município seja feita a partir de Lisboa. E a lei é clara: diz-nos que se não a fizermos nós, será feita a partir de um gabinete técnico de Lisboa. E portanto, eu vou apresentar a proposta, se o Sr. Presidente da Assembleia entender que há condições para o fazer. Se não houver condições, não apresento. Como sabem, esta é a nossa realidade. Os critérios que nós utilizámos aqui, tinham que ser alguns critérios, alguns critérios aceitáveis e lógicos. Desde logo, a obrigatoriedade da lei, e como vos dizia há pouco, evitar que a reorganização fosse efetuada por uma comissão técnica a partir de Lisboa. Procurámos aqui encontrar algumas afinidades e sensibilidades socioculturais e económicas entre as freguesias a agregar. Naturalmente, a proximidade geográfica entre as freguesias a agregar, e aqui considerámos também a criação de dois (2) grandes polos urbanos, e garantir freguesias com população superior a mil (1.000) habitantes. Os grandes polos urbanos serão um aqui na cidade, e lá em baixo, no Baixo Concelho. O nosso mapa, daqui decorre a composição de dezasseis (16) freguesias. A Freguesia de Banho e Carvalhosa mantém-se. Propomos a junção de Toutosa e Santo Isidoro. A Freguesia de Constance mantém-se. A Freguesia de Sobretâmega mantém-se. Propomos a junção de Várzea de Ovelha e Folhada. No grande polo urbano aqui da cidade, propomos a junção de São Nicolau, Tuías, Fornos, Rio de Galinhas e Freixo. Propomos também a junção de Vila Boa de Quires e Maureles. Tabuado mantém-se. Soalhães mantém-se. Propomos a junção de Avessadas com Rosém. Propomos a junção de Manhuncelos e Paredes de Viadores. Propomos a junção de Paços de Gaiolo e Penha Longa. Propomos a junção de Sande e São Lourenço do Douro. Mantemos Vila Boa do Bispo. Propomos a junção de Favões, Ariz e Magrelos. Posso continuar? --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Calma. Desculpem, eu peço… desculpem lá. Eu penso que os senhores têm todo o direito… eu penso que os senhores têm todo o direito… eu penso que os senhores têm o direito de se manifestar. Permitem-me? Permitem-me? Aqui sou eu que dirijo os trabalhos. Os trabalhos são dirigidos por mim. Manuel, obrigado. Permitem-me? Eu percebo o vosso… eu percebo, eu percebo… eu percebo… desculpem… Eu percebo o vosso… desculpem lá… --- Rui Cunha (PPD/PSD) ---

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Caro Presidente, mais dois (2) minutos e eu retiro-me. Se não houver condições… --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eu peço-vos imensa desculpa. Eu acho que há aqui um conjunto de sessenta e três (63) pessoas cá dentro que não merecem que lhes chamem “gatunos”. Haja respeito, haja respeito pelas pessoas. A única coisa que eu peço é respeito pelas pessoas. A forma como os senhores se vêm a manifestar nós já ouvimos. Agora, chamar “gatunos” às pessoas, a sessenta e três (63) pessoas que estão aqui, eu acho que os senhores não têm o direito de chamar “gatunos”, a não ser que tenham algo para comprovar. E portanto, eu pedia-vos, os senhores podem estar descontentes, podem estar mais nervosos, podem estar mais nervosos, agora, não se chama “gatuno” a ninguém. Eu acho que toda… Permitem-me? Permitem-me? Há bocado, os senhores vieram cá, os senhores vieram cá, toda a gente respeitou, toda a gente vos ouviu. Os senhores disseram aquilo que achavam que era o mais importante. Agora, tratar sessenta e três (63) pessoas que estão aqui, a representar o Marco de Canaveses, e chamar-lhes “gatunos”, eu achava que vocês deveriam ponderar um bocadinho nas palavras que estão a dizer. Mas é um direito que vos assiste, chamem o que quiserem. Mas eu acho, sinceramente, que chamar “gatunos” às pessoas… Eu não vou… caro munícipe, eu posso ir aí falar consigo dez (10) minutos e explicar-lhe. Eu tenho aqui… Eu peço desculpa. Eu não vou estar aqui em diálogo. Eu não posso, eu não posso estar aqui em diálogo com o senhor. Diga. Eu vou lá falar com ele. Eu peço desculpa. Eu peço desculpa, e vamos tentar perceber como é que nós fizemos. Houve, nas Assembleias de Freguesia, nesse caso, no seu caso, do que estamos a falar… eu não tenho aqui as Assembleias, mas posso tentar ver, penso que houve um voto de qualidade, houve dois (2) votos a favor, dois (2) votos contra, e houve um desempate… três (3) – três (3), e houve… houve três (3) – três (3)… mas eu não vou discutir isso aqui. Eu peço desculpa. Manuel Santana… caro Manuel Santana… caro Manuel Santana, eu peço… eu peço… mas eu… eu peço desculpa, mas vai-me deixar continuar os trabalhos. Já o ouvimos, já se manifestou… caro munícipe, caro munícipe, o que estamos aqui a fazer… peço… o que estamos aqui a fazer é apresentar propostas, as propostas vão ser analisadas, os deputados ainda vão falar, ainda vamos votar. Portanto, vamos ter alguma calma. Caro munícipe, eu acho… eu peço imensa desculpa… desculpe lá… eu acho… eu gostaria de explicar… Mário Luís, Mário Luís, eu peço desculpa, só para explicar um bocadinho, eu acho que era importante, eu acho que era importante… desculpem lá… Permitem-me? Permitem-me? Eu gostaria só, para quem está lá fora, para os Marcoenses, explicar como é que se vão desenrolar os trabalhos, porque eu acho que também é importante explicar. O que nós vamos fazer agora… Posso só explicar? O que vamos fazer agora, eu perguntei aos Partidos se tinham propostas a apresentar. Percebi, percebi, pela anuência a essa pergunta… portanto, não me deram anuência à pergunta, portanto, o PS não vai apresentar, a CDU não vai apresentar, e o Marco Confiante não vai apresentar. Houve um Partido que disse: “Nós temos uma proposta.” O que o Partido está a fazer, que é o PSD que está a fazer, está a apresentar a sua proposta, e está a dar a explicação do por quê, e dar o mapa da nova reforma administrativa do concelho, e como é que ele vai ficar. A partir daqui, eu vou perguntar aos Partidos que queiram intervir. Possivelmente, penso eu, o PS irá intervir, o Marco Confiante vai intervir, possivelmente a CDU irá intervir, e outros deputados desta Assembleia irão intervir. Depois de ouvirmos os deputados, só no fim é que vamos passar à votação. Esta proposta é uma proposta. Como o próprio nome diz, é uma proposta. Não vale mais do que isso. Pronto. Independentemente de estarmos de acordo ou estarmos em desacordo, pedia-vos, por favor, por favor, que ouçam a proposta,

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independentemente de ser do vosso agrado ou não ser do vosso agrado, e acima de tudo, e acima de tudo, eu acho que as pessoas que estão aqui também merecem ser respeitadas, como os senhores são respeitados. Eu sei, eu sei que as condições em que os senhores estão aí fora não são as melhores. Já vos pedi desculpa por isso. Não temos melhores condições na Assembleia Municipal do Marco de Canaveses, infelizmente. Infelizmente, não temos. Também, como disse o Sr. Branco, ainda bem que temos Assembleias com estas pessoas. É bom vermos o Marco envolvido no processo do Marco de Canaveses, mas ouçam as propostas até ao fim, e acima de tudo também não maltratem as pessoas, que as pessoas também não merecem isso, penso eu. E portanto, se me fizessem esse favor, de deixar ouvir a proposta até ao fim, eu ficar-lhes-ia muito, muito agradecido. Pedia, então, ao Eng.º Rui Cunha, com a vossa anuência, para continuar e prosseguir a apresentação da sua proposta. Obrigado a todos. --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Muito obrigado. Portanto, penso que a agregação que nós aqui propomos está explicada. Gostaria só de reiterar que tínhamos a noção… ficou em Sande e São Lourenço. Depois, Vila Boa do Bispo mantém-se. Favões, Ariz e Magrelos juntam. Depois, Alpendorada, Torrão e Várzea do Douro juntam também, formando o tal polo urbano forte no Baixo Concelho. Nós sabíamos da dificuldade de tudo isto, sabemos… peço desculpa, já foi um dia inteiro a falar, e posso às vezes não estar a ser bem ouvido… sabíamos de toda esta dificuldade, mas mais uma vez gostava de deixar claro que entendemos que o pior que podíamos… o pior serviço que prestávamos aos Marcoenses era não termos uma proposta. E amanhã, a Comissão Técnica fazê-la por nós,provavelmente muito mais ao desagrado dos interesses do município. E reiterar também que esta proposta está nas mãos dos outros Partidos desde sábado, porque assim foi definido, porque se tivesse sido definido uma semana antes, nós tínhamo-la pronta para o fazermos. E foi assim definido por todos os Partidos representados aqui nesta Assembleia. Como a proposta implica que seja completa, tivemos também que encontrar aqui alguns pontos para de algum modo definirem, ou designarem, a nova sede e a nova designação das freguesias. Toutosa e Santo Isidoro, propomos… eu estou… eu peço desculpa, já estou a falar desde as oito da manhã (08h00), e admito que não esteja na melhor forma, nem no melhor tom de voz. Peço a vossa ajuda para caso não ouçam muito bem lá atrás, olharem para o ecrã, porque aquilo que eu digo é exatamente o que lá está escrito. E dizia eu, então, que à junção de Toutosa e Santo Isidoro, propomos o nome de Livração; à junção de Várzea de Ovelha com Folhada, propomos o nome de Várzea, Aliviada e Folhada; às freguesias aqui do centro urbano, propomos Marco; à junção de Vila Boa de Quires com Maureles, propomos um novo nome de Vila Boa de Quires e Maureles; a Avessadas e Rosém, propomos o nome de Avessadas e Rosém, exatamente, penso que até como aqui já foi sugerido por um munícipe hoje. À junção de Manhuncelos com Paredes de Viadores, propomos o nome de Paredes de Viadores e Manhuncelos; à junção de Penha Longa com Paços de Gaiolo, propomos Penha Longa e Paços de Gaiolo; à junção de Sande com São Lourenço, Sande e São Lourenço; à junção de Favões, Ariz e Magrelos, Bem Viver; à junção de Alpendorada, Torrão e Várzea do Douro, propomos Alpendorada, Várzea e Torrão.

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E os locais da sede são aqueles que se encontram aqui à nossa direita: Toutosa para a Livração; Várzea para Várzea, Aliviada e Folhada; Tuías para o Marco; Vila Boa de Quires para Vila Boa de Quires e Maureles; Avessadas para Avessadas e Rosém; Paredes de Viadores para Paredes de Viadores e Manhuncelos; Penha Longa para Penha Longa e Paços de Gaiolo;Sande para Sande e São Lourenço; Ariz para Bem Viver; e Alpendorada para as freguesias do Baixo Concelho, do polo urbano Alpendorada, Várzea e Torrão. É tudo, Sr. Presidente. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Os senhores… iria dar agora a palavra aos Srs. Deputados que desejarem se pronunciar sobre o assunto. Dr. João Valdoleiros, Vítor Coimbra. Eu vou pedir… Srs. Deputados, eu vou… eu peço… eu vou anunciar o nome das pessoas, e verifiquem se falta alguém, se fosse possível. João Lima, João Valdoleiros, Vítor Coimbra, Domingos Neves, José Vasconcelos, Luís Pinto, Costa Pinto, Manuel Lopes… Sr. Matos, desculpe lá, agora falta-me o segundo nome. Peço desculpa. Adão Oliveira, Agostinho Vieira, Fernando Monteiro, Luísa Barros, Agostinho Baldaia, Monteiro da Rocha, Mário Luís, Cristina Vieira, Vítor Pinto, Jorge Pessoa e Rui Cunha. A Maria José… mas já disse. A Maria José já disse. Estava à frente. A seguir ao Vítor Coimbra e antes do Domingos Neves. Eu peço desculpa. É que estou a ler… Portanto, eu acrescentei o António da Rocha Teixeira, Jacinta Pinto e Joaquim Madureira Vieira, os três (3). Portanto, eu vou fazer as contas para dar os tempos. Como sabem, por cada Bancada, têm dois (2) minutos a dividir pelas pessoas. Dois (2) minutos vezes as pessoas. Nas Bancadas com menos, o mínimo são dez (10) minutos. Portanto, no caso da CDU, que vou já dizer que são dois (2), são cinco (5) minutos para cada um, ou oito (8) – dois (2), ou como quiserem dividir. Portanto, dava já a palavra ao Sr. Deputado João Lima. --- João Lima (PCP/PEV) --- Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Sras. e Srs. Vereadores, caros colegas, Presidentes de Junta, público, comunicação social: Neste dia em que somos chamados a pronunciar-nos sobre a reforma administrativa da nossa terra, cabe-me dizer o seguinte: entendi que uma reforma deste género, eu, cidadão João Lima, a ser feita, deveria ser decidida pelos eleitores das freguesias, e avanço, em referendo local, específico para cada freguesia. Chegados ao dia em que a Assembleia Municipal se deve pronunciar, vemos que a lei não foi respeitada. Senão, vejamos: a Lei 22/2012, publicada a 30 de maio, dispõe no seu art.º 11.º, n.º 2, que se a Câmara não exercer a iniciativa para a deliberação sobre a reorganização administrativa do território, deve apresentar à Assembleia Municipal um parecer sobre a reorganização. A Câmara emitiu este parecer no dia 27 de setembro de 2012, ou seja, cento e dezanove (119) dias depois da publicação da lei. A Assembleia Municipal foi marcada para 8 de outubro, ou seja, onze (11) dias após a emissão do parecer da Câmara, ou seja, onze (11) dias após sabermos que a Câmara não iria apresentar uma proposta. Admitimos que se a Câmara demorou cento e dezanove (119) dias a decidir por não apresentar uma proposta, e apenas apresentar um parecer, haveria uma dificuldade neste não apresentar uma proposta, pelo que nos parece que quer os onze (11) dias que foram dados às Assembleias de Freguesia são escassos, muito mais escassos serão os poucos minutos que

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tem esta Assembleia para deliberar sobre uma proposta que foi apresentada. Aliás, disseram-nos hoje aqui os Marcoenses que não foram ouvidos. Ouvimos há bocadinho relatos de falta de informação, e sucederam-se até os indícios de atentados à democracia. Até nas Assembleia de Freguesia o desnorte era mais que muito, pois muitas aprovaram várias propostas diferentes; outras opuseram-se à agregação, e outras ainda à própria reforma. Houve até uma Assembleia de Freguesia que se pronunciou sobre todo o território, o que me parece, mesmo sendo uma proposta minimalista, como autodenominaram, uma grave ingerência, para não chamar uma grosseira ingerência nos assuntos que não lhe dizem respeito. Alguém percebe o por quê de querer meter a foice em seara alheia? Entendo que cada Assembleia de Freguesia apenas se deveria pronunciar sobre a sua freguesia. Chegado aqui, e com a proposta apresentada, podemos concluir que esta proposta demonstra que o PSD fez um trabalho que poderia ou deveria ser realizado pela Câmara e os seus técnicos, como aconteceu noutros municípios. No entanto, gostaríamos de ser esclarecidos sobre alguns assuntos. Gostaria de saber o por quê, para além da mera aritmética dos votos hoje aqui nesta sala, e do querer encostar o Partido Socialista às cordas, o por quê de Banho e Carvalhosa e Constance, freguesias contíguas, com um aproximado número de eleitores, Banho e Carvalhosa, mil duzentos e noventa (1.290), Constance, mil seiscentos e trinta (1.630), não são agregadas. E já agora, o por quê de outras freguesias, como Tabuado e Sobretâmega, também não serem agregadas, quando até Sobretâmega se pronuncia pela agregação às freguesias da cidade. É o que está na ata da Assembleia de Freguesia. Porque concordamos com o que disse o Sr. Eng.º Rui Cunha quando diz que o processo não esteve bem, porque achamos que os Marcoenses não foram ouvidos, tal como percebemos esta noite, com as intervenções dos que aqui participaram anteriormente, e mesmo partilhando da opinião do munícipe Hernâni Pinto, de que nós, deputados eleitos em 2009, não estamos mandatados pelos eleitores para decidir, votaremos contra esta proposta. Gostaríamos também de saber, porque ainda não ouvimos, qual é a posição da Câmara em relação à proposta que nos foi hoje apresentada. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava agora o deputado João Valdoleiros, e o tempo para o PS será de dezasseis (16) minutos. Como são dois (2) intervenientes, oito (8) minutos a cada um. Agora, o tempo será decidido por vocês. --- João Valdoleiros (PS) --- Sr. Presidente da Mesa da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara Municipal, Srs. Vereadores e Vereadoras, colegas deputados municipais, comunicação social, Exmo. Público, e ouvintes da Rádio Marcoense, que julgo que estão em antena a ouvir-nos neste momento: Eu antes de introduzir propriamente a posição do Partido Socialista, iria fazer umas breves considerações, começando por dar ênfase à intervenção do munícipe Hernâni Pinto, que tocou perfeitamente no âmago do problema. Esta proposta, qualquer outra proposta, esta ou qualquer outra proposta que aparecesse hoje nesta Assembleia seria feita sempre à revelia das

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populações. As populações são, em primeiro de tudo e antes de tudo, a razão de ser desta Assembleia. Não há deputados municipais nem Assembleia Municipal se não houver populações que nos elejam. Temos aqui um papel duplo: cumprir a lei, seguir os nossos ditames políticos, político-partidários, mas acima de tudo, respeitar as populações. E é coisa que, realmente, eu denoto, e denotei, quer na intervenção do munícipe Hernâni Pinto, quer nas múltiplas intervenções dos Srs. munícipes de São Lourenço do Douro. Aliás, eu subscrevia por baixo os vossos protestos. Continuando nestas breves considerações, eu diria que, e em bom abono da verdade, atrever-me-ia a sugerir, ou melhor, a recordar, a avivar a memória do deputado Rui Cunha, que quando aqui afirmou, está gravado, que me foi proporcionado a mim, como líder, e aos restantes líderes dos outros Grupos, o conhecimento desta proposta no sábado, não foi, não senhor. Eu tomei conhecimento desta proposta via e-mail no domingo, ou seja, concretamente, ontem. Ontem, e não no sábado. E depois, mesmo que tivesse sido no sábado, eu perguntaria: qual o timing, ou se este timing é o correto, para que eu, na qualidade de líder, pudesse abordar o meu Grupo Municipal, dialogar, contratar, falar, abordar a CPC e os respetivos secretariados, os militantes e os simpatizantes socialistas, e acima de tudo, dar conhecimento às populações, que são a parte mais interessada. Não nos compete a nós, Partidos, sejam Grupos Municipais, seja quem for, passarmos por cima da auscultação às populações. Deixaria no ar ainda, também, breves considerações em relação… e sublinhando, e repisando aquilo que o Sr.munícipe Hernâni Pinto, se os membros desta Assembleia que se estão a pronunciar, ou irão pronunciar-se brevemente sobre esta proposta, tomaram conhecimento só agora desta proposta, se se sentem realmente, em consciência, mandatados, em consciência, para votar qualquer tipo de proposta apresentada neste momento, em cima dos vossos joelhos. E iria mais longe: se algum dos Srs. Deputados Municipais se sente preparado, ou poderá dizer-me qual foi o programa eleitoral dos respetivos Partidos onde se falou e abordou, nessa altura, nas Autárquicas de 2009, exatamente, qual foi o programa eleitoral em que eles se baseiam para agora se pronunciarem sobre a reforma administrativa. Creio que não há nenhum que possa dizer que tenha um programa, em 2009, que fala da reforma administrativa. Não há ninguém. Indo, então, diretamente àquilo, digamos, que eu vinha aqui, interpretar o parecer do Partido Socialista, então passo a ler: Em 2008, o Partido Socialista do Marco, ciente das vantagens do efeito de escala na administração autárquica, nomeadamente no que concerne às freguesias, apresentou o conceito de agregação de freguesias com o objetivo de otimizar os recursos disponíveis no concelho, aplicando fundamentalmente princípios básicos de subsidiariedade. Esta proposta constava do programa eleitoral de 2009 e foi votada nas Eleições Autárquicas. Em finais de 2011, por convite do Presidente da Assembleia Municipal, foi constituída uma comissão por ele presidida para estudar e apresentar uma proposta conjunta de reforma administrativa para o Marco de Canaveses. Na primeira reunião, o Partido Socialista relevou a importância de se pensar a reforma na perspetiva de, e para as pessoas, e nunca numa lógica eleitoralista ou partidária. Embora entendamos que esta comissão foi, na verdade, resultado de uma iniciativa particular, não tendo, por isso, as suas decisões suporte legal, participámos nela de forma construtiva e para o bem de uma reforma crucial para a nossa terra.

