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#10 Nº10 Janeiro 2015 | Quadrimestral | Distribuição Gratuita SUPLEMENTOS PARA A MÃE QUE AMAMENTA EVITAR A DERMATITE DA FRALDA CONSULTAS DE VIGILÂNCIA CONTROLO DO PESO AMAMENTAÇÃO E BEM-ESTAR

AMAMENTAçÃO E bEM-EsTAR - Bial · Amamentação e bem-estar no pós-parto Educar com amor Evitar a dermatite na fralda 04 08 12 16 20 24 índice Ficha Técnica PROPRIEDADE GRUPO

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#10Nº10 Janeiro 2015 | Quadrimestral | Distribuição Gratuita

sUPLEMENTOs PARA A MÃE QUE AMAMENTA

EviTAR A dERMATiTE dA fRALdA

CONsULTAs dE vigiLâNCiA

CONTROLO dO PEsO

AMAMENTAçÃO E bEM-EsTAR

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editorial

Os dados, opiniões, e conclusões expressos nesta publicação não refletem necessariamente os pontos de vista de Bial, mas apenas os dos Autores. Bial não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.

Ao longo das edições anteriores da revista Nove Meses temos procurado sempre convidar es-pecialistas nacionais em várias áreas para ajudar esclarecer dúvidas às grávidas portuguesas rela-tivamente a diversos temas. É assim com grande orgulho que lançamos a nossa décima edição. No artigo sobre as “Consultas de vigilância na gravidez”, a Dra. Marcela Forjaz foca na impor-tância da vigilância da gravidez, esclarecendo algumas perguntas sobre estas consultas e os exa-mes pedidos durante a gravidez. Não esquecer que estas consultas constituem um momento importante para ouvir vários conselhos da parte do seu médico assistente, mas também devem ser utilizados por si para tirar dúvidas e falar sobre os seus receios relativos a vários assuntos, como por exemplo o momento do parto.

Alguns destes conselhos oferecidos serão sobre a adoção de estilos de vida saudáveis, com o objetivo de permitir a evolução de uma gravidez saudável e prevenir eventuais complicações. Uma área importante durante a gravidez é a alimentação. O facto de estar grávida não implica que tem que comer a duplicar, pois o aumento de peso indevido durante a gestação pode estar associado com complicações, como poderá ler no artigo sobre “Controlar o peso na gravidez”.No entanto, mesmo havendo uma alimentação equilibrada durante a gravidez há um aumento nas necessidades de determinados micronutrientes, sendo necessário a introdução de suplemen-tos para prevenir a sua deficiência. Estas necessidades mantêm-se para além do parto, durante o período da amamentação, como vai poder descobrir no artigo sobre “Suplementos para mãe que amamenta”.

Convidamos ainda o Dr. Mário Cordeiro para nos falar sobre a importância do educar com amor e ainda a Dra. Barbara Figueiredo que nos fala sobre a amamentação e o seu papel no bem--estar materno no pós-parto.

Esperamos que goste desta edição e que a informação que lhe oferecemos seja de grande utili-dade. Aproveite ainda para usufruir estes nove meses em pleno, pois são momentos únicos que constituem o início de uma bela viagem.

Grupo BialDra. Anabela D. Serranito – Gestora Médica

Suplementos para a mãe que amamenta

Consultas de vigilância na gravidez

Controlar o peso na gravidez

Amamentação e bem-estar no pós-parto

Educar com amor

Evitar a dermatite na fralda

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2024

índice

Ficha Técnica

PROPRIEDADE GRUPO BIALEDITOR GOODY S.A. • Sede Social Avenida Infante D. Henrique, Nº 306, Lote 6, R/C – 1950-421 Lisboa - Tel. 218 621 530 • Diretor Geral António Nunes • Assessor da Direção Geral Fernando Vasconcelos • Diretora de Publicações de Saúde Violante Assude - E-mail [email protected] • Redação Iolanda Veríssimo, Margarida Marques e Sofia Patrício • Fotografia Dreamstime • Design Gráfico Sofia Marques • Paginação Cláudia Correia • Coordenador de Produção Externa António Galveia • Coordenador de Produção Interna Paulo Oliveira • Tiragem 15.000 exemplares • Pré-Impressão e Impressão Multitema

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04 05Janeiro 2015 Janeiro 2015

Suplementos para a mãe que amamenta

Conheça os cuidados de suplementação necessários para garantir o bem-estar da mãe e o desenvolvimento saudável do bebé durante o aleitamento materno.

o período de amamentação, as necessidades energéticas e nutricionais da mãe, em termos de ener-gia, água, proteínas, hidratos de carbono e de alguns micronutrientes, estão aumentadas.

Como explica Maria Ana Carvalho, nutricionista no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, «durante a gravidez são acumuladas reservas de gordura que irão cobrir parte do aumento das necessidades energéticas que se verifica durante a lactação. No entanto, mesmo tendo em conta esta mobilização de energia dos tecidos maternos, as necessidades energéticas nas mulheres que estão a amamentar em exclusivo aumentam em média 500 kcal por dia, comparativamente com as necessida-des energéticas que a mulher tinha antes de engravi-dar».

Este aumento das necessidades energéticas deve-se, por um lado, à energia que é despendida na produção de leite, e por outro, à energia que é mobilizada dos

tecidos maternos.De acordo com a especialista, o ajuste às necessidades

energéticas acrescidas deve ser feito através da adoção de uma alimentação completa, equilibrada e variada, baseada nos sete grupos da Nova Roda dos Alimentos, e pela toma de suplementação adequada.

Mães a aMaMentar preCisaM de Mais iodoO iodo é um oligoelemento essencial para o organismo humano, que se acumula na glândula tiroide e é ne-cessário para produzir as hormonas tiroideias, por sua vez fundamentais para a maturação do sistema nervoso central do bebé e para o seu desenvolvimento saudável.A amamentação exclusiva carece de um aporte superior de iodo, tal como a gravidez, de forma a completar as necessidades da mãe que amamenta e assegurar o nor-mal desenvolvimento cerebral do bebé.

Com base nesta evidência e depois de ter verifica-

N

// Suplementos para a mãe que amamenta

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do que em Portugal as grávidas e jovens mães não estavam a receber o aporte adequado de iodo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou em 2013 uma orientação para todas as mulheres grávidas e mães a amamentar, no sentido de sensibilizar para a necessidade de suplementação com iodo.

«As mulheres em preconceção, grávidas ou a amamentar devem receber um suplemento diário de iodo sob a forma de iodeto de potássio – 150 a 200 μg/dia, desde o período preconcecional, durante toda a gravidez e enquanto durar o alei-tamento materno exclusivo, pelo que deverá ser prescrito o medicamento com a substância ativa de iodeto de potássio na dose devidamente ajusta-da», recomenda a DGS.

