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EM SITUAÇÕES DE EXCLUSÃO E RISCO SOCIAL AMPLIANDO A PROTEÇÃO SOCIAL

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EM SITUAÇÕES DE EXCLUSÃO E RISCO SOCIAL

AMPLIANDOA PROTEÇÃO SOCIAL

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Proteção Social 4

Cordeiros e Cordeiras do Carnaval de Salvador 8

Ambulantes nas ruas da cidade 12

Pescadoras e pescadores artesanais em Pernambuco 16

Trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar 22

Mulheres, vulnerabilidade e proteção social 24

EM SITUAÇÕES DE EXCLUSÃO E RISCO SOCIAL

AMPLIANDOA PROTEÇÃO SOCIAL

Sindicatos que participaram do processo de produção desta publicação

S.T.R. Santa LuziaS.T.R. ItapitangaS.T.R. ItagibaS.T.R. Ibicaraí e Floresta AzulS.T.R. Itajuipe

S.T.R. UruçucaS.T.R. Barro PretoS.T.R. UbaitabaS.T.R. Barra do ChoçaS.T.R. Gandu

S.T.R. Santa Cruz da VitóriaS.T.R. Piraí do NorteS.T.R. Aurelino LealS.T.R. GangagiS.T.R. Itaju do Colônia

Colônia de Pescadores de Porto de GalinhasColônia de Pescadores do Cabo de Santo Agostinho

Colônia de Pescadores de FlorestaColônia de Pescadores de Serrita

Colônia de Pescadores de ItapisumaColônia de Pescadores de Jaboatão dos Guararapes

Colônia de Pescadores de Serra Talhada

SINDICORDA - Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros da BahiaSINDIVAN - Sindicato dos Vendedores Ambulantes de Salvador

Colônias que participaram do processo de produção desta publicação

S.T.R. Pau BrasilS.T.R. ItacaréS.T.R. UmaS.T.R. Mascote

Sindicatos de Trabalhadores Rurais do Sul da Bahia que participaram do processo de produção desta publicação

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O que há de comum entre ambulantes, pescadores, cordeiros e trabalhadores rurais? Uns traba-lham nas ruas das cidades e ven-dem produtos, outros serviços e ainda outros sua força de trabalho, como os trabalhadores rurais e os cordeiros, que “dão duro” para as-segurar o brilho e a alegria do car-naval em Salvador.

Mas eles têm algo em comum: a precariedade do trabalho, as condições difíceis para exercer suas atividades, o abandono público, quando não, pura e simplesmente, a violência das ruas e do campo.

Estão sujeitos a doenças resultantes do seu trabalho - doenças ocupacionais que ainda não são reconhecidas pelo sistema público de proteção à saúde do trabalhador.

O que torna esse quadro mais grave é que essas profissões são quase tão antigas quanto a invenção do Brasil – pescadores e comércio de rua movimentavam a economia e a vida do Brasil colonial, essencial-mente agrária e dependente da força de trabalhadores no campo. Ven-diam doces, salgados, peixes e serviços de carregadores, marceneiros, engraxates, dentre outros.

Não podemos permitir que depois de tanto tempo e das enormes mudanças e avanços do país, ainda permaneçam a precariedade e o desamparo para tantas pessoas trabalhadoras.

A UGT e o sindicalismo cidadão que pratica e que está no centro de sua criação, se une a estas tradicionais populações socialmente des-protegidas para apoiar sua organização na luta por inclusão social e por Trabalho Decente, direitos inalienáveis de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.

NÃO ao trabalho precário

Ricardo PatahPresidente da UGT

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PROTEÇÃO

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SOCIALProteção

diante do risco de pobreza,

vulnerabilidade e exclusão social

A Constituição do Brasil de 1988 garantiu a todos os brasileiros o atendimento de um conjunto de necessidades que lhes assegure condi-ções de vida dignas.

São os chamados direitos sociais que envolvem educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdên-cia social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desam-parados. (Art. 6º da CF)

Estes direitos sociais são considerados pisos básicos de proteção social – um mínimo para garantir dignidade cidadã.