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Algumas reuniões aconteceram até fevereiro de 2012, altura em que as forças partidárias com representação municipal se reuniram. A partir daí, não mais essa comissão reuniu. Fevereiro de 2012. Não mais essa comissão se reuniu, nem tampouco no seguimento das eleições internas para as estruturas partidárias concelhias, quer do PS, quer do PSD. Perceberão melhor se eu vos disser que a Comissão Municipal era constituída por agrupamentos de cada Partido, onde estava representado o Presidente da CPC, o líder do Grupo Municipal, e um Presidente de Junta do respetivo Partido, eleito pelo respetivo Partido. Ora, acontece que quer no caso do PS, concretamente no caso do PS, houve mudança na presidência da CPC. Continuando: assim, a inação do Presidente da Comissão resultou em sete (7) meses perdidos, nos quais muito se poderia ter feito, sobretudo na ampla discussão do tema junto das autarquias de freguesia e respetivas populações. Porém, toda a discussão ficou condicionada pela apresentação de uma proposta de mapa, feita em setembro, pelo Presidente da Assembleia Municipal. Numa altura em que se deveria estar a discutir uma proposta final, estávamos a iniciar a discussão de um tema que, por lei, deverá estar concluído até 15 de outubro. Respondendo ao que lhes foi solicitado, as posições das Assembleias de Freguesia vertidas em ata demonstram que o processo foi tratado pela autarquia de uma forma apressada e imponderada, pois a informação que elas tinham sobre o tema era escassa ou inexistente. Quem consultar os pareceres das Assembleias de Freguesias, encontramos variadíssimos pareceres, exatamente queixando-se disto mesmo. As suas informações eram escassas ou inexistentes, que necessitavam de ser esclarecidos. O PS / Marco não se revê numa reforma feita à revelia das populações. Prova disto é o tempo deixado entretanto passar, a forma apressada como se pediu às Assembleias de Freguesia que emitissem pareceres sobre a reorganização, em abstrato, e sem que aspetos como um mapa e a fundamental e necessária nota justificativa fossem tidos em conta. Por outro lado, ninguém sabe qual o pensamento do Presidente da Câmara sobre este importante tema. Demitindo-se do que deveria ser a sua obrigação, escuda-se em princípios gerais, com os quais estamos de acordo, mas que, em concreto, nada diz. Chegados a este ponto, todos nos interrogamos sobre qual a posição do Executivo sobre esta matéria, questão sobre a qual é impossível obter resposta. A Assembleia Municipal Extraordinária convocada para hoje para deliberar sobre a questão da reforma administrativa foi convocada de forma ilegal, salvo melhor opinião. De facto, não foram distribuídos os documentos de suporte à ordem do dia, o que leva a que qualquer membro do órgão não tenha tido prévio conhecimento do que vai discutir e votar, ficando assim impossibilitado de poder formular conscientemente o seu sentido de voto.Aliás, e de acordo com a Lei 5-A/2002, art.º 87.º, os documentos deveriam ter sido entregues até terça-feira, 2 de outubro, ou seja, dois (2) dias úteis antes da data da reunião de hoje. Recordamos que de acordo com a Lei 22/2012, art.º 11.º, alínea 5), a pronúncia da Assembleia Municipal deve conter os seguintes elementos:

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a) Identificação das freguesias consideradas como lugar urbano; b) Número de freguesias; c) Denominação das freguesias; d) Definição e delimitação dos limites territoriais de todas as freguesias; e) Determinação da localização das sedes das freguesias (muitos dos pareceres que nos

chegaram, já agora aproveito para informar, muitos dos pareceres que nos chegaram das Assembleias de Freguesia não indicavam a sede das freguesias);

f) (Só tem duas palavras, mas é a mais importante delas todas) Nota justificativa da proposta.

Nota justificativa. Onde é que está a informação sobre os estabelecimentos escolares, estabelecimentos de saúde, complexos desportivos, infraestruturas rodoviárias, etc., etc.? Como é que se pode deliberar sobre uma proposta sem que haja o património, etc.? Como é que se pode deliberar sobre uma proposta em que, realmente, é omisso na proposta, é omisso todo este tipo de informações, que são as mais prioritárias, as mais importantes? Porque limites de freguesia, penso que todos os utentes, ou todos os munícipes, digo, têm conhecimento delas. Mais metro, menos metro, há ali uma polémica em Várzea do Douro e Alpendorada, andam ali a discutir se é um metro para a esquerda ou um metro para a direita, mas pronto. Mas isso está ultrapassado, nem é para aqui chamado. Ora bem, continuando: questionamos se os membros desta Assembleia se sentirão devidamente elucidados sobre as eventuais propostas apresentadas hoje, qual o seu sentido de voto, obrigando-os a decidir na hora, tendo em conta o que nos é pedido pela lei. Volto a repetir: questionamos se os membros desta Assembleia se sentirão devidamente elucidados sobre as eventuais propostas apresentadas hoje, qual o seu sentido de voto, obrigando-os a decidir na hora, tendo em conta o que nos é pedido pela lei. Por isso, não pode o PS / Marco pactuar com uma situação que está ferida de ilegalidade, e mesmo que a quiséssemos sanar, tal não podemos fazer, pois em rigor, não estaríamos a votar em consciência uma proposta que defendesse os interesses dos Marcoenses, e para os quais estes não foram ouvidos nem achados. Somos a favor de ouvir as pessoas sem medos nem constrangimentos. Estamos, pois, perante uma grave situação, a qual só é possível pela sobranceria com que este tema foi tratado pelos órgãos autárquicos concelhios. Aliás, no seguimento da atitude do Governo, o qual titubeou ao longo do tempo na sua posição sobre este tema. Recordo que tivemos o Documento Verde, depois a Lei 22, portanto, talvez com um bocadinho mais de aperto por parte da Associação Nacional de Freguesias,havemos de ter ainda uma terceira versão do diploma. O que facilmente se comprova na sua impossibilidade de apresentar uma reforma da lei eleitoral. E se nos detivermos na apregoada forma sensata e equilibrada à qual apelou o Presidente da Câmara no seu parecer, poderemos constatar que este processo não foi conduzido de forma a salvaguardar os interesses dos munícipes. Tenho dito. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal ---

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Eu, como Presidente da Mesa, eu ia-me permitir dizer ao Dr. João que aquilo que se passou no sábado foi aquilo que o Dr. João transmitiu hoje. A proposta não foi apresentada no sábado, a proposta não foi apresentada no sábado porque o Dr. João não sabia do que é que nós íamos lá tratar, porque esqueceram-se que deveriam apresentar uma proposta até sábado. Eu tenho que dizer isto, porque na reunião anterior, quem lá tinha estado era o Sr. Dr. Lopes Pinto, Rodrigo Lopes, e tínhamos ficado de apresentar as propostas no sábado. E isso foi no dia 2. E no dia 6, quando o Dr. João chegou lá, lembrava-se de tudo menos da proposta, e disse: “Mas nós vamos, em princípio… eu acho que sim, até vai ser hoje à noite. Até hoje à noite… e sabem qual é a minha ideia. E portanto, a proposta, em princípio, eu acho que sim.” Estávamos lá todos, não estava lá eu. Estava lá eu e os outros Partidos. Eu espanta-me, sinceramente, Dr. João, eu tenho que dizer isto aqui, como é que é possível de sábado para hoje tanto esquecimento. Eu até fico preocupado, Sr. Doutor, porque o senhor não transmitiu a verdade dos factos de sábado. E não estava lá eu; estava o Dr. João Lima, estava o Eng.º Rui Cunha, estava a Dra. Natália, e estão cá todos como testemunhas. Eu não preciso de testemunhas, mas quero-lhe dizer, Sr. Doutor, quero-lhe dizer que não fica bem, não fica bem numa altura destas, sobre o Marco, falarmos de votos. Não é bonito, Sr. Doutor. O que é bonito é defendermos as nossas ideias do princípio ao fim, e não mexermos nas nossas ideias. Sejam elas quais forem. Ninguém conta votos hoje aqui; conta é aquilo que nós pensamos sobre o Marco. E nós temos de saber respeitar aqueles que estão a favor como aqueles que estão contra. Eu não me irei pronunciar mais sobre isto. Irei pedir, se me aceitarem, que nas comissões, que estão gravadas as conversas de todos, de todos os Presidentes, o que é que eles disseram lá, e se eles me deixarem, eu vou passar para a opinião pública aquilo que o Presidente do PS disse, aquilo que o Presidente do PSD disse, aquilo que o Sr. Avelino Ferreira Torres, Presidente do CDS, disse, e aquilo que o Dr. João Lima disse, da CDU. Porque está gravado. Nós gravamos as conversas. Porque aquilo que foi dito hoje não foi nada daquilo que dissemos durante estas reuniões todas. E eu gostaria só de pronunciar isso. Eu não queria entrar, não vou entrar em confronto, mas quero lembrar o Dr. João, e quero lembrar que nós fizemos uma reunião da comissão no dia 1 (porque no dia 31 acabavam as Assembleias de Freguesia), no dia 2 reunimos os líderes para dizer como é que nos íamos organizar, e ficou combinado entre todos os líderes que as propostas a apresentar iriam ser apresentadas no dia 6. E no dia 6, chegámos lá para apresentar as propostas, quero dizer que a posição… e se estiver a dizer alguma coisa errada, estão aqui os líderes dos outros Partidos, que me digam, levantem-se e digam: “É mentira!” E a Dra. Natália disse: “Eu não tenho proposta a apresentar. Reunimos há duas horas, eu não tenho proposta a apresentar.” O Dr. João Lima, da CDU, disse: “Eu não tenho proposta a apresentar.” E o Dr. João disse: “Proposta? Como é que é possível? Mas o Dr. Rodrigo Lopes falou-me de tudo menos disto, da proposta. Passou-lhe, de certeza. Eu lembro-me de tudo na minha cabeça, mas esta parte da proposta passou-me.” E então, eu propus, como responsável disso, disse: “Se não se importam, o PSD retém a proposta, porque não deve apresentar a proposta hoje, e amanhã, domingo, apresenta a proposta.” E o Dr. João ficou de, até ao meio-dia, mandar um e-mail para todos, se o PS apresentava proposta, ou o PS não apresentava uma proposta, porque iam reunir à noite. E o Sr. Dr. João, também já agora, para acabar, deixou quase a certeza de que iria haver proposta, Sr. Doutor. E estávamos lá todos. Não era eu sozinho que estava lá, Sr. Doutor. Portanto, dizer uma coisa na reunião de líderes, e dizer uma coisa na Assembleia Municipal, perante o Marco de Canaveses, não é bonito, Sr. Doutor. E faltar à verdade, eu tenho que dizer isto aqui, e não me irei pronunciar sobre isto, porque esta parte, eu estava lá. Não é bonito faltar à verdade. Sr. Doutor, eu respeito-o pelos seus cabelos brancos. Agora, não pode mentir perante mim, perante o Dr. João Lima, perante a Dra. Natália e perante o Eng.º Rui Cunha,

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porque nós estávamos lá todos, Sr. Doutor. E o que o senhor veio cá dizer hoje não foi a verdade do sábado, Sr. Doutor. E isto não se deve fazer, pela postura das pessoas, nós não podemos fazer isto na vida. E mais não digo, e peço desculpa por esta intervenção, porque não aceito, não aceito de ninguém, pessoas que venham mentir para a Assembleia Municipal. Nós podemos ter ideias contrárias, nós podemos… eu aceito que as pessoas se manifestem, que o povo do Marco se manifeste, que seja contra. Aceito isso tudo. Não aceito é que um líder de um Partido da oposição, como o PS, minta hoje perante esta Assembleia daquilo que me disse no sábado. Tenho dito. E peço desculpa. Se houver alguma coisa que eu disse aqui que fosse errado, agradeço que o Dr. João Lima, a Dra. Natália ou o Eng.º Rui Cunha que se levantem para falar que é mentira o que eu disse aqui hoje. Exatamente, exatamente. Só que o Dr. João não sabia disso. Disse: “Eu sei tudo menos essa parte.” Mas deixou entender que, em princípio, iria apresentar uma proposta. Deixou entender perante todos. Estávamos lá todos, não estava lá eu sozinho. Sr. Dr. João, eu não vou discutir com o Sr. Doutor pelo respeito que lhe tenho e pelos seus cabelos brancos, e pela amizade que lhe tenho. Agora, desculpe lá, eu não irei intervir mais durante esta Assembleia, mas não ficaria bem com a minha consciência depois de o Sr. Doutor ter dito aquilo que disse aqui, que não é verdade, Sr. Doutor, eu tivesse calado, e ficasse no silêncio perante tudo aquilo que foi dito aqui, Sr. Doutor. Peço desculpa, mas tive que intervir nesta Assembleia. --- João Valdoleiros (PS) --- O Sr. Presidente dá-me direito ao contraditório? Ora bem, a minha memória, realmente, não é tão forte como a sua, porque é muito mais jovem do que eu, tem muito menos cabelos brancos do que eu. Mas a verdade é que se houver uma gravação da reunião, não foi dito por mim em parte alguma, em momento algum, foi dito que eu saberia que o Partido Socialista teria em carteira uma proposta. Desculpe. Acabámos de ouvir, foi o que eu interpretei agora das suas palavras. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Não, não foi isso que eu disse. Eu vou repetir… Deixou-o demonstrado, durante a reunião… Eu vou-lhe dizer: deixou transparecer durante a reunião que, em princípio, o Partido Socialista ia apresentar uma proposta. --- João Valdoleiros (PS) --- Não, não disse isso. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Desculpe lá, Sr. Doutor. Sr. Doutor… Eu não vou entrar… eu acho que isto aqui não é parte importante. --- João Valdoleiros (PS) --- Tanto que não disse, que disse que na reunião da CPC que iria seguir-se àquela reunião de líderes, iria tomar conhecimento da posição do Partido, se tinha proposta ou não tinha proposta. Portanto, não podia ter dito outra coisa. A única coisa que eu corroboro das palavras do Sr. Presidente é ter dito, e assumo que disse, de que não me lembrava, não recordava que o Dr. Rodrigo Lopes, que me tinha substituído na reunião de líderes, me tivesse passado a mensagem de que na reunião do dia 6, na segunda reunião de líderes, que ficou combinado que os Partidos tivessem propostas a apresentar. Eu disse: “Não, não tenho memória disso.” Tenho memória de

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outras situações, da metodologia, digamos, combinada para esta Assembleia de hoje, mas não me comprometi, porque não me podia comprometer, porque eu não sabia a posição do Partido, não me comprometi, digamos… disse que há uma reunião da CPC a seguir, e nessa reunião se fará luz, e portanto, amanhã, via e-mail, informarei todos os líderes da posição do Partido. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Dava a palavra ao Eng.º Rui Cunha. --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Muito obrigado, Sr. Presidente. Querendo apenas contribuir para a solução e não para a discussão e para a controvérsia, de facto, faço a correção: o e-mailda nossa proposta foi enviado, como o Sr. Presidente da Assembleia disse, no domingo. A minha confusão foi clara: há oito (8) dias atrás, na segunda-feira… porque o importante, e pedi a palavra apenas para reiterar a nossa boa fé em tudo isto… há oito (8) dias atrás tivemos aqui nesta sala uma reunião da comissão, e nós já tínhamos a proposta pronta para a apresentar, se fosse o caso. A comissão entendeu que devia ser, para que todos os Partidos pudessem fazer uma apresentação de proposta, que devia ser em reunião de líderes. Marcou-se uma reunião de líderes para a terça-feira, o dia seguinte. Aí, trazíamos a proposta novamente, disponíveis para a partilhar, e ficou decidido entre todos os líderes que seria no sábado. Juntámo-nos no sábado, efetivamente o Dr. João Valdoleiros, como aqui foi dito, a memória traiu-o, não levou proposta nenhuma, e disse que reuniria o Partido no sábado à noite, e então, no domingo, assim que tivesse a informação da proposta, enviava a proposta, ou então não enviavam proposta. E enviou a informação e ficou combinado nós partilharmos por e-mail. Portanto, de sábado para domingo, foi exatamente isto. Mas foi como o Sr. Presidente da Assembleia o descreveu, daí o meu lapso. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Dava a palavra ao Sr. Deputado Vítor Coimbra. Seis (6) minutos. --- Vítor Coimbra (Substituto legal da Presidente J.F. Toutosa) --- Muito obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Srs. membros desta Assembleia, Exmo. Público e comunicação social: Bom, Sr. Presidente, eu já reparei que… não vou discutir sobre isso, nem vou falar aqui… a minha intervenção não versa essa parte. Mas já vi, pelas intervenções que aqui se sucederam até agora, que há anomalias procedimentais em relação à Assembleia de hoje, e mesmo questões que se passaram na comissão. Mas a minha intervenção não tem nada a ver com isso. Tem a ver com uma questão mais de fundo, a montante, diria eu, que é o problema desta lei, que é uma lei, quanto a nós, quanto a mim, iníqua. Aliás, eu já fiz saber isso em reuniões anteriores. E é uma lei iníqua por quê? Primeiro, porque é uma lei que está fora do contexto. O nosso contexto é local, não é para andar com estas coisinhas agora. Pronto. E depois, por outras coisas que também agora aqui me dispenso de comentar. Mas vou dizer apenas cinco (5) pontos que eu considero relevantes,

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fundamentais, e que é por isso mesmo que nós pautamos a nossa posição, em relação a todas as propostas. Vou dizer alguns pontos, muito sinteticamente. O primeiro ponto prende-se que esta lei não respeita a autonomia local, pois não foi feita consulta popular. Isto é um facto. Segundo ponto: há uma ausência de referências concretas, quer ao nível do reforço de competências, quer ao nível dos recursos financeiros a transferir para as freguesias, após a sua anexação, claro. Terceiro ponto: esta lei não salvaguarda os direitos dos trabalhadores da administração local, pois não garante os postos de trabalho após a agregação prevista. O quarto ponto: eventualmente violará, esta lei, estou a falar da lei, eventualmente esta lei violará a Constituição da República, pois viola o princípio da igualdade, uma vez que a Lei 22/2012 favorece as freguesias que se agreguem voluntariamente, com uma majoração de quinze por cento (15%). Finalmente, e talvez o ponto mais importante, outros haveria, mas que dispenso aqui de os dizer, é que esta lei, quando diz que quer fazer uma reestruturação autárquica, apenas contempla um dos vetores. Ora, administração autárquica é Câmaras e freguesias. Só mexe nas freguesias. Por quê? Bom, perante estas questões, como poderemos nós votar propostas que extinguem freguesias? Nós, que temos a legitimidade dessa representação, vamos agora trair o sentido, o sentir das populações? Ora, para nós, isso constitui, a todos os níveis, traição política e uma consequente falta de ética, pelo que não podemos pactuar com estas propostas. Assim sendo, e tendo também em linha de conta o sentido de voto da Assembleia de Freguesia de Toutosa, que fizemos duas, fizemos duas, uma descentralizada, num salão com capacidade normal para ouvir e auscultar as populações, portanto, e esse sentido de voto foi no sentido de que foi votado por unanimidade a não anexação da nossa freguesia. E nós somos obrigados a respeitar o sentir, e o querer, e o voto da Assembleia de Freguesia. Nós só podemos, evidentemente, votar contra qualquer proposta, votar contra, repito, qualquer proposta que apareça nesta Câmara. Nesse sentido, tenho dito. E votaremos contra. Para finalizar a minha intervenção, queria só dizer o seguinte: eu apelo daqui a todos os Presidentes de Junta a que respeitem as populações, para o bem e para o mal, nomeadamente o que foi decidido nas Assembleias de Freguesia respetivas, é evidente. É só. Boa noite. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Claro que darei, Sr. Dr. João. --- João Valdoleiros (PS) --- Muito obrigado, Sr. Presidente. Vou ser muito breve. Efetivamente, a minha memória já não é aquela que era, infelizmente. Mas alguém me fez… relembrou, e recordou que, efetivamente, o que aconteceu na dita reunião de

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líderes onde eu fui… acabei de ser apelidado violentamente de mentiroso, etc., é que o Sr. Presidente possivelmente, não quero agora culpá-lo por isto ou aquilo, mas o Sr. Presidente entendeu muito mal o que eu disse não reunião. Eu reitero o que disse: desconheço se há qualquer proposta. E a única coisa que eu disse, e ele terá interpretado erradamente, é assim: o que eu trouxe foi a minha proposta pessoal, que estive toda a tarde a trabalhar nela. Os líderes João Monteiro Lima e a Dra. Natália podem corroborar o que eu disse. Eu mantenho o que estou a dizer. Portanto, nunca disse que o Partido Socialista tinha uma proposta. Eu disse: “Eu tenho aqui a minha proposta pessoal.”, isto em ar de graça, que estive a trabalhar, e até exibi um mapa fugidiamente, mas exibi um mapa. Está correto? Muito obrigado, Sr. Presidente. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava agora a D. Maria José, e o tempo para o PSD são seis (6) minutos. São onze (11) pessoas a intervir, e têm sessenta e seis (66) minutos. --- Maria José Cerqueira (Presidente J.F. Folhada) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, caros colegas, público, comunicação social: Venho perante esta Assembleia manifestar o meu descontentamento pela forma como todo este processo foi trabalhado. Muitas questões ficaram por responder, e no meu entender, a sua resposta fazia toda a diferença. Estou cá como representante dos habitantes da Folhada, e o meu voto vai de encontro à sua vontade. Por isso, vou votar contra esta proposta. A Freguesia da Folhada, ao contrário de São Lourenço do Douro, não se pode virar ou para a direita, ou para a esquerda; só tem uma alternativa. E a alternativa que nos apresentam não nos agrada de todo, porque como é do conhecimento geral, esta freguesia, ou seja, a freguesia de agregação, Várzea de Ovelha e Aliviada, já sofre de uma grande divisão. É constituída por três (3) lugares distintos que em nada comungam, não têm os mesmos interesses, vivem independentemente uns dos outros. Ou seja, nós vamos ser mais um desses lugares que nada têm a ver com Várzea de Ovelha. Se os habitantes da Folhada tiverem de se deslocar à sede da Junta, neste caso, Várzea de Ovelha e Aliviada, deparam-se com uma via de acesso à sede num estado degradado. A Junta de Freguesia da Folhada, durante quase oito (8) anos, fez obras, para agora pedir aos seus habitantes para irem à sede da Junta numtodo o terreno. Têm que ir num trator, ou numtodo o terreno. Porque se não sabem, a única via de acesso à sede da Junta de Várzea de Ovelha e Aliviada anda há anos em obras, com uma parte da via em terra, outra parte, não é calcetada, é em calçada à portuguesa, exatamente. E em alguns locais, nem se cruzam dois (2) carros. Ou seja, o trabalho de oito (8) anos vai ser posto de parte, ou então os tais quinze por cento (15%) vão ter que ser aplicados na via de acesso à Junta de Freguesia de Várzea de Ovelha. Peço desculpa, Vasconcelos, não tenho nada contra Várzea de Ovelha e Aliviada, mas acho que nós deveríamos ficar sozinhos, porque para problemas, já tens tu que chegue. Muito obrigada pela atenção. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava, então, o Sr. Domingos Neves. Tem cinco (5) minutos.