A autoridade de saúde fundamenta esta orien-tação assinalando que as hormonas tiroideias, cuja biossíntese é possível através do iodo, «são respon-sáveis pela regulação do metabolismo celular e de-sempenham um papel determinante no crescimen-to e desenvolvimento dos órgãos, especialmente do cérebro», desenvolvimento esse que ocorre durante a gestação e nos dois ou três primeiros anos de vida.

influênCia do iodo no leite MaternoO aporte de iodo no bebé até aos seis meses de vida é feito através do leite materno. Tal como os sabores da alimentação da mãe passam para o leite que alimenta o bebé, os nutrientes que esta ingere também vão estar presentes no leite, pelo que o iodo que a mãe toma acaba igualmente por passar para o bebé.

outros supleMentos Se a mãe seguir as recomendações do médico e do nutricionista relativamente à alimentação e à su-plementação com iodo, e se não apresentar sinais de carências nutricionais, não necessita de admi-nistrar outros suplementos nesta fase.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a DGS recomendam a suplementação com iodo no período de aleitamento materno exclusivo e a eventual suplementação com ácido fólico ou ferro, no caso de haver uma avaliação médica a apontar nesse sentido.

«as necessidades energéticas nas mulheres que estão a amamentar em exclusivo aumentam em média 500 kcal por dia»Maira ana Carvalho, nutricionista

«as mulheres a amamentar devem receber um suplemento diário de iodo sob a forma de iodeto de potássio – 150 a 200 μg/dia, enquanto durar o aleitamento materno exclusivo.» direção-Geral da saúde

4Em média, a mãe precisa de ingerir 500 kcal a mais durante durante os primeiros seis meses de amamentação exclusiva

O ajuste nutricional deve ser feito através da adoção de uma alimentação completa, equilibrada e variada, e com suplementação adequada

A Direção-Geral da Saúde recomenda a toma de um suplemento diário de iodo (150 a 200 μg/dia) enquanto durar o aleitamento materno exclusivo

Aumentar a ingestão de água nesta fase.

ideiaschave

eM CiMa Maria Ana Carvalho, nutricionista no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, lembra que a mãe deve adaptar o seu plano alimentar e de suplementação ao contexto do aleitamento materno

reforço aliMentar Para responder ao aumento das necessidades energéticas imposto pela amamentação ex-clusiva e conseguir ingerir as 500 kcal a mais necessárias para este período, a mãe deve re-forçar a alimentação, procurando o apoio do médico especialista e do nutricionista para fazer as alterações necessárias no seu plano alimentar.

De acordo com Maria Ana Carvalho, um almoço ou jantar saudável, com uma tigela de sopa de legumes, um prato principal com metade de produtos hortícolas, um quarto com uma porção de carne ou peixe e outro quarto com massa ou arroz ou batata, e uma peça de fruta pequena no final, corresponde em média a 500 kcal.

«Isto não significa que as mães que ama-mentam exclusivamente durante os primei-ros seis meses devam consumir um almoço ou um jantar extra. Significa sim que devem repartir estas calorias extra ao longo do seu

dia, de forma a atingir este incremento nas necessidades energéticas e nutricionais. Nor-malmente, aconselho o reforço dos lanches intermédios, e por vezes o reforço das quan-tidades às refeições principais», descreve.

A nutricionista sublinha ainda que, ao con-trário de alguns mitos que costumam circular entre as mães, não existe evidência científica que comprove a necessidade de fazer restri-ções alimentares durante a amamentação, com exceção do álcool, que deve ser evitado. Para manter o equilíbrio nutricional, a mu-lher deve adotar uma alimentação saudável, baseada na Nova Roda dos Alimentos, inge-rindo mais alimentos dos grupos de maiores dimensões, como os produtos hortícolas, e menos dos de menores dimensões, como as gorduras, não esquecendo que a inges-tão de água também é muito importante. Iolanda Veríssimo

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// Suplementos para a mãe que amamenta

06 07Janeiro 2015 Janeiro 2015

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Consultas de vigilância na gravidezO diagnóstico de uma gravidez é um marco também para se tomar consciência de que, não se tratando de uma doença, exige cuidados especiais e vigilância médica.

// Consultas de vigi lância da grávida

08 09Janeiro 2015 Janeiro 2015

uando a vareta do teste de gravidez mostra uma linha, por muito ténue que seja…está escrito, nas instruções, que o teste é positivo: está grávida! O que não está escrito, nem ténue nem claramente, é o quanto a sua vida muda a partir desse momento!

Mesmo que seja daquelas pessoas que “médicos nem vê-los”, com toda a naturalidade vai surgir na sua cabeça a incontornável questão: “tenho de ir a uma consulta...”. Mesmo sendo saudável e que se lembre de ir ao médico apenas em garota, quando a sua mãe a levava, tem a noção de que o seu novo estado a obri-ga a socorrer-se de alguém que “vos” vigie, que a vai orientar durante a gravidez, alguém que possa assegu-rar que tudo vai correr bem, que possa responder às suas dúvidas, que possa apaziguar os seus receios, que a possa conduzir até um parto seguro e feliz.

Na verdade, idealmente teria preparado a gravidez numa consulta prévia, de forma a avaliar o seu esta-do geral, verificar as suas condições para albergar um bebé e corrigir situações que pudessem interferir com a gravidez.

De qualquer forma, o diagnóstico de uma gravidez é um marco também para se tomar consciência de que, não se tratando de uma doença, exige no entanto cuidados especiais e vigilância médica.

MOMentOs-chaveA acessibilidade aos cuidados de saúde materno-in-fantil é uma mais-valia no nosso País e a melhoria da assistência ao longo dos anos tem-se traduzido por muito melhores resultados nos marcadores de saúde materna e infantil. Nos últimos 30 anos as-sistimos a uma melhoria desses cuidados que resul-tou numa redução da taxa de mortalidade materna e perinatal, sendo neste momento das mais baixas da Europa. Por algum motivo Portugal ocupa uma posição cimeira na lista de «países bons para as mu-lheres serem mães» (13º lugar), à escala mundial!

Assim, mesmo as mamãs mais descontraídas têm a noção de que a vigilância da sua gravidez não se resume a medir a barriga para verificar se está a crescer ao ritmo esperado, pesar para controlar os devaneios gastronómicos ou medir a tensão ar-terial... Há alguns momentos-chave na vigilância da gravidez, pelo menos um por trimestre mas, para além disso, enquanto a mãe se delicia com os movimentos do seu bebé o médico assistente vai tomando conta de aspetos fundamentais para que tudo siga o seu curso, sem riscos, ou antecipando eventuais complicações.

