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A Casa Nobre na Região Demarcada do Douro no século XVIII Volume I – Glossário e Anexo Documental 11 de Setembro de 2020 Tese de Doutoramento em História da Arte da Idade Moderna

Ana Celeste Maia Pires Glória Tese de Doutoramento em

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A Casa Nobre na Região Demarcada do Douro no século XVIII

Volume I – Glossário e Anexo Documental

Ana Celeste Maia Pires Glória

11 de Setembro de 2020

Tese de Doutoramento em História da Arte da Idade Moderna

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ÍNDICE

GLOSSÁRIO DE TERMOS DE ARQUITECTURA ………………………………………………………….5

ANEXO DOCUMENTAL: Nota prévia ……………………………………………………………………… 11

Documento 1 – Escritura de contrato, composição, e obrigação que fizeram Miguel Álvares Pinto da Fonseca com João Cardoso, de Nazes, e Francisco Lourenço, 20 de Abril de 1683 .................................................................................................... 15

Documento 2 – Escritura de contrato que fez José Teixeira de Macedo, desta cidade, com Bento de Crasto, da Rua da Pereira, e Manuel Cardoso, da Rua Torta, ambos desta cidade, e Manuel Roiz, do lugar de Cepões, termo desta cidade, todos pedreiros, 8 de Maio de 1701 ............................................................................... 15

Documento 3 – Escritura de contrato de obra que faz Francisco Vaz Pinto, da rua da Corredoura, desta cidade, com António Ferreira da Silva, de Santo Aleixo, termo desta cidade de Lamego, 9 de Outubro de 1717 .................................................. 16

Documento 4 – Obrigação que fez o mestre Miguel Francisco desta cidade a Manuel de Gouveia Frias, da freguesia de Cidadelhe, 12 de Março de 1732 ...... 17

Documento 5 – Escritura de obrigação de obra e dos pagamentos dela que fazem Bartolomeu Pinto de Sousa desta cidade e os mestres pedreiros João Martins) e João Lourenço e fianças que estes devam, 28 de Julho de 1739 ......................... 19

Documento 6 – Obrigação que faz Manuel Francisco Mestre Pedreiro assistente nesta Vila Real a João Pinto da Fonseca (…), 13 de Janeiro de 1751. ................... 20

Documento 7 – Escritura de obrigação e fianças que dão João Lourenço e seu irmão Matias Lourenço mestres pedreiros e José Teixeira Bacelar todos de Vila Real a obra das casas que tomarão a João Félix de Queirós do lugar de Sanhoane do termo de Penaguião, 5 de Maio de 1760 ........................................................ 23

Documento 8 – Escriptura de contrato obrigação e fiança feita entre Domingos Martins Pereira do lugar de Fornellos concelho de Penaguião com Mathias Lourenço e seu irmão João Lourenço e Joze Teixeira Bacelar todos desta Vila Real, 26 de Novembro de 1760 ..................................................................................... 25

Documento 9 – Escritura de “Obrigasam e feansas que faz e da Mathias Lourenso mestre canteiro desta Villa Real e satisfasam da hobra da capella e quatro hopé della que pretende lhe fassa Joam Felles de Queiros de Mesquita do lugar de Sanhoane conselho de Penaguiam na forma abaixo declarada”, 11 de Janeiro de 1770 ....................................................................................................................... 27

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Documento 10 – Escritura de obrigação que faz da obra de pedra de cantaria Bento Rodrigues do Reino da Galiza a D. Maria Engrácia Caetana Pereira de Santa Marta desta vila de Penaguião, 23 Julho de 1772 ................................................ 30

Documento 11 – Escritura de ajuste de obra de cantaria que faz Bento Rodrigues Mestre Pedreiro assistente em São Miguel ao Reverendo José Ignácio abade da Quinta das Cabanas e seu irmão o padre Manoel Queirós do mesmo todos do termo desta vila de Santa Marta, 22 de Dezembro de 1780 ................................ 32

Documento 12 – Escritura de ajuste da obra das Casas do capitão José Dias Mourão que fas este com o mestre Francisco Correia de Matos do lugar de Mateus na forma abaixo declarada, 28 de Outubro de 1786 ................................................. 35

Documento 13 – Escritura de ajuste de obra que faz Bento José Cardoso mestre pedreiro do da freguesia e concelho de São Martinho de Mouros com João de Queirós Cerqueira Azevedo e Vasconcelos desta vila, 27 de Agosto de 1790. .... 36

Documento 14 – Escritura de ajuste e obrigação de obra que faz João Queirós Cerqueira Azevedo e Vasconcelos desta vila com Bento José Cardoso do concelho de São Martinho de Mouros, e José António Teixeira do Concelho de Monte Lobo e Luis Manuel Peixoto da Vila de Amarante, 2 de Maio de 1791 ......................... 38

Documento 15 – Escritura de obrigação feita por José Martins e Domingos Martins Correa de Fornellos a António Queirós e seu irmão, 8 de Fevereiro de 1790 ..... 40

Documento 16 – Escritura de obrigação de obra de pedraria e carpintaria que faz o mestre José Teixeira do lugar de São Miguel a Luis Pereira de Mello da Casa das Cabanas freguesia de Sanhoane todos do termo desta vila de Santa Marta, 25 de Fevereiro de 1791 ................................................................................................. 41

Documento 17 – Escritura de obra de pedraria feita pelo mestre Filipe António Cal do lugar de Lourentim e por Luís de Mello Pereira Sotto Mayor da Casa de Cabanas, 23 de Abril de 1791 ............................................................................................... 43

Documento 18 – Escritura de ajuste de obra que faz Miguel Loureiro da Vila de Mesão Frio com a admnistração da Casa de Gonçalo Monteiro de Carvalho Azevedo e Vasconcelos de Salgueiral de Vila Marim, 29 de Maio de 1793 ......... 45

Documento 19 – Escritura de factura de obra das casas de Manuel Pinto da vila de Barqueiros a qual se obriga a fazer e Jose Caetano de Gouveia da Casa Nova da Cavalhão desta vila (São Martinho de Mouros) na forma dos apontamentos feitos e assinados por eles, 10 de Dezembro de 1793 ................................................... 46

Documento 20 – Escritura de conserto e empreita de obra para Manuel Teixeira de Queirós da freguesia de Sanhoane feita por Ruzende Pires, mestre pedreiro natural do Reino da Galiza, 17 de Outubro de 1794 ............................................ 46

Documento 21 – Escritura de contrato e ajuste de obra das cazas que fazem o Capitão José de Matos Silva de Balça termo desta vila e os Mestres Pedreiros José

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Bento Solla do lugar de Santa Maria de Agoas Santas jurisdição de Cotubade do Reino da Galiza e Manuel Durão da freguesia de Santo André de Valongo do mesmo reino da Galiza, 3 de Fevereiro de 1794 .................................................. 51

Documento 22 – Escritura de obrigação de obra da casa que faz António Borges, mestre pedreiro, ao Preclaríssimo Gonçalo Guedes de Carvalho ambos desta cidade, pela quantia e condições nesta declaradas, 3 de Outubro de 1797 ........ 53

Documento 23 – Escritura de empreita de obra de Carpintaria que dá Luis Cardoso de Meneses e Silva da freguesia de Fontelas aos Carpinteiro José Antonio do lugar de Sequeiros freguezia de Loureiro, 8 de Dezembro de 1797.............................. 53

Documento 24 – Escritura de ajuste e fiança da obra de carpintaria das casas de D. Maria de Sampaio e Vasconcelos que faz o Mestre Carpinteiro Anacleto Alves, 3 de Setembro de 1797 ............................................................................................ 56

Documento 25 – Apontamentos e outras cláusulas relacionadas com a construção da casa de Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães, 4 de Janeiro de 1800 ..... 58

Documento 26 – Escritura de obra de dourar pintar huma Cappela sita na quinta da timpeira do termo de Vila Real que he de António de Queirós de Mesquita da freguesia de Sanhoane, 29 de Julho de 1800 ....................................................... 61

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GLOSSÁRIO DE TERMOS DE ARQUITECTURA

ACROTÉRIO – Pedestal no vértice ou nas extremidades do frontão de um edifício e que

serve de suportes a elementos decorativos, como estátuas, troféus ou outros.

AGUA-FURTADA ou ÁGUAS-FURTADAS – Designação que se dá ao último andar de uma

casa, aproveitado sobre o madeiramento do telhado e tendo abertas janelas, para lhe

dar luz e ar. Difere da mansarda, dado constituir esta uma forma especial do

madeiramento do telhado ao passo que a água-furtada não o altera, havendo

unicamente a intersecção do telhado, pequeno da janela com a água principal do

telhado. A água deste telhado fica pois roubada ou furtada pela janela, cuja frente é

vertical. As janelas das águas-furtadas encontram-se quase sempre recolhidas em

relação ao plano da fachada.

ALÇADO – Projecto ou desenho da fachada principal, lateral ou posterior de um edifício

tomando como referência as suas linhas horizontais e verticais.

ALCOVA – Pequeno quarto, situado no interior da casa, comunicando com uma sala e

sem passagem para o exterior.

ALMOFADA – Saliência, de formato geralmente rectangular, moldurada no contorno,

colocada em ressalto na superfície de uma porta, muro ou pilastra.

AMEIA – Cada um dos intervalos regulares que separam os MERLÕES num muro

fortificado, através dos quais podiam disparar sobre os inimigos em caso de cerco ou

assédio.

ANDAR – Cada um dos pisos de um edifício acima do piso térreo.

ANDAR NOBRE – Piso de maior aparato dos edifícios nobres ou palácios, onde se reúnem

os salões e o salão nobre, normalmente no primeiro andar. A sua existência é por norma

evidenciada na composição da fachada principal pela maior exuberância decorativa ou

um tipo diferente de aberturas.

ANTECÂMARA – Aposento contíguo que antecede a uma câmara de leito ou sala de

recepção.

APAINELADO – Tecto ou parede dividida em painéis ou caixotões pelo cruzamento de

nervuras ou molduras.

APAINELAMENTO – Tecto ou parede com painéis ou caixotões, separadas e organizados

por uma rede de molduras, podendo receber pinturas.

APAINELAR – Trabalhar o painel ou as molduras do ornato.

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ARTESOADO – Diz-se também do tecto apainelado (Ver CAIXOTÃO).

ASNA – Armação triangular de madeira, constituída pela linha, as pernas, o pendural ou

as molduras do ornato.

ÁTRIO – Pátio interno, coberto, funcionando como VESTÍBULO de acesso a um edifício.

Vindo como referência da antiga arquitectura romana e paleocristã distingue-se do

adro, que na arquitectura religiosa significa o pátio externo.

AVENTAL – Elemento decorativo de pedra, em forma de avental, colocado com intenção

ornamental sob o vão das janelas.

BALAUSTRADA – Parapeito guarnecida por uma série de balaústres dispostos

regularmente. Servindo como anteparo de um vão, de uma varanda, balcão ou terraço,

pode aparecer, sobretudo na arquitectura barroca, como elemento decorativo no

remate numa fachada.

BALAÚSTRE – Pequena coluna ou pilar colocado nas balaustradas, reflectindo a

estrutura de coluna com um pedestal, fuste e capitel.

BALCÃO – Plataforma saliente que ao projectar-se em diferentes níveis do plano da

fachada contribui para a sua animação visual.

CAIXOTÃO – Painel instalado no tecto ou abóbada de um interior geralmente da forma

quadrangular ou poligonal, e emoldurado, recebendo pinturas ou relevos ornamentais.

CÂMARA – Compartimento de uma casa, sobretudo quarto de dormir.

CAMPANÁRIO – Torre de igreja onde se encontra instalada a SINEIRA, podendo estar

isolada, ou não, do edifício.

CANTARIA – Pedra trabalhada em blocos cuidadosamente aparelhados, usados para

decorar ou no projetar-se reforço de cantos e esquinas.

CAPELA – Edifício religioso de pequenas dimensões, onde geralmente não há mais do

que um altar, isolado ou isolado ou adossado a outra construção. Pode referir-se ainda

a um recinto com um altar no interior de uma igreja.

CARTELA – Suporte ornamental, pintado ou esculpido de uma inscrição, divisa ou baixo-

relevo, e outras vezes. Muito divulgada na arquitectura do Renascimento, é no Barroco

da época de D. João V que atinge o seu momento de maior fulgor.

CASA – Edifício destinado a habitação, ou cada uma das divisões de uma habitação.

CASA ADOSSADA – A que está encostada a outra, ou a uma construção.

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CASA COMPRIDA – Designação criada por Carlos de Azevedo (1969) e aplicada a todas

as casas com fachada comprida ou corpo habitacional segundo o seu eixo horizontal

CASA EM BANDA – Conjunto de várias casas constituindo um alinhamento.

CASA NOBRE / CASA SENHORIAL – Residência de uma família nobre ou proprietário

elevado à condição de fidalgo. Integram-se ainda nesta categoria todas as casas que

apresentem pedra-de-armas ou uma arquitectura erudita.

CASAL – Propriedade ou conjunto de propriedades e prédio rústico, não nobre, de

pequena a média extensão com casa, onde residiam os caseiros ou cultivadores dessas

parcelas, cuja produção heterogénea se destinava, fundamentalmente, ao auto-

consumo (Sampaio 1923).

CIMALHA – Moldura saliente que remata superiormente a cornija.

CORNIJA – Elemento saliente, que coroa no sistema arquitectónico das ordens clássicas

faz parte do entablamento colocado sobre o friso. Mas pode também coroar um

pedestal, ou uma balaustrada.

COROAMENTO – Ornamento culminante de uma decoração arquitectónica. Espaço

médio e plano do pedestal, entre molduras da cornija e do plinto inferior.

CUMEEIRA – Parte mais elevada do telhado onde se encontra a trave a que se encostam

as extremidades dos caibros, ou elementos de sustentação da cobertura.

CUNHAL – Ângulo saliente no encontro resultante do encontro de duas paredes, um

ponto sensível dos edifícios dado o equilíbrio das descargas que suporta.

DINTEL – Trave horizontal, assente na vertical das ombreiras, servindo de remate a

portas e janelas. É sinónimo de LINTEL, padieira ou VERGA.

EMPENA – Parte superior e triangular de uma fachada, onde assenta o vigamento de um

telhado de duas águas. Pode ter também o sentido mais impreciso de parede lateral de

um edifício.

ENTAIPADO – Construção com paredes de taipa, um processo tradicional que usa o

barro comprimido com pedrinhas ou fiadas alternadas de tijolo, pedras e camadas de

barro.

ERMIDA – Capela ou igreja pequena situada em lugar ermo, fora das povoações.

FACHADA – Face exterior de um edifício organizada em termos de composição e

ornamentação. Considera-se na volumetria da construção o plano anterior, lateral e

posterior.

FASQUIO - Ripas de madeira horizontais.

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FRESTA – Abertura na parede ou janela alta, estreita e de reduzida dimensão, destinada

à ventilação e iluminação.

FRONTÃO – Coroamento da fachada principal de um edifício, também utilizado como

remate de uma porta, janela ou nicho. Elemento originário da arquitectura grega e

romana, integrava-se na estrutura das ordens arquitectónicas teorizadas por Vitrúvio,

que passam depois para o Renascimento e o Barroco.

FRONTARIA – Fachada principal de um edifício, também designada de frontispício.

GAVETO – Esquina ou ângulo de uma construção podendo referir-se a uma casa na

esquina de uma rua.

GUARDA – Peitoril de ferro ou de alvenaria que se coloca aos lados de uma ponte para

protecção contra quedas. Na generalidade, qualquer protecção, em escadas (em ferro

ou pedra).

JACENTE – Abertura de pequena dimensão de formato rectangular geralmente colocada

no piso térreo.

JANELA DE SACADA – Aberta ao nível do pavimento, carateriza-se por apresentar uma

varanda.

JANELA DE PAPO DE ROLA- Abertura caracteriza-se por apresentar gradeamento de

ferro, com parte inferior abaulada para fora.

LAMBRIL – Revestimento de madeira ou azulejo aplicado à parte inferior de uma parede.

LANÇO – Sucessão de degraus de uma escada entre dois patamares ou patins.

LINTEL – O mesmo que DINTEL, padieira ou VERGA.

LOGGIA – Termo italiano que designa uma ou pórtico aberto, geralmente abobadado,

embebido ou projectado no plano da fachada do edifício.

LOJA – Compartimento aberto para a rua ao nível do primeiro piso, onde os

comerciantes expunham as suas mercadorias à venda.

MANSARDA – Andar superior de um prédio, sobre o qual assenta o telhado e de cuja

armação ou madeiramento faz parte. Tem uma estrutura bem característica,

constituída, em corte, por duas paredes inclinadas e telhado de duas águas pouco

inclinadas.

MERLÕES – Saliências volumosas dispostas entre as AMEIAS num muro fortificado.

Tratando-se de um dispositivo militar, passou a assumir uma feição decorativa e

simbólica depois do período medieval.

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ÓCULO – Abertura circular, oval ou moldurada, aberta numa parede de um edifício para

iluminação do interior.

OMBREIRA ou UMBREIRA – Cada uma das peças verticais da guarnição de um vão de

porta ou janela.

ORNATO – Elemento decorativo usado para valorizar esteticamente uma obra de

arquitectura.

PAÇO – Residência régia, de titulares de dignidades eclesiásticas ou de titulares da

nobreza importantes.

PALACETE – Casa sumptuosa de proprietários abastados evocando a opulência de um

palácio.

PALÁCIO – Edifício majestoso e sumptuoso de grandes dimensões, residência de família

real ou de altos representantes da nobreza ou do clero.

PASSADIÇO – Corredor ou galeria estreita que faz a ligação entre dois edifícios ou entre

diferentes zonas de uma construção, muitas vezes para encurtar a circulação. Passeio

lateral de uma rua.

PATAMAR – Plano no topo de uma escada ou de cada lanço de escadas.

PATIM – Pequeno patamar. Pequeno pátio.

PÁTIO – Recinto murado e descoberto no interior de um edifício ou rodeado por vários

edifícios.

PEITORIL – Face superior do parapeito, podendo designar também o próprio parapeito.

PILAR – Suporte vertical de grande capacidade de suporte e importância estrutural, de

secção poligonal ou quadrangular. Por analogia com a coluna pode apresentar base,

fuste e capitel.

PILASTRA – Pilar de secção quadrangular adossado a uma parede, caracterizado por uma

ordem arquitectónica, frequentemente a toscana.

PINÁCULO – Coroamento piramidal ou cónico de um contraforte, arcobotante ou muro,

muito usado na arquitectura gótica, de grande efeito visual, retomando por isso noutros

contextos com um forte sentido de elevação.

PLANTA – Representação gráfica de um edifício resultante de uma projecção horizontal

de um corte, também horizontal, produzido num piso a 0,90 m, acima do nível do

respectivo pavimento.

PLATIBANDA – Muro, grade ou balaustrada que rodeia um terraço ou um telhado.

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PORTA – Vão rasgado num muro até ao nível do pavimento para permitir o acesso.

PORTADA – Painel de madeira que gira sobre gonzos, cobrindo pelo interior ou

exteriormente, as vidraças das janelas. Grande porta geralmente decorada.

RETÁBULO – Estrutura de pedra ou de madeira, colocada sobre o altar ou na parede de

fundo de uma capela, suportando um número variável de pinturas ou esculturas,

valorizado pela decoração escultórica, frequentemente de talha dourada.

SACADA – Parte do edifício que forma uma saliência, excedendo a linha da parede, pelo

avançamento de um balcão ou de uma janela.

SALA – Compartimento principal de uma casa, geralmente destinado a usos sociais, ou

qualquer outro compartimento susceptível de diferentes utilizações, excepto a de

quarto de dormir, função reservada à ALCOVA.

SOBRELOJA – Pavimento a pouca altura da rua, situado entre o rés-do-chão ou a loja e

o primeiro andar de um prédio.

SÓTÃO – Compartimento de pé direito reduzido e sem janelas, situado entre o tecto do

último andar de uma casa e o telhado.

SINEIRA – Abertura na torre de uma igreja onde se encontram os sinos. Pode ser

também sinónimo de CAMPANÁRIO.

SOLAR – Palácio, casa nobre ou residência pertencente a determinada família nobre,

cujo local de origem é aquele no qual a habitação se implanta.

TABIQUE - Divisória ou parede delgada que não suporta carga, feita de tijolo ou de tiras

de tábuas, engradadas e ripadas, que se cobre de argamassa ou estuque, servindo para

a divisão de galerias, salas ou quartos.

TERREIRO – Espaço descoberto, plano e largo, na frente de uma casa ou mesmo de um

palácio. Área aberta e de alguma amplitude numa povoação.

TÍMPANO – Área triangular delimitada pelas três cornijas do frontão, destinada a

funcionar como campo escultórico, o que nem sempre acontece, podendo ser liso, ou

rasgado por aberturas.

TIPOLOGIA – Análise, descrição e classificação de formas típicas, de modo a elaborar um

sistema complexo de relações de um campo de estudos.

VERGA – Sinónimo de DINTEL, LINTEL ou padieira.

VESTÍBULO – Pátio de entrada; equivalente ao ÁTRIO. Espaço que fica entre a porta de

entrada e a escadaria principal de um edifício, ou a porta de outras divisões.

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Bibliografia:

De La Plaza Escudero, Lorenzo (Coord.). 2014. Dicionário Visual de Arquitectura. Lisboa:

Quimera.

Houaiss, António; Villar, Mauro de Salles. 2002. Dicionário Houaiss da Língua

Portuguesa. Lisboa: Círculo de Leitores, 6 vols.

Lisboa, Academia das Ciências de. 2001. Dicionário da Língua Portuguesa

Contemporânea. Lisboa: Verbo, 2 vols.

Rodrigues, Maria João Madeira; Sousa, Pedro Fialho de; Bonifácio, Horácio Manuel

Pereira. 1990. Vocabulário técnico e crítico de arquitectura. Lisboa: Quimera.

Silva, Jorge Henrique Pais; Calado, Margarida. 2005. Dicionário de Termos de Arte e

Arquitectura. Lisboa: Editorial Presença.

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ANEXO DOCUMENTAL

NOTA O corpo documental em anexo é apresentado de acordo com as normas de transcrição

adoptadas pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas1, tendo-se respeitado a

ortografia e pontuação original.

A maioria dos seus documentos é inédita, estando isso, mencionado quando assim

acontece. Os que já se encontram na totalidade ou parcialmente publicados estão

devidamente identificados em nota de rodapé, tendo-se optado pelo texto conforme a

publicação. Nos casos em que foram transcritos parcialmente, fez-se a transcrição do

documento original.

Os documentos encontram-se organizados por ordem cronológica e são antecedidos

por um cabeçalho, onde constam o título da escritura, data e local, fundo arquivístico

(cota, livro e número de fólio) e assunto.

1 Seguindo-se Dias, João José Alves. 1987. Álbum de paleografia. Lisboa: Editorial Estampa.

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Documento 1 – Escritura de contrato, composição, e obrigação que fizeram Miguel Álvares Pinto da Fonseca com João Cardoso, de Mazes, e Francisco Lourenço, 20 de Abril de 16832 ADVIS, Cartório Notarial de Lamego, 1.º Ofício, Lv.89/9, fls.66-67.

