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Amendoim Zine #2

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Ficamos felizes em organizar outra edição do ZINE AMENDOIM, por ser uma segunda edição, simplesmente, e podermos levar à frente este feto que nos agrada e chuta. Este trabalho feito pragmaticamente real, tornado; vivo e visível e roto, no canto da esquina com avenida..

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VOLUME 02

ZINE

VOLUME 02

ZINE

editorial

[Que é do amendoim?

Ficamos Felizes em organizar outra edição do zine amendoim, por ser uma segunda edição, simples-mente, e podermos levar à Frente este Feto Que nos agrada e chuta.este trabalho Feito pragmaticamente real, tornado;vivo e visível e roto, no canto da esQuina com avenida;com proposta:ressaltando a vocação de acumuladorde conhecimento em todas as partes, por “n” ou “l” direções -com o centro de tudo em seu mundo - o ser humano Que pensa e senteenQuanto vive e produz,até arte.o “2” das práticas e sonhos - o amendoim há de ser aberto e concen-trar, pra divulgar variavelmente artes e traços, nacos de gente.(talvez uns pedaços podres, mal diges-tivosporQuê indigestos(?))monções de entranhas Que inundam páginas,transbordam aos olhose Quem sabe imortalize o mundo.o amendoim é registro, para registrar a abertura do registro -é liberar a vazão;registre-se e cuspa o seu Que há no mundo.Fizemos campanha de recolhimento de materiale, não negamos, selecionamos. aprende-mos também.(houve excelentes textos Que não puderam entrar)e para encaixar tudo enQuanto elemento inteiro de diversidades - uns “sins”, outros não; e alguns “Que pena”.

Meu afã

E venho, novamente, me contar (como não me canso?)Insisto nesse torpe afã(esgoto-me)Afim, de quem sabe, as luzes da manhãVenham me libertar

Rogo um tempo onde a claridade me acompanhaUm tempo em que o véu se desfaça E eu, farto de ser minha caça Corrobore com os superficiais intentos

Sinto encorpar-se a questão:Será que quero me falar?Será que todas minhas palavras, pretéritas,por fim, foram em vão?Ou melhor: vãs!

Há quem diga (eu para mim mesmo)Que essa luta constitutivaEssa guerra internaNão passa de ilusão intuitiva...Que meu intento veritus A quem dou muitos méritos Não é nada além de mais uma máscaraQue me encara carrancuda a dizer-me:Não há verdades para você:Não há verdades para você

também Quisemos Qualidade e coesão com o conjunto(e aQuela transgressão tbm sempre pode rolar).soluções pensadas, contatos Feitose a proposta é crescer e multiplicar.curtimos o balançar das redes, das ondasdo mar, do cabelo da morena;adoramos, poetas, a saudadee a itinerância entre idéias e amigos.podem passar para uma visita,temos email e até página de Face-book,amendoimpodem se interessar em produzir e distribuire QualQuer vir.abraços e beijos e letrasetraços e barro e verbo e berro.

Vinícius Amaral

editorial

[Que é do amendoim?

Ficamos Felizes em organizar outra edição do zine amendoim, por ser uma segunda edição, simples-mente, e podermos levar à Frente este Feto Que nos agrada e chuta.este trabalho Feito pragmaticamente real, tornado;vivo e visível e roto, no canto da esQuina com avenida;com proposta:ressaltando a vocação de acumuladorde conhecimento em todas as partes, por “n” ou “l” direções -com o centro de tudo em seu mundo - o ser humano Que pensa e senteenQuanto vive e produz,até arte.o “2” das práticas e sonhos - o amendoim há de ser aberto e concen-trar, pra divulgar variavelmente artes e traços, nacos de gente.(talvez uns pedaços podres, mal diges-tivosporQuê indigestos(?))monções de entranhas Que inundam páginas,transbordam aos olhose Quem sabe imortalize o mundo.o amendoim é registro, para registrar a abertura do registro -é liberar a vazão;registre-se e cuspa o seu Que há no mundo.Fizemos campanha de recolhimento de materiale, não negamos, selecionamos. aprende-mos também.(houve excelentes textos Que não puderam entrar)e para encaixar tudo enQuanto elemento inteiro de diversidades - uns “sins”, outros não; e alguns “Que pena”.

