Upload
jose-barros
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
1/12
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
2/12
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
3/12
Lista de autores, por ordem de sada dos contos:
Pedro Paixo | Joo Tordo | Rui Zink | Lusa Costa Gomes | Eduardo Madeira | Ins Pedrosa
Afonso Cruz | Gonalo M. Tavares | Manuel Jorge Marmelo | Mrio de Carvalho
Dulce Maria Cardoso | Pedro Mexia | Fernando Alvim | Possidnio Cachapa | David Machado
JP Simes | Rui Cardoso Martins | Nuno Markl | Joo Barreiros | Raquel Ochoa |
David Soares | Pedro Santo | Onsimo Teotnio Almeida | Mrio Zambujal | Manuel Joo Vieira
Patrcia Portela | Nuno Costa Santos | Ricardo Adolfo | Ldia Jorge | Srgio Godinho
Para aceder aos restantes contos visite: Biblioteca Digital DN
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
4/12
Contos Digitais DN
A coleo Contos Digitais DN-lhe oferecida pelo
Dirio de Notcias, atravs da Biblioteca Digital DN.
Autor: Fernando Alvim
Ttulo: Amo-te Para Sempre
Ideia Original e Coordenao Editorial:Miguel Neto
Design e conceo tcnica de ebooks: Dania Afonso
ESCRITORIO editora | www.escritorioeditora.com
2012 os autores, DIRIO DE NOTCIAS, ESCRITORIO editora
ISBN: 978-989-8507-21-1
Reservados todos os direitos. proibida a reproduo desta obra por qualquer meio, sem o
consentimento expresso dos autores, do Dirio de Notcias e da Escrit orio editora, abrangendo esta
proibio o texto e o arranjo grfico. A violao destas regras ser passvel de procedimento judicial, de
acordo com o estipulado no Cdigo do Direito de Autor e dos Direitos Conexos.
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
5/12
sobre o autor
Fernando Alvim
fundador e idelogo da revista 365, do Festival Termmetro, dos Monstros do Ano,
do Festival Alternativo da Cano, da Grande Regata de Barquinhos a Remos e doTorneio de Golf para Nabos. J lanou mais de 5 livros em nome prprio e outros
tantos pela editora que dirige, a Cego, Surdo e Mudo. criador e diretor da speaky.tv
e colunista nos jornais I, metroe na revista Playboy. Apresenta, h mais de 10 anos,
o programa Prova Oral, na Antena 3. Em televiso, apresentou os programas Curto
Circuito, Cine XL, O Perfeito Anormal (criador), Boa Noite Alvim (criador), 5 Para
a Meia-Noite e prepara agora o regresso para o nicio do ano. Desenvolve o blogue
esperobemquenao.blogspot.com e o seu ltimo livro chama-se No s tu, sou eu(2012).
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
6/12
6
Amo-te Para Sempre
Fernando Alvim
Vou ser breve porque sei que no tm muito tempo. A minha histria esta, no
uma histria que ir mudar as vossas vidas, nem to pouco ser referida nos jornais (a
no ser neste), uma histria que mudou a minha, que me aconteceu a mim e decidi
agora divulg-la porque tenho duas pessoas de arma em punho que a isso me obrigam.
Eu conto, j disse. Foi num dia normal, tive um pequeno-almoo vulgar em que comi
po de centeio e compotas variadas compradas na vspera. Adoraria dizer o tempo que
fazia com pleonasmos sensacionais, mas honestamente no me lembro de como estava
e no me importo com isso, apenas com estes quatro canos que me esto agora aponta-
dos. A verdade esta: 1 Sa de casa; 2 Nesse dia tive reunies promissoras que mais
tarde viriam a revelar-se incuas e escusadas; 3 No me lembro; 4 Lembro sim, no
caminho para casa, ao final do dia, o que realmente pensava era em enfiar-me no sof
(eu sei, vulgar, o que que querem?) e no ver telejornais e no acreditar em nada que
me dissessem e fazer de conta que o mundo era sempre aquilo que me haviam dito parasonhar (sim clich, mas, com diabos, foi isto que aconteceu, no tenho rodriguinhos
para encher o texto. Ou se calhar at tenho. Querem que o faa? Digam-me l. Posso
fazer, no me custa nada. Querem ver? Olhem que lindo: o dia corria lento, os campos
eram de uma imensido imensa e apadrinhavam o lago rfo que bracejava o dia ante-
rior; por Deus, no me obriguem a isto, deixem-me l contar como foi). E foi assim: O
telefone tocou uma, duas vezes e eu, segunda, atendi. Fi-lo a pensar que era uma ami-
ga que me havia dito que num dia destes me haveria de dar um filho com o nome de
Eduardo. No era. Era um amigo, sim, mas daqueles a quem dizemos que um dia vamosalmoar, sabendo que isso s uma desculpa para nunca o fazermos e andarmos para a
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
7/12
7
frente que os bancos fecham s trs. Disse-lhe que estava estafado, que j no sairia de
casa, que me apetecia morrer, mas a sua insistncia e o meu bom dia capilar convence-
ram-me do contrrio. Sa de casa, portanto, contrariado, portanto, como um puto a
quem a me diz que ainda tem que fazer os deveres antes de ir para cama amuado,
portanto mas fui. Fui mesmo. E depois de um jantar em que mais no fiz do que pedir
a conta e dizer que se calhar j ia para casa, fui convencido por dois cristos no prati-
cantes a ir sorver com delicada mincia um vinho branco do Douro primeiro Quinta
do Pinto, depois Vila Real (eis o patrocnio desta histria) e depois um Licor Beiro
com duas pedras de gelo (este conto est pago). A noite no ia longa, o meu amigo es-
tava a atravessar uma fase complicada depois de ter ido para a cama com duas novatas
raparigas ao mesmo tempo e, uma vez ali, s pensar nos filmes do Danny DeVito.