Frontaria das casas de Miguel Álvaro Pinto da Fonseca em Lamego “Escritura de contrato e composição, digo (sic) e obrigação que fizeram Miguel Álvares Pinto da Fonseca com João Cardoso, de Nazes, e Francisco Lourenço Em 20 de Abril de 1683, “nesta cidade de Lamego, nas casas das moradas de Miguel Álvaro Pinto da Fonseca, Fidalgo da Casa Real de Sua Magestade e Cavaleiro do Hábito de Cristo (…) aí apareceu presente o dito Miguel Álvaro da Fonseca e bem assim João Cardoso, de Nazes, arrabalde desta cidade, e Francisco Lourenço, outrossim da mesma cidade (…) foi dito pelo dito Miguel Alvaro Pinto da Fonseca que ele estava contratado com os ditos João Cardoso e Francisco Lourenço, mestres de cantaria, de lhe fazerem a frontaria das suas casas em que vive, nesta cidade, para a parte da rua, toda de alto a baixo, na forma da traça que da dita obra tinha, com seis janelas de sacada, ressalteadas por fora e por dentro, da melhor pedra que tem; este monte, com três frestas de cinco palmos de largo feitas na forma das portas, com mais uma porta na dita frontaria na forma da dita traça, essa alteada na forma das janelas, digo (sic), ressaltada por fora e revestida por cima com seu colarinho e Armas, por conta dele dito Miguel Álvaro enquanto ao abrir das Armas e trazer [a pedra] do monte, com declaração que se levantará o cunhal, e perto da obra pela parte de cima um palmo e meio fará o que demanda a traça, com o colarinho que nela está feito, que nela entrará o palmo e meio, e que eles se aproveitarão de toda a pedra da frontaria que está feita das ditas casas, excepto da ametade das cornijas, que essa será para ele dito Miguel Álvaro para outra obra que queria fazer; a qual obra será muito bem feita, escodada, todas as janelas de pedra nova e o mais que for necessário (…) por preço de Duzentos e cinquenta mil réis …”. Documento 2 – Escritura de contrato que fez José Teixeira de Macedo, desta cidade, com Bento de Crasto, da Rua da Pereira, e Manuel Cardoso, da Rua Torta, ambos desta cidade, e Manuel Roiz, do lugar de Cepões, termo desta cidade, todos pedreiros, 8 de Maio de 17013 ADVIS, Cartório Notarial de Lamego, 1.º Ofício, Lv.517/89, fls.15v-16v. Casas de José Teixeira de Macedo, de Lamego “Escritr.a de contrato q fes Jose Teyxra de Masedo desta Cid.e com Bento de Castro da Rua da Pereira e M. el Cardoso da Rua Torta ambos desta Cid. e Cide Mel Roiz do lugar de Sepais tr.o desta Cid.e todos pedreiros – Saibão q.tos … de mil setecentos e hum, oito dias

2 Escritura transcrita parcialmente por Alves (2001, Vol.I, 160-161). 3 Escritura parcialmente transcrita por Correia (1923, 11-13); Alves (2001, Vol.I, 165); Borges (2018, Vol.I, 90-92). Utilizámos como referência o documento original e a última transcrição realizada.

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de maio, nesta Cid.e de Lam.o em cazas e m.as de L.do Simão Teyx.ra Leitão onde eu t.am fui sendo ahi prez.te Joseph Teyxra de Masedo desta Cid.e e Manuel Cardoso pedreiro da rua torta desta Cid.e e Bento de Castro pedr. o da rua da Pereira da mesma Cid.e e M.el Roiz pedreiro do lugar de sepais tr.o desta Cid.e todos p.cas bem conhecidas de mim t.am e testas ao d.e asin.das no fim desta nota e logo plo dito José Teyx. ra de Masedo foi d.to q ele estava comtratado com os d. os Bento de Castro e M.el Cardoso e M.el Roiz q prezentes estavão de lhe fazerem huas cazas sitas defronte da See desta Cid.e na forma da planta assinada por An.to de Bastos e q farão a braça de alvenaria a tres mil e outocentos reis cada braça e cada braça de petipé de cantaria a sinquo mil reis e cada braço de silharia dos cunhais sinquo mil reis e cada jenela das logeas de assentos na frontaria pla medida da planta a seis mil e coatro sentos reis e cada jenela rasgada da frontaria na forma da planta a catorze mil e duztos e sinq.ta reis; a porta da rua com o assento da pedra das armas abrindo as ele d.to José Teyx.ra as armas por sua conta trinta mil reis, e todas as mais portas de dentro asi de alcobas como adegas, e das mais cazas do tamanho e grandeza das casas do R. do Ar.do da See a seis mil e coatrocentos reis e todas as mais gornisois q a planta pedir plo preso da escritr.a q se fez ao R.do Ar.do das suas cazas q estão nas minhas notas, e asi farão mais os caleiros de cantaria em sima das paredes adonde for necessário cada palmo a seis vinteis com suas gargolas na mesma forma e abrirão os aliserses por sua conta e farão as estadas por sua conta dando as traves e quinze dúzias de madeira caibros e taboois e lhe descontarão no preso o dr.o q ele lhe hade dar da d.a obra trezentos e trinta mil reis pla pedra velha das ditas cazas e lhe farão os cunhais q fiquão p.a a p.te do campo de cantaria medindo-se por alvenaria lavrados de cabesa de gatoo lhe discontarão o vão das cazas de genelas e portas e farão hua parede no cabo da baranda velha a setectos e sinqta reis a braça pondo-lhe a genela da sala da sua caza no m.o da parede, a medisão dos cunhais da frontaria se medirão pla p.te donde são lavradas e terãoo na largura das paredes comforme as do R. do Ar.do da See e levarão as paredes como as demais e farão hua chiminé no salão detraz das armas na forma da do R. do do Ar.do e plo mesmo preso e não meterão pedra nenhua da velha nas prim. ras tres cazas de diante nem levarão pedra preta se não toda branqua asi portais como a escada e a mais pedra de cantaria q as d. tas cazas tem servirão nos portais de dentro e asi farão a escada em preso de sento e sinquo mil reis cabendo arco se fara com ele e não cabendo arco sera com colunas e capiteis e sera vista por ofesiais…”. Documento 3 – Escritura de contrato de obra que faz Francisco Vaz Pinto, da rua da Corredoura, desta cidade, com António Ferreira da Silva, de Santo Aleixo, termo desta cidade de Lamego, 9 de Outubro de 17174 ADVIS, Cartório Notarial de Lamego, 1.º Ofício, Lv. 416/3, fls.52v-54 Frontispício das casas de Francisco Vaz Pinto, Rua da Corredoura, Lamego “Escritura de contrato de obra que faz Francisco Vaz Pinto, da rua da Corredoura, desta cidade, com António Ferreira da Silva, de Santo Aleixo, termo desta cidade de Lamego

4 Escritura transcrita parcialmente por Alves (2001, Vol. III, 163-164).

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Aos 9 de outubro de 1717, nesta cidade de Lamego, na rua da Corredoura dela, aonde eu Tabelião vim às moradas donde mora Francisco Vaz Pinto, Fidalgo da Casa de Sua Majestade, sendo ele aí presente, e bem assim António Ferreira da Silva, Mestre pedreiro e morador no lugar de Santo Aleixo, do termo desta cidade (…) e logo aí pelo dito Francisco Vaz Pinto, foi dito, em minha presença e das testemunhas, que ele estava contratado com o dito Mestre António Ferreira da Silva, de que lhe este lhe fizesse o frontispício das suas casas, na forma dos apontamentos e contrato que com ele tinha ajustado e celebrado, na maneira seguinte = Que havia de fazer o frontispício de pedra fina que se não diferencie daquela que tem, sem nódoas nem quinas quebradas, nem falta nas pedras, e as juntas bem juntas, que fique como a melhor cantaria que esta terra tem, com todas as alturas que pede pela parte do quintal, assim de perpianho como de alvenaria e também a que está feita da mais da que era obrigado por outro contrato; fará este frontispício todo de cantaria escodada, com os alicerces de novo, lavrados os cunhais como os da Capela-mor da Sé desta cidade, a sapa da faixa que saia das sacadas e vá ressaltear com uma almofadinha, outra faixa em cima com alquitrave e também cornija, vasas e capitéis e sacadas, tudo isto feito nos moldes que dera o dito Francisco Vaz Pinto, a cornija da parte do quintal será de pedra branca pelo molde da da rua, as “paroulas” da rua serão da mesma pedra fina, e lhe fará uma pia que lance fora ao pé do cunhal que fica para a parte do poente; as sacadas ou portais levarão tranqueiras e agulhas as que se costumam nas obras boas, terão estes portais as larguras e alturas que têm os da parte do quintal, o portão da rua e do souto serão também da altura e largura que quiser o dito Francisco Vaz Pinto, levando tranqueiras e agulhas que lhe forem necessárias, sem quebra nem defeito algum; a pedra de Armas lhe abrirá e alimpará o melhor que puder ser; estes portais todos serão ressalteados por dentro e fora que são três de sacada em cima, e em baixo o da rua e do sótão, e outrossim lajeará três fiadas de cantaria à porta da rua como as do pátio; a qual obra, na forma dos apontamentos acima, ajustei com o dito Mestre em preço certo de Cem mil réis para o dito Mestre… . Por outras obras declaradas nesta mesma escritura de obrigação, receberia o Mestre pedreiro mais 80.000 réis. Tabelião, João Batista” Documento 4 – Obrigação que fez o mestre Miguel Francisco desta cidade a Manuel de Gouveia Frias, da freguesia de Cidadelhe, 12 de Março de 17325 ADP, Secção Notarial, Po-9, 3.ª série, n.º29, fls.146v-148. Casa e Capela de Manuel de Gouveia Frias, Cidadelhe (Mesão Frio) “Em nome de Deus amen. Saibão quantos este publico instromento de obrigaçam e fiança à inteira satisfação de obra virem que no anno do naçimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil e setecentos e trinta e dous aos doze de Março do dito anno nesta cidade do Porto pousadas de mim tabeliam aparesserão presentes partes outorgantes a saber de huma Manuel de Gouveia Frias da freguesia de Sidadelha concelho de Mezão Frio, comarca de lamego; e da outra Miguel Francisco Silva, morador no Passo da Illustrissima Mithra deste Bispado, e bem assim Domingos alvares Braga, morador na Rua Nova desta cidade conhecidos das testemunhas digo conhecidos de mim tabeliam 5 Escritura revelada e transcrita na sua totalidade por Ferreira-Alves (1993, 97-99).

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e testemunhas pellos mesmos perante os coais por elle dito Manuel Gouvea foi digo de Gouvea Frias foi elle dito estava contrato e sellebrado como de facto está por este instromento com o dito Miguel Francisco Silva mestre arquitecto de obras de lhe fazer as suas cazas com sua cappela na freguesia de Sidadelha no sitio que tem as suas cazas em que vive que para effeito de se fazerem se hão de demullir as cazas velhas; e asim disse ele dito Miguel Francisco Silva que por este instromento se obriga a fazer as ditas cazas e capella na forma das plantas que para o ditto effeito se fes assignadas por elles partes; e mais se obriga a demolir as cazas velhas à sua custa e a fazer alvenaria e cantaria das ditas cazas e sendo as paredes exteriores asentadas em cal e as cayará e rebocará por dentro em alguma couza falte ao risco da planta a emmendará elle dito mestre à sua custa, e na materia da segurança da obra se obriga a fazella com todo o que a arte permite, e dado cazo que tenha algum defeito também o reformará à sua custa, e mandar (sic) elle dito mestre cortar o saibro para calçar e cortará toda a pedra que faltar de esquadria para acabar a dita obra e se obriga mais a mandar abrir aliserses à sua custa, tudo o que for necessario exceto os de primeiro coarto que esses mandará elle dito Manuel Gouvea Frias abrir por sua conta, na forma que tem ajustado com o mestre Caetano Pinto, que he o que ha de fazer alvenaria do dito coarto em preço de duzentos e noventa mil reis os coais se habeterão do compito em que está ajustado com elle dito Miguel Francisco da Silva que são seis mil cruzados e duzentos mil reis, e elle dito Manuel de Gouvea Frias lhe dará toda a pedra chegada ao pée da obra e asim mais aos officiais della em cada dias dous caldos e duas sardinhas e cama a cada hum, elle dará digo elle hirá dando dinheiro asim como for correndo a obra e se obriga per si e em nome de todos os seos herdeiros por sua pessoa e todos os seos bens prezentes e futuros e tersos de sua alma a fazer inteiramente a dita obra, forma da planta e quando falessa se meterá outro mestre de igual inteligencia para acabar a dita obra à custa de seos bens e de seos herdeiros pelo dito Domingos Alvares Braga foi dito que ficava como fica por fiador e principal pagador do dito Miguel Francisco a que dê inteira satisfação à dita obrigação e cumpra as condiçois desta e não fazendo assim a toma e remove sobre si e seos bens como divida propria per si e sem nome de sois herdeiros e para assim comprir obriga sua pessoa e bens prezentes e futuros e terso de sua alma, e disse elle dito Manoel Gouvea Fria que se obriga da mesma sorte per si e em nome de todos seos herdeiros e sussessores a satisfazer o dito mestre os dinheiros da dita quantia e a dar comprimento às condiçois desta escritura por sua pessoa e bens e terso de sua alma e declarão elles partes que havendo acrescentamento na dita obra, se pagaria na forma do ajuste que entre si fassam e havendo deminuição e não concordarem elles partes no valor della meterão dous louvados e assim outorgarão e asseitarão de parte de tudo requererão lho escrevesse nesta nota e desse os treslados necessarios e eu tabeliam como pessoa publica estipullante o asseintante o estipullei e asseitei delles partes e em nome e favor das pessoas ausentes a que tocar possa tanto asseitei delles partes e em nome e favor das pessoas ausentes a que tocar possa tanto quanto devo e posso por rezão de meu officio e disse elle dito mestre que se obriga a habater no dito preço o emporte dos jornais que com ella se fiserão porque com essa obrigaçam justou a dita obra e aqui assignarão depois de lida com as testemunhas prezentes Bernardo Correia ourives e seu aprendis Domingos de Souza e Manuel Ferreira de Moura desta cidade Rua de São Bento das Freiras e eu Antonio Mendes Matos tabeliam o escrevi. Manuel de Gouveia Frias Domingos Alvares Braga

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Miguel Francisco e Silva Domingos de Sousa Bernardo Correia.” Documento 5 – Escritura de obrigação de obra e dos pagamentos dela que fazem Bartolomeu Pinto de Sousa desta cidade e os mestres pedreiros João Martins) e João Lourenço e fianças que estes devam, 28 de Julho de 17396 ADVIS, Cartório Notarial de Lamego, 1.º Ofício, Lv.509/72, fls.134-135. Casas de Bartolomeu Pinto de Sousa, Rua de Almedina e de Almacave, Lamego «Em 28 de Junho de 1739, “nesta cidade de Lamego, nas casas e moradas de Bartolomeu Pinto de Sousa, Fidalgo da Casa de Sua Majestade e morador na Rua de Almacave desta cidade, aonde eu Tabelião vim, estando ele aí presente (…) e bem assim João Martins, natural que disse ser do lugar do Souto, freguesia de Sant’Iago de Coussorado, termo da vila de Barcelos, e João Lourenço, natural que disse ser do lugar de Valinho, freguesia de Corves, termo de Vila Nova de Cerveira, comarca de Viana, ambos mestres de arquitectura de pedraria (…) logo pelo ditto Bartolomeu Pinto de Sousa foi ditto que ele estava ajustado com os dittos mestres destes lhe fazerem a obra de pedraria das casas em que ele vive, sitas na Rua de Almacave e Rua de Almedina desta mesma cidade, pelas plantas que da forma que há-de ser a dita obra que ele ditto Bartolomeu Pinto de Sousa dá aos dittos mestres, em a qual todos se assinaram, a qual obra há-de ser com as alturas e medições que constam da dita planta e tudo o mais que nela se mostra, tudo por conta dos dittos mestres, excepto o abrir dos alicerces que será por conta do dito Bartolomeu Pinto de Sousa, e tudo será bem seguro e com bons alicerces, e que as grossuras das paredes da parte da Rua de Almedina serão de seis palmos até o primeiro andar, das soleiras para cima, fora o alicerce que há-de ser mais largo, com declaração que o ladrilho do patio da lógia da primeira entrada das ditas casas há-de ser por conta do ditto Bartolomeu Pinto de Sousa, e os mais pátios do degrau da escada para diante serão por conta dos mestres com os quais tem ajustado de lhe fazerem a dita obra em preço de sete mil cruzados, dando-lhes o ditto senhor dela toda a pedraria que se achar nas casas velhas, desde as casas em que assiste José Guedes para cima que é donde principiam as obras para cima, e mais além do ditto preço há-de sar o ditto Bartolomeu Pinto de Sousa, senhor da dita obra, aos dittos mestres, uma pipa de vinho ou seis mil réis pore la, o qual melor lhe parecer; e um cântaro de azeite, e Dezanove mil e duzentos réis para ajuda de um calabre, tudo por uma vez somente … .” Tabelião, Manuel da Costa.»

6 Escritura transcrita parcialmente por Alves (2001, Vol.II, 125-126).

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Documento 6 – Obrigação que faz Manuel Francisco Mestre Pedreiro assistente nesta Vila Real a João Pinto da Fonseca (…), 13 de Janeiro de 1751. ADVRL, Cartório Notarial de Vila Real, 8.º Ofício, Lv.47, fls.149-150v. Inédito Duas casas de João Pinto da Fonseca, Rua da Piedade, Vila Real [fl.149] Obriguação que fas Manuel Francisco Mestre Pedreiro Assistente nesta Vila Real a João Pinto da Fonseca da mesma. Saybam quoantos virem este Publico instromento de escriptura de obriguacam em como em dyreito mais lugar haja, e ualler possa que Sendo no anno do Nascimento de nosso Senhor Jesus christo de mil settecentos cincoenta e hum em treze dias do mes de janeiro do ditto anno nesta uilla Real e cazas de minha morada appareceo Prezente Manoel Franssisco Mestre Pedreiro nattural da uila de Arrifana de Souza, e assistente nesta villa Real pessoa reconhecida de mim Tabellião, e por elle foi dito na minha presença, e das testemunhas ao diante nomiadas e asignadas que elle hauia contratado por hum escripto particular com Joam Pinto da Fonceca desta uilla de Re digo uilla Real a hobra de Pedraria de duas cazas que tem na Rua da Piedade da mesma uilla na forma dos apontamentos que hauião feito e se achauão em poder do ditto Joam Pinto da Fonceca com o ditto escripto Particullar de obrigação no quoal se obrigua a fazer a ditta [fl.149v] hobra pello preço, e quoantia de centro uinte e hum mil, e dozentos reis e paguamentos na forma que a obra comece de que logo receba a quoantia de uinte, e hum mil, e dozentos Reis ficando a quoantia de cem mil reis que se hauião de emtreguar em paguamentos igoaes Sendo quoatro os paguamentos Sendo mais obriguado a por a Pedra Pronta, e labrada ate dia de Sam Miguel proximo do anno de mil settecentos e cincoenta obriguando outrosim o Mestre da ditta hobra a meter offeciais bastantes para a factura della de forma que esta numca parace dando-lhe ao comprimento do dito ajuste desta hobra fiador, e que faltando ao cumprimento da obriguacão meteria o ditto Joam Pinto da Fonceca offeciais na hobra a sua custa ou do ditto fiador como mais larguamente constara do ditto escripto de obriguação que por este publico instromento hauia por rateficado e porque ao depois de se selebrar o ditto contrato contratara mais com elle de lhe fazer na mesma hobra huns acrescimos que se declaram em huma planta que se acha em seo poder, e outros mais acrescimos em presso de uinte, e Seis mil e quoatrocenttos Reis; e porque por conta da ditta hobra Comfessaua ter Recebido da mão do ditto joam Pinto da Fonceca a quoantia de cento sessenta e quoatro mil, E dozentos e sessenta reis como constara de seos Recibos, E a obra ainda nam estaua meia feita disse o ditto Manoel Franssisco na minha prezença, e das mesmas testemunhas que elle se obriguaua a acabar a ditta hobra na forma na forma do mesmo ajuste, e que Se obriguaua com seos acrescimos, e que alem destes meteria mais nas quoatro genelas da frontaria da Rua quoatro remates Cobrados cujos apontamentos, e forma delles Se achaõ na Salla das mesmas cazas, e por cima deles fora huma Alquitraua labrada, e todo o mais emTabolamento para cima necessário, e conducente a dita hobra, e toda a Altura que pedir a Rezam da arte, e coatro caleiros de Pedra tambem labrada, e mais huma parede dobrada desde o alicerce ate as traues do Sobrado porque dahi para cima emtra ja na hobra e fara de mais huma porta que uaj para o baixo no pateo de fora resaltiada;

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e que por todos estes acrescimos, e os mais que se aseitaram depois do primeiro contrato Sera elle dito joam Pinto da Fonceca obriguado a dar-lhe allem dos cento, e sessenta mil reis digo mil digo e ssessenta e coatro mil dozentos e ssessenta reis que ja tem recebido a dar-lhe a quoantia de Nouenta mil reis nos quoais se discontaram oito moedas de coatro mil, e oytocentos reis cada huma que foi presso dos Remates das genellas que estauam ajustadas os quoais Nouenta mil Reis lhe paguara em tres paguamentos o primeiro logo a factura deste, e o segundo no meio da hobra, e o Terceiro no fim della os quoais recebera por mam de seo Fiador que der a este nouo contrato; e que se obriguaua por sua pessoa e bens prezentes e fecturos ao cumprimento deste contrato e nam hir contra elle em tempo algum; e que toda a Pedra; que for necessaria para a ditta hobra Sera posta nella a sua custa, e despeza, e que nam quer Ser ouuido em juizo nem fora delle contra o cumprimento deste escriptura Sem primeiro depozitar na mam do ditto joam Pinto da Fonceca a quoantia que hauia delle Recebido Sem que o tal depozito lhe possa pedir fiador porque de Agora para antão ho hauia por abonado Sem Embargo da ley que trata àcerca dos depozitos de que disse era Sabedor, E eu Tabellião lhe declarey seo efeito que disse bem emtendia E tudo o que a seo fauor faria de que dou fe; e todos as mais Leys, Preuillegios, E Liberdades a que chamar se possa; e que de nada queria huzar antes tudo ter, e cumprir na forma acima estipulada; e que para mayor uallidade, e segurança deste contrato aprezentaua por seo fiador, E principal paguador a Franssisco Rodrigues canelhas desta uilla Real o quoal estando prezente Sendo pessoa Reconhecida de mim Tabellião por elle foi ditto na minha presença, e das mesmas Testemunhas que elle conhecia muito bem ao ditto Manoel Franssisco Na uerdade Satisfação e bens, e por isso o fia, e abona na Satisfação da ditta hobra, e dynheiro que tem recebido, e o auer de Receber, e tudo que paguar por elle como seo fiador e promissor, e principal paguadar; E que desta diuida [fl.150] alheya fazia sua propria, e fiaua outrosim ao dito Manoel Franssisco em todo o cumprimento desta escriptura com todas as circunstancias della, e Se Sobmetia debaixo de todas clausullas condisoes, e obriguasões nella contheudas, e declaradas; E dar o que dado cazo que o sobreditto Manoel Franssisco falte em parte, ou em todo ao cumprimento desta escriptura elle Seo fiador, e principal paguador he contente que o ditto joam Pinto da Fonceca podesse meter offeciais a sua custa na ditta obra para a acabarem, e se obriguaua a paguar todo o ajuste e contrato que com elles fizesse uia executiua para o que lhes de logo digo executiua; E que para mais seguranca de tudo e cada couza obriguaua sua pessoa, e todos seos bens moueis, e de rais hauidos, e por hauer, e Terco de sua Alma em geral, e em expecial sem derogado geral as Cazas em que uiue que Sam Telhadas e sobradados com seo quintal sitas na Rua do Cabo da uila desta uilla Real, que partem de huma parte com Franssisco esteues de Caluos, e da outra com cazas de Antonia Maria da Motta desta uilla Real, e que esta especial ipotequa nam derogue o geral de todos os seos bens, nem o geral a especial porque todos quer este sam especialmente obriguados, e hipotecados, asim ao paguamento como ao cumprimento, e todas as mais condissoes clauzullas pennas, e obriguações acima escriptas; e diserão o dito Manoel Franssisco, e seo Fiador que se obriguauão a dentro em seis Mezes dar finda a ditta hobra, e acabada de tudo na forma dos apontamentos e planta dentro em sessenta dias que principiaram a correr do dia da data desta escriptura em diante e a meter des homens cada dia na mesma hobra, e namo fazendo assim, E nam dando finda a dita hobra dentro nos dittos sessenta dias podera elle joam Pinto da Fonceca meter pedreiros na ditta hobra a custa delles Manoel Franssisco, e seo

