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Odelouca garante água para todos p. 6 e 7 Ambiente & energias renováveis: A nova aposta do Algarve? p. 10 e 11 Algar aposta num novo nível de consciência p. 4 Hotelaria e ambiente são realidades conciliáveis p. 8 Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 997 do Postal do Algarve, de 22 de Julhode 2010, e não pode ser vendido separadamente ALTO PATROCÍNIO ALTO PATROCÍNIO

Ambiente & Energias Renováveis

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Caderno especial de Ambiente & Energias Renováveis na edição nº 997 do Postal

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Page 1: Ambiente & Energias Renováveis

Odelouca garante água

para todosp. 6 e 7

Ambiente & energias renováveis:

A nova aposta do Algarve?

p. 10 e 11

Algar aposta num novonível de consciência

p. 4

Hotelaria e ambiente são realidades conciliáveisp. 8

Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 997 do Postal do Algarve, de 22 de Julhode 2010, e não pode ser vendido separadamente

ALTO PATROCÍNIO

ALTO PATROCÍNIO

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FICHA TÉCNICA

Director: Henrique Dias FreireCoordenação: Ricardo ClaroDesign e paginação:Mário Coelho, André NavegaConteúdos:Ricardo Claro, Cátia Henriques

Revisão: Cristina MendonçaPublicidade e publireportagens: Basílio Pires, José Francisco, Anabe-la Gonçalves e Profissional GráficaTiragem: 12.542 exemplares

d.r.

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d.r.

O LEMA DA ROLEAR, PORQUE “HÁ COISAS QUE NÃO PODEM PARAR...”

AS ENERGIAS RENOVÁVEIS SÃO UMA APOSTA DA ROLEAR

O AMBIENTE é uma das preocu-pações do Grupo Rolear, quer na sua gestão interna, quer na sua actuação no mercado. Sediado em Faro desde 1979, o Grupo Rolear tem vindo a apostar fortemente numa estratégia ambiental e numa resposta efi caz no âmbito das suas áreas de actuação, entre as quais Energias Renováveis, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação, Electricidade, Elec-tromecânica, Gás, Iluminação, Construção Civil e Infra-estru-turas, Telecomunicações, Segu-rança e Vigilância e Projectos Especiais de Engenharia.

Atentas à evolução e conse-quente exigência dos mercados, as oito empresas reunidas no Grupo Rolear têm investido de forma organizada na sua capa-cidade técnica e profi ssional, de forma a garantir uma oferta de soluções imediatas nas áreas da distribuição e comercialização de produtos e equipamento de alta qualidade, bem como, na promoção de parcerias com fa-bricantes de prestígio enquan-to mais-valia para a criação de excelentes oportunidades de negócio.

A escolha de produtos e sistemas tecnologicamente avançados constitui um com-promisso assumido pelo gru-po de empresas liderado por Parreira Afonso, fortemente empenhada na divulgação e dinamização de soluções que permitam contribuir para o

melhoramento das condições ambientais, um desafi o que a Rolear assumiu como seu.

Neste mundo de soluções inovadoras, a empresa já ins-creveu a sua marca em cente-nas de centrais de microgera-ção fotovoltaica, assim como foi responsável pela instala-ção de centenas de colectores solares, ao abrigo da Medida

Solar Térmico 2009. A dinâmica característica

da actuação da Rolear, permite uma resposta altamente qua-lifi cada com soluções integra-das que reúnem a tecnologia e equipamentos mais inovadores de que são exemplo soluções de climatização através de super-fícies radiantes a água conjuga-das com sistemas solares térmi-cos e apoiadas por Aerotermia ou Geotermia.

Experiência e saber São três décadas de expe-

riência no mercado, que têm vindo a ser marcadas por um crescimento contínuo e sus-tentado, caracterizado tanto pela qualidade dos serviços prestados pelas empresas do Grupo, como pela respectiva expansão, nomeadamente através dos pontos de venda no Algarve, Beja e Lisboa e de uma cobertura dinâmica na região centro e norte do país.

Para o sucesso confi rmado deste grande projecto pensa-do em nome do bem-estar e

da qualidade de vida, contri-buem especialmente o grande profi ssionalismo e o empenho de uma vasta equipa que fa-zem do Grupo Rolear uma referência nacional em cons-tante evolução.

“Porque há coisas que não podem parar”, é o lema do Grupo Rolear e corporiza a estratégia com que o grupo de empresas se apresenta no mercado, consciente de que o seu sucesso e o dos clientes de-pende da partilha permanente, razão pela qual aposta no aper-feiçoamento contínuo da capa-cidade técnica para encontrar soluções e aumentar a qualida-de do serviço pós-venda.

A fi losofi a Rolear está bem defi nida, colocar os clientes em primeiro lugar e promover as mais atractivas oportunidades de negócio, capazes de gerar um efectivo e real valor acres-centado, disponibilizando soluções integradas e serviços inovadores. Porque na Rolear a escolha está feita e tem um nome, qualidade.

Rolear, na vanguarda ambiental

Soluções, engenho e inovação em prol da qualidade de vida

Abertura

AS PREOCUPAÇÕES ambien-tais não são novas, nem têm passado ao largo das atenções nas últimas décadas, mas são cada vez mais um tema na ordem do dia, em particular no que respeita às energias renováveis, como forma de dar uma resposta alternativa ao consumo de combustíveis fósseis.

No Ano Internacional da Biodiversidade, o mundo ten-tou colocar na linha da frente das agendas mundiais, quer política, económica ou social, a temática do ambiente e da conservação da biodiversi-dade como pedra de toque para garantir o futuro do planeta.

A crise que o mundo atra-vessa não é a melhor compa-nheira dos objectivos que se pretendem atingir nesta área e Copenhaga foi prova disso mesmo com um compromis-so que fi ca muito aquém do esperado e que gurou muitas expectativas resultantes da experiência Quioto.

A realidade é problemáti-ca e controversa e o POSTAL traz, uma vez mais, um con-tributo para a análise a nível regional de um fenómeno de importância global.

Ouvimos muitos dos ac-tores da área do ambiente e energias renováveis, juntámos outros tantos num fórum de debate que já produziu e continua a produzir os seus frutos e trazemos o reflexo desta e doutras realidades da área no caderno Ambiente & Energias Renováveis que hoje apresentamos.

Damos nota do que de melhor se oferece no Algar-ve em termos de serviços relacionados com os secto-res ambiental e das energias renováveis, fomos falar com as empresas que dão cartas nas mais importantes áreas do ponto de vista ambiental

e conhecemos exemplos de sucesso na relação entre a hotelaria e as questões am-bientais, tudo para lhe trazer a melhor informação.

