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ANA CAROLINA DO NASCIMENTO TÉCNICAS DE PROCESSO SELETIVO NA ÁREA DE SECRETARIADO EXECUTIVO UM ESTUDO DE CASO COM EX-ALUNOS DA UFV MONOGRAFIA Universidade Federal de Viçosa Viçosa MG Brasil 2010

ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

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Page 1: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

TÉCNICAS DE PROCESSO SELETIVO NA ÁREA DE

SECRETARIADO EXECUTIVO – UM ESTUDO DE CASO COM

EX-ALUNOS DA UFV

MONOGRAFIA

Universidade Federal de Viçosa

Viçosa – MG

Brasil

2010

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Universidade Federal de Viçosa

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de Letras

Curso de Secretariado Executivo Trilíngue

Técnicas de Processo Seletivo na Área de Secretariado Executivo – Um

Estudo de Caso com Ex-Alunos da UFV

Monografia apresentada ao Departamento de

Letras da Universidade Federal de Viçosa, como

exigência da disciplina SEC499 – Monografia, e como

um dos requisitos para a conclusão do curso de

Secretariado Executivo Trilíngue, tendo como

orientador o Professor José Roberto Reis.

Ana Carolina do Nascimento

Viçosa – MG

Brasil

2010

Page 3: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

A monografia intitulada

Técnicas de Processo Seletivo na Área de Secretariado Executivo – Um

Estudo de Caso com Ex-Alunos da UFV

elaborada por

Ana Carolina do Nascimento

como exigência da disciplina SEC499 – Monografia, e como um dos requisitos para a

conclusão do curso de Secretariado Executivo Trilíngue, foi aprovada por todos os membros

da Banca Examinadora.

Viçosa, 03 de dezembro de 2010.

Prof. José Roberto Reis (DAD/UFV)

Orientador

Profª. Nathalia Carvalho Moreira (DLA/UFV)

Profª. Michele Rodrigues (DAD/UFV)

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SUMÁRIO

1. Introdução 3

2. Referencial teórico 7

2.1 Histórico da Administração de Recursos Humanos 7

2.2 Administração de Recursos Humanos 9

2.3 Recrutamento e seleção de pessoal 11

2.4 Técnicas de seleção 12

2.5 Evolução da área de Secretariado Executivo 15

2.6 A profissão de Secretariado Executivo hoje 17

2.7 Técnicas secretariais 18

3. Procedimentos metodológicos 20

3.1 Delineamento da pesquisa 20

3.2 Técnicas de coleta de dados 21

3.3 Delimitação do Universo de pesquisa 22

3.4 Método de análise de dados 22

4. Apresentação e discussão dos dados 24

4.1 Análise da bibliografia 24

4.2 Análise dos questionários 29

5. Considerações finais 35

6. Referências bibliográficas 37

7. Apêndice 39

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1. Introdução

Muitos universitários esperam o momento de ingressar no mercado de trabalho, e para

isso, procuram adquirir dentro da universidade, conhecimentos e habilidades que consideram

importantes para seu futuro profissional. Para que esse ingresso aconteça, eles precisam passar

por um processo seletivo na empresa desejada, para que os empregadores possam verificar se

detêm as capacidades necessárias para ocupar o cargo pretendido.

Pelo lado da empresa, “estamos vivendo uma era dos negócios que se caracteriza por uma

verdadeira guerra por talentos. As organizações estão caçando talentos no mercado a fim de

manter e garantir sua competitividade e sustentabilidade em um mundo de negócios altamente

dinâmico, mutável e competitivo” (CHIAVENATO, 2009:IX). Assim, as empresas precisam,

cada vez mais, desenvolver melhores técnicas de seleção de seus futuros profissionais.

Portanto, essa necessidade é o ponto de partida para a elaboração do problema nessa

pesquisa.

“O problema (...) consiste em um enunciado explicitado de forma clara, compreensível e

operacional, cujo melhor modo de solução ou é uma pesquisa ou pode se resolvido por meio de

processos científicos” (MARCONI & LAKATOS, 2008a:129).

De acordo com o Catálogo de Graduação de 2006 da Universidade Federal de Viçosa: o

curso de Secretariado Executivo permite ao graduado, dentre outras, as atribuições de assessorar

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executivos dos mais diversos setores empresariais ou funcionários públicos em cargo de grande

responsabilidade; planejar, organizar e gerenciar trabalhos de secretaria executiva; elaborar e

executar o fluxo de informações e de conhecimentos estratégicos; e exercer a prática de

conhecimentos éticos e protocolares. O bacharel em Secretariado Executivo Trilíngüe estará

habilitado para promover e participar da melhoria do processo de gestão e desenvolvimento das

organizações públicas e privadas, na busca do aumento de produtividade e competitividade. O

egresso exercerá um novo papel dentro das organizações, assessorando staffs, gerenciando

setores e pessoas, utilizando novas tecnologias, inovando, enfrentando mudanças culturais,

econômicas, políticas, sociais e profissionais, com sensibilidade e lucidez para diagnosticar e

gerenciar soluções para situações de conflitos e resistência a mudanças, com visão

empreendedora, capaz de promover novos conhecimentos, trabalhando com competência e

discrição. O Curso da UFV forma bacharéis para trabalhar como assessor executivo, gestor,

empreendedor e consultor, capaz de atuar em um mercado altamente concorrido e em constantes

transformações. A profissão de secretário executivo engloba diversidade de tarefas. Assim, exige

certos requisitos pessoais como: criatividade, descrição, iniciativa, capacidade de lidar com as

idéias, refletindo, argumentando e transmitindo-as.

Neste caso, o estudo é sobre processo seletivo na área de Secretariado Executivo, visando

uma contribuição científica para o curso.

Então, no atual trabalho, o enunciado do problema é: Quais as técnicas de processo

seletivo que seriam mais eficientes na seleção de profissionais da área de Secretariado Executivo?

Neste trabalho, define-se eficiência como a ênfase nos meios, ou seja, fazer as coisas de

maneira correta.

Além disso, outro conceito utilizado durante o trabalho é o de eficácia, que se define

como a ênfase nos resultados, ligada à produtividade, fazer mais, com menos recursos.

Como já dito, o objetivo de muitos graduandos de um curso superior é a inserção no

mercado de trabalho. Dessa forma, mostra-se relevante um estudo das formas de seleção dos

futuros profissionais.

Além disso, a área de Secretariado ainda sofre com a escassez de bibliografia específica,

portanto esta pesquisa visa também um enriquecimento do conhecimento sobre a profissão.

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Marconi & Lakatos (2008b:44) citam, como um fator que deve ser levado em

consideração na escolha do tema, a seleção de “um assunto de acordo com as inclinações, as

aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho científico”. Nesse caso, há o

interesse pessoal na área de Recursos Humanos, especialmente na parte de processo seletivo.

Esta pesquisa objetiva descobrir as técnicas de processo seletivo que apresentam

condições de eficiência e eficácia para a escolha de um candidato na área de Secretariado

Executivo, tendo ainda como objetivos específicos os seguintes tópicos:

Pesquisar técnicas de processo seletivo e seus objetivos.

Identificar as funções e qualidades mais relevantes do profissional de Secretariado

Executivo.

Relacionar os objetivos das técnicas de processo seletivo com as funções do

Secretário hoje, identificando, assim, as técnicas de processo seletivo que podem ser

utilizadas na contratação de profissionais da área de Secretariado Executivo.

