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Amostragem de Sementes para Análise em Laboratório 81ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPH-2010/36436/1/ct-81.pdf · com temperatura em torno de 8ºC e umidade controlada

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Amostragem de Sementes para Análise emLaboratório

1. Introdução

A análise de sementes foi idealizada e vem sendo continuamente aperfeiçoada,com a finalidade de fornecer informações sobre a qualidade das sementes a seremusadas para fins de semeadura, procurando-se assim, evitar alguns riscos a queestão sujeitas na agricultura (MAPA, 1992).É indiscutível a importância dos dados obtidos pela análise de sementes de umadeterminada amostra. Entretanto, por mais criteriosa que seja a análise, osresultados obtidos não terão valor caso a amostra analisada não sejarepresentativa do lote da qual foi retirada.

Por isso, a amostragem de sementes tem como finalidade básica a obtenção deporção de sementes ou de mudas, definido em regulamento ou Lei, para constituiramostra representativa de campo ou de lote definido, com o objetivo final deobter uma amostra de tamanho adequado para os testes a serem realizados, naqual estejam presentes os mesmos componentes e em proporções semelhantesao do lote. Em 1967, o Ministério da Agricultura, atendendo ao que determinavaa Lei nº 4727, de 13.07.1965, que dispõe sobre a fiscalização do comércio desementes e mudas, oficializou as "Regras para Análise de Sementes", quedeterminava sua obrigatoriedade no comércio nacional de sementes. Essas regrasforam baseadas nas Regras adotadas pela Associação Internacional de Análise deSementes (ISTA), juntamente com as Regras da Associação Norte-Americana deAnalistas de Sementes, com a finalidade de melhor atender, tanto quantopossível, as possibilidades dos Laboratórios de Análise de Sementes existentes noBrasil.

As Regras para Análise de Sementes (RAS) tem a finalidade de fornecerinformações sobre a qualidade das sementes, além de servirem de guia paravárias frentes dentro do setor olerícola, desde os agricultores até os LaboratóriosOficiais e de Produção de Sementes. Estas regras condensam os conhecimentosobtidos pela investigação científica feita por especialistas e servem de base àrealização correta e uniforme da análise de sementes. No entanto, a aplicação daLei de Sementes seria inoperante sem a existência de laboratórios para averificação da correta identificação da semente colocada à venda.

Dentre as regras da RAS uma das mais importantes é a amostragem. Aamostragem permite o estudo das relações existentes entre uma população e asamostras dela extraídas. A amostragem é fundamental em todos os estágios daavaliação da qualidade das sementes, desde sua obtenção, produção, processo derecebimento, beneficiamento, análise até a Fiscalização do Comércio, uma vezque a característica de um volume ou lote de sementes está baseada naamostragem executada segundo procedimentos previamente descritos.

ISSN 1415-3033

81

Circ

ular

Téc

nica

Brasília, DFNovembro, 2009

Autores

Andrielle Câmara Amaral LopesBiol., M.Sc., Análise de Sementes

Embrapa Hortaliças, Brasília, [email protected]

Warley Marcos NascimentoEng. Agr., Ph.D., Fisiol. Sementes

Embrapa Hortaliças, Brasília, [email protected]

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Amostragem de Sementes para Análise em Laboratório 2

2. Importância das SementesOlerícolas para o Brasil e aAmostragem

No Brasil tem-se dado muita importância às grandesculturas, como soja e milho, em função da suagrande contribuição conferida à balança comercial eao agronegócio brasileiro. Porém, essa mesmaatenção não tem sido dedicada a culturas comohortaliças. Embora essas culturas contribuam demaneira significativa à economia do País, e do pontode vista social, gerem 12 vezes mais empregosdiretos por hectare do que a soja ou o milho.

A falta de atenção dispensada a estas culturas revelao desconhecimento de sua importância para o País.No entanto, a cadeia produtiva de hortaliças possuigrande importância sócio-econômica para o País, epara o desenvolvimento sustentável e competitivo dosetor de sementes de hortaliças.

A indústria de sementes de hortaliças está na basedesse setor produtivo sendo indispensável na cadeiaprodutiva, a peça-chave no desenvolvimento daprodução de hortaliças no Brasil e indispensável nagarantia da oferta, para atender à demanda, oconsumo atual e o aumento da demanda futura(BOTELHO, 2009).