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--- Domingos Neves (Presidente J.F. Alpendorada e Matos) --- Sr. Presidente da Mesa, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, colegas de Assembleia, estimado público, comunicação social: Em primeiro lugar, quero dizer que estou de acordo com todos aqueles que aqui vieram manifestar o seu desagrado. Mas, da mesma forma que manifestaram o vosso desagrado, nós também temos que manifestar as nossas ideias. Estou de acordo, e digo-o aqui com alguma tristeza, que se todos os Partidos aqui representados tivessem apresentado propostas como o PSD está a fazer, se calhar o povo que está aí fora tinha encontrado uma solução. Se calhar tinham propostas que iam ao encontro das pessoas. Infelizmente, apenas e só o PSD apresentou uma proposta. Já todos sabemos que a lei não é a melhor. Mas eu pergunto aqui, nesta sala, qual é a solução. Pergunto àqueles que não têm coragem… já sei que o odioso da questão vai ficar para os representantes do PSD. Mas nós não temos medo, e aplicando aquela do Mário Soares há dias, “quem tem medo, fica em casa”. Nós apresentamos propostas. Vão a votos. Se forem aprovadas, muito bem; se não forem aprovadas, muito bem também. Agora, não ficamos a falar, a falar, a falar, e não apresentar nada. Apresentem as vossas propostas, que com certeza que se discutirmos mais propostas, e o público que está aqui ficava com certeza com o problema deles resolvido. Agora, só temos uma para discutir, não sei se vai agradar a todos. Parece que não. Queria aqui, e é pena que o Sr. Deputado João Lima já se tenha ausentado da sala, mas não fico bem com a minha consciência que não diga ao Sr. Deputado João Lima, que ele disse aqui que houve uma freguesia, ou várias freguesias que apresentaram propostas sobre o concelho. Eu digo-lhe aqui e bem alto, e com orgulho: a Junta de Freguesia e a Assembleia de Freguesia de Alpendorada e Matos apresentou não uma, seis (6) propostas, sobre todo o concelho. E ainda bem. E ainda bem, porque se isto é ingerência, Sr. Deputado, se isto é ingerência nas outras freguesias, eu sou aqui deputado do Marco de Canaveses, não sou deputado de uma parte do concelho. O mal, o mal da maior parte dos deputados aqui presentes, dos outros Partidos, é que na maior parte das vezes, defendem apenas uma parte do concelho. Alpendorada tem uma coisa: o povo daquela terra está habituado mais a trabalhar do que a falar. E por isso é que apresentou propostas sobre o concelho todo. E se isso é ingerência… Queria também dizer, queria também dizer o seguinte: há bocado, o Sr. Presidente da Assembleia interrompeu a Assembleia para dar voz aos diversos Partidos em reunião particular. O PSD, como aqui já foi dito pela Dra. Maria José, que vai votar contra a proposta, o PSD deu total liberdade aos seus deputados para votarem como entenderem. Só espero que os outros Partidos, já que não apresentaram soluções nenhumas, tivessem dado a mesma liberdade aos seus deputados para votarem como entendam, a favor das suas freguesias. E é só isso que eu espero. Queria dizer ao Sr. Dr. João Valdoleiros que os limites da Freguesia de Várzea do Douro e Alpendorada estão definidos há muito, e a contento das duas Juntas de Freguesia, tal como aqui a proposta, a Junta de Freguesia de Várzea do Douro e a Junta de Freguesia de Alpendorada são aquelas que, com certeza, vão receber a tal majoração que aqui falou o Sr. Deputado, dos quinze por cento (15%), porque estão de acordo, porque nós… há uma coisa que nós temos que

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ver, e parece que as pessoas na maior parte das vezes, parece que vai abrir um buraco no nosso território, e vai desaparecer Várzea do Douro, o Torrão, Alpendorada, ou São Lourenço, ou Sande. Não vai desaparecer ninguém. Vai ficar tudo no mesmo sítio. É bom que digam isto, é bom que se expliquem, e as populações que estão menos informadas, ou que foram menos informadas pelas suas Juntas de Freguesia… não vai desaparecer nenhum lugar, não vai desaparecer nenhuma freguesia, e não vai desaparecer a identidade das pessoas. Vai, sim, haver uma reorganização administrativa. Eu queria dizer-vos que eu também, se calhar, não estou muito de acordo com esta lei. Mas como ela nos é imposta, como ela nos é imposta, que dizem, dizem que nós, se não fizermos nada, Lisboa vai decidir por nós, eu digo-vos uma coisa: eu não gostava de ver Lisboa a decidir por Alpendorada nem por Marco de Canaveses. Mas se assim for o entendimento da maioria, eu votarei também ao lado dessa maioria para que seja Lisboa a decidir por nós. Mas acho que é isso que nós não devemos de fazer. Devemos ser aqui… e digo também outra coisa: há bocado veio aqui um munícipe que eu respeito muito, foi Presidente de Junta muitos anos, e veio aqui também já alguém, deputado desta Assembleia, dizer que nós não temos legitimidade para votar isto. Eu quero aqui dizer que as pessoas eleitas pelo povo têm legitimidade para defender e para votar as soluções que melhor entenderem. E digo-vos uma coisa, para terminar: perfeito, só um. Só conheço Jesus Cristo, mas mesmo esse foi crucificado. Boa noite, e obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o Sr. Deputado José Vasconcelos. Eu penso que ia dar a palavra… eu não estava cá, peço desculpa. Não estava na sala. Dava a palavra, então, ao João Lima. --- João Lima (PCP/PEV) --- Sr. Presidente, a minha intervenção prende-se com o facto de eu ter sido visado na intervenção anterior do deputado Domingos Neves. Dizia eu, como fui visado na intervenção anterior do Sr. Domingos Neves, eu faço um apelo sincero a todos os Presidentes de Junta e deputados para que leiam a Lei 169 e a Lei 5-A/2002, que falam sobre as competências das Assembleias Municipais e sobre as competências das Assembleias de Freguesia. E em lado algum o Sr. Domingos Neves vai ver que é competência de uma Assembleia de Freguesia, seja a sua ou outra qualquer, e a sua com uma agravante, que é presidida por um ex-deputado da nação, que deveria conhecer melhor as leis do que um qualquer cidadão, em lado algum o senhor vê que é competência da Assembleia de Freguesia pronunciar-se sobre um assunto que se refere a todo o concelho. Para isso é que existe Assembleia Municipal. Aqui tratamos dos assuntos do concelho do Marco, não é numa Assembleia de Freguesia qualquer. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o Sr. Deputado José Vasconcelos. --- José Vasconcelos (Presidente J.F. Várzea de Ovelha e Aliviada) --- Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara Municipal, Srs. Vereadores, caros colegas, público, comunicação social:

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Em representação da Freguesia de Várzea de Ovelha e Aliviada, e no seguimento do parecer da Assembleia de Freguesia, venho declarar: Estamos hoje aqui a discutir a reforma administrativa, agregação de freguesias estipulada pela Lei 22/2012.Não é, de todo, a reforma administrativa que se desejava. Foi feita em cima do joelho, não é clara quanto às vantagens a tirar dela no futuro. Deveriam ter sido criadas comissões de técnicos que fizessem estudos de base e devidamente fundamentados acerca da evolução que houve nos anos passados nas diversas localidades, e assentar nas realidades de hoje, e projetar para o futuro. Deveria ser uma reforma que rasgasse fronteiras, como as que conhecemos hoje,tendo em conta as vantagens e benefícios para a população. Deveriam ser conhecidas as competências a delegar nas freguesias. Pretende-se dimensão e escala, mas como? Não se produziu um trabalho esclarecedor para as populações, e este era fundamental para auscultar as pessoas e ganhá-las para esta reforma. Esta reforma assentará melhor, numa primeira análise, em centros urbanos. Em freguesias contíguas, vincadamente urbanas, fará sentido uma agregação, pois haverá sinergias comuns e de proximidade. Em freguesias de cariz fortemente rural, será, com certeza, mais difícil conseguir uma agregação vantajosa para as populações, preconizadas por esta Lei 22/2012. No caso desta proposta que estamos aqui a discutir, e ligar, agregar Várzea de Ovelha e Aliviada à Folhada traz alguns problemas que provavelmente muita gente não conhece, porque o território que está em causa é um território muito diversificado do resto do concelho. Há um Rio Ovelha que vai separar os dois (2) setores da freguesia, rio este que tem três (3) pontes, das quais uma está fechada ao trânsito, e duas a pesados. E os acessos às três (3) pontes são péssimos. Aqui a Presidente da Junta de Folhada já vincou isso, e é a realidade. Faltam transportes públicos a fazer a ligação entre os dois (2) lados desta freguesia que se irá criar, que já existe na própria Freguesia de Várzea de Ovelha e Aliviada. Espero que esta seja uma oportunidade para os Executivos das Câmaras Municipais de finalmente olharem para este território do concelho, diferente de todo o resto, e que isso nos venha futuramente a trazer vantagens que hoje não temos tido. Várzea de Ovelha e Aliviada já é a segunda agregação que vai ter. Já teve uma em tempos, daí o Várzea de Ovelha e Aliviada, e não foi por esse motivo que conseguiu progredir. Hoje em dia, temos Várzea de Ovelha e Aliviada como a terceira freguesia maior do concelho em área, e a sétima em população, e contudo, é uma das freguesias mais atrasadas do concelho. Uma freguesia muito rural, com um terreno bastante acentuado, o que traz essas dificuldades todas, e que agora irão ser acrescidas com a junção à Folhada. Vamos ficar com uma área muito aproximada da de Soalhães, mas com um terreno muito mais difícil de tratar. Teremos cerca de… a passar os cem quilómetros (100 Km) de estradas e caminhos na nossa freguesia, nas duas, e a grande maioria delas é em terra batida. Tem-se visto aqui algumas críticas, e neste caso, o PSD pelo menos teve alguma coragem de apresentar aqui uma proposta, e seja agradável, ou não, apresentou uma proposta. Acho que todos os outros Partidos deveriam ter feito o mesmo, deviam ter feito e até dar o exemplo ao PSD, deviam ter feito um trabalho de casa, deviam ir aos locais, e hoje aqui, com todo o direito, estariam a defender provavelmente melhor as populações, e quem sabe, como disse o Sr. Domingos Neves, iria sair daqui até uma proposta que agradasse a todos. Contudo, e espero sinceramente que haja o bom senso, e o Governo suspenda esta reforma, transitando-a para a

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próxima legislatura, fazendo com tempo um bom trabalho para um futuro melhor do que será uma freguesia. Por todo o exposto, declaro também que o voto da Freguesia de Várzea de Ovelha e Aliviada vai ser contra esta proposta apresentada pelo PSD. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o deputado Luís Pinto. --- Luís Pinto (PPD/PSD) --- Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara Municipal, Sr. Vice-presidente e Srs. Vereadores, Srs. Deputados Municipais, caros Marcoenses: Como o deputado mais jovem presente nesta Assembleia Municipal, decidi hoje que deveria dar também a minha opinião, e deixar aqui algumas duras críticas a como este processo foi declarado. Tenho coragem de assumir hoje aqui também, e não ter perdido a memória nas últimas vinte e quatro (24) horas, de que eu sou a favor da reorganização administrativa no território de Portugal continental. E sou-o porque acima de tudo não me fixo só no presente; fixo-me também no futuro, e é muito positivo para os jovens de hoje que esta reforma avance. Não pensemos só nas tradições atuais, mas pensemos também nas dinâmicas de futuro. Pensemos nos jovens que já vivem na comunidade europeia, e que já não olham às fronteiras dos países. Por que é que os estamos a obrigar a olhar às fronteiras de uma freguesia? Esta reforma administrativa pode significar também um input e um avanço na forma como fornecemos serviços às nossas populações. Poderemos deixar de significar um Presidente de Junta que trata de questões mais pequenas, para se preocupar em alavancar a sua freguesia. E esta junção, e a proposta do PSD, também teve isso em causa. Respeitou os centros urbanos já definidos na maior parte das freguesias,ouviu as Assembleias de Freguesia e, acima de tudo, preocupou-se, preocupou-se em trazer uma proposta. Muito me surpreendeu que aqueles que durante muito tempo andaram a falar, a falar, a falar, recordando-me aquelas cenas dos westerns, em que há um duelo em que estão ali a sacar as pistolas, mas a pistola do Partido Socialista chegou à hora final e deu um tiro de pólvora seca. Foi demagogia. Foi a pensar nas Autárquicas de 2013. E isso, nós não podemos tolerar. E acima de tudo, muito me orgulha, e orgulha-me que o meu Partido, em maioria nesta Câmara Municipal e nesta Assembleia Municipal, não teve medo, e hoje chegou aqui com uma proposta. E mesmo assim, não fizemos sindicato de voto, e deixamos que os nossos Presidentes de Junta, e deixamos que os nossos deputados municipais, caso não concordassem com esta proposta, a pudessem rejeitar. Mas puseram em causa hoje a legitimidade dos deputados municipais. Eu lembro-me que nós fomos eleitos em 2009, e lembro-me também, e caso o Dr. João Valdoleiros não tenha perdido a memória, e penso que não, e tenho-o em muito respeito, Doutor, acho que em 2009 não tínhamos troika. E foi a troika que obrigou claramente a que houvesse uma redução das freguesias em Portugal, ou dos municípios. Era o que lá dizia. Certo? Relembro-lhe também que antes de atroika lá estar, havia um Secretário de Estado da Administração Local do Partido Socialista, Dr. José Junqueiro, que tinha uma proposta e queria avançar para a redução das freguesias com menos de mil (1.000) habitantes. Espero que não se

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esqueça disso, e acima de tudo, que seja justo com os Marcoenses, porque vocês tinham uma proposta. Falaram-na. Apregoaram-na. De oito (8), de sete (7). Ainda ontem, de dez (10). E onde é que a meteram? Por que é que não a trouxeram aqui a ser sufragada? Porque querem fazer demagogia para com os Marcoenses que estão aqui presentes hoje? Não sejam demagogos; sejam, acima de tudo, sérios, e não façam teatro, porque política é para decidir o bem dos outros, não é para decidir o nosso próprio bem. Muito obrigado, Sr. Presidente. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o deputado António da Costa Pinto. --- António da Costa Pinto (Presidente J.F. Sande) --- Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, Srs. Deputados, caros colegas Presidentes de Junta, estimado público e comunicação social, estimados Marcoenses: A minha intervenção aqui é para dizer, antes de mais, que sou favorável, e aproveitando as palavras do deputado Luís Pinto, sou favorável à reorganização autárquica. E sou favorável porque, como ele disse, temos que olhar o presente para não hipotecarmos o futuro. E hoje em dia, os municípios são cada vez mais vistos como unidades de negócio que têm que desenvolver a sua estratégia de atração de investimentos, mas para isso, têm que ter escala e dimensão. Quanto às freguesias, o problema é algo diferente. Não obstante a possibilidade de delegação de competências por parte dos municípios, um grande número de freguesias não tem capacidades técnicas nem meios que lhes permitam exercer o seu poder na proximidade das comunidades locais. E por isso, não obstante a sua autonomia relativamente aos municípios, o quotidiano de muitos Presidentes de Junta é, precisamente, estender a mão à Câmara Municipal, em permanente condicionamento do livre exercício do seu mandato. Por isso mesmo, é inegável que alguma coisa haja a fazer para alterar este estado de coisas. Do meu ponto de vista, essa estratégia passa necessariamente pela formação dos espaços administrativos com maior dimensão, nivelando-se por cima a massa crítica, a escala e a dimensão humana da organização administrativa do país. Só desta forma aumentará não só a capacidade reivindicativa, mas também a qualidade de vida das populações. E eu, na qualidade de Presidente da Junta de Freguesia de Sande, apresentei uma proposta… não, minto, apresentei cinco (5) propostas para serem votadas na Assembleia de Freguesia, e posso dizer que a proposta votada por unanimidade, e acho que nesta leitura de irmos mais longe, e porque somos Baixo Concelho, e eu acho que o Baixo Concelho, ao longo de muitos anos, esteve esquecido, e se vemos hoje um mapa onde vier provado uma reorganização onde Alpendorada, que é uma zona urbana, acaba por ter uma capacidade, ainda vai ficar com uma maior capacidade, eu acho que aquela zona do concelho de Marco de Canaveses, a que chamam também Bem Viver, e que por isso mesmo também, como disse há bocado o munícipe José Alberto Couto, estaremos a celebrar os quinhentos (500) anos do foral da fundação da Freguesia de Sande e concelho de Bem Viver. E dizer que esta proposta aprovada por unanimidade na Assembleia de Freguesia de Sande visa, de certa forma, esta junção que eu cheguei a apresentar, e que certamente muitas das vezes fui criticado porque a apresentei, mas porque defendo uma ideia, e defendo princípios, apresentei esta proposta que, de certa forma, fazia uma grande linha do Douro, que seria desde Paços de Gaiolo até São Lourenço do Douro.

