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1 Análise prospectiva da evolução sectorial em Portugal Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal Introdução

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Análise prospectiva da

evolução sectorial em

Portugal

Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães

Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal

Introdução

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Introdução

A Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) e a Associação Nacional de Escolas Profissionais

(ANESPO) incluíram no seu acordo de cooperação a realização de um estudo centrado na melhoria

da qualidade da informação de ajuda à decisão no planeamento da oferta de educação e formação

profissional de nível secundário.

Esta questão tem vindo a ganhar atualidade nos últimos anos, dado o progresso que esta oferta tem

vivido. Com efeito, nas últimas duas décadas passámos de uma situação em que esta oferta de

formação era residual para uma completamente diferente em que tem peso significativo, quer na

percentagem de jovens que a procuram quer na estrutura de saídas do sistema educativo.

Há, contudo, dificuldades metodológicas conhecidas sempre que se pretende ajudar a planear

adequadamente uma rede de educação e formação profissional inicial. Não sabemos o que será a

estrutura das profissões em que os jovens que hoje se formam virão a desempenhar funções.

Vivemos numa sociedade que reconhece o direito à livre escolha de profissão e nada nos diz que ter

entrado num determinado percurso de formação se reflita numa trajetória profissional dele

derivada. Vivemos numa sociedade aberta, em que tanto a migração inter-regional quanto as

migrações internacionais nos dois sentidos – a emigração e a imigração – alteram a configuração

real da relação entre a oferta e a procura.

Em matéria de previsões de necessidades de qualificações a única certeza que podemos ter é a de

que a incerteza dessas previsões é elevada. Mas a consciência das limitações não deve conduzir à

paralisia. Deve levar-nos a ser prudentes, mas a procurar conhecer o que for possível, para

identificar adequadamente tendências, reconhecer tão antecipadamente quanto possível problemas

existentes e antecipar caminhos que possam reorientar ou melhor recalibrar o nosso trabalho.

Este estudo ambiciona contribuir para essa reflexão por duas vias. Na primeira parte analisa-se o

conhecimento disponível sobre os caminhos prospetivos da atividade económica em Portugal. Na

segunda analisa-se a relação da oferta de educação e formação profissional com o emprego

comparando os dados mais recentes disponíveis (2008) com os de uma década atrás.

A prospetiva da atividade económica que aqui fazemos é uma metaanálise. Ou seja, é a nossa

reflexão sobre os estudos que nos últimos anos foram feitos sobre a economia portuguesa. Como o

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leitor verá, ao contrário do que poderia pensar-se, foi produzida reflexão que nos permite identificar

um conjunto sólido de dinamismos económicos que desafiarão as qualificações de nível intermédio.

Decidimos adotar para identificar esses dinamismos a designação de “nuvens”. Não apenas para

fugir ao caráter por vezes restritivo de definição de setor de atividade económica, que não reflete

inteiramente os efeitos de arrastamento do dinamismo económico que alberga. Nem sequer para

fugir à designação popularizada e por vezes impropriamente usada de “cluster”, como se toda a

articulação pudesse constituir um cluster, independentemente da densidade das interrelações.

A escolha das “nuvens” tem também um sentido denotativo. Nelas se incluem atividades

económicas que se espera que terminem, quando atingirem o ponto próprio, numa “chuva”, numa

função de irrigação do mercado de trabalho que implicará o surgimento de novas necessidades, as

necessidades para a reconversão sectorial de que se fala no título do estudo.

A segunda parte é um exercício, tanto quanto sabemos completamente pioneiro, de analisar a

relação entre a oferta de formação e os dinamismos do emprego jovem. Num trabalho anterior

coordenado também pelo coordenador deste estudo, avançou-se com a ideia de que num contexto

de incerteza, a regulação da rede de educação e formação deveria obedecer a um princípio

indicativo sobre a existência de áreas profissionais sobre e sub-representadas na oferta de

formação. Chamou-se, então, a esse instrumento de ajuda ao planeamento da rede um “semáforo”

que nos indica quais são as áreas que estão em potencial risco de ter excesso de oferta e as que

estarão na situação oposta.

O desafio que a ANESPO e a ANQ fizeram à equipa deste estudo foi o de operacionalizar esse

semáforo e de mostrar se este é viável - no sentido de poder ser construído – e se é fiável, se

produz, sem a introdução de manipulações ad hoc algum valor acrescentado ao modo como se pode

planear a curto prazo a oferta de qualificações.

O leitor encontrará na segunda parte deste estudo os fundamentos do dito semáforo e os resultados

do cálculo deste indicador, por áreas profissionais e ao nível das NUT III. Este exercício exigiu uma

quantidade de trabalho difícil de tornar patente na síntese que aqui se faz. Mas apraz-nos registar

que os resultados a que se chegou foram utilizados já pela ANQ, a par de outros, como é desejável,

no trabalho de preparação da oferta de educação e formação profissional do próximo ano letivo.

O nosso semáforo não poderia ter sido calculado se não tivéssemos recebido o permanente apoio

da ANESPO e da ANQ a quem agradecemos. Do mesmo modo exigiu um trabalho sobre bases de

dados disponibilizadas por todas as entidades contactadas e a quem agradecemos a diligência no

seu fornecimento e a prontidão na prestação de esclarecimentos solicitados e na resolução das

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dúvidas colocadas. Em particular agradecemos à ANQ pela disponibilização da sua compreensiva

base de dados de novas turmas de educação e formação profissional de nível secundário de todas as

modalidades de formação. Agradecemos ao Gabinete de Estatística e Planeamento do Ministério do

Trabalho e Solidariedade Social a prontidão com que disponibilizou os dados dos Quadros de Pessoal

do Emprego dos menores de 25 anos por níveis de habilitação escolar e profissão. Agradecemos à

Direção-Geral do Ensino Superior a disponibilização da informação sobre os ingressos de alunos das

vias profissionais no ensino superior. Agradecemos ainda e finalmente ao Instituto do Emprego e

Formação Profissional a disponibilização dos dados do desemprego juvenil por profissão anterior do

desempregado.

Todas estas entidades tornaram possíveis os nossos cálculos e nenhuma delas é responsável pelos

erros ou omissões que tenhamos no seu tratamento. Sem elas este “semáforo” não poderia ter sido

aceso, mas nenhuma culpa têm na medição da sua cor ou no brilho que a sua luz tenha como

instrumento de ajuda à decisão.

Temos no entanto, como equipa de trabalho, orgulho de disponibilizar novos instrumentos que

podem melhorar o planeamento da oferta de formação.

O que os leitores aqui encontram é um exercício de identificação de áreas de atividade que

produzirão necessidades no médio/longo prazo e um exercício de quantificação da procura de

qualificações “à saída” da formação que tem sido frequentemente subalternizado, porque

desconhecido face à pressão da procura “à entrada” na definição da oferta de qualificações. Aos

autores esse exercício pareceu necessário e produtivo. Os leitores que avaliarão o nosso trabalho

sobre ele dirão de sua justiça.

Antes de deixarmos o leitor prosseguir em direção à apreciação dos méritos e defeitos deste

trabalho, permitam-nos duas palavras de caráter pessoal.

Este projeto teve um diretor, uma verdadeira alma mater que, para além de dar seguimento à ideia

da ANESPO e de vigiar o cumprimento do protocolo com a ANQ, foi um verdadeiro diretor de

projeto, num sentido que em Portugal escasseia, mas é extremamente útil para o desenvolvimento

do trabalho. A energia e o encorajamento do Diretor-Executivo da ANESPO, Luís Costa, dar-lhe-iam

direito à coautoria deste estudo, não fosse a obrigação de o isentar de responsabilidade por erros e

omissões que se lhe não devem. Nesse trabalho foi ativamente secundado pelo grupo de

acompanhamento do estudo e a equipa aprendeu muito, em particular com Paulo Feliciano e João

Barbosa, que regularmente reuniram connosco, nos trouxeram o seu feedback e nos ajudaram a

desenvolver e reorientar o trabalho. O nosso sentido agradecimento aos três.

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Finalmente registe-se que este projeto nasceu para ter mais um autor. A Luísa Oliveira, que aliás

escreveu o primeiro documento de reflexão de que nasceu esta equipa de trabalho e fixou o âmbito

do estudo foi forçada por razões pessoais inultrapassáveis a não o prosseguir. Mas, este projeto tem

o seu cunho pessoal e a sua marca no melhor dos resultados obtidos.

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Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal

I Parte

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Índice – I Parte

1. Introdução

2. Situação de Partida

3. Drivers identificados

4. Nuvens identificadas na leitura prospetiva

a. Nuvens consensuais

i. Turismo

ii. Energia e Ambiente

iii. Mobilidade e Transportes

b. Outras nuvens

i. Serviços diversos

ii. Cluster do mar

iii. Saúde

iv. Química e Petroquímica

v. Indústrias Criativas

vi. Tecnologias de Informação e Telecomunicações

c. Nuvens cinzentas

d. Nuvens cruzadas

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1. Introdução

Este trabalho visa a identificação das necessidades futuras de qualificações, tendo em vista a

reformatação da oferta formativa de nível intermédio. Numa primeira fase foi efetuada uma análise

prospetiva dos cenários de evolução da estrutura sectorial em Portugal (componente I) e posteriormente

foi feita uma descrição das qualificações existentes e identificados os estrangulamentos entre oferta e

procura (componente II) com base nas áreas de atividade identificadas na componente I.

Os objetivos propostos para esta análise prospetiva para a conversão e inovação sectorial são a

identificação dos setores tradicionais em reestruturação, identificação de setores de atividade em

consolidação, identificação de setores com perspetivas de crescimento sustentado e a identificação de

novos setores de atividade.

A metodologia utilizada consistiu na leitura e análise de estudos prospetivos, documentos de orientação

estratégica e outros documentos encontrados em pesquisa relevantes para a temática em discussão.

Foram considerados os estudos produzidos nos últimos cinco anos.

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2. Situação de Partida

A adesão à União Europeia

Um fator com impacte forte na economia do país foi a sua integração na União Europeia em 1986 e a

consequente participação na construção do Mercado Único de bens e serviços, a que se juntou mais

tarde a adesão à moeda única em 1999 e ainda a integração dos países da Europa de Leste. Todos estes

fatores ocorreram num período de tempo muito limitado na história e acentuaram os efeitos da

globalização.

A entrada de Portugal na UE marca também uma nova vaga de investimentos oriundos de Espanha,

França e sobretudo da Alemanha que se caracteriza pelo investimento em setores capital intensivos,

mais exigentes em termos de mão de obra qualificada de nível médio e superior: indústria automóvel e

componentes), eletrónica e tecnologias de informação, indústria mecânica e elétrica e mais

recentemente o fabrico de equipamento para a energia eólica e com a instalação de centros de I&D.

Esta vaga viria também a perder dinâmica pelas oportunidades de investimento para a Alemanha

abertas pela China e pela Europa de Leste com uma posição geoestratégica na Europa face à Alemanha

mais favorável que Portugal, a que acrescem raízes históricas e culturais com alguns desses países que

são um fator competitivo fundamental.

O alargamento da UE, por exemplo, trouxe desafios acrescidos às empresas portuguesas e às políticas

públicas de promoção da competitividade nacional. Para além de aumentar a concorrência em termos

de comércio internacional, tornou esses países também concorrentes de Portugal na captação de

Investimento Direto Estrangeiro, uma vez que apresentam algumas vantagens comparativas

relativamente a Portugal. Uma delas é a localização geográfica e a proximidade com países do centro e

norte da Europa, a que se juntam os baixos salários e os níveis mais elevados de escolarização da sua

população, relativamente a Portugal.

Por outro lado, a introdução do euro, só por si, exerceu fortíssimas pressões e tensões nos mercados

sectoriais nacionais, devido à eliminação das taxas de câmbio entre as moedas dos países aderentes,

instrumento que permitia vantagens concorrenciais pela lógica dos baixos preços dos produtos. Acresce

a redução dos custos de transação nos países aderentes à União Monetária, na medida em que a

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competitividade das empresas portuguesas dependia, em grande medida, da taxa de câmbio entre o

escudo e as outras moedas.

Todos estes fatores conjugados, num período relativamente curto de tempo, exerceram uma espécie de

efeito do choque na economia portuguesa que, como não poderia deixar de ser, sofreu nos últimos anos

importantes alterações da sua estrutura, como veremos à frente.

Contexto interno

A evolução da economia portuguesa nas três últimas décadas foi marcada por quatro aspetos

estruturantes e que explicam, em grande medida, a situação atual:

i) Forte crescimento do setor não mercantil decorrente da transformação da estrutura e ampliação das

funções do Estado no âmbito da oferta pública de serviços, fundamentalmente a educação e a saúde;

ii) Modernização do setor mercantil de serviços não transacionáveis (no sentido em que são orientados

para o mercado interno), nomeadamente as telecomunicações, distribuição, serviços às empresas,

serviços financeiros, etc.

iii) Absorção dos défices que existiam em áreas infraestruturais no domínio das acessibilidades,

indústrias de rede (telecomunicações, eletricidade, gás natural), abastecimento de água e tratamento de

efluentes e resíduos, equipamentos sociais e desportivos das cidades e habitação;

iv) Uma certa inércia ou mudança muito limitada no setor de "bens e serviços transacionáveis”. Com

efeito as mudanças assinaláveis limitam-se quase exclusivamente ao investimento direto alemão nos

setores automóvel e eletrónica e serviços, ao desenvolvimento do golfe como fonte de atração turística

e à modernização do setor do calçado que se tornou num dos mais dinâmicos setores de exportação das

indústrias tradicionais.

Boa parte das empresas de maior dimensão em Portugal concentram as suas atividades em setores cuja

competitividade assenta em recursos naturais e ambientais, tendo o mercado interno como horizonte de

crescimento em áreas como o cluster da construção e setores infraestruturais, nas indústrias florestais

(madeira e aglomerados, cortiça e aglomerados, pasta e papel), nas agroindústrias (vinhos, óleos

alimentares) e, em menor escala, no turismo.

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Num contexto de globalização e de construção do mercado único europeu, estes aspetos conjugados

funcionaram como um fator de pressão considerável e levaram à necessidade de internacionalização, de

ganhar dimensão para concretizar esse objetivo e de sobreviver internacionalmente. Uma primeira vaga

de investimento no exterior ocorreu no Brasil (telecomunicações, produção e distribuição de eletricidade,

etc.), depois em Angola - fortemente induzido pelo choque petrolífero dos anos 90 - em que se

destacaram as empresas de obras públicas que se tornaram importantes exportadoras e investidoras no

exterior. Este movimento para Angola teve como contrapartida a participação de capitais angolanos em

várias empresas portuguesas de relevo.

Terciarização da economia Portuguesa

A terciarização das economias é um indicador comum a todas as economias ocidentais. Contudo o setor

terciário é constituído por um conjunto diversificado de segmentos, sendo que alguns destes segmentos

marcam a diferença em termos de desenvolvimento económico dos países. Os chamados "serviços

transacionáveis" e, em particular, a capacidade de internacionalização desses serviços por parte de

alguns países, marcam a diferença no desenvolvimento desses mesmos países. Este fenómeno tem-se

refletido no aumento crescente do comércio internacional de serviços. Portugal tem acompanhado este

movimento, sendo que o setor dos serviços tem contribuído significativamente para a sustentação

económica, quer no domínio do emprego, quer pelo aumento progressivo do peso do VAB dos serviços

na atividade económica. Com efeito, entre 1995 e 2006, o peso relativo do VAB do terciário no total da

economia terá aumentado cerca de 7 pontos percentuais, sendo que em 2006 o seu valor rondava os

73%. No emprego, este aumento foi de cerca de 6,4% representando em 2006 cerca de 60% do total do

emprego.

Tendo em conta a segmentação do setor, se tomarmos como critério os serviços comercializáveis/não

comercializáveis, verificamos que são os serviços comercializáveis que têm maior relevância, com o VAB

a registar um crescimento médio anual real de cerca de 3,2% e o emprego de 2,4% entre 1995 e 2006,

face à evolução média anual do total da economia.

Entre 1996 e 2008, verificou-se uma contribuição crescente do setor dos serviços para o saldo da Balança

Corrente, uma crescente especialização da economia portuguesa neste setor. São principalmente os

serviços prestados pelas indústrias de rede (Transportes, Comunicações, Seguros e serviços Financeiros)

que têm progredido na estrutura produtiva, com particular destaque para os transportes. Os mais

importantes são os transportes aéreos, seguidos pelos transportes rodoviários. De referir ainda os

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“serviços de construção”, os “outros serviços fornecidos por empresas”( serviços jurídicos, contabilísticos,

de consultadoria em gestão e de relações públicas, serviços de publicidade, estudos de mercado e de

opinião pública, serviços de intermediação comercial, serviços de aluguer sem tripulação, serviços entre

empresas afiliadas e "outros serviços") e os “serviços de base tecnológica” (Serviços de I&D, Direitos de

utilização, Serviços de informática, Serviços de arquitetura, Serviços de engenharia, Serviços de

consultadoria técnica, Serviços agrícolas, mineiros e industriais) que têm tido um desempenho relevante.

Com efeito, e desde 2007 que os serviços de base tecnológica registam um excedente do saldo das

operações com o exterior. Os serviços de engenharia, de consultadoria técnica e agrícolas, mineiros e

industriais são os que mais têm contribuído para esta evolução, não descurando os serviços de

informática.

Do ponto de vista da internacionalização deste setor verifica-se um decréscimo dos saldos negativos

desde 2000 e, a partir de 2004 verificam-se saldos positivos e crescentes, com estagnação em 2008. O

saldo no PIB evoluiu de -0,9% em 1996 para 1,3% em 2008. Para este resultado contribuíram

particularmente os serviços de “transporte”, de “construção”, de” comunicação” e dos “outros serviços

prestados às empresas”. Mais de 50% das exportações destinam-se ao mercado Europeu - sobretudo

Espanha, Alemanha, França e Reino Unido -, mas também exportamos para África (PALOPs) e América

Latina (Brasil e Venezuela).

Nas exportações de serviços têm maior peso os seguintes segmentos: os serviços prestados pelas

indústrias de rede (que representam uma média de 60%), com relevância particular para os transportes

aéreos, mas também os transportes rodoviários e os transportes marítimos na componente fretes.

Seguem-se os serviços de base tecnológica com um crescimento médio anual particularmente relevante

(28% entre 2003 e 2008), de que se destacam os serviços de consultadoria técnica (+21%) de informática

(+19%) e engenharia (+19%). Os outros serviços fornecidos por empresas, também cresceram de forma

significativa no período 1996-2008 e, finalmente, os “serviços de construção”.

Evolução das exportações

O aumento das exportações em 2010 explica-se por uma diversificação dos países de destino, já que as

exportações para a UE decresceram. Este movimento de decréscimo do peso das exportações com

destino à UE vem a decrescer desde 2006. É também desde esta data que se verifica um aumento das

exportações para os países extra-UE e para os PALOP. O dado mais relevante parece ser a importância

crescente dos países dos PALOP e salto, em 2010, dos países da OPEP que justificam, em grande medida,

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o aumento global das exportações de Portugal. No quadro seguinte podemos verificar a evolução do

peso relativo das exportações para diferentes regiões:

2005 2006 2007 2008 2009 2010

MUNDO 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

INTRA-U E 80,04 77,87 77,11 74,47 75,43 74,96

EXTRA-U E 19,96 22,13 22,89 25,53 24,57 25,04

EFTA 1,13 1,08 0,92 1,01 1,14 1,12

OPEP 1,01 0,69 0,68 1,37 1,70 7,02

PALOP 3,41 4,28 5,38 6,88 8,33 6,54

0,0010,0020,0030,0040,0050,0060,0070,0080,0090,00

100,00

% f

ace

ao

to

tal

A evolução das exportações foi positiva entre 2005 e 2008, verificando-se uma quebra acentuada em

2009 e uma assinalável recuperação em 2009. O gráfico em baixo apresentado evidencia um outro dado

relevante e que é a subida apreciável de exportações para a OPEP em 2009. A crise política do médio

Oriente e em particular a Líbia, podem ter um impacte significativo nesta evolução, o que na atual

conjuntura pode ser penalizador para Portugal.

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-

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

40.000

45.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Milh

õe

s d

e E

uro

s Mundo

Intra União Europeia

Extra União Europeia

EFTA

OPEP

PALOP

Por setor de atividade e considerando os que têm mais peso nas exportações (peso superior a 3%),

verifica-se uma recomposição sectorial nas exportações entre 2005 e 2010, com uma queda progressiva

e sustentada dos Têxteis (-1,9), Vestuário (-11,2%), Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras,

exceto mobiliário e da Fabricação de obras de cestaria e de espartaria (-10%) e da Fabricação de

equipamentos informáticos, equipamento para comunicações e produtos eletrónicos e óticos (-37,7),

todos com uma taxa de crescimento médio anual negativa.

Em contrapartida, neste mesmo período, sobem sustentadamente o peso nas exportações, na

Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos (135,2%), a Fabricação de coque, produtos

petrolíferos refinados e de aglomerados de combustíveis (101,8%) e as indústrias alimentares (75,1%).

Estas últimas são o segundo setor exportador mais importante, logo a seguir à Fabricação de veículos

automóveis, reboques, semirreboques e componentes para veículos automóveis, cuja taxa de variação

neste período foi de 7,2%. No quadro em baixo podemos verificar a evolução das exportações por setor

de atividade nos últimos anos para os setores com peso na economia superior a 3:

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

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Nota: As percentagens assinaladas com asterisco (*) foram calculadas com base nos anos 2006 e 2010.

Sectores de Actividade 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Var.

05/10 var

08/10 var

09/10

Tx.Cresc.Médio Anual 05/10

SECTORES COM PESO SUPERIOR A 3 (FACE 2010)

Fabricação de veículos automóveis, reboques, semi-reboques e componentes para veículos automóveis

12,96 12,65 11,59 11,09 10,89 11,77 7,2 0,1

25,1 1,4

Indústrias alimentares 4,18 4,29 4,83 5,86 6,60 6,20 75,1 -0,1 8,7 11,9

Indústria do vestuário 8,13 7,29 6,88 6,44 6,86 6,11 -11,2 -10,4 3,1 -2,4

Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais, excepto produtos farmacêuticos

5,39 5,18 5,52 5,57 5,07 6,10 33,8 3,4

39,3 6,0

Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e de aglomerados de combustíveis

3,46 4,60 3,77 4,73 4,53 5,91 101,8 17,8

50,8 15,1

Fabricação de equipamento eléctrico x 4,63 4,84 4,87 5,04 5,11 13,9* -1,0 17,4 2,6*

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas 3,91 3,97 4,18 4,32 4,92 4,95 49,2 8,0 16,4 8,3

Fabricação de produtos metálicos, excepto máquinas e equipamentos

x 4,95 5,02 5,59 5,86 4,71 -1,9* -20,5 -7,0 -0,4*

Fabricação de equipamentos informáticos, equipamento para comunicações e produtos electrónicos e ópticos

8,86 8,87 8,25 7,43 4,91 4,67 -37,7 -40,6

10,2 -9,0

Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e. 4,23 4,41 4,96 5,53 4,89 4,37 21,9 -25,4 3,4 4,0

Fabrico de outros produtos minerais não metálicos 3,99 3,98 4,25 4,21 4,47 4,09 21,3 -8,1 6,0 3,9

Indústrias metalúrgicas de base 3,44 4,03 4,16 4,01 3,51 4,08 40,0 -3,9 34,5 7,0

Indústria do couro e dos produtos do couro 4,28 3,87 3,69 3,77 4,22 3,89 7,1 -2,8 6,5 1,4

Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos 1,91 1,92 1,90 3,60 2,54 3,81 135,2 -0,1 73,6 18,7

Fabricação de têxteis 4,39 3,94 3,83 3,67 3,80 3,65 -1,9 -6,1 11,0 -0,4

Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto mobiliário; Fabricação de obras de cestaria e de espartaria

3,90 3,72 3,66 3,36 3,23 2,98 -10,0 -16,4

6,7 -2,1

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

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Em conclusão, a intensificação da abertura comercial de Portugal e a adesão ao Euro conduziram na

última década a uma evolução desfavorável em termos de convergência real com a UE, para a qual

contribuíram essencialmente os seguintes fatores:

A liberalização do comércio internacional com a entrada de novos atores como a China e a Índia;

Integração na moeda única, com consequentes alterações nos instrumentos de política económica

disponível;

Alargamento da UE ao Leste Europeu, com o consequente aumento do ambiente concorrencial em

termos de comércio internacional e de captação de fluxos de IDE.

Por outro lado, nos últimos 25 anos temos assistido a uma ascensão dos setores não transacionáveis

focados no mercado interno (construção, imobiliário, serviços a empresas, educação, saúde), a

investimentos em infraestruturas (telecomunicações, gás, eletricidade, rodovias, água e ambiente) e a

uma mudança limitada na carteira de bens e serviços transacionáveis.

Todos os fatores enunciados em cima conduziram a uma carteira de atividades exportadoras de bens

vulnerável à concorrência de economias emergentes e novos membros da UE e que no passado

demonstraram baixa capacidade de crescimento no comércio internacional, para além de continuar a

existir uma escolarização de mão de obra inferior anos novos membros da UE.

A economia Portuguesa tem demonstrado assim uma fragilidade competitiva internacional e dificuldade

de adaptação às novas condições de mercado e encontra-se atualmente numa fase de ajustamento

estrutural da sua economia.

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3. Drivers

No decurso da leitura prospetiva efetuada foram identificados vários fatores condutores da evolução

sectorial, ou drivers. Estas linhas condutoras do desenvolvimento sectorial podem ser agrupadas em três

grandes vetores: tendências globais, sistemas de atores e dinâmicas de mercado e políticas

governamentais.

Tendências globais

Globalização

As reduções de barreiras ao comércio nas últimas décadas promovida pela Organização Mundial do

Comércio originou alterações no Comércio Internacional, e a integração de diversas economias de

mercados emergentes, nomeadamente da Ásia e Europa Central e de Leste nos mercados mundiais.

Os avanços da liberalização do comércio mundial no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC),

em articulação com o desenvolvimento do novo paradigma das Tecnologias de informação e

comunicação (TIC), originaram nas duas últimas décadas alterações profundas no comércio mundial,

com consequências importantes na afetação de recursos e distribuição da riqueza a nível mundial, na

posição relativa dos países nas lógicas da concorrência internacional e na própria recomposição sectorial,

incluindo a inclusão de diversas economias emergentes, nomeadamente da Ásia e Europa Central e de

Leste no mercado mundial.

Estas alterações e o aumento da abertura da economia Portuguesa ao exterior têm levantado alguns

problemas de competitividade na economia Portuguesa e contribuído para algumas redefinições

sectoriais.

Por outro lado, o alargamento da União Europeia ao Leste Europeu, para além de aumentar a

concorrência comercial em termos de comércio internacional na economia Portuguesa, tornou estes

países do Leste Europeu também concorrentes na captação de Investimento Direto Estrangeiro de

empresas do Norte da Europa.

A crise económica internacional vem agudizar a tendência de alterações geopolíticas e a perda de poder

de vários players mundiais como é o caso dos EUA para economias emergentes como é o caso da Índia e

da China.

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Janeiro de 2011 13

Alterações demográficas

Globalmente existem uma série de tendências demográficas que deverão continuar durante a próxima

década e que terão consequências sociais e económicas relevantes.

A população mundial deverá continuar a crescer, sendo espectável que estabilize no ano de 2050 nos

9,15 biliões (cenário médio segundo estudo das Nações Unidas), ou seja, cerca de mais 3 biliões do que

atualmente.

Parte substancial deste crescimento deverá centrar-se nos países mais pobres sendo que 70% do

crescimento demográfico estimado para 2050 deverá concentrar-se em 24 países, todos considerados

pelo Banco Mundial como países de rendimento baixo ou médio baixo, com carências de vária ordem

incluindo a nível de educação, capital e oportunidades de emprego. Em 1950 o Bangladesh, Egito,

Indonésia, Nigéria, Paquistão e Turquia tinham, em conjunto, uma população de 242 milhões de pessoas.

Hoje, os mesmos seis países, de maioria muçulmana, têm 886 milhões de habitantes e, até meados do

século, deverão ter um acréscimo de 475 milhões. Os movimentos sociais no Egito e a possibilidade de

alastramento a outros países do médio oriente podem constituir outro fator que contribuirá para alterar

a posição política e económica destes países no mundo.

Em contrapartida, o peso relativo da população nos países desenvolvidos deverá baixar cerca 25%. Em

2003, as populações da Europa, EUA e Canadá correspondiam apenas a 17% da população mundial. Em

2050, esse peso deverá cair para 12%. Segundo o Banco Mundial, em 2030, a classe média do mundo em

desenvolvimento será de 1,2 biliões de pessoas, um aumento de 200% face a 2005, superando as

populações globais da Europa, Japão e EUA.

Esta questão propicia uma deslocação do poder económico para as regiões em desenvolvimento por um

lado e, por outro, potencia a procura de trabalhadores imigrantes por parte do ocidente.

Outro dado importante do ponto de vista demográfico é a urbanização crescente das economias

emergentes e em desenvolvimento, o que coloca problemas de sustentabilidade ambiental. Um facto

inédito a este propósito e que coloca este problema como um dos fatores a ter em conta é que, pela

primeira vez na história, a população urbana mundial supera a rural. Em 1950 a população urbana

representava 30% do total, mas estima-se que esse número ascenda a 70% em 2050.

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Janeiro de 2011 14

Nos países desenvolvidos a população deverá continuar a envelhecer e a população ativa a diminuir,

como consequência na quebra das taxas de natalidade. Calcula-se que na Europa, a quebra na população

ativa ronde os 24% no ano 2050.

A população chinesa com mais de 60 anos representa entre 12 a 15% da população total. Na Europa,

Canadá e EUA essa percentagem varia entre 15 e os 22% e é de 30% no Japão.

Esta inversão da pirâmide demográfica tem colocado fortes problemas de sustentabilidade do modelo

social europeu.

Ambiente e Sustentabilidade

Os combustíveis fósseis deverão permanecer a fonte de energia dominante nas próximas décadas, mas

existem dúvidas acerca da sustentabilidade em relação ao ambiente e à segurança da oferta.

Nos últimos anos tem-se verificado um aumento da procura mundial de petróleo, conduzida pelo

crescimento económico dos países emergentes. Apesar dum potencial decréscimo com a recente crise

económica, a tendência de médio e longo prazo é a procura continuar a crescer. Por outro lado, tem-se

verificado nos últimos anos uma estagnação da oferta mundial de petróleo. Estes fatores têm conduzido

a um reforço do poder financeiro dos países produtores de petróleo e uma consequente transferência de

riqueza dos países consumidores para os produtores.

O desastre ambiental do dia 20 de abril de 2010 no Golfo do México numa plataforma da British

Petroleum relançou esta questão e continua a pressionar governos e petrolíferas para novas medidas e

políticas ambientais.

A pressão sobre os recursos energéticos e sobre o ambiente tem fomentado o desenvolvimento das

energias renováveis, no entanto, novos desenvolvimentos tecnológicos nesta área estão condicionados à

preocupação com o crescimento, redução de dependência de fontes tradicionais de energia das regiões

de maior instabilidade política e procurar fontes e processos de conversão energética menos prejudiciais

ao ambiente.

Embora se preveja que os combustíveis fósseis deverão permanecer a fonte de energia dominante nas

próximas décadas, as pressões políticas e sociais em relação aos impactes ambientais já não podem ser

politicamente ignoradas, por muito difícil que seja encontrar consensos políticos a nível mundial como

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 15

mostraram os Acordos de Quioto e a recente Conferência de Copenhaga que terminou sem grandes

avanços apesar das expectativas que tinham sido colocadas na presença de Obama.

Contudo, apesar das dificuldades em chegar a acordos comuns globais, as estruturas de produção de

energias renováveis têm crescido e o seu peso económico em termos mundiais tem sido reforçado. Entre

1999 e 2009 a produção bruta de eletricidade renovável aumentou a uma média anual de 3,1%.

Em 2009, 19,1% da eletricidade global teve origem nas energias renováveis, o que significa um peso

maior do que a energia nuclear (13,5%), embora os combustíveis fósseis tivessem representado 67,2%.

Os 0,2% restantes foram fornecidos pela incineração de resíduos não-renováveis.

Prevê-se que estes setores continuem a crescer a nível mundial não só nos países mais desenvolvidos,

mas também nas economias emergentes da China e da Índia. A China é líder mundial na fabricação de

células fotovoltaicas e tem uma forte presença no mercado das turbinas eólicas onde a Índia tem

também uma posição de destaque.

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Janeiro de 2011 16

Políticas Governamentais

Em 2005 destacavam-se no leque das medidas governamentais para a economia, a internacionalização -

por via do investimento privado no exterior, da captação de investimento estrangeiro e das exportações

-, a política ambiental, o turismo e o que viria a designar-se posteriormente como cluster do mar.

Estas áreas aparecem reforçadas e com mais peso na atual legislatura, em que para além da captação do

investimento, do desenvolvimento do turismo e das economias ligadas ao mar, se afirma a ambição de

"liderar a revolução energética" no âmbito da política ambiental. As energias alternativas assumem do

ponto de vista das políticas governamentais, uma espécie de desígnio nacional que cumpre um conjunto

de objetivos fundamentais para o país, nomeadamente a diminuição do défice externo e do

endividamento nacional pela redução da dependência energética (em 2008 o consumo de combustíveis

fosseis representou 52% do défice da balança comercial), o desenvolvimento de novas indústrias, que

contribuem para a alteração do padrão de especialização produtiva do país, da criação de novos

empregos e no contributo para as bases de um modelo desenvolvimento sustentável.