Disse-lhe que se havia divorciado o DeVito, entenda-se que o meu preferido sem-
pre tinha sido o Jackie Chan e que uma vez Deus me perdoe tinha feito amor com
a minha mulher pensando na Bo Derek na cena em que ela d uma volta arena de
cascais montada num cavalo e absolutamente desnudada. O meu amigo falou-me do
milagre de Ftima, dos pastorinhos, da gua milagrosa e sob a gide da irm Lcia pediu
gin para os dois, solicitando com percia profissional duas pedras de gelo. Foi a que ela
entrou juro que foi a que ela entrou e, ao contrrio dos contos convencionais, no
me apaixonei primeira vista porque nem sequer a vi. Tivesse visto e, sim, teria. Mas
no vi. Vamos c ver, ouvi-a. Quando muito poder ter sido amor primeira audio.
E isto porque foi indisfarvel a sua entrada, o ar atabalhoado com que o fizera, os doisaquecedores verticais no cho depois da sua passagem, o alarme a tocar em sinal de in-
cndio, os seguranas a ocorrerem com celeridade ao local na tentativa de impedir que
chamas consumissem, com fome de final de dia, a decorao de Halloween deixada na
noite anterior. E com isto disse que era incio de Novembro (no fiz de propsito e se o
digo porque de facto aconteceu). E quando se abeirou do bar e isto tambm ver-
dade o meu instinto natural foi ligar aos bombeiros voluntrios mais prximos. E
enquanto no a atendiam fixei-me nela e na indumentria csmica que trouxera e me
fazia viajar para Marte, para a Lua e para aquele planeta que dizem ser igualzinho aonosso, mas a mil anos de distncia. H mulheres com a distncia deste planeta. E pen-
sando nisto, lembrei-me que poderia convid-la a alinhar chacras um dia destes. Ela
ainda no tinha parado de ajeitar-se desde que entrara como se o balco do bar fosse um
espelho. Eu tambm no, como se estivesse ao espelho, a esse espelho, a compor o n
da gravata instantes antes de ir para o casamento de um primo afastado. Perguntei-lhe
de onde vinha, o que fazia ali, de onde era. Ela respondeu-me a tudo como se de um
interrogatrio se tratasse. Perguntou-me: Devo responder a verdade, inspector? Disse-
-lhe que sim, que o fizesse, caso contrrio o que ali me revelasse podia muito bem ser
usado contra si um dia destes. Disse-lhe tambm isto: Oua, uma mulher to bonita, to
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
8/12
8
perspicaz, to inteligente e no entanto com a sua idade e sozinha, deve ter uma histria
para me contar. Primeiro, silncio. Depois ficou a olhar para mim como se eu tivesse
um pedao de comida entre os dentes. Depois recuou olhando sempre fixamente e, fi-
nalmente, aps de uns bons dois minutos, quando pensava que tiraria spray de pimenta
da carteira e premiria o dispositivo, decidiu rir-se e responder-me que sim (tinha, esto
a ver). E, com verdade, contou-me a sua histria, mas jurei-lhe tanta confidencialidade
que sou incapaz de aqui a reproduzir. (A literatura pode s vezes ter princpios, ouvi-
ram? No tem que se contar tudo s porque se est a escrever. Isto de escrever no
como estar embriagado. Um bbado sim, diz tudo tal como um louco. Alis, a diferena
entre um louco e uma pessoa normal, que esta primeiro pensa e depois fala e o primei-
ro faz justamente o oposto. Da gostar tanto do primeiro; enfim...). As horas passaram,
j nem sequer estvamos no bar, j nem sequer estvamos no carro, j nem sequer est-
vamos a tomar o pequeno-almoo, estvamos, isso sim, a ler os classificados no jornal e
a comentar que os anncios de cariz sexual tinham mudado de estratgia. Anteriormen-
te, em quase todos eles, anunciava-se com grande relevo que se daria uma segunda
oportunidade. Disse-me: to nobre dar uma segunda oportunidade a algum, sobre-
tudo quando tudo acaba tantas vezes de forma to precoce riu-se. No tenho dvidas
respondi-lhe mas agora a estratgia mudou. As raparigas que aqui vendem o cor-
po, no s do uma segunda oportunidade, como todas revelam que s ali esto por
dificuldades econmicas. Acho que isso deve funcionar como um excitante para o pos-
svel cliente. Pensar que pode ser uma oportunidade nica, que passada a crise e seno fosse ela no teria tamanha chance. Mas adiante. Aquele dia tinha acabado e os