O DestaqueDamos destaque a um

projecto de excelência que aumentou a fiabilidade do abastecimento de água para consumo humano na região e que representa um exemplo em termos de medidas de minimização, compensação e sobrecompensação am-biental no âmbito das obras de grande dimensão, a Bar-ragem de Odelouca.

Apresentamos Odelouca por dentro e damos a co-nhecer os segredos da maior barragem do Algarve, um in-vestimento gigante que pro-va a capacidade e o engenho de uma empresa regional, a Águas do Algarve, e que sur-preende pelo cuidado com as questões ambientais.

O Algarve e o ambienteO Algarve depende como

todos os lugares do mundo dos cuidados com o ambiente, mas na região mais turística do país esta realidade assume um relevo especial.

Para o Algarve a qua-lidade ambiental é deter-minante, se quer manter a competitividade turística num mercado cada vez mais global e concorrencial e onde as restrições da crise económica dão o mote para os momentos actuais.

Porque sabemos como é importante garantir o futu-ro deste planeta que pedi-mos emprestado às gerações futuras e, em particular aos nossos fi lhos, damos hoje o nosso contributo para uma área fundamental da vida, o ambiente, numa clara aposta na informação dos nossos lei-tores e na região.

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A ALGAR é a empresa respon-sável no Algarve pela imple-mentação e gestão do Sistema Multimunicipal de Recolha Se-lectiva, Triagem e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos e, desde a sua criação por deter-minação legal em 1995, a acção da empresa tem-se revelado um sucesso, desenvolvendo cons-tantemente projectos que têm em vista um melhor apetrecha-mento da região para tratar as questões relacionadas com os resíduos sólidos urbanos.

No ano de 2009, uma vez

mais, os valores do volume de matérias tratadas mantiveram uma tendência de crescimen-to, com os totais fi nais anuais a somarem 11.560 toneladas de vidro, 7.907 toneladas de papel e 3.821 toneladas de embalagens processadas nas instalações da empresa.

Um volume que faz a AL-GAR atingir a soma de 23.288 toneladas de materiais reci-cláveis processados no ano passado, tendo em conta ape-nas os três tipos de materiais mais usuais, vidro, papel e embalagens.

Em 2010, os números dis-poníveis até ao momento - referentes ao volume de ma-teriais processados até Maio - indicam que foram proces-sadas 3.728 toneladas de vi-dro, 3.163 de papel e 1.711 de embalagens.

São números que impres-sionam e que fazem do Al-garve uma região que cada vez mais prova que aderiu à reciclagem, mas nem tudo são boas notícias. Reciclar é muito importante, reutili-zar os materiais também, e são formas eficazes de dar resposta ao problema dos resíduos até determinado ponto, mas o caminho não acaba aqui.

Uma nova consciênciaCada vez mais a solução

mais efi ciente para o problema dos resíduos passa por preve-nir a sua produção, isto é, ata-car o problema logo na origem e de forma preventiva.

São pequenos gestos diários aqueles que podem ter neste campo verdadeiros resultados e é por aqui que passa também

a actual política da ALGAR. Apostar cada vez mais na cons-ciencialização da população no sentido de dar este salto quali-tativo no combate aos resíduos, passar da reciclagem e reutili-zação para um novo patamar, o da diminuição na produção de lixo.

Ir ao supermercado e es-

colher as embalagens que usam menos materiais, por exemplo as mais pequenas e concentradas ou consumir fraldas reutilizáveis, implica que se produz menos resí-duos e que se terão de tratar depois menores quantidades, poupando recursos desde logo na fabricação, espaço

no armazenamento e investi-mento no tratamento fi nal.

Mas o maior contributo de cada um de nós para o sucesso desta nova fase de consciencialização da po-pulação algarvia para a ne-cessidade de produzir meno-res quantidades de resíduos, passa pela consciência de

cada um no que respeita às suas verdadeiras necessida-des de consumo.

A pergunta que nos deve-mos colocar quando estamos a comprar um produto é se temos verdadeiramente ne-cessidade de o adquirir.

É que quando o adquiri-mos estamos a participar na geração de resíduos desde o momento em que se produz o produto - energia, maté-rias-primas, entre outros – passando pela embalagem que temos de reciclar até ao momento em que o próprio produto em fi m de vida vai também para o lixo.

São muitos recursos, ma-térias-primas e dinheiro que se gastam para fazer um ci-clo completo de vida de um produto, desde a sua cria-ção até ao seu destino fi nal, depois de não ter qualquer valia para o comprador e os custos associados são eleva-díssimos, pelo que a questão é a de saber se temos mes-mo falta de cada coisa que compramos e até que ponto é que essa necessidade justi-fi ca tudo isto.

Uma nova consciência de consumidor, de poluidor e de cidadão é o que se pede e o que está em jogo é a quali-dade de vida e ambiental de todos nós.

ALGAR aposta numa nova consciênciaDiminuir a produção de resíduos é o novo paradigma da educação ambiental

23.288 toneladas de vidro, papel e embalagens foram pro-cessadas pela ALGAR em 2009

O ÓLEO que utilizamos para fritar a nossa comida pode ser valorizado através do seu aproveitamento como biodiesel, este é o projecto que a Algar resolveu abraçar e que está previsto para São Brás de Alportel.

A expectativa da Algar é poder produzir 500 mil litros de biodiesel a partir do óleo alimentar recolhido nos vários oleões do Algarve, combustível que se destinará exclusivamente a abastecer a frota da empresa, o que evi-tará o pagamento pela em-presa de Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos, que seria cobrado em caso de venda a terceiros.

O licenciamento para a construção da unidade de valorização energética de óleos alimentares “está praticamente concluído”, afi rma Luís Miguel Nunes, responsável da empresa. Mas o processo não foi pacífi co, tendo sofrido uma relocali-

zação, passando a integrar um complexo de estruturas que a Algar vai construir em São Brás de Alportel - que incluirá ainda uma central de tratamento anaeróbio de resíduos orgânicos e uma central de tratamento de resíduos metálicos volumo-sos – pelo que só agora será lançado novo concurso para a construção da unidade, depois de anulado o lança-do em 2009.

A escolha de São Brás de Alportel prende-se com a lo-calização mais central e com a concentração de unidades que trará vantagens opera-cionais à empresa.

A nova unidade de valo-rização de óleos alimentares implica um investimento de 800 mil euros, a que acres-ce o valor que a Algar prevê investir na aquisição de 200 novos oleões a colocar em várias localizações na região, um número que acresce aos já detidos pelas autarquias e

que estão a ser alvo de pro-tocolos cujo objectivo é inte-grar a totalidade dos oleões do Algarve no projecto da Algar.

Esta estratégia permitirá dar dimensão e viabilidade ao projecto que tem como objectivos fundamentais a recuperação de um resí-duo até agora tratado em muito pequenas quantida-des e sempre com recurso a unidades de valorização localizadas fora da região e, simultaneamente, baixar os custos operacionais da Algar associados ao consumo de combustível.