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exaMes de rastreiO Ou diagnósticO pré-natalNo primeiro trimestre, a par com a informação que o médico presta sobre hábitos de vida saudá-veis e que constituirão um «depósito a prazo» de saúde para o embrião/feto, é importante a realiza-ção de exames de rastreio ou diagnóstico pré-natal.

Há alterações que podem ser detetadas nesta fase e que podem condicionar decisões importan-tes relativamente à evolução da gravidez. Para rea-lizar estes exames de forma a que os seus resultados sejam fiáveis há que ter uma ideia correta da idade gestacional, o que se consegue com uma ecografia precoce, pois alguns deles terão de ser realizados em intervalos de tempo bem definidos, perdendo o valor se ultrapassam o limite de idade gestacio-nal definido para esse efeito. Não é nada agradável ter um casal à frente e experimentar o desalento de já não poder colher alguma informação apenas porque o casal deixou escapar o tempo adequado

para o fazer! É nesta fase que se colhe a maior in-formação sobre o risco de o feto ser portador de alguma anomalia cromossómica, por exemplo.

ecOgrafia MOrfOlógica e teste da diabetes gestaciOnalNo segundo trimestre há também dados funda-mentais a avaliar, entre os quais a avaliação da morfologia do feto – a ecografia morfológica – e as análises realizadas à grávida, entre as quais o tes-te de diagnóstico da diabetes gestacional. Na eco-grafia morfológica avalia-se os órgãos do feto em pormenor, no sentido de verificar se existe alguma anomalia e se estão reunidas as condições para que ele se desenvolva bem.

Já as análises que se vão realizando não são pe-didas de forma anárquica, mas tendo em conta os eventos associados à gravidez: sabendo-se que é no final do segundo trimestre que aumenta uma hor-mona que promove o aparecimento da diabetes, é nesta altura que se faz a prova de diabetes; sabendo

«felizmente o acesso aos cuidados de saúde materna é universal e a legislação protege essa necessidade não penalizando o absentismo ao trabalho no âmbito das consultas pré-natais.»

«ao vigiar-se uma gravidez, está-se a proteger uma mãe e sobretudo um ser que ainda não manifesta a sua vontade e está dependente de que quem o carrega tome as medidas adequadas ao seu desenvolvimento»

o tempo necessário ao desenvolvimento de anti-corpos para determinadas afeções, é respeitando esse intervalo de tempo que se poderá repetir a análise de diagnóstico dessas situações.

avaliaçãO da pOsiçãO dO fetO e desviOs da nOrMalidadeJá no terceiro trimestre, para além da preocupa-ção em verificar se o feto cresce de acordo com o que é esperado e se demonstra sinais de bem--estar, há ainda que avaliar a sua posição (tendo em vista a via de parto); pelo menos aqui será importante o diálogo com a grávida sobre as suas expectativas para o parto, desmistificar alguns re-ceios que possa demonstrar e disponibilizar-lhe toda a informação de que necessite para se prepa-rar para esse acontecimento.

Transversal a toda a gravidez é a vigilância de desvios da normalidade relativamente a parâ-metros como o peso, a tensão arterial...A preo-cupação com o peso não tem apenas a ver com

questões estéticas, mas com os riscos associados a um aumento de peso exagerado como a hiper-tensão, o também aumento excessivo de peso do feto, o consequente aumento de complicações no parto e ainda o risco de diabetes gestacional e de diabetes para o próprio bebé quando for adulto...

Outro parâmetro que deverá ser sempre vigia-do será a tensão arterial: são já do conhecimento comum a maior parte das complicações associa-das à hipertensão, quer para a mãe quer para o filho, pelo que o gesto simples integrado na con-sulta da sua medição permite uma medicação atempada em caso de alterações e a prevenção de situações mais complicadas.

nãO há desculpa para nãO vigiarEmbora haja protocolos de seguimento da grávi-da, a conduta do médico ao longo da vigilância de cada gravidez é flexibilizada e adaptada a cada grávida, tendo em consideração os anteceden-tes clínicos da grávida, o percurso que esta vai

fazendo ao longo da sua gestação, a necessidade ou não de cuidados especiais e o seu perfil psico-lógico. Felizmente o acesso aos cuidados de saú-de materna é universal e a legislação protege essa necessidade não penalizando o absentismo ao trabalho no âmbito das consultas pré-natais. Não há desculpa para que aconteçam ainda gravidezes não vigiadas! Embora a Natureza trabalhe geral-mente no sentido de um final feliz, outros haverá que, menos felizes, poderiam ser resolvidos com maior facilidade se houvesse informação prévia de alterações que permitam à equipa que assiste ao parto preparar-se. É importante que se tenha a noção de que, ao vigiar-se uma gravidez, está-se a proteger uma mãe e sobretudo um ser que ainda não manifesta a sua vontade e está dependente de que quem o carrega tome as medidas adequadas ao seu desenvolvimento, de forma a que aconteça de forma harmoniosa e segura. Por: Marcela Forjaz, Ginecologista-Obstetra

Edição: Iolanda Veríssimo

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// Consultas de vigi lância da grávida

10 11Janeiro 2015 Janeiro 2015

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Controlar o peso na gravidezSaiba como fazer uma gestão adequada do peso ao longo da gravidez e fique a par dos cuidados de alimentação que a poderão ajudar a manter o equilíbrio.

aumento de peso durante a gravidez é natural e, na maior parte das vezes, desejável. O facto de engordar de forma gradual e moderada é uma prova de que o seu corpo está a pro-porcionar ao bebé os nutrientes de que este necessita para crescer saudável.

No entanto, e embora esta não seja uma boa altura para fazer dieta, a gravidez não deve servir de pretexto para «comer por dois», e é muito importante que cuide da sua alimentação e re-jeite o sedentarismo, de forma a evitar oscilações súbitas de peso e prevenir complicações.

O peSO da própria gravidezA evolução da gravidez implica, regra geral, um aumento de peso. Este aumento deve ser regular, adaptado às características de cada mulher e, tanto quanto possível, alvo de vigilância. Se, por um lado, a grávida precisa de ganhar o peso suficiente para gerar os alicerces que permitirão que o bebé se desenvolva bem, por outro, deve evitar o aumento súbito de peso, muitas vezes associado a complicações como a diabetes gestacional ou a hi-pertensão.

O ganho de peso ideal ao longo das 40 semanas de gestação va-ria de mãe para mãe, e o cálculo deste valor depende do Índice de Massa Corporal (IMC) da mulher antes de engravidar (ver caixa).