Identificar a percepção dos ex-alunos de Secretariado Executivo sobre o tema, visando

sua demonstração na realidade.

A pesquisa foi organizada em sete capítulos, sendo o primeiro a introdução, e o segundo o

referencial teórico. Esta segunda parte possui sete divisões. A primeira trata do histórico da

Administração de Recursos Humanos (ARH), a segunda sobre a ARH propriamente dita, a

terceira sobre as tarefas de recrutamento e seleção, a quarta sobre as técnicas de processo

seletivo, a quinta começa a tratar da área de Secretariado Executivo, abordando seu histórico, a

sexta sobre a profissão de Secretariado Executivo hoje, e a última sobre as técnicas secretariais.

No terceiro capítulo é abordada a metodologia, no quarto, os dados são apresentados e

discutidos, no quinto apresenta-se a conclusão, no sexto, as referências bibliográficas, e no

último, o apêndice.

Para alcançar os objetivos, foi feita uma pesquisa bibliográfica onde foram analisadas as

técnicas de seleção mais utilizadas, e as características mais importantes para o profissional de

Secretariado Executivo, segundo o referencial teórico da área.

Posteriormente, foi feita uma relação entre estes dados, com o objetivo de verificar quais

as técnicas que são mais eficientes para detectar as qualidades principais de um Secretário

Executivo.

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Por fim, será apresentada uma proposta de métodos de selecionar Secretários Executivos,

de acordo com as três das funções mais exercidas por esse profissional: recepção e atendimento,

organização de arquivo, e redação de documentos.

Para avaliar a coerência desta proposta, foi feita uma pesquisa, por meio da aplicação de

questionários online, com os ex-alunos de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV que já

passaram pela experiência de processo seletivo na área.

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2. Referencial teórico

2.1. Histórico da Administração de Recursos Humanos

Para iniciar o assunto desse trabalho, devemos ter em mente a evolução da área a ser

estudada. Assim sendo, o quadro a seguir apresenta um histórico da Administração de Recursos

Humanos no Brasil, dividido em períodos, de acordo com França (2007).

Quadro1 – Histórico da Administração de Recursos Humanos.

Ano Descrição

1930 Há inexistência de legislação trabalhista, do departamento pessoal ou área

correlata que se responsabilize formalmente pela gestão de pessoas.

Caracteriza-se pela descentralização de funções e provavelmente as demandas

de pessoas estavam relacionadas à solicitação de tarefas simples, com

qualificação instrumental primária.

1930-1950

Nesse período, há o advento da legislação trabalhista (com muitas leis e

normas que vigoram até hoje). Surgem os primeiros departamentos de

pessoal, centrados na rotina de “apontamentos” de freqüência, pontualidade,

absenteísmo, registro de ponto e pagamento dos salários.

1950-1960

Nesse período, a Administração de Recursos Humanos no Brasil já adota o

conceito de Sistemas de Recursos Humanos, compostos por: recrutamento e

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seleção, treinamento (especialmente formação de aprendizes e operários

semi-qualificados), avaliação de desempenho, programa de cargos e salários,

higiene industrial e serviço social. Há maior preocupação com eficiência e

desempenho.

1960-1980 Nesse período começam a surgir os primeiros cargos de gerência de recursos

humanos. Esses cargos, em sua maioria, tinham responsabilidade de

coordenação dos sistemas de recursos humanos. Em algumas empresas mais

voltadas para o mercado naquele período – como os sistemas financeiros –

essa gerências tinham atividades de integração entre os objetivos negociais e

as expectativas dos empregados. Alguns raros gerentes de recursos humanos

ocupavam posições junto à diretoria da empresa. Esse período apresentou

forte ênfase no treinamento e desenvolvimento e alimentação do trabalhador.

1980-1990

Esse período caracteriza-se pela integração dos enfoques administrativo,

estruturalista e comportamental, o que significa alinhamento entre as rotinas

de pessoal, estrutura organizacional e comportamento individual. A função de

diretor de Relações Industriais tinha como maior demanda as pressões

sindicais e a capacidade de “eliminar” conflitos, especialmente grupais.

São realizados treinamentos para formação de liderança, aprendizado de

atividades em equipes, e discussões sobre neuroses e patologia do trabalho.

São criados e estimulados estudos de Saúde Mental no Trabalho.

1990 - hoje

Novas identidades de denominação são buscadas: gestão de pessoas, gestor de

talentos, departamento de gente, entre outras. Os desafios de qualidade e

competitividade são o sinal de vida ou morte das áreas, dos empregos e da

própria unidade de negócios.

A ARH (Administração de Recursos Humanos) vive novos cenários: tem o

desafio de integrar elementos do ambiente externo. Os vetores são alta

velocidade, qualidade e produtividade, qualificação contínua, emprego com

vínculos de fidelidade transitória, entre tantos outros.

Fonte: França (2007).

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2.2. Administração de Recursos Humanos

Após o histórico, apresenta-se os conceitos e importância da Administração de Recursos

Humanos atualmente.

A Administração de Recursos Humanos é a parte da administração que trata da provisão e

manutenção de recursos humanos dentro de uma organização. Dessa forma, esta será a

especialidade administrativa estudada nesta pesquisa. A seguir, Chiavenato, coloca sua posição

sobre a importância desse sistema da administração:

Em plena Era do Conhecimento a base da excelência organizacional passou a ser

o elemento humano. A globalização, o desenvolvimento tecnológico e a

mudança e transformação da sociedade fazem com que a capacidade de

sobrevivência e excelência das organizações passe cada vez mais a depender

forte e diretamente das habilidades e competências das pessoas que nelas

trabalham. (...) O segredo das organizações bem-sucedidas é saber agregar

valores humanos e integrá-los e alinhá-los em suas atividades. Saber buscar

pessoas no mercado que tenham condições de ajudar a organização a navegar

pelas turbulências dessa nova era. Neste aspecto, os subsistemas de provisão de

recursos humanos constituem a fonte inesgotável desses valores e talentos

humanos capazes de formar o cérebro, a inteligência e o sistema nervoso da

organização moderna (CHIAVENATO, 2009:1-2).

Lodi (1992) corrobora a posição de Chiavenato, de que as pessoas são essenciais para a

organização quando diz que: “mais do que recursos físicos e materiais, o homem é a chave da

solução dos problemas de qualidade e competição.”

A ARH pode ser divida em cinco subsistemas básicos. A figura presente na página

seguinte apresenta os mesmos, destacando as atividades envolvidas no subsistema de provisão de

recursos humanos, que é o que mais nos interessa nessa pesquisa.

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Fonte: Chiavenato, 2009, p.5

Os objetivos e atividades dos subsistemas são descritos no quadro a seguir:

Quadro 2 – Os cinco subsistemas básicos na ARH.

Subsistema Objetivo Atividades envolvidas

Provisão Quem irá trabalhar na organização Pesquisa de mercado de RH

Recrutamento de pessoas

Seleção de pessoas

Aplicação O que as pessoas farão na organização Integração de pessoas

Desenho de cargos

Descrição e análise de cargos

Avaliação de desempenho

Manutenção Como manter as pessoas na organização Remuneração e compensação

Benefícios e serviços sociais

Higiene e segurança do trabalho

Relações sindicais

Desenvolvimento Como preparar e desenvolver pessoas Treinamento

Desenvolvimento organizacional

Monitoração Como saber o que são e o que fazem as

pessoas

Banco de dados

Sistemas de informação

Balanço social Fonte: CHIAVENATO (2009, p.4).