Para além destas, a fileira floresta-madeira-móvel é o setor em que, conjuntamente com o turismo e as

energias alternativas, se aposta como setores em que Portugal se pode aproximar de uma liderança à

escala global.

Para o aumento da capacidade exportadora, para além das três grandes áreas referidas anteriormente, a

aposta do Governo assenta em setores como a indústrias da moda (têxtil, vestuário ou calçado);

agroalimentar (vinho, hortofrutícolas ou floricultura); indústrias da mobilidade (automóvel e

aeronáutica); serviços de saúde; indústria de moldes e ferramentas; tecnologias de informação,

comunicação e eletrónica; indústrias de equipamentos/ tecnologias de produção, nomeadamente na

área ambiental e indústrias de refinação, petroquímica e química industrial.

QREN

Estas opções de política económica consubstanciam-se no Quadro Referência Estratégico Nacional

(QREN) para o período de 2007-2013. A estratégia de desenvolvimento aí definida no que diz respeito à

economia assenta em dois eixos principais:

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Janeiro de 2011 17

i) Um primeiro eixo centrado na competitividade, tendo como objetivo a qualificação do tecido

produtivo, o desenvolvimento tecnológico, o estímulo ao empreendedorismo e a melhoria das

estruturas envolventes das empresas;

ii) Um outro eixo de desenvolvimento de base territorial que tem como objetivo melhorar as condições

de atratividade do investimento produtivo, abrange as intervenções de natureza infraestrutural e

procura o reforço da coesão económica, social e territorial

A implementação desta estratégia é operacionalizada através de programas Operacionais, organizados

em torno das chamadas Estratégias de Eficiência Coletiva (EEC) que podem ser de vários tipos: Pólos de

Competitividade e Tecnologia (PCT), Clusters e "Outros Clusters" no que diz respeito ao primeiro eixo, e

Estratégias de Valorização Económica de Base Territorial que podem assumir a forma de Programas de

Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE) e as Ações de Regeneração e

Desenvolvimento Urbanos (ARDU).

Merecem destaque as políticas de apoio aos chamados Pólos de Competitividade e Tecnologia (PCTs) e

aos Clusters, como setores-base para mudar o padrão de especialização produtiva do país, apostando em

áreas que incorporam uma forte componente científica e tecnológica de base nacional. Esta estratégia

tem como objetivo diminuir a dependência tecnológica do exterior, criar oportunidades de emprego

qualificado e contribuir para o equilíbrio da balança comercial. A diferença básica entre pólos de

competitividade e clusters assenta no facto dos Clusters terem menor conteúdo de C&T incorporado.

Neste quadro, o Governo formalizou em 2009 a existência de 11 Pólos de Competitividade e Tecnologia

e 8 clusters, que se concretizam em 108 projetos, designados como projetos-âncora.

Estes pólos de competitividade e clusters são objeto de políticas públicas de incentivo no âmbito do

QREN e traduzem, em grande medida, as grandes apostas sectoriais governamentais.

Os 11 Pólos de Competitividade e Tecnologia de contemplam as seguintes áreas: saúde, moda,

tecnologia agroindustrial (alimentos, saúde e sustentabilidade), tecnologia da energia, Tecnologia das

Indústrias de Base Florestal, Tecnologia Engineering & Tooling, Tecnologia das Indústrias de Refinação,

Petroquímica e Química Industrial, Tecnologia das Indústrias da Mobilidade (Portugal Mobi 2015),

Tecnologias de Produção, Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica e Turismo 2015.

Os oito clusters são os seguintes: Habitat Sustentável, Agroindustrial do Centro, Cluster da Pedra Natural,

Cluster das Empresas de Mobiliário, Cluster das indústrias criativas da região norte, Cluster agroindustrial

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Janeiro de 2011 18

do Ribatejo, Cluster dos Vinhos da Região Demarcada do Douro, Cluster do Conhecimento e Cluster da

Economia do Mar.

Há setores que mereceram por parte do Governo a definição de Planos de intervenção específicos,

nomeadamente o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), o Plano Nacional da energia (PNE), o

Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) e o Plano Estratégico dos Transportes (PET).

Plano Estratégico Nacional do Turismo

O Governo aprovou em 2007 o Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), definindo uma estratégia

para o crescimento sustentado do setor, estratégia que viria a consubstanciar-se na Lei de bases do

Turismo aprovada em 2009 (DL nº 191/2009) e que define as bases das políticas de desenvolvimento da

atividade turística, considerada como uma área de intervenção prioritária.

Os objetivos definidos no PENT definem que o Turismo deverá ser um dos motores de crescimento da

economia, que Portugal deverá tornar-se um dos destinos de maior crescimento da Europa, o que

pressupõe uma requalificação do setor e um aumento de competitividade da oferta.

O PENT cria objetivos específicos para o ano de 2015 tendo em vista o desenvolvimento deste setor:

Atingir os 20 milhões de turistas (13 milhões em 2009);

Alcançar 15 mil milhões de receitas em 2015 (7,4 mil milhões em 2008);

Representar 15% do PIB;

Absorver 15% do emprego nacional.

O Alentejo deverá ser a região que apresentará maior evolução, com crescimentos anuais de cerca de

11%. Prevê-se ainda que o Alentejo seja a região de maior evolução, com crescimentos anuais de 11%.

A implementação do PENT está estruturada em torno de 5 eixos:

Território, Destinos e Produtos

Marcas e Mercados

Qualificação de Recursos

Distribuição e Comercialização

Inovação e Conhecimento

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Janeiro de 2011 19

Para a concretização destes 5 eixos foram identificados 11 projetos que envolvem várias entidades

distintas:

Produtos, Destinos e Pólos

Intervenção em Zonas de Interesse Turístico (ZITs), nas áreas do Urbanismo, Ambiente e Paisagem

Desenvolvimento de Conteúdos distintivos e inovadores

Eventos

Acessibilidade Aérea

Marcas, Promoção e Distribuição

Programa de Qualidade

Excelência no Capital Humano

Conhecimento e Inovação

Eficácia do relacionamento Estado-Empresa

Modernização Empresarial

Todo o plano deve estar sob a orientação política do Ministério da Economia e da Inovação e deverão ser

envolvidas diversas entidades, nomeadamente a administração central, regional e local, associações

sectoriais, empresariais e regionais, e empresas diretas ou indiretamente relacionadas com a atividade

turística.

Para a concretização do PENT são ainda identificadas as lacunas que existem nas ligações aéreas com os

vários países emissores, as áreas com necessidades de melhorias de acessibilidades, veiculada a

necessidade de realização de 1-2 mega eventos por década e de 10-12 grandes eventos de projeção

internacional por ano e a necessidade de desenvolver e adequar a oferta cultural, de identificar e definir

formalmente a constituição de Zonas Turísticas de Interesse (“ZITs”), de implementar um sistema de

qualidade turística e de formação dos recursos humanos.

No que diz respeito aos recursos humanos é mencionada a intenção de criar um programa de excelência

da formação turística, estabelecer uma escola de gestão turística internacional, selecionar uma escola

por região e estimular o desenvolvimento curricular de novas áreas disciplinares no setor do Turismo e

ainda a necessidade de fomentar a especialização.

Existe um Protocolo Bancário Turismo de Portugal que visa apoiar financeiramente os projetos turísticos

económica e financeiramente viáveis e que, em função das prioridades definidas no Plano Estratégico

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Janeiro de 2011 20

Nacional do Turismo, contribuam inequivocamente para o aumento da qualidade, inovação e

competitividade da oferta do setor turístico nacional. Medidas de apoio ao desenvolvimento do setor

estão também contempladas no QREN.

Uma caracterização mais detalhada acerca da estratégia e dos segmentos alvo é feita mais à frente na

nuvem turismo.

Estratégia Nacional para a Energia 2020

Na área do ambiente e sustentabilidade o Governo tem como objetivo que Portugal lidere a" revolução

energética", assegure a posição de Portugal entre os cinco líderes em matéria de energias renováveis

em 2020, assim como afirmar a liderança global na fileira industrial das energias renováveis.

A política energética é estruturante da política económica do governo na medida em que se propõe

cumprir vários objetivos: o da sustentabilidade económica e ambiental, a competitividade, crescimento e

emprego por via de uma maior independência energética, da dinamização de vários setores de atividade

(energias renováveis, mobilidade elétrica, etc.), procurando também promover a eficiência energética,

consolidar o mercado ibérico de eletricidade e criar o mercado ibérico do gás natural, assim como

contribuir para o equilíbrio da balança comercial através do aumento das exportações de bens de

equipamento e da redução de importações de combustíveis fósseis. Esta política está consubstanciada

em três documentos fundamentais: Estratégia Nacional para a Energia com o horizonte de 2020 (ENE

2020), o Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis e o Plano Nacional de Ação para a

Eficiência Energética. Esta última, aprovada em Resolução de Conselho de Ministros (nº 29/2010) é

também a mais recente e prevê já a atualização dos outros programas acima mencionados.

A Estratégia Nacional de Energia (“ENE”) foi lançada em abril de 2010, e os principais objetivos deste

plano para o ano de 2020 são os seguintes:

Dependência: reduzir dependência energética do país face ao exterior para 74% (foi de 83% em 2008)

e reduzir em 25% o saldo importador energético com a energia produzida a partir de fontes

endógenas;

Renováveis: 60% da eletricidade produzida e 31% do consumo de energia final tenham origem em

fontes renováveis; criar mais 100.000 postos de trabalho a acrescer aos 35.000 já existentes (45.000

diretos e 90 000 indiretos) no setor das energias renováveis; o impacto no PIB passará de 0,8 % para

1,7 % até 2020;

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Eficiência: redução de 20% do consumo de energia final, nos termos da política Comunitária para a

energia e desenvolver um cluster industrial associado à promoção da eficiência energética

assegurando a criação de 21 000 postos de trabalho anuais, gerando um investimento previsível de

13.000 milhões de euros até 2020 e proporcionando exportações equivalentes a 400 milhões de

euros;

Ambiente: cumprimento das metas de redução de emissões assumidas por Portugal no quadro

Europeu.

A ENE 2020 visa implementar uma séria de medidas e estratégias através da utilização de cinco grandes

vetores: competitividade, crescimento e independência energética e financeira; aposta nas energias

renováveis; promoção da eficiência energética; garantir segurança no abastecimento energético;

sustentabilidade económica e ambiental.

Competitividade, crescimento e independência energética e financeira

Os investimentos totais previstos ao abrigo da ENE para o setor da energia deverão superar os 31.000

milhões de Euros, com o objetivo de desenvolver este setor, obter um maior equilíbrio da balança

comercial através do aumento das exportações de bens de equipamento e de redução das importações

de combustíveis fósseis. Por outro lado, os setores associados à energia (moldes e ferramentas,

materiais avançados, sistemas elétricos, sistemas eletrónicos, sistemas de informação) têm uma

intensidade tecnológica elevada.

A redução da dependência energética e financeira tem por base o aumento da produção renovável e a

melhoria na eficiência energética. O setor dos transportes é responsável por cerca de um terço do

consumo final de energia e por isso existe a intenção de introdução de veículos elétricos e o objetivo

deste tipo de veículos substituir cerca de 10% dos combustíveis atualmente consumidos nos transportes

rodoviários.

A liberalização dos mercados de energia na Europa teve como intenção a criação de um mercado interno

de energia, a redução dos custos de energia e o aumento de competitividade económica. Foi neste

contexto que em julho de 2007 entrou em vigor o Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) e em janeiro

de 2008 foi aprovado o Model for Organisation and Operating Principles do Mercado Ibérico de Gás

Natural (MIBGAS).

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Janeiro de 2011 22

Deste modo, estão planeados investimentos até ao ano de 2014 com vista a aumentar a interligação

entre Portugal e Espanha e reforçar as interligações entre a Península Ibérica e França, de forma a

garantir a integração do mercado Ibérico nas redes elétricas Europeias.

Por outro lado, a reorganização do mercado do gás com vista à implementação do MIBGAS, conduzirá a

um reforço das interligações e da capacidade de armazenamento de Gás Natural. O terminal de Sines e a

sua ligação ao armazenamento do Carriço deverão formar um hub estratégico em Portugal.

Aposta nas renováveis

A dinamização do cluster das energias renováveis foi assumida pelo governo português como um vetor

estratégico nacional consubstanciado na Estratégia Nacional para a Energia 2020 “O programa de

Governo do XVIII Governo Constitucional estabelece que um dos objetivos para Portugal deve «liderar a

revolução energética» através de diversas metas, entre quais «assegurar a posição de Portugal entre os

cinco líderes europeus ao nível dos objetivos em matéria de energias renováveis em 2020 e afirmar

Portugal na liderança global na fileira industrial das energias renováveis, de forte capacidade

exportadora».”

A intenção é promover uma fileira industrial, diversificar a diversificação de fontes e tecnologias por

forma a reduzir a dependência externa e aumentar a segurança de abastecimento.

No seguimento do objetivo estabelecido de consumo de 31% da energia final através de energias

renováveis, tem sido efetuados investimentos significativos nesta área, nomeadamente na energia eólica,

que colocaram Portugal como uma referência. Por outro lado, a aposta nas energias renováveis é

considerada vital para a redução da dependência energética externa.

Atualmente a produção de energia renovável em Portugal é feita na sua maioria através da combinação

da energia hídrica e eólica. No entanto, existe a intenção de diversificar para outras energias renováveis.

Neste contexto, foi aprovado o Plano Nacional para as Energias Renováveis (PNAER) – detalhado mais à

frente neste capítulo.

Promoção da eficiência energética

Existe uma preocupação em tornar o consumo energético mais eficiente, nomeadamente no que diz

respeito aos produtos derivados do petróleo. Um dos grandes objetivos da ENE para 2020 é a redução de

20% do consumo de energia final em 2020, e para isso existem medidas fiscais, promoção de projetos

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Janeiro de 2011 23

com vista a aumentar a eficiência energética, nomeadamente nos setores dos transportes, serviços e na

gestão energética de edifícios.

O objetivo de promover a eficiência energética é o de reduzir em 20% o consumo de energia final até

2020 através de medidas fiscais e da inovação tecnológica, nomeadamente os veículos elétricos e as

redes inteligentes, a otimização dos sistemas de iluminação pública e da gestão energética dos edifícios

públicos, residenciais e de serviços. Neste contexto foi aprovado no ano de 2008 foi aprovado o Plano

Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) – detalhado mais à frente neste capítulo.

Garantia da segurança de abastecimento

A estratégia para garantir a segurança no abastecimento de energia passa pela diversificação das fontes

e origens energéticas. A aposta nas energias renováveis foi uma das formas escolhidas para alcançar esta

diversificação e por outro lado para reduzir a dependência externa. Por outro lado, está previsto o

desenvolvimento das infraestruturas para o transporte e distribuição de energia, no âmbito do MIBEL e

do MIBGAS.

A concretização deste programa prevê a criação de um centro de investigação tecnológica em Badajoz -

Centro Ibérico para as Energias Renováveis e a Eficiência Energética (CIEREE) - e apoia-se ainda nas

parcerias estabelecidas com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Prevê-se a implementação

de um Fundo de apoio à inovação e já está aprovado o apoio a projetos para desenvolvimento de novas

tecnologias no âmbito das redes inteligentes, energia das ondas e outras tecnologias na área das

energias. Prevê-se um investimento global de 31 milhões de euros nos próximos 10 anos.

Por outro lado espera-se por efeito de arrastamento o crescimento de outros setores associados à

energia (moldes e ferramentas, materiais avançados, sistemas elétricos, sistemas eletrónicos e de

sistemas de informação).

Prevê ainda que os investimentos tenham em conta a integração territorial, pela implementação de

centrais de produção de energia elétrica em zonas mais deprimidas e espera-se que esta estratégia

contribua para a criação de empregos a nível local.

Sustentabilidade económica e ambiental

O desenvolvimento das energias renováveis deverão contribuir para um contexto energético diferente,

com uma contribuição relevante para a redução da dependência energética externa e para um maior

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equilíbrio económico, para além da geração de emprego. Para este objetivo deverá ainda contribuir a

introdução de uma maior concorrência no setor e o desenvolvimento das infraestruturas energéticas

previstas. Não menos relevante é a redução das emissões dos gases de estufa.

Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER)

Tal como o PNE, o PNAER resulta da transposição de uma diretiva comunitária (2009/28/CE do

Parlamento Europeu e do Conselho), que estabelece que os Estados-Membros devem aprovar e

apresentar à Comissão Europeia um Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) até 30

de junho de 2010, fixando mesmo os objetivos nacionais que cada Estado-Membro deve no domínio da

energia proveniente de fontes renováveis a consumir nos transportes, produção de eletricidade e

aquecimento e arrefecimento até 2020. O PNAER apresenta um conjunto de medidas que visam o

cumprimento dos compromissos assumidos no âmbito da UE, assumindo que a base de desenvolvimento

da produção nacional renovável assentará sobretudo no aumento articulado da capacidade instalada

hídrica e eólica, sem descurar outras fontes. Assim, será também promovido o desenvolvimento nas

tecnologias baseadas no aproveitamento da energia solar, quer nas aplicações de grande escala quer na

aposta nos sistemas de mini e microprodução e sistemas para aquecimento de água sanitárias. Fazem

ainda parte da estratégia do Governo a médio prazo a biomassa, o biogás, os biocombustíveis, a

geotermia e a energia das ondas. Um conjunto de medidas muito específicas estão já desenhadas e

algumas regulamentadas com vista à aplicação deste plano.

Energia hídrica:

O Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH), criado em 2007, visa

desenvolver o potencial hídrico nacional e viabilizar o crescimento da energia eólica. A capacidade

instalada de energia hídrica deverá crescer dos 4.900 MW para 8.600 MW até 2020 e por outro lado

permitir o aumento da eficiência na produção de eletricidade através da energia eólica. Existe ainda o

objetivo de atingir os 250 MW através da mini hídrica.

Energia Eólica:

A energia eólica tem sido uma das fortes apostas no passado recente, tendo a capacidade instalada

passado de 537 MW no ano de 2004, para cerca de 3.500 MW em 2009. Até ao ano de 2011 deverão

ainda ser instalados mais 2.000 MW decorrentes dos concursos que decorreram nos últimos dois anos.

Até ao ano de 2020, poderão ainda ser instalados outros 3.000 MW adicionais de potência eólica.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 25

Energia solar:

Após os grandes desenvolvimentos nas energias hídrica e eólica, a solar é a tecnologia com maior

potencial de desenvolvimento nos próximos anos. O objetivo passa por atingir 1.500 MW de capacidade

instalada em 2020, quer através de projetos com a tecnologia solar termoelétrico, quer através ddo

desenvolvimento do fotovoltaico de concentração. Existe ainda um plano de desenvolvimento da micro

e mini geração em projetos com potências até 150 MW ou 250 MW, dependendo da tecnologia.

Biomassa:

Irá ser implementada a capacidade já atribuída de 250 MW. Existe a intenção de promover a produção

de biomassa florestal de forma integrada com a promoção da certificação florestal, promoção de

culturas energéticas e biomassa residual proveniente da atividade agrícola e agroindustrial. Deverá ser

ainda criado o Centro de Biomassa, para o desenvolvimento de investigação e desenvolvimento nesta

área.

Biocombustíveis:

As diretivas europeias deverão ser seguidas, tendo em conta a obtenção das metas colocadas para a

utilização de energias renováveis no setor dos transportes. Um dos objetivos comunitários estabelecidos

consiste na utilização de 10% de biocombustíveis no combustível para veículos.

Geotermia:

O governo Português tem como objetivo de alcançar a capacidade instalada de 250 MW até 2020.

Portugal é considerado como sendo uma região com elevado potencial neste campo, existindo

atualmente uma aposta em projetos desta natureza nos Açores, enquanto estão a ser desenvolvidos

outros projeto-piloto no território nacional de investigação científica.

Energia das ondas:

O elevado potencial do nosso país, aliado ao movimento para o desenvolvimento do cluster do mar tem

fomentado o desenvolvimento desta tecnologia. Estão previstos diversos contratos de concessão da

zona-piloto para a preparação das infraestruturas para a instalação de projetos de demonstração. A

meta é atingir a capacidade instalada de 250 MW até 2020.

Hidrogénio:

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Janeiro de 2011 26

O desenvolvimento das tecnologias de pilhas de combustível a hidrogénio poderá alterar o paradigma

energético atual, devido ao potencial de sinergias entre a produção de energia através de fontes

renováveis e a eficiência energética. O hidrogénio poderá funcionar no futuro como tecnologia para

viabilizar a utilização de energias renováveis em larga escala e para permitir soluções inovadoras no

setor dos transportes. Está prevista a participação em iniciativas do SETPlan (Strategic Energy

Techonology Plan) que está a ser promovido pela União Europeia.

Para o desenvolvimento e promoção destas últimas prevê-se a criação de medidas próprias. Vale a pena

referir a criação de uma zona piloto em S. Pedro de Moel, concessionada à REN, para a instalação de

projetos de demonstração no domínio da energia dos oceanos, em especial das ondas (DL n.º 5/2008)

para testar as tecnologias de aproveitamento deste tipo de energia, que visa contribuir para a promoção

de um cluster industrial ligado às atividades do mar.

Neste quadro, o PNAER , estabelece como principais objetivos para o horizonte temporal de 2020:

Ter origem em fontes renováveis 31% do consumo final bruto de energia, 60% da eletricidade

produzida e 10% do consumo de energia no setor dos transportes rodoviários;

Reduzir a dependência energética do exterior para cerca de 74%, a partir de uma crescente

utilização de recursos energéticos endógenos;

Reduzir em 25% o saldo importador energético (cerca de 2.000 milhões €) com a energia produzida a

partir de fontes endógenas, possibilitando uma redução de importações estimada em 60 milhões de

barris de petróleo;

Consolidar o cluster industrial associado à energia eólica e criar novos clusters associados às novas

tecnologias do setor das energias renováveis assegurando um VAB de 3800 milhões de euros e

criando 100 mil novos postos de trabalho a acrescer aos 35 mil afetos à produção de energia elétrica

com FER;

Promover o desenvolvimento sustentável também pela redução de emissões de gases com efeito de

estufa, através de uma maior utilização das FER e da eficiência energética;

Criar, até 2012, um fundo de equilíbrio tarifário que contribua para minimizar as variações das tarifas

de eletricidade, beneficiando os consumidores e criando um quadro de sustentabilidade económica

que suporte o crescimento a longo prazo da utilização das energias renováveis.

Page 32: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 27

Promover o investimento no domínio das energias renováveis através da implementação de

instrumentos de financiamento com base no QREN, para o apoio à energia solar térmica, visando

também o incremento das exportações nesses domínios;

Aprovar medidas de promoção da produção de biomassa florestal, para assegurar as necessidades

de consumo já instaladas e a instalar; da promoção da certificação da gestão florestal sustentável; da

avaliação e promoção das culturas energéticas, bem como da biomassa resultante das atividades

agrícolas e agroindustriais.

Implementar o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, os novos

empreendimentos hídricos em curso com o objetivo de facilitar o crescimento da energia eólica;

Criar condições para a introdução e massificação da utilização do veículo elétrico a nível nacional,

procurando colocar Portugal como um país de referência ao nível do teste.

Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE)

O PNAEE foi criado tendo em vista que Portugal cumpra os objetivos estabelecidos pela União Europeia

relativos à eficiência na utilização de energia. A meta estabelecida é redução do consumo final de

energia em 10% até 2015.

Uma das medidas tomadas foi a implementação do programa MOBI. E para a promoção de veículos

elétricos e criação de uma rede nacional de carregamento. Para além da melhoria na utilização de

energia, este projeto procura ter outros impactos positivos, como seja, na produção de baterias,

componentes e infra estruturas energéticas.

Outro vetor do plano é o desenvolvimento do setor das Energy Saving Companies (ESCO´s), com o

objetivo de criação de um mercado de serviços de energia.

Para suportar financeiramente a aplicação do PNAEE, será implementado o Fundo de Eficiência.

Estratégia Governamental para os Transportes

Dado o caráter transversal dos impactes do setor, nomeadamente ao nível das políticas ambientais,

outras políticas, para além das que são diretamente dirigidas ao setor, têm medidas específicas que

convém considerar. É o caso do Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC 2006), que é o

primeiro programa nacional que tem como objetivo específico o controlo e redução das emissões de

Page 33: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 28

Gases com Efeito de Estufa, de acordo com os compromissos assumidos com a UE. No que diz respeito

ao setor dos transportes, as medidas mais relevantes adotadas foram:

Programa Auto-Oil: Acordo voluntário com as associações de fabricantes de automóveis para

redução do fator de emissão médio do parque de veículos novos vendidos;

Expansão do Metropolitano de Lisboa (ML);

Construção do Metro Sul do Tejo (MST);

Construção do Metro do Porto (MP);

Construção do Metro Ligeiro do Mondego (MLM);

Alterações da oferta da CP;

Ampliação da frota de Veículos a Gás Natural na CARRIS e nos STCP;

Incentivo ao abate de veículos em fim de vida;

Diretiva de Biocombustíveis (introdução de biocombustíveis no modo rodoviário);

Autoestradas do Mar (Meta 2010: transferência de 20% do tráfego rodoviário internacional de

mercadorias para o modo marítimo);

Plataformas Logísticas.

Uma parte importante dos projetos aqui enunciados está já concretizada ou em fase de implementação.

O POVT (Programa Operacional Temático para a Valorização do Território, 2007-2013), a financiar no

âmbito do QREN, e a Agenda Operacional para a Valorização do Território, organizam-se em 10 eixos de

atuação, o primeiro dos quais é dirigido às " Redes e Equipamentos Estruturantes Nacionais de

Transportes". O objetivo global estabelece que se pretende atenuar a situação periférica do país através

da melhoria das ligações internacionais e da integração das redes nacionais nas redes transeuropeias de

transportes e decalca, no essencial, dos objetivos da Rede Transeuropeia de Transportes o que diz

respeito aos projetos em que Portugal está incluído.

Posteriormente reafirmam-se estes objetivos de forma mais consistente e estabelece-se uma política

nacional de transportes para um horizonte mais amplo no chamado “Plano estratégico

Transportes”(2008-2020).

Plano Estratégico Transportes (PET)

O PET tem como objetivo geral contribuir para a coesão social e territorial, reforçar a integração da

economia portuguesa a nível europeu e mundial, respeitando o ambiente através de uma política de

eficiência energética. Mais especificamente, o PET propõe-se alcançar quatro objetivos fundamentais,

declinados em objetivos operacionais, contemplando três escalas espaciais: internacional, interurbana e

urbana. Objetivos específicos e operacionais do PET:

1. Promover uma maior integração do país nas cadeias europeias e mundiais de transportes:

Melhoria das estruturas portuárias, de modo a tornar os portos mais competitivos e articulados com

o restante sistema de transportes;

Page 34: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 29

Implementação de um sistema aeroportuário com um aeroporto na Região de Lisboa (rotas

mundiais), articulado com uma rede de aeroportos nacionais que, por sua vez se ligam à rede de

transportes envolvente;

Implementação de ligações ferroviárias, que liguem Portugal a Espanha e ao resto da Europa, que

transportem mercadorias e passageiros;

Conclusão dos eixos rodoviários prioritários, nomeadamente, as ligações a portos, aos aeroportos

nacionais e terminais ferroviários, entre capitais de distrito e às plataformas logísticas;

Implementação de plataformas logísticas de articulação com as cadeias internacionais instaladas e

promoção da sua interligação eficiente com o sistema de transporte de mercadorias até 2015.

2. Promover uma articulação eficiente entre centros urbanos e entre cada centro e a sua área de

influência:

Reforço da ligação entre as redes de acessibilidades nacionais e inter-regionais;

Esforço de melhoria permanente das redes e serviços de transporte público, procurando uma

adequação às necessidades da procura;

Satisfazer as necessidades básicas de mobilidade em período em que a procura seja mais baixa e em

áreas de fraca densidade populacional.

3) Melhorar a mobilidade urbana através de uma política que contribua para melhorar a qualidade de

vida:

Rede de Transporte Público urbano e suburbano, assegurando boa cobertura territorial nos vários

períodos do dia, a ligação das periferias entre si e entre estas e os centros principais, maximizando as

ligações diretas;

Qualidade dos TP e da informação aos utentes;

Repartição entre transporte individual e transporte público;

Racionalização da distribuição urbana de mercadorias;

Promoção da fluidez do tráfego urbano.

4) Melhorar a governação do setor:

Aprovação de legislação tendo em conta o direito comunitário;

Instalação de sistemas de planeamento e gestão da acessibilidade e mobilidade a nível

supramunicipal;

Institucionalização de formas de articulação entre o planeamento de transportes, o planeamento do

território e com a política energética e ambiental;

Melhoria do nível de qualificação no setor, através de programas específicos de formação e

qualificação profissional.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 30

Sistemas de atores e dinâmicas de mercado

Investimento Direto Estrangeiro (IDE)

No que diz respeito à iniciativa privada merece particular destaque o investimento direto estrangeiro. A

natureza dos investimentos estrangeiros têm dado um contributo importante para um novo padrão de

competitividade baseado na inovação e para a alteração do padrão de especialização nacional, através

do enriquecimento do conteúdo tecnológico e de know how incorporado nos produtos e para o aumento

das exportações. A natureza do IDE tem tido também impacte nos ganhos de produtividade, na criação

de emprego e na natureza do emprego, requerendo mão de obra mais qualificada. Dos países

investidores em Portugal, destaca-se a Alemanha nomeadamente na indústria automóvel, quer nos

veículos propriamente ditos, quer nos componentes, na eletrónica e nos pneus. Mas também nas TIC,

infraestruturas ambientais e outras indústrias.

Portugal tem sofrido oscilações significativas no que diz respeito a captação de IDE. Em 1990 o país

encontrava-se no 12º lugar no Índice de Desempenho do IDE da UNCTAD - que estabelece um ranking da

importância do IDE em 140 países -, tendo passado para 44º lugar em 2003, para 81º em 2004 e 106º

em 2009. As fragilidades do país na capacidade de atração de IDE devem-se em grande medida à

integração na UE dos países da Europa de leste e, mais recentemente, à crise económica global, em que

o investimento se retraiu em todo o mundo.

Portugal tem atraído investimento estrangeiro sobretudo em setores não transacionáveis. Com efeito, as

“telecomunicações”, “atividades financeiras”, “serviços de consultoria jurídicos e de contabilidade” e

“outros serviços prestados às empresas” representavam apenas 0,1% do PIB entre 1995 e 2003. Neste

mesmo período, os fluxos totais de IDE nos setores não transacionáveis (sobretudo no comércio),

representavam 2,4% do PIB.

Dados mais recentes do Banco de Portugal revelam que no primeiro semestre de 2010 o fluxo bruto de

IDE aumentou 10,1% (23,0 mil milhões de euros) face a período homólogo de 2009. Contudo, se

tivermos em conta o desinvestimento, que aumentou cerca 11,4%, o IDE líquido foi apenas de 1,9 mil

milhões de euros, o que significa uma retração de 2,5% relativamente ao mesmo período de 2009. Em

termos sectoriais (por setor da empresa residente), o “Comércio por grosso e a retalho” registou 37,8%

do investimento total e um aumento de 11,6% face ao período homólogo de 2009. Seguiram-se as

“Indústrias transformadoras” com 22,5% do IDE bruto total e um crescimento de 12,3%, e as “Atividades

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 31

financeiras e de seguros” com 21,7% do total e uma taxa de variação de 36,0%. A União Europeia

constituiu a principal origem do IDE com 86,4% do total, tendo registado uma variação homóloga de

8,1%. De destacar os aumentos dos investimentos diretos brutos do Brasil (1,6 mil milhões de euros;

+903,3%) e da Alemanha (1,5 mil milhões de euros, o que significa um aumento de 56,9%).

Investimentos diretos de Portugal no exterior (IDPE)

O tecido empresarial em Portugal é maioritariamente constituído por empresas de pequena e muito

pequena dimensão, assente em setores tradicionais com um peso demasiado importante em atividades

pouco intensivas em tecnologia e conhecimento e com debilidades a nível de gestão, de pessoal

qualificado, na organização de processos e em estratégias de comercialização, atuando em mercados de

reduzida dimensão, o que tem dificultado a modernização das empresas e a sua internacionalização,

num quadro em que o contexto nacional e internacional se alteraram significativamente.

Apesar de um esforço de internacionalização e de aumento de competitividade externa, o investimento

no estrangeiro realizado por empresas Portuguesas é numa grande maioria realizado por um número

reduzido de empresas de elevada dimensão. O investimento direto dirigiu-se, dominantemente, para o

Brasil, Espanha, França, Reino Unido, Suíça, Alemanha e EUA.

A evolução positiva do investimento direto de Portugal no exterior (IDPE) incidiu sobretudo nas áreas

dos serviços não transacionáveis (“eletricidade, gás e água”, “construção” e “comércio”) e dos serviços

"internacionalizáveis" (“telecomunicações”, “atividades financeiras” e “serviços prestados às empresas”),

sendo ainda importante a presença de empresas pertencentes a setores trabalho e recursos intensivos,

nomeadamente nos setores da “madeira e suas obras” e “outros minerais não metálicos".

Projetos de Interesse Nacional (PIN)

Uma análise á carteira de projetos PIN (Projetos de Interesse Nacional) é, neste quadro da maior

relevância já que nos dá uma indicação do que o setor empresarial de base nacional e estrangeira se

propõem concretizar em termos de investimento. O quadro em baixo apresenta uma análise dos PINs

previstos por setor em acompanhamento e execução (junho de 2010).