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fiador, E elles a paguarem-lhe todo o custo, e gasto que emportar o que elle Fiador se obrigua tambem a paguar por sua pessoa e bens E logo apparecera prezente o ditto joam pinto da Fonceca desta uilla Real pessoa Reconhecida de mim Tabeliam, e por elle foi ditto na minha prezenca, e das mesmas Testemunhas que elle aceitaua o ditto contrato, e obriguacão na forma nelle declarada, e se obrigaua por sua pessoa e bens ao cumprimento dos paguamentos delle e a emtreguar a elle Fiador, e principal paguador os dittos Nouenta mil reis nos paguamentos acima declarados; e logo deo e emtregou ao mesmo Fiador, e principal paguador Franssisco Rodrigues o primeyro paguamento que Sam Trinta mil reis os quoais elle da sua mão recebeo em sua moeda de ouro dynheiro corrente neste Reyno na minha presença, e das mesmas Testemunhas, e deo por dezobriguado delle ao ditto joam Pinto da Fonceca o quoal se obrigou a satisfazer os mais aos seos tempos deuidos, e postuados nesta escritura; que hum, e outros aceitarão, e assim o outroguarão e se obriguaram a ter, e cumprimir em juizo, e fora delle por suas pessoas e bens prezentes e futuros e Terco de Alma; e asignaram ambos e de tudo digo e asignaram todos e de tudo foram Testemunhas prezentes: Declararam estas partes em primeiro lugar o fiador, que Se nam intendera com elle a clauzulla depozitaria porque nesta nam concente nem conuem a que quoanto ao tempo para findar a hora que he pronto o de sessenta dias E que sera ate por tudo o mes de Abril proximo uindouro mais oyto menos oyto dias, E que a nam dando finda no ditto tempo podera o ditto joam pinto meter offeciais a custa do mesmo Mestre E que cazo que o inuerno seja grande, e munto tempostuozo em tal cazo se lhe attendera para dar mais tempo ao diante; E que quanto aos offeciais trara quada dia os que poder; e que quanto ao mais declarado nesta escreptura fique em Seo vigor e elle fiador assim o fia e se obriguão a cumprir tudo por sua pessoa e bens e [fl.150v] assim o outroguaram e aceitaram de parte a parte; e declaram mais que elle joam Pinto da Fonceca sera obriguado a dar o dynheiro para a ditta hobra se dar as uezes que o ditto fiador lhe pedir, e nam lho dando parara a obra ate lho dar e isto ate satisfação do resto que lhe deue; e assim o outroguaram e aceitarão de parte a parte e se obriguaram a cumprir tudo por suas pessoas e bens; e asignaram todos e foram Testemunhas Prezentes joze pereira da cunha Pimenta Filho de domingos Pereira da cunha desta uilla Real e domingos Fernandes jolheiro natural de cottos e assistente nesta uilla Reall e que todos aqui asignaram depois deste lhe ser lido, e declarado em modo que bem a entemderam por mim sobreditto tabellião Manoel Caetano Teixeira da Cunha que o escreuj. Manuel Francisco de oliveira Francisco Rodriguez Domingos Fernandez João pinto da fonseca Jozé Pereira da Cunha Pimente Visto Em reZidencia do Doutor Joze Antonio de Souza e Faria Sa Visto em Correição de 1751 [rubrica ilegível]

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Documento 7 – Escritura de obrigação e fianças que dão João Lourenço e seu irmão Matias Lourenço mestres pedreiros e José Teixeira Bacelar todos de Vila Real a obra das casas que tomarão a João Félix de Queirós do lugar de Sanhoane do termo de Penaguião, 5 de Maio de 17607 ADVRL, Cartório Notarial de Vila Real, 5.º Ofício, Lv.52, fls.94-96 Acréscimo da Casa de João Félix Queirós, Sanhoane (Santa Marta de Penaguião) [fl.94] Escriptura de obrigação e fianças q dao João Lourço e Seu Irmão Mathias Lourenço mestres pedreiros, e Jozé Teixra B.ar todos de V.a R.al a obra daS cazas q tomarão a João Félisde qr.os do Lugar de Sanhoane do Termo de Pennag.am Anno do Nascimento de Nosso Sinhor Jezus christo de mil e Setecenttos e Setenta nnos aos Sinco dias do Mes de Mayo do dito anno neste lugar dos Torneyros que he do termo de Villa Real aonde eu tabelião vim, e ahi nas cazas da quinta de João Feliz de queiros do lugar de Sanhoane que he do termo de Villa Real aparesseu prezente digo termo de Pennaguião aparesseu prezente Joze Caetano de queiros de Mesquita Irmão do dito João Felis e sendo pessoa conhecida de mim Tabaliao de que dou fe por eLe foi dito que eLe e seu Irmão aSima dito estavão justos e contratados de dar hum acrescimo de Cazas nas que tem em o dito lugar de Sanhoane que he na forma de hum apontamento abaixo escripto cujo acressimo e obra teem justo de toda a pedraria, e madeira que neceSessario for com João Lourenco e Seu Irmão Mathias Loureço ambos pedreiros com Joze Teixeira Bacellar Mestre carpinteiro e todos de Villa Real a coal obra ajustava em preço e quantia de duzentas e trinta moedas de ouro cada hua de quatro mil e oitocentos [fl.94v] reis, cuja obra consta na forma do apontamento ao deante copiado cujo thior he o Seguinte duas sallas, a prençipal que fica na frontaria sera em comrrespondençia da que se acha ja feita de pedraria e madeiras e forro, e portas e nesta mesma salla será o portal para a servidão da rua que he a entrada da escada, e esta tambem de pedra de Cantaria na forma da planta, comrrespondente a mais obra que se acha ja feita e asim mais outra Salla, da mesma forma menos na grandeza que ocupara todo o vam que fica livre da escada e todo este acressimo e obra serão obrigados os ditos mestres a fazella na forma da planta por que Se ajustou a mesma obra cuja Se acha aSignada por elles sobreditos Mestres e Seraõ estes obrigados a dar tudo feito e acabado tanto de pedraria como de carpintaria desde a factura desta digo deste mes de Julho que embora vier deste prezente de mil, e Setecentos e sessenta, athe outro tal mes do anno de mil e Setecenttos e sesenta e hum, e que os pagamentos todas as vezes que pelos ditos Mestres pedido lhes forem declaraçap que telha e cal fo digo e cal não faz por Conta dos ditos Mestres e Sim por elles Senhorios da mesma obra, e que agora ao fazer desta lhe dava para principio de comprar madeiras do mais que neSecessario lhe for quarenta moedas e a da huma de qutro moç e oitocenttos Reis e Logo pelos ditos mestres foi dito que aSittavao a obrigação de fazer esta obra [fl.95] pela referida quantia de duzentos e trinta moedas de ouro Se obrigavao a fazella tanto de pedraria como de Carpintaria do referido Julho deste prezente anno athe outro tal mês do anno de mil e Setecenttos e Setentta e hum, tudo na forma da pLanta que aSignaraó porque se ajustarão a dita obra e que para o Comprimento e Segurança da dita obra 7 Escritura parcialmente transcrita por Ferreira-Alves (1983, 252-253).

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obrigavao Suas pessoas e bens havidos e por haver prezentes e feturos e terços de Suas alma em geral, por especial todos os que tem e possam e querem que todos aqui a Leia e …ados durante esta obrigação, e que para maior Segurança tanto do comprimento da obra como das quarenta moedas que agora Recebem e aos diante Receberem, e disserao obrigavao de que de serão aprezentavao por seus fiadores abonadores e verdadeiros aprimissores a Andre Correia de Figueiredo e ao capitão Manoel de Mattos de Figueiredo ambos da mesma Villa Real aos quais esta ndo prezentes disserao perante as testemunhas abaixo aSignadas que elles conheciao muito bem aos sobreditos Joao Teixeira Basselar e Joao Lourenço e Mathias Lourenço por sua verdade Satisfaçao e bens e por isso os abonavao fiavao e por elles queriao Satisfazer tudo o que elles deixarem de fazer na dita obra por Suas pessoas e bens e que cazo os ditos não acabem a dita obra, no tempo que aSima dito fica poderem [fl.95v] os ditos Joze Caetano e Seu Irmaõ Joao Felis meter oficiaiz acabar o que faltar a custas delles fiadores a cuja satisfação e seguranda da dita obra disserao Se obrigavao por Suas pessoas e todos ps Seus bens em geral com o … partes e querem aqui todos aqui as Liao e p… durante a obrigação da dita obra e Logo outro Sim pelos ditos Mestres foi ditto que todos juntos e Cada hum de perssi em Solidum Se obrigavao a dar comprimento e finda a dita obra e a tirar a … aSeus fiadores desta obrigação e queriao que o que … o dinheiro e Satisfizesse aos oficiais e … com todas as dispezas e neSessarios para a dita obra a Camara da … Mathias Lourenço e que este Sera obrigado a dar conta de toda a dispeza e dinheiro que receber para no fim da dita obra se partir por todos os tres as ganancias ou perdas Se as ouver, e o dito Mathias Lourenço Receber agora Logo a dita quantia de quarenta moedas na minha presença e mesmas testemunhas e disse Se obrigava a dar conta de tudo o que depender e Receber e assim o disseram huns e outros rogarão e aSignarao de parte a parte e eu Tabaliao como pessoa publica estipulante e aSeitante o estipulei e Aseitei em nome das partes prezentes e não prezentes o que toca e tocar posatanto quanto devo e posso em razão do meu ofiçio e [fl.96] se decLarao todos juntos que Se nesta escriptura faltar alguma palavra ou palavras por direito neSessario asham aqui próprias pessoas e declaradas como Se de cada huma fizesse expressa declarada menção e aSignaram aqui com as testemunhas prezentes que atudo a estavao, Antonio Correia Monteiro do Lugar de Sam Martinho de Anta, e Joze de Souza Cazeiro que he dos próprios Joze Caetano de queiros e Joao Feliz que todos aqui aSignaram depois desta lhe ser Lida e declaradas por mim Joao Pereira de Carvalho Tabaliao que o escreui. Joze Teixeira Bacellar Mathias Lourenço de Mattos João Lourenço de Mattos Andre Corra de Figdo An.to Correia Mont.ro Joze de Souza (José Caetano de Queirós de Mesquita e João Felix de Queirós)

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Documento 8 – Escriptura de contrato obrigação e fiança feita entre Domingos Martins Pereira do lugar de Fornellos concelho de Penaguião com Mathias Lourenço e seu irmão João Lourenço e Joze Teixeira Bacelar todos desta Vila Real, 26 de Novembro de 17608 ADVRL, Cartório Notarial de Vila Real, 2.º Ofício, Lv.24, fls.41v-43. Cedência de obra de carpintaria da Casa de João Félix Queirós, Sanhoane (Santa Marta de Penaguião) a Domingos Martins Pereira [fl.41v] Escriptura de contrato obrigação e fiança feita entre Domingos Martins Pereira do lugar de Fornellos concelho de Penaguião com Mathias Lourenço e seu irmão João Lourenço e Joze Teixeira Bacelar todos desta Vila Real Saibam quantos virem este publico Jnstromento de escriptura de contrato obrigação e fiança ou como em direito milhor e mais lugar haja e valer possa que sendo no anno do nascimento de nosso Senhor JESUS Christo de mil e septecentos e sessenta annos aos vinte e Seis dias do mes de Novembro do dito anno nestta villa Real e Cazas da minha morada e meu escriptorio apparecerão prezenttes de huma parte Mathias Lourenço de Matos e Seu Jrmão Joam Lourenço de Matos Mestres Pedreiros e e Joze Teixeira Bacelar mestre carpinteiro odos desta villa Real e da outra Domingos Martins Perejra d lugar de Fornellos Concelho de Penaguião pessoas que eu Tabeliam Conheco e Reconheco pellas próprias aqui nomeadas de que dou fee e pellos ditos Mathias Lourenço de Matos e Seu Jrmão Joam Tejxejra Bacelar foi dito na minha prezença e das testemunhas ao diante nomedas e a signadas das que elles todos tres havião tomado a perca e a ganancia de pedraria e Carpintaria na forma da planta e apontamentos e mais acrescimos daCrescento das Cazas em que viue Joam Felis de queiros de Sannoahe Concelo de pennaguiam e per que estauam Contratos de dar a obra de Carpintaria ao dito Do mingos Martins Perejra ha deuia pello preço e Condiçoens Seguintes que elle dito Domingos Martins Perejra ha de fazer toda a armação das mesmas cazas caibros latas(?) e tudo o mais percizo aSim Como Sam cinhas Jacentes e tudo o mais neSecario para ..... armação da mesma Caza Como tambem Coatre traues caibros barrotes Sobrados taipas pintas(?) e genellas que parte(?) das entre genelllas e pertas(?) ham de Ser portas para onze por taes e genellas e perta(?) para huma frestta Como tambem toda a Ferrage de pregos do bradicas e toda a mais Ferraige na forma das outras pertas(?) que se achão nas mesmas Cazas e que as portas e genellas hão de Ser de madejra de Castanho boma(?) e de Receber e com o mesmoo feitio Com que se achão feittas as que Se achão nas mesmas Cazas e que as madejras de toda esta obra [f.42] esta obra de Solha traues caibros barrotes ha de ser de madejra de Castanho e emgruçura e banda de Como a que se acha nas mesmas Cazas e que ...uam(?) da escada e Comedor há de Ser armado de caibros humas taipa para outra de Sorte que Se possa forrar da esteira tudo bemfeito e contoda a Segurança na forma dos a pontamentos que Se acham feitod na escriptura de obriga digo escriptura de obrigaçam que elles fizeram para a mesma obra ao dito Jiam felis de queirós e a Seu Jrmam Joze Caetano de queirós e toda estta obra ha de Ser feita em athe o fim de Agosto do anno que em boa hora vier de mil Septecentos sessenta e hum e per preço e quantia de dozentos vinte e Sinco mil Reis sim outra Couza mais 8 Escritura parcialmente transcrita por Ferreira-Alves 1983, 253.

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alguma pagos entre os pagamentos Jguais digo paga mentos a primejro de outenta mil Reis o qual Logo lhe foi contudo ao fazer destta escriptura na forma que aodiante Se deClara e os outros dous pagamentos do resto que vem a Ser Cento e quarenta e Sinco mil Reis Seram providos ao mejo e hum sera pago no mejo da obra e o outro no fim e que feito que seja e prefeita a dita obra seram vista e examinada pello mesmo Joam felis de queiros e Seu Jrmam e que aprouando a dittas e dando a per bem a ficam a obra perfeita e Se lhe dara e acabara de pagar tudo e que Se lhe Restar e pendo lhe elles alguma da vida Sera obrigado o dito Domingos Martins Pereira a tiralos della ou emmendara aquilo mesmo que elles duvidar e per(?) e que aos dous pagamentos que faltasse a fazerem lhos no tempo asima dito Sastisfazem do elle Como dito hé obrigasam suas pessoas e bens e com especial se obrigaçam a Concinarlhos[?] na mais[?] do dito Joam felis de queiros e logo disse o mesmo Domingos Martins Pereira na minha prezença e das mesmas Testtemunhas que elle Se obrigaua a fazer a dita obra de Carpintaria na forma asima dita Com todas as Condiçoens e CLauzulas e obrigacoens que a Sima Se acham escriptas Sendo toda a madejra de Castanho bema[?] e de Receber e toda a Ferraige e pergaria per Sua Conta r na forma da mais obra que Se acha nas mesmas Cazas e Com o mesmo feitio e Comrespondeçia e que Se obriga tambem a... rar os Caibros e taboas do Solho do patio da entrada [fl.42v] da entrada tudo na forma e Com as Condicoens escritas e deCLaradas na planta apontamentos em os aCresimos que Se deClaram na esriptura de obrigacam que os ditos mestres fizeram ao dito Joze Caetano de queirós feitta na notta do Tabelliam Joam Perejra de Carualho a qual elle Domingos Martins Perejra disse hauia visto e a entendiamento bem e na forma de lla Se obrigaua tambem a cumprila na forma da mesma obrigaçam E Logo o dito Mathis Lurenço de Mattos lhe Contou na minha prezença e das mesmas Tes temunhas a ditta quantia de outenta mil Reis do primejro pagamento a qual elle Contou e achou Ceira(?) e per esta Razam meteu(?) em Si e disse que Se obrigraua a dar feita e acabada toda a ditta obra na forma que dito hé em lhe o fim do mes de Agosto do anno que ha de ver de mil Septecenttos sessenta e hum como tambem se obrigaua a fazer a Referida obra muito a Contento do Se nhor della e atindo(?) de toda a duvida que elle lhe ponha e a Jmendarlha a Sua Sastifaçam tudo Sob a obri gaçam de Sua pessoa e de todos os Seus bens moueis e de Rais direitos e acçoens e terço de Sua alma e que para major Segurança firmeza validade e Jnteireza deste Contrato aprezentaua por seus fiadores e principais pagadores a Francisco Rodrigues Nogueira do lugar de Fornellos morador para a parte donde hé o dito lugar Concelho de Fontes e Joze Montejro da villa de fontes ambos do dito Concelho de Fontes ambos pessoas que eu Tabeliam Conheço pellos proprios aqui nomeados de que dou fee e per elles foi dito na minha prezença e das mesmas Testtemunhas ambos juntos e cada hum per Si Jn Solidum que elles Conheciam muito bem ao dito Mestre Carpinteiro Domingos Martins Pereira Sua verdade Sastisfaçam e be...s digo bens e per isso o fiam e abonam na bem a perfeiçam Segurança capacidade e bondade da factura da dita obra e a que aha de dar feita em lhe[athe?] o fim de Agosto do ano que ha de vir de mil septecenttos Sincoentta e hum digo de setecentos sessenta e hum e a que o mesmo mestre cumpra com todas as Condiçoens CLauzulas pennas e obrigaÇoens asima deCLaradas e que faltando a todas ou a alguma dellas as que sem Sastisfazer per elle e tudo per elle pagarem e sastisfazerem Como Seus fiadores exprimiçores(?) e prin[f.43] e principais pagadores a cuja Sastisfaçam obrigaçam Suas pessoas e todos os Seus bens moueis e de Rais havidos e por haver direitos e accoens e tercos de Suas almas........ e especiais e ........... e aSim outorgaram e obrigava... Cumprir

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per Suas pessoas e bens e o a feita(?) sas(?) porte(?) e parte e o dito Domingos Martins Perejra disse que obrigaua digo que Se obrigaua per Sua pessoa e bens a tirar a parte e a Saluo os ditos Seus fiadores desta fiança e abonaçam e aSignaram aqui todos os sobreditos e de tudo foram testemunhas prezentes Manoel Caetano Teixejra da Cunha e Francisco Joze Coelho desta villa Real que todos aqui a Signaram despois desta lhe Ser lida e deClarada per mim digo deClarada e em modo que bem a entederam por mim Sobredito Tabeliam Joze Alues Pinto que o escreuj e declaram que as madejras da dita obra ham de Ser todas cecas e bemas(?) e que a armacam das Salas ficara bem de zenpenada de forte que Se poçam forrar a Salas e armadas de cajbros de Sorte(?) que Só Se lhe ponha forro e que enquanto aos aponta mentos se acham na mam do dito Joze Caetano de queirós e na forma delles que ha de Ser feita a dita obra por quanto os vio(?) Já muito bem e que Sam feitos pella man do dito Joam lourenço de Mattos e mais nan deCLaram e aSigna ram todos Sobreditas Testemunhas e eu Sobredito Tabeliam a escreui. Mathias lourenso de Mattos João lorenco de matos Joze Teixeira Bacellar Domingos Martins Pereira Francisco Rodrigues Nogueira Joze Monteiro Manoel Caetano Teixejra da Cunha Francisco joze Coelho Documento 9 – Escritura de “Obrigasam e feansas que faz e da Mathias Lourenso mestre canteiro desta Villa Real e satisfasam da hobra da capella e quatro hopé della que pretende lhe fassa Joam Felles de Queiros de Mesquita do lugar de Sanhoane conselho de Penaguiam na forma abaixo declarada”, 11 de Janeiro de 1770 9 ADVRL, Cartório Notarial de Vila Real, 1.º Ofício, Lv.63, fls.54v-56. Capela e «quarto mistico» da Casa de João Félix de Queirós de Mesquita, Sanhoane (Mesão Frio) [fl.54v] Obrigasam e feansas que faz e da Mathias Lourenso mestre canteiro desta villa Real e Satisfasam da hobra da capella e quatro hopé della que pretende lhe fassa Joam Felles de Queiros de Mesquita do lugar de Sanhoane Conselho de Penaguiam na forma abaixo decLarado Em Nome de Deus aMen Saibam quantos este publico enstromento de escritura de obrigasam e fiasas ou em como direito Milhor Lugar haja e mais valido Seja e achamor se posa virem que Sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus christo de mil e Settecentos e Setenta aos honzze dias do Mes de Janeiro do Dito anno nesta villa Real e Escritorio de Mim

9 Esta escritura encontra-se parcialmente transcrita por Ferreira-Alves (1983, 255). Infelizmente, não conseguimos ver o documento original, pois a cota não corresponde à actual.