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O subsistema que nos interessa aqui é o de provisão, assim, Chiavenato explica

detalhadamente o que é o subsistema de provisão de recursos humanos:

(...) o subsistema de provisão de recursos humanos funciona como a porta de

entrada dos talentos que trazem a vida, inteligência, motivação e competências

para a organização. Mas essa porta de entrada precisa filtrar e deixar entrar

apenas candidatos que realmente tragam recursos e competências desejados pela

organização (CHIAVENATO, 2009:15).

As atividades do subsistema mais relevantes são de recrutamento e seleção de pessoas.

Então, faz-se necessário a leitura sobre o tema.

2.3. Recrutamento e seleção de pessoal

Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair

candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos e oferecer

competências para a organização. (...) A função do recrutamento é a de suprir a

seleção de pessoal com a matéria-prima básica (candidatos) para seu

funcionamento adequado (CHIAVENATO, 2009:68).

Após o recrutamento de candidatos, há a seleção dos mesmos: “o objetivo básico da

seleção é o de escolher e classificar os candidatos adequados às necessidade da organização”

(CHIAVENATO, 2009:105).

Para demonstrar a importância da boa seleção de pessoal, e conseqüentemente, deste

trabalho científico, cita-se:

Selecionar bem pode até parecer caro, mas selecionar mal sai

incontestavelmente muito mais caro para a organização no curto, médio e longo

prazo. Na verdade é um valioso investimento organizacional no seu presente e

no seu futuro e que traz retornos invejáveis e maravilhosos. No fundo, o

processo seletivo é altamente necessário e valioso para a organização que

pretende se distanciar das demais neste mundo competitivo de negócios

(CHIAVENATO, 2009:X).

Ainda sobre a importância de um eficaz processo seletivo, Dessler afirma que:

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(...) o seu próprio desempenho depende, em parte, dos seus funcionários.

Funcionários com boas habilidades e atributos farão um trabalho melhor para

você e para a empresa. Funcionários que não tenham essas habilidades e

atributos, que causem atritos ou criem dificuldades não terão um desempenho

efetivo e prejudicarão o seu próprio desempenho e o da empresa. A hora de

separar os indesejáveis é antes de eles entrarem pela porta, não depois

(DESSLER, 2003:106).

2.4. Técnicas de seleção

Para que a seleção de pessoas ocorra, é preciso antes conhecer as técnicas de seleção, para

que se possa escolher as que melhor atendem as necessidades de cada cargo.

As técnicas de seleção que serão analisadas no desenvolvimento desta pesquisa são as

enumeradas por Chiavenato no quadro abaixo: entrevista de seleção, provas ou testes de

conhecimentos ou de capacidade, testes psicológicos, testes de personalidade e técnicas de

simulação.

Quadro 3 - As cinco categorias de técnicas de seleção de pessoal.

1) Entrevista Dirigidas (com roteiro preestabelecido)

Não dirigidas (livres ou sem roteiro)

2) Provas de conhecimentos ou de capacidade Gerais

Específicos

3) Testes psicológicos Testes de aptidões

4) Testes de personalidade Expressivos PMK

Projetivos Teste da árvore Teste de Rorschach

TAT

Teste da figura humana

Teste de Szondi

Inventários Inventário de interesses

Inventário de motivação

Inventário de frustração

5) Técnicas de simulação Psicodrama

Dramatização (role-playing) Fonte: Chiavenato (2009, p.126).

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Os diferentes tipos em que cada uma destas cinco técnicas podem se desdobrar não serão

aprofundados, mas somente no objetivo geral de cada uma.

Para melhor entendimento do trabalho, vamos ver as principais características de cada

uma dessas técnicas de seleção, de acordo com Chiavenato (2009):

Entrevista de seleção

Embora careça de base científica e situe-se como técnica mais subjetiva e imprecisa de

seleção, a entrevista pessoal é aquela que mais influencia a decisão final a respeito dos

candidatos.

A entrevista é o processo de comunicação entre duas ou mais pessoas que interagem entre

si. De um lado, o entrevistador e, de outro, o entrevistado. O candidato assemelha-se a uma caixa

preta que deve ser desvendada: aplica-se a ela determinados estímulos para se verificar suas

reações e, com isto, estabelecer as possíveis relações de causa e efeito ou verificar seu

comportamento frente a determinadas situações.

De modo geral, a entrevista deve ser entendida como um instrumento de comparação, e o

entrevistador precisa trabalhar dentro de certa precisão (apresentando resultados coerentes) e de

certa validade (medindo exatamente aquilo que se pretende verificar), tal como instrumento de

medida confiável. Logicamente, sua margem de erro (sua tolerância ou variância com as

medidas) é muito maior dada sua condição humana.

Provas ou testes de conhecimentos ou de capacidade

São instrumentos para avaliar tanto quanto objetivamente os conhecimentos e habilidades

adquiridos por meio de estudo, da prática ou do exercício. Quanto à maneira de aplicação são

classificadas em orais, escritas ou de realização (prática).

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Testes psicológicos

Constituem uma medida objetiva e estandardizada de amostras do comportamento das

pessoas. Sua função é analisar essas amostras de comportamento humano, examinado-as sob

condições padronizadas e comparando-as com padrões baseados em pesquisas estatísticas. O

resultado do teste psicológico de uma pessoa é comparado com os padrões de resultados

alcançados por uma amostra representativa de pessoas e, assim, enquadrado em percentis. Os

testes psicológicos focalizam principalmente as aptidões, procurando a determinação de quanto

elas existem em cada pessoa, com o intuito de generalizar e prever aquele comportamento em

determinadas formas de trabalho.

Testes de personalidade

Os testes de personalidade servem para analisar os diversos traços de personalidade,

sejam aqueles determinados pelo caráter (traços adquiridos ou fenotípicos) como pelo

temperamento (traços inatos ou genotípicos). Um traço de personalidade é uma característica

marcante da pessoa e que é capaz de distingui-la das demais.

Técnicas de simulação

As técnicas de simulação procuram passar do tratamento individual e isolado para o

tratamento em grupos, e do método exclusivamente verbal ou de execução para a ação social. Seu

ponto de partida é o drama, que significa reconstituir em cima de um palco – contexto dramático

– no momento presente, o acontecimento que se pretende estudar e analisar o mais proximamente

do real. As técnicas de simulação são essencialmente técnicas de dinâmica de grupo. A principal

técnica de simulação é o psicodrama que se fundamenta na teoria geral de papéis: cada pessoa

põe em ação os papéis que lhe são mais característicos sob forma de comportamento, seja

isoladamente seja em interação com outra(s) pessoa(s). Age no aqui e agora como em seu

cotidiano, o que permite analisar e diagnosticar seu próprio esquema de comportamento.

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2.5. Evolução da área de Secretariado Executivo

Assim como foi visto a evolução na história da área de Recursos Humanos, verifica-se

aqui as mudanças da área secretarial. A partir da visão de Sabino & Rocha (2004), o estudo

inicia-se na Dinastia Macedônica, onde ocorreu a origem da profissão, chegando até os dias de

hoje.

Nas batalhas para suas conquistas territoriais, Alexandre Magno cercava-se de secretários,

que o serviam tanto na composição de seus exércitos, defendendo os interesses de seu Imperador,

quanto nos registros escritos dos grandes feitos do conquistador macedônico.