De acordo com uma tabela publicada em 2009 pelo Insti-tute of Medicine, se o IMC da mulher antes de engravidar se situar entre os 18,5 kg/m2 e os 24,9 kg/m2, ou seja, se a mu-lher apresentar um peso normal, é recomendado um ganho de peso total entre os 11,5 kg e os 16 kg durante a gravidez (ver tabela).

Em média, com exceção dos casos de mulheres com baixo peso ou obesidade, a generalidade das grávidas devem adquirir cerca de 12 kg durante o período de gestação.

Para saber qual o aumento de peso mais adequado, é impor-tante que a grávida se aconselhe com o médico especialista ou com o nutricionista.

diStribuiçãO dO peSOO ganho de peso ao longo da gestação distribui-se pelo útero, placenta, líquido amniótico, tecido mamário, devendo-se ain-da à retenção de água e ao aumento das reservas maternas sob a forma de gordura e proteínas (ver tabela).

No início da gestação, o aumento de peso concentra-se so-bretudo na mãe, pelas necessidades acrescidas na produção de sangue com vista a fornecer nutrientes ao feto. Já no final da gravidez, é o bebé que ganha mais peso, adquirindo cerca de 200g por semana.

O

12 13Janeiro 2015 Janeiro 2015

// Controlo de peso durante a gravidez

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vigilânciaA vigilância do peso durante a gravidez está integrada na rotina das consultas pré-natais. No entanto, para evitar eventuais complicações decorrentes de variações súbitas de peso, é recomendável que a grávida se pese todas as semanas.

Como explica a nutricionista Maria Ana Carvalho, esta pesagem só faz sentido se for bem feita, pelo que é importante que a grávida tenha em conta algumas regras para obter resultados fidedignos. «Ou a mãe se pesa apenas na consulta ou, se preferir pesar-se em casa, não deve fazê-lo todos os dias. Deve pesar-se uma vez por semana, sempre na mesma balança, em jejum, sem roupa e depois de ter ido à casa de banho», escla-rece a especialista.

prevenir cOmplicaçõeSQuando a grávida apresenta um valor de IMC pré--gestacional que escapa aos valores considerados nor-mais, situando-se nas categorias de “baixo peso”, “pré--obesidade” ou “obesidade”, deve ajustar o seu estilo de vida e os seus objetivos de peso a estas características.

Por exemplo, uma mulher que apresente baixo peso, com um IMC inferior a 18,5 kg/m2, deverá ga-rantir um aumento de peso entre 12,5 kg e 18 kg para

assegurar que tem o peso necessário para sustentar a gravidez. Se a mãe estiver demasiado magra, o bebé poderá nascer com baixo peso.

Já uma mãe numa situação de obesidade não deverá ganhar mais de 5 kg a 9 kg durante toda a gravidez. Ao engordar mais do que o recomendado, correrá um risco acrescido de desenvolver complicações durante a gestação e no parto.

Para contrariar esta possibilidade, as mulheres que iniciam a gravidez com excesso de peso devem ter cui-dados redobrados no que toca à alimentação.Segundo Maria Ana Carvalho, na gravidez não devem ser feitas dietas para perder peso, mas as circunstâncias implicam uma mudança de hábitos. «A grávida não vai ter uma dieta com vista à perda de peso. O que acontece é que será recomendado um plano alimen-tar adaptado às necessidades energéticas e nutricionais próprias da gravidez que, em alguns casos, poderá apresentar menos calorias do que as que a grávida in-geria inicialmente.», explica.

cOntrOlODe acordo com Maria Ana Carvalho, o aumento de peso recomendado durante o primeiro trimestre de gestação é muito reduzido - entre ½ kg a 2 kg - pelo

5ideiaschave

O aumento controlado de peso é importante para promover a saúde do bebé e da mãe e evitar complicações durante a gravidez e o parto

O ganho de peso ideal depende do Índice de Massa Corporal (IMC) que a mulher apresenta antes de engravidar

Em média, a generalidade das grávidas devem ganhar cerca de 12 kg ao longo da gravidez

A pesagem em casa deve ser feita semanalmente, na mesma balança, em jejum, sem roupa e após ter ido à casa de banho

Para se manter saudável, a grávida deve realizar pelo menos cinco a seis refeições diárias, incluindo a sopa nas refeições principais e bebendo bastante água.

que «a mãe deve guardar todo o seu ganho de peso mais para o final». Mas como ganhar peso sem comprometer a saúde? Segundo a nutricionista, seguindo uma alimentação equilibrada, variada e completa, baseada na Roda dos Alimentos. Isto é, ingerindo mais alimentos dos grupos de maiores dimensões da roda, como os produtos hortícolas, e me-nos dos de menores dimensões, como as gor-duras.

A grávida deve também ter o cuidado de fazer, no mínimo, cinco a seis refeições diárias e beber bastante água, cerca de oito a dez co-pos por dia. Nas refeições principais, deve in-cluir sempre sopa de legumes – que também vai ajudar a prevenir a obstipação – um prato principal e uma peça de fruta.

No que toca à composição do prato, me-tade deste deverá incluir produtos hortícolas variados - como alface, verduras, tomate, bró-colos ou couve-flor - e a outra metade conter, em partes iguais, uma fonte proteica - como a carne, o peixe ou os ovos – e hidratos de car-bono de absorção lenta, como o arroz vapori-zado, a batata doce ou o arroz e a massa inte-

gral. A grávida deve ainda: evitar o consumo de alimentos açucarados, como chocolates, bolos e bolachas, reservando o seu consumo apenas para dias de festa; rejeitar a ingestão de bebidas alcoólicas; limitar a ingestão de cafe-ína a 200 mg por dia; lavar muito bem to-dos os produtos hortícolas e frutas cruas pelo menos durante 15 minutos com um produto apropriado; e abolir o consumo de carne e peixe crus ou de produtos fumados.