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Tabaliam Antonio de Souza e Paes ahi apareseu prezente Mathias Lourenso de Matos Mestre Canteiro desta Mesma villa Reall e Reconhecido de mim TabaLiam pello próprio que dou fe e por elle foi ditto na Minha presença e das testemunhas ao diante nomiadas e no fim desta nota aSenadas que Elle estaua aJustado e Contratado com Joam Fellis de queiros e Mesquita do Lugar de Sanhoane conselho e penaguiam de lhe fazer huma Capella e hum quarto mistico a Mesma com distancia de catorze ou quinze palmos …mente de pedraria na forma de hum dos dous apontamentos ou plantas que Se acham ahinda em puder do mesmo Joam felis de queiros dos quais hé hum delles feito per elle outorgante e o outro por hum canteiro galego que aseste em Sedadelhe ao pe de Mizam frio quaL delles Melhor lhe agradar escolher e bem lhe pareSer a assinar [fl.55] o quaL apontamento ou planta Sera hobrigado o dito Joam felis de queiros a emtregallo a Elle outorgante ao depois de o Asinar para a vista da Mesma planta fazer a dita capella e coarto na forma della e do apontamento Seguinte = a Saber que escolhendo o dito Joam fellis ou fazendo melhor Ileisam na planta ou Risco que veio de Sedadelhe nam Sera o ocollo da mesma capella feito como esta a do taL Risco mas Sim Sera feito como esta o Risco da planta que elle outorgante fes como tambem Sera obrigado elle digo elle outorgante a fazer na dita capella a targe que Se acha na mesma planta que elle outorgante fes e as piramides seram tres conforme o dito Joam Felis se inquelinar e as paredes das Suleiras para sima teram tres palmos e meio de grosura e Trinta e quatro palmos de Altura livres das impenas e as alvenarias Seram feitas como as do quarto novo das cazas do mesmo Joam Fellis que elle outorgante fes como tambem lhe fara mais huma fresta para a parte poente na forma do Risco e da parte das cazas levara huma porta que tera sinco palmos de largo e nove de alto apilarada pella fasse de dentro da capella e huma pia para a agoa benta e levara a dita capella dous cunhais pella parte de tras que sera hum de duas fasses e outro de huma como tambem tera huma porta no quarto mistico a dita capella apilarada per fora somente huma fresta para dar lus ao corredor que hade ir para a mesma capella que a factura desse nam he pertensa desta hobra e levara mais huma porta ou portal para passaje da sacristia e capella e mais huma fresta bem rasgada por dentro no quarto alto que he por sima da passaje da porta da sacristia e toda esta hobra hade ser feita a frontaria da dita [fl.55v] capella na forma do risco da Pedra fina como a que se acha nas mesmas cazas que elle outorgante fes e toda a mais cantaria que levar a dita hobra sera do Barreiro ou Morganho e toda a cantaria sera asente em cal isto trasada(?) isto Se entendera na forma do Risco a que Se inquelinar; que os claros ham de ser destes de Pedra de Aluenaria como tambem toda a mais hobra e a pedra de cantaria que for presiza para a dita obra na forma aSima dita Sera elle outorgante obrigado a polla pronta a Sua custa no dito Setio e da mesma Sorte a cal para o Asento della; e toda a Pedra de Aluenaria que for persiza Sera o ditto Joam Fellis obrigado a polla pronta na dita hobra a Sua custa como tambem o Barro para o Asento de … ALiserse de toda a ditta hobra Serra Elle dito joao Fellis tambem obrigado a Mandallo fazer a Sua custa e Somente Elle outorgante lhe daro dous oficiais de Pedreiro para o ApLumar a qual terá de fundo das SuLeiras para Baixo quatro athe cinco plamos e a fontaria da dita Capella Sera da parte de dentro em Saleirada de Pedra Loarinha e da parte de Fora de Pedra de Cantaria isto Se entende em todo o Comprimento do Mesma Fontaria e Se o dito Joam fellis e ao depois de fazer escolha em huma das duas plantas lhe agradar Mais Alguma coaza da outra que deixar o declarara per sua Letra na que escolher e aSinar e Elle outorgante Sera obrigado a fazerlhe na frontaria da dita capella sendo perfeita para a perfeissam della hade esta hobra na

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sobredita forma aSima declarada e da planta que ficar delle outorgante aSinar e declarada pello outrogado Sera Elle outorgante obrigado a fazer e dar completa finda e acabada de pedraria tam somente em vinte do Mes de Julho que vem do anno prezente por preso e quantia de Seiscentos catorze mil quatrocentos Reis que elle dito Joam fellis Sera hobrigado a pagar lhe por aSem Sea..tarem ambos na forma Seguinte a Saber Trezentos mil Reis por parsellas [fl.56] para a despeza que elle outorgante fizer em cortar e conduzir a pedra de cantaria e o mais resto o hira dando o outrogado a elle outorgante por ferias pello Discanso da fasam da dita hobra em Athe Se completar e Somente lhe ficaram na Man Sicoenta Mil Reis em Athe que a Mesma hobra seja aprovada quantam lhos entregar e a satisfasam de tudo no cazo de nama ver falensia nos pagamentos na forma ditta disso Elle outorgante Se obrigava por sua pesoa e Bens Moveis e de Rais dereitos e A… Terso de Sua Alma tanto ao comprimento da hobra na forma que aSima Se declara com a Satisfasam do Denheiro no cazo de faltar a Ella para a Mesma ser feita a Sua custa por outros Mestres Sem a isso por Duvida ou embargos Alguns e que para Maior Siguransa deste contrato apresentava como Logo apresentou por Seu fiador abunador e principal pagador a Joze de Meirelles Alves Mestre Ferreiro desta mesma villa Real o qual Estando prezente e sendo outro Sim pesoa de Mim Tabaliam Reconhesido pello próprio de que dou fe por elle foi ditto na minha prezensa e das mesmas Testemunhas que por elle conhecer muito bem a verdade satisfasam e bens da pessoa do dito Mathias Louenso de Matos a ffiava e abunava em toda a Satisfasam do cumprimento da dita hobra e dinheiro que a Respeito della Reseber e queria pagar por elle tudo a que o mesmo deixar de pagar e fazer tudo a que o mesmo deixar de pagar e fazer tudo por sua pesoa e Bens Moveis e de Rais havidos e por haver e terso da alma e sem a hiso perda vida ou Embargos Alguns e que por … Elle ou o ditto Mathias LourenSo nom Seram ouvidos com elles em Juizo Sem primeiro [fl.56v] depozitarem o presso da dita hobra ou Resto que faltar para o complemento della isto no cazo de nam have falta da parte do outorgante da prontidão dos pagamentos na forma atras declarado que a Aella na m Avera obrigasam da parte delle outorgante de continuar com a hobra e todo o Denheiro que o outrogado for dando a elle outorgante por conta da dita hobra Sera Entregue por Resibo passado na mam e Letra delle mesmo outorgante e com testemunhas sem o que nam terá vigor Algum e assim o dseram e outrogaram Elle dito Mathias Lourenso e Seu fiador e mandaram ser este instromento feito nesta minha nota por me ser Distrobuido e que della lhe disse os Treslados nesesarios os que compror todos de hu topr e Eu Tabaliam como pesoa publica Estipulante e aSeitante o estipulei e aSeitei em nome das partes prezentes e das mais a que tocar pode abzentes tanto quanto em direito devo e poso em Rezam do meu officio e aSinaram a quis outorgante e Seu fiador Sendo a tudo testemunhas prezentes Joze Botelho de Souza e Manoel de Freitas desta mesma villa que todos o aqui aSeneram de pais depois deste instromento lhe ser Lido e declarado por Mim Antonio de Souza Paes Tabaliam que a escreui. Mathias Loureço de Matos Joze de Meyrelles Alurz. Joze Botelho de Souza Manoel De Freitas

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Documento 10 – Escritura de obrigação que faz da obra de pedra de cantaria Bento Rodrigues do Reino da Galiza a D. Maria Engrácia Caetana Pereira de Santa Marta desta vila de Penaguião, 23 Julho de 1772 ADVRL, Cartório Notarial de Santa Marta de Penaguião, 3.º Ofício, Lv.109, fls.25v-27v. Inédito Casas de D. Maria Engrácia Caetana Pereira, Santa Marta de Penaguião

[fl.25v] Escriptura de obrigação que fas da obra de pedra de Cantaria Bento Rodrigues do Rejno de Galiza a D. Maria Engracia Caetana perejra de Santa marta desta villa de PennaGuiam Em Nome de Deos amem Saibão quantos este publico instromento de Escriptura de Contrato de obra de pedra de Cantaria ou Como em direito ser posa e mais Lugar haja tenha Sua Forsa e uigor em juizo e fora dele virem que Sendo no anno do NaSimento de Noso Senhor jezus cristo de mil e SeteÇentos e Setenta e dois annos aos uinte e tres dias do mes de Julho do dito anno em este Lugar de Santa marta que he do Concelho de Penaguiam em as Cazas e moradas de D. Maria Engrançia Caetana pereira ahonde eu Tabaliaõ fui uindo a Rogo de partes a Saber de huma o dito Bento Rodrigues do Rejno de galiza e de outra a Dita D. Maria Engracia Caetana pereira peÇoas bem ReConheçidas de mim taballião testemunhas nesta abajxo nomiadas e no fim della aSignadas e Sendo diguo aSignadas que parthe Fé serem todos os propios e Sendo elles aSim prezentes Logo pello dito Bento Rodrigues me foi aprezentado hum bilhete de DestrebuiSão do Destrebuidor destes Conçelhos Antonio duarte pereira em que Consta o ser-me esta Escriptura destrebuida que Seu theor e forma he o Seguinte__ A folhas Sento e quatro verso Escriptura [fl.26] de obrigasão que fas de obra de Pedra de Cantaria Bento Rodrigues do Reino de Galiza a D. Maria Engracia Caetana perejra de S. Marta desta uilla de Pennaguião em uinte e tres de Julho de miL e Setecentos e Setenta e dous annos = A queiros = Pereira = e não se Continha mais em o dito bilhete de DestrebuiSão que bem e fielmente aqui tresladej do Propio e ao Liuro da DestrebuiSão me Reporto e Sendo elle aSim tresladado Logo pello dito Bento Rodrigues foi dito que ele estaua Justo e Contratado Com a dita D. Maria Engraçia Caetana pereira de lhe tomar a obra de Pedraria de Cantaria em as Cazas que lhe fas e o fas na forma seguinte a Saber a Altura das pedras dos cunhais não terão de Altura mais de dois palmos e mejo athe tres athe as traues e dai para sima dois athe dois e mejo teraõ Rabos para as aluenarias porem os parelhos terão todos ao menos tres palmos de Rabo e alguns mais e declararou que os apilarados terão quatro dedos de Alto de pilar para milhor sairem as cantarias todas as pedras dos cunhais naõ terão menos de dois palmos de leito bem aSentes Como tambem os portais das loges e de patio e Cocheira que estas serão pella Largura e Altura do Risco ou mais de for nesesario apilarado pella parte de fora e os mais portais isto se entende o portal da loge que os mais serão tanto da çollejra como o da entrada e Janellas e mais portas serão todas apilarados por fora e por dentro e a largura dos apilarados sera como sam os de Alvaro pinto de Figuejredo todos os tranqueiros de todos os portais não terão de alto mais de tres palmos podendo ser menos as agulhas de Sima aparelhos de dentro não terão menos de quatro palmos de Rabos Liures dos pilares os Leitos destas agulhas aparelhos serão de Sorte que façam boma Cabeça para que no meyo Leue piqueno feçho cujos fechos serão todos os que Leuão de Rabo para dentro

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esto se estenda nos portais da loge por Coanto as Janellas de Sima e portais interiores todas teram de Alto doze palmos de largo seis e Altura mais meio [fl.26v] palmo que as de Aluaro pinto e não menos de outo palmos de Leis fora os pejtoris que Serão apilarados por fora e por dentro o feitio das Janellas e portais na forma que esta no Risco Com Seu CoLarinho a Roda por sima das padiejras e os mesmos Rabos terão Coatro palmos fora dos apillarados e pedras de cabeça de Sorte que entre anbos ençham todo o groso da parede com os pillares não leuando tranquejros nem agulhas que tenhão mais de tres palmos de Alto emquanto peitoris e Seus peitos todos Seraõ de Cantaria juntamente todas as Solejras de todos os Portais geralmente Seraõ de Cantaria e declaro que toda a Cantaria Sera bem Lavrada sem folha alguma nem Cantos quebrados e que nos agudos os oCulos na forma milhor fazendo por fora sua moldura bem feita e as aduelas das bandas meterão Rabos athe mejo da parede ficando bem atados Com a parede e logo as portas de Cantaria e jenellas e guarda Roupas Serão metidos aonde pedir a Senhora da obra e Serão apilaradas e Labradas pella parte de fora porem Com a mesma Sigurança dos mais na forma que fica dito a Escada sera feita na forma do Risco se ela tiuer des plamos de largo a lios os Leuara com Sua quartelha bem feita e Corrimaõ que não sera da mesma Com Sua moldura por sima como se Costuma e faxa por baixo para se deuedirem as aluenarias os degraus serão de Redondo filete e meja cana e esta terá de uam Liure de Corremam des plamos e o mesmo tera de Largo hum arco de Cantaria que na mesma Se lhe ha de fazer para pasaje da escada declaro que o arco sera apilarado por fora e por dentro dando-lhe nas aduelas o Levante nesesario para nam estronar a pasaje da escada e os pes deste arco Leuarão agulhas de Sinquo plamos e huma parte diguo em huma outra parte as aduellas serão intejras os cunhais Leuaram uazas e o mais na forma do Risco e a Cornija sera pelo feitio da milhor das Cazas de Aluaro pinto de Sanhoane Leuara os fugois e Chamine que pedir a Senhora da obra os quais os ajustara ou fara a dita por Sua Conta declaro que [fl.27] que a Cornije não tera menos de quatro palmos de Rabo e de des em des palmos Leuara juntouro toda a Cantaria desta obra sera branca e dura e nada amarella fora guindastre por Sua conta as Jeinellas de dentro Se entende de Cozinha corredor e alguma mais oculta que quizer meter na obra serão de Seis palmos de Alto e Sinquo de Largo estas a preço de moeda e meja por Serem meias Janellas mas com sigurança Leuando Rabos para dentro na forma dos outros as Janellas dos baixos a preço de noue mil Reis com as mesmas alturas e Larguras das outras mais prinçipais a Sigurança Como fica dito os Cunhais como fica dito cada hum em preço de Sincoenta e dois mil Reis os que quizer meter a Senhora da obra as mais portas e Janellas altas e baixas a dezanoue mil e Seissentos isto sendo intejras e apilaradas por dentro e por fora a Cornije não Leuando mais que palmo e mejo sera o palmo a Cruzado isto se entende não Leuando de Altura de palmo e meio sendo mais Alto meio palmo subira o que for Justo a escada e arco e Corrimão e pedestal do Remate do corrimão do fundo da escada vinte e duas moedas oculos aonde os pedir Cada hum na forma atras declarada em preco de Sinquo mil e quinhentos Cada hum e cazo haja algum acreçento mais ou mudança na dita obra se Respeitara o Seu mereçimento a cuja obra se obrigaua a’sistir em todo o tenpo Com os ofiçiais perSizos em modo que nunca pare a dita obra nem estejão os ofeçiais de Aluenaria em quedo por Conta da falta da Cantaria e loguo aprezentaua por fiador a dita obra a Luis Antonio Mestre Pedrejro que foi morador na fregueZia de S Miguel o qual por estar prezente por ele foi dito que por ele digo que ele ficaua por fiador desta escriptura e Se obrigaua a todas as Clauzulas della Como se de cada huma se fizeçe expreça e declarada menSão

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por Ser feita na forma dos apontamentos que o dito Bento Rodrigues tinha Justo e aSignado [fl.27v] a Cuja obrigaSam Se obrigaua por Sua peçoa e bens moueis e de Rais e terços deles e declarou ele dito Bento Rodrigues tinha Ja Recebido a Conta da dita obra quatrocentos e uinte e tres mil SeisSentos e outenta Reis athe a fatura desta Cujo tinha Reçebido da mão della dita D. Maria Engracia Caetana perejra e declarou mais ele dito bento Rodrigues que os Cunhais teriaõ de Alto quarenta palmos na forma dos apontamentos que fes no mes de outubro de Setenta e hum E em testemunho de fe de uerdade aSim o quizerão e outorgarão e Rogarão a mim Tabaliam que esta sua escriptura lhe fizeçe nesta nota para dela dar os treslados neSessarios o que eu de Seus Rogos fis e não ex oficio e Como peçoa publiqua estipulante e açeitante deles estipulej e aÇejtej em nome das partes a que tocar posa prezentes e não prezentes e aSignaram eles partes aSima nomiadas e forão testemunhas prezentes Manoel perejra mestre ferrador deste lugar de Santa marta e João pinto da uila de fontes que todos aqui aSignarão Com a dita D. Maria Engraçia Caetana pereira que por estar prezente diçe aÇeitaua esta escriptura na forma que feita estaua com todas as suas Clauzulas e condiSois e eu Joze pinto de quejros Tabaleão que a escreuj e declarou ele dito fiador que se auaLiarão a obra que estaua fejta e a pedra que estaua quebrada e achando-çe ter ja Reçebido de mais do seu ualor não teria elle fiador diguo do seu ualor o alegaria o exçeço athe o que Sobre a dita Senhora e o Sobredito Tabalião que o declarej na prezença das mesmas testemunhas D. Maria Emgracia Caetana Pereira Bento Rodrigues Manuel Pereira do + Fiador Luis Antonio João Lourenço Botto Documento 11 – Escritura de ajuste de obra de cantaria que faz Bento Rodrigues Mestre Pedreiro assistente em São Miguel ao Reverendo José Ignácio abade da Quinta das Cabanas e seu irmão o padre Manoel Queirós do mesmo todos do termo desta vila de Santa Marta, 22 de Dezembro de 178010 ADVRL, Cartório Notarial de Santa Marta de Penaguião, 5.º Ofício, Lv.66, fls.40v-42v. Casa da Quinta das Cabanas, Sanhoane, Santa Marta de Penaguião [fl.40v] Escritura de ajuste da obra de cantaria que faz Bento Rodrigues Mestre pedreiro asistente em Sam Miguel ao Reuerendo Joze Ignacio abade da quinta das cauanas e seu jrmam o padre Manoel de queiros do mesmo todos do termo desta villa de Santa Marta Em Nome de Deuz aMem Saybam coantos este publico estromento de escritura de ajuste de obra ou como em derejto Melhor lugar haja e Mais ualer poça uirem que no Anno do Nascimento de noÇo Senhor Jezus Christo de Mil e Cetesentos e outenta annos Aos Vintes e dois dias de Dezenbro do dito anno em este Lugar de cauanas freguezia de 10 Escritura transcrita por Armando Palavras (2011, Vol.V, 64-67).

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Sanhoanne cazas e Moradas do Reuerendo joze jgnacio pinto de queiros e seu jrmam Manoel de queiros aonde Eu Tabalião uim a rogo de partes e ahi perante mim e das testemunhas ao diante nomiadas e no fim asignadas apareseram prezentes Bento Rodrigues Mestre pedreiro de Cantaria natural do Reino de galiza e asistente de prezente em Sam Miguel desta uilla e da outra o sobredito Joze jgnacio pinto de queiros abade e seu irmão o Reuerendo Manoel Luis de queiros do dito Lugar das Cauanas freguesia de Sanhoane todos do termo desta uilla de Santa marta reconhecidos de mim tabalião e das mesmas testemunhas de que porto minha ffe serem [fl.41] os proprios e sendo assim Prezentes Logo me apresentarão hum Bilhete da destribuiçam de escriuão Joze Duarte pereira no empedimento do distribuidos atual do coal consta ser me destribuida a prezente escritura que seu teos delle he o seguinte = a folhas setenta e tres // Escritura de Ajuste de obra de cantaria que faz bento Rodrigues Mestre pedreiro asistente em Sam Miguel ao Reuerendo Joze jgnacio abbade das cauanas e seu irmão o padre Manoel de queiros de Sanhoanne em quinze de Dezembro de Mil e Cetesentos e outenta // A Mourão // Duarte E não se continha mais em o dito bilhete da destribuição que aqui Bem e fielmente copiei e sendo necesario o proprio livro da destribuisam a elle Reporto e sendo assim emCorporado Logo pello sobredito Bento Rodrigues Mestre pedreiro de cantaria por elle foi dito na minha prezença e das mesmas testemunhas que elle estava ajustado e contrado com os sobreditos joze jgnacio de queiros e seu jrmam o reuerendo Manoel luis de queiros de lhe fazer a obra das casas que os mesmos queriam fazer na sua de Sanhoane por baixo da capela de Santo Antonio isto he no que pertence a cantaria na forma dos seus apontamentos e ajuste que fizeram ja por todos asignados que sam os seguintes primeiramente se obriga elle dito Mestre pedreiro a fazer nove janellas de Cantaria de seis palmos e oito de alto na forma do risco livres da volta do meio com seus acentos menos duas que ham de servir de portas rasguadas para os palanques tudo apicorado por dentro e por fora na forma do risco cada janella e portas asentes na obra a uinte e dois mil rés Mais um cunhal de quarenta palmos de Alto e tres e meio de Bayxo para cada huma das Bandas com seu soco e uaza como no risco se mostra redondo com seu abaquilhado como os da capella do pinheiro de [...] de Alvaro pinto e asentado por preço de setenta mil reis e nisto se ha de descontar os palmos que tiver a pedra de armas huma pilatras de coren- [f.41v] ta palmos de Alto tres e meio de fajxa com soco e uaza como asima fica dito tanto o cunhal como a pilastra Nom terão menos de tres dedos de rebaixo nos seus apilarados dados os perelhos dos cunhais não terem menos de dois palmos e Meio de Alvenaria de Robo Livres do apelerado e todos os cunhais não terão menos de hum palmo e tres coortes de leito por preco se se fizer que fica justa nesta duuida por quarenta mil reis porque a fatura della fica na uontade dos ditos Joze Jnagcio e seu irmam o reuerendo Manoel queiros que Resolverem a tempo conueniente para elle mestre auer de cortar a pedra e conduzi lla para a mesma obra e mais se obriga a fazer sento e sincoenta palmos de curenije e Meio de Alto com a Muldura das casas de Aluaro pinto que não teram menos de dois palmos e meio de leito liure dos seus agoamentos e de doze palmos leuara huma crunije e que faca pontoaro tomando todo o groso de parede medida linialmente toda e toda ate por sima dos cunhais em preco cada palmo de seissentos reis mais das freestas de seis palmos de largo e tres de Alto na forma do risco liures da uolta so o espelho da porta de fora sera de cantaria e os tranqueiros das bandas meteram tobos emte o mejo da parede para sigurança de obra por preço de cada huma de seis mil reis Mais dois palanques hum por sima da porta principal e outro da porta de Bayxo donde se lhe mandar asentar

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ambos conforme pelantado do da porta de Bayxo como se mostra no risco da pelanta ambos feitos e acabados e asentes por quarenta mil reis tudo asima justo pelos preços nelle declarados poderão os donos das obras demenuir o ualor asentar por igoais precos que o mestre da obra se obriga ademitir o que se demenuir para se lhe não pagar e fazer o que se lhe asentar pellos precos e os donos da obra seram obrigados a fazer o portico ate Reseber a padieira e dipois o dito mestre metera a padieira coarto para asima digo para [f.42] sima Reseber o palaque com declarasam que a de dentro sera de pedra louzinha feita pelo mesmo mestre que se dara a pedra louzinha chigada quebrada e posta o pe da obra as duas ginellas por sima dos palanques seram pico das mais jinellas cada e a cal que for presisa para asento da cantaria sera por conta dos donos da obra e areja e alrasamento della e gramado sera por conta e o mostre por elle Mestre foi dito se obrigaua a fazer a dita obra na forma que dito fica por sua pesoa e Bemis e por milhor sigurança aos dinheiros que reseber e dinheiro da mesma obra e falta que nelle ouuer por seu fim aprezenta por seu fiador e abunador a luis pinto de Fonsequa da Freguezia de Fontes do termo desta mesma uilla o coal sendo prezente reconhecido de mim tabalião pello proprio de que Dou ffe dice que elle ficaua por fiador abunador da dita obra e dinheiros que o dito mestre resebese sem os ter merecido e dice mais elle dito mestre que o dinh<eir>o das ditas obras serão elles donos della obriguados a trazer lhe fazendo a sua feria comforme aci sendo e pagando lhe os carreiros que conduzirem a pedra de cantaria e sera obrigado elle dito mestre a por a cantaria pronta para digo pronta no principio de outubro do anno de Mil e setesentos e outente e hum tempo em que os donos das obras querem dar principio a mesma obra e depois tera sempre a cantaria pronta conforme for necesaria a mesma obra de modo que nam pora a mesma falta de pedra e que dado cazo que dito mestre não houuer ofeciais se ham elles ditos donos da obra senhores de os procorarem a custa do dito mestre e fiador si tiver a pedra quebrar e não tiver carreiros poram elles donos das obras procesos carreiros a custa delle mestre para a Condusam da mesma pedra cantaria e sua quebrança não tendo o feito elle nesta Retoma feria da dita cantaria e huns e ou-[f.42v] tros diceram que nos tersos ella e muito tempo do mundo obrigão suas pesoas e bemis moueis e de rais auidos e por auer e terços delles Em testemunho e ffé De uerdade assim o quicerão e outrougarão e pedirão a mim tabalião que esta nesta nota lhe lancaçe para della dar os treslados nesesarios o que Eu fis de seus Rogos e não ex-oficio e como pesoa publica e estipulante e aseitante que lhes o estipulej em nome das partes a que tocas posa prezentes e não prezentes e asgnarão todos sendo testemunhas prezentes joze pinto mestre carpinteiro de anquião do termo de Campello asistente na quinta das cauabanas e Manoel dos Santos de Sanhoanne deste termo e Reconhecidos anbos de mim tabelião pellos proprios de que dou ffé que todos aqui asignanrão depois desta lhe ser lida por Mim Manoel Guedes Mouram tabalião que o escreuj e asignej em ffé. Bento Rodrigues Luis Pinto da Fonseca Jozé jgnacio de Quejros Pinto Manoel H. Luis Queyros da testemunha Manoel dos Santos Joze Pinto + Manoel Guedes Mourão

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Documento 12 – Escritura de ajuste da obra das Casas do capitão José Dias Mourão que fas este com o mestre Francisco Correia de Matos do lugar de Mateus na forma abaixo declarada, 28 de Outubro de 1786 ADVRL, Cartório Notarial de Vila Real, 5.º Ofício, Lv.58, fls.171-171v. Inédito Casas do capitão José Dias Mourão, Rua da Cadeia, Vila Real [fl. 171] Escritura do aJuste da obra das Cazas do Capitam José Dias Mouram que fas este Com o Mestre Francisco Correya de Matos do lugar de Mateos na forma abaixo declarado.