Este pequeno histórico é necessário para mostrar, desde já, a proximidade com os

secretários dos grandes líderes. Esta proximidade impunha aos secretários fidelidade ao senhor e

cautela no tratamento das informações que recebia, já que faziam parte do círculo de altos

comandos.

O destino do Secretariado seguiu pelo afortunado caminho da cultura, pois para registrar a

história, os secretários tinham que ter domínio da escrita. E quem tinha esta capacidade,

exercendo funções tão ligadas aos Governantes, obtinha o privilégio da leitura de obras cerceadas

ao povo.

E foi nesta nova sociedade cultural, sob a designação de Escribas, que o Secretariado

sedimentou a sua história. Eles foram trabalhadores valiosos e requisitados às primeiras ações de

organização burocrática na história social. A valorização de habilidades diversas e perfeito

domínio do idioma, da literatura e da história do seu país foram características exigidas a esses

assessores de Reis, Imperadores, filósofos e líderes. Tais características incorporariam, mais

tarde, o perfil do profissional de Secretariado.

Pela diversidade de conhecimentos, tal profissão poderia honrar a origem de muitas outras

da atualidade, mas uma das práticas dos Escribas define-se como, particularmente, ligada ao

Secretariado: a assessoria direta ao seu superior, principalmente na escrita.

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O conceito de Secretariado amplia-se. Em 1947, o primeiro dicionário de Merriam-

Webster define:

“Secretário: uma pessoa empregada por um corpo público, ou por uma

companhia ou por um indivíduo, cabe a ela escrever ordens, cartas e registros,

documentos públicos ou privados. Assim corpos de legislativo têm secretários,

cujo negócio é registrar todas suas leis e resoluções; um trabalhador, cujo ofício

é administrar os negócios de um departamento particular ou de governo; como o

secretário de Estado...”

Com o despertar da era da qualidade e da Informática, nos anos 80, surgiu a administração

participativa e os chefes e secretárias tiveram que atuar conjuntamente. Passaram, então, a

constituir uma equipe que participava de grupos de discussão sobre os processos internos e

externos, buscando a qualificação dos seus produtos/serviços.

A inclusão nesses grupos rendeu às secretárias a queda do mito de função maternal,

passiva e supérflua. Ela pôde expor o quanto o seu trabalho era indispensável, capaz de produzir

resultados concretos na otimização da empresa.

As antigas características da profissão foram substituídas por excelência profissional,

competência, conhecimentos múltiplos, cultura e aperfeiçoamento contínuo. Deixou de ser vista

como “executora de rotinas” ou “apoio do executivo” e os anos 90 dignificaram a profissão como

“gestora de processos”.

O empresariado, então, descobriu que tinha em seu quadro funcional uma profissional

com formação voltada não só para o conhecimento técnico, como também para habilidades

gerenciais, além de primar pela eficiência, criatividade e produtividade.

A década de 90 anunciava para o próximo século a imprescindível automação dos

escritórios. Um levantamento divulgado pelos Estados Unidos naqueles anos, produzido pela

ONU, distinguiu o Secretariado como a terceira profissão mais próspera no mundo.

Podemos perceber, a partir desse histórico, que a profissão de Secretariado vem

aumentando seu grau de participação dentro da empresa, e conseqüentemente sua importância

para os empregadores.

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2.6. A profissão de Secretariado Executivo

Atualmente, “o secretário exerce um papel de extrema confiança e sua responsabilidade

torna-se ainda mais marcante quando atua em altos cargos que envolvam locais de trabalho em

que a discrição é extremamente necessária” (BIANCHI & ALVARENGA, 2003:XII).

Esclarecendo um pouco mais sobre o que é a profissão de Secretariado Executivo:

Secretária é uma profissional que assessora o executivo, transmite-lhe

informações e executa as tarefas que lhe são confiadas. Ela transformou-se em

assistente executiva que domina as habilidades requeridas num escritório,

demonstra capacidade para assumir responsabilidade sem supervisão direta e

tem iniciativa para tomar decisões segundo os objetivos assinalados pela

autoridade. Atualmente, o executivo espera dela capacidade para desempenhar

funções de assistente administrativa que possam aliviá-lo de trabalhos rotineiros

e de alguns especializados. Daí o mercado de trabalho passa a recrutar

profissionais com conhecimentos para realizar tarefas que antes eram da

competência do executivo (MEDEIROS & HERNANDES, 2006:312).

Sabino & Rocha (2004) afirmam que o Secretariado hoje é definido como “um

profissional administrativo que possui um domínio de habilidades de escritório, demonstra a

habilidade para assumir responsabilidade sem supervisão direta, iniciativa de exercícios e

julgamento, e toma decisões dentro do âmbito de autoridade.”

Esse novo perfil exige algumas características do profissional, segundo os mesmos

autores, como: flexibilidade, competência, e comprometimento com o desenvolvimento e

aperfeiçoamento de suas atividades. Deve ainda ter capacidade empreendedora, deve ser capaz de

trabalhar em grupo, ter postura ética, ser determinado para alcançar objetivos, ousado para

apresentar idéias e objetivo nas suas ações.

Reforçando essa idéia, Azevedo & Costa (2006) dizem que “o especialista em

determinadas tarefas está sendo substituído por aquele com visão abrangente, que saiba trabalhar

em equipe, conhecendo a totalidade dos projetos da empresa”, e o profissional de secretariado

acompanha esse processo de mudança organizacional, adaptando-se às multifunções para se

encaixar no novo perfil da organização.

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Os mesmos autores destacam as competências o que o mercado atual vem buscando:

“Assessoramento – capacidade para atuar junto aos centros de decisão.

Gestão – com conhecimento das funções gerenciais.

Empreendedorismo – capacidade reflexiva e criativa, promovendo práticas inovadoras.”

Apesar de haver um crescimento da participação do profissional de Secretariado

Executivo dentro das empresas, e de sua multifuncionalidade com o passar dos anos, algumas

atividades rotineiras ainda são responsabilidade deste profissional. São as chamadas técnicas

secretariais.

2.7. Técnicas secretariais

“O conjunto dos procedimentos empregados no dia-a-dia da Secretária configuram as

técnicas da profissão, cuja excelência na aplicação dependerá da correta adequação ao ramo,

cultura e recursos da empresa em que a profissional atua” (SABINO & ROCHA, 2004:50).

Concluímos, então, que as técnicas secretariais são aquelas atividades mais realizadas

pelo profissional da área de Secretariado, e, portanto, funções que os profissionais devem possuir

para poder exercer seu trabalho. Algumas dessas técnicas são: “realizar contatos telefônicos,

pessoal e eletrônico; agendar; fazer follow-up; redigir; organizar e participar de reuniões;

organizar eventos; preparar viagens da equipe; lidar com documentação e arquivo” (BIANCHI &

ALVARENGA, 2003:125).

Cada autor cita as funções que acreditam ser as mais praticadas. Azevedo & Costa (2006),

por exemplo, explicam sobre as seguintes técnicas: organização do local de trabalho; atendimento

a clientes internos e externos; atendimento telefônico; organização da agenda; follow-up; controle

de correspondências; organização do arquivo; preparação de reuniões; e preparação de viagens.

Além dessas atividades do dia-a-dia, o profissional deverá adquirir outras habilidades

específicas, como cita Medeiros: “(...) uma secretária, além das habilidades genéricas que a

profissão exige, deverá adquirir os conhecimentos da área do executivo” (MEDEIROS &

HERNANDES, 2006:312).