A par dos cuidados com a alimentação, a prática de atividade física regular e moderada pode ajudar a controlar o aumento de peso, para além de contribuir para o bem-estar psi-cológico da mãe. «O exercício físico é uma questão importante, que tem que ser muito bem discutida com o médico. Mas à partida uma mãe que faça exercício físico toda a vida pode continuar a fazê-lo durante a gravidez. Há exercícios mais adequados que outros. As caminhadas, a natação ou a hidroginástica são exercícios bons, mas o que é importante é aliar este estilo de vida ativo a uma alimentação saudável», considera Maria Ana Carvalho. Iolanda Veríssimo

«a mãe deve pesar-se uma vez por semana, sempre na mesma balança, em jejum, sem roupa e depois de ter ido à casa de banho» maria ana carvalho, nutricionista

14 15Janeiro 2015 Janeiro 2015

// Controlo de peso durante a gravidez

Quanto peso posso ganhar durante a gravidez?

iMC pré-gestacional ganho de pesototal (kg)

baixo peso(<18,5 kg/m2) 12,5-18,0

peso normal(18,5-24,9 kg/m2) 11,5-16,0

pré-Obesidade(25-29,9 kg/m2) 7,0-11,5

Obesidade(≥ 30 kg/m2) 5-9

distribuição de peso ganho na gravidezBebé 3.4 kg

placenta 0.7 kg

líquido amniótico 0.9 kg

Mãe

peito 0.9 kg

Útero 0.9 kg

Fluídos corporais 1.8 kg

Sangue 1.8 kg

reservas de gordura, proteínas e outros nutrientes

3.2 kg

total 13.6 kgFonte: college of Obstetricians and gynecologists (2000)

O Índice de massa corporal (imc) corresponde à relação

entre o peso e a altura, sendo calculado através da fórmula:

peso (Kg)

altura (m) x altura (m)

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O aleitamento materno tem um efeito antidepressivo na mãe, influenciando o seu bem-estar das mais diversas formas. Para a psicóloga Bárbara Figueiredo, ao amamentar, a mulher não só está a contribuir para a saúde do bebé, como a fazer algo por si própria.

Amamentação e bem-estar no pós-parto

m novo estudo levado a cabo pela Universidade do Minho, em colaboração com a Universidade de Miami, nos Estados Unidos da América, sugere que o aleitamento materno exclusivo reduz o risco de depressão pós-parto na mãe, exercendo uma função protetora do seu bem-estar físico e psicológico durante os primeiros meses após o nascimento do bebé (ver caixa).

De acordo com Bárbara Figueiredo, psicóloga e investigadora da Universidade do Minho, «a amamentação favorece todo um conjunto de circunstâncias que facilitam o bem-estar da mãe».

A nível biológico, contribui para a regulação hormonal depois do parto, levando à libertação de hormonas como a oxitocina e a prolactina, associadas à produção e expulsão do leite mater-no, e com um impacto positivo no estado de humor da mãe.

«O aumento dos níveis de oxitocina no cérebro leva a estados de bem-estar e está relacionada com o fortalecimento do vínculo da mãe com o bebé. É uma das hormonas que, por exemplo, está envolvida no orgasmo», explica.

Por outro lado, a amamentação atenua as respostas da mãe ao stresse, interferindo na regula-ção da reatividade do denominado eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal) e dos padrões de cortisol, a hormona produzida em resposta a situações de stresse.

«As mulheres que estão a amamentar têm uma menor reatividade do eixo HPA, ou seja, em estados de elevado stresse, perante um estímulo doloroso ou uma ameaça, não respondem de uma forma tão acentuada, e os seus padrões de cortisol ao longo do dia apresentam-se mais regulados», diz.

Mães que aMaMentaM dOrMeM MelhOrDe acordo com Bárbara Figueiredo, estas alterações biológicas também têm influência na re-gulação do sono, permitindo que a mãe adormeça mais facilmente e tenha um sono de maior qualidade, mesmo que acorde mais vezes durante a noite para dar de mamar.

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// Amamentação e bem-estar no pós-parto

16 17Janeiro 2015 Janeiro 2015

PerFIl Bárbara Figueiredo é psicóloga e investigadora da Unidade de Investigação Aplicada em Psicoterapia e Psicopatologia do CIPsi – Escola de Psicologia da Universidade do Minho. Doutorada em Psicologia Clínica, para além de ser Professora Associada com Agregação na Universidade do Minho, atua em particular na área da Psicologia, onde tem estudado em profundidade o tema da depressão na gravidez e no pós-parto, bem como as questões associadas ao vínculo materno e paterno.

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«Não é estranho que as mulheres que estão a amamentar, não só mostrem níveis de stresse mais reduzidos - como se de certa forma estivessem mais apaziguadas, quase num “estado zen” - como acabem por dormir melhor», diz a especialista, lembrando que este é um aspeto determinante para o bem-estar da mãe, já que a depressão pós-parto surge muitas vezes no seguimento de problemas de sono.

reFOrçO da autOestIMa MaternaPerante a multiplicidade de benefícios que a amamen-tação representa para o desenvolvimento do bebé, a associação entre o aleitamento materno e o bem-estar psicológico da mãe é muitas vezes deixada para segun-do plano.

Conforme explica Bárbara Figueiredo, é importan-te que as mulheres saibam que, ao amamentar, estão também a contribuir para o seu bem-estar físico e psi-cológico.

«É mais fácil convencer uma mãe a fazer qualquer coisa pelo seu bebé. Mas é importante que ela saiba que também está a fazer algo por ela própria. E está. Porque um bebé que é saudável vai recorrer menos ve-zes à urgência, vai faltar menos à escola e vai permitir que a mãe tenha mais disponibilidade para ela e para as outras coisas que também são importantes na vida», sublinha.

Um dos contributos mais relevantes para o bem-es-

tar psicológico da mulher neste período é o reforço da sua autoestima materna. Por sentir que amamentar faz parte da sua função como mãe, a mulher sente-se mais confiante, melhorando o seu sentido de “autoeficácia”, o que afasta os estados depressivos.

«As mães sentem-se mal quando não estão a ama-mentar e sentem-se mais mães quando estão a ama-mentar. O que não quer dizer que tenha que ser assim. É o que geralmente acontece. A mãe que amamenta sente-se uma mãe completa. Por todos os motivos, dos quais muitos serão socioculturais, as mães têm a sua identidade reforçada quando amamentam», frisa.Esta é, no ponto de vista da psicóloga, uma questão sensível. Quando a mãe não consegue amamentar ou opta por não o fazer, deve receber o apoio médico e fa-miliar necessário no sentido de evitar que a sua autoes-tima relativamente ao desempenho do papel materno saia fragilizada.

envOlvIMentO e vínculO MaternOA amamentação exponencia o envolvimento emocio-nal entre mãe e bebé, promovendo a interação de uma forma única. É outro dos contributos da amamentação para o ajustamento psicológico necessário a seguir ao parto.

Segundo Bárbara Figueiredo, «quando se dá de ma-mar, os olhos do bebé estão à distância e na posição exata necessária para que este possa ver os olhos da mãe

4 ideiaschave

A amamentação protege a mãe da depressão, tendo um impacto positivo no seu bem-estar, tanto a nível biológico como psicológico

Ao amamentar, a mãe liberta hormonas que contribuem para o seu estado de bem-estar e reforçam o vínculo materno

Os mecanismos postos em marcha na amamentação atenuam a resposta da mãe ao stresse e facilitam a regulação dos seus padrões de sono.