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Essencial para esta alteração é a criação de regiões administrativas com dirigentes escolhidos por sufrágio eleitoral, pois só assim o território nacional ficará dotado de um patamar de decisão intermédio acima do Poder Local Municipal, e abaixo do Poder Central Nacional. E quero com isto dizer aqui que esta reforma, nunca pode ser aproveitada, nunca, mas mesmo nunca, para qualquer tipo de proveito eleitoral, o que eu acho lamentável. O nível de decisão que, do meu ponto de vista, me parece indispensável para a condução de políticas transversais, nomeadamente na educação, na saúde, no ambiente, no turismo, nas infraestruturas, na atração de investimento, nos transportes ou na cultura, uma remodelação que conduzirá necessariamente à agregação de algumas Juntas de Freguesia. Uma reorganização administrativa da qual não pode estar dissociada uma mudança de comportamentos e atitudes. Como é sabido, a história e a identidade das comunidades é um processo mutável, evolutivo e dinâmico, e a realidade da sociedade dos dias de hoje não se compadece com bairrismos nem com conflitualidade de tradições. Mas isto não pode significar o desprezo pelo sentimento de pertença identitária das gentes de cada lugar, de cada freguesia e de cada concelho. É, como sabemos, toda e qualquer agregação é potencial geradora de expectável divergência e conflitualidade social. Os grandes momentos da história fazem-se sempre com a união de todos, desde que as semelhanças sejam maiores do que as diferenças. E hoje, o que aqui interessa vincar não são as diferenças que nos separam, mas sim, o que neste caso concreto nos une enquanto fregueses das nossas freguesias. Uma reforma que assente nos princípios da defesa dos serviços às populações, da otimização do investimento e do efetivo exercício das competências e do combate ao desperdício. Uma reforma que permita ganhos de eficiência, a massa crítica, mas que não ponha em causa a identidade local nem fomente a acrimónia entre freguesias. Uma reforma que mantendo a identidade e o peso cultural e efetivo das freguesias agregadas, enaltecendo a identidade histórica, cultural e social das respetivas comunidades locais, unifique apenas o poder administrativo e que nunca se constitua como o resultado de paradigmas exclusivamente economicistas que apenas visam o equilíbrio de fatores logísticos e infraestruturas. Mas uma reforma que contemple sempre as especificidades dos territórios locais, a sua história, e que resulte na expressão de livre vontade, iniciativa de decisão das populações locais e dos respetivos órgãos autárquicos. Uma reforma que por estas razões, mas à qual irei votar favoravelmente, mas com tristeza de não ter ido mais além nesta zona do Baixo Concelho, entre as Freguesias de Sande, Penha Longa, Paços de Gaiolo e São Lourenço. Tenho dito. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o deputado Manuel Lopes. --- Manuel Lopes (Presidente J.F. Torrão) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Srs. Deputados, comunicação, público, boa noite. Portanto, como é sabido, eu sou contra a agregação das freguesias. E sigo a votação da Assembleia de Freguesia do Torrão que liminarmente recusa a agregação da sua freguesia com outras freguesias, respeitando todas as freguesias que se querem agregar a ela, ou seja, Alpendorada e Várzea, por quem temos o máximo respeito. Mas a agregação está posta fora de causa.

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Também queria lembrar que eu apresentei uma proposta logo de início. Uma coisa singela. Eu não tenho os Power Points, não tenho aquela máquina partidária, mas eu apresentei para aqui uma proposta em que há uma forma de reorganizar tudo isto sem acabar com as freguesias. Podemos reorganizar as Assembleias de Freguesia, por exemplo. Podemos ir por aí. E tenho aqui mais qualquer coisa, não muito, mas foi no Livro Verde, também isto saiu de acordo com o Livro Verde. O Livro Verde desapareceu, pronto, a proposta poderá ser mudada também. Mas ninguém ma pediu, nem ninguém me deu comentário sobre ela, a verdade seja dita. Portanto, não é verdade que o PSD tenha feito só a proposta e mais ninguém. Há aqui mais vozes, e não há medo, como é óbvio. O Sr. Deputado de Alpendorada fala em medo como se houvesse aqui medo. Não há. Apresentei uma proposta. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Peço desculpa, Sr. Deputado. Há bocadinho, poderia ter apresentado a proposta, porque foi dito pelo Sr. Presidente da Assembleia que os candidatos independentes também poderiam fazer apresentação. --- Manuel Lopes (Presidente J.F. Torrão) --- Eu sei. O caso que foi dito é que ninguém apresentou proposta. Mas há aqui uma proposta logo de início. Essa é que foi a questão. Eu não apresentei proposta. E então, para não perder tempo, eu vou continuar, se isso não for importante. O público teve aqui a sua intervenção, ouvi-o com atenção. São Marcoenses, Marcoenses de luta, convictos, e então, puseram aqui a questão de: “É a lei, é a lei, paciência, temos que seguir a lei…”, e ali, e acolá. Ora bom, em Viana, quiseram fazer uma tourada. E a Câmara queria impedir que a tourada se realizasse, um vereador. E então, meteu uma providência cautelar. E o juiz decidiu que a vontade popular sobrepôs-se aos votos. E a tourada realizou-se. Portanto, esta lei, pode ser que a vontade popular também se sobreponha aos votos. Pode isso acontecer também. Portanto, o argumento da escala, a escala tanto aumenta através da eliminação de freguesias, aumenta a sua escala. A escala elimina as Juntas de Freguesia, elimina a história, os símbolos, extingue relações humanas de proximidade que já existem. Não há nenhuma ação positiva que justifique a eliminação de freguesias. Eu sempre perguntei o que é que se ganha com uma freguesia a extinguir, o que é que a outra ganha em juntar-se. É escala. A razão mais apontada é escala, é os quinze por cento (15%) de aumento do orçamento, do conjunto das Juntas extintas. É essa a escala que ganha, é mais quinze por cento (15%). Então, sempre se aumenta a despesa. Toda a gente fala em poupar dinheiro, em reduzir despesa. Ou seja, com uma mão tira os serviços, tira-nos as Juntas, tira-nos aquelas coisinhas todas, e com as duas mãos, aumenta a despesa. Muito bem. E quem é que aguenta com essa despesa? Olhe, por exemplo, quem aguenta é uma senhora que trabalhou quarenta e três (43) anos, foi reformada, tinha um vencimento de quinhentos e vinte euros (520€). Foi reformada aos sessenta (60) anos, por incapacidade. Tem trezentos e oitenta e cinco (385€) de reforma. É essa senhora que vai aguentar esses quinze por cento (15%). O seu marido, ex-militar desde que veio do Ultramar. Tem duzentos e setenta e cinco (275€) de reforma. Esta gente é que vai pagar estes quinze por cento (15%).

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Já agora, gostaria de fazer um comentário, que o Sr. Presidente da Junta de Alpendorada fez no dia 17, que disse que havia Juntas que não tinham dinheiro para pagar a luz, para pagar a fatura da luz. Bem, posso-lhe dizer que o Torrão é pequeno. Ora, as coisas têm que ter nome. E desta forma, atinge toda a gente, e quem cala, consente. E o Torrão não se cala, nem consente. O Torrão pagou a luz duas vezes. Pagou a luz todos os meses, mais aquela que lhe ficou do ano de 2008. Pagou o pão duas vezes. Se aqui estiver alguém da Feira Nova que conheça o padeiro, é só perguntar quantas vezes. Receberam o dinheiro para pagar o pão, não pagaram, teve que pagar outra vez, pagou duas vezes. Pagou os géneros alimentícios duas vezes, dois mil euros (2.000€), de 2006 e 2007. Ora, com certeza que recebeu o dinheiro para pagar, mas esse não chegou lá. E está paga esta conta. Pagou duas vezes, aquele povo. Portanto, isto é uma Junta pequenina. E pagámos salários duas vezes também. Quando para lá entrámos, o funcionário tinha o salário em atraso. Mesmo assim, tem saldo positivo. É uma Junta pequena, gere… as Juntas pequenas gerem melhor o orçamento, têm menos desperdício. As Juntas com maior escala, as mega freguesias, as grandes freguesias têm muito mais desperdício. Por isso é que precisam dos quinze por cento (15%), que é para ter mais desperdício sem ninguém notar nada. Isto é o negócio que falou ali o Sr. Presidente da Junta, é o negócio das pessoas. Isto é visto como um negócio agora, não é verdade? É um negócio. O Torrão, se for extinto, ou morrer por decreto, nunca será submisso, não baixa a cabeça e está sempre de olhos postos no horizonte. O Torrão está sempre nas lutas pela união do concelho, com as trinta e uma (31) freguesias. Ajudou a salvar centenas de freguesias. Não se esqueçam. Agora o Torrão precisa dos Srs. Deputados. Nós ajudámos a salvar algumas freguesias. Precisamos agora do vosso apoio para salvar a freguesia do concelho, terra digna e livre. Não voltem as costas ao povo do Torrão. Votem contra a morte de todas as freguesias. Em gratidão, que a traição tem preço. Também só mais um comentário para terminar: Sr. Presidente da Junta, diz que as coisas não mudam de sítio se houver agregação. Mudam, muda a Junta. Olhe, eu posso-lhe dizer: os Correios no Torrão mudaram de sítio. Tenho aqui isto para levantar e não consigo. Sabe por quê? Porque mudaram os Correios, e agora só abre às duas da tarde (14h00). Como vê, mudou de sítio, deixei de poder… mudou de sítio e mudou de horário. Deixei de poder levantar este recibo. Alpendorada fica a dezasseis quilómetros (16 Km). Fica melhor para uma pessoa para pagar um táxi para ir a Alpendorada buscar um atestado, tem que ir pagar. Na Junta de Freguesia do Torrão não paga. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o Sr. Deputado António Matos. --- António Matos (Presidente J.F. Paredes de Viadores) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, caros colegas, público, comunicação social: Já muito se falou aqui durante esta boa parte da noite, mas num dia tão importante para as freguesias e para o concelho do Marco, não poderia também deixar de vir aqui dar a minha opinião. E então, eu digo-vos que também serei, serei a favor da reorganização autárquica, desde que seja feita com tempo, com sentido crítico, com acompanhamento técnico, com ponderação, com calma, e nunca à pressa, atabalhoadamente e em cima do joelho.

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Já referi em algumas reuniões que também não vejo desta forma, conforme o Governo nos quer fazer passar essa ideia, de que haverá alguma receita que será… quero eu dizer, alguma despesa, alguma contenção de despesa com esta reorganização. Grandes freguesias vão ter Presidentes de Junta, provavelmente, e se calhar outros membros do Executivo a tempo inteiro, ou a meio tempo. E isso tem custos. Presentemente, os Presidentes de Junta de Freguesia e os membros do Executivo recebem uma subvenção, penso que é assim que se chama, que praticamente não dá para as despesas dos pneus e do combustível que se gasta a percorrer a freguesia durante todos os dias, incluindo fins de semana e feriados. Com freguesias com grande escala e com grande dimensão, essas despesas irão ser superiores. Haverá gente a ganhar alguns vencimentos razoáveis, as despesas serão maiores, haverão ajudas de custo, haverão deslocações que terão que fazer, e com certeza que tudo isso terá custos. Não vejo por aí também que o país venha a ganhar alguma coisa. E se ganhar, há de ser muito pouco. Também, se calhar, não haveria necessidade de estarmos hoje aqui com este debate porque, penso eu, por aquilo que li, o memorando da troika não diz lá que as freguesias tenham que ser cortadas, agregadas, ou que tenha que haver uma mexida nas freguesias. Dizem que tem que haver uma mexida na… uma reorganização autárquica. Claro que seria mais complicado e mais difícil, e não interessaria tanto mexer nos municípios. E como tal, empurra-se com a barriga para a frente, e vamos para o parente mais pobre, vamos para as freguesias, e a guerra instala-se, e depois vai-se ver o que se dá. Até porque se se começasse pelos municípios, a nível nacional, se calhar, o debate seria outro. Poderiam haver agregações de municípios (porque não?), e se calhar, nessa altura, a situação mudava de figura e não estariam a tratar das coisas como estão a tratar neste momento. A proximidade com as pessoas também é muito importante. Eu estou como Presidente de Junta de Paredes de Viadores neste mandato, mas já o estive há mais anos, como secretário e como tesoureiro, e sei o que é estar perto das pessoas, e sei o que é conhecer os problemas, porque quando alguém liga de determinado lugar porque falhou a água, ou porque rebentou o cano, ou porque caiu qualquer coisa, ou qualquer coisa que não está bem, a gente já sabe onde vai acudir. Nós já conhecemos, e vamos direitinhos ao assunto, e vamos direitinhos resolver o problema, seja de noite, de dia, ao domingo, ao fim de semana, isso não importa. E conhecemos todos os cantos das freguesias. Nas freguesias rurais, principalmente, é muito importante a proximidade. E nós, pelo menos eu dou a cara todos os dias, a toda a hora, e quando for preciso. De certeza absoluta que nas zonas urbanas, não se põe esse problema. Numa grande cidade, nem se sabe na rua onde acaba uma freguesia e começa a outra. Não há grandes problemas nesse aspeto. Aqui no centro do Marco, também, na zona urbana, tudo bem, é mais fácil de gerir as coisas, até porque a Câmara está mais perto, os meios aparecem mais rapidamente também se forem necessários. Posto isto, e para não me alongar muito, até porque já vai tarde, eu, e atendendo à posição tomada na Assembleia de Freguesia de Paredes de Viadores, e atendendo à esmagadora maioria dos habitantes de Paredes de Viadores com quem eu já falei, a nossa posição é de que nos deveremos manter sós, neste momento. Não digo que no futuro não possamos pensar em haver agregações, e em haver agregações, mas feitas com calma, com sentido, com ponderação, e vendo todos os prós e todos os contras. Eu não estou com os problemas, felizmente, que tem o meu colega e amigo José Vasconcelos e a Maria José. Tenho, felizmente, as coisas mais ou menos direitas. Não tenho nada contra Manhuncelos nem contra Paços de

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Gaiolo, onde tenho grandes amigos, mas penso que se deve dar a vontade ao povo. O povo da Freguesia de Paredes de Viadores maioritariamente deseja manter-se, neste momento, só. A posição do Executivo e da Assembleia de Freguesia também foi nesse sentido. E será nesse sentido que eu, por estes factos agora expostos, irei votar contra a proposta apresentada. Muito obrigado. Boa noite. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sr. Deputado Adão Oliveira. --- Adão Oliveira (MDVNS) --- Isto é falta de experiência nestas coisas. Sr. Presidente da Mesa, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara e Srs. Vereadores, caras e caros deputados, muito boa noite a todos. Eu dirigi um requerimento à Mesa que ponderei retirar, mas que acabei por decidir manter, e que a Mesa já tem conhecimento, e vou ler. Vou ler, e depois dou uma pequena explicação sobre o que pretendo com este requerimento. Eu estou aqui em substituição pela segunda vez, em substituição de um colega eleito nas listas de Marco de Verdade, e portanto, não tenho experiência nestas andanças. Não contava vir a esta Assembleia. Imprimi a lei coisa de meia hora antes de vir para cá, esta lei que regula a reorganização do território. E estive aqui, fui lendo enquanto a Assembleia decorria. Desde logo, constato que isto poderia ter sido feito um bocadinho mais cedo, com mais algum tempo, porque estamos no términus do prazo legal para apresentação da deliberação da Assembleia Municipal, que termina, penso, no dia 15, e estamos agora muito em cima do joelho. De qualquer modo, não é só esse o problema. Há um outro problema que decorre desde logo também da lei. O art.º 11.º, n.º 2, diz que, e isso, aliás, já foi aqui referido, creio que pelo Dr. João Lima, diz que a Câmara Municipal deve apresentar… se não apresentar, melhor, uma proposta de reorganização, deve apresentar um parecer sobre a mesma. Aquilo que a Câmara Municipal fez não é um parecer. Está longe de ser um parecer, são considerações gerais, e o que, de facto, se verifica é que a lei não foi cumprida neste aspeto. Eu gostaria de chamar a atenção para isso, apenas por uma questão de procedimento, e porque acho que a atitude correta é não ter medo de emitir a nossa opinião. Para além disso, o que eu pretendia, efetivamente, e o que consta do requerimento é o seguinte: O requerente apenas foi convocado para a presente reunião no dia 4 passado próximo. Estava totalmente alheio à matéria importantíssima em discussão. Apenas há minutos tomou conhecimento da única proposta apresentada, situação que o impede de exercer cabalmente as funções que lhe foram confiadas, conforme jurou aqui no início, bem como, aliás, a grande maioria dos deputados que também não tiveram acesso à proposta em devido tempo. Acresce que a proposta apresentada poderia ser manifestamente melhorada, acolhendo, por exemplo, os anseios da população de São Lourenço do Douro, e as deliberações da Assembleia de Freguesia de Tuías. Além disso, o parecer… faço aqui referência à questão que já toquei há pouco, do parecer da Câmara, e entendo que se impõe assim a suspensão dos trabalhos no caso de o PSD se predispor, com humildade democrática a reformular a sua proposta. Parece-me que, pelo evoluir desta Assembleia, as coisas não estarão fáceis em termos de aprovação da proposta. Também não gostaria que fosse Lisboa a decidir. Não gostaria que fosse Lisboa a

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decidir. E penso que uma solução poderia passar por suspendermos os trabalhos por um dia ou dois (2), de forma a tentar-se melhorar esta proposta que foi apresentada pelo PSD. Gostaria que este requerimento fosse submetido a votação, e obviamente, se a maioria estiver de acordo, voltaríamos cá noutro dia. Tenho dito. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sr. Deputado, eu precisaria depois, para pôr à votação… desculpe lá. Chamava agora o Sr. Deputado Agostinho Vieira. --- Manuel Agostinho Vieira (Presidente J.F. Paços de Gaiolo) --- Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Exmos. Secretários, Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal, Exmas. Vereadoras, Srs. Vereadores, caros colegas, Exmo. Público e comunicação social: A minha vinda aqui hoje é para dizer que respeito, no fundamental, a decisão da Junta de Freguesia de Paços de Gaiolos, que votou unanimemente que a minha freguesia continue como está. Não vou aqui discutir assuntos, porque os não sei discutir. Mas sei apenas dizer que a minha freguesia já teve outro nome: Freguesia de São Martinho Fandinhães. Naquele tempo, se calhar, era a igreja que mandava nas freguesias, e então, resolveu, quando mudou o nome e centralizou mais a freguesia, mudou a igreja, o corpo da Igreja da Capelinha de Fandinhães para a chamada hoje Igreja de Paços de Gaiolo, igreja cujo padroeiro é S. Clemente, da Freguesia de Paços de Gaiolo. Nesse sentido, centralizou porque achou que antes de fazer, de mudar o nome da freguesia, centralizou a igreja para que todos tivessem acesso mais perto. Olhando às circunstâncias da junção da minha freguesia com Penha Longa, assim como exposto pelo PSD, fica o lugar de Ambrões e o lugar junto à Roupeira a oito (8) ou nove quilómetros (9 Km) da sede de Penha Longa. Não se falou ainda se as sedes da Junta vão permanecer para Paços de Gaiolo, Penha Longa, ou se vai ser centralizada ao meio das duas freguesias. Quando me disseram no passado que a Freguesia de Paços de Gaiolo transportou a pedra do corpo da Igreja de Fandinhães numa noite e num dia, para construir a Igreja de Paços de Gaiolo, a carro de bois, penso que não foi fácil, mas fizeram-no. Neste sentido ainda, e pensando nos desejos não só da Assembleia de Freguesia, mas no seu povo, a totalidade da freguesia, e da minha população, eu pedia ao Sr. Presidente da Câmara, ao Sr. Presidente da Câmara Municipal que se fosse a Freguesia de Paços de Gaiolo, a ser as vinte e três (23) das freguesias, Paços de Gaiolo ficaria bem contente, pensando que, ao contrário do que alguns colegas aqui disseram, que a expansão traz muito mais riqueza, nós como fomos sempre uma freguesia pobre, não nos importamos de continuar pobres, mas com humildade. Neste sentido, eu vou votar contra esta proposta, beneficiando assim a Assembleia da minha freguesia. Muito boa noite a todos. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Dava a palavra ao deputado Fernando Monteiro. --- Fernando Monteiro (Presidente J.F. Vila Boa de Quires) --- Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara Municipal, Sr. Vice-presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Deputados, caros amigos Presidentes de Junta, público, comunicação social e Marcoenses:

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Estamos aqui a debater um passo importante no concelho, e nas nossas freguesias. Não me sentia bem comigo próprio se não viesse cá demonstrar também a minha opinião. Dizer-vos que sou a favor da reforma é uma verdade. Dizer que, às tantas, não concordo como ela foi feita, é outra verdade. Dizer que a fizemos a correr é outra verdade. Dizer que não quero que ninguém venha fazê-la por nós é a mais pura das verdades. Porque se nós, que fomos eleitos pelos nossos caros amigos Marcoenses nas nossas freguesias, não temos legitimidade para decidir, quem é que o terá? Serão os técnicos que estarão num gabinete para fazer um mapa a régua e esquadro por nós? Às tantas, não. Dizer-vos que, às tantas, e pelo que vou ouvindo na minha freguesia, e noutras freguesias, aqui na sede do concelho, falando com muita gente sobre isto, às tantas, eu até acho que há abertura da população de haver menos freguesias. Há abertura, pelo que eu… e eu até acho que devia a reforma ser feita de uma forma mais abrangente. Eu acho que estamos a desperdiçar uma oportunidade de fazer uma reforma a sério, de fazer uma coisa como ela devia de ser, termos freguesias de igualdade, de uma forma mais correta, quer em número de habitantes, quer em número de eleitores, quer no número de área. Porque não é correto, às tantas… e eu compartilho da opinião da proposta que foi feita, tiveram um critério, porque tínhamos que começar de alguma das formas, não podíamos dizer: “Vamos cortar esta, juntar aquela…”, sem ter um critério. Nós temos que ter um critério, e acho que o tiveram. Porque, se não o tiverem, alguém o vai ter, e vão decidir por nós. Por isso, tiveram um critério, e disso também compartilho. Agora, eu acho que devia ser feita uma reforma de uma forma mais abrangente, e até por que não mexer com os limites das freguesias? Por que é que havemos de ter um canto de uma freguesia a abranger outra, e não saber ali se pertence a A, se pertence a B. Por que é que não há uma linha estratégica, uma estrada nacional que corta duas freguesias, uma freguesia para a direita, outra freguesia para a esquerda? Por que não? Por que não poderá ser assim? Porque não há uma linha de água, um rio que corte… por que é que há divisões entre freguesias que… há pessoas que vão a Juntas de Freguesia saber de alguns dos seus direitos, e às tantas, nem é àquela Junta que pertence. Às tantas até é outra. E eu tenho esses casos na minha freguesia. Por isso, acho que devia ser feita uma reforma mais abrangente. Está-se a fazer uma, está-se a fazer uma, mas devia ser feita de uma forma mais abrangente, de uma forma com mais calma, mas é possível, é nos limites dos termos da lei e do prazo, como foi dito aqui, por isso, acho que devemos decidir com consciência. A legitimidade, não concordo com o que aqui foi dito, porque quem é que tem legitimidade? Teremos que ser nós. E como dizia um professor, comentador que nós vamos ouvindo nas televisões, não podemos ter medo de dar a cara. Nós devemos é de dar a cara às populações e saber o que é que elas anseiam. Claro que eu respeito muito, mas muito mesmo, e o Vítor sabe, Presidente da Junta de Freguesia de Maureles, respeito muito a vontade da freguesia deles, amigo de toda a gente, que respeito imenso. Eu acho que não perde identidade, Maureles e… acho que não perde identidade, mas respeito imenso, e claro que respeito a vontade deles, e se ficasse sozinho, Vila Boa de Quires, se ficasse sozinho… respeito imenso, e eu acho que a reforma deveria começar pelos municípios, porque nesse caso, vamos ficar com freguesias maiores do que alguns municípios. E isso é verdade, porque temos aqui municípios perto em que as nossas freguesias vão ficar maiores do que esses municípios. Só que nós não mandamos, meus amigos. Nós temos agora é que decidir.