Dessa forma, no momento da seleção, é importante coincidir a área na qual o secretário

irá trabalhar, com os conhecimentos por ele adquiridos ao longo da vida.

Page 21: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

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Nesta pesquisa iremos trabalhar apenas com as técnicas secretariais, que são as tarefas

mais comuns, sendo exercidas por secretários em diferentes níveis da profissão, e em diversos

setores e tipos de organização. Dessa forma, aumenta-se a abrangência deste trabalho.

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3. Procedimentos metodológicos

“(...) o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior

segurança e economia, permite alcançar os objetivos (...), traçando o caminho a ser seguido,

detectando erros e auxiliando as decisões do cientista” (MARCONI & LAKATOS, 2008a:83).

3.1. Delineamento da pesquisa

Nesta pesquisa, será usado o método dedutivo que, segundo Marconi & Lakatos

(2008a:106), parte de teorias e leis para predizer a ocorrência dos fenômenos particulares.

Os pontos de partida serão as características mais importantes de um profissional da área

de Secretariado Executivo atualmente, e as técnicas de seleção mais comuns. Com isso, pretende-

se deduzir as melhores formas de selecionar Secretários Executivos.

Além disso, esta pesquisa apresenta-se como um estudo de caso, desde que: “pesquisa

sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade que seja representativo do seu

universo, para examinar aspectos variados da sua vida” (CERVO & BERVIAN, 2006:67). Neste

caso, o grupo representativo é o de ex-alunos do curso de Secretariado Executivo Trilíngue da

UFV.

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Este estudo é uma pesquisa bibliográfica, como melhor explicado no tópico de coleta de

dados, e também é descritivo, pois na concepção de Gil (1999), a pesquisa descritiva tem como

principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características mais significativas está

na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

3.2. Técnicas de coleta de dados

O levantamento de dados será feito através de pesquisa bibliográfica (ou de fontes

secundárias).

“A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas

publicadas em documentos. (...) busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou

científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema” (CERVO &

BERVIAN, 2006:65).

A bibliografia utilizada abrange a área de Secretariado Executivo, incluindo a lei de

regulamentação da profissão, e de Administração de Recursos Humanos, toda citada nas

referências bibliográficas.

Outro instrumento de coleta de dados utilizado nesta pesquisa é o questionário,

considerado, por Marconi & Lakatos (2008b), como objeto de observação direta extensiva.

“Questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de

perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador” (MARCONI

& LAKATOS, 2008b:86).

Este instrumento foi utilizado visando a obtenção de dados retirados da prática, e não

somente teóricos: “O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir

com melhor exatidão o que se deseja” (CERVO & BERVIAN,2006:48).

Ainda: “Possui a vantagem de os respondentes se sentirem mais confiantes, dado o

anonimato, o que possibilita coletar informações e respostas mais reais” (CERVO &

BERVIAN,2006:48).

Page 24: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

22

Nesta pesquisa, o questionário foi composto por cinco questões: uma de múltipla escolha

e quatro abertas, além de perguntas sobre o perfil dos pesquisados. Este questionário foi

elaborado com a ajuda do professor orientador. Os documentos foram preenchidos entre os dias

16 de outubro e 5 de novembro de 2010.

Os ex-alunos tiveram conhecimento do questionário através da coordenadora do curso,

Rosália Beber, que repassou um e-mail explicando os objetivos da pesquisa para eles. Os

questionários foram preenchidos na internet, por meio de um site de questionários online

(www.surveymonkey.com). O modelo do questionário aplicado se encontra no apêndice, ao final

deste trabalho.

3.3. Delimitação do Universo de pesquisa

O objeto de estudo é a área de Recursos Humanos, especialmente a parte de processo

seletivo e as técnicas de seleção, além da área de Secretariado Executivo, especificamente as

qualidades que atualmente mais se esperam que um profissional de Secretariado Executivo

possua.

O Universo pesquisado por meio do questionário é o de ex-alunos, graduados no curso de

Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa, entre os anos de 2005 e

2010. No total, 18 questionários foram recebidos, e 16 analisados. Os questionários não

analisados pertenciam a entrevistados que ingressaram na área acadêmica, não integrando o

universo de pesquisa.

3.4. Método de análise de dados

Os dados coletados serão analisados de acordo com a análise de conteúdo.

Essa análise “trabalha a palavra, a prática da língua realizada por emissões identificáveis.

Leva em consideração as significações (conteúdo), usa forma e a distribuição desses

conteúdos e formas. Lida com mensagens (comunicação) e tem como objetivo principal sua

manipulação (conteúdo e expressão).” (BARDIN, 1997:45-46, apud MARCONI & LAKATOS,

2008b:29)

Page 25: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

23

Ou seja, até mesmo por se tratar de uma pesquisa qualitativa, não trataremos de números,

mas de conteúdo, funções da profissão, qualidades, técnicas, entre outras.

Page 26: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

24

4. Resultado e discussão dos dados

4.1. Análise da bibliografia

Segundo Chiavenato (2009), a seleção de recursos humanos deve apoiar-se em algum

padrão ou critério para alcançar certa validade, e esse critério geralmente é extraído das

características do cargo a ser preenchido ou das competências exigidas. Dessa forma, as técnicas

de processo seletivo a serem usadas devem ter relação com as funções exercidas pelo profissional

após sua contratação.

Como existe um grande número de funções que um Secretário Executivo pode realizar, a

base para a escolha das funções a serem analisadas será a Lei Federal nº 9261, de 10/01/96. De

acordo com esta lei, as atribuições do Secretário Executivo são: planejamento, organização e

direção de serviços de secretaria; assistência e assessoramento direto a executivos; coleta de

informações para a consecução de objetivos e metas de empresas; redação de textos profissionais

especializados, inclusive em idioma estrangeiro; interpretação e sintetização de textos e

documentos; taquigrafia de ditados, discursos, conferências, palestras de explanações, inclusive

em idioma estrangeiro; versão e tradução em idioma estrangeiro, para atender às necessidades de

comunicação da empresa; registro e distribuição de expediente e outras tarefas correlatas;

orientação da avaliação e seleção da correspondência para fins de encaminhamento a chefia;

conhecimentos protocolares.

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Devido à extensão e tempo da pesquisa, apenas três destas funções foram analisadas aqui.

A escolha por estas três foi feita com base nas atribuições do Secretário de acordo com a lei 9.261

de 10/01/1996, que regulamenta a profissão, além da citação das mesmas em dois livros da área

de Secretariado. Essas funções são:

Função 1: Recepção e atendimento (telefone ou presencial)

“(...) recepção, registro de compromissos e informações.” (grifo meu) (BRASIL, Lei

9.261/96)

“A secretária é o cartão de visita da empresa para a qual trabalha, devendo estar

comprometida com o bom atendimento tanto ao cliente interno como ao externo” (AZEVEDO,

2006:40).

“A lista de atividades de uma secretária é extensa (...). Entre elas destacam-se: (...),

atender a telefonemas, fazer chamadas telefônicas, anotar recados, atender a clientes e visitas,

(...)” (MEDEIROS & HERNANDES, 2006:281 e 282).

Função 2: Organização de arquivo

“(...) datilografar e organizar documentos...” (BRASIL, Lei 9.261/96)

“O arquivo é a imagem da atividade exercida pela instituição. Ele deve ser organizado

para que o documento seja encontrado assim que for solicitado” (AZEVEDO, 2006:79).