Aliado e paralelo à indústria de sementes dehortaliças está a importância da realização de umaboa análise e, consequentemente, uma amostragembem tomada.

A qualidade da semente é avaliada considerando-seum conjunto de índices determinados pela análise deuma amostra representativa de um lote de sementes.Esta análise deve ser usada como base para atomada de decisão, aprovação ou rejeição, emrelação às sementes produzidas e à venda nocomércio do País.

No entanto, quando nos deparamos com qualidadede sementes, quase que de imediato usamos aamostragem para explicar alguma ação, pois fazparte do processo de controle da qualidade. Auniformidade nos procedimentos e informaçõesdetalhadas são fundamentais na amostragem de umcampo de sementes, de uma lote, assim como nolaboratório.

Daí a importância de um trabalho conjunto entre osprodutores de sementes de hortaliças e asorganizações governamentais. Esforços tem sidoenviados do setor produtor e dos laboratórioscredenciados em análise de sementes para promoverum melhor entendimento das diferenças eparticularidades da indústria de sementes dehortaliças junto às organizações governamentais.

3. Procedimentos para o Processo deAmostragem

Os cuidados com a amostragem de sementes seiniciam logo após o término do beneficiamento. Assementes que passaram pelo processo debeneficiamento são acondicionadas em câmara friacom temperatura em torno de 8ºC e umidadecontrolada. Antes de serem armazenadas, assementes são divididas em lotes, baseado nasemelhança de atributos físicos e fisiológicos, e deacordo com o peso máximo do lote especificado naRAS, para as espécies relacionadas. As espécies nãorelacionadas seguem regra geral, onde é consideradaa categoria onde a espécie está inserida: grandesculturas, sementes de hortaliças, espécies florestais,frutíferas e ornamentais ou sementes de gramíneas ede leguminosas forrageiras.

As regras limitam o tamanho dos lotes de acordocom a espécie vegetal e tamanho das sementes. Olimite de peso é estabelecido para se tentar obterlotes mais homogêneos (Tabela 1). Lotes maioresque os especificados na RAS devem sersubdivididos.

O lote depositado em câmara fria deve estaracondicionado em sacos de papel ou aluminizados ouem recipientes selados, etiquetados paraidentificação. Nestas etiquetas devem constar nomecientífico, nome comum e da cultivar e peso. Namaioria das vezes um lote de sementes é compostopor uma quantidade grande de sacos ou recipientes.1

Os itens listados a seguir são procedimentosobrigatórios, segundo a RAS, que devem serobedecidos durante o processo de amostragem doslotes de sementes:

1 Amostra simples: É uma pequena porção de sementes retiradade um ponto do lote.

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Amostragem de Sementes para Análise em Laboratório3

• Quando uma amostragem é solicitada, o lotede sementes deve ser disposto de tal maneiraque cada recipiente, individualmente ou partedo lote seja acessível.

• Porções aproximadamente iguais devem serretiradas de cada recipiente ou de cada partedesse mesmo recipiente.

• Dependendo do tamanho do lote um númerodeterminado de amostras simples deve serretirado de cada lote (Tabela 2).

• Dependendo da quantidade de sacos ourecipientes de um lote uma intensidade defluxo deve ser considerada como exigênciamínima (Tabela 3).

• As amostras simples coletadas devem sertomadas das partes superior, média e inferiorde cada saco ou recipiente.

• Sempre que possível utilizar instrumentos ouaparelhos específicos para amostragem(Figura 1).

• As amostras simples coletadas devem serunidas para formar a amostra composta. Estadeve ser ainda dividida para formar a amostramédia (Tabela 4), procedimento realizado nolocal onde foram coletadas as amostras.Porém, é muito frequente a falta deequipamentos adequados para dividir aamostra composta e formar a amostra média.Neste caso, esse procedimento pode serrealizado em laboratório.

• Logo após o recebimento da amostra médiapelo laboratório, a análise dever serimediatamente iniciada. Caso isso nãoocorra, esta deve ser armazenada em câmarafria até o início da análise.