Page 37: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 32

Fonte: AICEP, tratamento próprio

Um projeto específico de grande dimensão na área de Investigação e Desenvolvimento (projeto PlanIT

Valley previsto para a cidade de Paredes) apresenta cerca de 15 mil milhões de Euros de investimento,

superando o investimento previsto para cada um dos outros setores. O Turismo é a segunda grande

aposta das intenções de investimento (34%) com a perspetiva de criação de mais de 40.000 postos de

trabalho. É claramente o setor com o maior número de projetos e que mais emprego deverá criar. Os

projetos neste setor são sobretudo resorts integrados, tendo o golfe como ponto de atração em grande

parte dos casos. Destacam-se também os setores dos transportes e mobilidade com a criação de 12 mil

postos de trabalho, o setor da energia com a criação de cerca de 4 mil postos de trabalho. Por último, os

setores da Química e do Papel têm também uma elevada representatividade em termos de montante de

investimento, mas a criação de novos postos de trabalho não é significativa.

A concretizarem-se estes projetos, poderá dar-se uma requalificação e especialização produtiva do país,

com um enfoque especial no turismo no segmento de qualidade, energia e mobilidade e transportes, já

que os investimentos previstos na química e na indústria do papel indicam o desenvolvimento de

atividades com historial em Portugal. Neste cenário, Portugal tenderia a ser menos uma periferia de

deslocalização industrial e de aproveitamento de recursos naturais, e mais uma região especializada no

turismo e acolhimento e um pólo de atração de investimentos que têm por base a ciência e a tecnologia,

nos chamados setores baseados na ciência.

A fase de crise mundial em que nos encontramos pode inquinar a concretização de alguns destes

projetos ou a sua dimensão, sendo que alguns encontram-se mesmo em fase de revisão ou mesmo

reformulação dada as dificuldades em conseguir financiamento.

Registe-se ainda os projetos em energias renováveis, capital intensivos, num quadro em que

globalmente se aposta forte na construção de economias low carbon (WIR, 2010). A UNCTAD estima que

Investimento

(M €)

Investimento

(%)

Postos

Trabalho

Postos de

Trabalho (%)

Nº de

Projectos

Nº de

Projectos (%)

Turismo 12.056 34% 40.993 50% 47 53%

Transportes e mobilidade 1.398 4% 12.211 15% 5 6%

Energia 2.444 7% 3.776 5% 14 16%

Quimica 2.634 7% 603 1% 6 7%

Papel 1.337 4% 305 0% 5 6%

I&D 15.120 42% 20.667 25% 2 2%

Outros 736 2% 2.892 4% 10 11%

Total 35.725 100% 81.447 100% 89 100%

Page 38: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 33

o investimento direto estrangeiro mundial em 2009 em energias renováveis, reciclagem e na produção

de tecnologias relacionadas, seja de 90 biliões de dólares, dado que não pode ainda ser confirmado pela

ausência de informação para o ano de 2009.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 34

A crise financeira internacional

A crise financeira internacional rapidamente contaminou a economia e veio acentuar as tendências das

alterações geopolíticas decorrentes da globalização, ameaçando uma recomposição de poderes entre os

vários players mundiais.

Os dados mais recentes indicam que os fluxos globais de IDE caíram em 2009 de 1.7 triliões de dólares

para 1,2, embora se espere uma ligeira recuperação para 2010. Este relatório revela também uma

alteração no investimento: verifica-se uma queda acentuada nos fluxos de investimento para países

desenvolvidos, e um crescimento para as economias em transição com um peso de 43% nos fluxos de

IDE totais. Assim, na África, o IDE subiu para um nível recorde, com o crescimento mais rápido na África

Ocidental (um aumento de 63% sobre 2007); para o Sul, Leste e Sudeste Asiático verificou-se um

aumento de 17% e para o oeste da Ásia continuaram a subir pelo sexto ano consecutivo. A América

Latina registou um aumento de 13% e para o Sudeste da Europa também se registou um aumento pelo

oitavo ano consecutivo.

Na reestruturação em curso na economia mundial, uma das questões fundamentais é a de saber se os

EUA conseguirão manter a posição de líder mundial ou se outro país ou região surgirá impondo a sua

hegemonia e alterando a posição geoestratégica das várias regiões do globo. Também não é de afastar a

hipótese de um cenário policêntrico.

O momento é de grandes incertezas a vários níveis (cenários 13 2009 DPP)..º 13

Uma das incertezas é precisamente a de saber o real alcance do impacte da crise financeira na

reorganização do capitalismo e no papel da inovação tecnológica nesta conjuntura.

Na reorganização do capitalismo coloca-se a dúvida, sempre presente desde os anos 80 do século

passado, se o mundo vai evoluir e estabilizar numa gestão liberal do capitalismo típica do modelo anglo-

saxónico ou se, pelo contrário, prevalece um modelo de inspiração mais Keynesiana ou ainda se

cimentará um modelo híbrido à semelhança do que parece ser o projeto político de Obama. Esta

questão é da maior importância para a definição de um cenário de evolução e estruturação das

economias ocidentais.

O papel da inovação tecnológica como motor para a saída das crises do capitalismo e como fator

explicativo das suas fases de expansão, trazido à discussão pública e política pela mão da economia neo

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 35

Schumpeteriana, pode esbarrar agora com um problema de mercados, se se mantiver uma política

restritiva de consumo público e privado como a que vigora na UE. A incerteza que permanece é de saber

se, apesar das restrições, haverá incentivos à procura de produtos decorrentes de inovações

tecnológicas, capazes de alimentar uma oferta que favoreça as indústrias emergentes e o emprego

qualificado ou se, pelo contrário, a opção for a de manter a utilização das tecnologias disponíveis. Estes

dois cenários desenham duas perspetivas completamente diferentes no que diz respeito aos fatores

competitivos e á estruturação das economias. O exemplo das energias aplicado a cada um dos cenários é

bastante esclarecedor do que está em jogo (petróleo versus energias alternativas).

A este propósito vale a pena citar os EUA, cuja supremacia a nível mundial está ameaçada quando se

comparam certos indicadores macroeconómicos, nomeadamente pela China, mas que se mantém

incontestavelmente como líder tecnológico da economia mundial e este trunfo pode bem influenciar o

rumo dos acontecimentos.

Na zona euro em particular, para além dos aspetos acima referidos, a crise tornou completamente visível

a interdependência entre as economias dos vários países - muito por via da moeda única e das

fragilidades do modelo de governação europeu - ao mostrar os efeitos de contaminação e as

consequências associadas na sustentabilidade das finanças públicas, no crescimento e no emprego, mas

também em termos de competitividade quer da UE, quer de cada país.

Uma das questões levantadas por alguns especialistas é a de saber em que medida esta crise é

fundamentalmente uma crise conjuntural, ainda que profunda, ou de natureza mais estrutural

implicando uma outra análise das tendências de crescimento e de produtividade no longo prazo.

Se os níveis de crescimento forem revistos em baixa, as perdas acumuladas crescerão ao longo do tempo,

eventualmente 20 a 25%, no pressuposto de uma recuperação plena em 2020. Assim, o PIB projetado

não apenas fracassa em superar o desfasamento imposto pela crise, como aumenta a distância em

relação à situação anterior à crise.

Este cenário foi considerado num relatório da Comissão Europeia, que alertava para a possibilidade de

uma redução do crescimento do produto potencial, devido a fatores como a crescente dívida pública e as

pressões inflacionárias associadas à expansão monetária.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 36

As estratégias de saída da crise são determinantes para os orçamentos europeus, mercados financeiros,

para a reestruturação económica e o emprego e ainda para desenho do padrão de competitividade que

vai prevalecer.

Qualquer decréscimo significativo nas estimativas de crescimento de longo prazo torna-se numa

preocupação central, até pelo impacto direto no aumento do desemprego.

Em conclusão, existe ainda um elevado nível de incerteza acerca da duração, dimensão e efeitos da atual

crise económica mundial, quer a nível internacional, quer a nível nacional. No entanto, existem alguns

efeitos que estão a ser sentidos de imediato em Portugal, entre os quais:

Dificuldades extremas de financiamento público e privado;

Fragilização das instituições financeiras;

Aumento do desemprego;

Decréscimo do consumo;

Alterações das condições de crédito da economia;

Necessidade de contenção do investimento e da despesa pública.

Apesar de todas as interrogações neste momento acerca das consequências a médio e longo prazo e dos

seus efeitos a nível sectorial, existe já a confirmação que a crise que está a ser vivida neste momento irá

condicionar o desenvolvimento económico Português.

Page 42: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 37

4. Nuvens identificadas na leitura prospetiva

Na leitura prospetiva efetuada foram identificados diversos setores como sendo aqueles que poderão ter

maior relevância no futuro da economia Portuguesa. As considerações apresentadas têm motivações

diversas: desde a identificação dos setores com maior potencialidade e em que Portugal poderia ter

vantagens comparativas, ou setores em que Portugal poderia apostar com vista a ter determinado papel

no enquadramento da economia Europeia ou Mundial.

As perspetivas acerca de cada um destes setores foram classificadas em três categorias: nuvens

consensuais, outras nuvens identificadas e nuvens cinzentas. Por último foi ainda feita uma análise a

setores específicos interdependentes ou tendências específicas transversais a diversos setores, às quais

apelidámos de nuvens cinzentas.

Page 43: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 38

a) Nuvens consensuais

Por nuvens consensuais considerámos os setores que são identificados em praticamente toda a

bibliografia prospetiva como sendo relevantes e estratégicos para Portugal.

Turismo

Tendências globais

As principais tendências do setor a nível internacional indicam um crescimento do número de turistas

em todo o mundo, e de acordo com a Organização Mundial do Comércio o crescimento médio anula

desta indústria deverá ser superior ao crescimento da economia até 2020, ano em que esta atividade

deverá ser a principal atividade económica mundial.

O produto turismo tem vindo a sofrer uma elevada segmentação, com consequente diversificação e

personalização da oferta com o aparecimento de novos mercados emissores e novos produtos.

Uma grande tendência que tem afetado o Turismo é a crescente importância dada às questões

ambientais e a preocupação com a sustentabilidade. Este dado tem tido relevância em todo o setor, não

só no segmento Turismo de Natureza ou Eco-Turismo, mas também em todos os outros segmentos. A

qualidade ambiental contribui não só para a sustentabilidade, mas também para o incremento da

competitividade do setor. Para este perfil de turista, o critério ambiental é relevante na definação do seu

destino. São valorizados destinos com preocupações com a preservação da natureza e da biodiversidade

e com uma imagem ecológica (eficiência energética, utilização de energias renováveis, etc).

Um fator relevante nas escolhas dos consumidores e ao qual é dado cada vez mais significado é a

segurança. A perceção de segurança muitas vezes condiciona escolhas e por vezes simples eventos

negativos podem influenciar a evolução e procura de determinados mercados.

As preferências do turista têm evoluído da simples procura de um produto ou serviço para a procura

experiências ou vivências que variam desde o entretenimento, escape, estéticas (disfrutar de

determinado cenário) ou até de aprendizagem de determinada técnica ou arte.

A Europa é hoje e deverá continuar a ser nos próximos anos o continente mais procurado pelos turistas.

No mercado Europeu, o envelhecimento da população Europeia, deverá envelhecer o perfil do turista

tipo, o que significa um aumento dos gastos dado que com o aumento da idade, aumenta o consumo.

Page 44: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 39

Também com o aumento do número de reformados têm surgido novas necessidades neste perfil de

consumidor. Um bom exemplo são a procura de regiões com serviços de saúde de proximidade e

qualidade.

Outra evolução que se tem verificado na Europa é o aumento do número de viagens de curta duração.

Por um lado os gastos com a estadia têm aumentado e por outro lado, tem-se verificado uma redução

dos gastos com a viagem. Tem ainda aumentado a procura por oferta e experiências diversificadas.

O peso das viagens vendidas sob a forma de pacote turístico tem diminuído com os consumidores a

recorrerem menos a agências/operadores turísticos. Para isto, tem contribuído o crescimento da

importância da internet na compra diretamente às companhias aéreas, hotéis, etc., com as receitas do

“turismo online” a crescerem substancialmente nos últimos anos.

No mercado Europeu tem-se verificado também um aumento da quota de mercado das companhias

aéreas low cost, o que potencia também a marcação direta e a desintermediação e diminuição de

pacotes turísticos.

Tem-se assistido a um aumento do ambiente concorrencial entre destinos turísticos, o que tem

conduzido à sofisticação da oferta para atrair e fidelizar turistas. Um bom exemplo tem sido o esforço de

alguns destinos na realização de eventos de forma a aumentarem a sua notoriedade obterem promoção

de regiões.

O Turismo em Portugal

O Turismo é apontado unanimemente como um vetor estratégico e prioritário para a economia

Portuguesa. É talvez o setor em que se reconhecem maiores vantagens competitivas e uma enorme

vocação a Portugal, pela sua localização geográfica, recursos naturais, clima, património histórico e

cultural, costa e praias, segurança, afabilidade dos Portugueses, etc.

A importância deste setor em Portugal é refletida na sua performance em termos internacionais.

Segundo a Organização Mundial do Turismo, em 2008 Portugal foi o 25º principal destino mundial, no

entanto tem vindo a perder quota de mercado nos últimos anos e a ser ultrapassado por destinos como

a Polónia, Rússia, Turquia, Hungria, Tailândia, Malásia, Macau, Suécia e Índia.

Apesar do crescimento nos últimos anos, com exceção para 2009, Portugal perdeu quota de mercado

internacional e encontra-se dependente de quatro mercados emissores Europeus (Reino Unido, Espanha,

Page 45: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 40

Alemanha e França) que representaram em 2009 58% dos visitantes estrangeiros e do desempenho de

três regiões (Algarve, Lisboa e Madeira). Outra dificuldade encontrada tem sido a elevada sazonalidade e

por vezes limitações nas ligações aéreas.

Para além do peso na economia nacional e as vantagens competitivas que Portugal apresenta, este setor

poderá ainda ser determinante para outros efeitos. Por um lado, o desenvolvimento da receção de

turistas estrangeiros aumenta as exportações, por outro, o crescimento do setor implica um aumento de

emprego de qualificações baixas e médias.

Outros efeitos colaterais muito importantes são o impacto noutros setores como é o caso dos cuidados

de saúde ou a atração de novos residentes estrangeiros com rendimentos elevados ou até de novas

empresas e indústrias.

As três grandes bases para o desenvolvimento do Turismo assentam em atividades de acolhimento

(como são o exemplo a receção de eventos de empresas ou a organização de encontros sectoriais),

turismo residencial e no turismo associado a atividades específicas (praia, golfe, desportos náuticos,

natureza, bem estar, etc.).

Para além da vocação natural do país, e apesar da perda de quota de mercado no mercado internacional,

este é um setor que tem vindo a crescer, e a ter um peso crescente na economia Portuguesa.

De acordo com a World Travel and Tourism Council o impacto direto do Turismo no Produto Interno

Bruto nacional em 2010 será de 5,8%, valor que deverá aumentar para 6,9% em 2020. Esta indústria

deverá empregar diretamente 377 mil pessoas neste ano, ou seja, 7,5% do emprego total em portugal.

Esta atividade como não produz um bem ou serviços específico como outros setores, para além do

impacto direto na economia, tem ainda um impacto indireto sobre outras atividades.

O impacto direto e indireto que com exceção do ano de 2009 tem vindo a crescer em valores absolutos,

deverá representar em 2010 14,4% do PIB nacional. De acordo com as projeções, esta percentagem

deverá crescer para 16,9% em 2020. Segundo estas previsões a indústria irá crescer 1,9% este ano e

crescer ao ritmo de uma média anual de 4%, durante a próxima década.

Este setor (direta e indiretamente) deverá ainda gerar cerca de 943 mil empregos em 2010 (18,8% do

total), sendo expectável que este valor deverá atingir 1.199 mil em 2020 (23,2% do total). Ainda de

acordo com a mesma fonte, as receitas geradas por visitantes estrangeiros deverão representar 14,9%

do total das exportações, valor que de acordo com as projeções para 2020 atingirá os 15,3%. De acordo

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Janeiro de 2011 41

com o INE, o peso dos visitantes estrangeiros no total de hóspedes representou em 2009 cerca de 50%

do total.

No que respeita ao investimento, o Turismo deverá receber 13,8% do investimento total nacional em

2010, e 15,3% dentro de 10 anos.

Política Governamental

Tal como mencionado anteriormente, existe um Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT). Este

Plano consiste num conjunto de orientações estratégicas para o desenvolvimento do setor em Portugal.

O Plano estabelece os mercados emissores a privilegiar e organiza-os em categorias diferenciadas por

forma a que as estratégias de desenvolvimento desses mercados sejam ajustadas aos objetivos. Assim,

os mercados estratégicos envolvem países, como o Reino Unido, Espanha, Alemanha, França e o próprio

mercado interno. Os mercados a desenvolver incluem os países escandinavos, EUA, Japão, Brasil,

Holanda, Irlanda e Bélgica. Aposta ainda, como estratégia de diversificação, na Áustria, Suíça, Rússia,

Canadá, República Checa, Hungria e China.

Por outro lado, é identificada uma proposta de valor desenvolvida que se baseia nas características

diferenciadoras de Portugal, como seja:

Clima e luz: temperatura amena e pouca precipitação fora do período de inverno; elevado número

de dias de sol e horas de luz;

História, cultura e tradição: preservação das tradições e cultura; ligação ao Atlântico e

descobrimentos;

Hospitalidade: caráter Português afável e recetivo aos estrangeiros;

Diversidade concentrada: Atlântico, praia, cidade, golfe, casinos, planície, floresta, ruralidade.

Outros fatores diferenciadores face a países concorrentes são também as reduzidas taxas de

criminalidade e a oferta de serviços de elevada qualidade mas com preços competitivos.

O desenvolvimento do setor passa por uma estratégia de diferenciação interna do setor por forma a

mobilizar diferentes públicos-alvo. Assim, prevê-se uma oferta turística segmentada em 10 áreas: Sol e

Mar, Touring Cultural e Paisagístico, City Break, Turismo de Negócios, Turismo de Natureza, Turismo

Náutico, Saúde e Bem-estar, Golfe, Resorts Integrados e Turismo Residencial, Gastronomia e Vinhos.

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Janeiro de 2011 42

As características e infraestruturas de cada região determinam o tipo de produto a desenvolver por cada

região, sendo que a curto e médio prazo o crescimento deverá assentar nos produtos Sol e Mar, Touring

e City Break. As regiões consideradas estratégicas para o desenvolvimento do setor são o Douro, Serra

da Estrela, Oeste, Alqueva, Litoral Alentejano e Porto Santo. Para além destas será ainda dada

importância à requalificação do Algarve e à continuação da consolidação dos Açores como destino

turístico. No curto e médio prazo o crescimento deverá assentar nos segmentos Sol e Mar, Touring

Cultural e Paisagístico e City Break.

Os produtos turísticos selecionados no PENT tiveram em conta por um lado as características dos

recursos nacionais, mas também aqueles com maior potencial de crescimento.

Sol e Mar:

O segmento Sol e Mar é um mercado maduro na Europa, com um perfil de consumo bastante

estratificado em termos de despesa diária (de 80 a 600 euros), devendo representar 80 milhões de

viagens em 2015. O crescimento desta área deverá ser sustentado pelo desenvolvimento dos segmentos

superiores, mais caros, para os quais se prevê um crescimento anual de 11% até 2015. Prevê-se que o

segmento regular registe um crescimento reduzido, cerca de 1,5% até 2015.

Em Portugal, e segundo dados de 2006, este segmento representava 41% do turismo de estrangeiros em

Portugal, sendo que na região do Algarve este valor ascendia aos 88%. Portugal apresenta excelentes

condições para este produto como sejam os mais de 800 quilómetros de costa e o país com mais número

de horas de sol por ano. A oferta de praia é diversificada e as características variam de acordo com a

região: costa oeste com boas condições para desportos como o Surf ou Kitesurf, o Algarve tem

características mediterrânicas com temperaturas de água do mar elevadas, e Porto Santo com condições

particulares distintas.

As regiões prioritárias para este segmento são o Algarve, Porto Santo e o Alentejo. O cumprimento dos

objetivos acima enunciados passa por uma requalificação da oferta.

Touring cultural e paisagístico:

Este segmento deverá representar em 2015 79 milhões de viagens na Europa, o que representa um

crescimento médio anual de cerca de 6%. A despesa média diária varia entre os 110 e os 200 Euros.

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Janeiro de 2011 43

Em Portugal este segmento representava em 2006 cerca 34% dos turistas estrangeiros em Portugal. Este

produto é especialmente relevante na região da Madeira (57%) e no Alentejo (56%). O nosso país

apresenta também neste segmento condições privilegiadas como são exemplo, a dimensão do país,

condições de mobilidade e diversidade de atrações a curtas distâncias (parques naturais, monumentos,

cidades com passado histórico relevante), no entanto, detém apenas 1,7% da quota de mercado dos

consumidores Europeus.

O desenvolvimento deste produto deverá ter enfoque nas regiões do Porto, Norte, Centro, Lisboa e

Alentejo.

City Break:

Este mercado, apesar de no passado recente não ter sofrido grandes crescimentos, deverá ter nos

próximos anos um desenvolvimento acentuado na Europa e um crescimento médio anual de cerca de

14% até 2015. O gasto médio diário varia entre os 60 e os 450 Euros por dia.

No ano de 2006 este segmento representava 7% das motivações dos turistas estrangeiros em Portugal,

nas duas cidades com possibilidades de oferecer este produto, Lisboa e Porto. O crescimento deste

produto tem sido condicionado pelas acessibilidades, nomeadamente na escassez de oferta de viagens

aéreas low cost. Uma das suas características diferenciadoras face a outros produtos turísticos é a sua

reduzida sazonabilidade.

Turismo de Negócios:

Este segmento pode ser dividido em dois grandes grupos: reuniões associativas e reuniões corporativas.

No primeiro grupo assumem especial relevância a medicina (28%), as ciências (12%) e a tecnologia (10%).

Em Portugal, Lisboa é a cidade com melhores recursos e infra estruturas para receber este tipo de

eventos, apesar da cidade do Porto, a região do Algarve e a Madeira também apresentarem recursos

nesta área. Segundo o PENT, o Turismo de negócios de grandes dimensões deverá ser consolidado em

Lisboa e desenvolvido no Algarve, enquanto no segmento de pequenas reuniões deverá haver uma

aposta em Lisboa, Porto, Algarve e Madeira.

De salientar que o Turismo de Negócios tem uma sazonalidade reduzida e complementar ao produto Sol

e Mar.

Turismo de Natureza:

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Janeiro de 2011 44

Este produto tem apresentado um crescimento sustentado na Europa nos últimos anos, sendo

expectável que atinja 43 milhões de viagens em 2015, ou seja apresente um crescimento médio anual de

7%.

Em Portugal, segundo dados de 2006 o Turismo de Natureza representava 6% do turismo proveniente de

estrangeiros. As regiões em que este segmento é mais relevante são os Açores e a Madeira.

Apesar das condições favoráveis de Portugal para desenvolver este produto (21% do território é

considerado área protegida) existem grandes limitações de infra estruturas, serviços, know how e

capacidade competitiva das empresas a operarem neste mercado. No entanto, o turismo baseado na

natureza é considerado um nicho emergente no nosso país, com um elevado potencial que tem sido

limitado pela fragmentação da oferta.

As regiões estratégicas para o desenvolvimento deste segmento são os Açores, a Madeira, o Porto e

Norte e o Centro.

Golfe:

O mercado Europeu de Golfe está a crescer rapidamente. Em 2005 representava cerca de 1 milhão de

viagens por ano e em 2015 este valor deverá duplicar.

Também em Portugal este segmento tem tido uma excelente evolução, quer em termos de crescimento

como em termos de notoriedade, representando em 2006 cerca de 6,3% do turismo internacional em

Portugal.

Portugal tem cerca de 70 campos de Golfe, sendo 31 na região do Algarve. Os campos Portugueses

gozam de elevado reconhecimento e muitos são considerados dos melhores a nível internacional. Este

produto turístico é caracterizado por ter uma baixa sazonalidade.

Algarve e a região de Lisboa são as duas regiões com maior oferta e são também as prioritárias para o

PENT no desenvolvimento deste produto juntamente com o Litoral Alentejano e o Oeste.

Turismo Náutico:

No mercado Europeu é esperado um crescimento médio anual deste produto de cerca de 9%, devendo

atingir em 2015 6,6 milhões de viagens anuais.

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O Turismo Náutico pode ser dividido em três grandes segmentos: cruzeiros, iates e marítimo desportivo

(desportos náuticos e pequenas embarcações).

Portugal apresenta condições naturais propícias para a prática de desportos náuticos, sendo banhado

pelo Atlântico, com mar frio e batido, e pelo Mediterrâneo com mar mais tranquilo e com temperaturas

mais amenas. Por outro lado, o clima temperado e ameno permite a prática destas atividades durante 12

meses do ano.

No entanto, existe uma carência de infra estruturas para o desenvolvimento deste tipo de atividades. No

PENT são estabelecidas algumas prioridades de infra estruturas para desenvolver: cruzeiros (melhorar as

condições dos terminais e desenvolver novas rotas), iates (aumentar o número de marinas,

nomeadamente nas regiões de Lisboa e Algarve e promover a criação de serviços de apoio às marinas),

marítimo turístico (melhorar as condições de atracagem nas regiões de Lisboa, Algarve e Açores).

Não desenvolvidos no PENT, mas com um elevado potencial de crescimento ou de melhor

aproveitamento para o segmento marítimo turístico estão vários desportos náuticos, como são o

exemplo da vela, windsurf, kitesurf, surf, bodyboard, rafting, remo, canoagem, kayak, ski aquático,

motonáutica, pesca desportiva, caça submarina ou mergulho. Os praticantes destes desportos englobam

diversos perfis: competição, lazer, apenas de fim de semana ou até praticantes nas férias.

Um dos desportos aqui mencionados que tem tido um crescimento exponencial nos últimos anos é o

surf. A organização de provas oficiais internacionais, as boas condições nalgumas regiões e a presença de

atletas nacionais em lugares de destaque em competições mundiais tem elevado a notoriedade do nosso

país como local privilegiado para a prática deste desporto e tornado algumas praias Portuguesas

referências Europeias e mundiais.

As condições naturais de Portugal favorecem também a navegação de recreio. Existe nesta área um

elevado déficit de infra estruturas e instalações portuárias. De acordo com a Euromarina, a estimativa

para 2008 evidencia esta falha, apresentando Portugal o menor número de amarrações por Quilómetro

quadrado e por mil habitantes em relação a outros países Europeus como são o caso da Espanha, França,

Grécia, Itália, Malta ou Reino Unido.

Resorts Integrados e Turismo Residencial:

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Enquanto nos Resort Integrados é oferecido uma série de atividades ou experiências, sob uma gestão

integrada, por seu lado o mercado do Turismo Residencial é composto por pessoas que têm acesso ao

tipo de propriedade em alojamentos situados em zonas turísticas.

Dos 4 milhões de Europeus que têm algum tipo de alojamento turístico no estrangeiro,

aproximadamente 1,2 milhões possuem propriedade num Resort Integrado. As taxas de crescimento

anuais para este segmento são na ordem dos 10% anuais.

Apesar do potencial e da enorme aceitação de estrangeiros de Portugal como solução para passar férias

ou mesmo como destino para emigrar após a reforma em países como o Reino Unido ou Alemanha, este

é um produto ainda pouco desenvolvido em Portugal. O mercado Português representa apenas 4% do

mercado Ibérico (700 mil fogos) e deverá crescer nos próximos anos a uma taxa média anual de 5%.

Existe uma carência de oferta de qualidade neste segmento, nomeadamente de Resorts com ofertas

integradas como são os caso do Golfe, natureza, marina, etc., com boas acessibilidades e infra

estruturas na área da saúde.

As regiões prioritárias a curto prazo mencionadas no PENT são Algarve, Madeira e Alentejo e de forma

menos urgente Lisboa e o Oeste.

Turismo de Saúde e Bem-Estar:

Este produto tem vindo a crescer nos últimos anos na Europa, sendo expectável que no ano de 2015

sejam feitas 6,2 milhões de viagens. A despesa média diária deste produto varia entre 100 e 400 Euros e

a duração da estadia é normalmente 4 ou mais noites. Existem três grandes segmentos: termas, spas e

clínicas especializadas.

Em Portugal este tipo de turismo representa 2% dos turistas que nos visitam. As infra estruturas do país

são muitas vezes antigas e existe carência de serviços ou atividades associados a este tipo de oferta.

Portugal representa apenas 1,4% da quota de mercado deste segmento na Europa.

O PENT identifica a necessidade da existência de equipamentos de saúde associados a este produto e a

conversão de um modelo de negócio focado nos tratamentos, alargando esta oferta também para o

conceito de bem-estar.

As regiões identificadas com potencial para o desenvolvimento deste tipo de turismo são a Madeira, os

Açores, o Porto e Norte e o Centro.

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Gastronomia e Vinhos:

Este mercado deverá representar em 2015 1,2 milhões de viagens por ano na Europa, o que representa

um crescimento anual de 7% ao ano desde o ano de 2005. O valor médio dos gastos diários está situado

entre 150 e 450 Euros por dia. Muitas vezes associados à gastronomia e vinhos são realizadas atividades

como cursos ou workshops.

A oferta atual de Portugal não está muitas vezes direcionada para a o turismo, com desadequação de

infra estruturas como é o caso de museus e caves para esta atividade, para além da falta de pessoal

qualificado. No entanto, as condições de regiões como o Douro (património mundial) ou Alentejo

(património cultural e natural) para o desenvolvimento deste produto são excelentes, o que poderá

tornar este tipo de turismo numa oferta de excelência.

As regiões identificadas com maior potencial e prioritárias são o Porto e Norte, o Alentejo e o Centro.

Iniciativa privada

Portugal tem suscitado um elevado interesse de Grupo Nacionais e Internacionais no desenvolvimento

de novos projetos no setor do Turismo. Nos últimos anos tem-se assistido a um reforço de intenções de

investimentos significativos em projetos de turismo.

Representativo destas intenções ou concretizações de novos investimentos são o elevado número de

Projetos de Interesse Nacional em acompanhamento e em execução para este setor.

Numa primeira análise, podemos verificar que muitos destes projetos PIN na área do Turismo assumem

o formato de unidades hoteleiras ou Resort Integrado de qualidade, muitos deles associados ao Golfe e

ao Turismo Residencial. Alguns dos projetos foram projetados antes do início da crise internacional e

imobiliária e estão agora a enfrentar dificuldades de financiamento, colocando em causa a sua

concretização, que em muitos casos poderá ser repensada ou reformulada.

Apesar destes constrangimentos, os projetos PIN poderão dar uma indicação das perspetivas de

evolução do setor. A sua concretização irá transformar a oferta do deste produto em Portugal e para

além do desenvolver o turismo em si, desenvolve a atividade de acolhimento.

Em síntese:

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

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Drivers

Condições naturais:

Vocação pela sua localização geográfica, recursos naturais, clima, património histórico e cultural,

costa e praias, segurança, afabilidade dos Portugueses, etc.

Tendências globais:

O crescente aumento de mobilidade internacional favorece o desenvolvimento do sector;

Perspectivas de crescimento do sector a nível internacional e Europeu.

Iniciativas governamentais:

PENT demonstra a aposta forte do governo em tornar o Turismo um motor de crescimento da

economia e de tornar Portugal um dos destinos de maior crescimento da Europa;

As melhorias previstas nas acessibilidades (TGV e Novo aeroporto) irão promover a mobilidade

interna e a aproximar mercados emissores de Portugal. O novo aeroporto poderá assumir as

funções de hub internacional.

Iniciativa privada:

Forte aposta de grupos empresariais Portugueses e estrangeiros em projectos de investimento

para o sector (como são exemplo os PIN para o sector). Para além do aumento do volume, a

requalificação e aumento da oferta de qualidade implica um aumento do gasto médio diário e

aumento das receitas provenientes deste sector.

Poder político:

Consenso de que o Turismo é um vector estratégico e prioritário para a economia Portuguesa. A

preocupação com a criação de uma oferta nacional integrada, com aumento do peso da gama

alta e virada para o turismo de estrangeiros é o formato que beneficia o aumento das

exportações no sector de bens ou serviços transaccionáveis.

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Janeiro de 2011 49

Ameaças:

Reduzida diversificação:

Oferta: elevada dependência das regiões do Algarve, Lisboa e Madeira;

Procura: dependência de quatro mercados emissores – Reino Unido, Espanha, Alemanha e

França.

Elevada sazonalidade:

Concentração nos meses de Julho, Agosto e Setembro.

Concorrência:

Aumento do ambiente concorrencial, adopção de estratégias mais agressivas de atracção e

fidelização de turistas entre destinos turísticos.

Crise internacional:

Retracção do consumo e investimento internos;

Retracção de consumo e investimento dos principais mercados emissores do Turismo em

Portugal como é o caso do Reino Unido e a Alemanha;

Crise imobiliária a nível internacional – retracção do investimento e dificuldade de

financiamento, nomeadamente de projectos de turismo residencial.

Alterações climáticas:

Aumento da temperatura, alterações nos recursos hídricos e aumento dos períodos de seca,

alterações na biodiversidade terrestre e marítima, aumento dos desastres naturais,

degradação erosão costeira e subida do nível do mar com o consequente inundação das

áreas costeiras.

Investimento:

Necessidade de requalificação de determinados sectores e de aumentar a qualidade da

oferta de outros (construção imobiliária descontrolada e desregulada em determinadas

zonas turísticas).

Aumento no preço de deslocação:

Variações no preço do petróleo (efeito directo no custo da deslocação).