Amamentar reforça a autoestima materna, favorece a interação entre mãe e filho e reduz as dificuldades comportamentais do bebé.

«a amamentação favorece todo um conjunto de circunstâncias que facilitam o bem-estar da mãe.» Bárbara Figueiredo, psicóloga

18 Janeiro 2015 19Janeiro 2015

// Amamentação e bem-estar no pós-parto

e para que o contacto ocular mútuo se possa estabele-cer», o que é extremamente importante para que mãe e bebé consigam interagir, conhecer-se, e partilhar estados emocionais positivos.

Além disso, para mamar, o bebé necessita de fazer um esforço diferente a sugar o leite, do que faria se estivesse a mamar no biberon, o que favorece a matu-ração do seu sistema nervoso central.

«É uma multiplicidade de situações: o bebé dorme melhor, está mais capaz de regular os seus estados de tensão e apaziguamento e tem mais disponibilidade para a interação, o que “obriga” a mãe, no sentido positivo, a estar também mais centrada no seu bebé e a sentir mais o seu bebé», descreve.

Quando existe uma depressão, este envolvimento e interação com o bebé estão normalmente comprome-tidos, pelo que, mais uma vez, a amamentação atua como um meio de proteção do bem-estar da mãe.

antIdePressIvO naturalDepois de o bebé nascer, o turbilhão de emoções e al-terações hormonais típicos do período pós-parto po-dem deixar a mãe ansiosa e emocionalmente instável. Nos primeiros dias, a mulher pode sentir-se cansada, vulnerável e até ter ataques de choro. Este fenómeno denomina-se “baby blues” e deve ser encarado com naturalidade, pois é muito frequente e geralmente desaparece por si só ao fim de alguns dias.

Diferente do “baby blues”, a depressão pós-parto é uma perturbação psicopatológica grave, que poderá revelar-se passados algumas semanas ou meses de-pois do parto, e que apresenta os mesmos sintomas de uma depressão comum, suscetível de aparecer em qualquer outra fase da vida, mas que é acompanha-da de sinais especificamente ligados à relação com o bebé.

Para além da fadiga e das alterações ao nível do sono e dos padrões alimentares, a mãe que está depri-mida pode perder o interesse e o prazer em cuidar do bebé, ao mesmo tempo que pode adquirir sentimen-tos de culpabilidade, por não ser capaz de cuidar do bebé como gostaria e por não se sentir uma boa mãe.

«Os familiares, nomeadamente o companheiro, e qualquer pessoa que lide com a mãe nos seus con-tactos com o sistema de saúde - como o médico, a enfermeira, o psicólogo ou a própria pessoa que faz a marcação da consulta – devem estar atentos e dispos-tos a ajudar a mãe, a reconhecer os sinais de que está deprimida», explica Bárbara Figueiredo.

À luz dos resultados do seu último estudo, a psi-cóloga defende ainda que os mecanismos biológicos e psicológicos postos em marcha na amamentação protegem a mãe dos estados depressivos que podem surgir no período após o nascimento do bebé, funcio-nando como um antidepressivo natural. Iolanda Veríssimo

eM cIMa Ao amamentar, a mãe liberta as hormonas da oxitocina e da prolactina, importantes para o seu bem-estar físico e psicológico.

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InvestigaçãoUm estudo publicado recentemente na revista científica Psychological Medicine sugere que o aleitamento materno exclusivo ajuda a reduzir os sintomas de depressão no pós-parto, nos primeiros três meses após o nascimento do bebé. Os resultados da investigação indicam ainda que as mulheres que apresentam sintomas de depressão durante a gravidez têm tendência a amamentar por menos tempo. A investigação levada a cabo por uma equipa coordenada pela psicóloga Bárbara Figueiredo, da Universidade do Minho, em colaboração com a Escola de Medicina da Universidade de Miami, nos Estados Unidos da América, baseou-se numa amostra de 145 mulheres, avaliadas em sete momentos diferentes, durante a gravidez e no período pós-parto. As práticas de amamentação e os sintomas de depressão foram avaliados através de uma escala validada para a população portuguesa. Os resultados demonstraram uma redução significativa dos níveis de depressão nas mulheres que amamentaram em exclusivo durante um período superior a três meses.

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“Só ama quem educa, e só educa quem ama”Em entrevista à Nove Meses, o pediatra Mário Cordeiro explica como o afeto e a educação são parte do mesmo ato de amor.

novo livro de Mário Cordeiro acompa-nha os pais naquela que o autor considera uma das tarefas mais exigentes da parentalidade: edu-car. É natural que a palavra desperte tantas per-guntas como convicções e que se faça rodear de iguais receios e expetativas. Por isso, em Educar com Amor, os termos educação e aprendizagem vêm quase sempre lado a lado. O desafio é que, em conjunto, os pais estejam conscientes desta relação desde o primeiro dia. No livro, que tam-bém é um guia, os conselhos partilhados pelo pediatra transportam as histórias de vida com que se deparou ao longo da sua vasta experiência profissional. Lembrando que «educar é um ato de amor», Mário Cordeiro percorre as dúvidas e inquietações de muitos pais empenhados em ensinar, mas sobretudo, em ver os filhos cresce-rem felizes.

PorquE é quE os Pais dEvEM tEr Esta PErsPEtiva dE EduCar CoM aMor?Porque apesar de amar e educar (ou ensinar e aprender, se quisermos) serem parte do mesmo e indissociáveis, ainda há pessoas que pensam estar a falar-se de coisas opostas, como se edu-car fosse uma manifestação de desamor. Só ama quem educa, e só educa quem ama. Pretender amar sem educar leva a laxismo, omnipotência e crianças narcísicas, pretender educar sem amar levará a rigidez, revolta, injustiça.

quais as qualidadEs huMaNas quE os Pais dEvEM traNsMitir aos filhos?Amor, afeto, ética (noção clara do Bem e do Mal), empatia, solidariedade, humanismo, fru-galidade, cultura, gosto pela criatividade e pela arte, desenvolvimento dos talentos, coragem,

O

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// Educar com amor

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dignidade, amizade, humildade, partilha, altruís-mo, autonomia, responsabilidade, rigor, expressão organizada dos sentimentos, gosto pela liberdade e rejeição da violência, do despotismo, negligência, vingança, injustiças, sadismo, ciúme, mentira…

Porquê E CoMo é quE os Pais PodEM ENsiNar étiCa às CriaNças?Ética é a diferenciação entre o Bem e o Mal. Os nossos comportamentos têm de ser balizados, por-que – apesar de ser uma frase muito usada e, por-tanto, porventura um lugar comum -, os nossos di-reitos acabam no momento em que espezinhamos direitos de outros.