Para António Eusébio, presidente da autarquia de São Brás de Alportel, a vinda de este investimento adicional para o concelho representa uma mais-valia. A Algar concentra assim no concelho da serra algarvia mais de 20 milhões de eu-ros de investimento, que serão instalados no Parque

Empresarial de São Brás de Alportel, situado na zona da Mesquita.

O autarca realça o poten-cial de alavancagem destas infra-estruturas, quer como investimentos âncora do parque empresarial, quer como determinantes para a aceleração e promoção de sinergias no âmbito do in-vestimento a nível local.

Algar aposta na valorização de óleos alimentares

Climatização e renováveis

Harmoclima, o parceiroambientalA ÁREA da climatização e das energias renováveis constitui nos dias de hoje uma forte aposta, quer das pessoas nas suas casas, quer das empresas, que procuram diariamente a maximização da sua eficiência quanto à es-trutura de custos.

Nesta área onde a oferta é múltipla, o que pessoas e empresas procuram é cada vez mais o parceiro certo para a realização dos seus investimentos, que garan-ta qualidade dos sistemas a implantar, eficácia de serviço e garantias reais no acompanhamento pós-venda. Exigências que, no Algarve, têm uma resposta, Harmoclima.

A empresa, com sede em São Brás de Alportel, assente numa equipa plu-ridisciplinar e especializa-da apostada na máxima efi ciência junto dos clien-tes, dispõe de um variado leque de oferta na área da climatização e energias renováveis, o que a colo-ca numa posição de exce-lência para ser a resposta adequada a quem procura soluções neste sector.

A melhor tecnologiaRecorrendo à melhor

tecnologia e produtos dis-ponibilizados no mercado, a Harmoclima não poupa esforços em garantir a cada cliente uma solução por medida e um atendimento célere e personalizado.

As respostas encontradas pela Harmoclima são assim as melhores soluções, tendo em vista a protecção ambien-tal e os objectivos da redução de consumo de combustíveis e energias não renováveis.

Tudo numa clara esco-lha pelo que é melhor para o meio ambiente e para a conservação da biodiversi-dade, uma preocupação que a empresa cultiva.

Com obras em toda a região, que são a melhor prova dos resultados de excelência atingidos pelos profissionais da Harmo-clima, a empresa aposta na satisfação dos clientes como estratégia para o de-senvolvimento sustentado da sua actividade.

Porque escolher não é difícil quando se tem a res-posta certa para as melhores soluções do mercado, a es-colha certa tem um nome, Harmoclima.

d.r.

A TRIAGEM É UM DOS PASSOS DA RECICLAGEM

muito pequenas quantida-des e sempre com recurso a unidades de valorização localizadas fora da região e, simultaneamente, baixar os custos operacionais da Algar associados ao consumo de

António Eusébio, presidente da autarquia de São Brás de Alportel, a vinda de este investimento adicional para o concelho representa uma mais-valia. A Algar concentra assim no concelho da serra algarvia mais de 20 milhões de eu-ros de investimento, que serão instalados no Parque

vestimento a nível local.

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AGENTE OFICIAL

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A SECA DE 2005 pôs a nu de forma clara as difi culdades do Algarve no que respeita aos recursos para a disponibiliza-ção de água para abstecimen-to público, apesar da Águas do Algarve (AdA) ter conseguido abastecer de água a totalida-de da região em qualidade e quantidade, num esforço por todos reconhecido.

A seca tornou assim evi-dente a necessidade de cons-trução da Barragem de Ode-louca como garantia de maior fi abilidade no abastecimento de água à região e a AdA con-cluiu, este ano, com sucesso o projecto da maior barragem da região.

Os primeiros trabalhos no projecto de Odeluca começa-ram em 1972, mas só este ano – 38 anos depois – a barragem fi cou concluída.

A empreitada inicial arran-cou em 2001 com conclusão prevista para 2006, no entan-to, as obras estiveram paradas entre 2003 e 2007, devido a uma queixa apresentada pela associação ambientalista Liga Portuguesa de Protecção da Natureza em Bruxelas. (ver pá-gina ao lado).

Em 2007 a obra é entre-gue à AdA que a conclui em três anos, tendo a barragem entrado em funcionamento este ano.

Odelouca é a maior barra-gem do Algarve e, de acordo com Artur Ribeiro, adminis-trador da Águas do Algarve (AdA) – empresa responsável pela fase final de construção e

pela exploração –, “constituiu uma peça fundamental do Sist-ma Multimunicipal de Abaste-cimento de Água (SMMAAA)”.

São 157 milhões de metros cúbicos de água que Odelouca pode no máximo armazenar. Água que se destina primor-dialmente a abastecer os con-celhos de Vila do Bispo, Aljezur, Lagos, Monchique (brevemen-te), Portimão, Silves, Lagoa, Albufeira e parte do concelho

de Loulé, mas que pode satis-fazer o sotavento, em caso de necessidade, através da Estação Elevatória Reversível.

O sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água (SMMAA) conta água de cinco barragens, Bravura, Odelouca e Funcho, no barlavento, e com Odeleite e Beliche, no sotavento, o que permite contar com cerca de 362 milhões de metros cúbi-cos de capacidade de armazena-mento de água. (ver quadro)

Água em quantidadeOdelouca pode fornecer, no

seu pleno, 50 a 55 milhões de metros cúbicos de água por ano, uma quantidade calcula-da para necessidades a muito

longo prazo. A água é captada e depois levada através de um túnel até chegar ao adutor Fun-cho/Alcantarilha, situado na sa-ída da barragem do Funcho.

O túnel, com 8,5 quiló-metros e um diâmetro de 2,4 metros, tem capacidade para transportar 7,8 metros cúbicos de água por segundo e não se trata de um sistema de transva-se, uma vez que a água de Ode-louca nunca chega a entrar na Barragem do Funcho.

Depois de percorrer 12 qui-lómetros, a água bruta, assim denominada por se encontrar sem tratamento, dá entrada na Estação de Tratamento de Águas (ETA) de Alcantarilha, uma das quatro que compõem o SMMAA.

A água que dá entrada na ETA sofre depois tratamentos vários e rigorosos controlos de qualidade, sendo depois ar-mazenada para ser injectada no SMMAA de acordo com as necessidades.

A ETA de Alcantarilha pode produzir 259 mil metros cúbicos de água por dia, tendo um cau-dal de dimensionamento de três metros cúbicos por segundo.

A qualidadeOdelouca garante mais do

que água em quantidade, ga-rante a manutenção dos níveis de qualidade de excelência que a Águas do Algarve disponibi-liza em alta (pressão) aos mu-nicípios que depois a fazem chegar em baixa (pressão) a cada casa.