Desde a promulgação da Constituição de 88 várias iniciativas foram desenvolvidas para por em prática estes direitos no Brasil.

Contamos hoje com diferentes tipos de garantias de proteção so-cial implantadas, que são:

• universais, ou seja, atendem toda a população sem que seja ne-cessário qualquer tipo de contribuição;

• seletivas, quando destinam-se a grupos específicos de pessoas em situação de risco/vulnerabilidade social;

• as que dependem da contribuição dos que são beneficiários.

A saúde é o melhor exemplo de um direito social universal brasi-leiro. O SUS, que é o Sistema Único de Saúde, atende a todos, e é um sistema que envolve a União, os Estados e os Municípios na prestação dos serviços de saúde à população.

A educação, para o ensino fundamental e médio, de crianças, jo-vens e adultos é também um direito social universal.

Percebida como um direito de todos e um dever do Estado, a edu-cação é a base para o exercício da cidadania e essencial na preparação para o trabalho.

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A Assistência Social, que se destina ao atendimento de pessoas em situação de risco e vulnerabilidade, é considerada seletiva e proporciona renda e atendimento a grupos específicos, como os de idosos desam-parados, inválidos e doentes sem condições de trabalhar, por exemplo.

Anteriormente à Constituição de 88 essas pessoas dependiam do apoio de suas famílias ou da caridade privada daqueles que tinham maior renda, para ter algum tipo de cobertura e atendimento.

Hoje elas tem direito a essa proteção que é custeada pela sociedade através de contribuições sociais garantidas pela Constituição: é um direi-to social da população brasileira.

Já o Sistema de Previdência Social, além dessas contribuições so-ciais, é também financiado por contribuições dos trabalhadores, que são descontadas de seus salários, e por encargos que são recolhidos pelos empregadores sobre a folha de pagamentos. Provê benefícios de aposentadoria, pensões, salário maternidade, auxílios doença, reclusão e acidente aos seus beneficiários.

A Constituição de 88 expandiu a Previdência Social para o setor rural de economia familiar, como segurados especiais, que devem con-tribuir com 2,3% do valor da venda da sua produção, sem que haja obrigatoriedade contributiva para acesso aos benefícios previdenciários.

Esse regime de segurado especial inclui o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador artesanal e os respectivos cônjuges que exerçam suas atividades em regime de economia familiar sem empregados permanentes.

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O segurado/a especial tem direito à aposentadoria por idade ou por invalidez, pensão, auxílio doença, auxílio reclusão, salário maternidade. Todos os benefícios no valor de um salário mínimo.

A proteção social prevista na Constituição de 88, entendida como Direitos Sociais para os brasileiros e brasileiras, não aconteceu gratuita-mente.

Foi objeto de muita discussão e pressão até constar da Constitui-ção, e sua implantação ainda deixa muito a desejar.

Transporte, educação, saúde e segurança são serviços públicos que ainda não atendem adequadamente à população.

Trabalho e as condições em que ele se realiza são objeto constante de disputas e desavenças entre patrões e empregados, com intervenções da fiscalização do trabalho, do ministério público e do movimento sin-dical.

As regras da aposentadoria pela previdência social e os benefícios financeiros concedidos aos que não tem mais condições de se sustentar (idosos, inválidos, doentes) estão sempre ameaçados quando uma crise abate a economia do país.

Como manter e avançar nos direitos à proteção social?

A luta dos trabalhadores organizados em seus sindicatos e associa-ções tem demonstrado ser um dos meios mais eficientes para garantir direitos e expandir a proteção social, através do exercício do diálogo social com empregadores e com as instituições governamentais.

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Cordeiros e Cordeirasdo Carnaval Baiano UMA

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TAREFA DURAFiguras permanentes nos desfiles do carnaval de Salvador, não es-

tão lá se divertindo: estão trabalhando e trabalhando duro para garantir a organização e diversão dos seguidores dos blocos.