Primeiro, passada a fase do «quero e (julgo que) posso e mando», com o bebé centrado em si mes-mo e pensando que o mundo gira à volta do seu umbigo, têm de ser os “polícias” externos (pais,

família, educadores, adultos em geral, sistema de normas e leis) a estabelecer os limites e as regras dos comportamentos. Mais tarde, será o próprio, ou o seu Superego, a controlar o nosso Id, ou pulsões, quando elas podem, se se traduzirem por acções, transformarem-nos em pessoas piores.

CoMo sE ENsiNa uMa CriaNça a sEr alEgrE?Mostrando amor e alegria, fazendo-lhe ver, desde o primeiro momento, o lado bom da vida, não se vitimizando (os pais) mas sim revoltando quan-do se sentem injustiçados, mas com contenção, e cultivando a frugalidade e o humor. Frugalidade é diferente de pobreza: nesta, a pessoa não tem pos-ses para ter bens. Na primeira, a pessoa tem posses mas dispensa bens que sente como desperdício ou redundâncias, ou meras modas e show-offs. Cultivar

«Pretender amar sem educar leva a laxismo, omnipotência e crianças narcísicas, pretender educar sem amar levará a rigidez, revolta, injustiça.» Mário Cordeiro, pediatra

«os pais devem ser modelos, exemplos, condutores, sobretudo nos primeiros anos de vida, embora as crianças não sejam uma mera repetição dos pais.»

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o humor, não dando ênfase a tudo o que acontece e relativizando as coisas, é uma boa oportunidade de aprender a ser alegre, bem como ser simples e ter um plano B (ou C ou D, ou até qualquer letra do alfa-beto) para quando as coisas correm mal no plano A. Também ajuda não atirarmos para cima das crianças problemas que só devem respeitar aos adultos, até porque a possibilidade de intervenção das crianças é nula, mas isso não obsta a que as crianças, a pouco e pouco, não vão entendendo melhor o mundo dos adultos e, até, a partilhar momentos de alegria e de sofrimento da família. Mas só se conhece a alegria quando se viveu a tristeza, e estar triste é um direito e uma necessidade, até em termos criativos.

quE fuNçõEs dEvEM assuMir os Pais Na forMação da PErsoNalidadE E da auto-EstiMa dos filhos?Devem ser modelos, exemplos, condutores, sobre-tudo nos primeiros anos de vida, embora as crianças não sejam uma mera repetição dos pais nem estes podem ter veleidades de os querer fazer à sua ima-gem ou moldá-los segundo aquilo que gostaram de ser ou evitando que façam aquilo que detestaram.

De nada serve bombardear uma criança com no-ções abstractas, como respeito, se na prática o que

ela vê é os pais não darem os bons-dias aos vizinhos, hipercriticarem tudo e todos, não auxiliarem quem precisa porque vem carregado com sacos do super-mercado, não aguentar a porta aberta para a pessoa de mais idade que demora mais tempo a chegar, ou dizer impropérios ao peão que, simplesmente, está a passar na passadeira.

Por outro lado, desdenhar constantemente, esta-belecer metas inatingíveis, exigir «quadros de Hon-ra» e coisas absurdas como essa e humilhar a criança para se sobressair, nunca regateando um responso mas sendo parco nos elogios, não contribuirá para que a criança goste de si mesma, sentindo-se feia, ridícula e má.

É grande a nossa responsabilidade e são grandes os nossos deveres, paralelos aos direitos sobre os nossos filhos, mas são grandes também os graus de liberdade para podermos ter – com crises, troikas e o que for, pelo menos para a ainda maioria das pessoas – uma vida simples, alegre, divertida e feliz.

O ser humano é, ainda (e esperemos que sempre) o elemento mais catalisador da pessoa, o melhor brinquedo da criança e o afago e resíduo de amor que poderemos ter. Aproveitemos este «património imaterial e material da Humanidade»! Iolanda Veríssimo

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// Educar com amor

PErfilMário Cordeiro é um dos pediatras mais reconhecidos em Portugal. Pai de cinco filhos, escreveu várias obras dedicadas aos pais e educadores, aliando a sua formação como médico pediatra aos vastos conhecimentos que tem nas áreas da Psicologia, Sociologia e Antropologia. Entre os seus livros mais conhecidos estão O Grande Livro do Bebé, Dormir Tranquilo e 1333 Perguntas para Fazer ao Seu Pediatra. Doutorado em Pediatria, foi professor de Saúde Pública na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e é membro da Sociedade Portuguesa de Pediatria e da British Association for Community Child Health.

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Evitar adermatite da fraldaFique a par das medidas essenciais para cuidar da pele do bebé e evitar o desconforto causado pelas assaduras.

dermatite da fralda, também conhe-cida por eritema da fralda ou vulgo assadura, é comum nos recém-nascidos. As medidas gerais de cuidados à pele, como a mudança frequente da fralda, a limpeza, a hidratação e a proteção, são os melhores aliados no com-bate a este problema.

Fisiologia da peleA pele do bebé, estruturalmente semelhante à do adulto, é menos estratificada, com um pH

à nascença mais básico do que ácido, o que a torna mais apetecível aos microorganismos prejudiciais ao bebé.

O vernix caseoso, substancia branca/ama-relada, que reveste a pele e pregas cutâneas do recém-nascido, tem uma função protetora, nutritiva, termorreguladora e de prevenção das infeções externas. Não deve ser retirado, a não ser nas situações onde existe mistura com fluidos sanguíneos (normalmente couro cabeludo).

Funções da pele do bebéA pele atua como uma interface entre o

meio interno e o meio ambiente, e oferece funções especiais para a sobrevivência do ser humano.

Para além de revestir externamente o cor-po, possui características e uma fisiologia que a identificam como órgão altamente desenvolvido. Não menos importante, a pele desempenha ainda a função do tato, ou sensação tátil, presente desde as 12 semanas

a

// Evitar a dermatite da fralda

24 25Janeiro 2015 Janeiro 2015

de vida intrauterina, sendo o primeiro órgão dos sentidos a estar presente e ativo no embrião.

Esta é uma função extremamente importante no contacto com o mundo e na apreensão das complexas reações neuronais desenvolvidas e re-gistadas no cérebro do bebé. O toque é para os mamíferos uma importante forma de contacto--relação e desenvolvimento emocional e cogniti-vo.

Considerando a importância da pele como barreira contra a infeção e ainda o seu papel no controle hídrico e da temperatura, a proteção e a preservação da pele do recém-nascido é decisiva para a sua saúde.

Por tudo isto, vamos mimá-la, cuidá-la e tratá--la com grande respeito e carinho, não é verdade pais?