Escassez de recursos humanos qualificados:

Formação de recursos humanos e sua atracção e fixação nas regiões com maiores

necessidades.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 50

Energia e Ambiente

Tendências globais

O setor da energia enfrenta atualmente um enorme número de desafios a nível global. Com o

crescimento económico a nível mundial impulsionado pelas economias emergente e as tendências de

crescimento demográfico, o consumo de energia deverá continuar a subir e consequentemente, as

pressões sobre o ambiente. Por outro lado, este setor tem um papel relevantes nas alterações

geopolíticas internacionais e na transferência de riqueza dos países consumidores para os países

produtores de petróleo. Atualmente, temos assistido a uma diminuição de poder nas relações políticas e

económicas de países desenvolvidos como os EUA e a Europa para países emergentes, como são os

casos gritantes da China e Índia, e para países produtores de petróleo.

De acordo com a Internacional Energy Agency a utilização global de energia deverá crescer a médio /

longo prazo, sendo expectável que em 2030 a procura de energia primária deverá crescer cerca de 40%

face ao ano de 2007, sendo a China e a Índia responsáveis por 53% deste aumento. Os combustíveis

fósseis continuarão a ser a fonte de energia dominante e deverão representar 77% do acréscimo de

procura global de energia esperado.

Apesar dos recursos energéticos mundiais terem capacidade para suportar estas as necessidades

previstas, a confirmar-se este cenário, deverão verificar-se severas implicações na proteção ambiental,

segurança energética e desenvolvimento económico. As consequências mais óbvias são alterações

climatéricas, poluição atmosférica e consequentes problemas de saúde pública e ambientais.

Este aumento do consumo, para além das questões ambientais levanta ainda preocupações sobre a

segurança de abastecimento.

Todos estes fatores têm conduzido, por um lado, a um esforço de investimento em desenvolvimento de

novas soluções tecnológicas com vista a obter melhorias de eficiência na extração, transporte e

transformação de combustíveis fósseis e na mitigação das emissões de gases de estufa e, por outro, na

diversificação para fontes renováveis.

Com a tecnologia disponível atualmente, as renováveis não têm a eficiência dos combustíveis fósseis, o

que impossibilita a sua expansão face às energias tradicionais. Os principais obstáculos nas renováveis

são ainda o elevado investimento inicial e custos de operacionalização e manutenção, a reduzida

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 51

maturidade de algumas tecnologias, a dependência de recursos naturais com disponibilidade

incontrolável e difícil de prever e a falta de armazenagem em grande escala.

O grande desafio deste setor é encontrar um equilíbrio entre o acentuado aumento de necessidades de

energia e a obrigatoriedade de redução das emissões dos gases de estufa, sem que se coloque em causa

o crescimento económico e desenvolvimento das economias mundiais.

A instabilidade política das principais regiões produtoras de petróleo como são o caso do Médio Oriente

(Irão , Iraque e Paquistão), América do Sul (Venezuela e Colômbia), África (Nigéria), levanta ainda a

questão da segurança com o abastecimento, quer em termos de volatilidade dos preços , quer em cortes

de abastecimento.

Este crescimento de procura de energia primária é em grande parte justificado pela tendência histórica

de incremento no consumo de eletricidade que deverá continuar a verificar-se no futuro. A continuação

de democratização do acesso das populações à eletricidade nos países em desenvolvimento deverá

continuar a contribuir para este movimento.

O atual mix energético centra-se no petróleo e carvão que são as duas fontes mais eficientes e também

as mais poluentes. As tendências das principais fontes energéticas apontam, assim, para:

Petróleo: aumento das necessidades mundiais acompanhado do desenvolvimento de tecnologias

mais eficientes e menos poluentes;

Gás: crescimento do consumo;

Carvão: apesar do decréscimo do consumo na Europa, o crescimento verificado na Ásia,

especialmente na China e Índia, explica a tendência para o aumento do consumo no futuro, mas

para uma perda no seu peso no mercado global de energia;

Renováveis: a sua importância no mix energético deverá continuar a crescer de forma gradual e

pouco expressiva, especialmente enquanto a tecnologia existente continuar pouco competitiva em

termos do custo / benefício face às outras fontes;

Nuclear: incerteza / crescimento moderado.

Os avanços tecnológicos têm assim um papel fundamental na evolução do contexto atual, que só deverá

conhecer alterações significativas com o aumento da eficiência na produção, transporte, armazenagem e

utilização de energia.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 52

As tecnologias com maior potencial para minimizar as emissões de gases de estufa encontram-se as

energias renováveis, a utilização de combustíveis fósseis com captura e armazenamento de CO2 , fusão

nuclear, biocombustíveis, hidrogénio, fuel cells.

Com a recente crise internacional, o investimento no setor decresceu devido ao um abrandamento da

utilização de energia e às dificuldades de financiamento para novos projetos. As consequências poderão

ser também visíveis no investimento em renovação de infra estruturas energéticas, nos recursos

dedicados a Investigação e Desenvolvimento relacionado com eficiência energética ou com o

desenvolvimento de tecnologias nas renováveis, novos investimentos em projetos de energias

renováveis, maior dificuldade na aplicação do acordo de Quioto e na obtenção de consensos em novos

acordos para redução de emissões de gases de estufa. Sendo um setor com alguma dependência de

financiamento público, os efeito da crise estendem-se ainda às dificuldades dos governos mundiais em

subsidiar ou financiar novos projetos, devido a cortes orçamentais.

Política energética da União Europeia

Em reposta ao atual contexto mundial, a UE definiu um plano energético e ambiental Europeu com base

em três grandes vetores:

Sustentabilidade: desenvolvimento das renováveis, redução da procura de energia, redução das

alterações climáticas e melhorar a qualidade do ar;

Competitividade: abrir mercados energéticos Europeus, reduzir impacto do aumento dos preços da

energia, continuar com os esforços da Europa em promover e liderar os avanços tecnológicos no

setor da energia;

Segurança de abastecimento: diversificar mix energético, investir em infra estruturas para enfrentar

emergências.

Esta política da UE, datada de 2007, tem como principais metas para 2020:

Emissões: reduzir as emissões de gases com efeito de estufa do seu consumo energético em pelo

menos 20% até 2020 face aos níveis de 1990;

Renováveis: aumento do nível de energia renovável no cabaz global da UE para 20% em 2020 (em

2010 deverá ser de aproximadamente de 10%); os biocombustíveis deverão representar 10% do

combustível para veículos;

Eficiência energética: redução do consumo global de energia primária em 20% até 2020.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 53

Energia e ambiente em Portugal

O nosso país apresenta uma elevada dependência externa em termos de energia face ao exterior e com

um potencial muito reduzido para explorar recursos naturais em termos de combustíveis fósseis. Em

2008 cerca de 83% da energia primária consumida foi importada, o que se refletiu num impacto

fortemente negativo na balança comercial.

O setor da energia tornou-se fulcral no modelo de desenvolvimento Português, não só pelas questões

ambientais associadas e de sustentabilidade, mas também pela sua relevância económica,

nomeadamente, o peso nas importações.

Portugal reúne alguns fatores que podem promover o desenvolvimento do setor da energia,

nomeadamente das energias renováveis. Deste modo, existe uma elevada sensibilidade da sociedade

para as questões energéticas e ambientais, e políticas Comunitárias e Governamentais que promovem a

eficiência energética nas empresas e nas famílias, e a diversificação energética para fontes renováveis e

biocombustíveis.

Associadas às questões energéticas existem uma série de domínios associados ao ambiente como o caso

da água, ar, conservação da natureza, gestão de resíduos, etc. Este setor tem vindo a ser marcado pelo

desenvolvimento crescente de regulamentação de impactos ambientais da atividade económica e pela

privatização de atividades tradicionais no setor, como é o caso do abastecimento de água, tratamento de

águas residuais e tratamento e recolha de resíduos. Por outro lado, tem-se verificado uma maior atenção

da opinião pública acerca das questões ambientais e uma tendência de alterações de consumo para

produtos / serviços mais ecológicos.

A Investigação e Desenvolvimento tem um papel decisivo na evolução deste tipo de atividades, quer na

oferta de novos produtos ambientais, quer no desenvolvimento de novos de métodos produção de bens

e serviços mais eficientes ecológicos. No entanto, retirando algumas exceções, o setor energia e

ambiente encontra-se por vezes ainda orientado para o mercado interno e bastante dependente do

investimento público.

O petróleo representa atualmente cerca de 52% da energia primária em Portugal, e metade desta

energia é utilizada no setor dos transportes. Nos últimos anos tem-se verificado uma redução

significativa do peso do petróleo na produção de energia elétrica.

Estratégia Governamental

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 54

Tal como exposto anteriormente, no setor do ambiente e sustentabilidade o Governo tem grande meta

consolidar Portugal como um líder em termos de energias renováveis em 2020. Os três documentos

orientadores desta estratégia foram detalhados no capítulo relativo aos Drivers - Políticas

Governamentais: Estratégia Nacional para a Energia com o horizonte de 2020 (ENE 2020), o Plano

Nacional de Ação para as Energias Renováveis e o Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética.

Iniciativa privada

Portugal tem várias empresas de dimensão com presença no setor da energia, como são o caso da EDP e

da Galp. A EDP tem uma forte presença internacional, é um dos grandes operadores europeus de

energia elétrica, também com presença no setor do gás e produtor de energia eólica. A EDP é um player

mundial em energias renováveis, sendo atualmente a 3ª maior empresa em energia eólica com presença

em 11 países diferentes.

A Galp Energia é também uma empresa de dimensão internacional no setor dos produtos petrolíferos,

Gás natural e energias renováveis, com presença em quatro continentes.

Existem outras empresas de referência associadas ao setor dedicadas a segmentos específicos do setor

da energia, com uma dimensão internacional.

Em junho de 2010 existiam 14 Projetos de Interesse Nacional (PIN) no setor da energia (9 no setor das

energias renováveis), que totalizavam cerca de 2.444 milhões de Euros de investimento, e que

implicavam a criação de 3.776 postos de trabalho. Estes indicadores reforçam a expectativa de que o

setor da energia tem um potencial de crescimento significativo e que existe uma aposta do setor privado

na área da energia, nomeadamente nas energias renováveis.

Energias Renováveis

Centrais hidroelétricas

Portugal é um dos países da UE com maior incorporação de energias renováveis na produção de

eletricidade a partir das grandes centrais hidroelétricas. Na última década no entanto, quer a potência

instalada, quer o peso de outras renováveis na produção de eletricidade tem vindo a aumentar,

conforme o compromisso assumido no âmbito da diretiva das energias renováveis e do Plano Nacional

para o setor. A Enercon instalou recentemente a sua milésima torre eólica em Portugal, no Parque da

Romã, em Torres Vedras

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 55

Eólica

A constituição do “cluster” eólico iniciou-se em 2006 com a adjudicação ao grupo Eólicas de Portugal, da

produção de energia eólica, em 48 parques a instalar por todo o país, até 2010-2012.

O projeto engloba a criação de uma nova fileira industrial para o fabrico integral de equipamento

(aerogeradores), instalação e operação dos parques eólicos, tendo sido assinado o contrato de

construção de um complexo industrial com 5 fábricas, em Viana do Castelo. O projeto Prevê igualmente

a criação de um centro de I&D. O consórcio Eólicas de Portugal é liderado pelo grupo EDP e nele

participam também a Enercom, empresa alemã de fabrico de aerogeradores tecnologicamente

avançados, a Termoelétrica Portuguesa, detida pela Sonae e Endesa, a Generg da Electrabel, a Finerge da

Endesa e a SIIF da EDF.

Atualmente com um total de 1200 trabalhadores, o cluster integra fábricas de pás de rotor e de

geradores, uma unidade de mecatrónica, uma produtora de torres de betão e um centro administrativo

e de formação para além dos compromissos a nível nacional, o grupo também exporta para a Irlanda,

França, Itália e Alemanha.

Solar

Construiu-se uma fábrica de painéis fotovoltaicos e a instalação uma central solar de produção de

energia elétrica em Moura Esta Central. Prevê-se que esta central produza 63 MW através de 2.520

tarreadores ou seguidores de trajetória solar, que sustentam 262 módulos com 268 mil painéis

fotovoltaicos que produzirão 93 gigawatt/hora por ano, alimentando com energia elétrica 30 mil

domicílios.

Está em marcha a construção de outra central em Tavira com um sistema de produção de energia

elétrica diferente. O projeto terá uma potência de pico de 6,5 MW, visando a venda de energia à Rede

Elétrica Nacional, para o qual já existe permissão da Direção Geral de Geologia e Energia.

Biomassa

A valorização energética dos resíduos começou em 2001 na Valorsul, em Loures, cuja central produziu,

em 2009, 293 837 Mw (cerca de 80% do total nacional).

Existem atualmente nove centrais de produção de eletricidade a partir dos lixos e o Governo prevê a

criação de mais 16. As novas centrais entrarão gradualmente em funcionamento nos próximos dois anos

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Janeiro de 2011 56

e juntam-se às nove já existentes, prevendo-se que venham assegurar uma produção energética superior

a 140 mil megawtts (Mw) por ano.

Das 16 novas centrais, nove irão produzir eletricidade através de biogás de aterro e as restantes sete da

valorização orgânica dos resíduos. Entre estas inclui-se a da Valnor, em Avis, cujo investimento de 7,5

milhões de euros agora iniciado deverá estar concluído em 2012, permitindo produzir 2750 Mw por ano.

Ondas

O aproveitamento da energia das ondas pode ter um impacto muito significativo para Portugal,

nomeadamente em termos de produção de energia por meios renováveis, criação de emprego,

oportunidade de exportação de equipamentos e serviços, inovação e desenvolvimento de tecnologia e

tecido empresarial com vocação para a exploração de outros recursos oceânicos. Existem atualmente 4

protótipos de 4 diferentes tipos (AWS, Pelamis, OWC, Wave Dragon) em teste no mar (Portugal, Escócia

e Dinamarca). Não é ainda possível saber qual ou quais os sistemas que poderão tornar-se

economicamente competitivos; outros 4 sistemas estão em fase um pouco mais atrasada de

desenvolvimento.

Portugal tem experiência em dois projetos:

1) A Central de Coluna de Água Oscilante do Pico (400 kW). A Central de Energia das Ondas do Pico,

baseada na tecnologia da coluna de água oscilante (CAO; sigla internacional OWC), foi concebida nos

anos 90 por investigadores do IST, com apoio da Profabril para a construção civil, e da PROET para o

equipamento eletromecânico. O equipamento mecânico foi fornecido pela empresa escocesa A.R.T,

embora o projeto aerodinâmico da turbina tenha sido da responsabilidade do IST. O fornecimento do

equipamento elétrico e eletrónico (gerador, eletrónica de potência, transformadores, sistemas de

comando) foi efetuado pela Efacec. O custo inicial da Central foi de 4 milhões de euros, sendo financiado

sensivelmente em partes iguais pela Comissão Europeia, Estado Português, EDP e EDA.

2) A instalação, sem sucesso, de uma central piloto de 2 MW ao largo de Póvoa de Varzim. Estas

experiências contribuíram para aquisição de know-how numa área promissora no âmbito das energias

alternativas.

A construção da central da ilha do Pico e a instalação da central AWS envolveram um número

importante de empresas, de onde se salientam a Eletricidade de Portugal, a Eletricidade dos Açores, a

EFACEC, a Profabril, a Consulmar, a PROET, a Marques, no caso da central do Pico e a Blue Edge, os

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Janeiro de 2011 57

Estaleiros Navais de Viana do Castelo, a Oliveira Fernandes e a Levantamentos Batimétricos no caso da

central AWS.

Células de Combustível

Portugal tem acompanhado a tecnologia das pilhas de hidrogénio e possui empresas nacionais a

trabalhar nesta área, como é o caso da SRE – Soluções Racionais de Energia. As pilhas de combustível

utilizam um processo eletroquímico de produção de energia elétrica a partir do Hidrogénio, cujo

subproduto é a água. Os fatores críticos de sucesso da pilha de combustível são o preço do Hidrogénio,

o preço do kW produzido pela pilha/ gerador e a logística do Hidrogénio.

A nível internacional os EUA é um dos países com maiores ambições para a economia do hidrogénio. O

plano Americano é de atingir um custo de 100 US$ / kW em 2015 (o que tornaria mais barata a utilização

da pilha de combustível no automóvel, comparativamente ao atual valor utilizando o motor de

combustão).

Existem boas oportunidades para a economia nacional, nomeadamente a autonomia energética, a

valorização das fontes renováveis, cadeias de valor abertas (vantagem para a SRE, ou qualquer outra

empresa que se queira instalar), na medida em que existem vários produtos no mercado que permitem

fazer um “assembling” próprio e custo de entrada relativamente reduzido.

A SRE lidera e participa também na iniciativa EDEN – Endogenizar o Desenvolvimento de Energias Novas,

em consórcio com a Autosil, EDP, EEM, EFACEC, etc.

Em resumo:

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Drivers

Tendências Globais:

Crescimento do consumo de energia impulsionado pelas economias emergentes;

Prováveis alterações climatéricas, poluição atmosférica e consequentes problemas de saúde

pública e ambientais;

Esforço de investimento em desenvolvimento de novas soluções tecnológicas com vista a obter

melhorias de eficiência e de mitigação da poluição;

Crise internacional tem condicionado o investimento no sector devido às dificuldades de

financiamento para novos projectos e à tendência de redução do financiamento público.

Estratégia comunitária:

Directivas e estratégias comunitárias promovem o desenvolvimento do sector e das energias

renováveis.

Iniciativas governamentais:

Políticas e regulamentações específicas para o sector fomentam fortemente o desenvolvimento

do sector;

As energias renováveis têm sido uma prioridade para o governo no passado recente com vista à

redução da dependência energética externa, a promoção de crescimento económico e a criação

de emprego.

Sensibilidade social:

Existe uma elevada sensibilidade para as questões energéticas e ambientais e uma alteração dos

padrões de consumo para produtos / serviços mais ecológicos.

Players nacionais:

Galp e EDP são empresas com presença forte a nível internacional no sector da energia, tendo a

EDP uma forte presença no sector das renováveis (terceiro maior players mundial na produção de

energia eólica).

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Janeiro de 2011 59

Ameaças

Tendências Globais:

Crescimento global esperado, conduzido pelas economias emergente cria dificuldades na

satisfação das necessidades crescentes de energia e ao mesmo tempo a obrigatoriedade de

redução das emissões dos gases de estufa;

Prováveis alterações climatéricas, poluição atmosférica e consequentes problemas de saúde

pública e ambientais;

Com as actuais tecnologias as energias renováveis demonstram ainda uma falta de

competitividade face aos combustíveis fósseis, o que dificulta a sua expansão;

Ameaça à segurança no abastecimento e à insegurança nos preços nalgumas das regiões

produtoras de petróleo (Médio Oriente, América do Sul, África);

Crise internacional tem conduzido a uma redução do investimento em infra-estruturas tradicionais

ou renováveis e em I&D de eficiência energética e em energias renováveis;

Redução dos subsídios, incentivos governamentais para as energias renováveis.

Escassez de recursos qualificados:

Falta de recursos humanos qualificados em áreas específicas e mais técnicas.

Políticas Governamentais:

Necessidade de contenção das contas públicas e a pressão para a redução do endividamento pode

colocar em causa projectos energéticos, nalguns casos dependentes de financiamento ou

subsídios públicos.

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Mobilidade e Transportes

Tendências Globais

O aumento do comércio internacional teve como consequência uma intensificação das atividades de

transportes por terra, mar e ar. A emergência na cena internacional das economias emergentes (Brasil,

China e Índia) contribuiu no período mais recente para a intensificação dos fluxos de comércio

internacional e para o aumento do consumo de energia de uma maneira geral.

Os efeitos das atividades de transporte no ambiente e no aumento dos GEE constituem a questão central

na definição de cenários e políticas de desenvolvimento no setor dos transportes e mobilidade. Com

efeito, o desenvolvimento deste setor com base no paradigma vigente tem efeitos contraditórios com os

objetivos definidos para as políticas ambientais, induzindo a reflexão sobre as vantagens e desvantagens

do crescimento das infraestruturas convencionais de transportes. Este fenómeno exerce também uma

forte pressão sobre a necessidade de inovação e desenvolvimento quer nas energias alternativas, quer

nos meios de transporte, no sentido de se poderem fazer escolhas que não são necessariamente as

mesmas que sustentaram o modelo de desenvolvimento anterior.

Uma economia dos transportes baseados em combustíveis fósseis provocou um dramático aumento de

emissões de poluentes. Estima-se que os transportes marítimos e aéreos produzam mais de 10% das

emissões globais de CO2. O transporte aéreo é paradigmático a este propósito e também central para

viabilizar o projeto da globalização e a continuidade das trocas internacionais.

Contudo, segundo Ribeiro (2007), na sequência do 11 de setembro e do choque petrolífero de 1997,

resultante da mudança da política energética da Arábia Saudita, juntamente com o crash do NASDAQ

gerou-se a maior crise na história da aviação civil e levantou um conjunto de incertezas relativamente às

previsões anteriores sobre o crescimento do transporte aéreo. Os acontecimentos em curso no médio

oriente reforçam essas incertezas, pela pressão acrescida que colocam sobre o preço do petróleo. A

bibliografia prospetiva disponível, mesmo nos cenários mais pessimistas, nunca estabelece o preço do

petróleo superior a 100 dólares, barreira que está a ser ultrapassada com a crise da Líbia.

As incertezas existentes a este propósito, mesmo antes da crise política no médio oriente, levaram a

admitir um período de globalização benigna, outro de globalização turbulenta (os próximos 25 anos) e,

mesmo, em recuo da globalização, com diminuição da intensificação da mobilidade internacional de

pessoas e mercadorias.

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Janeiro de 2011 61

A desregulamentação do setor aeronáutico nos EUA nos anos 1970 levou a uma alteração nos preços,

emergência de novos operadores e uma mudança na configuração das redes de transportes. Na Europa

esse processo ocorreu entre 1984 e 1987, estando ainda por apurar se a liberalização do setor na UE vai

alterar as funções dos diversos aeroportos.

A situação atual é que as maiores companhias americanas, com redes Hub and Spokes e que oferecem

um leque variado de destinos, com custos mais elevados, têm sido no geral menos bem sucedidas do

que as companhias low cost com arquiteturas Point to Point, que têm obtido os maiores lucros. Este

novo modelo de negócio permitiu a ampliação do mercado da aviação civil.

Esta reconversão do setor ocorreu a par com uma evolução tecnológica assinalável, com o aparecimento

de um novo avião da AIRBUS, quadrimotor, com capacidade para transportar até 800 passageiros em

dois andares, com menor consumo de combustível por passageiro e custos mais reduzidos. Em resposta,

a BOEING lançou um Bimotor que transporta 350 passageiros, com uma redução de combustível de

cerca de 25% e um novo 747 com capacidade até 800 passageiros. A controvérsia tecnológica está

instalada, incluindo os modelos de aeroporto e os tipos de redes (HUBS / point to point) que suportarão

o transporte aéreo até 2030.

Nos Transportes marítimos o cenário é idêntico. Estudos recentes indicam que a emissão de GEE (CO2,

NOx e SO2) pelos navios corresponde a cerca de 4% , 10% e 15%, respetivamente. A poluição marítima

provocada pelos metais pesados causa problemas não avaliados sobre a fauna marinha, sobretudo nas

áreas costeiras e portos de maior tráfico. As concentrações de ozono (O3) têm também aumentado,

assim como a formação de sulfato de nitrato por efeito do tráfego marítimo. A Convenção Internacional

para a prevenção da poluição marítima, conhecida como a Convenção de Londres, a funcionar em

colaboração com a International Maritime Organization (IMO) fez em 1996 um protocolo que reflete a

preocupação crescente com este problema.

Os mesmos problemas afetam os transportes terrestres, sendo que a nível internacional o problema se

coloca com maior acuidade nos transportes de mercadorias. E é neste quadro que se equaciona a

possibilidade de intensificar o transporte ferroviário, tanto a nível local como regional e na interligação

entre países próximos. A pressão do ambiente é o fator decisivo para a revolução já em curso no setor

dos transportes e mobilidade.

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Política Europeia de Transportes

A Comissão Europeia, tendo em vista a promoção da integração europeia e a concretização do princípio

da mobilidade de pessoas e bens no espaço europeu, tem como um dos seus objetivos a construção de

infraestruturas de mobilidade e redes de acessibilidades no espaço europeu. Este objetivo ficou desde

logo consagrado no Tratado de Roma em 1957. Mas só em 1985 - com o alargamento da UE - é que os

Estados-Membros viriam a dar atenção a esta questão. Em 1992, o Tratado de Maastricht reafirma este

princípio e estabelece um conjunto de normas que facilitam a atuação no domínio dos transportes. É

desde esta altura que se estabelece a concorrência nos mercados de transporte rodoviário de

mercadorias e do transporte aéreo.

Em 1994 no Conselho Europeu de Essen lançaram-se as bases para uma Rede Transeuropeia de

Transporte (RTE-T), projeto que viria a ser reforçado em 1996 em Dublin. Na sequência desta decisão, os

países foram convidados a tomar as medidas necessárias para a sua concretização.

O Livro branco sobre os transportes, adotado pela Comissão Europeia em 2001, procura definir a política

europeia de transportes até 2010 e constituiu a base para o projeto da Rede Transeuropeia de

Transportes (RTE-T).

Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T)

O projeto da RTE-T estabelece como prioridades os investimentos em infraestruturas ferroviárias,

transporte fluvial e cabotagem, intermodalidade e interoperabilidade, tendo a dupla preocupação de

reduzir os tempos de transporte e as emissões de GEE.

Este objetivo viria a consubstanciar-se na elaboração de 30 projetos considerados prioritários. Cinco

destes projetos dizem diretamente respeito a Portugal, nomeadamente:

As linhas Ferroviárias de Alta Velocidade do Sudoeste da Europa que preveem a ligação ferroviária

de alta velocidade da Península Ibérica a França, com dois ramos a norte e a sul dos Pirinéus, que

permitirão a conexão com as linhas de Alta Velocidade do centro e norte da Europa. O projeto inclui

a ligação Lisboa – Porto, Lisboa– Madrid e Aveiro – Salamanca;

A ligação Multimodal Portugal/Espanha-Resto da Europa, que consiste no investimento em

infraestruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias e aeroportuárias em território português e

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Janeiro de 2011 63

espanhol, ao longo de três corredores multimodais estruturantes das ligações de Portugal com

Espanha e o resto da Europa;

A ligação Ferroviária de Transporte de Mercadorias Sines/Algeciras-Madrid-Paris, cujo objetivo é

solucionar a limitação de mobilidade imposta pelos Pirinéus. Inclui-se neste projeto o corredor Sines-

Badajoz-Madrid;

Interoperabilidade da Rede Ferroviária de Alta Velocidade da Península Ibérica, abrangendo as

restantes linhas novas de alta velocidade com bitola europeia ou as linhas adaptadas com dupla

bitola na Península Ibérica. O Corredor Norte – Noroeste, que inclui Porto – Vigo – está neste projeto;

As chamadas Autoestradas Marítimas, projeto que inclui a Autoestrada da Europa Ocidental.

Transportes e mobilidade na Europa

A adesão de Portugal à UE tem implícito que a política nacional de transportes e mobilidade se enquadre

na política europeia, situação que é reforçada pela situação geográfica do país na periferia da Europa. A

eliminação de fronteiras na UE, a construção do mercado único e a promoção do comércio

intracomunitário constituíram um fator fortemente dinamizador do setor em Portugal, setor que

representa cerca de 10% do PIB.

Um dos dados essenciais do problema dos transportes na UE é o aumento exponencial do automóvel

particular, que se instalou no consumo das famílias no período de expansão económica. Atualmente 80%

dos transportes de passageiros são efetuados em automóvel particular. Seguem-se o autocarro (8%), o

comboio (6%) e as aeronaves (5%). O número de automóveis tem aumentado a uma média de três

milhões por ano, número que deve ter em conta o alargamento aos sucessivos países. Espera-se que

esta taxa de crescimento diminua nos próximos anos, não só porque os países recém chegados atingirão

uma taxa de utilização do automóvel semelhante aos seus congéneres europeus, como também as

políticas ambientais pressionam à diminuição da circulação automóvel, ajudadas pelos preços crescentes

do petróleo. Contudo esta é uma das grandes zonas de incerteza, fortemente dependente do sucesso de

mercado dos veículos movidos com base noutras energias, embora as restrições ao consumo na UE

joguem em desfavor desse sucesso.

Na UE, o setor dos transportes é responsável por 28% das emissões de CO2. Os veículos rodoviários

contribuem com 84% para este valor. Embora as emissões de CO2 estejam globalmente a diminuir, em

conformidade com o Protocolo de Quioto, as emissões dos transportes estão a aumentar.

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No que diz respeito ao transporte aéreo na UE o crescimento é idêntico. A taxa média anual de

crescimento de passageiro é de cerca de 7% nos últimos 20 anos. Este crescimento do setor levou à

saturação dos aeroportos e dos sistemas de controlo de tráfego aéreo, diminuindo a qualidade de

serviço, aumento o consumo de combustíveis fósseis e o aumento da produção de GEE.

Em contrapartida, o transporte ferroviário sofreu um declínio. A quota de mercado diminuiu 4% no que

diz respeito ao número de passageiros e cerca de 13% no transporte de mercadorias. Este setor perdeu

competitividade a favor do setor rodoviário, basicamente porque é mais lento. Esta falta de eficiência

deve-se basicamente á necessidade de modernização e harmonização das infraestruturas de rede

ferroviária, já que as redes nacionais operam segundo normas diferentes e nada foi feito para promover

o transporte ferroviário durante muito tempo, apesar deste setor ter outras vantagens competitivas

como o facto de ser menos poluente. Algumas medidas têm sido tomadas desde 2003, como por

exemplo a liberalização do setor. Contudo parecem insuficientes e só no programa da RTE (Rede

Transeuropeia de Transportes) são definidas medidas de fundo, nomeadamente a implementação da

rede de Alta Velocidade.

O transporte aquático na Europa também não é competitivo. A frota marítima reduziu nos últimos anos

basicamente devido a um problema que é comum a outros produtos e setores: as companhias de

navegação registadas em países onde as normas de segurança e a qualificação das tripulações não são

tão exigentes, têm menos custos. Trata-se basicamente de um processo de "concorrência desleal" que as

regras de comércio internacional no âmbito da OMC não contemplam. Com a chegada dos últimos 10

países à UE, a frota europeia representa 26% da marinha mercante mundial. É de registar ainda o facto

de que cerca de 41% das mercadorias transportadas no espaço europeu para curtas distâncias se

efetuam por navio. Por outro lado, a rede de vias navegáveis interiores está subaproveitada embora seja,

em termos comparativos, das mais eficientes em termos energéticos e ambientais.

Até à política que visa a implementação da Rede Transeuropeia de Transportes, cada país continuou a

investir na rodovia, o que levou este setor a um impasse, com agravamento de alguns dos seus

problemas, nomeadamente os congestionamentos e engarrafamentos crescentes, seja a nível local, seja

a saturação das estradas em muitas regiões industriais da UE com os efeitos que se conhecem na

segurança, no ambiente e na saúde humana.

Entretanto algumas medidas sectoriais foram sendo tomadas, como por exemplo o Programa Marco

Pólo (2003-2006) que veio definir como prioridade a intermodalidade propondo a integração do

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transporte marítimo de curta distância, dos caminhos-de-ferro e do transporte fluvial na cadeia logística,

assim como apoiar financeiramente a melhoraria do desempenho ambiental dos transportes de

mercadorias (Regulamento CE nº 1382/2003)

Embora ainda corresponda a uma pequena parte das mercadorias deslocadas o transporte intermodal

está a crescer a uma média de cerca de 10% ao ano.

Transportes e Mobilidade em Portugal

Na sequência da operacionalização das políticas europeias de transporte e mobilidade, Portugal

conheceu nas últimas décadas alterações profundas na suas infraestruturas de mobilidade,

nomeadamente rodoviária, que pela implementação de uma rede viária, incluindo a rede de

autoestradas de que o país carecia.

Algumas da medidas de política previstas quer no âmbito do PET, quer anteriores, foram implementadas

ou estão em fase de execução, como se referiu anteriormente.

Ressalta aqui o impasse em que se encontram alguma dessas medidas, sobretudo os chamados projetos

estruturantes que se encontram num impasse dados os constrangimentos económico-financeiros

decorrentes da crise financeira global.

Referimo-nos à construção de um Novo Aeroporto Internacional em Lisboa e infraestruturas subjacentes,

que foi objeto de um amplo debate nacional. O projeto de construção deste aeroporto visa a criação de

condições adequadas ao transporte de passageiros e de carga, admitindo-se que viesse a funcionar no

futuro como plataforma de trânsito de uma das alianças mundiais de aviação civil, referidas

anteriormente.

O pressuposto de base para a construção do novo aeroporto é o de que, não havendo alternativa ao

modo aéreo aceitável para o transporte de pessoas em distâncias superiores a 600 km, a situação

periférica de Portugal exige que o País tenha infraestruturas aeroportuárias capazes de o colocarem na

rota das redes globais da aviação civil. Esta seria a condição prévia para se poder concretizar os objetivos

definidos para o turismo, como pólo de atração de investimento estrangeiro e transporte de carga de

produtos sensíveis que exigem este tipo de transporte.

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Todos os projetos e cenários da rede de transportes nacionais para ligação de Portugal ao mundo,

incluindo os projetos de dinamização de portos e da criação de plataformas logísticas estão concebidos a

partir dos projetos estruturantes do aeroporto e da rede de Alta velocidade.

Contudo, as incertezas que a crise financeira veio colocar, associadas às pressões crescentes sobre o

ambiente e a mais uma crise do petróleo que a instabilidade política do médio oriente vem colocar como

cenário muito previsível, juntam-se às incertezas anteriores colocadas pela questão da segurança e

terrorismo internacional que se arrastam desde o 11 de setembro, tornando mais credíveis as hipóteses

colocadas por Felix Ribeiro de uma globalização turbulenta ou, mesmo, de recuo da globalização, com

consequências no tráfego internacional e nas opções a privilegiar em termos de meios de transporte.