• A amostra média recebida pelo laboratórionecessita, normalmente, ser reduzida a umaou mais amostras de trabalho a seremusadas nas diversas determinações. Essaredução pode ser realizada tanto pelo métodomecânico como pelo método manual.Independente do método usado para aobtenção da amostra de trabalho, esta etapadeve ser realizada com bastante atenção ecuidado, para que possa, realmente,representar o lote de sementes em análise.

Tabela 1. Tamanho máximo dos lotes de sementes de

acordo com a espécie e tamanho das sementes.1

CATEGORIAS

TAMANHO

MÁXIMO DO

LOTE

DIMENSÕES

DA SEMENTE

Até 20.000 KgIgual ou maiores

que trigoGrande Culturas

Até 10.000 Kgmenores que

trigo

Até 5.000 KgIgual ou maiores

quiaboHortaliças, Espécies

Florestais, frutíferas e

Ornamentais Até 1.000 KgMenores que

quiabo

Até 10.000

Igual ou maiores

que sorgo

granífero

Gramíneas e

Leguminosas

ForrageirasAté 5.000 Kg

menores que

sorgo granífero

1Fonte: MAPA (1992)

Tabela 2. Número mínimo de amostras simples retirado de

um lote de sementes armazenadas a granel1.

LOTE N.º DE AMOSTRAS SIMPLES

Até 500 kg Não menos que 5 amostras simples.

501 – 3.000 kg

Uma amostra simples a cada 300 kg,

porém, não menos de 5 amostras

simples.

3.001 a 20.000 kg

Uma amostra simples a cada 500 kg,

porém, não menos de 10 amostras

simples.

1Fonte: Castro (2009).

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Amostragem de Sementes para Análise em Laboratório 4

4. Instrumentos de Amostragem:Vantagens e Desvantagens

A utilização de um tipo de instrumento deamostragem depende, principalmente, dascaracterísticas morfológicas das sementes e de comoestão acondicionadas. São dois os tipo deamostradores: do Tipo Duplo e do Tipo Simples(Amostrador Nobbe).

4.1. Amostrador do tipo duplo(Figura 1A)

Características: consiste em dois cilindros ocos demetal que se ajustam perfeitamente um dentro dooutro, com uma extremidade sólida e afilada.Apresentam aberturas ou janelas que podem serjustapostas por meio da rotação do cilindro.

Vantagens: pode ser usado tanto para sementesacondicionadas em sacos como para sementes agranel ou contidas em recipientes rígidos.

Desvantagens: não é padrão para todos os tipos desementes e tamanhos de recipientes. Variam emcomprimento, diâmetro e número de aberturas. Oprodutor que trabalha com várias espécies precisa termais de uma amostrador. Só pode ser utilizado parasementes que deslizam facilmente.

4.2. Amostrador do tipo simples(amostrador Nobbe) (Figura 1B)

Características: consiste de um cilindro afilado comabertura oval, longo, de forma que alcance o centroda embalagem, e com um cabo perfurado, por ondeas sementes são descarregadas.

Vantagens: fácil manuseio em função do seucomprimento que deve ser de até 50 cm e, emfunção disso, o produtor não precisa ter mais queum instrumento.

Desvantagens: utilizado apenas para sementes quedeslizam facilmente e para sementes acondicionadasem sacos e não a granel.

A amostragem também pode ser realizadamanualmente ou durante o beneficiamento.

4.3. Amostragem manual

Em certas situações, como no caso de sementes degramíneas palhentas (ex. Brachiaria, Paspalum), aamostragem manual pode ser o único métodosatisfatório. As amostras simples devem ser tomadasretirando-se as mãos cheias de sementes dediferentes posições, ao acaso, tomando o cuidado decontemplar, também, as camadas mais profundas daembalagem.

Tabela 3. Número mínimo de amostras simples retirado de um lote de sementes armazenadas em recipientes1.

LOTE N.º DE AMOSTRAS SIMPLES

Até 5 recipientes Cada recipiente deve ser amostrado com a coleta de no mínimo 5 amostras simples.

6 – 30 recipientesUma amostra simples a cada 3 recipientes e não menos de 5 amostras simples (usar

sempre o maior número).

31 – 40 recipientesUma amostra simples a cada 5 recipientes e não menos de 10 amostras simples (usar

sempre o maior número).

Mais de 40 recipientesUma amostra simples a cada 7 recipientes e não menos de 80 amostras simples (usar

sempre o maior número).