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Por isso, fica a minha opinião, que a reforma, como o Matos disse, e bem, devia ser feita de uma forma mais abrangente, de uma forma em que as freguesias ficassem delimitadas de uma forma mais correta, e não dividir freguesias só por juntar. Não juntar freguesias só por juntar. Eu acho que estamos a perder uma oportunidade de fazer uma reforma a sério para o nosso concelho, olhando o presente mas visando o futuro. E Sr. Branco, os Presidentes da Junta têm muito trabalho. Muito trabalho mesmo. E acredite, como aqui disseram alguns colegas meus, defendemos à hora que for, no dia em que for, e não olhamos nem a despesas, nem a bens materiais, nem imateriais, e vamos onde for preciso. Nunca aceitarei em nenhum lado que digam mal de um Presidente de Junta, porque agora sei o que eles passam. Tenho dito. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava a deputada Luísa Barros. --- Luísa Barros (Presidente J.F. Freixo) --- Exmo. Sr. Presidente da Mesa, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, colegas, público em geral: Quero subscrever o que alguns colegas meus já aqui disseram, nomeadamente o Costa Pinto e o Fernando, também eu concordo com eles, e gostava de vir aqui expressar, no fundo, a minha opinião, que é também a opinião da Assembleia de Freguesia do Freixo e das pessoas que vivem na freguesia. Em julho, nós contatámos a população no sentido de os convidar para participar numa Assembleia Extraordinária que realizámos, para esclarecer e ouvir, exatamente, a opinião das pessoas. Nós ficámos residentes, a maior parte da freguesia é residente na cidade do Marco, que vai até às ruínas de Tongóbriga, e portanto, a população manifestou a sua opinião dizendo que vivem no Marco, e é de lá que devia ser feita a agregação. Entenderam que, realmente, a agregação só os pode beneficiar. O facto de serem pequenas impossibilita muitas vezes… a nossa Junta não tem funcionários, não tem meios que possam responder aos anseios. Esse é um dos temas que, no fundo, levou as pessoas a entender que, realmente, a agregação era uma mais-valia para a nossa freguesia. Portanto, fica aqui saliente, eu vou votar a favor deste mapa que visa, no fundo, algum equilíbrio, que é isso que devemos aproveitar também. Ao mexer, devemos tentar colocar equilíbrio entre as freguesias, pô-las mais iguais para evitar que as desigualdades que se têm manifestado até hoje continuem. Obrigada. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sr. Deputado Agostinho Baldaia. --- Agostinho Baldaia (Presidente J.F. Santo Isidoro) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, caros colegas deputados, público, comunicação social: A minha intervenção é simples. Manifestar a nossa tristeza, porque somos contra a extinção, a junção, como quiserem chamar, das freguesias. Nós fizemos em Santo Isidoro uma Assembleia Extraordinária, e tivemos algumas manifestações que foram feitas a nível nacional. E gostaria de ter explicado às pessoas de Santo Isidoro o que isto iria ser. Não consigo, porque não tenho meios para explicar. Não tenho… não sei como dizer às pessoas de Santo Isidoro o que vão

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beneficiar, as contrapartidas, o que vai melhorar, não tenho meios para isso. Portanto, somos contra, votamos contra esta proposta, ou qualquer tipo de proposta. Mas mais triste fico, e lamento, mas tenho que ser sincero comigo mesmo, a proposta foi apresentada aqui hoje, parece-me que não foi feita por gente do Marco. Desculpem, mas é a minha ideia. Porque quando dizem que Toutosa e Santo Isidoro vai-se chamar Livração, por quê? Por quê a sede na Livração, quando Santo Isidoro tem três (3) vezes mais população do que Toutosa, quando Santo Isidoro tem três (3) vezes mais terreno, área, do que Toutosa, quando Santo Isidoro tem uma sede de Junta muito mais capaz, com mais condições, do que Toutosa. Não consigo perceber. Desculpem-me, mas não consigo perceber. Votamos contra, e há uma coisa que eu digo, Sr. Eng.º: peço desculpa, mas Santo Isidoro e Toutosa nunca se pode chamar Livração. E eu fiquei triste porque, realmente, não tenho nada contra a Livração, contra Toutosa, mas acho que pode existir outro nome. Tenho dito. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o deputado Monteiro da Rocha. --- Joaquim Monteiro da Rocha (MCFT) --- Sr. Presidente da Assembleia e Exma. Mesa, Sr. Presidente da Câmara e Srs. Vereadores, Srs. Deputados Municipais, caros Marcoenses, os que estão aqui presentes e os que nos estão a ouvir: Reunimo-nos hoje aqui com a responsabilidade histórica de dar parecer sobre a reorganização administrativa do território das freguesias do nosso concelho. E como a reorganização impõe a redução do número de freguesias, reunimo-nos aqui para abalizar, ou não, a extinção de parte significativa das freguesias do nosso concelho, e a sua integração noutras, numa lógica de as maiores absorverem as mais pequenas. A freguesia é anterior à nacionalidade. Disse-o há tempos aqui o Bispo de Lamego, D. António Couto, numas celebrações do aniversário do concelho. Lembrou-nos isso, e é verdade. E ao contrário do município, tem uma matriz religiosa, tendo surgido como uma comunidade a gravitar à volta da sua igreja. Foi assim durante séculos e séculos, uma comunidade apenas religiosa, e só no séc. XIX, com o liberalismo, passa também a ser uma entidade civil. Não foi assim a freguesia criada e moldada com objetivos civis; o poder civil limitou-se a receber a estrutura paroquial pré-existente, com as suas características seculares. Por isso, as autoridades civis, e no caso, concretamente nós, órgãos municipais, ao mexerem nas freguesias, temos de ter o cuidado de perceber que os alicerces que sustentam o edifício paroquial nos ultrapassam, e que as comunidades paroquiais têm identidade própria, com laços profundos de cariz religioso, cultural, social, familiar, etc., que não podem ser alterados sem a colaboração das próprias comunidades. A reforma territorial das freguesias não vinga sem a adesão das populações afetadas. E nós temos um exemplo histórico, que eu vou aqui lembrar: em dezembro de 1867, foi publicado um decreto que reduzia as freguesias civis de quatro mil (4.000) para mil (1.000), reforma essa que foi logo estancada com a revolução de janeiro seguinte, mais conhecida pela Janeirinha. Por isso, esta problemática e, digamos, de lidarmos, e afetarmos, e pormos as populações em polvorosa não é nova, já surgiu no séc. XIX. Por isso, o Marco Confiante com Ferreira Torres disse desde sempre que não alinhava com esta reorganização das freguesias imposta de cima, aceitando porém e só as alterações que as próprias freguesias, por sua livre iniciativa, solicitassem. O Marco Confiante não contribuiria para

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a fusão de freguesias, mas não se oporia à fusão daquelas que o quisessem. E não comunga desta reforma porque ela vai no sentido oposto àquele que seria desejável. Se há freguesias pequenas, frágeis, quantas vezes a diminuir de população, a solução não é acabar com elas, mas tomar medidas para as revitalizar. São comunidades ancestrais, de pessoas com hábitos, culturas e sentir próprios, com direito a existir, que não podem ser condenadas à morte só porque são pequenas. Espanha e França, os dois (2) países europeus mais próximos de nós, têm municípios tão pequenos como as nossas pequenas freguesias, e não há movimento para os extinguir. Por quê fazê-lo nós em Portugal? Se o critério vingasse a nível da União Europeia, os pequenos países como Malta, Luxemburgo, Chipre, Irlanda, etc., tinham o destino traçado, e certamente Portugal também não estava seguro. O que Portugal não quer para si a nível da União Europeia, ser anexado, ser comido pelos grandes, não deve impor a nível interno à estrutura autárquica menor. Haverá quem diga que toda esta argumentação esbarra, por um lado, com o memorando de entendimento com a troika, onde a redução das autarquias, não de freguesias, como já foi aqui dito e esclarecido, está prevista. E por outro lado, com a lei da reorganização, que impõe a redução do número das autarquias. Ora, quanto à troika, é hoje voz corrente que a troika terá sido enganada. Como na Europa o nível mais baixo das autarquias locais são os municípios, a troika julgou que as nossas quatro mil (4.000) freguesias eram municípios, ficou assustado, o número pareceu-lhe exagerado, e portanto, pretendeu que ele fosse reduzido, mas por engano. E a solução… isto é verdade. E a solução para os erros de confundir freguesias com municípios será corrigi-los e não persistir neles, e levar a consequências terríveis, de extinguir estruturas próximas das populações, que as beneficiam, e isto sem quaisquer benefícios visíveis, muito menos em termos de despesa, sabendo que os gastos em termos de freguesias são proporcionalmente insignificantes em relação à despesa pública nacional e até municipal. Agora, quanto à lei, que dizem-nos: “A lei diz, temos de obedecer.”, bem, mas quanto à lei, a regra em matéria de reorganização administrativa tem sido não cumpri-la. Se o parlamento não cumpre a regionalização que está na Constituição desde 1976, por que é que havemos agora nós de cumprir, acatar, efetivamente, a reorganização a nível das freguesias? A regionalização é que era precisa, e está adiada, e eu temo que isto seja uma manobra de diversão para nos fazer esquecer da regionalização, tão necessária para que nós, nas nossas terras, pudéssemos mandar algo também no nosso país, que certamente ele não estaria tão mal governado como tem estado até agora. Agora, meus senhores, quando a associação representativa da ANAFRE é contra a reorganização, redução das freguesias, quando as freguesias se manifestam a nível nacional contra esta reforma, quando há várias Assembleias Municipais, como Gondomar, Chaves e Oeiras, e dizem-me também que agora Amarante, a manifestarem-se contra a extinção das freguesias, quando há Assembleias Regionais, como a da Madeira, a oporem-se à extinção de freguesias, tomando resoluções na Assembleia Regional, quando o próprio Presidente da Comissão Técnica da Assembleia da República, Prof. Lopes Porto, já veio a público dizer que não é a favor desta reforma, o melhor tributo que podemos prestar ao nosso legislador não é cega e conformadamente dizer-lhe “amém”, mas criticamente, como cidadãos livres no exercício da cidadania, dizer-lhe que não conte com o nosso beneplácito para se prosseguir um caminho errado; que ele pode e deve refletir, e mudar de rumo, o que não o desonra, mas só o nobilita.

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No Marco, nenhuma freguesia manifestou vontade de se extinguir, e se integrar noutra. Apenas algumas manifestaram preferências de junção, se fossem obrigadas, mas isso não é vontade de agregação, mas a opção por um mal menor se o mal vier. Por isso, o Grupo Marco Confiante com Ferreira Torres, não vendo utilidade nesta agregação, e respeitando as freguesias de se manterem, votará pela manutenção das atuais freguesias deste concelho, respeitando, porém, qualquer posição divergente que algum membro do grupo, por imperativo de consciência, venha a tomar em face de qualquer proposta apresentada. Isto é, a posição do grupo é esta, mas respeita a liberdade de voto dos seus membros. Nesta lógica, como surgiu agora, a posição do grupo é votar contra a proposta agora apresentada hoje pelo PSD, respeitando, como disse, naturalmente, os votos eventualmente divergentes de um ou outro membro do grupo. Portanto, é esta a posição do Grupo Marco Confiante, e é isto que temos, efetivamente, a dizer sobre a reforma, que muito sinceramente, me parece um atropelo das entidades centrais ao Poder Local, legislando a seu bel-prazer, sem ter em conta aquilo que as populações querem. Até há bem pouco tempo, ninguém falava na reforma das freguesias, ninguém pediu para mexer nessa célula, e afinal, pedia-se era a regionalização, e afinal, vieram-nos com isto. Nós, pela nossa parte, não queremos, manifestámos que não queremos. Naturalmente, não vamos andar a infringir a lei, mas não somos obrigados, não somos obrigados a concordar, a dar parecer favorável. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o deputado Mário Luís. --- Mário Luís Monteiro (MCFT) --- Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Vereação, Srs. Deputados, comunicação social e Exmo. Público: Grande parte de algumas ideias que eu viria aqui referir já foram ditas. Venho apenas aqui apresentar, um pouco, uma espécie de declaração de voto, justificar-me um pouco sobre a minha opção, que vou tomar. Não queria, contudo, deixar, apesar de criticado e dos problemas iniciais, de elogiar o trabalho realizado pelo deputado, líder do PSD, Rui Cunha, que cumpriu o seu dever, apresentou uma proposta. Boa ou má, nós agora é que temos que nos pronunciar sobre ela. Também dizer que a crítica ao facto de não apresentar propostas, também a justificação já foi feita. Pode significar que estamos contra este processo. Portanto, se estamos contra, não temos que apresentar propostas. Eu gostava de, à partida, esclarecer que, por princípio, não sou contra estas uniões, as agregações. Sou, neste momento, contra este processo conforme ele está a ser desenvolvido. Não acho que deva ser assim, com tanta imposição. Como disse o deputado José Vasconcelos, isto necessitava de mais ponderação, de mais análise, de mais estudo, para conseguirmos mobilizar as pessoas. E nós temos, nalguns casos, alguma sensibilidade para uniões. Outras são muito polémicas e contraditórias. Fico, naturalmente, neste processo, com muitas dúvidas. Uma delas é esta: temos mesmo, é um risco assim tão grande nós não aprovarmos esta proposta, ou não aprovarmos a união de

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freguesias? Como foi dito, há diversas Assembleias Municipais, de pessoas, com certeza, bem formadas, que ponderaram todos os prós e contras, Assembleias Municipais de grande dimensão que se recusaram a votar as agregações. Portanto, não sei se, de facto, isso é um risco assim tão grande. Também tenho dúvidas, tenho aqui uma série de dúvidas, quanto à legitimidade de nós tomarmos esta decisão. É certo que fomos eleitos para tomar decisões, e devemos tomá-las quando é necessário. Mas esta é uma decisão que vai mexer com a vida das pessoas. Podemos defender, e eu acho que não devemos estagnar, isto não deve ser intocável, mas devemos ponderar um pouco. Acredito que nas freguesias não haverá uma pessoa que diga que foi eleita para tomar uma decisão deste calibre. E não havia programa nenhum com isso. Eu recordo que aqui há tempos, estando na Constituição, um Partido tinha no programa do Governo a regionalização. E o que é que fez? Fez um referendo, que acabou por dar um “não”. Portanto, se para a regionalização, que estava referendada já pelas eleições, foram fazer um referendo, por que é que aqui, em situações polémicas, como vimos aqui, não se ouve mais a população? Eu custa-me, tenho muita dificuldade em aprovar uma proposta onde uma Assembleia de Freguesia, é preciso um voto de qualidade do Presidente para aprovar essa proposta. Foi aqui referido, o Sr. Domingos falou na liberdade de voto do PSD, bem haja, porque isso não pode ser para atirar aos outros, porque o que se tem visto é que outros Partidos, outros Grupos Parlamentares têm exercido liberdade de voto, e no PSD não se tem visto isso, e ainda bem. Agora, pensando como Alpendoradense, Sr. Domingos, eu gostaria… Alpendorada cresce, ganha mais dimensão, se calhar ficaria satisfeito. Mas vou pegar também nas suas palavras: nós estamos aqui para defender todo o concelho. E então, pensando em todo o concelho, eu não me sinto à vontade para estar a tomar uma decisão sobre outras agregações. Daí que me atreva a perguntar se não é possível que sejam tomadas decisões parcelares, porque há aqui indícios de alguns pequenos consensos, e talvez aí se pudesse fazer alguma sugestão, nós aprovávamos uma agregação ou outra, e mais outra, de forma a conseguirmos ir um pouco de encontro a alguma sensibilidade das populações para se unirem. Agora, a imposição custa-me bastante. Estarmos aqui preocupados com o facto de os outros virem cá fazer isso, pois, eu não sei. Eu tenho dificuldade em ser eu o mau da fita neste caso. E como acho que têm dúvida, essa legitimidade para uma decisão tão grande, não vou ser capaz de votar a favor. Obrigado. -- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava a deputada Cristina Vieira. Eu vou pedir à Sra. Deputada Cristina Vieira que seja rápida na sua intervenção, porque dos dezasseis (16) minutos, o Dr. João gastou quinze (15). --- Cristina Vieira (Presidente J.F. Soalhães) --- Foi com a minha autorização, Sr. Presidente, que eu permiti que o Sr. Deputado João Valdoleiros utilizasse o meu tempo. Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, caros colegas, comunicação social, estimado público: Eu quero, antes de mais, deixar uma nota sobre a forma como este processo foi conduzido, de forma muito pouco clara, com muita falta de tempo, e onde, do meu ponto de vista, faltou muita