Dado o impasse em que se encontra a política aeroportuária em Portugal, mas também na Europa, face a

todas estas incertezas, podemos admitir um reequacionar do problema a nível europeu, e mesmo

mundial, a menos que inovações tecnológicas de tipo radical quer em termos de aviões, quer em termos

de eficiência energética ou de energias alternativas tragam à luz novas soluções.

O projeto de Construção da rede ferroviária de Alta Velocidade, contemplado na política europeia de

transportes como parte integrante da Rede Transeuropeia de Transportes está paralisado pelas mesmas

razões.

O projeto de aumento da capacidade do porto de águas profundas de Sines, como zona privilegiada de

atividades logísticas e pólo de atração de novas atividades industriais depende, em grande medida da

construção das ligações rodo-ferroviárias a Espanha, nomeadamente a ligação ferroviária Sines-Évora-

Badajoz para tráfego de mercadorias.

O projeto das plataformas logísticas pressupõe a integração e serviços, articulando cargas transportadas

por via marítima e aérea.

No que diz respeito às chamadas autoestradas do mar, só fazem sentido se houver portos com

infraestruturas adequadas e uma concentração de transportes de mercadorias que permitam a

intermodalidade, o que poderá vir a acontecer com dinamização do Porto de Sines e construção da

plataforma logística de Sines e Poceirão. Inserida na Rede Nacional de Plataformas Logísticas, será a

maior do País, com uma extensão de 420 hectares, e prevê-se que sirva de apoio ao transporte de

mercadorias dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines. Esta Plataforma, com um investimento total estimado

em 307milhões de euros, dos quais 17 milhões em acessibilidades, usufrui de bons acessos rodoviários e,

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a nível ferroviário, tem ligação às linhas do Sul e do Alentejo e conta com a rede de Alta Velocidade

Lisboa-Madrid que está prevista para tráfego misto.

Parece consensual a criação de um corredor multimodal, na sequência da filosofia da política europeia

de transportes, para transporte de mercadorias que ligue o porto de Sines a Madrid - através de

Saragoça, Barcelona e Perpignan - e ao centro da Europa. Este corredor multimodal deverá dispor

centralmente de uma plataforma logística que permita o encaminhamento e distribuição de mercadorias

transportadas por via aérea, marítima, ferroviária e rodoviária.

Os investimentos em infraestruturas de transportes que sirvam a consolidação do sistema urbano

deveriam prosseguir, o que implicaria uma concentração de investimentos na faixa litoral – Áreas

Metropolitanas e Eixo Estruturante Norte-Sul – no sentido de transferir parte dos fluxos de mobilidade

do modo rodoviário para o modo ferroviário, no quadro de um reforço de operadores multimodais.

Contudo, todos estes projetos, incluindo a autoestrada marítima, estão pensados em articulação com a

construção do Novo Aeroporto de Lisboa e da Rede Alta velocidade, o que significa que grande parte da

reestruturação do setor dos transportes e das economias associadas estão em stand by.

Outro projeto possível é a adaptação de parte do atual aeroporto militar de Beja para implantação de

atividades da indústria aeronáutica, em espaço vocacionado para o efeito, e para operadores de “low

cost” (turismo do Algarve do Alentejo e, até da AML).

Prevê-se a reorganização da oferta do transporte rodoviário urbano, e a renovação das frotas utilizando

energias renováveis. Este projeto está em marcha com a construção dos primeiros autocarros movidos a

eletricidade pela empresa Salvador Caetano, na prossecução das medidas de política energética. Em

meio urbano pode acontecer uma transformar mais estrutural com a introdução do transporte individual

elétrico, já em fase implementação no âmbito da política de energia e com a expansão, em grande

medida já concretizada, da rede de Metro.

No que diz respeito à mobilidade interna urbana, mas não só, aposta-se também nas redes virtuais,

esperando que esta tenha um impacte que redução da mobilidade, com investimentos previstos para a

implementação e extensão da rede de banda larga.

Ainda nesta área urbana, prevê-se uma forte reorganização do setor como fim das concessões que

impedem um mesmo operador de recolher e transportar passageiros em toda uma Área Metropolitana.

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O investimento recentemente realizado no Aeroporto Sá Carneiro visando torná-lo no principal

aeroporto do noroeste peninsular deverá articular-se com o porto de Leixões por forma a constituir-se

como alavanca do tecido empresarial Norte e do Centro litoral.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

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Drivers

Tendências Globais:

Crescimento dos fluxos internacionais de transportes de mercadorias e passageiros no âmbito da

intensificação das trocas comerciais e no desenvolvimento do Turismo;

Tensão crescente entre o aumento da produção de GEE que a intensificação dos fluxos de

transporte implicam, e a pressão para a soluções tecnológicas mais eficientes do ponto de vista

do ambiente, com impacte no tipo de infra-estruturas a desenvolver e nos meios de transporte

em si.

Estratégia comunitária:

Desenvolver a Rede transeuropeia de Transportes (RTE-T), com vista à integração económica e

social do espaço europeu;

Aposta na intermodalidade, reabilitando o transporte ferroviário e marítimo

Iniciativas governamentais:

Política de transportes, consubstanciada no Plano estratégico Transportes (PET), fortemente

inspirada na política europeia de transportes;

Articulação da Política energética com a Política de transportes.

Ameaças

Crise Internacional:

Crise internacional trava os projectos estruturantes para implementação do PET;

Paralisação dos investimentos estruturantes bloqueia a implementação de grande parte das

medidas previstas nas políticas de transporte;

Restrições ao consumo público e privado podem dificultar implementação do projecto MOBI-E

(massificação dos Veículos eléctricos, públicos e privados).

Instabilidade nos preços dos combustíveis

A crise política no médio oriente e os potenciais impactes na segurança, abastecimento e preço

do petróleo podem levar a um reequacionar das estratégias definidas para o sector e/ou

aumentar a pressão para soluções energéticas alternativas.

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Janeiro de 2011 70

b) Outras nuvens identificadas

Para além das grandes nuvens ancoradas em grandes projetos de desenvolvimento para Portugal outros

desenvolvimentos sectoriais são identificados na bibliografia disponível.

Serviços diversos

Na leitura prospetiva, foram identificadas diversa possibilidade de elevado potencial para o

desenvolvimento de vários tipos de serviços, de que destacamos:

Serviços partilhados: potencial de captação de IDE, tendo em vista a prestação de telesserviços ou

serviços partilhados a distância apoiando-se nas tecnologias de comunicação e informação. Trata-se

de um conjunto de serviços diversificados que mobilizam, em regra mão-de-obra pouco escolarizada

em regime de trabalho temporário, como por exemplo os call centers e os centros de atendimento e

assistência técnica a distância. Inclui também os serviços partilhados de empresas multinacionais na

área do back office (processamento de pagamentos, contabilidade, etc.);

Serviços urbanos: reconstrução urbana, novos serviços de mobilidade, manutenção de edifícios,

implantação e manutenção de espaços verdes, instalação de soluções energéticas, serviços de

licenciamento, etc.;

Serviços Pessoais: serviços associados ao apoio ao domicílio, cuidados sociais e de higiene e saúde no

âmbito das atividade de apoio à terceira idade. Estas últimas sentem-se hoje de forma muito

premente em todo o país e ganham outra dimensão se atendermos ao choque demográfico, como

tendência de evolução das sociedades modernas;

Serviços de mobilidade - atividades associadas ao desenvolvimento da rede de transportes e de

plataformas logísticas.

Cluster do Mar

A Estratégia Nacional para o Mar, publicada em 2006 (resolução do conselho ministros nº128/2006)

inspirada no Livro Verde da Política Marítima Europeia, avança com uma estratégia para exploração do

potencial económico do mar, numa perspetiva completamente nova face às atividades tradicionais

ligadas ao mar. Esta aposta integra também a Estratégia Mediterrânica para o Desenvolvimento

sustentável 2020 e o Plano de Ação Mediterrânico. Este novo olhar sobre o mar é partilhado a nível

europeu, que tem uma política marítima com o objetivo de desenvolver uma economia marítima

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 71

próspera e ambientalmente sustentável. Este desenvolvimento deve assentar no desenvolvimento

científico e tecnológico e na inovação das atividades associadas ao mar, tirando partido das

competências que a Europa já detém no domínio da navegação, na tecnologia naval, no turismo costeiro,

na energia de offshore, incluindo as renováveis, e serviços auxiliares. Os setores com maior potencial

económico de crescimento são navegação de cruzeiros, a economia dos portos, a aquacultura, as

energias renováveis, as telecomunicações submarinas e biotecnologia marítima Esta última é também

designada como biotecnologia azul e encerra um enorme potencial económico, pela exploração da

biodiversidade marinha, estimando-se que cerca de 80% dos organismos vivos mundiais se encontram

no mar. No estado atual do conhecimento sobre esta matéria sabe-se que esta tecnologia pode

contribuir com vantagens económicas para vários setores industriais, nomeadamente a aquacultura,

produtos para a saúde e da cosmética, novos produtos alimentares, produção de energias através de

certo tipo de algas, etc. Refira-se que está instalada em Lisboa desde 2006, a sede da Agência Europeia

de Segurança Marítima (EMSA – European Maritime SafetyAgency).

É neste quadro que Portugal dá prioridade em termos dos clusters previstos no QREN, como se referiu,

ao cluster do mar, que desenvolveremos á frente. Para além das atividades tradicionais ligadas ao mar -

pesca e turismo nas orlas costeiras -, a exploração sustentada de recurso energéticos, a exploração e

prospeção de hidrocarbonetos offshore, a investigação de novos materiais, a investigação nas áreas da

biologia e da geologia marinhas são hipóteses possíveis. Do ponto de vista dos recursos energéticos, o

mar também tem enormes potencialidades ainda não exploradas, no âmbito das energias alternativas de

3ª geração , nomeadamente as ondas e marés. As tecnologias associadas às energias alternativas de

primeira geração (desde finais do século XIX) são a hídrica, a biomassa/combustão e a geotérmica

(produção de eletricidade e calor). Na segunda geração (desde os anos 80 do século XX) incluem-se a

solar (aquecimento e arrefecimento), a solar fotovoltaica, a eólica e novas formas de bioenergia. Na

terceira geração exploram-se a energia solar, como concentrador de energia, as ondas e marés, sistema

melhorados na geotérmica e os sistemas integrados de bioenergia.

As características naturais do país e potencial de crescimento de atividades associadas ao mar favorecem

a geração de sinergias e a criação de um cluster forte, sendo uma das áreas prioritárias do Governo, ao

abrigo do QREN. Algumas das atividades a potenciar:

Desenvolvimento de tecnologias na área da eletrónica e robótica submarina e de equipamentos para

monitorização dos oceanos;

Page 77: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 72

Desenvolvimentos dos transportes marítimos, modernização de portos, logística, serviços marítimos

de carga, passageiros e turismo e construção naval;

O setor do turismo associado aos desportos náuticos de que são exemplos a expansão das atividades

náuticas de recreio, desportos submarinos, surf, vela, cruzeiros, etc., assim como a realização de

provas internacionais de Desportos Náuticos em que Portugal tem condições particularmente

atrativas;

Atividades como a I&D em biologia marinha para descoberta de novos fármacos;

Pesca, aquicultura, indústria do pescado;

Na energia um potencial segmento a explorar com vantagens, para além da energia das ondas, é a

exploração de energia eólica em offshore.

Saúde

A questão demográfica e o aumento esperado dos fluxos de turismos internacional continuarão a

pressionar a procura de serviços de saúde por um lado e, por outro, os avanços científicos e tecnológicos

nesta área e o conjunto de atividades que, por efeito de arrastamento, se poderão desenvolver fazem da

saúde outra das áreas prioritárias do QREN. Este cluster, mais desenvolvido no Norte do País tem

potencial de desenvolvimento em diversas áreas:

Desenvolvimento da engenharia biomédica, e das atividades de investigação nas áreas ligadas à

saúde tirando partido das competências já existente em centros de I&D de grande prestígio e

competência internacional, sobretudo na área do cancro e das doenças degenerativas;

Desenvolvimento de novos meios de diagnóstico, medicamentos ou métodos de administração de

fármacos;

Potenciar a ligação entre estas áreas científicas e as empresas farmacêuticas nacionais e

internacionais, assim como a formação de empresas de base tecnológica, potenciando a

"exportação" do conhecimento altamente especializado para desenvolvimento da atividade

industrial;

Conceção e desenvolvimento de sistemas tecnológicos aplicados ao funcionamento dos sistemas de

saúde;

Page 78: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 73

Para além deste segmento mobilizador de competências avançadas na área, outros segmentos poderão

desenvolver-se, nomeadamente:

Desenvolver as atividades de serviços especializados para o setor farmacêutico e a sociedade em

geral (testes de ADN, por exemplo), nomeadamente testes de materiais clínicos, fabricação de

materiais ou medicamentos, fabricação de embalagens e todas as atividades associadas;

Conceção e fabrico de consumíveis hospitalares, em articulação com o setor têxtil, o papel e fibras

celulósicas e os plásticos;

Resposta á maior procura de cuidados de saúde e serviços associados (residências assistidas,

assistência ao domicílio, etc.);

O crescimento dos segmentos de saúde e bem estar e do turismo residencial poderão potenciar a

procura dos serviços de saúde e os cuidados de saúde e reabilitação;

Desenvolvimento de competências na área da telemedicina e de gestão da informação de sistemas

hospitalares;

Outra área de potencial desenvolvimento é o Turismo associado à saúde, sobretudo nas áreas de

cuidados médicos em que Portugal ocupa uma posição internacional de destaque.

Química e Petroquímica

Estão previsto diversos projetos de investimento significativos nos complexos petroquímicos de Estarreja,

Barreiro e Sines, alguns dos quais já concretizados. A Solvay, Air Liquide, Dow Repsol, La Seda, Galp,

Degussa têm unidades de produção em Portugal e algumas têm planos de expansão.

A concretização dos planos para os transportes, portos e plataformas logísticas em Portugal poderá ser

um fator crítico para a expansão do setor. Contudo, como se sabe, alguns projetos governamentais para

os transportes estão congeladas e a situação de crise mundial está a bloquear o desenvolvimento deste

setor internacionalmente.

Refira-se ainda que este cluster tem algumas debilidades estruturais em Portugal, nomeadamente uma

malha pouco densa que o torna mais suscetível em termos de competitividade, apesar dos esforços de

investimento quer por parte do Estado, quer do setor privado. A título de exemplo e relativamente ao

período mais recente, refira-se o Projeto de Interesse Nacional, que permitiu a ampliação das três

grandes empresas instaladas neste complexo em Estarreja, a Dow, Air Liquide e Cuf. Apesar desses

Page 79: An Alise Prospect Iva

ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 74

esforços, a intensidade das interligações que compõem o Cluster carecem de maior reforço dada o

aumento concorrencial no âmbito da economia global (Teixeira, 2010).

Refira-se contudo que a conjuntura mundial recente apresentava algumas ameaças atendendo ao lento

crescimento do consumo de alguns produtos petroquímicos na Europa, tendo como consequência o

aumento da concorrência entre operadores Europeus. Acresce que as produções nalguns países

produtores de petróleo e gás natural são subsidiadas e ainda que estes países têm condições logísticas

vantajosas relativamente aos mercados emergentes da China e Índia, países que têm os maiores

crescimentos mundiais de consumo dos produtos petroquímicos. Refira-se ainda que a grande

instabilidade política que se vive no Médio Oriente, cujo desfecho é incerto, pode ter consequências

nestes mercados.

Indústrias Criativas

As chamadas indústrias criativas englobam um conjunto de atividades muito diversificadas: artes gráficas,

edição, imprensa, distribuição e produção audiovisual, publicidade, arte e espetáculos, moda, internet,

conteúdos para multimédia, música, design, arquitetura, desporto, etc.

O desenvolvimento deste setor está associado ao desenvolvimento dos vários segmentos do turismo e é

potenciado pela complementaridade com as novas tecnologias de informação e comunicação (TIC). Este

modelo de desenvolvimento pode ser complementado com iniciativas próprias que, ao contrário, sejam

potenciadoras do desenvolvimento de certos segmentos do turismo, como por exemplo eventos de

moda, atividades culturais e potenciação do património cultural do país (incluindo a gastronomia e os

vinhos), ou a organização de eventos internacionais (exemplo: Euro 2004 e Expo 1998).

O crescimento das TICs e a capacidade de inovação deste setor tem conduzido ao desenvolvimento de

certos segmentos específicos, como por exemplo o Web design, a indústria de conteúdos, etc.

Indústrias TIC

O setor das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) tem tido um crescimento no passado

recente e existem perspetivas de que no futuro esta tendência se mantenha, nomeadamente motivado

pelos seguintes fatores:

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 75

Desenvolvimento de software para múltiplas aplicações, como por exemplo a modernização do setor

público, incluindo certos segmentos dos serviços de saúde;

A expansão do uso das ligações à internet de banda larga deverá continuar em expansão, assim

como o desenvolvimento de novos produtos e serviços associados;

Conceção de novos produtos software específico para nichos de mercado de alto valor acrescentado,

de que são exemplo algumas empresas portuguesas de sucesso, como por exemplo, a Critical

Software;

A presença de empresas com forte implantação em mercados internacionais, como são exemplo a

Alcatel, Vodafone e Siemens pode potenciar o desenvolvimento de pequenas empresas de base

tecnológica.

Floresta

A floresta constitui uma das alternativas mais viáveis para o desenvolvimento de sumidouros

naturais de CO2. A produção económica anual da floresta portuguesa é avaliada em € 1,2 mil

milhões e inclui, par além da madeira, cortiça e resina, os frutos, cogumelos, plantas aromáticas,

silvipastorícia, caça, recreio e paisagem, proteção do solo e dos recursos hídricos, biodiversidade, e

outros valores ambientais como o sequestro de carbono.

A política florestal definida na Estratégia Nacional para as Florestas prevê, entre outras medidas, a

redução da desflorestação, a florestação de zonas nunca florestadas e a reflorestação de áreas,

designadamente áreas ardidas. A concretização destes objetivos , além de permitir criar sumidouros

de CO2, gera recursos endógenos de biomassa para um conjunto diversificado de atividades

económicas, ligadas à energia, ao desenvolvimento rural e ao ecoturismo.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 76

c) Nuvens cinzentas

Nesta categoria considerámos setores que se encontram em profunda reestruturação e, ao contrário dos

apresentados anteriormente, não apresentam novas áreas de atividade nem áreas com elevado

potencial de expansão:

Setores tradicionais em reconversão que deverão reduzir o seu peso e colocar maior ênfase nas

exportações;

Setores que estão a sofrer alterações no modelo de negócio, com sofisticação e especialização do

produto ou serviço oferecido;

Setores em que as necessidades de qualificações estão a alterar-se.

De seguida são enumerados alguns dos exemplos que são identificados na leitura prospetiva e as

alterações mais visíveis que estão a ocorrer no seu modelo de negócio:

Vidro e cerâmica

Inovação nos materiais, design e incremento do domínio dos mecanismos de mercado e distribuição.

Têxteis e Calçado

Aposta nos tecidos de alta qualidade, têxteis-lar e desenvolvimento de têxteis especiais para aplicação

noutros setores (por exemplo no setor automóvel) e incorporação da função design no calçado.

Agricultura de especialidades

Agricultura biológica e especialização em produtos de nicho.

Plásticos

Evolução dos moldes de plástico e dos moldes técnicos e orientação para aplicação noutros setores

como são o caso das embalagens, construção civil e indústria automóvel.

Mobiliário

Aposta na inovação, design e internacionalização.

Metalomecânica

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Janeiro de 2011 77

Enfoque na inovação, nomeadamente nas empresas com presença nos segmentos dos moldes e da

indústria automóvel.

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 78

d) Nuvens cruzadas

Entre todos os setores de atividade existe uma elevada interdependência e que condiciona o

desenvolvimento e crescimento de cada uma das nuvens identificadas anteriormente.

Podemos identificar várias relações entre setores em que o desenvolvimento de um impulsiona o

crescimento do outro. Três casos exemplares desta complementaridade são os seguintes exemplos:

Mobilidade e Transportes - Turismo;

Turismo – Saúde;

Saúde - Serviços Diversos.

O gráfico seguinte procura esquematizar algumas as relações identificadas:

O caso das ecoindústrias

De acordo com os objetivos estratégicos 2020 da UE para a construção de uma low carbon society e da

política energética Nacional a que aludimos anteriormente, tratando-se de uma área que é transversável

a todos os setores de atividade, a bibliografia disponível sobre os cenários de desenvolvimento do país

tem, direta ou indiretamente, subjacente a questão energética, ecológica e ambiental.

Mobilidade e Transportes

Turismo

Energia e Ambiente

Saúde

Criativas

Serviços diversos

TICs

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 79

Com efeito, a política energética e ambiental pode funcionar como uma alavanca da economia, não

apenas pelos potenciais efeitos na redução da dependência externa, como pelo capacidade de captar

investimento - já que se trata de uma área emergente a nível europeu e mundial -, pela oportunidade de

suscitar o aparecimento de novos projetos industriais em áreas de maior valor acrescentado e de

aproveitamento dos recursos naturais do país, mas também na potenciação do desenvolvimento

científico e tecnológico e na criação de emprego qualificado. As energias renováveis têm aqui um papel

estratégico. É neste quadro que surge a ideia de um cluster de ecoindústrias e serviços em Portugal.

Esta proposta parte da análise das atividades económicas em Portugal, agrupadas em 10 grupos,

organizados em conjuntos, de acordo com as suas características ambientais. O pressuposto de base

assenta no princípio de que são atividades que estão de algum interligadas e que podem produzir efeitos

de arrastamento entre si e noutras atividades ou, mesmo, potenciar o desenvolvimento de novas

atividades.

O quadro seguinte apresenta uma identificação das atividades económicas que podem contribuir

potencialmente para a criação de clusters de ecoindústrias.

Quadro: Identificação de Atividades

Grupo 1-actividades intensivas em energia e outros recursos

Grupo 2 -Químicas

Grupo 3 -Utilização de recurso primários, floresta e mar

Grupo 4 -Construção e actividades metalo-electro-mecânicas associadas

Grupo 5 -actividades transversais de conhecimento intensivo

Grupo 6 -Automóveis, aeronáutica, material circulante, logística

Grupo 7 - (Eco) Turismo e actividades de lazer associadas

Grupo 8 -farmacêutica, cosmética e equipamento médico

Grupo 9 -Agricultura, pecuária e indústrias alimentares e das bebidas

Grupo 10 -Texteis, vestuário e calçado

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 80

1) O conjunto 1 aglomera os grupos 1, 2 e 3 que são as atividades mais consumidoras de recursos e

poluidoras. Constituem o centro do cluster e admite-se a possibilidade de reconversão ambiental destes

setores com base no desenvolvimento tecnológico e na capacidade de inovação.

2) O conjunto 2 é constituído pelos grupos 4 e 5, que são atividades transversais de apoio, desde as

infraestruturas básicas de ambiente e construção mais sustentável de edifícios, às atividades produtivas

de elevada intensidade tecnológica, essenciais ao desenvolvimento de automatismos e robótica e

serviços de conhecimento intensivo. As exigências ambientais das atividades do core do Cluster, bem

como do conjunto de atividades de consumo final, podem constituir um motor importante para a

dinamização deste conjunto de atividades, com peso económico e social significativo no país. Trata-se no

entanto de um conjunto de atividades que, simultaneamente, terá que saber adaptar-se, melhorar

competências e evoluir na criação de valor, para dar respostas adequadas às novas exigências. Podem

ser consideradas atividades que sofrem efeitos de arrastamento mais direto das outras atividades do

Cluster.

3) Finalmente, um terceiro conjunto de atividades, dos Grupos 6 a 10, incide em atividades de consumo

final. As pressões ambientais, socioculturais e de concorrência internacional para este conjunto de

atividades, constituem, igualmente, fortes estímulos para consumos mais ecológicos que exigem, por

sua vez, processos de produção mais ecoeficientes, provocando assim efeitos de arrastamento em

atividades de consumo final. Destaca-se neste conjunto, o Grupo 6, que agrega atividades em torno da

Mobilidade, com consumos de energia final muito significativos e com tendência decrescimento nos

últimos anos.

Da análise das potencialidades decorrentes das sinergias destas atividades, incluindo a criação de

atividades novas e das políticas públicas para o setor energético, sugerem-se oportunidades de

desenvolvimento de negócios (fonte DPP) com vista à construção do cluster das ecoindústrias, alguns

dos quais já em franco desenvolvimento.

Este cenário, transversal a todos as atividades económicas e procurando seguir os objetivos de

desenvolvimento sustentável para onde confluem todas as políticas europeias e nacionais, apostando

em setores mobilizadores a todas as atividades económicas - ambiente, turismo, transportes, no caso

específico de Portugal - identifica um conjunto de constrangimentos e oportunidades para Portugal.

As condicionantes estruturais do país que referimos anteriormente, declinam-se num conjunto de

limitações, sobretudo quando se compara com países europeus bem sucedidos na implementação de

estratégias para o novo modelo de desenvolvimento sustentável, nomeadamente: i) as Administrações

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 81

Públicas locais têm uma cultura pouco propícia ao envolvimento em certo tipo de atividades exigidas

para a implementação e sucesso de certo tipo de investimentos, uma débil cultura de cooperação e de

articulação em redes de inovação, associada a uma ausência de competências internas adequadas. A

resolução desta limitação abriria um nicho de mercado para certo tipo de qualificações e especializações

profissionais ainda inexistentes; ii) a fraca sensibilização das populações locais com a qualidade de vida e

as questões ambientais, uma espécie de iliteracia ambiental. As estas limitações juntam-se a

insuficiência de recursos humanos com qualificações técnicas aos vários níveis nas novas áreas de

atividade, a capacidade de liderança e gestão empresarial, que constituem sérios obstáculos à

dinamização de clusters de ecoindústrias e serviços.

Tendo em conta este quadro, e admitindo a resolução de algumas destas limitações, o cenário do

desenvolvimento de clusters de ecoindústrias e serviços identifica um conjunto de atividades e

estratégias a desenvolver (DPP), organizadas pro objetivos:

1) Dinamizar atividades que criem valor - os investimentos devem incidir em atividades de maior valor

acrescentado e maiores ganhos de produtividade. Entre outros possíveis, são exemplo as atividades dos

Grupos 5, 6 e 8: Eletrónica, Robótica, Atividades Informáticas, Serviços de Conhecimento Intensivo,

Atividades de I&D, Automóvel, Aeronáutica, Logística e Saúde.

A indústria Agroalimentar, poderia constituir em si mesma um novo cluster a desenvolver, se tivermos

em consideração que em termos internacionais estamos perante uma indústria com uma incorporação

tecnológica crescente e muito promissora em termos de mercado. Os chamados alimentos saudáveis,

decorrentes de uma espécie de hibridação entre medicamentos e alimentos (de que são exemplos os

produtos alimentares light, ou os que atuam na prevenção e gestão de doenças, como por exemplo o

Benecol, Becel, etc. ou o leite sem lactose, etc.) e que estão na base do desenvolvimento de novas áreas

de C&T (a probiótica), constituem um mercado em ascensão, já regulado pela da UE (Health and

Nutrition Claims (REGULATION (EC) Nr. 1924/2006) e no qual Portugal poderia ter um papel mais ativo,

tirando partindo do investimento na formação de recursos humanos avançados em áreas especializadas

do conhecimento e criando emprego neste segmento do mercado de trabalho.

2) Dinamizar as exportações - o esforço nas exportações deveria obedecer a um esforço de competir em

segmentos de mercados de maior valor acrescentado. Assim, a captação de investimentos em atividades

de média-alta intensidade tecnológica e serviços conhecimento-intensivos como sejam a Eletrónica, a

Robótica, as TIC, a Farmacêutica, a Biotecnologia, a Nanotecnologia, a Biologia Marinha, os Materiais, a

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 82

Aeronáutica, o Automóvel, é fundamental. Por outro lado, estas atividades devem ser conjugadas com o

up-grading competitivo de indústrias tradicionais, através da modernização desses setores pela

incorporação de valor, mesmo que sejam atividades produtivas em decréscimo. São disto exemplo os

Têxteis, a Moda, o Calçado a Pasta e o Papel, a Madeira e a Cortiça, as Cerâmicas e o Vidro. O país já

dispõe de excelentes exemplos nalguns destes setores, a que se pode juntar com uma maior atração de

turismo de natureza, cultural e desportivo. Nestes casos a estratégia é a de explorar nichos de mercado

de maior valor acrescentado.

3) Incrementar a inovação tecnológica – O investimento em I&D deve prosseguir - cumprindo a meta

estabelecida a nível europeu de aumentar as despesas nesta áreas para 3% do PIB -, mas devem ser

privilegiadas áreas que deem resposta às apostas de desenvolvimento sustentável, com base nas

potencialidades existentes no país e nas medidas definidas nas políticas governamentais, como sejam os

casos das energias alternativas, da biologia marinha, da geologia marinha e dos novos materiais, etc. A

capacidade de inovação do país também está dependente das redes de inovação que agreguem

empresas, universidades, centros de I&D e outras instituições, sabendo que este objetivo exige um

trabalho adicional que abre outro segmento do mercado do trabalho a novas atividades profissionais.

4) Reduzir o consumo final de energia – os investimentos na eficiência energética e em processos

produtivos ecoeficientes, pode fazer-se através da racionalização dos consumos de energia, da utilização

das melhores tecnologias disponíveis (MTD) e da maximização do uso de automatismos e robótica em

todos os setores de atividade, com particular incidência nos setores de consumo intensivo (atividades

dos Grupos 1, 2 e 3). Os investimentos nestas áreas devem também ser dirigidos para dois segmentos

essenciais, nomeadamente na Gestão da Mobilidade (Grupo 6) e na chamada Construção Sustentável,

incorporando as soluções de edifícios inteligentes (Grupo 4). Tanto num caso como noutro devem ser

envolvidos os atores sociais relevantes em redes de inovação, capazes de assegurar a aplicação destas

medidas com sucesso, garantindo ganhos de eficiência e de eficácia na concretização dos projetos.

5) Reduzir o consumo de materiais e aumentar a ecoeficiência – direcionar investimentos para a

promoção de padrões de consumo mais sustentados, como por exemplo a produção do consumo local

do calor gerado através de “simbioses industriais”, a criação de ecoparques industriais, etc.

6) Reduzir as emissões poluentes - Através da política científica e tecnológica, privilegiar áreas de

investigação em processos de produção e consumo limpos (produção de energia “carbono zero” e

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ANQ e ANESPO Análise Prospetiva da Evolução sectorial em Portugal

Janeiro de 2011 83

fomento do ciclo dos materiais, entre outros), assim como o desenvolvimento de sumidouros de CO2,

(I&D em processo de sequestração de CO2, “nichos verdes” de inovação sustentável, etc.);

7) Valorização dos resíduos – direcionar investimentos de curto prazo para a dinamização de

desmanteladores e fragmentadores para o aproveitamento dos Veículos em fim de vida (VFV),

aproveitamento de resíduos da floresta para prevenção de incêndios e valorização energética da

biomassa, tratamento de resíduos sólidos e efluentes (entre eles reciclagem e valorização de RA e RIB e

tratamento dos RIP), em articulação com investimentos de médio prazo na criação de bolsas de resíduos,

I&D para produção de novos materiais, I&D em processos de liquefação e gaseificação da madeira, fecho

do ciclo dos materiais, etc.

8) A qualificação dos recursos humanos − a reestruturação das atividades económicas, incluindo a

modernização de setores tradicionais, mas também a emergências de áreas completamente novas,

implica a emergência de novas profissões e atividades profissionais. A identificação destas novas áreas é

muitas vezes difícil com as metodologias convencionais dado, que em regra, se parte dos setores já

existentes. Esta dificuldade é acrescida de um problema de tempo no sentido em que uma atividade

económica pode implantar-se numa determinada área, ou não, consoante a existência no mercado de

competências disponíveis adequadas. É portanto necessário atuar em duas vertentes simultaneamente:

a formação de recursos humanos cujas necessidades são detetáveis no quadro da modernização de

setores tradicionais e a formação de recursos para os novíssimos setores de atividade. São disto exemplo

as áreas muito diversificadas nos vários segmentos do setor do ambiente e das energias renováveis, do

cluster do mar, etc. A Alemanha e a Dinamarca, por exemplo, dois dos países mais avançados em certos

segmentos das energias renováveis debatem-se neste momento com um problema maior no

desenvolvimento dessas atividades, por falta de competências adequadas.

Deve continuar o investimento na formação de recursos humanos avançados em áreas de ponta da I&D,

concomitantemente com investimentos na formação contínua e na aprendizagem ao longo da vida,

assim como na reconversão de recursos humanos em atividades menos exigentes em competências de

nível elevado como as que acabámos de referir, mas também em áreas onde as necessidades são já

sentidas com grande pressão, designadamente as que estão ligadas aos diferentes segmentos do turismo,

ao desenvolvimento rural incluindo a agricultura biológica e aos cuidados sociais no âmbito das atividade

de apoio à terceira idade. Estas últimas sentem-se hoje de forma muito premente em todo o país e

ganham outra dimensão se atendermos ao choque demográfico, como tendência de evolução das

sociedades modernas, a que aludimos anteriormente.