dias sucederam-se como j vem sendo hbito no calendrio. Os nossos encontros tam-
bm. As conversas foram ficando cada vez melhores e insanas como se passssemos a
vida a danar chuva e a faltar ao emprego. E o desejo? perguntam. O desejo tam-
bm, mas no de uma forma plural, como eu desejaria. Era o meu desejo que crescia,
entendem? E de que cada vez que a via, ele tornava-se insustentvel como o Ambiente
para Al Gore. Pensam que no falo a srio, no ? Mas falo. Bastava um Ol, como es-
ts? e era certinho que imaginava a sua boca na minha, um Podamos ir tomar qual-quer coisa e j estaramos na cama de um quarto de hotel em Innsbruck, um Tenho
saudades tuas e roupas pelo cho no corredor de casa, Queres ir s compras? e amor
ao ar livre perto das quedas de gua do rio Dunn. E o problema no era s isso no
acontecer no era, no o problema, o grande problema quando amamos algum,
que s essa pessoa nos poder dar o que queremos. E quando amamos algum o que dela
queremos amor, do mesmo modo que quando vamos farmcia queremos medica-
mentos. E houvesse um que nos fizesse esquecer quem amamos e no nos ama e aqui
vos juro que o tomaria todo. As caixas que houvesse. Mas no havia. Nunca houve.
Cheguei a dizer-lhe Temos 50 por cento para isto dar certo. So os meus 50 por cento.
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
9/12
9
Mas no havia forma de ela me dar percentagem, de negociarmos de algum modo um
aumento, como tantas vezes fazem os lderes sindicais. O Armnio Carlos resolveria
isto num tomo, mas eu no sou o armnio Carlos e duvido bem que a CGTP me pudes-
se ajudar. At que um dia ela me disse Ouve, o problema no s tu. ela. Vou repetir.
O que ela disse foi: O problema no s tu, ela. E nesse preciso instante, abriu o tele-
mvel que trazia na mo e virando o visor para mim mostrou-me quem ela era (se no
se importam, vou fumar um cigarro para vos contar esta parte). Eu sentado a pensar na
vida. Eu a ver a foto e a pensar naquilo em que estava metido. Ou naquilo em que no
estava. Eu a dizer ai a p*** da minha vida e a abanar muito com a cabea como se no
tivesse entregue o boletim de voto. Eu a dizer c dentro muitos palavres, daqueles in-
decorosos que merecem pimenta na lngua. Eu ou o resto de mim. Mais o resto. As
coisas complicaram-se, sim. E a situao era delicada, sim. Alis, no me perguntem
porqu, mas imaginei-me nesse preciso instante a ir ao mdico com ela para que este
analisasse o nosso caso e depois de duas horas de impaciente espera no corredor, eis que
o vejo a ele, ao mdico a sair do gabinete, com a sua bata branca, cerimonioso, dan-
do circunstanciais bafos no cachimbo, de passada firme at chegar a mim e dizer-me em
tom circunspecto: Oua, o prognstico muito reservado. V-se preparando para um
cenrio eventualmente pior do que imaginava. E eu com as mos na cabea como se
tivesse perdido a minha fortuna. Eu com as mos na cabea por no ter entregue o bo-
letim do Euromilhes que tinha justamente os nmeros que agora haviam anunciado
na televiso. Mas era ainda pior. Muito pior. minha frente no tinha esse boletimcom os nmeros mgicos, mas o telemvel dela e a fotografia que me apresentara. E a
partir da era nela que pensava, em ambas, certo, mas sobretudo naquela fotografia e
na forma como lhe poderia fazer uma circunstancial fotossntese. E nesse dia pensei: O
que pode dar uma mulher a outra que eu no possa? Que comportamentos tero? De
que falaro elas? O que gostaro de fazer quando esto juntas? E buscando as respostas
com a rapidez que me parecia necessria, mergulhei no mundo feminino de uma forma
que nunca antes experimentara. Comprei revistas de mulheres, li toda a espcie de ho-
rscopos, visitei lojas e experimentei roupas justas, escutei conversas sobre personaltrainers, percebi finalmente porque andam sempre juntas, analisei minuciosamente
como falam e de que falam, e cheguei concluso de que outra soluo no me restaria
do que comportar-me como uma delas, para justamente ter uma delas. E foi o que fiz.