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seriedade, competência, rigor e transparência. Prova disso foram as várias intervenções realizadas esta noite, e os próprios Presidentes de Junta e Assembleias de Freguesia, que não tinham informação suficiente, e reuniram apressadamente para dar um parecer que, do meu ponto de vista, foi bastante abstrato, sem antes conhecer uma proposta concreta. Aos Marcoenses que estão em casa, que precisam dos serviços das Juntas de Freguesia, e dos seus serviços de proximidade sobretudo, não lhes interessam as quezílias políticas, nem os ministros do anterior Governo do PS, porque quem governa há um ano é o PSD. E é o PSD que quer levar esta reforma avante; é o PSD que escolheu a reforma, ou cortar nas freguesias, em vez de levar avante a reforma eleitoral; foi o PSD que criou, ou aliás, que escolheu estes critérios. E esta Câmara tem um Executivo PSD, que tinha a obrigação, como aqui já foi dito, conforme está na lei, de apresentar uma proposta, e não o fez. Já aqui foi dito que não se conhece a opinião do Sr. Presidente da Câmara sobre este tema, nem do Executivo. Não se conhece a sua opinião sobre a reforma administrativa, nem se lhe conhece nenhum mapa, porque hoje, aqui, não foi apresentado. O que fez a Câmara? Fez um pseudoparecer. Como diz o povo, um parecer de “chacha”. Como autarca de uma freguesia deste concelho, não creio que hoje, tomando aqui uma decisão que, do meu ponto de vista, é muito precipitada, sobre o mapa que nos foi apresentado, também ele hoje, será, do meu ponto de vista, uma atitude séria e responsável. Alguns dos Presidentes de Junta, e falo nessa qualidade, estão a ser confrontados para votar uma proposta que não vai de encontro aos interesses das suas populações. Essas populações merecem, pelo menos, serem conhecedoras da proposta que aqui foi hoje apresentada, e merecem também, e devem manifestar a sua opinião sobre a mesma. E por isso, entendo que esta proposta merecia ser muito mais bem discutida, e antes de ser votada, devemos ponderar e refletir sobre os efeitos desta mesma proposta na população do Marco de Canaveses. Eu não sou contra a reforma administrativa do território, mas sou contra esta reforma, da forma como está a ser feita, e da forma como aqui, em particular no Marco de Canaveses, desta forma apressada e sem discussão prévia, está a querer ser levada a cabo. Não sou a favor desta reforma porque, do meu ponto de vista, não respeita a vontade dos Marcoenses, ou da grande parte dos Marcoenses. E prova disso, como já disse, foram muitos daqueles que aqui hoje se manifestaram, e muito bem. E também, Sr. Domingos Neves, o colega anterior já falou nisso, mas eu também tinha aqui uma nota. De facto, se consultarmos as atas da Assembleia Municipal, podemos constatar que a liberdade de voto também sempre existiu na Bancada do PS, sempre. Não posso dizer o mesmo da Bancada do PSD. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o deputado Vítor Pinto. --- Vítor Pinto (Presidente J.F. Maureles) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, caros colegas, público e comunicação social: Eu venho aqui só mostrar a minha, pronto, a minha indignação pela maneira como o processo está a ser encaminhado. Primeiro, as Assembleias de Freguesia deliberaram, poucas delas

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foram tomadas em consideração. Como disse o Dr. João Lima, as populações é que deveriam ser ouvidas neste processo. E agora eu, Vítor Pinto, Presidente da Junta de Freguesia de Maureles, tenho dez (10) minutos, não, porque já estamos aqui há mais tempo um bocadinho, mas tenho dez (10) minutos para resolver um problema que vai modificar, ou melhor, ou se calhar extinguir a minha freguesia para sempre. Quero só dizer ao Sr. Eng.º Rui Cunha, ou melhor, perguntar, que na proposta que… a primeira proposta que havia, vinha para a Freguesia de Maureles e Vila Boa de Quires, Porto Carreiro. Pelo menos, foi o que eu vi numa das propostas, que foi enviada por e-mail, não foi? Estava lá escrito Porto Carreiro, se não me engano. Pronto. Agora, a proposta vem à luz do dia, e aparece Vila Boa de Quires e Maureles. Pronto. Mais uma vez, tenho muita pena que só seja importante ouvir as freguesias de grande dimensão. Será, se calhar, pela dimensão também do Presidente da Junta de Freguesia de Vila Boa de Quires, que à minha beira, é um bocadinho maior do que eu. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eu pedia, eu pedia alguma contenção, porque eu não sei se é bom tom nós estarmos aqui a fazer reparos às pessoas. Era isso que eu ia dizer. Quando as pessoas não estão cá, é a Mesa. --- Vítor Pinto (Presidente J.F. Maureles) --- Sr. Presidente da Assembleia, peço desculpa, ele não está cá, o Fernando. Por amor de Deus, acho que ele não… acho que ele não levará a mal, pelo contrário. Pronto. Sr. Presidente da Assembleia, está tudo bem, não há problema nenhum. Muito obrigado por me defender, porque se ele se enervar, é quase como a Junta de Freguesia de Vila Boa de Quires: desaparece Maureles, desaparece tudo. Por isso, muito obrigado. Obrigado a todos. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eu daria a palavra ao Eng.º Rui Cunha para fazer um esclarecimento rápido. --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Mesmo muito rápido, Sr. Presidente. Muito obrigado. Eu gostava só de reiterar, e de pedir um minuto de atenção, para não voltarmos a falar sobre o mesmo muitas vezes. Nós… o processo foi o que foi, foi definido pelo Governo de Portugal como foi, e nós estamos perante uma situação de apresentarmos uma proposta, ou então, alguém fazer uma proposta por nós, de Lisboa. E no dever que nos obriga a missão que temos aqui, o Partido Social Democrata estudou durante um ano o processo, e fez a proposta. E a proposta, procurou partilhá-la com todos os Partidos há uma semana atrás. Dizia-me há bocado, não estou a cometer nenhuma inconfidência, o Dr. João Lima, disse ele: “Rui, foi há terceira vez, ou à quarta.”, porque testemunhou: há oito (8) dias quis partilhá-la aqui, a comissão entendeu… a comissão são os vários Partidos, que devia de ser na reunião de líderes a seguir; a outra reunião de líderes passou para sábado; no sábado, como já aqui ouvimos, passou para enviarmos no domingo, porque os outros Partidos não tinham qualquer proposta. E o que nós fizemos hoje… e também dizer que temos… eu, enquanto líder do Grupo Municipal do PSD, nunca impus disciplina de voto, e hoje também não. Dizer-vos também que a proposta não é minha, é deste grupo, dos Srs. Presidentes de Junta, dos Deputados Municipais. Obviamente, já todos

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percebemos que não é unânime, mas só não participou na elaboração deste projeto quem não quis, ou quem não pôde, ou quem não pôde. E portanto, para dizer o seguinte: relativamente, e sendo concreto com a observação do deputado Vítor, eu tive o cuidado de perguntar e, enfim, permita-me este abuso, tenho uma facilidade de comunicação com o líder do vosso grupo, tive o cuidado de lhe perguntar ainda hoje, se havia algum input a dar à proposta, certo? Não deu qualquer input. Houve, efetivamente, um input para que o Porto Carreiro mudasse para o nome que está na junção das duas freguesias. Foi exatamente por isso. Nós estamos abertos, e dissemos aqui desde a primeira hora, disse-o quando apresentei a proposta, consultei os Partidos todos, consultei os movimentos aqui presentes. Não quiseram dar, não puderam dar, entenderam não dar. Respeito. Mas, por favor, compreendam a nossa posição. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eng.º Rui Cunha, agradeço. Chamava o deputado António da Rocha Teixeira. --- António da Rocha Teixeira (Presidente da J.F. Vila Boa do Bispo) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Vereadores e Vereadoras, colegas de Junta, deputados e todo o público aqui presente: Eu vinha falar unicamente de Vila Boa do Bispo, portanto, que é o que me traz aqui. E penso eu que nesta Assembleia, há aqui uns deputados que são eleitos por inerência, que são os Presidentes de Junta, que só lhes compete, ou só devem, penso eu, falar da terra deles. Pronto. A mim não me compete estar a falar das freguesias vizinhas, mas sim da minha terra, porque eu fui eleito pelo povo de Vila Boa do Bispo para os representar. Portanto, e queria aqui também dizer algumas coisas, que isto das freguesias, esta polémica, mesmo que durasse meia dúzia de anos, ia ser sempre a mesma polémica. Há um ano que isto foi já comentado, e nós por acaso, há cerca de dez (10) meses, nós, Junta de Freguesia, com a Assembleia de Freguesia, reunimos com freguesias vizinhas. Comentámos o assunto, nós pedimos a esses senhores que estavam na Assembleia, Presidentes de freguesias vizinhas, se aceitariam, ou ver se queriam fazer união com Vila Boa, e tal. Primeiro, fazer aquela sondagem, não já definitiva. E depois até se marcaram reuniões, e pelo que nos deram a entender as freguesias vizinhas, não mostraram qualquer interesse em unirem-se connosco. Daí que nós, na Junta de Freguesia, em todas as Assembleias que houve até à data, sempre foi abordado este tema da junção das freguesias. E então, Vila Boa do Bispo, a Assembleia de Freguesia, juntamente com o Executivo e com o povo da Assembleia, que representa a freguesia inteira, tivemos o cuidado de mandar a todos os Partidos um fax, ou via e-mail, a dizer que Vila Boa do Bispo… lá dizia os motivos, que queria ficar sozinha. Portanto, já é uma freguesia que já é Freguesia de Vila Boa do Bispo desde o ano 1241, portanto, tem oito (8) séculos, tem história, mas porventura se tivesse que ficar com alguma, também podíamos. Mas como vimos que não havia interesse das freguesias vizinhas, nós optámos por isto. Portanto, o povo pensou, nós durante este tempo todo sempre fomos abordando as pessoas. Portanto, não é dizer aqui que foi de uma hora para a outra. As pessoas… penso que os meus colegas de Junta só não abordaram talvez o seu povo porque, se calhar, enfim, estamos sempre à espera de amanhã, que não ia ser, que não ia ser, que não ia ser. Eu, da minha parte, fiz esse papel. Portanto, eu voto a favor, quanto a este mapa que foi aqui apresentado. Vila Boa do Bispo fica só, pronto,

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voto a favor, e todo o povo de Vila Boa do Bispo também assim entendeu. Portanto, daí venho cá dizer que estou de acordo em ficar Vila Boa do Bispo e deste mapa. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o deputado Joaquim Madureira Vieira. --- Joaquim de Madureira Vieira (Presidente J.F. Favões) --- Sr. Presidente da Mesa da Assembleia, muito boa noite. Srs. Secretários da Mesa da Assembleia, Sr. Presidente de Câmara, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Srs. Deputados, público, comunicação social, boa noite. Eu não venho dizer muito. Muito já foi aqui dito. Pouco mais há para dizer. Apenas dizer, em nome do povo de Favões, venho apresentar a minha discordância nesta reorganização que não me diz nada. Nunca, ou quase nunca fui ouvido. Fui ouvido no mês de setembro, uma vez. Fora disso, o meu telefone nunca tocou para me avisar que havia reuniões para tratar deste assunto. Fui informado numa reunião em setembro de que a Freguesia de Favões iria ficar sozinha. Hoje, sou confrontado com o contrário. Daí, só, e é só isto que eu venho dizer, o meu voto contra. Tenho dito. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava a Sra. Deputada Jacinta Pinto. --- Jacinta Pinto (Presidente J.F. Manhuncelos) --- Exma. Mesa, Sr. Presidente da Câmara, caros Vereadores, caros colegas, público em geral, comunicação social, boa noite a todos. Fui eleita em 2009 como representante da Junta de Freguesia de Manhuncelos. Eu estou cá para defender os interesses da população. Falei deste assunto em dezembro de 2011, sei qual é a vontade da minha população. A minha população, este mapa não serve aos interesses da minha população, por isso eu sou contra. Não somos contra a reforma das freguesias, desde que ela sirva os interesses das populações. Neste caso, este mapa não serve os interesses da minha população. A minha posição é contra. Eu só vim cá para que a minha população saiba que eu estou do lado deles. Boa noite e muito obrigada. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Chamava o deputado Jorge Pessoa. --- Jorge Pessoa (PPD/PSD) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Sra. Vereadora, Srs. Vereadores, caros colegas deputados, caros Presidentes de Junta, estimado público: Queria aqui deixar duas pequenas notas antes de falar do tema. Ouvi aqui dizer: “Não sou contra a reforma administrativa”, dizia a Sra. Presidente da Junta de Soalhães. Diz ela que só é contra porque houve muita falta de esclarecimento, e não houve tempo para debater. Eu perguntava o que é que a Sra. Deputada fez para evitar essa falta de debate. Eu perguntava, sendo a favor, qual é que é a sua proposta? Se não concorda com esta, certamente que terá uma para nos apresentar. A Sra. Deputada teve um ano, um ano para debater este assunto. Portanto, se a sua

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população não está bem informada, é porque a Sra. Deputada não quis informá-los. Certamente que conhecia muito bem a lei. Ouvi aqui alguém dizer também que não sente legitimidade para votar esta proposta. Nós fomos eleitos pelo povo, somos eleitos legitimamente, portanto, somos eleitos para decidir. Confesso que só tenho pena que quem diz, quem disse aqui que não sente legitimidade para decidir algo que é tão importante para o futuro do Marco, não tenha tido esse mesmo problema de consciência quando, em 2004, votou favoravelmente o contrato de concessão da água, porque esse assunto também era um assunto para trinta e cinco (35) anos, era um assunto muito importante, e na altura ninguém disse que tinha falta de legitimidade. Na altura, todos votaram, e ninguém teve esses problemas de consciência. Falando mais concretamente da reforma, nos últimos anos, ao longo de todo o concelho, vimos em todas as freguesias desaparecerem os lugares. Todos nós vivíamos num lugar; entretanto, deixou de se chamar lugar, passou a chamar-se rua. Mudou o nome. E eu pergunto: o que é que mudou? As pessoas mudaram? As estradas mudaram? Os equipamentos mudaram de sítio? As escolas deixaram de estar no mesmo sítio? As empresas mudaram? A resposta é simples: o mundo não acabou. Criaram-se ruas, mudou-se o nome, mas o mundo não acabou. No dia seguinte, tudo e todos continuaram no mesmo lugar. Ao contrário do que aqui alguém dizia, a história não desapareceu. Os lugares continuaram a ter a sua história. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Desculpe lá. Eu pedia… --- Jorge Pessoa (PPD/PSD) --- Eu nasci no Marco, sempre vivi no Marco, sempre vivi em Vila Boa do Bispo, vivia no Lugar de Bairral, neste momento moro numa rua, continuo a recordar o Lugar de Bairral e toda a sua história. Sinceramente, a história do Marco não mudou. Mas há uma coisa que não mudou de certeza, que foram as relações humanas. Eu continuo a conhecer os meus vizinhos, eu continuo a falar com eles, morem na Rua A, na Rua B, ou na Rua C. Eu continuo a ter os meus amigos, vivam na Rua A, na Rua B, ou na Rua C. Isso não vai mudar. Os nossos amigos não vão mudar, de certeza. Os nossos amigos, o nosso trabalho, a nossa família, tudo vai continuar igual. E sabem por quê? Porque se tratou de uma alteração administrativa. Simplesmente mudaram os nomes. Sinceramente, nós vivemos hoje num mundo global. Cada vez mais, não existem fronteiras entre países. Todos nós, ou muitos de nós, frequentemente… já fomos a países estrangeiros. Hoje em dia, o mundo é global. Também hoje estamos aqui a discutir uma reforma administrativa. Tal como no passado, também agora o mundo não irá acabar. Também agora, os amigos, a família, os serviços, os equipamentos, continuarão a existir. Onde é que está escrito que por se juntarem duas freguesias, as sedes da Junta vão ser demolidas? Onde é que está escrito que elas vão deixar de funcionar? Quantas sedes de Junta neste concelho é que abrem dois (2) dias por semana? Peço desculpa, quantas sedes de Junta é que abrem dois (2) dias por semana? Muitas. Eu até vou dar um exemplo muito engraçado: existem neste concelho três (3) Juntas de Freguesia que partilham o mesmo funcionário. Curiosamente, estão distantes umas das outras: Favões,

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Sobretâmega e penso que Santo Isidoro ou Toutosa. Tabuado… mais um exemplo, Tabuado partilha um funcionário com Soalhães. Alguma coisa mudou por isso? É por mudarem o nome administrativo que alguma coisa muda? A casa não tem rodas, não vai sair do sítio. Eu vou continuar a viver no mesmo sítio, chamem-lhe o nome que chamarem. Queria dizer também… queria dizer também que não serão criadas portagens em estradas nenhumas. Um munícipe aqui dizia que devido a esta alteração, iria ter que fazer mais catorze quilómetros (14 Km) para chegar ao Porto. Esse munícipe de São Lourenço do Douro, eu só lhe digo o seguinte: a Estrada Nacional 320 existe e irá continuar a existir. Pode continuar a ir para o Porto por onde sempre foi. Aliás, acho curioso o caso de São Lourenço do Douro, porque a sede da Junta está mesmo encostada a Sande. Portanto, acho curiosa essa questão. Peço a todos os responsáveis políticos nesta sala… --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Caros munícipes, caros munícipes, eu agradecia, eu agradecia silêncio, se faz favor, porque a ideia aqui não é quando estamos de acordo, batemos palmas, e quando não estamos de acordo, não deixamos ouvir as pessoas. Portanto, saibamos também comportar-nos aqui na sala. --- Jorge Pessoa (PPD/PSD) --- Existe uma palavra que se chama democracia, e certamente que algumas pessoas não conhecem o significado, por isso é que reagem dessa forma. Peço a todos os responsáveis políticos nesta sala que olhem o futuro do Marco, e não fiquem agarrados ao passado. Por falar em passado, sabem quantos anos têm as atuais freguesias? Cento e sessenta (160) anos. Há cento e sessenta (160) anos, Soalhães já tinha vinte e quatro quilómetros quadrados (24 Km2); há cento e sessenta (160) anos, não existiam automóveis, não existiam telemóveis nem existia internet. Será que ainda faz sentido manter todas as fronteiras iguais? Será que faz sentido ter freguesias com duzentos (200) habitantes? Não percebo o por quê do medo de crescer. E por isso, termino com uma pequena reflexão: Alpendorada tem cinco mil e quinhentos (5.500) habitantes. Alpendorada é, de longe, a freguesia deste concelho que melhores serviços presta aos seus habitantes. Pensem nisto. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Vou dar a palavra à deputada Cristina Vieira, que pediu para intervir. --- Cristina Vieira (Presidente J.F. Soalhães) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, caros colegas, estimado público e comunicação social: Eu vinha aqui só porque o colega que me antecedeu fez o favor de referir a Freguesia de Soalhães. Eu sei que a Freguesia de Soalhães tem, felizmente, muito peso e é muito falada nesta Assembleia, mas eu só queria dizer-lhe uma coisa: a Freguesia de Soalhães, como o senhor verificou naquele mapa que foi aqui apresentado, não se agrega a ninguém, nem ninguém se agrega a ela. A minha posição sobre a reforma administrativa é conhecida, já a dei na comissão da qual fiz parte, e já a dei aqui. Mas para lhe dar nota, Sr. Deputado, que eu não vim aqui para falar na minha freguesia, como percebeu, porque a minha freguesia, recolhi o

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parecer em sede de Assembleia, que no fundo, no fundo não foi parecer nenhum porque eu não tinha proposta. Fiquei de reunir a posteriori quando a proposta fosse apresentada aqui, dei essa nota ao Sr. Presidente da Assembleia, via e-mail, mas para lhe dizer que eu vim cá manifestar-me em prol daqueles que estão hoje aqui descontentes da forma como esta reforma está a ser levada a cabo no concelho. E o senhor ouviu atentamente a minha informação e a minha comunicação. Eu agradecia silêncio porque eu estou a falar. Sr. Presidente da Assembleia, se mandar calar os seus colegas de Bancada, eu agradeço e continuo. Senão, vou ficar calada até que eles se calem. Porque falaram aqui há bocadinho em respeito, e o respeito é: quando uns estão aqui a falar, os outros não mandam bocas daqueles lados, porque de certeza que também não foi essa a educação que as vossas mães vos deram. Posso continuar? --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sra. Deputada Cristina Vieira, eu já várias vezes tive que lhe dizer que aqui os trabalhos são dirigidos por mim. Portanto, eu quando achar que as pessoas estão a fazer barulho, e hoje durante a noite, várias vezes fizeram barulho, eu pedirei para as pessoas fazerem menos barulho. Os atos ficam com quem os toma, e a senhora mais uma vez hoje tomou um ato que eu acho que não lhe fica bem, dar recados destes a pessoas que se comportam, e são pessoas maiores e vacinadas. --- Cristina Vieira (Presidente J.F. Soalhães) --- Sr. Presidente, cabe-lhe a si manter a ordem dos trabalhos nesta Assembleia. Cabe-lhe a si. Pelos vistos, o senhor não o faz. Posso continuar? --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eu agradeço as palmas, mas queria dizer à Sra. Deputada Cristina Vieira, ou para de falar assim, ou eu interrompo-lhe a palavra e não a deixo falar mais hoje durante a Assembleia. --- Cristina Vieira (Presidente J.F. Soalhães) --- Não era de admirar também. Posso continuar? --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Gostaria que terminasse, e dava-lhe um minuto para terminar. --- Cristina Vieira (Presidente J.F. Soalhães) --- Muito bem. Queria dizer ao Sr. Deputado que a posição que eu hoje aqui tomei como Presidente de Junta não foi para defender a minha freguesia, mas foi em solidariedade com aqueles que lá fora se manifestaram, e outros que em casa nos estão a ouvir, e que nem sequer são conhecedores desta proposta que foi hoje aqui apresentada. E queria-lhe dizer que o senhor ouviu atentamente a minha prestação aqui, a minha… no fundo, aquilo que foi a minha informação dada a esta Assembleia, mas parece que não ouviu aqueles que vieram cá manifestar-se, porque em relação a esses, o senhor não deu uma palavra. Muito obrigada. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eu dava a palavra ao Eng.º Rui Cunha. --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Muito obrigado, Sr. Presidente.