Page 89: An Alise Prospect Iva

1

Análise prospectiva da

evolução sectorial em

Portugal

Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães

Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal

II Parte

Page 90: An Alise Prospect Iva

2

Índice - II Parte

Nota Introdutória ....................................................................................................................... 3

1. Enquadramento Metodológico .............................................................................................. 3

1.1 – Formação ...................................................................................................................... 4

1.2 – Emprego e Desemprego ................................................................................................ 4

1.3 – Indicadores de base ....................................................................................................... 5

1.4 – Indicadores e Ponderação ............................................................................................. 6

1.5 – Escalões e a hierarquização por cores........................................................................... 8

1.6 – Análise por NUT I - Continente ................................................................................... 9

1.7 – A análise agregada ........................................................................................................ 9

1.8 – Filtragem final ............................................................................................................ 10

2. Resultados ........................................................................................................................... 11

2.1 – NUT I .......................................................................................................................... 11

2.1.1 Emprego .................................................................................................................. 11

2.1.2 Desemprego ............................................................................................................ 11

2.1.3 Formação ................................................................................................................ 12

2.1.4 Análise Integrada .................................................................................................... 13

2.1.5 NUT I – Análise a 3 dígitos da CNP ....................................................................... 14

2.2 – NUT II ........................................................................................................................ 15

2.3 – NUT III ....................................................................................................................... 17

2.3.1 – Região Norte ........................................................................................................ 17

2.3.2 – Região Centro ...................................................................................................... 21

2.3.3 – Região Lisboa ...................................................................................................... 24

2.3.4 – Região Alentejo .................................................................................................... 26

2.3.5 – Região Algarve ..................................................................................................... 29

2.4 Análise Agregada ........................................................................................................... 30

Conclusões............................................................................................................................... 32

Page 91: An Alise Prospect Iva

3

Nota Introdutória

Tendo em conta o contexto de globalização da economia e os desafios que se colocam

ao país, tanto do ponto de vista da afirmação de um modelo de desenvolvimento sustentado

em bases económicas de maior valor acrescentado, como das exigências de competitividade

internacional, a formação atempada de recursos humanos qualificados capazes de sustentar

essa economia do futuro apresenta-se como uma necessidade primordial.

Este estudo procura responder a um dos desafios centrais que esta questão coloca,

nomeadamente o da identificação das necessidades futuras de qualificações, tendo em vista a

reformatação da oferta formativa de nível intermédio.

Para o cumprimento deste objetivo geral, o trabalho foi organizado em duas

componentes. Na primeira, procedeu-se a uma análise prospetiva dos cenários de evolução da

estrutura sectorial em Portugal. A segunda componente do trabalho, de que aqui se

apresentam resultados, centrou-se na descrição das qualificações existentes, na identificação

dos estrangulamentos entre oferta e procura de qualificações.

No seguimento, o presente documento apresenta, em primeiro lugar, o enquadramento

metodológico, explanando o caminho traçado a este nível e, em segundo lugar, uma análise

dos principais resultados encontrados e devidas conclusões.

1. Enquadramento Metodológico

No presente capítulo são clarificados os aspetos de natureza metodológica que

orientaram o estudo. Pretendeu-se descrever e fundamentar todas as opções tomadas a este

nível e que ditaram o rumo da investigação, de forma a chegar aos resultados obtidos. O

enquadramento metodológico abordará os procedimentos relativos aos dados da formação, do

emprego e do desemprego, e, juntamente, a construção dos indicadores e ponderadores que

estão na base da análise, possibilitada pela grelha de hierarquização – o “semáforo”.

Assim, o estudo incide num universo de indivíduos de ambos os sexos, com idade

compreendida entre os 18 e os 24 anos e com o ensino secundário completo – à exceção dos

dados referentes a alunos que estão no processo de completar esse nível de habilitações.

Page 92: An Alise Prospect Iva

4

1.1 – Formação

A formação diz respeito a toda a informação relativa aos alunos do primeiro ano,

inscritos, no ano letivo de 2009/2010, em turmas de cursos de formação profissional (CFP),

de hotelaria e turismo (CHT), de educação e formação (CEF) e do sistema de aprendizagem

(CSA). Os dados mais recentes datam de 2009 e primam por uma maior consolidação.

Contudo, um total de 1189 alunos (2,3%) não foi incluído na análise por falta de

esclarecimento atempado sobre o curso a que estavam afetos.

Inicialmente, tratou-se de fazer corresponder1

os cursos com os subgrupos da

Classificação Nacional de Profissões (CNP), ou seja, CNP a 3 dígitos. Numa fase posterior

fez-se o mesmo procedimento, porém, com a CNP a 4 dígitos e apenas para o subgrupo 3112.

Esta necessidade surgiu devido à grande percentagem de alunos (22,9%) verificada no

subgrupo 311 e deste registar uma grande diversidade interna de profissões – dando conta:

técnicos de ciências de f

Os dados, disponibilizados por concelho, foram agregados por NUT III, II e I3 e

dispostos na grelha de análise por profissão – ou seja, por código CNP.

1.2 – Emprego e Desemprego

Os dados referentes ao emprego e desemprego correspondem ao constante nos

quadros de pessoal no dia 31 de dezembro dos anos de 1998 e 2008. A comparação a dez

anos permite fazer uma apreciação da evolução do emprego e do desemprego. A opção pelo

ano de referência mais recente – 2008 – deve-se, essencialmente, a fatores de disponibilidade

de dados e ao facto de este ser ainda um ano sem impacto significativo da crise económica.

A informação relativa ao emprego e desemprego foi disponibilizada, da mesma forma

que os dados respeitantes à formação, por concelho e posteriormente agregada por CNP a 3 e

44 dígitos e por NUT I, II e III. De referir que, do total de empregados (88300) e para efeitos

da presente análise, foram contabilizados apenas os empregados em profissões registadas em

ambos os anos (80029) – ficando excluídas as profissões extintas, conforme a Tabela 1.

Tabela 1 – Profissões extintas em 2008

A11 - AJUDANTE RESIDUAL

A22 - PRATICANTE RESIDUAL

A33 - AUXILIAR RESIDUAL

A44 - ESTAGIARIO RESIDUAL

1 A tabela de correspondências entre os cursos da formação e as profissões da CNP pode ser consultada no Anexo I. 2 A tabela com a lista das profissões utilizadas no estudo, quer a 3 dígitos quer a 4 dígitos da CNP, pode ser consultada no Anexo II. 3 NUTs conforme o Decreto-Lei n.º68/2008 de 14 de abril. 4 Apenas para o caso do subgrupo 311 e pelas razões já explanadas.

Page 93: An Alise Prospect Iva

5

A55 - ASPIRANTE RESIDUAL

A66 - PRE-OFICIAL RESIDUAL

A77 - APRENDIZ RESIDUAL

D99 - ENCARREGADO GERAL

R99 - OUTROS TRABALHADORES SEM PROFISSAO ATRIBUIDA

1.3 – Indicadores de base

Na continuação da análise, procedeu-se à criação de tabelas5 compostas pelos dados

do emprego, desemprego e formação e, também, por 7 indicadores de base. Na Tabela 2 é

possível consultar os indicadores de análise utilizados e a sua fórmula de cálculo, explanados

em baixo.

Tabela 2 – Indicadores de base

Indicador Fórmula de cálculo

Taxa de variação do emprego (Ep) na profissão e na NUT (Ep08 – Ep98) / Ep98

Taxa de variação de desemprego (Dp) na profissão e na NUT (Dp08 – Dp98) / Dp98

Rácio alunos (Ap) / emprego na profissão e na NUT Ap09 / Ep08

Rácio desemprego / emprego na profissão e na NUT Dp08 / Ep08

Taxa de variação nacional do emprego na profissão (Enp) (Enp08 – Enp98) / Enp98

Quociente de localização do emprego na profissão e na NUT (Ep08 / Te08) / (Enp08 / Tne08)

Quociente de localização do desemprego na profissão (Dp08 / Ep08) / (Td08 / Te08)

a) Taxa de variação do emprego na profissão e na NUT

A taxa de variação permite a comparação, na profissão e na NUT, dos dados relativos

ao emprego em dois momentos diferentes no tempo – neste caso, 1998 e 2008.

b) Taxa de variação do desemprego na profissão e na NUT

A taxa de variação permite a comparação, quer na profissão quer na NUT, dos dados

relativos ao desemprego em dois momentos diferentes no tempo – 1998 e 2008.

c) Rácio alunos/emprego na profissão e na NUT

Este indicador apresenta a razão entre a distribuição dos alunos, inscritos em 2009 no

primeiro ano, e a distribuição do número de empregados registada em 2008. O rácio é

aplicado por profissão e para o total da NUT.

d) Rácio desemprego/emprego na profissão e na NUT

Este indicador apresenta a razão entre a distribuição do número de desempregados e a

distribuição do número de empregados, ambas registadas em 2008, na profissão e na NUT.

e) Taxa de variação nacional do emprego na profissão

5 Fez-se uma tabela para cada NUT em análise – NUT III, II e I. Os dados do emprego, desemprego e formação (alunos) variam de acordo

com a NUT em análise.

Page 94: An Alise Prospect Iva

6

A taxa de variação nacional permite a comparação, na profissão, dos dados relativos

ao emprego em Portugal em dois momentos diferentes no tempo – 1998 e 2008.

f) Quociente de localização do emprego na profissão e na NUT

Este indicador efetua um quociente entre dois rácios: o primeiro relaciona o número

de empregados na profissão com o número total de empregados na NUT; o segundo relaciona

o número nacional de empregados na profissão com o número total de empregados no país.

g) Quociente de localização do desemprego na profissão

O quociente de localização do desemprego relaciona o rácio desemprego/emprego por

profissão com o total da NUT desse mesmo rácio.

1.4 – Indicadores e Ponderação

Na fundamentação da análise do “semáforo” foram criados 5 indicadores com

critérios de ponderação com igual importância numérica, os quais variam entre 0 e 2. Na

Tabela 3 apresentam-se os indicadores, a sua fórmula de cálculo e os critérios de ponderação

que, de acordo com a mesma, aqui se comentam:

a) Variação da oferta de emprego na profissão

Este indicador compara a variação do emprego na profissão (CNP) com a variação

total do emprego na NUT em análise. Em termos de ponderação, valoriza quando a variação

do emprego é superior ao total da NUT e penaliza quando esta tem valor negativo e está

abaixo da média na NUT. A ponderação intermédia acontece com uma variação abaixo da

média da NUT mas registando, ainda, um valor positivo.

b) Variação da procura de emprego não satisfeita na profissão

Em semelhança ao indicador anterior, a variação do desemprego na profissão é

medida em relação à variação total do desemprego na NUT. Este ponderador é avaliado

positivamente no caso de o desemprego na profissão ser inferior à variação total da NUT e o

inverso quando a variação na profissão apresenta valores positivos. Se a variação na profissão

for acima da média da NUT e apresentar um valor abaixo de zero a ponderação é intermédia.

c) Saturação da oferta de formação em relação à profissão

Page 95: An Alise Prospect Iva

7

O indicador de saturação compara os lugares na oferta formativa com os lugares na

profissão, relacionando com o total da NUT. Este é analisado na relação entre o rácio do

número de alunos com o número de empregados (2008) em cada profissão (CNP) e entre o

rácio do total de alunos com o total de empregados na NUT. Quando o rácio na profissão é

inferior ao da NUT a avaliação é positiva, no entanto, se ultrapassar o dobro do rácio da NUT

a atribuição é negativa. A ponderação intermediária acontece quando o valor do rácio da

profissão for maior que o da NUT, contudo, de valor inferior ao seu dobro.

d) Especialização regional do emprego por profissão

A especialização regional do emprego permite entender se, na NUT em análise, existe

criação de emprego acima da média nacional, comparando a variação da oferta de emprego

na NUT com a que ocorre no país. Este indicador relaciona o rácio entre o número de

empregados na profissão e o total de empregados na NUT com o rácio entre o número de

empregados nacional na profissão e o total nacional de empregados. A ponderação é positiva

sempre que o valor do quociente entre os dois rácios for superior a 2 – querendo dizer que a

criação de emprego na NUT é acima do dobro da média nacional – e em sentido inverso

quando esta não ultrapassa a unidade – ou seja, quando não for superior à média nacional. O

valor entre 1 e 2 é, consequentemente, um valor intermédio para efeitos de ponderação.

e) Intensidade regional do desemprego por profissão

O presente indicador regista o impacto que o desemprego tem sobre o emprego na

profissão em relação à NUT, relacionando-se o rácio entre o número de desempregados e o

número de empregados na profissão com o rácio entre o total de desempregados e o total de

empregados na NUT. Em termos de critérios de ponderação, valoriza-se quando a intensidade

do desemprego na profissão é inferior ao total da NUT e penaliza-se quando é superior ao

dobro. Quando é superior ao total da NUT e inferior ao dobro, é atribuído valor intermédio.

Tabela 3 – Indicadores e critérios de ponderação

Indicador Forma de Cálculo Valor

Page 96: An Alise Prospect Iva

8

Variação da oferta de

emprego na profissão

A variação do emprego na profissão

(Vep) em relação à variação total do

emprego (Vte)

Vep > Vte = 2

Vep > 0 e Vep < Vte = 1

Vep < 0 e Vep < Vte = 0

Variação da procura de

emprego não satisfeita na

profissão

A variação do desemprego na profissão

(Vdp) em relação à variação total do

desemprego (Vtd)

Vdp < Vtd = 2

Vdp > Vtd e Vdp < 0 = 1

Vdp > 0 = 0

Saturação da oferta de

formação em relação à

profissão

Rácio entre o nº de alunos e o nº de

empregados na profissão (Ap/Ep) em

relação ao rácio entre o total de alunos

e o total de empregados (At/Et)

(Ap/Ep) < (At/Et) = 2

(Ap/Ep)> (At/Et) e (Ap/Ep)< 2(At/Et) = 1

(Ap/Ep) > 2(At/Et) = 0

Especialização regional do

emprego por profissão

Quociente de localização do emprego

na profissão e na região: rácio entre o

nº de empregados na profissão e o total

de empregados (Ep/Te) sobre rácio

entre o nº de empregados nacional na

profissão e o total nacional de

empregados (Enp/Tne)

(Ep/Te)/(Enp/Tne) > 2 = 2

(Ep/Te)/(Enp/Tne) > 1 e (Ep/Te)/(Enp/Tne) < 2 = 1

(Ep/Te)/(Enp/Tne) < 1 = 0

Intensidade regional do

desemprego por profissão

Quociente de localização do

desemprego na profissão: rácio entre o

nº de desempregados e o nº de

empregados na profissão (Dp/Ep) sobre

rácio entre o total de desempregados e

o total de empregados (Td/Te)

(Dp/Ep)/(Td/Te) < 1 = 2

(Dp/Ep)/(Td/Te) > 1 e (Dp/Ep)/(Td/Te) < 2 = 1

(Dp/Ep)/(Td/Te) > 2 = 0

1.5 – Escalões e a hierarquização por cores

A soma do resultado da ponderação em cada profissão pode variar entre 0 e 10

valores, permitindo construir uma grelha de hierarquização por escalões em que cada escalão

corresponde a um intervalo de valores e a uma cor específica. Esta hierarquização por cores

permite uma leitura mais rápida, acessível a qualquer tipo de leitor, assemelhando-se à de um

semáforo de trânsito rodoviário, conforme se pode comprovar na Tabela 4.

Tabela 4 – Escalões e cores

Intervalo de valores Cores

0 – 2 Vermelho

3 – 4 Laranja

5 – 6 Amarelo

7 – 8 Verde

9 – 10 Azul

A hierarquização, portanto, estabelece-se gradualmente entre o vermelho – quando a

profissão soma uma série de ponderações negativas – e o azul – quando a profissão soma

uma série de ponderações positivas.

Page 97: An Alise Prospect Iva

9

1.6 – Análise por NUT I - Continente

No que concerne à análise por NUT I, uma vez que tanto a especialização regional do

emprego como a intensidade regional do desemprego não são aplicáveis6, considera-se

apenas os indicadores: variação da oferta de emprego na profissão; variação da procura de

emprego não satisfeita na profissão; saturação da oferta de formação em relação à profissão.

Mantendo os mesmos critérios de ponderação (entre 0 e 2), o somatório, por profissão, varia

entre 0 e 6, estabelecendo uma hierarquia conforme se pode observar na Tabela 5.

Tabela 5 – Escalões e cores na NUT I

Intervalo de valores Cores

0 Vermelho

1 – 2 Laranja

3 – 4 Amarelo

5 – 6 Verde

1.7 – A análise agregada

Os perfis de saída profissional, que os cursos da oferta formativa proporcionam,

correspondem, em teoria, a uma profissão ou a um subgrupo de profissões em particular,

nomeadamente, a técnicos de nível intermédio. Contudo, na prática, a inserção dos novos

profissionais pode não corresponder diretamente às profissões ou ao subgrupo de profissões a

que se destinava a formação. De facto, não é incomum aparecerem profissionais inseridos em

profissões, que não encaixam diretamente no perfil de saída idealizado, mas que não deixam

de estar relacionadas tematicamente. Um exemplo disso são os “informáticos”, cujo curso

aponta para uma profissão ligada ao subgrupo 312 da CNP – programadores, operadores de

informática e trabalhadores similares –, mas que podem estar a trabalhar7 como diretores de

serviços de informática (123) ou como analistas de sistemas ou outros especialistas de

informática (213).

Aplicando, portanto, um princípio de agregação, efetuou-se uma análise por

profissões potencialmente ligadas tematicamente e, assim, permitir uma leitura menos

taxativa dos resultados obtidos anteriormente. Esta análise agregada realizou-se apenas para a

NUT I, com todas as especificidades metodológicas anteriormente explanadas, dando origem

a 9 áreas temáticas, cuja correspondência, em termos de subgrupos da CNP, se encontra

sistematizada na Tabela 6.

6 Salvo se fosse para comparar Portugal com outros países ou grupo de países. 7 Ou então classificados desse modo nos quadros de pessoal da organização em que desenvolvem a atividade profissional.

Page 98: An Alise Prospect Iva

10

Tabela 6 – Correspondência entre áreas temáticas, alunos e empregados

Área temática Alunos Empregados

Informáticos 312 312+123+213

Comunicação e marketing 241 241+123+245+342

Técnico-artísticas 313 313+245+724+734+822+932

Comércio 341 122+123+131+342+421+522+523+911

Gestão e contabilidade 343 343+241+242+412

Secretariado 411 411+123+241+343+344

Gestão, contabilidade e secretariado 343+411 343+241+242+412+411+123+344

Criação Artística 347 347+245

Eletromecânicos 724 724+713+723+828

Para o efeito, partiu-se da correspondência efetuada no início entre cursos e profissões

para identificar os perfis de saída dos cursos de formação e, então, fazer corresponder as

profissões relacionadas tematicamente. Só no caso da área temática “Gestão, contabilidade e

secretariado” é que se optou por um perfil de saída composto devido, também, à grande

proximidade que ambas as áreas temáticas têm entre si. Como se podem observar na Tabela

6, os subgrupos não são mutuamente exclusivos, tendo-se optado por uma agregação livre

com intuito de testar este modelo de análise.

1.8 – Filtragem final

No decorrer da análise final, procedeu-se a uma filtragem dos dados na qual se

empregaram dois critérios de seleção: 1) que em cada profissão na NUT analisada existissem

alunos; 2) e que, não existindo alunos, se registassem pelo menos 50 empregados no ano de

2008. A todos os casos, cujos critérios acima não se verificaram, foi atribuída uma cor

cinzenta destacando-os do exercício analítico.

Este filtro foi aplicado com objetivo de excluir casos que pudessem enviesar a análise.

Isto é, exemplificando, quando os valores são muito baixos, ao nível do emprego e do

desemprego, e no caso de não existirem alunos, as variações percentuais muito elevadas

influenciam os ponderadores e o resultado do “semáforo” sai enviesado positivamente –

ainda que sem relevância significativa no âmbito do planeamento para a reconversão da

oferta formativa.

Page 99: An Alise Prospect Iva

11

2. Resultados

Apresentam-se agora os resultados obtidos no âmbito do presente estudo, que, como

mencionado em cima, incide sobre jovens entre os 18 e os 24 anos de idade, com o 12º ano

de escolaridade. Nesta secção desenvolve-se a análise e a bateria de indicadores trabalhados,

numa lógica que parte do geral para o particular, que permite entender as conclusões a que se

chegou.

2.1 – NUT I

A análise dos principais indicadores e gráficos concernentes à NUT I – Portugal

Continental – encontra-se desenvolvida em baixo.

2.1.1 Emprego

Ao nível do país, leia-se em Portugal Continental, registaram-se, no final de 1998,

80.029 empregados jovens e 98.730 em 2008, revelando um crescimento de 23% entre estes

dois períodos. Desagregando por grandes grupos da Classificação Nacional de Profissões

(CNP), o Gráfico 1 evidencia uma grande concentração de empregados nos grupos 4 e 5 que,

juntos, contam acima de 60% dos empregados, em ambos os períodos. Os grupos 3, 7 e 9

apresentam valores similares, entre os 9% e os 10%.

Fazendo a análise comparativa da evolução do emprego, entre 1998 e 2008, destaca-

se um crescimento acentuado no Grupo 5 – 64% em relação ao período anterior e o aumento

de 37% e 15% nos grupos 7 e 3, respetivamente. No Grupo 4, verifica-se uma diminuição

residual (-0,08%), em relação ao período anterior. A configuração do emprego sofreu uma

alteração nos grupos 4 e 5, verificando-se que o grupo de profissões com mais empregados

deixa de ser o Grupo 4, em 1998, para ser o Grupo 5, em 2008.

2.1.2 Desemprego

Em matéria de desemprego, no ano de 1998 existiam 25.203 desempregados jovens

face aos 17.422 registados em 2008, o que evidencia um decréscimo de 31%, em termos

globais. Este indicador aponta para uma maior concentração nos grupos 3,4 e 5, quer em

1998 (86.6%) quer em 2008 (83.8%), e uma incidência residual nos grupos 1 (0,5%) e 6

(0,4%) em ambos os períodos.

Page 100: An Alise Prospect Iva

12

Na confrontação das séries temporais, em termos de variação, destaca-se a diminuição

acentuada no Grupo 4, de 14.096 para 5.541 desempregados, representando um decréscimo

aproximado de 61%. A variação positiva observa-se nos grupos de profissões 1, 2, 4, 6 e 8,

registando aumento os grupos 3, 5, 7 e 9 – 13%, 19%, 8% e 9%, respetivamente.

Observando a importância que o desemprego tem em relação ao emprego, no Gráfico

3, destaca-se que em 1998: no Grupo 2, por cada desempregado havia um empregado, isto é,

uma relação de um para um; no Grupo 4, uma relação de 1 para 2; no Grupo 3, um para três;

e, nos grupos 5 e 6, por cada desempregado existiam 4 empregados. No ano 2008, o impacto

do desemprego no emprego estabelece, nos grupos 2 e 3, uma relação de três empregados por

cada desempregado – um para três – e, no Grupo 4, de um desempregado para 4 empregados.

Quando se comparam os rácios do desemprego em 1998 e 2008, em termos globais,

evidencia-se uma redução de 43,9% – passando de uma relação de um para três para uma

relação de um para seis, aproximadamente. Quando se desagrega por grupos de profissões,

denota-se um decréscimo em todos os grupos com exceção do Grupo 9, em que o rácio do

desemprego aumentou 10,26%. Os grupos com as maiores reduções foram: o Grupo 2

(76,8%); o Grupo 1 (62,7%); e os Grupos 4 e 6 (ambos com 57,2%).

2.1.3 Formação

No que diz respeito a formação, como se pode observar no Gráfico 4, a maioria dos

alunos (66,9%) inscritos no primeiro ano, em 2009, encontram-se em cursos8 diretamente

orientados para as profissões do Grupo 3, num universo de 47.678 alunos. Os alunos em

cursos orientados para as profissões do Grupo 5 representam 18,9%, 5,34% as do Grupo 4 e

as do Grupo 2 cerca de 5,02%. Não existem cursos orientados para os grupos 1 e 9.

O cruzamento do número de alunos com o número de empregados gera um rácio que

ajuda a entender a adequação da oferta formativa aos lugares de emprego. O Gráfico 5

permite visualizar esta relação e denotar que, em primeiro lugar, não existe oferta formativa

para as profissões dos grupos 1, 89 e 9. Em segundo, que a oferta formativa, no Grupo 3, é

3,5 vezes superior ao emprego que está a ser gerado, assim como no Grupo 2 – com uma

relação aproximada dos 2 para 1. Em terceiro lugar, por contraposição ao anterior, a relação

entre alunos e empregados é de 1 aluno para cada 10 empregados nos grupos 4 e 7, e de 1

8 Os cursos, aqui referidos de forma genérica, incluem os cursos de educação e formação, os cursos profissionais, os de hotelaria e turismo e

os do sistema de aprendizagem. 9 No Grupo 8 existem alunos em cursos vocacionados para profissões do mesmo, contudo o peso deste Grupo no número total de alunos é

residual – 31 alunos que representam 0,07% da oferta formativa.

Page 101: An Alise Prospect Iva

13

para 4 no Grupo 5. No Grupo 6, a relação é de um aluno para um empregado,

aproximadamente10

.

2.1.4 Análise Integrada

A interação entre a formação, emprego e desemprego torna possível olhar, de forma

integrada, para as dinâmicas de cada grupo de profissões. Conforme se pode observar na

Tabela 1, e de acordo com um código de cores11

– tipo semáforo rodoviário – aplicado a cada

grupo de profissões, denotamos que, em Portugal, o Grupo 1 e o Grupo 8 estão assinalados a

verde, uma vez que não existe oferta formativa para um número significativo de empregados

e com a variação positiva do emprego e negativa do desemprego.

O Grupo 3 está assinalado a laranja com um excesso de oferta formativa

comparativamente ao número de empregos disponíveis – apesar de a variação ser positiva – e

à variação positiva do desemprego. No caso do Grupo 9, também assinalado a laranja, não

existem cursos diretamente vocacionados para este tipo de profissões não qualificadas,

acrescentando uma variação negativa do emprego e uma positiva do desemprego.

Nos grupos de profissões assinaladas a cor amarela ocorrem várias dinâmicas: Os

grupos 2 e 6 apresentam uma oferta formativa excessiva mas têm a variação de emprego a

aumentar e a variação do desemprego a diminuir; o Grupo 4 evidencia um desajuste na oferta

formativa, com o emprego a diminuir e o desemprego, também, a diminuir; Os grupos 5 e 7,

registam falta de oferta formativa com a variação do emprego e do desemprego a aumentar.

10 O valor do rácio é 1,27. 11 Detalhes da hierarquização de cores no capítulo da metodologia pág.6.

CNP - Profissões Alunos 2009 Emprego

2008 Variação Emprego

Rácio Alunos/Emprego

Desemprego 2008

Variação Desemprego

Grupo 1 - Quadros Superiores da Administração Pública, Dirigentes e Quadros Superiores de Empresa

0 1718 0,08 0,00 31 -0,60

Grupo 2 - Especialistas das Profissões Intelectuais e Científicas

2394 1264 0,59 1,89 360 -0,63

Grupo 3 - Técnicos e Profissionais de Nível Intermédio 31936 9079 0,15 3,52 3197 0,13

Grupo 4 - Pessoal Administrativo e Similares 2546 24267 -0,08 0,10 5541 -0,61

Grupo 5 - Pessoal dos Serviços e Vendedores 9006 36819 0,64 0,24 5859 0,19

Grupo 6 - Agricultores e Trabalhadores Qualificados da Agricultura e Pescas

635 501 0,82 1,27 46 -0,22

Grupo 7 - Operários, Artífices e Trabalhadores Similares 1130 9873 0,37 0,11 770 0,08

Grupo 8 - Operadores de Instalações e Máquinas e Trabalhadores da Montagem

31 5754 0,49 0,01 498 -0,04

Grupo 9 - Trabalhadores Não Qualificados 0 9455 -0,01 0,00 1120 0,09

TOTAL 47678 98730 0,23 0,48 17422 -0,31

Page 102: An Alise Prospect Iva

14

2.1.5 NUT I – Análise a 3 dígitos da CNP

Tabela 2 – Análise Cromática para a NUT I, por profissão a 3 dígitos da CNP

CNP - Profissões NUT I

CNP - Profissões NUT I

CNP - Profissões NUT I

112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

a)

332 - EDUCADORES DE INFANCIA 4

732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES

4

114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS

a)

333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a)

733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES

a)

121 - DIRETORES GERAIS a)

339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

5

734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES

4

122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES

4

341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS

1

741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES

4

123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS 5

342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES 6

742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES

4

131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS

3

343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO

4

743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES

4

211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES

a)

344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES

6

744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO

3

212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES

a)

345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES

a)

745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA

a)

213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA 4

347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO

3

811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS

a)

214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES

a)

411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO

5

812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS

a)

221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a)

412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS

4

813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES

4

222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS

a)

413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES

4

814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL

5

223 - ENFERMEIROS a)

414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES

2

815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS

6

232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO

a)

419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

5

816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES

4

235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES

6

421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 6

817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS

4

241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS

4

422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS

6

821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS

4

242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS

a)

511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES

4

822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS

4

243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES

4

512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO

4

823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA

4

244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS

6

513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES

4

824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA

a)

245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES 3

514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES

2

825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL

4

246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS

a)

516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA

3

826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO

4

247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

a)

521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a)

827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES

6

3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 1 522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 4 828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM 3

3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 3

523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS

6

829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM

4

3113 - TEC DE ELETRICIDADE 2

611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS

4

831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES

2

612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS

3

832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR 5

3115 - TEC DE RELOJOARIA a)

613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS

5

833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS

2

3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL

2

614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES

4

834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES

2

3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES

2

615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS

a)

911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES

4

3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

2

711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA

6

912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES

a)

312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES

0

712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS

4

913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES

5

313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS

3

713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS

4

914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES

4

314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS

6

714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES

6

915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES

3

315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE

2

721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES

5

916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES

5

321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE

1

722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES

4

921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS

6

322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS

3

723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS

4

931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS

4

324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL

a)

724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS

1

932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA

2

331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO

a)

731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS

4

933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES

4

Ao desagregar-se a análise de Portugal Continental para 3 dígitos da CNP, observa-se,

do ponto de vista da oferta formativa, diversas diferenciações, em termos de análise

Page 103: An Alise Prospect Iva

15

cromática. Tratando-se esta de uma análise com base em vários indicadores, toma-se por

referência a oferta formativa, dando conta dos principais desajustes observados.

De acordo com a Tabela 2, no que diz respeito a desajustamentos por excesso de

oferta formativa, destaca-se a profissão 312. Acrescentam-se profissões com uma relação

entre alunos e emprego acima dos 10 alunos por empregado, que listam: 321 (17 para 1); 313

(14 para 1); 3116 (12 para 1); 3113 (11 para 1).

Nos estrangulamentos da oferta formativa, existem profissões como, por exemplo, a

411, 419, 913, 422 e 421 que, existindo pouca ou nenhuma oferta diretamente vocacionada,

apresentam mais de mil empregados, e variações positivas no emprego e negativa no

desemprego.

No caso da profissão 724, existindo um grande desajuste, este não tanto criado pela

oferta formativa, mas pela variação negativa do emprego nesta profissão (-35%) e a variação

positiva do desemprego – ainda que ténue (3%).

2.2 – NUT II

Fazendo-se uma análise comparativa entre as regiões do país – Norte, Centro, Lisboa,

Alentejo e Algarve – denota-se uma maior aglomeração nas profissões dos grupos 3, 4 e 5 da

CNP, segundo a Tabela 3. Numa primeira instância, observa-se uma maior concentração no

grupo 3 de casos a vermelho e laranja – revelando maiores incidências de excesso de oferta

formativa – e uma maior regularidade em casos a azul, verde e amarelo nos grupos 4 e 5 –

demonstrando falta de oferta. As regiões do Alentejo e Algarve, relativamente aos grupos de

profissões 7, 8 e 9, são quase inexistentes, sendo que as regiões Norte, Centro e Lisboa

mostram uma predominância de casos a azul e verde.

Verifica-se, em termos de excesso de oferta formativa, que, em todas as regiões, as

profissões 3111 e 312 apresentam fortes desajustes. Por outro lado, no que diz respeito à falta

de oferta formativa, destacam-se as profissões 421 e 512.