Meu afã

E venho, novamente, me contar (como não me canso?)Insisto nesse torpe afã(esgoto-me)Afim, de quem sabe, as luzes da manhãVenham me libertar

Rogo um tempo onde a claridade me acompanhaUm tempo em que o véu se desfaça E eu, farto de ser minha caça Corrobore com os superficiais intentos

Sinto encorpar-se a questão:Será que quero me falar?Será que todas minhas palavras, pretéritas,por fim, foram em vão?Ou melhor: vãs!

Há quem diga (eu para mim mesmo)Que essa luta constitutivaEssa guerra internaNão passa de ilusão intuitiva...Que meu intento veritus A quem dou muitos méritos Não é nada além de mais uma máscaraQue me encara carrancuda a dizer-me:Não há verdades para você:Não há verdades para você

também Quisemos Qualidade e coesão com o conjunto(e aQuela transgressão tbm sempre pode rolar).soluções pensadas, contatos Feitose a proposta é crescer e multiplicar.curtimos o balançar das redes, das ondasdo mar, do cabelo da morena;adoramos, poetas, a saudadee a itinerância entre idéias e amigos.podem passar para uma visita,temos email e até página de Face-book,amendoimpodem se interessar em produzir e distribuire QualQuer vir.abraços e beijos e letrasetraços e barro e verbo e berro.

Vinícius Amaral

Aedo

Somos poetas mortos. Sepultados num perfume de lótus, Derrotados pela morfina dos tempos. Sinais da derrocada, nossa sina. A lua nega sua face clara e fria, Abandona a poesia à sua sorte Não se importa com o imperfeito. Só quer alguém que aposte. O sol fechou seu branco pranto. Em nuvens esparsas, negro manto, Desdenha tudo, e, por agora, Se faz de cinza pra ficar mudo. Da terra? Nenhum fruto, Nem flor possui en-canto. Seus odores, finados santos, Privados dos belos sonhos. A humanidade, diabo brando, Essa, sim! Vive sobre destroços. Das canções nunca entoadas, Pelos profetas dos escombros. Morre aqui um degenerado! Mais uma aedo em desgraça, Há de encontrar, um dia, ao lado, Um verso nulo, engatilhado.

P.Smith

P.Smith

Paulo victor castor

P.Smith

Aedo

Somos poetas mortos. Sepultados num perfume de lótus, Derrotados pela morfina dos tempos. Sinais da derrocada, nossa sina. A lua nega sua face clara e fria, Abandona a poesia à sua sorte Não se importa com o imperfeito. Só quer alguém que aposte. O sol fechou seu branco pranto. Em nuvens esparsas, negro manto, Desdenha tudo, e, por agora, Se faz de cinza pra ficar mudo. Da terra? Nenhum fruto, Nem flor possui en-canto. Seus odores, finados santos, Privados dos belos sonhos. A humanidade, diabo brando, Essa, sim! Vive sobre destroços. Das canções nunca entoadas, Pelos profetas dos escombros. Morre aqui um degenerado! Mais uma aedo em desgraça, Há de encontrar, um dia, ao lado, Um verso nulo, engatilhado.

P.Smith

P.Smith

Paulo victor castor

P.Smith

Quatro e quarenta e quatroManhã, morte, sonho.Acordo em sobressaltoTriste acordar mortoCadê o sangue derramadoE o asfalto?

Os ladrões dormemCom meu sonho em posseNem tossir eu possoSem me lembrar da sorte

O vermelho despertador...Em repente lacrimalTalvez um grito, um sinal,Da minha febre, fundo corte,Que dói e arde fundamental.

Ai vida, tão melhor tua ausência!O verminar do que é fatalDiante de tua face ingrataSinceridade visceral.

Talvez...Alguma noite destas oníricasConsiga enfim, viver a morte,Até o final.

P.Smith e H.Coral

Paulo victor castor

Quatro e quarenta e quatroManhã, morte, sonho.Acordo em sobressaltoTriste acordar mortoCadê o sangue derramadoE o asfalto?