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Uma nota muito breve, para terminar, e dizer que a intenção do Partido Social Democrata, e a minha intenção enquanto… assumindo a responsabilidade que me compete como líder deste grupo e líder do Partido também no município, trouxemos cá uma proposta, procurámos fazê-la da forma mais séria que nos foi possível, da forma mais empenhada que nos foi possível, não olhando a cores partidárias, foi o encontro de algumas sensibilidades, foi a melhor proposta que nós encontrámos. Isso é que eu gostava de deixar aqui claro: nunca foi nossa intenção trazer aqui algo que criasse ruído, desconforto à população, aos deputados municipais aqui presentes. Procurámos, no Partido, debatê-la com toda a gente, com toda a gente do Partido, com responsabilidade na Assembleia Municipal, porque são estes que votam a proposta. E portanto, dizer-vos que esta nota, gostava que ficasse vincada: não queremos nunca, não quisemos nunca contribuir para qualquer discórdia, para qualquer ruído, para qualquer desconforto. Reitero que estamos há uma semana a procurar partilhá-la com os restantes Partidos. As notas, os inputs que nos chegaram até à apresentação da proposta, dentro do possível, foram considerados, nomeadamente a alteração do nome, como aqui viram. Dizer-vos também que tivemos toda a boa-fé. Temos toda a boa-fé. E dizer-vos também que nos sentiríamos incumpridores do nosso dever, incumpridores do nosso dever, não trazer uma proposta hoje aqui quando esta Assembleia era para este efeito, e empurrando o problema para uma comissão em Lisboa que decidiria por nós. Aceito que não seja a proposta do agrado de todos, aceito. Aceitamos. Procurámos abri-la em tempo útil, mas se não o fizéssemos, não nos sentíamos bem com a nossa consciência. Era um problema de consciência. Por isso, cumprimos o nosso dever, e cumprimo-lo, não apenas para a imagem. Estudámos durante um ano o processo. E esta proposta, viram inclusive, é prova disso, que nem sequer reúne o consenso dentro do Partido Social Democrata, dentro dos eleitos do Partido Social Democrata. Mas partilharam desde a primeira hora as suas posições. E procurámos o consenso possível. Percebemos também que não houve vontade de partilhar, de nos ajudarem nesta proposta, por parte das outras forças partidárias. Algumas, estávamos à espera pela abertura que deram em determinado momento; outros percebemos também, em coerência, desde a primeira hora que se manifestaram, como hoje aqui o demonstraram, contra o processo. Por isso, caros concidadãos, para terminar, dizer-vos que fizemos tudo com o maior empenho, com a melhor das intenções, e com um sentido de responsabilidade que entendemos que é o nosso enquanto… meu, enquanto líder partidário, e do grupo que lidero, enquanto maior grupo nesta Assembleia. Temos pena que não tenhamos tido uma partilha maior por parte dos restantes membros. Foi o possível. Da nossa parte, estamos com a consciência plena e tranquila de que fizemos o melhor que achámos para a nossa terra. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Caro deputado, se foi alguma interpelação que lhe fizeram a si diretamente, eu só dei há bocado a palavra a alguns deputados porque tinham sido interpelados durante a Assembleia, foi posto o seu nome. E portanto, só por isso é que eu dei. Eu prefiro, então, que fique aqui gravado, e preferia que subisse ao púlpito, se fosse possível, porque é mais fácil, para ficarmos todos a ouvir. ---Vítor Pinto (Presidente J.F. Maureles) ---

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Peço desculpa. Eu vinha só dizer ao Eng.º Rui Cunha que discordo com o que ele acabou de dizer, que eu por acaso não discordava com o nome, aí não está a questão, se eu concordava, ou não, com o nome. A questão é que ninguém me perguntou a mim, nem teve nenhum input da minha parte nem da parte da Natália, como você disse há bocadinho, por aquela proximidade. O nome foi mudado há bocadinho, como eu disse há bocado. Por quê, não sei. Agora, não me venha dizer que houveinputs para ser a mudança do nome, porque não houve. O nome foi mudado há bocadinho. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Dou a palavra ao Eng.º Rui Cunha. --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito rapidamente, ao deputado Vítor, eu reformulo, eu reformulo o que disse, se não fui claro. O que eu pretendi dizer foi que quando no fim de semana partilhámos com a líder do vosso Grupo Municipal a proposta, esta proposta, está no vosso Grupo Municipal desde o fim de semana, hoje tive o cuidado de lhe perguntar se tinha alguma nota a acrescentar à proposta. Disse-me que não, que não se pronunciava sobre nada, porque eram contra a proposta. E tivemos um input de um Presidente de Junta para alteração do nome. Muito obrigado. Exatamente. Não tivemos, vosso, nenhum, mas tive o cuidado de me dirigir ao vosso grupo para perguntar se havia alguma nota. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Eng.º Rui Cunha, agradeço. Penso que está tudo explicado. --- Rui Cunha (PPD/PSD) --- Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- A explicação está dada. Eu iria dar a palavra ao Sr. Presidente da Câmara, Dr. Manuel Moreira. --- Presidente da Câmara Municipal --- Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Sr. Vice-presidente da Câmara, Sras. e Srs. Vereadores, Sras. e Srs. Deputados, Srs. munícipes e comunicação social: Foi-me perguntado, e foi aqui afirmado hoje, que não conheciam o pensamento do Presidente da Câmara, em especial, e da Câmara Municipal. Quero-vos dizer que, no que me diz respeito, tenho, de facto, uma vida política já longa, e em especial na Assembleia da República, tenho muito orgulho de ter partilhado com tantos e tantos deputados de todos os Grupos Parlamentares a construção do verdadeiro edifício jurídico, legislativo, daquilo que é hoje o Poder Local Democrático em Portugal, a nível das freguesias, dos municípios, e lamentei sempre, porque fui sempre defensor, mesmo dentro do meu próprio Partido, da criação das regiões administrativas no espaço continental. E lamento profundamente que Portugal ainda hoje seja um país demasiado centralista, macrocéfalo, em Lisboa, no Terreiro do Paço. Porque Portugal tinha ganho muito mais se, de facto, tivéssemos dado cumprimento à Constituição da República Portuguesa, de 1976, com a implementação das regiões administrativas, porque

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essas, sim, fecham a abóbada daquilo que eu considero o verdadeiro Poder Local em Portugal: freguesia, primeiro nível, mais próximo dos cidadãos; município; região administrativa. Este é que é o Poder Local Democrático completo, que a Constituição da República prevê. E apesar de terem passado estes trinta e já seis (36) anos depois da aprovação da Constituição da República, eu continuo a considerar que as regiões administrativas em Portugal fazem falta, continuam a ser necessárias e úteis para partilhar o governo das regiões com os municípios e as freguesias do nosso país, e também da nossa região. Por isso, o meu pensamento é muito claro. De resto, já tive o gosto e o prazer, nos sete (7) anos que levo de Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses, de falar perante todos os cidadãos da nossa terra, e em especial perante esta Assembleia Municipal, sobre aquilo que eu penso do trabalho notável dos autarcas portugueses, e estou-me a referir no sentido lato do país, no todo nacional, no continente, nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é um trabalho que eu considero notável, que acho que mudou muito a fisionomia do nosso país a nível das aldeias, das freguesias, dos municípios, das vilas, das cidades. Se não fosse o Poder Local, eu não tenho dúvidas que Portugal ainda estava muito mais atrasado. Estávamos muito longe ainda dos padrões de desenvolvimento que, apesar de tudo, conquistámos. E para mim, devo-vos dizer que, para mim, o Poder Local, sou um legítimo defensor do Poder Local, das freguesias, dos municípios, e gostaria também de o dizer, das regiões administrativas, mas essas ainda não existem, mas defendo-as, continuo a defendê-las. Acho que foi das grandes conquistas, para mim a maior conquista, a par da liberdade e democracia, que o 25 de abril nos proporcionou. E é isso, esse é o meu verdadeiro pensamento. É por isso que estranho que perguntem qual é o pensamento do cidadão que hoje exerce as funções de Presidente da Câmara, Manuel Moreira. De resto, aqueles que perguntaram o que é que eu pensava sobre esta reorganização administrativa do território, e neste caso, das freguesias de Portugal, também já o disse ao longo deste ano, porque tive o gosto e o prazer, com o Sr. Presidente da Assembleia Municipal, de sugerir a criação da Comissão Municipal, porque sabia, e sei, que esta reforma é uma reforma difícil, sensível. E por isso, precisávamos de fazer um trabalho… e acho que um ano, apesar de tudo, era um tempo razoável para tentarmos concertar e formatar uma proposta que tivesse o máximo denominador comum para o município de Marco de Canaveses. E sabem por que é que eu assim penso? Porque sou daqueles que defendo, mas não é só na teoria; infelizmente, aqui no Marco, perante as dificuldades que temos, eu não posso demonstrá-lo mais na prática, como gostava de demonstrar, de acordo com aquilo que é a minha conceção do que é o governo do município. Para mim, o governo do município, é assim que eu penso desde sempre, e foi assim também que estudei quando fiz, realmente, o meu curso de administração pública, é a Câmara Municipal, com certeza que sim, porque é a entidade com maior responsabilidade sobre o governo deste território que é o município;mas, para mim, é também as Juntas de Freguesia. Para mim, o verdadeiro governo do município é partilhado entre a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia. Porque por mais competentes que fossem os Srs. Vereadores, incluindo o Sr. Presidente da Câmara, que é o primeiro vereador, por mais meios financeiros que nós tivéssemos, que não temos neste nosso município, e para muitos anos, nós nunca teríamos a capacidade de governar um território de duzentos e dois quilómetros quadrados (202 Km2), que é o território do município de Marco de Canaveses, que é um dos grandes municípios de Portugal em território, e também em população não somos pequenos; nós às vezes é que nos diminuímos, mas somos um concelho médio de Portugal, porque sabemos que dos trezentos e oito (308) municípios de Portugal, a grande, a esmagadora maioria tem entre os trezentos (300)

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ou quatrocentos (400) habitantes, da ilha do Corvo, nos Açores, e os vinte mil (20.000) habitantes, é a esmagadora maioria. Devo dizer que nós… estou a falar de quatrocentos (400) até vinte mil (20.000). Nós temos cinquenta e quatro mil (54.000). Ora, somos um concelho médio em população. Sabemos que temos outra assimetria para resolver, por mais de uma geração, que é que somos gigantes em problemas. É esta assimetria que compete a todos nós, ao governo do município, que para mim é a Câmara e as Juntas de Freguesia, resolvê-lo nesta próxima geração, se é que chega, porque apareceram-nos também estas crises, que não estávamos a contar, quer a nível nacional ou internacional. Por isso, disse e mantenho, e digo hoje aqui mais uma vez para que não restem dúvidas: é que eu acho que esta reforma faz sentido em Portugal, mas não devia só ser… porque é uma verdadeira reforma de Estado. É uma reforma do Estado Português, no plano daquilo que é o serviço da administração pública local: freguesia, município e eu volto a repetir, para mim também deveria haver as regiões administrativas. E é por isso que eu considero que esta reforma tinha que ser feita, e tinha que ser lançada, se possível, num verdadeiro acordo de regime, em que tinha que estar obrigatoriamente o Partido Social Democrata, por ser o maior Partido, atualmente, português, mas também por ser o maior Partido também do Poder Local, há muitos anos; o Partido Socialista tem que estar obrigatoriamente nesta reforma, porque tem uma grande responsabilidade de alternância com o PSD de governar Portugal ao longo destes últimos trinta e oito (38) anos; o CDS-PP, porque também faz parte do atual Governo, e porque faz parte do arco do Governo; e até para mim, acho, porque o Partido Comunista Português também é um Partido importante no Poder Local, numa parte importante do território nacional. É por isso que eu defendo que esta reforma deveria ser uma verdadeira reforma de Estado, com uma verdadeira proposta, que deveria ser um verdadeiro acordo de regime. Sabemos que não foi assim que foi lançada, por culpa dos atuais Partidos que apresentaram o projeto, ou a proposta, ou o chamado Documento Verde. Devo dizer que apresentaram, e deviam-no ter, se possível, desde logo, ao início, ter avançado com os demais Partidos, a começar pelo Partido Socialista. Porque o Partido Socialista não se pode eximir à responsabilidade, como já foi hoje aqui recordado, e bem, nesta Assembleia Municipal, porque, realmente, já no anterior mandato dizia que era importante fazer a reforma das autarquias, a começar pelas freguesias, e achava que as freguesias com menos de mil (1.000) habitantes deviam ser… e não dizia “agregadas”. “Extintas”, que é uma palavra mais forte. Era mais forte. Extintas. Naturalmente que, depois, as pessoas tinham de se integrar, e esse território tinha que se integrar com outras freguesias, como é óbvio. Não foi o PSD que até fez essa proclamação, nem o atual Governo. Foi no anterior Governo. E é verdade que também já foi aqui dito, que no memorando da troika puseram lá “autarquias”. E, de facto, autarquias são freguesias e municípios. E, de facto, admito, parece que sim, que os senhores da troika se confundiram e pensaram que isto era tudo municípios. Como foi dito aqui também hoje, também nesta Assembleia, mas isso já foi esclarecido. E a meu ver, a reforma tem que ser uma reforma global. Devia de tocar também os municípios, porque, como sabem, temos municípios mais pequenos do que muitas freguesias. Temos municípios mais pequenos do que a Freguesia de Alpendorada, como é óbvio. Temos municípios mais pequenos do que o conjunto das freguesias daqui da cidade do Marco, como é óbvio. Sabemos bem disso. Vários, dezenas, não é apenas um ou dois. Não estou a falar só do Corvo, que é um município; estou a falar de vários municípios com dois mil (2.000), três mil (3.000) habitantes, quatro mil (4.000) habitantes, cinco mil (5.000) habitantes. É bom termos isso presente para não fugirmos à verdade e à história da realidade administrativa portuguesa.

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E é por isso que eu considero que, efetivamente, devíamos ter avançado com esta reforma, os municípios e as freguesias, uma nova lei de atribuições e competências que devia de aparecer em simultâneo com esta proposta da reforma. Aí concordo com o que disseram também alguns dos Srs. Munícipes, é verdade, você disse e disse-o bem, eu concordo com o que disse. Uma nova lei de atribuições e competências, e uma nova lei das finanças locais. E quando disse, e também disse isso na comissão… é por isso que não percebi por que é que me interpelaram, qual é o pensamento do Sr. Presidente da Câmara, quando eu disse isso várias vezes, e até disse-o numa reunião ainda agora, convocada pelo Sr. Presidente da Assembleia Municipal, com todas as freguesias do concelho, neste caso, Juntas de Freguesia, melhor dizendo, Presidente, secretário, tesoureiro e Presidente das Assembleias de Freguesia, onde eu também disse isso de forma breve, mas disse qual era o meu pensamento. Acho que era importante que as freguesias passassem a ter competências próprias, mais competências próprias, porque sabemos que há muitos Presidentes de Câmara, e estou à vontade para o dizer porque conheço muitos dos meus colegas, que são altamente também centralistas, jacobinos, mesmo tendo meios financeiros, não querem delegar porque não querem perder poder. E eu devo dizer que só não delegamos mais porque não temos meios financeiros, e isso era um logro, era enganar as Juntas de Freguesia, delegar competências para depois não lhes dar os meios financeiros para poder exercer isso. Por isso, eu sou a favor que houvesse mais competências para as freguesias, sem prejuízo de as Câmaras continuarem a poder delegar mais algumas, mas têm que ter também uma nova lei das finanças locais para ter, efetivamente, a mochila financeira. Isso é que é autonomia local. Isso é que é Poder Local nas freguesias e nos municípios. Isto é que é o governo do município: Câmara Municipal com as Juntas de Freguesia. E sabemos que não está a ser assim. Por quê? Falta de vontade do Governo atual? Temos a situação que conhecemos, em termos da situação financeira. Mas também quero aqui dizê-lo, e é bom não termos falta de memória, porque ela é muito recente, o Partido Socialista, e os demais Partidos, mas em especial o Partido Socialista, porque assinou o memorando da troika onde isso está, foi o Partido Socialista, através do Governo, na altura, que assinou, e os outros dois (2) Partidos, que na altura estavam na oposição, PSD e CDS-PP, fizeram apenas uma carta de conforto para dizer que se viessem a ganhar as eleições, como ganharam, e formaram um Governo, que também iriam ter que cumprir o memorando da troika, puseram lá que queriam, e que tinha que ser feita esta reforma. E devo dizer… esta reforma, estou a dizer, a redução ou a agregação. Redução, pelo que eles lá dizem, até a expressão é “redução significativa de autarquias locais”. É a expressão que está lá no memorando da troika. Traduzido para português, porque vinha inicialmente em inglês. E por isso, é importante dizer o seguinte: nós… o Partido Socialista não pode depois dizer na Assembleia, e ao longo do país, como aqui também acabou por dizer isso: “Nós não participámos. Nós demitimo-nos da nossa responsabilidade.” Não é correto. E devo dizer que nós, ao fazer a Comissão Municipal, foi exatamente para que todos os Partidos e todos os Grupos Parlamentares com assento na Assembleia e na Câmara pudessem participar. E foi pena que, efetivamente, não tivesse havido mais vontade. Mas houve uma vontade que ficou clara, tanto da parte do Partido Social Democrata, como do Partido Socialista: é que disseram que estavam disponíveis para partilhar esta reforma. E vamos ser objetivos, que é para não esquecermos e termos memória: o Partido Socialista já há muito tempo que fez passar a ideia e a informação que corre naturalmente, que até queria uma reforma altamente radical no Marco de Canaveses. Queria só oito (8) freguesias, ou nove (9). Isso veio a público. É conhecido. Julgo que não estou a dizer nenhuma inverdade ou falsidade. E também a verdade é esta: é que a lei,