Page 104: An Alise Prospect Iva

16

Tabela 3 – Análise Cromática para as NUT II, por profissão a 3 dígitos da CNP

CNP - Profissões NORTE Centro Lisboa Alentejo Algarve

CNP - Profissões NORTE Centro Lisboa Alentejo Algarve

112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a) a)

514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES

2 3 3 2 4

114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS

a) a) a) a) a)

516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA

5 6 6 4 4

121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a) a) 521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a) a)

122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES 7 a) 6 a) a) 522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 7 6 8 6 6

123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a) a)

523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS

9 a) 9 a) a)

131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS 7 6 7 a) a)

611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS

3 6 7 7 7

211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)

612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS

a) a) 6 7 a)

212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)

613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS

a) a) a) 8 a)

213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a) a) 8 a) a)

614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES

0 a) 6 a) a)

214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES

a) a) a) a) a)

615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS

a) a) a) a) a)

221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a) a)

711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA

a) a) a) a) a)

222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS

a) a) a) a) a)

712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS

7 8 6 a) a)

223 - ENFERMEIROS a) a) a) a) a)

713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS

7 8 5 a) 7

232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a) a)

714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES

9 a) 7 a) a)

235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES 9 a) 9 a) a)

721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES

9 7 6 a) a)

241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 5 4 7 5 7

722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES

7 7 6 a) a)

242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a) a)

723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS

6 8 7 a) a)

243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES 7 2 a) a) a)

724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS

3 8 2 8 4

244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS 5 a) 7 a) a)

731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS

6 a) 5 a) a)

245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES 5 0 4 a) a)

732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES

a) 9 a) a) a)

246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS

a) a) a) a) a)

733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES

a) a) a) a) a)

247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

a) a) a) a) a)

734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES

9 a) 7 a) a)

3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 2 1 1 2 2

741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES

7 9 6 8 a)

3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 5 4 4 4 4

742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES

7 9 8 a) a)

3113 - TEC DE ELETRICIDADE 5 4 3 4 5

743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES

7 7 6 a) a)

3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 4 4 6 2 a)

744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO

8 a) a) a) a)

3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a) a)

745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA

a) a) a) a) a)

3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 4 3 1 3 3

811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS

a) a) a) a) a)

3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 4 2 1 2 4

812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS

a) a) a) a) a)

3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

5 3 2 6 6

813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a)

312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 0 2 2 2

814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL

7 a) 4 a) a)

313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS

3 3 3 0 0

815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS

8 7 8 a) a)

314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS a) a) a) a) a)

816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES

7 7 7 a) a)

315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE 4 4 2 4 a)

817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS

8 a) a) a) a)

321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE 2 3 1 3 a)

821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS

7 7 6 a) a)

322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS

4 5 7 7 a)

822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS

6 8 6 a) a)

324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a) a)

823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA

7 6 8 a) a)

331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO

a) a) a) a) a)

824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA

a) a) a) a) a)

332 - EDUCADORES DE INFANCIA a) a) 7 a) a)

825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL

7 a) 5 a) a)

333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a) a)

826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO

8 9 a) a) a)

339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE 6 a) 8 a) a)

827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES

8 7 9 a) a)

341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS

0 3 4 1 2

828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM 4 7 3 a) a)

342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) 9 a) a)

829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM

9 8 6 a) a)

Page 105: An Alise Prospect Iva

17

343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO

7 5 6 7 6

831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES

a) a) 8 a) a)

344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES

9 a) 4 a) a)

832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR

7 8 6 a) a)

345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a) a)

833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS

6 a) 6 a) a)

347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO

4 4 2 a) 5

834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES

a) a) 2 a) a)

411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO

6 6 9 5 3

911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES

6 10 7 a) a)

412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS

4 4 5 4 4

912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES

a) a) a) a) a)

413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES 7 5 7 6 5

913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES

6 7 6 9 7

414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES 2 3 3 a) a)

914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES

7 a) 6 a) a)

419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

7 6 9 5 6

915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES

4 5 7 a) 6

421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 8 8 8 6 9

916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES

a) a) a) a) a)

422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS 7 6 9 8 6

921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS

a) a) 8 a) a)

511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES

a) a) 8 a) a)

931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS

6 6 6 8 7

512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 6 7 7 8 8

932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA

7 4 3 3 a)

513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES

5 4 5 6 6

933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES

6 a) 7 a) a)

2.3 – NUT III

Na sequência da análise, avança-se para uma desagregação a NUT III, dando conta

das especificidades de cada uma por região (NUT II), de forma a entender eventuais

desajustamentos da oferta formativa, quer por excesso quer por ausência.

2.3.1 – Região Norte

Tabela 4 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão nos grupos 1 e 2 da CNP

CNP - Profissões Alto Trás-

os-Montes

Ave Cávado Douro Entre

Douro e Vouga

Grande Porto

Minho Lima

Tâmega

112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a) a) a) a) a)

114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS a) a) a) a) a) a) a) a)

121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a) a) a) a) a)

122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a) a) a) a) a)

131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS a) 7 6 a) a) 7 a) 7

211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a) a) a) a) a) a) a) a)

214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a) a) a) a) a)

222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS a) a) a) a) a) a) a) a)

223 - ENFERMEIROS a) a) a) a) a) a) a) a)

232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a) a) a) a) a)

235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 3 3 4 3 5 5 4 5

242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a) a) a) a) a)

243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES

a) a) 5 0 a) a) a) 0

244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS a) a) a) a) a) a) a) 5

245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES a) a) a) a) a) a) a) a)

246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS a) a) a) a) a) a) a) a)

247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

a) a) a) a) a) a) a) a)

Conforme se pode observar na Tabela 4, no que diz respeito às profissões que se

enquadram nos grupos 1 e 2 da CNP, podemos observar que os principais constrangimentos –

a vermelho – encontram-se na profissão 243 nas sub-regiões do Douro e do Tâmega, por

Page 106: An Alise Prospect Iva

18

excesso de oferta formativa, isto é, existem mais alunos que empregados na profissão. Do

mesmo modo, nas profissões 241, 243 e 244, registam-se desajustamentos em todas as NUT

III por excesso de oferta formativa – em que no caso da profissão 243 da sub-região do

Cávado se atinge um rácio de 20 alunos para 1 empregado. Relativamente à profissão 131, no

Ave, Cávado, Grande Porto e Tâmega, o desajustamento deve-se à falta de oferta formativa

com emprego a crescer e desemprego a diminuir.

Na Tabela 5 são analisadas as dinâmicas nas profissões do Grupo 3 da CNP, em que,

no caso da profissão 311, a análise é aprofundada aos 4 dígitos de classificação12

. Na região

Norte, este grupo de profissões evidencia problemas de ajustamento – na sua maioria por

excesso de oferta formativa –, em termos gerais, comprovado pelo cenário de vermelhos,

laranjas e amarelos que a tabela mostra nas várias profissões e nas várias sub-regiões. É

possível, então, verificar que os principais desajustamentos, por excesso de oferta formativa,

encontram-se assinalados a vermelho, dos quais se destaca: a profissão 312, com cenário

negativo em todas as NUT III da Região Norte; e as profissões 341, 313, 321 com

desajustamentos dessa natureza em mais de metade das sub-regiões. As profissões que

parecem abrir oportunidades são: as 3112 e 347, em Alto Trás-os-Montes; as 3112, 343 e 344

no Grande Porto, e a 343 em Minho Lima. As restantes apresentam, na sua maioria,

desajustamentos por excesso de oferta formativa.

Tabela 5 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão no grupo 3 da CNP

CNP - Profissões

Alto Trás-os-

Montes

Ave Cávado Douro

Entre Douro

e Vouga

Grande Porto

Minho Lima

Tâmega

3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 2 2 2 3 4 2 4 a)

3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 10 a) 4 2 4 7 5 a)

3113 - TEC DE ELETRICIDADE 5 4 6 4 3 6 3 4

3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 3 0 5 4 2 4 4 0

3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a) a) a) a) a)

3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 2 5 4 4 2 0 a) 3

3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 2 2 4 3 6 5 2 6

3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

2 6 5 a) 2 4 5 6

312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 1 1 0 1 2 2 1

313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 1 2 5 0 5 0 2 5

314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS a) a) a) a) a) a) a) a)

315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE a) a) 8 a) 5 3 a) a)

321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE 3 5 0 a) 2 0 1 2

322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS 4 5 2 2 4 6 1 5

324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a) a) a) a) a)

331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a) a) a) a) a) a) a) a)

332 - EDUCADORES DE INFANCIA a) a) a) a) a) a) a) a)

333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a) a) a) a) a)

339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a) a) a) a) a)

341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS 1 1 0 2 4 1 0 1

342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) a) a) a) a) a) a)

343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO 4 3 5 3 6 7 7 6

344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) 7 a) a)

345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a) a) a) a) a)

347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO 8 4 6 4 2 4 5 6

12 Os motivos da análise a 4 dígitos encontram-se explanado no capítulo metodológico, no ponto 1.1.

Page 107: An Alise Prospect Iva

19

No que diz respeito aos grupos 4 e 5 da CNP, o cenário cromático aponta para um

desajustamento menor, em relação ao grupo anterior, e uma janela de oportunidades mais

ampla – como se pode observar na Tabela 6. Os constrangimentos registam-se nas profissões

411 (Entre Douro e Vouga), 514 (Ave, Entre Douro e Vouga e Grande Porto) e 516 (Alto

Trás-os-Montes), por excesso de oferta formativa.

Tabela 6 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão nos grupos 4 e 5 da CNP

Relativamente à falta de oferta formativa, entre outras, destaca-se a profissão 421 –

assinalada a azul em Alto Trás-os-Montes e Cávado e a verde em Entre Douro e Vouga,

Grande Porto, Minho Lima e no Tâmega (sete das 9 NUT III do Norte) – e a profissão a 422

que se encontra a verde em quatro sub-regiões – Cávado, Douro, Grande Porto e Tâmega. A

sub-região do Grande Porto é a que apresenta um maior deficit de oferta formativa em boa

parte das profissões, enfatizando-se sobretudo as que estão assinaladas a verde.

Na região Norte, as profissões dos grupos 6 e 7 que, segundo a Tabela 7, revelam

excesso de oferta formativa e estão assinaladas a vermelho são: a 611 (Alto Trás-os-Montes,

Ave, Cávado e Tâmega); a 614 (Douro); a 724 e a 733 (Alto Trás-os-Montes). Os

desajustamentos por falta de oferta formativa, assinalados a azul e a verde, estão

concentrados nas profissões do grupo 7, nesta tabela, e listam-se: 712 (Cávado e Tâmega);

713 (Cávado); 721 (Ave, Entre Douro e Vouga e Grande Porto); 722 (Ave, Cávado e Entre

Douro e Vouga); 724 (Douro e Entre Douro e Vouga); 742 e 744 (Entre Douro e Vouga e

Tâmega); 743 (Ave, Cávado, Entre Douro e Vouga, Minho Lima e Tâmega) – sendo esta a

profissão que maior necessidade de oferta formativa demonstra.

CNP - Profissões Alto

Trás-os-Montes

Ave Cávado Douro Entre

Douro e Vouga

Grande Porto

Minho Lima

Tâmega

411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO

4 6 4 4 2 6 6 7

412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS 4 4 5 4 4 4 4 6

413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES a) 6 6 a) 5 7 8 6

414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) 4 a) a)

419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) 7 7 a) 5 8 a) 6

421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 9 6 9 a) 8 8 7 7

422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS a) 3 7 7 4 8 5 8

511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 8 4 6 7 5 6 6 6

513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) 5 4 a) 5 5 6 5

514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES 4 3 4 3 2 2 3 3

516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA 2 a) a) a) a) 4 a) a)

521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a) a) a) a) a)

522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 6 6 6 5 6 7 7 6

523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS a) a) a) a) a) a) a) a)

Page 108: An Alise Prospect Iva

20

Tabela 7 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão nos grupos 6 e 7 da CNP

Por último, a Tabela 8 dá conta das dinâmicas que ocorrem nas profissões dos grupos

8 e 9, ressalvando, em primeiro lugar, que não há cursos diretamente vocacionados para estas

profissões. O desajuste na oferta formativa acontece por excesso no caso da profissão 833 em

Alto Trás-os-Montes. Na região Norte, o Grande Porto regista uma maior incidência de falta

de oferta formativa.

Tabela 8 – Análise Cromática para as NUT III da Região Norte, por profissão nos grupos 8 e 9 da CNP

CNP - Profissões Alto

Trás-os-Montes

Ave Cávado Douro Entre

Douro e Vouga

Grande Porto

Minho Lima

Tâmega

611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS 0 2 2 6 a) a) 5 0

612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a) a) a) a)

613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a) a) a) a)

614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES a) a) a) 0 a) a) a) a)

615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS a) a) a) a) a) a) a) a)

711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA

a) a) a) a) a) a) a) a)

712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) 10 a) a) 6 a) 8

713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS a) a) 8 a) a) 6 a) a)

714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES

a) 10 a) a) 10 7 a) a)

722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) 8 9 a) 8 6 a) a)

723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS a) a) a) a) a) 6 a) a)

724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS 1 a) 6 9 7 4 4 a)

731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS

a) a) a) a) a) 4 a) a)

732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES 0 a) a) a) a) a) a) a)

734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES

a) a) a) a) a) 6 a) a)

742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES a) a) a) a) 7 a) a) 8

743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES a) 8 7 a) 8 4 8 10

744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a) a) a) a) 8 a) a) 7

745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA a) a) a) a) a) a) a) a)

CNP - Profissões Alto

Trás-os-Montes

Ave Cávado Douro Entre

Douro e Vouga

Grande Porto

Minho Lima

Tâmega

811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS a) a) a) a) a) a) a) a)

812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a) a) a) a) a) a) a) a)

813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL a) 6 a) a) a) a) a) a)

815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS a) a) a) a) a) 9 a) a)

816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS a) a) a) a) a) 6 a) a)

821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS a) a) a) a) a) 7 a) a)

822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS a) a) a) a) a) a) a) a)

823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA a) a) a) a) 8 6 6 a)

824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA a) a) a) a) a) a) a) a)

825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL a) a) a) a) a) 7 a) a)

826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO a) 7 8 a) a) 7 8 a)

827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES a) a) a) a) a) 8 a) a)

828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) 6 a) a) 6 a) a)

829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) a) a) a) 9 6 a)

831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR a) a) a) a) a) 5 a) a)

833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS 1 a) a) a) a) a) a) a)

834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) 6 a) a)

912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES a) 6 6 a) a) 6 a) a)

914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES a) a) 3 a) a) 7 a) a)

916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a)

921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS a) a) a) a) a) a) a) a)

931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a) a) 7 a) 9

932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA a) 6 5 a) 5 4 4 7

933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES a) a) a) a) a) a) a) a)

Page 109: An Alise Prospect Iva

21

2.3.2 – Região Centro

No que concerne as profissões dos grupos 1 e 2 da CNP, a região centro apresenta na

Beira Interior Norte e no Pinhal Litoral os casos mais acentuados de excesso de oferta

formativa nas profissões 241, 243 e 245, conforme se observa na Tabela 9. Em termos de

falta de oferta formativa, evidencia-se a profissão 241 na sub-região Dão Lafões, sendo a

única neste conjunto de grupos de profissões.

Tabela 9 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão nos grupos 1 e 2 da CNP

CNP - Profissões Baixo

Mondego Baixo Vouga

Beira Interior Norte

Beira Interior

Sul

Cova da Beira

Dão Lafões

Pinhal Interior Norte

Pinhal Interior

Sul

Pinhal Litoral

Serra da Estrela

112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

223 - ENFERMEIROS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 4 6 2 a) a) 7 4 a) 2 a)

242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES

a) a) a) a) a) a) a) a) 1 a)

244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES a) a) 0 a) a) a) a) a) a) a)

246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

Na região Centro, os desajustamentos no grupo 3 por excesso de oferta formativa, na

análise cromática, ficam evidentes na Tabela 10, destacando-se a profissão 312 assinalada a

vermelho em todas as sub-regiões, com exceção de Pinhal Interior Norte – a laranja. A oferta

formativa em excesso é uma das características deste grupo, quer na distribuição por NUT

III, quer na distribuição das profissões. Por outro lado, no caso da profissão 3118, em Dão

Lafões, e da 341 em Baixo Vouga regista-se falta de oferta formativa. No caso das profissões

3111 (Dão Lafões), 343 (Pinhal Interior Norte) e 347 (Pinhal Litoral), apesar de assinaladas a

verde verifica-se uma saturação na oferta formativa.

Tabela 10 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão no grupo 3 da CNP

CNP - Profissões Baixo

Mondego Baixo Vouga

Beira Interior Norte

Beira Interior

Sul

Cova da

Beira

Dão Lafões

Pinhal Interior Norte

Pinhal Interior

Sul

Pinhal Litoral

Serra da

Estrela

3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 4 2 0 0 4 7 1 a) 5 0

3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL a) a) a) a) 5 3 5 a) 6 a)

3113 - TEC DE ELETRICIDADE 6 5 1 3 3 0 2 a) 5 2

3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 4 5 a) 1 1 1 2 a) 6 2

3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 5 3 0 a) 0 a) a) a) 3 a)

3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 2 2 a) 3 3 8 3 a) 2 a)

3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E 4 4 2 0 a) 4 1 0 5 3

Page 110: An Alise Prospect Iva

22

TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 1 1 1 0 2 3 0 0 0

313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 6 3 5 0 4 4 0 a) 4 a)

314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS

a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE

a) 5 a) a) a) a) a) a) a) a)

321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE a) a) a) a) 2 5 0 a) a) a)

322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS 5 4 5 a) a) 3 a) a) a) 5

324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

332 - EDUCADORES DE INFANCIA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS

2 7 a) 0 2 1 2 a) 3 a)

342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO 1 6 a) 0 4 5 7 4 4 0

344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES

a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO 6 a) a) a) 1 a) a) a) 7 0

Na Tabela 11, reportando aos grupos 4 e 5 da CNP, as principais profissões em que a

oferta formativa é excessiva são a 411 (Serra da Estrela) e a 514 (Pinhal Interior Sul e Serra

da Estrela). Em contrapartida, estes dois grupos são caracterizados por uma grande falta de

oferta formativa nas profissões: 411 (Baixo Mondego); 413 (Baixo Vouga, Dão Lafões e

Pinhal Litoral); 421 (Baixo Mondego e Pinhal Litoral); 422 (Serra da Estrela); 512 (Baixo

Mondego; Beira Interior Norte; Cova da Beira e Dão Lafões); 513 (Dão Lafões); 522 (Baixo

Mondego e Cova da Beira).

Tabela 11 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão nos grupos 4 e 5 da CNP

CNP - Profissões Baixo

Mondego Baixo Vouga

Beira Interior Norte

Beira Interior

Sul

Cova da Beira

Dão Lafões

Pinhal Interior Norte

Pinhal Interior

Sul

Pinhal Litoral

Serra da Estrela

411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO 7 6 6 a) 4 4 a) a) 6 2

412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS 4 4 a) a) a) 5 5 a) 5 a)

413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES 6 7 a) a) a) 7 a) a) 7 a)

414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) 5 a) a) a) a) a) a) 5 a)

421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 8 6 a) a) a) 9 a) a) 7 a)

422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS 6 6 a) a) a) 6 a) a) 5 8

511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 7 5 8 6 7 7 6 a) 6 4

513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) 8 a) a) 6 a)

514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES 3 3 5 4 4 4 5 0 3 1

516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA 4 a) a) a) a) a) 5 a) a) a)

521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 8 6 3 6 7 5 6 a) 6 a)

523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

A oferta formativa em excesso nos grupos 6 e 7 é evidente na Tabela 12,

principalmente, no Baixo Mondego para a profissão 611 e na Beira Interior Sul para a

profissão 724. Quanto à falta de oferta formativa, verifica-se, principalmente, na sub-região

de Pinhal Litoral – nas profissões 712, 713, 722, 723 e 724 – e nas sub-regiões do Baixo

Mondego (724), Baixo Vouga (721, 722 e 741) e Dão Lafões (724 e 743).

Page 111: An Alise Prospect Iva

23

Tabela 12 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão nos grupos 6 e 7 da CNP

CNP - Profissões Baixo

Mondego Baixo Vouga

Beira Interior Norte

Beira Interior

Sul

Cova da Beira

Dão Lafões

Pinhal Interior Norte

Pinhal Interior

Sul

Pinhal Litoral

Serra da Estrela

611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS 1 6 3 a) a) 4 a) a) a) a)

612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a) a) a) a) a) 9 a)

713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS a) a) a) a) a) a) a) a) 7 a)

714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES a) 10 a) a) a) a) a) a) a) a)

722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) 8 a) a) a) a) a) a) 9 a)

723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS a) a) a) a) a) a) a) a) 8 a)

724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS 9 3 a) 1 a) 9 a) a) 9 a)

731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES 6 10 a) a) a) a) a) a) a) a)

742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES a) 8 a) a) a) a) a) a) a) a)

743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) 8 a) a) a) a)

744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

Regista-se, como anteriormente, que não existe oferta formativa diretamente

vocacionada para as profissões dos grupos 8 e 9 da CNP. Por isso, a Tabela 13 ilustra esse

facto – uma falta de oferta formativa – na sub-região do Baixo Mondego (913), no Baixo

Vouga (828), em Dão Lafões (931) e no Pinhal Litoral (823 e 931).

Tabela 13 – Análise Cromática para as NUT III da Região Centro, por profissão nos grupos 8 e 9 da CNP

CNP - Profissões Baixo

Mondego Baixo Vouga

Beira Interior Norte

Beira Interior

Sul

Cova da Beira

Dão Lafões

Pinhal Interior Norte

Pinhal Interior

Sul

Pinhal Litoral

Serra da Estrela

811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA a) a) a) a) a) a) a) a) 7 a)

824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM a) 8 a) a) a) a) a) a) a) a)

829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) 6 a) a) a) a) a) a)

912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES 7 a) a) a) a) a) a) a) a) a)

914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES 6 a) a) a) a) a) a) a) 6 a)

916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a) a) 8 a) a) 7 a)

932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA 4 6 a) a) a) 6 a) a) 3 a)

933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES a) a) a) a) a) a) a) a) a) a)

Page 112: An Alise Prospect Iva

24

2.3.3 Região Lisboa

Como se pode observar na Tabela 14, a região de Lisboa, relativamente às dinâmicas

da oferta formativa nos grupos 1 e 2 da CNP, aponta para um excesso de oferta na profissão

241 – mesmo no caso da Grande Lisboa – em que a sub-região Médio Tejo é a que apresenta

a pior articulação de indicadores. No caso de necessidade de oferta formativa, a Grande

Lisboa (131, 213 e 241) e a Península de Setúbal (131) são as sub-regiões a assinalar, neste

grupo de profissões.

Tabela 14 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão nos grupos 1 e 2 da CNP

Quanto ao grupo 3 da CNP, regista-se um excesso de oferta formativa, sobretudo, nas

profissões 312, 321 e 341, conforme a Tabela 15. As sub-regiões da Grande Lisboa, da

Lezíria do Tejo e do Oeste são onde se verifica maior incidência do excesso de oferta

formativa. Por oposição, a falta de oferta formativa é menor, em comparação com o excesso,

e observa-se, especialmente, na Grande Lisboa (332 e 339) e na Península de Setúbal (322).

Tabela 15 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão no grupo 3 da CNP

CNP - Profissões Grande Lisboa

Lezíria do

Tejo

Médio Tejo

Oeste Península

de Setúbal

112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a) a)

114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS a) a) a) a) a)

121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a) a)

122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES 6 a) a) a) a)

123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a) a)

131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS 8 a) a) a) 7

211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)

212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)

213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA 9 a) a) a) a)

214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a) a)

221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a) a)

222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS a) a) a) a) a)

223 - ENFERMEIROS a) a) a) a) a)

232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a) a)

235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES a) a) a) a) a)

241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 7 4 2 6 6

242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a) a)

243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES

a) a) a) a) a)

244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS a) a) a) a) a)

245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES 4 a) a) a) a)

246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS a) a) a) a) a)

247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

a) a) a) a) a)

CNP - Profissões Grande Lisboa

Lezíria do

Tejo

Médio Tejo

Oeste Península

de Setúbal

3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 1 6 1 1 3

3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 4 a) 4 a) a)

3113 - TEC DE ELETRICIDADE 4 5 2 2 4

3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 6 0 a) a) 3

3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a) a)

3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 2 a) 3 a) 2

3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 1 2 4 1 4

3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

2 2 6 a) 3

312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 2 3 2 1

313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 3 6 3 3 6

314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS a) a) a) a) a)

315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE 3 a) a) a) a)

Page 113: An Alise Prospect Iva

25

Da análise da Tabela 16 é possível constatar que a oferta formativa em excesso, no

respeitante aos grupos 4 e 5, incide na profissão 514 nas sub-regiões Lezíria do Tejo e Médio

Tejo. Voltando para a falta de oferta formativa, destaca-se a profissão 522 assinalada em

todas as sub-regiões de Lisboa. Evidencia-se, ainda, maior falta de oferta formativa na

Grande Lisboa (411, 419, 422 e 511), Lezíria do Tejo (512), Médio Tejo (413, 421, 422 e

512), Oeste (411, 419, 421 e 513) e Península de Setúbal (411, 419, 421 e 512).

Tabela 16 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão nos grupos 4 e 5 da CNP

CNP - Profissões Grande Lisboa

Lezíria do

Tejo

Médio Tejo

Oeste Península

de Setúbal

411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO 9 4 a) 7 9

412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS 5 5 5 6 4

413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES 5 5 8 5 4

414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES 3 a) a) a) a)

419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE 7 a) a) 7 8

421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 6 a) 8 7 9

422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS 9 a) 7 6 5

511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES 8 a) a) a) a)

512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 6 7 8 6 7

513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES 5 a) a) 8 6

514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES 3 2 2 3 3

516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA 5 a) 9 a) a)

521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a) a)

522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 7 8 8 8 8

523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS 9 a) a) a) a)

A análise na região de Lisboa, no que concerne ao excesso de oferta formativa nos

grupos 6 e 7 da CNP (ver Tabela17), evidencia a Grande Lisboa com os principais

constrangimentos neste campo, nas profissões 614 e 724. Os desajustamentos por falta de

oferta formativa estão, sobretudo, na Grande Lisboa (722, 723, 741 e 743) e na Península de

Setúbal (712, 713, 721 e 722).

Tabela 17 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão nos grupos 6 e 7 da CNP

CNP - Profissões Grande Lisboa

Lezíria do

Tejo

Médio Tejo

Oeste Península

de Setúbal

611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS a) a) 5 7 a)

612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS 3 a) 6 a) a)

613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) a) a)

614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES 2 a) a) a) a)

615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS a) a) a) a) a)

711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA a) a) a) a) a)

712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS 6 a) a) a) 7

713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS 4 a) a) a) 7

714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES 5 a) a) a) a)

721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB 5 a) a) a) 8

321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE 1 2 a) 1 2

322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS 9 a) a) 6 7

324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a) a)

331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a) a) a) a) a)

332 - EDUCADORES DE INFANCIA 7 a) a) a) a)

333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a) a)

339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE 8 a) a) a) a)

341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS 4 0 2 0 2

342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) a) a) a)

343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO 4 4 7 6 6

344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES 4 a) a) a) a)

345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a) a)

347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO 2 a) a) a) a)

Page 114: An Alise Prospect Iva

26

SIMILARES

722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES 7 a) a) a) 7

723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS 7 a) a) a) a)

724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS 2 6 3 6 4

731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS 4 a) a) a) a)

732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)

733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES a) a) a) a) a)

734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES 5 a) a) a) a)

741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES 7 8 a) 6 a)

742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES a) a) a) a) a)

743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES 8 a) a) a) 5

744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a) a) a) a) a)

745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA a) a) a) a) a)

Quanto às profissões dos grupos 8 e 9, conforme se observa na Tabela 18, verifica-se

um excesso de oferta formativa somente na profissão 834 na Grande Lisboa, uma vez que é a

única que regista alunos. No caso de falta de oferta formativa, denota-se, destacadamente, as

sub-regiões Grande Lisboa (828, 829, 911, 913, 915 e 933) e Península de Setúbal (827, 913

e 931), como sendo as que agregam as maiores necessidades a este nível.

Tabela 18 – Análise Cromática para as NUT III da Região Lisboa, por profissão nos grupos 8 e 9 da CNP

CNP - Profissões Grande Lisboa

Lezíria do

Tejo

Médio Tejo

Oeste Península

de Setúbal

811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS a) a) a) a) a)

812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a) a) a) a) a)

813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a)

814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL a) a) a) a) a)

815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS 6 a) a) a) a)

816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)

817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS a) a) a) a) a)

821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS a) a) a) a) a)

822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS a) a) a) a) a)

823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA a) a) a) a) a)

824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA a) a) a) a) a)

825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL 6 a) a) a) a)

826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO a) a) a) a) a)

827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES a) a) a) a) 9

828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM 7 a) a) a) 5

829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM 7 a) a) a) a)

831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)

832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR 5 a) a) a) a)

833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS a) 7 a) a) a)

834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES 2 a) a) a) a)

911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES 8 a) a) a) a)

912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)

913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES 7 a) a) a) 7

914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES a) a) a) a) a)

915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES 7 a) a) a) 6

916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a) a)

921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS a) a) a) a) a)

931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS 6 a) a) a) 8

932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA 3 5 5 3 3

933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES 8 a) a) a) a)

2.3.4 Região Alentejo

Os principais constrangimentos na região do Alentejo, no que diz respeito a excesso

de oferta formativa, observam-se apenas na profissão 241, como dá conta a Tabela 19, nas

sub-regiões Alentejo Central, Alentejo Litoral e Baixo Alentejo.

Page 115: An Alise Prospect Iva

27

Tabela 19 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão nos grupos 1 e 2 da CNP

A Tabela 20 dá conta das dinâmicas das sub-regiões do Alentejo, no que diz respeito

às profissões do grupo 3 da CNP. É nas profissões 3116 e 312 que se verificam os maiores

desajustes, relativos ao excesso de oferta formativa, em todas as sub-regiões. Embora se

apresentem constrangimentos a este nível em todas as sub-regiões do Alentejo, as profissões

313 e 341 expõem desajustes em 3 das 4 sub-regiões do Alentejo. A falta de oferta formativa

observa-se, principalmente, na profissão 343 no Alentejo Litoral e no Alto Alentejo.

Tabela 20 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão no grupo 3 da CNP

CNP - Profissões Alentejo Central

Alentejo Litoral

Alto Alentejo

Baixo Alentejo

112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a) a) a) a)

114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS a) a) a) a)

121 - DIRETORES GERAIS a) a) a) a)

122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES a) a) a) a)

123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a) a) a) a)

131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS a) a) a) a)

211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a)

212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a)

213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a) a) a) a)

214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a) a) a) a)

221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a) a) a) a)

222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS a) a) a) a)

223 - ENFERMEIROS a) a) a) a)

232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO a) a) a) a)

235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES a) a) a) a)

241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS 3 5 a) 1

242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS a) a) a) a)

243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES a) a) a) a)

244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS a) a) a) a)

245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES a) a) a) a)

246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS a) a) a) a)

247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a)

CNP - Profissões Alentejo Central

Alentejo Litoral

Alto Alentejo

Baixo Alentejo

3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS a) a) a) 3

3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 4 a) a) a)

3113 - TEC DE ELETRICIDADE a) 4 3 3

3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES 1 4 a) a)

3115 - TEC DE RELOJOARIA a) a) a) a)

3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 0 2 0 2

3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 3 a) a) 1

3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE 3 a) 5 a)

312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2 1 2 2

313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 1 a) 1 0

314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS a) a) a) a)

315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE a) a) 2 a)

321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE a) a) a) 0

322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS a) a) 5 a)

324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a) a) a) a)

331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a) a) a) a)

332 - EDUCADORES DE INFANCIA a) a) a) a)

333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a) a) a) a)

339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a)

341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS 4 1 0 0

342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES a) a) a) a)

343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO 5 7 7 5

344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES a) a) a) a)

345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES a) a) a) a)

347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO a) a) a) a)

Page 116: An Alise Prospect Iva

28

Os principais desajustamentos por excesso de oferta formativa, nos grupos 4 e 5,

registam-se no Alentejo Central (514 e 516), no Alto Alentejo (411) e no Baixo Alentejo

(514), de acordo com a Tabela 21. Nos estrangulamentos da oferta formativa, destaca-se a

profissão 512 que, com exceção do Alentejo Central, está em todas as sub-regiões da região

do Alentejo. No Alentejo Central, a profissão 422 é a que assinala desajuste por falta de

oferta formativa.

Tabela 21 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão nos grupos 4 e 5 da CNP

CNP - Profissões Alentejo Central

Alentejo Litoral

Alto Alentejo

Baixo Alentejo

411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO a) a) 0 4

412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS 4 4 5 a)

413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES a) a) a) a)

414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a) a) a) a)

421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES a) a) a) a)

422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS 8 3 a) 4

511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO 4 8 8 7

513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES 4 a) a) a)

514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES 2 a) 3 2

516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA 1 4 a) 5

521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a) a) a) a)

522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 4 6 6 6

523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS a) a) a) a)

Nos grupos 6 e 7 da CNP, na região do Alentejo, segundo a Tabela 22, é no Alentejo

Central (611), Alentejo Litoral (724) e Baixo Alentejo (611) que se verificam os principais

excessos de oferta formativa. No caso da falta de oferta formativa, destaca-se a profissão 613

no Baixo Alentejo e a 724 no Alentejo Central.

Tabela 22 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão nos grupos 6 e 7 da CNP

CNP - Profissões Alentejo Central

Alentejo Litoral

Alto Alentejo

Baixo Alentejo

611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS 2 6 a) 2

612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) 8 a)

613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a) a) a) 10

614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES a) a) a) a)

615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS a) a) a) a)

711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA a) a) a) a)

712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a)

713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS a) a) a) a)

714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES a) a) a) a)

722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS a) a) a) a)

724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS 7 2 4 5

731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS a) a) a) a)

732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES a) a) a) a)

734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES a) a) a) a)

742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES a) a) a) a)

743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a) a) a) a)

745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA a) a) a) a)

Page 117: An Alise Prospect Iva

29

Conforme se pode observar na Tabela 23, não existem dados passíveis de serem

analisados ao nível da NUT III na região do Alentejo, relativamente aos grupos 8 e 9 da

CNP.