Em nome de Deos Amem Saibam quantos este que publico Jnstrumento de Escritura de aJuste de facam de Cazas ou Como em direito milhor Se deva Chamar e firme e mais vaLido seja virem que Sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Cristo de mil e SeteCentos e oitenta e Seis aos vinte e oito dias do mes de Oitubro do dito anno nesta Villa Real e Cazas da morada do Capitam Joze Dias Mouram adonde eu Tabaliam Manoel Antonio Alves da SiLva vim ahi apareseram prezentes de huma parte, o mesmo Capitam Jose Dias Mouram e da outra Francisco Correya de Matos Mestre de Arquitetura do lugar de Mateos deste termo pessoas Reconhecidas de mim TabaLiam pellos proprios de que dou fe e Logo pello dito Mestre Arquiteto Foi dito na minha prezenca e das testemunhas ao diante nomeadas e no fim desta aSinadas que elle tinha Justo e Contratado com o sobredito Capitam Jose Dias Mouram de lhe fazer e dar promtas dentro de hum anno da fatura desta Contado em diante humas Cazas na Rua da Cadeya com frente para o Tabolado adonde o mesmo tem huns pardieiros cujas cazas Se entendem So de pedraria e tudo o que a esta pertence na forma dos apontamentos que neste ato Recebeu: o dito Mestre feitos e escritos pello Escrivam Joaquim Joze Monteiro desta Villa e pello mesmo Rubricados e aSinados e tambem por elle mesmo Mestre e Sobredito Capitam Cujos apontamentos foram lidos e Conferidos na prezenca de todos e Se Referem a pLanta das mesmas Cazas que se acham em puder do Sobredito Capitam. Com o aCressimo porem de huma Manjedoura do Comprimento da Caza destinada para a Cavalharice que Sera de vinte palmos Cuja mangedoura sera feita de pedra de Cantaria as suas capas e estas com hum Redondo e Seu Concavo para dentro asentos em parede Com sahida de tres palmos e meyo e Coatro Covas dentro e toda a obra que Corresponde a mesma Arquitetura que mostra a sua pLanta sera Lavrada e escodada como pede a mesma obra e Arte tudo por preço e Coantia de hum Conto de Reis Cujo emporte sera elle dito Capitam [fl.171v] obrigado a ir-lhe satisfazendo por ferias segundo o seu Rol por elle asignado no CoaL Rol deCLara tambem o que Recebe para sua feria e Sendo neCessario para alguns preparos lhe dara Logo elle dito Capitam quarenta mil reis que ao dipois se abateram no CapitaL do mencionado Conto de Reis igualmente Com o emporte das ferias e estas seram feitas no dia Sabado de quinze em quinze dias andando a obra que correra suscecivamente sem intervallo de tempo athe findar e que por este preço ja deCLarado e Condicoens asima ditas he que elle dito Mestre toma esta obra a Sorte Risco e ventura obrigando-se a tudo cumprir por sua pesoa e bens e logo por elle dito Capitam Jose Dias Mouram foi outrosim dito perante mim e das mesmas testemunhas que era verdade estar asim justo com o dito Mestre e que aseitava o dito Contrato e da sua parte se obrigava tambem Cumprir na

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forma estipulada por sua pesoa e bens e assim o diceram quizeram e outorgaram de parte a parte e aSinaram e eu TabaLiam Como pessoa publica estipulante e aSeitante o estipulei e aseitei em nome delles partes tanto quanto em Direito deuo e posso em Rezam de meu officio a que foram a tudo testemunhas prezentes Joaquim Jose Monteiro e Domingos Monteiro ambos desta mesma Villa que todos aqui aSinaram ao depois deste lhe ser lido e deCLarado por mim TabaLeam de que dou fee Manoel Antonio Alves da Silva que o escreui e asinei. Manoel Antonio Alves da Silva Francisco Correia de Mattos o Capitam Joze Dias Mouram Joaquim Jozé Monteiro Domingues Monteiro de Gu[…..]11

Documento 13 – Escritura de ajuste de obra que faz Bento José Cardoso mestre pedreiro do da freguesia e concelho de São Martinho de Mouros com João de Queirós Cerqueira Azevedo e Vasconcelos desta vila, 27 de Agosto de 1790 ADVRL, Cartório Notarial de Mesão Frio, 3.º Ofício, Lv.48, fls.1-3. Inédito [fl.1] Escriptura de ajuste de obra que faz Bento Joze Cardozo mestre Pedreiro da freguesia, e Concelho de Sam Martinho de Mouros, com Joam de Queiróz Cerqueira Azevedo e Vasconcelos desta Villa em 27 de Agosto de 1790

Saibão quantos esta publica Escriptura de ajuste, e obrigação de obra, ou em como em direito ser possa virem, que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Chrispto de mil settecentos e noventa, em vinte e sette de Agosto nesta Villa de Mezao frio, e Cazas [fl.1v] Do Reverendo Dom Joam de Queiróz de Azevedo Borges, onde eu Tabelliao vim, e elle estava prezente, como Procurador de seu Pay João de Queiróz Cerqueira Azevedo, e Vasconcellos desta mesma Villa, e bem assim Bento Joze Cardozo mestre Pedreiro do Lugar da Fonte freguezia, e Conselho de São Martinho de Mouros, e Fernando Luiz Pereira do Lugar de de Villa Verde freguezia de Barrô do mesmo Consello, conhecidos de mim, e Testimunhas ao diante nomeadas, e assignadas, de que dou fé, perante as quaes, por elle dito Bento Jozé Cardozo me foi dito, que elle se achava justo, e contractado com o dito Joam de Queiróz Cerqueira Azevedo, e Vasconcellos de a este fazer humas Cazas novas no mesmo citio, onde estas actuaes estão existindo, e na forma do Risco, e planta, que fez o Arquiteto Cunha, que Se acha assignado tanto por elle mestre, como pello mesmo João de Queiróz Cerqueira, e dentro do tempo de cinco té seis annos, pello preço, e quantia de hum conto, e setteçentos mil reis, sem mais obrigação alguma, Com condição, que a Custa delle mestre Sera Conduzida toda a necessaria pedra, e quebrada para a mesma obra, á execpção da pedra, que sair destas mesmas Cazas velhas, e de toda a mais, que já se acha quebrada ao redor dellas, porque de toda se podera utillizar querendo elle mestre; que as paredes das mesmas cazas para

11 Sílabas finais do apelido ocultas por monograma ou traços decorativos da assinatura.

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a parte dos quintaes [fl.2] terão de grossura no aLicerce áté as solleiras cinco palmos de Largo; e dahi até ás traves quatro, e meio, e dahi para cima quatro palmos de vivo a vivo; e a fronteira principal será na forma da que Se acha feita a respeito da grossura, e Largura, e as de entremeio terão a Largura necessaria; e tudo será fundado em coiza segura, e com a devida prefeicçao; e até mesmo as Armas serão de pedra de Poyo; Não terá elle mestre obrigação alguma de arrancar madeira, nem telha das cazas, que se achão feitas, quando se dimollirem, mas sim será a custa delle Senhorio; os quaes cinco té seis annos tempo da obra, principia da factura desta em diante; e a conta dos ditos hum conto, e settecentos mil reis, Recebeu elle mestre de mão do dito Procurador, a quantia de cem mil reis a factura desta em bom dinheiro currente neste Reyno, de que eu Tabelliao dou fé; assim como de mais dizer, que a Respeito dos mais pagamentos, será de mez, em mez por feria, segundo o curso da obra até se completar o dito capital; ao que tudo se obriga elle mestre a dar completa a mesma obra dentro do dito tempo, e pella Referida quantia, por sua pessoa, e bens prezentes, e futuros e para [fl.2v] Maior segurança apresentava por seu fiador, e principal pagador ao dito Fernando Luiz Pereira pello qual foi dito, que elle abonava áo dito mestre, e ficava por fiador, e principal pagador deste em toda a boa Satisfação, e cumplemento final da Referida obra na forma dos Riscos, cuja obrigação Remove em Sy, como sua propria, e a ella sujeita sua pessoa, e todos os Seus bens prezentes e futuros e que Succedendo por qualquer motivo ser ajuizado por esta Escriptura, o queria ser Executivamente no Juizo do Geral desta Villa de Mezão frio para onde expressamente se dezafora, e Renuncia o do Seu foro, e Domicilio com todos os privilegios prezentes, e futuros; e igualmente o dito mestre: E logo pello dito Reverendo Dom Joam de Queiróz foi dito, que em nome de Seu Constituinte Pay acceitava esta Escriptura na forma, que fica estipulado, e promette satisfazer com as ditas ferias, cumprindo elle mestre com a Sua obrigação na Referida forma // Segue-se aprocuração // Joam de Queiróz Cerqueira Azevedo, e Vasconcellos desta Villa de Mezao frio // Faço meu Bastante Procurador a meu filho Dom João de Queiróz Azevedo Borges para que em meu nome possa assignar a Escriptura que faço da obra das minhas Cazas, na forma da plante que me fez o Architeto o Cunha, que eu, [fl.3] E o mestre Bento Joze Cardozo temos assignado, pera que mas faça de todas as paredes que comprehende a mesma planta, para que elle fique obrigado a tudo o que ella contem de paredes que na mesma Escriptura se declaram das grossuras, Janellas, e mais couzas a ella pertencentes com a devida perfeição, e as Armas com pedra de Poyo, para o que tudo assim feito lhe dou de tempo de cinco té seis annos, dando-lhe eu por toda a dita obra alem da pedra, que tem as mesmas cazas prezentes, a que tenho nova ao redor dellas, e a quebrada no monte té o prezente, e hum conto, e settecentos mil reis em dinheiro, que será dado em ferias de mez, em mez a porporção dos officiaes, e pedra que trouxer, ao que tudo me obrigo por minha pessoa, e béns, Mezão frio dezanove de Agosto de mil settecentos e noventa // Joam Queiróz Cerqueira de Azevedo, e Vasconcellos // Não contem mais a dita procuração, que aqui copiei fielmente a propria, a que me Reporto, em poder do dito Reverendo Procurador, que a Recebeu: Em fé de verdade assim o disserão, e acceitarão de parte a parte, e Rogárão a mim Tabellião aqui lhe escrevesse nesta Notta, e que lhes acceitei quanto em direito posso em Seos nomes, e dos a que tocar possa abzentes, e assignarao, com as Testimunhas [fl.3v] Prezentes Francisco de Deus desta Villa, e Jozé Pinto Solteiro filho de Joam Pinto Capona da mesma, e todos assignaram depois de Lida por mim Joam Moreira e Sequeira o escrevi, e assigney.

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D. João de Queiros Azevedo Borges

Bento Jose Cardozo Fernando Luiz Pereira

Joze Pinto da Cunha etc.

Datta

Francisco + de Deus

João Moreira de Sequeira

Documento 14 – Escritura de ajuste e obrigação de obra que faz João Queirós Cerqueira Azevedo e Vasconcelos desta vila com Bento José Cardoso do concelho de São Martinho de Mouros, e José António Teixeira do Concelho de Monte Lobo e Luis Manuel Peixoto da Vila de Amarante, 2 de Maio de 1791 ADVRL, Cartório Notarial de Mesão Frio, 3.º Ofício, Lv.49, fls.81-82v. Inédito

[fl.81] Escriptura de ajuste e obrigação de obra que faz João de Queiróz Cerqueira Azevedo e Vasconcelos desta Villa com Bento Joze Cardoso do Concelho de São Martinho Mouros, e Joze Antonio Teixeira do Concelho de Monte Lobo(sic.), e Luis Manuel Peixotto da Villa de Amarante; em 2 de Maio de 1791

Saibão quantos esta publica Escriptura de Contracto ajuste, e obrigação de obra virem, que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus christo de mil settecentos noventa, e hum; em dois de Maio nesta Villa de Mezão Frio, e cazas de João [fl.81v] de Queiróz Cerqueira Azevedo, e Vasconcellos onde eu Tabellião vim, e elle estava prezente; e Bento Joze Cardozo mestre Pedreiro da freguezia, e Concelho de São Martinho de Mouros Comarca de Lamego, conhecidos de mim, e testimunhas ao diante nomeadas e assignadas, de que dou fé, e Joze Antonio Teixeira tãobem mestre Pedreiro do Lugar do Assento freguezia de Sancta Maria de Antime Concelho de Monte Longo, e Luis Manoel Peixotto mestre Carpinteiro da Villa de Amarante conhecidos das testimunhas sobreditas ao diante assignadas, e estas de mim de que dou fé, e o declararem erão os proprios; E perante as mesmas testemunhas, por elles ditos Bento Jozé Cardozo, Jozé Antonio Teixeira, e Luiz Manoel Peixotto me foi dito, que elles se achavão justos, e Contractados com o dito João de Queiróz Cerqueira de a este fazerem humas cazas novas no mesmo citio, onde estas existem, e com seu accrescento para a parte do sul, e na forma do Risco, e planta, que por todos se acha assignado, e fez, o Arquiteto Cunha; tanto de paredes, como de Carpintaria, Cal e telhadas, e complectamente acabadas de tudo o necessario, e até mesmo de todas as ferragens, de forma, que as hão de dar currentes a entregar as chaves na mão, tudo pella quantia certa, e sabida de outo mil cruzados, e cem mil reis, e feita dentro do tempo de quatro annos que principião de hoje em diante; com a condição de que [fl.82] As paredes das mesmas cazas para a parte dos quintaes, que hé puente, e Sul no allicerce até ás solleiras terão cinco palmos de Largo, e dahi até as traves quatro, e meio e dali para cima quatro de vivo a vivo, e a fronteira principal sera na forma da que se acha feita a respeito da grossura, e Largura, e as de

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entremeio terão a Largura necessaria, e tudo fundado em coiza segura com a devida prefeição, e até mesmo as Armas serão de pedra branca, ou de Poyo, e com mais obrigação de elles mestres se poderem utillizar de toda a pedra das mesmas cazas, e da que se acha labrada ao pé com o principio do aLicerce no dito acrescento, e de toda a madeira, e telha, que se acha nestas mesmas Cazas velhas, bem como da ferrage, que sair capaz, e servir nos seos competentes Lugares nos interiores, porque nas partes publicas, será ferrage nova, e moderna, boa, e capaz; e tudo darão elles mestres currente para Logo se habitar, e até mesmo dezentelhadas; podendo-se tãobem elles mestes utillizar de toda a madeira velha, que sair nestas mesmas cazas velhas, comtanto, que as sallas principaes serão solhadas de madeira de flandes, e forradas de castanho lizo, e a Respeito do Repartimento da planta, se seguirá o melhor commodo das cazas; e a respeito do pagamento da dita quantia, disse elle dito [fl.82v] Joam de Queiróz Cerqueira, que irá pagando em ferias aos officiais da dita obra, a proporção dos que andaram nella, mas que serão duas partes da despeza, porque a outra, sempre irá ficando na sua mão, por não darem fiadores os ditos mestres; e igualmente pagará, e irá pagando tudo o que vencerem diariamente os officiaes de Albenaria; E por todos huns, e outros foi dito acceitavão de parte a parte esta Escriptura, na forma que fica estipullado com todas as suas clauzullas, e que ao cumprimento de tudo, obrigavão suas pessoas e bens prezentes, e futuros, e terços d’alma; Em fe de verdade assim o desserão, e mandarão escrever nesta Notta a mim Tabelliao, que lhes acceitei quanto em Direito posso em seos nomes, e dos que tocar possa abzentes, e assignarão, com as testimunhas prezentes, e de mim conhecidas, Antonio da Silva Queimadella; e Manoel Barboza mestre Barbeiro, e moradores nesta dita Villa, que igualmente assignarão Joam Moreira de Sequeira o escrevi, e assigney, e elles ouvirão Ler. João SiLveira Cerqueira de Azevedo e vasconcelos

Joze Antonio Teixeira Bento Joze Cardozo Luis Manuel Peixoto Antonio da Silva Queimadella Datta Manoel + Barboza ; João Moreira Sequeira [fl.83] E Logo no mesMo dia, citio, e hora, e perante as Referidas testimunhas retro, pello dito João de Queiróz Cerqueira e mestre Pedreiro Bento Jozé Cardozo; que acerca da Pedraria das novas Cazas expressadas na Escriptura retro, tinhão Lavrado huma outra Escriptura na minha Notta a vinte, e sette de Agosto de mil settecentos e noventa, que declarão sem effeito algum, visto o novo Contracto, que agora fizerão pella dita Escriptura retro, que somente terá vigor, e assignarão com as ditas Testemunhas; Joam Moreira de Sequeira a escrevy Joao Silveira Cerqueira de Aevezdo e vasconcelos

Bento Joze Cardozo

Antonio da Sylva Queimadella

Datta

Manoel + Barboza

João Moreira de Sequeira

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Documento 15 – Escritura de obrigação feita por José Martins e Domingos Martins Correa de Fornellos a António Queirós e seu irmão, 8 de Fevereiro de 179012 ADVRL, Cartório Notarial de Santa Marta de Penaguião, 3.º Ofício, Lv.72, fls.3-5v. Carpintaria e talha da Capela da Quinta da Timpeira, Vila Real Escritura de obrigaçam que fazem Joze Martins e Domingos Martins Pereira de Fornellos deste termo a Antonio de Queiros e seu irmão Reverendo Joze de Queiros da Freguesia de Sanhoane Em nome de Deos amem Sajbão quantos este publico instromento de Escritura de obrigação ou como em direito milhor Lugar haja virem que sendo no anno do Nascimento de nosso Senhor Jezus Christo de mil Sete Centos e noventa annos aos oito dias [f.1v] do mes de Fevereiro do dito anno nesta freguezia de Sanhoane nas Cazas e moradas do Douttor Joaquim Alves Nogueira aonde eu tabalião vim a rogo de partes ahi perante mim e testemnhas ao diante nomieadas escritas aparecerão prezentes a saber hũa Antonio de Queiros Mesquita, e da outra digo de Mesquita e seu Irmão o Reverendo João de Queiros da Caza do Pinheiro desta dita freguesia de Sanhoane e da outra Domingos Martins Pereira e seu filho Joze Martins ambos do Lugar de Fornelos e todos do termo desta ditta Villa de Santa Marta de Pennaguiam e pesoas reconhecidas de mim Tabalião e das mesmas testemunhas de que dou fe e logo por estas partes me foi aprezentado hum Bilhete da destrebuição desta Escritura por onde constara ser ella Destrebuida ao Tabalião Manoel Guedes Mourão pelo Distribuidos desta Villa António Duarte Correia Pereira cujo teor delle verbo ad verbum he o seguinte // A folhas treze Escritura de obra de entalhamento que faz Domingos Martins Pereira e Joze Martins do Lugar de Fontellos a Antonio de Queiros e seu Jrmão o padre João de Queiros de Sanhoane em vinte e cinco de Janeiro de mil setecentos e noventa // A Mourão // Pereira = E não se continha mais no dito Bilhete que fielmente aqui copiei do proprio ao Livro da destrebuição me reporto sendo necesario e logo pelo dito Domingos Martins Pereira e seu filho foi dito que eles estvão justos e contratados com os sobreditos Antonio de Queiros e seu Jrmão o Padre João de Queiros de lhe fazerem huma obra e Tribuna de entalhamaneto na sua Capella da Quinta da Timpeira do termo de Villa Real Cuja Capella eles Confesarão haver visto e examinado e se obrigavam a fazer-lhe a ditta obra pela planta e forma do que se acha nas Cazas do Pinheiro em que vivem na mesma altura comprimento e largura sem acrecento nem demenuição alguma, e só Como a Senhora daquella Capella há-de ser de Corpo serão eles obrigados a fazer-lhe hũa pianha em que a Senhora exista, feita [na] proporção de mais obra com hum Caixilho para se fechar [co]m Vidraças e forrado pela parte de tras o quel Cai[xi]lho será do tamanho e grandeza a proporção da Senhora e [hũa] Banqueta de Seis Castiçais E Cruz da mesma for[m]a que os que se vem na sua Capella de Sanhoane. Duas [san]efas Dois Atallantes e frizos a Roda de toda a [Capella] hũa grade do Coro tudo a proporção da di-[f.2]ta Capella de Sanhoane Cuja obra esta justa em Cento e quarenta mil reis, cujo importe receberão em tres pagamentos a saber quarenta e oito mil reis a factura deste: o Segundo estando prompta toda a madeira e principiada de assentar: o terceiro pagamento será feita a obra revista e examinada na forma da que se acha a referida Capella de Sanhoane; cujo Contrato eles sobreditos aseitarão e se obrigarão a factura 12 Escritura transcrita por Palavras (2011, Vol.V, 97-99).

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da dita obra que sera de madeiras de Castanho Lizas Secas sem que se mostrem Corrução ou defeito algum e se obrigão a da-lla Concluida feita e aCabada por todo o mes de Setembro que há-de vir e se obrigarão a faze-lla na forma sobredita na forma da planta da referida Capella de Sanhoane e no Cazo de se dar algũa falencia ou que se não ache com a referida perfeição a digo perfeição em que se rever examinar querem que a sua Custa se emende algum defeito que ella mostrar tanto na quallidade da madeira como em outra qualquer cousa que se descubra; a cuja satisfasão obrigarão suas pesoas e bens, e para mayor segurança oferecem por fiador abonador e principal pagador a manoel Almeida Reis do mesmo Lugar de Fornellos com declaração que fazendo elles sobreditos alguns acrescentos na dita obra sem que lhe seja recomendado será o dito acrecento por conta delles mesmos e nunca pedirão o importe da despeza que nella fizerem a cuja satisfação obrigão suas pesoas e bens na forma referida Em testemunho de fe de verdade assim o quizerão e outorgarão e me rogarão que esta sua Escritura nesta nota lhe lançasse para della dar os traslados necessários o que eu Como pessoa publica estipulante e aseitante deles o estipulley e aseitei e em nome das partes a que tocar possa a nome e por verdade assinarão os ditos Antonio de Queiros de mesquita e seu Jrmao o sobredito Reverendo João de Queiros e os sobreditos Domingos Martins Pereira e seu filho Joze Martins e o ditto Fiador Manoel Alves dos Reyz e forão testemunhas prezentes o Douttor Joaquim Alves Nogueira e seu filho Joaquim Alves Nogueira destas ditas Cazaz e freguesia de Sanhoane Reconhecidos de mim Tabeliam que tudo aqui assinaram ao depois desta lhe ser lida e declarada por mim Joze Joaquim Pereira tabeliam que no impedimento [f.3] do Competente o escreuj e asinej. Antonio de Queiros de Mesquita O Pe. João de Queiros Mesquita Domingos Martins Pereira Joze Martins Manoel Azevedo do<s> reis Joaquim Alves Nogueira Joaquim Alves Nogueira Em fe Joze Joaquim Pereira

Documento 16 – Escritura de obrigação de obra de pedraria e carpintaria que faz o mestre José Teixeira do lugar de São Miguel a Luis Pereira de Mello da Casa das Cabanas freguesia de Sanhoane todos do termo desta vila de Santa Marta, 25 de Fevereiro de 1791 ADVRL, Cartório Notaria de Santa Marta de Penaguião, 4.º Ofício, Lv. 72, fls.13v-15. Inédito13 Casa das Cabanas, Sanhoane (Santa Marta de Penaguião)

[fl. 13v]

13 Transcrição paleográfica realizada pela Doutora Lina Maria M. Oliveira, a quem desde já agradecemos a disponibilidade e respectiva colaboração.