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entretanto o debate do Documento Verde, deu origem a esta lei, porque dado as reações que houve a nível nacional, o próprio Governo ajustou a proposta, e flexibilizou a proposta para, naturalmente, procurar ver se conseguia obter mais consenso na sociedade portuguesa, no país. E então, o que acontece é que só foi aprovada no dia 30 de maio. Por isso, só a partir de junho é que tivemos a lei enquadradora para se poder avançar. E na altura, a Juventude Socialista, que é uma organização de juventude do Partido Socialista do Marco de Canaveses convidou os demais Partidos para fazer debates durante dois (2) meses: mês de junho e mês de julho, ao longo do concelho. Os Partidos corresponderam ao convite, fizeram os debates, que foram cinco (5), se a memória não me atraiçoa. Junho e julho. Então, tínhamos que também obter esse input para que os Partidos pudessem formatar, e realmente, o Partido Social Democrata e o Partido Socialista, que tinham manifestado vontade de tentar avançar, uma vez que da parte da CDU inicialmente disseram logo, e da parte do Marco Confiante com Ferreira Torres disseram logo que não queriam, à partida, participar, ou pelo menos propor a extinção de freguesias, ou agregação de freguesias, o que quer que fosse. Bom, então, acontece que junho e julho participaram nesses debates. Em agosto é um mês de férias por excelência, de um modo geral. E em setembro, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal, e muito bem, convocou de imediato, logo que pôde, logo no início, fez-se a primeira… retomámos os trabalhos da comissão, para podermos participar. E qual a surpresa, agora quando estava… e mais, e promoveu a reunião com todas as freguesias. E o líder, o novo líder da concelhia do Partido Socialista participou nessa reunião, e até fez uma intervenção bastante forte, e até com alguma… de uma forma até bastante entusiasmada, de que era a favor de uma reforma forte, etc. Isto foi, devo dizer que agora, dia 17, exatamente, dia 17 de setembro. Não foi em 17 de setembro de 2011; foi 17 de setembro, há um mês. Estamos hoje a 9. Nem um mês, há três (3) semanas. E qual a surpresa, que depois viemos a ser surpreendidos que afinal, deixavam de participar na Comissão Municipal, coisa também estranha. Ora, quando até tinham ideias e propostas. Soubemos agora, no passado dia 5, Dia da República, e soubemos através, naturalmente, dos meios também à nossa disposição, que a Juventude Socialista tinha uma proposta de dez (10) freguesias, uma reforma, por isso, bastante minimalista. Dez (10) freguesias para o concelho. Dez (10). Mas a verdade é que o Partido Socialista não apresentou nem sequer essa, aproveitando essa proposta da JS, apresentou aqui à consideração dos demais Partidos, incluindo do Partido Social Democrata, que a pediu, solicitou porque queria partilhá-la com o Partido Socialista, e com os demais. Esta também é a verdade. E estranhámos, estranhámos imenso. Eu sei que já estamos a viver, de algum modo, um ambiente pré-eleitoral para as eleições autárquicas de 2013, e se calhar até já se querem, eventualmente, eleições legislativas antecipadas, antes de 2015. E por isso, se calhar o melhor é cavalgar esta onda de descontentamento, a ver se têm ganhos de causa no Marco e em Portugal. Sabemos disso também. Não somos ingénuos, muito menos estúpidos. Quer dizer, é evidente que podemos ser sérios sem ser estúpidos. E nós tentámos não ser, realmente, estúpidos nem ingénuos. Percebemos isso. Agora, não é correto, não é correto. E depois, ainda nos vêm interpelar, qual é o pensamento do Sr. Presidente da Câmara, e da Câmara. Não, a Câmara entendeu, e de acordo com a lei entendeu bem, porque compete à Assembleia Municipal fazer essa pronúncia. A Câmara Municipal, se o quisesse fazer, mas a lei não impõe, não é imperativo, podia também tomar iniciativa. Como nós dissemos desde há um ano que devia ser uma Comissão Municipal, onde estivessem todos, os dois (2) órgãos autárquicos e também, em especial, porque é a Assembleia Municipal que decide, abdicámos dessa iniciativa, e fizemos um parecer. E fizemos, e é estranho, com toda a franqueza… é por isso que eu acho que nós nos agredimos uns aos

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outros sem necessidade. Dizer que o parecer da Câmara é uma “chacha”, quer dizer, foi votado por unanimidade. Estamos também, de algum modo, a ofender os nossos autarcas que estão na Câmara Municipal, classificando o parecer de “chacha”. O parecer é um parecer, naturalmente, que quer manifestar uma vontade. E manifesta. Diz: A Câmara Municipal diz à Assembleia Municipal de Marco de Canaveses, de acordo com a lei, naturalmente, a Lei 22/2012, de 30 de maio, a Assembleia Municipal de Marco de Canaveses deve deliberar sobre a reorganização administrativa do território das freguesias do município de Marco de Canaveses de forma equilibrada e sensata, salvaguardando os interesses dos nossos munícipes, que somos todos os de Marco de Canaveses, reforçando a importância das freguesias na prestação de um serviço público de proximidade às populações, e que promova novas dinâmicas socioeconómicas no território. É verdade que isto é um parecer de caráter geral, genérico, mas que comporta um pensamento político, e uma ação para o futuro. Para o presente e para o futuro da nossa terra. Porque sempre dissemos, e eu sempre disse, eu pessoalmente não sou radical, sou um social democrata, não posso ser radical. Nunca, afasto-me sempre dos extremos. E é por isso que eu disse: eu não sou a favor de uma solução minimalista, de muito poucas freguesias. Nunca concordei com sete (7) ou oito (8), ou nove (9), ou até dez (10). Nunca concordei. Mas também achava que se devia fazer a reorganização administrativa.Também não concordava, e não concordo que fiquem também as trinta e uma (31). Devíamos encontrar aqui uma solução intermédia, o tal consenso, o tal equilíbrio e sensatez. Acho que isto é um pensamento político, e é uma vontade política. Por isso, dizer que o Presidente da Câmara não tem vontade política, e a Câmara Municipal no seu todo, acho que não é… e devo dizer que fiquei, apesar da discussão que tivemos nessa reunião, nessa reunião foi votada por unanimidade de todos os Partidos e Grupos que têm assento na Câmara Municipal. Foi positivo. Para mostrar à Assembleia Municipal qual era a vontade da Câmara. A Câmara acha que deve haver uma pronúncia da Assembleia Municipal, porque como foi dito aqui, e muito bem, eu acho que é preferível sermos nós a decidir o futuro da nossa terra do que serem os outros a impor-nos, porque de certeza que vai desagradar a muitos mais. E nós gostaríamos de desagradar o menos possível. É esse o sentido. E esse é o sentido também da minha atitude responsável. E por isso, pedia que, efetivamente, os Srs. Deputados… está aqui uma proposta. É óbvio que esta é a proposta possível, não é a proposta ideal, temos que o dizer, mas acho que é a proposta possível perante a demissão dos demais grupos que não apresentaram nenhuma. E por isso, o PSD, como Partido responsável, fez bem em ter apresentado uma proposta, e esta é a proposta possível. É óbvio que ela não reflete o pensamento de cada um de nós, mas reflete o máximo denominador comum, pelo menos daqueles que a apresentaram. E é nesse sentido que ela aqui está. E naturalmente que a Câmara Municipal acha que é preferível termos uma proposta, a Assembleia Municipal… para apresentar à Assembleia da República, porque é aí a sede própria, do que não termos proposta nenhuma. Muito obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sr. Deputado, mas desculpe, sobre? Sr. Deputado, não percebi. Insultado na Assembleia? Insultado na Assembleia, peço desculpa. Aquela discussão de há duas horas atrás? Sr. Dr. João… Sr. Deputado, eu peço-lhe desculpa, eu peço-lhe desculpa… eu simplesmente retifiquei algo que tinha sido dito naquela reunião, que eu penso que não tinha batido com a verdade. Sr. Dr. João, mas o Sr. Doutor está a bater na mesma conversa de há bocado. Eu já disse: eu não disse que o senhor disse isso, Sr. Doutor. O senhor deu a insinuar que ia haver uma proposta, já lhe disse isso, Sr. Doutor. E foi isso que o senhor deixou lá na reunião. Deu a insinuar, deu a

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entender… a insinuar, não, deu a entender… desculpem lá, deixem-me retificar as palavras… que possivelmente iria haver uma proposta. E Sr. Doutor, e se reparar bem, e gostaria só de dizer isto, e se reparar bem, eu em nenhum momento falei nas suas propostas pessoais, porque acho que as propostas pessoais, não estamos ali a discutir assuntos pessoais. Que é verdade que o Sr. Doutor, depois de falar nisso, agora veio pronunciar. O senhor mostrou o seu desenho, mas era o seu desenho pessoal. Eu acho que o seu desenho pessoal, o senhor pode fazer até vinte (20) ou trinta (30). Portanto, eu não me iria pronunciar sobre o munícipe João Valdoleiros. Falei na parte do Partido, PS, aquilo que o senhor representava. E é verdade, e digo-lhe, e gostaria de fechar a conversa aqui, que lamentei um bocadinho aquilo que ouvi ali há bocado, mas eu posso-lhe mostrar a gravação depois e podemos discutir o assunto. Sr. Doutor, eu não sei o que é que… não, Sr. Doutor, eu não ponho em causa o nome de cada líder. Já falei sobre o assunto. O Sr. Doutor faltou à verdade… Sr. Doutor, mas eu não vou apresentar. Eu não vou apresentar, porque eu acho… claro que sim, Sr. Doutor. Claro que sim, Sr. Doutor. Podemos andar mais longe, e podemos falar sobre isso mais tarde. Eu gostaria, antes de passarmos à votação da proposta, eu tenho uma proposta aqui do deputado Adão Fernando Ferreira de Oliveira, e gostaria só de relembra-la, porque já foi dita há bastante tempo atrás, e portanto, eu deixei que os deputados se pronunciassem todos, porque estavam inscritos, e teria que deixar os Srs. Deputados que estivessem inscritos, para pô-la à votação agora. Portanto, eu vou-me escusar de ler, porque já foi lida pelo Sr. Deputado, o Sr. Deputado Adão Oliveira, e a mesma diz, ou a mesma pede que se faça a suspensão dos trabalhos. Portanto, a proposta do Sr. Deputado Adão Oliveira é que os trabalhos sejam suspensos. Portanto, como sendo isto um requerimento à Mesa, eu irei ter que pôr à votação. Não, não preciso, não. Foi um requerimento à Mesa, a Mesa vai-se pronunciar sobre ele, tem o direito, tenho aqui as leis, portanto, vamos pôr à votação o requerimento à Mesa de suspensão dos trabalhos. Não, mas é para pôr à votação. Um requerimento põe-se à votação, não se discute. Há um requerimento, está perfeitamente explícito, nós temos que o por à votação, não temos que discutir o requerimento. Portanto, eu iria por à votação… peço imensa desculpa. Eu peço imensa desculpa. Eu não estou a propor… Dr. Rodrigo Lopes, eu não estou a pôr a palavra de que seja de um modo positivo. Os requerimentos, como tal, são para ser postos à votação. Aqui o que o requerimento diz, e o Sr. Deputado já o leu na íntegra, penso eu, há bocado, e o que diz é que pede a suspensão dos trabalhos de forma a que pudesse haver um consenso desta proposta do PSD, que fosse enriquecida com as propostas de deputados ou dos outros Partidos nesta Assembleia. Portanto, é isto que nós temos que votar. Claro. Portanto, iriamos… Mas a proposta… eu já agora, eu peço imensa desculpa… Sr. Dr. Monteiro da Rocha, Sr. Dr. Monteiro da Rocha, desculpe lá, mas para ver se eu consigo continuar os trabalhos. Eu peço desculpa, mas a proposta do nosso colega deputado desta Assembleia, Adão Oliveira, era no sentido de suspender os trabalhos para haver uma proposta de consenso desta Assembleia. Afirmativo, Sr. Deputado? Pronto. E portanto, é sobre isto que eu queria falar. Portanto, era só suspender para que pudesse haver uma proposta de consenso nesta Assembleia. Até amanhã, amanhã. Porque nós achamos que será difícil. Não sei, eu não me queria estar a pronunciar sobre isso, não me compete… Sr. Deputado… Portanto, o que nós vamos votar a seguir… Srs. Deputados, o que nós vamos votar aqui é se concordamos, ou não, com a proposta do colega deputado Adão Oliveira, de os trabalhos serem suspensos até amanhã para que haja um acordo, e que fosse apresentada uma proposta consensual entre os Partidos.

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Portanto, meus senhores, vamos começar a votação. Vamos começar a por à votação, e começaríamos pelos Independentes. Quem vota contra a suspensão? Claro. Tenho que ver a lei. Agora não sei a lei de cabeça, mas acho que é vinte e quatro (24) horas, penso eu. Teixeira, veja-me a lei, se faz favor. Eu agora não queria estar aqui… mas enquanto vamos… Deem-se só dois (2) minutos para eu consultar a lei, porque são tantos artigos… Srs. Deputados, Srs. Deputados, só pelo cansaço, já agora… Srs. Deputados, um minuto só de silêncio. Estamos quase no fim, mas temos que terminar a sessão. O Dr. Rodrigo Lopes lembrou, e bem, e eu agradeço-lhe, o art.º 52.º, que eu pensava que eram quarenta e oito (48) horas, e é um dia. Portanto, o que nos diz é que nós temos de acabar até amanhã às oito e meia da noite (20h30). Portanto, hoje. Portanto, nós vamos votar a seguir é se nós chegarmos a acordo, eu terei de marcar Assembleia para amanhã, para as nove horas da manhã (09h00), ou para as dez (10h00), ou para uma hora qualquer, para seguirmos… para hoje, para hoje, para daqui a bocadinho. Portanto, e iremos seguir a Assembleia Municipal. O que não fizermos hoje teremos que fazer até amanhã, até às oito e meia da noite (20h30). Portanto, é isto que temos que votar agora, e portanto, que é o art.º 52.º da Lei 5-A. Srs. Deputados, vamos, então, passar à votação. Portanto, o esclarecimento está feito. Portanto, iriamos passar à votação, e iriamos votar por blocos. Portanto, iriamos começar pelos Independentes: Quem vota contra? Contra a proposta de suspensão. Não, Sr. Manuel Lopes, não é pelo senhor, é para que toda a gente esteja atenta. Obrigado. Quem se abstém? Contra? Independentes. São duas (2) abstenções. Quem vota a favor? Portanto, há quatro (4) votos a favor de que a sessão seja interrompida. PCP/PEV: Quem vota contra? Dois (2). Obrigado. Partido Socialista: Quem vota contra? Cinco (5). Quem se abstém? Três (3). Marco Confiante com Ferreira Torres: Quem vota contra? Doze (12). Quem se abstém? Quem se abstém? Desculpem, quem se abstém, levantar o braço. Três (3). Obrigado. Quem vota a favor? PPD/PSD: Quem vota contra? Agradeço, se faz favor… peço desculpa, que o contador eletrónico não está a funcionar hoje. Quem se abstém? Quem vota a favor? Ninguém. Portanto, quarenta e sete (47) votos contra, doze (12) abstenções e quatro (4) a favor. Portanto, a proposta foi reprovada, e portanto, vamos continuar, vamos seguir os trabalhos. Srs. Deputados, vamos, então, por à votação o Ponto n.º 2, Pronúncia da Assembleia Municipal sobre a reorganização administrativa do território das freguesias do concelho. Vamos votar por blocos. Portanto, eu penso que estão, neste momento, presentes na sala, todos os membros da Assembleia, estão os sessenta e três (63) membros. Já iremos confirmar. E começamos pelos Independentes: Quem vota contra? Quatro (4). Quem se abstém? Peço desculpa. Quem vota a favor? Dois (2). PCP/PEV: Quem vota contra? Obrigado.

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Partido Socialista: Quem vota contra? Quem se abstém? Certo. Quem vota a favor? Peço desculpa, estão oito (8) já. Penso que já estavam oito (8). PPD/PSD… peço desculpa. Isto é o cansaço. Marco Confiante: Quem vota contra? Nove (9). Quem se abstém? Quem vota a favor? Desculpem, quem vota a favor? Seis (6). Faltava-me um em baixo. Peço desculpa. PPD/PSD… As declarações de voto, eu pedia que se houvesse declarações de voto, que fossem entregues no final, está bem? Quem vota contra? Quatro (4). Quem se abstém? Quem vota a favor? Eu irei dar os resultados. A proposta teve vinte e cinco (25) votos contra, duas (2) abstenções, trinta e seis (36) votos a favor. A proposta foi aprovada. Srs. Deputados, eu vou dar como encerrada a sessão da Assembleia Municipal. Iríamos só, antes de ser encerrada, vamos ter que aprovar em minuta a votação. Espero que os deputados não saiam entretanto, até aprovarmos em minuta, está bem? Se algum deputado quiser vir ler a declaração de voto, agradeço que o faça. Quer ler? Eu, então, vou dar a palavra aos Srs. Deputados que queiram fazer declarações de voto, e agradeço que, já agora, ficassem registadas. Acho que poderia ser melhor ficarem registadas. D. Fátima Vasconcelos. --- Fátima Vasconcelos (Presidente J.F. Tabuado) --- Muito boa noite. Exmo. Sr. Presidente da Mesa da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, colegas, comunicação social, público. Era minha vontade intervir já há pouco quando o deputado João Lima falou da Freguesia de Tabuado. Não tive a oportunidade, porque não estava inscrita. Contudo, também queria fazer esta declaração de voto. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- D. Fátima, eu pedia-lhe só que lesse a declaração de voto. Já votámos… --- Fátima Vasconcelos (Presidente J.F. Tabuado) --- Só para dizer isto, é que vou… a declaração de voto vem na sequência disto. Eu, em representação do povo de Tabuado, e em complemento do seu voto a favor da proposta da reorganização administrativa autárquica, votada na Assembleia Municipal de Marco de Canaveses, fazer a seguinte declaração de voto: “A Assembleia de Freguesia de Tabuado manifestou, por unanimidade, a vontade de que Tabuado continuasse a ser uma freguesia com autonomia administrativa mas com alargamento da sua área territorial, até limites naturais definidos pelos cursos de água, até porque tem problemas com uma das freguesias limítrofes. Desta forma, a solução votada não satisfaz na íntegra a vontade do Povo que represento e que julgo ser a que melhor cumpriria o espírito desta reforma.Na verdade, a proposta feita pela Assembleia de Freguesia de Tabuado não só iria permitir a resolução da discordância quanto aos atuais limites entre a Freguesia de Tabuado e a Freguesia de Fornos, como também possibilitava a delimitação clara, com fronteiras definidas por limites naturais, da nova freguesia urbana do Marco.

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Assim, o meu voto favorável deve ser entendido como um assentimento à proposta que mais se aproxima dos anseios do povo de Tabuado, de manter a sua autonomia administrativa.” --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sr. Deputado, se faz favor. Sr. Deputado Sérgio Bouça. --- Sérgio Bouça (MCFT) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, vereadores, deputados e público em geral: “Os deputados abaixo assinados, membros desta Assembleia,declaram que votam a favor da proposta apresentada atendendo a que: 1 – A alternativa ao mapa apresentado, que passaria por um outro apresentado pelos órgãos governamentais, seria pior para o nosso Município. 2 – Mais declara que a proposta apresentada pela Juventude Socialista, se o tivesse sido feito pelo PS, teria o nosso voto favorável. Sérgio Bouça, Ana Monteiro, Luís Ramalho, Maria Rocha e Maria Monteiro.” --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sr. Deputado Costa Pinto. --- António Costa Pinto (Presidente J.F. Sande) --- Sr. Presidente, caros colegas: A minha declaração de voto contém também uma parte da minha intervenção, mas a minha declaração de voto, dizer que voto favoravelmente, em consciência, mas que, acima de tudo, achava que… acho que a proposta poderia ter ido mais além, principalmente na parte da zona do Baixo Concelho, no que corresponde às Freguesias de Paços de Gaiolo, Penha Longa, São Lourenço do Douro e Sande. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Deputado Carlos Alberto. --- Carlos Alberto Monteiro (Presidente J.F. Fornos) --- Sr. Presidente da Assembleia, Srs. Secretários, Sr. Presidente da Câmara, Srs. Vereadores, Srs. Deputados, público e comunicação social: A minha intervenção está relacionada com a questão colocada pela Sra. Presidente da Junta de Tabuado. É mais que óbvio que não estou de acordo, mas é um assunto a colocar aos habitantes da Freguesia de Fornos, que por acaso, aquando dos limites de freguesia, as pessoas que foram questionadas manifestaram todo o interesse em pertencer à Freguesia de Fornos.

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--- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Sr. Deputado, era uma declaração de voto, e portanto, gostaríamos que ficássemos firmados, neste momento da reunião, que são três da manhã (03h00), à declaração de voto. É por que é que votámos a favor, contra ou por que é que nos abstivemos. Era isso que eu gostaria que, neste momento, que estamos na fase final destas intervenções, que pudéssemos todos… não gostaria que estivéssemos agora aqui… acho que já tivemos debate hoje suficiente, já todos fomos esclarecidos. Dou a palavra agora ao Sr. Deputado Gil Rodrigues. --- Gil Rodrigues (1.º Secretário) --- “Gil Fernando Mendes Rodrigues, na qualidade de deputado da Assembleia Municipal eleito pelo Partido PPD/PSD, declaro que apesar de não concordar com a forma como está a ser gerida a reorganização do território, não posso deixar de me sentir responsável por uma eventual proposta, que poderia resultar de uma análise de alguém que não conhece o território do Marco de Canaveses. Assim o meu voto é favorável à única proposta aqui apresentada.” Obrigado. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Pergunto se há mais algum deputado que possua alguma declaração de voto. Não havendo, passaria à aprovação em minuta. --- Guilherme Loureiro (2.º Secretário) --- Aprovação em minuta: Ponto n.º 2: Pronúncia da Assembleia Municipal sobre a reorganização administrativa do território das freguesias do concelho, nos termos do art.º 11.º da Lei 22/2012, de 30 de maio. Depois de discutido o assunto referido no Ponto n.º 2, foi o mesmo aprovado por maioria, tal como foi proposto, com trinta e seis (36) votos a favor, vinte e cinco (25) votos contra e duas (2) abstenções. Quem vota contra? Quem se abstém? Aprovado por unanimidade. --- Presidente da Mesa da Assembleia Municipal --- Srs. Deputados, eu dou a Assembleia Extraordinária como encerrada. Desejo a todos uma ótima viagem até casa e um bom regresso, e boa noite a todos.