Tabela 23 – Análise Cromática para as NUT III da Região Alentejo, por profissão nos grupos 8 e 9 da CNP

CNP - Profissões Alentejo Central

Alentejo Litoral

Alto Alentejo

Baixo Alentejo

811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS a) a) a) a)

812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a) a) a) a)

813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a) a) a) a)

814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL a) a) a) a)

815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS a) a) a) a)

816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS a) a) a) a)

821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS a) a) a) a)

822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS a) a) a) a)

823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA a) a) a) a)

824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA a) a) a) a)

825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL a) a) a) a)

826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO a) a) a) a)

827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES a) a) a) a)

828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) a) a)

829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM a) a) a) a)

831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR a) a) a) a)

833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS a) a) a) a)

834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES a) a) a) a)

914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES a) a) a) a)

915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES a) a) a) a)

916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a) a) a) a)

921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS a) a) a) a)

931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS a) a) a) a)

932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA a) a) a) a)

933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES a) a) a) a)

2.3.5 Região Algarve

A região do Algarve tem a especificidade de ser simultaneamente uma NUT II e uma

NUT III. Portanto, a Tabela 24, que se apresenta em baixo, dá conta de toda a região do

Algarve. No que diz respeito a desajustamento por excesso de oferta formativa, regista-se,

sobretudo, as profissões 3111, 312, 313 e 341. No desajustamento por falta de oferta

formativa, assinala-se, particularmente, as profissões 421 e 712, e, também, as profissões

241, 512, 611, 713, 913 e 931.

Page 118: An Alise Prospect Iva

30

Tabela 24 – Análise Cromática para as NUT III da Região Algarve, por profissão da CNP

CNP - Profissões Algarve

Algarve

Algarve

112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

a)

332 - EDUCADORES DE INFANCIA a)

732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS

a)

333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL a)

733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES

a)

121 - DIRETORES GERAIS a)

339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

a)

734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES

a)

341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS

2

741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES

a)

123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS a)

342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES

a)

742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES

a)

131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS

a)

343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO

6

743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES

a)

211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES a)

344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES

a)

744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO a)

212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES

a)

345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES

a)

745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA

a)

213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA a)

347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO

5

811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS

a)

214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES a)

411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO

3

812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS a)

221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA a)

412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS

4

813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES a)

222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS

a)

413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES

5

814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL

a)

223 - ENFERMEIROS a)

414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS

a)

232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO

a)

419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

6

816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES

a)

235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES

a)

421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES 9

817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS

a)

241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS

7

422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS

6

821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS

a)

242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS

a)

511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS

a)

243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES

a)

512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO

8

823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA

a)

244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS

a)

513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES

6

824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA

a)

245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES a)

514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES

4

825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL

a)

246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS

a)

516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA

4

826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO

a)

247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE a)

521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS a)

827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES

a)

3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS 2 522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES 6 828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM a)

3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL 4

523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS

a)

829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM

a)

3113 - TEC DE ELETRICIDADE 5

611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS

7

831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES a)

612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS

a)

832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR a)

3115 - TEC DE RELOJOARIA a)

613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS a)

833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS

a)

3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL 3

614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES

a)

834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES 4

615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS

a)

911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES

a)

3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

6

711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA a)

912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES a)

312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES 2

712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS 9

913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES

7

313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS 0

713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS 7

914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES

a)

314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS

a)

714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES

6

315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE a)

721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES

a)

916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES a)

321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE a)

722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES

a)

921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS

a)

322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS

a)

723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS

a)

931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS

7

324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL a)

724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS

4

932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA

a)

331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO a)

731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS

a)

933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES a)

2.4 – Análise Agregada

Na análise agregada, conforme se observa na Tabela 25, destaca-se a área temática de

“Secretariado”, assinalada a verde, registando falta de oferta formativa, com uma variação

Page 119: An Alise Prospect Iva

31

positiva no emprego e negativa no desemprego. A amarelo, na mesma lógica analítica, estão

as áreas temáticas de “Comunicação e marketing”, “Comércio”, “Gestão e Contabilidade” e

“Gestão, contabilidade e secretariado”; e a laranja os “Informáticos”, profissões “Técnico-

artísticas”, “Criação artística” e “Eletromecânicos”.

Tabela 25 – Análise Cromática agregada em Áreas Profissionais agregadas, Em Portugal Continental

Nesta análise, que trabalha perfis de saída dos cursos de formação, o resultado da

agregação, na hierarquização cromática, toma como referência a cor da profissão para a qual

estava diretamente vocacionado o curso de formação.

Assim, o exercício revela que, nas áreas temáticas de “Comunicação e Marketing”,

“Gestão e contabilidade”, “Secretariado” e “Gestão, contabilidade e secretariado”, este não

teve qualquer impacto na análise cromática. Por sua vez, as áreas “Informáticos”,

“Comércio” e “Eletromecânicos” sofreu um incremento na apreciação. As áreas “Técnico-

artísticas” e “Criação artística”, com o impacto da agregação, ficam classificadas num

escalão cromático inferior.

Área temática Alunos 2009

Emprego 2008

Variação Emprego

Rácio Alunos/Emprego

Desemprego 2008

Variação Desemprego

Informáticos 8131 1646 0,039 4,940 1276 0,708

Comunicação e marketing 2253 821 0,382 2,744 254 -0,611

Técnico-artísticas 2572 4844 -0,217 0,531 1089 0,163

Comércio 4784 29460 0,506 0,162 3195 0,082

Gestão e contabilidade 3449 9396 -0,452 0,367 4071 -0,666

Secretariado 1580 4100 0,810 0,385 358 -0,644

Gestão, contabilidade e secretariado 5029 12249 -0,342 0,411 4214 -0,662

Criação Artística 1206 474 0,191 2,544 214 -0,192

Eletromecânicos 1082 4316 -0,140 0,251 622 0,072

Page 120: An Alise Prospect Iva

32

Conclusões

A principal conclusão, que este estudo permite inferir, é a existência de um grande

desajustamento entre a oferta e a procura de formação. Este facto fica patente, em primeiro

lugar, no excesso de oferta vocacionada para profissões do grupo 3 da CNP – onde mais de

66% dos alunos estão inscritos – para a capacidade de acolhimento dos novos profissionais

no mercado de trabalho. Os vários níveis de análise – NUT I, II ou III – vêm corroborar esta

realidade. Em segundo lugar, a falta de oferta formativa principalmente vocacionada para

profissões dos grupos 4 e 5, onde o mercado de trabalho está mais permeável à entrada de

novos profissionais.

Regista-se ainda a falta de oferta formativa vocacionada para outros grupos de

profissões, dando o exemplo do Grupo 1, em que se verificam sinergias positivas com o

emprego a crescer e o desemprego a aumentar, aos vários níveis de análise.

Page 121: An Alise Prospect Iva

1

Análise prospectiva da

evolução sectorial em

Portugal

Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães

Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal

Conclusões

Page 122: An Alise Prospect Iva

2

Conclusões

A análise prospectiva da evolução sectorial realizada na primeira parte deste estudo pretendeu dar

uma visão de conjunto sobre os dinamismos da actividade económica que prevemos que venham a

alimentar no médio-longo prazo as necessidades de qualificações de nível intermédio em Portugal.

O caminho que prosseguimos foi o de identificar as tendências recorrentes na investigação sobre o

tema e a opção que fizemos foi a de identificar “nuvens” de oportunidades para as qualificações,

que resultarão de previsíveis transformações sectoriais.

A combinação dos drivers de mudança permitiu identificar um primeiro grupo de actividades que é

largamente consensual que são oportunidades em crescimento: o turismo, a energia e o ambiente e

a mobilidade e os transportes. É certo que à conjuntura internacional de crise e à conjuntura

nacional de ajustamento orçamental correspondem ameaças de curto prazo ao seu crescimento,

mas já se tornaram marcas nacionais e há estratégias de actores consistentes que levam a que se

identifique estas áreas como núcleos a carecer de serem significativamente consumidores de força

de trabalho, estando numa rota de investimento e crescimento.

Há um segundo grupos de “nuvens”, menos consensuais e que apresentam diferentes fragilidades,

mas têm boas potencialidades de virem a constituir novos desafios às qualificações. Tal como em

toda a Europa, estas incluem a diversidade de serviços, em particular às pessoas e à comunidade,

mas também os serviços partilhados e às empresas. Inclui o recorrentemente referido, mas ainda

frágil cluster do mar, as necessidades progressivas em saúde, incluindo não apenas os cuidados

como as actividades conexas, a química e petroquímica, as indústrias criativas e as tecnologias de

informação.

Este segundo grupo de actividades caracteriza-se por maior fragilidade e dependência de factores

adversos que as anteriores e por ser mais incerta a sua sustentabilidade ou competitividade,

nomeadamente se não houver um salto significativo na produtividade, nas qualificações e no nível

de vida da população.

O terceiro grupo que identificámos e a que chamámos “nuvens cinzentas” inclui as actividades que

têm frequentemente atraído as atenções pela negativa mas revelam potencial de reestruturação

que as reposiciona como oportunidades. Ou seja, são áreas que podem até estar em retracção ou

crescimento muito moderado, mas estão em recomposição para segmentos mais exigentes na

competição económica, que implicam procura de qualificações. Neste segmento, que poderá ter um

Page 123: An Alise Prospect Iva

3

comportamento contraditório, dada a sua heterogeneidade interna, incluímos o vidro e a cerâmica,

os têxteis e o calçado, a agricultura de especialidades, os plásticos, o mobiliário e a metalomecânica.

Em todo o caso, há um leit-motiv comum a estas tendências do ponto de vista das qualificações. Os

dinamismos que antecipamos implicarão a necessidade de profissionais ligados à produção de bens

ou à prestação directa de serviços. Os nossos clusters de futuro têm uma forte marca de regresso a

actividades produtivas, no sentido restrito do termo, para além da previsível especialização turística.

Será esse o caminho que a análise da oferta sugere que estamos a trilhar? A segunda parte do

trabalho pretendeu elucidar esta questão.

Foram construídos cinco indicadores da articulação da oferta com os dinamismos simultâneos da

procura de qualificações: variação do emprego na profissão (comparando o nível local com o

nacional); variação da procura de emprego na profissão não satisfeita; saturação do emprego pela

oferta de formação; especialização local/regional do emprego por profissão; intensidade regional do

desemprego por profissão. Com base nestes 5 indicadores foi construído um indicador síntese de

satisfação da procura potencial de qualificações à saída, no curto prazo, por profissão.

Uma das tarefas delicadas a que procedemos foi a definição de uma tabela de equivalências entre

áreas de formação e saídas profissionais que, como se verificou na análise, carece de ser ponderada

e desenvolvida. A metodologia que usámos centrou-se no perfil de saída da estrutura curricular dos

cursos, mas pode haver enviesamentos entre esse perfil formalmente pretendido e o perfil

efectivamente conseguido ou pelo menos o perfil reconhecido pelos empregadores.

Em termos agregados, o índice sintético conduz-nos a uma conclusão que exige ponderação. Em

todo o país, por este índice, a oferta de formação está mais saturada face à procura, isto é, onde

haverá “sobreprodução” de qualificações face às condições locais de absorção, são as áreas nobres

de desenvolvimento da educação e formação profissional de nível secundário: técnicos intermédios

(Grupo 3 da Classificação Nacional de Profissões) e profissionais dos serviços directos e particulares

(Grupo 5 da CNP).

Esta conclusão atinge um ponto particularmente forte em algumas áreas de grande procura de

formação “à entrada”, pelos jovens e as famílias: os informáticos (CNP 312) e os técnicos comerciais

(341).

No ponto oposto, existe um fenómeno de “rarificação” de oferta em alguns grupos profissionais,

com dinamismo empregador significativo mas sem que haja volume significativo de produção de

qualificações. Esta rarificação sugere que há áreas com procura à saída para as quais a oferta não

Page 124: An Alise Prospect Iva

4

está a dirigir-se. Ela cobre as profissões menos qualificadas do comércio e administrativas

(profissões 419, 421 e 422 da CNP), pessoal da restauração (profissão 512 da CNP) praticamente

todas as profissões qualificadas da construção civil e operários qualificados da produção industrial

(grupos 7 e 8 da CNP).

O objectivo do “semáforo” construído, ou seja do índice que mede a saturação e a rarificação da

oferta de qualificações face ao dinamismo empregador de curto prazo não é o de produzir leituras

automáticas da necessidade/desnecessidade de uma oferta, mas elucidar da existência de

potenciais “áreas brancas” ou de desajustamentos que carecem de ser avaliados e aprofundados

para verificarem se correspondem a becos sem saída, a saídas alternativas ou há algum outro factor

que justifique ponderação.

Desse ponto de vista este estudo sustenta a ideia de que tem que se revisitar a definição de que a

saída natural dos cursos de ensino e formação profissional de nível secundário são os técnicos

intermédios.

Tem também que se reavaliar o escasso contributo deste nível de formação para a produção de

profissionais qualificados da produção e das profissões operárias em geral e ainda de empregados

da restauração, aproximação a uma rarificação da oferta de orientação turística.

A análise efectuada permite-nos ainda verificar a saturação/rarificação da oferta do ponto de vista

regional. Nesse plano deve salientar-se que o Alentejo e o Algarve estão, segundo o indicador

estudado numa situação de elevada saturação da oferta em todos os segmentos de formação.

Este primeiro exercício levanta tantas questões quantas as que resolve. Estamos a classificar bem as

saídas profissionais dos cursos? Os empregadores estão a classificar bem a profissão dos seus

empregados quando preenchem os quadros de pessoal? Os jovens à procura de novo emprego

estão a descrever bem a sua profissão nos centros de emprego? Que parte do desencontro se deve

a erros de classificação?

Mas também levanta questões de vocação deste segmento da oferta de formação. A política de

produção de qualificações tem assumido que as profissões auxiliares e as profissões operárias da

produção são de um nível de qualificação inferior à oferta de formação de nível secundário. Serão?

Ou terá que se incorporar que a progressão nos requisitos das profissões da produção implica a

necessidade de olhar de outro modo para a oferta profissional de nível secundário?

Page 125: An Alise Prospect Iva

5

Chegados a este ponto, o trabalho que realizámos sugere pistas de aprofundamento futuro em três

direcções que resolvam as questões pendentes e permitam apurar a metodologia de apoio à decisão

desenvolvida:

a) desenhar estratégias e mecanismos de apoio às escolas e entidades formadoras na

perspectiva de redireccionar a oferta e estimular a procura nas áreas em que foram

identificados dinamismos no mercado de trabalho sem correspondência na oferta formativa,

incluindo uma reflexão de médio prazo sobre a evolução das qualificações face às dinâmicas de

escolarização (generalização da conclusão do ensino secundário);

b) nas áreas em que a oferta se revela sobredimensionada, desenhar estratégias de reorientação

da oferta formativa potenciando o know how existente;

c) realização de estudos intensivos nos sectores e profissões em que se constatou que existem

significativas disfuncionalidades entre as competências adquiridas e os postos de trabalho

realmente ocupados

Se as disfunções de curto prazo não classificam um sistema de formação, a sua sustentabilidade de

longo prazo também não pode ignorá-las.

Page 126: An Alise Prospect Iva

1

Análise prospectiva da

evolução sectorial em

Portugal

Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães

Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal

Anexos

Page 127: An Alise Prospect Iva

2

ANEXOS

Índice

ANEXO I – Tabela de correspondências entre cursos de formação e profissões da CNP a 3 e 4 dígitos

.......................................................................................................................................................... 3

ANEXO II – Listagem das profissões utilizadas no estudo com CNP a 3 e 4 dígitos ........................ 6

Page 128: An Alise Prospect Iva

3

ANEXO I – Tabela de correspondências entre cursos de formação e profissões da CNP a 3 e

4 dígitos

CNP Curso CNP Curso

241 Comunicação - marketing, relações públicas e publicidade 3114 Eletrónica, audio, video e TV

241 Marketing 3114 Eletrónica industrial e equipamento

241 Organização de eventos 3114 Eletrónica de automação

243 Museografia e gestão do património 3114 Eletrónica de equipamentos - técnico de eletrónica

243 Biblioteca, arquivo e documentação 3116 Gás

244 Assistente de arqueólogo 3116 Higiene e segurança no trabalho e ambiente

245 Assistente de conservação e restauro 3116 Química industrial

3111 Análise laboratorial 3116 Segurança e higiene no trabalho

3111 Processamento e controlo de qualidade alimentar 3116 Higiene e segurança no trabalho

3111 Laboratório 3118 Artes gráficas

3111 Técnicas de análise laboratorial 3118 Desenho de construção civil

3112 Construção naval/embarcações de recreio 3118 Desenho de construções mecânicas

3112 Construção civil 3118 Desenho digital 3d

3112 Medições e orçamentos 3118 Desenho gráfico

3112 Obra 3118 Design

3112 Medição e orçamentação de obras 3118 Design gráfico

3113 Eletrotecnia 3118 Sistemas de informação geográfica

3113 Energias renováveis 3118 Topógrafo-geómetra

3113 Frio e climatização 3118 Cartografia

3113 Instalação de sistemas fotovoltaicos 3118 Desenho e projeto em construção civil

3113 Instalação de sistemas solares térmicos 3118 Desenho medição e preparação de obra

3113 Instalações elétricas 3118 Topografia

3113 Refrigeração 3118 Desenho/preparador de obra

3113 Refrigeração e climatização 3118 Recuperação do património edificado

3113 Eletricidade de Edificações 3119 Manutenção industrial de metalurgia e metalomecânica

3113 Sistemas solares térmicos 3119 Manutenção industrial

3113 Climatização e refrigeração 3119 Maquinação e programação

3113 Frio 3119 Planeamento e organização industrial

3113 Instalação de sistemas solares e fotovoltaicos 3119 Produção em metalomecânica

3113 Gestão energias 3119 Gestão de produção têxtil e vestuário

3113 Sistemas eólicos 312 Desenvolvimento de aplicações informáticas

3113 Técnicas de instalações elétricas 312 Gestão de equipamentos informáticos

3114 Eletrónica 312 Gestão e programação de sistemas informáticos

3114 Eletrónica de equipamentos 312 Informática, comunicação multimédia

3114 Eletrónica e computadores 312 Informática

3114 Eletrónica e telecomunicações 312 Informática - Instalação e gestão de redes

3114 Eletrónica industrial 312 Informática de gestão

3114 Eletrónica, automação e comando 312 Instalação e manutenção de sistemas informáticos

3114 Eletrónica, automação e computadores 312 Programador de informática

3114 Eletrónica, automação e instrumentação 312 Informática (sistemas)

3114 Eletrónica, som e imagem 312 Aplicações informáticas

3114 Telecomunicações 312 Informática (redes)

Page 129: An Alise Prospect Iva

4

312 Informática (instalação de redes) 341 Técnicas de vendas

312 Curso de informática 343 Apoio à gestão

312 Tecnologias de informação e comunicação multimédia 343 Contabilidade

312 Instalação e gestão de redes informáticas 343 Contabilidade e gestão

312 Instalação e manutenção de sistemas 343 Gestão

312 Informação e comunicação multimédia 343 Gestão desportiva

313 Animação 2D e 3D 343 Serviços jurídicos

313 Luz, som e efeitos cénicos 343 Técnicas de apoio à gestão

313 Audiovisuais 347 Cenografia, figurinos e adereços

313 Fotografia 347 Interpretação

313 Manutenção industrial (mecatrónica) 347 Interpretação e animação circense

313 Multimédia 347 Coordenação e produção de moda

313 Som 347 Desenho de calçado e marroquinaria

313 Video 347 Design de moda

313 Mecânica de veículos ligeiros 347 Instrumentista de cordas e teclas

315 Controlo de qualidade alimentar 347 Instrumentista de sopro e percussão

315 Qualidade 347 Intérprete de dança contemporânea

315 Técnicas de qualidade insdustrial 347 Produção e tecnologias da música

321 Gestão de sistemas ambientais 347 Vitrinismo

321 Gestão do ambiente 347 Modelista de vestuário

321 Recursos florestais e ambientais 347 Desenho de mobiliário

322 Apoio à clínica dentária 347 Vitrinista

322 Auxiliar protésico 347 Modelação e confeção

322 Ótica ocular 347 Desenho construções madeira e mobiliário

322 Termalismo 347 Básico de instrumento

322 Assistente dentário 347 Básico de instrumentista de cordas

341 Agência de viagens e transportes 347 Básico de instrumentista de sopro

341 Banca e seguros 411 Administrativo

341 Operações bancárias 411 Secretariado

341 Comercial 411 Secretariado de gestão

341 Comercial bancário 411 Técnicas administrativas

341 Informação e animação turística 411 Técnicas de secretaria

341 Operações turísticas e hoteleiras 413 Logística

341 Seguros 413 Transportes

341 Turismo 413 Operação logística

341 Turismo ambiental e rural 422 Receção

341 Vendas 422 Receção em hotelaria

341 Técnicas comerciais 422 Rececionista de hotel

341 Comércio 422 Rececionista de turismo

341 Vendas e negociação 512 Cozinha/Pastelaria

341 Técnicas e operações bancárias 512 Mesa-bar

341 Técnicas de seguros 512 Restauração

341 Assistente comercial bancário 512 Restauração e bebidas

341 Aprovisionamento e venda de peças 512 Alimentação e bebidas

341 Agência de viagens 512 Técnicas de mesa e bar

341 Práticas técnico-comerciais 512 Técnicas de cozinha/pastelaria

Page 130: An Alise Prospect Iva

5

512 Serviços pessoais e à comunidade 724 Eletricidade de manutenção

512 Técnicas aplicadas de serviços pessoais e à comunidade 724 Rececionista e orçamentação

512 Empregado de mesa 724 Receção e orçamentos

512 Pastelaria/padaria 731 Joalharia/Cravador

514 Ação educativa 731 Cravação/filigrana

514 Animação turística 732 Pintura decorativa

514 Animador sociocultural 733 Artes e ofícios da madeira

514 Apoio à infância 733 Acabamento madeiras

514 Apoio psicossocial 734 Impressão

514 Estética e cosmetologia 734 Fotocomposição

514 Esteticismo 823 Transformação de polímero

514 Serviços pessoais e de apoio à comunidade 833 Condutor de obra

514 Animação sociocultural 833 Obra/condutor de obra

514 Serviço pessoal 834 Contramestre (marinha mercante)

514 Serviços pessoais

514 Estetcista/cosmetologia

514 Técnicas de esteticismo/cosmetologia

514 Esteticista/cosmetologista

514 Estética e cosmetologista

514 Técnicas de ação educativa

514 Oficial de cabeleireiro

514 Estética

514 Animação e informação turística

514 Cabeleireiro

516 Proteção civil

516 Segurança e salvamento em meio aquático

611 Jardinagem e espaços verdes

611 Produção agrária

611 Viticultura e enologia

611 Produção agrícola

611 Agrícola

612 Gestão cinegética

612 Gestão equina

614 Recursos florestais

614 Florestal

711 Cantaria artística

711 Pedreiras

721 Construções metálicas

721 Reparação de carroçarias

724 Administração naval

724 Eletricidade

724 Eletricidade Naval

724 Mecânica naval

724 Mecatrónica automóvel

724 Mecatrónica

724 Receção e Orçamentação em oficina

Page 131: An Alise Prospect Iva

6

ANEXO II – Listagem das profissões utilizadas no estudo com CNP a 3 e 4 dígitos

CNP - Profissões

112 - QUADROS SUPERIORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

114 - DIRIGENTES E QUADROS SUPERIORES ORGANIZ ESPECIALIZADAS

121 - DIRETORES GERAIS

122 - DIRETORES DE PRODUCAO EXPLORACAO E SIMILARES

123 - OUTROS DIRETORES DE EMPRESAS

131 - DIRETORES E GERENTES DE PEQUENAS EMPRESAS

211 - FISICOS QUIMICOS E ESPECIALISTAS SIMILARES

212 - MATEMATICOS, ESTATICISTAS E ESPECIALISTAS SIMILARES

213 - ESPECIALISTAS DA INFORMATICA

214 - ARQUITETOS ENGENHEIROS E ESPECIALISTAS SIMILARES

221 - ESPECISLISTAS DAS CIENCIAS DA VIDA

222 - MÉDICOS E PROFISSOES SIMILARES - A EXCEÇÃO DOS ENFERMEIROS

223 - ENFERMEIROS

232 - DOCENTES DO ENSINO BASICO 2 3 CICLO E SECUNDARIO

235 - DOCENTES DO ENSINO SUPERIOR BASICO SECUND E SIMILARES

241 - ESPECIALISTAS DE PROFISSOES ADMINISTRAT E COMERCIAIS

242 - ADVOGADOS MAGISTRADOS E OUTROS JURISTAS

243 - ARQUIVISTAS, BIBLIOTECARIOS, DOCUMENTALISTAS E PROFISSOES SIMILARES

244 - ESPECIALISTAS DAS CIENCIAS SOCIAIS E HUMANAS

245 - ESCRITORES, ARTISTAS E EXECUTANTES

246 - MINISTROS DE CULTO E MEMBROS DE ORDENS RELIGIOSAS

247 - TECNICOS DA ADMINISTRACAO PUBLICA NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

3111 - TEC DE CIENCIAS FISICO-QUIMICAS

3112 - TEC DE ENGENHARIA CIVIL

3113 - TEC DE ELETRICIDADE

3114 - TEC DE ELECTRONICA E TELECOMUNICACOES

3115 - TEC DE RELOJOARIA

3116 - TEC INTERMEDIOS DE QUIMICA INDUSTRIAL

3118 - DESENHADORES E TRABALHADORES SIMILARES

3119 - TEC DE INVESTIGACAO FISICA E QUIMICA, DO FABRICO INDUSTRIAL E TRABALHADORES SIMILARES NÃO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

312 - PROGRAMADORES, OPERADORES DE INFORMATICA E TRAB SIMILARES

313 - OPERADORES DE EQUIPAMENTOS OPTICOS E ELECTRONICOS

314 - OFICIAIS DA MARINHA, PILOTOS DE AVIOES E TEC DOS TRANSP MARIT E AEREOS

315 - INSPECT DE OBRAS, DE SEG DO TRABALHO, DA SAUDE E DO CONTR DE QUALIDADE

321 - TECNICOS DAS CIENCIAS DA VIDA E DA SAUDE

322 - PROFISSIONAIS TECNICOS DA MEDICINA - A EXCEPCAO DOS ENFERMEIROS

324 - ESPECISLISTAS DA MEDICINA TRADICIONAL

331 - DOCENTES DO ENSINO BASICO, PRIMARIO E PRE-PRIMARIO

332 - EDUCADORES DE INFANCIA

333 - DOCENTES DE EDUCACAO ESPECIAL

Page 132: An Alise Prospect Iva

7

339 - PROFISSIONAIS DO ENSINO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

341 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE FINANCAS E SERVICOS COMERCIAIS

342 - AGENTES COMERCIAIS E CORRETORES

343 - PROFISSIONAIS DE NIVEL INTERMEDIO DE GESTAO E ADMINISTRACAO

344 - PROF DE NIVEL INTERM DA ADM PUB,DAS ALFAND,DOS IMPOST E TRAB SIMILARES

345 - INSPETORES DA POLICIA JUDICIARIA E DETETIVES

347 - PROFISSIONAIS DA CRIACAO ARTISTICA, DO ESPECTACULO E DO DESPORTO

411 - SECRETARIOS E OPERADORES DE EQUIPAMENTOS DE TRATAMENTO DE INFORMACAO

412 - EMPREGADOS DOS SERVICOS DE CONTABILIDADE E DOS SERVICOS FINANCEIROS

413 - EMPREGADOS DE APROVISIONAMENTO, DE PLANEAMENTO E DOS TRANSPORTES

414 - EMPREGADOS DE BIBLIOTECA, CARTEIROS E TRABALHADORES SIMILARES

419 - EMPREGADOS DE ESCRITORIO NAO CLASSIFICADOS EM OUTRA PARTE

421 - CAIXAS, BILHETEIROS E SIMILARES

422 - EMPREGADOS DE RECEPCAO, DE INFORMACAO E TELEFONISTAS

511 - ASSISTENTES, COBRADORES, GUIAS E TRABALHADORES SIMILARES

512 - ECONOMOS E PESSOAL DO SERVICO DE RESTAURACAO

513 - VIGILANTES, ASSISTENTES MEDICOS E TRABALHADORES SIMILARES

514 - OUTRO PESSOAL DOS SERVICOS DIRETOS E PARTICULARES

516 - PESSOAL DOS SERVICOS DE PROTECCAO E SEGURANCA

521 - MANEQUINS E OUTROS MODELOS

522 - VENDEDORES E DEMONSTRADORES

523 - VENDEDORES DE QUIOSQUE E DE MERCADOS

611 - AGRICULTORES E TRAB QUALIFICADOS DE CULTURAS AGRICOLAS

612 - CRIADORES E TRABALHADORES QUALIFICADOS DO TRATAMENTO DE ANIMAIS

613 - AGRIC E TRAB QUALIF DA POLICULTURA, CRIACAO E TRATAMENTO DE ANIMAIS

614 - TRABALHADORES FLORESTAIS E SIMILARES

615 - TRABALHADORES DA AQUACULTURA E PESCAS

711 - MINEIROS, CANTEIROS, CARREGADORES DE FOGO E TRABALHADORES DE PEDREIRA

712 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E OBRAS PUBLICAS

713 - TRABALHADORES DA CONSTRUCAO CIVIL E SIMILARES - ACABAMENTOS

714 - PINTORES, LIMPADORES DE FACHADAS E TRABALHADORES SIMILARES

721 - MOLDAD,SOLDAD,BATE-CHAPAS,CALDEIR,MONT DE ESTR METAL E TRAB SIMILARES

722 - FORJADORES, SERRALHEIROS MECANICOS E TRABALHADORES SIMILARES

723 - MECANICOS E AJUSTADORES DE MAQUINAS

724 - MECANICOS E AJUSTADORES DE EQUIPAMENTOS ELECTRICOS E ELECTRONICOS

731 - MEC DE PRECISAO,OLEIROS E VID,ARTESAOS,TRAB ARTES GRAF E TRAB SIMILARS

732 - OLEIROS, VIDREIROS E TRABALHADORES SIMILARES

733 - ARTESAOS DE MADEIRA, TECIDO, COURO E MATERIAIS SIMILARES

734 - COMPOSITORES TIPOGRAFICOS E TRABALHADORES SIMILARES

741 - TRAB DA PREPARACAO E CONFECCAO DE ALIMENTOS E BEBIDAS E TRAB SIMILARES

742 - TRABALHADORES DAS MADEIRAS E SIMILARES

743 - TRABALHADORES DOS TEXTEIS E CONFECCOES E TRABALHADORES SIMILARES

744 - TRABALHADORES DE PELES, COURO E CALCADO

745 - TRABALHADORES DE ARTIGOS DE PIROTECNIA

811 - OPERAD E CONDUT DE MAQ E INST MINEIRAS DE EXTR E TRATAM DE MINERAIS

Page 133: An Alise Prospect Iva

8

812 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRANSFORMACAO DE METAIS

813 - OPERAD DE INSTAL DE FABRICACAO DE VIDRO, CERAMICA E TRAB SIMILARES

814 - OPERAD DE INSTAL PARA TRABALHAR MADEIRA E CORTICA E DE FABRIC DE PAPEL

815 - OPERADORES DE INSTALACOES DE TRATAMENTOS QUIMICOS

816 - OPERAD DE INSTAL DE PRODUCAO DE ENERGIA E TRABALHADORES SIMILARES

817 - OPERAD DE CADEIAS DE MONTAGEM AUTOMATIZADAS E DE ROBOTS INDUSTRIAIS

821 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA TRABALHAR METAIS E PRODUTOS MINERAIS

822 - OPERADORES DE MAQUINAS DO FABRICO DE PRODUTOS QUIMICOS

823 - OPERAD DE MAQUINAS PARA FAB PROD DE BORRACHA E MATERIA PLASTICA

824 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR PRODUTOS DE MADEIRA

825 - OPERAD DE MAQ DE IMPRESSAO, ENCADERNACAO E FAB DE PROD DE PAPEL

826 - OPERAD DE MAQ PARA FAB PROD TEXTEIS E ARTIGOS EM PELE E COURO

827 - OPERADORES DE MAQUINAS PARA FABRICAR ALIMENTOS E PRODUTOS SIMILARES

828 - TRABALHADORES DA MONTAGEM

829 - OUTROS OPERADORES DE MAQUINAS E TRABALHADORES DA MONTAGEM

831 - MAQUINISTAS DE LOCOMOTIVAS E TRABALHADORES SIMILARES

832 - CONDUTORES DE VEICULOS A MOTOR

833 - OPERADORES DE MAQUINARIA AGRICOLA MOVEL E DE OUTRAS MAQUINAS MOVEIS

834 - MESTRES, MARINHEIROS E TRABALHADORES SIMILARES

911 - VENDEDORES AMBULANTES E TRABALHADORES SIMILARES

912 - ENGRAXADORES E TRABALHADORES SIMILARES

913 - PESSOAL DE LIMPEZA,LAVADEIRAS,ENGOMADORES DE ROUPA E TRAB SIMILARES

914 - PORTEIROS DE PREDIOS URB,LAVADORES DE VIDROS E VEIC E TRAB SIMILARES

915 - ESTAFETAS, BAGAGEIROS, PORTEIROS, GUARDAS E TRAB SIMILARES

916 - CANTONEIROS DE LIMPEZA E TRABALHADORES SIMILARES

921 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA AGRICULTURA E PESCAS

931 - TRAB NAO QUALIF DAS MINAS E DA CONST CIVIL E OBRAS PUBLICAS

932 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DA INDUSTRIA TRANSFORMADORA

933 - TRABALHADORES NAO QUALIFICADOS DOS TRANSPORTES

Page 134: An Alise Prospect Iva

1

Análise prospectiva da

evolução sectorial em

Portugal

Equipa de trabalho: Paulo Pedroso (coordenador), João Elyseu, João Magalhães

Análise prospetiva da evolução sectorial em Portugal

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