“A lista de atividades de uma secretária é extensa (...). Entre elas destacam-se: (...),

arquivar correspondências, (...)” (MEDEIROS & HERNANDES, 2006:281 e 282).

Função 3: Redação de documentos (inclusive em língua estrangeira)

“(...) executar tarefas relativas à anotação e redação, inclusive em idiomas estrangeiros...”

(BRASIL, Lei 9.261/96)

“Na comunicação empresarial a correspondência é reconhecida por meio de cartas,

memorandos, circulares, ofícios, requerimentos, etc.” (AZEVEDO, 2006:77).

“A lista de atividades de uma secretária é extensa (...). Entre elas destacam-se: (...),

datilografar cartas e documentos, escrever cartas, (...)” (MEDEIROS & HERNANDES, 2006:281

e 282).

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Além da citação acima, a mesma função aparece como uma das responsabilidades de uma

secretária na página 314, segundo os mesmos autores.

Após identificar algumas funções primordiais da profissão, deve-se, então, localizar os

requisitos que o profissional deve preencher para cumprir bem cada uma das funções. Só assim

pode-se escolher as técnicas de seleção que melhor identificarão a presença ou ausência destes

requisitos.

Função 1: Recepção e atendimento (telefone ou presencial)

Primeiro, cita-se as principais dicas para bom atendimento ao público de Azevedo &

Costa (2006:40):

“Seja atenciosa, cortês, discreta e simpática, porém sempre mantendo um postura

profissional.

Estabeleça um contato positivo mesmo com clientes difíceis. O bom humor é

fundamental para o desenvolvimento de uma verdadeira relação.

Oriente, registre, encaminhe, receba ou esclareça aqueles que procuram sua

empresa na solução de algum problema.

Não elabore respostas antes de entender atentamente o que o cliente quer dizer.

Saiba ouvir.

Não demonstre ansiedade, caso o cliente se mantenha em silêncio. Evite perguntas

agressivas. Incentive o cliente a expor suas idéias. Auxilie com perguntas abertas:

o que?, como?, onde?, quando?, evitando perguntas que geram respostas do tipo

sim ou não.

Mantenha o profissionalismo ao dialogar com o cliente. Evite comentários de sua

vida pessoal ou do seu executivo.

Matenha sempre a postura receptiva e não a defensiva.

Tome providências imediatas, a fim de reparar alguma falha que tenha ocorrido no

atendimento ao cliente.”

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Os princípios básicos para Medeiros & Hernandes (2006) sobre atendimento,

especificamente ao telefone, são: cortesia, tranquilidade, atenção, modulação da voz. Além disso,

durante o capítulo dedicado ao assunto, o uso correto da linguagem também é discutido.

Conclui-se que os requisitos que o profissional deve possuir para um bom desempenho

desta atividade são: atenção, cortesia, discrição, simpatia, bom humor, postura, profissionalismo,

boa articulação de idéias, tranquilidade e linguagem culta. Além disso, deve ser prestativo e saber

ouvir.

Função 2: Organização de arquivo

De acordo com Marilena Paes (2005), para o bom desempenho das funções dos

profissionais de arquivo, é importante, além de ter conhecimento da organização da instituição

em que se trabalha e dos sistemas de arquivamento, posssuir características como: saúde,

habilidade em lidar com o público, espírito metódico, discernimento, paciência, imaginação,

atenção, poder de análise e de crítica, poder de síntese, discrição, honestidade, espírito de equipe

e entusiasmo pelo trabalho.

Função 3: Redação de documentos (inclusive em língua estrangeira)

De acordo com Azevedo (2006), o profissional deve verificar a ortografia e se todas as

informações estão corretas (conteúdo, nome, anexos, etc); e deve utilizar linguagem clara,

simples, objetiva e correta.

Requisitos: Conhecimentos de português e de idiomas estrangeiros e de redação

empresarial ou oficial, dependendo da natureza da organização.

Seguindo os passos de Chiavenato (2009): “Obtidas as informações acerca do cargo ou

das competências exigidas, bem como das características que deve possuir o candidato, (...) o

passo a seguir é a escolha das técnicas de seleção mais adequadas ao caso ou à situação.”

Esse é o momento, então, em que as técnicas de seleção serão sugeridas, de acordo com a

literatura sobre as características da profissão, funções a serem exercidas, requisitos para o bom

desempenho nessas tarefas, e objetivo de cada técnica de seleção.

Para melhor visualização os requisitos de cada função são recuperados aqui.

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Função 1 : Recepção e atendimento

Requisitos: atenção, cortesia, discrição, simpatia, bom humor, postura, profissionalismo,

boa articulação de idéias, tranquilidade e linguagem culta, deve ser prestativo e saber ouvir.

Pode-se perceber que a maioria destes atributos correspondem a características de

personalidade, não são aprendidos formalmente, em sala de aula. Portanto para verificá-los não

deve-se usar provas de conhecimento, mas entrevistas ou testes de personalidade, que são

técnicas com as quais pode-se aprender mais sobre a personalidade do indivíduo.

Função 2: Organização de arquivo

Requisitos: ter conhecimento da organização da instituição em que se trabalha e dos

sistemas de arquivamento, saúde, habilidade em lidar com o público, espírito metódico,

discernimento, paciência, imaginação, atenção, poder de análise e de crítica, poder de síntese,

discrição, honestidade, espírito de equipe e entusiasmo pelo trabalho.

Para verificar se o profissional tem conhecimento sobre os sistemas de arquivamento,

pode-se fazer uma prova de conhecimentos (prova escrita ou prática) sobre o tema, ou utlizar

técnicas de simulação (prova prática), onde pode-se verificar não só os conhecimentos técnicos,

mas os práticos sobre essa função.

Já os outros requisitos são, assim como os da função 1, características pessoais que podem

ser verificados nas entrevistas ou testes de personalidade, como falado anteriormente.

Função 3: Redação de documentos (inclusive em língua estrangeira)

Requisitos: Conhecimentos de português e de idiomas estrangeiros e de redação

empresarial ou oficial, dependendo da natureza da organização.

A forma mais completa de verificar a presença dos atributos acima é uma prova de

conhecimentos, ou seja, pedir ao candidato que redija um documento, em português e/ou em

outro idioma.

Page 31: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

29

Levando-se em consideração que “a utilização de diversas técnicas que se complementam

pode diminuir a possibilidade de erro na escolha do candidato” (FRANÇA, 2007:36), o melhor a

fazer seria combinar as diversas técnicas citadas para uma melhor e mais completa avaliação dos

candidatos.

Então, as técnicas a serem utilizadas são:

1. Entrevista e/ou teste de personalidade para verificar qualidades requeridas para a

realização das funções 1 e 2. Durante o trabalho foi citado os altos custos do processo seletivo.

Portanto, nesse caso, poderia se escolher uma entre as duas técnicas. Levando-se em

consideração que a entrevista é a forma mais utilizada e mais barata, e que dificilmente haverá

uma contratação sem a realização dessa conversa entre o empregador e o candidato, ela seria a

melhor opção.

2. Provas de conhecimento para reconhecer se o candidato possui conhecimentos sobre os

sistemas de arquivamento. Para a verificação da função 2, também foi citado a utilização de

técnicas de simulação e de prova prática, porém sabemos que para arquivar documentos de

determinada instituição, é preciso conhecer muito bem sua organização interna. Então essa prova

prática não avaliará de forma tão correta a habilidade de uma pessoa que não está inserida na

empresa.