E ao contrrio do que possam pensar, os resultados foram muito melhores do que eu
prprio previra. Os dias passaram a ser mais intensos, as palavras mais acintosas, a con-
versa mais fluida e exaltante, e de repente aumentmos para o dobro o tempo em que
estvamos juntos, triplicmos as sadas, quadruplicmos os telefonemas e as mensa-
gens, aumentmos tudo muitas vezes, tudo, tudo muito. Com excepo do que ela sen-
tia por mim, que era muito pouco. E quando lhe perguntava se algo mudara, ela respon-
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
10/12
10
dia-me (esta parte deve ser ouvida com eco, em repeties cada vez mais distantes):
Sabes que te faltar sempre qualquer coisa. Que tu no me podes dar o que ela d.
Repitam: Sabes que te faltar sempre qualquer coisa. Que tu no me podes dar o que ela
d. E eu ficava furioso e apetecia-me tomar todos os antidepressivos que houvesse no
mundo. Convenhamos, a nossa relao era perfeita, os dias eram maravilhosos e eu
sentia que tinha de fazer algo, uma jogada estonteante e imprevisvel que levantasse um
estdio, dois at, o Maracan, Salt Lake, a Wembley Arena, e que de uma forma decisi-
va e absoluta me tornasse mais pleno a seus olhos. E se era ela que eu queria a minha
vida toda, o que quer que fizesse seria tambm para toda a sua vida. E foi ento que
pensei: E se mudasse de sexo? Abandonasse este corpo em busca de outro? E se uma
cirurgia me fizesse ficar mais completo ou, neste caso, mais completa aos olhos dela?
Por que no? perguntei-me. Se a ela que eu quero, se de mulheres que gosta, pois
eu serei a mulher mais inteira que alguma vez encontrar decidi. E assim fiz. E pensei
que j nesta vida teria sido uma menina, porque me lembrava bem do meu progenitor
me dizer frequentes vezes na infncia Um dia, quando cresceres, ainda vais ser um
homenzinho. O que provava que o no era na altura e fez com que isto mais no fosse
que um regresso s origens. E ento, tomada a deciso, disse-lhe em tom firme de quem
no vai mudar de sexo coisssima nenhuma: Ouve, vou desaparecer por uns dias, tenho
uma viagem importante a fazer. Daqui a duas semanas regresso e vers que sou tudo o
que desejas e ainda no sabes. Como sempre riu-se, como sempre no acreditou em
mim, como sempre duvidou que eu seria capaz e no juntou mais por cento aos meus50 por cento. Riu-se, foi o que fez. E acrescentou em tom jocoso que gostaria muito que
esse dia chegasse, mas que haveria sempre algo que nos separaria, algo que me tornava
incompleto. (Repetir como nos filmes: Sabes que te faltar sempre qualquer coisa. Que
tu no me podes dar o que ela d!) A deciso estava tomada e eu sentado numa janela
perto da asa esquerda, em direco a uma clnica de inquestionvel reputao que me
prometera confidencialidade e ajuda na escolha de um novo nome prprio. Chegado a,
ainda tentei ligar-lhe, ainda tentei que algo me demovesse, tive esperana que as suas
chamadas no atendidas me dessem uma qualquer desculpa, me fizessem abdicar desteplano, como s vezes acontece com a chuva e o ginsio: Olha, est a chover, pronto,
no vou ao ginsio. Mas isto no d para mudanas de sexo: Olha, est a chover, pronto,
no vou mudar de sexo. Isto era s eu a ganhar tempo. A deciso estava tomada; se eu
queria ser um homem, teria que ser uma mulher. Assim fiz. Deitei-me na sala de opera-
es sabendo que dormiria como Pedro e acordaria como Snia. E mal acordei, nesse
novo dia, imediatamente pensei em duas coisas: mudar o gnero no bilhete de identidade
e ligar-lhe o quanto antes. E dando prioridade segunda por sempre ser ela a primeira
liguei de forma sfrega o telemvel. E foi a, antes mesmo de conseguir marcar o seu
nmero, que uma mensagem saltou no meu visor. Dizia isto: Cheguei concluso de que
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
11/12
11
te amo. Amo-te, ouviste? No mudes nada. Quero-te como s para toda a minha vida.
Para sempre.
Este texto foi escrito de acordo com a antiga ortografia.
Para aceder aos restantes contos visite: Biblioteca Digital DN
7/24/2019 Amo-te Para Sempre - Fernando Alvim
12/12
12