Os ladrões dormemCom meu sonho em posseNem tossir eu possoSem me lembrar da sorte

O vermelho despertador...Em repente lacrimalTalvez um grito, um sinal,Da minha febre, fundo corte,Que dói e arde fundamental.

Ai vida, tão melhor tua ausência!O verminar do que é fatalDiante de tua face ingrataSinceridade visceral.

Talvez...Alguma noite destas oníricasConsiga enfim, viver a morte,Até o final.

P.Smith e H.Coral

Paulo victor castor

O ninho

Caias do ninho pássaro contenteLargue esse nicho de segurança e privacidade

Saiba que enquanto preserva sua serenidadeO mundo está abarrotado de vingança e malícias

(digo isso a mim mesmo para que, quem saiba, surja algum efeito)

Digo a mim mesmo, mas não nutro esperanças de surtir efeitos (eliminemos os problemas causísticos)

Minha realidade, o bem nutrido mundo interno, de proletário que se vê como burguês, não permite apiedar-me das criancinhas.

No que há de obscuro do espelho,Vejo que não me importa a vida alheia,Se essa não me provê de alguma forma.Vejo que meu Eu é como uma corjaSugador, aflito por qualquer sobejo.

No fundo, sinto que não falo a verdade.A verdade é demais para mim;Não ouso cantá-la, pensá-la, que dirá senti-laPalavras duras não são o suficiente para dizê-laPalavras dóceis nem sequer raspam-lhe a superfície

O espelho não me conta o que não ouso saber,No entanto me diz: - quase não és humano!Mas, não se aflija que isso é comum entre os nossos.

P.SmithVinícius Amaral

O ninho

Caias do ninho pássaro contenteLargue esse nicho de segurança e privacidade

Saiba que enquanto preserva sua serenidadeO mundo está abarrotado de vingança e malícias

(digo isso a mim mesmo para que, quem saiba, surja algum efeito)

Digo a mim mesmo, mas não nutro esperanças de surtir efeitos (eliminemos os problemas causísticos)

Minha realidade, o bem nutrido mundo interno, de proletário que se vê como burguês, não permite apiedar-me das criancinhas.

No que há de obscuro do espelho,Vejo que não me importa a vida alheia,Se essa não me provê de alguma forma.Vejo que meu Eu é como uma corjaSugador, aflito por qualquer sobejo.

No fundo, sinto que não falo a verdade.A verdade é demais para mim;Não ouso cantá-la, pensá-la, que dirá senti-laPalavras duras não são o suficiente para dizê-laPalavras dóceis nem sequer raspam-lhe a superfície

O espelho não me conta o que não ouso saber,No entanto me diz: - quase não és humano!Mas, não se aflija que isso é comum entre os nossos.

P.SmithVinícius Amaral

pra Luíza

ela tinha os olhos de ressacanão era Capitu, era cachaçamorava no centro da cidadeardia de suor e de fumaçaia e vinha como uma ondasem lua

ela era metade gentee a outra não era peixe

mas ela cantava, Iemanjáe eu me afogava

P.SmithAdriel Oliveira

Amanda Bruno

pra Luíza

ela tinha os olhos de ressacanão era Capitu, era cachaçamorava no centro da cidadeardia de suor e de fumaçaia e vinha como uma ondasem lua

ela era metade gentee a outra não era peixe

mas ela cantava, Iemanjáe eu me afogava

P.SmithAdriel Oliveira

Amanda Bruno

pra Luíza

ela tinha os olhos de ressacanão era Capitu, era cachaçamorava no centro da cidadeardia de suor e de fumaçaia e vinha como uma ondasem lua

ela era metade gentee a outra não era peixe

mas ela cantava, Iemanjáe eu me afogava

cabeça nas nuvenscoração nas montanhasmãos no horizontepés fincados no chãoalma voando com o vento

pensaste como esfingemilagre tal da naturezaque o deus se fez pequenopodes até ter belezamas teu coração terrenovive preso nos grilhõesfirme forte a tua dorteu passado são borrõescheios só de desamorse um dia me encontrastua ira tu desviasem curva meia volaseja você tua miraé só teu desconfortoé só tua alma pequenasegue teu caminho rotodeixa-me em paz apenas

não temas agora, pequenao vazio já é certoti prepara a duras penascala o coração inquietojoga fora o teu ventremarcado pelo pecado teuesquece teu nome e seguesabendo só do meupara remoer nas noites longasem que o vazio se faz plenovingança aquece o coraçãofaz jorrar o teu venenomira tua seta injustano que te arranca a vidaesquece toda tua culpaverdade sempre distorcidainventa mais um algozaumenta o que te afligetua vontade atroz

P.Smith

P.Smith

P.Smith

ohzemesmo

ohzemesmo

pra Luíza

ela tinha os olhos de ressacanão era Capitu, era cachaçamorava no centro da cidadeardia de suor e de fumaçaia e vinha como uma ondasem lua

ela era metade gentee a outra não era peixe

mas ela cantava, Iemanjáe eu me afogava

cabeça nas nuvenscoração nas montanhasmãos no horizontepés fincados no chãoalma voando com o vento

pensaste como esfingemilagre tal da naturezaque o deus se fez pequenopodes até ter belezamas teu coração terrenovive preso nos grilhõesfirme forte a tua dorteu passado são borrõescheios só de desamorse um dia me encontrastua ira tu desviasem curva meia volaseja você tua miraé só teu desconfortoé só tua alma pequenasegue teu caminho rotodeixa-me em paz apenas

não temas agora, pequenao vazio já é certoti prepara a duras penascala o coração inquietojoga fora o teu ventremarcado pelo pecado teuesquece teu nome e seguesabendo só do meupara remoer nas noites longasem que o vazio se faz plenovingança aquece o coraçãofaz jorrar o teu venenomira tua seta injustano que te arranca a vidaesquece toda tua culpaverdade sempre distorcidainventa mais um algozaumenta o que te afligetua vontade atroz

P.Smith

P.Smith

P.Smith

ohzemesmo

ohzemesmo

Escrevo

Insisto em versos, são o que tenhoe não tenho medo se repetitivo.Não escondo minha vontadequero o humano submerso em artee digo direto, sem máscara ou firula.Tenho um coração imenso- que não sendo oco –sinto muito.É dele que preciso dar conta.

Para além dos detalhes é tudo enfadonhoe não quero desperdiçar meu tempo.Me interessa saber dos retalhos da observaçãoque só atentam aos olhos mais treinados e atentos.

* Dois pássaros ao longe, um cinza outro preto, que se dispersam na paisagem de uma cidade.* Maritacas conversam em canto logo acima da obra de um prédio.* Das bougainvilleas, de beleza escancarada impossível não serem notadas, poucos ligam nome à pessoa.

E perdem-se os olharesem um tão vasto mundo de produção.Obrigados, todos nós!E sorriem coronéis, comandam patrões.Obrigado...Obrigado...Obrigados!

Mas insisto em verso, não esqueço minha vontade.Submerjo em arte e digo sem firula:“Tenho um coração imenso,que não sendo oco - sinto muito -é dele que preciso dar conta.”

P.Smith

Ilustraçâo coletiva

‘tua ausência fala mais do que teus atos. proclamas, enquanto ausente ao meu lado, a morte de toda possibilidade. disseste-me, com todo o teu silêncio, que minhas palavras não são mais necessárias. fez-me infantil e estabanado e desnecessário. desa-parecendo, fez-me livre. mas mais triste. hoje teu corpo repousa para sempre no calmo piso do oceano, onde as tormentas e vagas e relâmpagos e luzes da superfície não te perturbam. e eu per-maneço à mercê das ondas, nu, enfrentando com toda a minha fúria impotente o impiedoso mar. de onde eu não posso buscar-te sem morrer. tua ausência fala mais do que teus atos. história?! passado?! memória?! deste-me a vida mas cobraste caro, decre-tando, em tua fuga, minha morte. no entanto meu coração ainda bate, e meu corpo nunca deixa de procurar o mar. deste fim a meu amor, antes que ele tivesse nascido. repousas calma no fundo do mar. e eu, perturbado, permaneço de pé, com meus dedos enter-rados na areia, olhando o belo mar no qual tantas vezes te amei. hoje eu amo só.’

P.Smith

ohzemesmo

Paulo Baraldi

Escrevo

Insisto em versos, são o que tenhoe não tenho medo se repetitivo.Não escondo minha vontadequero o humano submerso em artee digo direto, sem máscara ou firula.Tenho um coração imenso- que não sendo oco –sinto muito.É dele que preciso dar conta.

Para além dos detalhes é tudo enfadonhoe não quero desperdiçar meu tempo.Me interessa saber dos retalhos da observaçãoque só atentam aos olhos mais treinados e atentos.

* Dois pássaros ao longe, um cinza outro preto, que se dispersam na paisagem de uma cidade.* Maritacas conversam em canto logo acima da obra de um prédio.* Das bougainvilleas, de beleza escancarada impossível não serem notadas, poucos ligam nome à pessoa.

E perdem-se os olharesem um tão vasto mundo de produção.Obrigados, todos nós!E sorriem coronéis, comandam patrões.Obrigado...Obrigado...Obrigados!

Mas insisto em verso, não esqueço minha vontade.Submerjo em arte e digo sem firula:“Tenho um coração imenso,que não sendo oco - sinto muito -é dele que preciso dar conta.”

P.Smith

Ilustraçâo coletiva

‘tua ausência fala mais do que teus atos. proclamas, enquanto ausente ao meu lado, a morte de toda possibilidade. disseste-me, com todo o teu silêncio, que minhas palavras não são mais necessárias. fez-me infantil e estabanado e desnecessário. desa-parecendo, fez-me livre. mas mais triste. hoje teu corpo repousa para sempre no calmo piso do oceano, onde as tormentas e vagas e relâmpagos e luzes da superfície não te perturbam. e eu per-maneço à mercê das ondas, nu, enfrentando com toda a minha fúria impotente o impiedoso mar. de onde eu não posso buscar-te sem morrer. tua ausência fala mais do que teus atos. história?! passado?! memória?! deste-me a vida mas cobraste caro, decre-tando, em tua fuga, minha morte. no entanto meu coração ainda bate, e meu corpo nunca deixa de procurar o mar. deste fim a meu amor, antes que ele tivesse nascido. repousas calma no fundo do mar. e eu, perturbado, permaneço de pé, com meus dedos enter-rados na areia, olhando o belo mar no qual tantas vezes te amei. hoje eu amo só.’

P.Smith

ohzemesmo

Paulo Baraldi

Escrevo

Insisto em versos, são o que tenhoe não tenho medo se repetitivo.Não escondo minha vontadequero o humano submerso em artee digo direto, sem máscara ou firula.Tenho um coração imenso- que não sendo oco –sinto muito.É dele que preciso dar conta.

Para além dos detalhes é tudo enfadonhoe não quero desperdiçar meu tempo.Me interessa saber dos retalhos da observaçãoque só atentam aos olhos mais treinados e atentos.

* Dois pássaros ao longe, um cinza outro preto, que se dispersam na paisagem de uma cidade.* Maritacas conversam em canto logo acima da obra de um prédio.* Das bougainvilleas, de beleza escancarada impossível não serem notadas, poucos ligam nome à pessoa.

E perdem-se os olharesem um tão vasto mundo de produção.Obrigados, todos nós!E sorriem coronéis, comandam patrões.Obrigado...Obrigado...Obrigados!

Mas insisto em verso, não esqueço minha vontade.Submerjo em arte e digo sem firula:“Tenho um coração imenso,que não sendo oco - sinto muito -é dele que preciso dar conta.”

P.Smith

Ilustraçâo coletiva

Vitor Diniz

Escrevo

Insisto em versos, são o que tenhoe não tenho medo se repetitivo.Não escondo minha vontadequero o humano submerso em artee digo direto, sem máscara ou firula.Tenho um coração imenso- que não sendo oco –sinto muito.É dele que preciso dar conta.

Para além dos detalhes é tudo enfadonhoe não quero desperdiçar meu tempo.Me interessa saber dos retalhos da observaçãoque só atentam aos olhos mais treinados e atentos.

* Dois pássaros ao longe, um cinza outro preto, que se dispersam na paisagem de uma cidade.* Maritacas conversam em canto logo acima da obra de um prédio.* Das bougainvilleas, de beleza escancarada impossível não serem notadas, poucos ligam nome à pessoa.

E perdem-se os olharesem um tão vasto mundo de produção.Obrigados, todos nós!E sorriem coronéis, comandam patrões.Obrigado...Obrigado...Obrigados!

Mas insisto em verso, não esqueço minha vontade.Submerjo em arte e digo sem firula:“Tenho um coração imenso,que não sendo oco - sinto muito -é dele que preciso dar conta.”

P.Smith

Ilustraçâo coletiva

Vitor Diniz

Enquanto faltar água

vou beber o suco imundo da poesia,gestada pelo amargo da enxurrada, na sarjeta.

Porquê enquanto houver falta fabricadavou lamber os restos podres da mesquinha humanidade,porquê toda dor me dói e sinto o mundo inteiro em cada rua.Vou gritar para além do muro –para doer em mais estômagos; no âmago!

Vou lembrar dos brilhos nos olhosusurpados de toda garota que vai para rua ser esquecida.Vou dizer da fala simplesarrancada da terra, para abaixo dela.Vou assinar o recado que é dadopor todos os morros e favelas.

Vou comer o mundo inteiro à garfada –o que vier eu traço.Se passar mal, é comigo;sou eu e o tal; é o mundo.

E pra a casa do caralho esse sistema;essa moralzinha,capitalista de merda,e todo seu dinheiro acumulado.E toda sua exploração premeditada.

Tenho ânsias e tonturas ao ver as paisagens sociais do mundo;e um nojo imenso desse “Estado Democrático”de direito para quem pode pagar,feito para que poucos possam pagar e imposto à paulada de polícia.

Não vou manter a calma e contar até dez,ou esperar 2030.De qualquer vômito se faz poesia!

P.Smith e H.CoralVitor Diniz

Enquanto faltar água

vou beber o suco imundo da poesia,gestada pelo amargo da enxurrada, na sarjeta.

Porquê enquanto houver falta fabricadavou lamber os restos podres da mesquinha humanidade,porquê toda dor me dói e sinto o mundo inteiro em cada rua.Vou gritar para além do muro –para doer em mais estômagos; no âmago!

Vou lembrar dos brilhos nos olhosusurpados de toda garota que vai para rua ser esquecida.Vou dizer da fala simplesarrancada da terra, para abaixo dela.Vou assinar o recado que é dadopor todos os morros e favelas.

Vou comer o mundo inteiro à garfada –o que vier eu traço.Se passar mal, é comigo;sou eu e o tal; é o mundo.

E pra a casa do caralho esse sistema;essa moralzinha,capitalista de merda,e todo seu dinheiro acumulado.E toda sua exploração premeditada.

Tenho ânsias e tonturas ao ver as paisagens sociais do mundo;e um nojo imenso desse “Estado Democrático”de direito para quem pode pagar,feito para que poucos possam pagar e imposto à paulada de polícia.

Não vou manter a calma e contar até dez,ou esperar 2030.De qualquer vômito se faz poesia!

P.Smith e H.CoralVitor Diniz

Nos ventos expostos seus pensamentos espessos dispersos rendidos e asfixiados por supostos d-i-s-p-a-r-o-semitidos feito cometas por armas concretas disfarçadas em enunciados *e*n*f*e*i*t*a*d*o*s* por utópicas mentiras vazias desvairadas camufladas quecorremsem rumo e cortam silêncio adentroInsanidade da mente que Olha pela lente e perde o controle do leme do navio prestes a dividir-se emp a r t e sao colidir de frentefatalmente com a consciência desatenta e lenta naufragando sem deixar sobreviventes

Ilustraçâo coletiva Phelip Mendes

Ciça Pereira

Nos ventos expostos seus pensamentos espessos dispersos rendidos e asfixiados por supostos d-i-s-p-a-r-o-semitidos feito cometas por armas concretas disfarçadas em enunciados *e*n*f*e*i*t*a*d*o*s* por utópicas mentiras vazias desvairadas camufladas quecorremsem rumo e cortam silêncio adentroInsanidade da mente que Olha pela lente e perde o controle do leme do navio prestes a dividir-se emp a r t e sao colidir de frentefatalmente com a consciência desatenta e lenta naufragando sem deixar sobreviventes

Ilustraçâo coletiva Phelip Mendes

Ciça Pereira

Ícaro.

Acreditei queum novo regimeiria se instaurar.E a paz entre os homensiria vingar.

Acreditei num amor abandonado,que por descuido- ou muito cuidado -contentou-se em seracomodado.

Acreditei queasas de cera me fariam voar.E, num momento de fé,lá estava eu, em pleno ar,onde ninguém podia me alcançar.

Mas o que conquisteifoi o chão.Cheio de foras-da-lei,ignorantes feito o cão.Teria sido tudo em vão?

Como respostaapenas o suco amargode esperança morta- bebo e engasgo -com gosto de cicuta e vodka.

E se a esperança éa última que morre.O que sou agora?Esperança encarnadaou o resultado deum porre?

H. Coral e M.Olecram

P.SmithErick sanches

Ícaro.

Acreditei queum novo regimeiria se instaurar.E a paz entre os homensiria vingar.

Acreditei num amor abandonado,que por descuido- ou muito cuidado -contentou-se em seracomodado.

Acreditei queasas de cera me fariam voar.E, num momento de fé,lá estava eu, em pleno ar,onde ninguém podia me alcançar.

Mas o que conquisteifoi o chão.Cheio de foras-da-lei,ignorantes feito o cão.Teria sido tudo em vão?

Como respostaapenas o suco amargode esperança morta- bebo e engasgo -com gosto de cicuta e vodka.

E se a esperança éa última que morre.O que sou agora?Esperança encarnadaou o resultado deum porre?

H. Coral e M.Olecram

P.SmithErick sanches

10 Construções

Sou o que não sou euVou onde não há lugarTenho tudo o que não é meuQuero o que não posso darDivirto-me com meu tédioZango-me com meus risosDestruo o que construíVomito pra me saciarSei o que não aprendiLuto pra me nocautear

[Chega uma hora em que tudo foi dito.

A poesia tende a evoluir, se valendo de

Algo mais do que abstrações de um determinado conteúdo.

O resultado é um déficit deste em função da forma. Um

Papo meio nonsense, mei pseudo-intelectual.

Todavia ainda há conteúdo aqui

O que muda é a maneira como ele é transmitido.

- Não há nada de concreto nestas linhas furadas.]Iago Passo

H. CoralP.Smith Helder Heriques

Erick Sanchez

10 Construções

Sou o que não sou euVou onde não há lugarTenho tudo o que não é meuQuero o que não posso darDivirto-me com meu tédioZango-me com meus risosDestruo o que construíVomito pra me saciarSei o que não aprendiLuto pra me nocautear

[Chega uma hora em que tudo foi dito.

A poesia tende a evoluir, se valendo de

Algo mais do que abstrações de um determinado conteúdo.

O resultado é um déficit deste em função da forma. Um

Papo meio nonsense, mei pseudo-intelectual.

Todavia ainda há conteúdo aqui

O que muda é a maneira como ele é transmitido.

- Não há nada de concreto nestas linhas furadas.]Iago Passo

H. CoralP.Smith Helder Heriques

Erick Sanchez

eu? eu sou infinito. eu sou sede eterna que goteja, esperando, insatisfeito. eu sou o desejo intermináv-el que arde na noite, marcando o caminho e guian-do os amantes de volta a seus lares. eu sou a água que transborda do copo, e se espalha pela pia, pelo chão, pela rua. eu sou o suor que poreja da fronte daqueles que se amam e se entregam inteiros a seu amor. eu sou beijo tentado, o tapa recebido, o amor reinventado, o sono perdido. eu? eu sou infinito.’

H. Coral

Paulo Baraldi

Demorô

eu? eu sou infinito. eu sou sede eterna que goteja, esperando, insatisfeito. eu sou o desejo intermináv-el que arde na noite, marcando o caminho e guian-do os amantes de volta a seus lares. eu sou a água que transborda do copo, e se espalha pela pia, pelo chão, pela rua. eu sou o suor que poreja da fronte daqueles que se amam e se entregam inteiros a seu amor. eu sou beijo tentado, o tapa recebido, o amor reinventado, o sono perdido. eu? eu sou infinito.’

H. Coral

Paulo Baraldi

Demorô

contato:[email protected].