Uma água que é dispo-

nibilizada às Câmaras com níveis de qualidade verifi ca-dos laboratorialmente e que correspondem a padrões que estão muito acima dos valores exigidos por lei.

“A água da rede pública em alta no Algarve, que tenha-mos conhecimento, é a única que obteve uma certificação Produto Água para Consumo Humano no mundo”, realça Teresa Fernandes, responsá-

vel pela comunicação da AdA, e hoje representa “um motivo de orgulho para a região e para os algarvios, bem como, para a Águas do Algarve”.

A AdA testa a água que distribui, quer nos pontos de entrega, quer nas torneiras dos utilizadores, e os resulta-dos provam que a água tem excelentes níveis de qualida-de e que a ideia de que é uma água dura – muito calcária

– não passa de um mito.A obra de Odelouca cus-

tou mais de 64,2 milhões de euros e a componente am-biental do projecto implicou um investimento que ultra-passou os 11 milhões de eu-ros, valores importantes no total de 626 milhões de eu-ros de investimento previsto fazer pela AdA até 2013, o maior realizado no Algarve nas últimas décadas.

Odelouca garante água para todos

Milhões investidos dão autonomia no abastecimento de água

800 É o número de piscinas olímpicas que poderiam ser cheias com os mate-riais utilizados no paredão de terra de Odelouca

Barragens de origem da água para abastecimento humanoBarragem Odelouca Beliche Bravura Funcho Odeleite

Bacia Arade Guadiana Ribeiras Arade GuadianaHidrográfi ca do AlgarveInício 2010 1986 1958 1993 1997de operação

Capacidade 157 48 34 47 130total ①

Uso A B B B C

Área 780 292 285 360 720inundada (NPA) ②

Legenda:

① Capacidade total aproximada em milhões de metros cúbicos

② Valores expressos em hectares para o nível pleno de armazenamento

A AbastecimentoB Rega e abastecimentoC Reforço para Beliche

Dados: INAGConversão: 1 metro cúbico de água = a mil litros

OS PRIMEIROS PASSOS DO PROJECTO DE ODELOUCA FORAM DADOS EM 1972, HÁ 38 ANOS

①②

②②③ ③

Legenda:① Solo residual e materiais aluvionares② Enrrocamentos ③ Grauvaque e xisto ripáveis

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Medidas de protecção ambiental

Onze milhões de euros protegem ambiente em OdeloucaUMA QUEIXA sobre os impac-tos ambientais que Odelouca, interposta em Bruxelas levou a que a construção da barra-gem, até então da responsabi-lidade do Instituto Nacional da Água (INAG), estivesse pa-rada entre 2003 e 2007.

A queixa foi apresentada pela Liga Portuguesa de Pro-tecção da Natureza preocupa-da com os efeitos do projecto, situado nos concelhos de Sil-ves e Monchique e numa zona de relevo para a conservação da fauna e da fl ora típicas do Algarve, incluída na Rede Na-tura 2000.

No entanto, a seca de 2005, uma das maiores registadas no Algarve nas últimas déca-das, veio determinar a neces-sidade absoluta da barragem, que viria a ser considerada como um projecto de impe-rativo interesse público.

Foi dada luz verde ao pro-jecto, mas determinou-se a

obrigatoriedade de implemen-tar um conjunto de medidas ambientais de minimização e compensação do impacto da obra e da sua construção.

A estas medidas juntaram-se um conjunto de medidas de sobrecompensação, estudos complementares e monito-rizações, também impostas, que determinaram um custo total para a vertente ambien-

tal do projecto de 11 milhões de euros.

Valor assumido pela Águas do Algarve no âmbito das políticas de responsabilidade social e ambiental da empresa e que, entretanto, a empresa tem vindo a fi nanciar através de candidaturas a fundos comunitários que permiti-ram aliviar já boa parte dos custos.

A MEDIDA AMBIENTAL mais conhecida do projecto Ode-louca é o Centro de Repro-dução do Lince Ibérico (Her-dade das Santinhas).

O primeiro centro do país destinado à reprodução de uma das espécies mais ameaçadas da fauna nacio-nal e algarvia resulta das medidas de compensação ambiental e alberga linces vindos de Espanha que já se reproduziram, mas cujas crias não sobreviveram.

A esperança continua, acreditando-se que dentro em breve seja possível fazer vingar as primeiras crias de lince nascidas no nosso país.

Mais de 5,6 milhões de euros investidos pela Águas do Algarve num projecto de dimensão nacional e que poderá signifi car o regres-so do lince ibérico às terras algarvias, mas também a outras regiões onde a espé-cie é autóctone.

Esperança

O futuro do lince

UM DOS PROJECTOS mais relevantes nas medidas am-bientais previstas para a zona de implantação de Odelouca é a requalificação da galeria ripícola, habitats húmidos existentes nas margens dos diversos cursos de água que alimentam a barragem e que vão ficar submersos.

O objectivo da Águas do Algarve é estudar as galerias ripícolas existentes na zona de intervenção, a fauna e flora características e promover a requalificação e criação des-tes espaços de forma a manter as espécies identificadas.

A não inclusão da Ribeira de Monchique no âmbito da barragem permite também que as espécies mantenham um curso de água livre da acção do homem para o seu desenvolvimento.

Um programa de mo-nitorização destes habitats está também nos objectivos ambientais do projecto, me-didas que, no seu conjunto, se prevê venham a provar-se eficientes na salvaguarda ambiental e na manutenção da fauna e flora autóctones das áreas afectadas pelo es-pelho de água.

Galeria ripícola

Habitats recuperados apósenchimento

OUTRO DOS PROJECTOS ambientais associados à Barragem de Odelouca é o de protecção da águia de Bonelli, uma das espécies protegidas pela Directiva Aves da União Europeia e que em Portugal está gra-vemente ameaçada.

A ave de rapina, tem como base de alimentação o coelho bravo e a Águas do Algarve está a levar a cabo um plano de desen-volvimento da espécie ga-rantindo a alimentação do predador.

A protecção das árvores de grande porte onde nidi-fi ca a águia de Bonelli e a construção de ninhos arti-fi ciais capazes de atrair a ave para a zona de intervenção são outras das medidas para proteger a espécie.

Avifauna

Projecto protege águia de Bonelli

157 Milhões de metros cúbi-cos é a capacidade máxi-ma de Odelouca

130 Milhões de metros cúbicos é a capacidade máxima da Barragem de Odeleite

102 É a cota máxima de arma-zenamento de Odelouca

A BARRAGEM DE ODELOU-CA é uma barragem de ter-ra zonada, o que significa que o paredão que segura as águas contidas na albu-feira é feito de materiais geológicos.São dois mi-lhões de metros cúbicos de materiais - o suficiente para encher 800 piscinas olímpi-cas - entre xisto e materiais aluvionares (trazidos pelas águas), gauvaque, rochas, pedra, argila e terra entre outros.