3. Provas de conhecimento na área da função 3, ou seja, uma redação empresarial ou

oficial, dependendo da natureza e objetivos da organização, em português ou outra língua,

dependendo da abrangência da instituição.

4.2. Análise dos questionários

Foi pedido aos entrevistados que respondessem às perguntas pensando no atual ou mais

recente emprego na área de Secretariado Executivo.

Como a primeira questão é múltipla escolha, foi feito um gráfico para melhor visualização

das respostas.

Questão 1: Quais foram as etapas de processo seletivo que você participou para

conquistar esta vaga? Marque quantas alternativas achar necessário.

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Figura 2 – Incidência das técnicas de seleção.

Fonte: Resultados da pesquisa (2010).

Ainda na questão número 1, foi pedido aos entrevistados para descrever quais os

conhecimentos avaliados nas provas de conhecimento. A tabela abaixo mostra a incidência com

que os candidatos tiveram os conhecimentos avaliados.

Tabela 1 – Demonstração das respostas da questão 1

Prova de conhecimento Porcentagem

Inglês, escrito ou falado 75%

Português e redação 62,5%

Conhecimentos específicos de secretariado, como arquivística, redação

empresarial e oficial, e gestão secretarial

62,5%

Legislação 50%

Raciocínio lógico 25%

Informática 37,5%

Fonte: Resultados da pesquisa (2010).

A soma das porcentagens é maior que 100, pois os candidatos foram submetidos a mais

de uma prova de conhecimento.

Page 33: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

31

Vale ressaltar aqui que os conhecimentos de legislação foram avaliados devido à natureza

da organização de alguns entrevistados, levando em consideração que seis deles trabalham no

setor público.

Questão 2: Você considera que todas as etapas foram válidas? Ou alguma foi

desnecessária em sua opinião? Qual e por quê?

Todos os entrevistados consideraram válidas as etapas às quais foram submetidos.

Um dos candidatos expôs assim sua opinião: “Achei válida a etapa das provas de

conhecimento (escritas), considerando que, por se tratar de um concurso público, faz-se

necessário ser uma seleção em que inexista a subjetividade, sendo aprovado o(s) candidato(s) que

obtiver(em) maior número de respostas corretas. Quanto ao teste psicológico, serve unicamente

para conhecer o perfil do candidato admitido, e tentar, quando há mais de uma vaga para o

mesmo cargo, lotá-lo em um setor que se adeque melhor às suas expectativas.”

Questão 3: Você acha que alguma qualidade ou conhecimento faltou ser avaliado?

Qual e qual a importância dele?

Nove candidatos consideraram completo o processo seletivo do qual participaram.

Os outros fizeram comentários sobre o que faltou ser avaliado:

“... percebi a necessidade de ser avaliada por uma pessoa da área, com bom conhecimento

teórico e prático.”

“... talvez uma entrevista específica a respeito da experiência profissional seria válida.

“Acredito que deveriam ser feitos testes de personalidade considerando que não basta a

vontade de ter um emprego estável, mas sim é necessário que o candidato seja eficiente, pró-

ativo, pontual, flexível e comprometido com o desenvolvimento de seu trabalho.”

“Sim, habilidades específicas para a área do secretariado executivo fundamental para o

cargo.”

Page 34: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

32

“Sim. A proficiência na língua Inglesa é imprescindível para este cargo nesta empresa, no

entanto, nenhum teste foi aplicado, apenas consideraram minha experiência que relatei. (...) Outro

aspecto que deveria ser avaliado para o cargo é a capacidade do candidato de trabalhar sob

pressão, talvez pudessem aplicar algum teste psicológico para verificar melhor o perfil do

candidato.”

“Através da entrevista eles não puderam medir minha proficiência no inglês, que para o

cargo era de suma importância, porém, como eu estava me desligando de outra empresa, onde eu

exercia a mesma função, eles subjugaram que eu era proficiente no idioma.”

“Acho que as características pessoais de cada candidato, por exemplo, capacidade de lidar

com público, poderiam ser avaliadas através de entrevista. Isso eliminaria candidatos que

poderiam prejudicar as instituições por não saberem lidar com o público externo.”

Vimos aqui a importância de se realizar ao menos uma entrevista para conhecer melhor o

perfil do candidato, e uma prova de inglês para testar a proficiência do futuro contratado.

As duas questões seguintes foram formuladas visando uma contribuição para o curso de

Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade Federal de Viçosa.

Questão 4: Quais conhecimentos, aprendidos durante o curso de Secretariado

Executivo Trilíngue da UFV, foram importantes durante o processo seletivo?

Dois entrevistados consideraram a experiência nos estágios mais importante que os

conhecimentos teóricos.

Para cinco entrevistados os idiomas ajudaram no processo seletivo. Conhecimentos

específicos da área, como gestão secretarial, protocolo e cerimonial, arquivística e redação

empresarial e oficial, foram citados sete vezes. Um ex-aluno citou especificamente a

Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

Outro conhecimento citado por sete entrevistados foi referente à marketing pessoal, como:

postura profissional, como se portar em entrevistas e relacionamento pessoal.

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A tabela abaixo demonstra as respostas da questão 4.

Tabela 2 – Representação das respostas da questão 4

Conhecimento aprendido Porcentagem

Experiência em estágios 9,52%

Idiomas 23,81%

Conhecimentos específicos da área 33,33%

Marketing pessoal 33,33%

Fonte: Resultados da pesquisa (2010).

Questão 5: O que você pensa que poderia ser abordado durante o curso, que poderia

ajudar durante o processo seletivo?

Seis dos entrevistados não sentiram falta de nada no curso.

Alguns citaram a falta de um maior foco de atuação do Secretário Executivo no setor

público:

“Poderia ser abordado o papel do secretário executivo nas empresas públicas,

considerando que nesse tipo de empresa em que todos os funcionários possuem estabilidade e nas

quais permanecem por quase toda a vida profissional, é fundamental saber relacionar-se bem e

manter-se sempre atualizado.”

“Acho que o que melhor responde esta pergunta é a parte da legislação federal que diz

respeito à gestão de pessoal no funcionalismo público, apesar desse ser um conhecimento

específico, que talvez não seja tão necessário ser visto na graduação em secretariado.”

“Um pouco de foco e conteúdo voltados para concursos públicos na área do secretariado

executivo. O curso deu muita ênfase para o acesso a empresas privadas.”

“Assessoria parlamentar e serviço público federal.”

Outras respostas dadas foram:

“Abordar assuntos como inteligência emocional e marketing pessoal.”

“Simulações. Conhecimentos tecnológicos atualizados.”

“Focar na parte contábil.”

Page 36: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

34

“Mais matérias relacionadas à administração.”

“Não sei se já tem alguma disciplina que aborda o empreendedorismo e o

intraempreendedorismo.”

“Simulação de processos seletivos.”

A tabela abaixo demonstra as respostas da questão 5.

Tabela 2 – Representação das respostas da questão 5

Respostas Porcentagem

Não sentiram falta de nada 33,33%

Setor público 22,22%

Inteligência emocional 5,56%

Conhecimentos tecnológicos atualizados 5,56%

Parte contábil 5,56%

Mais matérias relacionadas à administração 5,56%

Simulação de processos seletivos 11,11%

Empreendedorismo e intraempreendedorismo 5,56%

Marketing pessoal 5,56%

Fonte: Resultados da pesquisa (2010).