1Fonte: Castro (2009).

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Amostragem de Sementes para Análise em Laboratório5

4.4. Amostragem durante obeneficiamento

Esta é a forma mais prática de amostragem porocasião do acondicionamento das sementes emsacos ou recepientes. A amostragem pode serrealizada tanto manualmente quanto pelo uso deamostradores. Neste caso, para a retirada dasamostras simples, é muito importante que todo ofluxo de sementes seja uniformemente amostrado eem intervalos regulares.

Fig. 1. Amostradores de sementes. A. Amostrador do tipo simples

e B. Amostrador do tipo duplo.

5. Homogeneização e Redução dasAmostras

Como mencionado anteriormente, a amostra médiarecebida pelo laboratório necessita ser reduzida auma ou mais amostras de trabalho. No entanto,antes da redução, a amostra média deve serhomogeneizada, pois durante o transporte poderásofrer estratificação.

É muito importante que essa homogeneização eredução sejam feitas com especial atenção ecuidado, a fim de que as amostras de trabalho sejamrealmente representativas da amostra média, econsequentemente, do lote de sementes em análise.

Na redução da amostra média são utilizados métodosmecânicos e manuais.

5.1. Método mecânico (Figura 2A)

• Adequado para sementes que deslizam comfacilidade;

• Grande cuidado com a limpeza interna antes decada operação;

• Passada no mínimo duas vezes pelo divisor paraser homogeneizada;

• Redução da amostra realizada por sucessivaspassagens das sementes pelo divisor removendo-se, a cada vez, metade da porção;

• Principais divisores:− Divisor cônico (Boerner) – confeccionados

em dois tamanhos, um maior parasementes iguais ou maiores que as do trigoe um menor para sementes menores;

− Divisor centrífugo (Gamet) – não éaconselhável para certas gramíneasforrageiras palhentas e outras espécies emque são requeridas amostras de trabalho depeso reduzido;

− Divisor de solo – adequado para espéciesde sementes palhentas.

5.2. Método manual (Figura 2B)

• Utilizado na impossibilidade do uso de métodosmecânicos;

• Devem ser respeitados os mesmos princípiosdas divisões sucessivas em que sãobaseados os divisores;

• Principais métodos:− Método modificado da separação ao meio

– sementes esparramadas sobre otabuleiro que, ao ser levantado, retémaproximadamente metade da amostra;

− Método da colher – utiliza a colher comoinstrumento para a divisão da amostra;

− Método manual da separação ao meio –as sementes são homogeneizadas edivididas sucessivamente, utilizando-sesempre apenas uma metade e separandoa outra.

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Amostragem de Sementes para Análise em Laboratório 6

Fig. 2. Métodos de homogeinização e redução de amostras. A.

Métodos mecânico e B. Método manual.

6. Influência da Amostragem nosResultados da Análise de Sementes

Um dos setores beneficiados pela amostragem desementes é o setor de melhoramento de hortaliças.Este setor é responsável por introduzir no mercadovariedades produtivas, melhor adaptadas eresistentes a doenças. Porém, o esforço dosmelhoristas de nada valerá, se durante as avaliaçõesda nova cultivar, a amostragem de sementes forrealizada de forma incorreta. Os materiaisdesenvolvidos por esses profissionais passam poravaliações regulares da qualidade, para identificaçãoe preservação das características desejáveis. Na faseinicial, esses materiais são avaliados apenas pelomelhorista. Entretanto, durante o processo demultiplicação essa observação individual se torna

quase que impossível, sendo necessário oenvolvimento de outros profissionais.

Os cuidados relatados acima, às vezes, não sãoconsiderados pelo amostrador e pelo analista, emfunção da rotina de trabalho desses profissionais.Entretanto, são importantes na análise de sementes,porque os resultados indicam como as amostrasforam coletadas.

Em um ensaio simples realizado para avaliar ainfluência da amostragem nos resultados da análisede sementes para duas espécies de hortaliças,cenoura e berinjela e uma grande cultura, milhodoce, foi possível verificar que, através de testesconsiderados básicos como germinação, pureza eumidade, existem diferenças quando a amostragemnão é realizada seguindo a RAS.

Os resultados dos testes não foram constantes paratodas as espécies analisadas, podendo-se perceberque eles variaram de acordo com a espécie. Tantopara cenoura como para milho, a porcentagem degerminação foi maior para as sementes amostradasde acordo com a RAS, 5 e 2%, respectivamente(Tabela 4). Em relação ao teste de umidade, assementes de berinjela amostradas em nãoconformidade com a RAS tiveram uma umidade 2%maior que as demais. Já o teste de purezaapresentou os resultados mais contrastantes, ondepara a berinjela a porcentagem de pureza foi cerca de2% maior para sementes não amostradas emconformidade com a RAS. O mesmo ocorreu commilho.

Em relação ao teste de pureza, diversas conclusõespodem ser tiradas do resultado contrastante entre omilho e a berinjela. Para berinjela, por exemplo, amaior porcentagem de pureza encontrada parasementes em não conformidade com a RAS deve-se,principalmente ao fato, das amostras terem sidoretiradas apenas da parte superior da embalagem,ficando as impurezas depositadas no fundo.

Esses resultados ainda são preliminares, sendonecessárias análises mais apuradas e com um maiornúmero de espécies. No entanto, os resultadosindicam a importância de uma amostragem bem feitapara a análise de sementes.

2A

2B

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Amostragem de Sementes para Análise em Laboratório7

Uma amostragem incorreta pode levar a tomada dedecisões incorretas, descartando um produto de altaqualidade ou aprovando outros de qualidade inferior,resultando no insucesso do empreendimento(CASTRO, 2009).

Por mais criteriosos que sejam os procedimentosempregados nas análises, os resultados obtidossomente indicarão a qualidade das sementescontidas na amostra examinada. Portanto, cuidadosdevem ser tomados desde a amostragem até aanálise, a fim de que as amostras sejamrepresentativas, tanto do lote de sementes, quantoda amostra recebida pelo laboratório (CASTRO,2009).

Para adoção do processo correto e adequado deamostragem de sementes para análise em laboratórioé necessário o envolvimento coletivo e individualvisando a conscientização dos responsáveis pelacoleta das amostras e análise das sementes.

Referências

BRASIL. Ministério da Agricultura, do Abastecimentoe da Reforma Agrária. Secretaria Nacional de DefesaAgropecuária. Regras para análise de sementes.Brasília, DF, 1992. 365 p.

CASTRO, O. O. Amostragem é decisiva na busca daqualidade. Seed News, Pelotas, v. 1, n. 1, p. 1-5,jan./fev. 2009.

TILLMANN, M. A. A.; MELLO, V. D. C. Análise desementes. In: CURSO de ciência e tecnologia desementes. Brasília, DF: ABEAS; Pelotas, RS:Universidade Federal de Pelotas/Departamento deFitotecnia, 2009. Módulo 4, 37 p.

Tabela 4. Peso mínimo da amostra média de sementes de acordo com o seu tamanho1.

GÊNEROS LABORATÓRIO (g)LABORATÓRIO E

CAMPO (g)

Pisum, Phaseolus, Vicia, Lupinus, Zea, Glycine e

espécies de outros gêneros com sementes de

tamanhos semelhantes.

1.000 2.000

Hordeum, Avena, Triticum Secale e espécies de

outros gêneros com sementes de tamanhos

semelhantes

500 1.000

Beta e espécies de outros gêneros com sementes

de tamanhos semelhantes250 500

Outros gêneros 100 250

1Fonte: MAPA (1992).

CircularTécnica, 81

Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:

Embrapa HortaliçasEndereço: BR 060 km 9 Rod. Brasília-AnápolisC. Postal 218, 70.531-970 Brasília-DF

Fone: (61) 3385-9115Fax: (61) 3385-9042E-mail: [email protected]

1ª edição1ª impressão (2009): 1.000 exemplares

Comitê dePublicações

Expediente

Presidente: Warley Marcos NascimentoEditor Técnico: Mirtes Freitas LimaMembros: Jadir Borges Pinheiro Miguel Michereff Filho Milza Moreira Lana Ronessa Bartolomeu de Souza

Normalização Bibliográfica: Rosane M. Parmagnani

Editoração eletrônica: Rosane M. ParmagnaniGOVERNO FEDERAL

Ministério daAgricultura, Pecuária

e Abastecimento