Protegido por um enrrocamento feito de rochas, o paredão, que tem núcleo de argila, re-siste à força da água que arrastaria os materiais de menores dimensões.

O paredão eleva-se 76 metros acima do terreno natural e tem uma exten-são de 420 metros de com-primento por 11 metros de

largura cruzado por uma estrada.

Quando atingir o nível de pleno enchimento a barragem terá água qua-tro metros abaixo do topo do paredão que foi calcu-lado para, no caso de se verifi car uma cheia igual à maior dos últimos cinco mil anos, fi car 2,69 metros acima do nível da água ainda que uma das com-portas esteja avariada.

Odelouca dispõe de um descarregador de cheia com três comportas e um salto de sky de 21,5 metros de comprimento. Esta obra em particular serve para amortecer a força da água resultante das descargas e permite que a água ao atingir o leito da ribeira a jusante não arraste os ma-teriais pondo em causa a estabilidade do paredão.

Paredão de terra segura barragem

80 É a cota de armazenamen-to actual de Odelouca

18,9% Barragem do Funcho

5,7% Barragem da Bravura

54% Barragens de Odeleitee Beliche

14,4% Furos subterrâneos

5,8% Pré ensecadeirade Odelouca

COMPARAÇÃO DE GRANDEZA:

O AMBIENTE FOI UMA DAS PREOCUPAÇÕES DO PROJECTO

d.r.

d.r.

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COTAS DE ENCHIMENTO DE ODELOUCA:

ORIGEM DA ÁGUA QUE BEBE-MOS EM 2008:

①②

②②③ ③

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Hotelaria e ambiente são realidades conciliáveisVila Galé Albacora um exemplo ambiental

A HOTELARIA é muitas vezes vista como inimiga do am-biente e no Algarve a análise feita por muitos relativamente aos impactos ambientais desta actividade não é diferente, em particular pela pressão urba-nística que coloca em zonas especialmente sensíveis.

A indústria hoteleira pro-cura as melhores localizações, as vistas paradisíacas, as zonas

ribeirinhas e de costa ou os melhores locais do interior do Algarve e estas áreas são muitas das vezes áreas protegidas pe-los mas diversos instrumentos de defesa ambiental.

Mas será possível conciliar o desenvolvimento de projectos hoteleiros com a qualidade e sustentabilidade ambiental? Defi nitivamente, sim, e a pro-va de que a resposta positiva é

a correcta está nalguns exem-plos que, a nível regional, de-monstram como a actividade hoteleira não só pode ser con-ciliável com o ambiente, como pode ser ela mesma fomenta-dora da melhoria da qualidade ambiental.

Um dos exemplos de como se pode construir e gerir um hotel no estrito respeito pe-las regras ambientais é dado

pelo Grupo Vila Galé, um dos maiores grupos hoteleiros portugueses, através do Hotel Vila Galé Albacora, situado em Tavira.

A unidade hoteleira gerida por Bruno Martins, situa-se na zona de salinas de Tavira, junto das Quatro-Águas e em pleno Parque Natural da Ria Formo-sa, tendo resultado da recupe-ração e reconversão do Arraial

Ferreira Neto, uma arraial típi-co da pesca do atum.

O projecto do Vila Galé Albacora teve desde logo a virtude de recuperar o arraial piscatório votado ao abando-no, numa intervenção que co-briu uma área total de 21 mil metros quadrados, tendo in-tervencionado no âmbito da obra inicial a área adjacente à unidade e recuperando as-sim uma zona também ela degradada.

A unidade desenvolveu-se com a preocupação de criar uma importante área verde interna, o que levou à criação de uma área de jardins de cin-co mil metros quadrados, onde até tem lugar uma pequena horta destinada à produção de ervas aromáticas utilizadas na cozinha do hotel.

A gestão sustentávelBruno Martins destaca o es-

forço feito pela equipa do Vila Galé Albacora no sentido de permitir uma gestão da unida-de ambientalmente sustentável, bem como na consciencializa-ção de colaboradores e clientes no que respeita às questões de respeito pelo meio envolvente e pela qualidade ambiental.

Assim, foram realizadas obras e alterações no hotel no sentido de gerar uma impor-tante poupança de recursos, através de colocação de células fotoeléctricas para gerir a ilu-minação, lâmpadas de baixo consumo, instalação de rega gota-a-gota nos jardins, im-plementação de um sistema de gestão de uso de detergentes e de utilização de recursos na lavandaria.

Medidas a que se juntaram a redução dos resíduos enviados

para aterro, resultado de uma política de reciclagem de lixos maximizada e uma aposta na formação constante dos cola-boradores nas temáticas rela-cionadas com o ambiente.

Uma política de preocupa-ção ambiental que já deu frutos do ponto de vista da economia fi nanceira da unidade mas que, acima de tudo, garantiu ao ho-tel a certifi cação LiderA, reco-nhecendo do ponto de vista da construção e gestão ambiental sustentável dos espaços edifi ca-dos uma efi ciência da unidade superior em 50% ao valor de referência internacional para a acatividade hoteleira.

A melhoria ambiental determinada pela hotelariaEntretanto, nem só de mi-

nimização de impactos se faz o percurso ambiental do Vila Galé Albacora. A unidade, pela mão de Bruno Martins encontra-se envolvida numa multiplicidade de acções que visam a preservação e criação de mais-valias ambientais.

A recuperação da estação de tratamento de águas residuais situada nas salinas junto ao ho-tel no âmbito de um projecto de birdwatching encontra-se já em andamento, o que per-mitirá devolver à natureza e à fruição humana um espaço há muito degradado.

A avifauna benefi ciará so-bremaneira deste projecto a que o hotel se associou desde a primeira hora e a que soma outro desafi o, a renaturaliza-ção da zona a sul da unidade, um projecto que promete aju-dar a mudar a face de toda a envolvente do hotel do Grupo Vila Galé.

ASPECTO DO INTERIOR DO VILA GALÉ ALBACORA

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É O ROSTO DA COMUNICAÇÃO DA ÁGUAS DO ALGARVE. DESDE O INÍCIO DEDICADA AO PROJECTO, FALÁMOS COM QUEM CONHECE A REALIDADE DA EMPRESA COMO POUCOS, CONHEÇA A ÁGUAS DO ALGARVE PELAS PALAVRAS DE TERESA FERNANDES

Ambiente & Energias Reno-váveis - Que balanço faz da actividade da Águas do Al-garve (AdA) desde o início até agora?

Teresa Fernandes - A AdA nasceu em 2000, mas existe um trabalho prévio realizado pelas duas empresas que se fundiram para criar a AdA - Águas do Barlavento e Águas do Sotavento algarvio - que não pode nem deve ser ignorado. Todavia, considero que nestes dez anos a AdA desenvolveu trabalho muito positivo e com refl exos determinantes no de-senvolvimento sustentável da nossa região.

A AdA desenvolve a sua acti-vidade em duas áreas distintas que se complementam, o abas-tecimento de água para consu-mo (em alta) e o tratamento dos efluentes domésticos, no entan-to, a área onde as pessoas, em geral, mais notam os efeitos do trabalho realizado é na qualida-de da água que é disponibiliza-da aos consumidores.

Qual é a grande diferença hoje no que respeita à água que consumimos na região?

Em 2000 a noção que os re-sidentes no Algarve, tal como os turistas que nos visitam, tinham acerca da água dis-ponibilizada para o consumo humano era de uma água de péssima qualidade.

Tratava-se de uma água com muita intrusão salina, o que lhe dava um sabor salobro, e com a presença de níveis muito elevados de nitratos - resultan-tes da adubação dos terrenos agrícolas que contaminavam as captações subterrâneas de água - e que apresentava, não raras vezes, sabor e coloração não condicentes com uma água de qualidade.

Hoje, a água abastecida no Algarve é de excelente quali-dade e os receios relativamen-te ao seu consumo e à sua qua-lidade estão defi nitivamente afastados.

Qual foi a principal alteração que permitiu esta melhoria tão signifi cativa?

Foi efectuado um avultado investimento na Região para a implementação do Sistema Mul-timunicipal de Abastecimento de Água do Algarve (SMMAA), com a consequente e principal alteração que foram as fontes de captação de água. A AdA deixou de utilizar as águas de origem subterrânea, nomeadamente dos furos artesianos que per-tenciam ao municípios, tendo iniciado a captação em águas de origem superficial provenientes das barragens da região.

Como a serra algarvia não apresenta fontes de poluição, a água das barragens, situadas nesta zona, é de muito boa qua-lidade, o que permite ter uma matéria-prima de excelência que, depois de tratada nas nos-sas Estações de Tratamento de Águas (ETAs), alcança níveis de qualidade elevadíssimos, aliás, ao que sabemos a água forneci-da pela AdA é a única água do mundo certificada para consu-

mo humano, o que constitui um orgulho para a empresa.

O MITO DA ÁGUA DURA

As pessoas continuam a dizer que a água é uma água dura. Isto é um facto ou um mito?

Será certamente um mito. Infelizmente, temos noção de que o consumidor ainda não se consciencializou comple-tamente da qualidade real da água que é abastecida na rede pública e que chega até casa de todos nós.

Recordo-me, por exemplo, que em determinada0 altura a AdA teve a necessidade de tor-nar a água que fornecia “menos

macia”, porque por ser tão fi na provocava desgaste na cober-tura calcária interna das con-dutas mais antigas da rede em baixa, provocando contínuos “rebentamentos”.

A somar a estes exemplos, a verifi cação da qualidade da água feita por análises labora-toriais coloca a água disponi-bilizada pela AdA muito acima das exigências legais.

Existe uma substancial dife-rença entre a água fornecida pela AdA aos municípios e aquela que chega às torneiras das pessoas?

A água que chega à casa das pessoas é uma água de eleva-díssima qualidade.

A qualidade da água que a AdA disponibiliza em alta é tal que, ainda que as condutas mais antigas, quer pela sua ida-de, quer pela sua tipologia, pos-sam fazer baixar ligeiramente a qualidade, a diferença não põe em causa a qualidade do produto no consumidor fi nal, os testes que fazemos habitu-

almente nas redes em baixa (centros de saúde, escolas, mer-cados, etc) provam-no.

Por outro lado, as autarquias têm feito um esforço notável na reconversão das condutas de abastecimento em baixa, pondo assim termo, quer às perdas de água, quer às razões de uma eventual diminuição da qualidade da água.

MILHÕES DE EUROS PARA UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA

O investimento feito é muito avultado. Qual é a situação actual?

De facto, tem sido desenvol-

vido um grande investimento nos últimos dez anos, de forma a que a nossa Região fique to-talmente servida, quer quanto à rede de abastecimento de água, quer no que se refere à rede de tratamento de efluentes domés-ticos. O SMMAA cobre neste momento 98,5% da região e o sistema de saneamento cerca de 95% da região, um investimento que implicará 625 milhões de euros até 2013 e que neste mo-mento atinge os 370 milhões.

No montante que ainda fal-ta investir estão incluídas duas grandes Estações de Tratamen-to de Águas Residuais (ETARs) que implicam verbas muito avultadas, a ETAR da Compa-nheira em Portimão e a ETAR Nascente de Faro.

Parte relevante deste investi-mento foi empregue no inte-rior do Algarve, onde o retor-no será muito difícil, como é que analisam esta situação?

O investimento feito para le-var o SMMAA e o SMSA (Sistema Multimunicipal de Esgotos) ao interior do Algarve teve a afecta-ção de verbas avultadas que não serão necessariamente recupe-radas, mas desde logo essa não foi a intenção da AdA.

O nosso objectivo é levar água, e efectuar o tratamento dos efl uentes domésticos das populações residentes no bar-rocal, com a mesma qualidade do serviço que é disponibili-zado às populações no litoral, promovendo assim a igual-dade entre as várias zonas e populações do Algarve, me-lhorando também a qualida-de de vida e desenvolvimento económico/social no interior da região.

Para nós, todos os municí-pios têm igual importância e, consequentemente, idêntico tipo de relacionamento, pois todos têm os mesmos direi-tos e obrigações, quer sejam pertencentes ao barrocal ou ao litoral.

O AMBIENTE

Como é que a AdA se vê en-quanto actor ambiental na região?

A Águas do Algarve assume-se desde sempre como uma em-presa amiga do ambiente, tendo inerente em todas as suas activi-dades uma atitude responsável e consciente. A minimização dos impactes ambientais pro-vocados pela nossa actividade é também uma constante

Há um esforço contínuo que é efectuado durante todos os nossos trabalhos, como seja a implantação das condutas, construção de infra-estruturas, durante a construção da Barra-gem de Odelouca, também no que respeita à minimização dos impactos ambientais e implementação das medidas de compensação e sobre com-pensação, a AdA tem um papel muito importante no que toca a questões ambientais no domí-nio do SMSA.

Neste aspecto, a AdA conse-guiu desde 2004 uma melhoria muito significativa na qualida-de de tratamento dos efluentes domésticos da região, através da requalificação e construção de várias ETARs, o que permi-te que o efluente devolvido ao meio ambiente seja de muito boa qualidade, não afectando o meio receptor, as águas da costa algarvia, da Ria Formosa, ou dos rios. Exemplo disso é o aumento das praias com ban-deira azul da Europa, as quais têm agora uma água balnear de excelente qualidade

A qualidade ambiental é assim hoje muito melhor do que era antes, o que é termi-nante para a qualidade de vida dos residentes e dos visitantes da região e para a preservação ambiental.

Como está o processo de re-aproveitamento da água das ETARs?

A AdA está praticamente em

condições de disponibilizar a água tratada resultante das ETARs para fi ns de reutiliza-ção, nomeadamente na rega de espaços verdes e de campos de golfe, uma área que poderá a médio prazo ser uma impor-tante medida de diminuição dos consumos de água potá-vel para consumo humano e que depende neste momento apenas da iniciativa privada avançar no sentido de utilizar este novo meio de aquisição da água para rega.

A educação ambiental é uma componente fundamental da actividade da AdA, de que forma leva a empresa esta responsabilidade a bom termo?

Relativamente à educação ambiental, apesar de comuni-carmos para as várias faixas etárias da população, a gran-de preocupação está na for-mação e informação das ca-madas mais jovens, de forma a garantir, antes de mais, o seu desenvolvimento consciente face às questões da água e da protecção do ambiente, mas também, de forma a levarmos a informação até aos adultos, pois as crianças são um veícu-lo de comunicação excepcio-nal e privilegiado junto das famílias.

O valor investido na área da educação ambiental pela AdA não é signifi catiuvo, mas é o sufi ciente para os objecti-vos a atingir. Uma sufi ciência que resulta de uma aplicação criteriosa dos recursos disponí-veis e das parcerias que fomos desenvolvendo com diversos organismos e entidades, como é o caso da Direcção Regional da Educação, promovendo com as diversas escolas visi-tas às nossas infra-estruturas, dando a conhecer por dentro a realidade do ciclo urbano da água nos dias que correm, da nascente até à devolução ao meio ambiente.

TERESA FERNANDES JUNTO A ALGUMAS DAS CERTIFICAÇÕES DE QUALIDADE ATRIBUÍDAS À EMPRESA

TERESA FERNANDES ESTÁ NA EMPRESA DESDE O INÍCIO

Águas do Algarve, a empresa vista por dentro

Conheça a empresa responsável pela água que bebemos e pelo tratamento dos nossos esgotos

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As energias renováveis de-vem ser a grande aposta do Algarve?

Marc Rechter – A crise vem impor-nos uma nova maneira de pensar como consumimos e produzimos energia, como vivemos os recursos que exis-tem e que estão a ser reduzidos rapidamente. O nosso projecto, Algarve Energy Park, tem mui-to a ver com a tecnologia que será sempre a grande resposta aos desafi os do consumo que temos hoje, tecnologia essa que nos vai permitir substituir os recursos que actualmente con-sumimos. Um sector que está em crescimento é o das ener-gias renováveis. Portugal, nos últimos dez anos, tem criado uma posição interessante nes-ta área, já que o Governo tem vindo a criar políticas que têm incentivado o uso deste tipo de energias. Portugal tem vindo a gerar cada vez mais energia limpa, o que tem implica-do um grande investimento. Como exemplo disso, em Mora, no Alentejo, temos o maior par-que fotovoltaico do mundo. No entanto, a maioria dos painéis solares foram comprados à China, ou seja, os subsídios que o Estado português está a dar estão a estimular o crescimento tecnológico chinês. O que nós estamos a propor é uma forma de utilizarmos melhor o di-nheiro investido pelo Governo, investigando tecnologia nossa, para ganharmos know-how na área das energias renováveis. Temos que criar uma plata-forma para atrair vários novos

actores que possam colaborar e desenvolver áreas específi cas no sector da energia solar.

Carlos Mascote – O século XXI vai trazer problemas de energia e água. As energias renováveis estão a aparecer como salvado-ras do mundo e também não são inócuas do ponto de vista ambiental, pois têm proble-mas de ruído e de transporte. Só para terem um exemplo, o ponto de entrega do parque eólico do barlavento algarvio, fi ca a 27 quilómetros do ponto de produção. A questão tecno-lógica é muito importante e Portugal tem de deixar de ser utilizador passivo das energias renováveis para ser produtor dessa mesma energia. Tem de atrair empresas que produzam essas mesmas tecnologias. No Algarve, o solar térmico é das energias mais rentáveis e pode ser uma oportunidade para a região. Até já há um projecto-piloto para Tavira.

Jorge Botelho - Tavira é o con-celho do país com maior expo-sição solar e há um conjunto de investidores que querem apostar em painéis solares no nosso concelho, mas não temos dimensões necessárias para as instalar. É difícil encontrar uma propriedade que tenha 100 hectares. Andamos então à procura dos terrenos.

Na minha opinião, a energia fotovoltaica e eólica são o fu-turo do Algarve. Acredito que mais parques podem aparecer, e no solar, parece-me que mes-mo sem os apoios que o gover-

no está a retirar, acredito que alguma coisa há-de acontecer. Até mesmo a população já tem a consciência da importância da energia alternativa.

José Guerreiro - Produzir energia fotovoltaica é o que a Rolear tem feito signifi cativa-mente nos últimos dois anos. Agarrámos esse nicho de mer-

cado e sentimos que havia aqui um problema. Os produ-tos estão demasiado caros no mercado face ao que se conse-gue produzir. Se não houver subsídios, como é que isto vai funcionar? Quando deixar de haver a subsidiação do Estado como é que se vai falar em re-nováveis? Temos de investir na tecnologia para baixar o preço na produção.

Margarida Magalhães – É óbvio que não vamos deixar os combustíveis fósseis para usar só as energias renováveis num estalar de dedos. Até porque ainda é muito caro produzir energia renovável. Mas será o gás natural a grande potencia-lidade do Algarve?

Tem o Algarve capacidade para investir na criação de tecnologia para energias re-nováveis?

Luís Inês – Acho que o Al-garve deveria ter uma parceria com a Universidade na área das

energias renováveis. Seria uma parceria interessante nessa área, pois está aqui um cluster em que se deveria apostar. Quando estas energias conseguirem vi-ver sem subsidiação e entrarem em fase de exploração, era bom que dominássemos essa tecno-logia e não nos limitássemos a ser consumidores.

Rui André – Para Monchique estava prevista uma Central de Biomassa. Apesar de não ser economicamente viável para o produtor, para o concelho seria a solução de muitos problemas. Ia diminuir o material combus-tível nas fl orestas, aumentar a criação de empregos e só não avança porque a tarifa não é muito sustentável. Porque falar em energias renováveis não é falar em energia mais bara-ta. É bom que cada vez mais, a forma de produzir energia renovável se vá modernizando para ser a mais barata.

Carlos Mascote – O primeiro problema que temos de re-

Ambiente e energias renováveis:

A nova aposta do Algarve?Ambiente e energias renováveis como motor de desenvolvimento regional. Sob este o tema, o POSTAL juntou à mesma mesa os principais protagonistas na área do ambiente do Algarve. Foi no restaurante do Hotel Vila Galé Albacora, em Tavira, que as entidades públicas e privadas discutiram a importância de apostar no sector para o desenvolvimento da região e do país.

A MESA DO ALMOÇO-DEBATE PROMOVIDO PELO POSTAL SOBRE AMBIENTE & ENERGIAS RENOVÁVEIS

OUTRO ASPECTO DA MESA NO ALMOÇO-DEBATE PROMOVIDO NO HOTEL VILA GALÉ ALBACORA EM TAVIRA

cátia henriques

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A MESA DO ALMOÇO-DEBATE PROMOVIDO PELO POSTAL SOBRE AMBIENTE & ENERGIAS RENOVÁVEIS

Ambiente e energias renováveis:

A nova aposta do Algarve?

solver é o da racionalização de consumos, para podermos baixar custos. Por outro lado, temos de deixar alguns pre-conceitos. O mix energético tem de vir de vários sítios. Não podemos apostar tudo num ca-valo só. Nós que importamos a maior parte da energia que consumimos, não podemos colocar nenhuma possibilida-de de fora.

Lanço um desafi o: coloquem na factura a opção das pessoas

poderem escolher a energia que querem usar, renovável ou eléctrica. Vão ver que se calhar ninguém quer a renovável, por-que é muito mais cara. Temos de criar um mix onde entrarão todos os tipos de energia. Não excluo nenhuma, pois não po-demos esquecer que o país não tem recursos.

Rui André - Era bom que essa opção de escolha fosse possível. No caso da energia, não sei se

será possível as pessoas esco-lherem o tipo de energia que querem utilizar.

Luís Miguel Nunes - Em Portu-gal, ainda existe um grande en-trave aos projectos das energias renováveis. Fazem-se estudos de projectos viáveis que depois não são autorizados. E o pro-blema das autorizações mata à nascença muitos projectos.

Rui André - O concelho de

Os intervenientes

Sara Duarte Administradora da FuTurBio

Monchique e o interior do Algarve têm muita potencia-lidade. Para terminar, queria apenas sugerir que o Algarve devia pensar enquanto uma região competitiva e elaborar uma estratégia conjunta com os diversos players para criar um novo posicionamento na área das energias renováveis.

Margarida Magalhães - O Algarve tem potencial inte-ressante nestas matérias e a CCDR tem todo o interesse em colaborar com investimentos que tenham a ver com ener-gias limpas, turismo susten-tável e de natureza. Enquanto representante da CCDR, acho que será importante melho-rarmos as ferramentas que te-mos para análise de projectos e estudos de impacto ambien-tal. Temos de nos empenhar para que essas amostras se-jam mais efi cazes.Quero também sublinhar aqui, que está aberto o siste-ma de incentivo à qualifi cação e internacionalização de em-presas na área dos projectos de energia solar para peque-nas e médias empresas.

Como é que resolvendo o pro-blema do lixo, acabamos por ajudar a resolver o problema da energia?

Luís Miguel Nunes – Cada vez mais, o lixo é entendido não como um problema mas como um produto. Há dez anos atrás, pouca gente sabia o que era feito aos resíduos. Hoje em dia, praticamente to-dos os resíduos que temos em casa têm tratamento distinto. E grande parte deles tem apro-veitamento energético. Actualmente, os resíduos que são produzidos no Algarve já produzem energia. A Algar tem funcionando num dos seus aterros uma unidade de biogás que aproveita esse bio-gás extraído do aterro. Neste momento, produz duas vezes mais energia do que aquela que consome em toda a sua actividade. Brevemente, vai tri-plicar esta capacidade e vamos ainda implementar o mesmo sistema em outro aterro em Loulé.

Além da questão do bio-gás, também há a questão do biodisel. A Algar está a implementar um sistema de recolha selectiva para desviar resíduos que passarão a ser matéria-prima.

Qual a importância do am-biente para o desenvolvimen-to do turismo algarvio?

Jorge Botelho - Na minha opinião, a vertente da susten-tabilidade ambiental é um factor crítico de sucesso para o Algarve e nós queremos estar na primeira linha da sustenta-bilidade ambiental. Não quere-mos massifi car esta terra, mas preservá-la, reabilitando-a. Em Tavira, em nome do ambiente, há muita coisa que não está feita. O problema é que vamos a outros sítios e vemos coisas que também não deviam ter acontecido.

Rui André – Na área do Turis-mo, no Algarve, houve desde sempre uma aposta estratégi-ca em vender o produto Sol e Mar que tem uma oferta muito competitiva em outros países, mas o Algarve Sol e Mar já não é muito vendável. É necessário alargar a nossa oferta, apostan-do por exemplo no Turismo de Natureza. Em Monchique, te-mos a intenção de apostar forte em passeios pedestres, despor-tos de natureza, mas é preciso mais do que isso e a Câmara tem de dar o exemplo, com um uso melhor e mais sustentável dos seus recursos.

Sara Duarte - Na área do tu-rismo também temos uma em-presa de animação e queremos criar um turismo de proximi-dade, levando os turistas às pessoas e junto do ambiente. Para isso temos que trabalhar junto com as autarquias e as entidades têm que se aperceber que esse é o caminho.

Luís Inês - Somos uma empre-sa com muitos anos de certifi -cação energética. Na área do desenvolvimento sustentável, temos que apostar no desenvol-vimento das energias renová-veis. O sector imobiliário daqui a uns tempos em vez de gerar receitas vai canalizá-las só para a sua conservação. Reparem que hoje em dia, no Algarve, há muitos hotéis que estão em cima de infra-estruturas liga-das ao mar. De vez em quando, faço a costa algarvia de barco e é incrível que cada vez que vou, vejo mais construção em cima das falésias. A vista do Algarve através da costa é pavorável. Temos políticas que impedem coisas que deviam acontecer e situações que não deviam acontecer, acontecem. ALGUNS DOS INTERVENIENTES NO DEBATE PROMOVIDO PELO POSTAL

Rui AndréPresidente da Câmara de Monchique

Luís Miguel NunesEngenheiro da Algar

Marc Rechter Administrador do Algarve Energy Park

Luís InêsAdministrador da Infraquinta

JoséGuerreiroAdministrador da Rolear

Jorge Botelho Presidenteda Câmarade Tavira

CarlosMascote Direcção Regional de Economia

Margarida Magalhães Vice-presidenteda CCDR

cátia henriques

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