Causas da dermatiteAlguns bebés parecem ter maior tendência para desenvolver dermatite da fralda, enquanto nou-tros é raro; mas ambos os grupos se livram deste problema pela altura em que largam a fralda.

Qual a causa? O contacto prolongado e a expo-sição à urina e fezes, nesta zona, provocam uma reação irritativa e dano na pele.

Atualmente, a dermatite da área da fralda ir-ritativa é interpretada como o resultado final de uma cascata de eventos, desencadeada inicial-mente por lesões no nível do estrato córneo, in-duzidas por exposição a múltiplos fatores como a hiperhidratação, fricção, temperatura, irritantes químicos, urina e fezes.

Após comprometimento da barreira cutânea, vários fatores adicionais do mesmo tipo potencia-lizam essas alterações, originando um ciclo vicio-so vulnerável às infeções por agentes microbianos oportunistas, como Candida albicans, que é um fator agravante frequente.

impaCto das FraldasAs fraldas descartáveis modernas possuem três camadas: uma interna que funciona como filtro, uma intermediária com capacidade de absorção de líquidos e, finalmente, uma externa à prova de água. Esta última camada tem papel fundamental na impermeabilidade da fralda, porém previne a perspiração, o que aumenta a temperatura e hu-midade locais.

Por outro lado, as fraldas modernas são mais oclusivas, sendo responsáveis pelos casos raros de dermatite de contacto alérgica.A fralda ideal deveria ter boa capacidade de con-ter água, permitir bom arejamento (menos oclusi-va) e mudar de cor imediatamente após a criança urinar. Essa fralda ainda não existe.

A infeção a bactérias “más”, de outros locais da pele ou mucosas, transportadas pelas nossas mãos mal lavadas durante a mudança da fralda, são si-tuações que podem levar ao aparecimento desta dermatite.

Outros distúrbios do funcionamento normal da pele, como a psoríase e a dermatite atópica, (esta última com fisiologia diferente), podem também condicionar o seu aparecimento.

Uma questão colocada muitas vezes tem a ver com a possível influência dos produtos de lava-gem da roupa dos bebés ou das fraldas, quando se usam fraldas não descartáveis, no aparecimento desta dermatite.

Segundo os estudos disponíveis, os produtos de lavagem da roupa de bebés, quando se opta por fraldas de algodão, não parecem ter influência neste problema, desde que se use um detergente suave e pouco concentrado, e se promova um en-

«É recomendada a mudança da fralda por cada mamada/refeição, o que pode significar entre seis a oito vezes por dia nos bebés amamentados.»

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26 Janeiro 2015

xaguamento correto.No que diz respeito à opção por um ou outro

tipo de fralda, mais uma vez, os prós e contras emergem dos dois lados. Se, por um lado, as fral-das descartáveis, constituídas por camadas de ma-terial ultra-absorvente, parecem manter o rabinho do bebé seco por mais tempo, também é verdade que os elásticos que reforçam a retenção em deter-minadas zonas da fralda, são eles próprios o pri-meiro local onde os sinais de vermelhidão surgem.

Uma questão é certa: a mudança da fralda, seja descartável, de algodão ou ecológica, tem de ser frequente, de forma a minimizar o tempo de con-tacto com a urina e fezes.

mudança e limpezaA cultura e os hábitos de mudança de fralda variam de seis a doze vezes em pontos diferentes do mun-do, sendo os japoneses os campeões do consumo de fraldas (média de doze mudanças por dia por bebé).Em Portugal, é normalmente recomendada a mu-dança por cada mamada/refeição, o que pode significar entre seis a oito vezes por dia nos bebés amamentados, sendo também de referir, mais uma vez, a amamentação materna como fator protetor também nesta situação.

É importante que os pais conheçam ainda as fases dos “cocós” e suas características, de forma a identificar, pelas características visíveis, fezes possi-velmente mais ácidas. Da mesma forma, em altura de tomada de antibióticos ou de diarreia, é preciso estar mais atento à mudança da fralda.

O tempo de oclusão parece ser um fator negativo, uma vez que em contacto como o ar, a maior parte das dermatites tende a desaparecer, sendo a primeira medida antes da utilização de medicamentos.Nas crianças maiores ainda em uso de fralda, mu-dar sempre antes de ir para a cama, limpar em cada muda e usar água quente ou morna para a remoção total da urina e fezes, incluindo pregas inguinais e genitais, é também uma medida a não descurar.

Hidratação e proteçãoA utilização de cremes barreira, não necessária por rotina em todas as mudas da fralda, deve ser inicia-da à menor irritação da pele nesta zona, sendo que as pomadas/cremes muitos oclusivos podem ter de ser retiradas com óleo ou água mineral, para que se possa proceder à limpeza correta e nova aplicação. Em relação aos cremes, existem inúmeras soluções no mercado, mas sem dúvida, os cremes com vita-mina A, mas suficientemente emolientes, são uma boa opção.

A última geração de cremes barreira com adição de prebioticos parece ser uma ajuda fundamental, uma vez que reequilibram a flora local, ajudando a

eliminar os microorganismos nocivos da flora tran-sitória (à superfície da pele), reforçando os microor-ganismos bons da flora residente (camadas de pele mais profundas).

Por prescrição do pediatra, (e só), nalguns casos de dermatite mais resistentes ao tratamento com o recurso às medidas básicas (mudança frequente de fralda, limpeza, hidratação e proteção, exposição ao ar); podem ser aplicados medicamentos em creme com esteroide ou antifúngicos, (neste caso – infeção secundaria), por um prazo curto de tempo e com ensino prévio sobre como aplicar nesta zona tão sensível.

A dermatite da área da fralda irritativa primária é a dermatite da área da fralda mais prevalente, sendo provavelmente a afeção cutânea mais frequente na primeira infância e constituindo fonte significativa de desconforto para a criança.É importante que os pais e cuidadores estejam aten-tos aos fatores de risco, ao aparecimento, e iniciem os primeiros cuidados. Por: Margarida Valente, Especialista em Saúde Infantil e Pe-

diátrica

Edição: Iolanda Veríssimo

Cuidados de prevençãoMude a fralda ao bebé com frequência, entre seis a oito vezes por dia, de forma a evitar que este passe muito tempo em contacto com a urina e as fezes

Tente conhecer as várias fases dos “cocós” e as suas características, de forma a identificar eventuais problemas

Tenha especial atenção às alturas em que a criança está a tomar antibióticos ou está com diarreia

Nas crianças maiores, mude sempre a fralda antes de ir para a cama, limpando-a em cada muda e usando água quente ou morna para a remoção total de urina e de fezes

Utilize um creme barreira à menor irritação da pele nesta zona

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