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Escriptura De obrigassam de obra de Pedraria e carpintaria que fas o Mestre Jozé Teixejra do Lugar de Sam Miguel, a Luis Pereira de Mello da caza das Cauanas freguezia de Sanhoane todos do termo desta villa de Santa Martha [fl. 14] Em nome de Deos Amem Sajbam quantos este publico jnstromento de Escretura de obra de Carpintaria e pedraria ou como em direito Milhor Lugar haja e mais valler possa Virem que No Anno do Nassimento de Nosso Senhor Jezus cristo, de mil Settesentos noventa e hum annos Aos vinte he Sette dias do mes de Feuerejro do dito Anno em esta caza das cauanas freguesia de Sanhoane termo desta uilla de Santa Martha de Pennaguião e ahi em as cazas de Luis de Mello Perejra aonde Eu Taballião vim a Rogo de partes e perante mim e testemunhas nesta ao diante nomiadas e no fim assinadas apareseram prezentes de huma banda o sobredito Luis perejra de Mello, e da outra o Mestre Carpinteiro Joze Teixejra do Lugar de Sanhoane digo do Lugar de Sam Miguel ambos deste termo hum E outro Reconhecidos de mim Taballiam e das testemunhas de que dou Fé, e sendo asim prezentes per estas partes me foj apresentado hum bilhete do destrebuidor desta villa Antonio Duarte Correa Pereira cujo theor delle he o Seguinte = A Folhas quarenta e Sete: Escriptura de obra de pedraria e carpintaria que faz o mestre Joze Teixejra a Luis Pereira de Mello da caza das cauanas em uinte de Feuerejro de mil SetteSentos nouenta e hum // A guedes // Perejra // E nam se continha mais em o dito bilhete da destrebuisam que bem e feilmente(sic.) aqui tresladei, e sendo assim tresladado, Logo pello Sobredito Mestre Carpinteiro Joze Teixejra foj dito na minha prezenssa e das testemunhas de que dou Fé que elle tinha feyto com o Sobredito Luis Perejra de Mello Souto Major hum talho de cazas pegado as cazas velhas da Rua de Sanhoane não só a pedraria mas tanbem de carpintaria furadas emvidrasadas e finalmente completas e acabadas com a chaue na mão, Cuja obra consta de tres Sallas dois cuartos, e hua cumua e meza e janelas e mudar hua das Janellas [fl. 14v] velhas em comRespondencia das nouas que fazem na mesma obra noua athe o Liuell das paredes a qual obra tem de vam traveso das paredes de comprimento Sincoenta palmos e de Largo quarenta palmos, Com quatro frentes de Logia huma dellas de noue palmos de Largo e as outras de Largura de sinco palmos cada huma, tudo a ujsta e por escrito delle Mestre o Risco o cajar e argraMasar em preso e quantia de noueSentos mil reis pagos em tres pagamentos jguais e primcipio a Factura desta escritura Que Sam trezentos mil reis, e outros trezentos no mejo da obra, e os outro[s] trezentos mil reis no fim da obra vista e examinada por porfesores da mesma obra escolhidos a prazimento delles outorgantes, ficando elle dito Mestre com a obrigasam de lhe dar a dita obra feita e acabada athe o fim do mes de Março do Anno de mil Setesentos nouenta e seis e a Satisfasam della a a faze-lla capas Sigura e bem feita disse elle dito mestre que obrigaua Sua pessoa e todos os seos bens hauidos e por hauer e tersos delles e para Major segurança aprezentaua por seu fiador e principal pagador nom Só do dinheiro que recebesse mas tambem de como se achar a dita obra na forma do ajuste Mencionado, a Joze guedes do Lugar de Fermentais freguesia de Medrois que por estar prezente e Sendo Reconhecido de mim Taballiam e das testemunhas de que dou Fé disse que o ficaua e tomaua esta obrigasam em si como propria debajxo da sua pesoa e de todos os Seos bens, e pello ditto Luis Perejra de mello foj dito que elle aseitaua esta escreptura de obrigasam na forma que feita estaua e do Risco que neste mesmo Auto Se apresentou que ambos aSinaram para Sua obseruancia e pello mesmo fiz Logo conta do primeiro pagamento de trezentos mil reis que o dito o Mestre

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carpinteiro Recebeo na minha prezensa e das testemunhas de que dou Fé [fl. 15] a custa pertencer pela despeza da dita obra, e por hum e outro foj dito que aceitaram por este contrauto a faze-llo bem e depois obrigauam Suas pessoas e bens e tersos delles Em testemunho e Fé de uerdade aSim o aqui deram e outrogaram hums e outros e pedirão a mim Taballião que esta lhe fizeçe nesta Nota para della dar os treslados neceSarios a que de Seus Rogos fis e não ex officio Eu como peSoa publica estipulante e aSeitante delles estipulej e aSeitej em nome das partes a que tocar possa prezentes e não prezentes, e aSinarão os ditos outrogantes e fiador de que forão testemunhas prezentes o Doutor João Moreira da portella de Sanhoane Francisco Joze Machado escrivam do geral desta uilla de Santa 14 Reconhecidos de mim Taballião de que dou Fé que todos aqui aSinarão despois desto lhe ser Lido e declarado por mim Jozé Antonio guedes Mouram Taballião que a escreuj e aSinej Em Fé. Joze Teixeira Luis Pereira de Melo Soto Mayor Jozeph guedes João Moreyra Francisco Joze Machado Jozé Antonio Guedes Mourão

Documento 17 – Escritura de obra de pedraria feita pelo mestre Filipe António Cal do lugar de Lourentim e por Luís de Mello Pereira Sotto Mayor da Casa de Cabanas, 23 de Abril de 179115 ADVRL, Cartório Notarial de Santa Marta de Penaguião, 3. º Ofício, Lv.127, fls.27-28v. Casa das Cabanas, Sanhoane (Santa Marta de Penaguião) [fl.27] Escriptura de obra de pedraria que da Luis de Mello Pereira Sotto Major da Caza de Cauanas ao Mestre Pedreiro Felipe Antonio da Cal do Lugar de Lourentim Em nome de Deos amem Saybam Coantos este publico Instromento de Escriptura de obra de Pedraria ou Como em direito milhor Lugar [f.27v] haja virem que sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezuz christo de mil e setesentos e noventa e hum anos aos vintes e tres dias do mes de Abril do dito anno neste Lugar de Sanhoane que he do termo da Villa de Santa Marta e’ nas cazas de Luis de Mello Pereira Sotto Major donde eu Escriuam a Rogo de partes prezentes a saber de hũa banda o dito Luis de Mello pereira Sotto Major e da outra Felipe Antonio da Cal do Lugar de Lourentim hum e outro pesas reconhecidas por mim Tabaliam e das testemunhas ao diante nomiadas e no fim asignadas de que dou ffe pelos quais me foj apresentado hum bilhete da destrebuisam passado pelo destrebuidor deste Consleho João de Caluos do qual o seu theor he pella maneira Seguinte = A folhas vinte e quatro versso – Escriptura de obra que da Luis de Mello Pereira Sotto Major das Cauanas desta villa de Santa Marta a Filipe Antonio da Cal mestre Pedreiro do Lugar de Lourentim em dezoito de Abril de mil e setesentos e 14 Ms. omite. 15 Escritura transcrita por Palavras (2011, Vol.V, 102-104).

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nouenta = A oLiueira = Caluos = E não se Continha mais em o dito bilhete de destrebuicom que aqui Copiei bem e fielmente do proprio e ao proprio Livro da destrebuicom me Reporto e Sendo assim tresladado pelo sobredito Felipe Antonio da Cal foi dito na minha prezença e das testemunhas que elle estua justo e Contratado Com o dito Luis Pereira de Mello Sotto Major de lhe fazer de paredes hum Coarto de Caza quja esta prencipiada pegado a esta para a parte de puente que vem a Ser aliserses alvenaria duas ginellas de Cantaria duas frestas da mesma hum Polonquim Com oCullo por baixo e porta Rasgada por Sima tudo na forma do que ja esta feito a Cornge tãobem de Cantaria da parte da Estrada e do poente na forme da que ja esta feita nas mesmas Cazaz comtanto que fique bem metida e que de des em des plamos ha-de atravesar a grosura da parede e nos baixos hũa porta de alvenaria da largura e altura qu’elle quizer e na Salla hum fogam e hũa Comva metida e forada na parede tudo bem feito a cantaria asente em argamasso e aluenaria em barro Com bons juntereses e a Sigurança nasesaria a maneiro do que se acha feito e o alisersefe ao libel da parede das Cazas tudo Completo e acabado e por Conta delle dito Mestre tanto os Carretos Como a quebra das Pedras tanto de Cantaria como [f.28] de alvenaria tudo feito e acabado athe os fins do mes de Setembro do prezente anno em preso e quantia de quatro sentos e sincoenta mil reis e logo a fatura desta Recebeu dozentos mil reis e o Resto lhe hira satisfazendo no discurso da obra ficando Sempre em Seu puder Com Cem mil reis athe A obra Ser vista Examinada por peritos para ver se esta Conforme este Contrato ao Comprimento do qual disse obrigaua Sua pesoa e todos os seus bens auidos e por fu digo por auer e que para mais Sigurança e firmeza deste Contrato aprezentaua por Seu fiador e abunador a Pedro Guedes Pinto do Lugar das EmCamboladas o qual sendo prezente e Reconhecido de mim Tabaliam e das testemunhas abaixo nomiadas e no fim assignadas de que dou ffé por elle foi dito que elle ficaua por fiador e abunador do dito Felipe Antonio da Cal e que a satisfaçam deste Contrato disse obrigraua sua pesoa e bens E sendo prezente o dito Luis Pereira de Mello Sotto Major por elle foi dito que elle aseitaua esta Escritura Com todas as Clauzullas Condisoens nelle instipuladas e declaro que na minha prezenca e das testemunhas Logo pelo dito Luis Pereira de mello foi lancado sobre hũma meza os ditos duzentos mil reis e pelo dito Filipe Antonio foram Contados e achand’-os sertos em sy os embolsou Como eu de tudo porto por ffe que-los Contar e Receber na minha presença e das testemunhas e Em testemunho e ffe de verdade huns e outros assim o disseram quiseram e outorgaram e Rogaram a mim Tabalim que esta Escritura lhe fizesse nesta Nota para della lhe dar os treslados nasesarios o que eu Tabaliam fis de seus Rogos e não Ex-Officio e como pessoa publica instipulante e aseitante que deles os instipulei e aseitei em noma da spartes a que tocar posam prezentes e nom prezentes e assignou o dito Felipe Antonio da Cal e fiador Pedro Guedes Pinto e o dito Luis Pereira de Mello Sotto Major Sendo a tudo testemunhas prezentes o Doutor Hipolito Alues de Azevedo o Doutor Fan digo Doutor Francisco Teixeira de queiros ambos deste Lugar de Sanhoane todos pesoas que Reconheso de que [f.28v] dou ffe que todos assignaram despois desta lhe ser Lida por mim Manoel Pinto de oliveira Tabaliam que escrevi e asignej. Felipe Antonio da Cal Pedro guedes Pinto Luis Pereira de MeLo Soto Mayor Francisco Teixeira d Queiros Mesquita Hypolito alves de Azevedo

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Manoel Pinto D’oliveira

Documento 18 – Escritura de ajuste de obra que faz Miguel Loureiro da Vila de Mesão Frio com a admnistração da Casa de Gonçalo Monteiro de Carvalho Azevedo e Vasconcelos de Salgueiral de Vila Marim, 29 de Maio de 1793 ADVRL, Cartório Notarial de Mesão Frio, 3.º Ofício, Lv.54, fls.94-96. Inédito Casa de Gonçalo Monteiro de Carvalho Azevedo e Vasconcelos, Salgueiral (Vila Marim) [fl.94] Escriptura de ajuste de obra que faz Miguel Lourenço da Vila de Mezão frio, com a Admnistração da Caza de Gonçalo Monteiro de Carvalho Azevedo, e Vasconcelos do Salgueiral de Vila Marim, em 29 de Maio de 1793 Saibam quantos esta publica [fl.94v] Escriptura de ajuste de obra virem, que no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus christo de mi settecentos noventa, e tres, em vinte, e nove de Maio neste Lugar do Salgueiral freguezia de Villa Marim termo da Villa de Mezão frio e Cazas de Gonçalllo Monteiro de Carvalho Azevedo, e Vasconcellos, onde eu Tabellião vim com o Doutor Juiz de Fora da mesma Villa de Mezão frio Francisco Vieira de Azevedo Admnistrador da dita Caza, e bens do Referido Gonçallo Monteiro, ahi estavão prezentes Jozé Joaõ de Figueiredo Pinto Fidalgo da Caza de Sua Magestade, e morador na Rua de Lobrigos Termo de Pennaguião, e Miguel Loureiro mestre Pedreiro da dita Villa de Mezão frio, conhecidos de mim, e Testimunhas ao diante nomeadas, e assignadas, de que dou fe, perante as quaes por elles ditos Ministro Administrador, e Jozé João de Figueiredo Pinto me foi dito, que, em utilidade, e benificio destas ditas Cazas, que Se achão em Administração, era conviniente se ultimasse a obra de pedraria, que se acha principiada á frente do Nascente, e Norte, e por isso tinhão feito o ajuste com o Referido mestre Miguel Loureiro na forma seguinte // Disse elle Miguel Loureiro, que se obriga a concluir a dita [fl.95] obra na forma, em que ella se acha principiada tanto de paredes, que haõ de ser desde a solleira ao pavimento, ate o sobreLeito da Cornige dezacette palmos, como no fundo Com o portal com duas Janellas; na Salla outro portal de pallanquim com duas iguaes Janellas na forma, em que ja outras se achão feitas nas mesmas cazas, e obra nova; e a Cornije de toda a mesma nova obra, sera feita, e acabada na forma da planta, e Risco que por elle Mestre se acha assignado, que fica em seu poder com a obrigação de o apprezentar quando lho pedirem, aliaz se lhe não pagará: e mais se obriga elle mestre a cobrar a pedra, que for preciza para os portaes, e Cornige da dita obra casa cada carro a quatrocentos, e outenta reis, e o carreto á custa da dita Admnistração, bem como a farramenta preciza, com a obrigação de a entregar a final elle mestre na forma, que se lhe entregar; e finalmente concluido tudo o mais pella quantia de dozentos, e vinte mil reis sómente, ate o ultimo de Setembro deste prezente anno, e pagos em tres pagamentos o primeiros de um mil reis, quando elle mestre quizer, cento e dez mil reis ao cabo de dois mezes seguintes ao dia delo: digo, Sessenta mil reis ao cabo de dois mezes seguintes ao dia da datta desta, e

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outros Sessenta concluida a dita obra; e mais se lhe dará a elle mestre e officiaes da obra os Caldos, e as sardinhas durante a mesma e hum gentar [fl.95v] Separado em cada Semana ao mesmo mestre, que se obriga por sua pessoa, e bens prezentes, e futuros, e terço d’alma a cumprir com tudo o que fica escripto a Referida obra; e que para maior segurança apprezentava por seu fiador, e principal pagador a Antonio Teixeira Lopes do citio de Santo Antonio desta freguezia a qual sendo prezente, e de mim conhecido, de que dou fé, disse perante as mesmas testimunhas que elle de Sua Livre vontade fiava, e abonava ao dito Mestre Miguel Loureiro a todo o cumprimento da mencionada obra na forma em que se acha riscada, que será dimollida, e tornada a aLevantar a sua custa; e cazo não Seja concluida como está determinado, a cujo cumprimento obriga a sua pessoa, e bens prezentes e futuros; e terço d’alma; E pellos ditos Doutor Juiz de fora Admnistrador, e Joze João de Figueiredo Pinto assistente, foi dito acceitavão esta Escriptura na forma, que fica estipullado, e promettem satisfazer aos referidos pagamentos pellos bens, e Rendimentos da dita Caza, se elle mestre, e fiador cumprirem com o que fica escripto. Em fé de verdade assim o disseram, e mandarão escrever nesta Notta a mim Tabellião que lhes acceitei quanto em Direito posso em Seus [fl.96] Nomes, e dos a que tocar possa abzentes, e assignarão, com as testimunhas prezentes e de mim conhecidas, de que dou fé Antonio Ignacio de Cazares, do Pezo da Regoa do dito termo de Pennaguião, e Francisco Joze Ramalho da dita Villa de Mezão frio o Reverendo Joaquim Ignacio da Quinta de Villa Cova desta freguezia, e todos assignarão e [de]pois de Lida por mim João Moreira de Sequeira o escrevi, e assigney. Francisco Vieira de Azevedo Joze João Pinto de queiroz Figueiredo Joaquim Jgnacio de Sequeira Migel Loreiro Antonio Teixeira Lopes António Inacio de Cazares Fracisco Joze Ramalho João Moreira de Sequeira

Documento 19 – Escritura de factura de obra das casas de Manuel Pinto da vila de Barqueiros a qual se obriga a fazer e Jose Caetano de Gouveia da Casa Nova da Cavalhão desta vila (São Martinho de Mouros) na forma dos apontamentos feitos e assinados por eles, 10 de Dezembro de 1793 ADVIS, Cartório Notarial de Resende, Lv.398/10, fls.138v-140v. Inédito Casas de Manuel Pinto, Barqueiros (Mesão Frio) [fl. 138v] Escriptura de fatura de obra das cazas de Manoel Pinto Macho da villa de Barqueiros o qual Se obriga fazer Joze Caetano de gouveia da Caza noua de Caualham desta uilla na forma dos apontamentos fectos e aSignados por elles

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Saibam quantos este publico Instromento de escriptura de fatura de obra ou como em dereito milhor Lugar haia e chamar Se posa que mais firme e valido Seia forsa e uegor tenha em Juizo de fora delle virem que Sendo no anno do Nascimento de nosso Senhor Jezus chrjsto de mil Setecentos nouenta e tres Aos des dias do mes de Dezembro do dito anno em as Cazas e morada de mim TabaLiam termo desta uilla de Sam martinho de mouros ahonde parante mim [fl.139] E das testemunhas ao diante nomeadas escriptas e aSignadas apareSeram prezentes Manoel Pinto Macho da uilla de Barqueiros termo de Mezam frio e bem aSim Joze Caetano de gouueia da caza noua de caualham do termo desta uilla pessoas bem conhecidas e Reconhecidas de mim Tabalião e das mesmas testemunhas e estas de mim tambem bem Reconhecidas de que dou fee Serem todos os mesmos e por elles me foy Requerido lhe fizesse esta escriptura a qual Lhe fis por me Ser destrebuida pello destrebuidor desta uilla Joze Coelho de Macedo como consta do bilhete da destrebuiçam que me foy aprezentado que Seu tior he o Seguinte A Bezarro huma Escreptura de contrato e obrigaSam de fatura de obra de humas Cazas que faz Joze Caetano de gouueia da caza noua de caualham desta uilla a Manoel Pinto macho da villa de Barquejros termo de Mezam frio Macedos E Logo pello dito Manoel Pinto foy dito que elle pertende fazer nas Cazas em que uiue huma obra de tres Sallas huma baranda e cuzinha e esta justo e contratado Com o dito Joze Caetano de este lhe fazer a dita obra no espaSo de hum anno na forma dos apontamentos que tinham feito e aSignado em presso de duzentos e noue mil Reis pagos em tres pagamentos o primejro de cento e noue mil Reis para Comprar os madeiras e o Segundo de Sincoenta mil Reis no principio da dita obra e o tereSeiro de outros Sincoenta miL Reis no fim da dita obra e aSim estam Contratados para o que fizeSe as SeguranSas neSeSarias E Logo pello dito Joze Caetano foy dito que elle Se obriga a fazer a dita obra no dito tempo comforme tem patuado nos apontamentos que ambos aSignaram e a tudo Comprir obriga Sua peSoa e todos os Seus bens e tersso delles e dou fe aSim o decLarar e de como mais disse que para maior SeguranSa daua por Seu fiador abonador e principaL pagador a Luis Teixeira Cabral de Azeuedo da quinta do testamento desta uilla em nome do quaL apareSeu Como Seu procurador Antonio Correia de Lacerda da CaLSada desta uilla peSoa bem Conhecida e Reconhecida de mim tabaLiam de que dou fee Ser o mesmo e das mesmas testemunhas por elle me foy [fl.139v] ApreZentada a procuraçam bastante de Seu constetuinte do qual Seu tior he o Seguinte Saibam quantos este publico Instromento de procuraçam bastan[te] ou como em dereito milhor Lugar haia forSa e uigor tenha em Juizo e fora delle uirem que Sendo no anno do Nascimento de nosso Senhor Jezus christo de miL e SeteCentos nouenta e tres annos Aos Seis dias do mes de Dezembro do dito anno em cazas e moradas de mim TabaLiam que Sam dentro desta uilla de Sam martinho de mouros ahy parante mim e testemunhas ao diente nomeadas e escriptas e aSignadas apareSeu prezente Luis Teixejra Cabral Azeuedo da quinta do testamento peSoa bem Conhecida e Reconhecida de mim TabaLiam e das mesmas testemunhas de que dou fee por elle foy dito em nossas prezencas que elle fazia Seu bastante procurador com poder de SubestabaleSer a Antonio Correa de Lacerda do Cazal da caLSada para que este em Seu nome como Se elle prezente foSe poSa aSignar huma escriptura de fianSa que fia e fica por fiador de Joze Caetano de gouueia da caza noua de caualham e SatisfaSam de huma obra de humas Cazas de Carpintaria que tem ou a Manoel Pinto macho da uilla de Barqueiros para que o dito Seu procurador poSa aSignar a dita escreptura de fianSa Como fiador que Sou da dita obra do dito Joze Caetano de gouueia na forma dos apontamentos da dita obra com todas as Suas

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cLauzullas comdiSois da dita escreptura obra apontamentos SeguranSas que forem perSizas porque tudo aSignado por elle meu dito procurador a bem da Segurança da dita obra de Carpintaria disse portestaua de auer por bom firme e uaLiozo como Se prezente foSe ao fazer da escriptura para o que disse lhe daua e conSedia todos os Seus Liures e compridos poderes que por dereito lhe Sam Concedidos com Liure e geraL ademnistraSam e perfeito poder Sub a obrigaSam de Sua peSoa e bens e que so para sy Rezerua toda a noua citacam Em testemunho e fe de uerdade aSim o quis e outorgou e pedio a mim [fl.140] Tabaliam esta na man lhe fezesse a qual fes fazer de que foram testemunhas prezentes Joze Correa de Lacerda Pinto Cardozo e Caetano Correia de Lacerda Pinto Cardozo ambos do Cazal da caLSada que aquj aSignaram com o dito fiador depois desta lhe Ser Lida e declarada por mim Joaquim Correia de Lacerda Pinto Cardozo TabaLiam publico o Sobescreuj e aSigney de meus Signais em publico e Razo de que uzo nesta dita uilla que tais Sam Luis Teixeita Cabral de Azevedo Joze Correia de Lacerda Pinto Cardozo Caetano Correia de Lacerda Pinto Cardozo Em ttestemunho e fee de uerdade Lugar do Signal publico Joaquim Correia de Lacerda Pinto Cardozo e não se continha mais em a dita procuracam do que dito he que aquy tresLadey bem a fielmente e torney a entregar ao dito procurador que de como o Recebeu aSignou no fim desta e em Seu poderou a ella me Reporto e por elle procurador foy dito que por uertude da dita procuraçam e em nome de Seu Constetuinte fia e abona ao dito Joze Caetano e fica por Seu fiador e abonador e principal pagador ao dinhejro e fatura da dita obra na forma dos apontamentos ao que obriga Sua peSoa e todos os Seus bens e terSo delles e dou fe aSim o decLarar e em como pello dito Joze Caetano de gouueia e procurador por ambos Juntos e cada hum in SoLidum foy dito que cazo faltem ao dito Contrato e auendo de Ser obrigados a Satesfaze-llo poderam pegar hum ou por outro ou por ambos e Juntos em quaLquer Juizo onde os quizerem obrigar para o que Se desaforam do juizo e Juizes de Seu foro e Reuogam todas as Leis e preueLegios que em Seus fauores haia e de nada poderam uzar nem gozar nem uer com embargos algunns e a SatisfaSam [da] dita obra e dinhejro obrigam Suas peSoas e todos os Seus bens e terSo delles e pello dito Manoel Pinto foy dito que Se obriga a Satisfazer os ditos pagamentos na forma que fica dito e a SatisfaSam deles obriga Sua peSoa e todos os Seus bens e terSo delles Em testemunho e fee de uerdade que aSim o quizeram e outrogaram e pediram a mim Tabaliam esta nesta nota lhes fizeSe para lhe dar os tresLados naSeSarios [fl.140v] A qual lhe fis e delles aceitey e estepuley por SoLemne estepuLacam em nome de quem toca e tocar poSa e das peSoas prezentes e nam prezentes de que foram testemunhas prezentes Padre Luis Magalhais e Joze Bento Leitam filhos de Antonio de Magalhais das Nogueiras que todos aqui aSenaram de que dou ffee Sendo-lhe esta Lida e declarada por mim Bernardino Joze Bizarro escrivam que o esCreuy e aSigney. Manoel pinto Macho Antonio Correia de Lacerda Joze Caetano Joze Bento Leitão o Padre Luis de Magalhaes Bernardino Joze Bizarro

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Documento 20 – Escritura de conserto e empreita de obra para Manuel Teixeira de Queirós da freguesia de Sanhoane feita por Ruzende Pires, mestre pedreiro natural do Reino da Galiza, 17 de Outubro de 179416 ADVRL, Cartório Notarial de Santa Marta de Penaguião, 3.º Ofício, Lv.130, fls.48-50v. Casa de Manuel Teixeira de Queirós, Sanhoane, Santa Marta de Penaguião [fl.48] Escriptura de Contrato e empreita de obra que da manuel Teixejra de Queiros da freguesia de Sanhoane que he do termo da villa de Santa martha a Ruzende Pires Mestre Pedreiro natural do reino da Galiza e asistente a trabalhar nesta dita freguesia Em nome de Deuz Amen Saibam quantos este publico jnstrumento de escritura de Contrato de empreita de obra ou como em direito melhor Lugar haja firme e valida seja em Juizo de fora e delle Virem que sendo no Anno do Nassimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil Setesentos e noventa e Coatro Annos aos dezasete dias do mes de Outubro do dito anno nesta Freguezia de sanhoane que he do termo da villa de Santa Martha nas cazas e Moradas de Manoel Luis Teixeira de queiros aonde Eu taballiam fui vindo a rogo de partes que ali se achavam Prezentes a Saber de huma banda como empreitante o Mestre Ruzende Pires Natural do Reino de galiza de Presente asistente em Caza do dito Manoel Teixeira de queirosa a trabalhar de ofisio de Mestre Pedreiro Como eu Tabaliam Porto fe e da outra o sobredito Manoel Teixeira de queiros que Tambem he reconhecido de mim Tabaliam pello Proprio de que dou ffe e ahi pello Sobredito Mestre Rozendo Pires me foi dito na prezença das testemunhas ao diante nomeadas e no fim desta asignadas que ele por este publico jnstrumento Confesava por ter justo e contratado Com Manoel Teixeira de queiros e Mesquita da freguezia de Sanhoane e do termo da villa de Santa Martha-de aver lhe fazer huma obra de pedraria na forma que aqui vaj declarado a saber Primeiramente dise eLe dito Mestre Ruzende Pires que Seria obrigado a fazer lhe a dita obra que se ocupa em alhumas cazas pello Risco que fizera Antonio de Cazares [f.48v.] e tera a Corrente noventa e oito Palmos de Comprido e trinta de largo por dentro das paredes que tudo Se obrigava a Satisfazer na forma do dito Risco menos os quartos que Sertos seram feitos de Alvenaria e de esquina viva sem Cornige nem SoCo e lhaixaria os mesmos quanto fose porsizo para Segurança da mesma obra Prinsepiando a Sua parede no fundo de sinco palmos e meio athe soprefise da terra; a parede sera de bons Lajedos bem Liada a aJuntara e da soPerfise para sima como pede o Risco e Segurança da obra Nam sendo menos de coatro palmos de Largo athe as traves Sera toda a parede bem direita aPrumada cada acantourada analisada tresCantada e sem que mostre defeito Algum e Cazo que o tenha Se desfara a Custa do mestre Empreitante, a Porta do Armazem da parte do Nascente asim Como Tambem a que ha de Levar da parte do Norte seram Ambos do modo que mostra o Risco a do Armazem mas tamsomente de agulha o tranqueiro; Levara esta obra treze Genelas de Cantaria huma Porta tambem de Cantaria qujas Jenelas Seram de Agulha o tranqueiro Levara da Parte Sul Sinco Jenelas de Alvenaria apilaradas e padieiras lizas e tres Portas Tambem de Alvenaria aparelhadas e apilaradas a saber huma na Cozinha outra na Sala de Comer outra nos Lagares; Levara mais dois canos de Pedra de Alvenaria entrar a agoa para os Lagares; a Escada da Cozinha sera de Alvenaria Conforme Mostra o Risco e se 16 Escritura transcrita por Armando Palavras (2011, Vol.V, 109-112).

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metera adonde asentar o donno da obra; Sera bemfeita e Labrada tanto nos degraos Como nos Corrimois; a Cozinha Sera asente em tres Caxorros no ar e Com toda a Sigurança a Xemine do sobrado para sima pegara de cada parte em seu Caxorro e hira Levando Caxorros sahidos para fora athe que fasa a Largura necesaria em forma e simetria quja Cozinha Sera toda de Alvenaria athe asima e da parede pella parte de fora athe aCabar em huma Ponta Caze aguda Como agora Se Costuma e da parte de Dentro sera empadieirada sobre os Caxorros e dahi para sima de tijollo [f.49] gramaço; Leva hum fogam de espelho de cantaria e o mais de Alvenaria e sera furada a parede athe asima da largura do mesmo Fugam qujo corte sera Coadrado e nam Redondo e Sera feito na Sala de Comer; a Escada da entrada seram as vistas de Cantaria e o mais de Alvenaria toda esta Cantaria sera munto Limpa Liza e esCudada e toda a asente em banho de Cal e as portas e Jenelas que ham de Ser de cantaria por dentro seram feitas de barro banssos e travessois bem Labrados assim Como as que Cam de portadas de Alvenaria que seram bem asentes e sem defeito e DecLararam elles o dito Mestre Empreitante e Juntamente o sobredito Manoel Teixeira de queiros que a satisfasam da paga a ella dito Mestre seria feito na forma seguinte a Saber Cada Brasa de Parade a meja moeda de ouro que vem a ser dois mil e Coatro Sentos Reis, medindo o vam das ginellas e Portas porllejo a Escada da Cozinha sera Reduzida a brasas Conforme se costuma e sera paga cada huma pelo mesmo Preço de dois mil e Coatrosentos e os aliserses de toda esta obra que nam teriam menos de sinco palmos enterados inda que se aChe fermeza bastante para Sigurança da dita obra e que querendo o sobredito dono da obra mais Algumas genelas ou portas na mesma o mesmo Mestre fiCaria obrigado a faze las medindo lhe tambem o seu vam por xeso Sem o dito donno da obra lhe dar mais nada; Levara mais esta obra parte do sul em Comprimento de setenta Palmos Caxorros de des palmos de Comprido fora da parede os coais seram asentes em outros de sinco Palmos com distancia de hum ao outro de oito Palmos; levara mais em hum dos Lados da Cozinha tres Caxorros que fasam hum [f.49v] plano perfeito Sobre que se posa asentar hum forno o que tudo Seria feito por Conta do dito Mestre a selo e de empreita e Somente Concorrera o dito dono da obra Com os caldos de feisam ao gentar e a noute ao Almoso e aogentar e tambem lhe dara o Referido dono da obra duas pipas de agoa Pé Com mais obrigasam do mesmo Concorrer em aprontar ao pe da dita obra toda a pedra que para eLa for necessaria tanto de alvenaria como de Cantaria Como tambem lhe dara huma planxa que Constara de duas traves e Caibros bem entendido que toda esta madejra servira tam somente emquanto o dono da mesma obra nam presizar de uzar della e todo o mais persizo para finalizar a dita obra digo e tudo mais sera por Conta do mestre o qual Se obriga a dar Completa toda esta obra athe o fim do mes de Abril do Anno fetturo do Anno de mil setesentos e noventa e sinco e Cazo que o mestre fasa Algum aCressento ou aCresentos o donno da obra nam sera obrigado a paga llos so sim aqueles que o Mestre mostrar ser certo asignado por ambos; o Mestre Sera obrigado a Lagiar no vam dez Caxorros asim Como asestir na obra dez de o prinsipio athe o fim Com dez ofesiais bons e capazes; declararam elles ditos que a esCada tera as vistas de Cantaria com seu Corrimam e Coartam degraos abosaLados do Feitio de hum que se acha feito em o baixo de Antonio de Queirós qujo feitio da mesma escada dise o sobredito dono da obra lhe daria coatro moedas e meja de Coatro mil e oitosentos Reis a exesam da Cluna que fica fora deste ajuste; deCLararam mais os sobreditos que as portas e genelas que Levar esta obra de traves abaixo seram escarsoadas por dentro e por foram com a Carsam de fexos fegurados [f.50] a Arco e que o dono da dita obra nam

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Sera obrigado a dar lhe dinhejro senam para gastos da mesma obra e no Cazo que o mestre queira Algum dinheiro de maior lhe nam Seria dado Sem hordem e Consentimento do Fiador do dito Mestre Empreitante or hum escrito por elle asignado qujo fiador dise o Referido mestre aprezentava ao Doutor Joam Moreira Pinto asistente na Portella da freguezia de Sanhoane do dito termo o qual eu Tambem Reconeso pello proprio de que dou ffe e que sendo prezente por elle foi dito que lhe ficava por fiador do Referido Mestre ao Comprimento que asima fica ajustado, bem entendido que Como a obra de que se trata hera Justa as brasas Cazo o Mestre faLesa Antes desta se acabar nam sera ele obrigado elle fiador obrigado a ConCLuhir a masma obra e que ao Comprimento de este Contrato asima extipulado dise o mesmo Fiador na prezença das testemunhas que obrigava sua pesoa e bens e tersos delles Em testemunho e fe de verdade assim diseram huns e outros e quizeram e outorgaram e Rogaram a mim Taballiam que esta nesta Nota lhe fizese para dar a Destrebuisam e os treslados nesesarios o que eu Tabaliam de seos Rogos fis e nam ex-ofisio e Como pesoa publica extipulante e aseitante que delles o extipolej e aseitej em nome das partes prezentes e nam prezentes Sendo a tudo testemunhas prezentes Bento Joze Barboza oficial Pedreiro natural da freguezia de Parada do Conselho de Coura e Joze Cortel tambem ofecial de Pedrejro natural de Sam Joam do Pinheiro Bispado de Tuj do Reino de Galiza os quais se acham a trabalhar na dita obra Como eu Tabaliam porto fe e elles assim o Comfesaram os quais aqui asignaram Com as partes outorgantes e Com o fiador o dito Doutor Joam Moreira Comigo Manoel Ignacio Bor-[f.3v]ges de Azeredo Tabaliam que o escreuj e lhe li e deCLarej. Rosendo Pires Manoel Teixeira de Queiros João Moreyra Pinto Bento Joze Barbosa Joze Cortal Manoel Ignacio Borges de Azevedo

Documento 21 – Escritura de contrato e ajuste de obra das cazas que fazem o Capitão José de Matos Silva de Balça termo desta vila e os Mestres Pedreiros José Bento Solla do lugar de Santa Maria de Agoas Santas jurisdição de Cotubade do Reino da Galiza e Manuel Durão da freguesia de Santo André de Valongo do mesmo reino da Galiza, 3 de Fevereiro de 1794 ADVRL, Cartório Notarial de Parada de Pinhão, 1.º Ofício, Lv.2, fls.158v-160. Inédito Casas do Capitão José de Matos Silva, São Martinho da Anta (Sabrosa) [fl.158v] Escriptura de contrato e aJuste de obra das cazas que fazem o Capitam Joze de Mattos Silva do termo desta Villa e os Mestres Pedreiros Jozé Bento Sollaos do lugar de Santa Maria de Agoas Santas Jurisdiçam de cotubar do Reino de Gallicia e Manoel duram da freguizia de Santo Andre de VaLongo do mesmo Reino da gallizia

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Em nome de Deos Amem Saijbam quantos virem este publico Jnstromento de Escriptura de Contrato, e ajusto, e de como em direito milhor Lugar haja e dizer e chamar se possa firme e vallizo que Seja que Sendo No anno do Nascimento de Nosso senhor Jezus christo, de mil e oitocentos e Vinte e quattro annos aos tres Dias do mes de Feuereiro em meu Escriptorio, aparesseram prezentes em suas proprias pessoas o Capitam Joze de Mattos Silva da quinta da Balça termo desta mesma villa de Parada de Pinham e os Mestres pedreiros a saber de huma banda Joze Bento Solhas do Lugar de Santa Maria de Agoas Santas Jurisdicam de Cotubar do Reino de Gallicia e Manoel [fl.159] Duram da freguezia de Santo Andre de Valongo do mesmo Reino, do Reino de galliza, e o fiador do Dono da obra Antonio Joze Correia desta mesma Villa e o Dos mestres Pedreiros Pedro Martins Laje digo Pedro gonçalues Martins Laje do Lugar de Sam Martinho de Anta do termo de Villa Real pessoas Reconhecidas de mim Taballiam e das testemuinhas ao diante nomiadas no fim deste Jnstromento aSignadas ditas Reconhecidas de mim Taballiam pellos proprios do que dou ffe e pello primeiro outorgante foi dito, na minha perzença e das Referidas Testemuinhas que estaua Justo, e contratado, Com os Referidos Mestres pedreiros de lhe fazerem humas cazas no fundo do Lugar de Sam Martinho da Anta pegadas a outras que aLi, se acham pello presso cada braça de sette mil e duzentos Reis dinheiro de metal cobrando pedra os ditos Mestres e Caretos por conta delles feitos na forma dos apontamentos, que neste auctto, Se aprezentaram e foram aSignados por huns e outros, e pellos fiadores que em todo tempo que durar a obra teram todo o Vigor e lhe dara os nessesarios nelles declarados a Eixsepssam dos sincoenta aLqueires de Pam e a Escada outra na Cconta digo outra na Conta do presso dos braços sem que Seja medida; nem nunca outra em presso, e as piramidas da dita obra ser ela comforme Se decLarada nos ditos [fl.159v] apontamentos que Sam comforme as das cazas do abbade de Sabroza e da pedra de ficitais Estas Seram medidas em separado, da obra comforme for de direito, e costume e Em tudo, o mais Sera feita a obra na forma dos apontamentos e os pagamentos da dita, obra Seram feitos em tres a Saber principio meio, e fim a cuja Saptisfaçam obriga sua pessoa e bens e Da por seu fiador e principal pagador a Antonio Joze Correia desta mesma Villa E Logo pello dito fiador foi dito, na minha prezenca e das Referidas testemuinhas que ficaua por fiador e principal pagador para a Referida coantia das mesmas Cazas aquii nomiadas e para Saptisfaçam obrigaua todos os seus bens moueis e de Raiz; e logo pellos Referidos Mestres pedreiros foi dito, na minha perzenca e das Referidas testemuinhas que aceitauam digo testemuinhas que tinham Justo a dita obra na forma das condicoens asima declaradas e nos mesmos apontamentos, e Se obrigauam a fazer a dita obra por suas pessoas e bens a cuja Satisfaçam se obrigam e Dam por seu fiador para a satisfassam da dita obra a pedro gonçalues Martins Laje do mesmo Lugar de Sam Martinho de Anta e Logo por elle foi dito, na minha perzença e das Referidas testemuinhas que ficava por fiador e a principal Saptisfacam da dita obra, para cujo fiado o-[fl.160] obriga Sua pessoa e bens moueis e de Rais hauidos e por hauer; e assim o disseram e aCeitaram de parte a parte; e me rogaram a mim Taballiam; João Correa da Cunha que este lhe fizesse e delle lhe desse os Estrellados(sic.) nessessarios os que cumprisse e Eu 17 Taballiam como pessoa pubLica e EstipoLante e aceitante o estipoley e aseitey em nome das partes prezentes e abzentes a quem toca e tocar possa tanto quanto deuo em Rezam do meu officio Sendo a tudo testemuinhas perzentes Joze

17 Ms. repete: “E eu”.

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gonçalues e Francisco Pinto, todos desta mesma Villa que todos aqui asignaram Sendo-lhe Lido e declarado, por mim Taballiam João Correia da Cunha que o Escriuj e aSigney João Correia da Cunha Joze de Mattos e Silva Jose Bento Solla Manoel Duram Antonio Jozé Correia Pedro gonçalves Martins Lage Francisco Brito Joze gonçalueis

Documento 22 – Escritura de obrigação de obra da casa que faz António Borges, mestre pedreiro, ao Preclaríssimo Gonçalo Guedes de Carvalho ambos desta cidade, pela quantia e condições nesta declaradas, 3 de Outubro de 179718 ADVIS, Cartório Notarial de Lamego, 1.º Ofício, Lv.545/67, fls.56-57. Casa de Gonçalo Guedes de Carvalho, “no sítio da Fonte da rua de Almedina, fazendo face com o tanque da mesma Fonte”, em Lamego «Em 3 de Outubro de 1797, “nesta cidade de Lamego, rua de Almedina dela casas do Preclaríssimo Gonçalo Guedes de Carvalho e Meneses, Tenente de Cavalos do Regimento de Bragança (…) o qual aí estava presente, e bem assim António Borges, mestre pedreiro morador na Carreira de Fafel, subúrbio desta dita cidade (…) e por ele António Borges foi dito (…) que por este público instrumento se obrigava por sua pessoa e todos os seus bens, havidos e por haver a fazer a obra das casas que tem justo com o mesmo Preclaríssimo Gonçalo Guedes de Carvalho, na forma dos apontamentos (…) em preço e quantia certa de Quatrocentos e dois mil e quatrocentos réis pagos em quatro pagamentos iguais … .” (…)

Tabelião, Manuel de Moura Almeida Seco.»

Documento 23 – Escritura de empreita de obra de Carpintaria que dá Luis Cardoso de Meneses e Silva da freguesia de Fontelas aos Carpinteiro José Antonio do lugar de Sequeiros freguezia de Loureiro, 8 de Dezembro de 179719 ADVIS, Cartório Notarial (localização desconhecida) Salas e quarto da Casa de Luís Cardoso de Meneses e Silva, Fontelas (Peso da Régua) [fl.1]

18 Esta escritura encontra-se parcialmente transcrita in Alves (2001, Vol.I, 136). 19 Escritura transcrita por Palavras (2011, Vol.V, 112-116). Não localizámos o documento original, pois a referência de localização dada por Armando Palavras está incorrecta.

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Escriptura de empreita de obra de Carpintaria que da Luis Cardozo de Meneses e Silua da freguesia de Fontelas ao Carpinteiro Joze Antonio do lugar de Sequeiros freguezia de Loureiro Em nome de Deos Amem Saibão quantos este publico Jnstrumento de Escriptura de obra de empreita de Carpintaria ou como em direito melhor lugar haja e melhor dizer posa virem que no Anno de Nacimeno de Noso Senhor Jezus Christo de mil e setesentos e nouenta e sete annos aos oito dias de Dezembro do dito anno nesta fre-[fl.1v] guezia de Fontelos que he do termo da Villa de Santa martta e Cazas e murada de Luis Cardozo de Meneres e Silua ahone eu Tabalião vim a Rogo de partes e perante mim e testemunhas ao diante nomiadas e no fim desta Escriptura asignadas apareserão prezentes o sobredito Luis Cardozo de Meneres e Silua de huma parte e da outra o Carpinteiro joze Antonio do lugar de Sequeiros Freguezia de Loureiro ambos deste dito termo e pesoas Reconhecidas de mim Tabaliam e das mesmas testemunhas de que dou fe, E sendo assim prezentes Logo pello Sobredito Luis Cardozo foi dito que nesta mesma caza anda fazendo hum aCresnto de duas Salas e quatro quartos para armação das quais erão necesarias traves, Ramates Caibros, Latas, Solho, forro, portas e janellas e outras miudezas respeitantes ao oficio de Carpintaria e para cumprir com tudo isto se hauia ajustado Com o referido Joze Antonio de OLiveira para fazer a mesma obra e dar Feita Completa e acabada dentro ao tempo abaixo declarado e isto debaixo dos Seguintes aponntamentos a que elle empreitante deuerá Satisfazer como condiçois. Primeiro qu toda a madeira que Se gastar na obra ha-de ser de bom pau de Castanho sem podre raxa nem nodoa defeituoza e que a madeira do Solho do forro das portas e janellas ha-de ser de pau bem seco Ja que20 o dito Mestre meterá na obra sinco traues de traues de pau Castanho de boa grosa que pegarão em cada hum dos lados da parede mede dois palmos e meio pello menos correndo portanto do mesmo Mestre todo o Carreto como aposisao dellas na obra [fl.2] Terceira que os Barrotes terão de bitola para huma parte sinco pulgadas e meia e para a outra quatro e que o vão de huns e outros não excederão palmo e meio, e que debaixo dos tapamentos ou taipais metera dois barrotes juntos e todos elles bem pergados quanto que o solho será de Castaho liso labrado por sima aberto a meio fio ee com trapiado Sem que Se emende taboa Entesta junto huma com a outra e será pregado em todos os barrotes com dois pregos solhares e que o solho não terá de largo mais de palmo athe huma pulgada e este que tiuer a pulgada será pergado em cada barrote com tres pregos. Quanto que Cada huma das duas Sallas e dos quatro quatros que ha na obra serão armados Sobre Si de quatro revesas e sem quadros e serão devedidas com huma faixa de Solho Labrado de sinco pulgadas e Sobre esta hum Caibro de baldrame. Sexto que os Caibros dos tapamentos terão de bitola tres pulgadas e meia para huma parte e para a outra quatro e que de largura de huns a outros não havera distancia mais de plamo e quarto. Setimo que os mesmos caibros serão pergados nas linhas e no baldrame Com dois pregos Caibrais e Serão atrauesados por duas partes Com hum caibrro de grosura de duas pulgadas e largura de quatro embotido nos mesmos Caibros pregados com dois pregos caibrais em cada caibro os tapamentos Serão feitos de latas que pello meio do Caibro Com hum bordão [...]fife e de largura de humas as outras tera meio palmo e pregadas com dois [fl.2v] pregos em cada ponta. E a ponta dos caibros que atrauesm as taipas metera tres dedos na parede e nos quadros: Oitaua que as pontas das taipas enteriores Serão pella altura dos cantos das janellas e terão Seis 20 Ms. repete: “jaque”.

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palmos de largo, Serãp apilaradas por dentro e por fora e os pilares de fora terão seis pulgadas e os de dentro Serão comrrespondentes aos apilarados das janelas e todos bem pergados a Satisfação de Seu dono. Nona que as pontas Serão rebaixadas de duas faces e de almufadas tendo a bitola de solho groso; terão bandeira Com uidros ou fingidas de madeira; Levarão tres fixes por banda imbutidos no pau Com Redondo por sima da porta Rasgado este ao Redor a Cubrir em sima do apilarado; e que as taipas no lugar em que levarem as portas Leuarão dois Caibros Servindo de padieira hum sobre o outro e as portas Serão de pares De cima que as portas das lojas / que são duas, Serão de boas couçueiras e batentes e de pares vestidos Com boas taboas de Castanho feitas de junta Coberta com travesas a face tendo huma no fundo outra no simo e tres no meio falsas e que terá mais huma festa nos baixos. Undécimo que todas as Salas e quatros Serão faixiadas com duas faixas na Regoa embotida a sber huma no fundo de largura dos pilares e outra para encosto das canas de largura de tres pulgadas ficando Com os mesmos apilarados pergadas em [todos] os caibros com pregos Solhares na porta que teram pregados os pilares das [port]as. Duodecimo que todas as linhas terão sete pulgadas e de largo sinco e dois [fl.3] degrais e serão inteirisas excetuando huma della que cruza na outra: Decima terceira que os frixais terão de largo sete pulgadas e de alto sinco todos inteirisos, e serão emmalhetadas nas cabeças das linhas pregados com pregos coutares e sendo necesario Levarão quadros de ferro. Decima quarta que os caibros de armação serão de boa bitola direitos e não distarão de huns a outros mais de palmo e quarto e todos elles serão pregados com dois pregos caibrais na pota de sima e hum na do fundo e que as pernas Leuarão todos os pregos que forem persizos. Decima quinta que as latas serão pregadas em todos os Caibros e não distará de humas a outras mais de tres pulgadas. Decima sexta que as portas digo as janellas hão-de ser de pares e em cada huma das penas hum postigo o qual ficara no meio das duas almofadas, e estas serão esuaziadas. Decima setima que toda esta obra será bem forrada de pau Castanho e de chaofrp comtrapiado com suas corniges, frizos, alquetraves e mulduras torsas nos lugares Competentes a imitação das Sallas e quartos da casa do Doutor Luis da Silua Pereira Oliveira juis de Fora asistente nesta Freguesia que o dono da obra escolhera para Se fazer sigundo aquellas. Decima oitava que as dobradisas fichaduras tranquetas ferros de correr quadros e fixes correrão por conta do dono da obra e ficara a Conta do Mestre empreitante o feincho achumbar Com todos os mais pregos que se gastar e exceção dos que [leua]rem as dobradisas Decima nona que logo imediatamente que estiverem concluidas as paredes estará a madeira prompta (f.3v) para se armar a Caza Cuja armação ficará concluida dentro de vinte dias, e depois se trabalhara na obra asSiduamente com quatro oficiais ao menos de sorte que a obra e os forros estejão feitos e concluidos no prencipio de Agosto de mil setecentos nouenta e oito. Vigesima que a linha da obra Sera para o dono della podendo porem o Mestre dispor da ametade da mesma a favor de quem lhe fizer o correr e quanto o dono da obra a queira mandar fazer digo e quando o dono da obra manda llo fazer ficara com toda ella E por quanto fica subsistindo huma porção da caza antiga Contigua a esta que agora se fas e a armação de huma nesesariamente ha de hir tocar na outra com ponto mais elevado devera o Mestre no citio onde presentemente Se acha a baranda Cubrir e fazer o mais necesario para lansar a agoa fora dando o dono da obra madeira que seja necesaria e que elle Luis Cardozo de Menezes e Silva dono da obra foi dito que elle da sua parte em preço e paga da mesma obra a que fica obrigado o empreitante se tinha ajustado dar lhe a quantia de quatrosentos setenta e dois mil e quinhentos a Conta dos quais recebeo

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a fatura desta quarenta e oito mil reis que Se contarão na minha prezensa de que dou fe e o Resto sera pago pella maneira seguinte no inicio do proximo intrante mes de Sento e quarenta e oito mil reis seja ao tempo estiverem as traves ao que dão de todo o mais restante em quatro pagamentos. O primeiro depois da armação de todo concluido o sigundo dipois das (f.4) portas e janelas estarem feitas e acabadas e as taipas Concluidas o quatro dispois da casa Solhada e o quinto digo Concluidas o terceiro depois da casa solhada e o ultimo dispois dos forros Concluidos e a obra acabada e Revista devendo desmanchar la a custa do empreitante qualquer erro em falta que haja e a custa do mesmo podera o dono da obra meter oficiais por qualquer preço no cazo delle faltar em todo ou em parte ao que fica ajustada e Se citará pello que o mesmo diser ter gasto Sem Ser necesario em beirais Sendo esta clauzula transmissiva aos herdeiros delle dono da obra e para cumprimento e desempenho destas obrigaçois diseram elles partes prezentes obrigauão suas pessoas e bens, e pello Mestre empreitante foi dito que a Sigurança desta hipoteca todos os seus bens e oferecia por seu fiador e principal pagador a António Joze Alues desta freguezia o qual estando prezente a tudo de mim Reconhecido de que dou fe por elle foi dito que de sua liure uontade abona e fiança esta Escriptura Com todas as clauzulas e obrigaçois que nella se achão escriptas tomando as sobre si e obrigando se a responder pella Satisfação das mesmas de sorte que o dono da obra poderá Leuantar e obrigar aquelle que mais bem lhe pareser pegando em hum e depois sahir a outro e ainda tornar ao primeiro querendo e que para isso renuncião o juis de seu foro Com todas as ferias gerais e especiais e todos os meios ordinarios sijeitando-se e mais o Empreitante a responder no juizo das Açois nouas executi-(f.4v) vamente para o que quizeram que esta Escriptura tenha força de Sentença defenitiua onde quer que for apresentada. Em testemunho e fe de verdade assim o diserãp quizeram e outorgarão huns e outros e rogarão a mim tabalião que esta sua escriptura nesta mina Nota lhe Lansase para della dar os treslados necesarios e Como pesoa publica estipulante e aseitante que delles a estipulei e aseitei em nome das partes a que tocar posa e não prezentes e asignarão sendo testemnhas prezentes Domingos de Mesquita criado do sobredito Luis Cardozo e Antonio da Fonseca Borges desta dita freguezia todos pessoas de mim Reconhecidas de que dou fe que asignaram depois desta lhe ser lida e declarada por mim Luis Guedes Pereira Tabalião que o escreui e aignei em fe. Luis Cardozo de Menezes e Silva Do empreitante Joze Antonio de Oliveira Antonio Joze Alues Da testemunha Domingos de Mesquita + Antonio de Fonseca Borges Em fe Luis Guedes Pereira

Documento 24 – Escritura de ajuste e fiança da obra de carpintaria das casas de D. Maria de Sampaio e Vasconcelos que faz o Mestre Carpinteiro Anacleto Alves, 3 de Setembro de 179721 ADBGC, Cartório Notarial de Carrazeda de Ansiães, 1.º Ofício, Cx.9, Lv.53, fls.17v-19.

21 Escritura transcrita e publicada por Glória (2016, 334-335).

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Casa de Casal de Tralhariz, Vilarinho da Castanheiro (Carrazeda de Ansiães) [fl.17v] Escritura de ajuste e fiança da obra de Carpintaria das Cazas de D. Maria de Sampaio e Vasconçellos que fas o Mestre Anacleto Alves Saybam os que este publico Jnstromento virem que Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil Setecentos noventa e Sete aos tres Dias do mes de Setembro do dito anno neste Lugar de Linhares termo da villa da Carrazeda de Anciaens e Cazas de Rezidencia do Capitam Mor deste Concelho Luis Manoel de Sampaio e Silva aonde eu Taballiam vim para efeito de fazer a prezente escritura a Requerimento de partes e por me ser Destreboida pelo Destreboidor deste Conçelho Domingos Pereira de Sampaio Como Constava do Bilhete que Se me aprezentou por elle feito e aSignado do theor e forma seguinte // A Pimentel hu[m]a Escritura de ajustete [sic] da obra de Carpintaria que fazem Dona Maria de Sampaio e Vasconcellos de Tralhariz e Anacleto Alves da Villa de Favios em Dois de Setembro de Setecentos nouenta e Sete // Sampaio // Cujo fica Copiado do proprio na uerdade a que me Reporto e ao Livro de Donde Se estrahio e Sendo aSim Logo apareceram prezentes em Suas propias pessoas Donna Maria de Sampaio e Vasconcellos do Lugar de Tralhariz deste termo de Ancjaens e AnacLeto Alves da villa de favaios Comarqua de villa Real e Sendo Reconhecidos e de mim Taballiaõ pellos mesmos que por Seus nomes Se nomejam [fl.18] Se nomejam de que Dou fe por elles todos Juntos e Cada hum de per ssi Jn Sollidum foi dito parante mim e das testemunhas ao diente nomeadas e no fim desta Nota aSignadas a Saber por elle dito Anacleto Alves Mestre Carapinteiro que elle tinha aJustado toda a obra de Carapintaria das Cazas feitas de nouo da SobreDita Donna Maria de Sampaio e Vasconçellos na forma dos Apontamentos que Se acham feitos da mesma obra e por elles aSignados em poder delle dito Mestre e da Senhora da dita obra que foram lidos e decLarados a façam desta escritura os quais teram força e vigor como Parte excencial desta Escritura que elle Se obriga a fazer a dita obra Com boa Satisfaçam e aCeitaçam Dentro do tempo de outo Mezes da data desta e que Se obriga a dala Completa de tudo na forma de Seu Contrato e ditos apontamentos tudo pella Coantia Certa de trezentos e vinte mil Reis em Dinheiro Corrente deste Reyno huma Pipa de vinho hum Almude de Azeite e outo Alqueires de Castanhollas tudo pago em tres pagamentos o primeiro de Cento e Vinte mil Reis no principio da obra e o Segundo a propoçam no mejo da mesma e o terceiro no fim della depois de aprovada e aCeite e que para mais Segurança deste Contrato a que Se obrigava elle dito AnacLeto Alves por sua pessoas e bens prezentes e feturos aprezentava por seu fiador e abonador a Lourenço da [fl.18v] Lourenço da Costa do Lugar de Arnal Neste Concelho o qual Sendo prezente em sua propria pessoa e Reconhecido de mim dito Taballiaõ pello mesmo por elle foi dito que fiaua e abonava ao Dito mestre da obra de Sua Livre e espontania Vontade ao Complemento della e Seus pagamentos a que Se obrigava por Sua pessoa e bens como fiador e principal pagador de que outroSim dou fé e Logo pella dita Donna Maria de Sampaio e vasconçellos foi dito que aceitava esta escrictura Com todas as Suas Clazullas e Condiçoens e Se obrigava a Satisfazer ao dito mestre a ditas Coantias de Dinheiro e mais Vibres22 declarados em Seus Competentes pagamentos e que a dita obra Sera no fim Louvada por dois Mestres 22 Víberes, ou Víveres.

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da Arte a uysta dos apontamentos pa Sua aceitação a que tambem Se obrigava por Sua pessoa e bens e nesta Forma Disseram hum e outro que haviam esta escrictura por bem feita firme e vallioza em Juizo e fora delle a todo o tem con todas as circonstancias nella DecLaradas e que della faltasse aLguma cLauza ou condiçam das que Se Requerem em direito a hauiam por expressada pella cLauza geral a que tudo Se obrigavam Como dito fica e de como aSim o Disseram outorgaram pediram e aceitaram Dou minha [fl.19] Dou minha fé Sendo testemunhas prezentes Francisco Luis da Cruz e Manoel Lourenço Alves deste mesmo Lugar que aSignaram com o dito Mestre e por ella outorgante naõ Saber escreuer de Seu Rogo e Licença Luis Manoel de Sampaio e Silva do mesmo Lugar Lido Por mim Cristova[m] Jozé de Sampaio Souza Pimentel escrivam que o escreuj. A Rogo Luis Manoel de Sampaio e Silva Anacleto Alves Lourenço da Costa Francisco Luis da Cruz Manoel Loureço Aluarez Cristova[m] Joze de Sampaio Souza Pimentel

Documento 25 – Apontamentos e outras cláusulas relacionadas com a construção da casa de Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães, 4 de Janeiro de 180023 ADBGC, Cartório Notarial de Torre de Moncorvo, Cx. 19, Lv. 125, fls. 10-13.

Casa Morgado de Leopoldo Henriques, Torre de Moncorvo “Escritura de ajuste de obra, e satisfação de paga que faz Leopoldo Henrique Botelho de Magalhaens desta villa de Moncorvo, a Joze Ferreira da Costa, e seus primos Luis da Costa, e Agostinho da Costa, todos desta villa Saibam quantos este publico instrumento de escritura publica ou como em direito melhor dizer, e chamar se possa virem, que sendo no anno do nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil e oitocentos annos aos quatro dias do mes de Janeiro do dito anno nesta villa de Moncorvo e cazas de morada de Leopoldo Henrique Botelho de Magalhains aonde eu escrivam vim, ahi pareceo prezente em sua propria pessoa o sobredito Leopoldo Henrique Botelho de Magalhains, e os canteiros, Joze Ferreira da Costa, e seus primos Luis da Costa, e Agostinho da Costa todos desta villa, e reconhecidos de mim tabaliam e das testemunhas ao diante nomeadas de que dou minha fe e por elles todos juntos, e cada hum de per si foi dito que elles tinham justo e contratado com o assima dito Leopoldo Henrique de lhe fazer as suas cazas na rua das Barreiras em preço de quinhentos e cincoenta mil reis na forma dos apontamentos seguintes = primeiramente disse que serião desfeitas as paredes das ditas suas cazas da parte do Sul, e Puente, e abertos os alicerces athe dar em firme, e da mesma sorte as da outra parte do Norte, e Puente endereitando e quadrando, com a que vem do arco principiaram as paredes no alicerce de cinco palmos completos de largura, e logo que levante das soleiras das lojas para sima cortaram de quatro, e meio, e estos deixaram

23 Documento revelado e transcrito por Rodrigues 2009, 117-152.

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suas pedras de assentaçoens para corerem paredes por baixo a todo o tempo que se quizer, e que a porta que se acha feita nova na parede do Puente sera assente na mesma parede nova, que as mesmas cazas teram entre portas, janellas, e frestas e roda fora as que tem mais doze de novo, a saber huma no sitio aonde esta o arco, huma fresta ao lado para huma roda, e que estas seram só apilaradas pela frente, e tera a dita porta largura de seis palmos, altura doze, e que a roda tera tres palmos de larga e cinco de alto mais que na parte do Norte, e Puente levara sobre a porta que se ade assentar, que se acha aparelhada outra para os sobrados, apilorada pela parte das sallas levara outra de lojes para a parte do Norte arumada a parede que se acha feita de novo, e que desta parede se não demolira nada, que a porta da loja sera direita, e apilorada somente por fora, e que tera seis palmos de largura e honze de altura, se couber e sobre esta porta huma janella conrespondente a que esta principiada e que as taças das janellas seram conrespondentes aos peitoris, da mesma sorte as da outra parte do meio dia e Poente, e que na frontaria levara duas janellas novas semelhantes as que se acham feitas antes melhores que menores, e que todos os mais seram acabados com alturas proporcionadas as larguras como tambem as portas que se acham principiadas e por acabar os ocullos seram apiados e assentes de novo, acrescentando a largura que pedirem as paredes, e que todas estas ficaram em vinte e dois palmos de altura, as quatro ratificadas de novo, levantaram trinta palmos a custa dos mestres desde a primeira pedra athe completar os ditos trinta palmos, e que se a dita obra pedir mais altura do que os ditos trinta palmos sera a custa do senhorio das cazas o cunhal da parte do Sul sera profundado athe o firme, e o livel das lojas principiara o insucamento de cantaria na forma do do Norte, o soco que corre pela frontaria e cunhais correrá a fada da mesma altura pela parte da rua do Sul, e que o dito soco fara huma polgada de aboamento sobre a alvenaria, e pelo sobreleito fara hum quarto de corte o soco para a alvenaria os cunhais levaram hum redondo com dois filettes refendidos e proporcionados pelo perfillo mestre assima as pilastras que devidem a intrada e patio sairam mais fora que os cunhais palmo e meio e a parede entre huma, e outra pilastra sahira com ellas para acompanhar o portal deixando so hum quarto de pillar o invazamento de cunhais e pelastras sera conforme ao que se acha principiado este não sera demolido os insucamentos das pilastras podem variar para a ordem dorica com saltos vazos mais elegantes todas as colunas findaram com chapitel dorico o portico sera na forma do das cazas do Villar de Perdizes da villa de Chaves com obrigação do senhorio pagar a hum mestre que va tomar os apontamentos do dito portico, e não mandando ficara a escolha a seu arbitrio de qualquer portico que se acha debuxado no livro intitullado Vinholla acrecentando da mesma sorte as armas que para estas por ora não ha condição de assento, e tam somente o melhor debuxo, que quizer o senhorio o entabolamento correra tres lados da asentação da parte do Puente correndo a frontaria athe a da parte do Norte se as pilastras levantarem segundo corpo esta não sera pertencente a este ajuste nem o primeiro intabolamento cobrira as pilastras mas ficara nas curvas de cada lado a cornige sera pello molde da que se acha assente o frizo lizo com colarinho por baixo e hum filette com hum quatro lizo digo quarto lizo, a maneira de alquitrave as duas janellas, que se acham feitas depois de completas as novas se o senhorio as quizer reformar o podera fazer a sua custa e que todo o arranque da alvenaria e charretto [sic] da mesma como tambem carreto de cantaria, e cal, e baro, e madeira para moldes, e para andames tudo pronto e bem a tempo a custa do senhorio sem que os mestres e offeciais sintam a menor falta nem tardança nem perda de tempo

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pois havendo nisto alguma falta não tera vigor a taixa do tempo marcado ou que se ade marcar para completamento da obra, que dando o senhorio tudo pronto o atras mencionado, terá seu fim a dita obra por todo o Setembro desta prezente anno em termos de se cobrir, e cazo as armas não estejam completas depois se completarão e que a cantaria será cortada aonde for mais comodo tanto para a obra como para os mestres, e que esta sera fina, clara, e livre de salitre, e firme para receber os pezos aonde ouver de os receber principalmente portico e frente, e que todo sera bem limpo, e unido perfilada bem atada, tomadas as juntas com cal peneirada, e traçada pelo meio com o mesmo pó da cantaria, todas coridas a piaça por cima, e que tudo o que não for frente podera admetir cantaria ainda que seja menos clara, com tanto que não seja defeituoza, e nesta forma ouverão os apontamentos por completos e acabados, e logo por elles mestres foi dito que elles se obrigavam a satisfação dos ditos apontamentos pelo preço e quantia atras declarada, de quinhentos, sincoenta mil reis e que para satisfação desta obra obrigavam suas pessoas e bens havidos e por haver e que para maior validade deste ajuste davam e abonavam dinheiro aos offeciaes athe o meio da obra, e logo por elle outorgante senhorio foi dito que elle dava toda a pedraria das cazas, e circumvizinha menos o tanque e balcam da parte do Nascente como tambem dava a cantaria que se achar cortada na canteira, e mais dice que obrigando os mestres a obra a meio fazer, aprontaria mettade do dinheiro do ajuste que sam duzentos e setenta e cinco mil reis, e que cazo o não aprontace desde ja sedia do dominio do seu olival da Eira da Calçada que parte do Nascente com Joam Carlos de Oliveira Pimentel e do Puente com caminho do conselho, para delle haverem o dito pagemento, cazo se lhe não apronte para o dito tempo mencionado para o meio da obra poderão vender o mesmo olival pelo preço de quinhentos e trinta mil reis por cuja quantia se obriga o direito senhor a aprontar comprador e de outro modo, sera arematado em praça publica e querendo os ditos mestres ficar com elle ficaram pelo preço que outrem der ou justando se entre todos, e que a mesma propeedade ficara sugeita athe final pagamento, e que para satisfação da quantia que faltar alem do vallor porque o olival se vender athe completar os quinhentos e sincoenta mil reis em que foi justa toda a obra mencionada nos apontamentos, e mais algum acrecimo se o ouver, dice elle dito senhorio obrigava todos os seus bens como tambem havendo alguma deminuição na obra se dará baixa na dita quantia do ajuste, e nesta forma ouveram esta escritura por bem feita e acabada e me rogaram a mim escrivam que como pessoa publica estipulante e asseitante esta lhe fizesse estipulase, e asseitase a qual lhe fis estipulei e asseitei tanto quanto o direito mo promitte e lha fis nesta notta de mim tabaliam por me ser destribuida como me constou por bilhete da destribuiçam a cujo livro me reporto, e sobre estas condiçoens dice elle senhorio que dando a obra acabada de tudo o que pertence a pedraria athe o fim de Julho, dava de luvas aos mestres cincoenta mil reis a cuja satisfação se obrigava da mesma forma como atras se declara, e atudo foram testemunhas prezentes ao fazer desta Henrique Carlos Theixeira, e Manoel Joze Leal ambos desta villa que assignaram com o dito senhorio, e mestres lida esta por mim Joze Francisco dos Anjos Leal escrivam que a escrevi e assignei Joze Francisco dos Anjos Leal Leopoldo Henrique Botelho de Magalhaens Joze Ferreira da Costa Luis da Costa de Agostinho + da Costa Henrique Carlos Teixeira

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Manoel Joze Leal”

Documento 26 – Escritura de obra de dourar pintar huma Cappela sita na quinta da timpeira do termo de Vila Real que he de António de Queirós de Mesquita da freguesia de Sanhoane, 29 de Julho de 1800 ADVRL, Cartório Notarial de Santa Marta de Penaguião, 3.º Ofício, Lv.136, fls.20-20v. Inédito Capela da Quinta da Timpeira, Vila Real [fl.20] Escritura de obra de Dourar pintar huma Capella Sitta na quinta da timpejra do termo de villa Real que he de Antonio de quejros da mesquita da freguezia de Sanhoane Anno de Nassimento do Noso Senhor Jesus cristo de mil e oitosentos Annos aos vinte e nove dias do mes de Julho do dito Anno nesta freguezia de Sanhoane que he da villa de Santa Martha Cazas e moradas de Antonio queiros da mesquita aonde eu TabaLiam vim a Rogo de partes que ahi Se achavam prezentes a Saber de huma banda o Reverendo Joam de quejros da Mesquita desta dita freguezia da outra Joze Manoel Ferrejra do Lugar de Travassos freguezia de Lourejro deste mesmo termo e pesoas Reconhecidas de mim testemunhas ao diente nomeadas e no fim asignadas pellos proprios de que dou fe e estando todos asim prezentes Logo pello dito Joze Manuel Ferrejra me foj dito na prezença das mesmas testemunhas que eLe eztava Justo e Contratado Com o dito Reverendo Joam de queiros da Mesquita de lhe Dourar e pintar huma Capella que tinha na quinta da timpeira do termo de villa Real Sendo Certo que tanto o Douramento Como o que pertencia a pintura Seria tudo do mais fino tudo na forma dos apontamentos que Ficavam na mam deLe dito Reverendo Joam de queiros e Mesquita que tudo hobrigava Cumprir por si e seus bens para o que e a vista dos mesmos apontamentos Completa que fosse a dita obra, Seria esta vijta e Revista por dois mestres a Conta de hum e outro que ha obra Se obrigava a fazer-lhe e Completar-lhe athe o ultimo dia do mes de Janejro do Anno proxime feturo de mil e oitocentos e hum, por preco e coantia de Duzentos mil Reis, entrando na dita obra hum Confesionario na forma tambem apontada nos ditos apontamentos e que a dita obra Seria satisfeita em tres pagamentos e que Seriam principio mejo e fim sendo Justo que Confesava o ter Ja Resebido da mam delle dito Reverendo João de Queiros a quantia de treze moedas de ouro ReguLar e todo o mais dinheiro que Faltava para Completar os ditos Duzentos mil Reis lhe seria pago em dois pagamentos na forma asima declarada e que Senpsano(sic.) hera aprezentava por seu Fiador tanto da Referida quantia Como da intejra e completa satisfaçam de Referida obra a seu Paj Fransisco Ferrejra do dito Lugar de travaÇos da freguezia de Lourejro o qual por estar prezente e Ser igualmente pessoa Reconhecida de mim testemunhas de que dou fe, por ele [fl.20v] Foi dito que eLe Se obrigava por si E Seus Bens a Completar a Referida obra de Dourar e pintar a dita Capella para o que desde Ja tomava e Removia sobre si toda esta obrigasam Como sua propria ; e Logo o dito Reverendo Joam de Queiros de Mesquita deitou sobre huma mam a dita quantia das treze moedas de ouro Regulares que sendo por mim e o dito Joze Manuel Ferrejra Contada e achar estas serta

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em si o embolsou Como vi posto fe pello dito Reverendo Joam de queiros da mesquita Foi mais dito que ela aseitava a prezente esCritura na forma em que feita estava Em testemunho e fe de verdade asim o outrogaram huns e outros e Rogaram a mim Tabaliam que esta nesta Nota lhe Lancace para a dar a Dystrebuicam e os tresLados nesesarios a quem diser Aqui fis e nam Ex-oficio e Como pesoa publica ExtipuLante e aseitante que deles o Extipulei e aseitej em nome das partes prezentes e nam prezentes Sendo a tudo testemunhas prezentes Joaquim de Araujo e Fransisco teixeira da freguezia de Medroes a quem Reconhesso de que dou fe que asignaram depois de lhe ser Lida e deCLarada por mim Manoel Ignacio Borges de Azevedo TabaLiam que a Li e aSignei em fe Com o fiador e outrogantes Joze Manoel Ferreira Francisco Ferreira O Reverendo João de Queiros Françisco Teixeira JoAquim de Azevedo Em fe Manoel Ignacio Borges de Azevedo

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