Separam os que estão vestidos com os “abadás” durante os desfiles daqueles que correm atrás dos trios elétricos, sem dinheiro para com-prar estas roupas que marcam a identidade visual de cada bloco.

Eles são muitos. Mais de 80 mil vindos da periferia da cidade de Salvador, homens e mulheres “contratados para realizar uma difícil e ar-riscada tarefa, sustentar uma longa corda em torno dos elementos que compõem os blocos do car-naval de Salvador, interpondo uma separação entre os foli-ões-de-dentro e os foliões-de-fora”, nas palavras de Haroldo Arantes, estudioso do tema*.

A situação de trabalho dos cordeiros e cordeiras é das mais difíceis. Atuam em um ambiente de festa frenética, em meio a multidões de car-navalescos pulando, bebendo e correndo atrás dos blocos que desfilam.

Afinal, “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”!

Segurar as cordas para proteger os “de dentro” dos “de fora” é uma tarefa duríssima, que requer força para segurar a corda e gasto de muita energia no percurso.

E o pagamento dessas pessoas é condizente com todo esse esfor-ço? Usam equipamentos de segurança? Contam com suporte para ali-mentação? Intervalos de descanso?

Os cordeiros e cordeiras recebem

apenas uma luva e não o par.

Mulheres grávidas, idosos e menores

são facilmente encontrados nas

cordas.

* Artigo de Haroldo Abrantes, disponível em https://cadernosaa.revues.org/541, acesso em 24/04/2016.

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Foi numa reunião do Sindicato dos Cordeiros com os donos dos blo-cos intermediada pelo Ministério Pú-blico do Trabalho em janeiro de 2016 que foi fixado o pagamento dos Cor-deiros no carnaval de 2016: R$50,00 (US$ 16.00) por dia de trabalho.

Os Blocos assinaram um Termo de Ajuste de Conduta com a Supe-rintendência Regional do Trabalho que estabelece regras de proteção ao trabalho de cordeiros – idade entre 18 e 60 anos, gestantes não podem participar, fornecimento de equipamentos de segurança como luvas, protetores auriculares e alimentação.

Os cordeiros criticam a alimentação que é dada para quem trabalha horas a fio fazendo força sob sol em meio à imensa multidão do car-naval: duas garrafas de água, dois pacotinhos de biscoitos. Trazem sua própria comida para “não morrer de fome” como disse uma cordeira em entrevista para a UOL/Salvador.

O mais grave, porém, é que mesmo estas condições mínimas são descumpridas pela maioria dos blocos – os cordeiros e cordeiras rece-bem apenas uma luva e não o par, mulheres grávidas, idosos e menores são facilmente encontrados nas cordas.

Nesse embate por melhores condições de trabalho os donos dos blocos reagem e contratam menos cordeiros. A oferta de trabalho vem sendo reduzida.

Segundo o presidente do Sindicato dos Cordeiros (Sindcorda), Ma-thias Santos, o Carnaval cada vez mais sem cordas reduz a oferta de trabalho para a categoria. “Este ano (2016) teremos 50% a menos de cordeiros e cordeiras trabalhando nas ruas. Estimamos apenas 29 mil”, afirma.

O Sindcorda vem pleiteando uma diária no valor de R$ 75,00 (US$ 25.00) para os trabalhadores e trabalhadoras, mas os blocos alegam que é um valor inviável por conta das taxas e impostos da festa que de-vem pagar, esclarece Mathias.

Mais proteção para o trabalho dos cordeiros e cordeiras

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Apesar desta situação, tem sido possível avançar no diálogo social. Desde 2012 o Sindicato dos Cordeiros e a Associação de Blocos sentam para negociar diretamente sem a mediação do Ministério Público do Trabalho ou da Secretaria de Relações Trabalhistas/BA, como inicialmen-te se dava.

A organização dos cordeiros também desenvolveu cartilhas infor-mando direitos e deveres, e tem se reunido em seminários, como o pro-movido pela UGT/BA com apoio do IPROS para debater a melhoria de condições de trabalho e de proteção social.

Muitos pontos ainda precisam ser tratados e conquistados, na vi-são do Sindcorda:

• Reconhecimento da categoria para obtenção de registro sindical – falta apoio jurídico;

• Ampliação da quantidade de blocos que assinam o TAC (Termo de Ajuste de Conduta) – de 180, apenas 27 blocos assinaram;

• Melhoria da alimentação, que deve ser adequada ao tipo de tra-balho realizado pelos cordeiros;

• Melhorar o cumprimento do TAC que aponta para o Trabalho Decente para os Cordeiros;

• Cadastramento prévio dos cordeiros – hoje os contratos são enci-ma da hora, no dia do desfile;

• Criar uma regra de pagamento mais adequada – atualmente os blocos terceirizam os serviços de diversas formas;

• Equacionar o financiamento do Sindcorda, para que possa ter uma atuação mais abrangente (p.ex. nas Micaretas, o “carnaval fora de épo-ca”, realizados em diversas cidades da região nordeste do país).

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AMBULANTES

Desde o século XIX nas ruas de Salvador, os ambulantes foram os responsáveis pelo comércio na cidade nos tempos em que a economia baiana ainda era inteiramente agrícola.

Estes trabalhadores de rua eram escravos e homens livres que indis-tintamente vendiam principalmente alimentos e serviços nos “cantos” mais movimentados da cidade.

Já naquele tempo o governo tentava estabelecer regras para este comércio, delimitando espaços e estabelecendo medidas de controle e de fiscalização.

Mas essa disputa pelos locais de fluxo intenso permanece nos dias atuais, pois é essencialmente a lógica do comercio de rua: onde tem gente é que se vende!

Com as sucessivas crises econômicas que afligem o Brasil, e a ainda deficiente qualificação das pessoas para o trabalho, o comércio ambu-lante continua crescente e informal.

nas ruas da cidade de Salvador

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Segundo o Sindivam, em 2015, Salvador já tinha 35 mil ambulan-tes nas ruas e apenas 17 mil deles eram cadastrados e possuíam licenças municipais para comercializar os mais diversos tipos de produtos.

Artigo da Tribuna da Bahia registra que esse crescimento tem sido incontrolável, afetando a cir-culação de pessoas e ampliando a disputa pelo uso do espaço da cidade.

Comerciantes estabelecidos em suas lojas alegam que perdem vendas para os ambulantes e os acu-sam de espantar fregueses.

O trabalho dos ambulantes, como se vê, continua sujeito a todas as forma de pressão e instabilidade.

A população, que ao mesmo tempo em

que compra, reclama da ocupação dos espaços públicos.

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É um trabalho desvalorizado socialmente, com grande variação de renda e sem qualquer tipo de proteção social.

Está sujeito às fiscalizações algumas vezes até agressiva dos agentes públicos, e estes trabalhadores e trabalhadoras são vulneráveis, estando nas ruas a mercê de todo tipo de violência.

Mesmo com todos esses problemas, o comércio ambulante conti-nua crescendo e se adequando aos tempos: com a globalização vendem produtos eletrônicos, muitos importados, usam máquinas de cobrança para cartões, fazem propaganda e algumas barracas já tem até traba-lhadores em turnos.

E novamente o poder público procura ordenar o comércio de rua, delimitando áreas, criando espaços próprios para tirar o ambulante da rua, apertando a fiscalização.

Nesse processo de regu-lamentar são vários os atores envolvidos: comerciantes es-tabelecidos, o poder público, a população que ao mesmo tempo em que compra, re-clama da ocupação dos es-paços públicos e os próprios ambulantes com toda a sua diversidade.

Como conduzir nego-ciações que melhorem as

condições de trabalho e de vida dos ambulantes envolvendo tanta gente e tantos problemas?

Em primeiro lugar, participando e sendo ouvido nas discussões de ordenamento do espaço da cidade, uma conquista sindical, apontada por Simonal do SINDIVAN, que é do Sindicato dos Vendedores Ambu-lantes de Salvador.

Por isso é tão importante a mobilização e organização dos ambu-lantes em sindicatos e associações, como o SINDIVAN e a ASFAERP – As-sociação dos Vendedores em Feiras Livres, Barracas de Chapa, Terminais e Praças da Região Metropolitana de Salvador.

Estas entidades são essenciais para enfrentar os desafios do comér-cio ambulante, que crescem junto com o crescimento das cidades e com

Querem permanecer trabalhando nas ruas, ocupando e

compartilhando espaços públicos na cidade de Salvador onde sempre

estiveram.

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o aumento de ambulantes nas ruas, que é particularmente intenso em momentos de crise como agora.

Entre estes desafios estão, ainda, segundo Simonal do SINDIVAN:

• a criação de novos espaços para os ambulantes;

• a transformação e adequação destes espaços em áreas perma-nentes para o comércio ambulante;

• a criação de condições adequadas para o trabalhador como co-bertura das áreas, a instalação de banheiros públicos e locais para alimentação;

• a importantíssima abertura de creches para acolher os filhos de mães e pais ambulantes e de outras e outros trabalhadores;

• a capacitação do ambulante com apoio do SEBRAE e SESC.

Lidar com estes desafios é fundamental para melhorar as condi-ções de trabalho e vida dos trabalhadores e trabalhadoras de rua, que querem permanecer trabalhando nas ruas, ocupando e compartilhando espaços públicos na cidade de Salvador, onde sempre estiveram!

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Os pescadores e pescadoras artesanais são profissionais indepen-dentes dos mais antigos e já vendiam o produto de sua pesca nas ruas das cidades desde os tempos em que o Brasil estava colônia portuguesa. Uma realidade que se perpetua de pai para filho até os dias de hoje.

Continuam importantes fornecedores. Em Pernambuco, por exem-plo, a pesca artesanal representa cerca de 70% da produção pesqueira do Estado e no Brasil chega a representar 50% dos pescados.

No Estado de Pernambuco representantes dos pescadores em arti-culação com entidades de pesquisa vêm desenvolvendo planos para a implantação da sustentabilidade na pesca artesanal ao longo da costa e nas margens de rios e barragens do Estado.

O Objetivo de preservar para tornar perene a pesca é uma ideia sensível e importante para as gerações atual e futuras.

PESCADORESe pescadoras artesanais em Pernambuco

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Mas outros legados desses planos serão igualmente importantes frente aos desafios que pescadores e pescadoras enfrentam em seu dia a dia. Em especial medidas que garantam suas condições de trabalho e integridade física.

No trabalho, o esforço físico é enorme, a exposição à chuva e sol fortes fragilizam a saúde e a falta de equipamentos adequados de pro-teção se combinam em uma grande precariedade.

As mulheres que coletam ostras e sururus à beira dos manguezais se dobram em jornadas longas de até 5 horas, para tirar estes mariscos da lama e dos arbustos: mergulham na lama, às vezes “até a cintura” como diz D. Joana, experiente pescadora e catadora de mariscos.

Tudo isso sem proteção. Improvisam sacos plásticos para proteger os pés, trabalham em postura forçada e suas roupas não protegem estas

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mulheres da lama, das bactérias que circulam livremente nos mangues e que, com frequência, provocam infeções e doenças crônicas e graves de pele, órgãos genitais, músculos e ossos.

Se há quem precise de políticas de sustentabilidade, estes são os pescadores e pescadoras artesanais de Pernambuco e de todo o Brasil.

Precisam de estudos e preparação para se movimentar na pesca, precisam de equipamentos e instrumentos que facilitem a pesca e a coleta de mariscos, precisam de roupas de proteção contra a lama e contra o sol, evitando as doenças graves que a constante exposição a estes elementos provoca.

Precisam de tratamento quando adoecem. Tratamento especializa-do nas doenças profissionais do pescar a maioria das quais sequer são reconhecidas como tais.

Como tudo isto também é verdadeiro para pescadores e pescado-ras do sertão, essas pessoas precisam de ainda mais. Por que enquanto o “sertão não virar mar”, ele seca!

Fica com poucas águas nas longas estiagens, como agora acontece depois de 4 anos sem chuvas.

Não temos patrão.Nós trabalhamos pra nós mesmos e não recebemos ordem de ninguém.

Dona JoanaPescadora e catadora de mariscos

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Os pescadores e pescadoras ficam sem trabalho, disputando peixes nos pequenos lagos restantes e na pouca água dos reservatórios que também abastecem o consumo das cidades.

Será que não existem alternativas para perenizar o trabalho da pesca? Há omissão dos governos nessa ques-tão? Faltam iniciativas?

O mundo precisa de muito mais peixe do que já pesca e produz, se-gundo a FAO. E os maiores produtores de pescado já criam em cativeiro mais peixes do que pescam em mares, lagos e rios.

E estas alternativas não estão ao alcance apenas de empresas grandes. Programas desenvolvem apoio para implantação da pesca em cativeiro em pequenos empreendimentos.

Pescadores e pescadoras orga-nizados podem trabalhar com o de-senvolvimento da cadeia produtiva da pesca artesanal, especialmente no ser-tão, não apenas para manter perene sua atividade, mas também para se-guir independentes e autônomos em seu trabalho!

Como diz D. Joana, pescadora e catadora de mariscos de longa data, sobre sua profissão: “ ...mas a gen-te tem uma coisa que a gente conta vitória é porque nós não temos pa-trão, nós trabalhamos pra nós mes-mos e não recebemos ordem de nin-guém. A gente só depende de Deus e da maré e do pessoal pra comprar nosso produto.”

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O resultado dos Seminários organizados pela UGT/PE com apoio do IPROS apontou as principais melhorias para proteção dos pescadores e pescadoras de Pernambuco, obtidas com intensas articulações e mobili-zações dos trabalhadores:

• Estão avançados os estudos para o reconhecimentos das doenças ocupacionais que afetam a saúde dos trabalhadores e trabalhado-ras da pesca junto ao SUS, como doenças genitais femininas, cortes com ostras, doenças de coluna, doenças de pele, câncer de prósta-ta e reações alérgicas incapacitantes;

• O INSS reconheceu o direito de aposentadoria para mulheres que já recebem pensão de um Salário Mínimo;

• A capacitação em prevenção em saúde ocupacional, especial-mente para as mulheres pescadoras, ministrada pelo Ministério da Saúde.

Os avanços conquistados em Proteção Social

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Esta luta é tanto para ampliar os benefícios de proteção social, como também para preservar conquistas an-teriores que ficam prejudicadas, seja pela troca de governos, seja pelas cri-ses que balançam a economia do país – direitos sociais estão quase sempre na linha de frente dos corte!

• Retomar o Programa “Chapéu de Pa-lha”, que depende da emissão da car-teira de pescador (Registro Geral da

Pesca - RGP) que está suspensa há 3 anos em todo o Brasil e so-mente existem promessas de retomada.

• Discutir a suspensão da Bolsa Família para pescadores que este-jam recebendo o seguro defeso, no momento em que o Rio São Francisco está carente de peixes e precisa ser revitalizado.

• Reivindicar mais peritos previdenciários para melhorar o atendi-mento e com capacitação no reconhecimento das doenças ocupa-cionais da pesca para a concessão de benefícios.

• Melhorar a relação do INSS com os pescadores nas entrevistas para concessão de benefícios – são verdadeiros interrogatórios!

• Equalizar/padronizar as informações fornecidas pelas entidades públicas para os pescadores - Banco do Nordeste, Secretaria de Pesca – IPA – Ministério da Pesca – IBAMA, que mudam de órgão para órgão e entre unidades da capital e do interior de uma mesma entidade.

• Garantir o acesso dos pescadores aos rios e praias, que estão sendo cercados por fazendeiros e proprietários de hotéis e constru-tores de condomínios – estradas e margens dos rios.

Ainda temos muito o que avançar em Proteção para os Trabalhadores e Trabalhadoras da Pesca

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Agricultura Familiar

Segundo o Polo Sindical dos Trabalhadores Rurais do Sul da Bahia são muitas as demandas da agricultura familiar tanto em reforma agrá-ria, quanto em questões econômicas, políticas e sociais.

São pendências envolvendo a ocupação de áreas em disputa, de-sapropriações e critérios de elegibilidade das famílias à propriedade da terra e ao crédito agrícola, para garantir a produção e a sobrevivência digna do agricultor familiar.

A melhoria da infraestrutura no meio rural como acessos viários (estradas, pontes e portos), luz para todos, internet, telefonia, radio e televisão comunitária e a disponibilidade de máquinas e demais imple-mentos agrícolas são condições que necessitam de desenvolvimento no campo.

Trabalhadores e trabalhadoras da

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E ainda são muitas as deficiências nas políticas e nas práticas para garantir pisos básicos de segurança e proteção social aos trabalhadores da agricultura familiar e seus dependentes.

Os jovens, as crianças, as mulheres, os idosos carecem de atenção pública, de políticas e ações específicas em qualificação profissional, la-zer, educação, saúde e amparo.

Diante desse quadro de deficiências do setor público os trabalha-dores reunidos em suas entidades de representação estão lutando por:

• Educação do campo no campo;

• Educação infantil em período integral e creches nas próprias comunidades rurais;

• Educação e qualificação para os jovens especial-mente no uso de tecnolo-gias adequadas à agricul-tura familiar;

• Programas educacionais e de extensão rural de valorização das culturas de subsistência;

• Implantação de serviços itinerantes de atendimento à saúde da mulher e de idosos;

• Aceleração do programa de Habitação Rural em conexão com o programa de “quintais produtivos”, incentivando a produção eco-lógica pelas famílias;

• Programas de prevenção e contenção da violência no campo, com destaque para a violência contra as mulheres.

A transformação social do trabalho no campo virá da luta de todos, dos sindicatos rurais, dos sindicatos urbanos, das associações e conse-lhos populares ativos na defesa dos direitos garantidos pela Constitui-ção Brasileira em saúde, educação, previdência e assistência social.

Juntos é que construiremos os caminhos para o trabalho digno e humano, o trabalho decente para os trabalhadores rurais.

(Representantes do Polo Sindical dos trabalhadores Rurais do Sul da Bahia )

Ainda são muitas as deficiências nas

políticas e nas práticas para garantir pisos

básicos de segurança e proteção social

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MULHER

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Os benefícios da proteção social não melhoram apenas a vida da-queles que recebem diretamente estes benefícios.

Vão muito além.

São os chamados efeitos indiretos da previdência e da assistência social. Segundo dados do IBGE* em 2001, para cada pessoa que rece-bia benefícios da previdência ou da assistência social outras 2,5 pessoas eram também beneficiadas por estes ganhos.

Dessa forma calculava-se que 94 milhões de pessoas estavam am-paradas por estes benefícios naquele ano – tinham saído da condição de pobreza absoluta.

No caso das beneficiárias mulheres essa repercussão é ainda maior. É reconhecida sua capacidade de aplicar seus ganhos diretamente no bem estar de suas famílias, gerando mais impactos na sociedade do que fazem os homens com seus gastos.

E não é só na aplicação direta do ganho financeiro que a capacida-de da mulher de trabalhar mais pelo social fala alto.

Estudos do Banco Mundial revelam que a participação das mu-lheres na política, com seus votos, fazem com que o legislativo passe a aprovar mais leis ampliando direitos sociais.

Foi o que aconteceu nos EUA, onde os gastos com saúde pública cresceram cerca de 35% e as campanhas de saúde voltadas para as crianças fizeram cair a mortalidade infantil em até 15% quando as mu-lheres passaram a votar.

Para se ter uma ideia, a semi-exclusão das mulheres da área rural dos benefícios da previdência (FUNRURAL) somente foi eliminada com

* Fernando Junqueira Neves, Política econômica e financiamento da previdência social no Brasil : crítica à visão conservado-ra, tese de mestrado UNICAMP/2012. Acesso em 10/5/2016, disponível em em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000794876

ESVULNERABILIDADE E PROTEÇÃO SOCIAL

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a Constituição de 1988 que garantiu o acesso das mulheres a esses be-nefícios. Anteriormente o benefício era exclusivamente para o “cabeça da família”!

A exclusão da mulher da vida econômica é antiga. Por volta do sé-culo XIX, as leis que o governo de então emitia tentando regulamentar o uso do espaço público e a atividades do comércio de rua proibia o RE-GISTRO DE MULHERES PARA A ATIVIDADE DE COMÉRCIO AMBULANTE!

Se o quadro institucional de exclusão vem mudando, o mesmo não se pode dizer da situação da mulher no mundo do trabalho.

Estudos recentes da OIT em 142 países concluem que nos últi-mos 20 anos, desde a Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres, realizada em Pe-quim/1995, os avanços da renda das mulheres no mundo do trabalho são apenas mar-ginais. Mesmo considerando que mulheres já representam metade das pessoas no mer-cado de trabalho e já contam com mais anos de estudo do que os homens.

As oportunidades de trabalho para as mulheres são mais restritas a algumas atividades e setores, em geral ligados ao que se chama de “economia do cuidado”.

Mulheres são muito presentes em saúde, ensino básico e funda-mental, comércio, costura, trabalhos domésticos, cuidados com idosos e muito trabalho familiar pouco ou não remunerado.

Estes são em geral trabalhos de menores ganhos, quando não in-teiramente informais.

Em regiões como o sul da Ásia (India, Paquistão, Bangladesh, Sri Lanka, Maldivas) e na África subsaariana, onde está a maioria da popu-lação negra, a informalidade predomina e chega a ser de 80% no sul da Ásia. As pessoas nesses trabalhos contam com pouca ou nenhuma forma de proteção social.

As mulheres estão mais presentes no trabalho informal. Em muitos casos devido as responsabilidades que lhe são atribuídas pelo trabalho doméstico e o cuidado com os filhos, idosos e incapazes.

Desde casa, as meninas são chamadas

para os trabalhos domésticos e o

cuidado com os irmãos e irmãs menores.

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No Brasil não é diferente. As mulhe-res estão em setores do cuidado e são as principais cuidadoras em suas casas e a informalidade beira os 50% das pessoas ocupadas, principalmente mulheres.

Elas estão também sujeitas à violên-cia, em especial à violência doméstica, que tem aumentado, apesar da Lei Maria da Penha.

A situação das mulheres em matéria de trabalho e direitos sociais vem grada-tivamente mudando no Brasil. Mas ainda requer muita atenção e luta permanente.

Creches e educação infantil em perí-odo integral são insuficientes para aten-der a população infantil e como a mu-lher ainda é a grande cuidadora do lar, quando não a cabeça da família, essa luta precisa ser de todo dia: no trabalho, nos sindicatos, no bairro.

Tendo quem cuide dos filhos, a mulher pode ir ao mundo, para o trabalho, para a luta sindical, para a política fazendo valer seu pon-to de vista nas políticas públicas de proteção à infância, de educação, moradia, transporte, saúde e outros serviços que devem ser ofertados à população, com qualidade.

Um grande esforço deve ser feito na educação de meninos e meni-nas para superar a discriminação. Desde casa, quando as meninas são chamadas para os trabalhos domésticos, o cuidado com os irmãos e ir-mãs menores, enquanto os meninos vão para as ruas. Meninas brincam de casinha, meninos jogam.

Nas escolas também é preciso incentivar a participação de meninas em jogos, no estudo de ciências. Não discriminar e dar acesso são con-dições fundamentais para mudar a situação das mulheres na sociedade.

Uma responsabilidade que deve ser compartilhada por todos, e es-pecialmente as mulheres devem estar sempre atentas para não continu-ar reproduzindo em suas casas e com suas filhas essas condições que alimentam a discriminação e diminuem seu acesso às profissões mais valorizadas e aos melhores empregos.

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