É importante destacar aqui que, alguns destes conhecimentos que os entrevistados

sentiram falta durante a graduação, já foram implementados no curso. Por exemplo, marketing

pessoal e assessoria parlamentar. Essa mudança que vem ocorrendo no curso pode ser explicada

pela mudança na formação de professores.

O curso de Secretariado Executivo Trilíngue da UFV não só ganhou professores ao longo

dos anos, como também, esses docentes vem aumentando sua titulação através de cursos de

mestrado e doutorado, dentro e fora do Brasil.

Além disso, percebeu-se a necessidade demudar um pouco o foco do curso, para tentar

fomentar a pesquisa científica na área, que é um ponto muito fraco da área de Secretariado

Executivo.

Page 37: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

35

5. Considerações finais

Após o desenvolvimento deste trabalho, verificou-se a importância de selecionar novos

colaboradores de forma eficaz. Com isso, as chances do sucesso da empresa aumentam, já que

são os recursos humanos que as fazem progredir. Porém, percebemos que o processo seletivo

pode sair caro dependendo das técnicas utilizadas. Assim, essa pesquisa procurou elucidar uma

forma eficiente (poupando tempo e dinheiro) para a seleção de Secretários Executivos.

Chegamos a esse resultado atingindo os objetivos específicos da pesquisa.

No primeiro objetivo procurava-se pesquisar as técnicas de processo seletivo e seus

objetivos. Assim, destacamos cinco técnicas: entrevista (verifica comportamentos frente a

determinadas situações); provas de conhecimento (avalia habilidades adquiridos por meio de

estudo ou prática); testes psicológicos (reconhece aptidões e prevê comportamentos); testes de

personalidade (analisa traços da personalidade); e técnicas de simulação (analisa e diagnostica o

esquema de comportamento numa ação social).

Depois, o objetivo era identificar as principais responsabilidades e características do

Secretário Executivo requisitado no mercado. Analisamos três dessas funções. A primeira era

recepção e atendimento, onde o profissional deveria possuir qualidades como simpatia, atenção e

Page 38: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

36

postura. A segunda foi organização de arquivo, onde o candidato deveria possuir conhecimento

sobre sistema de arquivamento, além de saber lidar com o público. A última é a redação de

documentos. Para exercê-la, o profissional deveria possuir boa escrita em português e/ou em uma

língua estrangeira, e conhecimentos técnicos sobre redação oficial ou empresarial.

Dessa forma, pode-se fazer associações entre as técnicas de seleção e os requisitos que os

candidatos deveriam preencher. Assim, chega-se à conclusão que uma seleção na área de

Secretariado Executivo poderia ser satisfatória se os candidatos fossem avaliados em três etapas:

a entrevista, e duas provas de conhecimento, uma para avaliar redação em diferentes idiomas, e

outra para verificar os conhecimentos de arquivística. É evidente que essa seleção pode ser

completada por testes psicológicos e de personalidade para conhecer melhor o perfil do

selecionado, lembrando que são etapas mais caras, pois precisam de profissionais especializados

(psicólogos) para aplicá-las.

Entretanto, por se tratar de um tema prático (aplicação de técnicas de seleção), percebeu-

se a necessidade de constatar a veracidade dessas conclusões. Por isso, aplicaram-se

questionários em pessoas que passaram pela experiência de participar de processos seletivos na

área de Secretariado Executivo.

De acordo com o resultado destes questionários, 69% dos diplomados foram entrevistados

antes de serem efetivados na empresa, e 50% participaram de provas de conhecimento (teóricas

ou práticas). Dos que se submeteram às provas de conhecimento, 67% tiveram o conhecimento

de inglês avaliado, e 56% o de arquivística (junto a outros conhecimentos específicos da área de

secretariado).

As respostas dos questionários embasam, então, a conclusão alcançada por meio da teoria,

pois se as técnicas que são eficientes de acordo com o estudo bibliográfico, são aplicadas na

realidade das organizações, indica que estas são técnicas eficazes e eficiente de seleção de

pessoal na área.

Após este estudo, pode-se observar ainda que outros pontos poderiam ser estudados sobre

o tema. Uma sugestão seria uma pesquisa com os gestores de pessoas sobre as técnicas de seleção

e o processo seletivo na área em geral.

Page 39: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

37

6. Referências bibliográficas

AZEVEDO, Ivanize; COSTA, Sylvia Ignacio da Costa. Um guia prático. 6.ed. São Paulo: Senac,

2006. 188p.

BARDIN, Laurende. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1997. 225p.

BIANCHI, Roberto; ALVARENGA, Marina; BIANCHI, Anna C. de Moraes. Orientação para

estágio em secretariado: trabalhos, projetos e monografias. São Paulo: Pioneira Thompson

Learning, 2003. 117p.

BRASIL. Lei nº 9261, de 10 de janeiro de 1996.

CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Pearson

Prentice Hall, 2006. 242p.

CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal: como agregar

talentos à empresa. 7. ed. Barueri: Manole, 2009. 192p.

Page 40: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

38

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: O capital humano das organizações. 8. ed. Atlas,

2006. 515p.

DRESSLER, Gary. Administração de recursos humanos. 2. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

331p.

FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos – PRH: conceitos, ferramentas

e procedimentos. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. 267p.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

LODI, João Bosco. Recrutamento de pessoal. 7. ed. São Paulo: Pioneira, 1992. 175p.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia

científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008a. 315p.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7.

ed. São Paulo: Atlas, 2008b. 225p.

MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da Secretária: técnicas de trabalho.

10. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 372p.

PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008. 225p.

SABINO, Rosimeri Ferraz; ROCHA, Fabio Gomes. Secretariado – do escriba ao web writer. 1ª

ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2004. 166p.

Page 41: ANA CAROLINA DO NASCIMENTO

39

7. Apêndice

Questionário - Processo seletivo na área de Secretariado Executivo

Instruções:

Não é obrigatório identificar a empresa, se preferir.

Todas as questões devem ser respondidas tendo em vista o emprego mais atual que teve na área

de Secretariado Executivo.

Em caso de dúvidas, entre em contato: [email protected]

Ano de conclusão de curso:

Empresa:

Setor:

Cargo:

1. Quais foram as etapas de processo seletivo que você participou para conquistar esta

vaga? Marque quantas alternativas achar necessário.

( ) Entrevista

( ) Provas de conhecimento ou de capacidade (provas escritas ou práticas)

Qual o conhecimento avaliado?_________________________________________

( ) Testes psicológicos

( ) Testes de personalidade

( ) Técnicas de simulação (dramatização)

Qual o conhecimento avaliado?________________________________________

( ) Outros. Descreva: _________________________________________________

Para responder as próximas duas perguntas, observe as funções que você exerce/exerceu neste

cargo. Emita sua opinião sobre as etapas do processo seletivo que enfrentou para ocupar o

referido cargo.

2. Achou todas as etapas válidas? Ou alguma foi desnecessária em sua opinião? Qual e

por quê?

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40

3. Você acha que alguma qualidade ou conhecimento faltou ser avaliado? Qual e qual a

importância dele?

4. Quais conhecimentos, aprendidos durante o curso de Secretariado Executivo

Trilíngue da UFV, foram importantes durante o processo seletivo?

5. O que você pensa que poderia ser abordado durante o curso, que poderia ajudar

durante o processo seletivo?

Observações: